Analfabetismo está matando - Jornal Cruzeiro do Vale

Não bastasse o baixo índice do nosso ensino básico, alvo de tantas críticas e comparações vergonhosas com outros países, o Brasil passa a conviver agora com mais uma triste e lamentável estatística negativa.

Trata-se da mortalidade de crianças até 5 anos, cuja causa principal é atribuída ao analfabetismo de acordo com dados referentes aos 5.565 municípios brasileiros coletados durante o censo do IBGE de 2010, pelo Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. Segundo o Estadão Dados, foram testados 232 variáveis ficando provado que a falta de estudos dos adultos é o que mais influi nas mortes da infância em nosso país.

Os métodos estatísticos utilizados nos levantamentos realmente confirmam que a ignorância é a ?doença? que mais mata no Brasil.

Nem a falta de dinheiro, de água e esgoto supera o analfabetismo nas mortes de crianças até 5 anos.

Diz ainda a pesquisa que o impacto da alfabetização de adultos sobre a mortalidade de crianças é duas vezes maior do que a pobreza.

O aumento da renda dos 20% mais pobres pode diminuir a taxa de mortalidade da infância em 2,8pontos. O acesso a água e ao esgoto também ajuda a diminuir a taxa, mais com efeito bem menor do que o analfabetismo.

Segundo a estatística a média de mortalidade infantil no Brasil é de 18,8 para cada mil crianças nascidas vivas.As regiões onde se registram o maior número de mortalidade é o nordeste, depois o norte vindo em seguida, pela ordem o centro-oeste, o sudeste e o sul.

A pesquisa levantou ainda entre os 5.565 municípios, os dois que deram o mau e o bom exemplo. O mau exemplo ficou com o município de Olho D?agua, do estado de Alagoas onde a mortandade é de 50 por mil crianças nascidas vivas e o analfabetismo é de 46%.

 Já o bom exemplo ficou com o nosso município de Blumenau, que registrou 10 mortes para cada mil crianças nascidas e apenas 2% de analfabetos.Se por um lado temos motivos para ficar satisfeitos com essa pesquisa, pela posição de liderança que Blumenau alcançou entre os 5.565 municípios, do outro ficamos preocupados com os números de mortes de crianças registradas no Brasil.

Álvaro Correia

Ex-parlamentar