COMEÇOU O JOGO - Jornal Cruzeiro do Vale

COMEÇOU O JOGO

10/08/2010 10:06



Abrem-se as cortinas para o espetáculo. Os adversários já estão perfilados e prontos para a disputa. Está em jogo a liderança... Do país e do estado.

As eleições 2010 começaram e como nos campeonatos de futebol, estamos nas primeiras rodadas. Por enquanto, está tudo meio morno. Com exceção dos concorrentes ao governo federal e estadual, a população mal sabe quem são os candidatos a deputado estadual, federal e ao senado.

Nesta analogia entre o futebol e a política é interessante observar como a paixão ainda é preponderante nas discussões do povo acerca destes assuntos. A razão fica em segundo plano. Chama atenção como às siglas partidárias sempre fizeram a diferença. As escolhas eram motivadas em função dos partidos, como se o eleitorado torcesse por um clube. Além disso, a preferência por este ou aquele, nem se comparava a rejeição natural ao candidato do tradicional adversário. Mesmo que o próprio Jesus Cristo fosse o concorrente pelo partido inimigo, jamais ganharia o voto.

Porém há um fenômeno que tem se configurado nos últimos tempos. Está difícil de distinguir quem é quem em relação às ideologias partidárias. Se antes tínhamos a nítida diferença entre esquerda e direita, liberais e conservadores e até no que diz respeito à situação e oposição, hoje é uma incógnita ? é o samba do crioulo doido.

As coligações, conchavos, conluios e os acertos de bastidores dão um verdadeiro nó na cabeça do eleitor. O fisiologismo político, pela manutenção do poder faz com que as cores se misturem. Há quem diga que isto é normal, porém só demonstra o oportunismo e a falta de princípios da maioria dos políticos.

Não é a toa que temos um desinteresse cada vez maior por parte da população em relação à política. Principalmente dos jovens que não querem nem saber do assunto. A banalização da corrupção e das práticas desonestas acentua o quadro. Na semana passada, fiz uma pequena enquete em sala de aula e meus alunos foram categóricos.

- ?As eleições são sempre iguais, mudam as moscas, mas a M.... continua a mesma.?

A realidade é que a política deveria ser conduzida em função dos interesses públicos, mas o que vemos, mais do que nunca, é que ela é feita em proveito particular. Mesmo que existam pessoas existam políticos sérios e comprometidos, a coisa nivela por baixo.

Mas façamos um ?mea culpa?. Se a situação está como está, somos os responsáveis, mais ninguém. A cada eleição temos a oportunidade de botar ordem no galinheiro mas...

É difícil separar o joio do trigo e quando aparece (ou pelo menos parece) alguém diferenciado, normalmente não faz parte de nenhum grande partido e não tem chances de acordo com as pesquisas. O que fizemos? Tal qual um jogo, não queremos perder. Perder o voto. Perdemos a chance.

Para finalizar imaginei um último parágrafo de frases feitas, de como é importante ter consciência na hora de votar. Que o futuro está em nossas mãos. Que o voto é o verdadeiro exercício de cidadania e blá-blá-blá, e blá-blá-blá, e blá-blá-blá.

Vocês já estão cansados de ouvir isso e nenhuma frase ou conselho é garantia de incorrer no erro. Então apenas me reservo a dizer. Fique atento! Dedique um terço do tempo que você perde acompanhando, analisando e discutindo futebol. As chances de errar diminuirão sensivelmente e assim ? quem sabe ? poderemos virar o jogo.

Michel Jaques -  michel.jaques@yahoo.com.br

edição 1219

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