Thiago Burckhart
Estudante de Direito
No livro ?Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal?, o ilustre pensador brasileiro Milton Santos faz uma análise da globalização mundial, de seus aspectos, fatores, e vicissitudes. Assim, Milton Santos trata a globalização como fábula, como perversidade e como ela pode ser.
Primeiro, a tese da globalização como fábula. Diariamente somos bombardeados de notícias, outdoors, anúncios e demais tipos de informações. Todos esses elementos fazem parte dos mecanismos de construção da globalização como fábula, onde o mundo aparece diante de nossos olhos como um lugar próspero, dinâmico e solidário. Ou seja, a globalização nos é apresentada como uma fábula, como um mito da realidade social.
Segundo, a antítese da globalização como perversão. Esta é a realidade social da fome, miséria, pobreza, é o alastramento dos males espirituais e morais, com os egoísmos, os cinismos, a corrupção. A cada dia o mercado nos deixa mais individualistas e competitivos, de modo que fica cada vez mais difícil construir laços de solidariedade coletiva. Essa é a globalização como ela realmente é.
Por último, a síntese de uma nova globalização. Assim, Milton Santos propõe a construção de uma nova globalização. Uma globalização mais humana, democrática, participativa e consciente. Temos as condições técnicas e precisamos das condições sociais para que ela ocorra, basta que queiramos!
Contudo, quando falamos de globalização pensamos que é algo distante de nós e que foge ao nosso alcance. Entretanto, podemos pensar que a globalização é algo que está ao nosso lado, na nossa cidade, em nosso bairro, em nossa rua, e pequenas atitudes nossas podem mudar o rumo dessa globalização perversa. É agindo localmente e pensando globalmente que podemos mudar o mundo!
Edição 1512
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