O futebol brasileiro pede socorro - Jornal Cruzeiro do Vale

O futebol brasileiro pede socorro

02/10/2012 08:50


Quando há data FIFA, ou seja, jogos das seleções nacionais, todos os campeonatos de clubes na Europa param. Assim, nenhuma equipe é prejudicada, os jogadores têm a oportunidade de participar de todas as rodadas dos torneios em seus times, sem perder nenhuma partida de suas respectivas seleções.

Infelizmente, o mesmo não ocorre no Brasil. Quem ama o futebol sofre, ano após ano, com esse calendário ridículo. Os enfraquecidos campeonatos estaduais têm 24 datas dedicadas a eles. Isso é um absurdo. Reduzindo pela metade, como era em 2003, o problema seria facilmente resolvido. Mas a CBF não se preocupa com a qualidade do evento.

Os cartolas querem muitos clubes nos campeonatos estaduais e também vários jogos nessas competições. Modo muito simples de conseguir votos e vantagens políticas dos comandantes de times pequenos, que acabam decidindo as eleições, por serem bem mais numerosos. Por essa razão, vemos o Campeonato Paulista com média pífia de público, menos de um terço da média do Brasileirão, que já não é alta.

Muitos defendem o inchaço dos campeonatos estaduais para proteger os clubes pequenos. Como assim proteger? Os jogadores que antes atuavam em poucos times pequenos, agora são divididos em vários, causando uma queda considerável de qualidade, e aumentando cada vez mais o abismo entre os grandes e os pequenos.

Um exemplo é perfeito para demonstrar quão absurda é a situação. Neymar é o craque do futebol brasileiro do momento, o orgulho santista. Finalmente um gênio brasileiro foi mantido após propostas milionárias de grandes europeus. E pra quê? Nas primeiras 24 rodadas do Campeonato Brasileiro, o menino da Vila atuou em oito, apenas um terço, sem lesão, sem suspensão. Simplesmente, para se dedicar à Seleção Brasileira.

Os jogadores são sobrecarregados por interesses alheios ao futebol. O Campeonato Brasileiro, a base da temporada e vitrine do futebol nacional, perde muito em qualidade graças ao inchaço dos estaduais.


Guilherme Furtado | Estudante de jornalismo

Edição 1428

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