Somos um país preconceituoso, sim, infelizmente - Jornal Cruzeiro do Vale

Somos um país preconceituoso, sim, infelizmente

Por Ana Paula da Silva (Paulinha), deputada estadual 

A cada três dias, o Disque 100 (canal de denúncias de violação de direitos humanos) recebe uma denúncia de preconceito religioso. De cada cem pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras, segundo o Atlas da Violência. 

O país lidera as estatísticas de mortes da comunidade LGBT. As mulheres são as maiores vítimas da intolerância. Em 2018, 11 foram assassinadas por dia, dados oficiais de crimes de ódio motivados pela condição de gênero. Isso sem falar dos crimes de violência sexual e assédio; 88% das menções às mulheres nas redes sociais brasileiras são negativas.

Meus amigos, vivemos um momento histórico, em que a intolerância e o discurso de ódio encontram cada vez mais adeptos. Mas não foi a internet que nos tornou preconceituosos. Essa hiperconectividade apenas amplificou os discursos de ódio que já praticávamos.

No fundo, nas redes ou nas ruas, as pessoas são as mesmas. O que tem estimulado a exposição de muitos é a possibilidade de emitir opiniões sob o manto de um suposto anonimato, atrás da tela de um computador ou celular.

Mas o que podemos fazer para mudar essa realidade?

Temos como algoz de nós mesmos a semente da história amparada em costumes seculares, a qual permitimos que germine. Precisamos abandonar estigmas e preconceitos que já não servem mais, o que só será possível por intermédio de uma construção coletiva e robusta por meio da educação. Que seja tão densa, de modo a fazer com que conceitos de cidadania e do não preconceito ultrapassem os muros das escolas, e tomem praças, igrejas, lares.

Uma pesquisa realizada pelo INEP mostrou que 93,3% dos entrevistados possuem algum tipo de preconceito racial, socioeconômico, de gênero, orientação sexual ou territorial. Os entrevistados? Pais, educadores e estudantes, de 500 escolas de todo o Brasil.

Nossa Nação, tão imponente, tão magnífica, não merece entregar para as futuras gerações esse estigma.

Está na hora de tomar medidas definitivas para mudar. E a hora é agora!

 

Edição 1927

 

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