21/02/2018
O presidente local do MDB e prefeito de fato de Gaspar, o advogado Carlos Roberto Pereira está deixando no papel, repito, apenas no papel - pois lavaria ainda mais a minha alma na concentração do mando de fato no governo do prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, MDB -, a “poderosa” secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa (que eram duas e ele as fundiu – com aval da Câmara - na Reforma Administrativa). Só falta mesmo é ele indicar alguém do ramo, apadrinhado pelo vereador e ex-vice-prefeito de Blumenau, seu cliente.
O doutor Pereira vai assumir definitivamente, onde está provisoriamente, a moribunda secretaria da Saúde. Moribunda, porque permitiu, diga-se, desde logo.
O doutor Pereira, vai deixar quase no início um serviço onde não tinha expertise, para começar outro no qual também não tem domínio técnico ou de gestão do ambiente de Saúde? Em política, tudo é possível, quando se veste o manto do poder ou a tempestade estabelece. E as duas coisas estão juntas nesse caso. E quem paga? O povo com os pesados impostos, apesar da ausência da contra-prestação dos serviços prometidos e a que tem direito.
O doutor Pereira é da escola do presidente da República Michel Temer, ex-presidente nacional do partido que tirou o “P” para ficar mais “limpo”, digamos assim.
Como Temer que viu que a necessária Reforma da Previdência iria afundar pelos atos de chantagem e irresponsabilidade dos políticos, do próprio partido e aliados, troco-a pela intervenção na área de Segurança do Rio de Janeiro. Tudo para não perder o rumo eleitoral.
O doutor Pereira, fez a mesma manobra. Está saindo de um lugar onde está embretado pela Câmara e vai para outro, onde também precisa de muita arrumação e teoricamente, estará mais à vontade, pois dependerá, basicamente, só da gestão e estratégia que empreenderá.
Resumindo: o doutor Pereira vai a um recomeço. O governo de Kleber vai tentar colocar água nesta fogueira de problemas que o consome e o desmancha na propaganda oficial de “gestão eficiente”.
Reconhecer esta necessidade de recomeçar, é um mérito e deve ser aplaudido. E esta “intervenção”, palavra da moda no MDB nacional para o caso do Rio de Janeiro e o estadual com Eduardo Pinho Moreira, depois de sete anos de desastrado governo de Raimundo Colombo, PSD, é necessário, senão a maionese vai desandar de vez. E outubro está aí. Será um teste, apenas para outubro de 2020. E os fantasmas das administrações de Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, e Adilson Luiz Schmitt, estão cada vez mais próximos.
OS FATOS DA REALIDADE
Por que o doutor Pereira deixa uma “super-secretaria”, onde quase tudo se concentra e passa por ela, que ele criou ao seu modelo para só ele se encaixar nela, num desgaste sem tamanho na Câmara e na comunidade com a tal Reforma Administrativa, e dali se catapultar como o melhor gestor que Gaspar já teve?
Porque as fontes de manobras secaram com a perda da maioria na Câmara. Nada mais será como antes: goela abaixo. Mostrei isso em detalhes na coluna de ontem, terça-feira.
O doutor Pereira sabe que a vida dele e da prefeitura vão ser difíceis daqui para frente, mesmo nas boas ideias e ações que tinham ou ainda vão implementar. O doutor Pereira não tem paciência para a negociação. É diferente do exemplo Temer. O doutor Pereira fez pouco para que esse previsível revés na Câmara contra o governo Kleber, onde é o principal articulador, não acontecesse. Ou seja, tem culpa nesse cartório e resultado que o atrapalha mal começando o segundo ano de governo.
O doutor Pereira delegou à solução e a costura política da maioria na Câmara ao prefeito eleito Kleber, ao chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen, PP, e deu tudo errado. Até os aprendizes de políticos e próximos deles, passaram a perna neles, se não quiserem assumirem a pecha de armação dentro do próprio MDB que achava que podia tudo.
Isso está explícito, pelo menos uma vez, naquela fatídica ata de acordos políticos pela presidência da Câmara – publicada aqui.
O presidente do Samae e o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, o que mais arma, não assinou o tratado que se definiu na própria base a governabilidade e à manutenção da maioria na Câmara. Incrível! E mesmo com esse estrago, Melato, está “intocável”. Ele se posicionou como insubstituível no Samae ou voltando para a Câmara. Também já escrevi sobre isso.
O doutor Pereira é assim. Escreveu, não leu, o pau comeu. No caso da Câmara ele escreveu, não leram e o pau comeu contra ele.
Eu sei o que é isso. E porque não lhe dou tréguas ao governo Kleber naquilo a que ele está obrigado à transparência, o doutor Pereira orquestra vinganças e não é de hoje. Resisto, apesar dos prejuízos que banco e ele me faz. Era assim com o PT, com quem o doutor Pereira está alinhado, estranhamente, nesse negócio para me calar.
O doutor Pereira tem passado nesse assunto com a imprensa. Para salvar a derrota anunciada de Kleber, já impediu a publicação de pesquisas num jornal e silenciou uma rádio daqui por um dia. Não adiantou. Perderam mesmo assim. O jogo era outro e a leitura dele, equivocada.
SAÚDE NA SAÚDE
Agora na listinha do doutor Pereira entrou mais um: o médico Silvio Cleffi, o funcionário público, o vereador do PSC, o que tinha quase tudo na prefeitura, mas achava pouco, o que quebrou acordo na base de apoio de Kleber para ser presidente da Câmara, o que bandeando-se para a dita oposição, retirou-lhe do conforto de ser o melhor secretário da Fazenda e Gestão Administrativa de Gaspar de todos os tempos.
Como lá na secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa onde ainda está e reinava a fonte secou, ou pelo menos vai dar muito trabalho com a Câmara hostil, sobrou a Saúde e por dois aspectos.
Se o governo do MDB do doutor Pereira e do prefeito Kleber não arrumar essa área, pode enfiar a viola no saco, pois a reeleição, como no caso de Adilson Luis Schmitt, MDB (e por outros aspectos inclusive vem da perseguição que o próprio partido moveu contra ele) estará totalmente fora de cogitação. Nem falo do caso de Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, outro do MDB, que nem pode se candidatar, impedido pela Justiça por dúvidas administrativas.
Se virão verbas federais e estaduais, principalmente, ou não para a área de Saúde para tirá-la do sucateamento, é outra questão. É preciso desatar esse nó e que está nas ruas, nas redes sociais e agora, fácil e oportunista, na boca dos políticos da dita oposição. Pegou!
Antes era só aqui. E diziam que era implicação deste colunista. Perderam tempo em me combater na consultoria gratuita que dei ao invés de resolver o que estava torno no próprio governo. O doutor Pereira que tenta me calar e impingir prejuízos, sabe que não pode calar o povo e as redes, os que precisam dos serviços e não os recebem. Eles verdadeiramente, e não eu, dão os votos para sustentá-lo no poder. E do jeito que está, vão faltar votos.
O doutor Pereira não é do ramo da Saúde. Também não era para a Fazenda e a Gestão Administrativa. Além disso, o PT não tem autoridade para reclamar disso. Francisco Hostins Júnior, MDB, advogado, hoje líder de Kleber na Câmara, foi secretário petista da Saúde. E não há reclamação relevante contra ele. Levou o barco. Remou na maré e para a máquina do poder de plantão, mas com uma diferença: havia lideranças fortes a suportá-lo.
A OPOSIÇÃO QUER O PIOR
Com o doutor Pereira o buraco da Saúde, provavelmente, passa ser em outro lugar.
Foram feitas concessões, inclusive ao modelo do PT que transformou o Hospital num sumidouro de recursos públicos. Foram feitas concessões à guilda corporativa de médicos e técnicos da área, onde o médico Sílvio Cleffi como vereador da justa base na Câmara tem muito a ver com esse desastre. Com os olhos no Hospital, foi esquecida a população de baixa renda, a doente, a que se atende no ambulatório, a idosa que precisa de atenção social e psíquica além dos remédios contínuos.
Olhou-se para os ricos que trabalham num hospital que não se sabe quem é o dono; que não se tem controle; que os médicos não cumprem escala e avisos; que repassa a conta das responsabilidades civis dos erros médicos para os gasparenses. Com tudo isso, relegou-se os postinhos de saúde, a policlínica e a farmácia onde está a massa insatisfeita, a que vota e a que faz a diferença na manutenção ou troca de poder.
Sempre escrevi sobre isso. O doutor Pereira sempre disse que eu era uma andorinha que não fazia verão e não sabia o que escrevia.
Com a ida dele para a secretaria da Saúde; depois de tirar uma técnica com ares de humilhação; depois de atender aos reclamos de políticos para ter maioria na Câmara e colocar pau mandando no comando da Saúde; depois de ver a traição de quem interferiu nesse processo, o doutor Pereira, mais uma vez, acaba de lavar a minha alma. Entretanto, está revoltado. E por que? Por eu ter mostrado claramente tudo isso e o caminho da possível salvação. Queria tudo escondido. Ingrato, cima de tudo.
E para finalizar. A dita oposição está vendo fantasmas outra vez neste jogo de cartas trocadas antes do blefe. Teme pelo sucesso do doutor Pereira à frente da Saúde. Para temer, ela deve conhecer desse assunto. E temendo esse sucesso, o médico Silvio Cleffi, o presidente da Câmara, o que quer acumular a secretaria da Saúde, já se antecipou e inventou o tal “Pacto pela Saúde”, “unindo forças por Gaspar” com sete “componentes”. Ou seja, saiu na frente e colocou o novo secretário a reboque na propaganda eleitoral.
Ora, se o doutor Pereira tiver sucesso, quem vai ganhar em primeiro lugar? A comunidade, Gaspar e o mais pobre. O doutor Pereira será reconhecido. Justo! Eu torço para isso, porque sei que os mais fracos estarão minimamente assistidos na saúde pública de Gaspar. E a cidade precisa de gestores capazes e que ao mesmo tempo sejam reconhecidos. É o jogo. E eu aplaudo.
Em segundo lugar, quem vai ganhar com o sucesso do doutor Pereira e soluções na Saúde Pública (não apenas no Hospital) é o prefeito eleito Kleber. E Kleber com o sucesso do doutor Pereira, estará melhor posicionado para a sua reeleição. É isso que a dita oposição teme?
Não me digam que a oposição, como o PT, PDT e outros espertos de ocasião ou ideológicos que gravitam em torno do PT aqui em Gaspar, ou em qualquer lugar do Brasil, torcem pelo caos, a tragédia, a dor e a infelicidade das pessoas, as mais pobres, a idosas, as desempregadas, para terem votos e se estabelecerem no poder com as falsas promessas de soluções? Meu Deus!
Ah, mas o doutor Pereira pode passar a perna em Kleber. E daí. É um problema entre eles se a Saúde pública de Gaspar tomar um rumo minimamente para atender os mais humildes o fato do doutor Pereira passar a per na em Kleber é irrelevante.
E esse negócio de passar a perna, a oposição também conhece muito bem, basta ver como conseguiu a maioria na Câmara. Jogo. Se aproveitar de uma solução que se lança a nova solução, lançando um pacto como se fosse o agente administrativo do Executivo, a oposição se não atrapalhar, se posicionar para tirar uma casquinha. E eu não jogo. Tanto que estou perdendo faz tempo, mas tenho o crédito que os políticos daqui e de Ilhota não possuem. Apenas invejam. Então... Acorda, Gaspar!
AS PROVAS E FOTOS DO ÓCIO
Para que um governo emprega os seus comissionados numa prefeitura como a de Gaspar? Pelas fotos que se propagam nas redes sociais postadas no último final de semana, como Eziquel Hintz, um doublê fiel evangélico, primeiro amigo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, pescador de alto mar, viajante e servidor comissionado na Fundação Municipal de Esportes como “assessor administrativo”, é inchar a máquina e pagá-los com os impostos de todos os gasparenses, impostos que estão faltando em áreas essenciais do dia-a-dia, como a saúde, as creches, obras de manutenção etc.
Em plena sexta-feira de trabalho (ao menos deveria ser assim para qualquer trabalhador), alguns deles, em caravana, foram a Florianópolis segurar faixa de apoio ao "novo" governador do partido do poder de plantão por aqui, Eduardo Pinho Moreira, MDB. Não fizeram isso por que quiseram. No mínimo foram autorizados, se não foram “intimados” a fazê-lo.
Pelo menos neste quesito o partido e os puxa-sacos do prefeito Kleber, mas remunerados pelo povo, foram eficientes, a marca da propaganda oficial do poder de plantão. No mais, um ato e atitudes vergonhosas a participação de comissionados na caravana em pleno dia e horário de serviço. Só falta ter arrumado uma desculpa oficial para se deslocar a Florianópolis para contestar o questionamento. Só falta apresentar despesas para se servir de diárias.
E o presidente do MDB de Gaspar é nada mais, nada menos, do que o advogado Carlos Roberto Pereira. Ele como secretário da Fazenda e Gestão Administrativa que ainda é, tem feito de forma acertada, apontamentos dos privilégios dos servidores efetivos. Mas, pelo que se constata, fecha os olhos para os desatinos dos comissionados, a outra face da mesma moeda? Hum!
Outubro está chegando. Acorda, Gaspar!
Qual a diferença entre o governo do prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, do prefeito de fato Carlos Roberto Pereira, ambos do MDB e do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT? No que toca a transparência, iguais. Escondem o que fazem. A Superintendência de Comunicação é apenas um lugar de emprego para gente que não comunica e faz apenas propaganda com press release.
Ontem eles estavam ontem? Em Brasília. Não se sabe quando foram, quando voltam e o que foram fazer lá. Nada no site oficial da prefeitura. Na rede social de Kleber, o que mostra que é dispensável e economizaria para os gasparenses com o fechamento da superintendência de comunicação, ele diz que foi buscar recursos para implantar na Defesa Civil para tal Cota de Enchente e que os nossos vizinhos já as têm há décadas. Acorda, Gaspar!
Sempre escrevi: Raimundo Colombo, PSD, é prefeito de Lages, vestido de governador do Estado. Ele quer ser senador novamente. Se for prudente à realidade, terá chances de ser um deputado Federal decorativo, como foi sempre a sua vida política, menos como prefeito daquele pequeno município da Serra (se comparado a Joinville, Blumenau, São José, Jaraguá do Sul, Criciúma e Chapecó) que o catapultou como um “exemplo” de administrador público.
Quem lava a minha alma? O colunista Moacir Pereira, no Diário Catarinense, do NSC de Florianópolis. “Antes de se despedir do governo, Raimundo Colombo pretendia liberar mais R$ 20 milhões para a prefeitura de Lages. Já tinha transferido três parcelas: uma de R$ 15 milhões, outra de R$ 3 milhões e mais uma de R$ 5 milhões”.
O novo governador Eduardo Pinho Moreira, MDB suspendeu tudo.
Ainda sobre a secretaria da Saúde de Gaspar. Apareceu na Câmara um requerimento de autoria do vereador oposicionista, Roberto Procópio de Souza, PDT, pedindo ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, "cópia integral do processo licitatório na Modalidade de Inexigibilidade de Licitação nº 91/2017 e ainda empenhos, comprovantes de pagamentos e notas fiscais referentes a aquisição de aspirador cirúrgico".
Três coisas estão estranhas. Primeiro: no Portal da Transparência, onde deveriam estar todas compras, a Licitação 91/2017 é para pneus e câmaras, e em outra modalidade. Segundo: estão fazendo compras que não estão disponíveis no tal portal ou que tenham outra numeração? Terceiro: de negócios na Saúde, o PT que fez a intervenção no Hospital, entende e não daria um tiro na água.
Esta compra sem concorrência no apagar de 2017 custou R$48.400,00. O material foi adquirido na Hospitália Cirurgia Catarinense. São aspiradores cirúrgicos. Segundo se justificou na licitação publicada no Diário Oficial dos Municípios, o que se esconde na internet, foi para “equipar” onze postinhos (Unidade da Estratégia da Família), que as vezes, em alguns deles, nem curativos conseguem fazer.
Fiscalização. Plácido Murilo da Silva, funcionário do Samae. Está cedido à secretaria de Assistência Social. Ela fica no prédio onde está a Câmara de vereadores. Ontem, dia de sessão ele estava no plenário dela, em pleno horário de trabalho. Talvez assistindo o seu cunhado Ciro André Quintino, MDB.
Samae inundado I. Dois exemplos de como a exemplo de outras áreas, esta autarquia se tornou outro alvo de reclamações constantes dos seus clientes. Sim, o Samae é um fornecedor de produtos e prestador de serviços. E cobra caro, mesmo quando não oferta água, por exemplo.
Samae inundado II. O desperdício é a marca registrada da gestão do se diz executivo e agora por isso, é presidente da autarquia, o mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP. Na Rua Pedro Reinert, no Belchior Baixo, um cavalete de um consumidor estourou.
Samae inundado III. O consumidor avisou o Samae às 8h da manhã. Insistiu a tarde. A noite soltou os cachorros. Foi informado de que a equipe tinha passado lá, mas “não havia ninguém em casa”. Impossível. Lá funciona uma facção durante o dia. A noite, foi feito o conserto e com ajuda do morador: ele emprestou uma lixa. Meu Deus!
Samae inundado IV. Outra prova de desperdício (de água tratada, dinheiro e agressão ao meio ambiente) e gestão de crise deficiente, está no vídeo abaixo entre muitos que sempre chegam aqui. Foi ontem na Rua João Barbieri, a que dá acesso à Britagem Barracão, no bairro do mesmo nome. O rompimento aconteceu as 5h da manhã. O Samae foi avisado imediatamente. O conserto só aconteceu às 15h. Isto é gestão eficiente? E segundo testemunhas, o serviço foi mal feito. Acorda, Gaspar!
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