A JOGADA DE ROBERTO PEREIRA PARA SALVAR O GOVERNO KLEBER - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

A JOGADA DE ROBERTO PEREIRA PARA SALVAR O GOVERNO KLEBER - Por Herculano Domício

21/02/2018

O presidente local do MDB e prefeito de fato de Gaspar, o advogado Carlos Roberto Pereira está deixando no papel, repito, apenas no papel - pois lavaria ainda mais a minha alma na concentração do mando de fato no governo do prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, MDB -, a “poderosa” secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa (que eram duas e ele as fundiu – com aval da Câmara - na Reforma Administrativa). Só falta mesmo é ele indicar alguém do ramo, apadrinhado pelo vereador e ex-vice-prefeito de Blumenau, seu cliente.

O doutor Pereira vai assumir definitivamente, onde está provisoriamente, a moribunda secretaria da Saúde. Moribunda, porque permitiu, diga-se, desde logo.

O doutor Pereira, vai deixar quase no início um serviço onde não tinha expertise, para começar outro no qual também não tem domínio técnico ou de gestão do ambiente de Saúde? Em política, tudo é possível, quando se veste o manto do poder ou a tempestade estabelece. E as duas coisas estão juntas nesse caso. E quem paga? O povo com os pesados impostos, apesar da ausência da contra-prestação dos serviços prometidos e a que tem direito.

O doutor Pereira é da escola do presidente da República Michel Temer, ex-presidente nacional do partido que tirou o “P” para ficar mais “limpo”, digamos assim.

Como Temer que viu que a necessária Reforma da Previdência iria afundar pelos atos de chantagem e irresponsabilidade dos políticos, do próprio partido e aliados, troco-a pela intervenção na área de Segurança do Rio de Janeiro. Tudo para não perder o rumo eleitoral.

O doutor Pereira, fez a mesma manobra. Está saindo de um lugar onde está embretado pela Câmara e vai para outro, onde também precisa de muita arrumação e teoricamente, estará mais à vontade, pois dependerá, basicamente, só da gestão e estratégia que empreenderá.

Resumindo: o doutor Pereira vai a um recomeço. O governo de Kleber vai tentar colocar água nesta fogueira de problemas que o consome e o desmancha na propaganda oficial de “gestão eficiente”.

Reconhecer esta necessidade de recomeçar, é um mérito e deve ser aplaudido. E esta “intervenção”, palavra da moda no MDB nacional para o caso do Rio de Janeiro e o estadual com Eduardo Pinho Moreira, depois de sete anos de desastrado governo de Raimundo Colombo, PSD, é necessário, senão a maionese vai desandar de vez. E outubro está aí. Será um teste, apenas para outubro de 2020. E os fantasmas das administrações de Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, e Adilson Luiz Schmitt, estão cada vez mais próximos.


OS FATOS DA REALIDADE

Por que o doutor Pereira deixa uma “super-secretaria”, onde quase tudo se concentra e passa por ela, que ele criou ao seu modelo para só ele se encaixar nela, num desgaste sem tamanho na Câmara e na comunidade com a tal Reforma Administrativa, e dali se catapultar como o melhor gestor que Gaspar já teve?

Porque as fontes de manobras secaram com a perda da maioria na Câmara. Nada mais será como antes: goela abaixo. Mostrei isso em detalhes na coluna de ontem, terça-feira.

O doutor Pereira sabe que a vida dele e da prefeitura vão ser difíceis daqui para frente, mesmo nas boas ideias e ações que tinham ou ainda vão implementar. O doutor Pereira não tem paciência para a negociação. É diferente do exemplo Temer. O doutor Pereira fez pouco para que esse previsível revés na Câmara contra o governo Kleber, onde é o principal articulador, não acontecesse. Ou seja, tem culpa nesse cartório e resultado que o atrapalha mal começando o segundo ano de governo.

O doutor Pereira delegou à solução e a costura política da maioria na Câmara ao prefeito eleito Kleber, ao chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen, PP, e deu tudo errado. Até os aprendizes de políticos e próximos deles, passaram a perna neles, se não quiserem assumirem a pecha de armação dentro do próprio MDB que achava que podia tudo.

Isso está explícito, pelo menos uma vez, naquela fatídica ata de acordos políticos pela presidência da Câmara – publicada aqui.

O presidente do Samae e o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, o que mais arma, não assinou o tratado que se definiu na própria base a governabilidade e à manutenção da maioria na Câmara. Incrível! E mesmo com esse estrago, Melato, está “intocável”. Ele se posicionou como insubstituível no Samae ou voltando para a Câmara. Também já escrevi sobre isso.

O doutor Pereira é assim. Escreveu, não leu, o pau comeu. No caso da Câmara ele escreveu, não leram e o pau comeu contra ele.

Eu sei o que é isso. E porque não lhe dou tréguas ao governo Kleber naquilo a que ele está obrigado à transparência, o doutor Pereira orquestra vinganças e não é de hoje. Resisto, apesar dos prejuízos que banco e ele me faz. Era assim com o PT, com quem o doutor Pereira está alinhado, estranhamente, nesse negócio para me calar.

O doutor Pereira tem passado nesse assunto com a imprensa. Para salvar a derrota anunciada de Kleber, já impediu a publicação de pesquisas num jornal e silenciou uma rádio daqui por um dia. Não adiantou. Perderam mesmo assim. O jogo era outro e a leitura dele, equivocada.


SAÚDE NA SAÚDE

Agora na listinha do doutor Pereira entrou mais um: o médico Silvio Cleffi, o funcionário público, o vereador do PSC, o que tinha quase tudo na prefeitura, mas achava pouco, o que quebrou acordo na base de apoio de Kleber para ser presidente da Câmara, o que bandeando-se para a dita oposição, retirou-lhe do conforto de ser o melhor secretário da Fazenda e Gestão Administrativa de Gaspar de todos os tempos.

Como lá na secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa onde ainda está e reinava a fonte secou, ou pelo menos vai dar muito trabalho com a Câmara hostil, sobrou a Saúde e por dois aspectos.

Se o governo do MDB do doutor Pereira e do prefeito Kleber não arrumar essa área, pode enfiar a viola no saco, pois a reeleição, como no caso de Adilson Luis Schmitt, MDB (e por outros aspectos inclusive vem da perseguição que o próprio partido moveu contra ele) estará totalmente fora de cogitação. Nem falo do caso de Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, outro do MDB, que nem pode se candidatar, impedido pela Justiça por dúvidas administrativas.

Se virão verbas federais e estaduais, principalmente, ou não para a área de Saúde para tirá-la do sucateamento, é outra questão. É preciso desatar esse nó e que está nas ruas, nas redes sociais e agora, fácil e oportunista, na boca dos políticos da dita oposição. Pegou!

Antes era só aqui. E diziam que era implicação deste colunista. Perderam tempo em me combater na consultoria gratuita que dei ao invés de resolver o que estava torno no próprio governo. O doutor Pereira que tenta me calar e impingir prejuízos, sabe que não pode calar o povo e as redes, os que precisam dos serviços e não os recebem. Eles verdadeiramente, e não eu, dão os votos para sustentá-lo no poder. E do jeito que está, vão faltar votos.

O doutor Pereira não é do ramo da Saúde. Também não era para a Fazenda e a Gestão Administrativa. Além disso, o PT não tem autoridade para reclamar disso. Francisco Hostins Júnior, MDB, advogado, hoje líder de Kleber na Câmara, foi secretário petista da Saúde. E não há reclamação relevante contra ele. Levou o barco. Remou na maré e para a máquina do poder de plantão, mas com uma diferença: havia lideranças fortes a suportá-lo.


A OPOSIÇÃO QUER O PIOR

Com o doutor Pereira o buraco da Saúde, provavelmente, passa ser em outro lugar.

Foram feitas concessões, inclusive ao modelo do PT que transformou o Hospital num sumidouro de recursos públicos. Foram feitas concessões à guilda corporativa de médicos e técnicos da área, onde o médico Sílvio Cleffi como vereador da justa base na Câmara tem muito a ver com esse desastre. Com os olhos no Hospital, foi esquecida a população de baixa renda, a doente, a que se atende no ambulatório, a idosa que precisa de atenção social e psíquica além dos remédios contínuos.

Olhou-se para os ricos que trabalham num hospital que não se sabe quem é o dono; que não se tem controle; que os médicos não cumprem escala e avisos; que repassa a conta das responsabilidades civis dos erros médicos para os gasparenses. Com tudo isso, relegou-se os postinhos de saúde, a policlínica e a farmácia onde está a massa insatisfeita, a que vota e a que faz a diferença na manutenção ou troca de poder.

Sempre escrevi sobre isso. O doutor Pereira sempre disse que eu era uma andorinha que não fazia verão e não sabia o que escrevia.

Com a ida dele para a secretaria da Saúde; depois de tirar uma técnica com ares de humilhação; depois de atender aos reclamos de políticos para ter maioria na Câmara e colocar pau mandando no comando da Saúde; depois de ver a traição de quem interferiu nesse processo, o doutor Pereira, mais uma vez, acaba de lavar a minha alma. Entretanto, está revoltado. E por que? Por eu ter mostrado claramente tudo isso e o caminho da possível salvação. Queria tudo escondido. Ingrato, cima de tudo.

E para finalizar. A dita oposição está vendo fantasmas outra vez neste jogo de cartas trocadas antes do blefe. Teme pelo sucesso do doutor Pereira à frente da Saúde. Para temer, ela deve conhecer desse assunto. E temendo esse sucesso, o médico Silvio Cleffi, o presidente da Câmara, o que quer acumular a secretaria da Saúde, já se antecipou e inventou o tal “Pacto pela Saúde”, “unindo forças por Gaspar” com sete “componentes”. Ou seja, saiu na frente e colocou o novo secretário a reboque na propaganda eleitoral.

Ora, se o doutor Pereira tiver sucesso, quem vai ganhar em primeiro lugar? A comunidade, Gaspar e o mais pobre. O doutor Pereira será reconhecido. Justo! Eu torço para isso, porque sei que os mais fracos estarão minimamente assistidos na saúde pública de Gaspar. E a cidade precisa de gestores capazes e que ao mesmo tempo sejam reconhecidos. É o jogo. E eu aplaudo.

Em segundo lugar, quem vai ganhar com o sucesso do doutor Pereira e soluções na Saúde Pública (não apenas no Hospital) é o prefeito eleito Kleber. E Kleber com o sucesso do doutor Pereira, estará melhor posicionado para a sua reeleição. É isso que a dita oposição teme?

Não me digam que a oposição, como o PT, PDT e outros espertos de ocasião ou ideológicos que gravitam em torno do PT aqui em Gaspar, ou em qualquer lugar do Brasil, torcem pelo caos, a tragédia, a dor e a infelicidade das pessoas, as mais pobres, a idosas, as desempregadas, para terem votos e se estabelecerem no poder com as falsas promessas de soluções? Meu Deus!

Ah, mas o doutor Pereira pode passar a perna em Kleber. E daí. É um problema entre eles se a Saúde pública de Gaspar tomar um rumo minimamente para atender os mais humildes o fato do doutor Pereira passar a per na em Kleber é irrelevante.

E esse negócio de passar a perna, a oposição também conhece muito bem, basta ver como conseguiu a maioria na Câmara. Jogo. Se aproveitar de uma solução que se lança a nova solução, lançando um pacto como se fosse o agente administrativo do Executivo, a oposição se não atrapalhar, se posicionar para tirar uma casquinha. E eu não jogo. Tanto que estou perdendo faz tempo, mas tenho o crédito que os políticos daqui e de Ilhota não possuem. Apenas invejam. Então... Acorda, Gaspar!

AS PROVAS E FOTOS DO ÓCIO

Para que um governo emprega os seus comissionados numa prefeitura como a de Gaspar? Pelas fotos que se propagam nas redes sociais postadas no último final de semana, como Eziquel Hintz, um doublê fiel evangélico, primeiro amigo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, pescador de alto mar, viajante e servidor comissionado na Fundação Municipal de Esportes como “assessor administrativo”, é inchar a máquina e pagá-los com os impostos de todos os gasparenses, impostos que estão faltando em áreas essenciais do dia-a-dia, como a saúde, as creches, obras de manutenção etc.

Em plena sexta-feira de trabalho (ao menos deveria ser assim para qualquer trabalhador), alguns deles, em caravana, foram a Florianópolis segurar faixa de apoio ao "novo" governador do partido do poder de plantão por aqui, Eduardo Pinho Moreira, MDB. Não fizeram isso por que quiseram. No mínimo foram autorizados, se não foram “intimados” a fazê-lo.

Pelo menos neste quesito o partido e os puxa-sacos do prefeito Kleber, mas remunerados pelo povo, foram eficientes, a marca da propaganda oficial do poder de plantão. No mais, um ato e atitudes vergonhosas a participação de comissionados na caravana em pleno dia e horário de serviço. Só falta ter arrumado uma desculpa oficial para se deslocar a Florianópolis para contestar o questionamento. Só falta apresentar despesas para se servir de diárias.

E o presidente do MDB de Gaspar é nada mais, nada menos, do que o advogado Carlos Roberto Pereira. Ele como secretário da Fazenda e Gestão Administrativa que ainda é, tem feito de forma acertada, apontamentos dos privilégios dos servidores efetivos. Mas, pelo que se constata, fecha os olhos para os desatinos dos comissionados, a outra face da mesma moeda? Hum!

Outubro está chegando. Acorda, Gaspar!


TRAPICHE

Qual a diferença entre o governo do prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, do prefeito de fato Carlos Roberto Pereira, ambos do MDB e do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT? No que toca a transparência, iguais. Escondem o que fazem. A Superintendência de Comunicação é apenas um lugar de emprego para gente que não comunica e faz apenas propaganda com press release.

Ontem eles estavam ontem? Em Brasília. Não se sabe quando foram, quando voltam e o que foram fazer lá. Nada no site oficial da prefeitura. Na rede social de Kleber, o que mostra que é dispensável e economizaria para os gasparenses com o fechamento da superintendência de comunicação, ele diz que foi buscar recursos para implantar na Defesa Civil para tal Cota de Enchente e que os nossos vizinhos já as têm há décadas. Acorda, Gaspar!

Sempre escrevi: Raimundo Colombo, PSD, é prefeito de Lages, vestido de governador do Estado. Ele quer ser senador novamente. Se for prudente à realidade, terá chances de ser um deputado Federal decorativo, como foi sempre a sua vida política, menos como prefeito daquele pequeno município da Serra (se comparado a Joinville, Blumenau, São José, Jaraguá do Sul, Criciúma e Chapecó) que o catapultou como um “exemplo” de administrador público.

Quem lava a minha alma? O colunista Moacir Pereira, no Diário Catarinense, do NSC de Florianópolis. “Antes de se despedir do governo, Raimundo Colombo pretendia liberar mais R$ 20 milhões para a prefeitura de Lages. Já tinha transferido três parcelas: uma de R$ 15 milhões, outra de R$ 3 milhões e mais uma de R$ 5 milhões”.

O novo governador Eduardo Pinho Moreira, MDB suspendeu tudo.

Ainda sobre a secretaria da Saúde de Gaspar. Apareceu na Câmara um requerimento de autoria do vereador oposicionista, Roberto Procópio de Souza, PDT, pedindo ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, "cópia integral do processo licitatório na Modalidade de Inexigibilidade de Licitação nº 91/2017 e ainda empenhos, comprovantes de pagamentos e notas fiscais referentes a aquisição de aspirador cirúrgico".

Três coisas estão estranhas. Primeiro: no Portal da Transparência, onde deveriam estar todas compras, a Licitação 91/2017 é para pneus e câmaras, e em outra modalidade. Segundo: estão fazendo compras que não estão disponíveis no tal portal ou que tenham outra numeração? Terceiro: de negócios na Saúde, o PT que fez a intervenção no Hospital, entende e não daria um tiro na água.

Esta compra sem concorrência no apagar de 2017 custou R$48.400,00. O material foi adquirido na Hospitália Cirurgia Catarinense. São aspiradores cirúrgicos. Segundo se justificou na licitação publicada no Diário Oficial dos Municípios, o que se esconde na internet, foi para “equipar” onze postinhos (Unidade da Estratégia da Família), que as vezes, em alguns deles, nem curativos conseguem fazer.

Fiscalização. Plácido Murilo da Silva, funcionário do Samae. Está cedido à secretaria de Assistência Social. Ela fica no prédio onde está a Câmara de vereadores. Ontem, dia de sessão ele estava no plenário dela, em pleno horário de trabalho. Talvez assistindo o seu cunhado Ciro André Quintino, MDB.

Samae inundado I. Dois exemplos de como a exemplo de outras áreas, esta autarquia se tornou outro alvo de reclamações constantes dos seus clientes. Sim, o Samae é um fornecedor de produtos e prestador de serviços. E cobra caro, mesmo quando não oferta água, por exemplo.

Samae inundado II. O desperdício é a marca registrada da gestão do se diz executivo e agora por isso, é presidente da autarquia, o mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP. Na Rua Pedro Reinert, no Belchior Baixo, um cavalete de um consumidor estourou.

Samae inundado III. O consumidor avisou o Samae às 8h da manhã. Insistiu a tarde. A noite soltou os cachorros. Foi informado de que a equipe tinha passado lá, mas “não havia ninguém em casa”. Impossível. Lá funciona uma facção durante o dia. A noite, foi feito o conserto e com ajuda do morador: ele emprestou uma lixa. Meu Deus!

Samae inundado IV. Outra prova de desperdício (de água tratada, dinheiro e agressão ao meio ambiente) e gestão de crise deficiente, está no vídeo abaixo entre muitos que sempre chegam aqui. Foi ontem na Rua João Barbieri, a que dá acesso à Britagem Barracão, no bairro do mesmo nome. O rompimento aconteceu as 5h da manhã. O Samae foi avisado imediatamente. O conserto só aconteceu às 15h. Isto é gestão eficiente? E segundo testemunhas, o serviço foi mal feito. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1839 - Quarta-feira

Comentários

Herculano
22/02/2018 17:16
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA, EXCLUSIVA PARA OS LEITORES, LEITORAS E ASSINANTES DA EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO E DE MAIOR CIRCULAÇÃO EM GASPAR E ILHOTA
Periquito Australiano
22/02/2018 16:42
Herculano;

O PRAGMATISTA PETISTA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo


Para presos rebelde existe a solitária.
Vai nessa, maishonesto.
Mariazinha Beata
22/02/2018 16:29
Seu Herculano;

Na foto, a esquerda, a galega do meio (no primeiro plano) deve ser a Mariluci que foi disfarçada sem óculos e sem maquiagem.
A do canto direito onde aparece um quarto na foto, deve ser a boneca do ventríloquo Celso de Oliveira. O Coroné Wando na foto, penso que daria um bom ator no filme de Mazzaropi.
Aquele no primeiro plano tem cara de padre vermelho. E o Dr. Pererinha achei meio pançudo para falar de saúde.
Pode mandar mais foto que sou peca.
Bye, bye!
Sujiru Fuji
22/02/2018 16:13
Oi, Herculano

Da série, perguntar não ofende:
A rampa do bombachinha Anhanha é para refrescar as guampas dos boi de botas gasparense?
Maria de Fátima Albino
22/02/2018 16:10
Olá, Herculano

Pela proeminente barriguinha, Dr. Paulo Pereira mostra ser sedentário.
Sidnei Luis Reinert
22/02/2018 13:59

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
O inaceitável e imperdoável Golpe contra a Anistia


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Toda vez que expõe uma verdade incontestável, um dos mais importantes pensadores militares do Brasil, o General de Divisão na reserva Luiz Eduardo da Rocha Paiva sofre uma censura na publicação de seus irretocáveis artigos. Não foi diferente com um texto com o título: "Insegurança Política e Irresponsabilidade Jurídica" ?" que este Alerta Total publicou, imediatamente, assim que soube do ataque covarde de um jornalzinho decadente à liberdade de expressão e opinião.

O estrategista Rocha Paiva adverte: O Supremo Tribunal Federal será um veículo de insegurança jurídica, se voltar a julgar questões já decididas, cedendo à pressão de grupos ideológicos socialistas revanchistas, cujas ações fraturaram a coesão nacional. O militar adverte que será irresponsabilidade política com risco à paz social mexer na Lei de Anistia de 1979. Imperdoável é o cinismo de uma esquerda que milita e consegue dominar, de modo ilegítimo, os aparelhos repressivos estatais.

Rocha Paiva ressalta, com toda propriedade, que a Anistia é um instrumento político de pacificação e não jurídico, extinguindo o crime e a punibilidade sobre o que ocorreu entre 1961-1988. O General também frisa que a Anistia brasileira não foi unilateral como a esquerda-sinistra ilude a sociedade, mas sim ampla, geral e irrestrita, com negociação aberta entre governo, oposição e sociedade civil.

O Brasil está prestes a parir mais um plano de pacificação. Ainda bem que todo processo de gestação tem um fim. O nosso parece bem próximo. Estamos na fase de um complicado parto ?" provavelmente com dor. Até porque não se faz omelete sem quebrar o ovo. Aliás, o nosso apodreceu. A grande novidade, desta vez, é a certeza de que o sacrifício eventual será infinitamente menor e menos grave que os presentes efeitos da ditadura criminosa, uma Democradura da Barbárie.

A Intervenção Federal na (in) Segurança Pública do Rio de Janeiro será um marco para a mudança. É hora da limpeza. Uma intervenção institucional cirúrgica é imprescindível. Não dá mais para estudar, trabalhar, fazer negócios e sobreviver em um País que parece um grande hospício presidiário a céu aberto.

Os bandidos perderão a hegemonia? Sim, a chance é enorme! O mal passou dos limites e encheu o saco. Agora vai tomar muita porrada, da população e do aparelho repressivo, além de enfrentar algum juízo final. Basta! O botão "phodda-se" está apertado com força. Novamente, os militares darão sua contribuição ?" e sacrifício ?" no processo de limpeza. O famoso "Cabo da Faxina" trabalhará como nunca, muito além dos muros dos quartéis,

Com todos os defeitos que lhe possam ser apontados como político e Presidente da República, Michel Temer teve a inegável virtude de quebrar um paradigma ao decretar a Intervenção Federal (setorial) no Rio de Janeiro. Como se fora um milagre inesperado, Temer conquistou até o apoio do Grupo Globo ?" que sempre faz tudo que pode para sacanear os militares, fazendo Roberto Marinho dar milhões de voltas no túmulo.

A Intervenção no Rio de Janeiro ?" que servirá de laboratório para outras intervenções muito em breve ?" merece o apoio amplo, geral e irrestrito de todos que não agüentam mais o domínio criminoso (seja das facções, seja dos políticos e seja de outros "patrões" menos ou mais votados). Só a esquerdalha desqualificada e irresponsável aposta o que pode no fracasso das Forças Armadas.

As pessoas de bem e do bem torcem para o sucesso dos militares. O negócio não será fácil, já que o Crime não é setorial, mas sim organizado a partir da máquina estatal. Além disso, além de policial-repressivo, o problema também é cultural (psicossocial). A bandidagem tem o apoio explícito ou velado de expressiva parcela da população carente ?" a mesma que é facilmente seduzida e apóia o cínico discurso populista de esquerda.

As Forças Armadas têm a oportunidade histórica inédita de utilizar instrumentos democráticos no mais duro e legítimo combate ao Crime Institucionalizado. Os Generais sabem que a guerra de agora não é uma mera repressão contra facções bárbaras das "comunidades" carentes e violentas. O bom combate é contra os "patrões" deles em acima de tudo, contra a "ideologia criminosa". Resumindo: a verdadeira batalha é simbólica.

Apesar de todos os riscos operacionais, nunca foi tão grande a chance estratégica e tática de vitória. É por isso que fica fácil perceber o desespero da esquerdalha conivente com a bandidagem. Quem faz parceria com criminosos em troca de votos merece assistir à maior derrota nunca antes vista na História desse País...

Por isso, a sinistra tenta usar seus fantoches no aparelho repressivo estatal para tachar os militares de "ditadores", manobrando para o inaceitável e imperdoável golpe de "revisão" da Lei de Anistia. Se os 11 ministros do STF forem coniventes com isto, ficarão do lado do Crime, e não a favor do cidadão honesto e da maioria da sociedade.

O momento é de otimismo. Ainda parece precipitado comemorar: "Bandidos, Nunca mais". No entanto, a guerra à bandidagem será profissional, inclusive com o emprego do legítimo e originário poder de polícia dos militares ?" a força constituinte de qualquer Nação, sob regime democrático ou sob regime autoritário/totalitário.

Que vençam as Forças Armadas! A vitória será de cada cidadão brasileiro que não tolera mais ser escravizado pelos "patrões" do Crime Institucionalizado que é operado de fora para dentro do Brasil, para manter a Nação subdesenvolvida. A temperatura vai subir ainda mais na saída do inferno. A Verdade nos libertará...
Herculano
22/02/2018 10:30
A OIT E A REFORMA TRABALHISTA, por José Pastore e Dagoberto L. Godoy, s]ao professores da USP, advogados e foram representantes na OIT, para o jornal O Estado de S. Paulo

Provocados por uma denúncia da CUT, um comitê de técnicos apresentou duas críticas à reforma

Provocados por uma denúncia da CUT, um comitê de técnicos nomeados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), sem poder deliberativo, apresentou duas críticas à reforma trabalhista do Brasil no Report of the Committee of Experts on the Application of Conventions and Recommendations, 2018.

1. O Comitê entendeu que a prevalência do negociado sobre o legislado, consagrada pela Lei 13.467/2017, é contrária ao objetivo de promover negociações coletivas livres e voluntárias, constante da Convenção 98 da OIT. Essa crítica demonstra um total desconhecimento da realidade brasileira. A nova lei reafirmou como inegociáveis 30 direitos garantidos pela Constituição e abriu a possibilidade de se negociar livremente 15 direitos, determinando que o negociado seja respeitado pela Justiça do Trabalho. Trata-se, portanto, de uma inegável valorização da negociação coletiva, como querem a citada Convenção e o artigo 7.º, XXVI da Constituição Federal do Brasil.

2. Outra crítica foi que o Brasil violou as Convenções 98 (de novo) e 154, que teriam por princípio admitir a negociação coletiva tão somente para estabelecer condições mais favoráveis do que as leis. Neste ponto, não há equívoco, e sim um erro de leitura, porque nenhum dos artigos daquelas Convenções estabelece a exigência aludida. Mesmo porque a expressão "mais favoráveis" é de entendimento vago e subjetivo, pois os trabalhadores podem preferir, por exemplo, trocar o pagamento da hora in itinere por um aumento de salário (o que, aliás, tem sido feito no Brasil, de forma legal, e com o respaldo até mesmo do Supremo Tribunal Federal).

Enfim, os técnicos daquele Comitê não perceberam o importante passo que o Brasil deu para o fortalecimento da negociação coletiva, ao instalar um regime que contempla empregados e empregadores com proteção e liberdade. Ou seja, eles continuam com a proteção da Constituição e da CLT e ganharam a liberdade de negociar, a seu próprio juízo, 15 direitos antes inegociáveis. Por exemplo, os que quiserem podem negociar um horário de refeições de 30 ou 40 minutos ?" diferentemente do que estabelece a CLT (60 minutos), enquanto permanecem, para os que não quiserem, os 60 minutos garantidos por lei. É a proteção com liberdade.

Nesse sentido, a reforma trabalhista do Brasil se assemelha à da França, realizada em 2016-17: naquele país, a lei continua fixando em 35 horas a jornada semanal. Mas, se as partes quiserem trabalhar 40 ou 42 horas, basta negociarem o valor da hora extra; se não quiserem, continuará valendo a jornada de 35 horas.

É preciso esclarecer que o referido Report expressa tão somente a opinião pessoal dos técnicos que o assinam e não a da Organização Internacional do Trabalho e nem mesmo a da Comissão de Aplicação de Normas da OIT, órgão, este sim, dotado de poderes para deliberar e levar propostas ao Plenário da Conferência Internacional do Trabalho. Acreditamos que esta comissão, por seus conhecimentos e imparcialidade, terá o devido cuidado e evitará incorrer no erro de mal interpretar a reforma trabalhista do Brasil. Mesmo porque, como todo organismo internacional, a OIT está obrigada a respeitar a soberania dos Estados-membros e os seus diplomas legais, sempre que cunhados democraticamente, tal como ocorreu com a Lei 13.467/2017, discutida em dezenas de audiências tripartites, aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, e sancionada pelo presidente da República, nos termos da Constituição Federal.
Herculano
22/02/2018 10:25
REBELIÃO SINDICAL CONTRA A REFORMA, editorial do jornal O Globo

A resistência à modernização das relações de trabalho leva sindicatos a desrespeitarem o Congresso e a agirem como se o imposto sindical ainda existisse

O momento por que o país passa, com necessidade de ajustes nos gastos públicos, apresenta vários exemplos de como grupos de privilegiados na sociedade, dentro e fora do Estado, reagem com vigor ao risco de perdas necessárias à estabilização da economia e à modernização do sistema produtivo.

A reforma da Previdência é caso evidente, pelo tamanho e características do problema, bem como pelas resistências corporativistas. O sistema como um todo precisa ser atualizado para uma nova realidade demográfica, de crescente parcela de idosos, com expectativa de vida em ascensão ?" uma boa notícia ?", sem que o fluxo de entrada de jovens no mercado de trabalho, novos contribuintes do INSS, financie o aumento dos gastos com aposentadorias e benefícios. Resultado, déficits.

Há, ainda, a enorme disparidade entre a aposentadoria do assalariado do setor privado e do servidor público, em favor deste, injustiça que grupos organizados do funcionalismo não admitem que seja eliminada. É o que está à espera do novo presidente.

No âmbito das relações trabalhistas, a resistência de castas é mais grave, porque sindicatos driblam a reforma no que se refere à extinção do imposto sindical, uma excrescência, substituído por contribuições espontâneas. Os dirigentes sindicais cometem uma ilegalidade.

Sancionada a reforma em julho, desde então chegou formalmente ao fim a tunga daquele imposto, equivalente, por ano, a um dia de trabalho, fosse a pessoa sindicalizada ou não.

Era um dinheiro fácil ?" em 2016, R$ 2,9 bilhões ?", gasto sem qualquer controle, um convite à roubalheira. E casos de desvios já foram relatados pelo jornalismo profissional.

Quando surgiu no sindicalismo e na política, no final da década de 70, o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva combatia essa ordem varguista: era contra o imposto sindical e o monopólio regional. Ou seja, a impossibilidade de haver dois sindicatos por base. Eleito presidente, mudou de ideia e ainda reservou milhões do imposto para as centrais (CUT, Força Sindical etc.).

A reforma ?" como desejava o Lula dos anos 1970 ?" força o sindicato a prestar bons serviços aos filiados, para que eles aceitem contribuir. Os sindicatos precisam ter de fato representatividade.

Mas, em vez disso, como revelou reportagem do GLOBO, têm realizado assembleias de quórum desconhecido e aprovado "contribuições" que, em alguns casos, chegam a ser mais elevadas que o extinto imposto sindical. Na representação dos metalúrgicos de São Paulo, por exemplo, ela corresponde a 3,5 dias de trabalho, mais que o triplo do imposto.

É nisto que deu este aparato corporativista monstruoso instituído no getulismo da ditadura do Estado Novo, com pedigree fascista. Sindicatos de trabalhadores e patronais estão ligados ao Estado, eterno tutor, e têm até Justiça própria.

Os interesses criados por esta máquina são tão fortes e autônomos que sequer obedecem ao Congresso, como demonstra esta resistência inconcebível a seguir as novas regras trabalhistas. O Ministério Público e a Justiça precisam agir.
Herculano
22/02/2018 10:23
O PRAGMATISTA PETISTA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Lideranças petistas dão sinais de que caminham para a "terceira fase" de uma espécie de luto político que se abateu sobre o partido: a negociação

Passado quase um mês da acachapante condenação de Lula da Silva em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, as lideranças petistas dão sinais de que caminham para a "terceira fase" de uma espécie de luto político que se abateu sobre o partido: a negociação.

Certo de que a defesa de uma eventual candidatura do chefão petista à Presidência da República este ano não se presta mais do que a manter acesa a chama da militância, um grupo restrito formado por parlamentares, dirigentes partidários e líderes de movimentos sociais já discute um plano de ação para o caso da prisão de Lula da Silva, que pode se concretizar tão logo sejam julgados os embargos de declaração oferecidos por sua defesa ao TRF-4. Estima-se que este julgamento ocorra em março.

Se na superfície prossegue a cantilena do lawfare ?" a suposta perseguição política por meio de instrumentos jurídicos ?" com o objetivo de tirar o "grande líder popular" da disputa eleitoral por "interesses das elites", nos bastidores os próceres petistas já dão como certa a ausência da foto de seu líder nas urnas em outubro e tratam de tocar a vida.

No plano de ação que se discute no bunker petista estão previstas as estratégias eleitorais a serem adotadas no momento em que for confirmada a inelegibilidade de Lula: a convocação de manifestações de rua em seu favor ?" há quem defenda até a montagem de um misto de acampamento e barricada em frente à residência do ex-presidente em São Bernardo do Campo ?" e uma batalha de comunicação na internet.

O planejamento não se restringe ao caso da inelegibilidade, um fato consumado à luz da Lei da Ficha Limpa. As lideranças petistas já trabalham com a possibilidade de prisão de Lula, como demonstra o passo a passo a ser adotado logo após a sua eventual decretação, tratado à boca pequena entre os colaboradores mais próximos.

De acordo com um desses colaboradores, ouvido pelo Estado, Lula não deverá ser um "preso dócil". Uma vez encarcerado, "vai dar trabalho" para seus carcereiros. Caso decida se comportar assim no cumprimento de uma pena imposta ao fim de um processo no qual lhe foram asseguradas todas as garantias de defesa, resta esperar que sejam cumpridas as determinações da Lei de Execução Penal para os casos de apenados que se "rebelam" na cadeia. Mas é grande a probabilidade de isso não passar de mais um aceno para a militância.

Petistas propõem a espetacularização de uma eventual prisão de Lula sugerindo que o ex-presidente faça uma greve de fome na cadeia, hipótese que ele já descartou. Outros propõem que sejam organizadas "caravanas" diárias para visitar o preso e, assim, propagar suas mensagens para fora da cadeia. Lula, o evangelista.

Fato é que todas essas ações demonstram que, aos poucos, os petistas começam a se movimentar para além das questões que envolvem o seu líder máximo, agora um condenado pela Justiça. Lula da Silva passou a ser um ativo tóxico do PT, a ponto de comprometer seriamente o desempenho do partido nas eleições de 2018, ao contrário do que possa ser dito publicamente.

Não por acaso, aliados do ex-presidente no Nordeste ?" região onde Lula da Silva tem seus maiores índices de apoio ?" já ameaçam rever alianças políticas que foram acordadas com o petista antes de sua condenação pelo TRF-4. Aliás, tal comportamento também diz muito sobre estes "aliados", entre eles os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Eunício Oliveira (MDB-CE) e Armando Monteiro (PTB-PE). Para evitar a debandada, o próprio Lula tem procurado essa turma para negociar a manutenção das alianças mesmo que ele não seja o candidato do PT.

Poucas são as chances de os acordos prevalecerem porque o que move aqueles caciques são os interesses paroquiais que, ao mesmo tempo que os mantêm no poder há décadas, mantêm a região no atraso. Neste contexto, até um político popular como Lula se torna prescindível quando passa a ser um obstáculo. Em certa medida, é a mesma reflexão que passa a rondar o PT.
Herculano
22/02/2018 10:21
MANDADO COLETIVO, UMA FALSA POLÊMICA, por Raul Jungmann, ministro da Defesa, no jornal O Globo


Tome-se por hipótese que uma investigação policial identificou em determinado prédio residencial o cativeiro em que sequestradores mantêm reféns. A polícia, no entanto, não sabe em que apartamento estão o bandido e suas vítimas. Pede, então, ao juiz um mandado que lhe permita vistoriar todo o prédio para localizar o esconderijo e salvar vidas.

Esse é o fundamento de um mandado coletivo de busca e apreensão, que tanta celeuma causa há dias, apesar de ser utilizado desde 2012, ainda que não tenha produzido jurisprudência específica. O recurso pode ser essencial em algumas circunstâncias para a conclusão de um trabalho de inteligência e investigação, depende de concessão judicial e não constitui regra, mas exceção. Não obstante, é alvo de questionamentos que o condenam por antecipação, na suposição de que será utilizado ao bel-prazer da autoridade policial, quando e onde bem entender.

Antes de mais nada, é preciso enfrentar a hipocrisia intelectual que, à semelhança dos traficantes nas favelas, coloca os inocentes como escudo de suas teses para aparentemente defendê-los (sem mandato para tal) de um instrumento que os favorece e que só pode ser utilizado com autorização judicial, caso a caso. Valem-se da topografia carioca, de morros e asfalto, para condenar os mandados em comunidades cuja característica é de habitação geminada, comumente utilizada pelos traficantes ?" não raro à força ?" para esconder seus arsenais de armas e drogas, dificultando a ação da polícia.

Outros argumentam que a intervenção federal, pelo fato de ser exercida por um general, ameaça os direitos humanos e, mesmo, as vidas de inocentes, pobres e oprimidos em ambiente em que só o traficante é livre.

Como se a intervenção já não configure uma reação máxima do governo federal a um cenário de violência fora de controle, em que milhares de inocentes morrem ?" agora até mesmo no útero, agravando estatísticas maiores que as de guerras em curso no mundo.

E como se os milhões de habitantes que vivem em comunidades sob o controle do tráfico não estejam espoliados nos seus direitos constitucionais mais elementares, entre os quais o de ir e vir e o de votar livremente.

A intervenção veio resgatar a ordem democrática, e sua decretação cumpriu os preceitos constitucionais que a regem ?" e dentro deles se manterá.

Foi uma decisão político-administrativa, amplamente aprovada pelo Congresso Nacional e restrita ao aparelho de segurança estadual.

Sabe-se que o Rio não centraliza as preocupações apenas por suas estatísticas de violência, mas pela dominação de territórios pelo crime que faz vigorar suas próprias "Constituições", inclusive determinando quais candidatos podem ali fazer suas campanhas.

Tem-se aí um Estado paralelo com representação parlamentar e, portanto, com prerrogativa para indicações políticas na estrutura pública, porta de passagem da criminalidade para o Estado.

Entre outros objetivos, a intervenção visa a romper as cadeias de transmissão entre áreas do setor público com o crime organizado, sendo o mandado judicial um entre tantos instrumentos legais para legitimar as ações policiais em qualquer área ?" e não só nas comunidades mais pobres.

Tratar instrumento judicial como demofobia, para além da rima, pode soar uma demagogia que nos aprisiona em uma falsa polêmica.
Miguel José Teixeira
22/02/2018 08:50
Senhores,

Na mídia:

"Fome na Venezuela está criando uma geração de crianças desnutridas"

Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2018/02/22/a-fome-se-propaga-na-venezuela.htm?cmpid=copiaecola

Viva o bolivarianismo!
Viva os vermelhoides esquerdopatas tupiniquins!
Viva os simpatizantes de ícones do retrocesso!

Em 2018, não perca a peleja: não reeleja!!!
Herculano
22/02/2018 05:50
QUAL O PÚBLICO PARA MENTIRA NAS REDES, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

QUASE 60% dos brasileiros com mais de 18 anos usam a internet para trocar mensagens de texto, voz ou vídeos. Ou seja, 60% do eleitorado pode conversar sobre a eleição nessa mistura de praça pública e correio virtuais cheia de vírus.

Pode também fazer propaganda de injúria, calúnia, difamação ou outras mentiras, ditas "fake news". No total, 63% dos maiores de 18 usam a internet.

É o que se pode depreender de números divulgados nesta quarta-feira (21) pelo IBGE, com dados da Pnad Contínua referentes a 2016. Haverá um tico mais de gente conectada até a eleição.

O dado tem algum interesse político, claro, embora genérico. Além de ler e propagar besteira, falsidades ou crimes contra a imagem nas redes insociáveis, muita gente faz corrente particular de calúnias nos serviços de mensagens, em tese indetectáveis pela polícia e pela Justiça. Em tese, embora seja difícil mesmo pegar organizações criminosas de difusão de informação criminosa em redes sociais.

É muita gente? Um terço do eleitorado está fora da conversa virtual ou desconectada por falta de meios. Mas nem todos estarão fora do alcance do tiroteio de mentiras. Por outro lado, não se sabe quase nada do que fazem os outros 60%.

Há pessoas que utilizam meios de informação quaisquer com grande frequência ou intensidade (usuários pesados) e há uso esporádico desses serviços. Há quem não trate de política, há quem seja vacinado contra mentiras etc. Menos ainda se sabe como os candidatos vão montar ou expandir seus serviços de mensagens individuais.

De menos incerto, confirma-se que a incidência de uso da internet aumenta entre os mais bem-postos nas escalas sociais, o que pode ter alguma implicação política. Os mais pobres podem ser mais influenciados por campanhas de TV e cara a cara, se também não forem envolvidos pela nuvem tóxica.

Usa mais a internet quem tem mais anos de escola e emprego melhor (o IBGE não apresentou dados por níveis de renda). Para pessoas com dez anos de escola ou menos (sem ensino médio completo ou menos), 47% usam a rede; entre quem tem ensino médio ou mais, 89% (essa conta é feita com base na população com mais de dez anos).

Quanto mais pobre a região, menor a incidência de usuários. Mesmo entre estudantes, a divisão digital é gritante, além de deprimente. Cerca de 81% dos estudantes usam a internet: 75% na rede pública, mais de 97% nas escolas privadas.

Entendidos em campanha dizem que campanha face a face, de porta em porta, pode ajudar a rebater mentiras eleitorais, o que favorece quem tem meios de difundir cascatas (ou até ideias!) à moda antiga (comício, cabo eleitoral etc.). Pode haver mais vacinas, porém.

Por exemplo, difundir a ideia de que inventar ou repassar calúnia, injúria e difamação pode levar o cidadão responsável à Justiça. Em vez da falação inócua e vaga sobre cidadania da publicidade de outras eleições, os tribunais eleitorais, TSE e TREs, poderiam explicar o crime. Algumas prisões ajudariam também.

Se não vivêssemos nesta selva ainda mais piorada de incivilidade política e lambança institucional, os candidatos poderiam fazer um acordo de propaganda contra a mentira política extrema. Mas isso é assunto para colunas de humor. Uma piada.
Herculano
22/02/2018 05:48
PROFESSOR DO DF GANHA O TRIPLO DA MÉDIA NACIONAL, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Educação consome a maior fatia do orçamento do governo do Distrito Federal, e os vencimentos ficam com a parte do leão: hoje, professores da rede pública recebem salário médio de R$9 mil mensais. Esse valor é o maior do País e representa o triplo da média nacional de R$3.335, atestada pelo Instituto Nacional de Estudos Educacionais (Inep), em 2017. No governo do DF, Educação responde por um terço da folha.

INCOMPARÁVEL
O orçamento global da Secretaria de Educação do Rio Janeiro chega a R$3,9 bilhões, enquanto no DF só a folha salarial da Educação totaliza R$6,9 bilhões. O detalhe é que há 17 milhões de habitantes no Estado do Rio, e menos de 3 milhões em Brasília.

DESIGUALDADE
Os salários da Educação no DF custam mais que todo o orçamento do Amapá (R$ 5,8 bilhões) e o dobro de Roraima (R$ 3,6 bilhões).

QUE PRIORIDADE?
Apesar desses custos espetaculares, o DF não tem sido citado exatamente como uma unidade da Federação que prioriza Educação.

DISCO ARRANHADO
Salário de professor deve ser cada vez melhor, mas ao menos Brasília deixou para trás o "coitadismo" que alimenta a pelegada dos sindicatos.

INTERVENTOR NÃO MEXE NA ESCALA DE FOLGA DA PM
O interventor no Rio de Janeiro, general Braga Netto, não deve mexer num vespeiro que, na opinião de especialistas, resolveria o problema: a escala de folgas da Polícia Militar, que afasta das ruas dois terços da tropa. Os policiais ficam à disposição da PM por 24 horas e folgam 72 horas desde o governo Leonel Brizola. Os especialistas acham melhor dispensar dois terços da tropa e triplicar os vencimentos de quem ficar.

ESPERTEZA ELEITORAL
Brizola criou a escala de folga de 24 por 72 horas para abrir mais vagas (para mais eleitores) pagando menos. Hoje são 46 mil PMs no Estado.

PM BLINDADA
Polícia Militar bem treinada e bem paga ficaria imune aos acenos dos corruptores do crime organizado, afirmam os especialistas.

DIFÍCIL APLICAÇÃO
O general Augusto Heleno defende essa solução, mas a considera de difícil aplicação, até porque poderia gerar graves problemas sociais.

SARNEY DÁ ADEUS
Em carta nesta quarta (21) nas redes sociais do Amapá, o ex-presidente José Sarney comunica que não será candidato ao Senado. Aos 86 anos, segundo pesquisas do MDB local, ele era o favorito.

DEU A LOUCA NO PLANALTO
Em vez de celebrar a saída da ex-ministra Luislinda Valois, Michel Temer a premiou, fazendo dela representante do Brasil em reunião na Suíça. Ela desistiu e ele ficou livre da acusação de improbidade.

EXPERT EM ABSURDOS
Luislinda Valois, a ex-ministra que comparou os vencimentos de R$30 mil a "trabalho escravo", por não receber os R$65 mil que imaginava ter o direito, desistiu da vergonhosa viagem "0800" para a Suíça.

CAMPANHA TRANSFORMA
A campanha eleitoral já começou: o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, chegou em Brasília num voo da Avianca, terça (20) à noite. Apesar disso, não pôs à venda os três jatinhos do seu governo.

QUE TRISTE FIGURA
O megalonanico Celso Amorim, ex-ministro petista, acusa Exército de "partidarização", pelo apoio à intervenção do Rio de Janeiro. Mas não faz restrições à partidarização do Exército pela ditadura venezuelana.

A OUTRA NOTÍCIA
O Ministério do Trabalho deu grande destaque à fiscalização que recuperou R$4,2 bilhões do FGTS. A surpresa, que prova a melhoria da economia, é que as empresas tinham dinheiro para quitar débitos.

TEMPOS DIFERENTES
O ex-ministro Rubens Ricupero, fundador da filosofia "o que é ruim a gente esconde", acha que a pulverização de candidaturas faz lembrar as eleições de 1989. "Estamos saindo de uma recessão de três anos".

VOZES DO ATRASO
Sindicalistas gastam uma fortuna, nas rádios de Brasília, vociferando contra a privatização da Eletrobrás, que "garante energia de Norte a Sul". E também os privilégios que eles temem perder, faltou dizer.

PENSANDO BEM...
...Luislinda desistiu de viajar à Suíça com tudo pago porque, sem ser paga para isso, certamente se sentiria submetida a "trabalho escravo".
Herculano
22/02/2018 05:46
MUDANÇAS DE ATUAÇÃO DA RECEITA AUMENTOU AUTUAÇõES, DIZEM ADVOGADOS, por Ana Cristina Frias, na coluna Mercado, no jornal Folha de S. Paulo

Fatores não mencionados pela Receita Federal contribuíram para o recorde nas autuações em 2017 e são alvo de questionamentos, segundo escritórios de advocacia.

O lançamento de ofícios somou R$ 204,99 bilhões, 68,5% a mais que no ano anterior.

"É preciso notar que só 0,5% do montante total foi pago ou parcelado. Mais de 99% foi contestado e está em litígio, diz Marco Behrndt", sócio do Machado Meyer.

Uma das mudanças na ação do fisco foi o uso maior de multas de 50% quando compensações tributárias são considerada s ilegítimas, algo que aumentou sobretudo no último quadrimestre, diz ele.

A Receita tem sido mais criteriosa para reconhecer créditos dos contribuintes, segundo Gabriela Miziara Jajah, sócia do Siqueira Castro.

"Temos visto um crescimento dos casos em que, quase ao fim dos cinco anos de prazo para se analisar as compensações, o fisco não concorda com as declarações fiscais. Além de exigir o débito, impõe a multa adicional."

Houve também uma alta das chamadas multas majoradas, que chegam a 150% em casos tidos como fraudulentos, diz Carlos Eduardo Orsolon, sócio do Demarest.

"Tivemos um número maior de autos infração desse tipo em casos sem comprovação de fraude, em boa medida apenas porque a origem da ação fiscal foi uma operação da Polícia Federal", afirma.

"Se o contribuinte agiu de boa fé e a Receita discordou, não é fraude. Muitas vezes autuam porque, além de ganhar mais dinheiro, ganham prazo para fazê-lo", diz Vinícius Juca Alves, do TozziniFreire.

ALTA NAS FISCALIZAÇÕES
Principais motivos que levaram ao aumento de autuações em 2017, segundo a Receita Federal

Melhora tecnológica e na capacidade de identificar irregularidades
Foco nos maiores contribuintes
Impacto das operações da Polícia Federal, como Lava Jato e Zelotes

Programas de repatriação e regularização tributária
R$ 204,99 bilhões
foi o valor lançado pela Receita em 2017

R$ 143,3 bilhões
era a projeção, traçada no ano anterior
Herculano
22/02/2018 05:42
COM PAULO PRETO, FAXINA CHEGA AO PORÃO TUCANO, por Josias de Souza

A descoberta de que Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, manteve uma fortuna em contas na Suíça leva a faxina nacional ao recanto mais obscuro do porão do ninho do PSDB ?"um local onde os tucanos são pardos. Não se trata de denúncia vazia. Vem acompanhada de papéis avalizados por autoridades suíças. Também não é coisa exumada de catacumbas remotas. Em junho de 2016, havia o equivalente a R$ 113 milhões em quatro contas. Em fevereiro de 2017, com a Lava Jato a pino, a grana fugiu para as Bahamas.

A encrenca estava trancada no armário das pendências sigilosas do Judiciário de São Paulo. Veio à luz porque a defesa de Paulo Preto empurrou documentos e informações sobre o caso num processo que corre no Supremo Tribunal Federal. Ali, o personagem é investigado como operador de caixas clandestinas do grão-tucano José Serra, a quem a Odebrecht diz ter repassado R$ 23 milhões por baixo da mesa.

Tomado pela petição dos seus advogados, Paulo Preto dança a coreografia do medo. Ele pede: 1) Que o processo que corre na primeira instância de São Paulo suba para a Suprema Corte. Sinal de que o circo pegou fogo; 2) Que as provas enviadas pela Suíça sejam desconsideradas. Sinal de que o telhado da bilheteria do circo é feito de vidro.

Paulo Preto é ex-diretor da Dersa, estatal paulista de rodovias. Nessa poltrona, revelou-se um talentoso negociador de contratos com empreiteiras. Seu martírio traz de volta uma assombração que tirou o sono de parte do tucanato na sucessão de 2010. Na ocasião, Paulo Preto era acusado nos subterrâneos do ninho de ter sumido com R$ 4 milhões do caixa dois do PSDB. Foi levado à vitrine por Dilma Rousseff, num debate presidencial.

Tratado pelos tucanos como leproso, Paulo Preto fez pose de carcará, aquele pássaro que pega, mata e come. Ele borrifou no noticiário um lote de comentários radioativos. Reclamou dos amigos "ingratos". Chamou-os de "incompetentes." Por quê? Ora, "não se deixa um líder ferido na estrada a troco de nada." Esse Paulo Preto de 2010 parecia soar como um delator esperando para acontecer.

Decorridos sete anos, o fantasma reaparece. Num enredo como esse, o melhor que pode suceder à moralidade pública é manter o personagem ardendo nas labaredas da primeira instância paulista. Ali, tudo o que se relaciona com os tucanos costuma caminhar em velocidade de cágado manco. Puxar um processo para o Supremo justamente na hora em que começa a se mover pareceria uma insensatez. Com a palavra Gilmar Mendes, relator da encrenca na Suprema Corte.
Herculano
22/02/2018 05:42
COM PAULO PRETO, FAXINA CHEGA AO PORÃO TUCANO, por Josias de Souza

A descoberta de que Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, manteve uma fortuna em contas na Suíça leva a faxina nacional ao recanto mais obscuro do porão do ninho do PSDB ?"um local onde os tucanos são pardos. Não se trata de denúncia vazia. Vem acompanhada de papéis avalizados por autoridades suíças. Também não é coisa exumada de catacumbas remotas. Em junho de 2016, havia o equivalente a R$ 113 milhões em quatro contas. Em fevereiro de 2017, com a Lava Jato a pino, a grana fugiu para as Bahamas.

A encrenca estava trancada no armário das pendências sigilosas do Judiciário de São Paulo. Veio à luz porque a defesa de Paulo Preto empurrou documentos e informações sobre o caso num processo que corre no Supremo Tribunal Federal. Ali, o personagem é investigado como operador de caixas clandestinas do grão-tucano José Serra, a quem a Odebrecht diz ter repassado R$ 23 milhões por baixo da mesa.

Tomado pela petição dos seus advogados, Paulo Preto dança a coreografia do medo. Ele pede: 1) Que o processo que corre na primeira instância de São Paulo suba para a Suprema Corte. Sinal de que o circo pegou fogo; 2) Que as provas enviadas pela Suíça sejam desconsideradas. Sinal de que o telhado da bilheteria do circo é feito de vidro.

Paulo Preto é ex-diretor da Dersa, estatal paulista de rodovias. Nessa poltrona, revelou-se um talentoso negociador de contratos com empreiteiras. Seu martírio traz de volta uma assombração que tirou o sono de parte do tucanato na sucessão de 2010. Na ocasião, Paulo Preto era acusado nos subterrâneos do ninho de ter sumido com R$ 4 milhões do caixa dois do PSDB. Foi levado à vitrine por Dilma Rousseff, num debate presidencial.

Tratado pelos tucanos como leproso, Paulo Preto fez pose de carcará, aquele pássaro que pega, mata e come. Ele borrifou no noticiário um lote de comentários radioativos. Reclamou dos amigos "ingratos". Chamou-os de "incompetentes." Por quê? Ora, "não se deixa um líder ferido na estrada a troco de nada." Esse Paulo Preto de 2010 parecia soar como um delator esperando para acontecer.

Decorridos sete anos, o fantasma reaparece. Num enredo como esse, o melhor que pode suceder à moralidade pública é manter o personagem ardendo nas labaredas da primeira instância paulista. Ali, tudo o que se relaciona com os tucanos costuma caminhar em velocidade de cágado manco. Puxar um processo para o Supremo justamente na hora em que começa a se mover pareceria uma insensatez. Com a palavra Gilmar Mendes, relator da encrenca na Suprema Corte.
Herculano
22/02/2018 05:36
TECNICISMO QUE TIRA RICOS DA CADEIA NÃO VALE PARA OS POBRES, por Roberto Dias, secretário de redação da área de produção do jornal Folha de S. Paulo

Nem Hércules daria conta de carregar a culpa cabível a Sérgio Cabral pelo que ocorre no Rio.

Pessoas muitas estão perdendo a vida em decorrência do que ele fez no palácio. A caneta é mais perigosa do que a metralhadora. Imaginar que ele "não tinha a intenção de matar" é se enganar: quem desvia centenas de milhões tem noção de onde a corda estoura. O governador sabia a desgraça que construía.

As algemas na transferência para Curitiba foram um erro. Mas quem põe demasiado foco nisso perde a noção de peso relativo das coisas.

Cabral é exemplo claro de que crimes de colarinho-branco devem ser punidos com cadeia, ao contrário do que muita gente defende. Não há outro lugar onde seria justo ele estar.

Pule-se daí para o caso de Wesley Batista, libertado nesta quarta (21). Criminoso confesso, foi solto sob o argumento de que a prisão preventiva não fazia mais sentido. Aguardará fora das grades seu julgamento.

Wesley, como tantos outros corruptos e corruptores, está longe do alcance efetivo de qualquer punição que não seja a cadeia. Nenhuma condenação financeira lhe fará cócegas.

Ele escapou, por ora, graças ao trabalho de dois dos advogados mais caros da praça ?"nas palavras de um deles, foi uma "decisão técnica".

Advogados são o lado ganhador da Lava Jato. Dinheiro fruto de corrupção acaba no bolso de defensores milionários, adoentados por um novo-riquismo que os faz esbanjar vinhos de R$ 9.000 e promover festas em Portugal dizendo que o Brasil é um país "esquisito".

É essa a força motora que tira os ricos da cadeia. O "tecnicismo" que beneficiou Wesley não chega ao outro lado da pirâmide, onde centenas de milhares vivem situação parecida. Se o problema é muita gente para pouco presídio, seria o caso de fazer uma libertação em massa na ordem inversa ao tamanho do dano causado à sociedade. Cabral e Wesley decerto não estariam no começo da fila.
Analu
21/02/2018 20:27
Olá, Herculano

Sobre a pesquisa do Instituto Paraná:

Relembrando os Presidentes-Generais:

Do Presidente Geisel: "Se é a vontade do povo brasileiro, eu promoveria a Abertura Política no Brasil.
Mas chegará um tempo em que o povo terá saudade do Governo Militar. Pois muitos dos que lideram o fim da ditadura não estão visando o bem do povo, mas sim os seus próprios interesses".

Do Presidente Médici para o Presidente Figueiredo: "Em dez anos, eles irão roubar até as prensas da Casa da Moeda; em vinte, irão libertinar a Nação, e em trinta, a Nação saberá o que é viver no comunismo".
Profético! Os militares não são bobos. Muito pelo contrário!
Paty Farias
21/02/2018 19:43
Oi, Herculano

Colei do Blog do Políbio:
O Instituto Paraná Pesquisas acaba de enviar ao editor o resultado da pesquisa que fez para avaliar o sentimento dos brasileiros em relação à intervenção federal no Rio.

A esmagadora maioria dos cidadãos é a favor de uma intervenção federal nas suas próprias cidades.

Eis os números:
67,6% são a favor;
27,6% são contra;
4,8% não souberam dizer ou não opinaram.

Isto mostra que o povo brasileiro está cansado de bandido pelas ruas.
Só o boco moco do Esperidião Babaca Amin junto com os bandidos comunistas é que são contra.
Mas eu tenho paciência para esperar a varredura que Bolsonaro fará nos ratos, faltará toca para todos se esconderem.
Herculano
21/02/2018 17:55
da série: o PT e seus aliados em Gaspar estão com medo de que o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, possa arrumar minimamente a Saúde pública local que está um caos, armada pelo PT. Pelos erros e medo até agora de Kleber, tem-se fundadas dúvidas depois se se embrulhar na armadilha do PT. Veja que esse tipo de quanto pior melhor, é algo dos políticos, mas principalmente do PT, para na lama se saírem melhor.

LULA FAZ À INTERVENÇÃO NO RIO A CRÍTICA BURRA QUE A DIREITA FAZIA AO BOLSA FAMÍLIA. TOMARA QUE TENHA O MESMO EFEITO...., por Reinaldo Azevedo

Como?

Lula afirmou em entrevista a uma rádio que o presidente Michel Temer interveio no Rio para se cacifar para a reeleição? É mesmo? Ainda que assim fosse, cumpriria perguntar: "E daí?

É curioso...

Se alguém decidir fazer uma pesquisa na Internet, não tardará a encontrar a crítica que a direita burra fazia ao programa "Bolsa Família": seria apenas uma máquina para caçar votos.

Sem prejuízo da possibilidade de que fosse - e era: tanto é assim que o PT, nas eleições, fazia terrorismo contra os adversários, afirmando que eles poriam fim ao benefício -. cumpria perguntar: "Eleitoreiro ou não, o programa era ou não necessário?"

E Lula navegava na objeção estúpida com grande desenvoltura, dizendo algo como: "Ah, eles querem acabar com o Bolsa Família porque nunca passaram fome".

Bem, rebato assim a crítica de agora de Lula: ele fala o que fala porque não corre risco nenhum e porque vive cercado de seguranças - dois deles pagos com dinheiro público, privilégio que assiste ex-presidentes. Ele já foi falar com os pobres do Rio?

Parece que o acerto de Temer é mesmo gigantesco. Têm a mesma opinião sobre a intervenção os analistas patologicamente anti-Temer, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.

Uma dica para o Lula: a crítica da direita burra e a crítica burra da direita ao Bolsa Família só ajudaram o PT. Torço para que a crítica da esquerda burra e para que a crítica burra da esquerda ajude, de fato, o governo Temer.

Se puderem fazer um "candidato Temer", tanto melhor.
Despetralhado
21/02/2018 14:40
Herculano;

"...em caravana, foram a Florianópolis segurar faixa de apoio ao 'novo' governador do partido do poder de plantão por aqui, Eduardo Pinho Moreira, MDB."

Quanto mais você se parece com um chimpanzé, mais precisa de líderes extraordinários, machos alfa e outros condutores de rebanho"
Augusto Franco, petista que muito bem daria um bom emedebista.
Erva Doce
21/02/2018 14:13
Oi, Herculano

O Dr. Roberto Pereira deitou falação?
Abriu-se a "torneirinha da asneiras".
Joanim
21/02/2018 14:05
Herculano, o Dr. Pereira foi à Brasília escondido o ex-Prefeito Zuchi também ia escondido.
Porque será?
Acho que deve ser uma maravilha, comparado com o homem casado quando vai pra zona escondido da esposa KKK... resumindo: vai fazer arte!
Pirilampo Sapeca
21/02/2018 13:53
Oi, Herculano

Tem um vereador que colocou duas águias no portão de entrada de uma das suas propriedades.
O ruim disso é que Hitler além de gostar de águia era homossexual.
Herculano
21/02/2018 13:10
O DOUTOR PEREIRA COMEÇOU ENROLANDO

1. O secretário da Saúde nomeado, o advogado Carlos Roberto Pereira, ainda na secretaria da Fazenda e Administração, presidente do MDB de Gaspar e prefeito de fato, foi a Brasília, mas na surdina como revelei na coluna.

2. Pego, justificou. "Bom dia amigos, todos conhecem aquele ditado que diz: 'Com saúde não se brinca".

3. É verdade! Mas o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, brinca nesse assunto há mais de um ano. Então de quem ele está falando se não dele, do governo do MDB, PP e de Kleber?

4. "Tenho a certeza que o sofrimento das pessoas não pode ser usado para fazer discursos políticos e proselitismo. Precisamos de ações concretas", arremata o doutor Pereira.

5. O doutor Pereira também está certo. Mas quem deixou a Saúde Pública nesta situação se não o governo de Kleber Edson Wan Dall do qual o doutor Pereira faz parte?

6. "Solicitamos a liberação de recursos para construção de 5 unidades básica de saúde (postos de saúde). Boa parte das emendas deve ser liberada nesse mês ainda e o restante em março", informou exultante e com esperanças o doutor Pereira.

7. Uma pergunta, óbvia, necessária, que não quer calar

8. Antes de construir novas para tirar fotos dos papelinhos contratuais e das inaugurações, que se atrasam e ninguém sabe explicar, por que o doutor Pereira não coloca como meta coisas mais simples?

9. Como por exemplo, terminar os postos de saúde que se arrastam na conclusão há anos e fazer funcionar para o povo os outros postinhos onde faltam tudo, sobram filas, ausências de profissionais e reclamações dos pobres doentes?

10. Como se vê, além de começar mal como secretário da saúde, o doutor Pereira pensa que todos os outros são tontos.

11. Ele que não usa os postinhos, a policlínica e a farmácia básica, tonto vai ficar ainda mais se não escolher as prioridades e der transparência nesse assunto. Em seis meses terá que escolher outra secretaria para não levar a culpa da conta em outubro. Acorda, Gaspar!
Ana Amélia que não é Lemos
21/02/2018 13:00
Sr. Herculano

"QUEDA DO PT PODE SUPERAR ATÉ O DECLÍNIO DO PFL"
Às 11:50Hs

O lulopetismo perdeu o rumo desde que seus chefes são investigados, denunciados e condenados por crimes continuados de corrupção, lavagem de dinheiro, organização de quadrilha, estelionato, falsidade ideológica, advocacia administrativa e improbidade administrativa.

Que bom!!! O PT tem que ser extirpado da sociedade.
Sujiru Fuji
21/02/2018 12:55
"A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) teve um surto de amnésia ao discursar na votação da intervenção na Câmara, acusando o governo Temer de tirar emprego de 14 milhões de pessoas. Foi Dilma, Jandira."

KiDó que me deu, tadinha! O que Cláudio Humberto ainda não sabe é que comunista só come alfafa.
Herculano
21/02/2018 12:00
DESCONSOLO, por Antonio Delfim Neto, economista, ex-professor e deputado Federal, ex-ministro da Fazenda do governo da ditadura Militar de Costa e Silva e Garrastazu Médici, para o jornal Folha de S. Paulo.

Leniência de governos e uso irresponsável de royalties gerou falta de segurança.

A dramática decisão do governo federal de intervir na segurança do Estado do Rio de Janeiro não pode deixar de causar uma certa angústia pelo que se esconde no opaco futuro.

Talvez não existisse melhor alternativa diante da selvageria e da dimensão que a falta de segurança pessoal assumiu. Esta foi gerada pela leniência de muitos governos eleitos e, mais recentemente, porque se usou irresponsavelmente os royalties do petróleo (receita que depende dos seus preços e é, portanto, aleatória) para financiar o aumento de salários e as generosas aposentadorias (despesas líquidas e certas que crescem exponencialmente).

A tragédia do Estado do Rio de Janeiro é produto do criminoso oportunismo de sucessivos governos eleitos, que viram sua "popularidade" aumentada com truques como Olimpíada e quejandos. Quando a maré baixou, viu-se que ele estava nu: deixou de pagar salários e aposentadorias, enquanto a Lava Jato cobra de volta os "biscoitos" inadvertidamente embolsados...

Qual é a relação de causalidade mais provável: primeiro, foi a falta de recursos que atingiu os serviços de segurança e liberou a "malandragem" ou, segundo, foi a "malandragem" que produziu, por geração espontânea, a queda de recursos?

Só no Planalto, sob a influência daquele gás misterioso emitido pelo Paranoá que destrói neurônios, pode levar alguém a aceitar a segunda hipótese. A relação de causalidade é clara: foi a administração pública desastrosa, somada à queda de receita, a "causa causans" da deterioração da segurança que se abateu sobre o Rio de Janeiro.

Qual foi o efeito mortal dessa queda da receita? O sacrifício das despesas com segurança e investimentos público e privado (as principais causas do crescimento do Produto Interno Bruto), para financiar os generosos gastos com a Previdência da alta burocracia estatal não eleita.

Resolver o problema da Previdência talvez permitisse, com determinação adequada (que não falta a Michel Temer), começar a reconstruir a segurança perdida. É muito pouco provável, entretanto, que sem os recursos (que estarão sendo dissipados pela Previdência) a desesperada intervenção possa produzir resultados de longo prazo sem comprometer a credibilidade das Forças Armadas, que hoje são a única instituição respeitada pela sociedade. A inversão das prioridades comprometerá a recuperação econômica em curso.

Mas ainda mais sério. Com o desprezo manifesto do Legislativo e do Judiciário pelas limitações físicas impostas pelo equilíbrio orçamentário, é muito provável que tenhamos aberto o caminho para novos e substanciais deficits. A oportunidade é tentadora para estimular a "malandragem" nos outros Estados em dificuldades...
Herculano
21/02/2018 11:56
HOLANDA SE TRANSFORMANDO NUMA NAÇÃO-NARCO DOMINADA PELO CRIME? por Rodrigo Constantino, no Instituto Liberal

A Holanda costuma ser associada à ideia de um país tranquilo, civilizado, com todos circulando com suas bikes por aqueles lindos canais. Isso sem falar do time "laranja mecânica" de futebol, por suas cervejas e pelo vanguardismo na liberação do consumo de drogas. Em Amsterdã, onde estive, faz tempo em que esse experimento começou e produziu controvérsias, pois os resultados parecem longe do satisfatório. Mas daí a falar em nação-narco, dominada pelo crime? Não é puro sensacionalismo da imprensa em busca de audiência?

Bem, foi a chamada no The Guardian, jornal esquerdista, com base em relatório de uma associação policial. O alerta é de que a polícia holandesa estaria se tornando incapaz de combater a emergência de uma economia paralela criminosa, o que não pode ser corroborado por estatísticas oficiais, mas o motivo seria a desistência das vítimas em reportar os incidentes. Ou seja, a coisa teria se tornado tão mais frequente que as pessoas teriam abandonado até esperanças de combatê-la.

"Apenas um em nove grupos criminosos podem ser abordado com as pessoas e os recursos atuais", diz o relatório. Os detetives percebem que os pequenos crimes se desenvolvem em ricas organizações que se estabelecem na indústria hospitalar, no setor imobiliário, nas agências de viagens, na classe média. O relatório vem de um sindicato da polícia holandesa e se baseou em entrevistas com 400 detetives, e diz que a Holanda preenche hoje vários quesitos de uma nação-narco, com o surgimento de um estado paralelo.

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Os críticos da legalização da maconha nos coffee shops e da prostituição aberta nas ruas (a "red light street" é mundialmente famosa) alegam que essa "política de tolerância" ajudou a transformar o país num hub internacional para o tráfico de drogas e pessoas. A maioria do ecstasy consumido na Europa e nos Estados Unidos vem de laboratórios no sul da Holanda, cada vez mais administrados por gangues marroquinas ligadas à produção de cannabis.

O porto de Roterdã é extremamente ativo em todos os negócios, e isso inclui tráfico de drogas também. Segundo o Europol, metade dos ?5.7 bilhões em cocaína comercializados por ano na Europa passa pelo porto. A associação policial demanda um efetivo de mais 2 mil oficiais recrutados, e muitos críticos poderão ver esse alarmismo como uma tentativa de extorquir mais recursos do governo central. Porém, diz o jornal, as denúncias batem com outro relatório vazado no começo do ano, elaborado pelo Ministério Público.

Enquanto houve uma queda de 25% no número de crimes reportados nos últimos 9 anos, o relatório apontava que 3,5 milhões de crimes ficavam sem registro todo ano, mais do que o triplo daquilo que era oficialmente registrado. O relatório também suscitava o receio de que as autoridades estavam ficando com uma "desvantagem insuperável" em relação aos criminosos.

O prefeito de Amsterdã, a força policial local e o promotor público da capital holandesa também advertiram publicamente este mês sobre o crescimento do crime organizado, assim como para uma mudança em direção a crimes "invisíveis" em certas vizinhanças, fora do controle e da vista das autoridades. O chefe da polícia de Amsterdã, Pieter-Jaap Aalbersberg, alegou que seu pessoal estava gastando 60 a 70% de seu tempo tentando combater os crimes pontuais das gangues.

Jovens aceitam matar por quantias consideradas pequenas na realidade holandesa, como três mil euros. No passado, o valor para esse tipo de crime era de 50 mil. E com a polícia lutando com dificuldades para combater os grandes crimes, os menores passam despercebidos ou ignorados. Os crimes que miram em idosos ou alvos mais vulneráveis acabam impunes, e apenas 20% seria registrado.

O ministro da justiça e segurança, Ferd Grapperhaus, admitiu ter recebido o relatório da polícia alertando para a falta de capacidade de combater o crime organizado, e disse que era sinal de que o alerta tinha que ser levado a sério. "Esse governo reconhece que é necessário investir na força policial", disse. Por isso ele anunciou mais investimentos este ano, assim como cem milhões de euros só para o combate ao crime organizado. Ainda assim, ele acha um exagero chamar o país de "nação-narco".

Talvez ele esteja certo. Talvez haja algum exagero no relatório da polícia. Mas se a Holanda insistir no multiculturalismo politicamente correto, na política de tolerância às drogas, e no "welfare state" que reduz as oportunidades dos mais jovens, o termo poderá ser o mais adequado em alguns anos
Herculano
21/02/2018 11:53
DESISTÊNCIA DA PREVIDÊNCIA DÁ MAIOR RESPONSABILIDADE PARA ELEITO, por Alexandre Schwarstman, economista e ex-diretor do Banco Central, no jornal Folha de S. Paulo

Enquanto esperamos pelos dados oficiais das contas nacionais, que serão divulgados pelo IBGE no começo de março, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) sugere uma aceleração visível da economia no fim de 2017.

Segundo o IBC-Br, a atividade cresceu 1,3% no último trimestre do ano passado, seu quarto (e mais forte) trimestre consecutivo de crescimento, sinal de que a recuperação da economia vem se firmando com o passar do tempo.

Isso ainda não nos permite dizer com certeza o ritmo de expansão do PIB naquele momento, pois, sobretudo no que diz respeito aos dados trimestrais, não há uma relação tão precisa entre os dois indicadores.

No entanto, dada a força do IBC-Br no quarto trimestre, não seria surpreendente que o PIB também tenha crescido um pouco mais de 1% no mesmo período. Isso, se verdadeiro, não apenas traria o crescimento de 2017 para a casa de 1,2% mas também (e principalmente) indicaria uma expansão na casa de 3,0% para 2018, talvez até um pouco mais.

Em que pese a divergência natural entre os números do IBC-Br e do PIB, o padrão de expansão ao longo de 2017 foi bastante similar: seguindo-se ao primeiro trimestre bastante forte, em razão da agricultura, a produção se expandiu a um ritmo mais modesto nos trimestres posteriores, mas voltou a se acelerar no fim do ano.

Isso também é visível nos dados de produção industrial (mais) e serviços (menos), indicando que a aceleração recente não parece ser um fenômeno localizado, como ocorrido no começo do ano passado, mas sim difundido, com repercussão inclusive sobre o emprego, expressa na adição de pouco mais de 3 milhões de postos de trabalho entre março e dezembro (2 milhões em termos dessazonalizados).

No conjunto da obra, portanto, é nítido que a economia voltou a crescer, ao que parece a uma velocidade média ao redor de 0,8% por trimestre, ou seja, na casa de 3,3% ao ano desde o trimestre final de 2016, o décimo primeiro (e último) da Grande Recessão de 2014.

Tal ritmo, de acordo com nossas estimativas, supera o crescimento potencial do país, ou seja, deve fazer com que a taxa de desemprego (dessazonalizada) siga a trajetória decrescente observada desde o primeiro trimestre de 2017. Apesar disso, como o desemprego ainda é alto, não deve haver tensões inflacionárias ao longo de 2018 e, possivelmente, também no começo de 2019.

Em razão disso, é pouco provável que o BC venha a subir a Selic neste ano depois dos mínimos históricos agora registrados, desenvolvimento que, diga-se, contraria a narrativa (sempre ela!) de que o impedimento da presidente Dilma teria como objetivo manter os juros altos...

Todavia, se as perspectivas de curto prazo têm melhorado, há muitos e bons motivos para preocupação quando se tenta elevar a vista para um horizonte mais distante.

Em particular, a desistência de aprovar a reforma previdenciária (não exatamente uma surpresa) sinaliza maiores responsabilidades para quem for eleito neste ano.

Caso essa reforma (e outras) não avance, o cenário razoavelmente positivo para 2018 dificilmente será sustentado em 2019 e 2020, quando o peso da Previdência se fará sentir ainda mais nas contas públicas.

Aproveitemos, pois, o momento, mas saiba que o principal ainda está por ser feito.
Herculano
21/02/2018 11:50
TEMER RESERVA 3 EMBAIXADAS E PODE IR PARA LISBOA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os embaixadores do Brasil em Roma, Paris e Lisboa podem começar a arrumar as malas. Esses postos estão reservados a figuras do governo, a serem indicados nos próximos meses. O ministro Moreira Franco, por exemplo, pode assumir a embaixada em Lisboa, mas é muito provável que o presidente Michel Temer siga o caminho de Itamar Franco, após deixar o cargo. Mas terá de torcer pela vitória de um aliado em outubro.

POSTO AMIGO
Temer gosta de Lisboa e como embaixador ficaria mais próximo de um amigo que admira, o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa.

ROMA À ESPERA
Se Temer quiser ir para Lisboa a partir de janeiro, Moreira passaria a chefiar a estonteante sede da embaixada do Brasil em Roma.

PLANO B É PARIS
O chanceler Aloysio Nunes articula o apoio de Temer a Geraldo Alckmin e deseja continuar no cargo. Para ele, Paris é Plano B.

AINDA ESTE ANO
A dança de cadeiras nas embaixadas deve ser deflagrada ainda este ano. Mas ficará pendente da decisão do presidente Michel Temer.

QUEDA DO PT PODE SUPERAR ATÉ O DECLÍNIO DO PFL
O PT tem tudo para seguir os passos do PFL (atual DEM). Após registrar o recorde de deputados federais eleitos (105 em 1998), o antigo pefelê elegeu 21 deputados em 2014, ou seja, encolheu 80% desde os tempos de poder. Há dois anos fora do governo, o PT segue a mesma trilha: dos 91 deputados em 2002, na eleição de Lula, caiu para 68 na reeleição de Dilma, e com Lula fora da disputa e talvez preso por corrupção, as perspectivas para 2018 são desanimadoras.

MEDIANO, NO MÁXIMO
A perspectiva do PT é sair da eleição de 2018 com no máximo 30 deputados, ficando do tamanho do PTB, com os atuais 25, e PDT, 20.

COMEÇOU EM 2016
O PT perdeu 60% das 630 prefeituras obtidas em 2012, despencando para as atuais 256 desde 2016, menos que as 265 prefeituras do DEM.

EM VIAS DE EXTINÇÃO
Antes de Michel Temer escolher Rodrigo Maia candidato oficial a presidente da Câmara, o DEM era considerado "em vias de extinção".

FRITURA EM FOGO BRANDO
José Mariano Beltrame é o mais citado para o Ministério de Segurança Pública, mas aliados têm lembrado a Michel Temer que, após um início promissor, seu final como secretário de Segurança do Rio foi trágico.

JÁ TEM PROJETO
Projeto de 2017 do senador José Medeiros (Pode-MT) considera inimigo da sociedade passível de ser alvejado quem exibir armas na rua. É o que defende o general Augusto Heleno no Rio de Janeiro.

REFIS PARA PEQUENOS
Presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB) prometeu ao presidente do Sebrae, Afif Domingos, e a lideranças empresariais votar no dia 6 a derrubada do veto de Temer ao Refis para pequenas e microempresas.

PRATO SERVIDO FRIO
Amigos de Paulo Maluf contam que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deixou o conterrâneo presidiário Celso Jacob (PMDB-RJ) exercer mandato por 7 meses, e foi rápido contra o deputado paulista porque se detestam. Teria se ofendido com uma malcriação do velho Maluf.

MEIO BILHÃO DE PROPAGANDA
A Caixa bateu o martelo e definiu as "novas" agências de publicidade para o banco público gastar R$450 milhões em propaganda: Nova s/b (contratada desde 2011), Artplan (2013) e Propeg (2016).

FATALIDADE NA ESTRADA
O acidente da Expresso Guanabara perto de Brasília, com 9 mortes, foi fatalidade. Até rivais a consideram exemplar. Seus ônibus rodam 8 milhões de km/mês, mas só houve 6 acidentes sérios em 25 anos. Não atrasa impostos, não tem Refis e mantém 2.400 funcionários.

É INCONSTITUCIONAL
Para o jurista Ibaneis Rocha, é inconstitucional qualquer coisa que implique em eleição ou municipalização no DF, como o governador Rodrigo Rollemberg propõe na sua "eleição direta" para administrador regional, um "prefeito" sem orçamento. A Lei Orgânica nem prevê.

AMNÉSIA SELETIVA
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) teve um surto de amnésia ao discursar na votação da intervenção na Câmara, acusando o governo Temer de tirar emprego de 14 milhões de pessoas. Foi Dilma, Jandira.

PENSANDO BEM...
...agora é oficial: a Previdência virou uma bomba-relógio marcada para explodir no colo dos políticos que ajudaram a inviabilizar a reforma
Herculano
21/02/2018 11:46
da série o "X da questão". Em determinados ambientes, o cidadão que sustenta com os pesados impostos que paga, mas está exposto à criminalidade, ao criminoso e seus crimes, não se sabe bem quem é o bandido e a polícia.

INVERvENÇÃO SERÁ DESPERDÍCIO SE TEMER NÃO ATACAR
CORRUPÇÃO POLICIAL, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Análise poderia revelar o enriquecimento de agentes que se associaram a criminosos.

No fim de outubro, o ministro Torquato Jardim (Justiça) abriu uma crise no governo ao dizer que Luiz Fernando Pezão havia perdido o controle sobre a segurança pública no Rio. Afirmou ainda que os comandantes da polícia local eram "sócios do crime organizado".

O governador reagiu, indignado, e ameaçou interpelar judicialmente o ministro. O presidente Michel Temer interveio, repreendeu Jardim e pediu que ele evitasse novas críticas.

Pouco mais de três meses depois, Pezão e Temer reconheceram que a primeira frase do ministro estava certa. Ainda falta atacar a segunda. A intervenção federal no Rio comprovou a incompetência do governador para cuidar da segurança, mas a operação será um desperdício se não incluir também uma devassa sobre a corrupção policial no Estado.

Temer e seus subordinados evitaram, até agora, declarações públicas contundentes sobre a necessidade de investigação dos elos entre comandantes de batalhões, milícias e traficantes. Argumentam que o tema precisa ser mantido em sigilo para evitar prejuízo às apurações.

Nos bastidores, integrantes do governo discutem acionar o Coaf, a Receita e a Polícia Federal para examinar a movimentação financeira de integrantes das forças de segurança do Rio, o que poderia revelar o enriquecimento de agentes públicos que tenham se associado a criminosos.

Traçado como uma estratégia para recuperar a imagem do presidente, a intervenção no Rio pode se resumir a puro marketing caso o governo fique satisfeito com a prisão de alguns bandidos e com a presença de tanques nas ruas. O verdadeiro legado da operação, no entanto, deveria ser uma faxina que Pezão, Sérgio Cabral e outros governadores do Rio não tiveram coragem de fazer.

Em tempo: Torquato Jardim receberá como prêmio um rebaixamento de seu ministério, que deve perder as funções relacionadas à segurança. Já Pezão foi aplaudido por Temer em um evento no Rio nesta terça.
Herculano
21/02/2018 11:41
da série: o Brasil dos mesmos bandidos políticos. Ele foram eleitos por nós e não há quem os tire de lá, nem a Justiça, com as leis que servem aos comuns, mas não a eles, ao analisar as sacanagens que fazem contra a sociedade.

RENAN SE EQUIPA PARA VOLTAR A COMANDAR O SENADO, por Josias de Souza

As pesquisas ainda não permitem antever quem será o próximo presidente da República. Mas seja quem for, corre um risco estupendo de ter que pagar pedágio a Renan Calheiros para alcançar a governabilidade. Colecionador de inquéritos, denúncias e ações penais, Renan organiza sua infantaria para pleitear a presidência do Senado pela quinta vez. Mexe-se com a certeza de que será reconduzido a Brasília pelo eleitor de Alagoas.

Por enquanto, Renan dedica-se a remover do seu caminho o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira, que sonha em ser reconduzido ao posto em 2019. Ele não perde a oportunidade de medir forças com o rival. Nesta terça-feira, a dupla travou em plenário uma briga na qual Michel Temer entrou com a cara. A matéria prima da desavença foi o decreto sobre a intervenção federal na segurança do Rio.

Esgrimindo o artigo do regimento que limitava o número de oradores, Eunício quis sonegar o microfone ao rival. Com isso, ofereceu a Renan a possibilidade de transformar num cavalo de batalha seu desejo de espinafrar a intervenção de Temer. Supremo paradoxo: no final, Renan acabou votando a favor da intervenção, a mesma que tachara minutos antes de ''decorativa'' por não ter preservado o pescoço do pseudo-governador Luiz Fernando Pezão.

A exemplo de Renan, Eunício também luta pela reeleição no seu Estado, o Ceará. Eles têm algo em comum. Num instante em que um pedaço do PT procura um Plano B, ambos não abrem mão de manter Lula como Plano A. Preso ou solto, o pajé do PT não deixará de ocupar o topo do ranking de preferências do eleitorado nordestino. Se necessário, Renan e Eunício subirão no caixote para alardear em suas províncias o refrão petista segundo o qual "eleição sem Lula é fraude."

A democracia, como se sabe, é um regime em que as pessoas têm ampla e irrestrita liberdade para exercitar sua capacidade de fazer besteiras por conta própria. Mas o eleitor dispõe de uma vacina capaz de imunizá-lo contra a sensação de que o voto é um mero equívoco renovado de quatro em quatro anos. Basta jogar água no chope de oligargas que já se julgam eleitos. A troca não é garantia de acerto. Mas proporciona o prazer de cometer erros diferentes.
Herculano
21/02/2018 11:38
TIROS N O RIO E BARRACO EM BRASÍLIA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo.

A CAMPANHA eleitoral, vaidades de candidatos e a repulsa popular a Michel Temer (MDB) enrolam o programa econômico do governo. Os governistas se dão rasteiras na disputa de uns 3% de votos nas pesquisas, vide o sururu causado pela intervenção no Rio e pelo lançamento do "plano B" na economia.

O ônibus da recuperação econômica, porém, começa a andar mais rápido, embora ainda não pegue o povo, que espera no ponto.

Indicadores da virada de 2017 para 2018 dão bons sinais, tal como a medida do Banco Central de atividade econômica de dezembro, que veio bem mais forte do que o esperado. Além do mais, os números da previsão que o Ipea divulgou nesta terça (20) indicam que a recessão do investimento em construção civil na prática acabou no fim do ano passado. Vendas e lançamentos de imóveis em São Paulo se recuperaram também no último trimestre do ano, mostram dados do Secovi, sindicato da habitação de São Paulo.

No governo, há bufos e ranger de dentes desde que Temer lançou a campanha eleitoral para si ou para um escolhido, a intervenção no Rio.

O "plano B" de Temer para a economia começou com um vexame político e risco de fiasco. Como a reforma da Previdência foi para o vinagre, o governo fez uma cena com ministros na segunda-feira (19). Queria mostrar que o programa de reformas não vai parar, além de dar uma oportunidade de mídia para Henrique Meirelles (PSD) e equipe econômica mostrarem que não tinham sido chutados para escanteio.

Deu rolo. Esqueceram-se outra vez de combinar com Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara e adversário de Temer e Meirelles na disputa pelos 3% dos votos nas pesquisas.

Na semana passada, Temer roubara o brinquedo da campanha eleitoral de Maia, a tal "agenda positiva da segurança". Como de costume nessas rasteiras do Planalto, Maia chiou, disse que foi passado para trás, que não fora consultado sobre a intervenção no Rio, mas apoiou com ressalvas o fato consumado. No começo desta semana, levou outra canelada.

Maia disse que não leu nem vai ler o "plano B", os projetos para a economia que o governo pretende aprovar no Congresso, em geral coisa séria e útil. Francamente, qualquer governo tem pauta parlamentar. Para Maia, trata-se de desrespeito ao Legislativo, na verdade a ele mesmo.

Pode ser que assoprem os dodóis políticos do arreliado Maia outra vez, mas o "plano B" de Temer para a economia tem mais problemas.

Os deputados, indóceis com a eleição, não querem saber de mexer em impostos (caso do PIS/Cofins e da reoneração da folha de empresas). Pelo menos é o que dizem lideranças do centrão, o eleitor mediano do Congresso, digamos ironicamente. O governo tem maioria apertada para tocar a privatização da Eletrobras, mas bancadas governistas regionais vão fazer chacrinha, e o amuado Maia, que apoiava o plano, precisa ser consolado.

O irritado Maia disse ainda que não vai tratar de mexidas na Previdência tais como tempo de contribuição e regras de cálculo de benefício, que não dependem de mudanças constitucionais. Disse que o governo está "criando espuma com a sociedade".

Por ora, ao menos, a economia ignora o sururu no governismo
Herculano
21/02/2018 11:37
O PREÇO DO CRIME, por Carlos Brickmann

É provável que não houvesse alternativa à intervenção federal: Pezão, o governador, já havia demonstrado sua incapacidade para combater os narcotraficantes e a tragédia da insegurança no Rio tornava-se intolerável. Mas o presidente Temer mostrou que até quando faz o certo o faz de modo errado. A improvisação foi tamanha que até agora não se sabe de onde vai sair o dinheiro para pagar as despesas da intervenção - o que inclui desde a alimentação dos soldados até o custo operacional. O comandante do Exército, general Villas Bôas, quis saber de onde sairia a verba; o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que não é mágico e que o dinheiro da intervenção terá de sair do corte de outras despesas. Mas como saber quanto será necessário, se o interventor, general Braga Netto, ainda não apresentou seu plano? Braga Netto foi apanhado de surpresa pela escolha, e só a aceitou porque, militar de brio, não rejeita missão. Mas o secretário da Segurança do Rio pediu demissão e Braga Netto não tinha o substituto.

A reforma da Previdência daria fôlego aos cofres oficiais, mas a própria intervenção impede que reformas sejam implantadas em sua vigência. E há desentendimentos: o Conselho Nacional de Direitos Humanos manifestou seu repúdio à intervenção. Tudo bem ?" se o Conselho não fizesse parte do Governo. O problema, portanto, não é concordar ou não com a intervenção: é saber que, mantida essa bagunça, não há nada que possa dar certo.

VELHOS TEMPOS...

A crise no Rio vem de longe, de muitos anos; o Rio esteve sob controle dos bicheiros, dos narcotraficantes, dos milicianos. Os bandidos, de certa forma, supriam a ausência do Governo: levavam doentes para hospitais, às vezes conseguiam remédios para os moradores, tudo em troca da submissão total. Nas eleições presidenciais de 1989, só Brizola podia livremente fazer sua campanha. Os outros candidatos, para entrar no Rio, precisavam acertar uma aliança com algum bicheiro de porte ?" e certamente não era de graça. O Correio atende no máximo à metade da população. A outra metade está em áreas perigosas demais. Só que isso tudo era conhecido e, mesmo sem a erupção de crimes dos últimos dias, já exigia ações bem planejadas.

Não é só jogar o fardo para que os militares carreguem. Por que a improvisação?

...VELHOS DIAS

Há quem diga que Temer, sabendo que a reforma da Previdência seria rejeitada, armou um factoide para mascarar a derrota. Há quem diga que Temer, com a popularidade no chão, decidiu encarnar-se no herói que luta contra bandidos. Pode ser: ninguém jamais perdeu dinheiro ao apostar no caráter vacilante de um político. Mas por que não armar tudo direitinho?
Os sujos e os mal-amados.

Talvez haja um certo constrangimento no combate ao crime no Rio. Pois não é que no Conselho da República, convocado a aprovar a intervenção, há 16 conselheiros, dos quais nove sendo investigados no Supremo? São o próprio Temer, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o secretário-geral da Presidência, Moreira Franco, o líder do Governo no Senado, Romero Jucá, o líder do Governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o líder do Governo no Congresso, André Moura, e o líder da Minoria na Câmara, José Guimarães. No Governo, na oposição, na linha sucessória, quantos!

A MINORIA

Não estão sendo investigados os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, da Justiça, Torquato Jardim, do Planejamento, Dyogo Oliveira, Carlos Marun (Governo); os deputados Raymundo Lira, líder da Maioria no Senado, Humberto Costa, líder da Minoria no Senado, e Lelo Coimbra, líder da Maioria na Câmara. Os investigados são maioria absoluta.

TUDO PARADINHO

Com a intervenção no Rio, não é apenas a reforma da Previdência que para de andar. Há mais 536 emendas constitucionais - que, como estavam mesmo paradas, não chamam a atenção. Uma delas, do então deputado Clodovil, é a que reduz o número de deputados e senadores. Por isso parou.

óDIO É óDIO

A mãe do prefeito carioca Marcelo Crivella, idosa, doente, foi tratada num hospital público do Rio. Os adversários do prefeito protestam: afinal, ela ocupa a vaga que poderia ser ocupada por um pobre. A briga política é muito feia: se a senhora tivesse sido internada num hospital particular, seria criticada por não confiar num hospital público. Em resumo, não há saída.

SIM, SIM, POIS É, NÉ?

O presidente impichado Fernando Collor confirmou, no Senado, que sai candidato à Presidência da República. Suas virtudes, segundo o discurso: "Moderação, equilíbrio, maturidade". Sua posição: "centro democrático, ao mesmo tempo progressista e liberal". Simples - mas que é que quer dizer?
Herculano
21/02/2018 11:27
TEMER 2018 ARREBATOU O TROFÉU DILMA 2013, por Elio Gaspari nos jornais Folha de S. Paulo e O Globo

Michel Temer já viu governo derretendo. Em 2013, quando o monstro da opinião pública estava nas ruas, a presidente Dilma Rousseff tirou um gambá da cartola e propôs uma Constituinte exclusiva para fazer a reforma política. Um telefonema de seu vice (ele) ajudou-a a perceber que aquilo era pura maluquice. Passaram-se cinco anos, Temer está na cadeira da doutora e peregrina com gambás na cartola.

No primeiro dia útil depois do decreto de intervenção federal, horas antes da aprovação da medida pelo Congresso, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou:

"Algumas medidas talvez sejam necessárias, como a realização do que se chama mandado coletivo de busca e apreensão."

E explicou:

"Na realidade urbanística do Rio de Janeiro, você muitas vezes sai com a busca e apreensão numa casa, numa comunidade, e o bandido se desloca. Então você precisa ter algo como o mandado de busca e apreensão e de captura coletivo para uma melhor eficácia do trabalho a ser desenvolvido."

A geografia a que o doutor se referiu é a dos bairros pobres da cidade, onde, salvo os bandidos, ninguém foi para lá porque encantou-se com o lugar. Por trás da ideia dos mandados coletivos está a noção demófoba, segundo a qual quem mora nesses bairros, e não no Leblon, tem algo a esconder. É gente constrangida pelos bandidos, achacada pelos milicianos e abandonada pelo poder público, mas não se confia nela.

No segundo trecho da fala de Jungmann havia um erro, a referência ao "mandado (...) de captura coletivo". Nunca houve coisa parecida, nem durante a vigência do Ato Institucional nº 5. (Noves fora a ação militar no Araguaia, onde fizeram-se prisões em massa e queimaram-se casas de roceiros). Horas depois, o ministro corrigiu-se, dizendo que a referência às capturas foi um "mal-entendido". Foi um erro, muito bem entendido.

Passou-se uma noite, e ontem o governo foi convencido de que a ideia do mandado coletivo de busca e apreensão era uma girafa. Temer 2018 arrebatou o troféu Dilma 2013.

Dilma poderia ter telefonado para Temer antes de tirar o gambá da cartola. Temer poderia ter telefonado para algum advogado amigo (ele os tem) antes de patrocinar a nova mágica.

Improvisada e demófoba, a intervenção na segurança do Rio começou da pior maneira possível. É isso que acontece quando o governo faz a opção preferencial pela marquetagem. (Viva Pezão, a batata quente da segurança do Rio foi para o colo de Temer.)

As forças da ordem não precisam entrar nesses bairros vestidas como Coelhinhos de Páscoa, mas também não precisam de protofonias cinematográficas.

Para Michel Temer e para a torcida do Flamengo, tudo iria melhor se ninguém pudesse falar em nome da operação do general Braga Netto. Falariam o general, quando achasse necessário, e seu porta-voz autorizado. Só.

Em operações recentes o Exército usou esse sistema, com sucesso. Está na mesa a encrenca em que se meteu o chefe da Polícia Federal, Fernando Segovia, por falar demais. Depois de anos de silêncio de seu antecessor, ele se revelou um adorador de holofotes. Deu no que deu. Se blá-blá-blá resolvesse problema, o Rio seria o que já foi
Herculano
21/02/2018 11:25
AO QUE SE IDENTIFICA COMO ROB

1. Se explicar não é bem a praia dos políticos, ainda os de Gaspar e Ilhota.

2. Justificar e enrolar, sim.

3. Por que o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira e o eleito, KLeber Edson Wan Dall, MDB, antes de sair daqui, não avisam ao que vão fazer em Brasília?

4. Descobertos no desrespeito com a comunidade que banca tudo isso, correm para montar justificativas, achando que todos aqui são analfabetos, ignorantes, desinformados ou pau mandados deles.

5. E por fim: qual é mesmo a função da tal superintendência de Comunicação da prefeitura? Receber os polpudos vencimentos de comissionados no final do mês e abafar o que é notícia? Acorda, Gaspar!
Herculano
21/02/2018 11:16
MENSAGEM DE MILLER A ADVOGADA EVIDENCIA CONCERTAÇÃO PARA INCRIMINAR TEMER E AÉCIO. ERA FLAGRANTE ARMADO. ACERTEI OUTRA VEZ! por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Não há mais meias-palavras. O que vai abaixo, relatado em reportagem de Daniela Lima, na Folha, é o roteiro de uma ação criminosa da qual participaram o ex-procurador Marcelo Miller, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot; o relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin; a presidente do tribunal, Cármen Lúcia e setores da imprensa.

Resta caracterizar o papel de cada um na concertação e o grau de consciência que tinham de que se estavam violando os princípios mais comezinhos do direito. O fato é que a tramoia levou o presidente da República a enfrentar duas denúncias oferecidas pela PGR e levou um senador da República a ser afastado do seu cargo.

Como vocês sabem, desde o começo, chamei a atenção para o fato de que a urdidura toda tinha cheiro e jeito de flagrante armado. A esta altura, parece não restar mais dúvidas. Eis aí a qualidade dos patriotas que falam em moralização da vida pública nacional.

E, como é certo, a concertação criminosa restará impune. Leiam trecho da reportagem.

O ex-procurador Marcello Miller recebeu com ao menos um dia de antecedência, e quando já atuava como advogado da J&F, a informação de que a força tarefa da Lava Jato deflagraria uma de suas mais importantes operações: a que levou à prisão de Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG), e do primo do tucano, o empresário Frederico Pacheco.

O vazamento foi registrado por ele mesmo, em mensagem a uma advogada que era sua parceira no caso.

Miller discutia com Esther Flesch um contrato que ampliaria os valores de honorários pagos pela JBS à dupla.

Às 8h15 de 17 de maio, o ex-procurador foi informado de que o escritório Trench Rossi Watanabe, no qual estava atuando, não aceitaria os termos propostos por ele numa minuta do trato.

Neste momento, ele diz a Esther que ela deveria readequar a proposta, e avisa: "Vamos correr, porque a informação insider é a de que a operação pode ser deflagrada amanhã" (sic).

Às 19h30 do mesmo dia, o jornal "O Globo" publicou em seu site a informação de que os donos da JBS haviam fechado um acordo de delação premiada. A matéria dizia que Joesley Batista havia gravado uma conversa com o presidente Michel Temer e que o empresário também havia apresentado grampos de um encontro em que Aécio pedia R$ 2 milhões a ele.

Às 6h do dia seguinte, 18, a Lava Jato deflagrou a operação Patmos, prendendo a irmã do tucano, seu primo e um assessor do senador Zezé Perrela (MDB-MG) sob a acusação de que teriam ajudado Aécio a obter o dinheiro.

A Patmos disparou 41 mandados de busca e apreensão em quatro Estados. A irmã do doleiro Lúcio Funaro também foi encarcerada. Já Aécio foi afastado do mandato pelo ministro Edson Fachin.

A conversa que registra o vazamento de informação da Lava Jato foi obtida em mensagens de WhatsApp trocadas por Miller e Flesch. Os dados foram coletados em um telefone funcional da advogada pelo Trench Rossi Watanabe. Fachin autorizou a quebra do sigilo telefônico.

Na mensagem à colega, Miller não diz quem lhe repassou a informação de que a operação seria deflagrada. Mas ao usar o termo "insider", o ex-procurador dá a entender que obteve o relato junto aos investigadores.

Àquela altura, a participação de Miller nas tratativas da JBS com a Procuradoria ainda não havia sido explorada pelos políticos que foram alvo da delação do grupo.

VÍNCULO
O vínculo dele com o gabinete do ex-procurador-geral Rodrigo Janot foi escancarado dias depois pelo presidente Michel Temer, em um pronunciamento. Quando a crise escalou, Miller começou a discutir com Flesch sua própria estratégia de defesa.

No dia 20 de maio, ele escreveu: "Pellela acabou de confirmar: PGR solta nota agora. Curta. Negando minha participação em delação".

Eduardo Pellela era chefe de gabinete de Janot. Miller informou sobre a nota às 10h57. O texto só foi tornado público às 13h45 daquele dia.

Enquanto atuou na Procuradoria, Miller era visto como um quadro muito próximo a Janot. Ele teve atuação decisiva em delações que envolveram gravações ocultas de autoridades, como o ex-senador Delcídio do Amaral e a cúpula do MDB, grampeada por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.

Miller foi contratado pela J&F, por meio do Trench Rossi Watanabe, para cuidar do acordo de leniência do grupo ?"instrumento diverso da delação. No entanto, há evidências de que ele também orientou a colaboração dos irmãos Batista, inclusive enquanto ainda estava na PGR.

(...)
Rob
21/02/2018 10:58
Herculano, , o homem ja ta se explicando, foi só sair na sua coluna.


Roberto Pereira publicou 2 fotos ?" com Kleber Wan-Dall e outras 2 pessoas.
1 h · Instagram ·

Bom dia amigos, todos conhecem aquele ditado que diz: "Com saúde não se brinca". Tenho a certeza que o sofrimento das pessoas não pode ser usado para fazer discursos políticos e proselitismo. Precisamos de ações concretas. Por isso, estou acompanhando o prefeito Kleber Wan-Dall em Brasília na busca de recursos para saúde Gaspar. Ontem com a ajuda do Deputado Peninha, tivemos uma reunião no Ministério da Saúde para cobrar a liberação de emendas para saúde do ano passado e tmb solicitamos a liberação de recursos para construção de 5 unidades básica de saúde (postos de saúde). Boa parte das emendas deve ser liberada nesse mês ainda e o restante em março. #Saúde #Seriedade #AvançaGaspar @ Brasília, Brazil

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