07/05/2020
A UTI de Gaspar de verdade vai exigir modificações física e a criação de uma estrutura e equipe de apoio permanente, com custo que a prefeitura não sabe como vai bancá-la
A verdadeira UTI do Hospital de Gaspar nunca esteve no radar da administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB, do vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP, muito menos na do prefeito de fato, presidente do MDB, coordenador de campanha de Kleber, secretário da poderosa secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa, e agora cumulativamente interino na Saúde, o advogado, Carlos Roberto Pereira. Ele, aliás, já esteve lá na Saúde como titular quando se exilou da antiga secretaria da Administração, depois que governo Kleber perdeu a maioria na Câmara em 2018. Já escrevi várias vezes sobre isso. A penúltima foi na coluna de segunda-feira, feita especialmente para o portal Cruzeiro do Vale, o mais acessado em Gaspar e Ilhota, segundo ferramentas de aferição da própria internet. Tudo isso devido à credibilidade do portal e jornal com 30 anos de circulação; credibilidade feita pelo não atrelamento aos poderosos e pelo enfrentamento aos políticos que se acham donos da cidade no poder de plantão.
Quem trouxe a UTI ao Hospital de Gaspar? A oportunidade e o medo. A oportunidade foi a Covid-19. E o medo foi do governo Kleber. Ele viu que se continuasse na omissão e não agisse para enfrentar – ao menos no marketing - às consequências da pandemia por aqui, poderia se complicar no discurso à reeleição de outubro. Basta lembrar, que há um mês morria em Blumenau o primeiro gasparense infectado pela doença. Depois dos improvisos de lonas, tendas, barracas e anúncios de que a doença por aqui diminuía, mas os números oficiais não, Kleber resolveu alugar uma UTI de dez leitos e improvisá-los no Hospital de Gaspar, um hospital que ninguém sabe quem é o dono, sob intervenção marota do município desde o governo do PT, comendo dinheiro grosso e bom, que está faltando no atendimento aos postinhos de saúde. Tudo sem transparência. Ter e manter de verdade uma UTI e sua equipe de especialistas não são tarefas para amadores. E se quiser tê-la, a prefeitura de Gaspar terá que comprar equipamentos. E já deveria estar vendo isso, incluindo as modificações físicas no Hospital.
Internamente, o governo está dividido. O fato de ser uma UTI alugada a que está montada atualmente no Hospital, improvisada e com data para morrer, poderá para alguns que só pensam em reeleição, prejudicar Kleber na caça aos votos em outubro. Para outros, a instalação improvisada da UTI obriga Kleber assumir compromissos que não pode cumpri-los. Primeiro não sabe o tamanho do rombo que virá depois da pandemia nas contas do município. Segundo, se não está se preparando para uma UTI de verdade, sinaliza que vai deixá-la morrer. Do jeito que está, a UTI não será homologada fora de uma situação de emergência como a que passamos. Ou seja, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Os “çabios” achavam que Kleber nem deveria entrar nesta cilada: a de montar uma UTI alugada com data para ser desmontada e as vésperas das eleições. Devia deixar os enfermos graves para os sistemas de Blumenau, Brusque e Itajaí. Até torceu pelo Hospital de campanha de Itajaí e que as dúvidas colocaram o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, de joelhos, nas manchetes e o fez desistir da ideia.
Por isso, a “abertura” da UTI foi discreta, num domingo. É que o feitiço tem tudo para virar contra o feiticeiro. Iria inaugurar um aluguel, um improviso, uma UTI que não queria e em meio a uma pandemia? No vídeo que fez e assinou para as redes sociais e aplicativos de mensagens como parte da campanha eleitoral, Kleber até disse que ele queria a UTI. Se quisesse de verdade já teria feito em três anos e meio de governo. Kleber chamou para fotos e selfies os correligionários e comissionados devidamente mascarados. Tudo para eles espelharem a novidade pela cidade e eleitores. Agora quebra a cabeça para a UTI improvisada e alugada não seja mais uma coronavírus que sua reeleição. Acorda, Gaspar!
Ultrajante. Enquanto a secretaria de Assistência Social é um local de política e o ex-titular se tornou cabo eleitoral que em pleno no horário de trabalho dando entrevistas para ajudar desamparados a acessar os R$600 da Caixa, a vulnerável Marlei Correia de Lima, afunda os caminhos da secretaria daqui em busca de direitos. Acha que o suicídio é o melhor caminho para ser percebida.
Com a CPI afunilando para o relatório final, a prefeitura de Gaspar resolveu destampar as caixas de inspeção da Rua Frei Solano. Tudo para evitar que a empresa técnica contratada pela CPI indique que esta inspeção seja necessária para apurar que o que foi projetado, licitado, contratado, fiscalizado e pago é o mesmo que foi executado.
O mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, que foi por quase três ano e meio diretor presidente do Samae, prometeu para terça-feira passada desnudar o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. Segundo o vereador quando cobrado pela falta de água no Bateias e Barracão, Zuchi teria deixado o Samae sem caixa e sucateado. Na terça, Melato nada falou. Então...
A sessão ordinária de terça-feira que vem na Câmara de vereadores de Gaspar será presencial, mas sem público. Ela será transmitida pela internet. Ufa! Uma lástima o sistema de lá.
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, foi avisado de viva-voz pelos vereadores, que é da autonomia dele fazer regras para evitar a aglomerações que aconteceram essa semana no acesso a agência da Caixa. Fez ouvidos de mouco e deixou as pessoas expostas.
O presidente Ciro André Quintino, MDB, encontrou um jeito de fazer mechandising nas sessões com a máscara. Pode isso, Arnaldo?
O preço da improbidade administrativa em Gaspar é de R$1 mil. No dia 13 de abril do ano passado, um trator da prefeitura fez trabalhos em terras particulares. Feito o Boletim de Ocorrência e instaurado inquérito, há uma proposta de acordo. E ele é muito menor do que se o serviço fosse feito particularmente. Mas, essa não é a questão...
Uma live bem-sucedida pagou um mês da UTI emergencial do Hospital de Gaspar segundo o prefeito. A Câmara que doou R$600 mil, pagou outro mês, segundo os vereadores. O tranco será daqui para frente...
Quando é com eles, tudo em banho-maria. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, até agora não mexeu no seu salário de R$27.356,69, um dos mais altos de Santa Catarina. Enquanto isso, na Câmara, todos caladinhos sobre o Projeto de Resolução que também diminuía por dois meses, em 20% os salários de vereadores e impediria o acesso deles e de funcionários as diárias até 31 de dezembro. Para reajustar o salário de todos, cinco projetos correram em seis dias. Acorda, Gaspar!
Voltou atrás. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, que queria reajustar a água e o lixo, voltou temporariamente atrás, alegando que os munícipes já estão em prejuízos com a Covid-19. Ah, bem!
Falta-me espaço. E voltarei ao tema mais tarde. Mas, a política de zoonoses da prefeitura de Gaspar é algo impressionantemente nula como política pública ativa (castração, vacinação e abrigo entre outras).
E se não bastasse esta indiferença do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, tudo custa dinheiro. E em Gaspar essa área está “terceirizada” a excepcionais ativistas e voluntários da Associação Gasparense de Proteção aos Animais – uma entidade sem fins lucrativos e que presta contas públicas de suas arrecadações, atividades, parcerias e resultados.
A Agapa é despolitizada e está sob a liderança de Rafael Araújo de Freitas, um cabo bombeiro militar da ativa e que já foi até superintendente da Defesa Civil do governo Kleber.
Com o advento do coronavírus os abandonos cães e gatos aumentaram muito na cidade, as doações para manter os programas diminuíram – incluindo as da prefeitura; as promoções foram interrompidas e a Agapa entrou no sinal amarelo de sobrevivência.
E a prefeitura de Gaspar, fingindo que essa responsabilidade não é com ela. Acorda, Gaspar!
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