17/05/2019
Mudo um pouco o comentário desta sexta-feira diante do exemplo e da comparação. O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrand, que não é nenhum ícone político local e regional, que não vive alavancado por um aparato de propaganda, que não é garoto-boneco dos seus feitos nas redes sociais, que dá dezenas de entrevistas simples, diretas, sinceras, coerentes e a quem não afrouxa nos questionamentos; que está sem partido (estava no socialista PSB do conservador Paulinho Bornhausen), ex-vereador, ex-secretário de Assistência Social, ex-vice de Napoleão Bernardes, sem partido (que foi usado despudoradamente e traído pelas raposas do PSDB catarinenses), evangélico, Mário surpreendeu mais uma vez. Anunciou esta semana uma Reforma Administrativa, na prefeitura de la. Estão putos os políticos, os mamadores das tetas públicas, os sindicalistas, os adversários e até mesmo aliados; temendo o pior. A cidade, na maior parte, não. Engraçado!
A decisão do prefeito Mário é antes de mais nada, óbvia. Corajosa por vir de um político que possui até planos de reeleição. Mário garante e mostra planilhas que vai economizar R$ 14.189.541,74 e com ela, investir na saúde, educação e infraestrutura da cidade e que dá votos do que empregos para poucos dependentes de tetas e que comem muito dos escassos impostos. Uau! Mário vai juntar coisas, terminar com 100 cargos comissionados e outros 700 cargos efetivos. Ulalá! Não é algo comum para políticos, mas o prefeito de Blumenau que ganhou o cargo de Napoleão por ser vice dele, espera ser reconhecido exatamente por essa coragem, a mesma que o fez fechar o poleiro ineficiente chamado de Companhia Urbanizadora de Blumenau – URB - e que o Ministério Público do Trabalho continua a implicar como se o dinheiro viesse do céu o do duodécimo como chega ao MPT. E não custa lembrar, que esta marca de coragem vem desde Napoleão. Encurralado, mesmo sob a ameaça de não se reeleger – e se reelegeu -, resolveu terminar com a caixa preta do falido Consórcio Siga, refém dos sindicalistas, dos partidos da esquerda do atraso. Eles infernizavam, na precariedade, e sucessivas greves, a vida os trabalhadores de baixa renda usuários do Transporte Coletivo de lá. Aqui temos a tarifa mais alta do estado, improviso e uma falha cobertura.
O prefeito de Gaspar Kleber Edson Wan Dall, MDB, ex-vereador e presidente da Câmara, evangélico, eleito prefeito só na segunda vez que tentou, também fez a sua “reforma administrativa. Ela de tão polêmica no PL 4/2017 só foi aprovada no meado daquele ano. Ao invés de economizar, aumentou a folha de pagamento em R$600 mil em quatro anos com cargos comissionados, mas principalmente os gratificados. E como se vê pelas notícias que abundam agora e sempre relato aqui, até hoje, pelas sucessivas danças das cadeiras, a qualidade foi a que menos importou na ocupação dessa cara reforma: dúvidas, falta de transparência, perda da maioria na Câmara e muita gente empregada para cabalar votos e segurar bandeiras nas esquinas, estratégia que se mostrou desastrosa em outubro do ano passado, lição que não foi ainda capaz de mudar o comportamento tático do atual governo.
A última reforma administrativa que se tem notícia em Gaspar e se anunciava estar economizando dinheiro os pesados impostos dos gasparense, diminuindo à máquina de empregar, por incrível que pareça, foi a do petista Pedro Celso Zuchi em dezembro de 2014, no terceiro mandato dele e o segundo consecutivo: R$1,3 milhão com a degola de 58 cargos comissionados. Saiu de 172 para 114. A reforma de Kleber foi para dar superpoderes ao secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, o advogado, Carlos Roberto Pereira, coordenador da campanha dele, o prefeito de fato. Ele bateu em retirada para a caótica secretaria da Saúde tão logo Kleber perdeu a maioria na Câmara numa lambança, por arrogância e vingança, na sustentabilidade da governabilidade. A “segunda” reforma administrativa do governo Kleber, está prometida desde outubro ele levou uma surra nas urnas. Ensaia, ensaia e joga iscas falsas. Quem não ensaia, mas planeja com gente fria e que entende do riscado, e melhor, executa sob todos os riscos, críticas e protestos, diante de números e realidades duras, é Blumenau. Um atrasa. Outro avança! Acorda, Gaspar!
Este retrato diz tudo. Ele é da semana passada. O prefeito de Blumenau Mário Hildebrand recebe o de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB. Numa curta nota, disse que o “encontro” era para discutir ações comuns contra a dengue. De fato, está na foto o secretário da Saúde de Gaspar, Carlos Roberto Pereira, mas que é presidente do MDB de Gaspar. Na foto, para este assunto, faltou o secretário de Saúde de Blumenau, Winnetou Michael Krambeck. Hum! Em compensação estão lá velhos conhecidos do MDB que influenciam aqui: Paulo França, secretário Executivo de Mobilidade Sustentável e Projetos Especiais (?) e o então chefe de gabinete César Botelho. Ele, França e Roberto Pereira são espólio do gasparense Renato de Mello Vianna no MDB que definha em Blumenau.
TRAPICHE
Para os recorrentes problemas do Hospital de Gaspar, sob intervenção municipal, Kleber Edson Wan Dall, MDB, e que prometeu resolve-los, mandou publicar que o Hospital Santo Antônio, de Blumenau, que é municipal, também está com dificuldades no seu Pronto Socorro.
Ou seja, a administração de Gaspar prefere se comparar com eventuais os maus exemplos.
O Pronto Socorro do Hospital Santa Isabel, na mesma Blumenau, com atendimento pelo SUS, mas que tem dono conhecido para gerenciá-lo há décadas, como já relatei aqui em coluna anterior, por exemplo, não tem os mesmos problemas relatados em Gaspar.
Ou seja, à boa referência, como sempre, é desprezada pelos políticos para justificar os seus erros.
Alan Luciano dos Santos é agente de serviços gerais da secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa da prefeitura de Gaspar. Ele, pela lei, como zeladores e merendeiras estão excluídos das Bolsas de Estudos. Expôs, didática e fundamentado a situação na tribuna da Câmara. Pediu ajuda dos vereadores na mudança da lei.
Lá pelas tantas, sincero e até ingênuo, Alan revelou que quando foi atrás desse assunto dentro da prefeitura não encontrou respostas e foi advertido por colegas que ele poderia ser perseguido por buscar ajuda, orientação e criar direitos para os mais fracos.
Pois é. Depois sou em quem exagero. Esta é a percepção geral do atual governo. E para completar: o líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB, solidarizou-se com a causa de Alan. Faltou então combinar com o seu próprio governo. Agora, está obrigado sair do discurso e ir para a prática. Acorda, Gaspar!
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