26/07/2018
OS CONSELHOS SEM FUNÇÃO I
Gaspar é feita no papel de “Conselhos”. Eles revelam em algum momento status na aproximação de alguns com o poder de plantão. Era uma forma de aparelhamento muito bem usada na administração petista e esquecida na atual gestão. Recentemente, pelo menos três deles, foram fortemente questionados na Câmara: o da Juventude, o dos Idosos e o das Mulheres. Esse assunto é tão obscuro que os vereadores Cícero Giovane Amaro e Wilson Luiz Lenfers, ambos do PSD, protocolaram o Projeto de Lei 48/2017. Ele obriga à divulgação da composição e atividades desses conselhos no Portal Transparência da prefeitura para o conhecimento mínimo deles pela sociedade.
OS CONSELHOS SEM FUNÇÃO II
Agora está criado o Conselho de Desenvolvimento Sócio Econômico de Gaspar pelo PLC 12/2018. Serão 15 conselheiros indicados. Eles representarão em quotas iguais o poder público, a sociedade civil organizada e o setor produtivo. Será presidido pelo prefeito e as decisões serão tomadas por maioria de dois terços. É de se notar que Gaspar já tinha o tal Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico, criado em 1997 por meio da Lei nº 1.670 e atualizado em 3 de dezembro de 2007 por meio da Lei nº 2.944. É de se perguntar: o que de efetivo este Conselho fez para a cidade não ser deixa-la tão desorganizada e insegura para se investir como registrou a pesquisa DELL da Facisc? Mais, Gaspar já possui o tal Conselho da Cidade, feito de “notáveis”. Dele nada se sabe sobre suas decisões e influências. O PL 48 dos vereadores Cicero e Wilson poderá ao menos, de agora em diante, dar “mais transparência” a tudo isso.
OS CONSELHOS SEM FUNÇÃO III
Esses “conselhos” são em teoria necessários e bem-vindos, mas eles só funcionam quando as organizações não governamentais são fortes, autônomas e possuem lideranças ativas, incluindo o enfretamento ao poder político de plantão e seus interesses particulares e eleitorais imediatos. Em Gaspar, a influência e à liderança das entidades foram propositadamente enfraquecidos pela gestão petista, Já escrevi várias vezes sobre isso. E quando não a enfraqueceram, elas se tornaram redutos políticos ou de pouca renovação. Pensa-se pequeno e algumas vezes, apenas nos interesses próprios, paroquiais ou de vinganças a concorrentes ou adversários. Não se olha o futuro e o coletivo. Este Conselho aprovado na Câmara atende, por enquanto, mais um indicador da pesquisa DELL para melhorar a imagem de Gaspar perante os supostos investidores, do que efetivamente uma mudança de comportamento no alinhamento e condução do “novo” e organizado desenvolvimento de Gaspar. É mais uma lei entre tantas.
OS CONSELHOS SEM FUNÇÃO IV
Este Conselho será pouco se o comportamento da administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB, continuar a tratar os temas sociais como um problema orçamentário e motivo das manchetes dos últimos dias. A própria pesquisa da Facisc – que já teve Francisco Mastella como presidente, saído aqui da nossa ACIG e isso mostra o quanto involuímos -revela que entre as principais ameaças estão as drogas, a forte migração de baixo valor agregado, a falta de infraestrutura, a falta de saneamento básico, a precária mobilidade urbana, o plano diretor defasado (ou feito para o interesse de alguns e desaprovado pela maioria). A melhor advertência da pesquisa é para a polarização política e que certamente estará representada no Conselho via as entidades aparelhadas. E aí Blumenau, Indaial, Timbó, Brusque e até Itajaí, levam a melhor sobre Gaspar, como também demonstra a pesquisa DELL. Então este Conselho precisa ter função, autonomia e liderança dos pagadores de pesados impostos. Ou será mais um na lei e no papel como todos os outros, Acorda, Gaspar!
Silenciosamente, o presidente Silvio Cleffi, PSC, vai “criando condições” para não ser questionado pelo Ministério Público sobre a desproporcionalidade entre funcionários efetivos e comissionados na Câmara.
Essa “desproporcionalidade”, de alguma forma, atrapalha à votação do seu PL 20/2018 e que cria o cargo de procurador geral com mais de R$9 mil mensais de vencimentos e abre caminho para outros de mesma intenção.
O que está na Câmara para aprovação? O PL 54/2018. Ele cria mais uma vaga de efetivo para ser assistente administrativo. Essa desproporcionalidade foi alegada na época pelo relator do PL 20, Wilson Luiz Lenfers, PSD. Casualmente, sorteado, Wilson é o relator do PL 54.
Silvio e a mesa diretora ainda não desistiram do PL 20 e que está parado desde o dia 27 de março em alguma gaveta da Câmara. Eles esperam a melhor oportunidade. Maioria, possuem, mesmo contra a vontade dos pagadores da farra legislativa.
Do professor e ex-presidente do PSC de Gaspar, Roberto Basei, ao ver a secretaria de Assistência Social, tocada pelo presidente do PSC, o evangélico, Ernesto Hostin, fechando a Casa Lar Sementes do Amanhã:
“Quando presidente do PSC, cansei de ouvir que onde já se viu, um Partido como esse nas mãos de um homem que não era de Deus! Hoje vejo que realmente sou mais de Deus que muitos deles”.
A Casa Lar Sementes do Amanhã está fechada. Ponto final. Vai reabrir? Kleber Edson Wan Dall, MDB, prometeu fazer isso até a semana que vem.
Antes, porém usou a sua própria superintendência de imprensa – que possui reserva de mercado de apenas gasparenses - para expedir uma “nota oficial”. Vergonhosamente – via os outros veículos - desmentiu esta coluna e tentou, mais uma vez, desmoralizar o jornal Cruzeiro do Vale que deram a informação.
A “nota oficial” e a enrolação para retirar a ONG GAIAA da Casa Lar, usando e deixando mais crianças vulneráveis sem lar, são a cara do atual governo. Incrível.
Não é à toa que o jornal Cruzeiro do Vale é o mais antigo e possui história no enfrentamento dos políticos no poder de plantão. É o jornal de maior circulação e credibilidade em Gaspar e Ilhota para o desespero dos políticos. E o portal, o mais atualizado e acessado. Acorda, Gaspar!
Para o vereador de oposição, Cicero Giovani Amaro, PSD, no governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, deixa-se propositadamente primeiro a instalação do caos para justificar posteriormente às medidas de emergência. Ou seja: isso não é da competência administrativa como se apregoa como marca de governo, mas da esperteza.
Ilhota em chamas I. O Ministério Público que cuida da Moralidade na Comarca, acaba de ingressar com uma Ação Civil Pública para Anulação de Processo Seletivo Simplificado no Samae de Ilhota. Quer todos fora: tantos os contratados ou que venham a ingressar na autarquia por esse concurso. Pediu liminar. Até o fechamento da coluna nada havia sido concedido pela Justiça
Ilhota em chamas II. Segundo o MP, depois de extensivo inquérito, provou-se que o concurso “encontra-se eivado de vícios insanáveis, por completa inobservância aos preceitos legais autorizadores para a hipótese excepcional de espécie de seleção”.
Ilhota em chamas III. Na Ação, a promotora Andreza Borinelli, relata que os “concorrentes” aos cargos e funções tiveram apenas três dias para se inscreverem nele. Ou seja, cheira a dirigismo aos que o poder queria contratar.
Impressionante. Uma autorização para o mero acordo judicial entre o Samae e a prefeitura de Gaspar virou um cavalo de batalha emocional na sessão da Câmara na terça-feira. Com a cidade pegando fogo, parece que para a majoritária oposição não há coisa mais importante para ser debatida naquela Casa.
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