CRIADO MAIS UM CONSELHO EM GASPAR. VOCÊ SABE QUANTOS EXISTEM E O QUE ELES MUDARAM NA SUA VIDA OU DA CIDADE? - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

CRIADO MAIS UM CONSELHO EM GASPAR. VOCÊ SABE QUANTOS EXISTEM E O QUE ELES MUDARAM NA SUA VIDA OU DA CIDADE? - Por Herculano Domício

26/07/2018

OS CONSELHOS SEM FUNÇÃO I

Gaspar é feita no papel de “Conselhos”. Eles revelam em algum momento status na aproximação de alguns com o poder de plantão. Era uma forma de aparelhamento muito bem usada na administração petista e esquecida na atual gestão. Recentemente, pelo menos três deles, foram fortemente questionados na Câmara: o da Juventude, o dos Idosos e o das Mulheres. Esse assunto é tão obscuro que os vereadores Cícero Giovane Amaro e Wilson Luiz Lenfers, ambos do PSD, protocolaram o Projeto de Lei 48/2017. Ele obriga à divulgação da composição e atividades desses conselhos no Portal Transparência da prefeitura para o conhecimento mínimo deles pela sociedade.

OS CONSELHOS SEM FUNÇÃO II

Agora está criado o Conselho de Desenvolvimento Sócio Econômico de Gaspar pelo PLC 12/2018. Serão 15 conselheiros indicados. Eles representarão em quotas iguais o poder público, a sociedade civil organizada e o setor produtivo. Será presidido pelo prefeito e as decisões serão tomadas por maioria de dois terços. É de se notar que Gaspar já tinha o tal Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico, criado em 1997 por meio da Lei nº 1.670 e atualizado em 3 de dezembro de 2007 por meio da Lei nº 2.944. É de se perguntar: o que de efetivo este Conselho fez para a cidade não ser deixa-la tão desorganizada e insegura para se investir como registrou a pesquisa DELL da Facisc? Mais, Gaspar já possui o tal Conselho da Cidade, feito de “notáveis”. Dele nada se sabe sobre suas decisões e influências. O PL 48 dos vereadores Cicero e Wilson poderá ao menos, de agora em diante, dar “mais transparência” a tudo isso.

OS CONSELHOS SEM FUNÇÃO III

Esses “conselhos” são em teoria necessários e bem-vindos, mas eles só funcionam quando as organizações não governamentais são fortes, autônomas e possuem lideranças ativas, incluindo o enfretamento ao poder político de plantão e seus interesses particulares e eleitorais imediatos. Em Gaspar, a influência e à liderança das entidades foram propositadamente enfraquecidos pela gestão petista, Já escrevi várias vezes sobre isso. E quando não a enfraqueceram, elas se tornaram redutos políticos ou de pouca renovação. Pensa-se pequeno e algumas vezes, apenas nos interesses próprios, paroquiais ou de vinganças a concorrentes ou adversários. Não se olha o futuro e o coletivo. Este Conselho aprovado na Câmara atende, por enquanto, mais um indicador da pesquisa DELL para melhorar a imagem de Gaspar perante os supostos investidores, do que efetivamente uma mudança de comportamento no alinhamento e condução do “novo” e organizado desenvolvimento de Gaspar. É mais uma lei entre tantas.

OS CONSELHOS SEM FUNÇÃO IV

Este Conselho será pouco se o comportamento da administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB, continuar a tratar os temas sociais como um problema orçamentário e motivo das manchetes dos últimos dias. A própria pesquisa da Facisc – que já teve Francisco Mastella como presidente, saído aqui da nossa ACIG e isso mostra o quanto involuímos -revela que entre as principais ameaças estão as drogas, a forte migração de baixo valor agregado, a falta de infraestrutura, a falta de saneamento básico, a precária mobilidade urbana, o plano diretor defasado (ou feito para o interesse de alguns e desaprovado pela maioria). A melhor advertência da pesquisa é para a polarização política e que certamente estará representada no Conselho via as entidades aparelhadas. E aí Blumenau, Indaial, Timbó, Brusque e até Itajaí, levam a melhor sobre Gaspar, como também demonstra a pesquisa DELL. Então este Conselho precisa ter função, autonomia e liderança dos pagadores de pesados impostos. Ou será mais um na lei e no papel como todos os outros, Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Silenciosamente, o presidente Silvio Cleffi, PSC, vai “criando condições” para não ser questionado pelo Ministério Público sobre a desproporcionalidade entre funcionários efetivos e comissionados na Câmara.

Essa “desproporcionalidade”, de alguma forma, atrapalha à votação do seu PL 20/2018 e que cria o cargo de procurador geral com mais de R$9 mil mensais de vencimentos e abre caminho para outros de mesma intenção.

O que está na Câmara para aprovação? O PL 54/2018. Ele cria mais uma vaga de efetivo para ser assistente administrativo.  Essa desproporcionalidade foi alegada na época pelo relator do PL 20, Wilson Luiz Lenfers, PSD. Casualmente, sorteado, Wilson é o relator do PL 54.

Silvio e a mesa diretora ainda não desistiram do PL 20 e que está parado desde o dia 27 de março em alguma gaveta da Câmara. Eles esperam a melhor oportunidade. Maioria, possuem, mesmo contra a vontade dos pagadores da farra legislativa.

Do professor e ex-presidente do PSC de Gaspar, Roberto Basei, ao ver a secretaria de Assistência Social, tocada pelo presidente do PSC, o evangélico, Ernesto Hostin, fechando a Casa Lar Sementes do Amanhã:

“Quando presidente do PSC, cansei de ouvir que onde já se viu, um Partido como esse nas mãos de um homem que não era de Deus! Hoje vejo que realmente sou mais de Deus que muitos deles”.

A Casa Lar Sementes do Amanhã está fechada. Ponto final. Vai reabrir? Kleber Edson Wan Dall, MDB, prometeu fazer isso até a semana que vem.

Antes, porém usou a sua própria superintendência de imprensa – que possui reserva de mercado de apenas gasparenses - para expedir uma “nota oficial”. Vergonhosamente – via os outros veículos - desmentiu esta coluna e tentou, mais uma vez, desmoralizar o jornal Cruzeiro do Vale que deram a informação.

A “nota oficial” e a enrolação para retirar a ONG GAIAA da Casa Lar, usando e deixando mais crianças vulneráveis sem lar, são a cara do atual governo. Incrível.

Não é à toa que o jornal Cruzeiro do Vale é o mais antigo e possui história no enfrentamento dos políticos no poder de plantão. É o jornal de maior circulação e credibilidade em Gaspar e Ilhota para o desespero dos políticos. E o portal, o mais atualizado e acessado. Acorda, Gaspar!

Para o vereador de oposição, Cicero Giovani Amaro, PSD, no governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, deixa-se propositadamente primeiro a instalação do caos para justificar posteriormente às medidas de emergência. Ou seja: isso não é da competência administrativa como se apregoa como marca de governo, mas da esperteza.

Ilhota em chamas I. O Ministério Público que cuida da Moralidade na Comarca, acaba de ingressar com uma Ação Civil Pública para Anulação de Processo Seletivo Simplificado no Samae de Ilhota. Quer todos fora: tantos os contratados ou que venham a ingressar na autarquia por esse concurso. Pediu liminar. Até o fechamento da coluna nada havia sido concedido pela Justiça

Ilhota em chamas II. Segundo o MP, depois de extensivo inquérito, provou-se que o concurso “encontra-se eivado de vícios insanáveis, por completa inobservância aos preceitos legais autorizadores para a hipótese excepcional de espécie de seleção”.

Ilhota em chamas III. Na Ação, a promotora Andreza Borinelli, relata que os “concorrentes” aos cargos e funções tiveram apenas três dias para se inscreverem nele. Ou seja, cheira a dirigismo aos que o poder queria contratar.

Impressionante. Uma autorização para o mero acordo judicial entre o Samae e a prefeitura de Gaspar virou um cavalo de batalha emocional na sessão da Câmara na terça-feira. Com a cidade pegando fogo, parece que para a majoritária oposição não há coisa mais importante para ser debatida naquela Casa.

 

Edição 1861 - sexta-feira

Comentários

Herculano
29/07/2018 20:22
O DEPUTADO E EX-PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA BARRIGA-VERDE, GELSON MERÍSO, PSD, É O TIPICO EXEMPLO DE "QUANDO A ESPERTEZA É DEMAIS, ELA COME O DONO".

VIRA E MEXE, SE NÃO CUIDAR, GELSON VAI FICAR ISOLADO COM NANICOS DE ESQUERDA NA CORRIDA EM OUTUBRO PELO GOVERNO DE SANTA CATARINA. TEM UMA SEMANA PARA REMENDAR O QUE MAL COSTUROU - ACHANDO-SE O MAIORAL - DURANTE SETE ANOS
Herculano
29/07/2018 16:18
ELEIÇõES EM SANTA CATARINA: CONVENÇõES NÃO ENCERRAM TRATIVAS

Conteúdo de Makingof. Texto Roberto Azevedo. As tratativas para a consolidação de alianças para a eleição deste ano para governador, vice e ao Senado ganharam novos capítulos e elementos com as decisões do PSDB, que homologou apenas os nomes de Paulo Bauer e Napoleão Bernardes, neste domingo (29), e do Progressistas, que confirmou a chapa Esperidião Amin e João Paulo Kleinübing (DEM), um dia antes. Nos dois fatos significativos, vagas foram deixadas, estrategicamente abertas, o que permite dizer que, até o dia 5, quando termina o prazo das convenções, os contatos serão intensos. O quadro, que já tinha Gelson Merisio e Raimundo Colombo, pelo PSD, Rogério Portanova, Miriam Prochnow e Diego Mezzogiorno, pela Rede Sustentabilidade, já escolhidos pelos respectivos partidos, está longe de estará consolidado. Amin ainda espera por um acerto com os tucanos e Merisio aponta na mesma direção, mas nada de Bauer dar sinais de que abrirá mão ou que devesse de sua postulação, em nome de uma aliança que já se chamou de "chapa do avião". Mesmo que o MDB, de Mauro Mariani também aguarde pelos tucanos, uma coisa é certa: pelas atitudes e jogadas arriscada de bastidores, onde buscou de todas as maneiras minar as candidaturas de Progressistas e PSDB, Merisio está fora do páreo para eventuais acertos futuros. Foi rifado.

PROMESSA CUMPRIDA

Até o momento não há no que se reparar da promessa assumida pelo presidente estadual do PSDB, o deputado Marcos Vieira, em relação a levar o partido a ter candidato ao governo. No sábado, corria nos bastidores que Vieira poderia ser vice em uma chapa liderada por Napoleão Bernardes, especulação que não se confirmou. A tarefa do presidente tucano agora será, ao lado do senador Dalírio Beber e do ex-prefeito Beto Martins, garantir aliados ao projeto de Bauer. Nem pensar em ter Merisio e Colombo na aliança, o que deixaria a chapa fragilizada e pesada demais com uma investigação, duas citações de delações premiadas e um réu, todos os casos por suposto caixa dois.

AS LACUNAS

Amin está com Kleinübing e o PV, precisa, portanto, de mais apoio e tempo de rádio e TV, por isso deixou as vagas ao Senado em aberto. Mas o próprio Kleinübing poderá ser o candidato à Câmara Alta do Congresso para abrir espaços. Algo diferente para os tucanos, que deixaram a posição de vice e uma das vagas ao Senado.

GRITO DE LÍDER

Não só por ser o líder nas pesquisas, mas também pela pressão das bases da sigla, Esperidião Amin confirmou sua condição de candidato ao governo, mesmo que admita que esta possa ser a sua última eleição. E garante que não rompeu acordo algum com o PSD, de Merisio e Colombo, ao lembrar que a proposta do que foi acertado era o compromisso de quem estivesse melhor disputaria na cabeça de chapa e que "em lugar algum estava escrito" que o apoio seria incondicional a Merisio. O discurso no plenário e galerias lotados na Assembleia foi aplaudido, embora os progressitas saibam que há um longo caminho para consolidar esta liderança.

NAS REDONDEZAS

Enquanto corria a convenção dos Progressistas na Assembleia, o deputado Gelson Merisio circulava a uns dois quilômetros dali, no Box 32, do Mercado Público de Florianópolis. Dizem que até os garçons já o reconhecem, uma evolução para quem precisa convencer os que votam no segundo maior colégio eleitoral do Estado.

BRAVATA?

Merisio chegou a lançar uma frente "todos contra Amin" na sexta, depois de receber a confirmação de que não o teria o apoio do ex-aliado na postulação ao governo. Mas, em discurso, Amin agradeceu a Merisio pelo resgate e declarou: "Gelson Merisio teve papel importante para nos tirar do isolamento político. Não fechamos a porta para qualquer aliança!". Nem Merisio nem Colombo foram à convenção, algo que irritou os progressistas.

E OS VERDES

O PV já havia anunciado que seguiria João Paulo Kleinübing com Amin e isso sequer se alterou quando a convenção nacional dos verdes, no sábado (28), deliberou por deixar toda a chapa à Presidência da República em aberto em função de um convite para ser vice de Marina Silva, da Rede. O presidente estadual do PV, Guaraci Fagundes, figura inclusive ao lado de outros integrantes do partido para compor com Marina, mas o favorito é o ator Marcos Palmeira.

NA DELE

Mauro Mariani, do MDB, é o mais cauteloso e menos ruidoso neste momento, enquanto aguarda até o dia 4, a convenção da sigla, na sexta-feira à noite, na mesma hora em que os tucanos estavam reunidos no gabinete do deputado Marcos Vieira, presidente do partido, para acertar os últimos detalhes para o evento de domingo, os deputados federais Jorginho Mello (PR) e Carmen Zanotto (PPS), ambos comandantes da sigla, estavam reunidos no escritório da Avenida Mauro Ramos, sede do Partido da República. Jorginho e Carmen, que devem estar na chapa do emedebista Mariani, como candidatos ao Senado e a vice, avaliavam o cenário que tem muitas variáveis, principalmente depois dos infortúnios de Merisio e de olho nos tucanos.

NA LINHA

Jorginho Mello recebeu várias ligações dos progresistsas durante a semana. Uma delas, na sexta à noite, o convidava para compor a chapa ao Senado, embora exista o compromisso com o MDB. O convite foi encaminhado pelo histórico Aldo Rosa, um desejo de Amin.

CADÊ O MERISIO QUE ESTAVA AQUI?

Simbólica imagem, no teto do plenário da Assembleia, durante o evento que homologou Amin, é o que sobrou do acordo entre Progressistas e PSD, o cinco do 55. Um balão foi usado na convenção realizada uma semana antes e nem perturbou o pessoal do 11. Merisio pode até recuar, porém isso é pouco provável em função da ampla coligação que engatou com PSB, PDT, Podemos, Solidariedade, PROS, PSC, PRB, PCdoB, PHS.

BATERIAS

As pesadas baterias contra Gelson Merisio não tardam. Informações alertam para o "saco de maldades", com origem na Secretaria da Fazenda, que serão nitroglicerina pura esta semana, justamente as das definições.

Só PARA LEMBRAR

Um dia as coisas retornam e não faltaram avisos internos entre os pessedistas para uma puxada de tapete contra Merisio. O pessedista tem o que reclamar e quando trouxe o PP para o governo Colombo, com o deputado Valmir Comin, na Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação, único progressista a topar o desafio, desalojou o PCdoB, de Angela Albino. A ex-deputada federal hoje apoia Merisio. Já o Progressistas.
Herculano
29/07/2018 10:05
O MDB É, POR TODOS OS ASPECTOS, UM PARTIDO DECADENTE. O PRESIDENTE MICHEL TEMER É O MAIS REJEITADO DE TODA A HIST?"RIA REPUBLICANA.

NINGUÉM QUER O PARTIDO COMO PAR NESTAS ELEIÇõES.

O CANDIDATO A PRESIDENTE, E OLHA QUE É UM CANDIDATO DE REPEITO, HENRIQUE MEIRELES, NÃO CONSEGUE NADA ALÉM DO 1%.

EM SANTA CATARINA, APESAR DE ESTAR NO PODER, PRECISA DO FATIAMENTO PARA NÃO PASSAR VERGONHA E ESTAR ENTRE OS NANICOS EM ÚLTIMO LUGAR.

E EM GASPAR, CONSEGUE O PARTIDO FAZER UMA "NOTA OFICIAL" PARA PREGAR NO PREFEITO, A FAIXA DE MENTIROSO. PARECE ATÉ COISA ARMADA, POR GENTE QUE ESTÁ TRAINDO...

INCRÍVEL! ONDE FOI PARAR A LEGITIMA RESISTÊNCIA DA REDEMOCRATIZAÇÃO DO PAÍS. TROCOU PELO PAPEL DE GIGOL?" DO PODER E AGORA É PÁRIA DAQUILO QUE EXAURIU

O MELHOR SÍMBOLO DO ATUAL MDB É O EX-GOVERNADOR FLUMINENSE SÉRGIO CABRAL, MAS HÁ CENTENAS DELES POR AI QUE ANIQUILAM A IMAGEM DO MDB COMO RENAN CALHEIROS, EUNÍCIO OLIVEIRA, PAULO AFONSO EVANGELISTA VIEIRA, ROMERO JUCA, JADER BARBALHO, ROBERTO REQUIÃO EDSON LOBÃO, JOSÉ SARNEY...OU ELIZEU MATTOS, LÍDER DE LHS NA ASSEMBLEIA E PREFEITO CASSADO DE LAGES
Herculano
29/07/2018 08:30
TUDO BEM, A LEI É PARA OS TROUXAS, OS PAGADORES DE PESADOS IMPOSTOS. LADRõES, CORRUPTOS E POLÍTICOS - QUE AS FAZEM - ZOMBAM DELA

De J.R. Guzzo, de Veja

Não há nenhuma possibilidade de Lula sair da cadeia, e ainda menos de se candidatar à presidência da República, sem rasgar as leis em vigor neste momento no Brasil. Mas os formadores de opinião", a mídia, a inteligência nacional, etc. não veem nenhum problema nisso. OK, então.
Herculano
29/07/2018 08:25
DISCRIMINAÇÃO ENTRE FACÇõES

De Guilherme Fiuza, no twitter

Festival Lula Livre, concerto cívico de apologia ao crime, se esqueceu de pedir pelo companheiro Cabral. Com essa discriminação inaceitável, a MPB ainda não pode ser reconhecida como Movimento de Proteção a Bandidos.
Herculano
29/07/2018 08:20
CACIQUES CONTINUAM TRATANDO ELEITOR COMO GADO, por Josias de Souza

Quase tudo na sucessão de 2018 se parece com eleições anteriores, menos o eleitor. Os caciques fazem política com os pés no mundo da Lua, onde não há corrupção nem desemprego. Promovem os mesmos cambalachos de sempre. O feitiço pode virar urucubaca, pois o brasileiro amarga uma descida pelos nove círculos do inferno. E acha que não merece a excursão. Agora, às vésperas de uma nova eleição, a cabine de votação se confunde com uma visão do purgatório. O voto parece instrumento de purificação. Em órbita, candidatos e dirigentes partidários não se deram conta de que um pedaço do eleitorado está desconfortável no papel de gado.

Geraldo Alckmin acredita que seu desempenho pífio como presidenciável mudará a partir de 31 de agosto, quando começa o horário eleitoral na televisão. Por isso, vendeu a prataria para juntar cerca de 40% da propaganda eletrônica. Parte da plutocracia torce para que ele alce voo. Mas não há ricos suficientes no Brasil para eleger um presidente. E o discurso de Alckmin, por ora, mal convence os crédulos. A plateia corre o risco de ouvir o candidato durante vários minutos para chegar à conclusão de que ele não tem nada a dizer. Ou pior: se o voo for artificial, o tucano será confundido com um drone guiado por controle remoto pela marquetagem.

Ao atrair todo o centrão para o seu colo, Alckmin impediu que seus rivais capturassem nacos do tempo de propaganda dos partidos que integram o grupo. Com isso, deu a Ciro Gomes e Jair Bolsonaro a oportunidade de cuspir no prato em que não conseguiram comer. De quebra, ofereceu aos cerca de 40% de eleitores que ainda se declaram sem candidato o direito continuar repetindo que "são todos farinha do mesmo pacote". Sem perceber, os contendores podem estar jogando um jogo de soma zero, em que nenhum deles amplia sua base de eleitores.

A ruína de Dilma Rousseff e o fiasco de Michel Temer pareciam tornar as coisas mais fáceis. Tão fáceis que qualquer espertalhão poderia passar a campanha trombeteando que, eleito, restauraria a moralidade e traria de volta a prosperidade. O vaivém do centrão e o balé de elefantes em que se converteu a escolha dos vices estimulou na banda desconfiada do eleitorado a crença de que não se deve confundir muitos com pluralidade, adesão com habilidade, pernóstico com sumidade, pose com dignidade, lero-lero com honestidade...

Campeão do horário eleitoral, Alckmin é uma nulidade nas redes sociais ?"um território em que Ciro e, sobretudo, Bolsonaro utilizam para cavalgar o desalento do eleitor. O problema é que a dupla exagera na raiva. Se Deus oferecesse temperança a Ciro, o candidato se empenharia para provar que Deus não existe. Quanto a Bolsonaro, tornou-se líder de intenção de votos e de rejeição. Conquistou eleitores misturando Deus à defesa de teses esdrúxulas. E acabou convencendo o naco do eleitorado que o rejeita de que Deus não merece existir.

Uma campanha que começa com as marcas da polêmica e da ferocidade, poderia fazer muito bem à candidatura de Marina Silva. Ela exala serenidade, não precisa fingir que veio de baixo, abomina "as megaestruturas" e conserva a biografia longe dos pesticidas da Lava Jato. Entretanto, tomada pelo desempenho, Marina vai se consolidando como uma personagem admiravelmente indecifrável para a maioria da plateia. A liderança e as concepções "marineiras" já afugentam até os correligionários da Rede. Marina costuma dizer que prefere "perder ganhando a ganhar perdendo." Pode voltar para casa com 20 milhões de votos pela terceira vez.

Na galeria dos vitoriosos perdedores, Marina só não conseguirá superar Lula. Preso em Curitiba, o pajé do PT leva sua candidatura cenográfica às fronteiras do paroxismo. Lidera as pesquisas. Mas sabe que a ficha suja levará a Justiça Eleitoral a excluir sua foto da urna. Se tudo correr como planejado, deflagrará o Plano B do PT em meados de setembro. É como pedisse aos brasileiros para esquecer que Dilma, seu último poste, resultou num inesquecível curto-circuito.

É grande o prestígio do presidiário do PT. Entretanto, segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, divulgada no mês passado, 51% dos eleitores informam que não entregariam o seu voto a um candidato indicado por Lula. Impossível prever quem será o próximo presidente. Mas já é possível constatar que o curral diminuiu
Herculano
29/07/2018 08:17
TODOS SEM VICE. E PARA QUE VICE? por Carlos Brickmann

Alckmin anunciou Josué Alencar como vice. Pagou alto para tê-lo. Foi obrigado a curvar-se diante de Valdemar Costa Neto. Mas valia a pena: vice que paga a própria campanha é joia rara. Mas não o teve: Josué desistiu. Alckmin está entre o paranaense Álvaro Dias, que ainda não o quis, Aldo Rebelo e "uma mulher do Nordeste". Por que não Kátia Abreu? Ela, que era ruralista e virou ministra de Dilma, por que rejeitaria Alckmin?

Bolsonaro tentou Magno Malta, anunciou o general Augusto Heleno, anunciou o general Mourão, anunciou Janaína Pascoal e continua sem vice. Vai tentar Janaína de novo, mas o que ela defende não é o que ele defende. E daí? Alguém precisa preencher a vaga ?" por que não ela? Pensa ainda em Marcos Pontes ?" aquele que foi ao espaço com passagem comprada pelo Tesouro e, na volta, aposentou-se, para ganhar a vida falando da viagem.

Ciro, Marina, O Poste de Lula, nenhum tem vice (e não há sequer vices disputando o posto). Por que não aproveitar a oportunidade e extinguir esse cargo que, além de não servir para nada, exige palácios, seguranças, verbas imensas? Se o presidente viaja, não precisa de vice: hoje há ótimos meios de comunicação. Se por qualquer motivo estiver incapacitado para o cargo, pode ser substituído, sem custos, pelo presidente da Câmara, ou do Senado, ou do STF. Elimina-se a necessidade do Palácio do Jaburu, com toda a sua criadagem, mais a estrutura de mordomias.

Chega de gastar o que é nosso!

QUEM É QUEM

Imagine se Marcos Pontes, por exemplo, for o vice da chapa vitoriosa. Há alguns anos, o Governo brasileiro, numa iniciativa da NASA, pagou US$ 10 milhões para que um astronauta brasileiro participasse de um voo espacial americano. Pontes foi o escolhido e teve seus dias no espaço. O que se esperava é que Pontes transmitisse à equipe do programa espacial brasileiro sua experiência cósmica. Preferiu reformar-se. Transmissão de sua experiência à equipe do programa espacial brasileiro? Excluiu-se.

SUA EXCELÊNCIA, A TV

De acordo com a pesquisa IDEIA Big Data, para Veja, Bolsonaro só perderia hoje para Lula - e, como Lula não pode ser candidato, pela Lei da Ficha Limpa, Bolsonaro é o favorito. Mas todos olham com muita atenção para Alckmin: ele terá quase metade do horário eleitoral gratuito, enquanto Bolsonaro mal terá tempo de dizer "Meu nome é Jair". Bolsonaro e outros candidatos tentam compensar essa desvantagem com o uso da Internet.

OK, as redes sociais têm alguma força - mas não se comparam à TV. Há uma ótima ferramenta de WhatsApp que impressionou este colunista: permite enviar centenas de milhares de mensagens com índice zero de falhas. Todas as mensagens chegam a seu destino.

É uma compensação - mas até agora a TV foi a principal arma. Bem usada, é decisiva. Mal usada, porém, é fatal.

QUEM É QUEM

Antes de votar, conheça bem seu candidato. Zeina Latif, a brilhante economista-chefe da XP Investimentos, analisa dois candidatos que podem chegar ao segundo turno, Haddad e Bolsonaro, cujo pensamento sobre Estado e Economia é pouco conhecido. Zeina faz uma análise serena, sem paixões. Em http://www.chumbogordo.com.br/20094-corrida-maluca-por-zeina-latif/

AGORA VAI

Juros do cartão de crédito caíram: eram de pouco mais de 300% ao ano, estão em pouco menos de 300% ao ano. De boa notícia, é o que temos.

VELHA VERDADE

Do jornalista e escritor Ruy Castro: "Idoso tem direito a andar de graça em ônibus, pagar meia-entrada no teatro e o dobro do preço no plano de saúde". Citado por Cláudio Humberto em www.diariodopoder.com.br

YES, IT'S PORTUGUESE!

Cansado de pedir tuna fish quando quer sanduíche de atum? Ou chamar notícias falsas de fake news? De, para fazer compras, ter de entender o que significam off, ou sale, e descobrir que delivery é o mesmo que "entrega"?

É um problema antigo: Lamartine Babo já tratava disso na década de 30, na divertida Canção para inglês ver, em https://youtu.be/USCS_EWv30g

JADE, THE CAT

Nossa analista sênior, a Gata Jade, está de volta, após merecidas férias, com a língua ainda mais afiada Em http://www.chumbogordo.com.br/20089-com-bolsonaro-o-buraco-e-sempre-mais-embaixo-miau-da-jade-a-gata-sincera/

CULTURA DE VOLTA

Depois de muitos anos de índices baixos, a Rede Cultura volta a atrair o público. Mas o carro-chefe de suas atrações é diferente dos habituais shows e Roda Viva: o Programa Papo de Mãe está próximo de 5 pontos no Ibope, muito acima de Roda Viva. O programa é apresentado por suas criadoras, Mariana Kotscho e Roberta Manreza, de segunda a sexta, em dois horários: 11h45 e 17h45. Aos sábados, entra em horário único, às 11h30.
Herculano
29/07/2018 08:05
Ao Leo:

A Assembleia para a eleição do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Gaspar - o que não se sabe o que faz - talvez seja para consolidar a política religosa de censura e atraso nas apresentações culturais, como a feita recentemente numa peça teatral, "a bem da cidade"
Herculano
29/07/2018 07:54
O NECESSÁRIO DIÁLOGO ENTRE O STF E O CONGRESSO, por Marcus Vinicius Coelho, advogado constitucionalista e ex-presidente nacional da OAB, para o jornal Folha de S. Paulo

Há bons exemplos de ação conjunta dos Poderes

São frequentes no debate público as análises que identificam atritos entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) por, em tese, um interferir nas competências do outro em casos específicos.
Cabe observar, no entanto, a existência de um permanente diálogo produtivo entre as decisões judiciais e os atos legislativos - uma interação fundamental para a harmonia entre os Poderes e para a efetivação da Constituição.

O trabalho conjunto dos Poderes Legislativo e Judiciário consegue extrair, inúmeras vezes, a melhor interpretação possível do texto constitucional, num processo comum em países de tradição democrática consolidada, como Reino Unido e Canadá.

Também no Brasil, o diálogo institucional tem levado a experiências bem-sucedidas. Ele ocorre, por exemplo, com a promulgação de emendas constitucionais em resposta a decisões do Supremo ou então com a devolução de matérias ao Congresso, exortando o legislador a elaborar as normas.

O diálogo sobre o teto remuneratório do serviço público, por exemplo, começou quando o STF entendeu que o artigo 37 da Constituição limitava apenas os vencimentos dos magistrados, e as "vantagens pessoais", como auxílio-moradia, não seriam afetadas pelo limite. O Congresso entrou no debate e aprovou a Emenda 41, de 2003, impondo teto também às vantagens. Quando voltou a se analisar o tema, o tribunal validou o conteúdo produzido no Legislativo.

O caso da verticalização das coligações eleitorais é parecido. Depois de o STF impedir partidos de fazerem, nos estados, alianças diferentes das nacionais, o Congresso promulgou, em 2016, a Emenda 52, dando autonomia para as siglas fazerem as coligações que quisessem, sem vincular o plano nacional ao local.

Quando a constitucionalidade da emenda foi questionada, o STF manteve a autonomia dos partidos --em clara sintonia com o processo ocorrido na Câmara e no Senado.

A Emenda 96, aprovada em 2017 e que protege a realização de esportes com animais desde que sejam manifestações culturais e assegurem o bem-estar animal, é outro caso de diálogo bem-sucedido.
O legislador cumpriu a decisão judicial tomada no ano anterior, quando o plenário do Supremo condicionou o uso de animais na vaquejada e nos demais esportes à garantia do bem-estar. E então o Congresso normatizou a questão.

Já a edição da Lei de Defesa do Usuário dos Serviços Públicos ocorreu após o ministro Dias Toffoli fixar prazo de 120 dias para que o Legislativo apreciasse a questão, inerte por mais de uma década. Outra provocação do STF resultou na aprovação, nas Casas Legislativas, da proposta de emenda que tornou a perda do mandato parlamentar consequência de decisão judicial condenatória.

No diálogo sobre o significado das normas constitucionais, o Congresso e o Supremo devem explicar quais são as razões constitucionais que justificam a superação da interpretação fixada pelo outro, dando início a uma nova rodada de discussão. A cada reversão, transfere-se o ônus argumentativo para o Poder que deseja fazer valer sua leitura do texto.

Os Poderes devem, cada um amparado pela expertise institucional que lhe é própria, trabalhar em harmonia para solucionar adequadamente as controvérsias constitucionais, como ocorreu nos casos citados e como pode ocorrer com a prerrogativa de foro e com a execução de condenação penal colegiada.

Não há no direito, assim como na vida, uma verdade absoluta. A colaboração entre os Poderes reconhece institucionalmente a transitoriedade e a contingência do que é considerado ser correto. Essa é a prática que protege e promove a democracia e o Estado de Direito
Herculano
29/07/2018 07:50
PRESIDENTES NÃO SÃO SUBSTITUÍDOS PARA IR AO BRICS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A regra cômica da posse do substituto imediato, quando o presidente se ausenta do País, fez Michel Temer pagar o mico de abandonar a reunião de presidentes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Joanesburgo, porque o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB) precisava retornar ao País para a convenção do seu partido no Ceará, e automaticamente assumiria o cargo tão logo ingressasse o espaço aéreo brasileiro. Com isso ficaria inelegível em outubro.

REGRA CARICATA
Países que integram o Brics, por exemplo, não têm essa regra boba do Brasil: quando viajam, seus presidentes governam à distância.

RÚSSIA NEM TEM VICE
Na Rússia, nem há vice, e ninguém assume o cargo do presidente que viaja. Só há substituição nos casos de

INDIANOS SÃO SÉRIOS
Na Índia, o vice só assume se o titular morrer, renunciar ou for derrubado pelo parlamento ou a Suprema Corte.

CHINA NÃO SUBSTITUI, ÁFRICA SIM
Na China não há vice e ninguém assume quando o chefe viaja. Igual ao Brasil apenas a África do Sul: presidente só governa em casa.

SALÁRIOS CUSTAM 90% DO ORÇAMENTO DO JUDICIÁRIO
Os gastos com os chamados "recursos humanos" são responsáveis por mais de 90% da despesa total de todo o orçamento do Poder Judiciário brasileiro, de R$84,8 bilhões. Inclui, além de magistrados, os salários dos servidores ativos e inativos, terceirizados e estagiários, além de todos os penduricalhos como auxílios, até de moradia, passagens, diárias etc. Os dados são de 2016, os mais recentes disponíveis.

O RESTO É POUCO
Dos R$9 bilhões que sobram, após os salários, são gastos em despesas de custeio, principalmente na área de informática.

OS MAIORES GASTOS
O orçamento da Justiça Estadual totaliza R$48,1 bilhões ao ano. O segundo maior custo é a do Trabalho: R$ 17 bilhões anuais.

CUSTO POR BRASILEIRO
Em 2016, o custo da Justiça foi de R$ 411,73 para cada um dos 208 milhões de brasileiros, segundo o "Justiça em Números", do CNJ.

SEM REGISTRO É ILEGAL
O PT mente ao sugerir que Lula será "candidato sem registro". É ilegal: os artigos 10 a 16-A da Lei nº 9.504/97 e os artigos 87 a 102 do Código Eleitoral listam os pré-requisitos legais para ser candidato, o que inclui o registro com antecedência de candidaturas proporcional e majoritária.

Só NO BRASIL
Entre os candidatos e pré-candidatos a presidente, apenas Lula, do PT e José Maria Eymael, do PSDC, têm mais de um processo na Justiça que devem impedir suas candidaturas. E só Lula está preso, claro.

REJEIÇÃO MÉDIA É BOM
Segundo o Paraná Pesquisa, o senador Romário (PSB) é o predileto da população do Rio para o Governo. O baixinho também tem a menor rejeição entre candidatos: 43,7% não votariam nele "de jeito nenhum".

SEGUNDO VOTO
O advogado Paulo Roque é candidato ao Senado pelo Partido Novo, em Brasília, e aposta em ganhar o segundo voto dos eleitores. Segundo ele, é o que recomendam as pesquisas de intenção de voto.

ANTES DA ELEIÇÃO, É BOM LEMBRAR
Resulta em prisão de 3 a 8 anos promover ou constituir organização criminosa. Ou apenas financiar ou integrar, até através de terceiro, um grupo com intenções criminosas, também resulta em pena dura.

PERFORMANCE BAIXA
Abaixo-assinado no site Change.org que pede a tramitação da PEC 410/18, que altera a lei e consolida as prisões após a condenação em 2ª instância, obteve apenas 1.153 assinaturas em 4 meses.

MAIS DEVAGAR
Pesquisa da Fecomércio da Paraíba mostra que 51,5% dos filhos mostraram o desejo de presentear os pais no próximo dia 12, Dia dos Pais. No ano passado, que já foi baixo, o número era de 55%.

DEU CERTO
Sobre a possível absorção do Ministério do Trabalho por outra pasta, o Planalto avalia que além de a pasta da Previdência ter sido absorvido pelo Ministério da Fazenda sem prejuízos para o funcionamento do sistema previdenciário, o Des. Agrário está agora no Desenvolvimento.

PERGUNTA NO LEGISLATIVO
A partir de 2019 o Congresso volta a funcionar normalmente?
Herculano
29/07/2018 07:44
O PT NADA APRENDEU, NADA ESQUECEU, por Elio Gaspari, no jornal O Globo e Folha de S. Paulo

Lula, Haddad e o comissariado vêm com um projeto que resultará num regime plebiscitário, com os métodos do mensalão

?A repórter Marina Dias mostrou um pedaço do programa de 36 páginas do PT. Como se sabia, lá está a proposta para convocar um plebiscito para revogar iniciativas do governo de Michel Temer (só?). O recurso à consulta direta depois de uma eleição majoritária é golpismo e na Venezuela deu no que deu.

Outras propostas petistas dividem-se em três categorias. A transformação do Supremo Tribunal em Corte Constitucional está na mesa. Outras, como o estabelecimento de mandatos para demais cortes superiores, são más ideias. Já a participação de servidores na eleição dos órgãos de gestão dos tribunais é uma girafona.

Coisas como o fim das férias de dois meses e do auxílio-moradia são arroz de festa, pois os penduricalhos agonizam. Parolagens em torno de ampliação dos poderes da "sociedade civil organizada" ou criação de "comissões de alto nível" são apenas parolagens.

Nessa amostra da plataforma petista vê-se que os comissários resolveram limpar o porão, trazendo de volta projetos repetidamente rejeitados pelo Congresso. É o caso do financiamento público das campanhas e o voto de lista.

Debulhando-se o aperitivo, percebe-se que diversas propostas dependem da aprovação de emendas constitucionais. É aí que a porca torce o rabo. Com que maioria o comissariado pretende aprová-las? Sua bancada será insuficiente, portanto, pretendem buscar os votos com aquilo que vem sendo chamado de centrão.

Como? Com os métodos que entre 2003 e 2004 acabaram no escândalo do mensalão. Nesse jogo reinava Valdemar Costa Neto, que foi para a cadeia, vestiu tornozeleira e foi indultado. Ele voltou a operar para Michel Temer e hoje está aninhado na coligação de Geraldo Alckmin.

Como os Bourbons que voltaram a reinar na França depois do colapso da revolução, o PT nada aprendeu, nada esqueceu.

MORO DEVERIA AJUDAR MATEUS, SUA VÍTIMA
Durante o debate patrocinado pelo O Estado de S. Paulo, o juiz Sergio Moro colocou-se numa posição salomônica entre o promotor Marcelo Mendroni, com sua visão punitiva, e o criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, na defesa (hoje impopular) dos acusados.

Mendroni defendia o recurso às prisões preventivas "desde logo", pois a "prisão faz com que cesse a prática do crime". Mariz argumentou: "Como o senhor vai descobrir logo no início das investigações se alguém é culpado ou se é inocente se ele não se defendeu?".

O clima esquentou e, mais adiante, Moro expôs sua posição:

"Se for preso preventivamente e absolvido, deveria ser indenizado."

Nessa breve opinião pode-se ver a distância que separa a mesa do juiz da Vara de Curitiba do palco de um debate público. Uma proposta de indenização para pessoa que foi presa preventivamente sem motivo justo reprovaria qualquer vestibulando de Direito.

No caso do salomonismo de Moro, pode-se deixar de lado a simpática proposta das indenizações para tomar um caso real, acontecido na sua vara.

No dia 14 de novembro de 2014 o doutor autorizou a prisão do diretor financeiro da empreiteira OAS, Mateus Coutinho de Sá, de 36 anos. Ele ralou seis meses de tranca até que foi mandado a prisão domiciliar pelo Supremo Tribunal Federal. Em agosto de 2015 Moro considerou que estava diante de "prova robusta" e condenou-o a 11 anos de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro.

Coutinho de Sá perdeu o emprego e o casamento, no qual tinha uma filha pequena.

Em novembro de 2016 ele foi absolvido pelo voto unânime da 8ª Turma do TRF-4.

Se o que Moro disse no auditório do Estadão é para valer, ele bem que poderia ajudar sua vítima a receber uma indenização. De quem? Da Viúva.

LULA PROSCRITO
Na quinta-feira (26), 29 congressistas americanos divulgaram uma carta-manifesto defendendo a participação de Lula na eleição de outubro e denunciando sua condenação num julgamento que classificaram como "altamente questionável".

Puseram o rótulo de "extrema direita" no governo de Michel Temer e disseram que "a luta contra a corrupção não deve ser usada para justificar a perseguição de opositores políticos ou negar-lhes o direito de participar livremente das eleições".

Uma assinatura dá relevo ao protesto. É a do senador Bernie Sanders, ex-candidato à presidência na disputa pela indicação do partido Democrata e quindim da esquerda liberal dos Estados Unidos.

A carta expõe um problema insolúvel que, mesmo sendo insolúvel, não diminui de tamanho. Lula foi condenado em duas instâncias por corrupção, mas o manifesto mostra que sua proscrição tisna a eleição de outubro. Na cabeça de muita gente, sobretudo fora do Brasil, é um contrassenso o banimento de um candidato que, mesmo preso, tem um terço das preferências expressas numa pesquisa.

Poucos americanos devem lembrar, mas a eleição que levou Thomas Jefferson para a Casa Branca em 1801 foi decidida pelo voto de um deputado que havia sido reeleito quando estava na cadeia por crime de opinião.

Ele se chamava Matthew Lyon e, tendo cumprido a sentença, assumiu sua cadeira. A disputa pela Presidência foi decidida numa cabala do colégio eleitoral e Lyon reverteu o voto do seu estado, garantindo a vitória de Jefferson.

O PT E LULA
São muitos os comissários petistas inquietos com a trava que Lula impôs ao partido recusando-se a aceitar um Plano B para a eleição.

A trava atrapalha os projetos individuais de petistas que precisam costurar alianças em seus estados.

O que os comissários parecem não ter percebido é que desde o século passado, quando criou o PT, Lula pensa primeiro nele. Depois, novamente nele.

Se o Poste perder a eleição, Lula continuará como vítima. Se ganhar, a vitória terá sido dele, e de mais ninguém.

TOFFOLI NO STF
A partir de setembro, com a ida do ministro Dias Toffoli para a presidência do Supremo, o combate ao crime organizado ganhará destaque na pauta do Judiciário.

Ele tem bom conhecimento (e espanto) dos mecanismos de funcionamento das organizações criminosas

Com que resultados? A ver.

FALOU DEMAIS
No início do mês, quando Andrés Manuel López Obrador elegeu-se presidente do México, Michel Temer telefonou para ele, congratulou-o e depois revelou:

"Combinamos de nos encontrar em Puerto Vallarta, no México, na cúpula Mercosul-Aliança do Pacífico."

Obrador disse que ia, mas não apareceu.

Temer lustrou o ocaso da presidência de Enrique Peña Nieto, que vai para casa em novembro carregando impopularidade e má fama.

RECORDAR É VIVER
Diante das idas e vindas dos partidos que negociam seus minutos de televisão, um cinéfilo relembra uma frase do ator mexicano Cantinflas antes de começar uma partida de dominó:

"Señores, vamos a pelear como caballeros o como lo que somos?
LEO
28/07/2018 22:16
DIÁRIO OFICIAL DOS MUNICÍPIOS 27/07/2018.EDITAL DE CONVOCAÇÃO DA ASSEMBLEIA PARA ELEIÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE POLITICAS CULTURAIS.
MAIS UM CONSELHO QUE NÃO SE SABE SE VAI FUNCIONAR.
Herculano
28/07/2018 16:22
da série: nem as coisas sérias e boas, o MDB metido em falcatruas até o pescoço quer

JUCÁ: "QUEM INVENTOU MEIRELLES NA ÁREA ECONôMICA NÃO FOI TEMER, FOI LULA"

Conteúdo de O Antagonista. Romero Jucá, em entrevista ao Estadão, tentou descolar Henrique Meirelles do presidente Michel Temer.

"Meirelles não é um político profissional, embora seja experimentado na gestão. É um outsider na política. Vamos mostrar que Meirelles não é o resultado do governo, mas, sim, do seu trabalho na vida pública e privada. Quem inventou o Meirelles na área econômica não foi o Temer. Foi o Lula. E o Meirelles passou quatro vezes mais tempo com o Lula (como presidente do Banco Central) do que com o Temer."
Herculano
28/07/2018 16:09
A TESE DO CHAPÃO PARA O GOVERNO E SENADO EM SANTA CATARINA VAI AOS POUCOS SE DESMANCHANDO E O ESPERTO POLÍTICO PROFISSIONAL ESPERIDIÃO AMIN HELOU FILHO, PP, EQUILIBRANDO-SE COMO SE NADA TIVESSE COM O CAOS ONDE ESTÁ O PAÍS E O ESTADO.
Herculano
28/07/2018 16:06
POLÍTICOS QUEREM EVITAR CÁRMEN NA 2.ª TURMA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Conteúdo da Coluna do Estadão (Andreza Matais), no jornal O Estado de S. Paulo. A entrada da ministra Cármen Lúcia na 2.ª Turma do Supremo no lugar de Dias Toffoli, a partir de setembro, preocupa parlamentares com processos pendentes de julgamento no colegiado. Advogados de políticos dizem que farão o possível para que seus clientes sejam julgados antes da troca. A avaliação de ministros do STF e advogados é a de que a mudança vai tirar o relator da Lava Jato, Edson Fachin, do isolamento e aumentar as chances de condenação dos réus. Toffoli deixará a turma para assumir a presidência em substituição à Cármen.

Histórico.
Nas questões cruciais da Lava Jato, Fachin costuma ter o apoio de Celso de Mello, enquanto Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Toffoli estão afinados nas críticas à investigação. Quando chegar, Cármen Lúcia deve se alinhar a Fachin e Mello.

Pacote de bondades.
A atual composição da 2.ª Turma do Supremo já mandou soltar José Dirceu, absolveu Gleisi Hoffmann e retirou do juiz federal Sérgio Moro trechos de delações que envolviam o ex-presidente Lula na Operação Lava Jato.

O próximo.
Um dos casos pendentes de julgamento na 2.ª Turma é a ação penal do deputado federal Aníbal Gomes (DEM-CE), réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele deve ser o terceiro parlamentar julgado pelo STF no âmbito da Lava Jato neste ano. Aníbal nega as acusações.

Novela.
O PP não indicou a senadora Ana Amélia (RS) para vice do presidenciável Geraldo Alckmin. E Aldo Rebelo falou a interlocutores que preferia ser um nome de consenso a constar de uma lista de opções. Alckmin ficou de informar a ACM Neto (DEM) sua decisão na segunda, 30.

Sem troco.
O governador Márcio França (PSB) disse a aliados que o apoio do PDT à sua reeleição não garante reciprocidade na disputa presidencial. A pressão do governador Paulo Câmara (PSB-PE) para apoiar o candidato do PT ou ficar neutro sensibiliza os paulistas.

Pedra.
Para fechar a aliança nacional com o PT, o PSB exigiria a retirada da candidatura de Marília Arraes, principal adversária de Paulo Câmara. Outra opção do PSB é Ciro Gomes.

Lei iô-iô.
O líder do PRB na Câmara dos Deputados, Celso Russomanno (SP), diz que irá ingressar com mandado de segurança no Supremo para que seja devolvido à Casa Legislativa a redação final da Lei de Proteção de dados. O texto chegou na Presidência da República esta semana.

Manobra.
Russomanno alega que o Senado fez alteração no texto aprovado pela Câmara e, por isso, precisa ser analisado novamente pelos deputados. A Coluna revelou que o Senado chegou a pedir o texto de volta, mas já o reencaminhou à Casa Civil.

Andanças.
O Tribunal Regional Federal da 3.ª Região encaminhou para TRE-SP o processo contra o deputado estadual João Paulo Rillo. Ele foi acusado em delação da Odebrecht de receber R$ 500 mil na campanha à prefeitura de São José do Rio Preto, em 2012.

Com a palavra.
O TRF entendeu que o caso pode ser de caixa 2 e não de corrupção. O deputado disse que "tem certeza que a ação será arquivada" e que a decisão demonstra que "não tem envolvimento com a Lava Jato".

PRONTO, FALEI!
"Os usuários têm sido prejudicados dia a dia por agências reguladoras que têm agido como sindicatos das empresas, defendendo interesses comerciais", DO PRESIDENTE NACIONAL DA OAB, CLAUDIO LAMACHIA.
Herculano
28/07/2018 15:59
É FANTÁSTICO

De Ricardo Noblat,de Veja, no twitter

A entrada da ministra Cármen Lúcia na 2.ª Turma do STF no lugar de Dias Toffoli preocupa políticos processados. Seus advogado dizem que farão o possível para que eles sejam julgados antes da troca. (Não é fantástico?)
Herculano
28/07/2018 11:36
Do filósofo Luiz Felipe Pondé, no twitter

A mania de higiene se espalha por toda parte. Alimentação sem sangue, sexo sem secreções, beijos sem saliva, amor sem ciúmes, almas sem inveja, sociedades sem ressentidos, casais sem inseguranças, enfim, um mundo que deixaria a Branca de Neve atordoada.
Herculano
28/07/2018 09:34
SINDICATO DE PETROLEIROS QUERIA PAGAMENTO "IMEDIATO" DE INDENIZAÇÃO TRABALHISTA BILIONÁRIA

Conteúdo de O Antagonista. Na decisão em que suspendeu a sentença do TST contra a Petrobras, Dias Toffoli alertou para ação de execução movida por um sindicato de petroleiros que exige o pagamento imediato de sua fatia no bolo dos R$ 17,2 bilhões.

Antes mesmo, da publicação do acórdão do julgamento.

"A corroborar tal receio, tem-se que antes mesmo do início do recesso de julho de 2018, duas Turmas do TST determinaram a aplicação do entendimento decorrente desse julgamento, cujo acórdão sequer foi publicado, conforme já supra destacado, fato igualmente observado nos autos da execução provisória nº 0010620-15.2018.5.15.0126, em que entidade sindical já postulou a imediata implementação, na folha salarial de todos os empregados de sua base territorial, da forma de cálculo reconhecida como devida pela decisão ora atacada."
Herculano
28/07/2018 09:26
O FIM DOS "SUPERMARQUETEIROS"

Conteúdo de O Antagonista.É o fim da era dos chamados 'supermarqueteiros'.

Publica O Globo:

"Os principais nomes de candidatos que disputam a Presidência este ano devem desembolsar menos recursos para tentar dar publicidade às suas campanhas. Menos, mas, em alguns casos, ainda na casa dos milhões".

Segundo o jornal carioca, a campanha de Geraldo Alckmin pretende gastar R$ 10 milhões com Lula Guimarães. O valor é bastante inferior aos R$ 70 milhões desembolsados na campanha de Aécio Neves e Dilma Rousseff para pagar seus marqueteiros na última eleição presidencial.

Manoel Antonio Canabarro, publicitário de Ciro Gomes, não revelou ainda a quantia que receberá. Jair Bolsonaro disse que pretende gastar pelo menos R$ 1 milhão. Já Marina Silva pretende trabalhar com voluntários.
Herculano
28/07/2018 09:20
O CRIME COMPENSA: LIVRE, DIRCEU USUFRUI DE FÉRIAS, por
Josias de Souza

Condenado em segunda instância a 30 anos e 9 meses de cadeia, José Dirceu deveria estar atrás das grades. Mas ele desfruta, veja você, de uma temporada de férias. Graças à generosidade da Segunda Turma do Supremo, que o libertou no mês passado, o ex-chefão da Casa Civil de Lula trocou a hospedaria da Papuda, o presídio de Brasília, pelo conforto da casa de um empresário-companheiro no interior da Bahia. Dirceu passeia, se reúne com políticos locais e até dá entrevistas.

No Brasil, os crimes praticados acima de um certo nível de poder e renda não costumavam ser punidos. A Lava Jato melhorou o que era muito ruim. Mas a situação continua precária. O baixo risco de punição, sobretudo da criminalidade de colarinho branco, funciona como um incentivo à prática generalizada dos crimes do poder.

Quem olha para as alianças eleitorais de 2018 percebe que ainda é grande a quantidade de corruptos em plena atividade. Ao libertar Dirceu, que coleciona sentenças no mensalão e no petrolão, a Segunda Turma do Supremo revela que, no Brasil, continua sendo mentirosa a tese segundo a qual o crime não compensa. É que, quando compensa, ele muda de nome. Quando a punição é inexistente ou cenográfica, o nome do crime é impunidade.
Herculano
28/07/2018 09:15
HADDAD, O EDUCADOR, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

O que é um Bolsonaro desarmado perto de um Ortega armado?

Calculadamente, Fernando Haddad posiciona-se para assumir a condição de avatar de Lula na campanha presidencial. Na entrevista concedida à Folha (23/7), celebra o líder onipresente ("as pessoas sentem Lula") e fala da economia como se nada de especialmente relevante tivesse acontecido no governo Dilma.

Mas, sobretudo, critica Alckmin por ter o aval do centrão ("o que tem de mais fisiológico no país, um atraso"), exibe o PT como farol da "modernidade" e afirma que os empresários "precisam ser educados para a democracia". Arrogância é pouco. O potencial avatar envereda pelo caminho do autoritarismo, vestindo-o com uma fantasia iluminista.

O centrão, certamente fisiológico e atrasado, ofereceu sustentação aos dois mandatos de Lula e, até as vésperas do impeachment, ao governo Dilma.

Lula e seu candidato a prefeito paulistano, um certo Haddad, peregrinaram à Canossa de Maluf, trocando a humilhante foto do abraço pelo apoio eleitoral. Antes de "educar" os empresários, Haddad precisa educar-nos a todos na arte de apagar a história recente.

"Modernidade" versus "atraso". A polaridade inspirou a primeira sociologia brasileira, até que se compreendessem os mecanismos pelos quais o atraso se moderniza e, por essa via, se reitera. A história do PT ilustra, melhor que tudo, o processo.

De um Lula a outro, no trajeto de São Bernardo ao Planalto, o Brasil aprendeu com quantos mensalões se faz uma maioria parlamentar e com quantos petrolões se assina um pacto com as empreiteiras. Haddad precisa reeducar-se a si mesmo fora do pensamento dualista.

O apoio de parcela do empresariado a Bolsonaro provoca a santa indignação de Haddad. Mas qual é a surpresa na informação de que não poucos empresários transitam de um amor louco pelo lulismo para uma arrebatadora paixão pelo bolsonarismo?

O mesmo empresário que escolhia vendar seus próprios olhos para capturar as rendas fáceis presenteadas pelo BNDES de Mantega está disposto a conservar sua cegueira política voluntária para coletar as 30 moedas que a farra ultraliberal de Paulo Guedes promete distribuir.

Não sei qual seria o método pedagógico de Haddad para "educar" os empresários, mas nenhum é mais eficaz do que o utilizado pelo governo Lula, "o mais responsável de todos os governos da história", com figuras como Marcelo Odebrecht e Eike Batista.

De fato, o "Estado mínimo" de Bolsonaro e seu guru econômico não combinam com a democracia. Os eleitores bolsonaristas, empresários ou outros, talvez não compreendam isso - ou, talvez, simplesmente não gostem da democracia.

Mas a ambição de um partido de "educar" a sociedade expõe sua alma autoritária. Mussolini queria educar os italianos. Fidel Castro almejava educar os cubanos. Pol Pot resolveu educar os cambojanos. Já os partidos democráticos nutrem esperanças mais modestas: como admitem que não são portadores da verdade histórica, e que podem estar errados, desejam apenas persuadir os eleitores.

"Devem ser educados para a democracia." Haddad usa a palavra "democracia" para expressar sua repulsa a Bolsonaro. Nisso, tem razão. Mas o que é um Bolsonaro desarmado diante de um Ortega armado?

Nosso "clown" da extrema direita mata imaginariamente seus adversários, sonhando restaurar a ditadura que perdeu os dentes quando ele não passava de um mero cadete. Já Ortega, a quem o PT oferece o mesmo apoio incondicional que presta a Maduro, mata realmente, dia sim e dia também, sustentando seu poder à base de selvagem repressão.

A jornalista Catia Seabra esqueceu-se de confrontar Haddad com perguntas sobre a Nicarágua ou a Venezuela. Deixou-me curioso. Por que o partido que representa a "modernidade" e fala em nome da "democracia" defende fanaticamente os governos Ortega e Maduro? Por que Haddad não se ocupa, antes de tudo, em educar o próprio PT? Quem educa o educador?
Herculano
28/07/2018 08:46
STF Só AVALIA PRISÃO EM 2ª INSTÂNCIA ANO QUE VEM, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste sábado nos jornais brasileiros

Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) não haver confirmado declaração atribuída ao ministro Dias Toffoli, descartando colocar em pauta a prisão de condenados em segunda instância, fontes do STF garantem que "são praticamente nulas" as chances de o futuro presidente da Corte colocar esse assunto em pauta. Pelo menos não em 2018. A ideia é não criar "marola" antes da eleição de outubro.

EM 2018
Prisão após condenação em segunda instância está na lista dos temas polêmicos que devem ficar longe da pauta do plenário do STF.

PODE SER REVISTO
O entendimento atual do STF vem de 2016, após a constitucionalidade da prisão ser questionada. Desde então ministros mudaram de posição.

PODE SER REVISTO
No último julgamento sobre esse caso houve empate e a ministra Rosa Weber sacramentou em maioria a favor da prisão. Pode ser revisto.

MINISTROS CONTRA
Os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello devem ser contrários à prisão em segunda instância.

ARTICULAÇÃO AO GOVERNO DO DF ENFRAQUECE ARRUDA
O ex-governador José Roberto Arruda, cuja mulher Flávia é candidata a deputada pelo PR, tem sido derrotado nas tentativas de definir o substituto de Jofran Frejat como candidato ao governo de Brasília. Inelegível, em razão da Operação Caixa de Pandora, ele é popular no DF e por isso tentou escolher o vice de Frejat, assumindo inclusive compromissos em nome candidato. Frejat chutou o balde e largou a candidatura líder nas pesquisas chamando Arruda de "Diabo Verde".

MOVIMENTO FRUSTRADO
Arruda tentou Izalci Lucas (PSDB) em lugar de Frejat, o que o deixaria como comandante da campanha do seu antigo partido. Não deu certo.

ALCKMIN AFASTOU
Geraldo Alckmin neutralizou o movimento de Arruda, vetando qualquer acordo com o PR no DF. Só para não permitir sua aproximação.

OUTRA ARTICULAÇÃO
À revelia de Arruda, o MDB definiu a candidatura de Ibaneis Rocha ao governo, com a vice Anna Cristina Kubitschek Pereira, neta de JK.

64% SEM CANDIDATO
Segundo levantamento do Ideia Big Data com 2.036 eleitores em todo o território nacional, em pesquisa espontânea, 21% votaria branco/nulo ou nenhum e outros 43% ainda não sabem em quem votar.

DOIS EX DO PT
Condenado por unanimidade pelo TRF-4, órgão colegiado, Lula está inelegível, segundo manda a Lei da Ficha Limpa. Dilma, condenada pelo plenário do Senado, órgão colegiado, também está inelegível.

PARA A BRIGA
Apesar de todos os indícios de que o PSD vai mesmo apoiar Geraldo Alckmin (PSDB) para presidente, Guilherme Afif participa da convenção nacional do partido neste sábado (28) contando ainda com a insatisfação de diretórios regionais do PSD com o PSDB do paulista.

PRó-IMPOSTO SINDICAL
"Dono" do Solidariedade, Paulinho Pereira tentou se afastar de Geraldo Alckmin (contrário ao imposto sindical), já que o partido é o braço político do sindicato Força Sindical, presidida por? Paulinho. Mas o Solidariedade deve apoiar Alckmin para presidente.

APROVEITANDO O EMBALO
Como fez com Cristiane Brasil (PTB-RJ), o Supremo deveria cobrar explicação de parlamentares oportunistas que gastam dinheiro do contribuinte para visitar Lula, um corrupto preso.

ABUSIVO É POUCO
É inexplicável, ainda mais para banco estatal como a Caixa Econômica, que a inadimplência seja de 2,25% e os juros cobrados no cheque especial superem 300%. E a missão do banco é "promover cidadania".

INDÚSTRIA SOFRE
A arrecadação de impostos sobre produtos industrializados (IPI) caiu 14,28% em relação ao ano passado, segundo a Receita Federal. Reflete a greve dos caminhoneiros e a retração da produção industrial.

MORTE POR ASFIXIA
Sufocada pela indústria de indenizações trabalhistas, a Fundação Museu do Homem Americano, em São Raimundo Nonato (PI), que atua na Serra da Capivara, foi obrigada a demitir todos os funcionários. Cada centavo que entra na Fundação vai para a Justiça do Trabalho.

PENSANDO BEM...
...nada mais justo do que o ficha suja, que na verdade não é candidato, ter de devolver o dinheiro público que recebeu para fazer "campanha".
Herculano
28/07/2018 08:40
A AMEAÇA DAS FACÇõES, editorial do jornal Folha de S. Paulo

PCC dá sinais de que pretende derrotar seus rivais e assumir hegemonia do crime

Criada em 1993 por um grupo de marginais de alta periculosidade da capital paulista, que fora enviado para o presídio de Taubaté, no interior, a organização criminosa Primeiro Comando da Capital já congrega e controla um exército de presidiários e bandidos fora de seu estado de origem.

Segundo estimativas da polícia, o número ultrapassaria 20 mil filiados além das fronteiras de São Paulo, onde a associação contaria com mais de 8.000 membros.

O grupo alcançou maior notoriedade em 2006, quando liderou uma série de ataques sangrentos a forças policiais, instituições públicas e alvos civis que aterrorizou dezenas de cidades.

Em que pese a verdadeira guerra que se moveu, desde então, contra membros da facção, são enfáticos os sinais de que o PCC segue em suas investidas para derrotar organizações rivais e se impor como agente hegemônico do crime organizado em plano nacional.

Pouco depois do assombroso fuzilamento de um de seus desafetos na zona leste paulistana, na segunda (22), quando se contaram ao menos 70 cápsulas de projéteis disparados contra o automóvel blindado que o abrigava, vieram à luz informações da Polícia Civil sobre um plano para ampliar o recrutamento de associados para a facção.

De acordo com os relatos disponíveis, a campanha pretende engajar 1.000 novos afiliados por mês. Para incentivar a arregimentação, a cúpula criminosa decidiu suspender por um período o pagamento mensal que seus integrantes são forçados a realizar.

Tais informações, com todos seus detalhes infames, que afrontam a sociedade, as leis e a ordem, apenas reforçam a necessidade inadiável de o Estado brasileiro assumir seu papel precípuo de mantenedor da segurança pública e enfrentar de modo decidido e eficaz o PCC e seus concorrentes.

Estes já assumem dimensões alarmantes, com tentáculos que se insinuam sobre os Poderes nacionais, até mesmo por meio de financiamento e participação eleitoral.

Trata-se, sim, de reprimir essas associações, mas sobretudo de ir às raízes do problema, a começar pelo descontrole do sistema prisional e sua superlotação.

Foi o próprio presidente Michel Temer (MDB), ao lançar em fevereiro a intervenção federal na área de segurança do Rio de Janeiro e anunciar a criação de uma pasta para a Segurança, quem classificou os presídios brasileiros de "escritórios de bandidos". Até aqui, no entanto, pouco ou nada se fez para mudar esse quadro.

Além de aumentar a quantidade de vagas e retomar o controle dessas instituições, é indispensável que se considere uma revisão da atual política de aprisionamento, que tem servido para abarrotar penitenciárias com pessoas que nem sequer foram julgadas ou se viram condenadas por delitos passíveis de penas alternativas.

É fundamental limpar esse terreno fértil para a coação e o alistamento de novos soldados do crime.
Herculano
28/07/2018 08:38
da série: o povo cada vez mais refém de dois tipos de bandidos o político e o gestor público que fecham os olhos para as facções

PCC ABRE MÃO DE "TAXA DE MATRÍCULA" PARA RECRUTAR 1 NOVO BANIDO POR HORA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Rogério Pagnan. Campanha da facção 'adote um irmão' foi descoberta pela Polícia Civil de SP

Em meio à guerra contra facções rivais, o PCC realiza ação para fortalecer o seu exército criminoso pelo país. A campanha ganhou o nome de "adote um irmão", na qual cada membro do grupo precisa convidar um novo bandido para a facção criminosa.

Com tal campanha, detectada pela Polícia Civil de São Paulo, os criminosos pretendem recrutar uma média mensal de 1.000 novos integrantes (ou mais de 30 novos bandidos a cada dia), tal como teriam conseguido em 2016.

Para impulsionar a ação, os chefões do bando suspenderam há cerca de 40 dias a cobrança em todo o país (a única exceção é São Paulo) da chamada "cebola", mensalidade que os integrantes do grupo são obrigados a contribuir. Segundo apuração da polícia, essa matrícula e as seguidas mensalidades podem custar até R$ 900 cada, a depender do estado, e a inadimplência pode gerar cobranças e punições.

Os bandidos mais graduados na facção, aqueles "que exercem atividades de elevada hierarquia", não precisam pagar a "taxa". Segundo documentos obtidos pela Folha e relatos de pessoas ligadas aos criminosos, a guerra iniciada pelo PCC em outubro de 2016 ocorreu justamente porque facções rivais, principalmente o braço do CV (Comando Vermelho) de Mato Grosso, passou a proibir novos batismos pelo PCC nos estados.

Os bandidos rivais perceberam que a facção nascida nas prisões de São Paulo crescia Brasil afora e, assim, não demoraria para ser maioria nas prisões do país e, com isso, dono de todas as rotas de tráfico de drogas. Pela lógica do crime, quem domina a prisão, domina o crime fora dela.

Atualmente, o PCC tem cerca de 22 mil filiados fora de São Paulo, nas outras 26 unidades da federação, segundo dados obtidos pela Polícia Civil. O plano de expansão foi detectado pela polícia durante a operação Echelon.

Nas conversas monitoradas, os criminosos revelam outras ações de recrutamento e também preocupação com outras facções em outros estados, como em Minas Gerais e no Ceará. Neste último, membros do PCC foram flagrados reavaliando uma ordem recebida de um chefão do PCC de declaração de guerra com a quadrilha local, o GDE (guardiões do estado), em razão de tamanha a diferença entre os grupos. Os criminosos são identificados nos diálogos como Gilmar e Souza.

Gilmar: Eles [GDE] tem 15 mil integrantes dentro do estado [do Ceará] e nós [PCC] tem sabe quantos? Mil e pouco, mil e pouco.
Souza: E eles tem quantos, irmão?
Gilmar: 15 mil, e nós mil.
Souza: E nóis tem mil, mil e pouco?
Gilmar: Mil e pouco. Como é que nóis vai declarar uma guerra com eles? Nóis não pode, não é o momento ainda.
Souza: É, tô ligado, é a mesma coisa de se suicidar, né?

GENOCÍDIO DE RIVAIS
Outros documentos obtidos pela Folha revelam que o PCC pratica um "verdadeiro genocídio" no país, em sua guerra contra grupos rivais para o domínio do tráfico nacional de drogas.

Segundo o documento, há milhares de imagens de pessoas assassinadas em todo o país a mando da facção ?"de inimigos ou de membros do próprio grupo acusado de faltas graves. "[São] milhares de registros, fotos e vídeos que demonstram, ainda que de forma fragmentária, o funcionamento desta célula criminosa para a prática de um verdadeiro genocídio no Brasil", diz trecho do documento da polícia.

A facção também tem buscado abastecer seus integrantes com armamento pesado. Em conversas monitoradas pela polícia, os criminosos falam de ordem dada por chefões do crime para a realização de levantamento de fóruns em todo o território nacional que possam ter estoques de "ferramentas", maneira como os criminosos chamam as armas.

Tal orientação, segundo o relatório da polícia, teria partido de Presidente Venceslau (interior de São Paulo) onde está presa a cúpula da facção, incluindo Marco Camacho, o Marcola, apontado pela polícia e pela Promotoria como o principal chefe do grupo.

BATISMO
Quando aceitam participar do PCC, os bandidos são submetidos a um "batismo". É uma cerimônia simples, feita muitas vezes numa conferência telefônica, na qual o bandido diz aceitar às regras da facção (e as consequências).

Também responde a um curto questionário que, entre as seis perguntas, precisa responder se leu o estatuto do PCC (e conhece a "ideologia"), se faz parte de outra quadrilha, se já faz uso de drogas pesadas (pasta base, crack ou ópio), se já "segurou" flagrante para outro bandido por dinheiro e, por fim, se já teve "atos de homossexualismo". Ao ser aprovado, entra para o chamado Livro Branco.
Herculano
27/07/2018 19:12
A ESPANTOSA TEMPORADA DE CAÇA AO VICE, por Augusto Nunes, de Veja

A dois meses da eleição presidencial, faltam interessados no emprego de subchefe do Poder Executivo

Josué Gomes, o candidato a vice-presidente cobiçado por Geraldo Alckmin e Lula, rejeitou os dois pretendentes por ordem da mãe. No momento, Jair Bolsonaro hesita entre um príncipe e um astronauta. Ciro Gomes procura alguém que não saia em desabalada carreira quando desandar em mais um chilique. Marina Silva parece conformada com a companhia do coordenador de sua campanha, que nem começou.

Outros participantes da corrida presidencial não conseguiram sequer selecionar algum alvo. A exceção é Guilherme Boulos, que oficializou a dobradinha com a indígena Sônia Guajajara. A dois meses da eleição, a temporada de caça ao vice escancara a escassez de interessados no emprego de subchefe do Poder Executivo. No Brasil republicano, 11 presidentes foram substituídos pelo número 2 antes que o mandato chegasse ao fim.

As pesquisas sobre a eleição presidencial informam que 50% dos brasileiros pretendem abster-se, votar em branco ou anular o voto. Se o eleitorado for instado a apontar o melhor dos possíveis candidatos a vice, a opção por nenhum poderá chegar a 100%.
Herculano
27/07/2018 19:10
EM "CARTA ABERTA, MDB ESCONDE TEMER E ESQUECE DE RECORDAR TODA A CORRUPÇÃO, por Josias de Souza

Fabio Pozzebom/ABrO MDB divulgou nesta sexta-feira uma "carta aberta à nação". Nela, o partido reafirma a candidatura presidencial de Henrique Meirelles e pede uma nova chance: "Queremos continuar o trabalho apenas iniciado. Não tivemos tempo para implantar e desenvolver plenamente nossas propostas." A legenda acena com um governo "sem radicalismo, sem amadorismo, sem populismo". Faltou dizer "sem corrupção". Por quê? Simples: embora seus dirigentes não enxerguem culpados no espelho, o MDB é parte do lixão da política brasileira.

A carta do MDB ocupa uma página e meia. Em 12 parágrafos, o nome de Michel Temer não aparece uma mísera vez. Escondendo sua realidade, o MDB descreve uma fantasia: "Havia a necessidade de recolocar o Brasil nos trilhos. E foi o que fizemos." A verdade é que o partido tem saudades do tempo em que Temer se autoproclamava um "vice decorativo". O Brasil ia a pique, mas o MDB, entre omisso e aliviado, podia botar a culpa em alguém.

Hoje, a legenda abriga o presidente mais impopular da história. Em pesquisas com margem de erro de 2 pontos percentuais, Temer obtém a aprovação de 3%. Oito em cada dez brasileiros abominam seu governo. O Dadtafolha informa que um candidato abertamente apoiado pela alma penada do Planalto entra na corrida presidencial rejeitado por 92% do eleitorado.

Um presidente assim, reduzido a uma condição análoga à de lixo hospitalar, já não pode nem mesmo cultivar a ilusão de que preside. Daí ter virado sujeito oculto na "carta aberta" do MDB. Até maio de 2017, Temer degustava a expectativa de que o PIB chegaria ao segundo semestre de 2018 bombando, a caminho de um crescimento anual acima dos 3%.

Seria um feito notável para um governo-tampão que herdara a ruína de Dilma Rousseff (queda de ?" 7,2% do PIB no biênio 2016-2016). Mas tudo virou epílogo para Temer e o seu MDB depois do grampo do Jaburu. Após insultar a ética, o suposto presidente comprometeu o frágil equilíbrio. O PIB de 2018 já é projetado na cada de 1,6%, com viés de baixa.

Escrita pelo pedaço do MDB que é cúmplice de Temer, a carta anota que o brasileiro não quer ir "para a direita, nem para a esquerda". E arremata: "Henrique Meirelles será o primeiro presidente da República do MDB eleito pelo voto direto". De fato, o problema do eleitor não é de direita e esquerda. O problema é a meia dúzia que está roubando por cima e os milhões de assaltados que permanecem por baixo.

Quanto ao resto, é preciso recordar o seguinte: em 50 anos de existência, o (P)MDB disputou a Presidência da República em eleições diretas apenas duas vezes. Numa, em 1989, Ulysses Guimarães amealhou irrisórios 4,7% dos votos válidos. Noutra, em 1994, Orestes Quércia arrebanhou ínfimos 4,4%. Hoje, Meirelles roda nas pesquisas na casa de 1%. Se chegar às urnas em triunfo, será candidato a Deus, não a presidente da República.
Herculano
27/07/2018 11:10
EDITORIAL DA EDIÇÃO IMPRESSA DESTA SEXTA-FEIRA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, O DE MAIOR CIRCULAÇÃO E CREDIBILIDADE EM GASPAR E ILHOTA

Não brincamos em serviço

Há 28 anos no mercado, o Cruzeiro do Vale já publicou milhares de notícias. Tão grande quanto o número de reportagens já desenvolvidas por este veículo de comunicação é a quantidade de leitores que, atentos e interessados pelos assuntos abordados, consomem o conteúdo produzido por nossa equipe. Existem muitas pessoas que acompanham diariamente nossas postagens no portal online e também redes sociais, além de sempre consultarem a edição física para dar como verdadeiro - ou não - algum boato da cidade. Há confiança, credibilidade e respeito.

Nesse sentido, o editorial desta semana se baseia na comprovação que sim, nós falamos a verdade, investigamos os fatos, buscamos dados concretos e fazemos o possível e, às vezes, até o impossível, para entregar o melhor. Independentemente do assunto, seja sobre cultura ou política, esporte, economia ou qualquer outro tema, todo o material jornalístico é feito com a mesma dedicação. Todos nossos funcionários estudaram para exercer suas respectivas funções e são apaixonados pelo que fazem.

Na semana passada, o colunista Herculano Domício, parceiro de longa data do Cruzeiro do Vale, denunciou em primeira mão o fechamento da Casa Lar Sementes do Amanhã. O fato foi "desmentido" pela Prefeitura de Gaspar através de uma nota oficial. Essa contradição entre a mídia e o governo causou polêmica e gerou uma série de contestações ?" nitidamente provocada por pessoas que não se deram ao trabalho de ler a postagem, tão pouco pesquisar a trajetória do profissional que a elaborou.

Herculano é graduado em Administração e Direito, trabalha com Jornalismo desde 1970 e está em constante crescimento intelectual, sempre estudando coisas novas. Mesmo com essa bagagem imensa e dificilmente encontrada em nossa sociedade, ele tem a humildade de prestar um importante serviço: fiscalizar a política de Gaspar. Na condição de colunista, Herculano dá a sua opinião. Apesar de apresentar seu ponto de vista sobre determinados assuntos, nunca deixou de verificar se as informações colocadas no papel estão corretas.

Vale lembrar ainda que Herculano convive com a relação de amor e ódio de seus leitores. Ele fala, critica o que tem de errado, chama a atenção para os problemas, alfineta até mesmo as autoridades e não tem medo de expor aquilo que foge da honestidade esperada para um município. A verdade é que ele fala o que mais ninguém tem coragem de falar ?" ou competência para descobrir. Isso, obviamente, causa insegurança aos nomes que são citados em sua coluna. Consequentemente, também é motivo de alívio por quem realmente quer uma cidade digna.

Hoje, a Casa Lar está fechada. Essa realidade pode mudar amanhã ou depois. Torcemos para que mude mesmo e as crianças voltem para lá. Mas, para o momento, o que temos é a sensação de alívio por comprovar, mais uma vez, nossa verdade. Essa não foi a primeira vez que fomos criticado e, com certeza, não será a última.
Herculano
27/07/2018 10:53
MANCHETE DA CNN NOS ESTADOS UNIDOS AGORA PELA MANHÃ

PIB dos EUA cresce 4,1% no segundo trimestre de 2018, melhor desempenho em 4 anos.

Já no Brasil, o PIB projetado para 3,5% está derretendo. Ainda está projetado em 1,6% para este ano. Mas vai cair ainda mais.

Tudo porque os deputados federais e senadores que estão pedindo votos para se reelegerem com a bilionária verba que está faltando na saúde, na segurança, na educação e obras, primeiro chantagearam Michel Temer para deixá-lo um presidente fraco e refém deles, e assim negar à Justiça o afastamento para responder ao processo por corrupção

Depois porque os intervencionistas, bolsonaristas e apoiadores de ditadores, com ajuda das empresas de transportes que usaram os transportadores autônomos como bucha de canhão, pararam o Brasil e mandaram a pesada conta da irresponsabilidade deles para todos os pagadores de pesados impostos. E estamos pagando, mais uma vez.... Wake up, Brazil!
Herculano
27/07/2018 10:35
ALCKMIN X CIRO

Conteúdo de O Antagonista. Geraldo Alckmin deve chegar ao segundo turno ganhando entre 6% e 8% com o horário eleitoral.

É o que diz um dos mais importantes pesquisadores do país.

Ele diz também que Ciro Gomes tem chance de superar o poste de Lula se conseguir o apoio do PSB.
Herculano
27/07/2018 10:30
De Diogo Roberto Ringenberg, procurador no Tribunal de Contas de Santa Catarina, no Twitter:

O STF SANGRA. Ministros-empresários estão destruindo o STF. Crusoé revela em "A mesada de Toffoli" um ministro completamente inviabilizado para o múnus daquela Corte, não apenas para a presidência. Os ministros que ainda têm algum respeito pelo STF precisam fazer algo concreto.
Herculano
27/07/2018 10:27
UÉ! MAS A VENEZUELA NÃO É UM EXEMPLO DE SOCIALISMO SALVADOR E VENCEDOR A SER SEGUIDO POR OUTROS PAÍSES?

O QUE NÍCOLAS MADURO ESTÁ RECONHECENDO NO SEU TWITTER DESTA MANHÃ? O FRACASSO QUE ESTÁ A VISTA DE TODOS, MENOS DO PT, PSOL, PDT, PCdoB, PSTU, PCO,UNE, MST, MTST, CUT E OUTROS DA ESQUERDA DO ATRASO?

Vamos a reconstruir el sistema productivo y adquisitivo de la nación. Pido la confianza del pueblo. La guerra económica y las agresiones imperialistas han fortalecido nuestra consciencia patriota. Estoy convencido que vamos en el camino correcto hacia la prosperidad de Venezuela.

Resumindo: discursos, discursos, discursos, poder, poder, poder para os governantes ditadores e totalitários, miséria, miséria, miséria para o povo...
Herculano
27/07/2018 10:23
POIS É NATÁLIA...

A língua é o chicote do dono. E a hipocrisia é a marca de qualquer político, mesmo ele se dizendo novo no ofício ou protegido por um Deus singular que só ele adora para sensibilizar corações e mentes de analfabetos, ignorantes e desinformados, que sustentam o poder público com os pesados impostos, sem retorno para a sociedade carente.
Natália
27/07/2018 09:48
Triste essa notícia que estão acabando com as vagas de creches para crianças de 0 a 3 anos em tempo integral.

O prefeito não está preocupado, seu filho já usou a creche púbica no período integral, nos tempos vacas magras, em que ele trabalhava na secretaria regional e agora com o seu super salário ele pode pagar uma escola em tempo integral, pouco está se importando.

Se o fim das vagas de 0 a 3 anos em tempo integral fosse no governo anterior seria motivo de reclamação e seria usado na campanha eleitoral, mas com é agora em seu governo estão abafando o fato.

Bem provável que na próxima eleição como ele reduziu a meio período as creches de crianças de 0 a 3 anos, os eleitores vão reduzir os seus votos pela metade.

O candidato que prometer creche para crianças de 0 a 3 anos em período integral vai ganhar muitos votos pois os Gasparenses trabalham o dia todo e não somente meio período.
Miguel José Teixeira
27/07/2018 09:01
Senhores,

Sobre a nota replicada acima "LULA PREFERE PERDER A ELEIÇÃO "NESTEPAIZ" A PERDER O CONTROLE DO PT, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo",

vale registro, para reflexão:

quem está livre, leve e solto é o cérebro da quadrilha, fiel depositário da fortuna levantada pelos PeTralhas e que provavelmente está em paraísos fiscais sob à tutela do zé. . .
Herculano
27/07/2018 07:55
GOVERNISTA INCORRIGÍVEL, MDB PODE EXPERIMENTAR OPOSIÇÃO EM 2019, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Sigla é ofuscada pelo centrão e cogita independência diante de futuro presidente

Depois de fincar bandeira ao lado dos últimos cinco presidentes da República, o MDB pode ser levado a um exercício de desapego em 2019. Isolado na disputa e confrontado pela massa de partidos do centrão, a sigla incluiu em suas contas a possibilidade de adotar postura independente ou até integrar a oposição no início do próximo governo.

O movimento seria mais uma migração forçada do que um autoexílio purificador. O partido foi ofuscado nas negociações eleitorais com o fortalecimento do bloco liderado por DEM, PP e PR. Para dirigentes dos dois campos, o MDB perdeu poder de barganha e chegará mais frágil à posse do próximo presidente.

Ainda que o centrão não seja um bloco monolítico, os 164 deputados do grupo representam um pilar atraente para a sustentação do futuro governo. Com 51 parlamentares na Câmara, o MDB poderia oferecer sua fidelidade ao Planalto, mas certamente seria tratado como coadjuvante.

Caso Geraldo Alckmin (PSDB) se torne presidente com a ajuda do centrão, os pontos mais vistosos do mercado imobiliário de Brasília já estarão prometidos a eles. Restaria aos chefes do MDB dois caminhos: entrar na fila das negociatas ou exercer o poder pela pressão.

Pelas contas do partido, seria mais eficaz incomodar o futuro presidente na oposição do que implorar por cargos de segunda classe desde a largada. Independente, o MDB se uniria ao PT e outras siglas derrotadas para conquistar a presidência do Senado, por exemplo, multiplicando seu poder de barganha.

A tática é aplicável em caso de vitória de outro candidato, quando o centrão pode se dissolver ou continuar unido para liderar as negociações com o futuro governante.

Embora a estratégia agrade à cúpula do MDB, o plano subestima o governismo inato de integrantes da sigla. De 1994 a 2006, o partido apoiou candidatos derrotados ou adotou neutralidade na corrida ao Planalto - o que não impediu alas do antigo PMDB de negociarem ministérios com os presidentes eleitos.
Herculano
27/07/2018 07:52
UM PAÍS À DERIVA SEM REFORMAS, por Ives Gandra da Silva Martins, jurista, para o jornal O Estado de S. Paulo

Nenhum candidato apresentou, até aqui, um verdadeiro projeto para o Brasil

Não há brasileiro consciente que não perceba que, se não houver uma reformulação estrutural na administração pública, o País é o mais forte candidato a seguir a desastrosa trilha de Maduro, o tiranete venezuelano.

Com uma dívida pública explosiva, que pode chegar a 80% do PIB no fim do ano e poderá ultrapassar a dos países desenvolvidos em 2022, pois beirará os 100%, se não houver correção de rumos, visto que há uma ligeira queda nos indicadores das nações desenvolvidas; e com um déficit público financiado pela tomada de recursos no mercado, o que poderá ser cada vez mais difícil no futuro, o quadro é preocupante, justificando o contínuo rebaixamento brasileiro pelas agências de rating. É de lembrar que tais recursos não voltam em investimentos ou obras sociais, mas servem fundamentalmente para financiar a esclerosada burocracia estatal, a renitente corrupção e o fantástico desperdício de recursos em ações sem propósitos desenvolvimentistas - situação agravada por uma carga tributária superior à dos EUA, do Japão, da Coreia do Sul, da China, da Suíça, do México e à da esmagadora maioria dos países emergentes. Por essa razão, cidadãos conscientes percebem que, se não houver um projeto de austeridade pública e de reformas estruturais, a rota para o abismo é uma realidade.

É bem verdade que estava o País quase saindo da inacreditável crise de corrupção e incompetência dos 13 anos dos governos anteriores quando uma cinematográfica, mal conduzida e insustentável operação do anterior procurador-geral da República paralisou a nação em dois pedidos de impeachment, rejeitados, a partir de uma mal explicada atuação de membro do parquet até então ligado ao chefe da Procuradoria-Geral da República e de delações premiadas hoje em plena revisão. Tal desastrada ação paralisou o País, deixando o presidente da República sem condições de implementar as reformas necessárias, tendo apenas, por já aprovada, escapado a reforma trabalhista.

As reformas previdenciária, tributária, burocrática (administrativa), do Judiciário e política foram enterradas, não conseguindo o governo federal sensibilizar os futuros candidatos à Presidência a encampá-las.

Neste ínterim, de terra de ninguém o Brasil passou a conviver com estranhas performances dos principais atores políticos e da administração pública.

Os candidatos, para não se comprometerem com temas polêmicos mas necessários, abandonaram, uns, o governo, e outros ?" exatamente os que demonstraram maior desconhecimento de finanças públicas, de respeito à lei, de economia e da realidade internacional ?" passaram a tripudiar sobre as reformas pretendidas.

À evidência, qualquer que seja o presidente eleito, se não quiser ser tão incompetente como Nicolás Maduro, terá de fazer as reformas necessárias a um custo político muito maior do que se tivesse apoiado aquelas propostas no ano passado.

A dois meses e meio, porém, das eleições, nenhum dos candidatos apresentou um verdadeiro projeto para o Brasil, alguns, inclusive, apenas sugerindo voltarmos ao século 19 e à luta marxista de classes.

Por outro lado, o Poder Judiciário, que ganhou visibilidade pública graças à TV Justiça - nos países desenvolvidos os debates judiciais, por serem técnicos, não são televisionados -, apesar da competência e da cultura dos ministros do pretório excelso, passou a exercer um protagonismo político antes inconcebível, sem ter para tanto representação popular ou ser vocacionado à política. Assim, assuntos típicos de administração pública, pertinentes ao Executivo ou de produção legislativa, própria de Parlamento, foram tratados muitas vezes monocraticamente, com impacto na gestão da coisa pública. Executivo e Legislativo, acuados por outros atores ávidos por exposição na mídia, tiveram seus agentes preocupados com sua defesa contra as acusações, muito mais do que com administrar e legislar.

É bem verdade que contra esta assunção de competências que não tem, apesar de exercer o Ministério Público função essencial à administração da Justiça, vem a Suprema Corte limitando o excesso de protagonismo, devolvendo aos delegados de carreira a função de polícia judiciária que lhes dá a Constituição (art. 144, § 4.º), permitindo-lhes firmar delações premiadas e responder diretamente ao magistrado, para quem atuam como vestíbulo das possíveis ações penais.

O certo é que neste quadro de excesso de protagonismo individual, instalado nos Três Poderes, e de falta de proposições consistentes por candidatos, em face do receio de indispor-se com segmentos da sociedade, o Brasil é uma nação à deriva, onde os Três Poderes são desarmônicos e sem real independência constitucional.

Creio que chegou o momento de a sociedade, por meio de suas instituições privadas, principalmente as dedicadas à reflexão política, econômica, jurídica e social, onde melhor se detectam os reais problemas nacionais, manifestar publicamente, por seus maiores expoentes, desvinculados de uma ambição política imediata, o que o Brasil efetivamente necessita, colocando na mídia seus pontos de vista, suas preocupações, suas ideias e suas propostas de soluções, a fim de que o vazio das propostas conhecidas até o presente seja substituído por algo que possibilite tirar o País da crise.

E não excluo a discussão ampla do papel do Brasil na crise econômica mundial gerada pelo presidente Donald Trump, que aparentemente beneficiou os EUA, num primeiro momento, mas que pela guerra comercial que está provocando acarretará problemas, no curto prazo, para o mundo e, no médio e no longo prazos, para os EUA. Apesar de o País estar entre as dez maiores economias do mundo, o certo é que o Brasil tem menos de 2% do comércio mundial, correndo um grave risco de, se o futuro presidente errar na fórmula a ser adotada, despencar nas preferências internacionais, por falta de segurança jurídica, planejamento econômico, estabilidade política e competitividade empresarial.
Herculano
27/07/2018 07:39
LULA PREFERE PERDER A ELEIÇÃO "NESTEPAIZ" A PERDER O CONTROLE DO PT, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Se Lula tivesse seguido o combinado, seu candidato seria Ciro Gomes (PDT)

Se Leonel Brizola estivesse vivo, diria que o Sapo Barbudo pula por necessidade, não por boniteza. Já escrevi há muito que a estratégia de Lula é esticar a corda até o dia 17 de setembro, limite para a Justiça Eleitoral bater o martelo sobre as inelegibilidades.

Não! O objetivo não é preservar a hegemonia da centro-esquerda. O PT será sempre o centro de gravitação dos esquerdismos porque controla a máquina sindical. A escolha de Lula busca manter, isto sim, seu poder absoluto e absolutista no PT.

Ele será declarado inelegível. O contrário implicaria usar o corredor da Justiça para tirá-lo da cadeia e instalá-lo no Palácio do Planalto. Não vai acontecer. A sentença de Sergio Moro é mero truque retórico. Do ponto de vista do direito, trata-se de uma aberração. Observem que nunca debato inocência ou culpa como categorias ontológicas. Isso é coisa de sociedades totalitárias. Para o diabo as "convicções" de um juiz! Numa democracia, interessa saber se há provas ou não. No caso do apartamento de Guarujá, não há.

Mesmo assim, o réu foi condenado em segunda instância e está preso. No caso da inelegibilidade, no entanto, nem é preciso violar a ordem legal para bater o martelo. A Lei da Ficha Limpa é burra, mas é clara. Lula não será candidato.

Então por que o líder petista não troca o duvidoso pelo eficaz? Se indicasse agora o nome de seu substituto ?"não vejo como possa ser outro que não Fernando Haddad?", dá-se como certo, e esta também é a minha avaliação, que o ungido estaria no segundo turno. Mas o chefão petista optou pelo perigo. Vai esperar até 17 de setembro. Haverá apenas 20 dias para deixar claro ao eleitorado: "Haddad é Lula; Lula é Haddad. Vote 13". Não sendo o ex-prefeito de São Paulo, que seja o poste.

Para Lula, mais grave do que seu partido perder a disputa pela Presidência é ele próprio perder o controle do PT. O que lhe confere existência política não é o cargo eletivo -foi derrotado três vezes antes de vencer quatro...-, mas o comando de uma legenda ainda gigantesca, com múltiplos tentáculos.

Mais vale a certeza do controle do aparelho, que é um lugar de poder, mesmo na oposição, do que a faixa no peito de um correligionário que, a depender das circunstâncias, pode sacar um De Gaulle da algibeira: "O primeiro dever de um estadista é a ingratidão". Ou a traição.

Se Lula indicasse agora um substituto, é evidente que este assumiria o comando das articulações políticas. Seria o escolhido a negociar alianças e palanques, a dar o tom da campanha, a ajustar o discurso ideológico ao real, a matizar posições, a definir horizontes, a falar com os potentados da indústria e com os banqueiros. O grande líder de agora passaria a ser só um ex-presidente mofando na cadeia.

O chefão petista decidiu entrelaçar o destino de sua legenda - e, em certa medida, o do país - com a sua própria sorte. E isso não é novidade. Se o PT ficar fora da disputa final, restará a retórica da ilegitimidade de um pleito que excluiu o favorito.

Se a transferência de votos se operar em 20 dias, Lula se torna um protagonista da luta política como nunca antes da história "destepaiz". Se o ungido se eleger, será o ex-presidente, por óbvio, a governar o Brasil. Da cadeia! Não restará ao eleito a licença da ingratidão.

A conversa de que o petista mantém sua candidatura para assegurar palanques regionais é bobagem. A verdade está precisamente no contrário: um candidato do PT que se tornasse viável desde já facilitaria a composição nos estados. Não fosse assim, Rui Costa, por exemplo, governador da Bahia, não se mostraria tão aflito por uma solução mais rápida.

De resto, informe-se: se Lula tivesse seguido o combinado, seu candidato seria Ciro Gomes (PDT). Era o que estava pactuado na palavra. E o mundo político estaria se engalfinhando agora pela outra vaga no segundo turno.

Ocorre que o "estadista" provou a Ciro, e não foi a primeira vez!, o valor da... ingratidão! Já escrevi nesta coluna: o PT divide com mais facilidade ministérios e propinas do que o poder. E, no PT, o poder é Lula.
Herculano
27/07/2018 07:35
PLANALTO AVALIA EXTINÇÃO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O Planalto não bateu o martelo, até porque o governo está na reta final, mas a extinção do Ministério do Trabalho ou fusão a outro ministério tem sido avaliada, segundo fontes ligadas ao "núcleo duro" do governo, em razão da sua inutilidade e por haver virado uma "loja" onde se compraram registros sindicais, concentrando no Brasil 92% de todos os sindicatos do mundo. Hoje, o ministério apenas divulga dados mensais de emprego (Caged), o que pode ser feito até por uma ONG.

AGÊNCIAS FISCALIZADORAS
As delegacias do Trabalho podem ser transformadas em agências de fiscalização e auditoria, sem qualquer prejuízo aos trabalhadores.

PREVIDÊNCIA ACABOU, SABIA?
Ministério bem maior e mais relevante, o da Previdência foi absorvido pelo Ministério da Fazenda sem prejuízo ao sistema previdenciário.

HISTóRICO DE ESCÂNDALOS
No governo Dilma houve duas operações de combate à corrupção no Ministério do Trabalho, controlado pela turma do PDT de Carlos Lupi.

EMPREGOU, DANÇOU
O atual ministro do Trabalho, Caio Vieira de Mello, parecia nome adequado até aparecerem as autuações trabalhistas de que foi alvo.

CARTõES DO GOVERNO JÁ TORRARAM R$ 186,4 MILHõES
Até agora este ano a conta dos cartões do governo ultrapassou os R$ 186,4 milhões. Esse valor equivale à soma dos três tipos de cartões do governo: o cartão de pagamento, que são os "cartões corporativos" e bancaram até tapioca e motel de ministros dos governos do PT; o cartão da Defesa Civil, utilizado por municípios em situações de emergência; e o cartão de Compras Centralizadas, que serve para compras grandes, como passagens, material de construção etc.

QUASE 5 MIL
São "apenas" 4.844 portadores de cartões de pagamento do governo federal. Em média, cada um gastou cerca de R$38,5 mil desde janeiro.

GASTOS OFICIAIS
O próprio governo federal divulga que os gastos com cartões este ano representa cerca de 0,01% de todos os gastos oficiais.

NOSSO DINHEIRINHO
O Ministério do Planejamento ultrapassou a Presidência e é o que mais torrou grana com cartões. É responsável por 23,75% dos gastos.

O PT JÁ SABE
Todas as manobras possíveis já foram tentadas pela defesa de Lula para anular ou suspender a execução da sentença que o petista cumpre, já confirmada em segunda instância. Isso torna ainda mais distante a suposta "candidatura", que só tem o apoio do... PT.

MEU NOME É JAIR
Em Brasília, o tempo de TV reservado ao PSL de Jair Bolsonaro corresponde ao dobro do que o partido dispõe na campanha nacional: 7 segundos ao dia. Na campanha presidencial, 4 segundos.

ALEITAMENTO MATERNO
O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, lança nesta sexta (27), sua nova Campanha de Aleitamento Materno, dentro da Semana Mundial da Amamentação. O evento será transmitido nas redes sociais.

SOLIDARIEDADE TUCANA
Apesar da posição contrária ao imposto sindical obrigatório, Geraldo Alckmin vai participar da convenção nacional do Solidariedade no dia 28, em São Paulo. O partido deve apoiar o tucano para presidente.

BNDES DESEMBOLSA
O BNDES desembolsou R$ 27,8 bilhões nos seis primeiros meses de 2018, contra R$ 33,5 bilhões, ano passado. Este ano, os pedidos de financiamentos junto ao BNDES já somam R$ 49,7 bilhões.

'BURROCRACIA' BRASILEIRA
No Reino Unido, se o primeiro ministro for morto, cassado ou renuncie, o maior partido do Parlamento indica outro PM. Existe um vice (deputy PM), que nunca assume. No Brasil, o presidente viaja e é substituído.

MACEIó CITY
O Aeroporto de Maceió encerrou o primeiro semestre de 2018 com crescimento de 148% na movimentação de passageiros internacionais, em relação a 2017. Foram mais de 14 mil embarques e desembarques.

SEM ALARDE
Foi marcada pela Justiça de Minas Gerais para dia 8 de agosto, às 9h, a audiência de conciliação entre o poder público e os responsáveis pela tragédia de Mariana (MG): Samarco, BHP Billiton e Vale S.A.

PENSANDO BEM...
...a Copa acabou, o recesso do Judiciário está chegando ao fim, e o Legislativo deve ter um mês muito produtivo. Mas depois, só em 2019.
Herculano
27/07/2018 07:28
da série: as penas do ninho tucano e que afogam o arejamento do partido e preserva a fila na reserva de mercado partidário

UM CANDIDATO DO PSDB EM OPOSIÇÃO AO PSDB, por Alberto Goldman, ex-governador paulista, ex-ministro dos transportes e ex-deputado Federal, para o jornal Folha de S. Paulo

De modo oportunista, Doria critica gestões do partido

Difícil ver o que ocorre no PSDB de São Paulo sem se indignar com os caminhos que o partido tem trilhado.

O PSDB nasceu há 30 anos para se afirmar como partido social-democrata, com liberdade de pensamento, respeito a opiniões diversas e democracia interna, para aprofundar a democracia tão duramente reconquistada, buscar reduzir as desigualdades sociais e construir um desenvolvimento econômico sustentável.

Assim, venceu duas eleições presidenciais com Fernando Henrique Cardoso e diversas outras, em especial para o governo de São Paulo, com Mario Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, além de bancadas expressivas na Câmara e Senado.

Parecia um sonho que vinha lenta e duramente se tornando realidade. Mesmo as eleições de Lula e Dilma não apagaram esse desejo, pois o partido continuou sendo um polo progressista na política nacional, o que nos levou a resultados expressivos nas últimas eleições presidenciais, estaduais e municipais.

Contudo, o sonho ameaça se transformar em pesadelo. Após a eleição em 2016 de João Doria, que nada tem a ver com nossa história e nosso programa, para exercer o mandato de prefeito de São Paulo por quatro anos - mas com ambições sem limites e conduta reprovável -, o partido o apresenta como candidato a governador.

Por 24 anos, as administrações do PSDB no estado se mostraram profundamente exitosas, com resultados visíveis em diversas áreas, como o equilíbrio das contas; forte queda dos índices de homicídios; liderança nacional nas avaliações da educação; ampliação do acesso a centros de referência e ambulatórios de especialidades na saúde; melhor estrutura de transportes de passageiros e cargas no país, entre outros avanços reconhecidos nas seguidas eleições que vencemos.

No entanto, o atual pré-candidato do PSDB à sucessão paulista faz sua pré-campanha como um verdadeiro candidato de oposição às administrações do PSDB. Em vez de orgulhoso com nosso papel no estado, de ressaltar nosso legado, ele se apresenta crítico a diversas áreas da administração, procurando, de maneira oportunista, sem escrúpulos e sem respeito ao partido, capitalizar o sentimento generalizado de descontentamento com a política.

Com isso o PSDB de São Paulo, que sempre foi a alma e a espinha dorsal do partido, se apequena em troca de uma eventual manutenção do poder e destrói tudo aquilo que se construiu em 30 anos de lutas e sacrifícios, ameaçando o futuro do partido que, ainda hoje, é esperança de uma vida política mais saudável em nosso país.

O último lance desse doloroso processo é mostrado pela resposta que deu o presidente estadual do partido ao meu pedido para usar da palavra na recente convenção estadual: "Vou falar com o João Doria, ele paga a convenção, é ele quem manda". Aonde chegamos!

O que chama a atenção é a falta de vozes daqueles que viveram esse sonho mas, por oportunismo ou covardia, se omitem no repúdio ao caminho que vem sendo trilhado.

Já exerci diversos cargos públicos e partidários; hoje, nada mais sou que um militante. Mas não vou abrir mão dos meus sonhos, macular minha história, me rebaixar ou mesmo me omitir diante de pressões ou quaisquer outras ameaças, pois o que está em jogo é a sobrevivência e a integridade moral do partido para lutar por dias melhores para o nosso povo.
Herculano
27/07/2018 07:23
CACIQUE DO PP APOIA ALCKMIN, MAS VOTA EM LULA, por Josias de Souza

O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, faz política inspirado numa filosofia do Barão de Itararé. Consiste em viver às claras, aproveitando as gemas e sem desprezar as cascas.

Na cerimônia de casamento de Geraldo Alckmin com o centrão, o senador sentou-se à direita do candidato. Na saída, praticou adultério político à esquerda. Declarou ao repórter Fabio Murakawa, do Valor, que votará em Lula se o pajé do PT for candidato.

Multi-investigado, Ciro Nogueira simboliza a esperteza da oligarquia política nacional. Disputa a reeleição para o Senado no Piauí. Nesse pedaço do mapa, campeão do Bolsa Família, Lula ainda reina. E Alckmin não passa de um asterisco.

"Temos uma aliança lá [no Piauí] com o governador Wellington Dias (PT), temos uma proximidade muito grande com o presidente Lula. Estamos esperando a definição. Se o presidente vier a ser candidato, nós votaríamos no presidente Lula lá", disse o suposto aliado de Alckmin.

Ciro Nogueira não ignora que Lula, preso em Curitiba, deve ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. "Ele não sendo candidato, nós seguiremos a orientação nacional", afirmou, antes de reiterar: "Se for, no Estado do Piauí nós votaríamos nele."

E quanto à coligação com o PSDB? "Não tiraria o PP da aliança com Alckmin de forma nenhuma. Estou aqui exprimindo a vontade da maioria. Quase a totalidade dos diretórios o escolheu."

Às vésperas de fechar com Alckmin, Ciro Nogueira declarava amor eterno ao xará Ciro Gomes. Na votação do impeachment, prometera fidelidade a Dilma Rousseff. Horas depois, após certificar-se de que o vento trocara de lado, votou a favor da guilhotina. Ganhou de Michel Temer dois ministérios e a presidência da Caixa Econômica Federal.

No momento, enquanto massageia os ouvidos dos admiradores piauienses de Lula, Ciro Nogueira tenta empurrar para dentro da chapa de Alckmin uma candidata a vice retirada do bolso do seu colete: Margarete Coelho, atual vice-governadora do Piauí.

Se pudesse, Ciro Nogueira talvez trocasse os dizeres da bandeira nacional. Em vez do bom e velho "Ordem e Progresso", algo mais, digamos, empreendedor: "Negócio é negócio."
Herculano
27/07/2018 07:20
APOSTA NA IGNORÂNCIA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Declarações descabidas de Ciro Gomes revelam seus impulsos de truculência

Não deixou de chamar a atenção, em fase anterior da corrida presidencial, o empenho demonstrado por Ciro Gomes (PDT) em mostrar atitude mais controlada e civil nos seus pronunciamentos públicos.

Em junho deste ano, ele se mostrava disposto a não repetir os episódios de insulto e aspereza que tantas vezes pontuaram sua carreira. "O povo precisa saber que, sob estresse, o seu futuro presidente sabe se comportar", disse.

Mal fora pronunciada, a frase se desmentiu com as considerações, de óbvio teor racista, com que o candidato pedetista quis atingir Fernando Holiday, vereador negro do DEM paulistano.

Chamou-o de "capitãozinho do mato", associando suas opiniões contra as cotas raciais à subserviência daqueles afrodescendentes que, antes da Abolição, perseguiam escravos fugitivos.

Brutal, a declaração nem sequer surgira em razão de algum "estresse" notável a pesar sobre o presidenciável. O aspecto gratuito das ofensas é o que parece haver de mais preocupante, com efeito, na neuropsicologia do postulante.

Não foi menos intempestiva e grosseira sua famosa resposta, em 2002, sobre o papel que sua mulher estaria desempenhando na campanha presidencial: o de, declarou, dormir com ele.

Ciro Gomes viria a qualificar a frase como o maior erro de sua vida. Nada o impede, contudo, de avançar em novas modalidades de disparate e prepotência. A propósito de Marina Silva (Rede), por exemplo, afirmou que o momento exigiria candidato com mais testosterona ?"que ele possuiria em profusão.

Abandonando provisoriamente o campo do machismo e do preconceito ?"em que Jair Bolsonaro (PSL) se mostra um rival de peso?", o pedetista ataca agora o âmbito da lei e das instituições jurídicas.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só terá chance de sair da cadeia, disse, "se a gente assumir o poder e organizar a carga". Sua vitória eleitoral permitiria "botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele".

A provocação, se não é tão tosca como as que Ciro dirigiu contra negros e mulheres, talvez seja ainda mais grave ?"porque incide sobre as próprias atribuições de um presidente da República.

Irá romper com o princípio republicano da separação de Poderes? Ou simplesmente planeja passar descomposturas na procuradora-geral Raquel Dodge, fazer gracinhas contra a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal?

Nada disso, provavelmente. Quer tão somente se mostrar um candidato capaz, ao mesmo tempo, de colher apoio dos órfãos do PT e de suplantar Bolsonaro em viço hormonal e desenfreio autoritário. Por estratégia ou por impulso, Ciro Gomes aposta na ignorância.
Pedro Venancio.
26/07/2018 21:37
Herculano

Aqui no Gasparinho a coisa está ficando feia, na Rua Onildo Felix a tubulação cedeu, dificultando a passagem de veiculos, não sabemos mais a quem apelar, já entramos em contato com a secretaria de obras por diversas vezes, só promessas, já faz alguns meses, ninguém aparece para resolver o problema, vamos ter que chamar a TV.
Herculano
26/07/2018 19:31
ILHOTA EM CHAMAS. JUSTIÇA CONCEDE LIMINAR PARA ANULAR AS CONTRATAÇõES DO SAMAE DE ILHOTA

A coluna que integra a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale desta sexta-feira, já estava fechada e em processo industrial, quando a juíza da segunda vara da Comarca de Gaspar, Liana Bardini Alves, concedeu liminar pedida em Ação Civil Pública pelo Ministério Público, e que relatei em três notas na seção Trapiche. O MP pede a anulação do concurso e da contratação de servidores para o Samae de Ilhota.

E se o prefeito Érico de Oliveira, MDB, não cumprir a determinação judicial, terá que pagar de multa R$5 mil por dia. Uau!

O que decidiu a juíza Liana?

Sabe-se que a tutela provisória de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo, nos termos do art. 300 do NCPC. Quanto ao perigo de dano, no caso, tem-se que o processo simplificado foi realizado no mês de junho deste ano, não sendo razoável supor-se que o retorno ao status vigente até o mês que o precedeu acarrete automaticamente prejuízo à continuidade do serviço público em questão.

Entender-se o contrário seria trabalhar com a premissa apriorística de que a Administração Pública esperou o quadro de servidores estar completamente defasado
antes de promover novas contratações de servidores.

Reputo tal hipótese remota e, portanto, dependente de comprovação casuística. Assim, além de inexistente o dano inverso, acima explicado, estimo, ao contrário, como presente o perigo de dano em não se conceder a tutela de urgência, pois, embora o transcurso do tempo não possa consolidar eventual situação criada a partir de provimentos judiciais precários, fato é que o mero transcurso de lapso temporal inerente à atividade jurisdicional poderia acabar estimulando tal sorte de condutas irregulares.

Acerca da probabilidade do direito, por sua vez, entendo que não é possível o enquadramento dos cargos de motorista e de coletor de resíduos sólidos às
hipóteses delineadas nos arts. 37, IX, CF/88 e 2º, da Lei Municipal nº 1.025/2001, transcritas na exordial, pois ambos os cargos estão jungidos a atribuições inseridas em um espectro de absoluta normalidade circunstancial para a Administração Pública, além de não haver notícias acerca do decreto previsto no art. 2º, §2º, da Lei Municipal 1.025/2001.

Embora não conste no edital que os quatro cargos de auxiliares de serviços gerais sejam, de fato, destinados à coleta de resíduos sólidos, o próprio Município réu assim deixou transparecer no documento de fl. 39.

Além do prazo de três dias para inscrição ser sobremaneira exíguo, sem nenhum tipo de justificativa para tanto, e a publicidade ter sido meramente formal, pois se adstringiu à publicação no Diário Oficial dos Municípios, constata-se, a partir do edital de fls. 22/24 e dos extratos de fls. 25, 28 e 30, que as inscrições seriam homologadas em 11 de junho de 2018, com prazo de 24 horas para interposição de recurso para eventuais indeferimento (fl. 23, item 3.3). Porém, na prática, acontece que em 11 de junho já havia sido publicado o resultado preliminar do concurso, ou seja, antes mesmo de findar o prazo de homologação definitiva das inscrições, pressa essa que, somada aos demais elementos acima indicados, sinaliza até mesmo o direcionamento dos resultados.


Ante o exposto, DEFIRO a tutela de urgência, com fulcro no art. 300 do CPC, para ANULAR AS CONTRATAÇÕES já efetuadas em decorrência do Processo Seletivo - Edital nº 001/2018/SAMAE/ILHOTA, e determino que o Município de Ilhota abstenha-se de proceder novas contratações que não sejam mediante concurso público, sob pena de
multa diária de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em desfavor do Prefeito Municipal, Érico de Oliveira, em caso de descumprimento.
Herculano
26/07/2018 17:20
da série: quando a bandidagem toma conta, além dos impostos para segurança que não funciona, você paga a conta da segurança paralela nos preços dos produtos, quando não com o desemprego de quem desiste do negócio.

LOJAS DO RIO GASTARAM R$ 900 MILHõES COM SEGURANÇA NO PRIMEIRO SEMESTRE

Conteúdo de O Antagonista.Dados do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) indicam que o setor gastou R$ 900 milhões em ações de segurança entre janeiro e junho deste ano, informa o G1.

A despesa é 20% maior do que a do mesmo período de 2017, segundo pesquisa da entidade.

"O investimento foi com a contratação de vigilantes, equipamentos eletrônicos, grades, blindagens de portas, reforço de vitrines e seguro. O CDLRio ouviu 750 lojistas, dos quais 180 afirmaram já ter sido vítima de roubo, 15% mais do que em 2017."

Aldo Gonçalves, presidente da entidade, reclama do que considera o equivalente a "mais um tributo pago pelos lojistas".

"A violência urbana na cidade do Rio de Janeiro vem prejudicando bastante o comércio. O consumidor fica com medo de sair de casa. Não é sem razão que fecharam tantas lojas", declarou Aldo, citando ainda a crise econômica no estado.

Sim: a insegurança pública também prejudica a economia do país.
Herculano
26/07/2018 17:05
da série: os intervencionistas já provocaram um desastre econômico, agora querem o pensamento único e contra as liberdades ...

MARCHA DOS BOÇAIS: ATÉ GENERAL MOURÃO, QUE MODERADO NÃO É, CRITICA A BOÇALIDADE DOS FIÉIS DO BOLSONARISMO. ELE DEVE SABER O QUE FALA..., por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Não se pode, como direi?, acusar o general Hamilton Mourão, agora na reserva, de ser um exemplo de moderação. Também não se nota em seu discurso laivo nenhum de esquerdismo, não é mesmo? Ainda na ativa, flertou abertamente com a intervenção militar e tentou ser a voz da caserna num recado destrambelhado ao STF: "Não soltem Lula, ou entraremos em marcha". Não entrariam. Mas os episódios de insubordinação consentida serviram para revelar vocações. Num desdobramento que parece natural, tornou-se "consultor", seja lá o que isso signifique na prática, da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência.

Um breve comentário a respeito: consultor exatamente de quê? De táticas militares? Vamos lutar uma guerra, seja contra os comunistas da Vila Madalena e do Leblon, seja contra extraterrestres de olho em nosso nióbio e nosso grafeno? De todo modo, consultor ele é. Também foi cogitado para vice. A coisa não prosperou. Aqui e ali, considerou-se que um Mourão como segundo de Bolsonaro talvez conferisse à chapa um teor de reacionarismo por demais elevado até nestes tempos um tanto obscuros e obscurantistas.

Eis, então, que acontece aquilo que se chamava, no gênero dramático, o "maravilhoso": uma manifestação admirável e surpreendente que desconcerta a narrativa. É o general que flertou com as tropas na rua a dizer sobre o eleitorado de Bolsonaro, em entrevista ao Estadão:

"Existe um certo radicalismo nas ideias, um radicalismo até meio boçal. Tem boçal dos dois lados. Os extremos se atraem. Quando a Janaina (Paschoal) falou que o pessoal não pode ser o PT ao contrário, ela tem razão. A gente não pode dividir o País. Isso foi o que o PT fez. O PT é a vanguarda do atraso. A gente tem de trazer todos os brasileiros e aceitar as ideias de uns e de outros e não ficar se matando."

Certo! Mourão cumpre um de seus papeis, que é atacar as esquerdas, mas note que ele vê nas suas próprias hostes, com sinal invertido, o que enxerga no inimigo.

O Houaiss dá alguns sinônimos para boçal: "sem cultura, ignorante, rude, tosco, desprovido de inteligência, sensibilidade, sentimentos humanos, besta, estúpido, tapado". A etimologia da palavra é controversa, mas deve derivar do espanhol "bozal", referindo-se a "bozo", que pode significar "buço", "focinho" ou "cabresto". A palavra "bozal" quer dizer "focinheira".

Sim, no Brasil colonial, chamava-se de "boçal" o escravo que chegava da África ainda sem saber o português. Esse sentido de perdeu no tempo. E, por óbvio, só se escraviza alguém quando se a despoja de algumas ou de todas as características humanas, certo? O general certamente não estava praticando preconceito racial do tempo do Brasil colonial. Ele se referia mesmo aos "ignorantes, rudes e toscos" que estão sendo mobilizados pelo bolsonarismo. A violência a que recorre a tropa nas redes sociais é de tal sorte que há mesmo quem mereça um "bozal" em espanhol: uma focinheira.

Notem que o general se alinha com o discurso feito por Janaina Paschoal na convenção do PSL. Ela atacou o discurso único, a obrigação de concordar com o líder, a ausência de espaço para o contraditório. Pois é... A professora só não foi chamada de "santa" nos bolsões do bolsonarismo ou, não resisto, do "boçalnarismo". E agora? Os valentões vão atacar também o general Mourão? Também ele será considerado um "criptocomunista" infiltrado no seio da decência?

O general Hamilton Mourão, consultor de Jair Bolsonaro, revela em sua entrevista ao Estadão:

"Estamos para ganhar. O que eu julgo é que a campanha do Bolsonaro está meio amadora. É aquela história: ele se fez, então tem dificuldades de ouvir as pessoas. Mas acho que ele vai colocar um coordenador de campanha, que poderia ser o general (Augusto) Heleno. Alguém tem de coordenar esse troço aí, tem de colocar já uma equipe para escrever logo o programa de governo, o que ele vai fazer. Não pode o camarada ganhar a eleição e perguntarem: 'O que ele vai fazer agora?'. Se ele pretende reduzir o número de ministérios, tem de ter um estudo. Qual é o programa de privatização? Tem de ser mais claro. Até porque, a partir daí, ele buscará aquele eleitorado liberal que ainda está fazendo cara feia porque sente que não tem muita profundidade nessa lagoa."

Em defesa no general reformado, mesmo se colocando como subordinado de um capitão reformado, diga-se ao menos que ele não perdeu certo senso de objetividade, de praticidade, de pragmatismo. O que a resposta nos informa. Vamos ver:

1: a campanha de Bolsonaro é amadora;
2: ele tem dificuldade de ouvir os outros - quem diz é um general que já ameaçou botar a tropa na rua;
3: não existe coordenação nenhuma de campanha;
4: não existe programa de governo:
5: tudo o mais constante, se ganhar, Bolsonaro vai perguntar: "O que vou fazer agora?";
6: o candidato prometeu reduzir ministérios, mas não sabe como;
7: inexiste qualquer estudo ou perspectiva sobre privatizações.

Eu resumiria assim a entrevista do general Hamilton Mourão ao Estadão: ele assessora uma aventura que, para ser virtuosa, requereria a troca do candidato, do eleitorado e a criação de um programa. Fora isso, tudo vai bem.

Pois é... Todos deveríamos nos perguntar: como foi que chegamos a tal ponto? Será que só a ruindade dos políticos e a roubalheira seriam suficientes para nos conduzir a tal miséria? Respondo: o que nos trouxe a essa lama foi o ódio à política estimulado pela Lava Jato e seus fanáticos. Combater a corrupção é coisa diferente de desmoralizar as instituições.

Que coisa, né? Nem o general Mourão sabe o que quer Bolsonaro. Mas os empresários "boçalnaristas", que riem de suas piadas grotescas, devem sabe-lo.

Sugiro ao general Mourão que tire suas dúvidas com Robson Braga de Andrade, presidente da CNI. Ele deu mostrar de entender a língua do "boçalnarismo".

E os bolsonaristas indignados que dirijam a sua fúria ao general que, até anteontem, acalentava seus sonhos mais secretos de botar a tropa na rua.
Herculano
26/07/2018 16:42
A VIDA É MERCADORIA, SIM, MINISTRA CARMEM LÚCIA, por Leonardo de Siqueira Lima, economista, para o site da Gazeta do Povo, Curitiba PR,

Interferir no sistema de mercado de saúde, sob o pretexto de estar "ajudando" a população, pode trazer severas consequências

"Saúde não é mercadoria, vida não é negócio", disse a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, ao proibir que planos de saúde possam cobrar dos segurados até 40% do valor de cada procedimento médico. Esse tipo de mentalidade não é novo, mas tem consequências diferentes daquelas que a ministra espera.

Em dezembro de 2015, o dirigente nacional do Movimento dos Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, disparou algo semelhante, mas em relação aos alimentos: "O capitalismo transforma o que deveria ser alimento em mercadoria". Em 2016, foi a vez do menos radical, mas ainda assim adepto dessa visão, ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, escrever em seu perfil do Twitter: "A alimentação está dominada pela lógica privada do capital, e o alimento virou mercadoria".

Nesse momento, mais de 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo. Ao mesmo tempo, grandes latifundiários têm uma vida confortável em seus infinitos hectares de terra. A Cargill, por exemplo, maior empresa de alimentos do mundo, viu seu lucro aumentar 19% em 2017, atingindo US$ 2,8 bilhões de ganhos.

Para quem gosta de soluções simples para problemas complexos, temos aqui um prato cheio. É a velha luta de classes. O grande comendo o pequeno. O empresário contra o trabalhador.

Acreditar que é prudente ou lógico parar de tratar alimentos (ou saúde) como mercadoria mostra que um passado não tão distante está bastante esquecido na memória das pessoas

Acreditar que é prudente ou lógico parar de tratar alimentos (ou saúde) como mercadoria mostra que um passado não tão distante está bastante esquecido na memória das pessoas. Relembremos.

Em 1949, dava-se início à República Popular da China sob a liderança de Mao Tsé-tung, revolucionário e fundador do Partido Comunista Chinês (PCC). Fortemente influenciado pelo marxismo em sua juventude, Mao introduziu, já em 1950, a maior reforma agrária vista no país. Todos os grandes latifúndios foram confiscados e divididos entre os camponeses.

No novo regime, cada grupo de camponeses tinha uma meta para atingir. A produção agrícola era, então, entregue ao Estado, e a renda, dividida entre o grupo. Apenas 5% da terra era alocada para lotes privados, mas um indivíduo não podia ir à cidade vender sua produção, por exemplo. Além disso, graças a uma antiga visão marxista de anti-imperialismo, cada região buscava a autossuficiência na produção de grãos.

Mao tinha um projeto de sociedade comunista, livre de todos os males associados ao capitalismo ocidental, sem propriedades, sem trocas. A ideia básica era de que o esforço de toda a sociedade na produção em fazendas comunitárias, coordenado por um governo central, acabaria com a miséria. Acabava ali a lógica do capital privado na agricultura chinesa.

O resultado foi, sem qualquer dúvida, o oposto disso tudo. O que se seguiu foi uma das maiores tragédias na história da humanidade, um capítulo que recebeu o nome de "A Grande Fome Chinesa". Entre 1958 e 1962, segundo dados da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO), a produção de arroz teve uma queda de 45%. Cerca de 45 milhões de pessoas morreram por fome ou perseguição política (a Segunda Guerra Mundial, a maior catástrofe humana, matou 55 milhões).

A Grande Fome Chinesa, que levou à morte de milhões de pessoas, se deu sob a tutela de quem achava que alimentos não deveriam ser produzidos por quem buscava o lucro. A mesma lógica que advogam, nos dias atuais e no nosso Brasil, Stédile e Padilha.

Voltando à tragédia da China, junto com o fim da lógica de mercado, como em qualquer experiência comunista, vieram "justiças sociais". Mao criou os chamados "tribunais populares", júris nos quais os latifundiários eram julgados pelos camponeses. Cerca de 2 milhões de donos de terras foram executados por seus "crimes" de ganância e avareza.

Em 1976, após 27 anos de sua ideologia implantada - o que lhe deu tempo suficiente para fazer tudo o que queria ?", Mao sofreu um ataque cardíaco fulminante. Entregou ao sucessor, Hua Guofeng, um país miserável e pobre como a Uganda; a renda por habitante chinesa era muito menor que a de países como Congo ou Zimbábue.

Com a morte de Mao, a ideologia marxista seria aos poucos descartada e substituída pelo "Sistema de Responsabilidade Individual" (Household Responsability System). Nesse sistema, os empreendedores locais arcavam com os lucros e prejuízos de uma plantação. Era o indivíduo como foco das atividades comerciais, e não mais o grupo ou o Estado. As metas de produção foram drasticamente reduzidas. A produção extra pertenceria ao indivíduo, podendo ser negociada no mercado a preços livres. A política de autossuficiência foi abolida. Era a volta do lucro, dos mercados e da especialização, um dos principais princípios da economia defendida por Adam Smith. Mao estava morto e sua ideologia também.

Alguns historiadores e o próprio Partido Comunista Chinês alegaram que a Grande Fome foi resultado de uma adversidade no clima. Coincidentemente, desde que a lógica do capital privado voltou, nunca mais aconteceu outra crise climática. Entre 1978 e 1984, a produção agrícola na China cresceu mais de 60%. O aumento aconteceu sem que houvesse crescimento da área cultivada ou mudança tecnológica que propiciasse o acesso a melhores equipamentos ou insumos. Foi tão-somente a volta da lógica do capital privado.

Com a morte de Mao, a ideologia marxista seria aos poucos descartada e substituída pelo 'Sistema de Responsabilidade Individual'

Muita gente aprendeu a lição. Outros insistem em ignorar a história e negar a realidade dos fatos. Em 1975, um pupilo de Mao chegou ao poder no Camboja. O líder do Khmer Vermelho, Pol Pot, foi estudar em Paris e, ainda jovem, leu sobre a ideologia maoísta. Era mais um que entraria para fazer história da pior maneira possível. Estima-se que, durante seu governo no Camboja, apenas em três anos e meio cerca de 2 milhões de pessoas tenham sido mortas, ou pela fome ou por meios violentos. E este número de mortes foi o equivalente a 25% da população do país à época.

Por aqui, a ideologia marxista passou longe - pelo menos na prática - dos produtores rurais. Prova disso é que o próprio setor é chamado "agronegócio". Os resultados falam por si. Segundo o IBGE, de 1976 a 2017, a produção de grãos cresceu 446%, sem um aumento relevante na área plantada. Esse número faz do Brasil uma das potências mundiais na produção de alimentos. Além de produzirmos bons jogadores de futebol e bons aviões da Embraer, somos conhecidos pela produtividade no campo, superando os Estados Unidos ou qualquer país da Europa.

Ainda assim, muitos intelectuais, entre um café e outro no Leblon ou na cidade de Paris, filosofam sobre as injustiças do capitalismo e nutrem uma crença: uma revolução que implante um regime comunista agrário é a solução contra a fome. Cármen Lúcia acredita que pode interferir no sistema de mercado de saúde, sob o pretexto de que estará "ajudando" a população.

São grupos que têm soluções simples para problemas complexos. Desse mesmo grupo, neste ano de eleições, não será surpresa ver algum candidato fazendo o mesmo pedido de Stédile, Padilha e Cármen Lucia. Cabe-nos apenas lembrar-lhes a história e as tristes consequências. Por onde a ideologia maoísta passou, se as terras produziram algo, foi apenas fome e miséria.
Herculano
26/07/2018 16:31
QUEREM DAR CHANCE AOS PRESOS? USEM INCENTIVOS, NÃO IMPOSIÇõES, por João Luiz Mauad, para o Instituto Liberal

A presidente da República em exercício, Cármen Lúcia, assinou decreto na terça-feira, 24, que institui a Política Nacional de Trabalho no Sistema Prisional, que obriga empresas contratadas pela administração pública a empregar presos e ex-presidiários como parte da mão de obra. O objetivo, segundo o governo, é facilitar a inserção deles no mercado do trabalho.

Pelo texto, fica estabelecida a obrigatoriedade para os contratos com valores anuais acima de R$ 330 mil. Nestes casos, a quantidade de vagas destinadas para presidiários e ex-presidiários dependerá do número total de funcionários demandado para o serviço e poderá variar de 3% a 6%. Entre os serviços possíveis estão limpeza, conservação, alimentação, consultoria, engenharia e vigilância.

A medida vale para pessoas presas em regime fechado, semi-aberto, aberto e egressas do sistema prisional. Aqueles que cumprirem as exigências, como o cumprimento de pelo menos um sexto da pena, receberão salário e também auxílio para transporte e alimentação, além de poderem utilizar o serviço para pedir redução da pena. Eles passarão por avaliações mensais, feitas pelas empresas, que serão encaminhadas ao juiz responsável pela execução da pena.

Para o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a medida busca humanizar o cumprimento da pena e engajar as empresas. "Essa política é fundamental porque cria condições para presos e egressos contarem com possibilidade real de ressocialização", afirmou.

À primeira vista, a ideia pode parecer boa, afinal, trata-se de tentar levar a bandidagem para o trabalho e para a vida produtiva. O problema, como quase sempre ocorre, são os efeitos não intencionais dessas medidas bem intencionadas.

A primeira conseqüência perturbadora que vem à mente é o desestímulo à retidão do cidadão de bem. É óbvio, até mesmo para os políticos e burocratas, que, para cada presidiário ou ex-presidiário contratado por força deste decreto, algum trabalhador desempregado continuará desempregado. Possivelmente, esse cidadão pensará que não é lá muito proveitoso andar na linha. "Eu, que sempre me comportei bem, não consigo emprego, mas aquele sujeito que se comportou mal perante a sociedade, além de ter recebido o tal auxílio reclusão enquanto esteve preso, agora tem prioridade sobre mim, na hora de conseguir emprego." Que indivíduo normal não faria um raciocínio semelhante?

A segunda conseqüência desse tipo de medida é o aumento de custos das empresas obrigadas a cumpri-la. O próprio decreto já prevê o aumento da burocracia, ao determinar a necessidade de avaliações mensais, feitas pelas empresas, para encaminhamento ao juiz de execuções penais. Além disso, qualquer empresa com um mínimo de zelo pelo próprio patrimônio e imagem terá de manter vigilância constante sobre esses indivíduos, pelo menos até que eles comprovem ser dignos de confiança. Não se trata de preconceito, mas de necessidade mesmo.

Se o governo pretende dar chance de ressocialização aos detentos e ex-detentos, o melhor a fazer seria jogar o jogo dos incentivos, sem imposições, como prevê a boa teoria econômica. Uma ideia seria reduzir, pelo menos temporariamente, os custos de demissão ou mesmo alguns encargos trabalhistas na contratação desses trabalhadores. Tal medida, além de incentivar as empresas a correr os riscos inerentes, porém sem obrigá-las a nada, transferiria os custos desses riscos para os próprios beneficiários ?" que deverão dar a sua cota de sacrifício ?" e não para a sociedade.

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