17/01/2019
A necessária refundação do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, e do prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, MDB, prometida para logo depois da eleição da presidência da Câmara em meados de dezembro do ano passado, continua assando. Ela está desenhada, mas ainda falta a amarração final. Até há nomes e já os citei aqui. O que a entrava? As dúvidas sobre as reações, planos e comportamento do presidente da Câmara Ciro André Quintino, MDB; a acomodação do cada vez mais raquítico PP com a retirada de cena do já desaparecido vice; e principalmente, a neutralização da força entrante e ainda desconhecida em 2020 na possível potencialização de votos chamada de PSL, a qual poderá se beneficiar em muito do sucesso do presidente Jair Messias Bolsonaro se ele colocar o país economicamente nos trilhos como prometeu e possui uma equipe técnica para isso, mas que tudo dependerá do chantageador Congresso; soma-se ao case PSL o inexperiente administrador e político, o governador Carlos Moisés da Silva, que em dez dias teve que desnomear três indicados seus por pressão de seus próprios deputados.
O novo jogo II
Ciro é MDB, mas não era o candidato do governo Kleber à presidência da Câmara. E ganhou por sua astúcia e com a providencial ajuda de bastidores do ex-prefeito Osvaldo Schneider, MDB. Incrivelmente de forma errática, mais uma vez, o governo Kleber trabalhou para eleger o mais dos oposicionistas na Câmara, Roberto Procópio de Souza, PDT, e que virou amiguinho do poder de plantão na última hora. Aliás, foi Roberto Procópio, facilitando o diálogo com o PT, quem articulou a primeira derrota do governo Kleber na Câmara em 2017, ao surpreender com o então influente governista Silvio Cleffi, PSC, na presidência Casa. Silvio não apenas foi eleito, mas deu maioria à oposição; encurralou Kleber durante a maior parte de 2018. Mais. Fez até com que o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, desistisse da super-secretaria que ele criou para si próprio na cara Reforma Administrativa; exilou-se na Saúde, o calo do governo Kleber após fazer concessões políticas e brincar com as dores e doença do povo pobre. Franciele Daiane Back, a mais jovem vereadora já eleita em Gaspar ficou viúva, num PSDB nanico que nunca esteve de fato no governo Kleber.
O novo jogo III
Ciro é do time, simples assim; ao mesmo tempo não é. Todos sabem. A diferença é que Ciro é um político que como poucos sabe engolir sapos, é populista e terá novamente a caneta na mão para empregar, dar vantagens etc e tal. Ele não rema contra, mas se aproveita da maré se ela lhe é favorável. E quer ser candidato a prefeito. As medidas impopulares – e principalmente contra os servidores - Ciro vai trancá-las. E por conta disso, dono da pauta, dos alinhamentos e da articulação na Casa, mais eficiente do que o pessoal da prefeitura, Ciro estará com a faca e o queijo na mão para exigir as contrapartidas em espaços e atendimentos do Executivo para si e os seus. Na outra ponta está à volta à Câmara do mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, estacionado na presidência do Samae e de gestão super contestada. Ele está mapeado para ser o presidente da Casa e também quer algo mais além de vereador, oportunidades oferecidas anteriormente e que ele próprio as rejeitou. Agora, diz que é a sua vez (?). Outro jogo.
O novo jogo IV
Se não bastasse tudo isso, os ares e exigências do eleitorado também mudou e isso poderá afetar os planos de Carlos Roberto Pereira. Ele projetou, no mínimo 16 anos seguidos de poder ao MDB de Gaspar. Não contava com o aparecimento do PSL; evangélico que brigará pelo espaço de Kleber, do guru evangélico dele, o deputado Ismael dos Santos, PSD; com o PSC local criado para linha auxiliar do MDB no meio religioso e o PP da suposta direita conservadora com hoje chefe de gabinete Pedro Inácio Bornhausen ou com o empresário Flávio Bento da Silva, o Sombrinha, que ainda opera nos bastidores. Pelo sim, pelo não, para evitar o crescimento do PSL e trazer para o lado do poder de plantão, Kleber já se aproximou do deputado Ricardo Alba, PSL. Recebeu-o no gabinete aqui. Numa demonstração de influência, Alba (foto) levou Kleber ao governador – furando a fila de prefeitos prometidos para serem atendidos nó no final do mês – para pedir a revitalização da Avenida Francisco Mastella: o mesmo pedido feito ao ex-governador Eduardo Pinho Moreira do seu MBD e ele não atendeu Gaspar e nem Kleber. Como se vê, começou um novo jogo. Complicado nas suas variações. Se olharmos atentamente o que aconteceu na Câmara de Gaspar, esse pessoal que está no poder de plantão, não soube aproveitar a força inerente desse poder. Por falta de habilidade, articulação, percepção do jogo que está com regras em transe e por pura ganância. Acorda, Gaspar!
O vereador Rui Carlos Deschamps, PT, continua à procura de um partido.
O novo jogo V. Anote aí. Se algum escândalo administrativo estourar até o final do ano, tudo será redesenhado. E aí haverá não apenas novo jogo, mas novas cartas. Como diz o proprietário e editor do jornal Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt: ui,ui,ui.
O ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, pode regressar a Florianópolis ou ser acomodado numa nova aliança política. O MDB de Gaspar não o quer solto como ele está no momento na sua clínica veterinária.
Para reflexão. A polêmica da semana sobre a facilitação da posse de armas. Quem defende, compara o brutal número de assassinatos do Brasil com os “baixíssimos” dos Estados Unidos que possuem o maior arsenal particular do mundo.
A comparação é absolutamente equivocada. Mata-se menos nos Estados Unidos, com mais gente armada, não é por causa do arsenal caseiro, e sim porque a investigação (inteligência, ciência e provas) e a Justiça funcionam. É cultural. Sabe-se dos riscos reais.
Nos Estados Unidos – como nos países desenvolvidos – quase todos os assassinos confessos ou plenamente identificados, vão para a cadeia antes de qualquer julgamento. No Brasil eles zombam das vítimas, do aparelho policial, da perícia, do Ministério Público e do judiciário e ficam longe da cadeia por décadas. É outra cultura. Sabe-se das atenuantes aos riscos. Alguma dúvida?
Outro do primeiro escalão do governo de Pinho Moreira, MDB, está mapeado para a prefeitura de Gaspar: Tufi Michereff Neto. Foi da secretaria de Turismo, Cultura e Esporte.
A jornalista Franciele Daiane Back, fez aqui no Cruzeiro do Vale, uma reportagem sobre a importância da mulher, da empreendedora social, educacional e religiosa para o Distrito do Belchior, a Irmã Cecília Venturi, 85 anos. Ela foi à missa no domingo. O reconhecimento da comunidade – e que não apenas expresso no relato de Franciele - não sensibilizou o padre Márcio.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).