Improbidade administrativa na Ditran de Gaspar leva à demissão de três servidores - Jornal Cruzeiro do Vale

Improbidade administrativa na Ditran de Gaspar leva à demissão de três servidores

03/04/2019

O decreto 8.681 de 22 de março do prefeito de Kleber Edson Wan Dall, MDB, mas só publicado na semana passada no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet - exonerou os ex-servidores públicos José Lourival Lana, o Garoa, Jackson José dos Santos e Scheila Sabrina Lana Cardoso. Eles trabalhavam na Diretoria de Trânsito. José Lana era concursado desde 2002, adjunto desde 2012 e em março de 2016 na gestão petista de Pedro Celso Zuchi, tornou-se diretor da Ditran em substituição José dos Passos, sem possuir sequer Carteira Nacional de Habilitação. Este fato gerou muita polêmica na época. Jackson, foi sempre comissionado, e o homem forte da Ditran antes de Passos e Lana nas administrações de Zuchi.

A punição decorrente da conclusão de um longo Processo Administrativo Disciplinar feito por uma Comissão Interna. Os três não podem exercer cargos públicos e políticos por cinco anos. Cabe recurso da decisão administrativa na Justiça Comum. Contudo, é lá que todos os três e Pedro Paulo Domingos, o Caroço, estão enrolados com o mesmo assunto.

Aliás, devido à firme atuação do Ministério Público é que este erro não foi abafado e ficou entre amigos, como tem sido a rotina por aqui.

Este caso, como tantos outros que passam pelos poderosos de plantão, foi abafado na comunicação e só aqui nesta coluna e no jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação em Gaspar e Ilhota e de maior credibilidade, que os gasparenses puderam saber dele em detalhes. Na edição do dia 26 de fevereiro de 2016, sob o título “A improbidade da Ditran”, relatei o seguinte aos leitores e leitoras, e que deixaram os personagens envolvidos indignados.

Mais uma. A administração petista de Pedro Celso Zuchi colhe o que plantou durante anos, desafiando a lei e desdenhado o Ministério Público. Uma Ação Civil Pública com Indisponibilidade de Bens foi feita contra o ex-diretor geral da Ditran – Diretoria de Trânsito – de Gaspar, Jackson José dos Santos. Ele e outros, se condenados por enriquecimento ilícito, vão ter que devolver quase R$20 mil aos cofres do povo por uso indevido de equipamentos públicos. A Ação é assinada pela promotora que cuida da Moralidade Pública, Chimelly Louise de Resenes Marcon. A ação já está na segunda vara e vai ser analisada pelo juiz Renato Mastella. Estão juntos como réus os servidores, José Lourival Lana, o Garoa, diretor adjunto da Ditran; além de Sheila Sabrina Lana Cardoso, Pedro Paulo Domingos, o Caroço.

O que o MP levou ao conhecimento do juiz? “Na condição de Diretores, Jackson e Garoa, ordenaram, de forma cotidiana e ao longo de aproximadamente dois anos, que seus subordinados utilizassem os veículos pertencentes à frota municipal e destinados à fiscalização de trânsito desta urbe (viaturas) para promoverem os deslocamentos dos gestores a destinos de seu interesse particular. Igualmente, Jackson e José determinaram, por diversas vezes, que agentes de trânsito do Ditran realizassem o traslado, em viaturas oficiais, dos funcionários Scheila e Pedro ao local de trabalho, sem qualquer finalidade afeta ao indigitado órgão público. Quanto à funcionária Scheila Sabrina Lana Cardoso, infere-se que esta era diariamente resgatada em frente ao Clube Alvorada ou na Secretaria de Obras e trazida até o local de trabalho”.

Quer mais? Quando Sindicato orientou os funcionários a não realizarem o translado irregular dos funcionários, Scheila foi autorizada a pegar o carro da Ditran e ela própria dirigir o veículo para os afazeres particulares. No caso de Caroço, o deslocamento se dava para a sua casa em Ilhota. O que quer o MP agora? O ressarcimento de todos ao total R$19.874,36 para os cofres da Ditran por uso indevido dos veículos. E já mandou fazer o bloqueio de bens dos arrolados para garantir o pagamento se forem condenados. Jackson, um fiel de Zuchi teve que sair porque o MP estava atrás do nepotismo: é marido de Marlene Almeida, secretária da Educação. Recentemente, foi pego no contrapé pelo Tribunal de Contas devido ao uso indevido do dinheiro das multas. Fez isto sob a orientação do secretário de Administração e Finanças, Michael Zimmermann, que já foi embora. Está pagando caro pela fidelidade, tratar as coisas públicas como falta de zelo e confiar nos seus superiores. Acorda, Gaspar!

Volto. Quem lê o que escrevi em fevereiro de 2016 nos três parágrafos acima, percebe, claramente, que nada mudou no modo de governar dos políticos e agentes públicos, infringir, desafiar a legislação e a ética, bem como de se estabelecerem na autoproteção dos laços dos que estão no poder de plantão.

É por isso e outras que os poderosos usam de todos os meios para constranger o jornal, o portal e o colunista. E é pela coragem e independência, que o jornal, o portal e a coluna são líderes de circulação, audiência, leitura e por consequência proporcionam o melhor retorno aos investidores. Obrigado! Acorda, Gaspar!

SAMAE INUNDADO

Tem mais gente vigilante nos erros ou nas más intenções no uso dos pesados impostos pelos gestores públicos do que pode pressupor os poderosos no poder de plantão

Sempre escrevi aqui que a verba de propaganda e publicidade dos órgãos públicos é manipulada para atender diversos interesses. E ao contrário do que muita gente leiga pensa, para os veículos comunicação chega uma parte mínima dessa verba, isso se eles se “comportarem” e esconderem às mazelas da gestão pública e dos políticos. A maior parte desse tipo de verba é usada em produção, agenciamento e materiais diversos e fora de controle em quantidade e qualidade descritas.

Alguma coisa é de erro. E mesmo assim está sujeita à punição. A outra, é algo intencional e até mais elaborada para não se perceber nas auditorias oficiais ou nos vigilantes do povo que bisbilhotam documentos, fornecedores e sites de transparência.

E aí fui tomado por uma preguiça...Veja este comentário animado de um leitor da coluna com cheiro de denúncia e publicado no dia 28 de março neste espaço de comentários:

Herculano, é incrível a capacidade dessa administração em fazer coisas erradas, e pior, contra a lei. Porém, tão incrível quanto é a inércia do poder Legislativo e do MP [Ministério Público] perante essas atrocidades.

Bom, vamos aos fatos: Dia 18/03, como todos os anos, fui até o centro ver o desfile em comemoração ao aniversário da cidade( nada demais, diga-se de passagem). E lá pelas tantas vem a frota do município, com máquinas e veículos (que eu pelo menos nunca vi trabalhando pelas ruas), inclusive as viaturas do Samae, todas adesivadas.

No dia seguinte um comentário na sua coluna sobre esses adesivos me deixou curioso, então fui pesquisar no portal da transparência e depois de muito garimpar consegui encontrar o EMPENHO de nº: 2019/297 da empresa YES PRESS EIRELI ME no valor de R$ 12.400,00 com a seguinte descrição: Ref. serviços de plotagens para a frota do SAMAE, com a instalação por parte do fornecedor.

Não sei se o valor está fora do praticado no mercado, porém o que me chamou a atenção foi a data do empenho: 20/03/2019. Mas como assim, o desfile foi dia 18/03 e o empenho feito somente dia 20/03? Mas a lei nº 4.320/64 e a LRF estabelecem que toda despesa tem que ter autorização prévia?

Ou seja, para que não haja o descumprimento das normas de direito financeiro, deve-se observar à sequência lógica da despesa orçamentária através das seguintes etapas:

1º Existência de crédito orçamentário com saldo suficiente para realizar a despesa.
2º Empenho da despesa após a verificada a existência do crédito orçamentário com dotação suficiente para realizar a despesa.
3º Liquidação da despesa após o prévio empenho.
4º Pagamento da despesa após a regular liquidação.

Dessa forma dia 18/03 todos os veículos já estavam plotados e o empenho somente foi feito 20/03, após a entrega dos produtos ou serviços, como podemos ver pelas imagens que disponibilizo nos links abaixo.

Sendo assim, a administração descumpriu totalmente o que estabelece as duas leis.
Acho que está na hora do nosso legislativo começar a agir em prol do povo, que paga os salários deles com pesados impostos e os elegeu para que fiscalizem o executivo e o faça cumprir a lei.

Abaixo os links com as imagens dos empenhos:

https://uploaddeimagens.com.br/imagens/1-png-e3a5f08c-32bf-429a-8fe2-433a311ad2bf

https://uploaddeimagens.com.br/imagens/2-png-dc28c158-1b11-4298-869c-399e8aa477bb

Uma imagem;
Diversas leituras;
Vários avisos:

Na segunda-feira, a prefeitura de Gaspar e o MDB fizeram circular nas redes sociais essa imagem do gabinete do prefeito. É da reunião da bancada do MDB na Câmara com Kleber Edson Wan Dall, MDB. Nela, está ainda o presidente do partido e prefeito de fato, secretário da Saúde, o advogado Carlos Roberto Pereira. Este tipo de reunião tem sido rotina, segundo os próprios participantes dela. O que não tem sido rotina é a divulgação da foto da reunião.

Então por que a foto da última reunião circulou? Para sugerir ao distinto público, aos políticos parceiros e adversários, o enquadramento do presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB. Eleito pela oposição e sem os votos do MDB que resolveu avalizar um ex-oposicionista, Roberto Procópio de Souza, PDT, Ciro vem dizendo que vai trabalhar em harmonia com o Executivo, mas de forma autônoma e independente.

E o Executivo e o MDB no poder não vêm entendo a fala de Ciro. E está testando ele em várias situações, acordos e matérias.

Perguntado sobre a divulgação das fotos da última reunião, ironicamente Ciro emendou: “acho que as fotos são para mostrar que estamos unidos”. Sobre que o prefeito Kleber ensaia ao Projeto de Lei 117/2018 e que estabelece o teto de R$600 mil por ano para a construção da sede da Câmara, pontuou em tom conclusivo: “espero que sancione. Se for à votação [ o veto] será nova derrota. Foi isso que falei”.

Resumindo: avisados o MDB e Kleber estão, e de viva voz. Ciro parece que não disposto a rasgar o acordo feito entre os vereadores e só para atender um capricho do Executivo ou do MDB

PSL de Gaspar diz que não vai estar no puxadinho que o MDB arma com PP, PDT, PSC, PSDB e outros para as próximas eleições

O PSL de Gaspar rebateu um comentário que escrevi aqui na coluna – a mais acessada e lida no portal do Cruzeiro do Vale - de segunda-feira e sob este título: “Outra vez o MDB de Gaspar fez do PSDB seu puxadinho para manobrá-lo e enfraquecê-lo e ameaça a reeleição da vereadora Franciele”.

No artigo, depois de analisar à proximidade familiar do novo diretório do PSDB com membros do recém-criado núcleo do PSL de Gaspar, afirmei que “o próximo passo, via conversas e laços principalmente com as denominações evangélicas [onde o atual prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, transita bem], é trazer para o mesmo lado[ MDB, PP, PSC, PDT e PSDB], o recém-criado PSL. Sobrarão então PT, PSD, PSB e DEM para o embate ou à negociação".

A nota do PSL ressalta que “queremos esclarecer aos gasparenses que o PSL de Gaspar, não tem nenhuma conversa, nem laços com denominações evangélicas para apoiar partidos que foram citados nesta matéria.

O PSL de Gaspar é o PSL de Jair Bolsonaro, do governador Carlos Moisés, do deputado estadual Ricardo Alba, e declaramos que não iremos apoiar, empurrar, ou se unir a nenhum desses partidos citados na matéria.

Repetimos, o lado do PSL de Gaspar será o povo, e não os partidos citados na matéria”.

O tempo tem sido o senhor da razão neste e outros assuntos. Então é cedo para se sentir de alma lavada, até porque muita água vai passar sob esta ponte. Os laços evangélicos são evidentes e colidentes entre os membros partidários do PSL e de vários partidos no poder de plantão em Gaspar.

É importante, que o PSL crie massa e seja de fato uma alternativa, não só no ambiente evangélico, onde Kleber transitava de forma expressiva e o MDB para ele, era um mero detalhe.

Entretanto, vários fatores estão em jogo.

O primeiro deles citado é o presidente Jair Bolsonaro. O presidente nunca, repito, nunca, fidelizou partido algum por onde esteve e se Bolsonaro não gerar milhões empregos muito rapidamente e ao mesmo tempo ter controle da economia via as reformas, vai virar uma Dilma Vanna Rousseff, PT, de calças.

E se isso acontecer, Bolsonaro vai estar em agonia, exatamente nas eleições de 2020. E aí estraga os planos dos correligionários ou dos que dependem da marca de sucesso de Brasília .

A outra dúvida, e esta muito próxima, é o próprio governador Carlos Moisés da Silva. O governador está sem maioria na Assembleia, está lento, não consegue liderar, empolgar, motivar e se comunicar. Então vai sobrar o deputado Ricardo Alba. Ele precisará do sucesso de Brasília e de Florianópolis para fazer verão em 2020, pois o de 2018 já não será mais lembranças.

Como escrevi, ainda vai jorrar muita água de diversas fontes até julho do ano que vem quando definem-se as candidaturas e se conhecerá o real cenário para os discursos e alinhamentos de campanha. Acorda, Gaspar!

REGISTRO

O gsasparense Paulo Norberto Koerich, Delegado Geral de Polícia Civil de Santa Catarina foi ao Rio de Janeiro participar da reunião do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia, cujo anfitrião foi o governador fluminense, ex-juiz federal, Wilson José Witzel, PSC e que aparece na foto acima à esquerda com o Delegado.

O centro da discussão neste evento foi a Polícia Civil como pilar da democracia, integração, inteligência e tecnologia.

A reunião foi realizada no mesmo momento da LAAD Defense Security 2019, no Riocentro, Barra da Tijuca. É uma das maiores feiras do mundo em tecnologia e materiais de defesa militar e segurança pública e lá, bandidos, conseguiram burlar a segurança e até roubar uma arma do estande da italiana Beretta, o que mostra bem o estado calamitoso do Rio de Janeiro.

A exposição foi aberta pelo vice-presidente, general Antônio Hamilton Martins Mourão. Na outra foto, para estreitar os laços de inteligência e atuação das polícias dos dois estados, o delegado Koerich conversou com o vice-governador, delegado de polícia, e atual secretário de Segurança no Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, PTB. Com eles, a primeira mulher nomeada Delegada Geral de Polícia Civil no estado gaúcho, Nadine Anflor.

TRAPICHE

Hoje, a partir das 19h, na sede da Acig, o ex-parlamentar Álvaro Correia, radialista, gasparense honorário e colunista do jornal Cruzeiro do Vale, autografa o seu livro “Um olhar sobre fatos históricos”

O livro reúne muitos artigos publicados no Cruzeiro do Vale e no Santa. A produção é do Cruzeiro. A organização e seleção dos textos é de Nane Pereira, diagramação de João Guilherme Simon, e foto de capa de Marilze Debortoli Bornhausen/Cine Foto Mary.

Sinais dos tempos I. O anúncio de falência da gráfica norte-americana RR Donnelley, que desde 2009 imprime as provas do Enem e que já foi a Moore Formulários, em Blumenau, mostra como o papel impresso, cada vez mais, tem menos importância nos negócios e na comunicação. A natureza agradece. E o digital ocupa a área dos formulários e do jornalismo.

Sinais dos tempos II. Fiscal da Secretaria de Fazenda da prefeitura do Rio de Janeiro é autor da denúncia e pedido de CPI contra o prefeito carioca, o bispo, Marcelo Crivella, PRB e que foi aprovado por ampla maioria na Câmara de vereadores do Rio de Janeiro.

Sinais dos tempos III. Fernando Lyra Reys afirma que Crivella cometeu crime de responsabilidade ao renovar contratos de mobiliários urbanos em dezembro de 2018. A medida teria favorecido as empresas OOH Clear Channel e JCDecaux.

Sinais dos tempos IV. Pensando, se passar o pente fino em algumas prefeituras por aqui, alguns prefeitos já estariam em casa, há muito tempo.

Ser vítima de acidente no trânsito não é coisa para amadores.

Amplamente divulgada pelas mídias sociais e imprensa, a cara, competente e profissional defesa do motorista Evânio Wyllyan Prestini, de Guaramirim, que embriagado, colidiu o carro, matou duas jovens e feriu outras três na manhã do dia 23 de fevereiro, na BR 470, aqui em Gaspar, tenta provar que o cliente dele não provocou o acidente. Mas, sim, foi vítima dele.

A defesa – depois de sucessivos revezes na tentativa de libertá-lo - contratou um perito particular. Ele tenta desmentir o entendimento do episódio. Segundo o perito e a conclusão da peritagem, Evânio poderia estar na contramão, porque no trecho da rodovia onde houve o acidente, é permitido a ultrapassagem. Mas, o carrão Jaguar dirigido por Evânio não estava ultrapassando ninguém. Invadiu a pista contrária e foi para cima de quem estava no lado correto, sem alcool e na mão.

A jovem motorista do Palio desesperada, vendo aquele carro crescer contra o Palio, em frações de segundos teve que tomar uma decisão: ou jogava para a direita, ia ao barranco, na trajetória que o invasor fazia e seria apanhada, ou se desviava da trajetória do carrão e tentava escapar para esquerda onde a rodovia estava livre. Tomou esta decisão. Evânio, de acordo com os laudos da PRF e do perito também. E houve então a colisão fatal e agora, controversa.

Para o perito, estar ou não bêbado o seu cliente, é o que menos importa nesta história, pois o acidente se deu no lado onde deveria estar trafegando o seu cliente. E pela tese dele, quem teria provocado o acidente, seria a jovem, sóbria, com reflexos completos e que fez a escolha errada na tentativa de sobrevivência.

O perito não considera que ao sair e invadir na contramão, Evânio obrigou a motorista do outro carro, sob extrema pressão, à uma decisão, que a levou ao erro, e à uma escolha que não produziu o resultado esperado por ela, para todos se salvarem. Coisa de doido.

Pior. A defesa está inconformada com a repercussão do caso e acha que a imprensa está prejudicando o seu cliente ao dar as notícias.

A defesa talvez não tenha monitorado direito as redes socais e os aplicativos de mensagens, que amplamente conheceram o assunto e foram bem mais além do que a própria imprensa.

Foram os aplicativos de mensagens que testemunharam, decifraram e propagaram parte desse mistério. A começar pelo registro em vídeo em zigue-zague que Evânio fazia na rodovia, do aviso ignorado pela PRF sobre o perigo ambulante e da tragédia anunciada.

A defesa de Evânio deve se concentrar no judiciário e no Ministério Público e não colocar nesta história, ingredientes que aticem ainda mais os que defendem à lógica do evento e que teve uma clara origem: a bebida ingerida motorista do Jaguar. Agora é hora de assumir as responsabilidades e não de transferi-las.

E para encerrar, um outro assunto que dominou o noticiário desta semana. Um motorista com um Porche, com placas de Gaspar, (foto abaixo) dormiu ao volante num semáforo, em Blumenau. Tentaram acordá-lo, não respondeu. Trazido o socorro para algo que pudesse ser grave, houve a necessidade de quebrar uma das janelas.

Ao acordar e ver o que acontecia, o motorista ficou muito alterado. E por causa disso e dos sinais de embriagues, foi detido. Ainda bem que ele dormiu ao volante em carro parado. É outro que acha que a imprensa é culpada. Isso porque ele não viu o que se passa nas redes sociais e aplicativo de mensagens. O que foi para a imprensa, é fichinha. Acorda, Gaspar!

 

Comentários

Herculano
04/04/2019 16:05
'NÃO PARTICIPAREMOS DO GOVERNO, NÃO HÁ TROCA", DIZ ALCKMIN APóS ENCONTRO COM BOLSONARO

'Não existe nova e velha, existe boa e má política. A boa política não envelhece', afirmou tucano

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto e Gustavo Uribe e Thais Bilenky, da sucursal de Brasília. Adversário de Jair Bolsonaro (PSL) na campanha de 2018, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) rebateu o discurso contra a velha política feito pelo atual presidente da República, após encontro entre os dois nesta quinta-feira (4) no Palácio do Planalto.

"Não existe nova e velha, existe boa e má política. A boa política não envelhece", afirmou Alckmin, presidente nacional do PSDB.



O tucano afirmou que o PSDB manterá sua posição de independência em relação ao governo, "não há nenhum tipo de troca, não participaremos do governo, não aceitamos cargo do governo, e votamos com o Brasil".

Depois de seguidas declarações de Bolsonaro associando negociações com o Congresso a corrupção e de seu embate com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Alckmin defendeu o diálogo. "Quanto mais a gente ouve, menos a gente erra. Política não é troca-troca, é o diálogo", disse.

Ele citou Ulysses Guimarães, que presidiu a Câmara e liderou a campanha pela redemocratização no fim da ditadura militar (1964-1985). "Saber ouvir é uma grande virtude. Dr. Ulysses, que era um estadista, dizia que o homem tem dois ouvidos e uma boca para ouvir mais do que fala", lembrou.

Alckmin e Bolsonaro tiveram embates públicos durante a campanha. Mas, na reunião desta quinta, "a conversa foi boa", segundo o tucano. "O presidente me cumprimentou falando, 'olha, votei em você nas últimas eleições'", afirmou. "Dr. Ulysses lembrava, não se guarda ressentimentos na geladeira."

O presidente do PSDB defendeu a aprovação da reforma da Previdência, mas fez ressalvas ao texto apresentado pelo governo.

"O importante na reforma é idade mínima e tempo de transição. A reforma é muito complexa, muito detalhista, muito longa", comentou. "Nós não aprovaremos nenhum benefício menor que um salário mínimo. O BPC (Benefício de Prestação Continuada) nós somos contra, como também a questão rural. Se há diferença de idade na área urbana, por que não há na área rural?", questionou.

O texto prevê que homens e mulheres se aposentem aos 60 anos no campo e 65 e 62, respectivamente, na cidade.

"A reforma da Previdência precisa ser centrada em dois objetivos. O primeiro é justiça social. Não é possível permitir privilégios e é preciso proteger aqueles que mais precisam", afirmou Alckmin.

Para ele, o setor público é fator de concentração de renda. "Altos salários [são] pagos pelo trabalhador de menor renda, através de impostos indiretos. Por isso sempre defendi o regime geral de Previdência Social, um regime igual para todos", afirmou.

"Temos um sistema de distribuição de renda, que é o regime geral. São mais de 33 milhões de aposentados e pensionistas, 70% ganham um salário mínimo e a média é R$ 1.390 e ninguém ganham mais que R$ 5.000."

O segundo objetivo é de natureza fiscal, para aliviar as contas públicas, afirmou o tucano. "Não é possível ter mais de 5% do PIB de déficit somando o regime geral da Previdência e os regimes próprios dos governos", disse Alckmin.

O PSDB não vetará que seus quadros relatem a reforma ao longo da tramitação no Congresso, segundo o presidente do partido.

O tucano embarcará nesta quinta para Boston, nos Estados Unidos, para participar da Brazil Conference, evento sobre o país na universidade Harvard. Participará de um debate com outros dois ex-presidenciáveis, Ciro Gomes (PDT) e Henrique Meirelles (MDB).
Miguel José Teixeira
04/04/2019 13:55
Senhores,

Na mídia:

"Dias Toffoli retirou da pauta o julgamento da prisão em segunda instância, previsto para o dia 10.

Huuummm. . .no sábado de Aleluia (20) é dia de "malhar o judas". . .
Herculano
04/04/2019 12:56
UFA! A DECISÃO DE TOFFOLI QUE ADIOU O JULGAMENTO DA PRISÃO EM 2ª INSTÂNCIA

Conteúdo de O Antagonista. Dias Toffoli retirou da pauta o julgamento da prisão em segunda instância, como registramos.

A imprensa teve acesso ao documento em que o presidente do STF comunica o presidente da OAB da decisão o julgamento estava previsto para o próximo dia 10
Herculano
04/04/2019 11:19
A VIDA COMO ELA É, A FAVOR DO PERIGO, DA MORTE E DA DEMAGOGIA.

O presidente Jair Messias Bolsonaro, PSL, decidiu que não se deve ter mais radares eletrônicos nas rodovias federais. Para ele, e os infratores contumazes que fazem delas pistas de corrida e local para imprudência constante, trata-se de "alimentar" a indústria da multa. Eles preferem a indústria da morte, dos mutilados, dos sequelados, da impunidade e que custa bilhões, ou seja, muito mais não no sentimento, na dor, na revolta, na incompreensão, mas no bolsos dos brasileiros prudentes e pagadores de pesados impostos.

E o que foi fazer em Florianópolis, a vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, de Gaspar, filha de caminhoneiro? Entregar um papelinho no DNIT e pedir o fim das lombadas na BR 470, a rodovia da morte e que se agoniza à espera da duplicação enquanto mata e mutila por falta de fiscalização, segurança, imperícia, irresponsabilidade e imprudência.

Primeiro, ela foi pedir o que já estava decidido pelo presidente da República e o próprio DNIT já tinha emitido uma nota técnica acatando a recomendação presidencial irresponsável. Então tudo o que ela fez não passa de demagogia para analfabetos, ignorantes e desinformados e que deve ser ou ela pensar ser, a maioria dos eleitores dela. Coisa de políticos matreiros e experimentados, e que por certo já contaminou a mais jovem vereadora de Gaspar.

Segundo: as lombadas que a vereadora quer retirar, concentram-se naquele trevo que já foi a principal entrada de Gaspar pela Hercílio Fides Zimmermann, no posto dos Pioneiros, mas que se tornou secundário com a Ponte do Vale. Entretanto, o perigo lá, continua tão alto e presente quanto antes.

E por que as lombadas foram colocadas naquele trecho? Houve uma comoção regional diante de sucessivos acidentes graves lá, com mortes estúpidas, até que um caminhão, na manhã do dia três de setembro de 2011, pegou um ônibus de estudantes do Oeste do estado. Eles iam ao litoral a passeio e estudos. De cara: quatro mortos.

As pessoas foram para a rodovia, o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, também. A imprensa igualmente. Uma comoção. Ele queria colocar na marra uma lombada física naquilo que não podia, pois era área federal. Entretanto, o barulho, incluindo a de políticos, finalmente, vieram as tais lombadas. E por que? Não foi por papelinhos ou à gritaria, mas diante das estatísticas irrefutáveis, as mesmas que faltaram no pedido da vereadora.

Dois meses depois do protesto três lombadas eletrônicas foram instaladas próximo ao perigoso trevo, nos quilômetros 36; 37,2 e 39. Após a instalação dos equipamentos, a redução dos chamados para o Corpo de Bombeiros de Gaspar para atender ocorrências no trevo diminuiu cerca de 80%.

É isso que a vereadora foi pedir? O aumento do perigo, das mortes, da tristeza das famílias? Não basta o que acontece todas as semanas na saída do rua Bonifácio Haedchen, no seu Distrito do Belchior? Acorda, Gaspar!
Herculano
04/04/2019 10:40
VOU VOTAR OU NÃO VOTAR, por Merval Pereira, em O Globo

STF teme que ganhe a posição contrária à prisão em segunda instância, o que levaria Lula a ser solto

Mais do que uma solenidade autoelogiativa, o que aconteceu ontem no Supremo Tribunal Federal (STF) foi uma demonstração do estado de ânimo que domina seus membros, e também os políticos, diante da divisão do plenário que joga a opinião pública ora para um lado, ora para o outro, sempre com críticas agressivas, quando não criminosas.

Acontece também com os políticos, especialmente aqueles que têm cargo de liderança nas duas Casas do Congresso. O ambiente no Congresso é tão ebuliente que a promessa dos bolsonaristas de apresentar uma proposta de emenda constitucional (PEC) revogando a que aumentou para 75 anos a idade compulsória dos ministros pode provocar a reação de ampliá-la para 80 anos.

Isso porque a redução da idade permitiria ao presidente Bolsonaro nomear quatro ministros imediatamente. Como está, ele escolherá no final do próximo ano substitutos para os ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello. Ao contrário, a ampliação da idade para 80 anos impediria que nomeasse ministros durante sua gestão.

A continuar esse ambiente de confrontação, é provável que as sabatinas dos futuros ministros no Senado sejam mais rigorosas do que o costume, e aumenta a chance de um indicado pelo Palácio do Planalto ser rejeitado. Tudo para evitar que o plenário do Supremo seja formado majoritariamente por ministros que criminalizem a política, como veem a ação do presidente Bolsonaro.

O caso acontecido na semana passada na Sala São Paulo, durante um concerto da Orquestra Sinfônica do Estado (Osesp), é exemplar dessa radicalização. Um homem parou a música aos gritos, criticando o Supremo, nomeadamente os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Os relatos são de que o presidente do Supremo está abalado com os ataques.

Seria por isso que ele tende a adiar o julgamento do mérito da legalidade da prisão em segunda instância, marcado para o dia 10. O pedido foi feito pelo novo presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, que admitiu ontem que não há clima para julgar processo tão delicado, que provoca ações de milícias digitais de ambos os lados, pois atinge não só um número ainda não calculado de presos, que seriam soltos, mas, especialmente, Lula. E fragiliza a Operação Lava-Jato.

O estranho é que o adiamento prejudica Lula, e o presidente da OAB sempre foi um crítico da Operação Lava-Jato e defensor da liberdade do ex-presidente. À primeira vista, houve a interpretação de que o grupo favorável ao ex-presidente estaria temendo perder a votação, que da última vez registrou o placar de 6 a 5 pela prisão em segunda instância.

Não era o que estava previsto, pois o ministro Gilmar Mendes mudou de posição publicamente, reduzindo a 5 os votos favoráveis à legalidade da medida, dando, portanto, maioria ao lado contrário.

Há, no entanto, dúvidas sobre a posição dos ministros Alexandre de Moraes e Rosa Weber. Moraes vota no lugar do falecido ministro Teori Zavascki, que era a favor da medida, e já se pronunciou, inclusive em um voto na sua Turma, também favorável. Mas estaria em dúvida. A situação mais delicada é a da ministra Rosa Weber.

Tendo votado contra a prisão em segunda instância, a ministra tem tido uma atuação impecável. Mesmo contrariando seu pensamento, ela vem votando de acordo com a posição da maioria. Considerou no ano passado que não havia razão para voltar ao assunto tão cedo, mas neste momento ninguém sabe como agirá.

Se votar a favor, o resultado continuaria sendo 6 a 5 pela prisão em segunda instância, mantendo a divisão do plenário, que reflete a do país. O resultado, porém, pode ser de 7 a 4 se tanto Rosa Weber quanto Moraes votarem contra prisão em segunda instância. A tendência, apesar das dúvidas, é que o plenário do STF mude a jurisprudência, favorecendo quem já está preso e impedindo que outros vão para a cadeia.

Tudo indica que o pedido de adiamento foi feito porque o STF está com receio de que ganhe a posição contrária à prisão em segunda instância, o que levaria Lula a ser solto. Os ministros que defendem essa posição estariam temerosos de provocar manifestações políticas contra o Supremo, agravando ainda mais a situação.

Quer dizer, o receio existe, de ganhar ou de perder. O que é ruim para a independência do Supremo e para a democracia.
Miguel José Teixeira
04/04/2019 10:36
Senhores,

Atentem para onde vai parte do nosso "dinheirinho":

"Fazer moeda de R$ 0,05 custa R$ 0,30 ao governo;

veja outros preços em:

https://caraoucoroa.blogosfera.uol.com.br/2019/04/04/fazer-moeda-de-r-005-custa-r-030-ao-governo-veja-outros-precos/?cmpid=copiaecola
Herculano
04/04/2019 10:03
VIVENDO NO RISCO, por Willian Waack, no jornal Folha de S. Paulo

Parece que Bolsonaro não se importa com o risco, inclusive o do ridículo

Três meses depois de assumir, Jair Bolsonaro demonstra que gosta de viver na beiradinha do risco. O principal deles no momento é arriscar um capital político - aquele que conquistou nas eleições - numa perigosa aposta contra o tempo. A comparação com o que acontece em economia é elucidativa: até agora ele investiu esse capital em quê?

Alguns sinais de erosão desse capital são bem evidentes e só não enxerga quem não quer. Não são as pesquisas de opinião (na qual bolsonaristas, a risco próprio, não acreditam mesmo). Essa deterioração é perceptível em repetidas manifestações de impaciência com o ritmo (ou falta dele) que o governo imprimiu às reformas. Traduzidas em frases desse tipo, que se ouvem por toda parte: "Acredito e AINDA acho que vai".

É interessante observar o que está acontecendo em setores nos quais se formou, muito antes da eleição, a onda que empurrou Bolsonaro até o Planalto. São pequenos empreendedores, profissionais liberais, nutridas camadas médias de cidades do interior. Que viram em Bolsonaro uma resposta a problemas imediatos como insegurança (real ou percebida, não importa), burocracia, impostos, regulação, insegurança jurídica (em especial questões fundiárias para o agronegócio) ?" além do clamor anticorrupção.

Nesses grupos a onda ainda não "virou" num sentido contrário, mas, à medida que o tempo avança e a economia não deslancha, a política parece continuar a mesma e as brigas entre os Poderes permanecem inescrutáveis, aquilo que antes era uma mistura de esperança e engajamento está se transformando hoje apenas em esperança. Para alguém, como Bolsonaro, que atribui seu êxito eleitoral em boa parte a essa influência "de baixo para cima" na formação de opiniões, o perigo adiante é evidente.

O presidente despreza os chamados "formadores clássicos" de opinião, especialmente os que se manifestam pela imprensa. Mas esse é um risco grande também, considerando que as vozes críticas "na mídia" começam a se aproximar de outros grupos influenciadores. Trata-se de outros "formadores de opinião" clássicos que não são profissionais de comunicação: figuras respeitadas no mundo de vários segmentos da economia, por exemplo. Era possível "sentir" que a vitória de Bolsonaro estava garantida quando esses últimos pularam para o barco também.

Hoje eles não falam em pular do barco, mas em dar um jeito de dirigi-lo. Nesses círculos, que abrangem o mundo financeiro, industrial, de serviços e empresarial, Bolsonaro está se arriscando a provocar uma irreversível estupefação negativa. São setores que já em boa medida cessaram de ver nele o homem "que resolve", para enxergar nele o "errático", insuportavelmente viciado em redes sociais e polêmicas inúteis, que precisa "ser levado" a resolver. Essas elites nem sempre conseguem andar adiante dos acontecimentos, mas é inegável seu grau de influência.

A credibilidade e a confiança tão essenciais para qualquer governo estão hoje se deslocando sensivelmente da figura do "mito" em direção aos núcleos militar, econômico e da Justiça, com poucas figuras realmente de peso no mundo da política que o governo possa chamar de suas. E episódios como a bagunça no MEC e as tiradas do chanceler, reiteradas pelo próprio presidente, produzem situações de ridículo, talvez o mais poderoso ácido corrosivo da imagem de quem precisa ser levado a sério para governar.

Agora que ficamos sabendo, por exemplo, que Joseph Goebbels foi um esquerdista, vale a pena então lembrar uma frase celebremente atribuída a ele, a de que uma mentira repetida mil vezes vira uma verdade. No caso de cretinices, como a de dizer que o nazismo foi um movimento esquerdista, é diferente. Uma cretinice repetida mil vezes só vira uma cretinice ainda maior.
Herculano
04/04/2019 08:02
A NOVA POLÍTICA QUE EU QUERO, por Mariliz Jorge Pereira, roteirista, no jornal Folha de S. Paulo

País não precisa de quem só inflama as redes sociais com assuntos periféricos

A nova política, tão festejada por parlamentares eleitos a reboque de Bolsonaro, caducou. Ficou evidente que se tratava só de uma "lista de desejos", mas que, apesar da retórica, não tinha "projetos", "metas" e um "planejamento estratégico".

Uso essas palavras entre aspas porque não são minhas, mas da deputada Tabata Amaral (PDT-SP), na ocasião em que pôs o ministro da Educação, Ricardo Vélez, na parede e pediu a sua cabeça por incompetência. É essa a nova política que eu quero, com congressistas bem preparados, que façam cobranças positivas, e não a oposição pela oposição.

O país não precisa do político que se apresenta como novo, mas tudo o que faz é inflamar as redes sociais com assuntos periféricos, com bate-bocas desnecessários e teorias conspiratórias. E chega do esquerdismo desgastado, preguiçoso e bolorento, como o que se manifestou nesta quarta (3) quando o ministro Paulo Guedes foi sabatinado pelos parlamentares, que gastaram boa parte do tempo com chacrinha e picuinhas.

No episódio em que Tabata Amaral defendia interesses comuns a todos os brasileiros, o que fez a militância de parte da esquerda, se não reconhecer, aplaudir seu desempenho e quem sabe estimular alianças e pautas necessárias neste vazio de ideias que é o governo Bolsonaro?

Foram às redes sociais tentar "desconstruir" a deputada que, sabe-se, é filha de diarista, estudou em Harvard graças a uma bolsa de uma fundação que tem por trás Jorge P. Lemann e fez sua formação política pelo RenovaBR, apoiado por Luciano Huck.

Na cabeça dos críticos, Tabata está comprometida com o capital e toda aquela baboseira que a esquerda adora demonizar. É possível que achem que ela deveria ter ficado na periferia e negado suas vitórias, porque, né?!, vem dessa gente que a esquerda não gosta.

O problema não é a nova ou a velha política, mas de comprometimento que vá além de ideologias e de partidos, de vaidades e de incompetência.
Herculano
04/04/2019 07:58
RESPEITO

Eu não vim aqui para ser desrespeitado, não. (...) Tchutchuca é a mãe, é a avó, respeita as pessoas. (...) Isso é ofensa. Eu respeito quem me respeita. Se você não me respeita, não merece meu respeito". (Paulo Guedes, ministro da Economia, em debate com deputados na Câmara)
Herculano
04/04/2019 07:57
VIRADA

De Xico Graziano, no twitter:

É a minha leitura dos fatos: após a viagem para EUA e Israel, e depois dessa marcante presença de Paulo Guedes na Câmara, governo de @jairbolsonaro passou a comandar a agenda política. Amordaçou a esquerda petista, ganhou respeito partidário. #MudaBrasil
Herculano
04/04/2019 07:55
EMBATE PERMANENTE

De Ricardo Peake Braga, no twitter:

Se alguém acha que falando manso com petistas e congêneres conseguirá despertar neles o bom senso está totalmente enganado. Para eles o embate é sempre político e seu único objetivo é sabotar o governo para tentar voltar na próxima eleição.
Herculano
04/04/2019 07:52
A VERDADE SOBRE OS NOSSOS POLÍTICOS QUE ELEGEMOS E QUE DIZEM SEREM OS NOSSOS REPRESENTANTES NO CONGRESSO

Esta está no twitter

A esquerda toda dizendo que a reforma da previdência é injusta. Nenhum dos histéricos, absolutamente nenhum, fala em acabar com seus próprios privilégios e aposentadorias vergonhosas. É a safadeza em estado bruto
Herculano
04/04/2019 07:49
FALTA DINHEIRO, VAI FALTAR PACIÊNCIA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Sem recursos, sem PIB, sem coordenação política, governo ainda incentiva raiva

O sururu entre os deputados e Paulo Guedes não vai dar em nada: é sintoma, não motivo. A fibrilação dos preços no mercado, que o pessoal da finança atribuiu ao arranca-rabo na audiência do ministro, também foi nada.

O ministro da Economia foi nesta quarta-feira (3) à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara falar sobre Previdência, na CCJ em que a reforma vai começar a tramitar. Guedes e deputados bateram boca e daí para baixo.

Juros e dólar subiram, a Bolsa caiu, "business as usual".

Teria sido um desastre se a turumbamba fosse imprevista, se não fosse apenas um sintoma óbvio.

O circo estava armado para Guedes apanhar pelo motivo sabido: desgoverno, um governo sem tropas no Congresso e ânimos nacionais acirrados.

De resto, o ministro não é um mestre na arte de fazer amigos e influenciar pessoas, por assim dizer. Enfim, é conversa mole dizer que a audiência "evidenciou" as dificuldades que o governo terá para aprovar a reforma.

Para quem tem um tico de discernimento, prever tais dificuldades era fácil desde antes da posse de Jair Bolsonaro, quando o presidente eleito disse que desdenharia o Congresso e nomeava uma equipe sem capacidade de coordenação de governo e de atuação parlamentar. Mas basta de obviedades maiores.

De modo desordenado e amador, pelo menos por estes dias o governo tenta salvar o que sobrou do incêndio. Já não seria fácil mesmo com uma súbita boa vontade pragmática e com profissionais em campo. Ficou mais difícil porque em um trimestre houve degradação do ambiente.

Primeiro, o governo tem ainda menos dinheiro para gastar do que previa. Não tem como levar deputado para ao menos inaugurar obra. Como se escrevia aqui na semana passada, o corte do investimento faria a construção civil estrilar. Pois bem, começou. A bancada do boi quer perdão de dívidas previdenciárias.

Outras querem manter subsídios. Etc. Mas não há dinheiro. Pelo menos até meados do ano, não vai melhorar.

Segundo, empresários começam a dar sinais de impaciência ou irritação. Mesmo quando associações empresariais soltam manifestos de apoio à reforma da Previdência, dão a entender que estão vendo o gato subir no telhado.

Gente de empresa vaza notas para os jornais, "externando preocupação", alguns francamente revoltados com a baderna. Quando as coisas vão bem, essas pessoas ficam quietas.

Terceiro, ainda que o ano não esteja perdido para a economia, o primeiro trimestre foi ruim, talvez de crescimento zerado, e o segundo é uma incógnita que vai se equilibrar sobre esse quase nada.

A confiança econômica baixou. As pessoas estão cansadas de frustração, com medo de um terceiro ano de quase estagnação depois de promessas de crescimento que vêm desde o final de 2016.

Para piorar, em outros assuntos o governo incentiva ódios e divisões ainda maiores no país, em vez de tentar disseminar esperança e calma, enquanto (possivelmente) as coisas se ajeitam.

Besteira sentimental? Não, não é. Quem observa e analisa séries de pesquisas de opinião, de confiança e dados de atividade econômica nota que, por vezes, um líder político esperto consegue levar no gogó uma situação materialmente difícil.

Promessas não pagam dívidas e conversa não enche barriga, mas um diálogo politicamente inteligente pode sustentar uma travessia do deserto.

Aconteceu com Lula da Silva, aconteceu com FHC. Não foi assim com Dilma Rousseff nem com Fernando Collor.
Herculano
04/04/2019 07:42
PRISÃO PRIVILEGIADA DE LULA JÁ CUSTA R$3,6 MILHõES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A poucos dias de completar um ano cumprindo pena em uma sala da Polícia Federal em Curitiba, com direito a TV e banho quente como nenhum outro presidiário, Luiz Inácio Lula da Silva já custou mais de R$3,6 milhões ao cofres públicos. O custo da "hospedagem" chega a R$10 mil ao dia, como estimou a própria PF já no ano passado. Lula custa ao mês 125 vezes a mais que qualquer outro detento no Brasil.

NINGUÉM MERECE
O custo do presidiário Lula, de R$3,6 milhões, representa bem mais que a média de recursos destinados a obras em penitenciárias.

DETENTO MUITO ESPECIAL
A ampliação da Penitenciária de Alfenas (MG) recebeu R$ 3,4 milhões e está inacabada, segundo o Ministério da Justiça. Lula já custou mais.

FORA A CORRUPÇÃO
Se ficar na situação que se encontra pela duração de toda sua pena de 12 anos e 1 mês os custos de Lula preso serão de R$ 44,1 milhões.

SEM COMPARAÇÃO POSSÍVEL
O ex-governador Sérgio Cabral pode, em um presídio comum, superar o custo de um ano de Lula preso. Mas só se cumprir 127 anos da pena.

DEPUTADOS NÃO ESTAVAM PREPARADOS PARA GUEDES
A ida do ministro Paulo Guedes (Economia) à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara deixou claro que os deputados não estavam preparados para questionar a PEC da reforma da Previdência, tampouco para discutir verdades sobre outros assuntos. Na prática, Guedes expôs os que "jogam para a torcida" dizendo ser preciso taxar grandes fortunas e empresários pelo discurso vazio. E cobrou a falta de iniciativa: "Vocês estão aqui há quatro mandatos".

INDIGNAÇÃO CÊNICA
O barraco seguiu com deputados fazendo pose de "ofendidos", mas, sem ter como desmentir o ministro, discursaram para seu eleitorado.

FAKE NEWS
Guedes desfez também o mito de que o regime de capitalização levou o Chile a altos índices de suicídio. "É o 118º no mundo. É fake News".

TUDO NA MESMA
Em vez de esclarecer pontos da reforma e debater alternativas, a CCJ virou, como tem sido praxe, palanque de autopromoção política.

TEU NOME É VAIDADE
Foi um show de vaidades. O desconhecido Eduardo Bismarck (PDT-CE) exigiu que o ministro da Economia tratasse os deputados pelo nome, "de primeiro escalão para primeiro escalão". Hahahaha

Só PARA LEMBRAR
A notícia de que em março a saída de dólares superou entrada em US$4,2 bilhões, após o saldo positivo de janeiro e fevereiro, fez lembrar a célebre sentença do ex-ministro da Fazenda Mario Henrique Simonsen: "A inflação aleija, o câmbio mata".

TV PAPELÃO
Vários deputados, e não necessariamente novatos, comportaram-se na CCJ, nesta quarta (3), como subcelebridades de programinhas tipo "Big Brother", fazendo qualquer coisa para aparecer na TV Câmara.

SIMPLES ASSIM
A briga na Apex Brasil, a agência de promoção a exportações, decorre da falta de entendimento e da enorme distância entre a qualificação do presidente, embaixador Mário Vilalva, um dos maiores especialistas em comércio exterior do País, e diretores novatos em busca de afirmação.

SEBRAE PARALISADO
O Sebrae sofre com a disputa provocada por um dos diretores, Carlos Melles, contra o atual presidente, João Henrique, eleito no começo do ano. Melles quer assumir o cargo promovendo uma nova eleição.

USINA DE INFRAÇõES
Só esta semana, ouvintes da rádio BandNews flagraram dois casos de carros dos senadores cometendo infração de trânsito: o de Marcos Rogério (DEM-RO) foi fotografado estacionado em local proibido, e o carrão de Sérgio Petecão (PSD-AC), 1º secretario, em fila dupla.

TRUMP DEU O CAMINHO
A torcida, em Brasília, é que o pacote do presidente Jair Bolsonaro "para tirar o Estado das costas das empresas", como ele definiu, tenha se inspirado em várias medidas do governo Donald Trump, nos EUA, que quase zerou o desemprego e aqueceu a economia.

PAÍS DE 'CHINELINHOS'
No Reino Unido ou Espanha, times de futebol que jogaram no sábado voltaram a campo na terça e quem jogou no domingo retomou os jogos na quarta. No Brasil, prevalece o mimimi contra o "calendário da CBF".

PENSANDO BEM...
...merece aposentadoria especial quem acompanhou o barraco na CCJ da Câmara sobre a reforma da Previdência.
Herculano
04/04/2019 07:33
GOVERNO ABANDONA GUEDES E REFORMA SOZINHOS NA LINHA DE TIRO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Caso 'tchutchuca' evidencia falta de uma coalizão comprometida com Bolsonaro

Em sua primeira visita ao Congresso, na semana passada, Paulo Guedes reclamou dos aliados do governo. Atacado até pelo PSL, o ministro parecia se sentir traído. "A gente anda dez metros e, de repente, vê que levou um balaço de gente que é nossa mesmo", desabafou.

O chefe da equipe econômica voltou a encontrar o mundo político nesta quarta (3) para discutir a reforma da Previdência. Na Câmara, o partido de Jair Bolsonaro não disparou, mas deixou Guedes sozinho por horas na linha de tiro.

A proposta do governo perambula como um filho feio sem pai. Parlamentares de centro e da oposição fazem críticas pesadas, enquanto poucos governistas se arriscam a apoiar uma medida impopular.

Nas primeiras quatro horas e meia de audiência, o único deputado do PSL a discursar foi o líder do governo na Câmara. Seria generosidade dizer que Major Vitor Hugo fez uma defesa enfática da reforma.

O deputado gastou quase metade de seu tempo com elogios a Guedes por sua "coragem e determinação". Nos minutos que restaram, desfiou platitudes sobre a proposta, sem responder ao festival de bobagens de alguns integrantes da oposição.

No meio do tiroteio em cima do ministro e da reforma, Vitor Hugo ainda parabenizou tanto a oposição quanto "deputados mais alinhados com o governo". Não seria possível chamá-los exatamente de "aliados".

O episódio evidenciou a falta que faz uma coalizão comprometida com o governo. Líderes dos partidos que poderiam dar sustentação a Bolsonaro estavam sorridentes numa sala reservada para cumprimentar o ministro antes da sessão, mas foram embora antes do início do falatório.

Sem proteção, Guedes ainda foi obrigado a ouvir um insensato Zeca Dirceu (PT) dizer que ele é "tigrão" para cortar benefícios de pobres, mas "tchutchuca" para tirar privilégios de banqueiros. O vexame só terminou porque o presidente da comissão encerrou a audiência. O ministro teve que ser escoltado por policiais e meia dúzia de deputados.
SAMAE INUNDADO
03/04/2019 14:47
JA TEM FUNCIONARIO DO SAMAE AMIGO DO PREFEITO GANHANDO GRATIFICAÇAO EM OUTRA SECRETARIA.

COMO SERA QUE ELE VAI ESTA NOS 2 LUGAR NO MESMO TEMPO?

DECRETO Nº 8.699, DE 02 DE ABRIL DE 2019.
DESIGNA SERVIDOR PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÃO GRATIFICADA.
KLEBER EDSON WAN-DALL, Prefeito Municipal de Gaspar, Estado de Santa Catarina, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelo
artigo 72, inciso IV da Lei Orgânica do Município,
DECRETA:
Art. 1º Fica designado, nos termos do artigo 24 e seguintes da Lei Complementar nº 80, de 02 de agosto de 2017, o servidor efetivo GIOVANE FRANCESCO DESCHAMPS, inscrito no CPF sob o nº 770.760.799-68, para exercício de função gratificada de Supervisor de Fiscalização,
nível I, da Secretaria Municipal da Fazenda e Gestão Administrativa.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Gaspar, 02 de abril de 2019.
KLEBER EDSON WAN-DALL
Prefeito do Município de Gaspar
Demetrius Wolff
03/04/2019 12:42
referente a nota do PSL, o correto é: "PSL de Gaspar diz que NÃO vai estar no puxadinho que o MDB arma com PP, PDT, PSC, PSDB e outros para as próximas eleições"

No mais achei coerente a sua análise, o Brasil e Santa Catarina tem muito a fazer para o partido deslanchar.
Miguel José Teixeira
03/04/2019 11:41
Senhores,

A freira, o alfaiate e o vidente.

"O pragmático Dirceu

Quem conversa com o ex-ministro José Dirceu se impressiona quando ele diz que deve ser preso em maio.

A certeza é tamanha que ele já listou 23 livros e séries de exercícios físicos, caso venha uma nova temporada."

(fonte: Correio Braziliense, hoje, Brasília-DF)

Amém!
Herculano
03/04/2019 11:06
AS MÁGOAS DO PRESIDENTE, por Cristiano Romero, no jornal Valor Econômico

Paulo Guedes teve que admoestar Bolsonaro antes de acalmá-lo

O clima tenso das últimas duas semanas amainou em Brasília, mas os curiosos continuam interessados em saber por que o presidente da República decidiu comprar briga com o presidente da Câmara dos Deputados, um aliado do governo, no momento em que a proposta da mais difícil das reformas - a da Previdência - chegou ao Congresso Nacional. A explicação pode ser mais simples e muito menos sofisticada do que se imagina, mas o alarido, dada a gravidade da crise econômica vivida pelo país há meia década, será sempre grande.

Ao tentar desmoralizar publicamente o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), Jair Bolsonaro seguiu o caminho de Dilma Rousseff, afastada com menos de 15 meses do exercício do segundo mandato. A diferença é que, nada realista, a ex-presidente achou que impediria a eleição de Eduardo Cunha a presidente da Câmara, enquanto Bolsonaro, em nenhum momento, manifestou oposição à ascensão de Maia.

Bolsonaro é um presidente que assumiu o cargo com raiva. Não é, porém, o primeiro a tomar posse da Presidência da República magoado. Luiz Inácio Lula da Silva perdeu a disputa três vezes (1989, 1994 e 1998) antes de chegar lá, em 2002. Foi reeleito quatro anos depois e, contrariando a "maldição do segundo mandato", era tão popular no 8º ano de poder que escolheu e elegeu a sucessora, uma estreante em eleição.

O sucesso, porém, jamais aplacou profundas mágoas de Lula com jornalistas, que considerava preconceituosos, antigos aliados (o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, dos tempos da luta pela redemocratização, era um deles), empresários e banqueiros, a quem atribuiu o interesse em apeá-lo do poder durante o escândalo do mensalão (em 2005). "Fiz tudo o que esses caras pediram e agora eles querem me derrubar", desabafou o então presidente.

Em seus diários, FHC não poupa a imprensa. Em seus dois mandatos (1995-1998 e 1999-2002), teve amplo apoio das empresas de comunicação para a agenda de modernização da economia, que contemplou a quebra de monopólios estatais e a privatização de companhias como a Vale. Ainda assim, sentiu-se incompreendido e até perseguido por jornalistas e órgãos da mídia.

A amargura de Bolsonaro está apenas começando. Sua eleição não foi antecipada por nenhum dos principais analistas políticos. Para a maioria, senão para todos, o então candidato do desconhecido e "irrelevante" PSL derreteria nas pesquisas tão logo começasse oficialmente a campanha, em agosto do ano passado. Em setembro, ele foi esfaqueado durante ato da campanha e o ataque foi visto como o evento que o teria catapultado à vitória. Essa leitura irrita o presidente. Para ele, os analistas continuam sem enxergar o fenômeno eleitoral.

Bolsonaro considera que, durante os 28 anos em que esteve em Brasília como deputado, jamais foi respeitado pela imprensa. Ele sabe, porém, que numa democracia representativa como a brasileira só são reverenciados dois tipos: os que detêm poder real, como o presidente da República, o ministro da Economia e os presidente da Câmara e do Supremo Tribunal Federal; e aqueles que têm expectativa de poder, caso, por exemplo, de quem governa o Estado de São Paulo, dono do segundo orçamento público do país e cuja economia responde sozinha por mais 30% do PIB nacional.

Fora disso, grosso modo, resta muito pouco em Brasília. Talvez, esteja aí a beleza da democracia: um parlamentar pode chegar desconhecido ao centro do poder e, quatro anos depois, a depender do que realize, tornar-se uma referência, cotado para assumir cargos importantes no Congresso ou no governo.

Um exemplo: o ex-deputado Rogério Marinho, atual secretário de Previdência do Ministério da Economia, negociou em silêncio, na última legislatura, a reforma trabalhista; quando se tomou ciência do assunto, as mudanças foram aprovadas num átimo; na eleição, os potiguares negaram a Marinho um novo mandato - também pudera: sindicatos, inclusive de São Paulo, mandaram a Natal um batalhão de doutrinadores para fazer pregação contra o candidato que atuou como relator de mudanças na CLT -; a coragem e a consciência do ex-deputado quanto à relevância das duas reformas, além de sua habilidade comprovada para negociar temas considerados impopulares, fizeram o ministro Paulo Guedes convidá-lo a cuidar da reforma das reformas; se a proposta passar, Marinho subirá na hierarquia dos que têm expectativa de poder.

Durante sua carreira política, Bolsonaro não teve poder real nem expectativa de um dia vir a ter. Ninguém percebeu que ele se apresentou desde o início como o candidato anti-PT, o símbolo da luta contra a ruína econômica provocada por quase seis anos de gestão Dilma Rousseff. O desgaste do PT era evidente, mas os analistas presumiram que o voto antipetista desaguaria na candidatura do tucano Geraldo Alckmin. Estávamos todos enganados.

Do alto dos 57,8 milhões que obteve no segundo turno da eleição presidencial, Bolsonaro não perdoa essa "falha". Acha que ainda não há trégua e que, em quase cem dias de gestão, só apanha da imprensa. Teria vindo daí a disposição a bater em Rodrigo Maia. Fez isso uma vez, depois outra, levando o mercado, entusiasta da agenda liberal, a duvidar da fé cega no político que tirou o PT do poder depois de 16 anos.

Preocupado, Paulo Guedes procurou o presidente e, depois de uma conversa, convenceu-se de que o acalmara. Bolsonaro ignorou o apelo e bateu novamente em Maia. Foi quando o ministro da Economia decidiu ser mais enfático, mas por meio de nova estratégia. Na primeira oportunidade pública, declarou que não tinha apego ao cargo e que, se seu chefe e o Congresso não quisessem aprovar a reforma da Previdência, ele teria mais o que fazer. O chefe sentiu o golpe.

Admoestado por seu principal ministro, Bolsonaro teria dito o seguinte: "PG, todo mundo só bate em mim, não há folga. Eu só quis dar um peteleco no Rodrigo". PG explicou que a pancada não é conveniente, especialmente, neste momento, e ouviu de volta: "Fala para o Rodrigo que, quando eu retornar de Israel, vou dar um beijo na boca dele".
Herculano
03/04/2019 10:58
ECONOMIA DEFINHA NA DESORDEM POLÍTICA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Indústria vai mal, governo segue sem rumo e Bolsonaro duvida das estatísticas nacionais

A indústria não cresce quase nada, soube-se nesta terça-feira (2) pelo IBGE.

No início da semana no Congresso, gente do governo tentava apagar os incêndios criados pelo próprio governo, mas o fazia com baldes d'água e à matroca.

A economia esfria, o que deve azedar os ânimos no país e, por tabela, no Congresso. Ânimos azedos no Congresso pioram o humor econômico.

A confiança de consumidores e empresas regride desde o início do ano. Virou fumaça a esperança que sempre se reaviva na eleição de um presidente.

O resultado da indústria foi ainda pior por causa dos efeitos econômicos da barbaridade de Brumadinho. Mas não convém dourar a pílula com lama assassina. A indústria extrativa (como minério de ferro) é responsável por 11% da produção industrial total. O restante é indústria de transformação.

A indústria de transformação cresceu apenas 0,4% neste primeiro bimestre, em relação aos primeiros dois meses de 2018. Em 12 meses, o crescimento foi de apenas 0,5%. O crescimento previsto para março da indústria em geral é próximo de zero.

O governo ainda apanha no Congresso. Até os líderes da bancada evangélica batem em Jair Bolsonaro.

Há racha no PSL e entre o PSL e o governo. Ouve-se revolta contra vários ministros relevantes e ameaças de aprovar restrição dura da capacidade do governo de baixar medidas provisórias.

O governo inventa mais moda. Debate o tal "pacto federativo", em tese redistribuição de recursos e deveres entre União, Estados e municípios.

Ou o governo vai frustrar todo o mundo com essa história de divisão de dinheiro (não há dinheiro) ou, se bobear, vai levar um tombo, perder recursos e ficar com um buraco maior nas contas.

É possível. A desordem e a besteira estão grandes.

Lideranças do Congresso dizem que vai passar uma reforma da Previdência, mas sem cortes nos benefícios de idosos (BPC), de trabalhadores rurais e com alívio nas regras de aposentadorias de servidores, afora o veto ao sistema de capitalização e à desconstitucionalização das normas previdenciárias. Para começar.

BOLSONARO ATACA IBGE
Demagogos sinistros e autoritários em geral gostam da ideia ou da prática de falsificar estatísticas econômicas, dentre outras mentiras. No mínimo ou a princípio, assediam quem trabalha para produzir informações confiáveis, por meio das melhores técnicas conhecidas.

A falsificação de estatísticas é um desastre. Pode alterar o valor das coisas, violar a segurança de contratos, abater a confiança econômica. Enfim, é uma violência contra o debate democrático.

Tiranos como os chavistas e demagogos como os Kirchner destruíram o sistema de estatísticas de Venezuela e Argentina. Foi um dos meios pelos quais essa gente depauperou a economia e a vida inteligente de seus países.

Pela segunda vez, Jair Bolsonaro atacou sem fundamento as estatísticas de emprego do IBGE. Há quem se conforte com a ideia de que o presidente nada fez de concreto contra o instituto federal de estatísticas. Não é consolo. Se e quando o fizer, será tarde demais. O prejuízo da perda de credibilidade é imediato e leva anos para ser revertido.

"Ah, isso não vai acontecer." A gente pode lembrar de fatos improváveis que aconteceram recentemente: pedaladas imensas, déficit público de mais de 10% do PIB (Produto Interno Bruto), tabelamento e manipulação de preços básicos da economia, decretação de mais sigilo sobre documentos de governo etc.
Herculano
03/04/2019 10:56
O IBGE SOB ATAQUE GOVERNISTA, por Míriam Leitão, no jornal O Globo

O presidente Jair Bolsonaro revela mais do que ignorância quando critica o IBGE. É comum governantes não gostarem dos dados negativos, o que os diferencia é que os de mente autoritária querem desmoralizar o órgão que apura a estatística indesejada. Bolsonaro poderia afirmar que não é culpado pelo enorme desemprego do Brasil e que herdou o problema, afinal está no cargo há pouco mais de um trimestre. Em vez de dizer como enfrentará esse desafio, ele prefere brigar com o termômetro e ofender a inteligência alheia.

Em novembro, ele definiu como "farsa" o índice do desemprego. Agora, voltou à carga contra o instituto e, em entrevista à Rede Record, disse que os indicadores são feitos para "enganar a população".

- O que acontece? Como é feita hoje em dia a taxa? Leva-se em conta só quem está procurando emprego. Quem não procura não é tido como desempregado - disse ele.

Se o presidente tivesse lido um pouco sobre o assunto saberia que os dois dados já são divulgados. O IBGE pergunta se a pessoa está procurando emprego. Se sim, ela entra na estatística dos desocupados, que deu 12,4%, ou 13,1 milhões de brasileiros, no trimestre encerrado em fevereiro. Se a pessoa gostaria de trabalhar, mas desistiu de procurar emprego, ela entra no índice dos desalentados, que registrou 4,9 milhões de pessoas. O IBGE divulga um terceiro dado que engloba tudo, chamado de subutilização da força de trabalho. Nele, entram os desempregados, os desalentados e os que estão subocupados. São ao todo 27,9 milhões de pessoas. O instituto brasileiro segue as melhores práticas internacionais.

Além de mostrar que desconhece o básico sobre as estatísticas do principal problema econômico e social do país, Bolsonaro diz mais uma coisa sem noção:

- Eu acho que é fácil você ter a metodologia precisa no tocante à taxa de desemprego, é você ver os dados bancários e os dados junto à Secretaria do Trabalho de quantos empregos você perde e gera por mês. É muito simples.

Ir aos bancos para saber quantos são os desempregados é uma ideia que não dá para qualificar mantendo a elegância. Sobre ir à Secretaria do Trabalho, esse dado já existe. É o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Mede apenas o mercado de trabalho formal. As empresas formais informam ao antigo Ministério do Trabalho os trabalhadores com carteira que contrataram e demitiram. O dado é importante, mas parcial, porque o Brasil tem 37 milhões de trabalhadores informais.

Qual é o objetivo do presidente ao atacar o instituto oficial de estatísticas, que fornece ao país um sem-número de indicadores, em todas as áreas, há mais de 80 anos? Essa sempre foi a tendência de governantes autoritários. Foi o que os Kirchner fizeram com o Indec porque não gostavam da informação de que a inflação estava subindo mês a mês. A intervenção no instituto argentino chegou ao ponto de o governo exigir saber quais eram os locais de coleta da informação.

Pesquisar desemprego é difícil, mas o IBGE tem aperfeiçoado sua metodologia. Hoje ele divulga todo mês o desemprego numa média móvel trimestral. Os estudos para implantar a Pnad Contínua começaram em 2006, mas ela só começou, de forma experimental, em outubro de 2011, no primeiro ano do governo Dilma. As primeiras divulgações ocorreram em 2014, ano de eleição. Na época, houve reclamações de dirigentes petistas, porque a taxa de desemprego medida pela Pnad estava maior do que a do antigo índice, a PME (Pesquisa Mensal de Emprego), usado pelo IBGE desde os anos 80 e que captava oscilações no mercado de trabalho em seis regiões metropolitanas. A Pnad é uma pesquisa muito mais abrangente. Coleta dados em cerca de 210 mil domicílios em 3.500 municípios em todo o país. Na época, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) pediu ao Ministério do Planejamento informações sobre a pesquisa, o que levantou suspeitas de uma possível interferência do governo no indicador. O IBGE tem sabido resistir às tentativas de intervenção.

Há outros temores. O pior perigo agora é que o governo imponha ao IBGE um Censo resumido, como foi sugerido pelo ministro Paulo Guedes recentemente. O Censo é a nave-mãe das estatísticas. Dele o país depende para saber, por exemplo, por que a reforma da Previdência é necessária ou como distribuir os recursos do Fundo de Participação dos Municípios. Se errar no Censo, o Brasil terá um prejuízo que vai durar dez anos.
Herculano
03/04/2019 10:52
da série: até parte da própria direita no pensar, no jornalismo e no apoiar Bolsonaro, está incomodada com os mimimis e à falta de direcionamentos para resultados

O MÉTODO GURDJIEFF DE OLAVO DE CARVALHO E UM RECADO PARA SUA SEITA: NINGUÉM ESTÁ ACIMA DE CRÍTICAS!, por Rodrigo Constantino, no portal Gazeta do Povo, de Curitiba PR

Bolsonaro, em sua primeira fala como presidente eleito, ostentou o livro de Olavo de Carvalho numa seleta pilha de apenas 3 volumes. Seus filhos elogiam abertamente o filósofo com frequência. Alunos seus ocupam cargos importantes no governo, e o mais "brilhante" deles, Filipe G. Martins, anda colado no presidente e seus filhos.

Além disso, o "guru" está em campanha revolucionária aberta contra os militares no governo. Tem feito declarações pesadas que colocam o presidente numa situação delicadíssima: se nada fizer a respeito, mostra ou que concorda com seu "guru", ou que é um banana incapaz de se livrar de "traidores" e "imprestáveis", que ele mesmo escolheu como ministros.

Mas se você ousa criticar a postura de Olavo, claro que isso só pode ser por implicância, inveja, picuinha, falta do que fazer, birra pessoal, amargura ou "obsessão anal" (achei essa a projeção mais adequada para um típico olavete). O certo seria deixar o velho em paz, em sua cruzada jacobina.

Reagir ao mal que ele tem feito à direita e ao governo é inaceitável para seus seguidores fanáticos, coisa de quem tem "dor de cotovelo" ou "tara patológica". Não importa que o próprio Olavo venha atacando tudo e todos, coloque apelidos depreciativos nos outros, xingue deus e o mundo. Se alguém responder, reagir, é um invejoso! E depois reclamam quando falamos em seita...

Um guru de seita lança mão exatamente dessa estratégia: cria a sensação em seus discípulos de que só ele enxergou "toda" a verdade, mas que ela é um tanto inacessível aos demais, e que toda crítica feita a ele é coisa de cegos burros ou invejosos. Como a roupa linda e invisível do rei, do conto de Hans Christian Andersen. Depois, alega que só ele conhece o caminho da salvação. Coloca-se como alguém desinteressado, acima dos interesses mundanos, e se alguém critica-lo, só pode ser por estupidez ou inveja.

O segredo está em afetar uma sabedoria ímpar e uma visão profética, enquanto estimula os discípulos com mensagens dialéticas e até contraditórias. Só assim o "desapegado" pensador consegue, ao mesmo tempo, gabar-se de indicar ministros e colocar alunos no governo. E ao mesmo tempo passa a criticar o governo de forma veemente. E se alguém aponta para contradições, é porque não foi capaz de ver o "big picture". O guru tem sempre razão!

Olavo não é bobo. Ele sabe muito bem o que faz. Estudou, afinal, os métodos típicos de gurus de seita, e até os descreveu em O jardim das aflições. Eis um trecho interessante:

Com base nessa descoberta, Sargant fez mais uma, decisiva para o progresso dos meios de dominação psíquica: um paciente submetido a ab-reações repetidas desenvolvia uma dependência mórbida do terapeuta. Quanto mais ab-reações, mais forte o vínculo. Isto explicava muita coisa. Boa parte do fascínio escravizador exercido sobre seus discípulos pelo taumaturgo armênio Georges Ivanovich Gurdjieff, por exemplo, se devia tão-somente à "mágica" das ab-reações repetidas. De fato, Gurdjieff ora esmagava os coitados sob pilhas de exigências constrangedoras, ora os induzia a descargas aliviantes que lhe davam a impressão de plenitude e liberdade, só para depois serem repentinamente jogados de novo em provocações humilhantes. Repetida a operação algumas vezes, os discípulos se persuadiam de que Gurdjieff era mesmo um extraterrestre.

Gurdjieff manejava igualmente bem a estimulação contraditória. Raramente dizia alguma coisa com sentido identificável, mas deixava sempre no ar pelo menos meia dúzia de intenções possíveis, fazendo com que os discípulos se extenuassem em vãs ginásticas hermenêuticas. Prometia aos alunos uma exposição teórica que finalmente poria tudo em pratos limpos, e lhes dava um sistema cosmológico completo, que nas semanas seguintes era inteiramente substituído por outro, e por outro, até que a confusão mental crescesse à escala cósmica.

Troque Gurdjieff por Olavo e é algo muito parecido que vemos em sua seita. Mas se você falar desse assunto, então você é um "chato da porra". Não importa, repito, que Olavo seja influente numa ala radical do governo, e que pela análise de muitos, inclusive na direita, esteja trabalhando contra o sucesso do mesmo governo. Falou dele, e não foi para bajular como um mestre sempre certo, então só pode ser porque é insuportável ou invejoso, um obcecado ressentido. Eis o mecanismo de defesa da turma fanática, para evitar a dissonância cognitiva do encontro com a realidade.

Nos grupos de direita, há crescente consenso de que Olavo tem feito muito mal para a própria direita, e que precisa ser combatido. O problema é que há interseção grande entre seguidores, e qualquer crítica ao "guru", como sei bem, significa atrair uma horda de olavetes para te xingar ou tentar te intimidar. E isso cansa. Há perda inevitável também de alguns seguidores, ainda que sejam aqueles que nem deveriam te seguir, já que querem só confirmação de viés, não argumentos ou contrapontos.

Por essas e outras razões a direita conservadora se cala muitas vezes diante desse movimento reacionário, que fala em seu nome. Mas isso tem consequências terríveis para o futuro da direita no Brasil. Ser associada a essa seita fanática e jacobina é péssimo. É como confundir Burke com Maistre, ou Scruton com Bannon. Não faz o menor sentido. Chamar a todos de "conservadores" ou "direita" é ignorar que existe direita e direita, que há aquela de boa estirpe, e há os que defendem o nacional-populismo autoritário e antiliberal.

O "desinteressado" pensador, que ajudou a disseminar um ódio a todo o establishment e às instituições democráticas, por mais imperfeitas que sejam mesmo e por mais que mereçam críticas duras, o "desapegado" do poder que brinca de ser um Rasputin tupiniquim, o Osho da "direita" brasileira que demoniza toda a "extrema-imprensa", ainda que apontar o viés ideológico da mídia seja saudável, esse mesmo personagem chamado Olavo de Carvalho concedeu entrevista, segundo O Antagonista, a Pedro Bial da, sim!, Rede Globo. Aparecer na "Globo golpista" tem lá o seu charme, como concluiu o site. Nada que vem da Globo presta? Pois é?

Tudo exala forte cheiro de embuste, de picaretagem, de engodo, com fortes pitadas fascistas ("esmagar poderes intermediários" para que o líder, "amado pelo povo", possa governar diretamente incorporando a "vontade popular"). E isso é feito em nome dos conservadores! Como não reagir, mesmo ao custo pessoal de ataques chulos e perda de seguidores (que não querem pensar por conta própria)?

Raymond Aron, para dar um exemplo, foi firme contra marxistas e contra fascistas. Apanhou muito, mas o tempo mostrou quem tinha razão. Não é hora de se acovardar. Quem passou a vida toda lutando contra o petismo, o esquerdismo, o socialismo, não pode se curvar diante de uma seita autoritária que exige consentimento pleno. Para um liberal ou conservador, ninguém está acima de críticas. O liberalismo e o conservadorismo não possuem papas infalíveis. Quem quer colocar Olavo nesse lugar que o faça, mas por favor: longe do rótulo de conservador!
Herculano
03/04/2019 10:43
SENADORES DISFARÇAM MORDOMIA DO CARRO OFICIAL, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os senadores Jaques Wagner (PT-BA), Álvaro Dias (Pode-PR) e até o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), encaminharam solicitação à área administrativa para esconder as "características identificáveis" nos carrões oficiais, como placa pretas. A assessoria de Dias confirmou o pedido e justifica que o senador do Paraná precisa "transitar com naturalidade", sem chamar atenção para a placa preta.

CARRO É O PRIVILÉGIO
Alvaro Dias alega que não deseja se valer "dos privilégios da placa de autoridade". Para ele, privilégio não é o carro, é a placa. Ah, bom.

OUTRA HISTóRIA
A assessoria admitiu que Jaques Wagner fez "consulta" sobre esconder a placa preta, depois disse que o senador usa o próprio carro.

QUEM CALA...
A presidência do Senado não explicou por que até Davi Alcolumbre, que dispõe de uma frota, quer fingir que os carrões não são oficiais.

SÍMBOLOS
O carro oficial é apenas um dos muitos privilégios dos senadores, que no total custam mais de R$210 mil por mês aos cidadãos.

INFLUÊNCIA DE CORRÊA NO PSB INTRIGA A LAVA JATO
Intriga os meios políticos de Brasília e a força-tarefa da Lava Jato a forte influência do ex-deputado Pedro Corrêa, ladrão transitado em julgado, no governo de Pernambuco e prefeitura do Recife, controlados pelo PSB. O político preso no Mensalão e na Lava Jato emplacou vários aliados no governo pernambucano e até três netas na estatal Porto de Suape, que se demitiram após esta coluna revelar o caso.

ELE TEM A FORÇA
Em nova demonstração de força, o político emplacou a filha e herdeira política Aline Correia para cargo destacado na prefeitura socialista.

PERDEU
Como no caso das netas afortunadas, a ex-deputada filha de Pedro Corrêa perdeu o cargo após a nomeação ter sido tornada pública.

DUDU MANDA MUITO
O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), apontado como eminência parda do governo do PSB, arrumou cargo até para a ex-mulher.

NA MARCA DO PÊNALTI
O líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL-GO), virou problema para Jair Bolsonaro resolver vapt-vupt. "Não tem um líder que converse com ele", disse Arthur Lira (AL), líder dos 38 deputados do PP.

NÃO DÁ MAIS
Até o correligionário Alexandre Frota (PSL-SP) não esconde aversão ao líder do governo, Vitor Hugo. E não esconde a recomendação para que o presidente o substitua sem demora.

DUPLAS DE PESO
Uma grande surpresa na visita de Bolsonaro foi o convite do premiê Netanyahu a Gabriel Medina e Neymar para visitarem Jerusalém. Os dois agradeceram e responderam prontamente: "Israel, estamos indo".

PELA VENDA DIRETA
Atravessadores (ou "distribuidores") de combustíveis que se cuidem: fabricantes de etanol de vários Estados fundaram a Associação de Produtores de Açúcar e Bioenergia, que deve chegar a 50 membros até o fim do ano, segundo o seu presidente, Renato Cunha.

VAN HATTEN OTIMISTA
O deputado Marcel Van Hatten (RS), líder do Partido Novo na Câmara, continua otimista sobre a aprovação da reforma da Previdência. Ele percebe nos parlamentares um forte compromisso com o projeto.

SOCIALISMO DE DIREITA
Continua sem resposta uma pergunta incômoda: se Adolf Hitler era de direita, por que ele era o principal líder do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores da Alemanha? Socialista de direita? Então, tá.

MOLOTOV-RIBBENTROP
Em 1939, o nazista Adolf Hitler fechou pacto com o soviético Joseph Stalin, para repartir a Polônia. Importa mesmo quem era esquerda ou direita? Importa que ambos foram ditadores genocidas.

BATENDO PONTO
O ministro Paulo Guedes (Economia) virou figurinha fácil na Câmara, onde esteve nesta terça (2) para discutir o Pacto Federativo, a forma que o governo divide os recursos públicos. Os deputados adoraram.

PENSANDO BEM...
...bater cabeças é o ritmo natural do início de governos, problema é quando isso não acaba.
Herculano
03/04/2019 10:36
da série: se não gerar milhões de empregos, correr para aprovar as reformas sustentáveis de Paulo Guedes para a economia, Bolsonaro vai se tornar mais cedo do que se pensava, a Dilma de calças. Ele conhece esse risco, porque foi 27 anos deputado Federal e é lá na Câmara que está a cascas de bananas, colocadas inclusive pelos que se dizem aliados ou o partido dele, o PSL

BOLSONARO FALSIFICA A REALIDADE PARA ENGANAR A POPULAÇÃO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Do nazismo ao desemprego, presidente adultera fatos para reduzir desgastes

Ao contestar números oficiais sobre o desemprego, Jair Bolsonaro conseguiu a façanha de ser desmentido por seu próprio governo. De Israel, o presidente distorceu dados do IBGE para tentar convencer o país de que o mercado de trabalho, na verdade, está bombando. "É uma coisa que não mede a realidade. Parecem índices que são feitos para enganar a população", disparou.

O instituto havia calculado que o número de brasileiros desocupados subiu para 13,1 milhões em fevereiro. A conta segue padrões internacionais e leva em consideração pessoas que procuram emprego, mas não encontram. Bolsonaro não gostou.

O IBGE precisou divulgar uma nota de cinco parágrafos para explicar sua metodologia. Afirmou que adota regras semelhantes às de outros países e ainda negou a declaração do presidente de que beneficiários do Bolsa Família não são classificados como desempregados.

Bolsonaro produz falsificações que atropelam instituições consolidadas, critérios científicos, a história e o mínimo bom senso. O objetivo é adulterar a realidade a fim de reduzir desgastes e atacar opositores.

Para fustigar seus arquirrivais na política brasileira, o governo agora patrocina o delírio de que o nazismo era um regime de esquerda. O próprio Adolf Hitler deu uma entrevista em 1923 em que dissociava suas ideias do marxismo, mas Bolsonaro disse que "não há dúvida" de que o chanceler era vermelho, já que seu partido era o Nacional Socialista.

Dessa vez, quem desmentiu o presidente foi o vice Hamilton Mourão. "De esquerda é o comunismo. Não resta a mínima dúvida", declarou.

A lógica estapafúrdia é a mesma que leva Bolsonaro a buscar um revisionismo rasteiro da ditadura militar. Ao argumentar que os fatos são deturpados por seus adversários e até por institutos oficiais, ele tenta moldar a verdade a seu gosto. Assim, nunca estará errado.

O presidente pode até contar suas histórias, mas quem olhar o passado ou as ruas do país verá quem está tentando "enganar a população".
Miguel José Teixeira
03/04/2019 10:29
Senhores,

"Manter um ex-presidente na cadeia faz mal à história do país" (do texto replicado abaixo)

O jornalismo de esquerda sempre consegue superar-se!

E comandar a maior quadrilha que já existiu no Brasil não faz mal à história ???
Herculano
03/04/2019 10:26
AS HISTóRIAS MAL CONTADAS, por Carlos Brickmann

O presidente Jair Bolsonaro tem muitos defeitos, não perde oportunidades de perder oportunidades, lidera um Governo tão completo que cuida até de fazer oposição a si mesmo. É correto criticar Bolsonaro (e o Governo) por suas inúmeras falhas. Mas, se há tantas falhas, por que não criticá-lo por elas? É incorreto, e desnecessário, o esforço para criar falhas e então atacá-lo.

A viagem a Israel foi um bom exemplo. A imprensa, maciçamente, diz que ao abrir um escritório comercial em Jerusalém, quando havia prometido para lá transferir a Embaixada, desagradou a todos: aos árabes, contrários à qualquer iniciativa que envolva Jerusalém, e a Israel, decepcionado com o adiamento da transferência. Estranho, não? Considerando-se que a ideia do escritório nasceu numa conversa de Bolsonaro com o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelly, em novembro, e que até as pedras de Jerusalém sabiam que era o que aconteceria, houve mesmo decepção? A propósito, a República Tcheca fez a mesma coisa: primeiro o escritório, a Embaixada irá mais tarde. E ninguém ficou decepcionado nem fez mimimi por isso.

O ministro Sergio Moro também tem defeitos a criticar. Mas agora vem sendo atacado, via Internet, por não conseguir pronunciar direito a palavra "cônjuge" (ele diz "conge"). Isso é prova, segundo os críticos, de que ele não entende nada de Direito e mesmo assim se atreveu a condenar Lula à prisão - justo Lula, "o maior presidente" que tivemos.

Lula dizia "menas". E daí?

PENSANDO NO PASSADO

Bolsonaro, além de não perder oportunidades de perder oportunidades, não perde a oportunidade de entrar em brigas sem sentido. Começou com a ênfase à comemoração do 31 de março: há anos as Forças Armadas fazem suas cerimônias, tudo bem, mas ele quis mudar. Resultado: abriu a porta para a contestação do que houve há 55 anos. E, buscando novas brigas, resolveu seguir a cabeça de seu chanceler e afirmar, logo em Israel, que o nazismo é uma ideologia de esquerda.

O Yad Vashem, o comovente memorial do Holocausto, centro de estudos sobre o antissemitismo, diz que o nazismo é de extrema direita. É discussão sem sentido: o nazismo, derrotado há 75 anos, é o mal absoluto - e essa convicção só não é partilhada por algumas pessoas nocivas. E que vantagem Bolsonaro pode obter no debate? Demonizar a esquerda? Não dá: de Pol Pot a Mao, a esquerda criou seus próprios monstros. Não precisa de outros, pois já tem seus pecados a expiar.

PAZ...

Bolsonaro chega e, conforme combinou, deve se encontrar já amanhã com o pessoal do Centrão e do PMDB ?" são 166 deputados e 35 senadores. Seus partidos são conhecidos pela flexibilidade de negociação: rendem-se com facilidade a bons, sólidos, múltiplos argumentos. Como dizem, não se opõem a trabalhar com o Governo, dividindo os ônus da aprovação da reforma da Previdência; mas querem também os bônus, ou seja, ocupar bons cargos. O caroço da conversa é esse: o que entendem por bons cargos. Há definições já sacramentadas, como a do deputado que disse que na Petrobras queria cargos daqueles de furar poços. Bolsonaro terá de convencê-los a apontar nomes competentes e honrados para que possam ter uma participação no Governo.

...E GUERRA

Há hoje boas possibilidades de aprovação da reforma, apesar do lobby de servidores públicos, da pressão sindical e das propostas de afrouxamento do rigor da nova lei. Mas com Bolsonaro nunca se sabe: ele a qualquer minuto pode iniciar uma discussão, com direito a insultos em redes sociais, sobre as reais causas do início da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Culpa, é claro, do Kaiser da Alemanha e do Imperador da Áustria, notórios esquerdistas.

ENTÃO, TÁ

O empresário bolsonarista Osmar Stabile informou ao Congresso em Foco, importante portal de Brasília, que foi o responsável pelo vídeo de apoio ao golpe e ao regime militar divulgado no dia 31. Disse que fez o vídeo por sua iniciativa, com seu dinheiro. Certo: só resta descobrir como o vídeo foi distribuído pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

BRASIL INZONEIRO

Reforma da Previdência, tudo bem. Mas será obedecida? Porque a lei do teto salarial para servidores públicos não chega a ser rigidamente aplicada. O ótimo portal jurídico gaúcho Espaço Vital (www.espacovital.com.br) traz duas notícias interessantíssimas - a fonte é oficial, é tudo documentado.

Um analista judiciário do Tribunal de Justiça do Pará pediu aposentadoria e receberá R$ 56 mil mensais. O salário máximo de servidor é R$ 39.200,00. Detalhe: o salário dele é de R$ 6 mil. Os R$ 50 mil a mais são gratificação e adicionais. No outro caso, o aposentado pelo Tribunal de Justiça da Bahia ganha menos que os ministros do Supremo: só R$ 24.700,00 mensais. Era motorista, com salário de R$ 5.600,00. O restante engloba as vantagens pessoais, o abono permanente e a reposição de adicionais.

Tudo explicado?
Herculano
03/04/2019 10:10
LULA LIVRE, EM CASA, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Manter um ex-presidente na cadeia faz mal à história do país

No próximo domingo (7) Lula completará um ano de prisão, fechado numa cela de 15 metros quadrados na carceragem da Polícia Federal de Curitiba. Sua situação é inédita na história do Brasil e essa circunstância sobrepõe-se aos aspectos jurídicos, porque a decisão dos magistrados um dia será uma nota de pé de página na narrativa de um fato maior. Em 1889 decidiu-se banir a família imperial. Vá lá, mas fazia sentido negar sepultura no Brasil a d. Pedro 2º durante décadas?

Para quem vive com a cabeça quente, Lula deve "apodrecer na cadeia", como disse Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Quando as cabeças esfriam, as coisas voltam para seu lugar.

Três precedentes mostram que seria melhor permitir, em algum momento, a transferência de Lula para o regime de prisão domiciliar. Nele só poderia receber um número fixo de visitantes. (Em 2017, quando Marcelo Odebrecht passou a cumprir a pena em casa, tinha direito a 15 visitantes previamente listados.)

Jefferson Davis, o incendiário presidente dos estados confederados do Sul dos Estados Unidos, foi preso em 1865 e libertado dois anos depois. A Guerra Civil americana custou ao país quatro anos de combates e algo como 700 mil mortos (2% da população).

As condições carcerárias de Lula são dignas, mas assemelham-se àquelas que a República Francesa impôs ao marechal Philippe Pétain em 1945. Ele presidira o regime ditatorial e racista de Vichy, colaborando sinceramente com a ocupação nazista. Nonagenário e doente, teve a pena comutada em 1951 e logo depois morreu, em casa. Lula não foi um Pétain.

Os Estados Unidos e a França têm um tipo de história. A China tem outro. Mao Tse-tung prendeu o presidente Liu Shaoqi em 1967. Ele viveu em condições deploráveis até 1969, quando morreu. Ao contrário do que aconteceu com Pétain e Davis, Liu foi reabilitado. Sua filha formou-se na Universidade Harvard e geriu investimentos da família Rockefeller.

Lula encarcerado não faz bem à história do país, como não faz bem a lembrança de que João Goulart morreu na Argentina depois de 12 anos de desterro.

Desde que Bolsonaro assumiu a Presidência, nenhuma trapalhada foi produzida pelo PT. Tendo perdido o monopólio das encrencas, o comissariado vive em relativa paz. Noves fora alguns arroubos de Gleisi Hoffmann, a presidente do partido, prevalecem vozes mais equilibradas. Prometendo o fim da ideologia de gênero e escolas sem partido, o Ministério da Educação vive uma guerra de facções, sem ensino algum.

Combatendo uma diplomacia militante, o chanceler Araújo meteu-se numa pregação inútil em torno do que seria uma essência esquerdista do nazismo.

Se Lula for transferido para um regime de prisão domiciliar a questão legal continua quase do mesmo tamanho. Afinal, estão nele Marcelo Odebrecht (que colaborou com as investigações) e o comissário Antonio Palocci (que colaborou com a campanha eleitoral).

A transferência de Lula para o regime domiciliar, aventada em junho do ano passado pelo advogado Sepúlveda Pertence, foi rebarbada pelo PT. Supunha-se que "Nosso Guia" pudesse ser favorecido pela eleição de um presidente-companheiro ou pelo clamor da rua. Nenhuma das duas coisas aconteceu.

Para a turma de cabeça quente que defendia a transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, o gambito de Bolsonaro oferecendo um escritório comercial foi um gesto hábil. Lula em casa seria um gesto de pacificação histórica. Afinal, no ano passado 45% dos eleitores, não podendo votar nele, votaram no seu candidato.

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