13/03/2019
Este não é o primeiro recado direto do presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, à equipe e ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Antes de continuar, para os que possam não entender o contexto do recado, é bom lembrar que Ciro não era o candidato de Kleber à presidência do Legislativo. Era Roberto Procópio de Souza, PDT, que não era da base do governo, até ele negociar à troca de lado.
Procópio era o líder da oposição, a mesma oposição que elegeu Silvio Cleffi, PSC, derrotando Kleber, MDB e PP contra a candidata deles, Franciele Daiane Back, PSDB. O ato de “rebeldia” foi o primeiro recado. Repetiu-se em dezembro do ano passado, quando o governo, estranhamente, bancou a candidatura de Procópio. Desta vez, mostrando articulação, Ciro se fez vencedor contra Kleber, MDB e PP, justamente com os votos da oposição.
Recomeço. Sem papas na língua, Ciro, da Tribuna, na quarta-feira passada e reclamou de Kleber, do assessoramento de Kleber e pediu ao líder do governo, vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, que levasse o recado de insatisfação para se buscar urgente, uma solução de respeito à Câmara, um poder independente, ressaltado por ele no discurso.
É que as 16 horas da terça-feira, feriado na Câmara devido ao Carnaval, aportou um convite físico para uma inauguração oficial, naquela quarta-feira às 18h, coincidente com a sessão da Câmara que começou às 18h30min. Ou seja, se foi possível confeccionar um convite no papel, isso significaca que houve agenda, meios e tempo suficiente para comunicar o ato antecipadamente à Câmara
A reclamação não era pela coincidência da inauguração da obra ser em horário com a única sessão deliberativa semanal da Câmara, mas como o convite chegou lá: em cima do laço.
Com isso, não foi possível dar conhecimento aos demais vereadores e até escalar algum vereador para a representação da Casa, mesmo se ausentado dos trabalhos legislativos. Para Ciro, isso cheira à desorganização no protocolo, na chefia de gabinete – tantas vezes relatadas aqui – ou à falta de respeito, mesmo. “Trabalhamos juntos. Mas somos um poder independente e é por isso que vou defender à Câmara e os vereadores. É preciso corrigir isso”, acentuou.
Esta reclamação era recorrente no tempo do ex-presidente Silvio Cleffi, PSC, médico e funcionário público municipal. Os “convites” para não serem atendidos, chegavam tarde da noite, eletronicamente, para de manhã cedo do dia seguinte, e muitos deles, coincidentes com os horários de trabalho como funcionário, do vereador-presidente, que não se desincompatibilizou totalmente para servir exclusivamente à Câmara. Sabia-se que aquele gesto era uma clara retaliação a eleição de Silvio.
Ciro, que é do MDB que manda na cidade, que conhece as entranhas dos que estão no poder, não perdeu tempo. Resolveu sinalizar que não vai tolerar à um a possível retaliação, muito menos, desprezo e desleixo de gente bem paga no paço municipal, que na prefeitura tem a função de cuidar do protocolo e de bem relacionar com os poderes. Até porque Ciro não possui as restrições de horários como tinha Silvio. Ciro está 24 horas disponível para a política, o que para o governo Kleber é também um perigo, ainda mais, ele solto e articulado, a tal ponto de enfrentar o poder de plantão que queria um outro presidente na Câmara.
O Executivo não deveria se meter na autonomia do Legislativo como insiste, a não ser pelo diálogo, pois como se demonstra fartamente aqui e nesta reclamação de Ciro, a prefeitura não tem demonstrado competência ou não dá conta do recado no terreiro dela própria.
Na quarta-feira, Silvio aproveitou para retomar a velha ladainha neste assunto e mostrar como foi vítima.
O recado de Ciro é para antecipar barrar uma possível retaliação do Executivo sobre o Legislativo, devido a eleição dele para a presidência da Casa. Kleber e o MDB conhecem bem Ciro e sabem que ele não é o Sílvio. Então Kleber e os seus, com a frágil maioria que possuem na Câmara deviam tomar mais cuidado, com as provocações infantis, vinganças bobas a que estão acostumados aos que não se submetem ao seu relho, com a incompetência ou com a desorganização da sua equipe. Isso não é bom para ambos. Acorda, Gaspar!
Outro exemplo de como a prefeitura engana, maltrata e não cuida dos seus que não são raiz. Na sessão da quarta-feira passada, a vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, fiel da base do governo, mesmo contrariando orientações do seu partido, lavou a minha alma, pois como sempre escrevo, o tempo é o senhor da razão. Lascou o pau no governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e no superintende do Distrito do Belchior, Raul Schiller, MDB.
Eu sempre escrevi que isso iria acontecer, afinal, conheço pelo menos há 45 anos o MDB e o PP de Gaspar, sua história, seus blefes, seus interesses e jogos. Franciele deveria falar mais com o Gilberto Schmitt que já foi suplente de vereador para saber como isso funciona e porque ele abandonou tudo.
Franciele, jovem, diz que está “esgotada emocionalmente” com as enrolações do governo Kleber. Hum! Ainda bem que ela acordou, se acordou.
E o que a faz acordar? A conspiração que ameaça à sua reeleição. Apostou todas as fichas num único pote e parece que ele não possui fundo. Deixou de ouvir os mais experientes, menosprezou o partido quando não pode ser a dona dele e sozinha virou presa fácil para gente esperta, experiente, que blefa, escolhe as cartas e faz há anos, faz as regras desse jogo brutal da política local.
Kleber pegou Franciele e a colocou na janela do ônibus, mas o MDB, o PP e outros embarcados sabem que este assento é apenas passageiro e que a janela não é lugar para viajante de primeira viagem.
Ainda vou voltar a este assunto, até porque a vereadora voltou a ele na sessão de ontem a noite onde protocolou dois requerimentos: os de número 43 e 44.
O 43 quer informações sobre a reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen, a principal rua do Distrito Belchior, área fundamentais de votos da vereadora. Ela quer saber “o que falta para o projeto da reurbanização ficar totalmente pronto? (Especificar com detalhes); quantas vezes já foram feitas alterações solicitadas pela Caixa Econômica Federal? Quem está cuidando/alterando o projeto desta via? Se for algum servidor municipal da Secretaria de Planejamento, encaminhar nome e algumas considerações propostas por este no projeto; e sabendo que existe recurso para a reurbanização, quanto tempo mais o Executivo Municipal vai postergar o início das obras sendo que se trabalha em cima do projeto desde 2017?”. Ai, ai, ai!
Tudo isso ela vinha pedindo desde que assumiu em 2017, vinha contatando pessoalmente gente na prefeitura, incluindo o próprio prefeito Kleber, na superintendência do Distrito e na Caixa. Foi enrolada toda esse tempo. Advertência daqui não faltou. E até nisso fui contestado pela própria vereadora, como se eu não conhecesse há anos o modus operandi dessa gente. Eu os conheço em mais tempo do que ela possui de vida.
E o que Franciele diz na justificativa deste requerimento? Que busca informações sobre a obra desde o início do seu mandato, ou seja, desde janeiro de 2017. “Além de repassar as informações com mais precisão para a comunidade, o requerimento é uma forma de garantir mais credibilidade ao trabalho desempenhado não só pelo Executivo, mas também por esta parlamentar. Por isso os questionamentos”. Entenderam?
E o requerimento 44, é praticamente um complemento do 43. Franciele pede para se marcar uma audiência lá no Distrito para o prefeito e o superintendente do Distrito se explicarem aos eleitores dela as razões da demora na execução da obra prometida lá no governo do petista Pedro Celso Zuchi. O dinheiro está disponível na Caixa e parte dele já foi até usado para outras obras por outros cantos da cidade. Se demorar, daqui a pouco ele desaparece.
Na verdade, a Franciele quer ver um compromisso público e tirar do colo dela a responsabilidade pela não execução da reurbanização, depois de tudo o que ela fez pelo governo de Kleber. Ela está olhando outubro do ano que vem. E lavando a minha alma, mais uma vez.
“Esta vereadora busca informações sobre a referida obra desde o início do seu mandato, ou seja, desde janeiro de 2017”. Resumo da realidade: mesmo sendo uma vereadora fiel da suposta base de apoio a Kleber, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e o prefeito de fato Carlos Roberto Pereira, Franciele vem sendo enrolada na prefeitura, especialmente na secretaria de Planejamento Territorial, tocada pelo engenheiro Alexandre Gevaerd, e no Distrito, pelo superintendente, Raul Schiller, MDB, ex-vereador do Figueira, que fica do outro lado do Rio Itajaí Açú.
Acorda, Gaspar! Dos três viadutos que se fazem na BR 470 duplicada, os da Ponte do Sonho, em Ilhota e o da Lagoa, em Gaspar, estão mais adiantados se comparados com o que se faz na conexão para a Ponte do Vale, a principal ligação da cidade, maior que Ilhota, e certamente do que a do bairro da Lagoa.
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, repórter de si mesmo nas redes sociais, depois de denunciado aqui, tomou tento. Agora, quando faz “reportagens” sobre obras, ao menos está usando capacete e não está invadindo áreas de riscos, muito menos mostrando operários das empreiteiras sem Equipamentos de Proteção Individual. Kleber até tentou me desmentir, mas as velhas imagens eu as guardei e a repliquei quando ele, evangélico, tentou, pela mentira descarada, desmoralizar-me. Ganharam Gaspar e os operários, mais humanamente tratados e protegidos nos canteiros de obras contratadas pela prefeitura.
Duas observações. É triste ver como os moradores do Loteamento das Casinhas de Plástico, na BR 470, no Belchior Baixo, em Gaspar, continuam sendo maltratados e ao mesmo tempo usados para votos pelos políticos, desde quando quase perderam tudo na catástrofe severa ambiental de novembro de 2008. São 11 anos de agruras, precariedade e enrolação.
Eu sempre observei que aquela área era imprópria para o assentamento: ao lado da rodovia movimentada e perigosa; isolada e sem transporte coletivo para algo popular, num aterro mal feito sobre área de terra mole. O tempo e o sacrifício não diminuíram parte do calvário. Pobre sofre!
E o que o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, cobrado e em nome do governo justificou na semana passada para atrasar, mais uma vez, as obras de reurbanização daquele loteamento, inventado, diga-se, pelos petistas de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, principalmente a respeito da drenagem? Que o solo de lá é mole e está exigindo investimento diferente daquele que foi projetado.
Meu Deus! Eu não sou engenheiro e nem especialista neste assunto, mas ouvi vários a respeito. A prefeitura de Gaspar paga muitos especialistas neste assunto dela própria e de terceiros, além disso, tem nos moradores de lá como testemunhas do histórico ambiental. Precisaram começar a obra para descobrir o que a cidade inteira sabia e o que se escreve aqui na coluna há pelo menos uma década? Se se isso não fosse permitido, porque não se fez um laudo geológico do solo? Esta gente gosta mesmo é de jogar o escasso dinheiro do povo fora. Outubro de 2020 está chegando. Acorda, Gaspar
Laranja. Corria a sessão de quarta-feira da Câmara de Gaspar e um dos temas foi o Dia Internacional da Mulher. Lá pelas tantas, a vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, ao reverenciar à participação da mulher na política local, citou que em 2012, ela própria foi convidada para ser mera candidata-cota, e não aceitou para esse vexatório encargo.
Franciele está obrigada a denunciar o partido e a pessoa (homem ou mulher, não importa) que fez isso contra as mulheres, sob pena de perder a autoridade do discurso que pronunciou para homenagear e pedir igualdade para as mulheres na política e nos espaços representativos da sociedade. São omissões como estas, ditas como politicamente corretas, que acobertam erros, vícios e perpetuam, ao mesmo tempo, os predadores dos espaços femininos. Acorda, Gaspar!
Quando o vereador Silvio Cleffi, PSC, até então situacionista, elegeu-se presidente com os votos da oposição, barrando a candidata oficial do governo, Franciele Daiane Back, do PSDB. Silvio caiu na cilada dos novos no poder e anunciou um reinado de assessores caros para si e à Câmara.
Alertados aqui, foi então que, os governistas ainda tontos pela derrota, acordaram-se, ganharam fôlego e viram no gesto de Silvio uma brecha para cobrar moralidade, eficiência e economia do novo presidente na gestão do Legislativo. Estavam certos. Barraram a ideia de Silvio com a bandeira da economia de recursos públicos na farra do empreguismo pelos vereadores.
Um dos que mais sentiu a derrota de Franciele – além dela própria -, foi o então líder do MDB, Francisco Solano Anhaia. Empresário do ramo – ou seja, entende desse assunto água engarrafada -, pediu que o novo presidente da Câmara só comprasse bombonas e eliminasse as garrafinhas de 500ml. Fez cálculos e provou a economia que propunha.
É claro que nada foi adiante. Só discursos de oposição enraivecida. Tanto que o próprio Anhaia não se deu ao exemplo daquilo que pregou. Ele, até hoje, continua a tomar água nas sessões da Câmara, todos os goles abastecidos pelas garrafas de 500ml distribuídas aos senhores parlamentares antes das sessões ou disponíveis nas farras dos frigobares dos gabinetes.
Coisa de doido. O suplente de vereador José Ademir Moura, PSC, protocolou um requerimento para obter informações do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, sobre “o início das obras de implantação do sistema de saneamento básico na Rua Barão do Rio Branco, no Bairro Santa Terezinha, a saber: qual a data de início da obra? Qual é o prazo final para sua conclusão? Qual a previsão para refazer a pavimentação irregular, no qual encontra-se a Rua Barão do Rio Branco?”
Primeiro, Moura é governo Kleber, é suplente do mais longevo vereador e que é presidente do Samae, José Hilário Melato, PP, o que esburaca o bairro. O requerimento não deveria ser enviado ao Melato? Ou os dois estão de tabelinha contra a administração municipal? Ai, ai, ai.
Segundo: o bairro Santa Terezinha já não recebeu à época do governo petista de Pedro Celso Zuchi, um custoso projeto de saneamento básico? Será feito de novo? E que deixou a pavimentação irregular, senão as obras malfeitas por lá?
E o que disse o suplente Moura na justificativa? “A Rua Barão do Rio Branco é motivo de descontentamento de grande parte da população que utiliza a referida via para trabalhar/estudar, enfim seus afazeres diários. E um grande número de pessoas vem questionando a sua repavimentação, porque já não estão suportando mais o elevado custo de manutenção de seus veículos”.
Uai! Eu sempre escrevi isso aqui e sou contestado, desmentido, desmoralizado pela prefeitura, o Samae e os vereadores da base do governo contra a realidade das ruas e do povo gasparense afetado por tais descasos. O vereador Moura, que tem como assessor José Carlos Spengler, o mais fiel cabo eleitoral de Melato não viu isso e também lavou a minha alma? Ou ele está viajando novamente? Acorda, Gaspar!
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