MDB de Gaspar não presta contas completas de 2018 à justiça eleitoral e pode comprometer o fluxo de recursos públicos e partidários para a eleição de 2020 - Jornal Cruzeiro do Vale

MDB de Gaspar não presta contas completas de 2018 à justiça eleitoral e pode comprometer o fluxo de recursos públicos e partidários para a eleição de 2020

04/04/2019

MDB dá bananas à Justiça I

O diretório do MDB de Gaspar, que tem à frente novamente o advogado e secretário de Saúde, Carlos Roberto Pereira, por enquanto, mandou bananas à Justiça Eleitoral. O diretório não repassou informações completas sobre na prestação de contas de 2018 – ano de eleições gerais e sustentadas majoritariamente por dinheiro dos pesados impostos do povo. Quem tocava o diretório no ano passado era o vice-presidente Walter Ademir Morello, sendo tesoureiro, Rosiel Morello. A Justiça deu até o dia 29 de março para o MDB se explicar ou complementar as informações. Nada! No dia primeiro e abril, o Cartório Eleitoral atestou o decurso, ou seja, perda prazo para se fazer isso. Entre as consequências, está à possibilidade do diretório do MDB de Gaspar não ter acesso a recursos públicos – via os diretórios estadual e nacional – bem como o Fundo partidário, se este “mecanismo de financiamento” perdurar nas eleições municipais do ano que vem.

MDB dá bananas à Justiça II

Atualmente o MDB é poder e administra Gaspar. Com o PP, parceiro de governo, o MDB é o mais antigo, o que mais vezes disputou as eleições e por isso, fez quatro prefeitos diferentes, um deles apeado do poder em pleno mandato; o MDB é o maior em número de filiados. Por esse histórico e consequência, deveria o MDB dar exemplos para seus eleitores; deveria proteger a agremiação, seus filiados e candidatos, os quais podem no ano que vem, serem prejudicados com esse desleixo, ou arrogância, ou falta de organização do diretório. Este assunto, poderia ser um apenas um problema administrativo, paralelo e partidário. Mas, não é. Ele é um retrato de desprezo à legislação, à Justiça, ao dinheiro do cidadão, à falta de planejamento, organização e transparência que também se verificam na atual gestão do município; o prefeito Kleber Edson Wan Dall como presidente do partido. O que realmente conduziu o MDB de Gaspar a ignorar uma obrigação e os apelos da Justiça à regularização das suas contas de 2018 por gente acostumado a fazê-la, conhecedora dos procedimentos e da Lei? Desleixo? Provocação? As contas de 2017 também continuam pendentes para regularização. Acorda, Gaspar!

Samae inundado. Morador da Rua Madre Paulina, que sofreu por muitos anos, recém pavimentada, pediu uma ligação de água. Então se improvisou. É que a prefeitura e o Samae não projetaram a rede de água naquela rua. Por isso já está quebrando o recém colocado asfalto, como faz em outras tantas ruas de Gaspar. Retrabalho e mais custos com os pesados impostos do povo gasparense. E para completar: as ligações de água estão sendo feitas com mangueiras e não com canos. Ou seja, elas não vão suportar à pressão da rede. Vai haver mais problemas, retrabalho e custos bancados pelos pesados impostos de todos ou a tarifas caras do Samae e que acabam de ser reajustadas em quase 4%.

TRAPICHE

Diante de convidados, operários e autoridades, os padres, gestores leigos e voluntários da paróquia de São Pedro Apóstolo, de Gaspar, assentaram na terça-feira pela manhã, a pedra fundamental do Passeio São Pedro. Ele já se estabeleceu em um canteiro de obras.

Apesar do ato ser religioso, civil e histórico, mesmo paramentados, todos os padres estavam com EPIs – Equipamento de Proteção Individual. Um exemplo para os administradores e políticos de Gaspar que insistem em frequentar obras públicas sem esta proteção e nem exigir esse mínimo dos trabalhadores, expostos aos acidentes nas obras e serviços que o município faz ou contrata.

Afinal, onde mora; quem inseriu no sistema; e quem autorizou Vanusa Sbruzzi ser atendida em tempo recorde no posto de Saúde Central de Gaspar, fazer mamografia e exames laboratoriais?

O endereço da residência da paciente é do próprio posto. Hum! Denunciada aqui, com documentos no dia 25 de fevereiro, esta situação continua sendo um “segredo” da secretaria de Saúde. Caso assemelhado no passado, foi parar no Ministério Público e levados por quem facilitou tudo agora.

Na maioria das votações, o presidente da Câmara não vota, a não ser em empate. Então qual a razão para Ciro André Quintino, MDB, de Gaspar, insistir ao formalizar o resultado das votações: “aprovado, por todos os vereadores presentes”, se ele está presente e não votou?

Arrumando problemas. As calçadas públicas de Gaspar estão sendo revestidas com pavers. E entre eles, o mato abunda e a prefeitura não possui uma solução para capina.

Já passou do tolerável. Primeiro foram alunos de uma escola municipal de Ilhota e que mostrei com todos os detalhes aqui. Eles ensaiaram repetir a tragédia de Suzano. Depois de uma escola estadual em Gaspar. Mais recentemente, em Balneário Camboriú, fez o mesmo, já que o “experimento” em Ilhota não teve punição para ninguém.

Essa ideia do abafa, prevalente entre “entendidos”, autoridades e pais dos donos dessas ideias macabras, alimentou a “brincadeira”. Ainda tudo vai terminar mal. Está na hora de reavaliar os procedimentos e enquadrar os pais.

Falando grosso. O PSL de Gaspar mandou avisar que não vai se unir com o MDB, PP, PDT, PSC e PSDB no viés teológico evangélico pentecostal desses partidos pela reeleição de Kleber Edson Wan Dall. Haverá muita água que passará sob esta ponte.

Engana que eu gosto. Quem procurou no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet - pelo decreto 8.693/2019, de 29 de março e que aumentou as tarifas dos coletivos de Gaspar, achou a edição extra que publicou a relação dos infratores de trânsito.

A passagem em Gaspar é muito, bota muito nisso, mais cara da região e dá aos usuários, um serviço de qualidade abaixo da média. Aqui saiu de R$4,50 para R$4,80. E a Caturani como prêmio conseguiu se prolongar como permissionária provisória diante da incapacidade do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, de colocar um edital de concorrência na praça.

O pessoal da prefeitura desfila uma série de dificuldades tanto para não ter o edital e para a tarifa exorbitante que leva o dinheiro dos trabalhadores e estudantes. Para uma é a incompetência, falta de planejamento e determinação com assunto tão crucial de mobilidade coletiva e popular.

Para a outra, também é falta de competência e não só do Executivo, mas também do Legislativo, representante e fiscal do povo. Afinal, qual é o “milagre” de cidades do tamanho de Gaspar como Pomerode, Indaial e Timbó? Elas possuem tarifas de R$4,05, R$4,15 e R$4,00, respectivamente no transporte coletivo. Acorda, Gaspar!

Quem é mesmo que está articulando o enterro político da vereadora Franciele Daiane Back? A vingança dela para ter o diretório sob o seu absoluto controle; ou o MDB de Kleber Edson Wan Dall?

Sem coligações nas proporcionais, e sem nomes de relevância no partido, Franciele vai precisar no mínimo de 3.500 votos na legenda para se reeleger. Ela conseguiu uma vaga na Câmara 696 votos, numa coligação onde o DEM foi quem deu o dobro dos votos do PSDB para elegê-la. Hum!

 

Edição 1895

Comentários

Herculano
07/04/2019 13:44
DATAFOLHA: PARA 50%, BOLSONARO TRABALHA POUCO

Conteúdo de O Antagonista.Ainda segundo o Datafolha, 50% dos brasileiros consideram que Jair Bolsonaro "trabalha pouco", ante 42% que acham que ele "trabalha muito".

Para 57%, Bolsonaro é autoritário, e 49% o classificam como antiquado.
Roberto Basei
07/04/2019 12:30
SE ME FALASSEM JÁ MAIS ACREDITARIA

Três meses de governo e o maior arrependido é o Presidente eleito.....
Miguel José Teixeira
07/04/2019 11:56
Senhores,

O presidiário lula, do alto de sua cara-de-pau, pergunta:

"Por que têm tanto medo de Lula livre?"

Pergunte ao supremo protegido zédirceu, canalha!!!

Deveria estar em uma prisão agrícola. Ou quem sabe, em CUba cortando cana. . .
Herculano
07/04/2019 10:49
O DONALD TRUMP DOS TRóPICOS. SERÁ?

É PRECISO MILHõES DE EMPREGOS URGENTE, MENOS IMPOSTOS E BUROCRACIA PARA PAGÁ-LOS

DONALD TRUMP PARA ENFRENTAR A RESISTÊNCIA AO SEU GOVERNO E IDÉIAS, A PRIMEIRA COISA QUE FEZ FOI CRIAR MILHõES DE EMPREGOS, A SEGUNDA DIMINUIR OS IMPOSTOS DE QUEM PRODUZIA E GERAVA EMPREGOS, TUDO ISSO PARA NÃO TER O POVO E A ELITE CONTRA ELE, Só OS TRADICIONAIS ADVERSÁRIOS - O QUE NÃO É POUCO, MAS DIRECIONA O DISCURSO DOIDO E DEMAGOGO PARA O RESULTADO PRETENDIDO

BOLSONARO E CARLOS MOISÉS CONSEGUEM PELA INÉRCIA E INCAPACIDADE NÃO GERAR EMPREGOS, NÃO DIMINUIR IMPOSTOS, NÃO POSSUÍREM BASE PARLAMENTAR PARA OS DEFENDEREM E PELO ESCUDO IMPLEMENTAR AS SUAS IDEIAS. PARA PIORAR, AINDA PERMITEM PELA FALTA DE PLANO - E BRAÇOS - QUE A OPOSIÇÃO DÊ AS CARTAS NOS DISCURSOS, NAS MANHAS, NA COMUNICAÇÃO VIA A MÍDIA TRADICIONAL POR TRUCAGENS O BOICOTE DAS INTENÇõES E PROMESSAS DE CAMPANHA QUE PROMETIAM MUDANÇAS E COMBATE À CORRUPÇÃO, AOS PRIVILÉGIOS, AO ESTADO INSUSTENTÁVEL ECONOMICAMENTE OU ATRATIVO PARA OS INVESTIDORES

QUEM MESMO ORIENTA ESSA GENTE NA ESTRATÉGIA MANCA E NA COMUNICAÇÃO COLEGIAL?

COM GENTE ASSIM, AUSENTE NA DEFESA DO GOVERNO QUE USUFRUI, NÃO É PRECISO OPOSIÇÃO ORGANIZADA E NEM CULPAR A EXTREMA IMPRENSA. ABUNDAM ARMADILHAS E BOMBAS DENTRO DO PRóPRIO LADO DO GOVERNO.

E HÁ, QUEM AFIRME SER JAIR MESSIAS BOLSONARO, PSL, O NOSSO DONALD TRUMP DOS TRópiCOS, PODE ATÉ SER, MAS NÃO NO ESSENCIAL. WAKE UP, BRAZIL!
Herculano
07/04/2019 10:30
É HORA DE AGIR PARA RECONSTRUIR A INDÚSTRIA, editorial do jornal O Globo

Não se devem repetir políticas protecionistas, mas expor o setor e toda a economia à competição

O Brasil precisa reverter, rapidamente, seu regresso à posição de economia de produtos básicos, commodities. O país acaba de completar um quadriênio de declínio constante nas vendas externas de produtos industriais com maior valor agregado.

Constatou-se nova queda na participação de manufaturados nas exportações em 2018. Vendas desses produtos contribuíram com 36% do valor exportado, equivalentes a US$ 86,5 bilhões.

A dimensão da decadência da indústria fica nítida quando se recua na linha do tempo: na virada do milênio, em 2000, os produtos manufaturados somavam 59% da receita total das exportações brasileiras.

É desproporcional o tamanho da economia brasileira em comparação com a fatia que o país detém no comércio global, apenas 1,2%. O comércio representa menos de um quarto do Produto Interno Bruto.

A indústria de transformação brasileira é a nona maior do mundo, com 1,8% do PIB industrial global. Porém, se coloca na 30ª posição entre as maiores exportadoras de manufaturados, segundo a Organização Mundial do Comércio. Tem participação marginal (0,6% do total) e declinante no comércio internacional.

Governo e empresas privadas precisam, com urgência, rever prioridades e reconstruir o setor. Significa convergência em ações para integração efetiva de indústrias e institutos de pesquisa públicos e privados.

É necessário abrir a estrutura doméstica de produção às novas tecnologias, como por exemplo inteligência artificial, robótica avançada, internet das coisas e sistemas ciber-físicos, entre outros. Trata-se de conectar a base industrial às cadeias globais de suprimento. Mas, também é verdade, deve-se dar condições de competitividade aos produtos industrializados nacionais, com medidas no campo tributário, para a redução da burocracia etc.

Já se perdeu tempo demais no debate de teorias sobre o papel do Estado na reconversão industrial. Continua-se perdendo tempo quando segmentos privados insistem na velha e inviável política de subsídios a linhas de produção tecnologicamente obsoletas.

Relevante é inovar, à margem do orçamento público, na criação de meios eficazes ao aumento do poder de competição no mercado internacional. Hoje, a Argentina é o principal comprador de bens manufaturados brasileiros. A crise limita suas compras. E o Brasil sequer dispõe das condições mínimas para entrar na disputa por outros mercados.

Políticos como Trump, presidente dos EUA, adotam a retórica isolacionista e incensam teses sobre o fechamento dos mercados, revigorando o cacoete do protecionismo. Na contramão, com acerto, o governo brasileiro já enunciou a opção por uma abertura econômica.

É alvissareiro, desde que se deixe de patinar no viciado debate sobre uma ampla e abrupta abertura unilateral ou o adiamento desse processo, sem prazo. O tempo passa. É hora de ação pública e empresarial.
Herculano
07/04/2019 10:29
É HORA DE AGIR PARA RECONSTRUIR A INDÚSTRIA

Não se devem repetir políticas protecionistas, mas expor o setor e toda a economia à competição

O Brasil precisa reverter, rapidamente, seu regresso à posição de economia de produtos básicos, commodities. O país acaba de completar um quadriênio de declínio constante nas vendas externas de produtos industriais com maior valor agregado.

Constatou-se nova queda na participação de manufaturados nas exportações em 2018. Vendas desses produtos contribuíram com 36% do valor exportado, equivalentes a US$ 86,5 bilhões.

A dimensão da decadência da indústria fica nítida quando se recua na linha do tempo: na virada do milênio, em 2000, os produtos manufaturados somavam 59% da receita total das exportações brasileiras.

É desproporcional o tamanho da economia brasileira em comparação com a fatia que o país detém no comércio global, apenas 1,2%. O comércio representa menos de um quarto do Produto Interno Bruto.

A indústria de transformação brasileira é a nona maior do mundo, com 1,8% do PIB industrial global. Porém, se coloca na 30ª posição entre as maiores exportadoras de manufaturados, segundo a Organização Mundial do Comércio. Tem participação marginal (0,6% do total) e declinante no comércio internacional.

Governo e empresas privadas precisam, com urgência, rever prioridades e reconstruir o setor. Significa convergência em ações para integração efetiva de indústrias e institutos de pesquisa públicos e privados.

É necessário abrir a estrutura doméstica de produção às novas tecnologias, como por exemplo inteligência artificial, robótica avançada, internet das coisas e sistemas ciber-físicos, entre outros. Trata-se de conectar a base industrial às cadeias globais de suprimento. Mas, também é verdade, deve-se dar condições de competitividade aos produtos industrializados nacionais, com medidas no campo tributário, para a redução da burocracia etc.

Já se perdeu tempo demais no debate de teorias sobre o papel do Estado na reconversão industrial. Continua-se perdendo tempo quando segmentos privados insistem na velha e inviável política de subsídios a linhas de produção tecnologicamente obsoletas.

Relevante é inovar, à margem do orçamento público, na criação de meios eficazes ao aumento do poder de competição no mercado internacional. Hoje, a Argentina é o principal comprador de bens manufaturados brasileiros. A crise limita suas compras. E o Brasil sequer dispõe das condições mínimas para entrar na disputa por outros mercados.

Políticos como Trump, presidente dos EUA, adotam a retórica isolacionista e incensam teses sobre o fechamento dos mercados, revigorando o cacoete do protecionismo. Na contramão, com acerto, o governo brasileiro já enunciou a opção por uma abertura econômica.

É alvissareiro, desde que se deixe de patinar no viciado debate sobre uma ampla e abrupta abertura unilateral ou o adiamento desse processo, sem prazo. O tempo passa. É hora de ação pública e empresarial.
Herculano
07/04/2019 10:28
TERMINAR COM O HORÁRIO DE VERÃO FOI FÁCIL, E ISSO NÃO ERA UM PROBLEMA REAL AO BRASIL E AOS BRASILEIROS, AGORA CRIAR MILHÕES DE EMPREGOS, TERMINAR COM OS PRIVILÉGIOS DOS MARAJÁS DA POLÍTICA E DO EMPREGO PÚBLICO, BEM COMO LEVAR ADIANTE AS REFORMAS PARA DAR DINÂMICA AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, NEM O PRESIDENTE BOLSONARO, NEM OS SEUS FILHOS, NEM OS SEUS APOIADORES, NEM OS FANÁTICOS E NEM O SEU PSL FOI CAPAZ ATÉ AGORA

FALTA DE AVISO, INDICADORES E REALIDADE NÃO FALTAM...
Herculano
07/04/2019 10:25
da série: enquanto os do poder de plantão e suas milicias digitais enclausuradas em seus próprios quadrados de verdades propagam um mundo ideal, a realidade vai lhes solapando e enfraquecendo no resultado desejado pelos eleitores [sociedade, investidores] e prometidos pelos eleitos.

FRUSTAÇõES DE 2019 PODEM LEVAR À FADIGA DE UM AJUSTE ECONôMICO QUE NEM HOUVE, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Alguma irritação popular permanecerá, pois nem haverá crescimento suficiente tão cedo nem derrubada de programa liberal

"Fadiga de ajuste" é o nome elegante que se dá ao fim da paciência com o corte de gastos públicos de governos com dívidas excessivas. O Brasil está no quinto ano de um ajuste que não houve e no sexto ano do que se pode chamar de depressão, na falta de termo melhor.

Caso houvesse algum crescimento econômico, igual ou maior que 2,5% ao ano, o custo do ajuste talvez fosse em parte compensado por renda e emprego.

No entanto, o estoque de estrago socioeconômico é muito grande, o ajuste no Brasil ainda está para começar, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano tende a 1,5% e começa a se discutir se 2,5% é uma estimativa realista para 2020.

Talvez tenha havido paciência e esperança no fim de 2018 por causa da eleição, como de costume, e porque muita gente acha que, "acabando a corrupção", haveria dinheiro. Não haverá.

Há é nova frustração: baixa da confiança econômica, desprestígio crescente de Jair Bolsonaro e uma piora das condições financeiras que vai começar a incomodar, em breve, "se persistirem os sintomas".

Na "fadiga de ajuste", a irritação social, econômica e, enfim, política provoca a suspensão ou o retrocesso do programa de ajuste fiscal (o plano de levar o governo a gastar menos do que arrecada, o bastante para fazer com que, em algum momento, a dívida pública comece a cair). Mas não houve ajuste ainda.

O gasto federal apenas parou de aumentar. Está no mesmo nível de 2014, final de Dilma 1. Como proporção do PIB, é maior. O que encolheu foi aquela despesa que sobra quando se pagam Previdência e salário dos servidores.

O déficit primário ainda é enorme e não deve ser zerado antes de 2021. Depois disso, seria preciso ainda fazer poupança a fim de abater a dívida.

Se vier de fato ajuste, as aposentadorias ficarão para mais tarde e muitos benefícios previdenciários terão seu valor contido ou reduzido. O salário mínimo deve ficar estagnado, em termos reais, por um par de anos, pelo menos. Dificilmente o gasto em educação e saúde, per capita, vai aumentar, sendo otimista. Não vai haver ampliação de outros programas como o Bolsa Família.

Caso as concessões de infraestrutura para empresas privadas tenham muito sucesso, as obras em estradas, ferrovias etc. começarão de modo mais notável apenas em fins de 2020.

Portanto, há motivos plausíveis para uma "fadiga de ajuste" ou, pelo menos, para o fim da paciência de muita gente. Difícil é saber como o desespero viria a se manifestar e o que se vai fazer politicamente do assunto. Vão surgir ideias, com apoio político, de mudar o programa econômico vitorioso desde o processo de deposição de Dilma Rousseff?

Em caso de retrocesso na arrumação das contas públicas, haveria crise recessiva. Suponha-se que o ajuste prossiga. Alguma irritação popular de fundo tende a permanecer, pois nem haverá crescimento suficiente tão cedo nem derrubada do programa "liberal", "austericida", de "consolidação fiscal", "reformas", o nome que se dê.

Ou o povo vai se escorar na fé, na revolução moral? Maluquices sempre podem acontecer. A Venezuela faminta está sendo reduzida a pó e não explodiu.

Uma revolta popular é sempre imprevisível. Sem esse tumulto furioso, é possível que o Congresso tenda à inércia, ainda mais porque será cada vez mais pressionado pela elite econômica a fazer o ajuste.

O desgosto vai aparecer nas urnas de 2020? Com um voto ainda mais à direita ou de desconfiança em quem foi eleito em 2018? Algo pior?
Herculano
07/04/2019 10:19
O DESAFIO URGENTE DA POBREZA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Puxada pelos preços da comida, a inflação dos mais pobres está mais alta que a dos brasileiros de outras classes de renda. Não se trata só de números, mas de drama vivido no dia a dia. Quem ganha pouco usa uma parcela maior de seus ganhos para comer e para alimentar a família. Pouco sobra, quando sobra, para outras despesas, como saúde, habitação, vestuário e transporte.

Quando se levam em conta esses dados, fica mais claro o desastre provocado pela crise econômica dos últimos anos. Segundo o Banco Mundial, entre 2014 e 2017 mais 7,3 milhões de brasileiros caíram na pobreza e passaram a viver com renda mensal de até US$ 5,50 por dia, algo equivalente, pelo câmbio atual, a cerca de R$ 635 por mês. Com a economia fraca e ainda travada por muitas incertezas, há pouca esperança de retorno em um ano ou dois ao nível de atividade, já baixo, de 2014.

Pelas contas do Banco Mundial, o grupo dos pobres cresceu de 17,9% para 21% da população brasileira nos anos de crise. Se a porcentagem se tiver mantido, corresponde hoje a uns 43,9 milhões de indivíduos. A experiência dessas pessoas teria sido mais penosa, nos últimos anos, se os preços da comida tivessem crescido mais rapidamente. Mas nem o conforto dos preços estáveis e do consumo acessível se mantém neste início de ano.

Más condições de tempo comprometeram a produção de vários itens, e o custo da alimentação deu um salto razoável.

Os efeitos são bem visíveis nos cálculos da inflação enfrentada pelas famílias de baixa renda. Os últimos dados são os do Índice de Preços ao Consumidor ?" Classe 1 (IPC-C1), elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Esse indicador, baseado no orçamento das famílias com renda mensal de 1 a 2,5 salários mínimos, subiu 0,49% em fevereiro, 0,67% em março, 1,77% no ano e 5,42% em 12 meses.

O indicador dos pobres deixou para trás, com essa disparada, o tradicional e mais amplo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), referente aos gastos médios de famílias com ganhos mensais entre 1 e 33 salários mínimos. O IPC aumentou 0,35% em fevereiro, 0,65% em março e 4,88% em 12 meses. Durante um longo período, as posições tinham sido diferentes, com as famílias de baixa renda enfrentando uma inflação mais suave e um pouco menos penosa para consumidores com orçamento mensal muito estreito.

Segundo a FGV, o custo da alimentação para as famílias de baixa renda subiu 7,93% nos 12 meses terminados em março. Foi, de longe, o combustível mais importante da inflação de 5,42% suportada pelas famílias com renda mensal de até 2,5 salários mínimos. Itens como habitação (5,40%), transportes (4,76%) e saúde e cuidados pessoais (4,07%) também pressionaram o orçamento dessas famílias, mas com peso menor que o dos alimentos.

Em março, o custo da comida, com alta de 1,23%, foi de novo o principal fator inflacionário para os consumidores pobres. Os transportes ficaram 1,27% mais caros e também afetaram severamente a qualidade de vida, mas com impacto menor que da alimentação.

Com crescimento de apenas 1,1% em cada um dos últimos dois anos, a economia brasileira criou poucas oportunidades para redução do desemprego. O Brasil começou 2019 com cerca de 13 milhões de desempregados e alguma esperança de melhora já no primeiro ano do novo governo. O Banco Mundial ainda estima para o Brasil um crescimento econômico de 2,2% neste ano e de 2,5% em 2020. Economistas brasileiros têm mostrado menor otimismo. O Banco Central e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) atualmente estimam expansão de 2% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019. No mercado, a mediana das projeções caiu para 1,98% na semana passada.

Reduzir a incerteza de empresários e consumidores deve ser o passo inicial para reanimar os negócios e gerar empregos ?" inicial, apenas, mas indispensável. Não se trata de melhorar números abstratos. Reverter o aumento da pobreza ocorrido nos últimos anos deve ser só o começo de um trabalho muito mais amplo. Nem todos os tuítes do mundo bastarão para realizá-lo.
Herculano
07/04/2019 10:16
UM ANO APóS PRISÃO, PT TENTA RESSUSCITAR O LULISMO SEM LULA, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Partido faz aposta arriscada para preservar bases e recuperar eleitor mais pobre

Do alto do carro de som, horas antes de ser levado para Curitiba, Lula jogou um último laço em direção a seus apoiadores fiéis. Dizendo mais uma vez que era alvo da elite, o ex-presidente alegou ser perseguido por ter dado oportunidades à população mais pobre. "Se esse é o crime que eu cometi, vou continuar sendo criminoso neste país, porque vou fazer muito mais", ironizou.

Um ano depois que a porta da carceragem da Polícia Federal se fechou, o PT ainda tenta reviver um lulismo sem Lula. Sem a figura do ex-presidente na frente de batalha, o partido briga para reter e recuperar eleitores nos grupos de baixa renda.

A última pesquisa do Datafolha mostra que, na faixa mais pobre da população, a simpatia pelo PT chega a 18% do eleitorado. Na reta final da última eleição, quando a propaganda ainda realçava as cores partidárias, esse índice era de 27%.

A população de baixa renda ainda é uma fortaleza dos petistas. Legendas como PSL e PSDB marcam apenas 2% das preferências nesse bloco, enquanto 63% dizem não ter partido.

Para reforçar sua trincheira, o PT aposta num coquetel potencialmente indigesto. O partido mistura a ressurreição da campanha "Lula livre" com uma artilharia pesada contra as reformas econômicas de Jair Bolsonaro. O objetivo é renovar a memória do governo do ex-presidente e difundir o temor da retirada de direitos com o ajuste na Previdência.

As ações pela libertação de Lula são vistas no partido como uma missão permanente. A sigla reconhece que o petista preservou parte da força entre os mais pobres, apesar dos 365 dias na cadeia. Dirigentes temem apenas que o esforço barre o surgimento de novos líderes na legenda.

A segunda parte da estratégia também carrega riscos. Em 1994, o PT fez campanha contra o Plano Real, mas a nova moeda deu certo e Fernando Henrique ganhou a eleição. Embora tenham se beneficiado do desgaste do PSDB oito anos depois, os petistas decidiram adotar uma agenda de ajustes na economia antes mesmo de assumirem o poder.
Herculano
07/04/2019 10:12
A TERRA É CHATA, por Carlos Brickmann

Paulo Guedes defende sozinho a reforma da Previdência, a votação mais importante que está na Câmara. Sérgio Moro defende sozinho seu pacote anticorrupção, a votação mais importante que está no Senado. O presidente Bolsonaro, enquanto isso, toma decisões: a) encontra-se com Romero Jucá e promete abandonar a expressão "velha política" (de agora em diante, diz, é a "boa política" contra a "má política"); b) anuncia que, ao que tudo indica, não mais haverá horário de verão; c) diz à imprensa, mas não ao principal interessado, que na segunda-feira deve demitir o ministro da Educação, que replicou dizendo que não vai entregar o cargo. Demissão "um dia desses" é novidade. Mais novidade é demitir um ministro que, qual Viúva Porcina, foi sem nunca ter sido. Como demitir alguém que, em mais de três meses, não chegou a exercer o cargo? Já o ministro tem toda a razão ao dizer que não vai entregar o cargo: se o cargo nunca foi exercido por ele, como entregá-lo?

Esperava-se que, em Israel, o presidente assinaria acordos que trouxessem ao Brasil a tecnologia de agricultura em terras áridas, que poderia fazer do Nordeste uma região próspera, uma reedição do trabalho do agronegócio. Aliás, não eram acordos desse tipo que o ministro Marcos Astronauta Pontes esteve lá negociando? Esperava-se que o presidente estivesse na luta para aprovar pelo menos a Previdência, que permitiria ao país respirar e crescer.

Nada disso: como diz um guru do presidente, a Terra é chata. Muito chata.

CAUSA E EFEITO

Não é a mídia esquerdista, não são sociólogos petistas enrustidos, não é "pesquisa fake": é uma empresa de investimentos de excelente reputação, a XP, que contrata pesquisas para orientar investidores, que mostra nova queda na popularidade de Bolsonaro.

O presidente perdeu, em um mês, mais 2 pontos. Hoje, seu Governo é bom ou ótimo para 35% do eleitorado (eram 37%); e ruim ou péssimo para 26% (eram 24%). Para Bolsonaro, o melhor resultado da pesquisa é que 62% acham que ele representa a nova política.

NHô RUIM, NHô PIOR

E, mesmo com as trapalhadas do Governo, está difícil escolher outra corrente política. O PSDB, além de ter saído estilhaçado, está sob o comando formal de Alckmin, mas o comando real é de Doria. E a turma de um não se bica com a turma do outro. O DEM pode não admitir, mas com três ministros e as demonstrações de afeto entre Bolsonaro e ACM Neto, é claro que é o partido político governista mais estruturado (e que até agora não conseguiu botar ordem na casa). E o PT e seus penduricalhos, mesmo beneficiados por uma inacreditável falha da liderança do Governo, que os deixou sozinhos no diálogo do ministro, nada tinha a dizer senão insultos e grosserias. Não dá.

DESCULPE O MAU JEITO

Bolsonaro voltou de Israel com muita disposição: já se reuniu com vários dirigentes de partidos e seis lhe prometeram apoio à reforma da Previdência, embora não se mostrem dispostos a integrar a base do Governo. Bolsonaro lhes pediu desculpas pelas caneladas. Os dirigentes prometeram, e talvez até cumpram a promessa de apoiar a reforma. E Bolsonaro talvez até deixe de distribuir caneladas. Mas seu filho Carlos, o 02, continua pronto para agir.

MEUS CAROS AMIGOS

Quem vem sendo atendido, na medida do possível, é o agronegócio. Sua representante, a ministra da Agricultura, trabalha em silêncio e ganha todas. Agora, Bolsonaro assinou o decreto que dá um bom desconto na conta de luz dos produtores rurais. Com isso, o Governo gastará R$ 3,4 bilhões por ano.

OUTROS AMIGOS

Bolsonaro promete também assinar, nos próximos dias, a concessão de 13º para os beneficiários da Bolsa Família. Foi promessa de campanha.

QUEM PAGA

Já quem ganha salário deve ter más notícias nos próximos dias: a partir do próximo reajuste, o salário mínimo subirá tanto quanto a inflação. Outros índices que poderiam reforçar o mínimo, como o crescimento do Produto Interno Bruto em anos anteriores, ficarão oficialmente de fora.

PREVIDÊNCIA PRóPRIA

A reforma da Previdência (que, apesar dos tropeções e caneladas, marcha para a aprovação) cria nova necessidade de investimento, para complementar a aposentadoria: a previdência privada. O assalariado vai poupando ao longo de sua vida de trabalho e, quando se aposentar, contará com os rendimentos que tiver obtido.

A expectativa é grande: Luiz Barsi, que enriqueceu com os investimentos em ações (é até apelidado de Warren Buffet brasileiro) fará palestra, "Ações garantem o futuro", e as inscrições se esgotaram no primeiro dia. Ver pessoalmente não é mais possível, mas haverá transmissão ao vivo no dia 10, às 18h30, pelo link http://www.oebtv.com.br. OEB é o projeto educacional de Louise, filha de Barsi, com os investidores Fábio Baroni e Felipe Ruiz, que ensina o público a poupar para a aposentadoria.
Herculano
07/04/2019 08:48
UM ANO EM CANA: ESPERANÇA DE LULA É A DOMICILIAR, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Lula completa 1 ano preso neste domingo (7), e está longe de sair da cadeia. A defesa conta com a mudança de entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre prisões após a segunda instância, mas, adiado o julgamento, o condenado a 12 anos por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex-propina, pode ficar preso até 2022, se o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmar sua segunda condenação por corrupção, no caso do sítio-propina de Atibaia.

PENAS SOMADAS
A defesa de Lula já calcula quanto tempo demora a progressão de pena, mas condenações se somam. Já são 25 anos no total para Lula.

PREVISÃO DESANIMADORA
Lula precisa cumprir outro ano para estar apto à progressão de regime no caso do tríplex, lembra o advogado criminalista Danillo Souza.

DOMICILIAR
A opção mais viável para o petista condenado por corrupção e lavagem de dinheiro é pedir uma prisão domiciliar, avalia o criminalista.

FACILITADORES
A idade do petista (73) e o câncer diagnosticado anos atrás ajudariam Lula na concessão de eventual prisão a domiciliar, afirma o advogado.

MORDOMIA NO SENADO CUSTA R$4 MILHõES AO ANO
O atraso que representa a mordomia de carro oficial para cada senador custou R$4 milhões ao contribuinte somente em 2018. Os carros foram alugados até 2020 na gestão do ex-senador Eunício Oliveira. Além dos senadores, a cúpula burocrática do Senado também conseguiu ganhar o direito a carro oficial pago pelo cidadão: o diretor-geral e secretário-geral da Mesa. No total, são 83 carros Nissan Sentra e dois Hyundai Azera, mais luxuosos, para uso exclusivo do presidente da Casa.

PÉ EMBAIXO
Só com o combustível foram R$617,4 mil gastos em 2018. Março foi o mês de maior consumo com mais de 15,3 mil litros de combustível.

O QUE É PIOR?
O Senado alega que alugar fez o Senado economizar R$2,6 milhões. Economia mesmo era poupar o cidadão de bancar essa mordomia.

MISSÃO DIFÍCIL
O senador Reguffe é autor de proposta que acaba com o carro oficial em todo o País. Difícil vai ser conseguir apoio para aprovar o projeto.

CHEGA, NÃO DÁ MAIS
O general e ministro Santos Cruz (Governo) foi quem exclamou o "chega!" mais audível, no Planalto, para Ricardo Vélez Rodrigues. O general deflagrou o processo definitivo de demissão do ministro.

DEM SE INSINUA
Onyx Lorenzoni (Casa Civil) insiste para Bolsonaro escolher um político para chefiar o MEC. Mas a solução pode recair em mais um nome do DEM, partido do ministro, e desagradar ainda mais os outros aliados.

QUEM É ESSE?
Na quinta (4), o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) dormiu ministro da Educação, após três semanas articulando. Mas os planos foram no mínimo adiados por ACM Neto e seu candidato João Roma (PRB-BA).

PEDIGREE
Um dos cotados para o Ministério da Educação, Ivan Camargo, ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB), tem um familiar ilustre: o general Toledo Camargo, ministro do general Ernesto Geisel.

CURRÍCULO QUE CONTA
Além de Ivan Camargo, eleito reitor da UnB contra o PT, outro cotado para o MEC, Álvaro Domingues, tem no currículo sua vitória contra os petistas na disputa pela presidência do Fórum Nacional de Educação.

CADASTRO POSITIVO
Nesta segunda será realizada uma solenidade para marcar a sanção do presidente Jair Bolsonaro ao projeto de lei que desburocratiza as regras do Cadastro Positivo. O evento tem apoio do SPC e da CNDL.

ASSIM É FÁCIL
Sede do maior esquema de corrupção da História, a Petrobras definiu em R$35 bilhões o preço de venda da transportadora de gás TAG. A estatal passou a se desfazer de ativos para capitalizar pós-Lava jato.

ENSINO INTERNACIONAL
A rede estadual de ensino de São Paulo acolhe quase 12 mil alunos estrangeiros. Dos 3,5 milhões de alunos, são 5 mil bolivianos, 1,3 mil japoneses e quase mil haitianos, segundo o secretário Rossieli Soares.

PERGUNTA NA LIDERANÇA
Quantos líderes do PT ainda visitam Lula, após um ano de cadeia?
Herculano
07/04/2019 08:40
AS EMPRESAS ESTÃO INDO EMBORA, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Terra dos Papagaios se tornou desinteressante para quem está aqui

À primeira vista, o braço brasileiro da empresa americana RR Donnelley decidiu falir, prejudicando o cronograma da impressão das provas do Enem. Se esse fosse o problema, seria pontual. É mais que isso.

Essa multinacional fatura US$ 6,8 bilhões e opera em 28 países. O silêncio de seus executivos, a intimidade que ela tinha com os educatecas do MEC y otras cositas más deixam no ar perguntas para que se saiba como funcionava essa operação, mas o fato é que ela quer ir embora.

A primeira vítima da falência será o chão da fábrica, onde estão os direitos trabalhistas de seus mil empregados. A falência teve o beneplácito da matriz americana, que certamente terá algo a dizer sobre o assunto. Nos Estados Unidos, ela não se comportaria como se comportou no Brasil.

Antes da Donnelley, a Ford fechou sua fábrica de São Bernardo, a CVS (maior rede de farmácias dos Estados Unidos) fez as malas, a rede francesa de livrarias Fnac pagou para sair do Brasil, o Citibank vendeu-se ao Itaú e o HSBC vendeu-se ao Bradesco. Isso tudo não aconteceu de uma hora para outra, mas o movimento começou em 2015.

Em muitos casos as empresas foram embora porque vieram com falsas expectativas e em outros porque suas operações foram mal administradas. Em dois deles, o da RR Donnelley e da CVS, porque também se enroscaram em litígios judiciais. Em quase todos, não conseguiram operar pelas regras e costumes do capitalismo mambembe brasileiro.

Numa época em que as economias no mundo se integram, a Terra dos Papagaios não só perdeu atrativos para quem investe na produção como tornou-se desinteressante para quem está aqui. Para a turma do papelório eletrônico, continua a ser um paraíso.

Desde que os franceses vieram pegar pau brasil e papagaios na costa da Terra de Santa Cruz o ufanismo nacional cultiva a ideia segundo a qual os estrangeiros querem vir para cá. Às vezes querem, mas há épocas em que preferem sair.

Faz tempo, quando se falava em abrir o mercado nacional, importadoras de carros abriram filiais brasileiras. A Aston Martin (o carro de James Bond) veio e houve um ano em que vendeu apenas duas peças. Azar o delas, mas algumas tentaram construir fábricas e desistiram.

Enquanto a discussão ficava em torno do vem-não-vem, ela era uma. Quando quem veio se vai, ela deve ser outra.

OS SURDOS BATEM BOCA COM OS MUDOS
A ida do ministro Paulo Guedes foi catastrófica sob qualquer aspecto, mas não é justo que se passe batido pelo fato de ele ter extraído um dos espinhos que envenenavam seu projeto.

Numa frase curta, o ministro disse que a mudança no pagamento do Benefício de Prestação Continuada aos miseráveis "pode ser opcional".

Traduzindo: hoje as pessoas que têm mais de 65 anos e vivem na miséria ganham um salário mínimo (R$ 998). Pelo projeto inicial essa mesma pessoa receberia R$ 400 a partir dos 60 anos, mas só ganharia o salário mínimo quando completasse 70 anos.

Ao falar em "opcional" Guedes pode ter resolvido o problema. Quando o sujeito completar 60 anos pode pegar logo seus R$ 400 mensais e nesse caso só receberá os R$ 998 quando completar 70 anos. Se preferir, esperará cinco anos e pegará o salário mínimo cheio.

A palavra "opcional" está envenenando também a discussão de um eventual regime de capitalização. Pelo projeto do governo, quem entrar no mercado de trabalho poderá escolher entre esse novo regime ou o atual. Como Asmodeu mora nos detalhes, falta o governo explicar direito como será essa mudança, pois ele diz que o assunto ficará para uma lei complementar.

Admitindo-se que o "opcional" é para valer, os adversários da reforma devem pensar duas vezes para não repetir a mobilização política do século passado contra o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, que também era opcional (os patrões pressionavam para que seus empregados optassem pelo novo sistema.)

Antes dele, para mandar embora um trabalhador do mercado formal, o patrão deveria indenizá-lo com um mês de salário para cada ano trabalhado. Depois de dez anos de serviço, o empregado não podia ser demitido. Quem chegasse lá ficava estável, mas quando deixasse o emprego saía sem levar um tostão.

O FGTS foi visto como uma tunga. O tempo passou e hoje dificilmente um trabalhador trocaria seu fundo, que é sacado na aposentadoria e permite o uso do pecúlio para a compra de casa própria,pelo regime anterior.

Quem se mete em briga com o opcional é Jair Bolsonaro, encrencando com a turma LGBT.

POMBA-GIRA
Falta a Paulo Guedes um companheiro de mesa como José Sarney.

Em 2003, quando Henrique Meirelles era sabatinado pelos senadores, bateu-lhe a pomba-gira dos economistas e ele começou a dar uma aula.

Sarney tocou-o e disse-lhe baixinho: "Você não veio aqui para lecionar, veio para buscar votos". Meirelles entendeu.

PALPITE
Bolsonaro marcou sua viagem à China para o segundo semestre.

Tem tudo para ser uma visita bem-sucedida. Nada a ver com as virtudes da sua diplomacia medieval. Tudo a ver com a capacidade do Império do Meio de negociar o que lhe interessa.

Nas palavras de um ex-presidente: "Os chineses sempre sabem o que querem. Nós, às vezes".

SUCESSÃO
O governador de São Paulo, João Doria, está abrindo sua picada de candidato a presidente. Na semana em que Jair Bolsonaro foi a Israel e anunciou a abertura de um escritório comercial em Jerusalém, Doria anunciou a criação de um escritório em Xangai.

Em Xangai fazem-se negócios com a segunda economia do mundo. Ganha uma viagem à Coreia do Norte quem souber que tipo de negócios um país que tem embaixada em Tel Aviv pode fazer em Jerusalém.

MADAME NATASHA
Natasha combate todas as tentativas de golpe contra o idioma e concedeu um diploma de mérito ao ministro da Educação, doutor Ricardo Vélez.

Depois de bagunçar a matrícula dos estudantes financiados pelo Fies, seu ministério informou que "foi identificado um problema sistêmico que tem impedido a troca de informações com o agente financeiro".

Os çábios recorreram ao velho truque de atribuir ao "sistema" qualquer problema que aconteça numa burocracia. Quiseram os deuses que o MEC dissesse a verdade ao torcer o idioma para
empulhar o público.

O problema do ministério de Vélez era realmente "sistêmico".

LAVA JATO RJ
Pelo cheiro da brilhantina, a turma da Lava Jato do Rio está atrás do rastro do ex-prefeito Eduardo Paes.

Que faça o serviço sem dar passos que permitam associar simples e espetaculares delações ao jogo político da cidade, pois Paes poderá ser candidato a prefeito em 2020.

A escalafobética liberação pelo juiz Sergio Moro, em plena campanha eleitoral, de um anexo inconclusivo e irrelevante da colaboração de Antonio Palocci não precisa se repetir.
Herculano
07/04/2019 08:28
da série: caiu a ficha e bateu o desespero na redes sociais dos eleitores de Bolsonaro, diante da inércia e incapacidade do PSL defendê-lo naquilo que seria cláusula pétrea da campanha e dos sonhos de mudanças.

Um exemplo, entre muitos que podem ser pinçados.

A INCOMPETÊNCIA DA BASE DO GOVERNO BOLSONARO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS, por Carla Pola.

O que aconteceu ontem [quarta-feira] na CCJ da Câmara dos Deputados foi de uma canalhice ímpar, para dizer o mínimo!!

O Ministro Paulo Guedes foi desrespeitado o tempo todo. Os parasitas da esquerda chegaram duas horas antes, sentaram nos primeiros lugares, tomaram todas as inscrições e aí eu pergunto:

CADÊ A BASE DO GOVERNO PARA BLINDAR O MINISTRO PAULO GUEDES QUE FICOU QUASE 8 HORAS SENTADO, SENDO AGREDIDO PELA BANDIDAGEM E TENDO QUE SE VIRAR SOZINHO NAQUELE NINHO DE COBRAS????

Mas, afinal de contas o que essa gente está pensando??? Como deixaram aquele circo de horrores correr solto????

BANDO DE INCOMPETENTES!!!

Os poucos que vi na CCJ estavam grudados nos seus celulares como a Carla Zambeli, outra incompetente. Será que ela pensa que aquela casa de parasitas são as lives que ela faz no Facebook e quando sai às ruas com quem joga no mesmo time?? Será que essa gente do PSL pensa que aquele antro de canalhas são as redes sociais que quando enche o saco você dá block e pronto??

Não é mesmo. Aquilo lá é a ARENA DE COMBATE, mundo real, não dá para dar block e seguir a vida.

Só sabiam bater palmas quando o Ministro Paulo Guedes desmontava os vagabundos. Deixaram a canalhada deitar e rolar, com direito a piti daquela louca do PSOL e da Maria do Rosário que dispensa apresentações.

Era só relincho para qualquer lado que se olhasse!! E relinchavam alto e nada da base se manifestar.

Eu não pago o salário desses incompetentes para ficar batendo palminhas. Se quero bater palmas, eu mesma bato, não preciso terceirizar minhas palmas. Onde já se viu??

O Ministro Paulo Guedes é um senhor, não tem mais idade para ficar horas e horas sendo agredido, caluniado, difamado, desrespeitado por um bando de vermelhos ordinários, representantes de tudo que não presta na face da Terra.

Depois de horas de ataques absurdos, perdeu a paciência e botou aqueles cretinos no pau sozinho, desmascarou a bandidagem sem dó. Imagina!! O Paulo Guedes ser desrespeitado pelo filhote de bandido do Zé Dirceu (que até hoje não entendi ainda porque não voltou para cadeia, porque não deveria nem ter saído de lá), o tal de Zeca Dirceu.

Onde estava o Onyx Lorenzoni que é o Ministro da Casa Civil, responsável pela articulação política do Governo, conhecedor profundo daquele antro de parasitas do Congresso, que não preparou a base do governo para enfrentar a situação pra lá de anunciada???

Será que o Presidente Jair Bolsonaro terá que dar um curso intensivo de como ser a base do governo naquele antro que é a Câmara?? Inclusive ao filho dele que estava lá e nada fez??

Onde estava a Joice??? Passeando?? Não apareceu. Nem deu as caras. Será que ela ficou com medo de encarar aquela canalhada¹³???

Como esse bando de parasitas, que se elegeu nas costas do Presidente Bolsonaro, pensa em aprovar Reformas necessárias ao Brasil e defender o governo??? Batendo palmas?? Fazendo lives no Facebook?? vídeos no YouTube??? Dando tuitadas para jogar para a torcida??? Vão trabalhar!!!

Tratem de ir para o combate!!! Foi para isso que foram eleitos, bando de incompetentes e despreparados!!!

Ninguém da base do governo avisou ao Ministro Paulo Guedes que com essa raça ordinária da esquerda não existe debate honesto??? Que não se interage com cretinos??? Que se bate mesmo sem cessar???

O Ministro teve que aprender sozinho, pois não teve uma viva alma da base do governo para defendê-lo e calar a boca da canalhada¹³.

Pobre do Presidente Bolsonaro!!!

O filho Senador é um frouxo, sua base de governo não passa de um bando de parasitas que se elegeu nas suas costas. Seu Vice um bobalhão deslumbrado pelo poder e louco para pegar seu lugar. O generalato que o auxilia são um bando de positivistas/fabianos que comem nas mãos dos globalistas. Seu ministro da casa civil joga nos dois lados, sua base no Congresso é de dar vergonha alheia.

No final o Presidente é uma ilha de esperança rodeado de traidores e incompetentes por todos os lados. Não pode confiar em ninguém, porque dá para contar nos dedos os que são de confiança.

Que venha dia 07 de abril para mandarmos todos os recados que devemos mandar. A incompetência e oportunismo dessa gente já deu na paciência.
Herculano
07/04/2019 08:22
da série:caminhando para ser a Dilma de calças, sem base parlamentar, sem gerar empregos, sem uma equipe eficaz e a que produz desprotegida, incitando ódio e gerando polêmicas para aparecer, com filhos ampliando o desastre, e se isolando nos debates nas redes sociais que funcionam como tribos em si próprias...

APóS 3 MESES, BOLSONARO TEM A PIOR AVALIAÇÃO ENTRE PRESIDENTE DE 1º MANDATO

Para 30%, governo é ruim ou péssimo; em período semelhante, Collor tinha 19% de reprovação, FHC 16%, Lula, 10%, e Dilma, 7%

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Igor Gielow. Envolto em contínua crise política e sem assistir a uma melhora na economia, Jair Bolsonaro (PSL) registra a pior avaliação após três meses de governo entre os presidentes eleitos para um primeiro mandato desde a redemocratização de 1985.

Mas 59%, segundo o Datafolha, ainda acreditam que ele fará uma gestão ótima ou boa. O presidente completa cem dias de mandato na próxima quarta-feira (10).

Segundo o instituto, 30% dos brasileiros consideram o governo de Bolsonaro ruim ou péssimo, índice semelhante ao daqueles que consideram ótimo ou bom (32%) ou regular (33%). Não souberam opinar 4% dos entrevistados.

O instituto ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios nos dias 2 e 3 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Antecessores de Bolsonaro nas mesmas condições tiveram melhor desempenho. Fernando Collor (então no PRN) era reprovado por 19% em 1990, enquanto Fernando Henrique Cardoso (PSDB) marcava 16% de índices ruim ou péssimo em 1995.

Os petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, alvos frequentes de críticas do atual presidente, eram mal avaliados apenas por 10% e 7% da população ao fim dos primeiros três meses do governo.

Na série histórica, Dilma é quem teve numericamente a melhor avaliação a esta altura do mandato, com 47% de ótimo/bom em 2011.

Não se comparam aqui os primeiros trimestres de presidentes reeleitos, pois suas imagens já passaram pela exposição de todo um governo além dos três meses: Lula se mantinha com uma rejeição confortável (14%), FHC amargava 36% e Dilma já começava a viver o inferno político que a derrubaria do cargo em 2016, com 60% de ruim e péssimo.

Os vices que assumiram desde a redemocratização também não são comparáveis ?"a aferição de Michel Temer (MDB) não foi feita, enquanto Itamar Franco tinha 11% de ruim/péssimo nesse intervalo.

Antes da posse, 65% esperavam que Bolsonaro fizesse um governo ótimo ou bom, 17%, regular, e 12%, ruim ou péssimo.

Os índices já eram os piores entre os presidentes eleitos para primeiro mandato desde a redemocratização.

Agora, a expectativa é positiva para 59%, mediana para 16% e negativa para 23%.

Nesses primeiros meses, Bolsonaro viveu diversos episódios de desgaste político: a investigação sobre milícias envolvendo o gabinete de seu filho Flávio na Assembleia do Rio, as candidaturas de laranjas de seu partido, os entrechoques entre militares e a ala do governo sob influência do escritor Olavo de Carvalho, a crise no MEC, a troca de farpas com o Congresso e a dificuldade no encaminhamento da reforma da Previdência.

A economia segue em ritmo lento, e a taxa de desemprego subiu em relação ao trimestre passado -está em 12,4%.

Assim, para 61% dos ouvidos, Bolsonaro fez menos do que se esperava no exercício do cargo. Já 13% consideram que ele fez mais, enquanto 22% avaliam que ele fez o que era esperado. Entre os descontentes, a predominam pessoas mais pobres e menos escolarizadas.

Nessa comparação, ele também perde para os primeiros mandatos de Lula e de Dilma, que tiveram o mesmo tipo de mensuração pelo Datafolha. Em 2003, o petista fez menos do que poderia para 45%, e em 2011 a ex-presidente pontuou 39% no quesito.

A aprovação de Bolsonaro é maior entre os homens (38%) do que entre as mulheres (28%).

O comportamento do presidente, que se envolveu em polêmicas como a divulgação de um vídeo pornográfico para criticar o que seriam abusos nas ruas durante o Carnaval, é avaliado como correto por 27% dos ouvidos.

Já outros 27% acham que Bolsonaro na maioria das vezes se posiciona de forma adequada, mas às vezes não. No lado negativo, 20% pensam que na maioria das vezes o presidente é inadequado, e 23% dizem que ele nunca se comporta como o cargo exige.

Há sinais de alerta para o bolsonarismo em dois grupos que apoiaram consistentemente o então candidato durante a campanha de 2018.

Os que ganham mais de 10 salários mínimos e os que têm curso superior registram numericamente também a maior rejeição ao governo até aqui: 37% e 35%, respectivamente, avaliam a gestão como ruim ou péssima.

Esses grupos também registram a maior aprovação, 41% (empatada tecnicamente com os 43% dos que ganham de 5 a 10 salários mínimos) e 36% de ótimo/bom (empatada tecnicamente com os 33% de quem tem ensino médio), indicando assim uma polarização entre o eleitor mais elitizado.

Os mais pobres (até 2 salários mínimos) são os menos contentes, com 26% de ótimo e bom.

Já o eleitorado evangélico (34% da população) segue mais entusiasmado com o presidente, que é católico, mas foi batizado por um pastor e é fortemente associado ao setor. Acham o governo até aqui ótimo ou bom 42% desse segmento, índice que cai a 27% entre católicos (50% dos brasileiros).

Brancos são os que mais aprovam Bolsonaro (39%), enquanto pretos e pardos são os que mais desaprovam (29% para cada um dois grupos).

Ainda não há uma reversão na divisão geográfica do apoio ao presidente. O Sul, sua principal fortaleza em 2018, deu a maior aprovação a ele neste levantamento: 39% (empatado com os 38% do Centro-Oeste/Norte), contra 22% de desaprovação.

O Nordeste é a região que mais rejeita o governo, com 39% de ruim/péssimo e 24% de ótimo/bom. Também lá existe a menor expectativa positiva: 50%.
Herculano
06/04/2019 09:55
LULA SEM DINHEIRO PARA PAGAR ADVOGADOS. NÃO RIAM

Conteúdo de O Antagonista Os advogados de Lula disseram à Folha que estão com dificuldade para exercer a defesa do petista.

Eles afirmam que falta dinheiro para custear deslocamentos e até para contratar pareceristas.

"O escritório de advocacia também mantinha uma página na internet para divulgar as posições da defesa de Lula sobre os andamentos da Lava Jato, um canal de resposta às divulgações feitas pela força tarefa da Lava Jato. Sem verba, o contrato com a equipe de quatro pessoas que cuidava do site foi rescindido."

De acordo com Paulo Okamotto, Lula já gastou de R$ 4 milhões ou R$ 5 milhões em sua defesa.
Herculano
06/04/2019 09:52
SUMIU

De Guilherme Fiuza, no twitter

Onde estão os bilhões de reais roubados por Lula e sua gangue? Não se sabe. O que se sabe é que brotou mais de meio milhão de reais num leilão de fotos do presidiário - e as vaquinhas do PT são todas também um fenômeno de arrecadação. Só pode ser obra do Ronaldinho dos negócios.
Herculano
06/04/2019 09:35
VAGAS À VISTA, por Julianna Sofia, secretária de Redação da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo,

Dois ministros na corda bamba podem abrir espaço para partidos na Esplanada

Deve ter soado como um hit de música caipira aos ouvidos de Jair Bolsonaro a notícia revelada por esta Folha sobre os elementos nas mãos da Polícia Federal apontando para a participação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, no esquema de candidaturas laranjas no PSL de Minas nas últimas eleições.

Em 30 dias de apuração, os investigadores farejaram indícios de que o mineiro tenha cometido crime de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Uma quarta candidata laranja foi encontrada pela polícia e já estão na mira uma quinta e uma sexta. Novos áudios e recibos de pedágio corroboram depoimentos em que o ministro é acusado de malfeitos.

O presidente tem demonstrado desconforto com as peraltices de Álvaro Antônio e admite o desgaste para o governo. Já avisou que havendo "uma conclusão com provas robustas, toma a decisão". Em outras palavras, muito em breve surgirá vaga no gabinete ministerial.

A vacância no Turismo calha com os interesses de partidos ávidos por orbitar em torno do Palácio do Planalto. Após três meses de negação, o bolsonarismo rendeu-se às evidências de que precisa negociar com os ícones da política tradicional caso queira aprovar a nova Previdência.

Em encontros com presidentes de legendas nesta semana, Bolsonaro pediu desculpas por caneladas e abriu um canal ao sinalizar com a criação de um conselho para azeitar a articulação política. Diante da atmosfera de desconfiança mútua, ele não acenou com cargos, por ora. Tampouco as siglas pediram.

Mas é disso que se trata.

Centrão e congêneres dispensam os postos que sobraram na xepa resultante da nova política. O único sinal pouco mais enfático de adesismo à base parlamentar de Bolsonaro vem do DEM porque já conta com três ministérios ?"e quer mais.

Nesta sexta-feira (5), o presidente indicou que o ministro Ricardo Vélez (Educação) poderá desocupar a cadeira na próxima semana. Timing apropriado para abertura de vaga na Esplanada dos Ministérios.
Herculano
06/04/2019 09:33
"4 VEZES EM QUE O PT FOI TCHUTCHUCA DE PODEROSOS (E VOCÊ PAGOU A CONTA DO BAILE), por Luan Sperandio, no portal Gazeta do Povo, Curitiba PR

Uma discussão entre o Ministro da Economia, Paulo Guedes, e o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) levou ao encerramento da audiência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na noite desta quarta-feira (03). O objeto era a proposta de reforma da Previdência feita pelo governo Bolsonaro.

O conflito se deu quando o petista afirmou que o ministro age como "tigrão" em relação a aposentados, idosos e pessoas humildes, mas como "tchutchuca" no tocante à "turma mais privilegiada do nosso país".

Há um problema na análise de Zeca Dirceu: para adotar o mesmo termo esdrúxulo, ninguém neste país foi mais "tchutchuca" de poderosos e bilionários do que o partido ao qual Zeca Dirceu é filiado, e que ficou 14 anos, 5 meses e 12 dias no poder. Houve diversos programas de transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos protagonizados por mandatários do Partido dos Trabalhadores enquanto estiveram no Palácio do Planalto.

As críticas direcionadas a Guedes são, basicamente, fruto de um desconhecimento acerca da urgência de reformar a Previdência e sobre quem ela irá afetar, uma vez que o ônus é falsamente atribuído aos brasileiros de menor renda. É estimado que em dez anos ela poderá gerar R$ 1,1 trilhão de economia. Ocorre que todo gasto do governo é custeado mediante tributação, seja impostos, dívida pública ou emissão de moeda. Ao economizar por meio de um ajuste do sistema previdenciário, busca-se equilibrar as contas públicas. A União não consegue fazer um superávit primário - despesa do governo inferior ao que ele arrecada em impostos - desde 2014.

Além de insustentável, a atual Previdência é injusta: apenas 3% de toda a despesa previdenciária vai para os 20% mais pobres. Já 41% é destinada aos 20% de brasileiros de maior renda. Enquanto o Bolsa Família custa anualmente cerca de R$ 30 bilhões e atende 46 milhões de pessoas, o rombo da aposentadoria rural é de R$ 110 bilhões, sendo destinada a apenas 9 milhões de beneficiários. Quão mais tímido é o ajuste, mais prejudicados serão os mais pobres, já que o status quo os afeta de maneira negativa.

Assim, ainda que indiretamente, a aprovação da reforma da Previdência é que beneficiará os mais pobres: além de combater desigualdades, ela é essencial para uma recuperação mais vigorosa da economia. Sem um ajuste, tenderá a haver menor crescimento, bem como aumento dos juros e impostos.

Segundo levantamento de Felippe Hermes, do site Spotniks, durante o governo Lula, a despesa do governo cresceu 2,4% do PIB. Todavia, apenas 0,05% disso foi para a saúde, 0,2% para a educação e, mais da metade, 1,37%, para Previdência. Tamanho aumento de gasto é o resultado de postergar a reforma. Da forma como funciona hoje em dia, a despesa com aposentadorias e pensões está canibalizando outras fatias do orçamento.

Para além das falsas narrativas defendidas pelo partido, selecionamos 4 oportunidades principais em que o PT foi a tchutchuca de poderosos, e quem pagou a conta do baile foi você.

1) O baile do BNDES
A estratégia, idealizada pelo economista Luciano Coutinho, mas abraçada por Lula e, posteriormente, Dilma, era escolher determinadas companhias para se tornarem gigantes em seus setores e competir no mercado internacional. E tudo isso turbinado a partir de empréstimos do BNDES.

Os juros eram subsidiados. Empresas que não eram amigas do governo tinham de competir arcando com taxas de juros mais altas, cobradas pelo mercado. Boa parte dos empréstimos foi feita com juros negativos, ou seja, a devolução dos valores contratados era inferior à inflação do período.

Em um período de nove anos, entre maio de 2007 e maio de 2016, a conta do BNDES fechou em R$ 1,2 trilhão, valor equivalente a 40 vezes o atual orçamento do Bolsa Família ?" previsto para R$ 30 bilhões em 2019. Esse montante era destinado geralmente a empresas amigas, como o frigorífico JBS, a telefônica Oi e a petroleira OGX de Eike Batista. Os ex-presidentes contribuíram com R$ 13,6 bilhões para que empreiteiras brasileiras realizassem obras em países da África e América Latina. Essa quantia corresponde a 93% do que foi desembolsado pelo banco estatal para exportação de bens e serviços. A Odebrecht, sozinha, abocanhou 64% do total.

Foi o auge do capitalismo de laços ?" um sistema que se realiza mediante a criação de alianças e emaranhados comerciais estabelecidos entre grupos privados com o governo, na definição do professor do Insper Sérgio Lazzarini.

O gasto com essa festa de crédito foi superior ao do Plano Marshall, realizado pelos Estados Unidos para ajudar na reconstrução da Europa após a II Guerra Mundial.

2) O baile dos ditadores
Em 2009 o então presidente Lula afirmou, na cúpula das nações africanas, que "não podemos ter preconceito com países não democráticos". Não à toa, enquanto sua agremiação esteve no comando do Executivo, bilhões em impostos arrancados do trabalhador brasileiro foram destinados a ditaduras.

Diversos desses contratos são caixas-preta até os dias atuais. Foram construídas obras de infraestrutura, como rodovias, ferrovias e aeroportos, sobretudo em países da América Latina e na África. Segundo o jornal O Globo, tais empréstimos causaram prejuízo anual de R$ 1,1 bilhão ao trabalhador, uma vez que são realizados com recursos do FAT, um fundo financiado com parte dos salários de cada trabalhador brasileiro.

Angola, Congo, Cuba, Gabão, Guiné Equatorial, Moçambique, Venezuela e Zimbábue foram os destinos prediletos dos presidentes petistas. Venezuela, Cuba e Moçambique deram calote de R$ 1,7 bilhão.

3) O baile dos empreiteiros
Segundo as investigações da Operação Lava Jato, as maiores empreiteiras do país formaram um cartel e dividiam as obras que cada um ganharia com a Petrobrás. Tudo sob o comando do PT, mas com favorecimentos ainda ao MDB e PP. No meio disso, empresas como Odebrecht e OAS, além da Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez foram largamente as maiores beneficiárias pelo governo petista ?" embora houvesse várias outras ?" e retribuíram com pagamento de vultosas quantias de propina.

A Odebrecht, por exemplo, retribuiu o favor depositando a título de propinas a importância de R$ 324 milhões ao longo de 5 anos para o PT, segundo delações premiadas. Entre os principais benefícios, ampliação de crédito para exportação a Angola e aprovação de medida provisória de Refis.

Já em relação a OAS, Lula realizou tráfico de influência para a empreiteira no exterior. A empresa tinha desejo de incrementar negócios em países como Peru, Chile, Costa Rica, Bolívia, Uruguai e nações africanas. lula se prontificou em ajudá-los. Em retribuição, foram feitas obras e reformas no sítio em Atibaia e no triplex do Guarujá, pelos quais Lula foi condenado. Ademais, a OAS deu R$ 215 milhões de reais em propina ao PT.

O Grupo Andrade Gutierrez fez doações ao PT em troca de favorecimento em contratos com estatais. Entre as denúncias, consta que bancou pagamentos de fornecedores da eleição da presidente Dilma Rousseff, em 2010, no valor de R$ 6,1 milhões, além de outros R$ 10 milhões na campanha de 2014. Estima-se que metade dos R$ 100 milhões da empresa 'doados' ao PT foi propina.

4) O baile dos lobistas
Segundo delação de Antônio Palocci, homem forte tanto do ex-presidente Lula quanto de Dilma, pelo menos 900 das mil medidas provisórias editadas nos quatro governos do PT motivadas por propinas.

Embora possa haver uma imprecisão nas informações ?" o PT editou 623 MPs -, e a delação ainda seja alvo de trâmite processual, há fortes evidências de que em algumas das MPs houve negociações ilícitas para inserir determinados conteúdos que beneficiassem grupos privados. Entre elas, duas são alvo de ações penais, como a MP 627, de 2013, que prorrogou incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos, além da MP 471, de 2009, que também beneficiou montadoras com a prorrogação de incentivos fiscais. As empresas automobilísticas Mitsubishi e Caoa estariam envolvidas, e ainda respondem por ação penal que investiga o caso.
Herculano
06/04/2019 09:26
BOLSONARO AVALIA 5 OPÇõES PARA TITULAR DO MEC, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste sábado nos jornais brasileiros

O presidente Jair Bolsonaro avalia cinco opções para o Ministério da Educação em substituição a Ricardo Vélez Rodriguez, que deve ser demitido no início da semana. Três das opções são técnicas, ao gosto dos generais do Planalto, como o presidente do FNDE, Carlos Alberto Decotelli, bolsonarista de primeira hora, e Ivan Camargo, primeiro a derrotar o PT & puxadinhos para na disputa para reitor da Universidade de Brasília. As opções políticas são o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e a surpresa, o deputado João Roma (BA), que trocou DEM pelo PRB.

SETOR PRIVADO
Também é cotado Álvaro Domingues, criador do Galois e Inei, escolas de sucesso em Brasília, e presidente do Fórum Nacional de Educação.

IZALCI X ROMA
Izalci costurava há semanas sua indicação para o MEC, mas apareceu no Planalto um candidato surpresa: o deputado João Roma (PRB-BA).

MAIS UM DO DEM
Quase desconhecido, João Roma foi apresentado nesta sexta a Bolsonaro por ACM Neto, prefeito de Salvador e presidente do DEM.

AINDA NO PÁREO
Izalci chegou a pisar na bola, ao exigir o MEC "de porteira fechada", mas continua forte: ele conta com o apoio da bancada evangélica.

LÍDER DO PP PEDE OLHO NAS 'CASTAS' E ESTADOS FORA
O líder do PP na Câmara, deputado Arthur Lira (AL), que esteve com o presidente Jair Bolsonaro no Planalto, adverte para o risco das "castas" atuando contra a reforma da Previdência para manter seus privilégios. Ele lembra que denúncias contra o então presidente Michel Temer se multiplicaram quando se aproximava a votação da sua proposta de reforma, até inviabilizar a votação. Lira também defende os Estados de fora da PEC da Previdência: "cada um que faça a própria reforma".

PODER DE FOGO
Castas privilegiadas com aposentadorias integrais de mais de R$30 mil apelam com propaganda milionária e judicialização da reforma.

NOMES AOS BOIS
Arthur Lira cita "castas" ou "carreiras de Estado" como procuradores, juízes, delegados, defensores públicos, auditores federais, fiscais etc.

A FIRMA É RICA
Além de pressionar parlamentares, mais de 30 sindicatos enriquecidos pelo imposto obrigatório fazem propaganda contra a reforma, na TV.

VOCÊ JÁ SABIA
Bolsonaro confirmou ontem que Fábio Wajngarten vai assumir a Secretaria de Comunicação Social a partir de segunda (8), conforme esta coluna antecipou há 10 dias, na edição de 26 de março.

TRANSPARÊNCIA TOTAL
A Controladoria-Geral da União e a Advocacia-Geral da União decidiram divulgar a íntegra dos acordos de leniência firmados com as empresas corruptas. O ressarcimento total supera R$6 bilhões.

NÃO ESTÁ NEM AÍ
Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não importa se a reforma da Previdência vai ser aprovada agora ou em meses: "Não vai fazer diferença". É uma constrangedora falta de pressa de alguém que em duas horas desengavetou e aprovou outra PEC, a do Orçamento.

RELATóRIO NO FORNO
O deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG) vai passar o fim de semana debruçado sobre o parecer da reforma da Previdência. O objetivo do deputado e apresentar o texto na próxima terça (9), na CCJ.

POLÍTICA É ENTENDIMENTO
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse ter "aprovado" as reuniões entre o presidente Bolsonaro e líderes partidários. "Não se trata de ouvir a velha ou nova política, mas ouvir a política", disse.

ISSO QUE É CARINHO
O ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu que a maior parte da arrecadação do leilão do pré-sal irá para os estados e municípios, fixando só 20% para a União. Governadores e prefeitos adoraram.

PESQUISA EM MACEIó
O governo Bolsonaro é aprovado por 39% da população de Maceió, diz pesquisa DataSensus. Os que desaprovam somam 43%; 28% consideram o governo ?"timo/Bom; 33% o consideram Ruim/Péssimo.

'BANDEIRA' ANTI-MORDOMIA
O deputado estadual Doutor Hércules (PMDB) apresentou projeto que acaba com veículos oficiais no Espírito Santo. Nunca usou veículos, nem verba de gasolina. E quer identificar os carros usados atualmente.

PENSANDO BEM...
...desconfie quem mente afirmando que a reforma da Previdência prejudica os pobres: é conversa cuja aposentadoria é de R$30 mil.
Herculano
06/04/2019 09:19
PARA (MESMO) DE ACREDITAR NO GOVERNO, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

A sala de aula não é pátio de diversões de ideólogos ou doutrinadores

Bruno Garschagen, o assessor do (até agora) ministro Ricardo Vélez exonerado pela Casa Civil, tem ao menos uma qualidade: a capacidade de produzir uma autocrítica devastadora, ainda que involuntária. "Quando os antissocialistas mimetizam a mentalidade e a ação política do inimigo, tornam-se o espelho da perfídia", escreveu o "olavete" num artigo de jornal velho de quase dois anos. Seria preciso acrescentar que, quando tentam utilizar o poder de Estado para escrever uma "história oficial", os autointitulados liberais revelam a sua face autoritária e antiliberal.

Descubro que o mesmo Garschagen é autor do livro "Pare de Acreditar no Governo". Não o li, mas concordo com o comando do título, que tem validade geral e serve como advertência de singular relevância no caso do governo Bolsonaro. Esses "antissocialistas" não só mimetizam a "ação política" do "inimigo" como a conduzem para além de limites que o PT jamais ultrapassou. O MEC é a prova disso.

Vélez saltou da mera bufonaria ?"a solicitação de vídeos propagandísticos de escolares entoando o hino nacional?" ao exercício abusivo da autoridade. O ministro, que oscila entre o apego canino ao cargo e a fidelidade ao Bruxo da Virgínia, anunciou uma revisão "progressiva" dos livros escolares talhada a apagar a ditadura militar do registro histórico. A missão do MEC, explicou, é "preparar o livro didático de tal forma que as crianças possam ter a ideia verídica, real, do que foi a sua história". O governo exige que acreditem nele. Para isso, usará o poder de distribuir livros escolares, a palavra legitimada do professor e a prerrogativa de produzir o exame nacional de acesso às universidades federais.

Os poderes estatais adoram moldar as crianças de modo que elas repitam as palavras e os gestos dos governantes. A "história oficial" tem longa história escolar, que se estende das narrativas nacionalistas do século 19 até o contemporâneo revisionismo separatista catalão, passando pelos sinistros artigos de fé dos totalitarismos stalinista e nazista. O Brasil não ficou imune à politização da escola.

Sob o lulopetismo, o MEC engajou-se a fundo numa revisão "progressiva" dos manuais escolares com a finalidade de adaptá-los aos dogmas da doutrina racialista. A nação deveria ser descrita, nas aulas de História e Geografia, como uma confederação de etnias ou "raças". Nossas extensas miscigenações precisariam ser reinterpretadas como uma lenda criada para ocultar um racismo mais letal que os dos EUA da discriminação oficial ou da África do Sul do apartheid. O movimento abolicionista, uma ampla luta social que abrangeu brancos e negros, teria que escorrer pelo ralo destinado aos mitos. Vélez mimetiza o PT, mas sem a tintura "bondosa" do revisionismo racialista.

A operação lulopetista fluiu suavemente, prescindindo de rudes declarações ministeriais, maquiada como releitura acadêmica do passado. Obteve algum sucesso, graças à cumplicidade de comissões de docentes universitários militantes e à bovina obediência de editoras sempre prostradas diante da pilha de dinheiro das compras públicas. Vélez, porém, fracassará. A "verdade" estatal que ele tenta veicular choca-se com a resistência da opinião pública, dos historiadores e dos professores. Só um regime de força conseguiria impor a negação do caráter golpista do 31 de Março e da natureza ditatorial dos governos militares.

As democracias aprenderam a respeitar a autonomia das escolas. Nelas, há muito, os governos se abstêm de formular a "ideia verídica, real" da história que deve ser ensinada. O sucesso relativo do PT e o inevitável fracasso de Vélez funcionam como sinais de alerta: a sala de aula não é pátio de diversões de ideólogos ou doutrinadores. Pare (mesmo) de acreditar no governo, pois o pior professor ainda é melhor que o discurso do poder estatal.
Herculano
06/04/2019 09:15
A TROPA DE ELITE FALHOU, por Eliane Cantanhede, no jornal O Estado de S. Paulo

A tropa do PSL, com general, coronel, major e delegado, deixou Paulo Guedes na mão

Cenas com Guedes na CCJ foram lamentáveis, com a ausência de governistas e a esquerda despertando de sono profundo.

Foram dois movimentos em sentido contrário. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro finalmente recebeu em palácio os "velhos políticos" dos "velhos partidos" e da "velha política". Na véspera, o PSL, sigla do presidente, havia lavado as mãos e abandonado o ministro Paulo Guedes na CCJ, cara a cara com os leões da oposição.

Nas conversas com presidentes e líderes de MDB, DEM, PSDB, PP, PRB e PSD - alguns deles enrolados na Justiça, como Romero Jucá e Gilberto Kassab ?", Bolsonaro foi menos presidente e mais ex-colega de Congresso. Nada foi pedido, nada foi prometido, mas foi um marco mesmo assim: o presidente assumiu um firme compromisso com a reforma da Previdência. E decidiu fazer política.

Já as cenas na CCJ foram lamentáveis, com a ausência dos governistas e a esquerda despertando após um sono profundo desde as eleições. Bolsonaro vem chocando setores da opinião pública e despenca nas pesquisas, mas isso não tem nada a ver com PT, PCdoB e seus primos, mas sim com arroubos de "olavetes", inexperiência dos aliados, agressividade da tropa da internet e erros crassos do próprio Bolsonaro e de seus filhos. Não é nem por mérito nem por culpa da oposição.

Na sessão da comissão, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, os deputados e os aliados petistas mostraram que não aprenderam nada. O importante continua sendo ganhar no grito, manter as bases em pé de guerra, trocar o debate por pegadinhas e insultos contra adversários e negar o óbvio, que os ex-presidentes Lula e Dilma estavam cansados de saber: a reforma da Previdência é fundamental para o País.

Quando Guedes se retirou da comissão, após Zeca Dirceu partir para o achincalhe, com a história do Tigrão e do Tchutchuca, a esquerda comemorou como vitória. Que vitória? O PT apenas agradou à sua militância e os convertidos e pode ter irritado todos os demais, inclusive quem já foi PT um dia e hoje não é nada.

Mas, se as esquerdas perderam, o grande derrotado foi o PSL. A oposição articulou-se antes, traçou uma estratégia, chegou cedo e ocupou todos os espaços ?" as primeiras cadeiras e as primeiras perguntas. Onde estavam os líder do governo, do PSL, das siglas aliadas? Ninguém sabe, ninguém viu. Para piorar, a experiência e disciplina dos petistas contrastaram com a falta de traquejo do jovem presidente da CCJ, Felipe Francischini, de 27 anos, e do relator da reforma, Marcelo Freitas, que, enquanto deputado, continua sendo um bom e articulado delegado.

Aliás, após o encontro de Paulo Guedes com a bancada do PSL, no ministério, brincou-se que, enfim, estava formada a "tropa de elite" para a defesa da reforma. Foi uma alusão clara às variadas patentes do partido do presidente, que tem general, coronel, delegado, major... E, por isso, tem muito a aprender dos meandros do Congresso, da malícia da ação parlamentar.

Ontem, a metáfora já era outra: Guedes é um bom centroavante e foi bem no ataque, o que falhou foi a defesa. Ele se apresentou à CCJ, uma semana atrasado, com a mesma cara e o mesmo estilo, sem maquiagem e sem fantasia. Paulo Guedes foi Paulo Guedes, não pretendeu ser o político que não é, o tribuno que nunca foi. Isso implica usar um tom técnico e respeitar sua própria personalidade. Em nome de quê deveria engolir calado os ataques, ironias e tchutchuquices?

O importante é mostrar incansavelmente que aquele espetáculo lamentável foi com um grupo específico e não representa a disposição do Congresso em relação à reforma da Previdência. Afinal, nem a CCJ é o plenário nem a esquerda domina a Câmara. Os ataques ao ministro, principal articulador da reforma, não foram "do Congresso", foram "da oposição", que é minoritária.

A tropa do PSL, com general, coronel, major e delegado, deixou Paulo Guedes na mão
Herculano
06/04/2019 09:09
PARA MAIORIA DA POPULAÇÃO, GOLPE DE 1964 DEVERIA SER DESPREZADO, DIZ DATAFOLHA

Pesquisa mostra que, para 57%, data não tem que ser comemorada; 36% afirmam que ela merece celebração, como defendeu Bolsonaro

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de José Marques. A comemoração da data que marcou o início da ditadura militar no Brasil, incentivada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) no mês passado, não tem o apoio da maioria da população, aponta pesquisa Datafolha.

Para a maior parte das pessoas, o dia 31 de março de 1964, data do golpe que levou o país a um período de exceção de 21 anos, deve ser desprezado.

Essa é a opinião de 57% dos 2.086 entrevistados pelo instituto entre terça (2) e quarta (3). A parcela dos que acham o contrário, que a data merece comemorações, é de 36% dos brasileiros. Outros 7% não souberam responder ou não quiseram opinar sobre o tema.

As polêmicas a respeito do aniversário de 55 anos do golpe começaram no último dia 25, quando o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que Bolsonaro havia determinado ao Ministério da Defesa as "comemorações devidas", em quartéis, do dia 31 de março.

A orientação foi inédita nas últimas duas décadas, desde a criação da pasta, e levou a Defensoria Pública da União e tentar barrá-la na Justiça.

Na pesquisa Datafolha, o desprezo à data do golpe tem maior apoio entre os estratos mais jovens, mais escolarizados e mais ricos da população.

Entre as pessoas de 16 a 24 anos, 64% são contrários à comemoração da data. A porcentagem chega a 67% entre quem tem ensino superior e a 72% entre pessoas com renda familiar mensal superior a dez salários mínimos.

Do outro lado, foram favoráveis à celebração do golpe 42% das pessoas com mais de 60 anos, 43% dos que têm ensino fundamental e 39% dos que têm renda mensal familiar de até dois salários mínimos.

Ainda assim, em todos os estratos de idade, escolaridade e renda, a maioria refuta a celebração do golpe de 1964.

O Datafolha fez entrevistas em 130 municípios em todo o Brasil. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança (que é a chance de a pesquisa retratar a realidade) é de 95%.

Outro recorte sobre o levantamento do instituto mostra que a maioria dos evangélicos - uma das bases eleitorais de Bolsonaro - também rejeita as comemorações relativas ao início da ditadura militar.

Considerando todos os segmentos evangélicos, 53% acham que 31 de março deve ser desprezado e 39%, comemorado. Os neopentecostais são os que mais apontam o desprezo sobre as celebrações, com percentual de 65%.

Pessoas de outras religiões, como católicos (56% a 38%), espíritas (59% a 32%) e adeptos de religiões afro-brasileiras (73% a 24%), também se manifestaram majoritariamente contra a comemoração. Quem não tem religião ou é agnóstico segue o mesmo padrão: 73% a 23%.

Por outro lado, a maioria das pessoas que dizem ter preferência partidária pelo PSL e pelo MDB (este último o partido que se originou como oposição ao regime) defendem as comemorações - com 61% e 64%, respectivamente.

Isso também vale para as pessoas que declararam terem votado no presidente Jair Bolsonaro nas eleições do ano passado. A disputa, no entanto, é apertada: 49% deles acham que a data deve ser comemorada e 43%, desprezada.

Após as declarações do porta-voz da Presidência, a Defensoria Pública da União foi à Justiça contra as comemorações, assim como familiares de vítimas da ditadura.

A Justiça Federal chegou a proibir eventos similares, mas a liminar acabou cassada.

Em pelo menos 18 estados, o Ministério Público Federal também recomendou que os comandos militares se abstivessem de qualquer manifestação pública em homenagem à ditadura militar.

Após os posicionamentos contrários, Bolsonaro mudou o tom e disse que a ideia era rememorar, e não comemorar, o golpe de 1964.

"Rever o que está errado, o que está certo e usar isso para o bem do Brasil no futuro", disse o presidente.

No dia 31 de março, no entanto, o Palácio do Planalto distribuiu, por meio de um grupo de divulgações de ações do governo, um vídeo que celebrava os 55 anos do início do regime, mas sem logomarca de órgãos do governo.

Nele, um ator afirma que o Exército salvou os brasileiros dos comunistas. "Não dá para mudar a história", diz.

Depois do disparo pelo WhatsApp, a assessoria de imprensa do Planalto confirmou o envio do vídeo e não fez mais comentários.

O conteúdo foi replicado nas redes sociais pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.

Dois dias depois, um empresário assumiu a autoria e o financiamento da produção.
Herculano
06/04/2019 09:01
A MÍDIA E O JORNALISMO SÃO DIFERENTES E O PODER DE PLANTÃO NÃO PODE CONVIVER COM UMA E DESPREZAR O OUTRO

O jornalismo impresso está definhando, como qualquer utilidade antiga diante da realidade dos dias de hoje.

A Kodak vivia de filmes para cinema e fotografias. Não existem mais áurea dominante Kodak como ela era, o cinema em película, as fotografias com negativos...

Ela não acreditou, ou não percebeu que o produto dela não seria fundamental para o mesmo artigo que continuou tão atual quando da invenção por Lumière, feito para registrar e depois para o estado da arte.

Mas, o filme que alimenta os cinemas e as fotografias que registram duras, encantadoras realidades, ou produzem sonhos, fantasias e desastres continuam a existir entre nós e cada vez mais, com sensibilidade de imagens cada vez mais apuradas por mecanismos sofisticados.

Outro exemplo, entre milhões, repito, milhões. A Olivetti foi símbolo de máquina de escrever. Ela não existe mais, nem se produz tais máquinas que exigiam até concursados para manipulá-las com destreza e velocidade.

Entretanto,todos continuam a datilografar - incluindo nos mais modernos smartphones - e se comunicar no velho sistema qwerty, num ambiente que ainda vai ser substituído integralmente pela voz, reconhecida do seu dono.

Então, o jornalismo não acabou e nunca acabará. O que está em extinção é a forma como ele se apresentava: único, impresso, monopolista, muito mais rápido do que os livros. O jornalismo foi ao rádio, à televisão, ao portal e hoje está nas redes sociais, como quem divide parte do trabalho das paquidérmicas redações e as múltiplas chamadas fontes das notícias.

As fontes não precisam, na maioria dos casos, mais de intermediários: repórteres, redatores, editores, diagramadores, publishers, maquinário, cara logística e circulação. Vão direto ao público.

O jornalismo commoditty, aquele dá a notícia ou a informação está em extinção, pois a concorrência digital é capaz de ser mais ágil, desprovido de ética na narrativa e no registro da imagem, sem falar na instantaneidade, que alimenta outros veículos formais e informais. Um acidente que se noticia em primazia, com dados rasos e fotos, num ambiente de comunicação, em segundos, está repetido mundialmente, dependendo do interesse.

Contudo, o jornalismo que observa, analisa e opina, este está cada vez mais forte nas redes sociais (incluindo o youtube), nos portais, nas rádios, das tevês abertas e fechadas, e até mesmo nos jornais.

São visões personalíssimas, com conhecimento específico ou com credibilidade pela assertividade que atraem leitores, ouvintes e espectadores. Elas diferenciam da commodity, influenciam, esclarecem e criam um nicho fidelizado de seguidores.

Tanto que, o presidente Jair Messias Bolsonaro, PSL, que sempre dizia que desprezaria a mídia tradicional se fosse governo, desqualificou-a, fez campanha para diminuir audiência e circulação, mas antes, numa contradição própria desses casos, cuidou de eleger os veículos mansos ou identificadas com viés ideológico ou religiosos com ele, em menos de três meses, cedeu.

Só as redes sociais não estavam produzindo alcance das suas ideias e realizações. Elas apenas se fragmentavam em debates. Basta entrar em qualquer ambiente tomado por militantes, mal informados e fanáticos. Pior essas redes não são plurais. Não admitem o mínimo contraditório, a dúvida e o reparo. Elas falam para elas e com elas mesmas, as mesmas coisas, como se fossem algo catequético, como nas madrassas.

Se a mídia tradicional é alguma coisa do capeta, qual a razão de se usar as mansas, as que não possuem audiência? Objetivo, zero!

Se as mídias tradicionais distorcem o viés de autoritarismo, bobagens e fraquezas produzidos pelo governo, e possuem tanta força assim, qual a razão para não usá-las para explicitar nelas próprias o contraponto do governo de plantão, pois no princípio ético do jornalismo e não das redes sociais, isso é uma obrigação?

Qual a razão para se ventilar o uso de uma rede nacional de TV e rádio, a moda Hugo Chaves, para substituir as tais lives das redes sociais que diz ser tão eficaz? É a prova mais eloquente de que a comunicação via as redes sociais não está funcionando, como funcionaria numa campanha eleitoral, onde há disputa, há debate. Agora é governo, é tempo de cumprir o que prometeu e viver sob o ataque de quem espera mudanças e cumprimento do prometido, onde o campo está minado naturalmente por descontentes de todos os tipos.

Então o presidente Bolsonaro que disse que não falaria coma imprensa nacional, excluiu da sua lista jornalistas que fazem perguntas, em menos de 100 dias, mudou. Já é o terceiro café que promove com jornalistas em Palácio. Sem eles, as reformas e o novo governo não terão visibilidade nacional do ponto de vista oficial. Ficará restrito às redes sociais, que não são plurais, mas guetos, super-segmentados, que não se falam e não se toleram entre eles.

O jornal impresso pode estar com os dias contados, mas o jornalismo não. E há político no poder de plantão confundindo coisas diferentes. Assim como o cinema não acabou quando o filme de celuloide para produzi-lo foi substituído pelo sistema digital, o jornalismo está assumindo outro papel mais apurado na sociedade, porque ele é o retrato da própria história da sociedade onde está inserido.
Herculano
05/04/2019 13:58
PT SEM DÚVIDAS

De Augusto Nunes, de Veja, no twitter

Paulo Guedes foi à Câmara pronto p/ dissipar quaisquer dúvidas. O PT não tinha nenhuma. Tinha só uma certeza: apostar no quanto pior, melhor. Se o Brasil piorar, os devotos recitarão q o governo Lula foi uma viagem ao Paraíso. Foi apenas o paraíso dos ladrões de dinheiro do povo
Herculano
05/04/2019 13:56
TRISTEZA

de Xico Graziano, no twitter

Entristeci-me revendo a postura ridícula do PT e PSOL ontem na CCJ. Lembrei-me da chegada do Plano Real, tiveram a mesma atitude. São falsos, maquiavélicos, bossais. Dane-se o país, pensam apenas neles, em manter seus votos entre os incautos. E conseguem. Daí minha tristeza.
Herculano
05/04/2019 13:54
PAULO GUEDES VOLTA A DESMASCARAR O SISTEMA S

Conteúdo de O Antagonista. Em discurso no evento do Lide, em Campos do Jordão, o ministro Paulo Guedes voltou a desmascarar o Sistema S.

"Nada contra a educação do Sistema S, é um espetáculo, técnico. Mas se você recolhe 100 e gasta 20 com educação, com 80 financiando campanha política, tentando aprovar legislação favorável, comprando prédio no Rio de Janeiro para diretor do Sistema S, para ter R$ 20 bilhões de caixa, salários altos..."

Ele acrescentou que "encargo trabalhista é desumano, são armas de destruição em massa de emprego".

"Primeiro o sistema destruiu empregos porque o recolhimento é feito sobre a folha de pagamento. E agora vai treinar o filho de trabalhador que você desempregou? Uma função social interessante, mas questionável."

O ministrou sugeriu que se saiba quanto custam os programas de formação técnica, para colocá-los no Orçamento
Herculano
05/04/2019 13:52
PARA QUEM DISSE QUE A IMPRENSA NÃO VALIA NADA...

A lista dos jornalistas recebidos pelo presidente Jair Messias Bolsonaro, PSL, em Café da Manhã, no Palácio

Eis os jornalistas que Jair Bolsonaro recebeu hoje, para um café:

?" Sérgio D'Ávila ?" Folha de S Paulo
?" João Fábio Caminoto ?" Estado de S Paulo
?" Alan Gripp ?" O Globo
?" Paulo Celso ?" O Globo
?" Vera Brandimarte ?" Valor Econômico
?" Aruana Brianezi ?" A Crítica
?" Linda Bezerra ?" Correio da Bahia
?" Carlos Marcelo Carvalho ?" Estado de Minas
?" Leusa Santos ?" Folha de Pernambuco
?" Leonardo Mendes Júnior ?" Gazeta do Povo
?" Gerson Camarotti ?" Globo News
?" Natuza Nery ?" Globo News
?" Luciana Gimenez ?" Rede TV
?" Edu Ribeiro ?" Record
?" Carlos Etchichury ?" Zero Hora
Herculano
05/04/2019 12:26
A JORNALISTA ELIANE CANTANHEDE, NA GLOBO NEWS, BASEADO EM SUAS FONTES DISSE O MINISTRO VELEZ SERIA DEMITIDO. O PALÁCIO NEGOU E AFIRMOU SE TRATAR DE UMA FAKE NEWS DA EXTREMA IMPRENSA

A JORNALISTA PARA PRESERVAR A FONTE, ENGOLIU A SECO E SOFREU OS ATAQUES FURIOSOS DOS MILITANTES BOLSONARISTAS DIGITAIS. PARECE ALGO QUE JÁ ACONTECEU POR AQUI ONDE SECRETÁRIO QUE JÁ DEVERIA ESTAR FORA DO GOVERNO AGONIZA NO CARGO Só PARA NÃO DAR A ADMINISTRAÇÃO NÃO BRAÇO A TORCER PARA A IMPRENSA

O QUE ACONTECEU HOJE? O PRóPRIO PRESIDENTE BOLSONARO ADMITIU AOS JORNALISTAS QUE CONVIDOU PARA O PALÁCIO DO PLANALTO, QUE VELEZ NÃO DÁ MAIS.

BOLSONARO INDICA QUE VELEZ PODE SAIR DO MEC NA SEGUNDA; MINISTRO REAGE

Conteúdo da revista IstoÉ. Em café da manhã com jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 5, que deve tomar uma decisão sobre o Ministério da Educação (MEC), Ricardo Vélez, na segunda-feira, 8.

"Na segunda, vamos resolver a situação do MEC", disse. "Está bem claro que não está dando certo, falta gestão. Vamos tirar a aliança da mão esquerda e pôr na direita", afirmou o presidente.

As declarações indicam que o ministro Ricardo Vélez Rodríguez pode ser demitido. O ministro enfrenta sucessivas crises desde o início do governo e viu um aumento do desgaste nas últimas semanas com disputas internas, mais de 15 exonerações, medidas polêmicas e recuos.

Há uma semana, Bolsonaro já dava sinais de que poderia tirar Vélez ao nomear para secretário-executivo do MEC, o segundo cargo mais importante da pasta, o tenente brigadeiro Ricardo Machado Vieira, que foi do Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa e chefe do Estado-Maior da Aeronáutica.

A declaração de Bolsonaro foi divulgada assim que Vélez começava uma palestra no 18º Fórum do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Campos do Jordão. Ele negou que vá entregar o cargo: "Insustentável por quê? A única coisa insustentável é a morte".

Após o painel, deixou o auditório do evento para ir ao banheiro e foi abordado por jornalistas. Inicialmente, se recusou a falar e, minutos depois, negou que irá entregar o cargo.

Em sua apresentação, o ministro pediu apoio de empresários e os convocou para "dialogar" com ele e sua equipe no órgão. Ele participava de mesa com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).

Na sua fala introdutória, Vélez culpou gestões anteriores pela situação da Educação no Brasil e disse que "há muito sendo construindo no âmbito burocrático e administrativo atualmente". Ele disse que a pasta "cresceu demais". Perguntado sobre o que seria a "solução" para o ministério, Vélez respondeu: "Racionalidade."

Questionado sobre se o cargo de ministro da Educação é o mais difícil, Vélez argumentou: "Sim e não. Não, porque é o ministério que lida com as pessoas e isso é a coisa mais importante do mundo. Sim, porque o ministério cresceu demais oferecendo serviços, o que não é negativo, mas que coloca uma tremenda exigência de racionalização administrativa".

Ao falar sobre o ensino básico, Vélez disse que "algo já deveria ter deveria ter sido feito e o quadro é resultado de anos de descaso"
Herculano
05/04/2019 07:49
INIMIGOS ÍNTIMOS, Rui Castro, no jornal Folha de S. Paulo

Cada lado acha que só a sua, digamos, proposta para o Brasil está certa

No Brasil do passado, havia o partido da situação e o partido da oposição, e seus adeptos eram chamados de simpatizantes. Veja bem, simpatizantes - e não antipatizantes, embora, às vezes, alguns demonstrassem mais aversão ao partido adversário do que afinidade com o seu próprio. Mas, tendo crescido entre partidários do PSD (o partido do governo, das raposas mineiras e dos proprietários rurais) e da UDN (o da oposição, dos "homens de bem" e da classe média urbana), posso garantir que eles viviam em razoável harmonia. Seus líderes se xingavam nos comícios, mas a briga raramente descia do palanque.

De uns tempos para cá, não há mais adversários. Há inimigos, e um quer exterminar o outro. Cada lado se arroga a falar em nome do Brasil, como se só a sua, digamos, proposta estivesse certa. Nesse sentido, os dois lados estão cada vez mais parecidos.

Um deles, o atualmente no poder, tem conseguido juntar todos os seus críticos num vasto aglomerado de esquerdistas-comunistas-marxistas, incluindo políticos, ministros de STF, ecologistas, professores, vários jornalistas, a Folha e a TV Globo. Não muito diferente do que esteve por longo tempo no poder, para quem seus críticos compunham um, idem, aglomerado de coxinhas-golpistas-fascistas, incluindo políticos, empresários, a Lava Jato, o Ministério Público, a Polícia Federal, praticamente os mesmos jornalistas, a Folha e a TV Globo.

Uma amiga minha, de esquerda, acredita que a facada em Bolsonaro foi mesmo armação, com a participação do povo de Juiz de Fora, dos cirurgiões do Albert Einstein e do exército israelense. Outra, de direita, acredita até hoje na lenda do kit gay e da mamadeira de piroca e está convicta de que não houve ditadura militar.

As duas não se conhecem. Estou pensando em apresentá-las. Se não se matarem, arriscam-se a se tornarem amigas de infância ?"que é a idade mental política de ambas.
Herculano
05/04/2019 07:46
da série: a Justiça caolha permite o sacrifício de animais para cultos religiosos, mas proíbe expô-lo a experimentos, muitos deles sem dor alguma ou morte, para salvar vidas, não só dos ministros do STF, mas dos mais pobres

O SUPREMO E O SACRIFÍCIO DE ANIMAIS, por Fernando Gabeira, no jornal O Estado do S. Paulo.

O antropocentrismo vai, aos poucos, enfraquecendo, apesar do mundo institucional

O Supremo Tribunal decidiu que o sacrifício de animais em cultos religiosos afro-brasileiros é constitucional. Foi por unanimidade. E isso me decepcionou um pouco. Esperava uma corrente mais crítica ao antropocentrismo e sensível à dor dos animais.

Esses ventos ainda não sopram na Justiça brasileira. Mas já chegaram aqui da Argentina. Foi o caso de um habeas corpus concedido à chimpanzé Cecília, que visitei no Santuário dos Grandes Primatas, em Sorocaba. Cecília vivia triste e maltratada num zoo, mas ao chegar ao Brasil recuperou a alegria e até acasalou. Fiz um documentário sobre sua sorte.

Na mesma época entrevistei o escritor Peter Singer, autor do livro Libertação Animal, lançado em 1975, um texto inspirador do movimento moderno de defesa dos bichos. Singer estava exultante com a libertação de Cecília. Ele via ali os primeiros lampejos da aceitação de sua tese sobre os direitos dos animais.

Na vida cotidiana sabemos que essa é uma bandeira de minorias. E como tal precisa ser tratada com habilidade para atravessar a bandeira de ironia que se ergue diante dela.

Foi assim, por exemplo, que vi em Santa Catarina o movimento que criticava a Farra do Boi. É uma festa popular, tradicional na costa catarinense, onde para, os pescadores, o boi aparece como um invasor. A ideia na época não era acabar com a Farra do Boi, mas, na medida do possível, ajudar a transitá-la do boi real para um boi figurado, como, por exemplo, no Bumba meu Boi.

Creio que haveria uma possibilidade de argumentar com adeptos dos rituais de origem africana. Será que o sacrifício de animais é essencial para sua existência? Assim, como um leigo, posso afirmar que um dos mais belos rituais religiosos, envolvendo milhões de pessoas, são as oferendas a Iemanjá. Flores, quase todas flores. Na Baixada Fluminense documentei inúmeros trabalhos religiosos, nem todos usavam animais e, quando usavam, eram apenas uma parte das oferendas.

Creio que na própria religião afro-brasileira estão contidos os elementos que poderiam facilitar uma transição do corpo animal para o símbolo. Uma transição que a cultura popular brasileira, com suas representações do boi, já realizou.

Falei com um jovem político sobre o tema. Ele me respondeu: "Se me preocupar com isso, vou denunciar o peru de Natal". Mas o peru de Natal é diferente. Ele é comido. Sempre afirmei que a proteína animal ainda é a maneira de alimentar tantas bocas no mundo. Mais ainda, para desalento dos vegetarianos, considero que o crescimento da humanidade, que nos levará aos 9 bilhões de pessoas em 2050, dificilmente dispensará a proteína animal. Mas o fato de comermos peru no Natal e sabermos que milhares morrem diariamente não justifica arrancar o pescoço de uma ave numa celebração mística.

A votação do Supremo lembrou-me de uma coisa: adianta apenas proibir? A experiência com a Farra do Boi, levei muitas pancadas por causa disso, é diálogo e compreensão. Mais que uma decisão da Corte, o ideal é uma transição em que o debate cultural realize o trabalho de suprimir maus-tratos aos animais.

Essa discussão no Supremo foi apenas um momento. Animais morrem inutilmente em grande escala no Brasil. E a causa, de certa forma, é o progresso material. Tenho documentando a mortandade dos jegues no Nordeste. Estão sendo substituídos pelas motocicletas. Morrem atropelados, abandonados pelos donos na margem das estradas.

Em alguns lugares, como em Apodi (RN), os jumentos foram recolhidos. Um promotor propôs que as pessoas passassem a comer carne de jegue. Ofereceu um churrasco. Sua proposta não vingou. Alguns empresários ainda esperam vender carne de jegue para a China.

Na verdade, uma extinção gradual vai tirando os jegues do cenário nordestino. Isso valeria uma política pública. Assim como o sacrifício de animais em cultos religiosos merecia um debate mais amplo.

Felizmente, nada vai deter o trabalho que se faz no Brasil. O próprio Santuário de Primatas em Sorocaba é um exemplo internacional. Em Três Rios há uma pousada que recebe bichos resgatados. A dona adotou uma jaguatirica que cruzou com uma gata e deu um belo gato mestiço. Na Serra da Mantiqueira, os chiqueiros estão cheios de filhos de javalis que cruzam com as porcas de madrugada. O que fazer com os javalis devastadores?

É todo um mundo girando. Levá-lo em conta ainda é muito difícil numa cultura em que o ser humana é o centro de tudo. Mas, apesar de decisões como a do Supremo, é possível dizer que está melhorando. Além disso, as crianças vêm aí e não são as mesmas do passado.

São Paulo já tem um hospital gratuito para animais. Em dezenas de lojas e restaurantes é possível ver tigelas de água para os animais de rua. Quando implodiram o presídio da Ilha Grande muitos cachorros fugiram para o mato. Hoje a ilha é cheia deles. Alguns estrangeiros às vezes retardam sua passagem pelo País apenas para adotar um cachorro da ilha.

O antropocentrismo aos poucos vai enfraquecendo, apesar do mundo institucional. Lembro-me das difíceis discussões no Congresso sobre experiências científicas com animais. Algumas envolvem a salvação de vidas humanas. No entanto, foi possível um nível de acordo. Acredito que hoje já exista uma tendência à simulação, fórmulas de cada vez eficazes para poupar os animais.

É uma escolha que transcende a polaridade esquerda-direita: um tipo de civilização está em jogo. Isso escapa ao próprio governo, preocupado, corretamente com a morte de 60 mil brasileiros por ano, mas totalmente perdido nas suas dúvidas sobre aquecimento global, nas suas estúpidas certezas como dizer que o nazismo foi um movimento de esquerda. Invadiu a União Soviética por engano? Milhões de mortes foram resultado de fogo amigo?

Animais racionais têm cada ideia.
Herculano
05/04/2019 07:41
O ENVELHECIDO DISCURSO DO PT CONTRA A REFORMA, editorial do jornal O Globo

O tempo passou, e o chavão da 'defesa do pobre' foi desmascarado; daí os ataques pessoais ao ministro

As mais de seis horas da sabatina do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, sobre a reforma da Previdência, serviram para mostrar a falta que faz uma base parlamentar efetiva do governo para defender no Legislativo suas causas. Por isso, Paulo Guedes ficou exposto a um pelotão de fuzilamento de oposicionistas, PT e PSOL à frente, sem uma defesa à altura.

Mais importante que isso, porém, foi a demonstração dada por parlamentares da oposição de que seu discurso envelheceu. Continuam usando os mesmo chavões nos ataques ao que chamam de um projeto "contra o povo", um repeteco do discurso do período do governo de FH (1994-2002), em que lulopetistas se opuseram também a mudanças necessárias na Previdência.

Depois, PT e aliados estiveram no Planalto por 13 anos, quando foram forçados a realizar algumas adaptações na Previdência, no caso, do funcionalismo público.

Também se envolveram em pesadas falcatruas, junto a grandes empresas e bancos, que antes demonizavam. Empresários foram beneficiados com farto dinheiro público no BNDES subsidiado pelo contribuinte, e bancos jamais reclamaram das altas rentabilidades amealhadas no ciclo lulopetista de governos.

É com espanto que se ouve agora, no primeiro embate em torno do projeto da reforma da Previdência, petistas e aparentados repetindo a discurseira de antes de 2003, de que a reforma é feita para os "banqueiros" e patrões em geral. É o que se chama de memória seletiva: nada aprendem, lembram-se apenas do que convém.

Parece que não existe a Lava-Jato, em cujos processos está relatado, com detalhes, como a cúpula do PT e de partidos aliados articulou, ao lado de grandes empresas de engenharia, um assalto bilionário à Petrobras e a outras empresas públicas. O ex-presidente Lula não está preso por acaso.

O tempo passou, a crise da Previdência tornou-se mais grave, e o debate que transcorre há anos sobre o tema produziu, e continua a produzir, enorme quantidade de dados sobre a condenação à quebra financeira do sistema de seguridade. Lastreado no regime de repartição (a contribuição dos mais jovens ao INSS é que paga os benefícios aos mais velhos), o sistema tende de forma inexorável à falência, impulsionado pelo fenômeno demográfico do envelhecimento da população.

É impossível a oposição reunir argumentos substantivos contra a reforma. Resta, então, o discurso de chavões político-ideológicos. Sempre foi assim. Inaceitáveis são os termos com que o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) - filho do ex-ministro José Dirceu, mensaleiro condenado e preso por corrupção - se dirigiu ao ministro Paulo Guedes. Ferem o decoro nos debates no Legislativo, mas servem para comprovar a impossibilidade de a oposição ser convincente nos ataques à reforma.

Ficou sem resposta a afirmação de Guedes de que, enquanto se gastam R$ 700 bilhões em aposentadorias, destinam-se apenas R$ 70 bilhões para a educação. Descuida-se das novas gerações. Há muitos dados,também, para mostrar que o pobre já se aposenta ao 65 anos, a fim de receber um salário mínimo. Enquanto castas do funcionalismo ?" como as do Legislativo - ganham R$ 28 mil mensais, como disse o ministro. Este é o debate a ser travado com sindicatos de servidores que se tornaram braços petistas, por meio da CUT. As reações à reforma indicam quem está defendendo privilégios.
Herculano
05/04/2019 07:37
BOLSONARO, UMA OBRA MALPARADA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Construção civil volta a cair, e governo corta investimento, também um risco político

O investimento do governo em obras deve voltar a cair neste 2019, a não ser que aconteça um milagre a partir de meados do ano. Isto é, que a arrecadação federal passe a crescer muito, o que depende de uma reação improvável de forte da economia.

Além de ser mais um preguinho no caixão da recuperação econômica, menos obras são também um problema político adicional.

O governo acaba de anunciar um corte em tese provisório no Orçamento ("contingenciamento"). O talho maior é em investimento, em obras, o que frustra ou irrita parlamentares, governadores, prefeitos, empresários e, claro, o povo.

O governo está se enrolando até com pagamentos mínimos do Minha Casa, Minha Vida. Os empresários estrilam.

Trocando em miúdos, corte em investimento tem significado menos obras de habitação popular, estradas e educação. Menos obras podem levar a construção civil de volta à recessão.

O investimento no setor pelo menos deixara de cair entre setembro e novembro do ano passado, em termos anuais, fechando 2018 com uma ligeira baixa. Agora, despenca 2,9% (no acumulado de 12 meses até fevereiro, soube-se nesta quinta-feira, 4, pelo Ipea) e 1%, no ano.

No auge recente dos investimentos, em meados de 2012, o governo federal destinava para obras já parcos 7,8% de seu gasto total, o equivalente a R$ 91,8 bilhões por ano (em termos reais. Não se está levando em conta aqui o pico de gastos de 2014, uma demência insustentável).

Agora, o governo gasta míseros R$ 53,7 bilhões ao ano, menos de 4% do total da despesa federal.

Desse talho de R$ 38 bilhões, a maior parte saiu do Minha Casa, Minha Vida (R$ 16 bilhões). No segundo lugar do pódio da degola, vêm as despesas de investimento do Ministério da Educação, menos R$ 8,2 bilhões.

Do que dá para depreender da barafunda das rubricas de despesas, o grosso saiu de obras de infraestrutura de escolas para crianças e jovens, de expansão de universidades e até de de material de transporte escolar (nesse caso, o gasto necessário pode ter sido todo realizado).

A seguir, o ministério que mais perdeu dinheiro foi o dos Transportes (R$ 5,1 bilhões). Basicamente, foram suspensas obras de construção, conserto e ampliação de estradas e grandes vias expressas metropolitanas.

Curiosamente, aumentou um tico o investimento do Ministério da Saúde. Sintomaticamente, o Orçamento de investimento do Ministério da Defesa, atualmente o maior, permaneceu com seus valores quase intocados. É gasto em equipamento de guerra, em controle aéreo e de fronteiras e em estatal militar.

A situação poderia ser remediada com investimento privado, por meio de concessões de infraestrutura.

Uma ou outra coisa até sai do papel, mas ainda em ritmo e volume insignificantes. Desde 2016 o governo de Michel Temer prometia um pacotão de obras privadas. Não rolou. Não há, por ora, sinal de que a coisa vá deslanchar sob Jair Bolsonaro, pelo menos neste primeiro ano.

Sem investimento em obras pública, feitas pelo governo ou por empresas privadas, a recuperação econômica, se ainda houver uma, continuará esta lerdeza revoltante.

Sabemos que do governo não haverá dinheiro direito em obras. Não há outro impulso relevante e imediato à mão, como taxas de juros, aumento de salário, mais emprego ou, menos ainda, comércio exterior.

Outros investimentos privados dependem da redução da incerteza política e econômica, de reforma da Previdência, mas não apenas.

Difícil.
Herculano
05/04/2019 07:35
CORRUPÇÃO MATA. CORRUPÇÃO DEPRIME A ECONOMIA- Carlos Alberto Sardemberg, encerrando o comentário nesta manhã no jornal da CBN
Herculano
05/04/2019 07:30
BOLSONARO PERDE MAIS 4 PONTOS

Conteúdo de O Antagonista. Jair Bolsonaro, segundo a pesquisa da XP, está caindo mais lentamente.

Ele é considerado bom ou ótimo por 35% do eleitorado (eram 37% no mês passado) e ruim ou péssimo por 26% (eram 24%).
Herculano
05/04/2019 07:19
PRESIDENCIALISMO DE CONFRONTAÇÃO? por Rogério Furquim Werneck, no jornal O Globo

Paulo Guedes a cargo da articulação política é solução equivocada

Mal sabendo da crise que estava prestes a eclodir em Brasília, dei a meu último artigo, publicado há duas semanas, o título "Presidencialismo de improvisação". Tivesse o artigo sido escrito na semana passada, em meio à ruidosa e desajuizada escalada de hostilidades entre o Planalto e o Congresso, o título talvez pudesse ter sido "Presidencialismo de confrontação".

É bem possível que a forma desastrada com que o governo deu início às negociações com o Congresso já tenha condenado a reforma previdenciária a ser bem mais acanhada do que poderia ter sido. O certo é que o clima excepcionalmente favorável, de harmonia e colaboração, que se estabelecera entre o governo e os presidentes da Câmara e do Senado, foi perdido. E não será fácil restaurá-lo.

O estremecimento nas relações do Planalto com o Congresso deu novo alento às resistências à reforma. Os que a ela se opõem mostram-se agora bem mais aguerridos. E até dispostos a tentar barrar partes importantes da proposta do governo já na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), antes mesmo da sua tramitação na Comissão Especial e no plenário da Câmara.

Por sorte, a crise da última semana de março parece ter sido contornada, pelo menos por ora, com a celebração de um armistício pautado por gestos de reconciliação de lado a lado. E, nos segmentos mais lúcidos e ponderados do governo, ganhou força a percepção de que, além da incontrolável propensão ao destempero de Jair Bolsonaro, há algo de profundamente errado na forma com que o Executivo vem conduzindo sua relação com o Congresso.

Em audiência no Senado, na semana passada, o ministro da Economia reconheceu que estava havendo uma "falha dramática" do lado do governo. E, no próprio Planalto, os ministros militares começam a reconhecer que a articulação do Palácio com o Congresso não está funcionando e que a Casa Civil não está cumprindo seu papel. O ministro Santos Cruz, que responde pela Secretaria do Governo, não poderia ter sido mais franco: "O Onyx, como gaúcho da fronteira, não tem perfil conciliador" ("Valor", 29/3).

Reconhecer com todas as letras que a articulação do Planalto com o Congresso não está funcionando foi um grande avanço. O problema é que, em face desse diagnóstico essencialmente correto, o governo está contemplando uma solução improvisada e altamente problemática para corrigir a deficiência: deixar a articulação com o Congresso a cargo do ministro Paulo Guedes.

Sobram razões para desaconselhar essa suposta "solução". É bom lembrar que o ministro da Economia tem hoje sob sua alçada vasto leque de atribuições que, até dezembro, justificavam a existência de nada menos que quatro ministérios de porte: Fazenda, Planejamento, Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Trabalho.

Conciliar tais atribuições com a concepção e a tramitação de uma proposta tão complexa como a da reforma da Previdência já tem sido um desafio mais do que extenuante. Especialmente agora, quando perspectivas menos promissoras para a economia brasileira nos próximos meses passaram a exigir do ministro dedicação ainda mais intensa à condução da política econômica.

É completamente despropositado esperar que, além de dar conta de tudo isso, o ministro possa se desincumbir a contento das intrincadas articulações políticas requeridas para, ao longo de muitos meses, levar adiante a aprovação da reforma previdenciária, num Congresso fragmentado em pelo menos duas dezenas de partidos em que os líderes têm pouca ou nenhuma ascendência sobre suas bancadas.

Não bastassem todas essas dificuldades, há ainda que ter em conta argumentos adicionais, de ordem política, que apontam para a imprudência de se deixar o ministro da Economia exposto na linha de frente das negociações com o Congresso.

Tendo feito o diagnóstico correto, o governo precisa entender que sua articulação com o Congresso não pode ser entregue ao ministro da Economia. Trata-se de função indelegável da Presidência da República que, até o momento, verdade seja dita, não conta com quem possa desempenhá-la com sucesso.
Herculano
05/04/2019 07:16
MINISTROS TEMEM QUE STF FIQUE ACUADO EM JULGAMENTO DE 2ª INSTÂNCIA, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Ao adiar debate, ala do tribunal tenta poupar fôlego para enfrentar pressões

Contrariado com o novo adiamento da discussão sobre a prisão de condenados em segunda instância, Marco Aurélio sacou uma velha máxima dos togados. "Estou habilitado a relatar e votar desde 2017. Processo, para mim, não tem capa, tem conteúdo", disse o ministro.

O caso, que se tornou o centro de um cabo de guerra no tribunal, de fato não tem sujeito definido. Desde o ano passado, porém, o processo carrega na primeira página uma grande fotografia do ex-presidente Lula.

A ação estava pautada para quarta (10), mas Dias Toffoli decidiu esperar. O presidente do STF entendeu que não era hora de expor a corte ao desgaste de julgar um processo que poderia tirar o petista da cadeia.

O debate sobre o cumprimento de penas se tornou o principal fator de divisão no tribunal. Ministros que querem mudar a interpretação atual temem que a hesitação em enfrentar o assunto indique um enfraquecimento de suas posições.

Depois de meses de bloqueio durante o período de Cármen Lúcia, Toffoli assumiu a corte disposto a enfrentar o assunto de vez. Parecia haver maioria para consolidar a tese de que as prisões se dariam após condenação em terceira instância.

Ao marcar o julgamento para abril, Toffoli acreditava que a prisão de Lula seria confirmada até aqui pelo Superior Tribunal de Justiça, o que faria com que o petista não fosse afetado pela ação do Supremo. Numa sucessão de manobras mal explicadas, porém, o STJ adiou essa decisão.

Lula seria um peso grande demais para a corte carregar num momento em que sua reputação se esfarela em ritmo acelerado. O STF, afinal, ainda tenta se recuperar de ataques sofridos depois que contrariou a Lava Jato e determinou a remessa de processos para a Justiça Eleitoral.

Alguns integrantes consideram a vacilação um mau sinal. Creem que o tribunal corre risco de ficar acuado diante da pressão popular e política. Para a ala que se denomina garantista, evitar um embate com o retrato de Lula como pano de fundo foi a única maneira de preservar fôlego.
Herculano
05/04/2019 07:04
PROJETO DE LEI ACABA CARRO OFICIAL EM TODO O PAÍS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Apenas cinco dos 81 senadores dispensam carrão oficial com motorista e placa preta, e um deles, Antônio Reguffe (sem partido-DF), é o autor de um projeto no Senado que extingue a mordomia de uma vez, em todo o território nacional. Avesso a privilégios, Reguffe tem 9 assessores, enquanto outros somam até cem, e há anos "pilota" em Brasília o seu Mobi, o carro popular da Fiat. O Senado informou que, além de Reguffe, outros quatro senadores recusam carros oficiais.

OS SEM-MORDOMIA
Os senadores Alessandro Vieira (PPS-SE), Confúcio Moura (MDB-RO), Eduardo Girão (Pros-CE) e Kajuru (PRP-GO) usam carros próprios.

ÚNICA EXCEÇÃO
O projeto de lei 547, de Reguffe, proíbe carros oficiais de autoridades públicas, exceto o presidente da República, como Chefe de Estado.

FALTA RELATOR
O projeto de Reguffe foi aprovado na CCJ, mas aguarda há 50 dias que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, defina seu relator.

VERGONHA DA REGALIA
Os presidentes da Câmara e do Senado parecem ter vergonha do carro oficial. Eles usam carros placas de carro "particular", na verdade "fria".

JUSTIÇA FEDERAL AUTORIZA VENDA DIRETA DE ETANOL
A Justiça Federal decidiu que os fabricantes de etanol podem vender seu produto diretamente aos postos. A medida deve provocar redução de preço. A decisão é do juiz Eduardo Rocha Penteado, da 14ª Vara Federal de Brasília, em ação movida pelo Sonar, sindicato dos produtores de três estados (RN, CE, PI). Produtores são obrigados desde 2009 a entregar o etanol a distribuidoras que nada produzem, exceto notas fiscais. Atravessadoras, apenas aumentam o preço final.

MAIS UM CARTóRIO
A Justiça Federal considerou ilegal artigos da Resolução 43, da ANP, que dão aos atravessadores a exclusividade na venda de combustível.

RESOLUÇÃO DO LOBBY
A Resolução ilegal da ANP é de 2009, durante o governo Dilma, após intenso lobby dos distribuidores que tinham negócios com o PT.

CRIME DE USURA
Distribuidores chegam a pagar R$1,55 pelo litro do etanol e o vendem no mínimo pelo dobro aos postos, e o consumidor final paga a conta.

GOLPE DO 'EXÍLIO'
O fujão Jean Wilis (Psol), que abandonou o mandato de deputado para fazer pose de "exilado" na Alemanha, foi a Bruxelas (Bélgica) falar mal do Brasil, assim como o fez em Genebra. Que vergonha.

MENINOS, EU FUI LÁ
O presidente do MDB, Romero Jucá, parecia ter acabado de retornar de viagem ao céu: após a reunião com o presidente Jair Bolsonaro, não parou de ligar para os caciques do partido contando a conversa.

QUEM OS REPRESENTA
No encontro com Bolsonaro, o paulista Geraldo Alckmin fez a maior pose de líder máximo do PSDB, partido que preside, mas na Câmara tucanos diziam que se sentiriam melhor representados por João Doria.

XODó BOLSONARISTA
O ministro Paulo Guedes (Economia) virou xodó dos eleitores do presidente nas redes sociais, em razão do desempenho na CJJ. Ele cumpriu o papel de reaglutinar e motivar a militância bolsonarista.

MANDOU BEM
A Polícia Militar de São Paulo merece todas as homenagens por haver impedido o assalto a dois bancos em Guararema, sem qualquer PM ferido. O mundo ficou um pouco melhor com 11 bandidos a menos.

DIA DE INSANIDADE
Gleisi Hoffmann (PT-PR) não está bem do juízo. Ontem ela disse que Lula é "vítima do Departamento de Justiça dos EUA" e que a quadrilha americana usou ação contra a Petrobras (class action lawsuit) para "lavar dinheiro". Até acusou a Lava Jato de "corrupção". Hahahaha

SONHAR PODE
Presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto acha que é possível o Palácio do Planalto promover articulação política sem recorrer ao "toma lá, dá cá" de outros tempos. E isolar os gulosos.

LEMBRA O MENSALÃO
Apesar da expectava contrária, Paulo Guedes (Economia) enfrentou debate duro na CCJ da Câmara. Não foi profundo, mas político. Uma memória das atitudes destemperadas no escândalo do mensalão.

PERGUNTA NO CONGRESSO
Se presidentes e líderes não mandam em seus partidos, quem manda?
Herculano
05/04/2019 06:54
NÃO VAI TER GOLPE, VAI TER LUTA!por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Etimologia não distingue 'rememorar' de 'comemorar'; só as separa mesmo a hipocrisia

E não é que voltamos a falar em "golpe" como quem diz "hoje é sexta-feira?" E, desta feita, não se trata apenas de uma leitura política interessada da realidade, vertida em palavra de ordem, como as esquerdas fizeram por ocasião do impeachment de Dilma: "Não vai ter golpe/ vai ter luta". Não! Agora, conversa-se abertamente sobre a hipótese ela mesma, com coturno, uniforme, tanques, palavras de inspirado patriotismo sobre a verdadeira índole do povo brasileiro... É um despropósito!

Os que viveram 1964 sabem que havia, entre os que se ocupavam da questão política, uma dúvida: "O golpe será dado pelos militares contra João Goulart, ou ele conseguirá se acertar com parte considerável das Forças Armadas e desfechar um autogolpe?" Quando se mergulha nos bastidores que condicionavam os papéis dos atores relevantes da quartelada, vê-se que a dúvida era tola.

O governo que foi derrubado, "que deliberadamente se dispunha a bolchevizar o país", a que se refere o preâmbulo indecoroso do Ato Institucional nº 1, não dispunha de bala para dar um tiro. Conspiração de desarmados, por mais errados que sejam (e eram!), contra tanques é o que é: golpe dos tanques contra os desarmados. Não há mistério nisso. A propósito: a ditadura começou no dia 9 de abril, justamente com o AI-1, que determinou a forma da eleição indireta. É apenas mentira que se estava cumprindo a Constituição de 1946, como consta da Ordem do Dia que "rememora" o golpe. A propósito: a etimologia não distingue a palavra "rememorar" da palavra "comemorar". No contexto em espécie, só as separa mesmo a hipocrisia, o tal tributo que o vício presta à virtude.

Fique avisado o leitor que anda descolado da realidade de Brasília e dela só tem notícia quando ecos de um funk já antigo trata de "tigrões" e "tchutchucas": nos "becos e nos breus das tocas" da capital federal de Banânia, que são os corredores dos palácios, já se fazem apostas: será Bolsonaro só o boneco de mamulengo do Partido Militar, que resolveu se reestruturar, ou ele próprio, insuflado por meia dúzia de reacionários delirantes, está a mandar recados para os "cabos" da hora, tentando colá-los a seu "capitão"?

A julgar pelo tratamento dispensado pelo autoproclamado filósofo e professor Olavo de Carvalho aos generais do governo - e, por extensão, aos da ativa - e pela reverência de Bolsonaro e filhos ao Bruxo da Virgínia, dada a hipótese de golpe, parece que o próprio presidente da República se mostraria disposto a "ir aos bivaques para bulir com os granadeiros".

Repararam o quadro de insanidade? Vejam o abismo em que nos metemos e para o qual nos empurrou a Lava Jato, que nunca viu distinção entre caçar corruptos e cassar direitos fundamentais, fazendo do ódio à política o combustível a inflamar consciências.

Ora, quem destrói, ainda que possa alegar bons propósitos, o arcabouço legal que nos deu a democracia, não a ditadura, está fazendo a aposta na ditadura sob o pretexto, então, de nos revelar a verdadeira democracia - mais ou menos como Vélez Rodríguez, essa figura patética, quer ver "a verdadeira história" contada nos livros didáticos. A propósito: considero obrigatória a entrevista concedida a esta Folha, nesta quinta (4), pelo advogado Marcelo Nobre.

Uma atmosfera tóxica ameaça a vida democrática quando o STF recebe, em sessão solene, o apoio de entidades que representam a sociedade civil. E notem que não estou aqui a contestar a necessidade do ato ou a menosprezar a sua importância. Dois dias antes, Luís Roberto Barroso, membro do tribunal, havia participado de um seminário em que anteviu a perda de legitimidade da corte caso esta não vote de acordo com o alarido de parte das ruas. No caso, ele deixou claro que só uma escolha é cabível ao Supremo: arbitrar contra, na votação da ADC sobre o artigo 283 do Código de Processo Penal, o que dispõe o inciso 57 do artigo 5º da Constituição, segundo o qual "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". Trata-se de cláusula pétrea. Dane-se!

Conversas sobre golpes só prosperam quando aqueles que deveriam proteger as instituições, e vale também para a imprensa, se dispõem a pegar pedras para depredá-las. Aí qualquer figurante de quinta categoria, alçado a ator principal, se sente estimulado a ir aos bivaques para bulir com granadeiros. Em contexto novo, é preciso, sim, que nos demos conta de que "o preço da liberdade é a eterna vigilância".

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