13/06/2019
O prefeito eleito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall e o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, ambos do MDB, nunca souberam o que é e nem deram valor à comunicação profissional e especialista, ainda mais para o nervoso e sorrateiro ambiente político, sempre sob pressão de vários interesses. Preferiram os mansos, os parentes e os partidários. Consequência? Já estão pagando caro a conta dessa aventura amadora e autoritária para algo essencialíssimo ao poder. Escrevo onde tenho o mínimo conhecimento, experiência e atualização. Para encurtar, quatro exemplos do desastre. O primeiro deles: estão trocando à titularidade e a estrutura da área pela quarta vez em menos de dois anos e meio de governo. Uau! E estão arrumando culpados além de Roberto Pereira. No decorrer desse tempo, expurgaram profissionais só porque não eram daqui. Eles se negavam à submissão partidária, a curiosos e interesses dos plantonistas do poder. Preferiam à transparência, diálogo e equidade. O poder ordenou o enfrentamento e à vingança. Calculou-se que a “mágica” e “barata” internet resolveria tudo. Pois é: o prefeito Kleber teve que sair da toca e às pressas esta semana. Está distribuindo panfleto nas esquinas para provar que fez alguma coisa.
Se não havia um plano de comunicação para buscar resultados claros no tempo projetado, o segundo exemplo desse desastre se estabeleceu na falta de foco no conteúdo e na descoordenação das mídias utilizadas. Brincou-se de Facebook, Instagran, site institucional, aplicativos de mensagens, press releases, entrevistas mal arrumadas. Não se combateu frontalmente à controvérsia quando ela se estabeleceu, seja por falta de argumentos, arrogância ou vingança. Metidos a “modernos” não se criou uma linguagem digital de resultados. Não se testou e se mediu nada. Abobrinhas e fictícias comemorações para todos os lados. O prefeito virou repórter de si mesmo, sem pauta, sem sentido, sendo aplaudido por poucos e que estão obrigados a isso, exatamente por estarem pendurados nas tetas públicas. Do outro lado, Kleber e o governo ficaram expostos e sendo questionados por muitos, sejam nas falhas naturais de quem gerencia múltiplos interesses nos ambientes políticos e administrativos, sejam até do jogo de duvidosas intenções. Se faltou coordenação, faltou também por isso estrutura, suporte e gestão. Bom, o que aconteceu? Kleber está distribuindo uma “prestação de contas”, impressa como nos antigos tempos de Gutemberg. A papelada é também para “justificar” à montanha de dinheiro gasto nesta área e que não chega aos veículos daqui e some nas rubricas de produções, agenciamento e até site desconhecidos de fora daqui.
O terceiro exemplo está na percepção generalizada da população de que Kleber e governo estão falhando entre o que prometeu e entregou. As pesquisas internas assustam. As enquetes nas redes sociais, desnudam. Há quem prefira o “Zé Ninguém”. Não foi, como querem os donos do poder, os comunicadores que falharam; foi a comunicação. Os comunicadores fizeram exatamente o que o poder determinou. O resultado está aí. Agora, Kleber está prestando contas fora de época numa verdadeira campanha eleitoral. O aceitável seria, talvez, que isso acontecesse antes de outubro do ano passado quando levou uma sova das urnas; ou em agosto do ano que vem em diante para cabalar votos. Foram os çabios (é com ç mesmo) que criaram uma marca de “eficiência”, mas o governo de verdade respondeu com ineficiência (saúde, hospital, assistência social, falta de creches, obras...). Vencido pela marca que não pegou, criou um tal “Avança Gaspar”. Não avançou nada, a não ser nas dúvidas, desconfianças e lambanças. E na articulação política? Outubro passado foi o pior sinal de todos. Mas, nada se compara ao desastre de se meter no Legislativo, lançar e bancar candidatos a presidentes e ser derrotado.
O quarto exemplo está na comunicação institucional construída para a sobrevivência do ente político e que custa uma baba dos pesados impostos dos gasparenses. Ela foi e está sendo usada como arma para intimidar, constranger e calar quem não tem o rabo preso com o poder de plantão. O resultado está aí, a vista de todos. Nada como um dia após o outro. Nem nos exemplos do passado serviram para não se repetir no presente. Lavaram mais uma vez a alma do portal e jornal Cruzeiro do Vale, os líderes e acreditados. Quem ficou quieto e ganhou migalhas para o silêncio virou nosso fiel leitor. Nem as mídias sociais e que seriam o milagre que derrotariam o rádio, a tevê, portais e os jornais, foram capazes de enganar os cidadãos. E por que? Faltou coordenação, conteúdo, transparência e capacidade para mostrar resultados. À comunicação, orientada pelo poderosos e leigos, ficou num pedestal. Ela promoveu e assistiu ao desastre. Kleber e Roberto Pereira – estão em campanha para a reeleição, estranhamente, entretanto, vejam só, torcendo para que a emenda constitucional do deputado Rogério Peninha Mendonça, MDB, passe para não haver eleição no ano que vem. Se ela não vingar, todavia, ambos possuem apenas um ano para consertar o que destruíram como imagem do novo em quase dois anos e meio por centralismo e vingança. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
O caso foi denunciado na coluna feita especialmente para o portal Cruzeiro do Vale – o mais antigo, atualizado e acessado. E com cinco meses de atraso, prefeitura de Gaspar demitiu servidor comissionado que invadiu o seu sistema tributário, Djonathan João Gonçalves Custódio.
Este assunto grave e delicado, só andou depois que os vereadores Rui Carlos Deschamps, Dionísio Luiz Bertoldi e Mariluci Deschamps, todos do PT, foram atrás pedindo explicações por requerimento. A prefeitura não dá um pio sobre ele.
Outra. Também na coluna do portal, só o Cruzeiro do Vale mostrou que o Tribunal de Contas mandou parar na semana passada a licitação de R$28 milhões para materiais e serviços de drenagens. A denúncia foi do vereador e servidor público municipal, Cicero Giovane Amaro, PSD. A prefeitura e o Samae do mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, viraram um rebuliço só.
Salésio Antônio da Conceição – que não conhece nada do assunto - sairá da condição de provisório para efetivo superintendente da Diretoria de Trânsito – Ditran. É que ele será candidato a vereador no ano que vem e precisa de uma base de ação.
Sobrando dinheiro. A prefeitura de Gaspar pretende gastar R$3.810,00 por mês para alugar um carro de luxo (Civic, Corolla, Jetta ou similar). O edital já está na praça.
O superintendente do distrito do Belchior, Raul Schiller, MDB, e sem identificação com a região, está de malas prontas. O espaço será do PSDB que de atirador de pedras será telhado de vidro, nem tanto pela reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen, mas pelo desprezo aos moradores e investidores da Rua Vidal Flávio Dias, no Belchior Baixo.
Subliminar comunicação. A prestação de contas do evangélico Kleber Edson Wan Dall, MDB, traz na capa a Igreja Matriz. Ela não é obra do governo dele. Ao fundo, a foto pode-se ver a assombrada Arena Multiuso; e que ele quer acabar. Resumindo: quem mesmo orienta essa gente? Acorda, Gaspar!
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