Os políticos da velha politicagem estão incomodados - Jornal Cruzeiro do Vale

Os políticos da velha politicagem estão incomodados

06/04/2020

Editorial

Os que estão no poder de plantão em Gaspar, nos últimos dias, trocaram mensagens em aplicativos dando conta de que eu estaria me filiando à partidos A ou B.

Mais uma vez, como bom cabrito, fiquei quieto.

Desespero dessa gente para me desqualificar na credibilidade que possuo. O objetivo é o de humilhar, censurar, constranger e calar. Isso já aconteceu várias vezes antes. E todos se aproveitaram das minhas opiniões para alçar o poder, fazer bravatas, dar o tapa e esconder a mão, carreira com o dinheiro dos pesados impostos da sociedade etc, inclusive os que estão hoje no poder.

Eu não sou portador da boa e da má notícia que está aí. Ela até pode não permear os veículos de comunicação locais, controlados pelo poder político, mas estão massificadas nas redes sociais e aplicativos de mensagens.

Ou seja, o povo está mais informado do que antes e do que presumem os poderosos e que a cada abertura se urna se dizem surpreendidos. Estão surpreendidos, entretanto resistem à realidade das mudanças. O povo está se esclarecendo mais. E não – reconheço - é exatamente só aqui.

Eu, esclareço ou opino a partir do meu entendimento. É apenas uma visão particular a partir dos meus valores, limitações, vivência e conhecimentos.

Fiquei quieto porque precisava esperar, mais uma vez, o prazo fatal das inscrições partidárias na Justiça. A dúvidas e a acusação de filiado são repetidas há pelo menos 30 anos. E não aprenderam. Provaram, outra vez, de que não me conhecem.

Nunca estive filiado a nenhum partido, nem mesmo a grêmio estudantil na minha vida. E nem por isso, fui um alienado, comprado ou viciado.

Há 15 anos este espaço tem sido o refúgio daquilo que se teima em se esconder em Gaspar e Ilhota.

Esse tempo todo não foi suficiente para se entender que não faço da coluna um trampolim de negócios, de agiotagem política, ou uma salvaguarda de interesses pessoais e para supostos amigos? Os verdadeiros amigos – e são poucos - sabem disso.

E eu poderia ser melhor e mais investigativo, em favor dos leitores, leitoras e da sociedade. Ainda não descartei possuir o meu próprio blog – com toda a tecnologia de promoção - para desnudar muito mais a fundo com provas irrefutáveis, gente poderosa, mas comprometida pelo escurinho das negociatas de gabinete. Só não fiz isso ainda, por preguiça, e principalmente, por lealdade à credibilidade e audiência do Cruzeiro do Vale. Acorda, Gaspar!

A administração de Kleber quer esconder seus pecados como se isso resolvesse aquilo que ele está colhendo. Resta orar, jejuar e esperar o milagre

Da outra parte, está na hora de discutir e colocar os políticos no devido lugar e abaixo dos que empreendem, trabalham e que lhes pagam com os pesados impostos. Há inversão de ordem e valores

Gaspar precisa voltar a funcionar para os cidadãos. As entidades não podem se curvar aos políticos. Eles são os que precisam respeitar os que fazem a cidade funcionar de verdade


O prefeito eleito Kleber (à esquerda) e o secretário interino de Saúde, o advogado Carlos Roberto (ao centro), correm atrás daquilo que a Covid-19 lhes surpreendem na estrutura fragilizada por aqui e torcem para que as de Brusque, Itajaí e principalmente Blumenau deem conta do recado  

Escrevi domingo na área de comentários da coluna, de que se iniciou um movimento para esconder uma morte por Covid-19 em Gaspar, a primeira na região. E a notícia, devidamente confirmada veio no sábado do hospital público Santo Antônio, de Blumenau.

Se fosse por aqui, ela seria escondida, desmentida, como tantos casos e mortes mal explicadas acontecidas no Hospital de Gaspar, sob intervenção da prefeitura, gerenciado pela equipe do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, num ralo de grosso dinheiro sem retorno dos pesados impostos dos gaspaarense.

Estou de alma lavada. Mais uma vez, o artigo caiu como uma luva esclarecedora à população sempre enganada, com os fatos das minhas observações se comprovando no decorrer da leitura dele e deixasse sem argumentação a minoria da claque obrigada a refutá-lo, submetendo-se ao ridículo.

A notícia da morte do empresário Osmar Bernardi, 57 anos, não é alarmista e está dentro de um contexto ainda fora de controle mundial, mas divulgada, como foi, atrapalharia à intenção de retomada das atividades econômicas na nossa cidade. Não é verdade. É a falta de de uma ação de Saúde, é a falta de ônibus, é a falta de gestão da crise, é um governo tomado por curiosos e gente sem canais de relacionamentos nos canais de decisão...

Não importa a origem social da vítima. Essa não é a discussão. E antes de prosseguir é bom que se esclareça: o prefeito Kleber não tem culpa pela doença que se espalha.

Contudo, se continuar a brigar com a sorte e à realidade em Gaspar, vai ter que assumir a principal parcela de culpa desse jogo mal jogado pelos seus “çabios”. Só restará pedir para o povo orar e jejuar como Kleber, o evangélico, fez no sábado na sua rede social à espera de um milagre.

Orientado, Kleber montou uma equipe de cabos eleitorais para assessorá-lo e não de técnicos para levar o governo e a cidade a resultados para os cidadãos e o futuro deles.

Kleber e os seus pensam só na eventual difícil reeleição. Numa crise como a que vivemos, já mudaram o foco e articulam para que a eleição deste não aconteça. Torcem pela sorte grande e de não serem testados nas urnas. Meu Deus!

E gestão de crise – como o da Covid-19 - não é para amadores, muito menos para só orações e jejum para que se produza milagres à economia, empresários, trabalhadores e às pessoas. É para gente destemida, inclusive a enfrentar desafios, verdades e preconceitos.

Onde está o problema, então?

Gaspar e muitos municípios perderam espaços essenciais de lideranças para os políticos paraquedistas, oportunistas, sem princípios e ética. Criou-se um vácuo. Foi deixado por gente capaz, estadista e espírito comunitário. E diante dessa perigosa omissão, os políticos vazios, profissionais e cheios de vícios éticos, amarram seus bodes em interesses que não são coletivos, comendo dinheiro do povo em estruturas para se manter no poder, e é sobre isso que vou lhes escrever longamente hoje.

A VERDADEIRA DOENÇA DOS POLÍTICOS É TORNAR UMA CIDADE FRACA ECONOMICAMENTE

Repito: é errado tentar esconder uma morte – poderão vir mais - e o número de infectados neste momento. E por que?

Porque se esconde ou se adia o que precisa ser consertado – e urgente diante do do novo quadro de saúde e econômico -, ser melhorado, ser viabilizado, ser estruturado, ser debatido, ser eliminado, ser atualizado, ser mudado e ser solucionado.

É preciso sair diferente e mais forte do que se entrou neste problema. Os problemas de saúde, por exemplo, são um de muitos e que que nos atormentam há muito tempo. A doença não foi inventada por chineses, mas precisa ser combatida, com obstinação e com ações já devidamente reconhecidas pela medicina preventiva e curativa.

Um deles é o isolamento, feito exatamente para cidade como Gaspar. Aqui a saúde pública é precária e foi relegada a um plano de desleixo e que não é de hoje, mas é uma marca de políticos que preferem grandes obras físicas para seus eleitores olharem nos dias das votações.

O reinício da atividade econômica em nossa cidade – e Ilhota - é necessário e eu já demonstrei isso aqui várias vezes.

Todavia, ela terá que ser responsável e de forma estruturada e está, infelizmente, na mão de ferro do governador Carlos Moisés da Silva, PSL, com os seus decretos de isolamento. Está nas mãos do prefeito de agir para a proteção dos cidadãos via o sistema de Saúde. E está vulnerável.

Para as ordens do governador, a polícia age; o Ministério Público age, o judiciário age. E os representantes da sociedade estão sem voz, articulação e argumentação. E não é escondendo às nossas falhas que vamos reconstruir o que está desorganizado ou fragilizado.

E antes de prosseguir: a imprensa formal ou também está enfraquecida, ou possui igualmente parcela ponderável de culpa nisso tudo. É preciso escolher um lado para além de esconder notícias e ou se entregar às frivolidades dos noticiários.

EM MEIO A CAMPANHA E DESASTRE ECONÔMICO-SOCIAL, OS POLÍTICOS SÓ PENSAM NA CAMPANHA

Retomo. As notícias propositadamente plantadas no final de semana na imprensa local, pelo próprio secretário interino de Saúde, o prefeito de fato, presidente do MDB, coordenador da campanha eleitoral de Kleber, o secretário que na Reforma Administrativa cara aprovada na Câmara em 2017, e que criou uma secretaria ao seu gosto para ele ser titular, a da Fazenda e Gestão Administrativa, o advogado Carlos Roberto Pereira, dava conta que os infectados pela Covid-19 estavam diminuindo por aqui.

Estava diminuindo e na contramão do Brasil?

Só este fato por si só seria manchete e mereceria um estudo mundial pelos melhores centros de pesquisa e autoridades em Saúde Pública. Como se vê, Gaspar é sui generis e dependendo do resultado que os donos dela querem para enganar os cidadãos, ela se torna uma ilha do inusitado. Chá de desconfiômetro faria bem melhor a essa gente que expõe ao ridículo por nada, a cidade, uma administração pública e diminui ao limite criminoso, a inteligência das pessoas.

Cadê as provas para fazer base a este tipo de afirmação? O secretário de Saúde, sem qualquer formação para tal, ou se negando a um assessoramento mínimo para tal, se lança como um advogado de defesa naquilo que está exposto e o contradita nas evidências e provas.

Volto para não ser repetitivo e entediante. Estava “diminuindo”, como anunciou o secretário de Saúde os casos de Covid-19 por aqui, porque como relatei na coluna de sexta-feira, a estrutura de Saúde Pública municipal, que ele é o responsável por resultados, mesmo consumindo muito dinheiro, sem prestações de contas públicas, é falha em Gaspar.

E no caso da Covid-19, só nesta segunda-feira é que o ginásio João dos Santos se torna um centro de atendimento especial e tiragem, como se sábado e domingo não fossem dias de ações emergenciais nessa crise desproporcional, além do atraso da busca de mitigações – mesmo que só na propaganda enganosa - em relação aos outros municípios, onde este tipo de ação preventiva já se instalou.

Está “diminuindo”, porque sem credibilidade do sistema por aqui, incluindo o Hospital que está sob intervenção da prefeitura e não se sabe quem é o dono dele, além de ser um ralo de dinheiro público, os gasparenses preferem se socorrer em Blumenau.

E foi lá que morreu o primeiro infectado do Vale do Itajai. É de lá que a notícia se espalhou sem que aqui pudesse escondê-la. É lá que estão outros, cujos relatos correm soltos pelas redes sociais – com exames do Lacen - e por isso não podem desmentidos pela prefeitura de Gaspar, como se tenta fazer aos veículos formais de comunicação.

O press release de gente séria seria esta, na gestão de crise, comprometida com os pessoas e agentes econômicos deveria ser assim:

“O caso é grave, criamos uma rede de apoio primário devido a precariedade do nosso sistema de saúde; ele está integrado regionalmente; está decretado a quarentena vertical para a proteção dos mais vulneráveis; foi criado um grupo de crise constituído por representantes do poder civil e poder público para monitorar toda a situação, abrir canais permanentes de negociações e tomar ações que permitam, com a mínima segurança possível, retomar as atividades essenciais e econômicas do nosso município. Todos os dias, a tal hora, reportaremos suscintamente o status e novas definições em favor da vida e economia dos gasparenses”.

FALTA AO PREFEITO LIDERANÇA NO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO ECONÔMICA

E por que a crucial e necessária retomada da atividade econômica está comprometida em Gaspar?

Primeiro, porque Kleber ainda não se deu conta da real importância dele para a cidade e os cidadãos desde o primeiro dia em que foi eleito.

Segundo, porque ele avaliza todos os processos de vinganças de seus “çabios”, influenciadores e aproveitadores de todos os tipos; e isso é acumulativo.

Terceiro, porque, verdadeiramente, falta ao prefeito Kleber uma natural liderança, a que impacta, a que abre portas, a que gera empatia, a que geram apostas.

Os “çabios” e marqueteiros transformaram o prefeito em permanente repórter de si mesmo nas redes sociais e em temas pequenos como se ele nunca tivesse terminado a campanha de 2016, feita para derrotar na segunda tentativa seguida, o PT de Pedro Celso Zuchi. Kleber, de verdade, não foi ainda além da vereança que exerceu. Insiste em coisas pequenas.

Kleber ainda não se deu conta de que Gaspar é bem maior do que o mundo que lhes dão os dependentes do poder temporário dele na prefeitura e o colocaram num cercadinho, que ele aceitou e a reboque desse pessoal.

Kleber está sendo usado. Kleber não é estratégico, falta-lhe assessoramento por gente com capacidade tática. Ele, como um deus, por má orientação, faz crer que entende de tudo e quando tenta mostrar isso, fica exposto, enfraquecido. Fala como um entendido em saúde, em obras, em agricultura, em canos do Samae, do jurídico, da contabilidade.... Só falta falar como prefeito que possui secretários, especializados, que deviam responder por tudo isso e se orgulhar dos resultados que eles produzem para a cidade e para o seu mandato.

Tanto que em Gaspar há um prefeito de fato comandando à burocracia que Kleber parece não entender. Um prefeito de fato que é falho representação e que deveria ser a maior virtude do eleito perante os interesses do município e dos munícipes. Na política, como nos negócios, os relacionamentos e a conectividade vertical são fatores essenciais de sucesso e resultados.

Kleber não precisa ir longe de Gaspar. Ele devia obter aulas com os nossos malheiros e perguntar como eles conseguiram vender para as maiores redes varejistas no Brasil. Não foi, com certeza, com alguma ajuda de político. Foi profissionalismo, foi escolhendo os melhores para a aproximação, foi tendo o melhor produto, foi garantindo logística e entrega, foi percebendo mudanças, foi tendo custos competitivos na sua cadeia de fornecimento, produção e entrega.

Bom, mas, vamos adiante. O que se espera de um líder? Que ele seja regente de uma orquestra com diferentes instrumentos, feita de pessoas com sensibilidade desiguais, em ambientes por vezes hostis, mas sob a mesma partitura, explorando os limites que possam conduzir a um resultado harmonioso, impactante, surpreendente aos próprios músicos e aos ouvintes, com o reconhecimento implícito do maestro.

Nessa simbologia, Kleber prefere ser músico, mal afinar os instrumentos para os outros e por orientação de curiosos. Então...

SEM LENÇO, SEM DOCUMENTOS/ NADA NO BOLSO OU NAS MÃOS/EU QUERO SEGUIR VIVENDO (Caetano Veloso/1967)

Querem um, entre tantos exemplos e já relatados aqui, que deixou muita gente descontente em Gaspar com o que escrevi?

Na semana passada, sem agenda, mas trombeteando nas suas redes sociais, Kleber foi a Florianópolis. Iria, segundo ele, falar com o governador, com secretários de estados. Ia dar o nó, que outros prefeitos não conseguiram. Uau!

E por que disso? Ele sequer tinha agenda. Mal-usou as redes sociais para colocar o ovo antes da postura da galinha. Coisa de político viciado e mal orientado.

Levou à tiracolo líderes de associações empresariais e políticos para testemunhar e até lhe ajudar naquela missão. Resultado? Kleber mal conseguiu falar com o responsável estadual da Defesa Civil, onde entregou um documento pedindo ajuda. E precisava se submeter a vexame em situação de guerra, num ambiente digital, e onde o contato físico não é recomendado?

O que isso mostrou? A gratuita exposição do político e líder Kleber. Ele não possui canais no ambiente político decisório catarinense. Nem mesmo em Brasília, para onde vai mensalmente para contatar políticos, os quais deveriam estar no seu gabinete pela importância que ele possui para esses políticos num ambiente de 40 mil votos.

Ficou claro para a população, adversários e a mídia que os “çabios” - e neste caso, incluindo o chefe de gabinete, Jorge Prucino Pereira, PSDB -, que os que dominam a prefeitura, a equipe de políticos e comissionados de Kleber, não possuem influência, canais institucionais, políticos e administrativos a favor da cidade e dos cidadãos, mesmo em situação emergencial, seja em Florianópolis ou Brasília. Que as lideranças empresarias de Gaspar, as que verdadeiramente sustentam a cidade, estão mal-arranjadas com essa gente em que apostaram - ou dependem -suas fichas para lhes ajudar.

Uma cena bem diferente da campanha de 2018 quando Kleber e os seus “çabios” eram cabos eleitorais de luxo de vários deputados e senadores por aqui, que viviam aqui para a discurseira, visita a eleitores e multiplicar a importância das migalhas que trouxeram ou rubricaram. O que aconteceu? Sumiram? E logo numa situação tão crítica?

É hora do empresariado, dos investidores, dos empreendedores mandarem os políticos fracos para casa e eles assumirem o verdadeiro papel que lhes cabe aqui na liderança em busca de uma Gaspar e Ilhota melhores.


O Hospital de Gaspar sob intervenção da prefeitura e com alto custo para os cofres públicos não possui capacidade para tratar pacientes em situação de risco pela Covid-19. As barracas da Defesa Civil, no posto de saúde do Centro, para a espera do atendimento

GERADOR DE EMPREGOS NAS MÃOS DE POLÍTICOS? INVERSÃO DE VALORES!

Não vou longe para mostrar como o setor produtivo de Gaspar e gerador de empregos, renda, riqueza, equilíbrio social e abundante em impostos para os políticos se fartarem, está refém de gente desqualificada para o resultado coletivo. Está vulnerável não só na Covid-19, mas planejamento, escolhas de oportunidades e desenvolvimento.

As associações empresariais estão pedindo à volta das suas atividades para minimamente se livrar da falência. Excelente! Já escrevi favoravelmente sobre isso. Não há outra saída, aliás! Entretanto, isso só se dá de forma organizada, inteligente, argumentativa, negociada e via liderança.

E supondo que isso desse certo nesta segunda-feira na primeira hora, uma pergunta não quer calar e o prefeito Kleber e seus “çabios” estão obrigados à resposta ao empresariado.

Como os empregados e clientes vão chegar ao serviço, às lojas, restaurantes, supermercados e escolas se Kleber, os seus “çabios” e o prefeito de fato deixaram a cidade sem transporte coletivo, o qual já tinha a tarifa mais cara da região e uma crônica deficiência de linhas e horários? Como os filhos dos trabalhadores irão à creche? E os estudantes se tivessem que voltar às aulas?

E isso tudo não foi de uma hora para a outra. Há vários artigos aqui, todos qualificados pelo paço como mentira ou descabidos; no mínimo também não foram levados a sério pelo resto da sociedade. E essa relação perigosa e fraca, nasceu já no primeiro mês que a Caturani apareceu por aqui e seu advogado representante tomou a tribuna da Câmara para denunciar e pedir um serviço a seu gosto.

E essa relação perigosa e de descaso está registrada na quantidade e principalmente qualidade de diretores de Transportes nomeados com vieses políticos por Kleber, e que será tema de outro comentário. Então há mais culpados do que o próprio governo: os que representam a sociedade.

Tudo isso ocupado por curiosos, gente sem emprego, sem qualificação técnica, onde o único requisito é a filiação partidária. Então, não há como culpar o governo do estado que neste momento está com uma política sob questionamento, se em casa criamos o isolamento social dos bairros e cidade por falta de ônibus municipais.

As associações empresariais deviam estar acompanhando a vida do Executivo municipal. Ele faz o que quer, ao modo dele e isso afeta a vida das empresas, dos seus empregados. Ou não? Não era preciso ir a Florianópolis. O problema está aqui.

OS POLÍTICOS ESTÃO SALVANDO OS SALÁRIOS DELES E DOS SEUS CABOS ELEITORAIS EMPREGADOS

Quer mais? Não vou me repetir naquilo que a cidade já sabe sobre o fedor do lixo, a Defesa Civil de fachada, a CPI das obras da Frei Solano, a Saúde Pública comprometida, o Hospital sugando dinheiro bom com retorno sofrível aos trabalhadores, tudo prudentemente livre de um Observatório Social. Vou ao cerne da questão.

Se nas empresas os negócios estão por um fio, seus empregados à beira de perder o emprego, de ter o salário reduzido, você está fazendo vale, empenhando bens pessoais, seu contador encontrando saídas para alongar as dívidas e tributos, aí é hora de se perguntar, sem ofensa: o que realmente os políticos de Gaspar fizeram até aqui para enxugar a cara e pesada máquina municipal feita para buscar votos, como parte desse sacrifício ou mudança de comportamento?

Ah, eles não podem. Há um falso viés social e se fizer movimento na direção dos sacrifícios, os políticos vão perder votos de cinco por cento do eleitorado de Gaspar que são os servidores e comissionados. Agora, perder 95% dos votos que sustentam tudo isso, é possível? Estranha aritmética. E ela só é real porque esses 95% estão acostumados a apanharem e esquecerem. É preciso uma Lei Maria da Penha para os eleitores.

Continuo. Se o setor público é intocável, ao empresário será normal perder o negócio dele, mesmo que isso implique em queda de arrecadação de tributos para o município; mesmo que isso implique na perda de emprego dos eleitores, tudo para quem está na prefeitura continuar empregado e de lá pedir votos para continuar na teta? Incrível!

Em outros municípios, os políticos verdadeiramente monitorados ou com vergonha na cara, fizeram gestos; ao menos simbólicos. Aqui, até o fechamento da coluna neste sábado dia quatro de abril, nada. Recebi até o telefonema de um político sondando se eu iria trabalhar esse tema na coluna de hoje, pois considerava inoportuno, injusto e demagógico.

Injusto com quem? Pergunto.

OS EMPRESÁRIOS E CIDADÃOS PRECISAM ROMPER ESSE CÍRCULO VICIOSO DA MEDIOCRIDADE

Senhores: é preciso inverter essa posição de autoridade. Os políticos devem estar a serviço da sociedade, da comunidade e não ao contrário, como é em Gaspar, onde até enquadram os que produzem, os que não dormem diante da crise e dos compromissos.

Os políticos – e os que o adornam - só perdem o sono quando estão ameaçados nas suas tetas. É hora da insônia.

Não quero divagar para mostrar como Gaspar já foi diferente. Eu participei dessa história de corpo presente. Gaspar já teve um presidente da Facisc e um deputado estadual, enquadrado aos interesses públicos de Gaspar com Francisco Mastella.

As portas eram verdadeiramente abertas em vários ambientes públicos e fórum de debates em favor de ideias e resultados. E para todos. Hoje, elas estão fechadas para os gasparenses. Gaspar perdeu a referência. Quantas vezes os governadores Luiz Henrique da Silveira, MDB (sete anos), Raimundo Colombo, PSD (sete anos) e Carlos Moisés da Silva, PSL (um ano), tiveram por aqui?

Não preciso ir longe e lembrar os tempos de Mastella que poderia ser confundido com o poder e imagem de gente líder da Ceval. Quando Samir Buhatem foi presidente da Acig, dono de uma pequena empresa, ele não se curvou à agenda do prefeito de plantão, Pedro Celso Zuchi, PT, que vivia intimidando ele lá na empresa dele para enquadrá-lo nos defeitos que tinha. Ao contrário.

Negociando com o presidente da Acib, Ricardo Stodieck, e ambos com apoio da ex-senadora Ideli Salvatti, PT, conseguiram a ponte do Vale – e que por jogada e habilidade de Zuchi nos relacionamentos dele, Gaspar nada Gastou dos R$40 milhões que ela custo - e o IFSC para Gaspar. Foi Samir quem liderou, por exemplo, a reforma física do Hospital de Gaspar fechado pelo Conselho e a pedido do corpo clínico que não via nele mais, condições de exercer a profissão (é mentira que foi o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, DEM).

As entidades precisam retomar esse espaço de direcionamento da cidade com alinhamento ao desenvolvimento local, regional e à autonomia de identidade. Isso foi perdido, exatamente, pelo aparelhamento imposto pelas administrações petistas via então o secretário de Comércio, Industria e Turismo, Rodrigo Fontes Schramm, já falecido.

São essas entidades, penso, que, verdadeiramente devem ser o grande conselho da cidade, para evitar as armadilhas de falta de liderança, para nos livrar dos interesses pessoais, bem como, criar planos e canais de acesso às decisões regionais, estaduais e federais. E os políticos, enquadrados e se possível, aliados da causa da cidade e não unicamente na defesa de seus interesses políticos eleitorais.

Para encerrar.

É preciso o meio empresarial se legitimar como um poder influenciador, inovador e de mudanças para defender e construir uma sociedade produtiva harmônica para seus cidadãos com as necessidades básicas minimamente satisfeitas. E isso vai muito além da cadeira de um prefeito, seja ele fraco ou verdadeiramente líder, visionário, arrojado e que faz tempo que não temos por aqui.

O que está em jogo são as vidas dos empreendimentos, feitas de negócios e que envolvem milhares de famílias, que geram milhões de impostos para sustentarem os políticos – que os desrespeitam, que desamparam a cidade, os cidadãos dela -e seus cabos eleitorais empregados, encostados e manipulados nos ambientes públicos, comendo dinheiro bom dos pesados impostos.

Quatro de outubro está ai. A omissão ou à associação são livres escolhas. Políticos não mandam na sociedade, a representam, tanto que são eleitos. Algumas sociedades são mal representadas, manipuladas ou espoliadas. E, por isso, elas são fracas. E Gaspar não merece isso.

Está na hora de mudar não de governo, de político, mas de postura. Este é o nosso verdadeiro coronavírus, e não é de hoje que ele compromete a cidade, seus cidadãos e empreendedores. Acorda, Gaspar!

Bolsonaro está amarrado nas suas próprias incoerências, ideias radicais e o poder acima de tudo e de todos. Errado ou certo, o governo é um só. É isso que inspira confiança

Tudo tem a primeira vez. Bolsonaro hesitou na demissão do ministro Mandetta que lhe deu um nó. Perdeu o timming. Tudo daqui para frente será prejuízos para serem recuperados, mas sob desgastes*


A Covid-19 quebrou a espinha do modelo de governar de Bolsonaro. Mandetta não inventou a quarentena. Apenas está aplicando o que a ciência e outros países fazem, mas que Bolsonaro não concorda. Se mudar Mandetta nesta altura do campeonato quando tudo deverá piorar pelos modelos matemáticos, Bolsonaro assume um risco muito alto do que o custo que está pagando politicamente

Leitores e leitoras, antecipadamente peço-lhes desculpas por quebrar promessas. Senti-me outra vez tentado. Decididamente, sou um fraco. Então vou repetir a abertura do artigo de segunda-feira passada.

É certo também que esta não é a minha seara aqui, ou seja, à análise dos cenários nacional e internacional.

Vou submete-los a algo que lhes parece distante, mas que de fato, não tenham dúvidas, vai refletir nas eleições deste quatro de outubro, se as eleições forem confirmadas.

Os políticos marotos e valentões donos do poder de Gaspar e Ilhota, não querem se submeter ao plebiscito popular de suas gestões e armam, via porta-vozes alugados com dinheiro público, e os congressistas cheios de interesses, todos pagos pelo povo numa conta altíssima, mesmo em tempos de crises e sacrifícios, para que as eleições sejam esquecidas. Democratas de ocasião.

Eu não possuo à pretensão de alargar o meu horizonte de questionamentos. Não que não me sinto tentado. Simplesmente, não quero. É que não posso perder o foco e com isso, talvez, permitir que às sombras, os políticos locais ampliem os espaços contra a cidade e os cidadãos daqui, já sem voz para as dúvidas e os custos dos erros. Mas, vamos lá...

O quase eterno deputado Federal do baixo clero, que andou por uma dezena de partidos, Jair Messias Bolsonaro – então no alugado PSL, hoje sem partido e a espera do Aliança pelo Brasil e que está na gaveta – foi eleito presidente da República para romper o establishment* e o mainstream **(que se tornou sinônimo de atraso, corrupção, corporativismo e privilégios para poucos). Alguma dúvida?

Então, esse é o papel dele comprometido perante a sociedade em outubro de 2018. Bolsonaro é fruto de uma revolta sem armas.

É que essa maioria não aguentava mais tantas roubalheiras e sacanagens dos políticos, dos gestores públicos e da falsa fiscalização das instituições criadas para proteger a sociedade. Nem mais, nem menos. Só das ciências humanas comprometidos com a mais doentia esquerda do atraso, e que domina a academia brasileira aliada com a casta de funcionários públicos e sindicatos é que não conseguem enxergar isso. Por isso, preferem e vivem das narrativas.

BOLSONARO FOI ELEITO PARA ROMPER

E Bolsonaro ao modo tosco dele, com muitas dificuldades impostas pelo instalado establishment e o mainstream, vinha dando conta desse recado – o de mudar - até esbarrar na Covid-19 e em Luiz Henrique Mandetta, um médico e deputado Federal, excelente comunicador devido à autoridade, conhecimento, clareza, naturalidade, fundamentação e sobriedade que possui sobre a área da Saúde. Um contraponto do jeito de ser de Bolsonaro.

Antes, porém, um parêntesis.

Para ter chances seja na busca de votos ou para se manter na cadeira depois de eleito, e para lustrar o tosco com um verniz de mudanças, Bolsonaro se cercou de técnicos reconhecidos como o economista Paulo Guedes, o ex-juiz Federal Sérgio Moro.

E nas poucas concessões políticas, via bancadas temáticas e para se equilibrar no Centrão de onde é originário, mas com o mesmo viés de mudanças, apareceram a ruralista e deputada Federal, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, para a Agricultura e Abastecimento, bem como deputado Mandetta, ambos do DEM do Mato Grosso do Sul.

Ela, com menos exposição, já salvou o Brasil de cada enrascada metida por Bolsonaro via as maluquices dos filhos como trocar a desse da embaixada de Israel de Telaviv para Jerusalém, e declarar guerra comercial a China, ou então tentar barra investimentos chineses.

Volto. Mandetta colocou o Brasil – e o novo governo que pegou o país literalmente quebrado - no dilema de salvar a economia ou vidas. Bolsonaro, como militar, colocou-se no dilema de uma guerra. E nela, há vidas para serem perdidas. E por enquanto os números estão a favor de Bolsonaro: o inimigo Covid fez poucas baixas, apesar do anúncio de dizimação ser de supostos milhares. Conta de gente do ramo.

Mandetta abriu brechas para governadores e prefeitos, malandros, enfrentarem Bolsonaro e Guedes. Abriu brecha para os congressistas meterem a mão no Tesouro. Abriu o cofre para os administradores públicos colocarem a pesada conta das más gestões de hoje e de ontem nos seus estados e municípios, no bolso de todos os brasileiros via mais impostos, mais desempregos, mais inflação e menos perspectivas.

Pior: é aí que mora o perigo contra Bolsonaro: Mandetta, abriu a porteira para o establishment e o mainstream retornarem e encurralarem Bolsonaro, Guedes e o governo como um todo; tudo com apoio escancarado do guloso Centrão e discreto da esquerda do atraso, a mesma que sempre produziu caos no Brasil com suas ideias onde tudo fica fora de controle e a conta chega, sempre, para os mais pobres, vulneráveis e pagadores de pesados impostos.

Por outro lado, é de se ressaltar, que a receita de Mandetta não é dele. É do mundo civilizado, rico e que não se permitiria ser abatido pela Covid-19 e seus falsos combatentes se tivesse outra saída.

Esta foi a receita da China – que esconde o jogo -, é a receita nos países Europeus, são nos Estados Unidos, é no Canadá...

Não há outra fórmula para deter a doença a níveis de ser absorvida e evitar que ela colapse os sistemas de saúde, e mata mais gente por falta de atendimento ao mesmo tempo.

Se a economia está em colapso eminente, a do Brasil não fugirá a regra. E mesmo que o Brasil fosse uma ilha onde o Covid-19 não estivesse presente e a produção fosse normal, não teríamos mercado para o que se produz e se consome. É uma equação difícil. Seremos mais falidos do que mortos ao fim desta doença estar sob controle.

MANDETTA SE TORNOU UM CAVALO DE TROIA NO GOVERNO BOLSONARO

Resumindo: no quadro atual, a economia brasileira será mais atingida, exatamente, porque os governos anteriores, não fizeram o que lhes competiam: os ajustes (a exceção começa com Michel Temer, MDB).

Somos pobres e não temos reservas. Bolsonaro implementava, aos trancos, devidos as sacanagens do Legislativo que o quer refém do tal presidencialismo de coalizão e do próprio STF que atua contra a linhas expressas da Constituição.

Havia, até aqui, um relativo sucesso nesse modelo de rompimento nunca visto antes. Esse sucesso, mesmo que relativo, em tese, seria o fiador, à reeleição de Bolsonaro. Agora, tudo é incerto; pode estar comprometido. Naturalmente, essas incertezas rondam os pensamentos de Bolsonaro, dos que o rodeiam e dos bolsonaristas que quase não se entendem entre eles mesmos.

Quando Mandetta tomou a decisão que tomou, técnica, repetindo modelos de outros países e da ciência, num confronto com o que pensa o governo ou o presidente, Bolsonaro errou em não cortá-lo, se não estava convicto ou se não a abonava a atitude, a estratégica, a tática e a sistematização da profilaxia para menores danos e maiores resultados em ambiente conflagrado.

Bolsonaro fraquejou. E por que?

Porque não tinha o plano B para Mandetta; porque lhe faltou atitude que sobrou em casos bem mais complicados; porque antes de ser técnica, Mandetta era uma indicação política e por isso havia outras implicações; porque, exatamente Bolsonaro não possuía à convicção de que Mandetta estava errado, ou então, não sabia o tamanho do protagonismo aqui e internacionalmente que Mandetta assumiria no seu governo perante à população, a imprensa e os organismos sociais, políticos e de saúde.

Por isso tudo, Mandetta virou sombra para Bolsonaro; se tornou o cavalo de troia e vem testando à nova fragilidade de Bolsonaro. Nunca visto antes no governo de Bolsonaro. E estarreceu os seus admiradores, ainda mais a ala radical e ideológica.

Esta concessão feita por Bolsonaro não se viu, por exemplo, com o falecido Gustavo Bebiano, na secretaria Geral da Presidência; com o general Carlos Alberto Santos Cruz, na secretaria de governo e que rende a Bolsonaro divisões nas Forças Armadas; com Joaquim Levy, na presidência do BDNES; com Ricardo Galvão, do Inpe e reconhecido mundialmente, pela polêmica das queimadas; com Marcos Cintra, da Receita Federal e que defendia muito antes dele entrar no governo o imposto único e que Bolsonaro ainda é contra.

E por aí vai uma lista longa, do ditado que diz que não importa à competência e à razão dos da equipe, o que importa é o quanto o presidente manda no seu cercado, e pronto. Eu mesmo nunca trabalhei e não trabalharia neste tipo de ambiente. Já contrariei muito os meus superiores e os que me contratam hoje em dia. Mas, antes de desistir ou ir para a guerra. E quando no meio dela, sempre reavaliei – em conjunto e nos bastidores – os cenários para não errar mais naquilo que não se produzia no resultado esperado. São estilos. Não regras.

O OPOSTO DA PERSONALIDADE E IMAGEM QUE BOLSONARO QUER PARA SI

Repito: não discuto a qualidade de Mandeta; nem a sua capacidade, honestidade, assertividade. O problema é que ele está jogando outro jogo definido pelo técnico que é quem vai ter que assumir que está errado. Mesmo que esteja certo, diante da plateia ele não tem que corrigir o técnico, se não teve condições para convencê-lo no vestiário

O que aconteceu e está acontecendo com Mandetta não condiz para um presidente que é centralizador, autoritário e ganhou o mandato exatamente por essas características para mudar radicalmente em favor da sociedade, queira uma parcela ou não. É do jogo democrático. O único jogador que o próprio técnico (Bolsonaro) disse desde a campanha que é craque e pode fazer algo fora do que foi planejado, e mesmo assim, com limitações, tanto que já o obrigou a voltar atrás, é Guedes.

O certo e o errado são outros quinhentos. Era esse o recado das urnas que elegeu Bolsonaro contra políticos negociantes de tudo, mas com o dinheiro de todos. Os eleitores de Bolsonaro

Bolsonaro está errando pela segunda vez num mesmo assunto. E reforça à mancha à sua imagem de centralizador, autoritário e perde a confiança do seu eleitorado que lhe deu o mandato para mudar contra o tal “pode tudo” no escurinho das mesas de negociações.

Bolsonaro devia ter demitido Mandetta há muito, dizer o que quer, como quer e assumir todos os riscos nesta crise de saúde pública e provar que suas convicções são mais eficazes. Mesmo que o que faz Mandetta é o mais adequado, ficará à prova de que Bolsonaro foi conduzido e não condutor, porque ele próprio já deixou claro em entrevistas, discursos, intervenções nas duas redes sociais, etc.

Ou não está convicto, ou sabe que Mandetta tem razão, ou está armando a cama que perdeu o tempo de desarmá-la a tempo para Mandetta não dormir nela, ou não tem plano B, ou não possui convicção do dia seguinte ou foi dominado pelo que estava neste cavalo de troia.

O certo é que Bolsonaro, piscou e perdeu o timming. E o establishment e mainstream estão com esperanças de que ele seja enquadrado, coisa que os congressistas tentam, o judiciário tenta, os adversários tentam e agora, os governadores tentam. Vai que estão conseguindo. Wake up, Brazil!

(*) Este artigo foi escrito originalmente na sexta-feira dia 03.04.2020 e revisado em 04.04.2020

(**) O que é establishment? Ordem ideológica, econômica, política e legal que constitui uma sociedade ou um Estado; a elite social, econômica e política dominante de um País.

(**) O que é mainstream? É uma definição ampla àquilo que é a corrente principal ou dominante numa sociedade ou cultura, como a economia.

A crise vai lhe tirar o emprego, achatar salários, fechar (ou falir) o seu negócio comprometendo o seu crédito por anos até liquidar a dívida, se não for para a cadeia.

Quando os prefeitos, vices, secretários e vereadores de Gaspar e Ilhota pagos pelo povo empobrecido participarão desse sacrifício? 

A Câmara de Gaspar parada a duas semanas a espera da liberação do decreto do governador para ela começar a funbcionar. Antes, porém, reajustou os ganhos dos políticos

Até o fechamento da coluna, o prefeito de Gaspar Kleber Edson Wan Dall, MDB, e o prefeito Érico de Oliveira, MDB, não anunciaram qualquer tipo de corte – mesmo que temporários - em seus vencimentos, bem como dos seus vices e secretários. Também não foram capazes de estimar a queda da arrecadação que vai obrigá-los a reestruturação administrativa.

Igualmente os presidentes das Câmara de vereadores de Gaspar e Ilhota.

Na contramão da grave crise em que estamos mergulhados e de exemplos dados em vários municípios catarinenses – para não citar outros – os políticos de Gaspar e Ilhota, por intermédio das suas Câmaras concederam reajustes para o funcionalismo do Executivo e Legislativo, bem como para os agentes políticos.

Na última sessão ordinária da Câmara de Gaspar antes da interrupção no dia 17 de março pela Covid-19, foram aprovados vapt-vupt quatro Projetos de Leis concedendo reajustes e aumento aos servidores.

Para o funcionalismo da prefeitura 4,3% incluindo comissionados, secretários, vice e prefeito, além de 1% de aumento real para os efetivos, aposentados e pensionistas. E por que? É ano eleitoral. Simples assim. Na Câmara, a mesma regra. Já o vale alimentação mensal na prefeitura passou de R$430,00 para R$450,00, enquanto na Câmara de R$448,00 para R$450,00

Os vencimentos do prefeito Kleber é um dos mais altos de Santa Catarina: R$27.356,69. O vice Luiz Carlos Spengler Filho, R$12.626,16; um secretário R$12.795,81. Um vereador em Gaspar passou a receber R$6.122,94 por mês pela representação e o presidente mais R$1.000,00 de bonificação. Aliás, na Câmara, este aumento não está no portal da transparência, um problema recorrente daquele poder com a sociedade.

Em Ilhota, o prefeito Érico foi na mesma linha do reajuste linear de 4,30% para ele, comissionados, servidores efetivos e inativos. Tudo aprovado pela Câmara que também se concedeu o mesmo reajuste.

Érico está recebendo com o reajuste R$13.878,22 e o seu vice Joel José Soares, DEM, ambos empresários R$8.096,02; um secretário R$6.653,34 por mês. Na Câmara o presidente com o reajuste passou a ganhar R$7.206,54 e o vereador R$ 5.147,53. Tanto em Gaspar como em Ilhota, elas estão fechadas porque seus vereadores e funcionários estão em quarentena.

Gaspar, os vereadores se reúnem ordinariamente nesta quinta-feira, se a polícia não aparecer por lá ou se até lá for levantada a quarentena pelo governador Carlos Moisés da Silva, PSL, para este tipo de reunião, para unicamente aprovar um projeto de lei da mesa diretora. É repassar R$600 mil do fundo pró construção da sua sede para o ralo da Saúde pública na “guerra” contra a Covid-19.

TRAPICHE

Ao fim da pandemia da Covid-19, haverá mais falidos do que falecidos em decorrência da doença.

Registro. Faleceu Norival Cordeiro dos Santos, aos 80 anos, em Blumenau, por problemas respiratórios decorrentes do hábito de fumar. Ele era pai do ex-vice e prefeito em decorrência do titular, Bernardo Leonardo Spengler, MDB, Andreone Cordeiro do Santos, PTB. Andreone é neto do primeiro prefeito eleito em Gaspar, João dos Santos. Norival, o Vavá, curtiu a vida como poucos.

Na boca do leão. O ex-presidente da Câmara, Silvio Cleffi, e por causa dela, virou “adversário” da sua cria política e irmão de templo, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, se livrou de uma humilhação que tentavam lhe impor, a de se inscrever no PSDB, da vereadora Franciele Daiane Back, a qual derrotou numa jogada de bastidores naquela eleição.

Entretanto, caiu na boca do leão: a do PP, do mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato e que está de volta à Câmara. Foi no PP se filiou depois que o seu PSC virou cinzas. Silvio ainda não tem certeza se vai à reeleição.

Foi exatamente Melato que deu origem à virada de mesa. Ele não assinou um acordo que garantiria Silvio no último ano da atual legislatura, este, na presidência da Câmara. Com os votos articulados pelo então o líder da oposição, Roberto Procópio de Souza, PDT, hoje com Kleber, os do PT, os do PSD e dele próprio, Silvio virou presidente da Câmara.

Aliás, Melato, se ele é vereador hoje e que lhe deu a condição de ficar por mais de três anos no Samae, deve agradecer aos votos que Silvio deu ao PP na legenda. Entretanto, Melato, não reconhece isso e desdenha os seus conhecimentos de matemática e contabilidade. Incrível!

No papel, oficialmente, a secretaria de Assistência Social, é acumulativa ao Procurador Feral, Felipe Juliano Braz, que já foi secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, quando o titular e prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, exilou-se na secretaria de Saúde depois de perder a maioria na Câmara para aprovar seus projetos.

O “soldado” de Carlos Roberto Pereira, Juliano, na Assistência é mais um curioso ocupando espaço para os chefes. Quem de fato não saiu de lá, foi o ex-titular que se licenciou para ser candidato a vereador, Santiago Martin Navia.

A melhor declaração dos entendidos de Gaspar sobre a Covid-19: “a contaminação em Gaspar está diminuindo”. É do secretário de Saúde, Carlos Roberto Pereira, advogado, que até poucos dias estava numa “quarentena” por ter ido a férias no exterior.

O empresário gasparense que morreu pela Covid-19, morava no mesmo prédio em que mora o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Então...

O presidente da Câmara, o carregador de votos e piano do MDB de Gaspar, o que estava se tinha coragem para sair do partido onde nunca teve sequer uma poltrona na janela, o que não está na fila, Ciro André Quintino, deu mostras neste final de que virou um soldado fiel de Kleber Edson Wan Dall, MDB e principalmente do poder de plantão.

Emprestou a voz em seu programa de rádio para dizer que é contra as eleições de outubro, pois não haveria clima para votação. Não quer mudança, transparência e renovação. Quer um cheque em branco para tudo o que está aí ficar assim por mais dois anos.

Ele devia olhar melhor as pesquisas e principalmente o recado das urnas de outubro de 2018. Será por que os políticos com mandato, sempre tem medo de eleições? Acorda, Gaspar!

Comentários

Miguel José Teixeira
09/04/2020 19:16
Senhores,

?"nix puxou o tapete do Terra e assumiu o Ministério da Cidadania.

?"nix se une a Terra para derrubar Mandetta.

Terra recebe ligação da CNN.

Terra deixa celular ligado para CNN ouvir a conspiração contra Mandetta.

Terra estaria à puxar o tapete do ?"nix?

Parafraseando aquela máxima:

"Em casa onde falta o LÍDER ou TEM LÍDERES EM EXCESSO, todos brigam e todos tem razão, exceto nós, burros-de-cargas."

Huuummm. . .

Dizem que o ex e futuro presidiário lula saiu em defesa do papai noel acusado pelo ciro de sabotar o coelhinho da páscoa:

"Quequiéisso, companhêru? Papai Nuel si vesti di vermelhu i usa barba, qui nem nóis. . .
Herculano
09/04/2020 18:56
COLUNA INÉDITA

Já está impressa e daqui a pouco começa a ser distribuída a nova edição do jornal Cruzeiro do Vale, que circula há 30 anos em Gaspar e Ilhota.

Daqui a pouco, ela estará liberada aos leitores do portal, onde é líder de acessos.

O que revelo, é o que a imprensa e outras colunas escondem da população num jogo perigos e hipócrita com os cidadãos de Gaspar e Ilhota.

Já o que se esconde - não aqui - se inunda nas redes sociais e aplicativos de mensagens, para desespero dos políticos que não conseguem nem comprar a pena, a língua ou impor censura, como fazem com a imprensa. Acorda, Gaspar!
Herculano
09/04/2020 18:51
QUEM VIVEU NO PODER, CONHECE OS BASTIDORES

O artigo escrito no sábado e publicado nesta coluna na segunda-feira, revela o que desabou nesta quinta-feira.

Qual o título do meu artigo? "Bolsonaro está amarrado nas suas próprias incoerências, ideias radicais e o poder acima de tudo e de todos. Errado ou certo, o governo é um só. É isso que inspira confiança.

Tudo tem a primeira vez. Bolsonaro hesitou na demissão do ministro Mandetta que lhe deu um nó. Perdeu o timming. Tudo daqui para frente será prejuízos para serem recuperados, mas sob desgastes".

Volto. Por que escrevi sobre essa "roubada" em que se meteu nesse caso? Porque são décadas convivendo com esses jogos de bastidores, e principalmente os desmentidos para o público externo.

É um script conhecido. Mudam os personagens, o tempo, mas as intrigas sempre são as mesmas.

Miguel José Teixeira
09/04/2020 14:23
Senhores,

Ora, ora, ora. . .onde o ciro chega a coisa piora:

Na desnecessária e intempestiva entrevista do cangaceiro de Pindamonhangaba ao UOL:

"Ciro critica Mandetta, chama Bolsonaro de ladrão, ataca Guedes e culpa Lula" ...

Por falta de estômago apenas li a manchete no portal.

Dizem que ciro aproveitou a oportunidade e acusou o papai noel de sabotar o coelhinho da páscoa!
Miguel José Teixeira
09/04/2020 13:19
Senhores,

Finalmente uma verdade, contrariando o "FEBEAPÁ CORONAEDITION":

"Não estamos prontos para voltar às ruas e jogar no lixo o esforço já feito" alerta secretário do Rio.

Caso contrário, além da provável quebradeira haverá
ainda incalculável morticídio.

Vale lembrar que:

1)da falência econômica todos podem se recuperar!

2)da falência da vida, que é a morte, é irrecuperável!

Vale mais um falido vivo do que um bem-sucedido morto.

Saúde!
Herculano
09/04/2020 11:42
da série: os congressistas bilionariamente pagos os nosso pesados impostos, inclusive dos desempregados, falidos e gente que não possui estabilidade, criando perdão para os políticos irresponsáveis, bravateiros, gastadores e mal gestores, que acham que o dinheiro cai do céu, autorizando o aumento de dívidas sem controles dos órgãos de fiscalização ainda não contaminados pela sacanagem de que na pandemia tudo é válido, tudo para o cidadão trabalhador, desempregado, salário achatado pagar mais uma vez a conta com seus próprio sacrifícios e da sua família.

COM RESPANDO DE MAIA, CÂMARA TENTA APROVAR HOJE PAUTA-BOMA PRó-ESTADOS

Governo vê impacto de R$ 180 bi e espera derrubar texto no Senado; para deputado, são R$ 85 bi

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Thiago Resende , Danielle Brant , Julia Chaib e Alexa Salomão, da sucursal de Brasília e da sede em São Paulo. O plano de socorro aos estados na pandemia do novo coronavírus opõe Ministério da Economia a governadores.

Os chefe dos Executivos estaduais tentam emplacar, com o respaldo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um pacote de alívio financeiro a curto prazo e sem contrapartidas dos mandatários.

A equipe econômica considera a proposta uma bomba fiscal de R$ 180 bilhões.

Maia, em defesa do texto, disse que "não há nada de exorbitante", afirmou que as contas do governo não batem e que os entes federados precisam dessas medidas para enfrentar a crise.

Para ele, seriam R$ 35 bilhões em gastos para compensar as perdas de arrecadação de ICMS (imposto estadual) e ISS (municipal) mais R$ 50 bilhões para garantias a empréstimos.

Apesar de encampado por Maia, o projeto de bondades aos governadores gerou desgaste até mesmo entre os deputados, inclusive aliados do presidente da Casa.

Congressistas resistem a aprovar ações que beneficiem adversários políticos em prefeituras ou em estados de origem.

O empenho de Maia é apontado por deputados, mesmo do grupo de centro na Câmara, como uma manobra para tentar privilegiar o Rio de Janeiro. O estado aderiu ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal) em 2017.

Fiador da agenda liberal e reformista de Guedes, o presidente da Câmara, geralmente, dita o ritmo e a pauta de votações na Casa de forma alinhada com o ministro.

Na condução do projeto de socorro aos estados na crise do coronavírus, no entanto, Maia e Guedes entraram em rota de colisão. Os dois lados - governadores e equipe econômica?" acusam o oponente de oportunismo.

Para o time de Guedes, os estados querem aproveitar a pandemia e a urgência refletida no Congresso para aprovar um pacote de bondades e fugir da responsabilidade de adotar contrapartidas, como cortes de despesas, normalmente exigidas pela União.

Em março, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atendeu demandas dos governadores e anunciou um pacote de R$ 88 bilhões para fortalecer o caixa dos estados e municípios na crise.

O auxílio incluiu recomposição da verba para fundos, renegociação de dívidas com bancos públicos e suspensão de dívidas com a União. Poucos dias depois, os mandatários estaduais pediram que o valor do socorro praticamente dobrasse.

O texto em apreciação na Câmara prevê o socorro para os entes federados sem que os governadores e os prefeitos sejam cobrados por medidas estruturantes, como redução de gastos com servidores e venda de estatais dependentes dos cofres públicos.

Antevendo uma derrota na Câmara, o governo já trabalha para barrar o novo plano no Senado. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), avaliava o projeto nesta quarta-feira (8).

Já os estados afirmam que o governo quer impor mudanças estruturais num momento em que a discussão é socorro emergencial.

Até segunda-feira (6), a ideia de Guedes e de Maia era destravar o Plano Mansueto, conjunto de ações de médio e longo prazo para ajudar na recuperação do equilíbrio financeiro de estados e municípios que adotassem medidas de ajuste fiscal.

Essa proposta, apresentada em junho do ano passado, exigia que, para ter acesso ao financiamento com garantia da União, era necessário adotar 3 de 8 medidas, como privatizar empresas dos setores financeiro, energia, de saneamento ou de gás; e reduzir em 10% os incentivos ou benefícios tributários.

O Tesouro Nacional havia reservado R$ 40 bilhões, sendo R$ 10 bilhões por ano, para dar aval a empréstimos estaduais. Governadores, no entanto, consideraram que as exigências são muito duras, o que contribuiu para o entrave do plano.

Na crise do novo coronavírus, o Ministério da Economia então apostava na aprovação rápida do Plano Mansueto ?"cujo nome faz referência ao secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida?", mesmo que fossem incluídas medidas de curto prazo. A estratégia falhou.

O plano emergencial, articulado por Maia, foi oficializado nesta quarta e substitui completamente o projeto original do governo. A nova versão, contestada por Guedes, atropelou o Plano Mansueto a contragosto do ministro.

"Muitos sabem que a votação do Plano Mansueto hoje [esta quarta] seria de alto risco, e muitas emendas seriam aprovadas, contaminando e prejudicando o futuro dos estados brasileiros. Essa é uma votação que facilita e unifica o Parlamento", disse o presidente da Câmara, antes do início da sessão do plenário.

Ao longo das discussões, porém, Maia percebeu uma insatisfação crescente entre líderes partidários, o que poderia comprometer a aprovação. Decidiu, então, adiar a votação para esta quinta-feira (9).

O texto em apreciação na Câmara tem um dispositivo que, na avaliação de deputados contrários à medida, anistiaria o pagamento de valores devidos por estados em crise.

Quando o Rio de Janeiro aderiu ao Regime de Recuperação Fiscal, renunciou à prerrogativa de ingressar com ações contra a União e reconheceu que teria que pagar juros. O parágrafo do plano de socorro abriria brecha para que o estado não precisasse pagar esses valores.

O projeto emergencial, de relatoria do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), prevê que a União pague uma recomposição do ICMS (imposto estadual) e do ISS (municipal). O custo dessa medida, estimado em cerca de R$ 40 bilhões, tem efeito no Orçamento federal.

"Toda a conta da queda de arrecadação está sendo repassada para a União, que já está com elevados compromissos no atendimento à emergência sanitária", disse o economista Marcos Mendes, colunista da Folha.

Além disso, o texto permite que estados possam contratar empréstimos e financiamentos, limitados a 8% da receita corrente líquida do ano passado, para bancar medidas de enfrentamento ao novo coronavírus e para estabilizar a arrecadação em 2020.

Maia estimou que os estados possam contratar R$ 50 bilhões. Esse é um dos pontos mais polêmicos, na avaliação do time de Guedes.

Técnicos acreditam que o crédito, portanto, não será restrito ao combate à pandemia e poderá ser usado inclusive nos próximos anos.

O Tesouro deverá dar as garantias para essas operações de crédito, mesmo para estados com baixa condição de pagamento.

A equipe econômica calcula que a proposta tenha um impacto de R$ 180 bilhões, entre medidas primárias (bancar a queda do ICMS e ISS) e financeiras, como a suspensão do pagamento de dívidas com a União, que deve aliviar o caixa dos estados e municípios em R$ 45 bilhões.

Sem prever contrapartidas para acesso aos recursos, o governo afirma acreditar que a proposta desestimula que governadores façam a adesão futura a planos estruturantes para controle das contas públicas, como o Plano Mansueto, que precisaria ser ressuscitado por Guedes após a pandemia.

O VAIVÉM DO SOCORRO AOS ESTADOS

23.mar
Ajuda prometida soma R$ 88,2 bilhões

Suspensão da dívida de estados com a União no valor de R$ 12,6 bilhões

Manutenção do FPE (Fundo de Participação dos Estados) e do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) nos mesmos níveis de 2019 (complementação de R$ 16 bilhões em quatro meses)

Destinação de R$ 8 bilhões para que estados apliquem em Saúde

Renegociação de dívidas de estados e municípios com bancos (R$ 9,6 bilhões), assistência social (R$ 2 bilhões), operações com facilitação de créditos (R$ 40 bilhões)

8.abr
Proposta na Câmara articulada por Maia soma R$ 180 bilhões

Cerca de R$ 35 bilhões em reposição de arrecadação de ICMS aos estados por três meses

Compensação por ISS da ordem de R$ 5 bilhões a municípios
Inclui R$ 45 bilhões de suspensão de pagamento da dívida com a União

R$ 50 bilhões em empréstimos

R$ 16 bilhões de compensação perdas do FPE e FPM

R$ 30 bilhões com outras medidas de ajuda

Fonte: Ministério da Fazenda.
SAMAE CONTAMINADO
09/04/2020 10:17
Dia 01 de abril, contrariando as orientações do decreto do governo do estado o Prefeito Kleber convocou uma reunião no samae pra apresentar o novo presidente. Estavam la mais de 30 servidores, alem do prefeito, vice, ex e atual diretor presidente e a responsavel pela imprensa Amanda Weber.
Essa com certeza ja estava contaminada, ela não estava usando nenhum tipo de proteção, nem ela nem nenhum outro servidor.
Acredito que somente ela deve ter transmitido o virus para muitas pessoas.
Uma total irresponsabilidade desses desgovernantes de Gaspar.
Agora como saber se não tem como testar? O jeito é esperar os sintomas para talvez descobrir.
Herculano
09/04/2020 08:51
NOS BRAÇOS DO POVO. EM GASPAR O PREFEITO É REFÉM DE "ÇABIOS" E POR MOTIVOS óBVIOS, NÃO PODE DESAFIAR A ORDEM QUE SUFOCA O POVO, ELEITOR SEU, PARA NÃO ABRIR O COMÉRCIO. AFINAL GASPAR NEM TEM ESTRUTURA DE SAÚDE PÚBLICA PARA ENFRENTAR A COVID-19. E SE BLUMENAU, BRUSQUE E ITAJAÍ FALHAREM...


Em Xaxim, o prefeito mandou abrir o Comércio. A Polícia, por denúncia do Ministério Público amparado na Justiça foi lá e fechar as portas para prevalecer o decreto do governador Carlos Moisés da Silva, PSL.

Em Brusque, nesta semana a mesma coisa.

Em Gaspar, os políticos quietinhos. Afinal estão de corpo fechados como arrotam por ai.

Aqui com tanto rolo sendo denunciado, o Ministério Público está preocupado com o decreto do governador que manda todos em quarentena. E ele tem certa razão, ainda mais em Gaspar, que por omissão dos órgãos de fiscalização, incluindo o MP TCE e Câmara, nada se apurou sobre montoeira de dinheiro que se colocou na Saúde Pública e no Hospital - cujo dono não se sabe quem é - e eles nãos funcionam ao povo para fazer frente às doenças do dia a dia, quando mais da pandemia.

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Se o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, desafiar o MP, vai que o tal corpo fechado se abre e aind mais em ano de eleições. Se não desafiar - mesmo de forma eleitoreira como fez Xaxim e Brusque - ficará marcado como um omisso, fraco e inimigo pelos eleitores são, mas sem dinheiro, desempregados e falidos.

Em um caso e no outro, resta saber qual será o menor dano político. Os políticos e os "çabios" do paço já fizeram e refazem a conta.

Parece, neste momento, que desafiar os eleitores, a parte mais fraca desse processo e sempre explorado pelos políticos oportunistas e espertos, a que sustenta a cidade e os políticos na cata de votos, foi a escolha de menor dano. Ou dano que pode ser consertado mais tarde, se não for tarde demais e não houver gente como eu que fique lembrando a toda hora

Não é a toa que o MDB, PP, PDT, PSDB, PSC e os que estão no poder já estão pedindo o adiamento das eleições deste quatro de outubro e como num bilhete de loteria premiado, querem ganhar mais dois anos de mandato para sufocar e gozar dos eleitores mais uma vez Acorda, Gaspar!
Miguel José Teixeira
09/04/2020 08:35
Senhores,

Diz o adágio popular.

1)"O que é bom dura pouco".

- "Tribunal derruba decisão que bloqueava fundos partidário e eleitoral para pandemia"

2) "Lobo não come lobo"

- Os enrolados togados temem reação dos atolados enrolados.
Herculano
09/04/2020 08:34
MEME NAS REDES

Antigamente Moisés [o da Biblia] abria até o mar. O de hoje [governador do PSL] em dia não abre nem comércio.
Herculano
09/04/2020 08:28
O SAMAE DE GASPAR INUNDADO

Trocou de titular, mas a calamidade continua mesma. E olha que o novo titular interino, deveria entender do riscado.

Nem telefonista possui, apesar de no papel haver três.
Herculano
09/04/2020 08:25
A COVID E OS IDOSOS DE GASPAR


A assessora de imprensa de Gaspar, Amanda Weber, em quarentena com a Covid-19, esteve na terça-feira registrando a vacinação de idosos no terminal urbano rodoviário.

Ela estava de máscara, como relata o Jean Miglioli, que cobria estava lá cobrindo o evento.

Perguntar não ofende: ela não colocou o risco os idosos gasparenses? Com a palavra, os entendidos infectologistas, mas não os do MDB, PP, PDT, PSDB, PSC.

E a sub da Amanda, Ana Carolina Morello, a Carol, também está contaminada e em quarentena. Então Gaspar que não tinha comunicação, talvez agora com os titulares em casa, o que se escondia da população, ficará ainda m ais escondido, sem a necessidade de ação dos que são pagados pelo governo para informar a cidade.
Herculano
09/04/2020 08:12
NOVOS PODERES PODEM AJUDAR BC A REDUZIR PÂNICO DOS JUROS DO CORONAVÍRUS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Senado entende mal medida que pode ajudar BC a reduzir juros que governo paga

Em tempos de epidemia e fome, discutir os novos poderes que o Congresso pode dar ao Banco Central parece indiferença. Mas:

Trata-se de oferecer novos meios para o BC agir em tempos de calamidade sanitária e econômica;

É possível que, assim, o BC possa reduzir o custo da dívida do governo (baixar taxas de juros);

Talvez o BC possa tirar do caminho algum entulho que trava a oferta de empréstimos;

O BC teria instrumentos para evitar algum acidente maior no sistema financeiro, coisa que torna qualquer crise econômica ainda mais dramática.

Do que se trata? Uma emenda constitucional, já aprovada na Câmara, permite que o BC compre títulos do governo de médio e longo prazos, além de títulos de dívida privada. Falta a aprovação do Senado, onde certos parlamentares têm feito críticas disparatadas ao projeto. A emenda é de fato uma reviravolta grande nas finanças públicas brasileiras, coisa de tempos de guerra e colapso, portanto apropriadas (em teoria).


Para começar pelo menos enrolado, em princípio: o BC poderá adquirir títulos do Tesouro de prazo mais longo. Quando há mais gente mais interessada em emprestar para o governo, mais títulos se compram: o preço dos títulos sobe, a taxa de juros cai (é a mesma coisa). Quando mais gente refuga os títulos, os juros sobem.

Talvez o BC venha a comprar títulos públicos apenas a fim de conter a disparada recente das taxas de juros mais longas, uma ação emergencial, um sedativo.

Mas, talvez, o BC possa reduzir as taxas de qualquer prazo de vencimento, por bem mais tempo.

A taxa de curto prazo (a Selic, prima do DI) deve baixar mais. Quem sabe desça a perto de zero, pois estamos sob risco de depressão e de inflação na prática nula. A fim de evitar a alta de juros de longo prazo, seria necessária ação extraordinária do BC: compra de títulos de prazo mais longo (dois, sete, dez anos, digamos), que não pagariam taxas muito maiores do que a de curto prazo (do que a Selic).

O governo, pois, acabaria se financiando com empréstimos de curto prazo, com juros bem menores. No entanto, mesmo entre doutos entendidos há dúvidas sobre os planos do BC: agir para atenuar pânicos, paliativo passageiro, ou "achatar a curva" por mais tempo (como se escrevia nesta coluna no domingo)?

Recentemente, as taxas de juros dos títulos com vencimento mais longo subiram de modo selvagem. Neste ano, a diferença entre a taxa de um ano e a de sete anos andava pela casa de pouco mais de dois pontos percentuais até o início de março. Na semana final do mês, a diferença chegou a ir além de cinco pontos.

No atacadão do mercado de dinheiro, é uma diferença brutal, sinal de grande pânico. As taxas de um ano caíram, as mais longas subiram (mais gente preferiu comprar títulos de curto prazo, mais gente preferiu vender os de longo prazo).

Em resumo simples, muita gente está com medo do futuro, embora outros percalços expliquem parte do movimento. Assim, todas as taxas mais longas da praça financeira, do mercado de dinheiro aos bancos, ficam mais altas (isto quando existe negócio).

A ação do Banco Central pode, no final das contas, baratear os empréstimos para o Tesouro (se "achatar a curva" por mais tempo). Na prática e indiretamente, o BC em parte financiaria o governo nestes tempos de calamidade. A despesa com juros cairia. A dívida pública aumentaria um pouco menos (vai aumentar muito, de qualquer modo, dados o aumento de gasto e a queda medonha da receita).?
Herculano
09/04/2020 08:06
MALDITAS REDES, por Ascânio Seleme, no jornal O Globo

Avalanche de mentiras é tão grande que elas acabaram desmoralizadas

Além de facilitar de maneira extraordinária as comunicações planetárias, as redes sociais deram voz a quem não as tinha, ou que não conseguiam expandi-la de maneira a alcançar mais do que seu círculo íntimo. Foi uma extraordinária revolução que mudou a forma das pessoas pensarem e agirem e transformou a indústria. Mais diretamente as indústrias das comunicações e das telecomunicações, mas todas as outras sofreram consequências, muitas de maneira positiva. No Brasil, apesar de reveses por abusos contra a livre concorrência e pela disseminação de mentiras, tudo ia relativamente bem, até chegarem Jair Bolsonaro, seus filhos e o gabinete do ódio.

A onda global de fake news que causa forte impacto sobre as redes, sobretudo na Europa, produzindo um enorme dano às suas imagens, não pode ser comparada ao que se viu no Brasil destes últimos dias. Em todo o mundo as pessoas passaram a buscar informações sobre o coronavírus em fontes confiáveis, nos veículos profissionais de notícia, com medo de se contaminarem pelas fakes disseminadas. Aqui, a avalanche de mentiras é tão grande e contínua que as redes acabaram sendo desmoralizadas. O efeito dessa onda é de tal maneira devastador que até mesmo um post do presidente da República foi retirado do ar pelo Facebook por ser mentiroso, mas apenas depois de causar enorme estrago.

Membros de grupos de WhatsApp raramente recebem alguma coisa de primeira mão. Quando não é uma mensagem pessoal, quase tudo chega por redirecionamento. Fora as piadas, as orações e as sacanagens, o que mais se vê hoje em dia são campanhas contra o confinamento. Mesmo não se conseguindo identificar o autor material da obra, sabe-se perfeitamente quem teve a ideia e a quem ela serve. Os objetos da sua ira são quase sempre os mesmos, com destaque para a mídia. Geralmente são ataques rasos e burros, mas ainda assim há militantes cegos que os distribuem.

Além da imprensa e de partidos de oposição a Bolsonaro, esse ódio alcança também os poderes Legislativo e Judiciário. A mais nova peça distribuída é a que indaga por que deputados e senadores não abrem mão de seus salários e suas vantagens por exercício de função e redirecionam esse dinheiro para o combate ao vírus. É ridículo, mas tem gente que acredita, sem fazer os devidos cálculos, que o volume de recursos (de alguns milhões de reais) que seria alcançado com a medida exótica poderia resolver a guerra (de muitos bilhões de reais) contra o flagelo.

Mais uma vez, não precisa ser gênio para saber quem produziu essa pérola e quais os instrumentos usados para a sua distribuição. São os de sempre, os que culpam Congresso, Supremo e imprensa pelo fracasso extraordinário de um dos piores e mais absurdos presidentes da História do Brasil. Como todo o material é distribuído por uma rede eficientíssima de robôs, mais cedo ou mais tarde essas barbaridades vão acabar em seu celular, encaminhados por membro desatento de um de seus grupos.

É verdade que de um lado as redes têm altíssimo valor nessa pandemia, sendo usadas pelos entes oficiais da saúde para se comunicar e por empresas para se conectar e atender aos seus clientes. Por outro lado, elas têm sido instrumento para difundir contrainformações que podem resultar até em mortes. O fato é que por isso as pessoas começam a se desligar. Pode ser difícil, para alguns será como mergulhar no mar numa noite escura. Mas um pouco mais de cuidado com o que se lê e com o que se compartilha não fará mal a ninguém. Em alguns casos, é melhor cair fora mesmo.

Talvez não explique por que os Estados Unidos são líderes de casos e mortes por coronavírus, mas uma visita a qualquer aplicativo de voos em tempo real, como o "Aviões ao Vivo", pode dar uma boa pista. No Brasil, ontem, às 12h34m, havia 18 aviões voando. Na Índia, quatro aviões ocupavam o espaço aéreo. Na Itália, havia dois, na França, sete. E nove sobrevoavam a Inglaterra. Nos Estados Unidos, era impossível contar, porque somavam centenas.
Herculano
09/04/2020 08:03
BOLSONARO ISOLA O DEM E PROCURA QUEM TEM VOTOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta quinta-feira nos jornais brasileiros

O presidente Jair Bolsonaro cansou de apostar na relação com os presidentes da Câmara e do Senado, a cujo partido entregou o controle de ministérios importantes, como Saúde e Cidadania, mas, apesar disso, segundo avalia o Planalto, a dupla está sempre jogando para a plateia, em prejuízo do governo. Em atitude pragmática, ele abriu entendimento com o "centrão" (ou "blocão") que na Câmara soma 351 deputados e no Senado tem a maior bancada. Tenta a tranquilidade que não conseguiu estabelecer com Davi Alcolumbre e seu influenciador Rodrigo Maia.

MAIORIA TENTADORA

Um eventual entendimento com o blocão pode garantir aquela maioria que o atual governo ainda não teve, e já a partir de 2020.

COALIZÃO DE VOLTA

Aliados do governo defendem a volta do "presidencialismo de coalizão", mas sem a corrupção que o caracterizou nos governos de PT e PSDB.

SEM CHANTAGENS

Os políticos gostaram da iniciativa de Bolsonaro, exceto Maia e Alcolumbre e o DEM, claro, porque perdem poder. E muitos cargos.

CONTAGEM REGRESSIVA

O presidente se deu conta de que já não vale a pena acender velas para os chefes do Senado e da Câmara, já na reta final de suas presidências.

CONVERSA DE MANDETTA COM EMBAIXADOR FOI FACTOIDE

Foi positiva, mas inútil, a conversa de Mandetta com o embaixador da China. É positivo tratar bem o maior cliente de produtos brasileiros, mas foi só um factoide: não é o governo chinês que vende produtos e sim empresas de comércio exterior, que compram a produção de indústrias chinesas, muitas delas estrangeiras. Na crise do Covid19, esses "traders" ignoram escrúpulos e contratos e vendem produtos a quem pagar mais.

RODA PRESA

É um vexame que só agora, 45 dias depois, o ministro da Saúde tenha conseguido contratar a produção de respiradores de fabricante brasileiro.

COLETIVAS REPETITIVAS

Na coletiva de ontem, como na véspera, Mandetta se limitou a repetir informações velhas e a totalização dos casos informados pelos estados.

É A LEI DA SELVA

Não foi o governo chinês que cancelou compras de governos nordestinos e sim "traders" que desistiram da venda por contratos mais vantajosos.

LOROTA DE COLETIVA

Pedir ajuda do embaixador chinês na compra de produtos chineses é como pedir a um embaixador do Brasil, em qualquer país, para fazer empresários lhes vender produtos em condição mais vantajosa. Lorota.

PóS-PICO

A Dinamarca tomou medidas de combate ao coronavírus cedo, em 11 de março fechou escolas, academias, restaurantes, e até fronteiras, mas já anunciou que gradualmente retoma a vida, abrindo negócios etc. Tem a 18ª taxa mundial de letalidade. O Brasil é atualmente a 62ª.

TAMOS AÍ

A deputada Joice Hasselmann (SP), líder do PSL na Câmara, disse que seu partido está disposto a "fumar o cachimbo da paz" com o presidente Jair Bolsonaro, neste momento de crise. Mas sem humilhações.

APP INSEGURO

Além do primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, o ex-presidente do Federal Reserve, o "banco central" dos Estados Unidos, Alan Greenspan, também usa o aplicativo Zoom para videoconferências.

TEMPO INDEFINIDO

A diretoria de Itaipu prorrogou o home office de funcionários e a suspensão de visitas turísticas por tempo indefinido pelo coronavírus. Há 28 casos confirmados em Foz do Iguaçu, três hospitalizações.

DF PROCURA SOLUÇõES

O Biotic, parque tecnológico de Brasília, seleciona projetos de soluções tecnológicas no combate a pandemia do coronavírus, incluindo impactos econômicos e sociais. Projetos vencedores firmarão parceria com o órgão para pesquisa, captação de recursos e desenvolvimento.

TÁ FEIA A COISA

A cobertura juvenil dos fatos políticos continua produzindo presepadas. Nesta quarta (8), a âncora de uma emissora de TV disse que a sigla do Departamento Nacional de Trânsito é "DNIT". Na verdade, é Denatran.


Empresas de cobrança não aderiram ao isolamento. Um leitor reclama que por causa de um débito de menos de R$50 de 10 anos atrás, passou a receber, na quarentena, ligações de contratados da Caixa.

PENSANDO BEM...

... não custa lembrar: políticos não tiram do bolso um centavo dos bilhões anunciados para enfrentar o coronavírus. É tudo nosso.
Herculano
09/04/2020 07:53
QUANDO FECHAR, QUANDO ABRIR, por William Waack, no jornal O Estado de S. Paulo

Bolsonaro não é o único chefe de Estado que não sabe como sair do dilema

A realidade se encarregou de lembrar Jair Bolsonaro de que ele pode trocar de ministro quanto quiser, mas não pode trocar quanto quiser de política de saúde. Os limites aplicados às vontades do presidente - não importam méritos ou motivações - foram antes de mais nada institucionais. Em princípio, não é mau sinal.

Entrou como freio uma estrutura federativa que, no caso do combate ao coronavírus, concede aos operadores do SUS uma grande margem de ação. E os operadores são, em primeira linha, governadores e prefeitos. Além da eterna crise fiscal, eles se ressentem hoje sobretudo de falta de coordenação política, e estão assustadíssimos com a nada remota probabilidade de colapso de partes do sistema de saúde. Clamam por liderança.

É outro problema que veio junto de Bolsonaro e que a crise do coronavírus apenas escancarou. O presidente acha que seu poder vem da caneta, que ele diz não ter pavor nenhum de usar (mas não pode). Na verdade, o poder presidencial no Brasil vem de algo que o atual ocupante do Planalto renunciou a aplicar ou o faz de forma inconsistente, errática e subordinada exclusivamente ao curtíssimo prazo de redes sociais: ditar a agenda política.

Sob o avanço da doença, a postura de Bolsonaro consiste o tempo todo em "salvar" seu governo, que ele enxerga exclusivamente pelo prisma de uma ameaça de crise social urdida por adversários reais ou imaginários mancomunados para destruir a economia e criar o caos. As manobras que faz para neutralizar inimigos (governadores, por exemplo) e afastar obstáculos ao que considera necessário realizar (o ministro da Saúde e o isolamento social, por exemplo) são perfeitamente racionais dentro desse quadro mental que beira a paranoia.

O problema é muito maior e, mesmo em seu jeito tosco (Bolsonaro sobre Bolsonaro), o presidente fala diariamente de um dilema para o qual os principais chefes de governo nas democracias liberais ainda não encontraram saída. Em termos bastante brutais, trata-se de saber até quando precisa durar o fechamento de economias antes que a devastação delas se torne irrecuperável. Na outra ponta, reabrindo as economias, trata-se de saber qual é o limite tolerável do número de mortos, a partir do qual a falência de qualquer carreira política é irrecuperável.

Projeções e análises de curvas estatísticas sobre economia e saúde pública permitem no máximo contornos de cenários nebulosos, sem horizonte de tempo e qualquer "certeza". Em outras palavras, dirigentes políticos ao redor do mundo democrático liberal estão sendo obrigados a "sentir" o dia a dia de temperaturas políticas e situações de degradação econômica e social que parecem ser, neste momento, muito mais abrangentes e que aparentemente estão reagindo timidamente ao inédito volume de medidas de estímulo e combate à recessão.

Para os que se sentem fascinados por entender qual papel exercem personalidades na História, a atual crise e sua imprevisibilidade oferecem alguns contrastes eloquentes. Donald Trump, por exemplo, ziguezagueia exibindo seu narcisismo (ele se proclamou um "gênio muito estável"). Angela Merkel, na outra ponta, demonstra uma postura próxima ao estoicismo (filha de um teólogo protestante em país comunista). E Jair Bolsonaro?

Chegou ao Palácio do Planalto na crista de uma onda política e social que ele apenas em parte entendeu e controlou, onda que vai ficar parecendo apenas uma marola diante das proporções da crise de saúde e economia que começamos a enfrentar agora. Nela, Bolsonaro não aprendeu a nadar, e está se afogando.
Herculano
09/04/2020 07:51
CORONAVÍRUS ESCANCARA DESIGUALDADE E PESA EM DOBRO SOBRE OS MAIS POBRES

Estudo mostra que esses grupos podem sofrer de maneira mais severa com a doença

O coronavírus vai pesar em dobro sobre os brasileiros mais pobres. Além de sofrer com a desaceleração da economia e com a lentidão do governo em implantar medidas de emergência, a população de baixa renda deve ser atingida de maneira mais grave pela doença.

Para quem vive com pouco dinheiro, a primeira onda da pandemia chegou cedo. Nos grupos mais pobres ouvidos pelo Datafolha, sete em cada dez pessoas não podem trabalhar de casa e esperam perder parte de suas rendas. Já uma pesquisa do Data Favela mostra que 58% dos moradores desses bairros não têm comida para mais uma semana.

A severidade dos casos de Covid-19 também pode ser maior para esses brasileiros. Um estudo feito por Laura Carvalho, Luiza Nassif Pires e Laura de Lima Xavier mostra que, entre os mais pobres, há uma incidência desproporcional de fatores de risco, que aumentam o perigo de morte.

Na população que só completou até o ensino fundamental, 54% têm doenças crônicas como diabetes, hipertensão e problemas pulmonares. Entre pessoas que cursaram o ensino médio ou o ensino superior, esses índices são de 28% e 34%.

Outras duas dimensões agravam a crise na base da pirâmide social: mais chances de contágio e a precariedade do sistema de saúde. Os mais pobres ficam mais expostos ao vírus no transporte público e em casas com muitos moradores. Também têm menos acesso aos leitos hospitalares do que quem usa a rede privada.

"Somadas as três dimensões, você tem como resultados mais óbitos entre os mais pobres, que são justamente aqueles que são chamados a trabalhar, dada a vulnerabilidade econômica", diz Laura Carvalho. "Acumulam-se problemas que tendem a tornar essa pandemia uma pandemia com caráter muito desigual."

A população mais pobre foi usada como peça da propaganda negacionista de Jair Bolsonaro contra o coronavírus. O presidente explora o desespero daqueles que correm o risco de passar fome, mas deveria trabalhar com urgência para protegê-los.
Herculano
09/04/2020 07:29
ISSO É HISTóRIA

O único morto por Covid-19 no Vale do itajai, é até agora, de Gaspar, e foi morto em Blumenau, porque Gaspar não teve condições de aceitar e tratar gente com este vírus de alto contágio e baixa letalidade.

O resto para esteconder esta fato e registro histórico pelos políticos gasparenses, é discurso político que beira o crime para justificar à fragilidade do sistema de saúde pública de Gaspar, não ajustado ou estruturado em três anos do Governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, do vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP e do prefeito de fato, secretário de Saúde interino, presidente do MDB, secretário titular da Fazenda e Gestão Administrativa, e advogado, Carlos Roberto Pereira.

Eles não querem que se lembre e publique isso. Será por que? A secretaria teve quatro secretários em três anos. O Hospital, cujo dono não se sabe quem é, um poço que engole milhões de dinheiro público sem prestação de contas, teve cinco administrações em três anos, a maior parte por curiosos, políticos e gente protegida pela poder políticos que infesta a prefeitura.

Então não foi por falta de dinheiro, que foi aplicado a rodo no sistema e no Hospital sob intervenção marota, mas que disso não se prestou contas à sociedade e ficou longe dos olhos do Ministério Público, dos órgãos de fiscalização com o o Tribunal de Contas e da própria Câmara de vereadores de Gaspar que a Saúde Pública de Gaspar não andou para frente a favor dos gasparenses, principalmente dos mais pobres. Nem mais, nem menos.

Tem muita gente neste mundo de culpados. Acorda, Gaspar!
Herculano
09/04/2020 07:17
O CORONAVÍRUS POLITIZOU A MEDICINA, por Roberto Dias, secretário ade Redação do jornal Folha de S. Paulo.

Posições de médicos e pesquisadores parecem balizadas por critérios que não só os da profissão

Quem acredita que absolutamente tudo é política tem nesta crise de saúde seu Woodstock. Pois nem a medicina, um ramo do conhecimento com mais de dois milênios de história e objetivo muito bem definido, o de curar pessoas, conseguiu agora escapar.

Infectados pela Covid-19, dois dos médicos mais famosos do país adotaram posições que parecem balizadas mais pela guerra política do que pela lógica de sua profissão.

Um deles, o cardiologista Roberto Kalil Filho, que cuidou da saúde dos três últimos presidentes da República, tratou-se com cloroquina e tratou também de, tão logo possível, defender o uso do medicamento, aproximando-se vertiginosamente da linha defendida pelo atual ocupante do Planalto.

Outro, o infectologista David Uip, recusou-se a dizer se seu tratamento incluiu a cloroquina. Chefe do centro de contingência contra o coronavírus em São Paulo, disse que não queria servir de modelo, mas a explicação para a omissão não foi lá muito convincente. Merecidamente, virou meme - ele estaria tentando agradar a seu superior, o governador João Doria, hoje o inimigo público número um de Jair Bolsonaro.
Bolsonaro tentou faturar com as duas situações, como se o tratamento de duas pessoas fosse assunto da sua conta. Doria, por sua vez, tem achado por bem faturar politicamente a cada entrevista coletiva para discutir o coronavírus, confundindo púlpito de governador com palanque de candidato presidencial.

A politização da discussão médica retira dela as nuances que naturalmente a compõem.
Pior, cria tal nuvem de confusão que contamina tudo ao redor, inclusive a academia - como o caso do diretor de instituto médico que se sentiu confortável em "desautorizar" um pesquisador de sua equipe por expressar uma opinião, como se a divergência não estivesse no DNA de qualquer universidade séria. Uma mentira também se constrói com muitos donos da verdade.
Odir Barni
08/04/2020 23:32
Caro, Herculano;

Como leitor de sua coluna e com todo o respeito aos familiares dos saudosos amigos abaixo citarei, tomo a liberdade fugir do coronavírus para relatar nais um dos sonhos inusitados que tive neste período de isolamento.

Assim que chegou ao Céu Vavá Cordeiro provocou uma festa pela sua maneira de ser; primeiro foi encontrar com seu pai, Zé Canela e sua mãe Dona Nena, depois com
seu filho Guilherme e sua sogra, Dona Mimi. Sabendo da chegada de Vavá vieram seus amigos: o cunhado Solano e seus irmãos, Mário e José Belarmino; mais tarde chegaram, Cuca Schmitt, Ernesto Arnold , o Pingo, Sany da Silva, Nadinho, Paulo Rocha, Arno Schmitt, Silvio Schmitt, Chico , Geraldo e Henrique dos Santos; Zezé do Zequinha da Celesc; Nino Wieser, Cangalha; Coti Schramm, Alois, Sérgio e Antônio Schmitt; Raul,Celso e Cuca Spengler; Hercílio e Júlio Zimmermann, entre outros. Com sua criatividade , Vavá chegou propondo uma corrida de cavalo para concentrar os amigos que passaram pela VIDA TERRENA deixando muitas amizades e bons exemplos. Marcada a corrida, já que lá não precisa ficar ninguém em casa, não tem horário pra começar . Vieram de Brusque: João Archer e Chico Daligna com seu cavalo "Grilo"; os riosulenses, Zito Matos e Seu Schmitt; os lageanos , Túlio e Marin, e ainda Amadeo Beduschi,Pedrinho Vieira, Penteado e Antônio Costa.
Animais inscritos: Pijuca, Vavá ;Boneca,Pingo; Pata Branca, Arno Schmitt;Grilo,Chico Daligna; Faroleiro e Bugra ,Pedrinho Vieira;Taquara, Amadeo Beduschi; Égua Argentina, Jacarezinho e a Égua Canela, Juca Lageano. As apostas foram de grande monta, ao final a Égua Bugra do Pedrinho Vieira foi a vencedora em segundo lugar a Égua Argentina de Jacarezinho. A corrida terminou com um protesto: Juca Lageano que tinha comprado a Égua Canela de Zé Canela veio reclamar que sua égua abandonou a arrancada, foram ver a égua não enxergava, Zé Canela um grande negociador, disse: eu falei que o defeito estava na cara, só risos. Entre abraços e beijos num clima de muita felicidade foi entregue a premiação. Que Deus os tenha na VIDA ATERNA!

Miguel José Teixeira
08/04/2020 20:51
Senhores,

1) Cangaceiro de Pindamonhangaba

"Ciro sobre tiro em Cid: "Se eu estivesse lá, o desfecho talvez fosse pior".

Foi ou não uma confissão pública de sua inconveniente presença?

Ora, ora, ora. . .onde o ciro chega, a coisa piora!

Então, eis + uma para o FEBEAPÁ "CoronaEdition":

"O UOL entrevista ao vivo nesta quinta-feira (9), às 11h, o ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT)..."

2) Pensando bem. . .

Terra na manga lambuza menos que na água da tempestade.
Mariana
08/04/2020 18:54
Herculano, esse virus que assola a saúde e esta destruindo a economia, também está fazendo estrago na educação.
Além dos alunos que se não perderem o ano letivo, com certeza não terão aprendido nada nesse periodo.
Gaspar está na contramão das outras cidades, pois a secretaria da educação com aval do seu novo secretário e do prefeito mandou que cada escola se virasse em passar o conteudo para os alunos.
O que vemos hoje quando conversamos com professores e diretores é uma angustia só, pois como a prefeitura não disponibilizou nenhuma plataforma de ensino a distancia, os diretores mandaram os professores criarem grupos no whatsapp para passar as matérias. Uma vergonha, pois agora os pais mandam mensagens para os professores em qualquer horário, tirando qualquer privacidade dos mesmos.
Se quer fazer algo, faça direito, não adianta fazer algo que não leva a nada somente para dizer que está fazendo.
Sugiro que o Jornal faça uma matéria com a semed, pais e professores para ver o caos que está essa forma de ensino.
Herculano
08/04/2020 18:06
QUEM PODE CONFIAR NUM AMBIENTE PÚBLICO ONDE A TRANSPARÊNCIA É UMA LETRA MORTA PARA OS POLÍTICOS E OS AGENTES PÚBLICOS?

Eu informei aqui em primeira mão, o que já se sabia na prefeitura e se escondia: de que Amanda Weber, assessora de imprensa de Gaspar estava afastada por causa da Covid-19.

A redação do portal e jornal Cruzeiro do Vale, o mais acessado, o de maior circulação e o mais antigo de Gaspar, confirmou.

E como não era possível desmentir, fontes da prefeitura de Gaspar apressaram dizer de que Amanda já estava curada. Humm. Quem mesmo atestou isso? Se está curada, por que está em casa em home office? Ai tem outra coisa.

E quando estava doente, sem sintomas aparentes, Amanda travou contatos com o staff da prefeitura, incluindo o prefeito Kleber Edson Wan Dall, secretários, além dos seus colegas do trabalho. E nenhum deles foi contaminado? Ai, ai, ai.

E para piorar, a própria prefeitura de Gaspar admitiu que mais um outro funcionário da linha de frente (?) estaria na mesma situação. Quem?

Como a transparência nunca foi um pilar da comunicação e relacionamento da prefeitura e do poder de plantão com a comunidade, ela própria com essa atitude dúbia, abre margem para as especulações, e contra ela própria ou seus membros. Vergonha!

Sabe-se por exemplo, que na surdina, o prefeito de fato, secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, e interinamente também secretário da Saúde, presidente do MDB, o advogado Carlos Roberto Pereira, foi ao Caribe em férias. voltou quando a pandemia fechava os aeroportos. Ficou em casa por uma semana cumprindo uma suposta quarentena quando o recomendado para esses casos são duas.

E se esta pessoa não for ele, quem é? Não se trata de algo particular, quando o agente público ou o político tem função pública. Qual a razão do segredo? Esta é a rotina em tudo por aqui.

Outra. Os gasparenses reclamam que não conseguem fazer testes para detectar a contaminação pela Covid-19. A alegação é de que falta material. Por isso, são obrigados a laboratórios particulares que cobram em média R$500 por exames. E para os funcionários da prefeitura o teste está disponível? Hum! Acorda, Gaspar!
Herculano
08/04/2020 17:43
A RELAÇÃO ENTRE A MATEMÁTICA E A ERRADICAÇÃO DE DOENÇAS, por Marcelo Viana, diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, ganhador do Prêmio Louis D., do Institut de France, no jornal Folha de S. Paulo.

Modelo matemático apontou perspectiva positiva em inocular pessoas saudáveis com fluidos de indivíduos contaminados com varíola

A matemática é uma ferramenta inestimável no estudo e controle de epidemias. Permite realizar de modo virtual, no computador, experimentos para testar diferentes técnicas de contenção da doença, o que seria inviável e até antiético fazer na vida real, colocando pessoas em risco.

Uma das primeiras grandes contribuições da matemática à epidemiologia foi feita no século 18 por Daniel Bernoulli (1700 - 1782). Os Bernoulli são a família mais extraordinária da história da ciência, tendo produzido nada menos que oito matemáticos de primeira linha. Eram suíços, mas Daniel nasceu na Holanda e viveu em vários países europeus. O pai, Johann, era professor de matemática, mas queria uma carreira mais rentável para o filho: obrigou-o a estudar negócios e medicina. Daniel aceitou, com a condição de que o pai lhe desse aulas particulares de matemática. Ficou muitíssimo bem equipado para contribuir para a erradicação da varíola da Europa.

Não se conhece a origem da doença, mas é muito antiga: há marcas de varíola em múmias egípcias do século 3 a.C. Acredita-se que entrou na Europa no início do século 16 e rapidamente se tornou endêmica. A taxa de letalidade era de 30% e muitos sobreviventes ficavam com sequelas graves. No início do século 18 matava 400 mil pessoas por ano na Europa e um terço dos sobreviventes ficava cego.

Nas primeiras décadas do século 18, médicos ingleses começaram a experimentar uma técnica, chamada variolação, que consiste em inocular pessoas saudáveis com fluidos de indivíduos contaminados, para provocar a produção de anticorpos. Ela já era praticada na China há séculos, mas o uso era polêmico. Embora reduza a letalidade para apenas 1% dos infectados, em alguns poucos casos pode provocar a doença na pessoa saudável no lugar de impedi-la.

Daniel Bernoulli desenvolveu um modelo matemático da doença, um tipo de equação diferencial, para avaliar se seria vantajoso inocular todos os recém-nascidos dessa forma, visando prevenir o desenvolvimento posterior da doença. Utilizando os melhores dados disponíveis na época, ele concluiu que o ganho em vidas resultante da imunização proporcionada pela variolação generalizada seria muito superior às eventuais perdas causadas.

Em meados do século, a Inglaterra começou a aplicar a variolação de modo amplo. A partir de 1796, quando o médico Edward Jenner demonstrou a eficácia da primeira vacina, a inoculação tornou-se obrigatória para todas as crianças. Como resultado, a varíola foi extinta no país ainda no século 19.

Na sequência de uma campanha global de vacinação coordenada pela OMS, ao final dos anos 1970 a varíola tornou-se a primeira doença contagiosa a ser erradicada no mundo.
Herculano
08/04/2020 17:39
da série: o mesmo crime tem facetas de aceitação ou condenação; depende de quem o pratica

FUGA DE LÁVIO BOLSONARO RóI O BENEFÍCIO DA DÚVIDA, por Josias de Souza, no Uol.

Justiça boa para Flávio Bolsonaro é aquela que tarda, mas não chega. Acusado de morder um pedaço dos contracheques dos assessores quando era deputado estadual no Rio de Janeiro, o primogênito do presidente da República ainda não foi capaz de exibir uma defesa. Mas tornou-se um ás da protelação. Já recorreu uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove vezes.

O penúltimo recurso corre no Superior Tribunal de Justiça, o STJ. Nele, a defesa de Flávio alega novamente que o Coaf quebrou seus sigilos bancário e fiscal, repassando dados para o Ministério Público do Rio sem autorização judicial. Conversa fiada, contestam os promotores que cuidam do caso. Segundo eles, faltam lógica e fundamentação jurídica ao recurso do Zero Um.

Ao julgar recurso anterior de Flávio, em novembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a comunicação entre Coaf e órgãos de controle dispensa autorização judicial. Os dados sobre as operações suspeitas foram compartilhados pelos canais legais. "Não houve qualquer solicitação de informações ao Coaf por e-mail", sustenta o Ministério Público.

Por uma trapaça da sorte, o recurso de Flávio foi à mesa do ministro Félix Fischer, um dos mais implacáveis magistrados do STJ. Não há prazo para a apreciação do pedido de interrupção da investigação. Pivô do caso, o faz-tudo da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz, continua vivendo em regime de auto-quarentena. Esse é o único isolamento social que conta com a aprovação de Jair Bolsonaro.

A tenacidade com que Flávio foge de um veredicto vai roendo o benefício da dúvida. O filho mais velho do presidente é presumido culpado até que prove algum interesse em se defender.
Herculano
08/04/2020 12:35
QUARENTENA NA CAMPANHA ELEITORAL

A assessora de imprensa de Gaspar, Amanda Weber, filha do marqueteiro do prefeito de Itajaí, o médico Volney Morastoni, MDB (ex-PT), o que inventou uma gota milagrosa para dar de casa em cada itajaiense e com ela se proteger da Covid-19, maluquice barrada pelo Ministério Público; e dono de instituto de pesquisas que orienta o MDB em vários municípios da região, Normélio Weber, estará afastada por 20 dias. Ela deu positiva para o Covid-19.

Ela diz que foi resultado de uma viagem que empreendeu recentemente a São Paulo. Outros, apostam que é contato dela com gente do primeiro escalão de Gaspar que passou recentemente férias no Caribe.

O certo é que Amanda teve contato próximo ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Então...
Miguel José Teixeira
08/04/2020 08:51
Senhores,

Tudo indica que daqui à pouquinho, o atabalhoado capitão zero-zero jogará Terra em meio à tempestade!

Lama na certa!
Herculano
08/04/2020 08:17
OS NÚMEROS AJUSTADOS

As primeiras notícias davam conta que os Estados Unidos, se nada feito teriam entre um a dois milhões de mortes por Covid-19

Chama a atenção é o brutal intervalo: um milhão de mortos, ou seja, quase um Vale do Itajaí inteiro.

Como Os Estados Unidos, finalmente tomaram providências pela quarentena, este número baixo de 100 a 200 mil.

Novamente chama atenção o intervalo: cem mil, ou seja, uma Gaspar e Ilhota inteiras.

É improvável que a ciência, amparada por algorítimos em máquinas poderosas possam hoje produzir tamanhos intervalos. Se numa viagem a lua - e quando tudo era desconhecido e os computadores mais avançados e poderoso semelhantes na capacidade de processamento aos smartphones de hoje - isso fosse aceito -, corria-se o risco de se pousar em Marte. Meu Deus!
Herculano
08/04/2020 08:09
O CAMINHO DA ROÇA

Primeiro foi o prefeito de Xaxim, no meio Oeste. Ele quis liberar o comércio e outras atividades econômicas no município.

O Ministério Público caçou o decreto do prefeito e a polícia, ficou a serviço do MDB e contra o prefeito, os comerciantes, a cidade e os cidadãos.

O prefeito ganhou o discurso político.

Ontem, foi a vez de Brusque. O prefeito está nos braços do povo.

Em Gaspar, o Ministério Público olhar com lupa sobre o que não se faz na área de Saúde e à razão pela qual os gasparenses dependem do socorro de Blumenau, Brusque e Itajaí, apesar da monteira de dinheiro que se investe neste setor por aqui, ou a razão pela qual as medidas de proteção aos cidadãos começaram se estruturadas somente nesta segunda-feira, quando a doença está entre nós há mais de um mês, nada.

Quem os políticos daqui, como eles mesmo dizem estarem com o corpo fechado, até se entende. Será que os pobres, idosos e vulneráveis também estão? Acorda, Gaspar!
Herculano
08/04/2020 07:47
SAMAE INUNDADO

Na volta à Câmara, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, já sabe o que terá que fazer: enxugar a péssima imagem de administrador por três anos do Samae de Gaspar.

Na Câmara há uma CPI cabeluda que o governo tenta derrubar no tapetão, porque se ela for adiante pega não só Melato, mas principalmente Kleber Edson Wan Dall, MDB.

E para complicar na tal eficiência de executivo que manda publicar no Diário Oficial daqui, a todo momento, terá que explicar à mágica que fez contra a cidade, os cidadãos e a sáude.

Melato com o projeto de esgoto pronto e recursos federais liberados desde o tempo do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, não conseguiu sequer iniciar a implantação da rede de coleta e tratamento de esgotos de Gaspar.

Com essa omissão, Melato está jogando a merda dos gasparenses nas valas que está canalizando no sistema de drenagem que inventou e sob questionamento, bem como no Rio Itajaí Açú.

Tudo sob o olhar complacente do Ministério Público, onde há um TAC em andamento. Acorda, Gaspar!
Herculano
08/04/2020 07:38
SENHAS NOS BOLSOS

A tal vacinação Drive Thru feita ontem no fantasma Terminal Rodoviário de Gaspar, durou menos do que o esperado e quase que os políticos - entre eles o prefeito Kleber Edson Wan Dall - não fazem propaganda, filmes, discursos e fotos.

Estava programada a aplicação de mil doses, mediante senhas. Feitas as contas, foram só 700.

A pergunta que não quer calar, por que 300 senhas ficaram nos bolsos de gente que devia distribui-las? Até na desgraça, os políticos, seus servis e seus cabos eleitorais escolhem os privilegiados e quem deve viver e morrer. Acorda, Gaspar!
Herculano
08/04/2020 07:32
reeditado de ontem às 17h02

VAMOS POR OS PINGOS NOS IS?

O Ministério Público que há muito está cego, surdo e mudo para os desatinos dos políticos poderosos e influentes, como se revela na imprensa investigativa, agora está atrás, com valentia contra os trabalhadores, desempregados, idosos e gente com fome e que estariam descumprindo a tal quarentena?

Gente que está se arriscando a ficar doente porque precisa precisa pagar as contas, buscar comida, buscar remédios contínuos e até socorro para suas doenças? Meu Deus! O que faz gente bem paga, bem nutrida, afeita a assessores e escritório bem asseado e isolado (isolado da realidade, na verdade)

A Polícia (Militar e Civil) que diz não dar conta dos bandidões de todos os tipos - pede reforços e mais soldos, mais estrutura - para combater e se proteger da ousadia deles contra a vida e principalmente dos cidadãos pagadores de impostos, agora está com valentia contra os trabalhadores com salário achatados, ameaçados de perdê-los, desempregados, idosos e gente com fome a que estariam descumprindo a tal quarentena?

Os políticos bandidos e os bandidos das organizações criminosos, estão agradecidos pela trégua imposta pelo MP, polícia, governantes e outros para que possam agir com mais desenvoltura contra os cidadãos que já tinham certeza que a lei era para putas, pretos e pobres. Meu Deus!
Herculano
08/04/2020 07:26
A DEMAGOGIA, A INICIATIVA E A OMISSÃO DOS POLÍTICOS DE GASPAR E ILHOTA

Ontem foi aprovado em sessão ordinária da Câmara de Gaspar, a primeira em 20 dias de paradeira, o repasse de R$600 mil do Fundo de Construção do prédio da Câmara para o Fundo Municipal de Saúde.

Fogos. Entupimento das redes sociais e aplicativos de mensagens, com aquilo que é óbvio, necessário e urgente para um político na contribuição com uma crise grave para a sua cidade e cidadãos.A ideia é boa. Já escrevi sobre isso.

Mas, a ideia da mesa diretora da Câmara, liderada pelo populista Ciro André Quintino, MDB, e os seus membros Dionísio Carlos Bertoldi, PT, Cícero Giovane Amaro, PL e Silvio Cleffi, PP, não é nada. É apenas um gesto. E vazio, pois não há compromisso de fiscalização no que estão repassando, dinheiro que não é deles, é dos pesados impostos dos povo.

Para se ter noção de que este dinheiro é um mero detalhe na confusa e mal administrada de saúde pública de Gaspar do governo do prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e do prefeito de fato, hoje interino secretário da Saúde, o advogado Carlos Roberto Pereira, MDB, basta olha que no ano passado foram gastos lá R$57,5 milhões e desses quase R$15 milhões a mais do orçamento. Este ano eleitoral, de cara se parte de R$52 milhões. Ou seja, R$600 mil é peanutus

E a saúde pública de Gaspar e o Hospital de Gaspar sob intervenção municipal e comendo uma montanha de dinheiro, foram todos mal avaliados e até praguejados pelas mazelas que deixaram contra os gasparenses.

Os R$600 mil eram necessários? Eram! Mas, é apenas um gesto político. Vai sumir no ralo como outros milhões por mal aplicados, que tiveram prioridade duvidosa e ficaram na falta efetiva de resultados para a comunidade.

Os vereadores de Gaspar, mais uma vez, fizeram propaganda e lavaram as mãos. Há três anos que estão nessa contra a Saúde, a cidade, os vulneráveis, os pobres, os doentes e os que sofrem. Uma CPI para apurar tudo isso, nada. Dá urticária.

Então é dinheiro colocado fora, mesmo que necessário.

PROCóPIO VAI NA DIREÇÃO CERTA

Se os políticos fingem que a crise do coronavirus não é uma profunda crise econômica contra os pagadores de pesados impostos, e ao contrário, se protegem, o vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, um dos que já foi o articulador da oposição a Kleber Edson Wan Dall, MDB, na Câmara e agora é um dos seus maiores defensores, saiu na frente:

O Projeto de Resolução, ou seja, da Mesa da Câmara, impede que vereadores e servidores recebam a té o final do ano qualquer diária, por qualquer motivo. Uau!

É merreca. O mais atingido é o próprio presidente Ciro André Quintino, MDB, que vive semanalmente em Florianópolis. O Outro é o motorista, mas ai, aposto que haverá a primeira exceção. Afinal, ele vive das diárias.

O outro é o de reduzir em 20 por cento o salário dos vereadores, mas só para dois meses. E o que se apurar, reverter para o Fundo de Saúde, o saco sem fundo, que não se fiscaliza, nem mesmo na Câmara.

Melhor do que nada. E Procópio sai na frente. Já tem discursos de campanha e os outros vereadores vão ter que referendar, porque fica mal se fizerem o contrário.



No intuito de contribuir com as ações do município de Gaspar, para o combate à pandemia do novo coronavírus, o vereador Roberto Procópio protocolou na tarde de terça-feira (7), dois projetos de Resolução ao plenário da Casa. Em um deles, Procópio propõe que seja vedada a concessão de diárias aos vereadores e servidores, da Câmara Municipal de Gaspar, até 31/12/2020, a qualquer que seja o destino e a justificativa. Já no outro, o vereador proponente é ainda mais ousado e propõe reduzir 20% (vinte por cento) do subsídio (salário) do vereador, no período de 60 dias. Este valor, glosado do subsídio, será revertido ao Fundo Municipal de Saúde de Gaspar, para ser aplicado exclusivamente nas ações de enfrentamento à COVID-19. Bela iniciativa vereador! 

KLEBER, ÉRICO E A CÂMARA DE ILHOTA EM SILÊNCIO

Enquanto os pagadores de pesados impostos que sustentam as máquinas públicas nascidas para serem cabos eleitorais e imprescindíveis em ano eleitoral, estão caladinhas.

Ainda não disseram qual é a parte de sacrifício deles, mesmo simbólica como fez a Câmara de Gaspar e o vereador Roberto Procópio de Souza. Acorda, Gaspar!
Herculano
08/04/2020 06:50
A RELAÇÃO ENTRE A MATEMÁTICA E A ERRADICAÇÃO DE DOENÇAS, Marcelo Viana, diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, ganhador do Prêmio Louis D., do Institut de France, no jornal Folha de S. Paulo

Modelo matemático apontou perspectiva positiva em inocular pessoas saudáveis com fluidos de indivíduos contaminados com varíola

A matemática é uma ferramenta inestimável no estudo e controle de epidemias. Permite realizar de modo virtual, no computador, experimentos para testar diferentes técnicas de contenção da doença, o que seria inviável e até antiético fazer na vida real, colocando pessoas em risco.

Uma das primeiras grandes contribuições da matemática à epidemiologia foi feita no século 18 por Daniel Bernoulli (1700 - 1782). Os Bernoulli são a família mais extraordinária da história da ciência, tendo produzido nada menos que oito matemáticos de primeira linha. Eram suíços, mas Daniel nasceu na Holanda e viveu em vários países europeus. O pai, Johann, era professor de matemática, mas queria uma carreira mais rentável para o filho: obrigou-o a estudar negócios e medicina. Daniel aceitou, com a condição de que o pai lhe desse aulas particulares de matemática. Ficou muitíssimo bem equipado para contribuir para a erradicação da varíola da Europa.


Não se conhece a origem da doença, mas é muito antiga: há marcas de varíola em múmias egípcias do século 3 a.C. Acredita-se que entrou na Europa no início do século 16 e rapidamente se tornou endêmica. A taxa de letalidade era de 30% e muitos sobreviventes ficavam com sequelas graves. No início do século 18 matava 400 mil pessoas por ano na Europa e um terço dos sobreviventes ficava cego.

Nas primeiras décadas do século 18, médicos ingleses começaram a experimentar uma técnica, chamada variolação, que consiste em inocular pessoas saudáveis com fluidos de indivíduos contaminados, para provocar a produção de anticorpos. Ela já era praticada na China há séculos, mas o uso era polêmico. Embora reduza a letalidade para apenas 1% dos infectados, em alguns poucos casos pode provocar a doença na pessoa saudável no lugar de impedi-la.

Daniel Bernoulli desenvolveu um modelo matemático da doença, um tipo de equação diferencial, para avaliar se seria vantajoso inocular todos os recém-nascidos dessa forma, visando prevenir o desenvolvimento posterior da doença. Utilizando os melhores dados disponíveis na época, ele concluiu que o ganho em vidas resultante da imunização proporcionada pela variolação generalizada seria muito superior às eventuais perdas causadas.

Em meados do século, a Inglaterra começou a aplicar a variolação de modo amplo. A partir de 1796, quando o médico Edward Jenner demonstrou a eficácia da primeira vacina, a inoculação tornou-se obrigatória para todas as crianças. Como resultado, a varíola foi extinta no país ainda no século 19.

Na sequência de uma campanha global de vacinação coordenada pela OMS, ao final dos anos 1970 a varíola tornou-se a primeira doença contagiosa a ser erradicada no mundo.
Herculano
08/04/2020 06:43
MANDETTA REDUZ O TOM TENTANDO NÃO SER DEMITIDO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O ainda ministro da Saúde adotou uma atitude moderada, no fim da tarde desta terça (7), no Planalto, na tentativa de conservar o emprego. Mas, por via das dúvidas, deu aparência de prestação de contas à sua fala inicial, para o caso de ser demitido antes da próxima coletiva. Citou providências, mas entre elas não estavam a aquisição de respiradores e nem a instalação de mais UTIs no País. Nada, até agora. Um tom muito diferente da noite de segunda (6): ao perceber que ficaria e adrenalina nas alturas, Mandetta parece haver ligado o botãozinho do "exploda-se".

NÃO DEU PELOTA

Em geral gentil, o ortopedista Luiz Henrique Mandetta ignorou o pedido de Bolsonaro até para ouvir a conhecida infectologista Nise Yamaguchi.

RIVAL NÃO TEM VEZ

Yamaguchi defende o uso de cloroquina contra o Covid19, mas Mandetta a despachou. Ela é uma das pessoas cotadas para o seu lugar.

DAQUI NÃO SAIO

Após encerrar o brevíssimo contato com Yamaguchi, Mandetta chegou ao ministério eufórico, tipo "daqui não saio, daqui ninguém me tira".

ESTRATÉGIA DE COMBATE

Assessores espalharam versões criativas da conversa com Bolsonaro. A coletiva após 20h tinha perspectiva de entrar ao vivo no Jornal Nacional.

APLICATIVO USADO NA CÂMARA TEM FALHA DE SEGURANÇA

O aplicativo Zoom, que faz reuniões em videoconferência e ganhou popularidade durante a quarentena do coronavírus, virou o preferido de autoridades brasileiras, mas apresenta graves falhas de segurança. Governos estrangeiros, como o de Taiwan, agências governamentais e grandes empresas - inclusive bancos - de todo o mundo já proibiram o aplicativo, mas sessões dos deputados brasileiros são todas no Zoom.

WINDOWS, GRAVE

Entre as principais falhas de segurança do Zoom, uma permite o roubo de senhas guardadas no computador de usuários de sistema Windows.

MAC, GRAVE

A falha de segurança do Zoom para usuários Apple, permite que hackers acessem a câmera e o microfone do computador.

FALHA GRAVÍSSIMA

Uma vez exploradas as falhas, usuários do Zoom podem chegar até a perder controle do computador, alerta analista de segurança, ex-NSA.

MINISTÉRIO RODA PRESA

Mandetta anunciou como grande novidade, na coletiva desta terça (7), a instalação em breve de "big data" com informações em tempo real sobre Covid19 no Brasil e no mundo. No DF, o governador Ibaneis Rocha já tem seu "DataRocha", como chamam os assessores, há 40 dias.

OUTRA PROVOCAÇÃO

O ministro Mandetta destacou outra vez ontem a autorização do hospital de campanha em Goiás a pedido de Ronaldo Caiado, seu correligionário, logo após o rompimento do governador com seu chefe.

NOTÍCIA PROMISSORA

Após o caso do catarinense Alexandre Fernandes, 44, que saiu de estado crítico, na UTI e agora está curado, 17 outros brasileiros foram submetidos a tratamento com base em esteroides. Dez já receberam alta. Alexandre estava na viagem de Bolsonaro a Miami.

AZAR DOS DOENTES

Então deputado e hoje senador, Izalci (PSDB-DF) afirma que rejeitou a isenção de IPI para ambulâncias por considerá-la inconstitucional. "Não se mostrava adequada, nem compatível sob a ótica orçamentária".

MANDOU BEM

Os laboratórios Sabin anunciaram o início dos testes "drive-thru" no DF para o novo coronavírus. De acordo com a empresa, fundada pela bioquímica Sandra Costa, o exame é agendado e sem deixar o carro.

MUNDO BIZARRO

A região administrativa mais atingida pelo novo coronavírus, em Brasília, é o bairro do Lago Sul, uma das regiões com maior Índice de Desenvolvimento Humano do mundo; incidência de 198 infectados por cada 100.000 habitantes. Tem cerca de 30 mil moradores.

RESULTADO PRÁTICO

A parceria entre empresas pode ser fundamental para o enfrentamento da pandemia do coronavírus. Segundo o Senai, a iniciativa contabilizou 20 mil máscaras cirúrgicas e 15 mil protetores faciais em 15 dias.

ANTIMANDETTA

O leitor Ruy de Paula questiona o vai-não-vai do ministro da Saúde: "Se o Mandetta é um péssimo gestor, por que não é logo demitido? Se ele continuar, o País ficará sem comando no meio de uma crise".

PENSANDO BEM...

... depois de um piti, toda criança fica mais calma.
Herculano
08/04/2020 06:33
PARA REABRIR ECONOMIA, É PRECISO CAÇAR O CORONAVÍRUS COM MILHõES DE TESTES, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Ainda não há esforço nacional coordenado para fazer caçada ao vírus e, assim, reabrir negócios

O número de testes de Covid-19 é uma das estatísticas econômicas mais importantes da epidemia. Econômicas? Sim, também. Mas não temos esses dados e não sabemos bem o que está sendo feito para produzir testes e resultados.

Como todo leitor de jornal já deve saber, sem testes em massa não haverá dados precisos para planejar o combate ao espalhamento da doença e não saberemos como, quando, em que ritmo e onde reabrir a economia com segurança.

A fim de repetir a experiência bem-sucedida da Coreia do Sul, por exemplo, precisaríamos fazer pelo menos 1,6 milhões de testes. Do governo federal, saiu mais ou menos um terço disso, mas não se sabe o que foi feito com eles. Nos estados, laboratórios e hospitais particulares fazem os seus, a rede pública também. Quantos?

O caso da Coreia do Sul é mesmo apenas um meio de dar a ordem de grandeza do problema. Não sabemos se precisaremos de ainda mais testes, pois a epidemia parece se espalhar com mais rapidez no Brasil.

Não se trata de fetichismo numérico. Trata-se de contar e produzir munição contra o corona. Hospitais fazem testes porque estão na frente de guerra, tentando saber que tratamento dar a cada doente - muitas vezes, não acertam logo o tratamento mais eficaz por não saberem exatamente com o que estão lidando, por falta e atraso de testes.

Mas seria preciso haver um plano para ajudar o pessoal da saúde, nos hospitais e fora deles. Isto é, testes para rastrear contatos de doentes, o caminho do vírus, de modo a isolar seus potenciais transmissores.

Quer dizer, além de testes, seria preciso uma coordenação entre governo federal e estados, diretrizes comuns, médicos e cientistas de dados para pensar a distribuição dos recursos, agentes de saúde para executar o plano. Onde está o pessoal do Programa Saúde da Família e seus médicos, vítimas da demência teratológica do governo federal?

O problema é criar condições financeiras, logísticas e técnicas para fazer testes em massa. Algumas providências foram tomadas para aumentar a produção de ventiladores respiratórios, sem os quais os doentes graves de Covid-19 morrerão.

Não sabemos quantos testes temos, quantos poderemos comprar e produzir. O Ministério da Saúde não sabe quantos testes já foram feitos. O governo federal ainda não consegue dizer o que está sendo feito para aumentar a produção e a compra de testes e o aumento da capacidade de análise de resultado (gente, máquinas, insumos para laboratórios).

Também não sabe dizer se, na eventualidade de haver testes em massa, também haverá capacidade de realiza-los sem aglomeração infecciosa e laboratórios e gente capacitada em quantidade para processá-los.

Em São Paulo, tem havido mais rapidez no aumento da produção de testes e na capacidade de processá-los, com certificação de mais laboratórios.

Além do mais, em breve serão feitos testes por amostragem em quase 100 mil pessoas, iniciativa de pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas e de uma rede de epidemiologistas. Vamos saber a porcentagem da população contaminada e a progressão quinzenal da epidemia. É informação crucial para o planejamento, mas é outra história. Faltam testes bastantes para fundamentar uma caçada ao vírus.

A situação se torna mais desesperada porque o indivíduo que ocupa a cadeira de presidente e seu bunker dedicam-se a sabotar o Ministério da Saúde e qualquer esforço racional para conter a epidemia.?
Herculano
08/04/2020 06:28
FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASSOLA O PAÍS, por Carlos Brickmann,

Lembra do Cabo Daciolo, aquele candidato divertidíssimo? Bom, ele diz agora que Bolsonaro não levou facada nenhuma, que tudo foi forjado pelos maçons e por uma certa Nova Ordem Mundial para fortalecer o candidato. Maçons - houve época em que era moda culpá-los por tudo. Mas o último a culpar maçons, que eu me lembre, foi o ditador espanhol Francisco Franco, há quase 50 anos. Mas devem ser poderosos, esses maçons do Cabo Daciolo: foram capazes de enganar os médicos da Santa Casa, do Sírio e do Einstein.

Depois de Eduardo Bolsonaro, Abraham Weintraub andou falando mal da China. A milícia virtual bolsonarista postou uns 30 mil tweets propondo um boicote comercial brasileiro aos chineses. Ideia notável: o PIB brasileiro é de cerca de US$ 1,5 trilhão, o da China de US$ 15 trilhões. A China importa uns US$ 60 bilhões anuais de produtos brasileiros, e exporta para nós algo como US$ 36 bilhões - dando ao Brasil um superávit de US$ 24 bilhões. É o maior parceiro comercial do Brasil, um dos maiores produtores de material para combate ao coronavírus. Em resumo, um adversário escolhido a dedo (o dedo com que Weintraub escreve "insitar" e se refere ao escritor "Cafta" ?" que deve ser aquele antigamente conhecido como Kafka). Aliás, ao falar mal dos chineses, Weintraub tentou imitar Cebolinha, o ótimo personagem de Maurício de Souza. Um personagem de quadrinhos. E ele imitou errado.

Cá entre nós, não conseguir imitar o jeito do Cebolinha falar é meio muito.

LÁ VEM O SEU CHINA....

Quando a Vale do Rio Doce decidiu doar 500 mil máscaras protetoras ao Brasil, onde é que foi buscá-las? Na China. O teste para coronavírus também vem de lá. A China investe no Brasil em carros e ônibus, e participa de projetos de engenharia de mobilidade urbana. Há uns cinquenta e poucos anos, o grande Stanislaw Ponte Preta criou o Febeapá, Festival de Besteiras que Assola o País. O título desta coluna é copiado dele. O Festival continua.

... NA PONTA DO PÉ...

Negociar com os chineses é questão de negócios, não de ideologia. Trump não gosta da China mas negocia com eles. Mas aqui as coisas estão ficando bestificantes. Defender o uso de cloroquina e hidrocloroquina no tratamento da pandemia é prova de bolsonarismo; esperar o resultado dos testes que são feitos atualmente é prova de deslealdade ao 000. Defender a quarentena é ir contra Bolsonaro e a favor de Doria.

Daqui a pouco vão politizar a comida: rúcula é de esquerda, alface é de direita, e envídia, óbvio, é coisa de fresco.

... LIG LIG LIG...

Uma curiosidade dos tempos do comunismo: quem discordava de Stalin, o poderoso dirigente da União Soviética, era sempre acusado de ser traidor desde 1917, ano da revolução comunista. A tragédia se renova hoje como farsa: Mandetta, o ministro da Saúde, foi acusado por bolsonarista de uma série de irregularidades em toda a sua vida política e administrativa.

Pergunta-se: por que, então, Bolsonaro o nomeou para o Ministério?

...LIG LIG LIG LÉ

E há a estupenda confissão de Osmar Terra, candidato (embora o negue) ao posto de Mandetta, que acabará saindo cedo ou tarde. Terra foi secretário da Saúde do Rio Grande do Sul no governo de Yeda Crusius, PSDB, e teve de enfrentar duas epidemias. Ele mesmo conta: uma foi de febre amarela, embora já existisse vacina para febre amarela. A epidemia começou na região argentina da fronteira com o Brasil, mas os argentinos não o avisaram e ele não soube de nada. A outra foi de gripe suína, que atingiu tanto a Argentina quanto o Uruguai, e ele também não soube de nada. Como não sabia o que se passava ao lado, só agiu quando as epidemias cruzaram a fronteira.

Ele conta essa história para mostrar que tem experiência em lidar com epidemias.

OS AUTORES

Os títulos vêm de Lig Lé, de Osvaldo Santiago e Paulo Barbosa.

7 - 1

Inacreditável: o Governo Bolsonaro estava sendo louvado no Brasil e no Exterior pela competência com que enfrentava uma tremenda crise na Saúde. Um ministro discreto, Mandetta, conseguiu articular o ministério, a OMS, os parlamentares, os governadores, fossem de situação ou oposição, para traçar os rumos do combate à pandemia. Esta atuação foi aprovada por 77% da população.

Bolsonaro, em vez de surfar no êxito, preferiu se irritar com o êxito de Mandetta, que era seu amigo pessoal. Resultado: Mandetta ficou com os 77% e Bolsonaro com 36%. Pior: tentou politizar a crise e ditar quais remédios deveriam ser usados. Anunciou a demissão de Mandetta. E não conseguiu demiti-lo. Talvez a história de que Bolsonaro seja hoje uma rainha da Inglaterra, sem poder algum, e que o general Braga Netto seja o chefe de fato do Governo, não seja fantasiosa.

Parece que o poder trocou de mãos.

31/12

A partir do dia 31 de dezembro, se por algum motivo o presidente se afastar, o vice assume e cumpre o restante do mandato, automaticamente.
Herculano
08/04/2020 06:16
O ANDAR DE CIMA SABIA MAIS, E A CóLERA MATOU 10 MIL PESSOAS NA ÚLTIMA EPIDEMIA NA EUROPA, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

No século 19, negacionismo dos notáveis de Hamburgo durou pouco, até elite ser vítima da doença

Há os conservadores e há os atrasados, mas os comerciantes e banqueiros de Hamburgo achavam que eram conservadores iluminados, mas eram também atrasados.

Em agosto de 1892, a cidade era administrada pela plutocracia local. Tinha o maior porto da Alemanha e macaqueava os ingleses.

Morreu gente nos bairros pobres, mas não podia ser cólera, pois essa peste já teria sido controlada na Europa.

A cidade tinha lindos prédios, mas não havia começado a obra para tratar sua água. Em 1871 seus notáveis haviam recusado a obrigatoriedade da vacina contra a varíola, porque ofenderia o direito das pessoas. (Trinta e três anos depois Rui Barbosa usou o mesmo argumento, estimulando a rebelião de alguns militares e a maior revolta popular do Rio de Janeiro.)

Tudo em nome dos princípios do liberalismo político e econômico que administrava a cidade. Os plutocratas de Hamburgo acreditavam que a cólera disseminava-se por miasmas do ambiente, mais perigosos nos bairros de gente pobre e suja.

Nove anos antes, o médico Robert Koch havia demonstrado que a cólera era transmitida por um bacilo e circulava com a água. Como eles acreditavam nos vapores, recusaram-se até a endossar a obrigatoriedade de fervê-la. (Em 1904, quando Oswaldo Cruz fumegava as casas do Rio para matar o mosquito da febre amarela, vários médicos ilustres insistiam na teoria do miasma.)

Até o verão de 1892 os plutocratas de Hamburgo entendiam que tudo dependia da higiene individual. O negacionismo dos notáveis durou pouco, até que começou a morrer gente no andar de cima.

A imprensa havia evitado o assunto e a imediata instituição de uma quarentena foi descartada, pois prejudicaria os negócios.

Quando as ruas estavam tomadas por cadáveres, o governo de Berlim mandou Robert Koch a Hamburgo e ele contou: "Senhores, eu esqueci que estava na Europa".

Oito anos antes, Nápoles, velha cidade insalubre com seu porto, havia derrubado a cólera com uma quarentena.

Uma médica americana que estava em Hamburgo escreveria: "Treze epidemias leves não haviam conseguido mostrar aos governantes da cidade que deveriam botar a casa em ordem."

A história dessa epidemia, com 10 mil mortos, foi contada pelo historiador inglês Richard Evans em "Death in Hamburg: Society and Politics in the Cholera Years, 1830""1910" (de 1988, infelizmente só existe em papel).

Sir Richard evitou atribuir o desastre a um mero interesse econômico. Ele foi mais fundo, mostrando que as opiniões dos médicos não são autônomas, mas têm raízes e funções sociais. Os donos das teorias do miasma eram médicos, como o doutor Osmar Terra.

Aos 72 anos, numa entrevista ao repórter Isaac Chotiner, Evans rebarbou a teoria segundo a qual ditaduras e democracias lidam com epidemias de maneiras diferentes.

"[Epidemias] exigem grandes intervenções dos governos. Seja qual for a sua forma, seja qual for o tipo do Estado ou o partido que está no poder. De certa maneira, é a epidemia quem dá as cartas."

Atualmente, na praça em frente à Bolsa e à prefeitura de Hamburgo, um monumento lembra os mortos da epidemia de cólera. Ele foi esculpido em 1896.

Oito anos depois, no Brasil, ainda se falava em miasma.

O presidente Rodrigues Alves e o médico Oswaldo Cruz tiveram que enfrentar uma revolta contra a vacina obrigatória. Grande presidente, esse Rodrigues Alves.
Herculano
08/04/2020 06:14
O ANDAR DE CIMA SABIA MAIS, E A CóLERA MATOU 10 MIL PESSOAS NA ÚLTIMA EPEDIMIA NA EUROPA

No século 19, negacionismo dos notáveis de Hamburgo durou pouco, até elite ser vítima da doença

Há os conservadores e há os atrasados, mas os comerciantes e banqueiros de Hamburgo achavam que eram conservadores iluminados, mas eram também atrasados.

Em agosto de 1892, a cidade era administrada pela plutocracia local. Tinha o maior porto da Alemanha e macaqueava os ingleses.

Morreu gente nos bairros pobres, mas não podia ser cólera, pois essa peste já teria sido controlada na Europa.

A cidade tinha lindos prédios, mas não havia começado a obra para tratar sua água. Em 1871 seus notáveis haviam recusado a obrigatoriedade da vacina contra a varíola, porque ofenderia o direito das pessoas. (Trinta e três anos depois Rui Barbosa usou o mesmo argumento, estimulando a rebelião de alguns militares e a maior revolta popular do Rio de Janeiro.)

Tudo em nome dos princípios do liberalismo político e econômico que administrava a cidade. Os plutocratas de Hamburgo acreditavam que a cólera disseminava-se por miasmas do ambiente, mais perigosos nos bairros de gente pobre e suja.

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Espanha é o segundo país mais afetado pelo coronavírus na Europa

Nove anos antes, o médico Robert Koch havia demonstrado que a cólera era transmitida por um bacilo e circulava com a água. Como eles acreditavam nos vapores, recusaram-se até a endossar a obrigatoriedade de fervê-la. (Em 1904, quando Oswaldo Cruz fumegava as casas do Rio para matar o mosquito da febre amarela, vários médicos ilustres insistiam na teoria do miasma.)

Até o verão de 1892 os plutocratas de Hamburgo entendiam que tudo dependia da higiene individual. O negacionismo dos notáveis durou pouco, até que começou a morrer gente no andar de cima.

A imprensa havia evitado o assunto e a imediata instituição de uma quarentena foi descartada, pois prejudicaria os negócios.

Quando as ruas estavam tomadas por cadáveres, o governo de Berlim mandou Robert Koch a Hamburgo e ele contou: "Senhores, eu esqueci que estava na Europa".

Oito anos antes, Nápoles, velha cidade insalubre com seu porto, havia derrubado a cólera com uma quarentena.

Uma médica americana que estava em Hamburgo escreveria: "Treze epidemias leves não haviam conseguido mostrar aos governantes da cidade que deveriam botar a casa em ordem."

A história dessa epidemia, com 10 mil mortos, foi contada pelo historiador inglês Richard Evans em "Death in Hamburg: Society and Politics in the Cholera Years, 1830""1910" (de 1988, infelizmente só existe em papel).

Sir Richard evitou atribuir o desastre a um mero interesse econômico. Ele foi mais fundo, mostrando que as opiniões dos médicos não são autônomas, mas têm raízes e funções sociais. Os donos das teorias do miasma eram médicos, como o doutor Osmar Terra.

Aos 72 anos, numa entrevista ao repórter Isaac Chotiner, Evans rebarbou a teoria segundo a qual ditaduras e democracias lidam com epidemias de maneiras diferentes.

"[Epidemias] exigem grandes intervenções dos governos. Seja qual for a sua forma, seja qual for o tipo do Estado ou o partido que está no poder. De certa maneira, é a epidemia quem dá as cartas."

Atualmente, na praça em frente à Bolsa e à prefeitura de Hamburgo, um monumento lembra os mortos da epidemia de cólera. Ele foi esculpido em 1896.

Oito anos depois, no Brasil, ainda se falava em miasma.

O presidente Rodrigues Alves e o médico Oswaldo Cruz tiveram que enfrentar uma revolta contra a vacina obrigatória. Grande presidente, esse Rodrigues Alves.
Miguel José Teixeira
07/04/2020 21:01
Senhores,

Já que estamos em tempos semelhantes ao de guerra, perguntar não ofende:

"Será que JoNa foi "tocado" pelo "orçamento de guerra?"

As notícias estão mais. . .digamos, menos. . .sei lá, entende?

"Na guerra, a verdade é a primeira vítima."
(Ésquilo)
Miguel José Teixeira
07/04/2020 19:44
Senhores,

Será fato ou será fake? Com a palavra, os Doutos!

"Maia e Alcolumbre enrolam e Justiça transfere 'fundão' de partidos para combater Covid19
Segundo decisão da Justiça Federal, verba deve ir para ações de combate ao coronavírus"

Fonte: Diário do Poder, por Tiago Vasconcelos, 07/04/2020 às 17:59 | Atualizado às 18:34

Enquanto os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, desconversam sobre a transferência dos indecorosos bilhões dos fundos eleitoral e partidário, um juiz federal de Brasília resolveu agir: determinou o bloqueio dos repasses da União aos fundos.

"A manutenção de fundos partidários e eleitorais incólumes, à disposição de partidos políticos, ainda que no interesse da cidadania, se afigura contrária à moralidade pública, aos princípios da dignidade da pessoa humana, dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e, ainda, ao propósito de construção de uma sociedade solidária", escreveu o juiz Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara Federal do DF.

O bloqueio permite ao poder excutivo a utilização dos recursos "em favor de campanhas para o combate à pandemia de coronavírus (Covid-19) ou a amenizar suas consequências econômicas".

https://diariodopoder.com.br/maia-e-alcolumbre-enrolam-e-justica-bloqueia-bilhoes-dos-fundos-partidario-e-eleitoral/
Herculano
07/04/2020 18:21
CHEQUE EM BRANCO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O Tesouro não tem recursos infinitos. Por estar em branco, o cheque que a sociedade acaba de conferir ao Executivo para lidar com a crise deve ser usado com muita responsabilidade

Não resta a menor dúvida de que, por mais robustas que sejam, as medidas adotadas pela maioria dos governos do mundo para mitigar os efeitos da epidemia de covid-19 sobre a economia não serão suficientes para evitar um desastre de proporções ainda desconhecidas. Assim, o aumento exponencial de gastos públicos tornou-se quase uma obrigação, sobretudo porque, além de reforçar o sistema de saúde, é preciso proteger os empregos e a renda da parcela da população que vive na informalidade e vê a fome bater à porta.

Num cenário como esse, é evidente que não se pode falar, ao menos neste momento, em contenção fiscal, razão pela qual é uma boa notícia a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 10/20, que criou o chamado "orçamento de guerra" - que tratará especificamente das despesas decorrentes do enfrentamento da epidemia, separado do Orçamento da União.

O texto passou na Câmara com votações expressivas (505 votos a 2 no primeiro turno e 423 a 1 no segundo) e está para ser apreciado a qualquer momento no Senado. Tal apoio a um projeto gestado pela própria Câmara é claro indicativo de que não há polarização política que resista ao imperativo de salvar vidas e proporcionar ao setor produtivo condições de sobreviver em meio à tormenta já em pleno curso.

A PEC do "orçamento de guerra" dá liberdade praticamente irrestrita ao Executivo, representado por um Comitê de Gestão de Crise, que será dirigido pelo presidente Jair Bolsonaro, para administrar os recursos destinados ao enfrentamento da epidemia. Até mesmo a regra de ouro ?" que impede o governo de emitir títulos para pagar gastos correntes ?" estará suspensa durante a vigência do estado de calamidade. O Congresso, contudo, se reservou o direito de sustar as decisões do comitê "em caso de irregularidade ou de extrapolação dos limites" estabelecidos na PEC. E fez bem. A calamidade não pode ser pretexto para que se criem despesas permanentes, estranhas ao estritamente necessário para o esforço do combate à epidemia.

Não é um risco desprezível, a julgar pelo histórico de irresponsabilidade do poder público com o dinheiro do contribuinte. Basta ver o que fez o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, na sexta-feira passada, ao determinar que a União pague a Estados e municípios o complemento das verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Graças a uma interpretação criativa da lei que criou o fundo, que vigorou de 1998 a 2006, Estados com baixa receita e menos alunos julgavam-se no direito de receber o mesmo valor destinado aos Estados com muito mais alunos.

A decisão do ministro Dias Toffoli representa uma despesa adicional de R$ 90 bilhões para os cofres da União, já bastante comprometidos pela necessidade urgente de socorrer cidadãos e empresas em meio à epidemia de covid-19. É a criação de esqueletos fiscais dessa natureza que fragiliza as contas nacionais mesmo que não houvesse o novo coronavírus a nos atormentar.

Assim, não se pode permitir que as boas intenções ?" seja a melhoria da educação, seja a luta contra os efeitos da epidemia de covid-19 - sirvam como subterfúgio para favorecer grupos de interesse em detrimento do resto do País, a quem restará pagar a conta do colapso fiscal. "Tem de separar setores com problemas emergenciais do oportunismo", disse ao Estado a economista Zeina Latif, que defendeu a manutenção do teto de gastos: "Tenho medo do precedente que se abre ao suspendê-lo".

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, foi claro ao dizer que "não há por que continuar (no futuro) com políticas que só se justificam em um contexto de calamidade", mas o receio de que isso venha a acontecer é mais que justificado. O Tesouro Nacional ?" leia-se, os contribuintes ?" não tem recursos infinitos, e tudo o que se fizer agora terá consequências graves no futuro. Justamente por estar em branco, o cheque que a sociedade acaba de conferir ao Executivo para lidar com a crise deve ser usado com muito mais parcimônia e responsabilidade.
Herculano
07/04/2020 18:17
LIBEROU

Por Rodrigo Constantino, no twitter:

Hidroxicloroquina liberada para todos os pacientes. Vitória de Bolsonaro. Vitória da ciência. Derrota para os torcedores do corona...
Herculano
07/04/2020 18:09
MANCHETE DOS NOTICIÁRIOS DA NOITE

Brasil tem 114 mortes por covid-19 em 24 horas e total vai a 667
Herculano
07/04/2020 18:07
GASPAR É GOVERNADA PELA PIADA. E COM COISAS SÉRIAS

O prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, fissurado por aparecer em redes sociais, fez a sua live com a cidade para falar do que o governo dele está fazendo para proteger - e desesperar - os gasparenses.

1. Uma hora de blá-blá-blá. Mas, aos que tiverem dúvidas desta afirmação, a gravação estava disponível do endereço de Kleber.

2. Ninguém de máscara na live. E na mesa, até um que não cumpriu a quarentena completa de no mínimo 14 dias depois de chegar ao Brasil na viagem de férias recentes feitas ao Caribe.

3. A mesa da live, com toalha, um elemento de contaminação e condenado pelos especialistas.

4. Os quatro, sem identificação, como se todos fossem obrigados a conhecê-los

5. O médico Ricardo Freitas, foi o que se saiu melhor. Era um assunto familiar. Já os demais...

6. A Defesa Civil decorativa e piadista. Para ele, Gaspar é o único município catarinense que está aplicando o tal Sistema de Comando em Operações. Incrível a bolha onde ele está. Vou então, ficar por aqui.

7. O secretário interino de Saúde e prefeito de fato, o advogado Carlos Roberto Pereira, rivaliza com o ministro Luiz Henrique Mandetta, DEM MS nas ações, conhecimentos e liderança...

8. Ele falou que o Hospital de Gaspar, que come uma dinheirama de impostos bons e não produz retornos (naturalmente ele não concorda com isso), e ninguém sabe quem é o dono dele, vai constituir uma UTI. Ulalá.

9. Kleber foi a Florianópolis pedir cinco leitos não se sabe para quem. Agora, fala-se em dez. Ainda bem que afinaram a linguagem. Escrevi que dez é o número mágico pelos entendidos para o mínimo. Ufa, ao menos se informaram melhor com quem entende do assunto para não se repetir na bobagem.

10. É UTI - Unidade de Tratamento Intensivo, ou uma unidade avançada com respiradores mecânicos? Qual é mesmo a retaguarda técnica contínua 24/7 que o Hospital ou Gaspar possui? Nem se está falando dos recursos necessários para montar e sustentar essa ideia, sem planejamento e em tão pouco tempo. Gente boa de discurso para analfabetos, ignorantes e desinformados.

11. Três anos do governo de Kleber e Roberto para isso ser revolvido e não foi, agora estão correndo atrás daquilo que nunca foi prioridade no governo deles? Ai,Ai, Ai. Quem foi mesmo que boicotou o projeto do fundo para se construir a UTI do Hospital de Gaspar recém aprovado na Câmara e de autoria do médico funcionário da prefeitura, cardiologista e vereador, Silvio Cleffi, agora no PP do mesmo governo?

12. Quanto é mesmo que se arrecadou neste fundo boicotado neste ano? Com a palavra o dono do cofre, o todo poderoso secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, o interino de Saúde, o que diz que agira a UTI sai em Gaspar, Carlos Roberto Pereira.

13. De onde mesmo é o primeiro morto do Vale do Itajaí por Covid-19. Onde ele foi acolhido? Onde estão acolhidos os outros gasparenses com a mesma doença? Por que a secretaria limita e nega testes para a Covi-19 e obriga os suspeitos, por medo e pavor, a irem a Laboratórios particulares para se livrarem do medo ou confirmarem e se buscar tratamento antes que seja tarde demais?

14. Não foi o secretário interino de Saúde de Gaspar que afirmou neste final de semana - não se sabe baseado no que - que a Covid-19 estava desaparecendo por aqui? A afirmação estampada desde sábado até agora não foi desmentida, a não ser pelas estatísticas e evidências.

15. Apesar do dinheiro a rodo que se gasta por aqui, a verdade é que os do governo do plantão em Gaspar estão dependentes dos sistemas de Blumenau, Brusque, Itajaí ou outra regulação. Se lá fecharem as portas para atenderem prioritariamente os residentes de lá, Gaspar vai orar e jejuar mais por milagres.

16. Uma hora de enrolação com doença séria, muito séria, com implicações muito sérias na economia e futuro da nossa comunidade. É numa tempestade que se conhece a capacidade e o valor de um comandante. Então... Acorda, Gaspar!
Herculano
07/04/2020 17:30
ALESC ACENDE SINAL AMARELO PARA MOISÉS AO DEFLAGRAR PROPOSTA QUE DERRUBA DECRETOS DE CALAMINADDE, por Upiara Boschi, no NSC Total, Florianópolis SC

?Em sua primeira reunião virtual, CCJ da Alesc acolheu proposta de Jessé Lopes para sustar decretos de calamidade do governador Carlos Moisés. Votação acende sinal amarelo na relação entre Executivo e Legislativo sobre a postura do Estado diante do coronavírus.

A Assembleia Legislativa colocou uma espada sobre a cabeça do governador Carlos Moisés (PSL) na manhã desta terça-feira. Em sua primeira reunião virtual, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) acolheu por 6 votos a 2 a proposta do deputado estadual Jessé Lopes (PSL, dissidente) para que sejam sustados os decretos de calamidade pública que impuseram o isolamento social em Santa Catarina por causa da crise do coronavírus.
A medida acende um sinal amarelo na relação do Legislativo com o Executivo. Pelo impacto institucional que produz, um ato de sustação de decreto do governador tem tramitação especial. Primeiro, a CCJ vota se acolhe o pedido - o que aconteceu nesta terça-feira. Depois disso, o governo tem até 10 dias para justificar as decisões tomadas nos decretos. E aí que a mesma CCJ vota a sustação ou não das medidas - encaminhando ao plenário em caso de aprovação.

Assim, ainda há muitos passos para que a Alesc derrube os decretos de Moisés, mas o sinal foi dado. Na votação desta terça-feira, apenas a líder do governo, Paulinha (PDT), e Fabiano da Luz (PT) votaram contra a proposta de Jessé Lopes. O petista era o relator e teve seu parecer derrotado. Prevaleceu, suprema ironia, o voto de Maurício Eskudlark (PL) pela derrubada das decisões do governo que liderava até dois meses atrás.
- O governador invadiu a área de competência dos prefeitos, tratou municípios diferentes em igualdade de condições. Temos municípios que até agora não tiveram nenhum caso de coronavírus que estão parados desde o primeiro dia - justificou Eskudlark.

Os votos dos oposicionistas Ana Campagnolo (PSL, dissidente), Ivan Naatz (PL) e João Amin (PP) já eram previstos, mas a eles se somou o emedebista Luiz Fernando Vampiro (MDB) - sempre contabilizado como base do governo, embora tenha exercido uma discreta rebeldia nos últimos tempos.

Nas primeiras semanas de sessões virtuais da Alesc por causa do coronavírus, as propostas foram a plenário sem análise prévia das comissões, pautadas por acordo dos líderes partidários. Isso ofuscou a oposição a Moisés no parlamento, que tem como suas principais bases justamente a CCJ e a Comissão de Finanças. A proposta de Jessé, aleardeada pelo deputado oposicionista em suas redes sociais, estava escanteada. Na retomada das comissões, ela recebeu o primeiro aval. Ainda na tarde desta terça-feira, também foi aprovada a convocação para o secretário da Saúde, Hélton Zeferino, explicar as medidas do governo no combate a pandemia - encontro marcado para dia 14 de abril.

Mas não entenda nisso tudo apenas o duelo entre situação e oposição. Os parlamentares estão pressionados pelo setor produtivo e parte da sociedade pelo fim das restrições - ou pelo menos um afrouxamento. Ao mesmo tempo, se queixam de que não há abertura para construção de soluções com o Centro Administrativo. A teleconferência de Moisés com os deputados, semana passada, causou mais ruídos do que afinação - ele falou aos parlamentares, mas ouviu apenas quatro deles, por ter outro compromisso.

O governador Carlos Moisés, embora às vezes titubeie e ceda a apelos pontuais, tem sido o grande fiador do isolamento social em Santa Catarina. Agora, terá essa pressão extra pelos próximos 10 dias - a ameaça de ter seus principais atos derrubados pela Alesc. Tudo que ninguém precisa nesta crise é ser liderado por uma autoridade esvaziada (qualquer semelhança com Brasília não é mera coincidência, é falta de habilidade política mesmo ). Que esse tempo regimental seja utilizado para construção de entendimento.
Herculano
07/04/2020 17:26
PODERIA SE ESPERAR ALGO DIFERENTE DELES

Os senadores catarinenses Dário Berger, MDB, e Esperidião Amin Helou Filho, PP, até agora estão mudos e resistentes a apoiar a ideia de passar os R$2,7 bilhões do Fundo Eleitoral, para o combate a Covid 19

Jorginho Melo, do PL, já declarou ser favorável a esta possibilidade.
Herculano
07/04/2020 17:20
VAMOS POR OS PINGOS NOS IS?

O Ministério Público que há muito está cego, surdo e mudo para os desatinos dos políticos poderosos e influentes, como se revela na imprensa investigativa, agora está atrás com valentia dos trabalhadores, desempregados, idosos e gente com fome e que estariam descumprindo a tal quarentena?

A Polícia (Militar e Civil) que diz não dar conta dos bandidões de todos os tipos - pede reforços e mais soldos, mais estrutura - para a ousadia deles contra a vida e principalmente dos cidadãos pagadores de impostos, agora está com valentia dos trabalhadores com salário achatados, ameaçados de perdê-los, desempregados, idosos e gente com fome a que estariam descumprindo a tal quarentena?

Os políticos bandidos e os bandidos das organizações, estão agradecidos pela trégua imposta pelo MP, polícia, governantes e outros para que possam agir com mais desenvoltura contra os cidadãos que já duvidam da lei . Meu Deus!
Herculano
07/04/2020 17:09
O DRIVE THRU VAPT-VUPT VACINAL DO PREFEITO ELEITO E DO PREFEITO DE FATO

Ainda bem que tinham vacinas suficientes para a marquetagem dos políticos no poder de plantão e o registro da imprensa sempre cordata.

A alardeada - inclusive na mídia estadual - a vacinação de idosos no sistema de Drive Thru (feita dentro dos veículos motores), em Gaspar, durou o suficiente para que os políticos em campanha eleitoral fizessem pose, gravassem vídeos com narrativas, dessem entrevistas sem perguntas e posassem para fotos que vão ilustrar os santinhos de outubro, se lá houver ainda eleições, pois agora todos estão trabalhando contra e vejam só, pelo medo dos resultados das urnas.

Sobre a inutilidade do Terminal Urbano com o rompimento da empresa que transportava trabalhadores, desempregados, pobres e estudantes na tarifa mais alta da região, e sobrecarregada com um monte de defeitos nas linhas e horário, nem um pio do prefeito eleito Kleber e nem do de fato, Carlos Roberto Pereira, ambos do MDB. Acorda, Gaspar!
Herculano
07/04/2020 17:00
LIBEROU GERAL

Esta terça-feira em Gaspar pareceu ser um dia normal, não de quarentena. Gente honesta pagando as contas e se preparando para o pior.

Gente desempregada e trabalhadora andando a pé por falta de ônibus urbano proibido na quarentena e que estará sumido quando ela terminar. Tudo por inércia do governo de Kleber Wan Dall, MDB.

Só ficou em casa ou passeou quem está com a vida garantida e sustentada pelo dinheiro do povo, a que não se submeterá a sacrifício algum como políticos e funcionários públicos - de áreas não essenciais - dos três poderes e do Ministério Público.

Acorda, Gaspar!
João Barroso
07/04/2020 16:35
Herculano

O brasileiro é um caso sério, não tem jeito mesmo, familias inteiras indo ao supermercado, pais levando filhos pequenos, depois reclamam, culpam o prefeito, o governador, o presidente. Povo sem consciência, sem educação, nem todos é claro, mas uma grande parcela da população, depois quando se contaminarem, vão para as
UTIs, vai faltar respiradores, ai vai ser tarde, não adianta chorar.
Miguel José Teixeira
07/04/2020 10:11
Senhores,

Resumo da sessão circense de ontem:

Temos um ministro "Mandetta", um ministLo "peLnetta", um presidente "obedecetta", um filho "xeretta",outro "lambetta" outro fazendo "mutretta", e o povo fazendo "caretta". . .

"Eitta". . .
Herculano
07/04/2020 10:04
REDES SOCIAIS E APLICATIVOS DE MENSAGENS FAZEM A DIFERENÇA

Os mesmos números com os mesmo link, compartilhei com outros no whatsapp. Não tenho muito esse hábito.

De muitos deles recebi um retorno espantados com a diferença entre as mortes e com a seguinte obervação: "essa parou o mundo".

E alguns deles, perguntaram a razão disso?

Eu lhes respondi, quando da Sars e da H1N1, não havia Redes Sociais (talvez o Orkut) e aplicativos de mensagens tão amplos e imediatos, a disposição dos catastrofistas, entendidos e ditadores da verdade.
Herculano
07/04/2020 09:38
AS GRIPES VEM E VÃO

Compartilhei, ontem, esta informação com o médico cardiologista, médico de postinho público e vereador em Gaspar, Silvio Cleffi, PP.

Mortes em todo o mundo entre 01/01 e 25/03.

21.297 - Coronavírus
113.034 - Gripe Sazonal
228.095 - Malária
249.904 - Suicídios
313.903 - Tráfego
390.908 - HIV / AIDS
581.599 - Álcool
1.162.481 - Fumo
1.909.804 - Câncer
2.382.324 - Fome
9.913.702 - Aborto

Fonte:https://t.co/PLI9trAc2h

Hoje recebi dele, as seguinte ponderações. Eu as compartilho por acharem razoáveis e por respeitar um ponto de vista, de um técnico. Eu, como todos sabem, sou leigo neste assunto.

1- Grande parte das gripes sazonais já poderia sem por Corona e o gráfico da gripe sempre, todos os anos atinge um platô e decresce, bem diferente do corona até aqui. Tínhamos 238 casos em 16/03 e até ontem mais de 12 mil casos diagnosticados. Fiz um cálculo ontem e se a curva permanecer teremos mais de 600 mil casos dia 27 de abril só no Brasil...

2- Malária tem tratamento e demora anos para o óbito, portanto assusta menos o mundo, ainda mais que só existe nos países pobres...

3- Suicídio não assusta tanto as pessoas, de maneira geral, pois ninguém se considera suicida até acontecer. Portanto é problema do "outro" e não meu...

4- Tráfego sempre existiu e para a maioria da população mundial nunca deixará de existir, devendo lutarmos por políticas e educação para sua redução, a comunidade já se habituou com isto...

5- HIV/ Aids para a comunidade ainda continua sendo doença de drogados e homossexuais, portanto, " merecedores" de tal patologia. De mesma ideia, o fumo e álcool, embora este último ainda possua um fator social muito pertinente.

6- Câncer também leva em média 2 anos do início do tratamento até o óbito e sempre com alguma esperança mesmo que muitas vezes reduzidas.

8- Fome é sem comentários, pois se o mundo gasta tanto com uma "gripezinha" como Bolsonaro relatou, porque não investir em estrutura social seja onde for... Mas acho Utopia...

9- Aborto tem que existir políticas públicas de prevenção em todos os aspectos, não vou iniciar discussão aqui pois daria uma epopéia...

Resumindo tudo meu amigo, estamos diante de um desconhecido, até aqui que atinge à todos independente de raça, sexo ou condição social.

A meu ver é isto que tem assustado à todos. Foram 50 milhões de mortos em 1918 com a gripe espanhola num mundo com 1,8 milhões de habitantes em muito pouco tempo. Se não existisse conhecimento científico, formas de disseminação de informações acredito que poderíamos ter algo em torno de 250 milhões de óbito e no final desta pandemia. E como o mundo vem tratando deste assunto acho que não totalizaram 1 milhão. Esperemos e vejamos os próximos capítulos...
LUIZ
07/04/2020 09:33
QDO VAI SER ANUNCIADO A REDUÇÃO DOS SALÁRIOS DOS ITINERANTES DO PODER EM GASPAR;
Herculano
07/04/2020 09:26
POR UMA SANTA CATARINA PARADA. ASSINAM UMA CARTA ENTREGUE AO GOVERNADOR, GENTE QUE TEM EMPREGO PAGO PELOS IMPOSTOS DO POVO, QUE VIVE DE RENÚNCIA FISCAL, DE PATROCÍNIOS DE QUEM PRODUZ LUCROS, SINDICATOS OU QUE NÃO TRABALHA, OS CHAMADOS COLETIVOS

INTERESSANTE QUE NA CARTA HÁ ASSINATURAS DE TRABALHADORES DA IMPRENSA FORMAL, OS MESMOS QUE SÃO DESMORALIZADOS COTIDIANAMENTE PELA MAIORIA DOS COLETIVOS QUE DESQUALIFICAM A IMPRENSA.

A CARTA TEM DUAS PÁGINAS E MEIA DE UMA JUSTIFICATIVA FRÁGIL DO PONTO DE VISTA CIENTÍFICO QUE É SUBSTITUÍDA PELA NARRATIVA DO QUE SE OUVIU DIZER POR AI PARA O ISOLAMENTO, ENTRE ELES, A DE QUE UMA ENTIDADE INGLESA PREVIU MAIS DE UM MILHÃO DE MORTOS PARA O BRASIL.

OUTRAS OITO PÁGINAS SÃO DEDICADAS A NOMINAR ENTIDADES - QUASE TODAS ILUSTRES DESCONHECIDAS E PARECIDAS ENTRE SI E QUE APOIAM O DOCUMENTO.

Herculano
07/04/2020 09:09
O JOGO DOS POLÍTICOS

O vereador Ciro André Quintino, MDB, que não quer mais a eleição em outubro para que os políticos errantes continuem no poder e neles, esses políticos continuarem com a casquinha.

Como foi cobrado, rápido, Ciro, disse que é contra o Fundão, o bilionário saco de R$2,7 bilhões dos pesados impostos do povo e que está faltando ao essencial aos brasileiros, para eles se fartarem e pedirem votos em outubro para suas caras e duvidosas campanhas eleitorais.

Ontem, o padrinho de Ciro, Jerry Comper, MDB, aquele que queria tirar ICMS dos municípios - inclusive Gaspar e Ilhota - para dar aos pequenos que não tem como sobreviver ao invés deles se fundirem com os grande como quer o ministro Paulo Guedes - foi na mesma linha.

Mais que ser contra o fundão - pois nem Jerry, nem Ciro possuem votos e influência em Brasília -, e ser um grão no deserto de areia, Ciro devia declarar, e quando da prestação de contas, provar, que não usou um tostão desse dinheiro roubado dos brasileiros pelos congressistas sem pudor.

Dizer que é contra é fácil e até porque sabe que sua opinião não tem influência alguma neste assunto. Mas, se está disponível, usa-se e depois afirma: não é ilegal, está na lei.

Atitude diferenciada é dizer, sou contra, tanto sou que não vou usá-lo. Quem quiser que o use. A esperteza quando é demais, como o dono. Acorda, Gaspar!
Herculano
07/04/2020 08:52
TESTEMUNHAS DO DESCASO

Os idosos de Gaspar e seus familiares que foram hoje se vacinarem no terminal urbano Vereador Norberto Willy Schlosser inaugurado em 2005, poderão ser testemunhas de como o governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, trata os bens públicos.

Cercas caindo, ferrugem, banheiros deploráveis, falta de pintura e muito mais...
Herculano
07/04/2020 08:49
A PELEGADA CONTINUA NO STF. MINISTRO LEWANDOWSKI DECIDE LIMINARMENTE QUE REDUÇÃO DE JORNADAS E SALÁRIOS NO SETOR PRIVADO PREVISTA NA MP EDITADA PELO PRESIDENTE JAIR MESSIAS BOLSONARO Só TERÁ VALIDADE COM A ANUÊNCIA DOS SINDICATOS

O advogado Luiz Carlos Nemetz, de Blumenau, escreveu na sua rede social.Com lagostas, vinhos e o salário polpudo garantidos, o ministro Ricardo Lewandowski amarrou as mãos de milhões de empreendedores que viam na MP do governo federal um alívio para enfrentar a crise que o país atravessa.

A medida concedia uma alternativa a pequenos e médios negócios sem desproteger o trabalhador, que receberia um benefício emergencial.

A decisão do ministro não protege empregos: ela enfraquece as empresas que são justamente as responsáveis por dar emprego aos brasileiros.

A desconexão com a realidade impressiona: enquanto Lewandowski permanece com as mordomias intactas, pagas pelos brasileiros que estão enfrentando a crise, os empreendedores precisarão se virar negociando com sindicatos - o que, na prática, significa deixar tudo como está.
Herculano
07/04/2020 08:41
UM CENÁRIO PARA AS REPORTAGENS DE HOJE DE KLEBER PARA A SUA REDE SOCIAL: O RESIDENCIAL MILANO

ELE DEVIA EXPLICAR AO POVO DE LÁ, A BEIRA DE UMA REVOLTA, A RAZÃO PELA QUAL A ASSISTÊNCIA SOCIAL ESTÁ PROMETENDO E ENROLANDO A AJUDA DE CUSTO AOS CADASTRADOS NO CRAS.

E NÃO É Só NO MILANO

COM A FALTA DE TRANSPORTE COLETIVO, OS POBRES ESTÃO SUBMETIDOS A DOIS SACRIFÍCIOS - O DE JEJUAR, PORQUE NÃO É AJUDADO PELO GOVERNO NAQUILO QUE JÁ ESTÁ PACTUADO - E O CAMINHAR POR ORAS AFIO ATRÁS DE SOLUÇõES.

É TEMPO DE ORAÇÃO
Herculano
07/04/2020 08:18
É POUCO, MAS É UM GESTO NA DIREÇÃO CERTA

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, JUDICIÁRIO O TRIBUNAL DE CONTAS E O MINISTÉRIO PÚBLICO ANUNCIARAM CONGELAMENTO DOS SEUS GASTOS

O GOVERNO DO ESTADO QUE IMPõE A QUARENTENA, E PRINCIPALMENTE OS PREFEITOS E PRESIDENTES DAS CÂMARAS DE GASPAR E ILHOTAS, FINGEM QUE OS MORADORES DE SUAS CIDADES NÃO ESTÃO A BEIRA DA FALÊNCIA. OUTUBRO ESTÁ AI E ELES AGORA QUEREM QUE ELE NÃO CHEGUE. VERGONHA.

Olha o que diz a nota oficial conjunta. Acorda Gaspar e Ilhota, máquinas de inchar seus quadros e empregar cabos eleitorais em ambientes técnicos

Os Chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina RESOLVEM:

1. Congelar os proventos e subsídios dos seus servidores e agentes políticos até dezembro de 2020;

2. Suspender o pagamento de horas extras, licenças-prêmio, indenizações, férias indenizadas e de novas vantagens ou bonificações pessoais;

3. Suspender temporariamente as promoções funcionais;

4. Suspender as viagens a serviço e o consequente pagamento de diárias, ressalvadas aquelas que se mostrarem imprescindíveis ao atendimento do serviço;

5. Suspender a realização de cursos exceto os na modalidade EAD;

6. Contingenciar em 50%, pelo prazo de 60 dias, a verba de gabinete (Alesc), podendo a medida ser reavaliada e estendida por maior prazo;

7. Suspender processos licitatórios e de compras por Ata de Registro de Preços que não se refiram a bens e serviços essenciais à prestação do serviço público;

8. Suspender todas as novas obras desses ?"rgãos, pelo prazo inicial de 60 dias, podendo ser prorrogado;

9. Revisar os contratos administrativos para eventual redução de seus valores
Herculano
07/04/2020 08:07
AMEAÇA A MANDETTA REFLETE O QUE É BOLSONARO, editorial de O Globo

Só um presidente que não segue as leis da lógica pode afastar este ministro numa hora dessas

A fritura do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é típica de um governo como o de Bolsonaro, em que a lógica cartesiana costuma ser contrariada por outras condicionantes. Pelo perfil psicológico do presidente e/ou por crenças ideológicas dele, da família e de quem os cerca. Não é lógico e depõe contra a inteligência agredir a China, o maior parceiro comercial do país, e de quem o Brasil precisa de ajuda para enfrentar a epidemia de coronavírus. Mas, nesta espécie de mundo paralelo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, faz crítica à China, e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, segue atrás e põe na rede uma brincadeira de mau gosto e de má-fé com os chineses. Não estão preocupados com assuntos de governo e de Estado, apenas com suas crendices sectárias.

Por isso, Mandetta, cuja atuação na epidemia da Covid-19 é aprovada por 76%, segundo pesquisa recente do Datafolha, corre risco de ser mandado embora e no momento em que a crise de saúde inicia sua fase de agravamento. Os sensatos que estão na cúpula do governo ajudaram a convencer ontem o presidente a não cometer o desatino. Há algum tempo Bolsonaro tem demonstrado conviver mal com esta popularidade, ameaçando usar a caneta contra aqueles que "viraram estrelas". Mais explícito, só se citasse o nome. Talvez falte ao ministro da Saúde o cuidado que tem o colega Paulo Guedes, da Economia, de sempre consultar o chefe. Mesmo ungido superministro, Guedes deve ter considerado a necessidade de ser cauteloso diante do estilo impulsivo de Bolsonaro, mesmo que atue numa área em que teoricamente seria mais difícil Bolsonaro dar ouvidos a outros. Não se deve arriscar. Ou talvez Mandetta devesse ter o cuidado de Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública, escalado nas apostas como concorrente de Bolsonaro em 2022. Moro fez defesas de teses caras ao presidente, caso do "excludente de ilicitude", entre outros gestos.

Cair ministro é parte do jogo de poder. O grave é o que pode significar a saída de Mandetta, responsável, com sua equipe, por adotar no Brasil o isolamento social, como indicam a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a grande maioria dos médicos e especialistas. Reduzir a um mínimo a circulação das pessoas retarda a disseminação do coronavírus e dá tempo ao sistema de saúde, público e privado, de preparar-se para atender a um forte crescimento da demanda por leitos, principalmente de terapia intensiva.

Os contornos da tragédia desta pandemia estão sendo desenhados pelas muitas mortes decorrentes do erro de avaliação de alguns governos, como o que Bolsonaro cometerá se trocar Mandetta por alguém sensível ao seu argumento de que manter as pessoas em casa ?" com exceção dos trabalhadores em áreas vitais ?" é destruir empregos e salários, levando o país a uma crise nunca vista. Bolsonaro não se preocupa com um avanço rápido da epidemia, porque ?" mesmo que não diga ?" considera que um número maior de mortes será compensado pela preservação dos setores produtivos, a tempo de o crescimento voltar bem antes das eleições de 2022. Engana-se, como vários estudos acadêmicos provam. E ainda incorrerá na questão ética de desprezar vidas em nome de um projeto eleitoral.

Uma grande crise econômica haverá de qualquer forma, mas seu governo a tornará mais grave se atrasar bastante a retomada ao permitir o que está acontecendo nos Estados Unidos, na Itália e na Espanha. Seus governos demoraram a se convencer de que deveriam fazer um rígido isolamento social, e o número de seus mortos ultrapassa os 3.300 da China. Nos Estados Unidos, passaram ontem dos 10 mil. O Norte da Itália antecipou o que poderá acontecer no Brasil: a morte de um grande número de idosos infectados por filhos e netos na volta para casa depois do trabalho. O destino de incontáveis famílias pobres poderá ser decidido pela caneta de Jair Bolsonaro.
Herculano
07/04/2020 08:05
NAVIO-FANTASMA, por Ranier Bragon, no jornal Folha de S. Paulo

Bolsonaro criou para si uma escolha de Sofia

Há bastante tempo, ninguém mais pode se dizer desavisado, apanhado de calças curtas em um território envolto em sombras. Do batedor de carimbos até o mais alto lustra-botas, seja no palácio, seja em qualquer outro lugar, inclusive na imprensa, todos já sabem muito bem a quem servem e o que tudo isso representa.

Resta-nos perguntar: mesmo que não sejam nem de longe inocentes, como reagirão, no caso de demissão de Luiz Henrique Mandetta, aqueles do governo que ainda tentam vender um verniz de sensatez e seriedade?

É certo que, sob uma lupa rigorosa, o ministro da Saúde pode não ter tido um desempenho tão bom assim. Mas o simples fato de não agir como um paspalhão - a exemplo do colega de Esplanada que "cuida" da Educação - o torna quase um Oswaldo Cruz dos dias atuais.

No mês passado, esta Folha ponderou, em editorial, que o melhor a fazer na ocasião seria deixar Bolsonaro isolado, falando e fazendo asneiras sozinho, enquanto os capacitados lidavam com o novo coronavírus. Mas o presidente quer retomar o leme do seu navio-fantasma.

Nesta segunda-feira (6), noticiou-se que Mandetta seria, enfim, demitido. A simples ameaça gerou panelaços e mobilização de servidores em frente ao ministério.

De acordo com o Datafolha, uma robusta maioria popular aprova o trabalho do ministro e o isolamento social defendido pela pasta e pela quase totalidade da ciência e das lideranças mundiais.

Por temor da reação popular ou pressão de auxiliares, até o início da noite não havia confirmação de que Bolsonaro tenha tido peito para escantear o subordinado. O que se sabe é que esse Salomão dos trópicos conseguiu criar para si uma escolha de Sofia: ou mantém Mandetta e passa o recibo de sua completa desmoralização e perda de autoridade ou o demite - e põe sobre suas costas e nas dos apoiadores todo o peso da responsabilidade de tratar a vida e morte de milhões de pessoas com base em achismo de botequim.
Herculano
07/04/2020 07:59
BOLSONARO TEM 3 OPÇÕES PARA O LUGAR DE MANDETTA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Luiz Henrique Mandetta estava adorando tudo isso. Alçado a liderança política nacional, elogiado pela oposição, o ministro da Saúde se sentia à vontade até para ignorar as opiniões, mesmo toscas, do presidente da República. E não resistia, com sua palavra fácil e tom gentil, à tentação de fazer política em cada coletiva. Exagerou. O presidente chegou ao Planalto, nesta segunda (6), decidido a demitir Mandetta. Mas a turma do "deixa disso" agiu e o esperto ministro decidiu propor a flexibilização do isolamento nos locais com 50% da capacidade de saúde liberadas.

ESTAVA SE ACHANDO

Mandetta até ousou prestigiar o governador goiano Ronaldo Caiado, que na véspera havia rompido com seu chefe. Não tinha perigo de dar certo.

TRÊS NOMES NO PÁREO

Bolsonaro tem três opções para o lugar de Mandeta: o ex-ministro da Cidadania e deputado Osmar Terra (MDB-RS) está na "pole position".

UM AMIGO PESSOAL

Outra opção é seu amigo pessoal almirante Antonio Barra Torres, diretor da Anvisa e ex-vice-diretor do Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio.

MÉDICA COM AFINIDADE

A médica Nise Yamaguchi, terceiro nome, defende o isolamento vertical e, como Bolsonaro, é entusiasta da cloroquina, remédio contra malária.

IBANEIS COGITA DAR A BOLSONARO UMA BOA CANETA

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi uma das pessoas mais decepcionadas com a hesitação do presidente Jair Bolsonaro ante a decisão de demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Mais cedo, ontem, sua aposta era de que Bolsonaro, "fraco e covarde", não demitiria o ministro: "Ele não usa caneta nada". E ainda afirmou que cogitava presentear o presidente com uma finíssima caneta Mont Blanc.

COMO GESTOR, É RUIM

Mandetta dormiu ministro, se é que conseguiu pegar no sono, mas na avaliação do governador do DF sua atuação como gestor é muito ruim.

ATÉ AGORA, NADA

"Não tenho notícia de que ele tenha comprado um único respirador nos últimos 40 dias, nem apoiou os Estados na construção de mais UTIs".

MINISTRO RODA PRESA

Apesar de o Tesouro estar aberto para Saúde, o dinheiro não chega aos Estados no volume e com a presteza necessários, diz Ibaneis.

NOME FORTE

O almirante Antonio Barra Torres, diretor da Anvisa, é forte para ministro da Saúde. Eles se conheceram quando Torres foi vice-diretor do Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio, que recebeu recursos de emendas do então deputado Bolsonaro. Como o amigo presidente, gosta de motos e tiros.

BRIGA É POR CARGOS

Davi Alcolumbre ameaçou retaliar o governo caso ministro da Saúde, do seu partido, o DEM, fosse demitido. É de se imaginar a reação do presidente do Senado caso o Planalto se metesse em suas nomeações.

DEMISSÃO VAI SAIR

Mandetta será mesmo demitido. Político experiente, o presidente da República sabe que vai apequenar sua autoridade, mantendo o atual ministro no cargo. E criando uma opção a ele na corrida presidencial.

TIROCÍNIO POLÍTICO

O ministro Braga Netto (Casa Civil) foi uma das vozes mais ponderadas pela permanência do ministro da Saúde no cargo. Não por gostar de Mandetta, mas por ter clareza de que haveria aproveitamento político da fragilidade de um País assustado com o coronavírus, para se vitimizar.

PEQUENOS NEGóCIOS

"Nosso foco principal é auxiliar os pequenos negócios, com até dez funcionários", disse o ministro Rogério Marinho, sobre os R$ 6 bilhões em linhas de crédito emergencial para micro e pequenas empresas.

IDEOLOGIA VENCE O VÍRUS...

Os servidores do Ministério da Saúde deveriam dar exemplo, em vez de parar de trabalhar e promover aglomeração para protestar contra uma demissão que não houve. Que horror. O "protesto" só resistiu até o fim do expediente. A maioria se mandou quando o relógio marcou 18h.

VELHA MALANDRAGEM

Quem é de Brasília sabe que protestos de servidores de ministérios são frequentes sobretudo para exigir a manutenção de privilégios. Mas só ocorrem na hora do expediente, é claro.

SORRINDO À TOA

A separação forçada de parentes próximos, namorados, casais e até as festas de aniversário por videoconferências fizeram disparar as vendas de presentes e de flores online. O aumento nos pedidos chega a 100%.

PENSANDO BEM...

...o maior prejudicado na "troca de farpas" entre Bolsonaro e Mandetta, acabou sendo João Doria, que sumiu do noticiário.
Herculano
07/04/2020 07:51
DIREITA POPULISTA AGRAVA A CRISE AO APOSTAR NO EGOíSMO DESENFREADO, por Joel Pinheiro da Fonseca, economista e filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

Enquanto a conduta dos EUA é a de um verdadeiro pirata, vem da China, ironicamente, a postura cooperativa
A crise revelou os caráteres de nossas lideranças. Revelou que o Brasil não tem um líder, e sim um presidente covarde, que é não apenas irrelevante para o esforço coletivo de combate à epidemia, como sabota quem participa. O ministro Mandetta segue no cargo, por enquanto, tendo que passar pela indignidade de ser atacado por seu próprio chefe.

Mas além do caráter pessoal de cada liderança, a epidemia da Covid-19 nos revela a natureza do populismo de direita que cresceu no mundo todo.

No momento de necessidade, quando precisamos fortalecer os vínculos de solidariedade e cooperação (interna e internacional), a direita populista se despe de qualquer disfarce e se revela aquilo que sempre foi: a defesa do interesse do mais forte, ou seja, a lei da selva.

A conduta dos EUA neste momento é a de um verdadeiro pirata. Primeiro, quis comprar da Alemanha os direitos de monopólio sobre uma possível vacina. Agora age como um bandoleiro internacional em busca de insumos médicos da China, cortando quem tiver de cortar para colocar as mãos no butim.

Ironicamente, é a China, um país de governo autoritário e sem liberdade de imprensa, que adota a postura cooperativa de ajudar outros países a atravessar a crise, fornecendo médicos e equipamentos. É preocupante ver a China ocupar o espaço dos EUA na ordem mundial liberal que ele ajudou a criar; mas é a consequência direta do egoísmo americano atual.

O Brasil, nessa história, faz papel de palhaço. De um lado, cria desavenças gratuitas com a China. Que o ministro Weintraub não tenha sido sumariamente demitido depois do deboche vergonhoso que fez da China é um índice da miséria moral deste governo. Ela já começa a nos preterir na agenda de importações.

Do outro lado, se comporta como o cachorrinho de Trump, que como bom nacionalista jamais nos retribuirá. Em poucos dias, os EUA não só se apoderaram de insumos médicos que viriam para nós como já fechou com a China um contrato de venda de soja. Não nos damos bem na lei da selva global.

A mesma dinâmica se repete aqui dentro: enquanto grandes empresas como Itaú Unibanco e Magazine Luiza se colocam de maneira solidária e buscam ao mesmo tempo cumprir as regras e ajudar seus trabalhadores, o empresariado bolsonarista parte para uma insana campanha contra o isolamento social.

Como acreditar na preocupação social de Luciano Hang ou Junior Durski, se ao primeiro sinal de dificuldade eles já ameaçam demitir milhares de trabalhadores? E que solidariedade é essa, que quer forçar os mais pobres a escolher entre a fome e a doença?

O mesmo vale para os pastores alinhados ao poder: o contágio de seus fiéis não os preocupa; querem garantir o dízimo farto e ponto final. Foi essa a mentalidade que elegeu Bolsonaro: os mais fortes se impõem e os mais fracos que se virem.

A crise envolve sacrifícios de todos os lados, mas há um caminho claro: isolamento social e auxílio do governo; cooperação no esforço comum e solidariedade para quem precisa. Mas mesmo um mero ato de solidariedade é demais para quem julga ter o direito sacrossanto ao autointeresse irrestrito.

Em outros tempos, solidariedade, firmeza no cumprimento do dever e autossacrifício eram valores conservadores. Hoje, a direita que está no poder ostenta orgulhosa o egoísmo, do deboche e da psicopatia. Propõe, como resposta à epidemia, o "cada um por si". Salve-se quem puder!?
Herculano
07/04/2020 07:47
BOLSONARO, O VALENTÃO, O AUTORITÁRIO, O PRESIDENTE QUE PODE TUDO VIROU GATINHO E NO FINAL DO DIA DE ONTEM DESCOBRIU QUE NÃO PODEM NEM DEMITIR UM SUBORDINADO

Não está em discussão a capacidade técnica do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, médico e deputado Federal pelo DEM-MS. Muito menos se ele está certo ou errado. É uma discussão técnica que eu tinha sérias limitações.

Já escrevi sobre isso.

O que foi desmoralizado ontem, foi o modelo de gestão do presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, e a gestão temerária dos seus filhos, políticos, amalucados e até manchados pelas rachadinhas.

O que caiu por terra ontem, foi a tese do presidente Bolsonaro de que ele manda ainda alguma coisa na presidência da República.

Bolsonaro era contra a forma como Mandetta fazia a gestão da crise da Covid-19. Não escondeu isso do público. Convicções e ciúmes.

Foi mais longe, disse com todas as letras, que se Mandetta não mudasse a forma de enfrentamento da Covid-19, incluindo ai o senso de transparência, demitiria o ministro e marcou dia para isso: ontem.

E ensaiou bem. Na hora da entrevista para o ministro e o ministério da saúde informar o Brasil e os brasileiros, todos tinham que estar de joelhos no gabinete presidencial, para que não restasse a menor dúvida de quem é o dono do pedaço.

O Judiciário, o Senado e a Câmara, numa interferência indevida sem precedentes,perigosa e carregada de chantagens, por seus representantes disseram que se Bolsonaro demitisse o Mandetta, haveria caos e retaliações.

Para encurtar: o que aconteceu ao fim da reunião feita para demitir Mandetta? Ele foi mantido. Bolsonaro ficou quieto, o vice General Mourou é quem deu a notícia e o próprio Mandetta a confirmou, dizendo que foi um dia perdido no combate a doença.

1. O modelo Bolsonaro de governar foi implodido.

2. Bolsonaro deixou de ser Bolsonaro, foi enquadrado. Ou seja, vai ser menos Bolsonaro e cada vez mais enquadrado.

3. O que virá daqui para frente? Mais confusão contra os brasileiros? Wake Up, Brazil!

Herculano
07/04/2020 07:18
MANDETTA INSINUA QUE BOLSONARO NÃO SAIU DA CAVERNA, por Josias de Souza, no Uol.

Henrique Mandetta disse ter tirado o final de semana para ler. Retornou ao Mito da Caverna, que já leu "mais de 20 vezes desde a adolescência". Coisa fina. História trançada por Platão no seu diálogo mais célebre: "A República." Trata-se de uma alegoria sobre o conhecimento (pode me chamar de ciência).

O filósofo ensina no texto que, acorrentados à ignorância, os homens são privados do aprendizado. Contentam-se com as sombras projetadas na parede da caverna. Qualquer semelhança com Jair Bolsonaro não é mera coincidência.

No enredo de Platão, os homens olhavam permanentemente para o fundo da caverna. Não havia opção. Estavam acorrentados numa posição que não lhes permitia virar na direção da entrada. Nas suas costas, havia uma fogueira.

Diante do fogo, passavam pessoas. Elas gesticulavam. Manuseavam objetos. A movimentação produzia sombras que, projetadas na parede do fundo da caverna, representavam toda a realidade que os prisioneiros conheciam.

Súbito, um dos prisioneiros livrou-se das correntes. Virando-se, enxergou a fogueira, usina de sombras. Atraído pela luz verdadeira que se insinuava na entrada, o homem saiu da caverna. Encantou-se com a claridade. Ao procurar a fonte de tamanha irradiação, deu de cara com o Sol.

O homem perdeu momentaneamente a visão. Angustiou-se com a perspectiva de privar-se tão rapidamente da luz verdadeira. Recuperou a vista. E enxergou a natureza ao redor. Caindo-lhe a ficha, se deu conta de que os prisioneiros da caverna precisavam aprender a olhar o sol. Primeiro, o susto. Depois, o prazer da descoberta, do aprendizado do conhecimento.

Mandetta não enfiou Platão no seu drama aleatoriamente. Seria um desperdício. Melhor supor que o futuro-provável-ex-ministro tenha desejado estabelecer um paralelo entre a caverna e o Planalto, onde Bolsonaro e seus súditos, acorrentados a superstições, vivem num universo paralelo de sombras.

Na história de Platão, o homem que se livrou das correntes e conseguiu vislumbrar o sol voltou à caverna para contar aos acorrentados que havia uma realidade além das sombras. Foi morto. Enxergava demais. Seus novos conhecimentos quebravam a paz propiciada pela ignorância.

Supondo-se que Mandetta tenha desejado construir sua própria alegoria a partir das metáforas de Platão, a mania do ministro de combater o coronavírus à luz da ciência faria dele o ex-acorrentado que viu a luz solar ?"aquele que morre no final, ao tentar libertar a turma da caverna dos grilhões da ignorância.
Desde Platão existe uma coceira, uma tentação, uma dúvida hedionda: não seria melhor entregar o governo aos sábios, já que os loucos não resolvem? Bolsonaro ressuscita a interrogação.

Mandetta disse ter lido o Mito da Caverna pela primeira vez aos 14 anos. Desde então, revisitou o texto duas dezenas de vezes. "Até hoje não consigo entender. Continuei sem entender". A permanência do doutor na Esplanada, de fato, desafia a compreensão e vã filosofia.
Miguel José Teixeira
06/04/2020 20:01
Senhores,

Armou o circo, fantasiou-se de palhaço, tropeçou no picadeiro e caiu na realidade!

Pelo menos poderia ter soltado um "pum" na direção do ministrinho sem educação.

Acorda, Bozo!

Os PeTralhas refestelam-se!
Herculano
06/04/2020 18:30
da série: Millôr Fernandes tinha razão: "Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim."

ALCOLUMBRE AVISA PLANALTO QUE CONGRESSO NÃO ACEITARÁ DEMISSÃO DE MANDETTA

Conteúdo de O Antagonista. Davi Alcolumbre ligou para o general Luiz Ramos, ministro da Secretaria de Governo, para avisar que o Congresso não concorda com eventual demissão de Luiz Henrique Mandetta.

Como O Antagonista publicou há pouco, lideranças partidárias avisaram que a saída de Mandetta poderia implodir a ponte (de madeira) do Planalto com o Congresso Nacional.

EU VOLTO

Eu se fosse Bolsonaro, demitiria Mandetta, só para ver o tamanho do pau dos Congressistas irresponsáveis e ainda, negociantes do apocalipse com o dinheiro dos pobres, falidos e desempregados que verdadeiramente estão no cadafalso da crise
Herculano
06/04/2020 18:16
KLEBER ANUNCIA MAIS UMA OBRA AOS GASPARENSES

Depois da Caturani bater em retirada e deixar a pé os trabalhadores, desempregados e estudantes, numa astúcia administrativa, o prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, e o prefeito de fato investido de secretário da Saúde interino, o advogado Carlos Roberto Pereira, ambos jovens e do MDB, estão transformando o Terminal Urbano num Drive Thru para vacinar os idosos a partir de amanhã.

Por esse processo, os idosos que tiverem carro ou seus filhos, vizinhos ou parentes tiverem carro, não precisarão ir aos postinhos para receberem a vacina. Receberão a vacina sem sair do veículo, numa tentativa de aumentar à proteção contra a Covid-19 na mobilidade pela busca da vacina contra a gripe H1N1.

Ao mesmo tempo, nossos idosos, verão que o terminal - e a cidade, os cidadãos e os próprios idosos - não possui mais ônibus urbanos. A empresa que estava lá provisoriamente foi embora. Acorda, Gaspar!
Herculano
06/04/2020 16:24
da série: administração caribenha; ou seja, tudo parece fantasias e férias.

CADASTRADOS NA ASSISTÊNCIA SOCIAL DE GASPAR ESTÃO SENDO ENROLADOS

Várias pessoas em situação de vulnerabilidade em Gaspar, e devidamente cadastrada na secretaria da Assistência Social, estão denunciando que a prefeitura, está lhes negando os tradicionais vales, em torno de R$90 para a aquisição mínima de comida.

As desculpas são as mais variadas, entre elas a de que o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, ou o presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, estariam atrasando os recursos. Meu Deus.

Estes "vales" estão previstos no orçamento municipal, e se isso não fosse suficiente, o próprio prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, na propaganda onde tudo possui solução, disse claramente em entrevista a rádio local, que os recursos que estavam previstos para a Expo-Gaspar deste ano, estavam sendo remanejados para a Assistência Social.

Se não foi, deve arrumar um jeito de assim fazer. A notícia já se espalhou, como a insatisfação de gente que não tem trabalho, ou não tem ônibus para ir trabalhar. Acorda, Gaspar!



Herculano
06/04/2020 13:20
postado as 7.02. Revisado as 13.09.

BOA TARDE!

Hoje é dia de coluna inédita. Há pelo menos três artigos - incluindo a seção Trapiche - para chacoalhar os políticos do poder de plantão. Mas, gostaria de voltar no tempo.

A MINHA ALMA ESTÁ LAVADA

A coluna desta sexta-feira, excepcionalmente - antes era rotina - foi lincada ao Facebook do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo e líder de circulação em Gaspar e Ilhota.

Uma centena de comentários.

Noventa e cinco por cento deles indignados com a inércia ou a errática ação do poder de plantão na área de Saúde Pública e que deixa a população mais vulnerável à crise da Covid-19.

Cinco por cento, devidamente ligados ao poder de plantão, defenderam à esbórnia e acharam por exemplo que o Hospital não é um problema do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, ou da gestão dele.

Como é que é? Quem é continuou interventor por mais de três anos nele, que botou lá uma montoeira de recursos e nada melhorou para a população? Se não é responsabilidade da atual administração, de quem é? Do governo do estado - que pode até ter culpa solidária - não é.

Quem reclama, só quer dinheiro - e não pouco lá- sem qualquer auditoria, prestação de contas ou transparência.

Parabéns aos que defendem essa perigosa vulnerabilidade e obscura gestão.

E por que? Se a coisa apertar, a população em desespero,terá que correr para Blumenau, Itajaí ou Brusque ou outro hospital na regulação. E se lá não houver lugar, como pode acontecer, será preciso a família aqui em Gaspar orar e jejuar, para nada se agravar.

Onde foi a primeira morte por Covid-19 no Vale do Itajaí? Em Blumenau. E quem morreu por ela? Um gasparense. É só o começo. E só por ter acontecido em Blumenau, é que não deu para esconder a notícia e Blumenau não quis ficar com essa marca da doença.

E se fosse aqui a morte? O Hospital de Gaspar, sob intervenção do governo de plantão, comendo uma montoeira de dinheiro público, talvez enterrasse a informação. É que ele está cheio de casos mal explicados de atendimentos e até mesmo de mortes.

Então, continuem defendendo à falta de responsabilidade governamental do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, na Saúde, e torça para que nem você, nem um parente seu, precise do sistema de Saúde que para no sábado e domingo durante uma crise grave.

Eu exagero? Vou explicar. Você que está acostumado na nossa região a catástrofes ambientais severas, e principalmente as enchentes, já viu ou ouviu que alguém para no sábado, domingo, feriado, a noite ou madrugada para salvar ou ajudar alguém? A Defesa Civil entra em recesso? Então... Acorde, Gaspar!
Herculano
06/04/2020 13:05
OS BARNABÉS DA COVID

A prefeitura de Gaspar, postou o seguinte, nas suas redes sociais.

"Amanhã, dia 7, é dia de Transmissão ao vivo. Vamos conversar com vocês sobre a implantação do Sistema de Comando em Operações - SCO e informações sobre o Covid-19 em Gaspar.

Esperamos vocês, a partir das 10h.

Ou seja, e resumindo, mais uma vez: estou de alma lavada.

Desde a semana passada eu estou escrevendo que Gaspar está paralisada e esperando que as estruturas de Itajaí, Brusque e Blumenau deem conta de uma emergência se ela vier de verdade por aqui na área de Saúde Pública, provocada pela Covid-19.

E venho sendo malhado pelo poder de plantão e seus necessários alimentados pelas tetas públicas.

Escrevi que tudo começaria a mudar somente hoje, pois sábado e domingo, eram dias de descanso (menos para a doença e o vírus corona), de orar e jejuar a espera de um milagre divino, pois no terreno das responsabilidades dos gestores públicos, a coisa andava mal.

Hoje, o pessoal da prefeitura fez fotos para dizer que agora vai, ao menos no uso do colete da Defesa Civil, como registrei abaixo.

Quando se pensa que tudo começou a entrar nos trilhos, você bisbilhotando as redes sociais, descobre que as coisas se adiam.

E por que? Para transformar a desgraça em palanque eleitoral diante de um desastre que precisa ser enfrentado. Acorda, Gaspar!
Herculano
06/04/2020 12:36
O BRASIL ESTÁ EM EMERGÊNCIA HÁ UM MÊS.

A GASPAR DO ATRASO DESCOBRIU QUE HÁ SINAIS PARA A POPULAÇÃO PERCEBER À GRAVIDADE DESSE AMBIENTE

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e os seus técnicos, de verdade, estão dando entrevistas com coletes do SUS

O governador Carlos Moisés da Silva, PSL, está trabalhando com o colete da Defesa Civil. É o melhor sinal da emergência.

Gaspar, onde o secretário interino de Saúde,anunciava até domingo de que os casos por aqui estavam diminuindo, só hoje descobriu o prefeito KLeber Edson Wan Dall, MDB, vencido pela dura realidade, "descobriu" que essas vestimentas pode ser sinais para diminuírem a culpa da omissão, erros e atrasos do seu governo neste assunto, como apresentei longamente na coluna de hoje, e da de sexta-feira, de ampla repercussão

Hoje, o prefeito se vestiu com coletes da Defesa Civil, se juntou com parte do seu secretariado, incluindo o da Saúde e que já foi bombeiro militar. É a nova mais nova fantasia, e com ela, se faz pose de que agora tudo vai mudar, deixou-se fotografar e inundou as redes sociais com vídeos e fotos.

Como está em campanha pela reeleição...

Antes tarde, do que muito tarde. Quem são os "çabios" que orientam essa gente com tanto atraso em Gaspar? Acorda, Gaspar
Miguel José Teixeira
06/04/2020 12:25
Senhores,


No atrelado UOL:

"Profissionais da saúde compram EPI por conta própria para se proteger em SP..."

Huuummm. . .

Será que o novo parceiro do dória, o ex e futuro presidiário lula já teve acesso aos cofres públicos de SP?
Herculano
06/04/2020 12:19
da série: o tamanho do atraso e da vergonha do estado cartorial contra o cidadão e a favor da burocracia. Leia, reflita. É assustador.

APP DO GOVERNO TERÁ DESAFIO GIGANTE, por Ronaldo Lemos,advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, no jornal Folha de S. Paulo.

Quem tem identidade digital ajuda de verdade seus cidadãos mais vulneráveis

No dia 27 de março o governo federal anunciou que vai lançar um aplicativo para identificar os trabalhadores informais do país, permitindo que recebam o auxílio de R$600 aprovado pelo Congresso.

Esses trabalhadores não constam de nenhum cadastro governamental existente. São os "invisíveis-ingovernáveis" que analisei neste domingo (5) em profundidade em artigo na Ilustríssima aqui na Folha.
Já é difícil fazer política pública para quem não existe formalmente, quanto mais transferir renda.

O aplicativo do governo vai tentar resolver em quatro dias um problema que resulta de um descaso de décadas (a data de lançamento prometida é nesta terça, 7). Vou torcer muito para dar certo. Só que o problema é mais profundo. O Brasil não tem um sistema de identidades digitais. Países como Chile, Peru, Estônia e Índia (1,3 bilhão de habitantes) já resolveram essa questão nos últimos anos. Transferir renda para os mais vulneráveis nesses países vai ser uma brisa comparado com o Brasil.

O aplicativo do governo irá enfrentar uma série de desafios. O primeiro é ter capacidade técnica para suportar 15 milhões de pessoas (e potencialmente mais) tentando se inscrever nele. A infraestrutura necessária para isso é difícil de ser mobilizada rapidamente. A segunda questão serão as fraudes. Gostaria muito de saber como o governo vai se certificar de que quem está do outro lado é de fato um trabalhador informal que realmente precisa do benefício.

A única forma de ter certeza disso seria se o Brasil tivesse uma identidade digital gratuita e universal, o que não é o caso. O que existe de mais próximo disso no país é o vergonhoso "certificado digital", que é gerido por um órgão chamado ITI, pertencente ao próprio governo federal.

Só que essa estrutura cobra R$ 200 por ano para emitir um certificado digital. O resultado é que menos de 5 milhões de pessoas no Brasil têm sua identidade certificada digitalmente, e são justamente os mais ricos do país, que estão longe de precisar de qualquer auxílio emergencial.

Para complicar, 1 em cada 3 brasileiros economicamente ativos não tem conta bancária. O Brasil, diferentemente de outros países em desenvolvimento como a Índia e a China, não passou por um processo de intensa bancarização nos últimos anos.

Em 2008 apenas 17% dos indianos tinham conta bancária. Em 2018, cerca de 80% dos adultos na Índia tinham conta bancária. Isso aconteceu porque o país criou sua identidade digital, chamada "Aadhaar".

Com ela, o país está preparado para ajudar e transferir renda para praticamente toda a sua população.

O problema que não está resolvido no Brasil chama-se KYC (Know Your Customer): ter um mecanismo de saber quem está na outra ponta. Aqui, o governo não sabe sequer quem são boa parte dos cidadãos que mais precisam dele.

Um dos consensos que precisa emergir da crise da Covid-19 é precisamos reformar completamente nosso sistema de identificação e os cadastros administrativos governamentais. Como diz o ditado popular: quem sabe faz, quem não sabe fala. Na situação atual, quem tem identidade digital ajuda de verdade seus cidadãos mais vulneráveis. Quem não tem, faz aplicativo.

READER
Já era?
passar trote no telefone

Já é?
fazer DDOS, ataques de negação de serviço a sites

Já vem?
Fazer Zoom Bombing (invadir conversas de Zoom alheias para ouvir secretamente ou zoar)?
Miguel José Teixeira
06/04/2020 12:18
Senhores,

Do "Pensando Bem" da Coluna do CH, no Diário do Poder:

"...mais vale um Mandetta na Saúde que três filhos no Twitter."

Huuummm. . .

Mandetta na mira da caneta do perneta.

Os filhos mamando na teta.

A Nação está maneta.
Herculano
06/04/2020 11:51
CHANCE DE PERDER O EMPREGO É BAIXA PARA 61,5%, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta segunda-feira nos jornais brasileiros

Pesquisa Diário do Poder/Orbis, que aferiu a percepção dos brasileiros sobre os efeitos da pandemia do Covid19 na economia, revela um inesperado otimismo: os entrevistados consideram "muito baixa" (46%) ou "baixa" (15,5%), totalizando 61,5%, a chance de perder seu emprego por conta da crise do coronavírus". Para 13% o risco é "médio", enquanto 6,6% veem como "alta" e 19% como "muito alta" essa probabilidade.

DESPREOCUPAÇÃO FEMININA

As mulheres são mais otimistas: 48,7% acham "muito baixa" a chance de perder o emprego, contra 43,7% de homens.

PREOCUPAÇÃO FEMININA

A parcela de mulheres preocupadas com o emprego também é maior: para 21,1% é muito alta a chance de desemprego, e 16,9% de homens.

MILLENIALS TENSOS

A fatia da população mais preocupada está na faixa etária de 20 a 35 anos, onde 26% acham que é muito alta a chance de ocorrer o pior.

DADOS DA PESQUISA

A Orbis entrevistou 2.163 pessoas em todo o território nacional, e disponibiliza os formulários e documentos à Justiça Eleitoral.

OMS NUNCA RECOMENDOU A PARALISIA DO TRABALHO

Para a Organização Mundial da Saúde, as medidas contra o novo coronavírus são complexas e diversas, e o "distanciamento social", a mais polêmica (cuja "livre tradução" brasileira é "isolamento") reforça a ideia de evitar contato físico, manter distância mínima entre pessoas etc. A OMS nunca recomendou que as pessoas evitassem trabalhar, apenas indicou medida ampla de ficar em casa. Mas só para quem tem condições de trabalhar onde reside, à distância, ou seja, o home office.

PROFISSIONAIS E PROFISSIONAIS

A OMS recomenda que a vida siga em frente; uma caminhada ao ar livre, como exemplificou o ministro da Mandetta, faz bem à saúde.

OUTRO SETOR

O cuidado em medir as palavras para evitar equívocos é característica conhecida do diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom.

PREOCUPAÇõES

OMS está tão aflita com a falta de equipamentos de proteção individual (EPI) para profissionais de saúde quanto com o "distanciamento".

SÃO UNS ARTISTAS

A Câmara mantém o ritmo de sempre e tentou superar a paralisia iluminando o prédio de verde, como "conscientização sobre Covid-19", mas nenhum deputado vai ver. Todos estão em casa, de quarentena.

VELHÍSSIMA RAPOSA

Rodrigo Maia continua embromando sobre redução salarial e fundão eleitoral de R$2,7 bilhões no combate ao Covid19. Quando perguntado sobre esses assuntos, ele critica Bolsonaro por qualquer razão. Assim, garante manchete para o repórter e desvia a atenção dos abestados.

MAL PASSO

Menos de dois anos antes do surto do coronavírus, o então deputado e hoje senador Izalci (PSDB-DF) mandou rejeitar projeto de isenção de IPI das ambulâncias adquiridas por municípios. Hoje isso faz falta.

VÍRUS COMO RÉU

Advogados trabalhistas ativistas agora reclamam de "precarização de direitos" no combate ao Covid19. Bem que poderiam processar o vírus. Certamente encontrariam algum juiz trabalhista que lhes desse razão.

ILHA DA FANTASIA

A população do Brasil aumentou 30% nos últimos vinte anos, mas os servidores públicos cresceram 82%. São 11,5 milhões que custarão ao País R$1 trilhão, este ano. E, ao contrário dos trabalhadores do setor privado, na crise do Covid19 não perderão o emprego e nem salários.

SENSATEZ

Abaixo-assinado no site Change.org já atingiu mais de 1,2 milhão de apoiadores a destinar os R$3 bilhões dos fundos partidário e eleitoral (fundão sem vergonha) para o orçamento de combate ao coronavírus.

FAMA A TODO CUSTO

Já tem uma entidade de supostos juristas tentando uma busca pela fama. O mais novo factoide foi denunciar Jair Bolsonaro ao Tribunal Penal Internacional por "crimes contra a humanidade".

NINGUÉM VIU, NINGUÉM VÊ

Mesmo com adiamentos, a Caixa promove sorteio da Páscoa. Estima prêmios, fala de alternativas para apostar sem ir à lotérica, mas nada sobre usar os bilhões arrecadados pelas loterias no combate ao vírus.

PENSANDO BEM...

...mais vale um Mandetta na Saúde que três filhos no Twitter.
Herculano
06/04/2020 11:44
O FUTURO É SOMBRIO, por Bruno Carazza, mestre em economia, doutor em direito no jornal Valor Econômico.

Se nada for feito, no futuro a peste, a guerra, a fome e a morte continuarão a cavalgar nas costas da imensa desigualdade social brasileira

Com a recomendação de jejum nacional sendo alçada a política pública de combate à covid-19, é bom lembrar que, de acordo com João, o fim dos tempos chegará sob a liderança da Peste. Na sequência, virão a Guerra, a Fome e, finalmente, a Morte.

Walther Scheidel, professor de história antiga na Universidade de Stanford, também tem seus quatro cavaleiros do Apocalipse. Dois são os mesmos elencados pelo "discípulo que Jesus amava": as epidemias e a guerra. Completam o quarteto o colapso do Estado e as revoluções socialistas.

Em "The Great Leveller: Violence and the History of Inequality from the Stone Age to the Twenty-First Century" (que nas próximas semanas será lançado no Brasil pela editora Zahar sob o título "Violência e a História da Desigualdade"), Scheidel analisa os principais fatores que levaram não ao Armagedon, mas sim à redução esporádica da desigualdade ao longo da história da humanidade.

Com abundância de exemplos e dados, o autor argumenta que, nas sociedades eminentemente agrárias que predominavam até o início do século XX, as epidemias exterminavam grandes contingentes de pessoas. Em resposta à escassez de mão de obra, o mercado de trabalho se reequilibrava com o aumento dos rendimentos dos sobreviventes - e, assim, a distância entre ricos e pobres diminuía.

Outras formas traumáticas de reduzir a desigualdade foram as guerras, as revoluções e a falência do Estado. Ao romperem a estrutura social, esses eventos levavam a uma redistribuição de poder e riqueza entre os diferentes grupos, podendo ocasionar um momentâneo efeito "nivelador" das condições de vida entre seus habitantes.

Com os intensos processos de urbanização, industrialização e aprimoramento educacional da população mundial ao longo dos séculos XX e XXI, o professor de Stanford deposita suas esperanças na mudança de preferências do eleitorado como uma solução menos violenta para as graves crises que enfrentamos. Em entrevista recente à BBC, Scheidel acredita que se a covid-19 for realmente devastadora, a população poderá demandar mudanças políticas e econômicas na direção de um Estado de bem-estar social mais forte, principalmente em países como Estados Unidos e Brasil.

A nova pandemia está expondo as diversas fragilidades do modelo brasileiro de (sub)desenvolvimento. Nossa resiliência à crise está sendo afetada pela crônica falta de dinamismo de nossa economia e à irresponsabilidade fiscal dos últimos anos. E à medida que a doença avança, outras deficiências ficam morbidamente mais claras: o baixo grau de formalização do mercado de trabalho, a precariedade de nossa rede de proteção social, as diferenças entre os sistemas público e privado de saúde e as mazelas de nosso saneamento básico e das condições habitacionais.

Ao que tudo indica, infelizmente, ainda passaremos as próximas semanas em isolamento social, acompanhando apreensivos a contagem de mortos e a deterioração econômica, enquanto a covid-19 chega cada vez mais próximo de nossos lares e famílias. Ainda não sabemos quando e nem como devemos afrouxar o distanciamento social para permitir uma retomada segura das atividades cotidianas. Muito mais importante, contudo, é pensar que tipo de país construiremos depois do coronavírus.

A opção proposta pelo professor Scheibel passa pela construção de um novo pacto social, em que os imensos déficits gerados pelos pacotes de estímulo serão cobertos por impostos cobrados daqueles com maior capacidade contributiva. Também haveria um estímulo ao aprimoramento dos sistemas de assistência médica à população e de maior proteção aos trabalhadores mais vulneráveis, eventualmente com a implementação de um programa de renda básica universal. Dessa forma, o efeito nivelador da covid-19 seria alcançado com políticas públicas e econômicas mais progressistas.

No caso brasileiro, tenho sérias dúvidas se conseguiremos fazer uma limonada desse amargo limão que é a pandemia provocada pelo novo vírus. Ainda é cedo para afirmar, mas as medidas do governo para resgatar a economia podem ter efeito negativo sobre a desigualdade.

Ao que tudo indica, a recessão será muito mais profunda e duradoura do que esperávamos, e auxílios emergenciais de R$ 600 ou frações de seguro-desemprego por três meses não serão capazes de neutralizar os severos impactos sobre a renda dos mais pobres e desamparados. Enquanto isso, aqueles que têm empregabilidade, economias e acesso ao crédito conseguirão superar os tempos ruins de forma muito mais suave.

Novas leis e decisões judiciais tomadas sob a pressão da emergência social também podem levar a ainda mais desigualdade. Nas últimas semanas centenas de novos projetos de lei foram apresentados no Congresso Nacional, boa parte deles pedindo proteção e tratamento especial para as mais variadas categorias. No Judiciário, medidas liminares suspendendo efeitos contratuais vêm sendo concedidas em todos os tribunais, influenciadas por uma perigosa lógica de curto prazo que tem efeitos bastante deletérios num horizonte mais largo.

Para piorar, a crise da covid-19 ainda teve a externalidade negativa de interditar o debate sobre reformas que poderiam contribuir para as condições de competitividade e até mesmo na distribuição de renda no Brasil. Com a recessão afetando principalmente o setor de serviços, será muito difícil retomar num curto intervalo de tempo a tramitação da reforma tributária, que previa um tratamento equânime na cobrança de impostos sobre o consumo. Com todas as energias concentradas nas medidas de saúde pública e econômicas, também serão adiadas as discussões sobre a reforma administrativa e os privilégios de certos segmentos do serviço público.

Quanto mais profunda a recessão, mais difícil será convencer os setores mais privilegiados da sociedade a aceitarem uma tributação mais progressiva; e quanto maior o crescimento da dívida, menos provável ampliarmos nossos programas sociais. Se nada for feito, no futuro a peste, a guerra, a fome e a morte continuarão a cavalgar nas costas da imensa desigualdade social brasileira.
Herculano
06/04/2020 11:41
PARA 76%, AS PESSOAS DEVEM FICAR EM CASA, DIZ DATAFOLHA

Brasileiro quer manter isolamento nos moldes atuais contra coronavírus

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Fábio Zanini. O brasileiro quer manter o isolamento social nos moldes atuais para fazer frente ao coronavírus, ao contrário do que tem defendido o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

É o que mostra pesquisa Datafolha, que apontou maioria sólida em favor de que as pessoas fiquem em casa para impedir que o vírus se espalhe, mesmo que isso signifique prejudicar a economia e causar desemprego.

Defendem essa visão 76% dos entrevistados pelo instituto entre 1 e 3 de abril. Foram ouvidas 1.511 pessoas excepcionalmente por telefone, em razão da pandemia.

Em geral, o Datafolha trabalha com pesquisas feitas presencialmente, abordando pessoas em pontos de fluxo. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Apenas 18% dos entrevistados têm a visão contrária, de que é mais importante acabar com o isolamento para estimular a economia.

O apoio a que as pessoas fiquem em casa é maior no Nordeste, onde Bolsonaro historicamente tem menor popularidade. São 81% os favoráveis na região, governada em sua maioria por políticos de esquerda.

No Sul, reduto do presidente, 70% defendem que as pessoas não saiam de casa para trabalhar, menor índice entre as regiões do país.

Na mesma linha, dois terços dos entrevistados querem manter a proibição de abertura do comércio não essencial, enquanto 87% dizem que as aulas devem continuar suspensas.

Desde o início da crise, Bolsonaro tem defendido que o comércio reabra, para, segundo ele, proteger empregos, sobretudo aqueles de trabalhadores informais.

"O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade", disse o presidente em pronunciamento na TV no dia 24 de março, o mesmo em que classificou a Covid-19 de gripezinha e resfriadinho.

Numa proporção de 2 para 1, contudo, os brasileiros entendem que o fechamento segue sendo necessário. Defendem a restrição 65% dos entrevistados, contra 33% que favorecem a reabertura das lojas.

Neste momento, apenas estabelecimentos como mercados e farmácias têm autorização para funcionar. Os demais seguem com as atividades vetadas pelos governos estaduais.

Embora Bolsonaro venha dizendo que a reabertura do comércio protegeria os trabalhadores informais, sobretudo os mais pobres, não há alterações significativas em estratos de renda mais baixa da população, segundo a pesquisa.

Apoiam o fechamento do comércio 67% das pessoas com renda familiar mensal de até dois salários mínimos, e 62% dos entrevistados no segmento que ganha de dois a cinco salários mínimos.

Quanto à volta às aulas, é defendida por apenas 11% das pessoas entrevistadas, contra esmagadores 87% que são contrários. A reabertura das escolas é outro ponto que o presidente tem defendido. Seu argumento é que crianças e jovens não fazem parte do grupo de risco, e portanto não têm porque ficar em isolamento.

Bolsonaro defende o chamado "isolamento vertical", apenas para idosos e doentes. A posição vai contra o que vem sendo defendido por infectologistas, pela Organização Mundial da Saúde e pelo próprio Ministério da Saúde. O argumento é que os mais jovens podem trazer o vírus para dentro de casa e infectar outras pessoas.

A população, em sua maioria, está de acordo com o que dizem os especialistas.

O brasileiro na verdade defende até endurecimento maior das medidas em relação ao que sendo aplicado pelos governos estaduais e prefeituras.

No momento, não há uma situação de "lockdown", como em muitos países europeus. Ou seja, não há penalidade no Brasil para quem sair de casa. A estratégia é baseada apenas em convencimento e estímulo a que as pessoas permaneçam em casa.

Para 71% dos entrevistados, no entanto, o governo deveria proibir por algum tempo que todas as pessoas que não trabalhem em serviços essenciais saiam às ruas, para diminuir o contágio. Declaram-se contrários 26%.

Por enquanto, não há previsão de que a medida seja adotada, mas governadores já disseram que ela poderá ser considerada caso a crise piore.

Os entrevistados também não parecem muito confiantes de que as restrições serão levantadas logo. Em média, os pesquisados acreditam que as medidas de isolamento vão durar mais 29 dias. Mas o ideal, dizem os entrevistados, é que a situação atual se mantenha por um período até um pouco maior, de 32 dias em média.
Herculano
06/04/2020 11:35
da série: o Brasil dos gurus, rezadores e jejuadores

QUEM OS OLAVISTAS QUEREM NO LUGAR DE MANDETTA

Conteúdo de O Antagonista. A ala olavista do governo de Jair Bolsonaro já tem um nome para substituir Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde.

Trata-se da médica e cientista Nise Yamaguchi, que tem proposto a adoção do tratamento precoce com cloroquina em todo o Brasil.
Herculano
06/04/2020 11:32
UM DIA NO CÉU, UM DIA NO INFERNO

Estes dois artigos abaixo, que li e escolhi como parte da minha leitura para compartilhar a leitura com os que frequentam este espaço, e que necessariamente não precisam representar o meu pensamento, mostra como esse tema da Covid-19 é difícil, até para que possui equilíbrio ou conhecimento específico.

Ontem o Datafolha mostrou uma pesquisa em que a maioria dos brasileiros não queriam a saída do presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido.

Uma festa entre os bolsoanrista, mesmo sendo para a quase unanimidade deles o Datafolha um instituto sem credibilidade e a Folha, ser a tal Foice de S. Paulo.

Hoje, e reproduzo acima, o Datafolha - na mesma base da entrevista de ontem - mostra que a maioria dos brasileiros quer ficar em casa.

Adivinha o que aconteceu? O Datafolha voltou a ser um instituto sem credibilidade e a Folha, a Foice de S. Paulo. Circo.
Herculano
06/04/2020 11:25
OPINIÃO DE UM MÉDICO SOBRE A CRISE ATUAL, Carlos Antonio Mascia Gottschall, é médico, membro titular das Academias Sul-Rio-Grandense e Nacional de Medicina., para o Instituto Liberal.
A atual pandemia do coronavírus traz consigo uma série de acontecimentos, afirmações, interpretações e decisões sujeitos ao contraditório, muito longe de qualquer solução dogmática. Os horizontes não estão claros e as estratégias para combater o mal, nebulosas. É certo que, para prevenir o contágio, pouca coisa pode ser feita além das medidas tradicionais de isolamento social e vacinas para que outras viroses não se associem. O tratamento para a doença instalada está sendo buscado e algumas luzes já surgem para impedir um quadro clínico extremo de os pacientes necessitarem de ventilação assistida. Aí é que está o problema, porque a imensa maioria das pessoas contaminadas ou são assintomáticas ou desenvolvem sintomas leves ou moderados e a cura segue o curso de qualquer virose.

Entretanto, a mídia ideológica, repetitiva, sensacionalista e confusional bombardeia com chavões desvinculados de qualquer propósito informativo, mas rico gerador de pânico e pavor na população, e muitas atitudes ditas preventivas, quando não inúteis, são até prejudiciais.

O tão alegado esgotamento do sistema de saúde pode até ocorrer, mas apenas sediado nos casos que necessitam de tratamento intensivo. Entretanto, esse cálculo pode ser feito com razoável precisão. Muitos pensam que tudo se resume a achatar a curva de novos casos para que o número de necessitados não exceda a disponibilidade do sistema tratamental. Muito bem, mas qualquer inteligência razoável percebe que, levando ao extremo a paralisação social, como querem a Globo e esses políticos e juízes que não entendem nada, mas usam a crise para parecer eficientes, vai quebrar o país, gerar caos social, matar a população de fome e, dessa maneira, só piorar tudo. Talvez seja esse o propósito de tantos disparates. Espero que seja apenas burrice.

Sendo aceito, como me parece lógico, prover estrutura para tratar os casos realmente necessitados, que não chegam a cinco por cento de todos os infectados, o problema restante volta-se para as medidas preventivas. Essas, cuja aplicação incompetente pode destruir o país - doentes e sãos, pobres e ricos, velhos e moços, crianças e adultos -, comandadas por mensagens irresponsáveis e sensacionalistas, é que precisam ser revistas. Assisti ao último pronunciamento do Bolsonaro na TV sobre a pandemia. Fora a habitual ausência de brilho oratório, mas que o povão adora, não considero que tenha dito nenhum disparate, apenas emitiu opiniões, muitas delas lúcidas, principalmente as que visam a evitar a hecatombe social sendo armada, que os intransigentes cínicos defensores da liberdade de expressão agora consideram caso de polícia. Até a expressão "gripezinha" não é dele, foi antecedida sem nenhuma crítica pelo guru médico da globo, o dr. Varella.

O fanatismo e a intransigência pretendidos nas medidas propostas e aguçados pelo sensacionalismo estão causando males maiores que o vírus: filas enormes nos postos e emergências provocadas apenas por espirros, pais contra filhos, depressão, angústia, desânimo, quebradeira de empresas e comércio, falências, todas condições que baixam o sistema imunológico e o combate ao vírus. E os milhões de informais? Não me esqueço de um chorando na porta de um parque fechado e dizendo que iria morrer de fome. Há aceno com auxílio governamental, mas e a dívida pública?

Além disso, se chegar o tal auxílio, talvez o necessitado já tenha morrido. Como na quebra da bolsa em 1929, é possível que comecem os suicídios, mas é claro que isso a Globo não vai noticiar. É bom lembrar que estão criando outras doenças, até mais graves, porque, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), "saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades". A menos que algum douto explique que o quadro criado é saudável e desejado por toda a humanidade.

Impedir crianças e adolescentes, praticamente um grupo sem risco, de ir à escola é criar problema onde não existe. Crianças e jovens confinados se neurotizam. Ah!, dizem, mas podem trazer o vírus para casa, e cada um contamina mais três. Identifiquem-se os contaminados e os suscetíveis e tomem-se as medidas adequadas, porém, isolar todos, com todas as consequências a surgir, é absurdo. Medida estulta é o fechamento de parques, justamente um lugar ensolarado onde o vírus tem menos condições de prosperar. Ah! Mas e a aglomeração? As pessoas caminham nas calçadas ao redor ou empilham-se em apartamentos e, por isso, ficam mais próximas umas das outras. Limite-se a frequência aos parques a um número razoável que permita conveniente afastamento entre as pessoas. Afastem as mesas dos restaurantes três metros umas das outras, mas não matem os garçons de fome. Permitam poucos clientes revezando-se nas lojas, mas não enlouqueçam os comerciantes.

Outro absurdo é colocar pessoas acima de sessenta anos no mesmo saco. Sem desconsiderar gravidade no contexto, esse terrorismo midiático sobre a população mostra misto de desinformação e bestialidade. Na Idade Média culpavam os judeus pela peste negra. Supostas bruxas eram perseguidas. Agora dizem proteger os velhos, mas do jeito que noticiam, os estigmatizam como fontes do vírus. Ignoram não ser a idade, mas o estado físico que torna as pessoas mais vulneráveis. Idosos saudáveis ?" e os há cada vez mais com noventa ou mais, sem hipertensão, diabetes, sedentarismo, enfisema, não-fumantes ?" também são pouco atingidos. Mas são constrangidos. Não querem que vão à farmácia ou ao supermercado ou mesmo exerçam o direito sagrado e constitucional de caminhar. Senhora hígida abordada por repórter para saber o que fazia na rua respondeu como devia: não lhe devo explicações; cuide de sua vida. Os tais defensores da liberdade cultivam perigosa fase de totalitarismo, base do fanatismo. Alguém não contagiante, lúcido e coerente, tem o direito de avaliar seu risco e não ser interditado para outro avaliar por ele.

Boçais com título de policiais provocaram tempestade de areia para espantar duas pessoas numa praia deserta em Santa Catarina, justamente um lugar para se isolar e fugir do vírus. Ato flagrantemente violento pelo qual devem ser processados. A maioria das pessoas no comando de grandes empresas, nos postos mais altos do governo, nos ministérios, no parlamento, no judiciário, nas universidades, encontram-se nessa faixa etária, até o presidente. Como a lei é igual para todos, deveriam ir para casa. Não apenas o coitado do velho sadio, anônimo e desprotegido, não contaminado que só quer tomar um solzinho. Então deve-se parar tudo? Insano. De novo, lavem as mãos, mantenham distância conveniente, evitem maior contato físico, identifiquem-se os suspeitos com testes e não com preconceitos e tomem-se as medidas adequadas, que, na maioria dos casos, são simples, duram quatorze dias, imunizam e curam.

Vamos ao reverso. Um exemplo de medida totalmente inútil, angustiante e frustrante para a população teria sido a suspensão do Gre-Nal. Não tiveram coragem. Lá estavam 55000 pessoas. Isso já faz mais de três semanas, tempo suficiente para que tivesse aparecido um caso lá contaminado. Não apareceu nenhum. Como a medicina hoje se guia por evidências e não por suposições, esse fato mostra que a suspensão teria sido inútil. Aponto isso para mostrar quantas restrições mal pensadas estão atingindo as pessoas. Que o dinheiro público seja bem usado e não dissipado como faz o demagógico prefeito de Porto Alegre, multando pessoas nas ruas, sem nenhum mandado judicial, ou alugando um avião para divulgar mensagem de ir para casa, que ninguém ouve. Não é por acaso que pertence ao grupo do Doria, do Witzel e da raposa Fernando Henrique, este querendo impor como presidente do país um empregado da Globo.

A maioria das pessoas ainda não percebeu, mas o maior perigo de tudo isso é o controle social, ditatorial, que estão ensaiando sobre a liberdade pessoal. É o guarda da esquina pedindo identidade para te deixar passar, quem sabe até fazer preencher um formulário. Aqui aproveito para citar Yuval Harari, historiador, professor universitário e escritor israelense: "Tecnologias imaturas e até perigosas são colocadas em serviço ? Países inteiros servem como cobaias em experimentos sociais em larga escala. Se as empresas e governos coletarem nossos dados biológicos em massa, eles podem nos conhecer melhor do que nós mesmos, e podem não apenas prever nossos gostos e sentimentos, mas também manipular o que sentimos para vender o que quiserem ?" seja um produto ou um politico". Ao entusiasmo com a vigilância biométrica como medida temporária tomada durante um estado de emergência, Harari lembra que medidas temporárias têm o hábito desagradável de superar as emergências.

A globo passou uma hora e meia agredindo o Bolsonaro, mostrando a catástrofe na Itália e divulgando mensagens de autoridades médicas para justificar suas ações. Bem, até lá há diferenças: o norte da Itália é muito mais atingido que o sul, no norte há muito mais asilos e comorbidades, o inverno é inclemente e o sistema de saúde não foi preparado para casos graves como devia. No Brasil a situação é outra: a mortalidade é menos que um por cento e o clima está ajudando. Quanto às opiniões divulgadas de autoridades, é claro que são só as favoráveis à tal rede. Poderiam levar ao ar o contraditório, mas isso nunca fazem. Ainda mais, conheço alguns dos declarantes e não é bem assim. Um deles me disse que concordava em muitos pontos comigo e com outros, mas que não poderia falar isso no ar!

Concluindo, ninguém está livre e a situação deve ser encarada com seriedade e não com irracionalidade. Da maneira que está sendo conduzido por certa mídia, esse é um problema que extrapola a medicina e entra na esfera social, com consequências muito mais graves. O que fazer: procurar manter a população hígida protegida com medidas razoáveis, e não catastróficas, cuidar da maioria dos enfermos leves ou moderados e sobretudo armar um sistema de tratamento eficaz para os casos que realmente necessitem de medidas intensivas. Não quebrando a economia e não desperdiçando dinheiro público, haverá recursos para tudo.
Herculano
06/04/2020 11:16
A MÍDIA HOJE PODE COMETER UM PECADO CAPITAL: DAR VOZ AOS GERADORES DE HISTERIA, por Luiz Felipe Pondé, filósofo e ensaísta no jornal Folha de S. Paulo

É urgente que o imperativo do horror não se transforme em critério de combate à irresponsabilidade presidencial
Imagino que a geração que viveu a gripe espanhola, muito pior do que esta, teve uma vantagem sobre nós: o mundo era mais silencioso. Menos falação, menos profecias supostamente científicas, menos números de mortos jogados na nossa cara todo dia. E pra que isso?

É comum se dizer, ironicamente, que o jornalismo vive de sangue. A frase causa calafrios nos colegas que se veem como o braço armado da informação para o bem de todos.

A epidemia tem nos legado um fenômeno interessante, talvez, em parte como consequência de criarmos uma frente contra a irresponsabilidade do presidente da República. Por outro lado, como já tive a chance de dizer, muitas pessoas têm um gozo específico com o fim do mundo, ao ver os outros com medo.

Temo que seja chegada a hora de fazermos uma reflexão sobre o risco de a mídia embarcar numa polarização típica da nossa era, que é a da política histérica. Se por um lado a irresponsabilidade de Bolsonaro é gritante, nem por isso a verdade está do lado da histeria gerada na população. Não devemos dar espaço aos apocalípticos nesses dias, nunca será pouco repetir essa máxima. Pessoas que falam que morrerão milhões ou que 2020 será todo trancado em casa, não devem sair do seu buraco, mesmo que com milhões de discípulos.

Sabemos do valor pedagógico e político do medo. O filósofo fiorentino Maquiavel (1469-1527) já dizia no seu "O Príncipe" que o medo é um instrumento poderoso na "gestão de pessoas", como está na moda dizer.

Muitos argumentam que alimentar o medo ajuda as pessoas a respeitar o isolamento. Verdade em grande medida. Mas, como dizia o próprio fiorentino, só medo, ou medo demais, tende a desesperar as pessoas e o tiro sair pela culatra.

Nunca, nos últimos tempos, a responsabilidade da mídia profissional foi tão grande. Devemos isolar o vírus da histeria alarmista. E isso, infelizmente, não parece estar acontecendo. É claro que não estamos falando de todos os veículos ou de todos os profissionais.

Mas, é urgente que o imperativo do horror não se transforme em critério de combate à irresponsabilidade presidencial, nem de audiência, muito menos de cliques ou likes. Se as mídias sociais podem seguir aos milhões qualquer um, lembremos que outros milhões seguem Bolsonaro, e nem por isso os julgamos "sábios" no combate à epidemia. Quantidades nunca foram sinônimo de verdades.

A ciência é lenta, protocolar, metódica, o que para Descartes (1596-1650) era signo de humildade. Sua temporalidade não agrada a fúria da massa nas redes. Suas exigências não vão ao encontro da ansiedade dos nossos tempos. Suas respostas não são sempre tão evidentes. Sua mensagem, às vezes, parece coisa de elite: para poucos, nem sempre fácil de entender, muitas vezes fica aquém da necessidade de muitos de ter um guru a seguir.

A mídia hoje pode cometer um pecado capital: dar voz aos geradores de histeria. Esses, provavelmente ganharão muito dinheiro no futuro próximo, vendendo pânico e alimentando empresas de seguro pouco cautelosas.

Como esta Folha tem bem demonstrado, é fundamental dizer às pessoas que pouco sabemos com certeza de fato sobre a letalidade ou o comportamento epidemiológico do vírus. Dito em outras palavras: precisamos de tempo pra conhecer esse ilustre desconhecido. Esse tempo é calculado em cima das mortes, do combate a elas, do medo, do combate ao medo e dos cuidados para não matar de vez a economia.

Os debates científicos nunca foram feitos de forma tão rápida. A comunidade científica tem de resistir à tentação que há poucos anos se abateu sobre a magistratura: gozar com as luzes da ribalta. É evidente que esse juízo não se aplica a toda a comunidade científica, assim como não se aplica a toda a comunidade de jornalistas, assim como nunca se aplicou a toda a magistratura.

Não devemos dar ouvidos àqueles que recolhem milhões de seguidores vendendo o horror, como uma espécie de Greta Thunberg piorada.

O que se aprende de válido na repetição contínua dos números de mortos? Nada. Por que afogar as pessoas no desespero? Simples: está nascendo o mercado do terror da epidemia.

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