06/04/2020
Os que estão no poder de plantão em Gaspar, nos últimos dias, trocaram mensagens em aplicativos dando conta de que eu estaria me filiando à partidos A ou B.
Mais uma vez, como bom cabrito, fiquei quieto.
Desespero dessa gente para me desqualificar na credibilidade que possuo. O objetivo é o de humilhar, censurar, constranger e calar. Isso já aconteceu várias vezes antes. E todos se aproveitaram das minhas opiniões para alçar o poder, fazer bravatas, dar o tapa e esconder a mão, carreira com o dinheiro dos pesados impostos da sociedade etc, inclusive os que estão hoje no poder.
Eu não sou portador da boa e da má notícia que está aí. Ela até pode não permear os veículos de comunicação locais, controlados pelo poder político, mas estão massificadas nas redes sociais e aplicativos de mensagens.
Ou seja, o povo está mais informado do que antes e do que presumem os poderosos e que a cada abertura se urna se dizem surpreendidos. Estão surpreendidos, entretanto resistem à realidade das mudanças. O povo está se esclarecendo mais. E não – reconheço - é exatamente só aqui.
Eu, esclareço ou opino a partir do meu entendimento. É apenas uma visão particular a partir dos meus valores, limitações, vivência e conhecimentos.
Fiquei quieto porque precisava esperar, mais uma vez, o prazo fatal das inscrições partidárias na Justiça. A dúvidas e a acusação de filiado são repetidas há pelo menos 30 anos. E não aprenderam. Provaram, outra vez, de que não me conhecem.
Nunca estive filiado a nenhum partido, nem mesmo a grêmio estudantil na minha vida. E nem por isso, fui um alienado, comprado ou viciado.
Há 15 anos este espaço tem sido o refúgio daquilo que se teima em se esconder em Gaspar e Ilhota.
Esse tempo todo não foi suficiente para se entender que não faço da coluna um trampolim de negócios, de agiotagem política, ou uma salvaguarda de interesses pessoais e para supostos amigos? Os verdadeiros amigos – e são poucos - sabem disso.
E eu poderia ser melhor e mais investigativo, em favor dos leitores, leitoras e da sociedade. Ainda não descartei possuir o meu próprio blog – com toda a tecnologia de promoção - para desnudar muito mais a fundo com provas irrefutáveis, gente poderosa, mas comprometida pelo escurinho das negociatas de gabinete. Só não fiz isso ainda, por preguiça, e principalmente, por lealdade à credibilidade e audiência do Cruzeiro do Vale. Acorda, Gaspar!
O prefeito eleito Kleber (à esquerda) e o secretário interino de Saúde, o advogado Carlos Roberto (ao centro), correm atrás daquilo que a Covid-19 lhes surpreendem na estrutura fragilizada por aqui e torcem para que as de Brusque, Itajaí e principalmente Blumenau deem conta do recado
Escrevi domingo na área de comentários da coluna, de que se iniciou um movimento para esconder uma morte por Covid-19 em Gaspar, a primeira na região. E a notícia, devidamente confirmada veio no sábado do hospital público Santo Antônio, de Blumenau.
Se fosse por aqui, ela seria escondida, desmentida, como tantos casos e mortes mal explicadas acontecidas no Hospital de Gaspar, sob intervenção da prefeitura, gerenciado pela equipe do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, num ralo de grosso dinheiro sem retorno dos pesados impostos dos gaspaarense.
Estou de alma lavada. Mais uma vez, o artigo caiu como uma luva esclarecedora à população sempre enganada, com os fatos das minhas observações se comprovando no decorrer da leitura dele e deixasse sem argumentação a minoria da claque obrigada a refutá-lo, submetendo-se ao ridículo.
A notícia da morte do empresário Osmar Bernardi, 57 anos, não é alarmista e está dentro de um contexto ainda fora de controle mundial, mas divulgada, como foi, atrapalharia à intenção de retomada das atividades econômicas na nossa cidade. Não é verdade. É a falta de de uma ação de Saúde, é a falta de ônibus, é a falta de gestão da crise, é um governo tomado por curiosos e gente sem canais de relacionamentos nos canais de decisão...
Não importa a origem social da vítima. Essa não é a discussão. E antes de prosseguir é bom que se esclareça: o prefeito Kleber não tem culpa pela doença que se espalha.
Contudo, se continuar a brigar com a sorte e à realidade em Gaspar, vai ter que assumir a principal parcela de culpa desse jogo mal jogado pelos seus “çabios”. Só restará pedir para o povo orar e jejuar como Kleber, o evangélico, fez no sábado na sua rede social à espera de um milagre.
Orientado, Kleber montou uma equipe de cabos eleitorais para assessorá-lo e não de técnicos para levar o governo e a cidade a resultados para os cidadãos e o futuro deles.
Kleber e os seus pensam só na eventual difícil reeleição. Numa crise como a que vivemos, já mudaram o foco e articulam para que a eleição deste não aconteça. Torcem pela sorte grande e de não serem testados nas urnas. Meu Deus!
E gestão de crise – como o da Covid-19 - não é para amadores, muito menos para só orações e jejum para que se produza milagres à economia, empresários, trabalhadores e às pessoas. É para gente destemida, inclusive a enfrentar desafios, verdades e preconceitos.
Onde está o problema, então?
Gaspar e muitos municípios perderam espaços essenciais de lideranças para os políticos paraquedistas, oportunistas, sem princípios e ética. Criou-se um vácuo. Foi deixado por gente capaz, estadista e espírito comunitário. E diante dessa perigosa omissão, os políticos vazios, profissionais e cheios de vícios éticos, amarram seus bodes em interesses que não são coletivos, comendo dinheiro do povo em estruturas para se manter no poder, e é sobre isso que vou lhes escrever longamente hoje.
A VERDADEIRA DOENÇA DOS POLÍTICOS É TORNAR UMA CIDADE FRACA ECONOMICAMENTE
Repito: é errado tentar esconder uma morte – poderão vir mais - e o número de infectados neste momento. E por que?
Porque se esconde ou se adia o que precisa ser consertado – e urgente diante do do novo quadro de saúde e econômico -, ser melhorado, ser viabilizado, ser estruturado, ser debatido, ser eliminado, ser atualizado, ser mudado e ser solucionado.
É preciso sair diferente e mais forte do que se entrou neste problema. Os problemas de saúde, por exemplo, são um de muitos e que que nos atormentam há muito tempo. A doença não foi inventada por chineses, mas precisa ser combatida, com obstinação e com ações já devidamente reconhecidas pela medicina preventiva e curativa.
Um deles é o isolamento, feito exatamente para cidade como Gaspar. Aqui a saúde pública é precária e foi relegada a um plano de desleixo e que não é de hoje, mas é uma marca de políticos que preferem grandes obras físicas para seus eleitores olharem nos dias das votações.
O reinício da atividade econômica em nossa cidade – e Ilhota - é necessário e eu já demonstrei isso aqui várias vezes.
Todavia, ela terá que ser responsável e de forma estruturada e está, infelizmente, na mão de ferro do governador Carlos Moisés da Silva, PSL, com os seus decretos de isolamento. Está nas mãos do prefeito de agir para a proteção dos cidadãos via o sistema de Saúde. E está vulnerável.
Para as ordens do governador, a polícia age; o Ministério Público age, o judiciário age. E os representantes da sociedade estão sem voz, articulação e argumentação. E não é escondendo às nossas falhas que vamos reconstruir o que está desorganizado ou fragilizado.
E antes de prosseguir: a imprensa formal ou também está enfraquecida, ou possui igualmente parcela ponderável de culpa nisso tudo. É preciso escolher um lado para além de esconder notícias e ou se entregar às frivolidades dos noticiários.
EM MEIO A CAMPANHA E DESASTRE ECONÔMICO-SOCIAL, OS POLÍTICOS SÓ PENSAM NA CAMPANHA
Retomo. As notícias propositadamente plantadas no final de semana na imprensa local, pelo próprio secretário interino de Saúde, o prefeito de fato, presidente do MDB, coordenador da campanha eleitoral de Kleber, o secretário que na Reforma Administrativa cara aprovada na Câmara em 2017, e que criou uma secretaria ao seu gosto para ele ser titular, a da Fazenda e Gestão Administrativa, o advogado Carlos Roberto Pereira, dava conta que os infectados pela Covid-19 estavam diminuindo por aqui.
Estava diminuindo e na contramão do Brasil?
Só este fato por si só seria manchete e mereceria um estudo mundial pelos melhores centros de pesquisa e autoridades em Saúde Pública. Como se vê, Gaspar é sui generis e dependendo do resultado que os donos dela querem para enganar os cidadãos, ela se torna uma ilha do inusitado. Chá de desconfiômetro faria bem melhor a essa gente que expõe ao ridículo por nada, a cidade, uma administração pública e diminui ao limite criminoso, a inteligência das pessoas.
Cadê as provas para fazer base a este tipo de afirmação? O secretário de Saúde, sem qualquer formação para tal, ou se negando a um assessoramento mínimo para tal, se lança como um advogado de defesa naquilo que está exposto e o contradita nas evidências e provas.
Volto para não ser repetitivo e entediante. Estava “diminuindo”, como anunciou o secretário de Saúde os casos de Covid-19 por aqui, porque como relatei na coluna de sexta-feira, a estrutura de Saúde Pública municipal, que ele é o responsável por resultados, mesmo consumindo muito dinheiro, sem prestações de contas públicas, é falha em Gaspar.
E no caso da Covid-19, só nesta segunda-feira é que o ginásio João dos Santos se torna um centro de atendimento especial e tiragem, como se sábado e domingo não fossem dias de ações emergenciais nessa crise desproporcional, além do atraso da busca de mitigações – mesmo que só na propaganda enganosa - em relação aos outros municípios, onde este tipo de ação preventiva já se instalou.
Está “diminuindo”, porque sem credibilidade do sistema por aqui, incluindo o Hospital que está sob intervenção da prefeitura e não se sabe quem é o dono dele, além de ser um ralo de dinheiro público, os gasparenses preferem se socorrer em Blumenau.
E foi lá que morreu o primeiro infectado do Vale do Itajai. É de lá que a notícia se espalhou sem que aqui pudesse escondê-la. É lá que estão outros, cujos relatos correm soltos pelas redes sociais – com exames do Lacen - e por isso não podem desmentidos pela prefeitura de Gaspar, como se tenta fazer aos veículos formais de comunicação.
O press release de gente séria seria esta, na gestão de crise, comprometida com os pessoas e agentes econômicos deveria ser assim:
“O caso é grave, criamos uma rede de apoio primário devido a precariedade do nosso sistema de saúde; ele está integrado regionalmente; está decretado a quarentena vertical para a proteção dos mais vulneráveis; foi criado um grupo de crise constituído por representantes do poder civil e poder público para monitorar toda a situação, abrir canais permanentes de negociações e tomar ações que permitam, com a mínima segurança possível, retomar as atividades essenciais e econômicas do nosso município. Todos os dias, a tal hora, reportaremos suscintamente o status e novas definições em favor da vida e economia dos gasparenses”.
FALTA AO PREFEITO LIDERANÇA NO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO ECONÔMICA
E por que a crucial e necessária retomada da atividade econômica está comprometida em Gaspar?
Primeiro, porque Kleber ainda não se deu conta da real importância dele para a cidade e os cidadãos desde o primeiro dia em que foi eleito.
Segundo, porque ele avaliza todos os processos de vinganças de seus “çabios”, influenciadores e aproveitadores de todos os tipos; e isso é acumulativo.
Terceiro, porque, verdadeiramente, falta ao prefeito Kleber uma natural liderança, a que impacta, a que abre portas, a que gera empatia, a que geram apostas.
Os “çabios” e marqueteiros transformaram o prefeito em permanente repórter de si mesmo nas redes sociais e em temas pequenos como se ele nunca tivesse terminado a campanha de 2016, feita para derrotar na segunda tentativa seguida, o PT de Pedro Celso Zuchi. Kleber, de verdade, não foi ainda além da vereança que exerceu. Insiste em coisas pequenas.
Kleber ainda não se deu conta de que Gaspar é bem maior do que o mundo que lhes dão os dependentes do poder temporário dele na prefeitura e o colocaram num cercadinho, que ele aceitou e a reboque desse pessoal.
Kleber está sendo usado. Kleber não é estratégico, falta-lhe assessoramento por gente com capacidade tática. Ele, como um deus, por má orientação, faz crer que entende de tudo e quando tenta mostrar isso, fica exposto, enfraquecido. Fala como um entendido em saúde, em obras, em agricultura, em canos do Samae, do jurídico, da contabilidade.... Só falta falar como prefeito que possui secretários, especializados, que deviam responder por tudo isso e se orgulhar dos resultados que eles produzem para a cidade e para o seu mandato.
Tanto que em Gaspar há um prefeito de fato comandando à burocracia que Kleber parece não entender. Um prefeito de fato que é falho representação e que deveria ser a maior virtude do eleito perante os interesses do município e dos munícipes. Na política, como nos negócios, os relacionamentos e a conectividade vertical são fatores essenciais de sucesso e resultados.
Kleber não precisa ir longe de Gaspar. Ele devia obter aulas com os nossos malheiros e perguntar como eles conseguiram vender para as maiores redes varejistas no Brasil. Não foi, com certeza, com alguma ajuda de político. Foi profissionalismo, foi escolhendo os melhores para a aproximação, foi tendo o melhor produto, foi garantindo logística e entrega, foi percebendo mudanças, foi tendo custos competitivos na sua cadeia de fornecimento, produção e entrega.
Bom, mas, vamos adiante. O que se espera de um líder? Que ele seja regente de uma orquestra com diferentes instrumentos, feita de pessoas com sensibilidade desiguais, em ambientes por vezes hostis, mas sob a mesma partitura, explorando os limites que possam conduzir a um resultado harmonioso, impactante, surpreendente aos próprios músicos e aos ouvintes, com o reconhecimento implícito do maestro.
Nessa simbologia, Kleber prefere ser músico, mal afinar os instrumentos para os outros e por orientação de curiosos. Então...
SEM LENÇO, SEM DOCUMENTOS/ NADA NO BOLSO OU NAS MÃOS/EU QUERO SEGUIR VIVENDO (Caetano Veloso/1967)
Querem um, entre tantos exemplos e já relatados aqui, que deixou muita gente descontente em Gaspar com o que escrevi?
Na semana passada, sem agenda, mas trombeteando nas suas redes sociais, Kleber foi a Florianópolis. Iria, segundo ele, falar com o governador, com secretários de estados. Ia dar o nó, que outros prefeitos não conseguiram. Uau!
E por que disso? Ele sequer tinha agenda. Mal-usou as redes sociais para colocar o ovo antes da postura da galinha. Coisa de político viciado e mal orientado.
Levou à tiracolo líderes de associações empresariais e políticos para testemunhar e até lhe ajudar naquela missão. Resultado? Kleber mal conseguiu falar com o responsável estadual da Defesa Civil, onde entregou um documento pedindo ajuda. E precisava se submeter a vexame em situação de guerra, num ambiente digital, e onde o contato físico não é recomendado?
O que isso mostrou? A gratuita exposição do político e líder Kleber. Ele não possui canais no ambiente político decisório catarinense. Nem mesmo em Brasília, para onde vai mensalmente para contatar políticos, os quais deveriam estar no seu gabinete pela importância que ele possui para esses políticos num ambiente de 40 mil votos.
Ficou claro para a população, adversários e a mídia que os “çabios” - e neste caso, incluindo o chefe de gabinete, Jorge Prucino Pereira, PSDB -, que os que dominam a prefeitura, a equipe de políticos e comissionados de Kleber, não possuem influência, canais institucionais, políticos e administrativos a favor da cidade e dos cidadãos, mesmo em situação emergencial, seja em Florianópolis ou Brasília. Que as lideranças empresarias de Gaspar, as que verdadeiramente sustentam a cidade, estão mal-arranjadas com essa gente em que apostaram - ou dependem -suas fichas para lhes ajudar.
Uma cena bem diferente da campanha de 2018 quando Kleber e os seus “çabios” eram cabos eleitorais de luxo de vários deputados e senadores por aqui, que viviam aqui para a discurseira, visita a eleitores e multiplicar a importância das migalhas que trouxeram ou rubricaram. O que aconteceu? Sumiram? E logo numa situação tão crítica?
É hora do empresariado, dos investidores, dos empreendedores mandarem os políticos fracos para casa e eles assumirem o verdadeiro papel que lhes cabe aqui na liderança em busca de uma Gaspar e Ilhota melhores.
O Hospital de Gaspar sob intervenção da prefeitura e com alto custo para os cofres públicos não possui capacidade para tratar pacientes em situação de risco pela Covid-19. As barracas da Defesa Civil, no posto de saúde do Centro, para a espera do atendimento
GERADOR DE EMPREGOS NAS MÃOS DE POLÍTICOS? INVERSÃO DE VALORES!
Não vou longe para mostrar como o setor produtivo de Gaspar e gerador de empregos, renda, riqueza, equilíbrio social e abundante em impostos para os políticos se fartarem, está refém de gente desqualificada para o resultado coletivo. Está vulnerável não só na Covid-19, mas planejamento, escolhas de oportunidades e desenvolvimento.
As associações empresariais estão pedindo à volta das suas atividades para minimamente se livrar da falência. Excelente! Já escrevi favoravelmente sobre isso. Não há outra saída, aliás! Entretanto, isso só se dá de forma organizada, inteligente, argumentativa, negociada e via liderança.
E supondo que isso desse certo nesta segunda-feira na primeira hora, uma pergunta não quer calar e o prefeito Kleber e seus “çabios” estão obrigados à resposta ao empresariado.
Como os empregados e clientes vão chegar ao serviço, às lojas, restaurantes, supermercados e escolas se Kleber, os seus “çabios” e o prefeito de fato deixaram a cidade sem transporte coletivo, o qual já tinha a tarifa mais cara da região e uma crônica deficiência de linhas e horários? Como os filhos dos trabalhadores irão à creche? E os estudantes se tivessem que voltar às aulas?
E isso tudo não foi de uma hora para a outra. Há vários artigos aqui, todos qualificados pelo paço como mentira ou descabidos; no mínimo também não foram levados a sério pelo resto da sociedade. E essa relação perigosa e fraca, nasceu já no primeiro mês que a Caturani apareceu por aqui e seu advogado representante tomou a tribuna da Câmara para denunciar e pedir um serviço a seu gosto.
E essa relação perigosa e de descaso está registrada na quantidade e principalmente qualidade de diretores de Transportes nomeados com vieses políticos por Kleber, e que será tema de outro comentário. Então há mais culpados do que o próprio governo: os que representam a sociedade.
Tudo isso ocupado por curiosos, gente sem emprego, sem qualificação técnica, onde o único requisito é a filiação partidária. Então, não há como culpar o governo do estado que neste momento está com uma política sob questionamento, se em casa criamos o isolamento social dos bairros e cidade por falta de ônibus municipais.
As associações empresariais deviam estar acompanhando a vida do Executivo municipal. Ele faz o que quer, ao modo dele e isso afeta a vida das empresas, dos seus empregados. Ou não? Não era preciso ir a Florianópolis. O problema está aqui.
OS POLÍTICOS ESTÃO SALVANDO OS SALÁRIOS DELES E DOS SEUS CABOS ELEITORAIS EMPREGADOS
Quer mais? Não vou me repetir naquilo que a cidade já sabe sobre o fedor do lixo, a Defesa Civil de fachada, a CPI das obras da Frei Solano, a Saúde Pública comprometida, o Hospital sugando dinheiro bom com retorno sofrível aos trabalhadores, tudo prudentemente livre de um Observatório Social. Vou ao cerne da questão.
Se nas empresas os negócios estão por um fio, seus empregados à beira de perder o emprego, de ter o salário reduzido, você está fazendo vale, empenhando bens pessoais, seu contador encontrando saídas para alongar as dívidas e tributos, aí é hora de se perguntar, sem ofensa: o que realmente os políticos de Gaspar fizeram até aqui para enxugar a cara e pesada máquina municipal feita para buscar votos, como parte desse sacrifício ou mudança de comportamento?
Ah, eles não podem. Há um falso viés social e se fizer movimento na direção dos sacrifícios, os políticos vão perder votos de cinco por cento do eleitorado de Gaspar que são os servidores e comissionados. Agora, perder 95% dos votos que sustentam tudo isso, é possível? Estranha aritmética. E ela só é real porque esses 95% estão acostumados a apanharem e esquecerem. É preciso uma Lei Maria da Penha para os eleitores.
Continuo. Se o setor público é intocável, ao empresário será normal perder o negócio dele, mesmo que isso implique em queda de arrecadação de tributos para o município; mesmo que isso implique na perda de emprego dos eleitores, tudo para quem está na prefeitura continuar empregado e de lá pedir votos para continuar na teta? Incrível!
Em outros municípios, os políticos verdadeiramente monitorados ou com vergonha na cara, fizeram gestos; ao menos simbólicos. Aqui, até o fechamento da coluna neste sábado dia quatro de abril, nada. Recebi até o telefonema de um político sondando se eu iria trabalhar esse tema na coluna de hoje, pois considerava inoportuno, injusto e demagógico.
Injusto com quem? Pergunto.
OS EMPRESÁRIOS E CIDADÃOS PRECISAM ROMPER ESSE CÍRCULO VICIOSO DA MEDIOCRIDADE
Senhores: é preciso inverter essa posição de autoridade. Os políticos devem estar a serviço da sociedade, da comunidade e não ao contrário, como é em Gaspar, onde até enquadram os que produzem, os que não dormem diante da crise e dos compromissos.
Os políticos – e os que o adornam - só perdem o sono quando estão ameaçados nas suas tetas. É hora da insônia.
Não quero divagar para mostrar como Gaspar já foi diferente. Eu participei dessa história de corpo presente. Gaspar já teve um presidente da Facisc e um deputado estadual, enquadrado aos interesses públicos de Gaspar com Francisco Mastella.
As portas eram verdadeiramente abertas em vários ambientes públicos e fórum de debates em favor de ideias e resultados. E para todos. Hoje, elas estão fechadas para os gasparenses. Gaspar perdeu a referência. Quantas vezes os governadores Luiz Henrique da Silveira, MDB (sete anos), Raimundo Colombo, PSD (sete anos) e Carlos Moisés da Silva, PSL (um ano), tiveram por aqui?
Não preciso ir longe e lembrar os tempos de Mastella que poderia ser confundido com o poder e imagem de gente líder da Ceval. Quando Samir Buhatem foi presidente da Acig, dono de uma pequena empresa, ele não se curvou à agenda do prefeito de plantão, Pedro Celso Zuchi, PT, que vivia intimidando ele lá na empresa dele para enquadrá-lo nos defeitos que tinha. Ao contrário.
Negociando com o presidente da Acib, Ricardo Stodieck, e ambos com apoio da ex-senadora Ideli Salvatti, PT, conseguiram a ponte do Vale – e que por jogada e habilidade de Zuchi nos relacionamentos dele, Gaspar nada Gastou dos R$40 milhões que ela custo - e o IFSC para Gaspar. Foi Samir quem liderou, por exemplo, a reforma física do Hospital de Gaspar fechado pelo Conselho e a pedido do corpo clínico que não via nele mais, condições de exercer a profissão (é mentira que foi o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, DEM).
As entidades precisam retomar esse espaço de direcionamento da cidade com alinhamento ao desenvolvimento local, regional e à autonomia de identidade. Isso foi perdido, exatamente, pelo aparelhamento imposto pelas administrações petistas via então o secretário de Comércio, Industria e Turismo, Rodrigo Fontes Schramm, já falecido.
São essas entidades, penso, que, verdadeiramente devem ser o grande conselho da cidade, para evitar as armadilhas de falta de liderança, para nos livrar dos interesses pessoais, bem como, criar planos e canais de acesso às decisões regionais, estaduais e federais. E os políticos, enquadrados e se possível, aliados da causa da cidade e não unicamente na defesa de seus interesses políticos eleitorais.
Para encerrar.
É preciso o meio empresarial se legitimar como um poder influenciador, inovador e de mudanças para defender e construir uma sociedade produtiva harmônica para seus cidadãos com as necessidades básicas minimamente satisfeitas. E isso vai muito além da cadeira de um prefeito, seja ele fraco ou verdadeiramente líder, visionário, arrojado e que faz tempo que não temos por aqui.
O que está em jogo são as vidas dos empreendimentos, feitas de negócios e que envolvem milhares de famílias, que geram milhões de impostos para sustentarem os políticos – que os desrespeitam, que desamparam a cidade, os cidadãos dela -e seus cabos eleitorais empregados, encostados e manipulados nos ambientes públicos, comendo dinheiro bom dos pesados impostos.
Quatro de outubro está ai. A omissão ou à associação são livres escolhas. Políticos não mandam na sociedade, a representam, tanto que são eleitos. Algumas sociedades são mal representadas, manipuladas ou espoliadas. E, por isso, elas são fracas. E Gaspar não merece isso.
Está na hora de mudar não de governo, de político, mas de postura. Este é o nosso verdadeiro coronavírus, e não é de hoje que ele compromete a cidade, seus cidadãos e empreendedores. Acorda, Gaspar!
Tudo tem a primeira vez. Bolsonaro hesitou na demissão do ministro Mandetta que lhe deu um nó. Perdeu o timming. Tudo daqui para frente será prejuízos para serem recuperados, mas sob desgastes*
A Covid-19 quebrou a espinha do modelo de governar de Bolsonaro. Mandetta não inventou a quarentena. Apenas está aplicando o que a ciência e outros países fazem, mas que Bolsonaro não concorda. Se mudar Mandetta nesta altura do campeonato quando tudo deverá piorar pelos modelos matemáticos, Bolsonaro assume um risco muito alto do que o custo que está pagando politicamente
Leitores e leitoras, antecipadamente peço-lhes desculpas por quebrar promessas. Senti-me outra vez tentado. Decididamente, sou um fraco. Então vou repetir a abertura do artigo de segunda-feira passada.
É certo também que esta não é a minha seara aqui, ou seja, à análise dos cenários nacional e internacional.
Vou submete-los a algo que lhes parece distante, mas que de fato, não tenham dúvidas, vai refletir nas eleições deste quatro de outubro, se as eleições forem confirmadas.
Os políticos marotos e valentões donos do poder de Gaspar e Ilhota, não querem se submeter ao plebiscito popular de suas gestões e armam, via porta-vozes alugados com dinheiro público, e os congressistas cheios de interesses, todos pagos pelo povo numa conta altíssima, mesmo em tempos de crises e sacrifícios, para que as eleições sejam esquecidas. Democratas de ocasião.
Eu não possuo à pretensão de alargar o meu horizonte de questionamentos. Não que não me sinto tentado. Simplesmente, não quero. É que não posso perder o foco e com isso, talvez, permitir que às sombras, os políticos locais ampliem os espaços contra a cidade e os cidadãos daqui, já sem voz para as dúvidas e os custos dos erros. Mas, vamos lá...
O quase eterno deputado Federal do baixo clero, que andou por uma dezena de partidos, Jair Messias Bolsonaro – então no alugado PSL, hoje sem partido e a espera do Aliança pelo Brasil e que está na gaveta – foi eleito presidente da República para romper o establishment* e o mainstream **(que se tornou sinônimo de atraso, corrupção, corporativismo e privilégios para poucos). Alguma dúvida?
Então, esse é o papel dele comprometido perante a sociedade em outubro de 2018. Bolsonaro é fruto de uma revolta sem armas.
É que essa maioria não aguentava mais tantas roubalheiras e sacanagens dos políticos, dos gestores públicos e da falsa fiscalização das instituições criadas para proteger a sociedade. Nem mais, nem menos. Só das ciências humanas comprometidos com a mais doentia esquerda do atraso, e que domina a academia brasileira aliada com a casta de funcionários públicos e sindicatos é que não conseguem enxergar isso. Por isso, preferem e vivem das narrativas.
BOLSONARO FOI ELEITO PARA ROMPER
E Bolsonaro ao modo tosco dele, com muitas dificuldades impostas pelo instalado establishment e o mainstream, vinha dando conta desse recado – o de mudar - até esbarrar na Covid-19 e em Luiz Henrique Mandetta, um médico e deputado Federal, excelente comunicador devido à autoridade, conhecimento, clareza, naturalidade, fundamentação e sobriedade que possui sobre a área da Saúde. Um contraponto do jeito de ser de Bolsonaro.
Antes, porém, um parêntesis.
Para ter chances seja na busca de votos ou para se manter na cadeira depois de eleito, e para lustrar o tosco com um verniz de mudanças, Bolsonaro se cercou de técnicos reconhecidos como o economista Paulo Guedes, o ex-juiz Federal Sérgio Moro.
E nas poucas concessões políticas, via bancadas temáticas e para se equilibrar no Centrão de onde é originário, mas com o mesmo viés de mudanças, apareceram a ruralista e deputada Federal, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, para a Agricultura e Abastecimento, bem como deputado Mandetta, ambos do DEM do Mato Grosso do Sul.
Ela, com menos exposição, já salvou o Brasil de cada enrascada metida por Bolsonaro via as maluquices dos filhos como trocar a desse da embaixada de Israel de Telaviv para Jerusalém, e declarar guerra comercial a China, ou então tentar barra investimentos chineses.
Volto. Mandetta colocou o Brasil – e o novo governo que pegou o país literalmente quebrado - no dilema de salvar a economia ou vidas. Bolsonaro, como militar, colocou-se no dilema de uma guerra. E nela, há vidas para serem perdidas. E por enquanto os números estão a favor de Bolsonaro: o inimigo Covid fez poucas baixas, apesar do anúncio de dizimação ser de supostos milhares. Conta de gente do ramo.
Mandetta abriu brechas para governadores e prefeitos, malandros, enfrentarem Bolsonaro e Guedes. Abriu brecha para os congressistas meterem a mão no Tesouro. Abriu o cofre para os administradores públicos colocarem a pesada conta das más gestões de hoje e de ontem nos seus estados e municípios, no bolso de todos os brasileiros via mais impostos, mais desempregos, mais inflação e menos perspectivas.
Pior: é aí que mora o perigo contra Bolsonaro: Mandetta, abriu a porteira para o establishment e o mainstream retornarem e encurralarem Bolsonaro, Guedes e o governo como um todo; tudo com apoio escancarado do guloso Centrão e discreto da esquerda do atraso, a mesma que sempre produziu caos no Brasil com suas ideias onde tudo fica fora de controle e a conta chega, sempre, para os mais pobres, vulneráveis e pagadores de pesados impostos.
Por outro lado, é de se ressaltar, que a receita de Mandetta não é dele. É do mundo civilizado, rico e que não se permitiria ser abatido pela Covid-19 e seus falsos combatentes se tivesse outra saída.
Esta foi a receita da China – que esconde o jogo -, é a receita nos países Europeus, são nos Estados Unidos, é no Canadá...
Não há outra fórmula para deter a doença a níveis de ser absorvida e evitar que ela colapse os sistemas de saúde, e mata mais gente por falta de atendimento ao mesmo tempo.
Se a economia está em colapso eminente, a do Brasil não fugirá a regra. E mesmo que o Brasil fosse uma ilha onde o Covid-19 não estivesse presente e a produção fosse normal, não teríamos mercado para o que se produz e se consome. É uma equação difícil. Seremos mais falidos do que mortos ao fim desta doença estar sob controle.
MANDETTA SE TORNOU UM CAVALO DE TROIA NO GOVERNO BOLSONARO
Resumindo: no quadro atual, a economia brasileira será mais atingida, exatamente, porque os governos anteriores, não fizeram o que lhes competiam: os ajustes (a exceção começa com Michel Temer, MDB).
Somos pobres e não temos reservas. Bolsonaro implementava, aos trancos, devidos as sacanagens do Legislativo que o quer refém do tal presidencialismo de coalizão e do próprio STF que atua contra a linhas expressas da Constituição.
Havia, até aqui, um relativo sucesso nesse modelo de rompimento nunca visto antes. Esse sucesso, mesmo que relativo, em tese, seria o fiador, à reeleição de Bolsonaro. Agora, tudo é incerto; pode estar comprometido. Naturalmente, essas incertezas rondam os pensamentos de Bolsonaro, dos que o rodeiam e dos bolsonaristas que quase não se entendem entre eles mesmos.
Quando Mandetta tomou a decisão que tomou, técnica, repetindo modelos de outros países e da ciência, num confronto com o que pensa o governo ou o presidente, Bolsonaro errou em não cortá-lo, se não estava convicto ou se não a abonava a atitude, a estratégica, a tática e a sistematização da profilaxia para menores danos e maiores resultados em ambiente conflagrado.
Bolsonaro fraquejou. E por que?
Porque não tinha o plano B para Mandetta; porque lhe faltou atitude que sobrou em casos bem mais complicados; porque antes de ser técnica, Mandetta era uma indicação política e por isso havia outras implicações; porque, exatamente Bolsonaro não possuía à convicção de que Mandetta estava errado, ou então, não sabia o tamanho do protagonismo aqui e internacionalmente que Mandetta assumiria no seu governo perante à população, a imprensa e os organismos sociais, políticos e de saúde.
Por isso tudo, Mandetta virou sombra para Bolsonaro; se tornou o cavalo de troia e vem testando à nova fragilidade de Bolsonaro. Nunca visto antes no governo de Bolsonaro. E estarreceu os seus admiradores, ainda mais a ala radical e ideológica.
Esta concessão feita por Bolsonaro não se viu, por exemplo, com o falecido Gustavo Bebiano, na secretaria Geral da Presidência; com o general Carlos Alberto Santos Cruz, na secretaria de governo e que rende a Bolsonaro divisões nas Forças Armadas; com Joaquim Levy, na presidência do BDNES; com Ricardo Galvão, do Inpe e reconhecido mundialmente, pela polêmica das queimadas; com Marcos Cintra, da Receita Federal e que defendia muito antes dele entrar no governo o imposto único e que Bolsonaro ainda é contra.
E por aí vai uma lista longa, do ditado que diz que não importa à competência e à razão dos da equipe, o que importa é o quanto o presidente manda no seu cercado, e pronto. Eu mesmo nunca trabalhei e não trabalharia neste tipo de ambiente. Já contrariei muito os meus superiores e os que me contratam hoje em dia. Mas, antes de desistir ou ir para a guerra. E quando no meio dela, sempre reavaliei – em conjunto e nos bastidores – os cenários para não errar mais naquilo que não se produzia no resultado esperado. São estilos. Não regras.
O OPOSTO DA PERSONALIDADE E IMAGEM QUE BOLSONARO QUER PARA SI
Repito: não discuto a qualidade de Mandeta; nem a sua capacidade, honestidade, assertividade. O problema é que ele está jogando outro jogo definido pelo técnico que é quem vai ter que assumir que está errado. Mesmo que esteja certo, diante da plateia ele não tem que corrigir o técnico, se não teve condições para convencê-lo no vestiário
O que aconteceu e está acontecendo com Mandetta não condiz para um presidente que é centralizador, autoritário e ganhou o mandato exatamente por essas características para mudar radicalmente em favor da sociedade, queira uma parcela ou não. É do jogo democrático. O único jogador que o próprio técnico (Bolsonaro) disse desde a campanha que é craque e pode fazer algo fora do que foi planejado, e mesmo assim, com limitações, tanto que já o obrigou a voltar atrás, é Guedes.
O certo e o errado são outros quinhentos. Era esse o recado das urnas que elegeu Bolsonaro contra políticos negociantes de tudo, mas com o dinheiro de todos. Os eleitores de Bolsonaro
Bolsonaro está errando pela segunda vez num mesmo assunto. E reforça à mancha à sua imagem de centralizador, autoritário e perde a confiança do seu eleitorado que lhe deu o mandato para mudar contra o tal “pode tudo” no escurinho das mesas de negociações.
Bolsonaro devia ter demitido Mandetta há muito, dizer o que quer, como quer e assumir todos os riscos nesta crise de saúde pública e provar que suas convicções são mais eficazes. Mesmo que o que faz Mandetta é o mais adequado, ficará à prova de que Bolsonaro foi conduzido e não condutor, porque ele próprio já deixou claro em entrevistas, discursos, intervenções nas duas redes sociais, etc.
Ou não está convicto, ou sabe que Mandetta tem razão, ou está armando a cama que perdeu o tempo de desarmá-la a tempo para Mandetta não dormir nela, ou não tem plano B, ou não possui convicção do dia seguinte ou foi dominado pelo que estava neste cavalo de troia.
O certo é que Bolsonaro, piscou e perdeu o timming. E o establishment e mainstream estão com esperanças de que ele seja enquadrado, coisa que os congressistas tentam, o judiciário tenta, os adversários tentam e agora, os governadores tentam. Vai que estão conseguindo. Wake up, Brazil!
(*) Este artigo foi escrito originalmente na sexta-feira dia 03.04.2020 e revisado em 04.04.2020
(**) O que é establishment? Ordem ideológica, econômica, política e legal que constitui uma sociedade ou um Estado; a elite social, econômica e política dominante de um País.
(**) O que é mainstream? É uma definição ampla àquilo que é a corrente principal ou dominante numa sociedade ou cultura, como a economia.
A Câmara de Gaspar parada a duas semanas a espera da liberação do decreto do governador para ela começar a funbcionar. Antes, porém, reajustou os ganhos dos políticos
Até o fechamento da coluna, o prefeito de Gaspar Kleber Edson Wan Dall, MDB, e o prefeito Érico de Oliveira, MDB, não anunciaram qualquer tipo de corte – mesmo que temporários - em seus vencimentos, bem como dos seus vices e secretários. Também não foram capazes de estimar a queda da arrecadação que vai obrigá-los a reestruturação administrativa.
Igualmente os presidentes das Câmara de vereadores de Gaspar e Ilhota.
Na contramão da grave crise em que estamos mergulhados e de exemplos dados em vários municípios catarinenses – para não citar outros – os políticos de Gaspar e Ilhota, por intermédio das suas Câmaras concederam reajustes para o funcionalismo do Executivo e Legislativo, bem como para os agentes políticos.
Na última sessão ordinária da Câmara de Gaspar antes da interrupção no dia 17 de março pela Covid-19, foram aprovados vapt-vupt quatro Projetos de Leis concedendo reajustes e aumento aos servidores.
Para o funcionalismo da prefeitura 4,3% incluindo comissionados, secretários, vice e prefeito, além de 1% de aumento real para os efetivos, aposentados e pensionistas. E por que? É ano eleitoral. Simples assim. Na Câmara, a mesma regra. Já o vale alimentação mensal na prefeitura passou de R$430,00 para R$450,00, enquanto na Câmara de R$448,00 para R$450,00
Os vencimentos do prefeito Kleber é um dos mais altos de Santa Catarina: R$27.356,69. O vice Luiz Carlos Spengler Filho, R$12.626,16; um secretário R$12.795,81. Um vereador em Gaspar passou a receber R$6.122,94 por mês pela representação e o presidente mais R$1.000,00 de bonificação. Aliás, na Câmara, este aumento não está no portal da transparência, um problema recorrente daquele poder com a sociedade.
Em Ilhota, o prefeito Érico foi na mesma linha do reajuste linear de 4,30% para ele, comissionados, servidores efetivos e inativos. Tudo aprovado pela Câmara que também se concedeu o mesmo reajuste.
Érico está recebendo com o reajuste R$13.878,22 e o seu vice Joel José Soares, DEM, ambos empresários R$8.096,02; um secretário R$6.653,34 por mês. Na Câmara o presidente com o reajuste passou a ganhar R$7.206,54 e o vereador R$ 5.147,53. Tanto em Gaspar como em Ilhota, elas estão fechadas porque seus vereadores e funcionários estão em quarentena.
Gaspar, os vereadores se reúnem ordinariamente nesta quinta-feira, se a polícia não aparecer por lá ou se até lá for levantada a quarentena pelo governador Carlos Moisés da Silva, PSL, para este tipo de reunião, para unicamente aprovar um projeto de lei da mesa diretora. É repassar R$600 mil do fundo pró construção da sua sede para o ralo da Saúde pública na “guerra” contra a Covid-19.
Ao fim da pandemia da Covid-19, haverá mais falidos do que falecidos em decorrência da doença.
Registro. Faleceu Norival Cordeiro dos Santos, aos 80 anos, em Blumenau, por problemas respiratórios decorrentes do hábito de fumar. Ele era pai do ex-vice e prefeito em decorrência do titular, Bernardo Leonardo Spengler, MDB, Andreone Cordeiro do Santos, PTB. Andreone é neto do primeiro prefeito eleito em Gaspar, João dos Santos. Norival, o Vavá, curtiu a vida como poucos.
Na boca do leão. O ex-presidente da Câmara, Silvio Cleffi, e por causa dela, virou “adversário” da sua cria política e irmão de templo, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, se livrou de uma humilhação que tentavam lhe impor, a de se inscrever no PSDB, da vereadora Franciele Daiane Back, a qual derrotou numa jogada de bastidores naquela eleição.
Entretanto, caiu na boca do leão: a do PP, do mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato e que está de volta à Câmara. Foi no PP se filiou depois que o seu PSC virou cinzas. Silvio ainda não tem certeza se vai à reeleição.
Foi exatamente Melato que deu origem à virada de mesa. Ele não assinou um acordo que garantiria Silvio no último ano da atual legislatura, este, na presidência da Câmara. Com os votos articulados pelo então o líder da oposição, Roberto Procópio de Souza, PDT, hoje com Kleber, os do PT, os do PSD e dele próprio, Silvio virou presidente da Câmara.
Aliás, Melato, se ele é vereador hoje e que lhe deu a condição de ficar por mais de três anos no Samae, deve agradecer aos votos que Silvio deu ao PP na legenda. Entretanto, Melato, não reconhece isso e desdenha os seus conhecimentos de matemática e contabilidade. Incrível!
No papel, oficialmente, a secretaria de Assistência Social, é acumulativa ao Procurador Feral, Felipe Juliano Braz, que já foi secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, quando o titular e prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, exilou-se na secretaria de Saúde depois de perder a maioria na Câmara para aprovar seus projetos.
O “soldado” de Carlos Roberto Pereira, Juliano, na Assistência é mais um curioso ocupando espaço para os chefes. Quem de fato não saiu de lá, foi o ex-titular que se licenciou para ser candidato a vereador, Santiago Martin Navia.
A melhor declaração dos entendidos de Gaspar sobre a Covid-19: “a contaminação em Gaspar está diminuindo”. É do secretário de Saúde, Carlos Roberto Pereira, advogado, que até poucos dias estava numa “quarentena” por ter ido a férias no exterior.
O empresário gasparense que morreu pela Covid-19, morava no mesmo prédio em que mora o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Então...
O presidente da Câmara, o carregador de votos e piano do MDB de Gaspar, o que estava se tinha coragem para sair do partido onde nunca teve sequer uma poltrona na janela, o que não está na fila, Ciro André Quintino, deu mostras neste final de que virou um soldado fiel de Kleber Edson Wan Dall, MDB e principalmente do poder de plantão.
Emprestou a voz em seu programa de rádio para dizer que é contra as eleições de outubro, pois não haveria clima para votação. Não quer mudança, transparência e renovação. Quer um cheque em branco para tudo o que está aí ficar assim por mais dois anos.
Ele devia olhar melhor as pesquisas e principalmente o recado das urnas de outubro de 2018. Será por que os políticos com mandato, sempre tem medo de eleições? Acorda, Gaspar!
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