22/07/2019
O requerimento 141/2019, do vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, demorou em algo que a cidade quase inteira sabia. Cheguei a noticiar esse assunto há quase três meses aqui em uma pequena nota. O requerimento vai ser votado na sessão de amanhã à noite da Câmara. A princípio, ele deve passar, afinal quem não deve, não teme. Ademais é dever do vereador fiscalizar e pedir explicações em nome dos cidadãos pagadores de pesados impostos ao Executivo.
Mais: ao mesmo tempo, o requerimento é um detonador de uma bomba de nitroglicerina. Se ela não for tardia e habilidosamente bem desarmada, vai não só explodir e como implodir a imagem e o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, do vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP e do prefeito de fato, presidente do MDB e secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, o advogado Carlos Roberto Pereira.
As fotos acima e abaixo não deixam dúvidas sobre o rolo e o pecado. Eu mesmo já havia, numa pequena nota lá em abril, abordado este complicado imbróglio e que não é o primeiro envolvendo a secretaria da Agricultura e nem na área ambiental que recentemente fez até parar uma obra aqui no Centro onde a prefeitura era parte do problema.
Fiquei esperando o desfecho das providências do Executivo para o caso. E nada! O próprio prefeito Kleber estava ciente deste caso no Gasparinho. É que houve Boletim de Ocorrência na Delegacia, polícia ambiental envolvida no caso e ele prestou depoimento sobre o assunto, em Blumenau na tentativa de esclarecer o que ainda está nebuloso.
E de prático o que Kleber fez até agora para sanear este problema, ao menos disfarça-lo, repassar à culpa para outros subordinados seus e livrar à sua própria pele? Aparentemente, nada! O titular da secretaria de Agricultura e Aquicultura, André Pasqual Waltrick, PP, para não desestabilizar o esquema de poder e aliança política, continua firme à frente da pasta e que mais uma vez foi responsável por fato assemelhado.
Então, orientado pelos seus “çabios”, Kleber está esperando ser acusado de improbidade? É isso? Ou ele acredita que está mesmo de corpo fechado nos órgãos de fiscalização, no Ministério Público, na Justiça e até no Tribunal de Contas do Estado, como arrotam os próximos na administração daqui trazendo gente de fora do governo como cùmplices das dúvidas?
Se aprovado, o que se quer ver esclarecido no requerimento do vereador Dionísio e que é um morador no Gasparinho? Se a administração [Kleber] tomou conhecimento do uso de máquina pública (escavadeira hidráulica da Secretaria de Agricultura) em propriedade particular localizada ao lado da Rua Adolfo Bonifácio Zimmermann, no Bairro Alto Gasparinho, fato este que ocorreu no dia 13 de abril de 2019. Volto: eu já respondi acima: Kleber se não autorizou, ao menos tomou conhecimento após o evento e aparentemente não tomou nenhuma providência para sanear. Nada é conhecido. Mas...
E se tomou, o vereador Dionísio quer saber se foi instaurado procedimento administrativo para investigação? (quer cópia comprobatória à Câmara de Vereadores);Dionísio quer saber quais seriam os esclarecimentos que o Executivo Municipal pode relatar diante dos fatos citados acima? Dionísio pediu cópia da licença ambiental, fornecida ao proprietário do imóvel onde ocorreram os serviços (cópia assinada pelo agente autorizador). Dionísio quer que o Executivo apresente à ordem de serviço que liberou a execução dos trabalhos no referido local (com cópia assinada pelo servidor autorizador). Dionísio pergunta ainda se o proprietário é possuidor do imóvel e se tem cadastro rural. Se positivo, o vereador quer saber quais os benefícios têm para tal finalidade? (ele pede os documento comprobatório).
Ou seja, Dionísio está cercando o bode de todas às possíveis artimanhas para fugir do cercado.
O Boletim de Ocorrência 0158092/2019 do dia 13 de abril não era exatamente pelo uso da máquina da prefeitura em propriedade particular, mas de dano ambiental (destruir, danificar floresta de preservação ou suá-la com infringência das normas de proteção). E na averiguação do caso “in loco” e no inquérito instaurado, a suspeita se ampliou: a de que tenha acontecido as duas situações, ou seja, dano ambiental e uso indevido de recursos públicos.
DE QUEM MESMO ORIENTA KLEBER?
Para encerrar. Como se vê mais uma vez, o adversário da gestão de Kleber, se não for ele mesmo, é a sua própria equipe. E por que? Ela é feita de curiosos, desempregados e que precisou emprega-los na prefeitura, puxa-sacos que estão escondendo os problemas e constrangendo quem os aponta ou reclamam melhorias via ouvidoria, redes sociais e aplicativos de mensagens, por cabos eleitorais absorvidos como comissionados no poder de plantão, além de um sistema de comunicação dissociado da realidade, o qual tenta abafar o que está exposto aos gasparenses, aos formadores de opinião, aos eleitores.
E para completar este quadro do rei nú, alguns líderes da administração de Kleber e Luiz Carlos se acham de corpo fechado no poder de plantão, só por serem os poderosos de passagem. Outros, por sua vez, acham que quem verdadeiramente atrapalha, é uma minoritária oposição, ou até mesmo este colunista cuja credibilidade já foi realçada e usada como referência no passado para o voo ao poder do atual grupo.
Entretanto, quem está fazendo bobagem – uma atrás da outra - ou não comprimindo às promessas de mudanças feitas na campanha e por falta de liderança, planejamento, prioridade, foco, proteção e execução? O próprio Kleber, Luiz Carlos, Carlos Roberto Pereira, José Hilário Melato.... É essa gente do MDB e do PP que está dando a corda e o levando o prefeito para o patíbulo. Foi assim com o único prefeito afastado há 20 anos (setembro) Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, e Adilson Luiz Schmitt, que teve que sair do partido. Acorda, Gaspar!
Já vai longe quando o jovem Paulo Noberto Koerich se destacou como chefe de gabinete do ex-prefeito Francisco Hostins, PDC (1989/92), num grupo de profissionais – único até aghora criado na história de Gaspar - e poucos políticos que tirou a cidade literalmente da lama onde ela estava se enterrando. E foi naquela tarefa que Koerich decidiu que não seria político, mas o oposto: polícia que vai atrás do bandido - incluindo o político e que fez várias vezes -, incentivado por um amigo delegado de fama da época, Ademir Serafim.
Koerich – pela competência, oportunidade e dedicação - fez carreira meteórica na investigação, inteligência e como delegado de polícia. Chegou a ser o chefe de gabinete do ex-secretário de Justiça e Segurança do estado, o promotor Luiz Carlos Schmidt de Carvalho, falecido em acidente aéreo em junho de 1999.
Koerich navegou como poucos a momentos entre holofotes e às penumbras do poder dentro da polícia, tudo para preservar a característica de investigação, inteligência e não associar à sua imagem à dos políticos. De delegado regional em centros vitais, não teve dúvidas em voltar a ser um simples delegado de Polícia em Ilhota ou Gaspar – para o temor local -, ou alternou o Gaeco e a Adepol, nesta para defender os seus.
A área de segurança faz uma experiência inédita em Santa Catarina para não ter uma liderança única. Eu particularmente já expressei a minha desconfiança dessa experiência. Contudo, o barco caminha e bem, até porque o governador, Carlos Moisés da Silva, PSL, é do riscado: um tenente coronel bombeiro da reserva.
NOTÍCIA INTERNACIONAL
O que aconteceu este final de semana? Em menos de 56 horas, três laboratórios para a produção de drogas sintéticas – dois na Capital e um em Blumenau - foram estourados. É relevante e por que? É um mundo onde rola muito segredo, julgamentos e justiças por mãos próprias, dinheiro e corrupção das brabas que envolvem até as forças de segurança. E a polícia catarinense vem mostrando à sociedade que possui alvos, objetivos e liderança para buscar resultados efetivos.
Polícia nos dias de hoje é essencialmente inteligência, técnica e uso massivo da tecnologia e laboratórios para se estabelecer as provas do crime contra os criminosos certos. Este tem sido até aqui o foco de Koerich. Muito recentemente, policiais e delegados catarinenses já foram para os Estados Unidos, Botsuana (África), Nicarágua e lá com organismos internacionais trocaram experiências policiais da Costa Rica, México, El Salvador e Guatemala e que lidam com a lavagem de dinheiro e corrupção no ambiente do tráfico internacional. Aqui, estas experiências, técnicas, foram debatidas e repassadas aos que não foram ao exterior.
O resultado da ação da Polícia catarinense em Itajaí foi parar nas manchetes dos principais portais de notícias do mundo
Na semana passada, uma ação para desmantelar em Itajaí uma fábrica de réplicas de carros de marcas mundialmente famosas e de luxo, foi parar no noticiário internacional como na CNN, Time, The Guardian como mostram as reproduções acima. Mas, do outro lado, por exemplo, falta resolver o assalto milionário executado a um carro forte no Aeroporto Quero-Quero, de Blumenau. O caso ficou para a Polícia Federal e se discute na Justiça se isso não deveria ser da competência dela ou da política catarinense.
Enquanto isso, os bandidões comemoram e sarram dessa busca legal e burocrática de competência. Elas amarram às investigações, distanciam as prisões e ao mesmo tempo criam vantagens ao crime organizado para novos danos à sociedade, expondo à vida dos pagadores de pesados impostos.
O vereador Evandro Carlos Andrietti tem certeza de que muitas obras não saem do papel em Gaspar por causa da oposição. Já os vereadores oposicionistas Dionísio Luiz Bertoldi e Rui Carlos Deschamps, ambos do PT, e Cícero Giovane Amaro, PSD, por sua vez, têm certeza que a prefeitura está embrulhada nos seus erros e incompetência, mas quer arrumar nos outros culpados daquilo que é só dela.
O vereador Evandro Carlos Andrietti, MDB, é uma espécie de garoto de recado do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, e do prefeito de fato, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, e presidente do MDB de Gaspar, Carlos Roberto Pereira. Com o seu jeito de amigão, discursos raros, mas quando os faz, são simples, diretos, bem compreensíveis para a linguagem popular, eles não deixam nenhuma dúvida sobre o que está falando e quem está envolvendo. Foi assim na sessão da Câmara na terça-feira passada.
Andrietti disse que está inconformado com as cobranças dos seus eleitores e do “povo” de Gaspar em geral. Chegou até a qualificar como “babaca”, quem está nas redes sociais fazendo as cobranças dos políticos no poder de plantão. Ainda bem, pois antes, para ele, e como já registrei aqui, tinha apenas esta coluna que “inventora” dos relatos das realidades cheias de dúvidas e atrasos que deveria ser escondida do povo.
“Quem essa gente pensa o que é?”, perguntou ele da Tribuna referindo-se aos internautas cidadãos, cada vez mais alvo do novo esquema de comunicação da prefeitura. “Vereador não faz obra. Quem faz é o prefeito”.
Primeiro, essa gente a que o vereador se refere é exatamente a pagadora de pesados impostos e tem o direito de reclamar; essa gente pode até mesmo ser a eleitora do vereador ou do poder de plantão. Então, sem falar que o político é um ente exposto da sua comunidade por ser um elo de convergência na representação popular, o vereador deve respeito para a divergência, bem como cuidado também. O tiro do discurso do vereador – e do poder de plantão, neste caso - pode estar sendo dado no próprio pé.
Segundo, realmente vereador não faz obra, mas deveria fiscalizá-la. O vereador por ser a representação popular é o canal de pressão sobre o Executivo para priorizar as obras à sua comunidade do qual é representante. E quando se está no mesmo lado, o vereador além de não fiscalizar o prefeito, alinha-se como cúmplice nas dúvidas. Na hora de inaugurar a obra, todavia, quer e divide os louros com o prefeito. Para que? Para ter reconhecimento e o voto como recompensa. Ou, não é assim? Adrietti é diferente neste ponto? Não!
É o jogo mal jogado. E não é de hoje. Ou o vereador quer mudar as regras desse jogo onde ele também tem parte tanto no bônus como no ônus? Antes de prosseguir, convém lembrar que o vereador Andrietti é aquele que quando na eleição de uma diretora do CDI Thereza Beduschi, no Barracão, viu à sua preferida perder no voto. E por isso, foi correndo ao prefeito para mudar à regra e indicá-la ao cargo. Então... vereador não faz obra, mas interfere aos seus interesses.
Terceiro: “quem faz obra é o prefeito?” Como o prefeito e sua turma estão em dívida, o vereador Andrietti quer deixar o prefeito Kleber com o pincel na mão? Pode ser que sim, pode ser que não. E pelo teor do discurso, pode ser não é o mais provável. É que Andrietti culpou os vereadores da oposição pela falta de verbas para calçar algumas ruas do seu interesse na reta da nova campanha eleitoral e que segundo ele, só serão feitas quando o pregão 58/2019 for liberado pelo Tribunal de Contas do Estado ou a Justiça.
E por que esse pregão está enrolado – até o fechamento da coluna – há semanas no TCE?
Porque o vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, denunciou de que ele era irregular. O líder do MDB, advogado Francisco Hostins, na tribuna à época, disse até que era um equívoco de interpretação da lei e que logo tudo estaria esclarecido. O novo parceiro do governo Kleber e que já foi o mais hostil adversário de Kleber nesta legislatura, o advogado Roberto Procópio de Souza, PDT, foi na mesma linha.
Até agora, nada resolveram. Então o assunto não é algo simples e de mera interpretação. Quanto mais a equipe técnica de Kleber demorar para por isso as claras, mais fica evidente que Cícero estava com a razão.
Quarto: o que Andrietti está fazendo com o seu discurso? Primeiro colocando a culpa na oposição para a população, justamente naquilo que por enquanto a oposição não possui culpa alguma, mas a própria prefeitura de Kleber que não conseguiu esclarecer até agora à simples dúvida de “interpretação”; segundo, Andrietti está pressionando à oposição para ela desistir de fiscalizar o Executivo naquilo que é obrigação dela (e de todos os vereadores); terceiro, ele está incomodado com as justas cobranças dos seus eleitores e para os quais não pode dar as verdadeiras respostas, pois enfraqueceria o seu grupo de poder.
O recado da chantagem não veio apenas do discurso de Andrietti, mas também do próprio prefeito Kleber como relatou o vereador Rui Carlos Deschamps, PT, envolvido na pavimentação da Rua Vidal Flávio Dias, no Belchior Baixo.
Ali, até os próprios empresários de lá colocaram há meses (e já perdeu o valor no mercado) R$700 mil para a pavimentação de uma parte da rua até a BR 470. Rui estava inconformado. Kleber disse que enquanto a oposição não amaciar as críticas e fiscalização (uau!) ao seu governo, não haverá obras em redutos ou de interesses oposicionistas.
Ou seja, Kleber com o gesto disse que prefere espantar investidores, ter menos impostos e empregos em Gaspar do que fazer as ações com transparências, dentro da legalidade e que se discute sobre o pregão 58/2019 suspenso exatamente por isso pelo Tribunal de Contas. Acorda, Gaspar!
Quinta-feira chovia intermitentemente. A prefeitura ainda trabalhava na recuperação da barranca do Rio Itajaí Açú e que foi solapada ao final da Nereu Ramos, no bairro Figueira. Nas rádios, diante da pressão de passantes e moradores da região, o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Jean Alexandre do Santos, desdenhou os questionamentos e os críticos.
Ele falava que à liberação da Nereu Ramos iria demorar, pois temia pelo resultado do aterro se usado imediatamente. O secretário combatia à opinião de leigos – ou especialistas – sobre a técnica de recuperação da área interditada: era preciso dar uma “seguradinha” e esperar o aterro assentar.
No mesmo tom, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, leigo, mas com dois irmãos formados nesta área técnica, referendava o seu secretário: falava em “estancar” o material que foi colocado lá. Ninguém, entretanto, dava prazos para a reabertura da Nereu Ramos. Se tudo desse certo, deveria ocorrer só esta semana.
Mais uma vez o governo de Kleber brigou contra a realidade e o óbvio. Só a pressão, bem como a procura por voz nos veículos de comunicação de Blumenau e à ameaça feita na quinta-feira por moradores que estavam decididos pelo protesto e a interdição da Rua José Casas, usada para o desvio provisório às obras de recuperação da barranca que solapou a Rua Nereu Ramos para o Rio, foram capazes de demover Kleber - e seus técnicos - da opinião de levar esse assunto de barriga para esta semana.
Contribuiu decisivamente, também, o congestionamento monstro que aconteceu no final da tarde e início da noite de quinta-feira. Ele ultrapassou o Bela Vista aos que queriam chegar ou passar por Gaspar pela Anfilóquio Nunes Pires e Nereu Ramos. Isso repercutiu negativamente nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens. Foi mais um desastre para a imagem de eficiência que governo Kleber insiste em vender à população. E não há mais comunicação que conserte isso.
Em meio à essa realidade e pressão, contrariando o que tinha sido dito durante a quinta-feira toda até então, Kleber anunciou à noite e às pressas, ofuscando o anúncio político da reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen, no Distrito do Belchior, e que fazia naquela mesma noite, anunciou nas redes sociais a liberação parcial da Nereu Ramos para veículos até quatro toneladas, além dos ônibus de transporte coletivo na sexta-feira pela manhã para os que fossem do Centro ao Bela Vista.
Com isso, Kleber tirou parcialmente a tampa da chaleira que só estava lá abafando a fervura por falta de prevenção. Havia indícios claros e antigos de que a barranca do Rio estava doente, comprometida – e que por teimosia não foi reparada a tempo. Por isso, criou-se a alternativa emergencial da José Casas e Olga Bohn. Este improviso, nasceu justamente de outra pressão quando ficou demonstrado que a picada das Águas Negras se mostrou impossível para dar conta como desvio do recado, exatamente por falta de ligações urbanas naquela área.
A LIBERAÇÃO FOI PARA EVITAR AS MANCHETES NEGATIVAS NA IMPRENSA REGIONAL E ESTADUAL.
As fotos que ilustram este artigo mostram os danos do improviso e principalmente descaso contra os moradores e a Rua José Casas, especialmente, mas que atingiu as demais na mesma proporção. Na José Casas em alguns casos comprometeu seriamente à qualidade de vida e o acesso dos moradores às suas residências; calçadas foram destruídas, sinalização derrubada no mato pela própria manutenção da prefeitura; material de recomposição do leito da rua criou desnível e invadiu as calçadas; por falta de contínua manutenção a rua que ficou esburacada – com lama e poeira –, faltou fiscalização mais apurada da Ditran no trecho contra a velocidade, ultrapassagens e caminhões. Enfim, segundo os moradores, a prefeitura fechou todos os canais de diálogo com os moradores.
Mas, o que fez Kleber e sua equipe voltarem atrás? Não foram só os moradores que estavam prontos para o tudo ou nada. Foi o congestionamento monstro de quinta-feira à tarde e noite que inundou de indignação e reclamações contra o poder de plantão de Gaspar nas redes sociais e aplicativos de mensagens. As mensagens questionavam fortemente e desgastavam o poder público, especialmente a secretaria de Obras, Ditran e o prefeito.
E para complicar, além de procurar os meios de comunicação daqui e Blumenau, os moradores se organizavam para fechar o local, agravar ainda mais o caos da mobilidade, a única maneira que encontraram para estabelecer um canal mínimo de diálogo com a atual administração, para ao menos serem ouvidos e ao mesmo tempo mitigar os seus problemas.
E aí a prefeitura tremeu e resolveu antecipar e “desmanchar” previamente as manchetes locais, regional e estadual. Simples assim.
Na sexta-feira pela manhã, o próprio prefeito Kleber, a contragosto, e para parecer que está no comando da prefeitura – e assumindo o erro - compareceu ao local da interdição da Rua Nereu Ramos para liberar meia-pista da rua e como se um agente de trânsito fosse. Ele orientava o tráfego pelo local para gravar mais uma de suas auto-reportagens para as mídias sociais como se não tivesse sido ele o causador de tudo isso por falta de prevenção, planejamento e à negação em ouvir à comunidade.
E para encerrar e mostrar mais uma vez como o prefeito é refém do seu próprio esquema de poder político que montou, ou deixou que seus luas-pretas o levam à mal governar. A superintendência da Diretoria de Trânsito – Ditran – de Gaspar é ocupada por um recém nomeado, absolutamente leigo no assunto, em indicação política partidária à composição de estabilidade do poder de plantão: Salésio Antônio da Conceição, PP. E é por causa disso, que tudo se complica.
A Ditran está desfalcada de agentes e não se faz concursos há anos. Um ganhou férias. Um outro da manutenção, foi chamado de volta da licença-prêmio e se pagou dois meses dela. A Área Azul não está funcionando, pois os apontadores da Área Azul precisam apoiar a interdição da Nereu Ramos que exige uma escala de 24h no local. E para complicar, duas viaturas (Meriva e Duster) estavam na oficina.
Aí você pensa que isso é implicância da imprensa, de internautas como acusa o vereador Andrietti, ou da oposição. Não é.
O que cai aos meus ouvidos e que corre nos aplicativos de mensagens, nas páginas e comentários das redes sociais, sempre indicam o mesmo vício: falta de prevenção, planejamento, bom senso somada à execução falha. No sábado, por exemplo, depois de toda a balbúrdia de quinta e sexta-feira, lá foi a Ditran, acertadamente, refazer a sinalização da José Honorato Muller. Só se sabia disso quando se chegava lá. Nenhum aviso antes para se buscar rotas alternativas. Planejamento? Zero! Respeito com os pagadores de pesados impostos, também. Acorda, Gaspar!
O presidente da Comissão Provisória do PSL de Gaspar, Marciano Silva, definiu três objetivos de curto prazo: buscar transformar a Comissão em Diretório; constituir uma nominata de candidatos a vereadores, potencialmente capazes para à eleição do ano que vem e ter, consequentemente, um candidato próprio a prefeito; bem como definir as prioridades de realizações possíveis para Gaspar, todas, segundo ele, incluídas num ambiente regional para a viabilização nos pleitos de recursos estadual e federal. “O governador Carlos Moisés das Silva já sinalizou isso de forma clara”, lembrou Marciano ao citar os discursos públicos e conversas partidárias sobre o partido ter candidatos nas principais cidades do estado.
Para buscar esses recursos, o PSL vem se reunindo periódica e sistematicamente sob a liderança dos deputados Ricardo Alba (estadual e de Blumenau), bem como com o Coronel Luiz Armando Schroeder Reis (federal e de Joinville) interessado em ser o portavoz do partido para os assuntos da região do Médio Vale. Estão analisando essas prioridades nas áreas de Saúde, Educação, Segurança e Mobilidade.
Já houve encontros com esses objetivos em Florianópolis, Joinville, Blumenau, recentemente em Penha. Ainda este mês haverá outro aqui em Gaspar, aproveitando um roteiro que está montado para Ilhota, Brusque, Blumenau, Indaial, Timbó e Pomerode. A data será definida esta semana.
Em Gaspar o PSL sofre um assédio do poder de plantão liderado pelo MDB, PP, PSC e informalmente pelo PDT e PSDB cooptados recentemente pelo esquema de poder do governo de Kleber Edson Wan Dall. Há uma tentativa clara sobre os possíveis candidatos a vereadores conforme relatos dos próprios filiados e simpatizantes. Ainda não sabe – ou não se revela, apesar das especulações rotineiras - quem poderá encarnar a candidatura ao cargo de prefeito nas próximas eleições em Gaspar pelo PSL. Por isso, perguntei ao presidente Marciano:
O Moisés [governador] está negociando com o MDB a sustentabilidade do governo.
Marciano: a princípio o governador Moisés, pelas palavras dele nas suas entrevistas, tem falado que no que for de prioridade para o desenvolvimento de Santa Catarina, ele conta com o apoio de todos partidos para o melhor para os catarinenses.
Agora no que se trata de PSL e governo Moisés, com toda a certeza, ele sabe separar as coisas, na hora de valorizar sua base, está trabalhando e dando o seu apoio para o projeto do PSL para 2020 nas cidades catarinenses.
Como fica isso em Gaspar?
Marciano: o PSL de Gaspar está trabalhando independente de qualquer especulação das mídias, nós aqui estamos focados em nossa base, tendo por certo que não iremos misturar as coisas, MDB, PSD, e outros partidos, não terão apoio e nem parte com o PSL, a princípio é o nosso projeto, chapa pura!
Os do MDB daqui dão como certa a tranca, inclusive para não se ter candidato [a prefeito]?
Marciano: tentar trancar, ou atrapalhar o trabalho do PSL de Gaspar, acreditamos que o governo atual vai fazer a sua parte, mas nós iremos trabalhar, seguiremos humildes e firmes, sabendo que o povo tem demonstrado nas ruas nas últimas manifestações o seu desejo de mudanças. Nós do PSL de Gaspar, teremos nossos pré-candidatos a vereadores, como também teremos prefeito e vice com chapa pura, seguiremos a linha do nosso presidente Jair Bolsonaro, menos governo, mais o povo, amor à pátria, família, e temor a Deus.
Outra vocês continuam como comissão provisória aqui?
Marciano: a comissão provisória terá sua validade até 30/09/2019, mas logo iremos receber a senha de acesso ao sistema do TSE onde iremos organizar os filiados, hoje já contamos com uma média de 250 a 300 filiados, que logo iremos ter acesso pelo sistema através da nossa atualização.O nosso objetivo é muito em breve sermos não mais uma executiva provisória, mas sim definitiva, seguindo todas as normas do estatuto do partido.
Registro I. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, está de aniversário nesta segunda-feira.
Registro II. Com tantos problemas por aqui, o prefeito de Gaspar usou as redes sociais na semana passada para saudar os aniversários dos municípios de Penha e Balneário Camboriu.
Registro III. Isso mostra que Kleber está construindo um eleitorado para disputar à Assembleia Legislativa em 2022? O planejamento e foco não deveria ser 2020? Um velho problema... Das duas uma: ou acha que a reeleição Gaspar está no papo numa aliança que vai governar só por mais dois anos, ou teme antecipadamente pelo pior. Acorda, Gaspar!
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