01/11/2018
A DANÇA DOS POLÍTICOS I
Nunca duvide dos políticos. Muitos deles, como gatos, têm sete vidas. Outros são camelões. Exóticos. Estamos experimentando um novo ciclo. Muitos chamam de mudanças. Nelas a velha política recebeu uma reprimenda daquelas nas urnas. Cuidado! Os espertos de sempre já perceberam esse novo ciclo – que já tivemos com a ditadura militar, com a Arena, com o PFL, com o MDB gigolô, com Plano Real de FHC, com o PT de Lula. E os políticos surpreendidos pelos resultados das urnas deste outubro já estão agarrados na nova bananeira chamada Direita – que não é nova -, igreja evangélica – que não é nova -, no PSL e Bolsonaro - que são novos, mas ainda são apostas. Todos à espera de cachos e frutos dessa nova colheita. Vão mudar de partido, vão se fingir amigos de infância dos novos e vão até acusar seus antigos parceiros pelos erros, dúvidas e incompetência dos quais foram ou são sócios.
A DANÇA DOS POLÍTICOS II
Em Gaspar, dependendo do jogo que se desenvolver daqui para frente, Kleber Edson Wan Dall, MDB, poderá ficar isolado no seu próprio governo, ter um novo partido ou um puxadinho para chamar de seu. Não é segredo na cidade que o prefeito de fato e secretário de Saúde, Carlos Roberto Pereira, presidente licenciado do MDB local, está vestido de candidato. Dentro do próprio governo correm por fora ainda, o espaçoso Ciro André Quintino e o cauteloso Francisco Hostins Júnior, sempre na bica da oportunidade, ambos vereadores do MDB. Já o PP esconde na manga, não o vice Luiz Carlos Spengler Filho, cada vez mais apagado, e sim o chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen. Entenderam o tamanho da encrenca num governo que deveria estar unido, com um líder e um projeto de continuação? Em dois anos, nem conseguiu ter uma marca de realização, além de cambalear na imagem pelas escolhas erráticas que fez em áreas essenciais de resultados políticos ou às ditas técnicas?
A DANÇA DOS POLÍTICOS III
Mas, a encrenca ainda se aparenta maior. O PSL está disposto assumir o seu protagonismo na cidade depois que o puxadinho das pentecostais e do MDB, o PSC, dividiu-se com advento de Silvio Cleffi e o enfraquecimento do presidente do partido no governo Kleber, o ex-secretário de Assistência Social, Ernesto Hostin. O PSL já mostrou a cara aqui sob o comando do deputado mais votado de Santa Catarina, Ricardo Alba, de Blumenau. Na foto da mesa encontro da tal “junta executiva”, político antigo, sindicalista viajante e até quem esteve recentemente na delegacia para explicações sobre os negócios. Então não se trata bem de uma mudança como pregam Jair Messias Bolsonaro e Carlos Moisés da Silva. Monta-se um ninho. E os agregados já se aproximaram dele. Os políticos tradicionais que dizem possuírem votos, entretanto escassos nas urnas estão olhando essa maré. Mudança e renovação se fazem com caras novas sim. Antes, porém com gente de atitudes e práticas. E necessariamente não apenas jovens.
A DANÇA DOS POLÍTICOS IV
A sorte do governo Kleber já começou a ser jogada. Está na articulação para retomar à maioria na Câmara. Perdeu-a por incompetência na articulação e arrogância insuperável. Foi anunciada a derrota aqui. Desdenharam-na. Agora, Kleber já cooptou para isso, num fato surpreendente, o oposicionista Roberto Procópio de Souza, PDT. Ele já fez parte do governo de Pedro Celso Zuchi, PT. Entretanto, esse jogo de Kleber e Pereira – principalmente - para retomar à maioria no Legislativo, falta combinar com pelo menos um vereador da sua base atual. Ele já estabeleceu o preço para ficar e sofrer os desgastes nesta reta final do governo Kleber. Mesmo com Procópio, Kleber e Pereira correm altos riscos de ficarem em minoria mais uma vez na Câmara. Pior, dependente de negociações difíceis, com gente independente. Vai ser desgastante e caro. Dividido internamente, com as mudanças externas feitas pelas urnas, com uma Câmara mais articulada e somada à falta de resultados prometidos na campanha, Kleber começará a ficar sem opções. Está, na verdade, sem tempo para se recuperar ao embate de outubro de 2020. É o que dá ouvir o genitor, a dona Leila, refém de um “articulador”... Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Pelo menos quatro vereadores podem mudar de partido até o final do ano para estar no “novo” ambiente de mudanças, ou salvarem seus mandatos: Francisco Hostins Júnior e Ciro André Quintino, ambos do MDB; Silvio Cleffi, PSC e Rui Carlos Deschamps, PT.
A mais jovem vereadora de Gaspar, Franciele Daiane Back, PSDB, do Distrito do Belchior, que vota com Kleber contrariando o partido, está cada vez mais incomodada a quem vem emprestando aval quase incondicional.
Ela tem uma única bala de prata, a reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen. A obra era para sair no governo do PT de Pedro Celso Zuchi. Nada, e o dinheiro disponível na Caixa. Era para sair logo no início do mandato de Kleber. Nada. Enrolado.
Há dias Franciele resolveu “peitar” o governo Kleber num requerimento sobre o assunto para pelo menos dar “satisfações” ao povo dela lá no Distrito e lavar as mãos. Quer um pezinho para não ser mais tão incondicional como está, desde que prometeram para ela, a presidência da Câmara e levou um não da maioria dos vereadores, igualmente nos testes das urnas que fez com seu candidato no dia sete de outubro.
Perguntou Franciele a Kleber: “considerando que o referido projeto foi entregue na Caixa no dia 20 de julho de 2018: as primeiras alterações solicitadas pela equipe de avaliação da Caixa, já foram feitas pela Secretaria de Planejamento? No dia cinco de outubro foram feitas, novamente, as sondagens no solo da referida rua. Quantas análises ainda serão realizadas? Ai, ai, ai!
E Franciele coloca o dedo na ferida sobre o óbvio de quem está sendo enrolada: “considerando que o projeto está sendo analisado pela Secretaria competente desde 2017, quanto tempo ainda será preciso para dar início à parte licitatória? Especificar mês e ano; há previsão de início das obras? (mês e ano). Será que a adolescente acordou?”
Se a vereadora não abrir o olho, a pavimentação e urbanização da Vidal Flávio Dias, no Belchior Baixo – área de domínio de Rui Carlos Deschamps, PT, vai ser concluída bem antes e no tal “Avança Gaspar”. A pressão dos empresários que estão dispostos a bancar parte da obra, parece ser determinante. Dança, Franciele!
Por outro lado, e para finalizar sobre o Distrito, Franciele se comprometeu a cada ano dar a sua vaga por um mês aos suplentes da coligação PSDB/DEM. Só três, pois um ano reservou para ela ser presidente da Casa (?). Até agora, só um suplente teve essa chance: Welligton Carlos Laurentino, o Lelo Piava, DEM.
Quem chupará o dedo este ano é o outro suplente Paulo Filippus, DEM, do reduto da vereadora no Distrito do Belchior.
É que Franciele alega precisar estar na Câmara para votar “projetos importantes” e Filippus faria oposição por oposição. Como assim? O Executivo não está em minoria nas votações polêmicas? Filippus, em tese, não vai fazer diferença a não ser marketing. Isso sim é que poderá não ser bom para ela.
Quem também ficou pelo caminho foi a terceira suplente, a tucana Alyne Serafim, mulher do ex-presidente do partido, o advogado Renato Nicoletti. Franciele, prometeu que no ano que vem abre dois meses de vagas para Filippus e Alyne. A conferir!
Depois de aumentar a taxa em 40% no ano passado, as reclamações da má iluminação na cidade continuam nas redes sociais e na Câmara. Um anônimo sintetizou: “Não precisamos de lâmpada LED. Precisamos de iluminação. Mutirão para tirar Gaspar do escuro: Ilumina, Gaspar”
Registro. O proprietário e editor do portal e jornal Cruzeiro, católico fervoroso (ex-seminarista), Gilberto Schmitt, é o novo presidente da comunidade Santa Clara, no Poço Grande. Na disputa de terça-feira, dos 134 votantes, levou 104. Índice maior que o Bolsonaro e o Comandante Moisés. Então...
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