Outro exemplo da Gaspar e do Vale do Itajaí derrotados nas eleições de domingo. - Jornal Cruzeiro do Vale

Outro exemplo da Gaspar e do Vale do Itajaí derrotados nas eleições de domingo.

10/10/2018

Perdemos uma vaga na representação regional. Jaraguá do Sul ganhou e comemorou em rede estadual. Fez bem.

Da esquerda para a direita, os deputados federais eleitos Carlos Chiodini, MDB, que representa Jaraguá do Sul e o Norte do estado; Rogério Peninha Mendonça, MDB, o Vale do Itajaí; e Marcelo de Souza Brick, PSD e Ana Paula Lima, PT, do Vale que ficaram pelo caminho.


Eu sou defensor do voto distrital – puro ou misto, tanto faz. Já expressei isso aqui várias. Há os que discordam. Dizem os meus críticos que, melhor é não se ter representantes do que ser mal representado. Respeito até certo ponto, principalmente quando a ideologia e os interesses pessoais, ou partidários, são unicamente relevantes pelo eleito na representação e não à região a que ele está ligado.

E por que? No fundo quem sempre perde com os chamados candidatos paraquedistas – que é o reiterado caso de Gaspar e do Vale do Itajaí -, os cabos eleitorais locais de ocasião, do interesse, da exibição de quem tem mais poder e quase sempre, do negócio remunerado, é a comunidade que exporta esses votos. Perdemos para nós mesmos. Faltam visão, diálogo, capacidade de convencimento e objetivos comuns na representação do distrito.

Veja o que aconteceu no domingo.

Carlos Alberto Chiodini, MDB, empresário de Jaraguá do Sul do ramo de combustível, ou seja, com capilaridade nos negócios no estado, deputado e ex-secretário estaduais, ou seja, com capilaridade no ambiente político, recebeu em Gaspar 508 votos, 1,52% na cabala do cabo eleitoral do vereador, ex-presidente da Câmara, vestido de candidato a prefeito por qualquer partido, apesar de ter nascido e estar ainda no MDB, Ciro André Quintino.

E mais: Chiodini teve aqui o “apoio” dos empresários do setor de combustíveis, como se propagou amplamente nas redes sociais na semana da eleição. Tudo documentado por fotos.

Conclusão: mesmo assim, são poucos, pouquíssimos os votos coletados por aqui para Chiodini se comparados aos 97.613 recebidos por ele em todo o estado, ainda mais com tanto cabo eleitoral trabalhando em Gaspar e que se dizem representativos no metié.

E é aí que reside o erro. Os poucos votos dados a Chiodini pelos gasparenses e os do Vale do Itajaí terão uma reciprocidade proporcional no mandato dele.

E qual será? A de verbinhas, se ele conseguir pois será novo nos corredores de Brasília. E quando elas virão? Às vésperas da sua tentativa de reeleição. Nada mais! Exagero? Hum! Então confiram! E as cartas já foram dadas antes mesmo dele assumir a vaga em Brasília.

Leia e compare o jogo dos erros e ilusões com os da realidade.

O principal jornal eletrônico estadual da NSC TV mostrou na segunda-feira à noite a comemoração das entidades empresariais e representativas no Norte (Joinville). E qual a razão? Por ter a região ganhado mais uma vaga no número de representantes.

Enquanto isso, o Vale do Itajaí era exibido como o perdedor de uma na representação que tinha na Câmara Federal, em Brasília. E ninguém chorando, lamentando...

As lideranças de Jaraguá do Sul comemoraram ainda mais. Elegeram um representante na Câmara Federal para lhe trazer mais verbas ao desenvolvimento do Vale do Itapocu, como acentuaram nas entrevistas. A festa não foi só de felicidade, mas de cobrança ao compromisso do eleito com a região de origem. E todos estão certos. Ou há alguma dúvida?

Riam macacos.

Um deputado Federal a menos para nos defender contra a criminosa lenta duplicação BR 470, os interesses dos portos de Itajaí e Navegantes, as obras de contenção às enchentes, bem como às áreas de riscos, além das soluções integradas de mobilidade regional como o Contorno Viário de Gaspar, pois, neste caso, com Chiodini, a prioridade será o Contorno Viário de Guaramirim para livrar o funil da sua Jaraguá. E assim vai.

MAIS UMA VEZ FALTOU A LIÇÃO DE CASA. APRENDIZADO? ZERO!

Gaspar “tinha” candidato a deputado Federal. O Vale do Itajaí “tinha” mais uma dezenas de outros - novos e antigos - nomes para a representação em Brasília, os quais entendem e deveriam estar comprometidos com a região. Mas, não!

O candidato daqui a deputado Federal, Marcelo de Souza Brick, PSD, por exemplo, era, na verdade, nascido apenas um mero cabo eleitoral de luxo do seu empregador, o deputado estadual, Jean Jackson Kuhlmann, PSD, de Blumenau. E há na imprensa, por proximidade com o candidato, quem queira esconder isso como se fosse possível, pois permeia às redes sociais e os aplicativos de mensagens.

Resultado para o empregador e empregado? Depois de abertas as urnas, ambos estão “desempregados” até mesmo se o vencedor na eleição ao governo do estado for Gelson Merísio, e o candidato cumprir a promessa – que contradiz muitas de suas ações no passado - de que ele vai cortar as tetas dos políticos sem votos nas repartições públicas

Resultado para Gaspar e o Vale do Itajaí? Falta de representação; alguém que está próximo e possa ser efetivamente cobrado, que sabe que está exposto e ameaçado no mandato que recebeu dos eleitores se não trabalhar e corresponder às expectativas.

Brick e Kuhlmann não se elegeram. E por que? Brick não era um projeto efetivo de representação, nem local, nem regional e muito menos estadual, como construiu Chiodini para si e sua região

Para piorar, Kuhlmann já vinha murchando há várias eleições para deputado e prefeito, onde foi derrotado duas vezes seguidas em Blumenau a prefeito – e a última por um discurso antigo e errático. Kuhlmann negou-se a se perceber velho, se reoxigenar e mudar. Agarrados à beira do precipício, tudo ficou pior para ambos neste sete de outubro.

Brick, já escrevi na coluna desta segunda-feira, obteve em Gaspar 10.009 votos, ou seja, 29,98% dos votos válidos dos 33.385 desta eleição para Federal, num colégio de 46.254 eleitores e Gaspar. É pouco para quem era o único candidato local a Federal.

E fora de Gaspar o que conseguiu Brick? Apenas 2.502 votos. Uma miséria. Ela mais do que comprova à falta de projeto, atitudes e discursos atualizados dele e seu padrinho e que não faltou a Chiodini de quem não tiro os méritos, até porque o erro foi de Gaspar e do Vale do Itajaí, como um todo. Resumindo: Brick foi um mero e fraco cabo eleitoral de Kuhlmann até mesmo em Gaspar.

Brick “puxou” para o seu padrinho, num esquema partidário que envolveu pelo menos dois outros vereadores Cícero Giovani Amaro e Wilson Luiz Lenfers, apenas 1.734 votos (5,18% dos votos válidos daqui e para comparar o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, o candidato a estadual daqui e teve pífios 9.722 votos (29,03% dos válidos).

PENINHA SALVOU A LAVOURA, MAS...

Rogério Peninha Mendonça, MDB, há muito se instalou em Gaspar e Ilhota, onde o MDB é poder com Kleber Edson Wan Dall e Érico de Oliveira.

Antes esclareço. Peninha, MDB, veio colado com o campeão de votos Jair Bolsonaro, PSL. Era coisa antiga e não apenas de oportunidade para surfar na onda, como foi. O deputado já se identificava com Bolsonaro na “bancada da bala”, com a PEC que permite o armamento do cidadão comum. Foi isso que o salvou em parte. E é bom Peninha não se perder na análise dos votos que recebeu e o fez entrar em último lugar na vaga do MDB catarinense em Brasília.

Volto. Ao menos Peninha é do Vale do Itajaí, de Ituporanga. Sabe o que representa a BR 470, as angústias das cheias, o desenvolvimento dos portos etc. É o seu distrito.

Foram 76.925 votos em todo o estado. Desta vez, concentração de cotos no Vale do Itajaí não daria a vaga a ele. Deles, 2.114 em Gaspar, ou seja, foi o quarto mais votado com 6,33% dos votos válidos – atrás de Brick, de Rui Godinho Mota, PSL, com 3.204 votos, um policial civil de Blumenau, desconhecido na política e que teve como cabo eleitoral o ex-delegado de Gaspar e hoje Regional, Egídio Ferrari; Peninha perdeu em Gaspar para a então “campeã” de votos, a deputada estadual Ana Paula Lima, PT, de Blumenau, mulher de Décio derrotado para o governo e alavancada pelo PT do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, candidato a deputado estadual, ela com 2.647 votos.

Peninha foi o quarto mais votado em Gaspar num “grande esquemão” do MDB? É só olhar a fuga de votos dentro do MDB. É só olhar como o MDB de Gaspar se dividiu e no próprio diretório: o atual presidente Walter Morello, da ala dos fundadores do partido, com o presidente licenciado e prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira.

Por fim, para se conhecer o tamanho do fracasso de Peninha por aqui é só comparar com os resultados de Peninha em Gaspar com Ilhota.

Em Ilhota, Peninha fez 2.285 votos, ou seja, mais que Gaspar em números absolutos e para comparação da importância proporcional de longe deu um banho: esses 2.285 votos representam nada mais, nada menos do que 29,41% dos votos válidos de Ilhota. Resumindo, tanto quanto Brick ganhou em Gaspar. Pode-se afirmar que Peninha, foi de fato o candidato a deputado Federal do MDB de Ilhota.

Mas, Gaspar tinha um candidato da terra a deputado Federal. Sim e ele fez menos de 30% dos votos válidos. Ah, mas Gaspar tinha um ex-prefeito de três mandatos candidato a deputado estadual e com uma candidata forte e de Blumenau atrelado a ele. Tinha, e ela fez menos de 8% dos votos válidos por aqui.

Noves fora, sobraram aos que não foram à escola e se foram não sabem fazer contas e por isso administram tão mal as coisas públicas, 62% para o MDB de Gaspar garimpar de votos para o Peninha. Deram-lhe apenas 6,33% dos votos válidos.

Este é o melhor retrato de como os políticos se dividem e trabalham contra seus eleitores regionais. Gaspar trabalhou contra Gaspar. E o Vale do Itajaí perdeu como um todo canais de representação parlamentar identificados com a região e as cidades daqui. Nem mais, nem menos. Gaspar optou por ficar refém de promessas de verbinhas, as tais vergonhosas emendas parlamentares.

Os políticos daqui estão medindo forças entre eles e estão desperdiçando a oportunidade de melhorar a qualidade, desenvolvimento e as necessidade locais.

TODOS COMETERAM O MESMO ERRO NESTA ELEIÇÃO

Esta análise não aponta para um culpado, mas para um comportamento muito característico da cidade que conheço bem nas suas entranhas políticas desde a década de 1970.

O “Belchior Unido”, na eleição do ex-prefeito Francisco Hostins, PDC (1989/92), foi o primeiro grito desesperado de uma região relegada pela própria Gaspar; a Acig foi a primeira voz com autoridade de Gaspar a ser ouvida de verdade fora dos ambientes políticos além das nossas fronteiras; e Francisco Mastella, foi o primeiro projeto político a partir de Gaspar que deu certo elegendo-o deputado estadual e ele morreu e o projeto também. De lá para cá, tudo se desmanchou em jogos de vaidades e micros de poder.

Nesta eleição há vários fenômenos da renovação e da influência das igrejas pentecostais unidas. Foi isso que fez a tucana – que pelas votações na Câmara não é PSDB - de Criciuma, Giovana de Sá, levar daqui 730 votos.

O PT por exemplo se dividiu. A família Bertoldi – do vereador Dionísio Luiz e a cria de Zuchi, Lovídio Carlos – resolveu, por exemplo, apostar em Cláudio Vignatti, com 528 votos para o candidato de Chapecó. E não nem se elegeu.

Parte ponderável do PP, como João Spengler e Flávio Bento da Silva, o Sombrinha, tirou outros 570 votos daqui para Ângela Amin, de Florianópolis.

O secretário André Waltrich, da Agricultura, arrumou no seu esquema 349 votos para Darci de Matos, PSD, de Joinville. Fugiram daqui para representantes de outras regiões, 730 votos para o comunicador Hélio Costa, PRP, de Florianópolis – o mais votado no estado -, ou 416 votos, para Valdir Colatto, do Oeste e que teve como gestores da campanha dele, Valmor Beduschi Filho e Gilmar Pereira. Colatto não se elegeu.

Manoel Dias, PDT, de Florianópolis, ex-ministro do Trabalho e político de profissão, ciceroneado por Roberto Procópio de Souza, levou 160 votos; não foi eleito. E assim vai. A lista é longa, cansativa e nos ensina porquê tudo dá errado na aldeia.

Simples: os líderes da aldeia estão distantes na proteção dela. Quanto mais se olha a lista do Tribunal Regional Eleitoral, mais respostas são encontradas. Preocupante!

OS DEPUTADOS CONTRA A BR 470 RECEBERAM VOTOS EM GASPAR

E para encerrar este meu comentário sobre incoerências dos políticos e seus cabos eleitorais coroados com seus eleitores e contra as suas próprias comunidades preciso exemplificar de como funciona esse jogo estranho, escamoteado pelos próprios políticos e pessoas que se dizem líderes ou influenciadoras comunitárias em Gaspar e Ilhota.

Em meados de julho deu entrada e foi aprovada por unanimidade pelos vereadores de Gaspar, uma “moção de desagravo” aos deputados catarinenses Carmen Zanotto, PPS, Celso Maldaner, Ronaldo Benedet, e Valdir Colatto, todos do MDB de Michel Temer, bem como João Rodrigues.

Todos são de outras regiões que não o Vale do Itajaí. Eles votaram pela aprovação do projeto de lei que retirou entre outros, R$ 20 milhões que já estavam rubricados no Orçamento deste ano na duplicação da BR-470. Com o voto dessa gente catarinense, esses recursos foram para outros estados.

Pois é. Agora era a hora do troco. Mas não foi. Esses deputados foram votados em Gaspar e Ilhota. Aqui, alguns deles até, apresentados aos eleitores por quem assinou a moção. Incrível!

Carmem Zanotto, de Lages, teve 58 votos aqui e 136 na Ilhota; Waldir Colatto, de Chapecó, 416 votos aqui e 41 na Ilhota; Ronaldo Benedet, de Criciuma, outro não eleito, 77 em Gaspar e seis na Ilhota; Celso Maldaner, de Maravilha, no Oeste, 31 em Gaspar e cinco na Ilhota. João Rodrigues, do PSD, de Chapecó, só não ganhou votos aqui, porque a Justiça o impediu nestas eleições. Está preso.

Como se pode notar, Gaspar e o Vale do Itajaí, não fazem nenhuma diferença para eles, se tiram ou não as verbas já provisionadas às obras essenciais para um pólo gerador de pesados impostos ao Brasil e colocá-las num outro estado.

Esses políticos não são vistos por aqui, não são daqui e sabem ao mesmo tempo, que sempre haverá alguém disposto à intermediar e armar os paraquedas para eles por aqui. Ou seja, se o voto distrital existisse, talvez o respeito pelo Vale do Itajaí seria um ponto de honra aos que recebem os votos. Acorda, Gaspar!



TRAPICHE

O MDB de Gaspar está virado num alho só. Começou a caça às bruxas pelos resultados pífios do domingo passado. E pode sobrar para os comissionados e até cargos em confiança. A cobrança é grande.

Entretanto, quem conhece o MDB de Gaspar sabe que isso não é de hoje. É de décadas. É uma prática muito antiga.

A primeira pergunta que o MDB deve fazer é se o prefeito Kleber Edson Wan Dall está realmente no MDB. A segunda, é que se não mudar o comportamento político e administrativo da gestão dele, o recado já foi dado pelo eleitor não apenas aqui em Gaspar, mas em todo o Brasil. O voto vai tirar o político do conforto.

Afinal quem permitiu o fatiamento do MDB na corrida eleitoral desse ano? Quem foi o articulador disso tudo e deixou correr frouxo? O chororô não tem procedimento.

Escolheram os comissionados só pela condição de cabo eleitoral ou pela tal eficiência e capacidade técnica? Uma exclui a outra. E pelo jeito, escolheram os dois erradamente!

Vai haver danças das cadeiras nos partidos políticos em Gaspar. PT, MDB e outros menores vão perder quadros ainda este ano. E gente que estava se alinhando com o governo de Kleber está reavaliando o que alinhavou a pouco.

Pergunta que não quer calar. O que vai fazer essa montoeira de comissionados do MDB, PSD e os da esquerda do atraso – se Merísio perder a corrida do dia 28 – a partir de primeiro de janeiro de 2019? É preciso torcer para a economia voltar a crescer e parte deles ser absorvido como lobista. Outra parte nem trabalhar sabe.

Surfando a nova onda. Os mesmos oportunistas de sempre já sentiram o faro das mudanças de humor da população que se encheu o saco dos políticos espaçosos, mentirosos e improdutivos.

Tem gente que trouxe o PT para Gaspar, é MDB desde a pia batismal, mas agora se diz PSL, Bolsonaro e Comandante Moisés desde criancinha. E está em campanha para ambos. Impressionante.

Repercute negativamente a entrevista que um dos maiores perdedores dessa eleição de Gaspar, além do MDB e o PSD, o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, deu a 89 FM, de Gaspar.

No estúdio, ao lado do comunicador e empresária Joel Reinert, perguntado pelo repórter Paulo Flores, se não era hora do PT fazer um “mea culpa”, Zuchi louvou tudo no PT, inclusive, colocou todos os partidos no mesmo saco da roubalheira e disse que em abril, leu uma reportagem que “provava” ser o PP o que mais roubou no petrolão.

E foi, mas porque era sócio e foi colocado pelo PT governo pelo PT para ser seu sócio nisso tudo. Era estratégico. Não é à toa, que João Alberto Pizzolatti Júnior, ex-deputado Federal e ex-presidente do PP de Santa Catarina, está enroladíssimo na Lava Jato. Acorda, Gaspar!

Samae inundado I. Vejam estas fotos abaixo. É do pátio do Samae de Gaspar. Ela revela desperdício de matérias e desorganização. Revela a ineficiência para que propaga ser um governo eficiente e desleixo, para quem se auto-proclama um gestor executivo experiente.

Samae inundado II. As ruas Teobaldo Deschamps, Chile, Argentina e outras no bairro Bela Vista estavam sem água na rede desde segunda-feira pela manhã. No loteamento das Casinhas de Plástico, Carlos Roberto Schramm, Luiz de Franzoi e margens da BR 470, na Margem esquerda ontem ficou sem água. Uma chiadeira só. Desperdício no limite.

Samae inundado III. A ETA do Belchior passou 12 horas parada no final de semana por falta de energia. A Celesc estava fazendo a poda de árvores. Perguntar não ofende. O Samae diz que tem dinheiro sobrando e quer limpar valas para a prefeitura, não seria prudente antes comprar um gerador mpovel para casos emergenciais assim em suas unidades produtoras?

Samae inundado IV. E para resolver as sucessivas falhas, o presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP, resolveu trocar o diretor de serviços externos.

Samae inundado V. Saiu Gilberto Delandrea e entrou Denilson Cechetto. Um especialista? Que nada! Era instrutor de auto-escola. Então...

Comentários

Herculano
11/10/2018 18:12
COLUNA DESTA SEXTA-FEIRA

Na coluna Olhando a Maré, feita especialmente para a edição impressa desta sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação de Gaspar e Ilhota, bem como comprovadamente o de maior retorno comercial para os anunciantes, farei mais uma observação de como os políticos de Gaspar, nesta eleição do domingo passado, retalharam o município, deixando-o mais vulnerável na representação em Florianópolis.

Eu já tinha feito essa observação quanto a Brasília nesta coluna na internet, e pincelado na coluna de segunda-feira sobre o projeto sem resultados dos candidatos de Gaspar. A repercussão foi muito grande. Acorda, Gaspar!
LEO.S?" NÃO V~e quem não quer.
11/10/2018 15:34
MAIS UMA DO DIÁRIO OFICIAL DOS MUNICÍPIO. AQUELE QUE SE ESCONDE NA INTERNET.COMO O SEU HERCULANO FALA.A SUPLENTE DE VEREADOR DO PSD.FOI NOMEADA COORDENADORA DE SERVIÇOS.NA SECRET.DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.O PR?"XIMO A COLOCAR O SAPATINHO NO GOVERNO ,PODE SER A CRIA DO BRIZOLA. QUE JÁ PARECE SER O GUARDA COSTA DO LÍDER DO GOVERNO.E NÃO SAI MAIS DO GABINETE DO PREFEITO.LOGO VAI CAUSAR A CIUMEIRA DE UM VEREADOR DO PMDB.
Herculano
11/10/2018 11:04
da série: não precisava nada pior neste momento para o PT

OS CARGOS QUE O PDT PEDIU AO PT

Conteúdo de O Antagonista. Petistas disseram ao Estadão que, para apoiar Fernando Haddad, o PDT, de Ciro Gomes, pediu os seguintes cargos:

- A Casa Civil.

- O Ministério do Planejamento.

- O comando do BNB.

- Um ministério para Carlos Lupi.

- A presidência do Senado para Cid Gomes.

Segundo a reportagem, o PT quer negociar apenas dois cargos.
Herculano
11/10/2018 10:38
A PESQUISA DESTA QUINTA FEIRA: BOLSONARO 59% X HADDAD

A pesquisa da XP mostra Jair Bolsonaro, PSL, com 59% dos votos válidos, 18 pontos a mais do que Fernando Haddad, PT, que arranca com 41%.
Herculano
11/10/2018 10:23
DEPOIS DE FALA ESTATIZANTE, BOLSONARO AGORA QUER ROUBAR DE LULA O "BOLSA FAMÍLIA", QUE, POR SUA VEZ, JÁ HAVIA ROUBADO DE FHC..., por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Lula roubou os programas sociais de FHC, que atendia a cinco milhões de família, unificou-os, deu-lhes um novo nome - Bolsa Família - e dobrou o número de beneficiários. Agora, Jair Bolsonaro (PSL), se eleito, quer roubar o programa de Lula, acrescentar-lhes alguns penduricalhos, como um 13º pagamento e, ora vejam!, também pretende, se eleito, mudar o nome do benefício.

Informa a Folha:
A equipe de Jair Bolsonaro (PSL) prepara duas propostas de grande porte na área social que serão financiadas com o cancelamento de cerca de R$ 68 bilhões em benefícios hoje direcionados a trabalhadores e empresários.

Os dois novos programas custarão quase R$ 100 bilhões por ano ao governo. Se o candidato for eleito, a ideia é ampliar o Bolsa Família criando uma dimensão "super" ao programa que virou a grande marca da era petista. A outra proposta prevê a universalização de creches para bebês e crianças de até três anos de idade.

Ambas as iniciativas acenam para famílias com renda domiciliar per capita de até um salário mínimo, especialmente do Norte e do Nordeste, e preservam o acesso de mulheres ao mercado de trabalho. São os eleitores mulheres e de grupos mais pobres os que apresentam maior resistência à candidatura do capitão reformado do Exército.

Para implementar esses programas, os assessores de Bolsonaro planejam acabar com o abono salarial, incorporando esses recursos ?"R$ 19 bilhões, em 2019?", e cancelar incentivos tributários para empresas no montante de R$ 49 bilhões por ano.

De onde virá o dinheiro
R$ 19 bi - em 2019 serão destinados ao programa do 'super Bolsa Família' e de universalização do acesso às creches no país com o fim do abono salarial;

R$ 49 bi - anuais serão incorporados ao programa por meio do cancelamento de incentivos tributários para empresas;

R$ 30 bi - por ano sairão do Orçamento da União e já são destinados atualmente ao Bolsa Família, que ganhará outro nome no eventual governo Bolsonaro.

Os outros R$ 30 bilhões sairão do Orçamento da União já destinado ao Bolsa Família ?"que seria ampliado e ganharia outro nome.
(...)

Voltei
Pois é... O Bolsonaro que, num dia, rejeita a privatização da geração de energia e que faz uma leitura, vamos dizer, estatizante da Petrobras, agora se prepara para bombar o "Bolsa Família", que até mudaria de nome porque viria atrelado também a um programa de creches. Mas, como se nota, trata-se apenas, no que concerne à assistência em dinheiro, em reunir benefícios que já existem, mas com marca própria.

Para a banda dos ultraliberais que o apoiam, vai sobrar uma certa decepção. Manifestações de seus eleitores mais fanáticos sempre foram bastante hostis ao Nordeste, acusando a região de só votar no PT em razão do que muitos chamam "Bolsa esmola". Si, é claro que o programa tem também apelo eleitoral, não é mesmo? E parece evidente que Bolsonaro está de olho nesse capital eleitoral.

Um breve histórico
Lula não gostava de coisas como Bolsa Família. Por isso inventou um troço que nunca deu certo chamado "Fome Zero".

No dia 9 de abril de 2003, o então presidente fez um discurso no semiárido nordestino, na presença de Ciro Gomes, em que disse com todas as letras que acreditava que os programas que geraram o Bolsa Família levavam os assistidos à vagabundagem. Querem ler? Pois não!

Eu, um dia desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais, Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: "Lula, sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E, agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o 'vale-isso', o 'vale-aquilo', as coisas que o Governo criou para dar para as pessoas." Acho que isso não contribui com as reformas estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco mais.

No dia 20 de outubro daquele mesmo ano, mandava ao Congresso a Medida Provisória que pegava todos os programas deixados por FHC e os unificava no que passou a chamar "Bolsa Família". Transcrevo o texto:

(...) programa de que trata o caput tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação - "Bolsa Escola", instituído pela Lei n.° 10.219, de 11 de abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação - PNAA, criado pela Lei n.° 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde - "Bolsa Alimentação", instituído pela medida provisória n.° 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto n.° 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto n.° 3.877, de 24 de julho de 2001.

Fica evidente que não se tratava de uma criação de programa, mas de uma unificação. Justiça de faça: os programas de FHC alcançavam 5 milhões de famílias, mas o governo tinha pudor de explorar a questão. Na campanha de José Serra à Presidência, em 2002, não se tocou no assunto.

Se eleito, Bolsonaro, como se nota, pretende tomar de Lula o que Lula havia tomado - e ampliado - de FHC.

Huuummmm... Se Bolsonaro for eleito e implementar as mudanças, talvez os bolsonaristas mais entusiasmados parem de associar nas redes sociais o beneficiário do Bolsa Família - que terá outro nome - à vagabundagem.

Que nome teria, hein? Que tal "Bolsa da Família Tradicional"? Ou "Bolsa de Família"? "Bolsanaro" poderia cheirar a propaganda pessoal, né?
Miguel José Teixeira
11/10/2018 09:05
Senhores,

A faca de 2 gumes:

Cláusula de barreira atingiu sete candidatos do PSL; partido seria o maior da Câmara.

Vagas de quem não atingiu 10% do quociente eleitoral foram redistribuídas para outros partidos ou coligações.

+em:

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/564125-CLAUSULA-DE-BARREIRA-ATINGIU-SETE-CANDIDATOS-DO-PSL;-PARTIDO-SERIA-O-MAIOR-DA-CAMARA.html?utm_campaign=boletim&utm_source=agencia&utm_medium=email

Vejam a escória que beneficiou-se:

Paulinho da farsa sindical;
Orlando Tapioca Silva - aquele mesmo!

Herculano
11/10/2018 06:04
MAIS ESCURIDÃO NA CAMPANHA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Vantagem de Bolsonaro deve prejudicar e obscurecer ainda mais o debate de programas reais

A clara vantagem de Jair Bolsonaro na largada do segundo turno favorece a escuridão nos debates eleitorais, se é que haverá alguma discussão.

É bem plausível que o candidato do PSL jogará para manter o resultado, essa goleada na primeira partida das finais.

Quanto a Fernando Haddad (PT) não restará a estratégia, agora muito tardia, de se desfazer do peso e do lastro indesejável dos exclusivismos petistas, que repeliram parte do eleitorado mais centrista e ameaçam derrubar precocemente o balão murcho de sua candidatura.

A vantagem de Bolsonaro no Datafolha, 58% a 42%, deve obscurecer os programas reais dos candidatos. Bolsonaro tende a calar ainda mais sua campanha. Haddad terá de se travestir em público, rasgando fantasias petistas.

Os planos Bolsonaro e Haddad para a Previdência já ficavam parecidos. Qual reforma pretendem fazer? As respostas convergiam: "alguma".

Impostos? Quem ganha até uns cinco salários mínimos deixaria de pagar Imposto de Renda, dizem. Quem bancaria a diferença, pois o governo está quebrado? "Alguém." Aqui uma divergência, nítida como uma mula preta na estrada em noite de neblina. Para Haddad, um "alguém" mais rico (defina rico). Para Bolsonaro, um "alguém" que não está pagando imposto bastante (em geral, algum de muito rico).

Em 13 anos e pouco, os governos do PT não propuseram tributos maiores para os rendimentos maiores.

Um eventual governo Bolsonaro é festejado pela nata e pela flor de sal dos rendimentos maiores justamente porque, entre outros motivos de suposta alegria, limitaria impostos. Pelo menos era festejado até Bolsonaro colocar água no chope da reforma da Previdência e das privatizações.

O candidato do PSL não quer privatizar o peru gordo das estatais (Petrobras, bancos e Eletrobras) e, de quebra, fez um discurso "vintage" contra o entreguismo, a venda das geradoras de energia para empresas chinesas, posição típica de comunistas e militares nacionalistas desde antes da metade do século 20, mofo que sobrevive na esquerda e nas Forças Armadas.

Há também a meta desconversa ou a conversa mole ao quadrado, a omissão desavergonhada ou inepta.

O que os candidatos vão fazer com a norma de reajuste do salário mínimo, que caducou, também parte do problema da Previdência?

O que vão fazer com o subsídio do diesel, que vence no fim do ano? Se continuar a valer, custará R$ 19 bilhões em 2019. Contando ainda a renúncia de impostos sobre combustíveis, tudo custaria uns R$ 27 bilhões. Um Bolsa Família, que dá de comer para mais de 50 milhões de pessoas. É mais dinheiro que todo o investimento federal em obras previsto para o ano que vem.

Quanto à Previdência, os pavorosos programas de Bolsonaro e Haddad eram de um desconversa acintosa.

O programa do PT dizia que crescimento da receita e combate à sonegação dariam conta do desastre.

O programa bolsonarista mencionava de passagem o problema, um par de linhas, para logo em seguida desconversar, propondo uma realidade paralela, um sistema alternativo (o de capitalização, de contas individuais), o que aumentaria a ruína do sistema previdenciário.

Como tapar o rombo ainda maior? Criando um fundo, lê-se no plano Bolsonaro. De onde viria o dinheiro para encher o fundo? Não se explica.

Um candidato tende a não explicar mais nada. Outro terá de se explicar para catar eleitores descrentes da conversão centrista.
Herculano
11/10/2018 05:56
da série: não era um qualquer, era simplesmente o coordenador de campanha do presidenciável tucano, Geraldo Alckmin. E ele não sabe ainda a razão pela qual perdeu

MARCONI PERILLO É PRESO PELA PF QUE APURA PROPINA DA ODEBRECHT

Conteúdo do G1. Texto de Paula Resende, Raquel Morais e Vanessa Martins. O ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) foi preso nesta quarta-feira (10) enquanto prestava depoimento à Polícia Federal na Operação Cash Delivery, que investiga pagamento de propinas em campanhas eleitorais, em Goiânia. O advogado dele, Antônio Carlos Almeida, conhecido como Kakay, confirmou a informação ao G1 e declarou estar "perplexo".

O ex-governador tinha depoimento marcado para as 15h, mas teria chegado duas horas mais cedo e entrado pelos fundos para evitar os jornalistas. Segundo a defesa de Perillo, ele "recebeu o decreto de prisão quando estava iniciando o seu depoimento e optou por manter o depoimento por ser o principal interessado no esclarecimento dos fatos".

A assessoria de comunicação da PF informou ao G1 que Perillo continuava em depoimento às 16h30. A corporação disse ainda que o mandado dele é de prisão preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. Motoristas que passavam em frente ao prédio buzinavam em apoio à detenção.

O político é considerado suspeito de receber R$ 12 milhões em propina de empreiteiras para os pleitos eleitorais em 2010 e 2014. A operação ocorreu em decorrência de delações da Odebrecht na Operação Lava Jato.

Kakay afirmou que "não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex-governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento". Veja a nota na íntegra ao fim da reportagem.

A data do depoimento foi marcada após a defesa de Marconi pedir à Polícia Federal que o político fosse ouvido após as eleições. Perillo deixou o governdo de Goiás para disputar o cargo de senador, mas recebeu apenas 416.613 votos e não foi eleito.

A atual gestão informou que "por se tratar de matéria eminentemente judicial, sobre ela o Governo de Goiás não vai se manifestar".

Investigação

Cinco pessoas foram presas quando a Operação Cash Delivery foi deflagrada, no dia 28 de setembro, e cumpriu mandados em endereços ligados a Marconi Perillo. Foram presos Jayme Rincón, o filho dele, Rodrigo Godoi Rincón, Márcio Garcia de Moura ?" policial militar e motorista de Rincón ?", o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior e o advogado Pablo Rogério de Oliveira.

Apenas Márcio Garcia segue preso. Rodrigo, o policial militar, o empresário e o advogado sempre negaram envolvimentos com os crimes.
Herculano
11/10/2018 05:38
da série: uma descoberta tardia. Essa conexão foi necessária para Haddad sair dos seus 4% naturais que sempre revelaram a pesquisa. Agora, essa associação é extremamente danosa para vencer as eleições. Perceberam o óbvio.

HADDAD PRECISA SE DESCOLAR DE LULA PARA TER CHANCE DE VENCER, DIZ BRASILIANISTA DE HARVARD

Para Scott Mainwaring, petista deve moderar discurso para atrair votos do centro

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto e entrevista de Marco Rodrigo Almeida.Há quase quatro décadas dedicado a pesquisas sobre Brasil e América Latina, o cientista político norte-americano Scott Mainwaring testemunhou incontáveis fatos na região, mas poucos tão surpreendentes quanto a vitória de Jair Bolsonaro e de seus aliados neste domingo (7).

"É quase um caso único. O mais parecido, dentre as candidaturas viáveis para a Presidência, foi o de Fernando Collor, em 1989. Collor tinha um discurso populista, mas nem de longe tão antidemocrático quanto o de Bolsonaro. E tinha mais experiência administrativa", diz.

Professor de estudos brasileiros na Universidade Harvard (EUA), umas das mais conceituadas do mundo, Mainwaring, 64, é autor de, entre outros livros, "Sistemas Partidários em Novas Democracias - O Caso do Brasil".

Após os resultados das urnas, o professor prevê mudanças significativas no modelo brasileiro, com um cenário bem mais incerto e descentralizado nas próximas eleições presidenciais. "PT sai bastante enfraquecido, e acho improvável que o PSDB retome a força de antes."

Uma vitória de Bolsonaro, diz, é o cenário mais provável deste segundo turno. Fernando Haddad (PT), seu oponente, só terá chances de êxito se conseguir atrair votos do centro, mas para isso precisa descolar sua imagem da de Lula. "O PT não pode insistir na fidelidade de Haddad a posições petistas no segundo turno."

Folha -O senhor esperava o resultado deste primeiro turno??

Não, fiquei surpreso com a votação de Bolsonaro e o resultado de seus aliados. Essa eleição foi muito difícil de prever. Há pouco tempo eu mesmo tinha dúvidas se Bolsonaro iria ao segundo turno, e ele quase ganhou no primeiro.

Quase todos os analistas brasileiros também diziam que ele perderia fôlego ao longo da campanha.?A trajetória foi muito atípica. Tinha pouco tempo de TV, quase nenhuma estrutura partidária, ainda sofreu um ataque e ficou de fora da campanha.

Foi uma surpresa para mim. O caso mais parecido, dentro das candidaturas viáveis para a Presidência, foi o de Fernando Collor, em 1989. Collor tinha um discurso populista, mas nem de longe tão antidemocrático quanto o de Bolsonaro. E tinha mais experiência administrativa.

Folha - Como fica o sistema partidário brasileiro depois disso??

As eleições presidenciais serão bem mais imprevisíveis daqui para frente. Acho difícil que se volte a essa lógica de domínio de dois partidos, PT e PSDB. Haverá a partir de agora mais candidatos em condições reais de vitória. O PT segue um competidor importante no nível nacional, mas bastante enfraquecido em relação a seu passado. Acho que se não fosse o impeachment, estaria ainda mais enfraquecido.

Folha -O impeachment ajudou o partido??

Para o centro brasileiro, o impeachment foi um grave erro. O governo Temer não foi capaz de retomar o crescimento como se imaginava e também apresentou muitos casos de corrupção. Essa combinação permitiu a reabilitação muito rápida do PT.

Outro fator foi o sucesso do governo Lula em reduzir a pobreza nos anos 2000. A memória dessa boa fase faz um contraste forte com o momento atual em grande parte do eleitorado.
Herculano
11/10/2018 05:25
da série: ai tem! não há como desistir de um fato tão grave como o resultado de uma mutilação, ou foi apenas e mais uma aventura juvenil que "passou" depois do efeito cabeça feita?

JOVEM QUE ALEGOU SER AGREDIDA NA CIDADE BAIXA DESISTE DE REPRESENTAR CRIMINALMENTE

Conteúdo e texto do Correio do Povo, de Porto Alegre. Sem representação, Polícia não irá prosseguir com investigação do caso

O delegado Paulo César Jardim, titular da 1ª DP da Capital, afirmou que está suspensa a investigação do caso em que uma jovem, de 19 anos, teria tido uma suástica desenhada a canivete em sua barriga. Segundo ele, a vítima se negou a representar criminalmente. Com isso, não existe crime e não há como prosseguir a investigação.

O caso teria ocorrido na rua Baronesa do Gravataí, no bairro Cidade Baixa, na última segunda-feira. A jovem chegou a registrar uma ocorrência na Polícia, mas voltou atrás. A vítima teria sido agredida a socos por três homens que a interpelaram após ela descer de um ônibus. Em seguida, foi ferida na barriga com um canivete.
Herculano
11/10/2018 05:20
REPÚDIO

De Jair Bolsonaro, PSL, candidato a presidência da República, na sua conta do twitter

Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim. A este tipo de gente peço que vote nulo ou na oposição por coerência, e que as autoridades tomem as medidas cabíveis, assim como contra caluniadores que tentam nos prejudicar.

Herculano
11/10/2018 05:17
O SISTEMA POLÍTICO LEVOU UMA RASTEIRA, MAS BOLSONARO NÃO É A CAUSA, por Matias Spektor, professor de relações internacionais na FGV SP

Pacto criou estabilidade, mas também demandou patronagem, clientelismo e corrupção

A velha ordem política de 1988 levou uma rasteira sem precedente, mas Jair Bolsonaro não é causa da debacle. Ele é seu sintoma.

Durante 30 anos, a velha ordem teve a virtude de prover estabilidade política a um país que, antes dela, ignorava o significado do sufrágio universal e dos direitos básicos de uma democracia.

Ocorre que a Nova República trouxe consigo o germe da própria decadência. Afinal, trata-se de um acordo negociado entre as lideranças da abertura e os representantes civis da antiga elite autoritária. O resultado é um pacto que, nessas três décadas de vida, se criou estabilidade, também demandou doses cavalares de patronagem, clientelismo e corrupção.

Isso ocorreu porque a velha ordem terminou preservando boa parte dos vícios oligárquicos do Brasil autoritário: um Estado facilmente capturado por grupos rentistas, leis à venda ao maior pagador, instituições que se dobram perante quem deveriam controlar e parlamentares que prestam pouca conta ao eleitorado. O tamanho da fatura aparece nas estatísticas de educação, saúde, segurança, saneamento básico e produtividade, atestado mais gritante do nosso fracasso.

Apesar de seus problemas, entretanto, a velha ordem parecia ser muito resiliente. Os sinais do declínio só começaram a vir à tona quando uma crise financeira internacional expôs os mecanismos pelos quais o sistema político atenta contra a produtividade de sua própria economia e golpeia as contas públicas da sociedade cujos interesses, em tese, representa. O resultado foi a explosão do desemprego.

Na sequência, um alerta barulhento disparou quando a Lava Jato disseminou informação inédita sobre os métodos que, neste sistema, presidente e parlamento precisam utilizar para construir a maioria governista e gerar caixa de campanha.

Presa a seus vícios, a classe política da velha ordem foi incapaz de identificar a gravidade do problema a tempo de evitar a queda.

Foi o antes inexpressivo Jair Bolsonaro quem conseguiu surfar a onda da revolta popular contra o sistema. Impulsado pelas redes sociais, ele alavancou sua retórica incendiária para energizar cidadãos indignados com a promessa democrática frustrada.

Em seu ataque contra a velha ordem, ele montou o tripé moralista de família, religião e Forças Armadas, as três instituições que ainda gozam de alguma confiança popular. Sem partido e sem máquina, ficou livre para fazer um compromisso estridente com a mudança.

Agora, o drama dele é entregar ao menos uma parte de sua promessa sem sucumbir à troca de favores que é a instituição informal mais básica do velho sistema. Se fracassar em sua tentativa, a onda popular que hoje surfa irá tragá-lo.
Herculano
11/10/2018 05:11
PROCURADORIA VISITA O POSTO IPIRANGA DO CAPITÃO, por
Josias de Souza

Na política, as boas intenções costumam diminuir à medida que se aproxima o dia da posse. No caso de Jair Bolsonaro, a promessa de moralização do Estado subiu no telhado antes mesmo da conclusão do processo eleitoral. Descobriu-se que o Ministério Público Federal inaugurou em 2 de outubro uma investigação contra Paulo Guedes, o guru econômico.

Notícia da Folha informou que Paulo Guedes, nomeado antecipadamente para o cargo de ministro da Fazenda num hipotético governo Bolsonaro, é suspeito de envolvimento em fraudes com recursos dos fundos de pensão de estatais como Petrobras, Correios e Banco do Brasil. Negócios estimados em R$ 1 bilhão, fechados entre 2009 e 2013. O caso envolve também prepostos do PT e do MDB, que dirigiam os fundos de pensão.

Investigação não é condenação. Mas os efeitos políticos da notícia são óbvios. Especialistas ensinam que um investidor não deve depositar todos os seus ovos num único cesto. Os ativos de Bolsonaro estão acomodados em dois cestos. Na política, a retórica anticorrupção do candidato. Na economia, a suposta segurança técnica oferecida por Paulo Guedes. Ou seja: a apuração do Ministério Público atinge a alma do projeto de poder de Bolsonaro. Ou a campanha se explica ou o combustível do Posto Ipiranga do capitão pode acabar antes da inauguração.
Herculano
11/10/2018 05:09
NEUTRO...

De Ricardo Noblat, de Veja, no twitter, ao responder a um leitor que pedia neutralidade nos seus comentários

Sou neutro quando me limito a dar notícias. Quando opino, não posso ser. Se todos têm direito a dar opinião por que os jornalistas não deveriam ter?
Herculano
11/10/2018 05:03
BOLSONARO DEIXA DE EXERCER PAPEL DE LÍDER DIANTE DA INTOLERÂNCIA, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Candidato usou retórica de desrespeito, mas deve condenar agressões com veemência

Jair Bolsonaro afirmou que dispensa o apoio de quem pratica violência contra seus opositores. No lugar de uma condenação veemente, publicou uma mensagem com um esforço banal de se descolar de ataques com motivação política registrados nos últimos dias: "A este tipo de gente peço que vote nulo ou na oposição por coerência".

A não ser que esteja concorrendo a vereador em Serra da Saudade (MG), Bolsonaro deveria estar mais preocupado. O próximo presidente vai assumir o comando do país num momento em que pessoas agridem e matam outras por razões políticas.

O presidenciável conhece como poucos a intolerância que esta eleição despertou. O bárbaro atentado que sofreu há pouco mais de um mês foi um sinal dramático de que a situação ameaçava sair do controle.

Na ocasião, seus adversários na disputa repudiaram o episódio, mas alguns deram de ombros. Embora tenha emitido um lamento, Dilma Rousseff disse que Bolsonaro plantou o ódio que se voltou contra ele. Recomenda-se que o candidato não reproduza a insensatez de seus rivais.

Quando o capoeirista Moa do Katendê foi morto com 12 facadas numa discussão política, Bolsonaro disse que o criminoso cometeu um "excesso". A vítima declarava voto no PT. O assassino defendia o candidato do PSL e disse ter sido xingado. O presidenciável perguntou: "O que eu tenho a ver com isso?".

A maioria dos eleitores de Bolsonaro obviamente reprova essa selvageria. É papel digno de um líder entrar em sintonia com seus apoiadores, manifestar repulsa e censurar qualquer comportamento agressivo.
Sem provas, o deputado diz suspeitar que alguns casos de violência são forjados para prejudicá-lo. Não custa demonstrar indignação enquanto aguarda as investigações.

O candidato conquistou apoio com uma retórica de desrespeito a adversários políticos e minorias. Um presidente não pode legitimar a intolerância. A panela foi destampada e há poucos indícios de que a temperatura vai cair após a eleição.
Miguel José Teixeira
10/10/2018 20:41
Senhores,

Na mídia:

"PDT vai apoiar Haddad e dirigente do partido, ex-ministro de Dilma, xinga Bolsonaro".

Sabem quem é o dirigente do PDT?

O réles guardador dos jornais do Brizola.

Aquelezinho que ajoelhou-se diante da lambisgóia defenestrada e agora humilhada em Minas Gerais, e disse: "Dilma eu te amo!"

Vade retro, retrocesso!



Herculano
10/10/2018 20:01
da série: os moralistas de fachada

COM CASA NO RIO, WITZEL RECEBIA AUXÍLIO-MORADIA

Conteúdo de O Antagonista. Wilson Witzel, o vencedor do primeiro turno na disputa pelo governo do Rio, recebia auxílio-moradia como juiz federal apesar de ter uma casa na capital fluminense, informa o UOL.

A prática não é ilegal, mas é polêmica ?"no ano passado, a União gastou R$ 817 milhões com o pagamento do benefício nos três Poderes.

Durante seu período como juiz, Witzel recebia R$ 4.317,73 por mês de auxílio-moradia. O candidato do PSC é dono de uma casa na zona norte do Rio avaliada em R$ 400 mil - o único bem que declarou à Justiça Eleitoral.

O aliado de Jair Bolsonaro, que atuava na 6ª Vara Federal Cível do Rio, deixou o cargo em março para disputar as eleições. No domingo (7), obteve 41,28% dos votos no primeiro turno, superando largamente Eduardo Paes (19,56%).

Por meio de sua assessoria, ele defendeu que o auxílio-moradia tem previsão legal e que os direitos de juízes devem ser discutidos no Congresso.
Herculano
10/10/2018 19:58
AS DUAS FACES

De Ricardo Noblat, de Veja, no Twitter

Caso ele se eleja, haverá dois Bolsonaro no Palácio do Planalto. Um a botar para quebrar no tuíte. O outro a fazer acordos com os partidos para governar. Um que prometeu quebrar o sistema. O outro que se rendeu ao sistema.
Herculano
10/10/2018 19:55
NÃO APóIA

Henrique Meirelles, candidato à presidência pelo MDB, nesta quarta-feira à noite na sua conta de twitter

Não apoio candidatos no segundo turno. Defendo e apoio uma agenda de trabalho com propostas de responsabilidade e competência.

Quero que o Brasil tenha um governo que cuide dos recursos públicos como cada um cuida dos recursos de sua casa.
Herculano
10/10/2018 19:47
DATA FOLHA MOSTRA BOLSONARO COM 58% e HADDAD, 42%, NA LARGADA DO 2º TURNO

Deputado só perde para petista no Nordeste, tendo maiores índices entre ricos e escolarizados

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Igor Gielow. Na primeira pesquisa do Datafolha sobre o segundo turno das eleições presidenciais, Jair Bolsonaro (PSL) tem ampla vantagem sobre Fernando Haddad (PT). O deputado tem 58% dos votos válidos, enquanto o ex-prefeito paulistano conta com o apoio de 42% dos ouvidos.

A contagem, que exclui os brancos, nulos e indecisos como a Justiça Eleitoral faz no dia da eleição, confirma a onda conservadora que quase deu a vitória em primeiro turno ao presidenciável do PSL. No primeiro turno, Bolsonaro teve 46% dos votos válidos e Haddad, 29%.

O Datafolha ouviu 3.235 pessoas em 227 municípios nesta quarta (10). A margem de erro do levantamento, contratado pela Folha e pela TV Globo, é de dois pontos para mais ou para menos.

Quando se leva em conta a intenção de voto total, os dois candidatos absorveram de forma uniforme o eleitorado deixado pelos outros postulantes que já decidiu quem apoiar. O deputado fluminense tem 49% dos votos totais, e havia conquistado 42% no primeiro turno. Já o petista registra 36% - no domingo passado, angariou 27%.

Brancos e nulos somam, segundo o Datafolha, 8%. Apenas 6% se declaram indecisos.

O voto de Bolsonaro está bastante distribuído pelo país. Como no primeiro turno, ele só perde regionalmente para Haddad no Nordeste, onde o petista tem 52% dos votos totais, contra 32% do capitão reformado do Exército.

Isso explica os acenos recentes de Bolsonaro para o eleitorado daquela região, que tem a maioria dos assistidos por programas de distribuição de renda. Nesta quarta, ele prometeu criar um 13º salário do Bolsa Família, e ele declarou em pronunciamento que o PT faz "terrorismo" contra nordestinos, dizendo que eles seriam segregados em um governo seu.

O deputado vence com folga na região mais populosa, o Sudeste: 55% a 32% dos votos totais. Seu melhor desempenho é no Sul, 60% a 26%, seguido pelo Centro-Oeste (59% a 27%). No Norte, vence por 51% a 40%.

Confirmando a tendência registrada ao longo da campanha, as mulheres dão menos apoio a Bolsonaro, 42% dos votos totais. Entre homens, ele atinge 57%. A equação é invertida na intenção de voto para Haddad: o petista tem 39% entre mulheres, empatando na margem com o deputado, e 33% do eleitorado masculino.

Pretendem votar no capitão reformado pessoas mais ricas (62% nos segmentos entre 5 e 10 salários mínimos e acima de 10) e escolarizadas (58% de quem tem ensino superior). Haddad vai melhor no outro extremo, com apoio de 44% de quem tem só o ensino fundamental e o mesmo índice entre os mais pobres (renda familiar média mensal até 2 salários mínimos).

O Datafolha comprova o apoio maciço a Bolsonaro entre os evangélicos, grupo privilegiado em suas manifestações e intenções programáticas. O deputado tem 60%, contra 26%, entre eles. Já entre os católicos, a disputa está em 46% a 40% para o capitão.

Também foi perguntado ao eleitor quando ele decidiu seu voto no primeiro turno. No dia do pleito, foram 12%, contra 9% em 2014. Na véspera, 6%, número igual ao da eleição presidencial passada. Já a decisão um mês antes de ir às urnas ocorreu para 63% - 72% entre os bolsonaristas. Em 2014, o índice era de 67%.
Herculano
10/10/2018 19:43
DESPERDÍCIO

Ao que se diz se chamar José Antônio.


Eu ainda não tratei do assunto deputado estadual, a não ser no caso de Marcelo de Souza Brick, PSD, por ser o candidato que se declarou genuinamente de Gaspar, e nem por isso, foi reconhecido como tal.

Nas colunas de segunda-feira e desta quarta-feira de algo espantoso: como Gaspar e o Vale se desprotegeram ao darem proteções para políticos vaidosos daqui que levaram os votos para gente de outras regiões sem identificação com Gaspar, Ilhota, enfim, o Vale do Itajaí.

Aliás, falta de aviso de que isso aconteceria dessa forma, não foi. Então reeleiam a coluna líder neste espaço que assinei no dia 20 de setembro: "MDB e PP loteiam Gaspar para candidatos de outras regiões e enfraquecem o próprio poder político que lhes sustentam aqui".

Pergunto: feita a contagem, com as perdas e danos, alguma coisa para se mudar no título e nas minhas obervações naquele artigo?

Se nesta segunda e quarta tratei do enfraquecimento da nossa relação com Brasília, na sexta-feira vou mostrar como isso piorou no âmbito de se construir caminhos na Assembleia. Aguardem. Acorda, Gaspar!
José Antonio
10/10/2018 19:01
HERCULANO!

Você esqueceu de comentar a surra que o pessoal do Ivan Naatz deu nos candidatos do MDB, do PDT e do PP aqui em Gaspar.
Miguel José Teixeira
10/10/2018 18:46
Senhores,

Na mídia:

"Haddad diz que recebeu carta de apoio de setores do PSDB"

Huuummm. . .provavelmente do jagunço das Gerais, vulgo aécio cunha", do recém aprisionado Perillo e outros enrolados na lava-jato.
Herculano
10/10/2018 15:21
ATISMO DE BOLSONARO DESMORALIZA SEUS MÉDICOS, por Josias de Souza

Há dois Bolsonaros na praça. Um concede entrevistas a granel, grava vídeos em profusão e mantém atividade frenética nas redes sociais. Outro é o frágil convalescente de um par de cirurgias, incapaz de participar de um debate televisivo. A existência do primeiro Bolsonaro como que desmoraliza a avaliação médica que fornece ao segundo Bolsonaro o álibi para fugir de mais um debate presidencial.

O cirurgião Antônio Luiz Macedo e o cardiologista Leandro Echenique, do hospital Albert Einstein, visitaram nesta quarta-feira o Bolsonaro debilitado. Atestaram que ele não está em condições de participar do primeiro debate presidencial do segundo turno, que ocorreria na sexta-feira (12), na Band. Alega-se que o capitão, anêmico e 15 quilos mais magro, não pode submeter-se a atividades estressantes.

Escorado numa avaliação semelhante dos mesmos doutores, Bolsonaro absteve-se de comparecer ao último debate do primeiro turno. Alegara-se, então, que não conseguiria falar por dez, 15 minutos. Entretanto, Bolsonaro concedeu em casa uma amistosa entrevista de mais de 20 minutos. A peça foi ao ar na TV Record, do apoiador Edir Macedo. Começou a ser exibida no mesmo horário do debate transmitido pela TV Globo.

Os dois Bolsonaros convivem num território demarcado por uma linha invisível. Difícil saber com 100% de acuidade de que lado estão a realidade e a mistificação. Suponha que o Bolsonaro anêmico tivesse passado para o segundo turno com menos votos que o adversário, em posição de franca desvantagem. Nessa hipótese, a proibição médica talvez fosse desafiada pelo Bolsonaro intrépido, que não abriria mão de comparecer aos debates, ainda que sob supervisão médica.

Imagine que a Band, diante da ausência imprevista, decidisse converter o debate numa sabatina com Fernando Haddad. Ninguém duvida que o Bolsonaro vivaz daria de ombros para o Bolsonaro debilitado, convocando mais uma de suas transmissões ao vivo na internet.

É comum que políticos disfarcem sua condição de saúde. Mas Bolsonaro precisa decidir que papel deseja desempenhar. Se ainda fosse o deputado que perambulou pelos corredores da Câmara durante 27 anos sem ser notado, eventuais adaptações da realidade interessavam apenas à família e aos médicos. Mas aquele deputado do baixo clero agora se oferece para presidir um país com 208 milhões de habitantes.
Herculano
10/10/2018 15:14
APELAR ÀS RESERVAS COMO FONTE DE FINANCIAMENTO É REPLICAR O FRACASSO, por Alexandre Schwartsman, economista, ex-diretor do Banco Central, para o jornal Folha de S. Paulo

Ideia parece razoável à primeira vista, mas não sobrevive a 27 segundos de reflexão séria

Já nos livramos do mediocrérrimo Ciro Gomes, mas algumas de suas propostas ainda nos assombram, como o uso das reservas internacionais para financiar obras no país, também apropriada pela agenda econômica de Fernando Haddad.

Parece, à primeira vista, um negócio para lá de razoável, mas não sobrevive a 27 segundos de reflexão séria.

Há, de fato, quem defenda que o país detém hoje mais dólares do que precisaria para manter suas contas externas em ordem caso sobrevenha nova crise internacional. Sou agnóstico a esse respeito, mas, como ponto de partida, podemos admitir que seja verdade. Nesse caso, o que deveríamos fazer com o presumido excesso de reservas, no programa estimado em US$ 40 bilhões?

Dado que as reservas nos rendem 2% ao ano, enquanto pagamos 6,5% ao ano sobre nossa dívida interna, uma das possibilidades seria vender a parcela excedente e usar o dinheiro para reduzir a dívida e o pagamento de juros sobre ela.

No câmbio atual, US$ 40 bilhões permitiriam reduzir a dívida do governo em R$ 150 bilhões, de 77,3% do PIB para 75,1% do PIB, cortando nossa conta de juros em quase R$ 7 bilhões/ano (4,5% ao ano sobre R$ 150 bilhões).

Alternativamente, poderíamos adotar a agenda petista e emprestar o dinheiro aqui dentro, em vez de usá-lo para reduzir o endividamento do governo. Para que essa escolha seja superior, precisará render mais que a economia de juros resultante da opção de abater a dívida. Isso significa que os gestores dos recursos retirados das reservas terão que empregá-los em projetos cujo retorno seja maior do que o custo da dívida, nosso custo de oportunidade no presente contexto.

Isso nos leva a duas considerações. A mais geral é que, se existissem tais projetos, nada impediria que o setor privado usasse seus próprios recursos, não os do Tesouro.

A réplica habitual a essa crítica aponta para alguma hipotética falha de mercado, supostamente corrigida por meio da cobrança de juros abaixo dos pagos pelo Tesouro Nacional, como foi feito de forma avassaladora pelo BNDES entre 2008 e 2014.

Naquele período, empréstimos do BNDES saltaram de pouco mais de R$ 300 bilhões para R$ 800 bilhões (a preços de hoje), uma transferência maciça de recursos para empresários bem conectados, que gozaram do benefício devidamente apelidado de Bolsa Empresário, bem mais generoso que o Bolsa Família, com resultados conhecidos.

Deve ficar claro, pois, que se trata de alternativa inferior à redução do endividamento, dado que o retorno nesse caso é, por construção, inferior ao custo da dívida.

A segunda consideração diz respeito ao gerenciamento da bolada. Quem garante que os incentivos serão os corretos ou se, a exemplo do ocorrido com o BNDES, o dinheiro será direcionado por critérios não relacionados à eficiência econômica, mas determinados por causas nada republicanas, como financiamento de um projeto de poder, na forma de recursos para campanhas, "construção" de maiorias parlamentares e outros aspectos da corrupção que assola o país?

A bem da verdade, apelar às reservas internacionais como fonte de financiamento é apenas um disfarce. Trata-se, em última análise, de replicar os mesmos mecanismos usados à exaustão pela assim chamada Nova Matriz Econômica, cujo legado ainda pagamos, muito provavelmente com o mesmo grau de fracasso.

Posso apostar que, ao escrever sobre o eterno retorno, não era isto o que Nietzsche tinha em mente.
Herculano
10/10/2018 15:10
TCHAU, QUERIDOS, por Carlos Brickmann

Cansado de tanto debate político? De tanta briga entre amigos, ou em família? Mas, vencedores ou vencidos, há um lado bom em todas as coisas.

Não é ainda amanhã, mas dentro de menos de três meses vai ser outro dia. Ninguém mais se lembrará (talvez sua própria família, que tem motivo para amá-lo) de quem é Eunício Oliveira. Deixam de existir piadas sobre Dilma, a menos que você, paciente, explique antes de quem se trata. E ela, bem menos ocupada, poderá talvez receber o Suplicy ?" acertou! o irmão do dono do bar. Poderemos passear pela bela São Luís sem lembrar que ali morava a família irreal do Maranhão, com um rei sem coroa (para exibir a rica tintura de seus cabelos), a primeira-filha e os filhos outros, todos mandando e muito. E o Juca? Juca não, Jucá! Não lembre. É melhor não.

Velhas histórias, dirão os jovens quando alguém falar de Marconi Perillo. Explique, nada é velho: é do tempo do Lindbergh Lindinho, do Édison Lobão, do Requião, do Chico Alencar, do Zeca do PT ?" isso! antes da grande destruição de dinossauros no Museu Nacional. É tão recente que até filhos de tradicionais políticos ficaram fora: a Cristiane Brasil, filha do Roberto Jefferson, o Picciani, filho do Picciani, a Danielle, filha do Eduardo Cunha, o filho do Sérgio Cabral. E o Wadih Damous, advogado de Lula? Todos tiveram seus eleitores, certamente tiveram sua importância no Brasil. Mas saber que o país não está pagando para eles é bem agradável.

À SOMBRA DAS SERINGUEIRAS
Foi o pior resultado de Marina desde que ela, qual cometa, decidiu, de quatro em quatro anos, aparecer e disputar a Presidência. Perdeu para o Cabo Daciolo, perdeu para João Amoêdo ? vá lá, é do jogo. Mas é demais perder até para Henrique Meirelles!

DEPOIS DO VENDAVAL 1
O problema de muitos dos que não se elegeram passa longe, claro, do salário pago pelos cofres públicos. Muitos dependiam da vitória eleitoral para manter o foro privilegiado, escapando aos processos em primeira instância ?" como, por exemplo, os movidos em Curitiba, base da Operação Lava Jato, julgados pelo juiz Sergio Moro. Quem não conseguiu se reeleger corre riscos a partir de 1º de janeiro, quando deixa o cargo que hoje ocupa.

DEPOIS DO VENDAVAL 2
Há casos piores: quem ocupava cargo executivo e renunciou para se candidatar, sem êxito, já não tem foro privilegiado. Não há tempo para que um processo em segunda instância seja devolvido à primeira para decisão imediata. Mas uma operação policial com ordem de prisão temporária é a ameaça que se faz presente, com todo o aborrecimento e a repercussão que isso pode causar. Imagine um ex-governador sendo preso pela Federal!

ERA DO AMIGO, AGORA É DELE
O coordenador da campanha petista no segundo turno é o ex-governador baiano Jaques Wagner. Foi confirmado em São Paulo, depois que Haddad viajou a Curitiba, para visitar Lula na prisão e obter a orientação sobre sua (sua?) campanha. Wagner tem uma nova estratégia de campanha. Ei-la:

"O Haddad chegou ao segundo turno como a substituição do Lula. Agora o Haddad do segundo turno é o Haddad".

Agora só falta convocar Dilma Rousseff para explicar essa frase.

JÁ FOI MAS NÃO É MAIS
Valeu a pena assistir às primeiras entrevistas de Fernando Haddad e Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional, depois de confirmados no segundo turno. A ambos foram submetidas afirmações de seus aliados:

Bolsonaro: as frases de seu vice, general Mourão, sobre Constituinte de notáveis, sem participação popular, e sobre o "autogolpe".

Haddad: as recentíssimas declarações de José Dirceu, a quem Lula chamava de Capitão do Time, a respeito de o PT tomar o poder se não ganhasse as eleições.

Os dois responderam a mesma coisa: seus aliados se equivocaram.

Bolsonaro: "Faltou tato ao general. Se estamos disputando a eleição é porque acreditamos no voto popular e seremos escravos da Constituição".

Haddad: "O ex-ministro não participa de minha campanha, não participará de meu Governo e eu discordo da formulação dessa frase. Para mim a democracia está sempre em primeiro lugar".

Para Bolsonaro, desmentir o vice é coisa tranquila. Já para Haddad, não é nada tranquilo, sendo ele dirigente petista, opor-se a José Dirceu.

RESERVE SEU HORÁRIO
Os debates do segundo turno começam amanhã, na Rede Bandeirantes, às 22h. Dia 14, o debate da Gazeta, às 19h30; dia 15, o da RedeTV!, às 18h20. Os dois últimos são os da Record, dia 21, às 22h, e o da Globo, às 21h30 do dia 26. A partir da meia-noite do dia 26, encerra-se o prazo legal para debater na TV. Em todos os debates, há 50% do tempo para cada um.
Herculano
10/10/2018 14:47
NERVOSO, HADDAD NÃO RESPONDE SE VENEZUELA É UMA DITADURA

Conteúdo de O Antagonista. Em entrevista há pouco a jornalistas estrangeiros, Fernando Haddad foi perguntado se considera o partido da sua vice, o PC do B, e a Venezuela democráticos.

Claramente nervoso, o poste do presidiário disse que "essa pergunta você deveria dirigir a quem defende a ditadura, a tortura e a cultura do estupro, ao meu adversário".

Sobre a Venezuela, ela fez o seguinte comentário:

"O papel do governo é de líder do continente. Devemos ajudar os países que estão com problema a encontrar o caminho do fortalecimento da soberania nacional e da soberania popular. Não precisamos tomar partido, não precisamos de base militar, não precisamos declarar guerra a vizinho nenhum".
Herculano
10/10/2018 14:44
NOVO PARLAMENTO SOB PROVA

De Carlos Andreazza, editor de livros, no twitter

A renovação do Congresso, questionável, importa menos do que a transformação da Câmara, afinal, num imenso e único baixo clero. Processo concluído. Com a política rebaixada, há o vazio de lideranças. Acha feio hoje? Vai piorar.
Herculano
10/10/2018 14:41
IMUNIDADE

De J. R. Guzzo, de Veja, no twitter:

Há uma única esperança para Dilma, Lindbergh, Suplicy, Pimentel, Grazziotin, Jorge Viana, Requião, mais a sarneyzada, o irmão do Geddel, Collor, Lobão e o resto do lixo político que virou pó nas eleições: a vitória de Haddad. Todos terão emprego e imunidade em seu governo.
Herculano
10/10/2018 14:39
BOLETIM MÉDICO SALVA BOLSONARO DE CONFRONTO DIRETO COM HADDAD, por Helena Chagas, em Os Divergentes

Não cabe à imprensa, nem aos adversários, questionar pareceres médicos. Só soou um pouco estranho a equipe que atende o candidato Jair Bolsonaro ter dito que, até dia 18, ele não pode fazer campanha. De 18 a 28 de outubro restarão apenas dez dias para que o candidato do PSL participe de sabatinas e debates que não controla.

É bastante conveniente, para Bolsonaro, manter a estratégia que o protegeu de debates mais desafiadores e sabatinas mais duras em boa parte do primeiro turno, depois do hediondo ataque que sofreu.

Com isso, não se expôs, não mostrou despreparo, não teve seu programa comparado ao de outros à vista de todo o público. Não encarou o confronto de ideias, olho no olho, quando a campanha esquentou.

Pelo jeito, é o que sua campanha quer continuar fazendo. Diversos debates já estavam marcados para esta primeira semana, inclusive o da Band, no dia 11. Seriam ocasiões para que o eleitorado comparasse Bolsonaro e Haddad, e suas ideias, frente a frente ?" uma forma de reverter votos e preferências neste segundo turno e inverter a balança que pesa hoje a favor do deputado, que continuará no controle de suas exposições na mídia tradicional e nas redes.

Há, porém, um risco na estratégia bolsonariana de não encarar Haddad de frente. Se tiver habilidade, seu adversário pode explorar essa ausência. Sem duvidar abertamente dos médicos de Bolsonaro, mas aproveitando as ocasiões para falar sozinho e colar no adversário a marca de fujão, que costuma prejudicar candidatos.
Herculano
10/10/2018 14:34
AMEAÇA DE WITZEL DE DAR VOZ DE PRISÃO A PAES É RIDÍCULA; SEU PODER É IGUAL AO QUE TEM PAES DE DAR VOZ DE PRISÃO A WITZEL! E O CASO BRETAS, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

É um assombro que o candidato Wilson Witzel (PSC), que disputa o governo do Rio pelo PSC, tenha gravado um vídeo ameaçando de prisão seu oponente, Eduardo Paes (DEM), em pleno debate, caso, disse ele, o outro cometesse crime de injúria contra ele.

Witzel acusa Paes de espalhar fake news contra ele. Prova? Nenhuma. Segundo o ex-juiz federal, só pode ser Paes... Diria que o raciocínio está mais ou menos adequado à metafísica destes tempos.

Trata-se de uma bravata, investindo na linha "super-homem, prendo, arrebento e aconteço". Parece-me que o candidato abusa da sua condição de ex-juiz, como a dizer para o eleitorado: "Olhe aqui, eu sou muito poderoso, tá?" Não por acaso, Witzel grudou-se a Bolsonaro, a quem já chama de "presidente" e, fica evidente, tenta ser a versão carioca do "capitão". Até aí, vá lá. Ainda é parte do jogo. Ameaçar, no entanto, o oponente com voz de prisão é coisa que nem o original ousou fazer.

A possibilidade de acontecer algo assim é inferior a zero. No máximo, a depender do caso, os dois teriam de ir à delegacia, mas não porque Witzel tenha especial poder de dar voz de prisão a quem quer que seja. O poder que Witzel tem para prender Paes é o mesmo que Paes tem para prender Witzel. Ou, então, ele demonstre que estou errado.

A coisa é de um ridículo atroz. Este senhor tem de decidir se quer ser governador do Rio ou se pretende meter na cadeia quem discorda dele.

Se existe alguma vitima nesse imbróglio todo, vamos ser claros!, é Eduardo Paes.

A três dias da eleição, o buliçoso juiz Marcelo Bretas, amigo de Witzel, divulgou um depoimento de Alexandre Pinto, um ex-secretário de Paes, que o acusou de conivência com corrupção na Prefeitura do Rio envolvendo a Odebrecht. Atenção! Este senhor, corrupto confesso, já havia prestado vários depoimentos sem nunca ter mencionado o nome de Paes. Os delatores da empreiteira jamais envolveram o ex-prefeito e atual candidato ao governo em falcatruas.

Sim, tenta-se atribuir a votação robusta de Witzel a correntes na Internet, sobretudo de WhatsApp, ligadas ao bolsonarismo. Certamente existiram. Mas é evidente que o juiz que se notabilizou pela tempestade de processos contra Sérgio Cabral criou um fato eleitoral, que acabou beneficiando seu amigo, ainda que essa não fosse a intenção. Nesses casos, o que interessa e o fato.

CNJ
Ainda hoje me lembro da figurões da esquerda reunidos no Rio, segurando uma faixa de apoio a Marcelo Bretas, sob o estímulo do senador Randolphe Rodrigues (Rede-AP), que, por um tempo, virou o garoto-propaganda dos desmandos da Lava Jato contra o presidente Michel Temer. Pois é...

O Conselho Nacional de Justiça pede que Bretas se explique por manifestações políticas no dia da eleição. Informa o site "Jota":

"O corregedor-nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, determinou que dois juízes de segundo grau e três de primeiro prestem esclarecimento ao CNJ em até 15 dias por terem se manifestado politicamente durante as eleições. Antes do pleito, a Corregedoria havia publicado nota de recomendação, com base na Lei Orgânica da Magistratura, para que magistrados evitassem manifestações públicas e emitissem posições político-partidária em redes sociais, entrevistas ou em outros meios de comunicação.

Os juízes notificados pelo CNJ são Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, Márcia Simões, da Vara do Júri de Feira de Santana (BA), e Isabele Papafanurakis, substituta da 6ª Vara Criminal de Londrina. De segunda instância, terão de prestar esclarecimentos Ivan Sartori, do Tribunal de Justiça de São Paulo, e Ângela Alves, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. "Eles terão 15 dias para apresentar informações a respeito de fatos narrados em notícias veiculadas por diversos veículos de comunicação quanto a manifestações públicas vedadas a magistrados. As notícias foram encaminhadas para cada um dos magistrados interessados", diz a nota do CNJ.

O texto, porém, não cita quais manifestações de cada magistrado levaram ao pedido de providência. Bretas, por exemplo, parabenizou Flávio Bolsonaro e Arolde de Oliveira, que foram eleitos para o Senado pelo Rio de Janeiro. Já Sartori publicou em seu perfil nas redes sociais apoio ao candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL). Contra Márcia Simões pesa o fato de ter surgido nas redes uma foto dela com uma camiseta com foto do presidenciável do PSL.

Sobre Papafanurakis, surgiu nas redes sociais texto em defesa de Bolsonaro que foi atribuído a ela."
Herculano
10/10/2018 14:23
PARTE DO MDB DE SANTA CATARINA VAI DE FERNANDO HADDAD, PT

O ex-governador Paulo Afonso Evangelista Vieira, MDB, funcionário de carreira da secretaria da Fazenda e o que mais endividou Santa Catarina, declarou o seu voto no segundo turno ao petista Fernando Haddad.

E deixou claro isso durante a reunião da executiva do partido que decidiu pela neutralidade do segundo turno de Santa Catarina entre Gelson Merísio, PSD, e o Comandante Moisés, PSL.

Ou seja, o MDB fugiu da segunda derrota, mas mostra que no fundo, não engoliu a primeira derrota com Mauro Mariani, presidente do partido e que manobrou tudo para ser candidato e não chegou à disputa de segundo turno.

Com todo o passado que carrega, Paulo Afonso queria ser um dos candidatos da chapa de Mariani. Com a entrada do PSDB e do PR, foi "rifado" para a sobrevivência da coligação que se montou. Paulo Afonso cruzou os braços. Agora, está de braços dados com o PT.
Alexandre Campos
10/10/2018 13:18
Herculano

Os acertos estão selados, vereador de esquerda e da ala de oposição, levará umas dúzias ao cabide do prefeito. Está tudo certo, assim garante a vaga de vice 2020. Brizola tenta juntar a ossada em São Borja para convencer o Edil, que isto não se faz. Tem que cumprir o compromisso, Rangel e Demmer estão indignados com o acerto de bastidores.
Miguel José Teixeira
10/10/2018 11:43
Senhores,

Na mídia:

"Apenas 27 deputados eleitos dependeram dos próprios votos para se eleger"

Atentem: apenas 27, repito, apenas 27 dos 513 Deputados Federais!

Há algo errado. . .muito errado. . .

Você vota no fulano e acaba elegendo beltrano e/ou cicrano!

Quem poderá corrigir tal distorção???
Herculano
10/10/2018 11:03
da série: político não tem jeito.

HADDAD DEFENDE ATÉ AS ARMAS

Conteúdo de O Antagonista. Além de esconder Lula e o vermelho do PT, Fernando Haddad vai defender mais armas para a povo.

Diz a Folha de S. Paulo:

"Informado por governadores do Nordeste de que o discurso pró-armas pegou entre os mais pobres, foi aconselhado a defender mais poder de fogo, sim, 'mas nas mãos certas', e a incorporar a criação de uma guarda nacional, proposta de Geraldo Alckmin no primeiro turno, ao seu plano de governo."

O PT já está apelando.

O QUE LULA OUVIU DOS MILITARES

Como noticiamos, repercutindo o Estadão, Lula mandou emissários como Nelson Jobim, ex-ministro da Defesa, para conversar com militares.

Queria saber qual será a reação da caserna se Fernando Haddad ganhar a eleição.

Ouviu o óbvio, segundo o jornal:

"A resposta foi 'cumpre-se a Constituição'."

E mais:

"Todos líderes procurados avisaram que não admitem intromissão em questões internas das Forças, como politizar promoções ou interferir nos currículos das escolas militares, mudanças já cogitadas por petistas. Mexer na Lei da Anistia ou retomar discussões, como a Comissão da Verdade."

Especificamente sobre o indulto, a resposta foi a seguinte:

"Sobre a possibilidade de indulto a Lula, para surpresa dos emissários, a resposta dos militares foi unânime: 'Isso é problema da Justiça'. No entanto, os militares não deixaram de registrar que isso não seria bom porque reforçaria o sentimento de falta de segurança jurídica no País."
Miguel José Teixeira
10/10/2018 10:19
Senhores,

1) Substituição de posto Ipiranga na candidatura PeTralha:
Sai o presidiário lula e entra o colecionador de relógios de grife falsificados. . .

2) Cresce a briga nos bastidores, para a liderança da "bancada dos protegidos do supremo":
lambisgóia das araucárias X jagunço das Gerais!

3) Pela pífia atuação do maridão na Câmara Federal e sua obsoleta atuação na Estadual, até que a matriarca da oligarquiazinha pelega foi bem votada. FELIZMENTE o eleitor/contribuinte deixou-a à pé!
Herculano
10/10/2018 09:38
BOLSONARO EM OBRAS, MITO E REALIDADE, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Candidato critica barganha no Congresso; dificuldade para aprovar reformas será grande

Um eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL) já está em obras. Discutem-se nomes de ministros; empresários e financistas relevantes oferecem préstimos ao candidato que venceu o primeiro turno da eleição, mostra esta Folha.

Há um ânimo de revolução no ar entre bolsonaristas. Resta combinar com o Congresso, que passou por um desmanche na eleição. É um Parlamento ainda informe, entre outros motivos porque deve ocorrer recomposição relevante de bancadas até março e porque os partidos que comandavam o baile sofreram derrotas imensas.

A margem para aprovação de reformas continua apertada, indicam os números. Como se não bastasse, um pilar da campanha de Bolsonaro era a crítica da divisão de poder com os partidos.

Executivos e empresários dizem que não se pode fracassar diante dessa "oportunidade única" de "mudança de paradigmas", que não se pode frustrar "esse voto de confiança em uma mudança profunda". Referem-se à possibilidade de extensa reforma liberal, dada a força da direita nas urnas.

Porém, o que há de mito e realidade nessa ideia de um Congresso mais inclinado a votar reformas liberais? O que já se pode dizer desta Câmara recém-eleita?

1) Os partidos mais à esquerda, em tese uma bancada antirreformas, continuam quase do mesmo tamanho: 136 deputados de PSOL, PC do B, PT, PDT, PSB e Rede (ante 137 eleitos em 2014). Sobram então 337 votos na Câmara. O Solidariedade pode ser incluído nessa coalizão em casos como o da reforma da Previdência. Sobram 364 votos;

2) por falar em Previdência, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o principal líder de Bolsonaro no Congresso e talvez ministro de peso, disse que a reforma proposta por Temer "é ruim, é uma porcaria";

3) pouco antes do caso Joesley, metade do ano passado, o reformista de passagem Michel Temer tinha fidelidade de uns 75% dos parlamentares de sua coalizão; no seu auge, 90%. Caso Bolsonaro arrebanhe todos os parlamentares fora da esquerda, terá de conseguir uma taxa de fidelidade de Temer no auge para aprovar mudanças na Constituição (pelo menos 308 votos);

4) claro que estamos em outro mundo. Claro que pode haver defecções na bancada dita de esquerda. Quem sabe a fidelidade dos deputados a um presidente Bolsonaro venha a ser militar. Etc. Essa aritmética simples serve apenas para indicar que o caminho das reformas não é suave;

5) repita-se: Bolsonaro afirmou durante a campanha e ainda nesta semana que não vai negociar cargos por apoio parlamentar. Para isso dar certo, teria de haver novidade também revolucionária no nosso sistema de coalizões e de consensos. O governo tende a ser mais estável e efetivo no Parlamento quanto mais a divisão de poder, ministérios e alto escalão, reflete a composição do Congresso;

6) uma bancada bolsonarista homogeneamente conservadora, como parece possível na Câmara, favorece acordos. Mas há mais indícios de que os deputados tendem mais ao conservadorismo de costumes do que ao liberalismo em economia;

7) não houve ainda adesão em massa a Bolsonaro. Partidos do centrão, atacados pelo candidato, liberam o voto de seus integrantes no segundo turno;

8) o Congresso está em desordem. MDB, PSDB e DEM, que coordenavam os trabalhos, foram derrotados e encolhidos. Os bolsonaristas ainda não têm tecnologia de coordenação política e terão de lidar com a fragmentação ainda maior da Câmara. Apenas adesismo não basta.
Herculano
10/10/2018 09:34
EQUIPE DE BOLSONARO DISCUTE FUSÃO DE MINISTÉRIOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Entre as medidas inovadoras em discussão na equipe do candidato Jair Bolsonaro (PSC) está a fusão das áreas da Cultura, do Esporte e do Turismo em um único ministério, levando em conta a concepção moderna de viés econômico, que reconhece nesses segmentos na formação de 6 a 7% do Produto Interno Bruto (PIB). O novo ministério pode levar os nomes das três áreas, mas podem também ganhar uma nova denominação: Ministério da Indústria do Entretenimento.

IDEIA É POSITIVA
A fusão de ministérios agrada a equipe de Bolsonaro, incluindo Stavros Xanthopoylos, professor da FGV responsável pela área de Educação.

MEC DE VOLTA?
Especialistas em Educação ligados ao Exército defendem a fusão das pastas sob o antigo nome do Ministério da Educação e Cultura (MEC).

ESPORTE E EDUCAÇÃO
O Esporte tem o papel da preparação física como valor de cidadania, ideia simpática ao candidato, o que fortalece a opção pelo velho MEC.

NÃO É MAIS ASSIM
Para setores militares, Cultura e Esporte são ligados ou "subordinados" a Educação, mas esse entendimento é considerado superado.

'MALDIÇÃO' CUNHA DERROTA SEUS ALGOZES NAS URNAS
Os deputados que votaram favoráveis à celebrada cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha não conseguiram tirar partido, nas urnas, da posição firme contra o parlamentar que se encontra preso há mais de sete meses. Apenas quatro dos 12 "algozes" de Cunha no Conselho de Ética da Câmara foram reeleitos domingo. Entre os aliados de Cunha um perdeu o mandato: Laerte Bessa (PR-DF).

ARAÚJO FORA
Presidente do Conselho de Ética que comandou o começo do fim de Cunha, José Carlos Araújo (PR) perdeu a eleição de domingo.

'MALDIÇÃO' FUNCIONOU
Os petistas Zé Geraldo (PA) e Leo de Brito (AC) se escafederam. Aquele da tatuagem de Temer, Wladimir Costa (SD-PA), dançou.

ESCAPARAM
Foram reeleitos Paulo Azi (DEM-BA), Sandro Alex (PSD-PR) e Júlio Delgado (PSB-MG). Marcos Rogério (DEM-RO), relator, virou senador.

ASSASSINOS COVARDES
O governo brasileiro está convencido de que o vereador venezuelano Fernando Albán foi vítima de assassinato pelos meganhas da ditadura loca. Ele "caiu" do prédio da polícia política de Nicolás Maduro.

MUITO DIFÍCIL
O senador eleito Major Olímpio (PSL-SP), muito ligado a Bolsonaro, acha "muito difícil" Renan Calheiros se eleger presidente do Senado. Os novos senadores, avalia, não aceitariam isso. Querem mudança.

ELA QUER SER DEPUTADA
"Com certeza em 2020 não", disse Janaína Paschoal ao Bastidores do Poder, da rádio Bandeirantes, sobre eleição à prefeitura paulistana. Ela não quer outra coisa senão cumprir o mandato de 2 milhões de votos.

INDIGNAÇÃO CIDADÃ
O deputado Vinicius Poit (Novo-SP), que apoia Bolsonaro no 2º turno, espantou-se com as 300 mil adesões ao seu abaixo-assinado contra o reajuste de 16% para parlamentares. Sua meta era 100 mil assinaturas.

ARMANDO DUAS QUEDAS
O senador Armando Monteiro (PTB-PE) está a uma eleição igualar a marca de um ilustre político pernambucano, João Cleofas. Após três derrotas nas urnas, ele passou a ser chamado de "João Três Quedas".

TE CUIDA, FACE
O youtuber Luís Miranda (DEM-DF) saiu de Miami, onde morava há 4 anos, para ser eleito deputado federal em Brasília. Seu primeiro projeto torna Facebook e etc co-responsáveis pelas ofensas que agasalham.

VAI QUE É TUA, ROLLEMBERG
Derrotada na disputa pelo governo do DF, Fátima Sousa (Psol) diz que apoiará Rodrigo Rollemberg (PSB) no 2º turno se ele atacar Bolsonaro. O governador terá de escolher entre agradar os 4% dos votos da professora ou os 936 mil votos de Bolsonaro (58%) no Distrito Federal.

CLASSIFICADOS DE EMPREGO
Derrotado nas urnas, outro ex-presidente da Câmara dos Deputados Marco Maia (PT-RS) terá de arrumar outra coisa para fazer. Ele havia retornado ao baixo clero sem ser notado. Era deputado desde 2006.

PENSANDO BEM...
...a situação de Haddad no 2º turno está tão complicada que até o ex-presidente Lula quer distância dele
Herculano
10/10/2018 09:30
PSDB TENTA SE REEGUER DOS ESCOMBROS DA PIOR FORMA POSSÍVEL, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Acerto de contas tucano ameaça reduzir partido a linha auxiliar de Bolsonaro

O PSDB desmoronou no dia 13 de março de 2016. Naquele domingo, Aécio Neves, Geraldo Alckmin e outros tucanos chegaram ao ato pró-impeachment na avenida Paulista sob vaias e gritos de "bundões" e "oportunistas". O senador mineiro tentou cumprimentar um manifestante e foi chamado de "ladrão". A delação da JBS ainda nem existia.

Os caciques do partido ficaram menos de 30 minutos no protesto, até perceberem que era melhor ir embora. Depois, a sigla divulgou uma nota dizendo que os tucanos haviam ficado "extremamente satisfeitos com a recepção da população".

Cada um dos 938 dias seguintes foi um domingo na Paulista para o PSDB. O tucanato acumulou hostilidades e continuou barrado do novo ciclo político que estava em gestação.

O partido emergiu nesta terça (9) dos escombros da eleição em clima de acerto de contas. Em um bate-boca na reunião de cúpula da legenda, um ressentido Geraldo Alckmin se referiu a João Doria como traidor.

Além de simbolizar o momento ruinoso do PSDB, o episódio é sinal de que o partido que protagonizou décadas da vida do país tentará se reerguer da pior forma possível.

Alckmin ajudou a inventar Doria na política ao lançá-lo à Prefeitura de São Paulo em 2016. Depois, viu sua criatura trabalhar para ser candidato a presidente em seu lugar e fazer uma campanha casada com Jair Bolsonaro (PSL) ainda no primeiro turno da corrida ao Planalto.

Horas depois do fracasso do padrinho na disputa, Doria ensaiou um golpe ao expulsar desafetos do PSDB e autorizar aliados a defenderem a derrubada de Alckmin da presidência do partido. Agora, quer pegar carona na popularidade de Bolsonaro para ganhar o governo paulista. Se conseguir, poderá se tornar o tucano mais poderoso do país e terá peso para assumir a sigla.

Não se sabe qual PSDB sobrará desse processo. Varrido pelas urnas, o partido já deixou de ser referência em seu campo político. Pode ainda ser reduzido à irrelevância caso se torne linha auxiliar do bolsonarismo.
Herculano
10/10/2018 09:27
PT TROCA "NóS CONTRA ELES" POR "TODOS CONTRA ELE", por Josias de Souza

O PT chega ao segundo turno da eleição presidencial um pouco como o personagem da anedota, que mata pai e mãe e, no dia do julgamento, pede misericórdia com um pobre órfão. O PT quer a compreensão de todos para formar uma "frente democrática" de combate a Bolsonaro, personagem que o partido mesmo ajudou a criar com suas cleptogestões e seus pendores hegemônicos. A diferença entre o PT e o "órfão" da piada é que o PT deseja que o perdoem sem pedir perdão

Ao receber o apoio de Guilherme Boulos, do PSOL, Haddad insinuou, nesta terça-feira, que deseja atrair para sua caravana gente como Ciro Gomes, Marina Silva e até tucanos como Fernando Henrique Cardoso. Comentou a decisão do PSDB de ficar neutro: "Sendo uma deliberação partidária, a gente respeita. Mas evidentemente que vai haver pessoas mais ligadas ao Mário Covas que acho que tem outra perspectiva. Existe uma social-democracia ainda" no PSDB.

Para ajudar na articulação política, juntou-se à coordenação do comitê de Haddad o ex-governador baiano Jaques Wagner, eleito senador. Amigo e ex-ministro do pajé do PT, Wagner disse que o slogan "Haddad é Lula" já deu o que tinha que dar. "...Agora as pessoas querem saber mais da personalidade do próprio candidato. Então, é essa tarefa que a gente tem agora. Mostrar quem é o professor Haddad, o pai de família, o tocador de violão, o faixa preta de taekwondo."

Para que a "frente democrática" do PT vingasse, o partido teria de levar ao prato da balança meio quilo de autocrítica. Haddad teria que desdizer coisas que acabou de declarar no primeiro turno. Descartou, por exemplo, um mea-culpa pelo mensalão e o petrolão. Alegou que os crimes só vieram à tona porque os governos petistas fortaleceram os órgãos de controle, a Procuradoria e o Judiciário. Declarou que a petrorroubalheira nasceu na ditadura.

Para Haddad, a recessão e o desemprego não são obras do governo empregocida de Dilma. O fiasco seria decorrência de sabotagens de tucanos, que se uniram a Eduardo Cunha para implodir a gestão Dilma. De resto, Haddad não considera Lula como um corrupto de segunda instância. Ele o vê como uma inocente criatura, perseguida pela Procuradoria e pelo Judiciário.

Ou Haddad reconhece que o PT assaltou e permitiu que assaltassem os cofres públicos ou ficará entendido que o crime pode se repetir com sua chegada ao Planalto. Ou o candidato admite que Dilma foi um desastre ou a plateia ficará autorizada a suspeitar que haveria um replay num hipotético governo de Haddad.

Sem um mínimo de simancol do PT, a tal "frente democrática" ganhará a aparência instantânea de um pacto contra a lógica econômica e a probidade administrativa. A essa altura, Jair Bolsonaro já deve ter acendido uma vela pelo sucesso do plano do PT de trocar o 'nós contra eles' pelo 'todos contra ele'.
Herculano
10/10/2018 09:23
JAQUES WAGNER ENTRA EM CAMPO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O petista vitorioso na BA tentará costurar frente democrática para dar fôlego a Haddad

Fernando Haddad e o comissariado petista querem costurar uma "frente democrática" para derrotar Jair Bolsonaro e puseram em campo o ex-ministro e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner. Se conseguirem, no mínimo, levantam o nível da campanha.

Wagner é competente e seu desempenho na Bahia comprova isso. Governou o estado de 2007 a 2015, elegeu o sucessor que, por sua vez, acaba de se reeleger.

Se lhe faltasse credencial, no início do ano defendia uma chapa com Ciro Gomes e Haddad na vice. Foi atropelado pelo oráculo de Curitiba, recolheu-se e foi tratar de sua campanha para o Senado.

As duas principais pontas dessa costura são Ciro Gomes e Fernando Henrique Cardoso. Ciro tem um capital eleitoral e já disse que "ele não". Ainda falta que entre na campanha de Haddad.

Ele seria um corpo estranho no estilo que Haddad apresentou no primeiro turno. A questão será saber em que tipo de campanha e de propostas cabem os dois.

Só o tempo dirá onde o PT estava com a cabeça quando atropelou-o e, sobretudo, quando Dilma Rousseff descumpriu a palavra dada ao irmão de Ciro, que lhe oferecia uma cadeira de senadora pelo Ceará.
Roberto Mangabeira Unger, velho amigo dos Gomes, já conversou com Haddad.

A ponta de Fernando Henrique Cardoso é mais delicada. Ele está fechado em copas, numa dupla negativa: "Não concordo com o reacionarismo cultural e o descompromisso institucional de uns vitoriosos e tampouco com a corrupção sistêmica e com o apoio ao arbítrio na Venezuela e em outros países". Para tirá-lo dessa posição será necessária muita conversa.

Mesmo assim, FHC sabe o peso biográfico de um eventual silêncio. São duas costuras possíveis para Jaques Wagner.

Uma parte do fenômeno Bolsonaro saiu do rancor petista, da eternizada adoração oracular a Lula e, sobretudo, da resistência dos comissários à autocrítica.

Muitas pessoas podem até votar em Haddad, mas se o preço for defender a moralidade petista no balcão de uma lanchonete acabam votando no capitão. O rancor produzido pela onipotência virou veneno e ainda está lá.

Mesmo depois do massacre de domingo, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse o seguinte: "Nós vamos fazer um chamamento a todos os democratas. (...) Não temos restrição, se as pessoas tiverem noção do que está em jogo no Brasil e defenderem a democracia têm que estar nessa caminhada."
Quem a ouvisse acreditaria que falava a uma plateia de militantes. "Têm que estar", por que, cara pálida? A causa democrática não precisa do toque de clarim do PT, é justo o contrário.

A ideia segundo a qual o programa do PT precisa apenas de ajustes é suicida. Quem propõe uma frente democrática não fala essa língua, até porque felizmente os comissários já jogaram no mar a proposta de uma Constituinte.

A maior frente já construída na política brasileira foi a das Diretas-Já, de 1984. Nela entrou até Tancredo Neves que, com fina percepção, a considerava "necessária, porém lírica".

Na sua fala ao Jornal Nacional, Jair Bolsonaro desautorizou a sugestão de Constituinte de sábios e a referência ao "autogolpe" de seu vice Hamilton (e não Augusto) Mourão.

Fica combinado assim. Faltou esclarecer o significado de uma frase na sua saudação de domingo: "Vamos botar um ponto final em todos os ativismos do Brasil".

Sem ativistas não há democracia. Não existiriam o PT, nem o PRTB de Levy Fidelix com seu aerotrem. Bolsonaro também precisa de um filtro moderador, mas talvez a banda golpista de seu eleitorado nem o queira.

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