Para abafar a falta de iniciativas, propaganda de reeleição do candidato Kleber torna-o herói contra a pandemia - Jornal Cruzeiro do Vale

Para abafar a falta de iniciativas, propaganda de reeleição do candidato Kleber torna-o herói contra a pandemia

23/04/2020

Um herói e o vírus malvado I

Segunda-feira cedo, o prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, MDB, reuniu-se no auditório da Ditran. Estava lá com parte do seu staff. Era para explicar aos vereadores e outros, o que ele está fazendo para proteger os cidadãos contra a Covid-19. Bela iniciativa. Eu aprovo. Bato palmas. Mas, foi um ato de transparência dos políticos e gestores públicos de que tanto reclamo aqui? Não! Então, eu desaprovo. Era, infelizmente, e mais uma vez, apenas um palanque político para se construir narrativas. Aproveitou-se de uma desgraça para o qual estávamos mais vulneráveis do que os outros municípios. E por que? Porque a Saúde Pública em Gaspar perdeu-se nas prioridades para as obras físicas - sob dúvidas e há até uma CPI em andamento na Câmara -, apesar da montanha de dinheiro que a Saúde e o Hospital – sob intervenção da prefeitura – consumiram. Tudo sem resultados proporcionais para a comunidade, principalmente, a mais desassistida. Não posso me estender – devido a limitação física deste espaço. Assim, recomendo os artigos “O coronavírus promove políticos e quem padece é a população I, I, III e IV”, desta coluna, publicados segunda-feira no portal do Cruzeiro do Vale, o mais acessado daqui.

Um herói e o vírus malvado II

Na reunião de segunda-feira estava lá também o prefeito de fato, o presidente do MDB de Gaspar, o coordenador da campanha de Kleber, o secretário titular da poderosa secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa, o advogado, o ex-bombeiro militar, e agora acumulativa e interinamente secretário de Saúde, Carlos Roberto Pereira. Ele já se asilou nela como titular em 2018, depois de perder a maioria na Câmara feita para aprovar seus planos. Só este quadro dantesco mostra o quanto improvisa Kleber com os seus à reeleição, em algo muito sério e técnico para a cidade e os cidadãos. Foram cinco titulares e interino na pasta Saúde em menos de três anos e meio. Foram quatro administrações ditas como revolucionárias e profissionais no Hospital em igual período. E como escrevi na segunda-feira, apesar disso, as reclamações continuam vindo de todos os lados.

Um herói e o vírus malvado III

Como uma cidade de 70 mil habitantes pode ter, num momento tão crítico como este, um secretário da Saúde interino e que não um titular e do ramo? Como pode um secretário que sabia que seria indicado para a Saúde, em plena pandemia, sair do Brasil para passar férias no Caribe onde havia focos da Covid-19 nos programas de cruzeiros marítimos? Como pode ser Gaspar uma cidade exemplo, o prefeito enfatizar isso e tomar para si uma suposta proteção da cidade, se ela foi a última e entrar com medidas efetivas na prevenção? Como pode se orgulhar daquilo que depende diretamente das estruturas de saúde de Blumenau, Brusque e Itajaí para os casos graves? Como pode se vangloriar de estar vencendo o vírus malvado se foi Gaspar foi a única até agora, a contribuir com a morte de um infectado em Blumenau? Gaspar mobilizou e integrou tardiamente a Defesa Civil à Saúde; não possui leitos de UTI e os rejeitou em três anos e meio para o Hospital sob sua intervenção; mais: logo depois que o secretário interino de Saúde anunciou que os casos por aqui estavam diminuindo, a própria prefeitura na contagem que divulgava, mostrava o aumento?

Um herói e o vírus malvado IV

Se há heróis nesta história toda não são os políticos e os gestores públicos, mas os cidadãos. São eles que vão pagar esta pesada conta da má gestão da crise, inesperada, diga-se. Pagarão com sacrifícios (e até com a morte), perda de empregos, achatamento de salários, perda de negócios, falência, aumento de dívidas, impostos e miséria prolongada. Os políticos continuarão numa boa, se deixarmos. O próprio Kleber, refém de seus “çabios”, não fez a sua parte no sacrifício. Nem como gesto simbólico. Ele manteve intacto até agora o seu salário de R$27.356,69 mensal, maior do que o de Blumenau, que já reduziu em 20%. A falta de transparência dos que estão gerenciando as consequências da Covid-19 em Gaspar é tão grande, que durante o encontro feito para prestar contas, omitiram que se comprou 150 testes rápidos. São esses testes, com metodologia e não para aplicar aos amigos do poder de plantão como se desenha, que vão dizer se realmente as medidas adotadas por Gaspar, mesmo aparentemente erradas e precárias, foram eficazes ou não. Contudo, não com 150 testes, mas no mínimo 1.500, se ficarmos na proporção da Coréia do Sul, que controlou a doença como ciência, planos, estrutura, especialistas e estatísticas. Esta sim, é ação mais eficaz até que as UTIs que nos faltam e custam horrores em tempo de pandemia. Os testes separam os grupos de infectados, controla-se a transmissão e se programa o atendimento com segurança na necessária volta à normalidade da cidade.

Um mês depois do prazo (18 de março), foram entregues as passarelas metálicas da ponte sobre o ribeirão Gasparinho na Rio Branco com a Industrial Beduschi. É uma obra simples, mas uma das mais úteis para livrar pedestres e ciclistas do perigo. Custou R$274.341,69, quase uma ponte nova. Na semana passada recebeu a pintura final, e na mão. Mas, não era para ser eletrostática com diz o edital de concorrência? A ferrugem agradece!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TRAPICHE

UTI com dez leitos e não cinco como queriam os “çabios”. Ela fica pronta no Hospital de Gaspar até a primeira semana de maio. Resistiram por mais de três anos à esta decisão e a programavam para antes de 2024. Agora resta saber quem é o dono do Hospital e como vai se bancar à manutenção de tudo isso.

Ah! Mas na região há carência de UTIs. Havia até a Covid 19. E não bastam máquinas. É preciso equipes com ou sem leitos ocupados. Planejamento, dinheiro e atualização.

O fedor do lixo. O caminhão Volvo QHP-9104 está recolhendo o lixo em Gaspar para a Vitaciclo. Ele é da Saay’s Soluções Ambientais, cujos donos são os da Say Muller. E tem mais...

Samae inundado I. O Rio Itajaí Açú, em Gaspar, está seco? Não! Então, como pode faltar água na cidade por causa da estiagem? Porque não foram feitas as óbvias interligações das redes com a captação e tratamento do Centro. Este é o resultado da gestão de três anos do mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP.

Samae inundado II. Está na Câmara mais um aumento de água e lixo, tudo referendado pela Agir – agência reguladora da AMMVI a serviço dos prefeitos. É para reforçar o caixa do Samae de Gaspar nas implantações das drenagens sem receitas? Acorda, Gaspar!

 

Edição 1948

Comentários

Miguel José Teixeira
27/04/2020 09:56
Senhores,

Pensando bem: ao Alexandre Ramagem não falta!

E, justamente esse excesso de ramos, poderá redundar em galhos.

Aguardemos pois, as "otoridades" competentes definirem a galhagem. . .
Miguel José Teixeira
26/04/2020 12:37
Senhores,

Deu a volta por cima?

O quadriunvirato bolsonaro, suspeito de locupletar-se do erário, eliminou os empecilhos e resguardou-se com relevantes servidores públicos, pagos também, evidentemente, pelo erário.

Mais ou menos o que meu pai já dizia: "Nunca roubes. Se caíres na tentação, roube bastante para mandar prender o delegado"

Caso Moro não apresente provas contundentes das acusações feitas ao presidente, o "capita" será promovido à estadista.

Comenta-se que o ex-presidiário ZÉDIRCEU colocou-se à disposição do quadriunvirato bolsonaro para articular com o centrão. "Know how" ele tem. . .

Talvez resida aí, a esperança do pizzolatti (ooops. . .dizem que Esperança é o nome da sogra do zédirceu)
Herculano
26/04/2020 09:27
ESTADISTAS, POPULISTAS E A PANDEMIA, por Affonso Celso Pastore, economista e ex-presidente do Banco Central, no jornal O Estado de S. Paulo

Temos na Presidência um populista obcecado pelo objetivo de reeleger-se

No início do ano, foi publicada uma excelente biografia de Frank Ramsey, um cientista ligado à Universidade de Cambridge, que em sua curta vida de apenas 27 anos deixou contribuições marcantes nos campos da filosofia, da matemática e da teoria econômica. Na economia, uma de suas contribuições foi uma modelagem matemática que permitiu responder à pergunta: "Quanto a sociedade deve poupar para favorecer as próximas gerações?". Quanto mais deixarmos de consumir no presente, mais investiremos elevando o produto, o consumo e o bem-estar das populações no futuro. Para responder qual é a distribuição ótima entre as gerações, os economistas contemporâneos incluem uma taxa de desconto para trazer a valor presente o consumo das gerações futuras. Taxas de desconto mais elevadas favorecem um consumo maior da geração presente, e planejadores que dão um peso elevado ao bem-estar das gerações futuras preferem taxas de desconto mais baixas. Ramsey tinha um profundo senso ético e grande apreço pelo bem-estar das próximas gerações, o que o levou a utilizar uma taxa de desconto nula, dando peso igual a todas as gerações.

Em um horizonte bem mais curto do que o de uma geração, a pandemia impõe aos governos uma escolha semelhante. A adoção do afastamento social poupa vidas à custa de uma recessão no presente, cujos efeitos são parcialmente atenuados por medidas que impeçam a quebra de empresas e compensem a queda de renda dos menos favorecidos, em troca de um crescimento mais vigoroso adiante. No outro extremo, o afastamento social é abolido na esperança de evitar uma recessão no presente, porém à custa de um enorme número de mortes e de menor crescimento futuro. Se o governante responsável pela decisão tiver respeito pelo futuro do país, decidirá como se tivesse uma taxa de desconto baixa ou mesmo nula, respeitando as recomendações dos cientistas e optando por um isolamento social mais rígido. Mas se o objetivo for manter sua popularidade elevada no curto prazo para favorecer sua reeleição, atirará às urtigas o futuro do país usando uma taxa de desconto muito alta.

Sempre acreditei que os estadistas têm taxas de desconto bem menores do que populistas, e minha convicção cresceu ainda mais ao ouvir o discurso de Boris Johnson quando deixou o hospital curado do coronavírus. Tendo inicialmente manifestado dúvidas com relação à eficácia do afastamento social e sido criticado fortemente por esse erro, não hesitou em curvar-se humildemente às evidências dos cientistas do Imperial College of London, voltando atrás em sua posição e decretando a continuidade do afastamento social em todo o território inglês. Como um excelente biógrafo de Churchill, não pode ser surpresa que tenha feito o discurso típico de um estadista, conclamando o povo à união na guerra contra o vírus. Boris Johnson viu a cara da morte e reduziu sua taxa de desconto para um nível muito mais baixo do que a de populistas de direita, dos quais Trump é um exemplo que é imitado por Bolsonaro.

Em um momento difícil como este, é natural que no Brasil haja divergências. Empresários que construíram suas empresas com o duro trabalho de décadas temem perdê-las ou a duras penas ter de reconstruí-las. Pessoas humildes em cujas casas pobres vivem inúmeros familiares perderam sua renda, passando a viver de transferências do governo. Nos dois casos, a tentação é atribuir a culpa ao distanciamento social e, quando cai o número de mortes, ambos lutam para que este acabe, sem se dar conta que a queda do número de mortes é a consequência do afastamento ocorrido anteriormente. A experiência do Japão e de Cingapura mostraram que é um erro abandonar precocemente a quarentena. Caberia ao governo explicar à sociedade a inevitabilidade da quarentena, trabalhando em um protocolo de saída que evite um aumento do contágio, e não se acovardando em tomar as medidas compensatórias que reduzam o custo durante o período de isolamento.

Mas não temos na Presidência um estadista, e sim um populista que, obcecado pelo objetivo de reeleger-se, tem uma taxa de desconto muito elevada, desprezando as consequências de seus atos sobre o futuro do País. Em vez de seguir o exemplo de Boris Johnson, reconhecendo humildemente seus erros e buscando unir os cidadãos, a intolerância e o radicalismo de Bolsonaro o levam a agredir todos os que divergem de suas ideias. Em vez de unir o País, ele o divide, com consequências muito negativas para o presente e para o futuro.
Herculano
26/04/2020 09:25
REAÇõES DESVABIDAS PODEM AGRAVAR A CRISE, por Marcos Lisboa, economista, presidente do Insper, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (2003-2005), no jornal Folha de S. Paulo

O país precisa sair desta turbulência de pé, e não de joelhos

A ausência de uma agenda clara por parte do Executivo para enfrentar a pandemia e seus desdobramentos tem resultado em um descontrole que pode inviabilizar a recuperação da economia.

Caberia ao governo federal definir as prioridades da política pública, analisar os impactos esperados das propostas e alertar sobre as restrições existentes.

Na sua ausência, Legislativo e Judiciário, casas de iguais, ficam submetidos às pressões dos diversos grupos para resolver, por maioria, problemas específicos, ignorando seus efeitos sobre o restante da sociedade.

Liminares são concedidas para o não pagamento de obrigações, pondo em risco a solvência de muitos fornecedores. Multiplicam-se programas de auxílio sem saber da sua prioridade.

A crise é grave. Certamente a política pública deve assegurar os recursos necessários à saúde e aos desassistidos pela perda de renda.

Muitas medidas recentes, no entanto, têm ido muito além do auxílio temporário nesta crise. Programas são criados em duplicidade, como a concessão de crédito para pequenas empresas. Benefícios permanentes são aprovados, como a ampliação do acesso ao BPC.

Com o governo distante do debate, falta quem possa arbitrar conflitos e garantir a consistência das medidas, por vezes com lesivos efeitos colaterais.

Um exemplo, entre muitos, é a proposta de tributar em até 10% o lucro dos últimos 12 meses das empresas com mais de R$ 1 bilhão de patrimônio.

Esquecem que empresas estão perdendo boa parte do seu caixa e que muitas correm risco de falência? Como irão pagar o tributo? Vender ativos em meio à crise? E como ficarão seus empregados e fornecedores?

O populismo vai coletar pouco, mas pode causar grande dano. Os dados de 2018 indicam um potencial de arrecadação de R$ 37 bilhões, menos de 10% do que o governo já está a gastar nesta crise.
Será que vale a pena pôr em risco a solvência de grandes empresas que empregam muita gente e viabilizam cadeias produtivas?

Outros elegem os bancos como vilões e propõem medidas sem avaliar as condições de contorno. Não sabem que as linhas externas de financiamento escassearam, que o custo do capital aumentou e que deve ocorrer uma expansão generalizada das perdas de crédito?

Parecem ignorar que bancos emprestam os recursos dos depositantes, que podem ser perdidos em caso de descontrole.

Em meio à crise, que ganha novos contornos, as lideranças do Congresso e do Supremo deveriam suprir, dentro do possível, o vazio do Executivo. Deve-se garantir a consistência e a coordenação das medidas, além de avaliar seus efeitos colaterais.

O país precisa sair desta turbulência de pé, e não de joelhos.
Herculano
26/04/2020 09:19
AFAGO FEITO AO CENTRÃO COMEÇA A SURTIR EFEITO, por Lauro Jardim, no jornal O Globo

Paulo Guedes tem sido curto e grosso quando dá a assessores diretos sua opinião sobre botar recursos do Tesouro para financiar obras de infraestrutura, como prevê o recém-anunciado programa PróBrasil, apelidado no Planalto de "Plano Marshall brasileiro": "Querem sair do buraco cavando mais fundo". Guedes aponta o ex-subordinado e atual ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, como o culpado de o plano (ou o esboço dele, que é o que se tem até agora) ter vindo à luz. Para o Posto Ipiranga, o que moveu Marinho foi uma "vontade eleitoreira de gastar". "Os olhos dele brilham quando fala em obras", tem repetido Guedes a integrantes de sua equipe. Embora o Planalto não confirme, Guedes diz a quem quiser ouvir que Marinho é o artífice do plano que usará investimento público para tentar reanimar a economia combalida pela Covid-19. O ministro do Desenvolvimento Regional teria convencido o ministro Tarcísio Freitas, que levou a ideia a Jair Bolsonaro.

GOVERNO

Um dia após o outro

Pesquisas telefônicas de um grande instituto, feitas antes do discurso num ato golpista e sobretudo antes da explosiva demissão de Sergio Moro, mostravam que a aprovação de Jair Bolsonaro estava em leve viés de subida.

Nova política

Preocupado em mudar o modo de se fazer política no Brasil, Jair Bolsonaro prometeu o FNDE a Arthur Lira, líder do PP, figura de relevo do centrão, e réu em dois processos da Lava-Jato no STF. O FNDE, que até dezembro tinha na presidência um indicado de Rodrigo Maia, gere o maior orçamento do MEC - cerca de R$ 50 bilhões anuais.

Sem cupido

As piscadelas de Jair Bolsonaro para o centrão começaram a surtir efeito. Ciro Nogueira prometeu a Rodrigo Maia que o PP não iria traí-lo nem deixá-lo isolado, mas avisou que o partido manterá contato direto com o Palácio do Planalto - em outras palavras, não precisa mais do presidente da Câmara para negociar com quem manda.

Tiro n'água

Hamilton Mourão, embora tenha evitado as críticas públicas, considerou mais uma trapalhada a decisão de Jair Bolsonaro de comparecer às manifestações que pediam o fechamento do Congresso, no domingo passado.

Lugar na história

Mourão anda repetindo reservadamente a avaliação de Delfim Netto sobre a Casa Civil de Jair Bolsonaro: "A pior da História da República". Assim como Delfim, Mourão evita citar o nome de Onyx Lorenzoni, mas é a ele que se refere e não ao recém-chegado Braga Netto.

CÂMARA

Pé e mão

Rodrigo Maia anda tão cuidadoso com a Covid-19 que, para entrar na casa onde mora o presidente da Câmara, em Brasília, o convidado precisa cobrir os sapatos com um revestimento descartável e lavar as mãos com álcool em gel.

O preferido

Rodrigo Maia não fala do tema publicamente, mas líderes do centrão dão como certo que o seu candidato à própria sucessão na presidência da Câmara, em fevereiro de 2021, é Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB). Isso, claro, se não aparecer uma reeleição no meio do caminho.

SENADO

Dois tracinhos

Davi Alcolumbre leva à loucura alguns aliados e líderes partidários do Senado. Vira e mexe, passa semanas sem responder as mensagens enviadas por eles.

SAÚDE

Baixas no front

A Rede D'Or, o maior grupo hospitalar do Brasil, já contabiliza três mil funcionários afastados de suas funções desde março por causa da Covid-19.

BRASIL

Ao ataque

Se Jair Bolsonaro atender aos apelos de Hamilton Mourão e assinar uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) voltada à fiscalização na Amazônia, as operações in loco começarão a ser feitas periodicamente já a partir de maio. Foram identificadas sete áreas prioritárias, onde a escalada do desmatamento é mais preocupante. Ficam no Pará, Amazonas, Rondônia e no norte de Mato Grosso.

Fumaça do passado

Henrique Mandetta, agora ex-ministro, deixou para trás uma série de vícios que faziam parte de sua rotina - um dos mais importantes, o cigarro. Mandetta parou de fumar no mesmo período em que surgiu o primeiro caso de Covid-19 no Brasil, perto do carnaval.

PARTIDOS

Líder da oposição?

Constatação: quase seis meses depois de ter sido libertado, Lula está cada vez menor politicamente, mesmo diante de um governo federal que tem se esfarinhado diante dos brasileiros.

LAVA-JATO

Segunda etapa

A assinatura da delação de Eike Batista (que ainda precisa ser homologada pelo STF) não pôs fim à agonia de seu filho Thor e de sua mulher, Flavia. A situação de ambos, que tiveram bens bloqueados pela Justiça, será definida mais para frente. Durante a negociação com a PGR, foi estabelecido prazo de 180 dias para se decidir de que forma eles serão abarcados pelo acordo e se sofrerão alguma punição.

ECONOMIA O 'PG'

Que Posto Ipiranga que nada. Em privado e em reuniões ministeriais, Jair Bolsonaro só chama Paulo Guedes de PG.

Quem diria

Milagres dos tempos de Covid: Paulo Guedes tem conversado com José Serra. E tem elogiado o tucano.

GENTE

Às compras

Nelson Piquet acaba de comprar um terreno de 5 mil metros quadrados no condomínio Portobello, em Mangaratiba (RJ), para erguer uma casa de praia. Pagou R$ 2 milhões.

LUXO

Agora não dá

A inauguração do primeiro restaurante Fasano no exterior, prevista para acontecer em julho, na Park Avenue, em Nova York, dançou. O motivo é, obviamente, a Covid-19. Ficou para 2021.

CULTURA

Às calendas

Mais uma atração da série "não rolou". Bolsonaro disse numa live que pretendia extinguir a Ancine. Pouco antes afirmara que mudaria a sede da agência do Rio para Brasília. Não fez nem uma coisa nem outra. E hoje parece mais interessado em salvar a própria pele do que qualquer outra coisa.
Herculano
26/04/2020 07:57
A GUERRA NA REDE

uma observação no twitter de Antônio Tabet,ator do Porta dos Fundos

Deixa eu ver se entendi: então, desde ontem, para os bolsonaristas, Sérgio Moro é um corrupto vendido e quem tem reputação ilibada e compromisso com a honestidade são Roberto Jefferson, Valdemar Costa Neto, Arthur Lira, Marco Feliciano e o clã?
Herculano
26/04/2020 07:52
da série: uma parte dos votos dados a Bolsonaro são de Moro, mesmo que ele não tenha feito campanha e nem declarado voto em Bolsonaro

De Dário Júnior, advogado e professor no twitter:

Muita gente dizendo "não votei no Moro". Tudo certo, mas da minha parte digo que EU VOTEI. Em certa medida o voto no Bolsonaro em 2018 era um voto de respaldo à Lava Jato e plena garantia à Polícia Federal, MPF e magistrados envolvidos.
Herculano
26/04/2020 07:50
da série: fácil de entender, mas não para os fanáticos...

SERGIO MORO É SERGIO MORO PORQUE COMBATE O CRIME SEM POUPAR NINGUÉM

Conteúdo de O Antagonista. O pedido de demissão de Sergio Moro continua a dividir os bolsonaristas.

Mas a questão é muito mais simples do que parece: se aceitasse a troca na PF, feita para blindar o círculo presidencial, Sergio Moro estaria fechando os olhos para um crime.

Ele nunca fez isso - e nunca fará.

Sergio Moro tornou-se Sergio Moro porque sempre combateu o crime de maneira transparente e imparcial, sem poupar ninguém - Lula ou Jair Bolsonaro.
Herculano
26/04/2020 07:31
ASSIM COMO DILMA, BOLSONARO ARRISCA O PESCOÇO EM CRISE DE FRENTES MÚLTIPLAS, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Um impeachment depende da soma de alguns fatores; presidente vai encarar agora boa parte das batalhas que a petista enfrentou e perdeu
A cartilha das crises políticas mostra que um presidente em apuros consegue salvar a própria pele se tiver habilidade para fazer manobras certeiras e aproveitar alguma brisa a seu favor. Uma sequência de barbeiragens no meio de uma tempestade, por outro lado, pode ser mortal.

Jair Bolsonaro (sem partido) adicionou um elemento complicador a essa tormenta ao forçar a demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça. O presidente rachou sua base eleitoral e lançou seu governo num conflito de múltiplas frentes, com desfechos ainda imprevisíveis.

Políticos experimentados, que já participaram da derrubada de alguns presidentes, costumam dizer que um impeachment depende da soma de alguns fatores: situação econômica deteriorada, falta de respaldo político no Congresso, povo nas ruas e algum elemento jurídico para justificar o processo. Manchas ligadas à corrupção e temas acessórios servem como aceleradores.

A maneira como presidentes sob risco lidam com essas pressões costuma definir o resultado das crises. Dilma Rousseff (PT) brigou em todas essas trincheiras, cometeu erros e perdeu. Bolsonaro vai encarar agora boa parte dessas batalhas.

A petista inaugurou seu segundo mandato, em 2015, com a economia em franca descida. Depois de negar a necessidade de ajuste fiscal, convocou Joaquim Levy para consertar a festa de gastos públicos feita nos anos anteriores. Produziu uma crise, viu o ministro ser bombardeado por seus próprios aliados até sua queda, em dezembro daquele ano, e agravou a ruína econômica.

Bolsonaro chegou ao poder em situação menos desconfortável, mas contratou um especialista em fechar torneiras para chefiar a equipe da área. Arrependeu-se cedo, como se vê. Paulo Guedes não entregou os resultados esperados pelo presidente e passou a ser esvaziado pelo chefe. O movimento fragilizou a imagem de Bolsonaro entre investidores, que viam o ministro como único fiador da política econômica de um governo desarrumado.

Num elemento adicional definidor, o desgaste da popularidade de Dilma se aprofundou com o avanço da Lava Jato no encalço do PT e do governo. A presidente tentou reagir com uma manobra administrativa em março de 2016, quando o processo de impeachment já estava em curso.

Acuada pelas investigações e pressionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela mudou o comando do Ministério da Justiça. O argumento dos petistas na ocasião era que o então chefe da pasta, José Eduardo Cardozo, não conseguira enquadrar a Polícia Federal para esfriar a operação.

A situação de Bolsonaro é bem diferente. O grupo político do presidente não é alvo de uma megaoperação de combate à corrupção, o que deveria facilitar sua vida. Mas o choque com o ministro da Justiça, incluindo acusações de interferência direta sobre os trabalhos de investigação, pode provocar outra sorte de prejuízos graves.

Bolsonaro se lançou num cardápio de possíveis crimes ao pressionar Sergio Moro pela troca do comando da PF e dizer que gostaria de ter acesso a relatórios do órgão, o que configuraria obstrução de justiça. Para piorar, ainda deu um pontapé num personagem que era símbolo do combate à corrupção - elemento que ajudou a agregar uma fatia relevante do eleitorado à sua causa na campanha de 2018.

Quando fragilidades como essas se acumulam, presidentes costumam ficar de olho nos sinais da arena política. Dilma acreditou que conseguiria construir uma blindagem no Congresso e fabricou erros em sequência.

Primeiro, a petista montou um governo partilhado com as legendas do conhecido centrão, apenas para ser traída pouco mais de um ano depois. Depois, patrocinou um candidato para vencer Eduardo Cunha (MDB) na disputa pela presidência da Câmara, mas foi derrotada. Com as nuvens do impeachment no horizonte, chamou Michel Temer (MDB) para cuidar da articulação política - e foi traída novamente.

Bolsonaro também se mexe nessa frente da crise. Depois de negar composições com os partidos no Congresso e se tornar um presidente minoritário no Legislativo, ele mandou acenos ao centrão com uma oferta generosa de cargos para os padrões bolsonaristas.

Isolado politicamente, o presidente parece decidido a apostar numa jogada de risco, dado que o movimento também abala seus vínculos com a base eleitoral que o elegeu, num gesto de repúdio à política tradicional.

Pode até dar certo, visto que os partidos do centrão foram os primeiros a fazer um gesto coordenado para minimizar a crise entre Bolsonaro e Moro, afastando o risco de impeachment - ao menos por enquanto.

A resistência de Bolsonaro se dá principalmente pela ausência dessas condições políticas imediatas para um processo para derrubá-lo e, principalmente, pela aparente manutenção de sua popularidade. Não há nas ruas os movimentos de massa que ocorreram contra Dilma, tanto pelas restrições impostas pela crise do coronavírus, como pela falta de mobilização organizada contra o presidente.

O embate com Moro, a deterioração da economia e o namoro com o centrão ainda podem produzir reflexos nesses índices de aprovação do governo, principalmente dentro do grupo que se convencionou a chamar de bolsonarista. Esse será o principal termômetro do desfecho da crise e dirá se Bolsonaro vai traçar seu próprio destino ou seguir os passos da petista.

Michel Temer já provou que mesmo um presidente que conduz uma economia vacilante, que sofre abalos em sua imagem por acusações graves e sustenta índices de popularidade pífios pode sobreviver no cargo. Uma caneta poderosa ajudou o presidente a produzir uma maioria artificial no Congresso para chegar ao fim de 2018. Bolsonaro também tem uma dessas e parece disposto a usá-la.
Herculano
26/04/2020 07:08
da série: se doação antes da campanha afeta a campanha, como diz a legislação, mas os ministérios públicos eleitorais fecham os olhos frequentemente, por aqui, alguns candidatos carimbados ficarão de fora

'DOAÇÃO' DE HUCK PODE CONFIGURAR CRIME ELEITORAL, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Louco para virar político, se Luciano Huck tentar se lançar prefeito do Rio de Janeiro, este ano, como se fala, pode ser impedido. Semana passada, ele divulgou vídeo através do Whatsapp onde anunciou uma doação de R$200 a qualquer residente de Vegel do Lago (AL). É uma campanha que chamou de "Zap do bem", onde residente da região - após cadastro - recebe um crédito através de carteira digital para "pagar boletos, fazer compras". O problema é que isso pode ser crime eleitoral.

ILÍCITO ELEITORAL

"Desequilibra o pleito de forma ilícita. Pode caracterizar abuso de poder econômico, promoção pessoal", diz a jurista Samara Ohanne.

CRIME GRAVE

Se tentar ser prefeito ou vereador este ano, Huck pode ter a candidatura impugnada ou, caso eleito, ter seu mandato cassado", adverte Ohanne.

NÃO PODE SER CANDIDATO

Huck diz no vídeo que "a gente vai te ajudar", "significa que ele está envolvido" diz Ohanne. Em ano eleitoral, é proibido para candidatos.

SERVE PARA 2022

Porém, "não há como configurar crime eleitoral para as eleições gerais", para presidente, em 2022, ressalta a advogada eleitoral Leila Ornelas.


RAMAGEM À FRENTE DA PF GANHOU APOIO DE HELENO

A indicação do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal, recebeu apoio de peso. Para além do próprio presidente Jair Bolsonaro e família, Ramagem é um nome cuja indicação agradou muito o seu chefe direto há 16 meses: o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.

DIAS SOFRIDOS

Heleno viveu momentos tensos, na crise da demissão de Sérgio Moro: foi ele quem mais se esforçou para aproximar o ex-juiz do presidente eleito.

BOA CONVIVÊNCIA

Ramagem ganhou a confiança do general Heleno pelo profissionalismo à frente da Abin, órgão subordinado ao seu GSI.

GRATIDÃO

Alexandre Ramagem chefiou a segurança na campanha de Bolsonaro, que diz dever sua vida ao delegado e a sua equipe.

TAMOS AÍ

Amigo de longa data do presidente Jair Bolsonaro, o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) estava na fazenda da família, no interior de Sergipe, quando começou a crise Moro. A família não queria, mas ele pegou o rumo de Brasília imediatamente. Até porque é cotado para virar ministro.

OBJETIVO ERA ROMPER

Um detalhe fez o governo concluir que Sergio Moro quer o Planalto: ele não esperou a conversa combinada com Bolsonaro, para definir nome consensual a direção da PF. "Todos os delegados são inteligentes", disse Bolsonaro, "pode ser qualquer um". Moro preferiu chutar o balde.

XIS DA QUESTÃO

O problema do presidente Jair Bolsonaro, para se fazer acreditar, é a altíssima credibilidade do ex-juiz e ex-ministro da Justiça. A imagem do herói que meteu na cadeia um bando de políticos ladrões é muito viva.

FALTOU DEDICAÇÃO

O presidente Bolsonaro contou que sua "interferência" na Polícia Federal foi para mostrar que se a mesma atenção dada ao caso Marielle fosse conferida ao dele, os mandantes da facada já seriam conhecidos.

DORMINDO COM O INIMIGO

Enquanto Moro saboreava o vazamento de mensagens privadas que trocou com Bolsonaro, não faltou quem lembrasse a atitude do presidente apoiando seu ministro da Justiça, durante a VazaJato.

PODERIA SER MAIS BARATO

A expectativa pela venda direta de etanol aos postos, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, tem tido efeito na produção. Segundo a Conab, a safra atual será a maior da história: 35,6 bilhões de litros. Sem distribuidores/atravessadores, o benefício seria do consumidor.

TRABALHO SEM HOLOFOTE

Enquanto uns buscam atritos para garantir mais tempo de holofotes, a ministra Tereza Cristina (Agricultura) garantiu um Plano Safra 2020/21 específico da agricultura familiar, em decorrência da pandemia.

ENGRENOU

Até pela reconhecida "roda presa" da gestão de Luiz Mandetta, o Brasil demorou a começar testes em larga escala para o coronavírus, mas os números começam a subir rapidamente e já se aproximam dos 300 mil.

PENSANDO BEM...

...só falta a Bolsonaro seguir o exemplo de Sergio Moro, durante a Vazajato, e jurar que não reconhece as mensagens atribuídas a ele.
Herculano
26/04/2020 06:57
RESPOSTAS A UMA TEMPESTADE PERFEITA, por Armínio Fraga, economista e ex-presidente do Banco Central do Brasil, no jornal Folha de S. Paulo

A sinalização de que existe solução viável para a crise ajuda a reverter o pessimismo

Há décadas tenho me dedicado ao estudo das crises econômicas. Nesse período convivi com o tema atuando aqui e no exterior como economista, professor e gestor de investimentos. Tive inclusive a ocasião de trabalhar duas vezes no Banco Central, ambas abundantes em crises.

A atual é a mais desafiadora que já vi. No nosso caso, trata-se de uma verdadeira tempestade perfeita. Isto porque temos que lidar ao mesmo tempo com três graves crises: sanitária, econômica e política.

As três vêm sendo objeto de intensa cobertura e debate. Por isso, vou apenas resumir o quadro, para a seguir focar no que fazer a respeito (em tese, pelo menos).

A pandemia vem exigindo relevante isolamento social, em parte por determinação oficial, em parte por medo da doença. Seus impactos já se mostram dramáticos e heterogêneos. Sofrem como sempre mais (e muito) os mais pobres, assim como as empresas que lidam diretamente com clientes, sobretudo as pequenas e médias.

O desemprego, que já vinha alto, vai aumentar muito. O crescimento, que já era anêmico, vai virar queda substancial no PIB. Esse quadro de doença e desemprego é motivo de ansiedade geral. Infelizmente, falta ainda uma estratégia clara e de âmbito nacional para se lidar com a pandemia.

Na economia, medidas vêm sendo tomadas na direção de amortecer a perda de renda de milhões de pessoas e a falta de crédito para as PMEs mais atingidas. Com o (necessário) aumento dos gastos ligados à crise e com a queda na arrecadação decorrente da recessão, as necessidades de financiamento do Estado vão crescer muito.

Os mercados terão que absorver muita dívida. Paira no ar o medo de que gastos temporários se tornem permanentes, hoje uma ameaça concreta, como uma bactéria oportunista.

Essa dupla incerteza sanitária e econômica é paralisante, e ameaça se transformar em uma perigosa espiral recessiva. A ficha precisa cair quanto a esse grave risco.

Como se não bastasse o massacre social e econômico que está encomendado, o quadro político vem se complicando com repetidos sinais de desprezo pela democracia e pela ciência emitidos pelo Executivo federal, acompanhados por desentendimentos entre os Poderes e relevantes trocas de comando nos altos escalões do governo federal.

Como consequência da tempestade perfeita, a Bolsa vem caindo e o dólar e os juros de longo prazo vêm subindo.

O que fazer então? Crises econômicas em geral se resolvem quando se vislumbra um caminho de saída viável, em direção a objetivos bem definidos e plausíveis. Esse caminho tem que ser construído. Nos piores momentos de uma crise, tudo parece impossível.

Mas a sinalização de que existe uma solução viável em geral ajuda a reverter as expectativas mais pessimistas. Na medida em que as expectativas comecem a ser confirmadas por ações concretas, a crise tende a amainar, e a economia a se recuperar. O que podemos plausivelmente esperar do nosso caso?

Na saúde, busca-se o fim da pandemia com o menor custo possível em termos de vidas e sofrimento. As experiências internacionais recomendam que um grau elevado de isolamento social seja mantido até que as curvas de contaminação e óbitos claramente se invertam. Estamos longe desse ponto.

Para minimizar o dano, urge reforçar as equipes médicas e seus equipamentos, assim como massificar o uso de máscaras, de testes e de rastreamento de casos. Apesar de contarmos com a ampla rede do SUS, do ponto de vista das ferramentas necessárias estamos bem atrasados.

Muito provavelmente a pandemia só será debelada quando vacina e/ou cura chegarem. Esse horizonte longo complica deveras o encaminhamento das soluções.

Portanto, parece certo que o elevado estresse social também durará bastante tempo e exigirá a continuidade das políticas assistenciais, provavelmente adentrando 2021. Digno de menção aqui o extraordinário esforço da sociedade através do terceiro setor.

As demandas sobre o Estado já são enormes e tendem a crescer. Nesse contexto, ideias exóticas como moratórias de pagamentos e empréstimos compulsórios vêm sendo cogitadas. Ora, as cadeias de pagamento em uma economia moderna são extensas e complexas. Há que se tomar cuidado aqui. Propostas mal desenhadas podem acrescentar uma crise financeira às já existentes nas áreas sanitária e econômica.

O enfrentamento de um desafio destas dimensões requer necessariamente que o Executivo federal assuma seu papel institucional de liderança e coordenação, algo que não vem ocorrendo. Não basta o importante esforço de governadores e prefeitos.

Urge um bom diálogo com o Congresso, para adequar as pautas às urgências do momento. É necessário também definir prioridades para os gastos correntes, limitando-os às necessidades temporárias da crise.

E, por fim, o Executivo precisa deixar claro que, uma vez superada a crise sanitária, a busca do equilíbrio fiscal estrutural será retomada. Estes são desafios enormes para qualquer governo, que dirá para um em crise política.
Herculano
26/04/2020 06:45
da série: o que de bom mesmo fez o piauense Paulo Afonso Evangelista Vieira de Souza, MDB, como governador catarinense?

MOISÉS E A NECESSIDADE DE CONVENCER, por Upiara Boschi, nas revistas da NSC de Florianópolis, Joinville e Blumenau

Uma vez perguntei ao ex-governador Paulo Afonso Vieira (MDB) o que ele faria diferente se comandasse outra vez o Estado. Na resposta, o emedebista disse que seria mais pragmático do que foi naquele período de 1995 a 1998, quando ficou marcado por uma gestão criticada por isolamento político e operações financeiras polêmicas. No que disse, no entanto, há uma frase que pode ser pinçada e que independe do leitor gostar ou não do ex-governador - e que vale para todos os que vivem a política.

- Eu achava que as coisas boas fluíam naturalmente, seriam aceitas por todos sem nenhum tipo de estímulo ou incentivo. Hoje eu sei que a gente precisa convencer as pessoas mesmo das coisas boas.

Convencimento é parte importantíssima da atividade política e não é apenas uma questão de falar. Desde que a crise do coronavírus virou uma realidade entre os catarinenses, o governador Carlos Moisés tem falado diariamente em entrevistas coletivas transmitidas pela internet e replicadas pelos principais veículos de informação. Mesmo assim, peca no convencimento sobre suas decisões em relação ao isolamento social - tanto ao restringir, lá no começo, quanto ao flexibilizar, nas últimas duas semanas.

O que estamos vendo na prática é uma disputa clubística entre os que defendem aos panelaços o isolamento social como forma de preservar a saúde das pessoas contra os que buzinam pela reabertura das atividades econômicas para impedir o colapso financeiro do Estado. Nela, Moisés perdeu a confiança do primeiro time ao desradicalizar as restrições, sem ganhar apoio algum no outro lado - que enxerga na decisão apenas o governador cedendo às pressões.

Mais do que nunca, Moisés precisa convencer de que tem lastro para suas decisões - seja para fechar, seja para abrir. Nas últimas semanas, a impressão que ficou é de que o governador não teria mais como manter as pessoas em casa e o comércio fechado, sob risco de desobediência civil. Se tivesse que impor o isolamento pela força - instrumento possível pelo cargo que ocupa - estimularia ainda mais uma disputa de autoridade que o contrapõe ao presidente Jair Bolsonaro. Quando mais às pessoas vão para rua, mais empoderado está o presidente - sempre crítico do isolamento.

A posição titubeante de Moisés fez com que ficasse isolado. Setor produtivo, parte considerável da sociedade, lideranças políticas - todos perderam o temor de contrapor Moisés. Mais do que nunca, o governador precisa ser convincente de que suas convicções têm rumo, diretriz, embasamento e atendem ao bem comum.

Nisso é importante a ênfase que foi dada esta semana nos pronunciamentos do governador ao percentual de ocupação dos leitos de UTI no Estado, sempre abaixo dos 20%. Se continuar assim, afrouxa-se as restrições com base na capacidade de atender os infectados. Se subir, restringe-se mais. É um dado técnico mensurável e balizador das políticas a serem adotadas. Da mesma forma que às vésperas das enchentes acompanhamos a subida do nível do rio, temos agora um instrumento para medir nossas apreensões. E Moisés, uma narrativa de convencimento.
Herculano
26/04/2020 06:37
MORO! O MARRECO FEZ STRIKE, por José Simão, no jornal Folha de S. Paulo

O Bozo deve ter tomado umas três caixas de cloroquina!

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Quarentena: o povo daqui de casa tá achando que sou uma estrela cadente, não pode me ver que já faz um pedido. Arruma isso, arruma aquilo! Rarará!

Nunca imaginei um dia entrar no banco de máscara para sacar dinheiro e ainda ser cumprimentado pelo guarda! Rarará!

E o Moro! O Marreco não fez QUACK, fez um STRIKE! O Bozo deve ter tomado umas três caixas de cloroquina! E os meninos desorientados! Rarará!

Breaking News! 1) Para blindar os filhos, Bolsonaro exonera o diretor da PF. 2) Para manter o acordo com os corruptos do centrão, Bolsonaro exonera o diretor da PF! 3) Thiago Souza: "Três são os motivos para exoneração do diretor da PF: Flávio, Eduardo e Carluxo"!

E o Moro passou dois anos fazendo cara de paisagem, de natureza-morta! O Marreco engoliu muito sapo! E esse é o ministério pé de manga! A gente só fica ouvindo as mangas caindo. BUM! BUM! BUM! O próximo BUM é o Guedes. O BUM da Economia. Rarará!

E os novos apelidos do Zumbi da Saúde: Corpo Seco, Manequim de Funerária e Cocheiro do Drácula! Rarará. Ele não parece o Mick Jagger. Parece o SICK JAGGER! Ministro da Doença! Um ventríloquo, não sabe nada e não manda nada. Não serve nem pra abajur! Só de repelente! Rarará!

E esta: "Motéis continuam firmes na pandemia e aceitam aglomeração". Surubavírus. Convid-19. E os motéis continuam abertos porque são do ramo de comida. Rarará!

E o time que luta contra a corrupção ganha um reforço: Roberto Jefferson! E o MDB é o partido mais quenga que existe desde os tempos de Salomé! Máfia Do Brasil. Monte De Bosta!

E avisa o Doria que o dia que abrir shopping em São Paulo vai ser o estouro da boiada. Todo mundo ávido pra comprar o que não precisa! Brasileiro é como banana, gosta de andar em penca. Rarará!

E vai ter tanto divórcio depois da quarentena. Vinte e quatro horas juntos não é todo o amor que resiste. "Tira o lixo pra fora." "Tira você!" "Você engordou!" " Seu cabelo tá uma palha!" E a briga pelo controle remoto! Um quer ver "A Máfia dos Tigres", outro quer ver "Irmãos à Obra"! E se um dos conjes tem TOC? "Se você mudar isso de lugar eu peço o divórcio!"

E adorei a quarentena do site Pronto Postei: "Estou em cruzeiro: cruzo a sala, cruzo a cozinha, cruzo pro quarto". Rarará! E não se esqueçam: o vírus é comunista! Rarará!!

Nós sofre, mas nós goza!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Herculano
26/04/2020 06:33
É UMA BRASA, O MORO, por Carlos Brickmann

Nos tempos da Internet a manivela, um empresário me convidou para ser diretor-adjunto; uma das minhas funções seria vigiar o meu chefe. Explicou: "Ele me rouba". OK, e por que não o demite? "Não posso. Ele sabe muito".

Bolsonaro queria livrar-se de Moro desde que descobriu que o ministro não podia, nem queria, intrometer-se nas investigações da Polícia Federal. E por que o levou a sair agora, mesmo tendo noção de que Moro sabe muito? O ótimo portal Consultor Jurídico, baseado em informações de um colunista com três prêmios Esso, informa que o inquérito da Federal sobre notícias falsas chegou ao Gabinete do ?"dio - e, portanto, a Carluxo, um dos filhos de Bolsonaro. A mesma investigação apura quem organizou a manifestação pró-golpe a que Bolsonaro compareceu - há suspeitas sobre dois dos filhos do presidente, Carluxo, o 02, e Eduardo, o 03. Entre o governo e a família, Bolsonaro escolheu a família. E corre o sério risco de perder o governo.

O ministro Celso de Mello, decano do Supremo, deu dez dias de prazo ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para apresentar informações sobre um dos pedidos de impeachment do presidente. Maia tinha deixado o pedido na gaveta, confiando na tradição do STF de não intervir nesses casos. Mas a tradição mudou: ele terá de agir. Bolsonaro, quem diria, nas mãos de Maia!

Impeachment precisa ter base jurídica, mas é ato político. Sem Moro, os grupos pró-impeachment ganham mais base política. E o vice é um general.

OS TIROS DE LADO A LADO

Moro bateu duro na entrevista em que anunciou sua demissão. Acusou o presidente de pelo menos cinco crimes. Em quatro das denúncias, só será possível provar o que diz se tiver gravado as conversas - o que seria desleal, mas no campo da política é algo bem disseminado. Bolsonaro, na entrevista em que apresentou a história como ele a viu, narrou seu relacionamento com Moro de maneira diferente, em que esses crimes não aparecem. E, o que é importante, pediu a Augusto Aras, procurador-geral da República, que apure as acusações de Moro. É uma atitude forte, de quem acha que tem razão.

QUEM É O MENTIROSO?

O pedido ao Ministério Público para que investigue as denúncias de Moro tem importância, já que atribuir falsamente a alguém a prática de crime é também um crime. Mas há uma acusação de Moro que pode ser comprovada ou desmentida: a de que sua assinatura foi colocada na demissão do delegado Maurício Valeixo sem que ele a tenha assinado. Se a assinatura foi colocada no documento sem que ele o soubesse, o responsável pode responder por falsidade ideológica, crime previsto no artigo 299 do Código Penal. Uma boa investigação pode determinar quem é o mentiroso e quem fala a verdade.

VELHAS HISTóRIAS

De Jair Bolsonaro em novembro de 2018, em entrevista à Rede Record, sobre o convite a Sergio Moro: "Eu não vou interferir em absolutamente nada que venha a ocorrer dentro da Justiça no tocante a esse combate à corrupção. Mesmo que viesse a mexer com alguém da minha família no futuro. Não importa. Eu disse a ele: é liberdade total para trabalhar pelo Brasil".

HISTóRIAS VELHAS

Uma das declarações de Moro, em sua entrevista de demissão, é estranha: disse que, quando convidado, pediu a Bolsonaro apenas que lhe garantisse uma pensão para a família, caso morresse no combate ao crime. Em que lei estaria baseado para fazer o pedido? Por que para ele (embora, pelo mundo, muita gente que se destacou no combate ao crime tenha sido assassinada) e não para Paulo Guedes, cujas decisões poderiam fazer com que milionários ficassem menos ou mais milionários? Moro não avançou no tema. E deveria.

THE DAY AFTER

Sergio Moro já não é juiz, deixou de ser ministro. Estará interessado em se envolver na política, disputando, digamos, a Presidência da República? A deputada Joice Hasselmann, do PSL paulista, que rompeu com Bolsonaro, já lançou sua candidatura. O problema é que é muito cedo: Moro é hoje muito popular, mas daqui até as eleições terá de ficar ao sol e ao sereno. E, como candidato, na faixa de centro-esquerda até a centro-direita, terá adversários fortes além de Bolsonaro: João Doria, por exemplo, que pretende ocupar o mesmo campo político em 2022. O pessoal mais à esquerda não se sentirá à vontade para apoiar o candidato que, como juiz, não só revelou a corrupção dos governos petistas como ousou condenar Lula (e, com suas delações premiadas, demolir o relacionamento entre empresários corruptos e políticos corruptores, ou vice-versa). Terá como adversário, também, quem condena o estreito relacionamento - aliás, ilegal - entre juiz e Ministério Público. Terá jogo de cintura para evitar que esses adversários tomem seus votos?

QUE PRETENDE?

Moro deixou abertas todas as opções. Pode também advogar e palestrar. Ou esperar: se por acaso Mourão chegar lá, iria buscá-lo? Ele voltaria?
Herculano
26/04/2020 06:21
BOLSONARO SONHA COM O FIM DO MUNDO, por Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O radicalismo delirante do presidente é fruto do desespero

Os eleitores de Jair Bolsonaro viveram o suficiente para ver o juiz Sergio Moro lembrando que durante a Operação Lava Jato a presidente Dilma Rousseff não procurou intervir nas investigações que corroíam seu governo. Isso na mesma fala em que denunciou a interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal e o uso essencialmente fraudulento de sua assinatura eletrônica na exoneração "a pedido" do delegado Maurício Valeixo. A pedido de quem?

Formalmente, Moro pediu demissão. No mundo real, ele foi expulso do governo por Jair Bolsonaro. O ministro procurou negociar a substituição de Valeixo, mas esse caminho foi bloqueado no escurinho de Brasília. Sua saída agrava uma crise que Bolsonaro deliberadamente estimula.

Desde a chegada da pandemia, assombrado pelo medo de que seu governo possa acabar, Bolsonaro cultiva um radicalismo delirante. Demitiu o ministro da Saúde, foi para o portão do QG para estimular golpistas, apadrinhou uma mirabolância econômica que transforma o ministro Paulo Guedes em adereço de passista. Se tudo isso fosse pouco, avançou na jugular de Sergio Moro.

O repórter Gerson Camarotti sintetizou a conduta de Bolsonaro: ele entrou no "modo desespero". Isso existe. Bernard Madoff era visto como um mago da finança americana e havia presidido a bolsa de
tecnologia de Nova York.

Em 2001, seu fundo de investimentos, um negócio de US$ 65 bilhões, rendia 10% ao ano, alegrando grã-finos, inclusive alguns brasileiros. Era tudo mentira e sua explosão, questão de tempo. Ele passou a torcer para que o mundo acabasse. Assim ninguém saberia que ele era um vigarista.

No dia 11 de setembro de 2001 ele viu o atentado das torres gêmeas e aliviou-se: "Ali poderia estar a saída".

Não estava. Ele foi apanhado anos depois e está na cadeia, cumprindo uma pena de 150 anos. Um de seus filhos matou-se e todos os seus bens foram a leilão, inclusive os chinelos.

Num país assolado pela epidemia e por uma recessão econômica, assombrado e dispersivo, Bolsonaro sonha com o fim do mundo.

GUEDES VIVE UM PESADELO AO OUVIR QUE PRó-BRASIL É UM PLANO MARSHALL

Ministro da Economia honrou evento de lançamento do projeto com sua ausência

Paulo Guedes, o poderoso "posto Ipiranga" disse que seu projeto foi atingido por um "meteoro". Tinha razão, mas depois do meteoro da Covid-19 veio o Pró-Brasil, uma fantasia de R$ 30 bilhões de investimentos que criaria um milhão de empregos e duraria dez anos. Guedes honrou o evento com sua ausência.

Para um ex-aluno da Universidade de Chicago, Guedes vive um pesadelo ao ouvir gente dizendo que o Pró-Brasil é um Plano Marshall. Quem acha isso confunde guindaste com girafa. O chefe da Casa Civil condenou o paralelo, mas infelizmente não conseguiu detalhar o plano.

Noutra analogia, o programa seria comparável ao New Deal americano dos anos 1930 do século passado. Para isso, seria necessário colocar no mesmo pódio Jair Bolsonaro (que extinguiu o Ministério do Trabalho) e o presidente Franklin Roosevelt, que redesenhou as relações trabalhistas. Quem quiser brincar de New Deal em Pindorama deve saber que o presidente americano criou uma Previdência Social que ampara todos os cidadãos. Aqui há 40 milhões de invisíveis.

O Pró-Brasil é também uma vaga prestidigitação econômica. Os doutores falaram em investimentos do setor privado no mesmo dia em que o secretário de Desestatização revelou que não cumprirá sua meta de privatizações. O setor privado nacional está asfixiado e o internacional precisa ser convencido a investir num país governado por um negacionista que flerta com a quebra da ordem constitucional.

Atingido por uma crise que não provocou, Paulo Guedes está agora num governo que pretende desfilar o Pró-Brasil em ritmo de samba, enquanto ele continuará a dançar sua valsa na comissão de frente.

O Pró-Brasil é um neto torto do II Plano Nacional de Desenvolvimento, de 1975. Quando perguntaram ao então ministro da Fazenda, Mário Henrique Simonsen, o que ele achava do PND, publicado num livrinho de capa azul, ele foi breve: "Não leio ficção".

Ninguém se incomodou porque sabia-se que era verdade.

RECEITA DE RUÍNA

Governos que não tiveram um ou mais generais no Planalto estrelando espetáculos foram estáveis e, às vezes, bem sucedidos. A saber: os governos de Lula, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Emílio Médici. Todos tiveram chefes militares no comando do Exército.

Dois governos desastrosos tiveram generais buliçosos no palácio. A saber: as presidências de João Figueiredo e Costa e Silva. Isso, deixando-se de lado o de João Goulart, com o poderoso "dispositivo militar" do general Assis Brasil.

DIGITAL TÉCNICA

Pode ter sido coincidência, mas a técnica de manifestação em frente a um quartel tem a digital do capitão Jair Bolsonaro. Em 1992 ele era deputado e foi para o portão da Academia Militar das Agulhas Negras no dia da cerimônia de entrega dos espadins aos aspirantes. Pretendia distribuir panfletos aos convidados.

A bagunça foi contornada quando o comando mandou o major Luiz Eduardo Ramos negociar com Bolsonaro para que se distanciasse do portão.

Ramos, que hoje é ministro do capitão, rememorou o episódio para a repórter Maria Cristina Fernandes:

"Estava em uniforme de gala, mas subi na moto e fui encontrá-lo. 'P... Jair, aqui não dá'. (...) Jair, me ajuda, eu recebi uma ordem. (...) Aí consegui que ele continuasse a distribuir os panfletos só que em outro lugar que não ficava no caminho das autoridades. Todo mundo feliz e não deu mais problema." Não deu
problema, naquele dia.

EREMILDO, O IDIOTA

Eremildo é um idiota e acredita que, se Bolsonaro entregar ao centrão as arcas da Funasa e do FNDE a parlamentares da estirpe do notório Valdemar Costa Neto, eles honrarão seus compromissos.

O cretino empolgou-se com o grito de guerra do presidente na porta do QG do Exército: "Acabou a época da patifaria".

O que ele não entende é por que ainda não se sabe quem fez o edital de agosto passado do FNDE pretendendo comprar 1,3 milhão de computadores, notebooks e laptops para a rede pública de ensino a um custo de R$ 3 bilhões.

A Advocacia-Geral da União mostrou que o certame parecia viciado e que os 250 alunos de uma escola de Minas Gerais ganhariam 30 mil laptops. Outros 355 colégios receberiam mais de um equipamento para cada estudante. A licitação foi suspensa em setembro e cancelada em outubro.

Os mecanismos de controle da Viúva funcionaram, mas a patifaria persiste, porque até hoje não se revelou quem (e por que) botou o jabuti na forquilha.

ELEIÇÃO

A eleição municipal de outubro poderá ser adiada para novembro ou dezembro.

Uma coisa é certa, ela acontecerá neste ano.

Os interessados na prorrogação dos mandatos dos prefeitos devem tirar o cavalo da chuva.
Miguel José Teixeira
25/04/2020 18:12
Senhores,

Os opostos se atraem

É estarrecedor o "modus operandi" que os atuais $impatizante$ do quadriunvirato bolsonaro estão utilizando na defesa do presidente, das supostas irregularidades cometidas e denunciadas pelo Moro.

Assemelham-se aos PeTralhas! Parece até que as duas quadrilhas se uniram!

A batalha agora é para definir quem irá comandá-la:
o ex e futuro presidiário lula ou o provável ex-presidente bolsonaro. . .

É evidente que o ex-Juiz Federal, com 22 anos de experiência, dispõe de robustas provas. Caso contrário, virará "piadinha de salão".

Em tempo: 22 é a idade do zero 4, que seu pai, orgulhosamente, afirmou que ele tinha 20 anos e havia saído com metade das garotas do condomínio em que vivem no Rio de Janeiro.
Miguel José Teixeira
25/04/2020 12:59
Senhores,

No Correio Braziliense, hoje, em Política:

"Lula manda recado a Maia

Em entrevista à agência de notícias espanhola EFE, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre o momento de tensão no Brasil e alertou para o perigo das recentes ações de Jair Bolsonaro. O petista mandou recado ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia sobre os pedidos de impeachment. "Deveria aceitar, porque o Bolsonaro já cometeu muitos crimes de responsabilidade", recomendou, avisando. "Quando se nega a política, o que surge depois é bem pior do que a política, foi assim que nasceu Hitler, foi assim que nasceu Mussolini, é assim que nascem os ditadores, com a negação da política, porque não existe saída melhor para o mundo do que a democracia"

Só, evidentemente, esqueceu de dizer:

. . .e foi assim também, que nasceu o ex e futuro presidiário lula!
Herculano
25/04/2020 11:40
SITE DA CÂMARA NA IDADE DA PEDRA E CONTRA O CIDADÃO QUE O SUSTENTA

Não é de hoje que o site da Câmara de Gaspar acompanha o horário diminuto de barnabé do Legislativo ou a quarentena pela Covid. Quando os funcionários saem da Casa, parece que ele também encerra o expediente e se instala na dormência até alguém retornar fisicamente ao legislativo.

Esta esquisitice digital e tecnológica contra a transparência e o acesso do cidadão em pleno século 21, é recorrente e não é de hoje. O site só exite, porque o Ministério Público pulou no pescoço e obrigou administrações passadas a colocar ele no ar a favor da cidadania e da transparência.

Para pendurar ele não ar novamente, você precisa entrar em contato com alguém relacionado a presidência de plantão. Nem sempre isso dá certo.

A gambiarra do sistema ficou exposta nas sessões e reuniões virtuais recentes devido o impedimento de se fazer sessões e reuniões presenciais. Uma vergonha. E olha que se gasta com isso.

Nesta semana, ele ficou instável mais uma vez. Neste sábado, por exemplo, está dormindo até o momento desta postagem. E não há ninguém disponível para acordá-lo e permitir que os cidadãos acessem leis, projetos, documentos, números e até a propaganda dos próprios vereadores. Acorda, Gaspar!

Herculano
25/04/2020 11:29
da série: até os poderosos mundiais em tempo de crise esticam as pernas conforme o tamanho do cobertor. No Brasil só os políticos e a casta dos servidores dos três poderes e do Ministério Público insistem em esticar a conversa.

BOEING DESISTE DE COMPRAR ÁREA DE AVIAÇÃO COMERCIAL DA EMBRAER

Americana, sob pressão por Covid-19 e crise do 737 MAX, diz que brasileira não cumpriu condições

Conteúdo de O Antagonista. Texsto de Igor Gielow,. A compra da área de aviação civil da Embraer pela Boeing, maior negócio aeroespacial da história brasileira, foi cancelado.

O anúncio foi feito na manhã deste sábado (25) pela empresa americana, que afirmou ter rescindido o contrato porque a fabricante brasileira não teria cumprido todas as suas obrigações contratuais para executar a separação da sua linha de aviões regionais.

Mas as dificuldades financeiras da Boeing devido à conjunção de uma crise interna, com a paralisação da produção do best-seller 737 MAX por problemas técnicos que geraram acidentes fatais, com a queda de demanda mundial pela pandemia do novo coronavírus, são fatores considerados centrais para o desfecho por envolvidos nas negociações pelo lado brasileiro.

A crise da Covid-19 desvalorizou brutalmente a Embraer também, levantando dúvidas sobre o preço a ser pago pela brasileira.

As empresas tinham até a meia-noite desta sexta (24) para fechar o acordo em termos técnicos. Isso não ocorreu, com duas versões distintas para o caso.

"A Boeing trabalhou diligentemente nos últimos dois anos para concluir a transação com a Embraer. Há vários meses temos mantido negociações produtivas a respeito de condições do contrato que não foram atendidas, mas em última instância, essas negociações não foram bem-sucedidas", disse Marc Allen, presidente da Boeing para a parceria com a Embraer e operações.

Segundo ele, "é uma decepção profunda". Allen não detalhou quais seriam os itens não cumpridos pelos brasileiros.

A Embraer ainda não se manifestou oficialmente. Executivos da empresa afirmam que os detalhes seriam mínimos e a Boeing não renegociou o prazo porque decidiu que a compra não seria viável agora.

Eles também levantam a hipótese de que a americana quis evitar pagar as multas contratuais estimadas em até US$ 75 milhões (R$ 420 milhões nesta sexta) por conta de uma desistência ?"valores não são conhecidos, mas são altos segundo quem tem familiaridade com a operação.

Os americanos vivem uma crise dupla. A do 737 MAX é a maior da história da Boeing, mas o a pandemia dificultou ainda mais a vida da fabricante americana devido ao tombo na demanda do setor aéreo. Sua ação custava R$ 1.820 no último dia de 2019 e R$ 716 na sexta.

Já a Embraer está sob impacto da Covid-19, com adiamentos de entregas e revisão de pedidos. Sua ação nos EUA custava R$ 109 em 31 de dezembro passado e, nesta sexta, fechou a R$ 32,50.

Além disso, a União Europeia também complicava o negócio, sendo que seu órgão regulador era o último que faltava aprovar a tratativa ?"deixou a decisão para 7 de agosto, no que era visto por brasileiros e americano meramente como proteção à europeia Airbus.

Seja qual for a verdade sobre o caso, a implosão do negócio é um grande revés para ambas as empresas.

O negócio entre Boeing e Embraer começou a ser costurado em 2017, quando a maior rival da fabricante americana, a europeia Airbus, comprou a linha de jatos regionais C-Series, da canadense Bombardier.

A empresa é a maior rival da Embraer, ocupando o segundo posto no mercado regional. Com a absorção da linha, renomeada A220, os europeus passaram a ter uma aeronave num nicho em que não trabalhavam, contando com a enorme capilaridade comercial para vendê-la mundo afora.

Isso alarmou a Boeing e também a Embraer, que passou a contemplar opções para aumentar a sua escala de venda. Os americanos também precisavam urgentemente renovar sua área de engenharia, que vinha apresentando deficiências e lentidão em projetos antes ainda da crise do 737 MAX.

A coincidência de interesses levou ao negócio, que foi fortemente enquadrado pelo governo brasileiro, detentor então de uma ação especial ("golden share") que lhe permitiria vetar qualquer tratativa. A ação era um resquício do processo de privatização da Embraer, em 1994.

Durante um ano, o Ministério da Defesa trabalhou com as duas empresas numa fórmula que contemplasse todos os envolvidos. Inicialmente, a Boeing queria comprar toda a Embraer, inclusive sua área militar e de aviação executiva.

Para evitar perder musculatura na decisão de projetos estratégicos, os militares acabaram favorecendo o desenho final. Nele, a Boeing levaria a área de aviação civil da Embraer formando uma empresa na qual teria 80% do controle, por US$ 4,2 bilhões (R$ 23,5 bilhões).

E a área militar da Embraer ficaria com a empresa nacional remanescente, assim como o setor de jatos executivos. Além disso, uma joint-venture seria formada, com controle de 51% dos brasileiros, para a venda do cargueiro militar C-390.

O acordo teve o beneplácito do Planalto sob Michel Temer (MDB) e foi ratificado por Jair Bolsonaro (sem partido) no começo de 2019.

O ano passado transcorreu tranquilamente, com a intrincada operação para desassociar parte das empresas, um processo chamado de "destrinchamento" internamente, sendo feito aos poucos. A Boeing o considerava praticamente pronto, mas havia questões em aberto.

A dupla crise enfrentada pela Boeing sacramentou as dificuldades. Os acidentes que levaram o modelo 737 MAX à paralisação de produção e à queda do presidente da empresa, após ser o avião com mais encomendas (5.000) da história da Boeing, criaram uma incerteza enorme sobre a capacidade de investimento da empresa.

Com faturamento anual pré-crise na casa dos US$ 100 bilhões (R$ 560 bilhões), a Boeing poderia absorver a área civil sem problemas, de todo modo. Mas a chegada da Covid-19, que interditou o setor aéreo mundial, reduziu sua janela de manobras.
Miguel José Teixeira
25/04/2020 09:10
Senhores,

Só porque hoje é sábado! (Blu é uma parada - antiga Rádio Blumenau dos craques que sabiam fazer Rádio).

1) E o Moro, hein? Meteu a cloroquina no fiofó do bolsonaro.

2) E o bozo, hein? O paciente, ainda atordoado com a dose, aglomerou seus ministros (não recomendado) e fez sua confissão pública.

3) E o ministro Guedes, hein? Será que estava prevendo algo em relação à sua permanência no governo? Era o único à usar máscara durante o "mea culpa" presidencial.

4) E o Ramagem, hein? Será que tem ramos com as milícias bolsonaristas? Será que fornecia relatórios de dados sigilosos ao presidente? Será que no comando da PF os fornecerá? Pode-se esperar de tudo dêle, pois seu sobrenome invertido é nada mais nada menos que MEGAMAR. . .

5) E a defenestrada dilmaracutaia, hein? Disse que só faltou ao Ministro, pedir desculpas ao lula por tê-lo prendido. A ignóbil inconformada não sabe que, quem mandou prender o nove quirodáctilos não foi o Ministro. O Juiz Moro apenas reunião elementos comprobatórios e. . .

6) E os PeTralhas, hein? Perderam mais um de seus discursos "pega-incautos". Sairão em defesa do bolsonaro? Escrúpulos, definitiva e comprovadamente eles não os tem.

7) E o coronavírus, hein? Pois é. . .a tal "gripezinha" continua a dizimar os brasileiros.

Oremos!
Herculano
25/04/2020 08:17
ANTES MESMO DA INVESTIGAÇÃO, BOLSONARO JÁ CONFESSA CRIMES, por Andrei Meirelles, em Os Divergentes

Moro sai atirando do governo, começa a mostrar as provas de suas acusações contra o presidente da República e expõe a barganha com o Centrão. Bolsonaro ficou nu.

O discurso de Jair Bolsonaro - Foto Orlando Brito
O decano do STF Celso de Mello pouco tem a decidir nesse fim de semana. Com as acusações diretas e graves de Sérgio Moro e as confissões atrapalhadas de Jair Bolsonaro, sua única alternativa vai ser abrir a investigação que pode abreviar o mandato do atual inquilino do Palácio do Planalto. A impressão nos bastidores em Brasília é de que Bolsonaro resolveu apostar em um simplório jogo de damas contra o sofisticado xadrez de Moro.

Por mais que tenha se contido no pronunciamento, perante um conjunto de ministros constrangidos, ao tentar justificar suas intensas pressões sobre Moro e a Polícia Federal, mesmo sob embalagens de súplicas, lealdade e interesse nacional, Bolsonaro confessou uma penca de crimes graves. Ele quis, sim, interferir nas investigações da Polícia Federal que ameaçavam sua família. São mais de oito meses desse mesmo jogo presidencial.

Ao delimitar entre agosto e setembro do ano passado que seu limite seria a intervenção de Bolsonaro na Polícia Federal, Sérgio Moro conseguiu reverter a demissão do delegado Maurício Valeixo mesmo depois de anunciada pelo presidente. Teve que engolir sapos. Ser criticado por não ter ali chutado o pau da barraca e pedido demissão. Fez um jogo de resistência, coerente com seu propósito de entrar no governo para preservar e até ampliar a bem-sucedida Operação Lava Jato.

Durante todo esse período, Bolsonaro se sentiu traído por não ter a cobertura de Moro e da Polícia Federal para barrar as investigações dos vários malfeitos do seu clã, descobertos a partir da investigação no gabinete do primogênito Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Atormentado pelo avanço das investigações sobre a Rachadinhas e as milícias no Rio, sem saber ao certo o que já havia sido descoberto pelos investigadores, Bolsonaro aumento a pressão. E Moro resistiu.

No entorno de Sérgio Moro o que se diz é que ele tem provas desse assédio. Ontem, depois da confusa tentativa de Bolsonaro de se defender com um ataque mambembe, Moro divulgou pelo Jornal Nacional dois diálogos pelo WhatsApp que sustentavam sua versão. Um deles em que Bolsonaro insistia na queda de Valeixo por causa da notícia de investigação sobre alguns deputados seus aliados, Moro respondeu que todas as ações da PF cumpriam ordens do ministro do STF Alexandre de Moraes. Em outro, ele rechaça a proposta de uma deputada, Carla Zambelli PSL-SP), da copa e cozinha do Planalto, que tentou demovê-lo com o aceno da sua indicação para o STF, em troca dele aceitar a mudança pretendida por Bolsonaro na Polícia Federal. Uma proposta indecente.

O estrago que Moro começou a causar para não virar capacho de Bolsonaro já estremeceu as redes sociais que apoiavam o presidente, excluídos evidentemente os robôs que multiplicam as campanhas do chamado gabinete do ódio, que estão, aliás, na mira das investigações no Supremo Tribunal Federal. Eles estão sendo monitorados pelos federais.

Nas redes sociais, na madrugada deste sábado (25) até os sempre agressivos Carluxo e Eduardo Bolsonaro estavam contidos, surpreendentemente cautelosos.
O desvario ficou a cargo do guru Olavo de Carvalho. "Sérgio Moro mostrou ser mais devoto à sua biografia do que à pátria. Ele mentiu contra o presidente da República e deve ser processado, sem dó nem piedade. Moro sempre foi apenas um jurista regularmente bem preparado, mas totalmente desprovido de cultura histórica, literária. A cultura política do juiz Moro foi sempre deficiente. Ele nunca entendeu nada das situações em que se envolvia, e nunca teve a humilde iniciativa que me pedir que as explicasse". Parece piada, mas Olavo de Carvalho se ressente de não ter sido também guru de Moro.

Excentricidades à parte, o fato é que as acusações de Moro, por consistência e credibilidade, deixaram o bolsonarismo sem discurso algum. Bolsonaro pegou carona nas investigações do Mensalão e da Lava Jato, que desnudaram a corrupção nos governos petistas e de outros partidos, para construir uma narrativa de combate à corrupção.

O fato de agora está barganhando cargos em troca de apoio parlamentar com políticos do naipe de Valdemar Costa Neto, Roberto Jefferson, Ciro Nogueira e Artur Lira, já seria o suficiente para desmentir o discurso contra a "velha política". As denuncias de Moro indicam que nem o pedágio pago a políticos de aluguel salvam o mandato de Bolsonaro. O pedido nas mãos de Celso de Mello é para investigar possíveis crimes cometidos pelo presidente de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de justiça e corrupção passiva.
Um conjunto de supostos crimes sob medida para condenação judicial e impeachment.
A conferir.
Herculano
25/04/2020 08:13
SOB O SIGNO DE TÂNATOS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Presidente Jair Bolsonaro se inviabiliza no cargo ao se dedicar à destruição de inimigos, de aliados e, por fim, de si mesmo

O governo de Jair Bolsonaro é conduzido sob o signo de Tânatos, o deus da morte na mitologia grega. Dedica-se desde sempre à destruição - primeiro, dos inimigos, reais e imaginários; depois, dos próprios aliados, inclusive ministros que lhe devotavam lealdade; e, afinal, a si mesmo, inviabilizando-se como presidente. É preciso interromper essa escalada antes que Bolsonaro destrua, por fim, o próprio País.

A trajetória da Presidência de Bolsonaro até aqui é impressionante. No início, constituiu um Ministério até razoável, capaz de fazer um bom trabalho em quase todas as áreas, e informou que estabeleceria uma nova forma de relação com o Congresso, sem o velho toma lá dá cá. Um ano e pouco depois, Bolsonaro fez de seu gabinete uma grande barafunda, em que ninguém se entende, e, no Congresso, depois de seguidas derrotas por se negar ao diálogo, resolveu entabular negociação com partidos e políticos envolvidos em escândalos de corrupção, oferecendo-lhes cargos em troca de votos.

Pior: em meio a uma pandemia devastadora, com milhares de doentes e mortos e com o sistema hospitalar público à beira do colapso, Bolsonaro preferiu desdenhar das vítimas e se mostrar mais preocupado com sua popularidade do que com a vida de seus governados.

Com esse espírito destruidor, trata como intocáveis ministros néscios que se dedicam dia e noite a encontrar comunistas embaixo da cama, enquanto inviabiliza o trabalho dos ministros e assessores que, ao contrário, prezam o cargo que ocupam e têm útil e valiosa colaboração a dar. Bolsonaro substituiu o ministro da Saúde porque este não aceitava desrespeitar as orientações da Organização Mundial da Saúde para enfrentar a pandemia de covid-19; desmoralizou sua equipe econômica ao resistir a fazer reformas e ao flertar com a irresponsabilidade fiscal; permitiu a fritura da ministra da Agricultura porque esta se queixou dos ataques bolsonaristas à China, principal cliente do agronegócio brasileiro; e agora tudo fez para provocar a saída do ministro da Justiça porque este se recusou a permitir que ele interferisse politicamente no comando da Polícia Federal (PF).

Para perplexidade dos brasileiros, Sérgio Moro, ao anunciar sua demissão do Ministério da Justiça, informou que Bolsonaro lhe disse que "queria ter (na chefia da PF) uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse colher informações, relatórios de inteligência". Para ilustrar a gravidade do caso, Sérgio Moro, com uma pitada de ironia, deu o seguinte exemplo: "Imagine se, durante a Lava Jato, o presidente (Lula), a presidente Dilma ficassem ligando para a superintendência (da PF) em Curitiba para colher informações sobre as operações em andamento".

Como resposta, o presidente, em pronunciamento espantosamente desconexo, fez várias acusações contra Sérgio Moro - inclusive a de que exigiu uma vaga no Supremo Tribunal Federal e a de que trabalha para vê-lo fora da Presidência - e também colocou em dúvida o trabalho da PF. Em sua glossolalia, contudo, foi incapaz de explicar a essência da denúncia de Moro, a de que tinha interesse em fazer da PF sua polícia particular.

Trata-se de comportamento intolerável, que pode dar as condições para a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro - a Procuradoria-Geral da República já pediu ao Supremo a abertura de investigação sobre a acusação de Sérgio Moro.

Não se pode aceitar como natural que o presidente queira manipular a Polícia Federal, especialmente considerando-se que há investigações em andamento que interessam ao clã Bolsonaro. Se comprovadas as denúncias, o presidente pode ser acusado de crimes de responsabilidade, prevaricação e advocacia administrativa, entre outros.

As vozes responsáveis do País, inclusive de dentro do governo, têm a obrigação de manifestar seu total repúdio ao presidente Bolsonaro, deixando claro que os limites da lei e da decência há muito foram ultrapassados. "É hora de falar", disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, resumindo a urgência. "O presidente está cavando sua fossa. Que renuncie antes de ser renunciado. Poupe-nos de, além do coronavírus, termos um longo processo de impeachment. Que assuma logo o vice para voltarmos ao foco: saúde e emprego. Menos instabilidade, mais ação pelo Brasil."
Herculano
25/04/2020 08:10
A UTOPIA DOS BOLSONAROS

O presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, possui jeito de ditador. E terá que sê-lo. Ele obedece a instintos e não a regras. Tanto que a reserva (aposentadoria remunerada) de Capitão foi por indisciplina do tenente Bolsonaro. Quem não tem exemplo, não pode exigir dos outros...

Por que se não for ditador ou algo semelhante, Bolsonaro vai ser engolido pelas verdades como foi o desmoralizante desmentido, com provas, em rede nacional no jornal de maior audiência, oferecido como resposta pelo seu ex-ministro Sérgio Moro.

Tudo que Bolsonaro quer fazer como se ditador ou rei fosse, só será possível fora da democracia, da república. É que os vazamentos de atos e documentos serão cada vez maiores sobre as práticas e patifarias patrocinadas pelos filhos, bem como pelos radicais que o rodeiam, inclusive na mídia digital, a fortaleza do bolsonarismo.

Bolsonaro, todavia, está certo quando diz que há uma máquina viciada, mas o presidente no cargo quer viciar esta máquina do jeito dele, que também não é o certo. Nem mais, nem menos.

E nesta tentativa de virada brusca, haverá mortos, feridos entre eles os próprios bolsonaros e bolsonaristas. E pior, por conta disso tudo, serão os brasileiros, os mais vulneráveis, quem pagarão a pesada conta dessas aventuras.

A virada é necessária mas, até um certo ponto de equílibrio. Ela será minimamente bem sucedida com inteligência e liderança. Não com brutalidade, mentira e comando. Wake up, Brazil!
Herculano
25/04/2020 07:54
MORO: "FAÇA A COISA CERTA PELOS MOTIVOS CERTOS"

Conteúdo de O Antagonista. No Twitter, o agora ex-ministro Sergio Moro publicou neste sábado o vídeo de uma campanha interna do Ministério da Justiça para reforçar práticas éticas entre os servidores da pasta:

"'Faça a coisa certa, pelos motivos certos e do jeito certo' foi o lema de campanha de integridade que fizemos logo no início no MJSP."
Herculano
25/04/2020 07:50
COMPARAÇÃO NECESSÁRIA E INCôMODA

No twitter, encontrei isto de mesma cepa:

1. Bolsonaro foi voto útil! Moro tem currículo.

2. Bolsonaro, também chamou Moro de mentiroso. Agora, é só comparar comportamento e currículo.
Herculano
25/04/2020 07:45
O QUE TEM O PRESIDENTE? editorial do jornal Folha de S. Paulo

Bolsonaro joga país em crise; Congresso e STF devem apurar acusações de Moro

São gravíssimas as acusações do ministro demissionário da Justiça, Sergio Moro, contra o presidente da República. A partir delas, torna-se inescapável que as autoridades competentes abram investigações para apurar crimes comuns e de responsabilidade atribuídos a Jair Bolsonaro.

Movido pelo temor de que inquéritos da Polícia Federal pudessem atingir a sua família, o chefe do governo decidiu intervir na corporação, cuja autonomia é mandamento legal. Agiu, segundo acusou Moro, sem nenhuma motivação outra que a tentativa de transformar uma instituição de Estado numa extensão de seu poder pessoal.

É preciso saber o que o presidente teme a ponto de levar o seu ministro mais popular a se demitir, depois de exonerado o diretor da PF. Que investigações em curso pela força policial afligem tanto Bolsonaro que o fazem tomar uma decisão que arremessa o país numa enorme crise política, não bastassem as gigantescas crises sanitária e econômica em andamento?

Não só. Segundo o ex-juiz da Lava Jato, o Planalto também fraudou publicação e assinatura de decreto de exoneração. Estariam configurados os delitos de falsificação de documento e prevaricação, cabendo ao procurador-geral fazer denúncia perante o STF.

Nos crimes de responsabilidade, cuja competência para apurar e julgar é do Congresso, Bolsonaro terá ofendido o capítulo que pune com perda do cargo e cassação dos direitos políticos os atos de improbidade do mandatário, como expedir ordens que contrariam a impessoalidade na administração.

Não será sem custos que a nação enveredará por novo período de investigações contra o presidente. Esses dispositivos extremos deveriam reservar-se a situações que conjugam erosão da governabilidade e afronta à legalidade. É infelizmente o que acontece agora.
Herculano
25/04/2020 07:40
MORO SAI DO GOVERNO PARA SUBIR NO PALANQUE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A saída de modo espetacular Sérgio Moro do cargo, com direito a pronunciamento em rede nacional, utilizando palavras cuidadosamente escolhidas com uma frase final que mais parece obra de marqueteiro político - "Fazer o certo, sempre" - conduziram as forças políticas de Brasília a concluírem que o ex-ministro da Justiça começou nesta sexta-feira (24) sua campanha a presidente da República, em outubro de 2022.

ACUSAÇÃO POLÍTICA

Na maciota, Moro acusou seu futuro adversário em 2022 dos crimes de coação, falsidade ideológica, prevaricação e obstrução de Justiça.

MÍSSEIS BALÍSTICOS

O ex-ministro da Justiça também jogou no ar suspeitas contra Bolsonaro por delitos de advocacia administrativa ou corrupção passiva privilegiada.

AZEDOU FAZ TEMPO

A bronca em Moro, na reunião ministerial de quarta (23), que esta coluna revelou e Bolsonaro confirmou, mostrou que a relação estava azedada.

CACOETE DE CANDIDATO

Moro encerrou seu pronunciamento, agora habitual entre demissionários, prometendo "servir ao país". Não foi casual, foi promessa de campanha.

BOLSONARO AMENIZA A CRISE 'PLANTANDO' A DÚVIDA

No discurso do fim da tarde, Jair Bolsonaro precisava "plantar a dúvida" para sobreviver à sexta-feira em que seu governo foi desestabilizado pelo ex-ministro da Justiça. De certa maneira, o presidente conseguiu, ao revelar que as "interferências" na Polícia Federal se limitaram a cobrar investigação mais efetiva sobre o crime de facada de que foi vítima, nunca esclarecido, e a tentativa - frustrada pelo filho e detetive amador Carlos Bolsonaro - de envolvimento do seu nome no caso Marielle.

STF COMO META

Bolsonaro deixou Moro mal na foto também ao contar que ele pediu para que o ex-diretor da PF ficasse no cargo "até o sr. me indicar para o STF".

FALTOU UM TWEET

Moro negou haver condicionado a troca na PF à sua indicação ao STF, mas calou sobre o corpo mole na investigação da facada no presidente.

DISCURSO PARA A TROPA

A avaliação da comunicação do Planalto é que o discurso de Bolsonaro, cercado de ministros, repercutiu bem sobretudo entre seus eleitores.

PT CRITICA MORO

Sobre Moro, o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), disse a esta coluna que o ex-juiz não tem credibilidade para fazer acusações e "atira para se manter no jogo político, onde sempre esteve".

INTELIGÊNCIA SEM ESPAÇO

O presidente fez uma afirmação, ainda não esclarecida, sobre a qual o Sérgio Moro também silenciou: disse que o ex-ministro da Justiça fez a inteligência da Polícia Federal perder espaço.

É UM TERROR

Em seu pronunciamento, Bolsonaro acabou revelando, com certa dose de orgulho, que o Filho 04, de 20 anos, "passa o rodo": ele contou ao pai que saiu com metade das garotas no condomínio onde reside, no Rio.

ELEITOR-PROBLEMA

O ministro Celso de Mello, que mandou Rodrigo Maia desengavetar um processo de impeachment contra Bolsonaro, vai se aposentar em novembro. E sabe que são escassas as chances de gostar do nome, seja quem for, que o presidente escolherá para ocupar sua vaga.

ROTAS SALVADORAS

Bolsonaro parecia preocupado em não ser antagonizado com a Polícia Federal, ao lembrar que deve sua vida também os policiais, que tinham uma "rota de fuga" no momento da facada, em Juiz de Fora.

OBRAS ENTREGUES

O ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura) já entregou 12 obras durante a pandemia do coronavírus, incluindo mais de 40km de rodovias, ponte na BR 367 e a sala de embarque do Aeroporto de Navegantes (SC).

GENRO BEM NA FITA

Para se adequar às regras e retomar as atividades, a construtora Pride decidiu contratar familiares de funcionários para produzir máscaras de proteção. A ideia surgiu com a contratação da sogra de um engenheiro.

TRABALHO SEM HOLOFOTE

Enquanto uns buscam atritos para garantir mais tempo de holofotes, a ministra Tereza Cristina (Agricultura) garantiu um Plano Safra 2020/21 específico da agricultura familiar, em decorrência da pandemia.

ELEIÇÃO EM 2º PLANO

Diante da dúvida com relação à realização das eleições, o Tribunal Superior Eleitoral resolveu que votarão normalmente os 2,5 milhões de eleitores que não fizeram biometria. Assim, não perdem os CPFs.
Herculano
25/04/2020 07:20
LÍDERES NA CÂMARA ACREDITAM QUE CHANCE DE IMPEACHMENT DE BOLSONARO É REMOTA, por Camila Mattoso, na coluna Painel, no jornal Folha de S. Paulo

Mesmo com saída de Moro e erosão da base de apoiadores, é pequeno o número de deputados que adeririam ao processo

De que lado
Apesar do momento sensível para Jair Bolsonaro, com a provável erosão de sua base de apoiadores, líderes partidários acreditam ser remota ainda a chance de um impeachment. A esquerda representada pelo PT não baterá no presidente por Sergio Moro, já que o ex-juiz é o algoz de Lula. O centrão, que tem membros investigados pela Lava Jato, muito menos. Com isso, a fatia do parlamento que poderia aderir a um processo contra o presidente não é hoje numerosa.

Contando
Apesar dos pedidos de impeachment de membros importantes do PT, como o governador Wellington Dias (PI), o partido não entregou, até a noite desta sexta (24), pedido de afastamento de Bolsonaro do cargo. Na esquerda, PSB, PDT e Rede eram os únicos que haviam se manifestado nessa direção.

Ocasião
O alvo em Sergio Moro tem também a estratégia de desconstruir o ex-juiz, a partir do diagnóstico de que ele sai maior do governo do que entrou. Nesse esforço, PT e bolsonaristas deverão agir, ironicamente, juntos, ao menos por agora.

Voz das ruas
O que pode fazer mudar o cenário é se houver de fato comoção da população em relação à saída de Moro do governo. Panelaços ocorreram em pelo menos três capitais nesta sexta (24). As próximas pesquisas vão ser determinantes para o futuro de Bolsonaro. ?

Termômetro
Nas redes sociais do presidente, especialmente no Instagram, muitos seguidores já reclamavam do episódio com o ministro na noite desta quinta, quando a Folha já havia publicado a possível demissão do ex-juiz.

Meu bolso
Ainda assim, a maioria dos comentários contra Bolsonaro era de reclamações sobre o não recebimento dos R$ 600 do auxílio emergencial prometido pelo governo por causa da crise da pandemia do coronavírus
Herculano
25/04/2020 07:15
TRAIDOR?

Os bolsonaristas nas redes sociais, e não são poucos como se percebe, inclusive de um ex-prefeito de Gaspar, estão a dizer que o ex-juiz, ex-ministro Sérgio Moro, traiu o presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, quando entregou as duas provas contras as muitas impropriedades e mentiras ditas pelo presidente contra Moro. Os bolsonaristas baqueados, ainda reclamam de uma suposta falta de ética e acham que Moro deveria entregá-las à Justiça, quando e se ela pedisse.

Primeiro, Moro foi apenas provocado. Bolsonaro é quem não foi leal com Moro. Sem argumentos, como um político experimentado (28 anos de Câmara Federal sem produzir pouca coisa), jogou à plateia mentiras em sua defesa. Foi Bolsonaro quem obrigou Moro ou a se calar, por intimidação, e aceitar como verdade a mentira de Bolsonaro, ou a desmenti-la.

Como homem reto, como juiz experimentado, acostumado a colher depoimentos e analisar provas de quem dissimula e mente perante a um juiz e juízo, fez o que deveria fazer: matou a cobra, e mostrou a cabeça dela. E isso, o gado bolsonarista não tolera contra à imagem do seu mito.

Segundo. Ficou claro que Bolsonaro usou Moro para dar lustro de idoneidade ao seu governo. Com a aproximação que faz aos do Centrão, os maiores larápios da nação que se tornaram para deixar o PT no poder, os mesmos que boicotaram Bolsonaram sucessivamente no parlamento, ter a Polícia Federal nas mãos neste momento de novo casamento, é essencial para proteger esses larápios e com eles fazer alianças - com o dinheiro dos pesados do povo - para aprovação de matérias contra e a favor do Brasil e dos brasileiros. Nem mais, nem menos

Terceiro. Diante desse quadro de degradação ética e moral, a saída de Moro foi milimetricamente pensada. Moro sabe o que está por vir no campo moral, ético e das negociatas onde ele, mais do que antes, precisaria defender as rachadinhas de um dos filhos, a soberba de outro e as maluquices que beiram ao banditismo de um outro. Teria que defender quadrilhas, as mesmas que já se viu nos governos petistas. Virão perseguições e não só contra os adversários que é a falsa propaganda para o gado e os analfabetos, ignorantes e desinformados, mas no próprio campo ideológico. É nele que estavam os maiores embates do atual governo como o aluguel do PSL, as desqualificações de seus membros e a criação do Aliança pelo Brasil para ser de um grupo extremado, mas ainda sim, dividido.

Quarto: por que a Globo e não a Justiça? Porque ela é profissional e foi atrás de uma resposta de quem foi acusado. Porque ela possui audiência. Por que Bolsonaro é quem está brigado com a Globo, não Moro, e fora do governo, Moro não vai dispensar o poder de influência da Globo. E porque o tempo da Justiça é outro. E até lá, quando chegar o momento da Justiça, Moro não quer passar o recibo de mentiroso. Porque com as duas provas, apenas deu um recado para Bolsonaro, seus filhos e outros que o rodeiam constragendo e ameaçando quem não pensa igual a eles, parar de mentir contra ele, porque com Moro, essas mentiras serão desmentidas e ficará muito ruim para Bolsonaro. Só isso. É para seguir o rumo e virar a página, se quiser ficar na presidência. Se provocar Moro, tudo poderá ser pior. Wake up, Brazil!
Herculano
25/04/2020 06:45
FAZENDO PROVAS CONTRA SI

De Xico Graziano, no twitter: Deveria @jairbolsonaro
somente ter lido as 3 laudas. Mais nada. O improviso o diminuiu.
Herculano
25/04/2020 06:40
BOLSONARO ESCOLHE DIRETOR DA ABIN PARA COMANDAR A POLÍCIA FEDERAL

Alexandre Ramagem é homem de confiança do presidente e de seus filhos, tendo chefiado a segurança de Jair na campanha de 2018

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Julia Chaib, Gustavo Uribe e Renato Onofre, da sucursal de Brasília

O presidente Jair Bolsonaro escolheu o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, para o comando da Polícia Federal.

Segundo aliados do presidente e integrantes da PF, até a noite desta sexta-feira (24), era certo que ele assumiria a chefia da corporação.

Anderson Torres, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, chegou a ser cotado para o cargo, mas hoje teria mais chances de assumir o Ministério da Justiça ou da Segurança Pública caso Bolsonaro confirme uma separação da estrutura atual da pasta.

Ramagem, o escolhido até a noite desta sexta-feira para ser diretor-geral da PF, é homem de confiança do presidente Bolsonaro e de seus filhos.

Delegado de carreira da PF, ele se aproximou da família Bolsonaro durante a campanha de 2018, quando comandou a segurança do então candidato à Presidência após a facada que ele sofreu em Juiz de Fora (MG).

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) é um dos seus principais fiadores e esteve diretamente à frente da decisão que o levou ao comando da agência de inteligência em junho passado.

O aval do "filho 02" foi conquistado durante a crise política que levou à saída do ex-ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz. Ramagem atuava como assessor especial da pasta e se manteve fiel à família.

Santos Cruz caiu após ataques da ala ideológica do governo e do chamado gabinete do ódio comandado por Carlos Bolsonaro.

No início de março, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o ex-secretário geral da Presidência Gustavo Bebianno afirmou que um delegado da PF participou da tentativa de montagem de uma Abin paralela por iniciativa de Carlos Bolsonaro.

Questionado sobre se o delegado seria o atual diretor da Abin, Alexandre Ramagem, Bebianno preferiu não responder. "Eu lembro o nome do delegado. Mas não vou revelar por uma questão institucional e pessoal", disse o ex-ministro, em entrevista exibida no dia 2 de março.

Bebianno disse que o episódio aconteceu nos primeiros meses do governo, quando Carlos Bolsonaro apareceu com os nomes de um delegado federal e de três agentes que fariam parte de uma suposta Abin paralela.

A afirmação só foi desmentida quatro dias depois. Em nota, o ministro Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ao qual a Abin é subordinada, afirmou que a acusação era um "devaneio de amadores".

"[O diretor] Aproximou a Abin da Polícia Federal, com ganhos evidentes para o Sistema Brasileiro de Inteligência. Transmitiu a seus subordinados uma nova concepção de inteligência, ágil e focada na informação tática, capaz de competir com a rapidez da internet, reduzindo o preciosismo em prol da velocidade. Abin paralela é devaneio de amadores", concluiu Heleno.

Bebianno morreu doze dias depois ao sofrer um infarto em sua casa em Teresópolis (RJ).

A troca da Abin não foi decidida por Heleno e, sim, por imposição do presidente Jair Bolsonaro. Na época, o ministro-chefe do GSI afirmou que a mudança foi "sem traumas" e feita "por orientação" de Bolsonaro "buscando uma nova situação para inteligência".

No início do governo, Carlos Bolsonaro chegou a criticar internamente a Abin por não acompanhar "com a velocidade necessária" as informações nas redes sociais.

Ao assumir o cargo em junho do ano passado, Ramagem afirmou que as prioridades seriam o fortalecimento do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), o resgate da Escola de Inteligência (Esint) e o investimento em inteligência cibernética.

Na posse, o presidente Bolsonaro apontou a instituição como um dos pilares do seu governo. "Grande parte do destino da nossa nação e das decisões que eu venha a tomar partirão das mãos dele [Ramagem] e de todos que estão aqui, estamos no mesmo barco e juntos vamos construir um novo Brasil", disse, em 1º de janeiro de 2019.

Delegado da Polícia Federal desde 2005, Ramagem comandou, de 2013 a 2014, a Divisão de Administração de Recursos Humanos e a de Estudos, Legislações e Pareceres, de 2016 a 2017.

Atuou ainda na coordenação de grandes eventos realizados no país nos últimos anos, como a Conferência das Nações Unidas Rio+20 (2012), a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo (2014) e a Olimpíada do Rio (2016).

Em 2017, Ramagem integrou a equipe responsável pela investigação e inteligência de polícia judiciária na Operação Lava Jato. Em uma das ações que comandou, a Operação Cadeia Velha, ocorreu a prisão de integrantes da cúpula da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Em 2018, antes de atuar na segurança de Bolsonaro, assumiu a Coordenação de Recursos Humanos da Polícia Federal, na condição de substituto. Após a eleição, em janeiro de 2019, foi para Secretaria de Governo e, de lá, para a Abin.
Miguel José Teixeira
24/04/2020 19:33
Senhores,

Em 22 de abril de 1500, Cabral descobriu o Brasil.

Dois dias e 520 anos depois, Moro descobre o presidente!

O quadriunvirato bolsonaro está capenga!

A menos que. . .
Herculano
24/04/2020 12:31
AO ANUNCIAR DEMISSÃO, MORO DIZ QUE BOLSONARO QUERIA MEXER NA PF PARA TER ACESSO A RELATóRIOS DE INTELIGÊNCIA

Moro largou carreira de juiz federal para virar ministro e disse ter aceitado convite de Bolsonaro em 2018 por estar 'cansado de tomar bola nas costas'

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Ao anunciar sua demissão do governo federal nesta sexta-feira (24), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, criticou a insistência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a troca do comando da Polícia Federal, sem apresentar causas que fossem aceitáveis.

Moro afirmou ainda que Bolsonaro queria ter acesso a informações e relatórios confidenciais de inteligência da PF. "Não tenho condições de persistir aqui, sem condições de trabalho." E disse que "sempre estará à disposição do país".

"Não são aceitáveis indicações políticas." Moro falou em "violação de uma promessa que me foi feita inicialmente de que eu teria uma carta branca". "Haveria abalo na credibilidade do governo com a lei."

Moro disse ter o dever de proteger a instituição da PF, por isso afirmou ter buscado uma solução alternativa para o comando da corporação, o que não conseguiu.

"Fiquei sabendo pelo Diário Oficial, não assinei esse decreto." O agora ex-ministro disse que isso foi algo "ofensivo" e que "foi surpreendido". "Esse último ato foi uma sinalização de que o presidente me quer fora do cargo."

Ele enalteceu seu papel na busca pela autonomia da Polícia Federal e destacou essa característica da corporação nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT.

Moro destacou a autonomia da PF nas gestões federais do PT, mesmo com "inúmeros defeitos" e envolvimentos em casos de corrupção. Relembrou promessa de "carta branca" recebida pelo então presidente eleito Jair Bolsonaro em 2018 para nomear todos os assessores, inclusive na Polícia Federal.

O ex-juiz da Lava Jato disse que nunca houve condição para ser ministro em troca de indicação para uma vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). A ideia, segundo Moro, era buscar um nível de formulação de políticas públicas, de aprofundar o combate à corrupção e levar maior efetividade em relação à criminalidade violenta e ao crime organizado.

Moro diz que somente colocou uma condição a Bolsonaro para que assumisse o cargo. "Se algo me acontecesse, uma pensão para a [minha] família."

No cargo, Moro cuidava também da segurança pública. "Me via, estando no governo, como um garantidor da lei e da imparcialidade e autonomia destas instituições", afirmou o ministro, em seu pronunciamento nesta sexta-feira.

Em sua fala, Moro lamentou sua saída em meio à pandemia do coronavírus, com milhares de mortes no país, e enalteceu sua carreira como juiz federal, que incluiu a Operação Lava Jato de Curitiba.

A demissão de Moro foi antecipada pela Folha. Ele decidiu entregar o cargo nesta sexta-feira e deixar o governo após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, ter sido publicada nesta madrugada no Diário Oficial da União. Ele anunciou a saída do governo a pessoas próximas.

?Conforme a Folha revelou, Moro pediu demissão a Bolsonaro na manhã desta quinta-feira (23) quando foi informado pelo presidente da decisão de demitir Valeixo. O ministro avisou o presidente que não ficaria no governo com a saída do diretor-geral, escolhido por Moro para comandar a PF.

A exoneração foi publicada como "a pedido" de Valeixo no Diário Oficial, com as assinaturas eletrônicas de Bolsonaro e Moro. Segundo a Folha apurou, porém, o ministro não assinou a medida formalmente nem foi avisado oficialmente pelo Palácio do Planalto de sua publicação.

O nome de Moro foi incluído no ato de exoneração pelo fato de o diretor da PF ser subordinado a ele. É uma formalidade do Planalto.

Na avaliação de aliados de Moro, Bolsonaro atropelou de vez o ministro ao ter publicado a demissão de Valeixo durante as discussões que ainda ocorriam nos bastidores sobre a troca na PF e sua permanência no cargo de ministro. Diante desse cenário, sua permanência no governo ficou insustentável, e Moro decidiu deixar o governo.

Moro topou largar a carreira de juiz federal, que lhe deu fama de herói pela condução da Lava Jato, para virar ministro. Ele disse ter aceitado o convite de Bolsonaro, entre outras coisas, por estar "cansado de tomar bola nas costas".

Tomou posse com o discurso de que teria total autonomia e com status de superministro. Desde que assumiu, porém, acumulou uma série de recuos e derrotas.

Moro se firmou como o ministro mais popular do governo Bolsonaro, com aprovação superior à do próprio presidente, segundo o Datafolha.

Pesquisa realizada no início de dezembro de 2019 mostrou que 53% da população avaliava como ótima/boa a gestão do ex-juiz no Ministério da Justiça. Outros 23% a consideravam regular, e 21% ruim/péssima. Bolsonaro tinha números mais modestos, com 30% de ótimo/bom, 32% de regular e 36% de ruim/péssimo.

O ministro, nos bastidores, vinha se mostrando insatisfeito com a condução do combate à pandemia do coronavírus por parte de Bolsonaro. Moro, por exemplo, atuou a favor de Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, na crise com o presidente.

Aliados de Moro avaliam que ele foi um dos alvos da recente declaração de Bolsonaro de que usaria a caneta contra "estrelas" do governo.

"[De] algumas pessoas do meu governo, algo subiu à cabeça deles. Estão se achando demais. Eram pessoas normais, mas, de repente, viraram estrelas, falam pelos cotovelos, tem provocações. A hora D não chegou ainda não. Vai chegar a hora deles, porque a minha caneta funciona", afirmou Bolsonaro no último dia 5 a um grupo de religiosos diante do Palácio da Alvorada.

Com a saída de Moro do governo, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, passou a ser um dos mais cotados para substituí-lo.

Num cenário ainda incerto, um dos desenhos do Planalto é de que haja a separação de Justiça e Segurança Pública, desejo antigo do presidente Bolsonaro.

Se isso se confirmar, a probabilidade maior é que Jorge assuma a Segurança Pública por ser policial militar da reserva do Distrito Federal. É considerada menor a possibilidade de que ele vá para a Justiça.

Já para a Justiça o nome mais forte é o do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, que tem se aproximado de Bolsonaro. Lateralmente, há uma possibilidade de o ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) ser escolhido.

Fraga, que é amigo pessoal do presidente, poderia ainda ser indicado para a Secretaria-Geral, no lugar de Jorge Oliveira. Com isso, o governo ganha um político no Planalto para auxiliar na articulação com o Congresso. Hoje, há apenas militares nas quatro pastas sediadas no prédio da Presidência.

Essas mudanças foram tratadas pelo presidente com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que esteve no Planalto na última quarta-feira (22).
Herculano
24/04/2020 12:25
"AS ACUSAÇõES GRAVÍSSIMAS FEITAS A BOLSONARO PRECISAM SER AVERIGUADAS IMEDIATAMENTE", DIZ VAN HATTEM

Conteúdo de O Antagonista. Marcel Van Hattem (Novo-RS) afirmou que as acusações feitas por Sergio Moro contra Jair Bolsonaro foram "gravíssimas" e precisam ser apuradas.

"O ministro Sergio Moro demonstrou na coletiva seu compromisso, acima de tudo, com o Estado de Direito no Brasil. Seu anúncio de demissão foi devastador. As acusações gravíssimas feitas diretamente ao presidente Jair Bolsonaro precisam ser averiguadas imediatamente. Dia muito triste."
Herculano
24/04/2020 12:23
BOLSONARO ESTICOU A CORDA PARA DOBRAR E HUMILHAR MORO. A CORDA ARREBENTOU. AGORA, É ESPERAR AS CONSEQUÊNCIAS. E QUEM VAI PAGAR TUDO ISSO? NóS! A BOLSA DESABA, O DóLAR EXPLODE...
Herculano
24/04/2020 12:19
O CHOQUE DE REALIDADE DE QUEM DEFENDIA O GOVERNO

De Rodrigo Constantino, no twitter:

Quem tem Sergio Moro e escolhe Olavo de Carvalho merece sofrer impeachment mesmo.
Herculano
24/04/2020 12:17
O JUIZ MOSTROU OS CRIMES DE IMPROBIDADE DE BOLSONARO

A entrevista do ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, é um rol de crimes de responsabilidade do presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido.

Bolsonaro precisa dos ladrões e corruptos do Centrão, com que negocia e loteia o governo, para se salvar do impeachment
Miguel José Teixeira
24/04/2020 12:17
Senhores,

O quadriunvirato bolsonaro acabou de contrair o "morovírus".

Apertem-no que ele geme, pois desse mato sai coelhos!

Haja toma-lá-dá-cá. . .
Herculano
24/04/2020 10:27
GENTE ESTRANHA

O gado bolsonarista na rede nas redes sociais, sem disfarce algum, e contrariando na maior cara dura o que já escreveu por anos afio, está dizendo agora, e só agora, que o ex-juiz Sérgio Moro, foi um dos piores ministros da Justiça e que a corrupção, desde que seja feita pelo atual governo, é algo bom e necessário
Herculano
24/04/2020 10:23
da série: venceu a corrupção e Bolsonaro sinaliza que ela vale a pena, inclusive no seu governo.

Sergio Moro, o juiz da Lava Jato, anuncia sua demissão do governo Bolsonaro

Moro largou carreira de juiz federal para virar ministro e disse ter aceitado o convite de Bolsonaro por estar 'cansado de tomar bola nas costas'

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília. O ministro da Justiça, Sergio Moro, entregou o cargo nesta sexta-feira (24) e deixou o governo após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, ter sido publicada nesta madrugada no Diário Oficial da União. Ele anunciou a saída do governo a assessores mais próximos.

Conforme a Folha revelou, Moro pediu demissão a Jair Bolsonaro na manhã desta quinta (23) quando foi informado pelo presidente da decisão de trocar Valeixo. O ministro avisou o presidente que não ficaria no governo com a saída do diretor-geral, escolhido por Moro para comandar a PF.

A exoneração foi publicada como "a pedido" de Valdeixo no Diário Oficial, com as assinaturas eletrônicas de Bolsonaro e Moro. Segundo a Folha apurou, porém, o ministro não assinou a medida formalmente nem foi avisado oficialmente pelo Planalto de sua publicação.

Seu nome foi incluído no ato de exoneração pelo fato de o diretor da PF ser subordinado a ele. É uma formalidade do Planalto. Na avaliação de aliados de Moro, Bolsonaro atropelou de vez o ministro ao ter publicado a demissão de Valeixo durante as discussões que ainda ocorriam nos bastidores sobre a troca na PF e sua permanência no cargo de ministro.

Diante desse cenário, sua permanência no governo ficou insustentável e Moro decidiu deixar o governo.

Moro topou largar a carreira de juiz federal, que lhe deu fama de herói pela condução da Lava Jato, para virar ministro. Ele disse ter aceitado o convite de Bolsonaro, entre outras coisas, por estar "cansado de tomar bola nas costas".

Tomou posse com o discurso de que teria total autonomia e com status de superministro. Desde que assumiu, porém, acumula recuos e derrotas.

Moro se firmou como o ministro mais popular do governo Bolsonaro, com aprovação superior à do próprio presidente, segundo o Datafolha. Pesquisa realizada no início de dezembro de 2019 mostrou que 53% da população avalia como ótima/boa a gestão do ex-juiz no Ministério da Justiça. Outros 23% a consideram regular, e 21% ruim/péssima.

Bolsonaro tinha números mais modestos, com 30% de ótimo/bom, 32% de regular e 36% de ruim/péssimo.

O ministro, nos bastidores, também vinha se mostrando insatisfeito com a condução do combate à pandemia do coronavírus por parte de Bolsonaro. Moro, por exemplo, atuou a favor de Luiz Henrique Mandetta (ex-titular da Saúde) na crise com o presidente.

Aliados de Moro avaliam que ele foi um dos alvos da recente declaração de Bolsonaro de que usaria a caneta contra "estrelas" do governo.

"[De] algumas pessoas do meu governo, algo subiu à cabeça deles. Estão se achando demais. Eram pessoas normais, mas, de repente, viraram estrelas, falam pelos cotovelos, tem provocações. A hora D não chegou ainda não. Vai chegar a hora deles, porque a minha caneta funciona", afirmou Bolsonaro, no início do mês, a um grupo de religiosos que se aglomerou diante do Palácio da Alvorada.

?Sob o comando de Moro, a Polícia Federal viveu clima de instabilidade no ano passado, quando Bolsonaro anunciou uma troca no comando da superintendência do órgão no Rio e ameaçou trocar o diretor-geral.

No meio da polêmica, o presidente chegou a citar um delegado que assumiria a chefia do Rio, mas foi rebatido pela Polícia Federal, que divulgou outro nome, o de Carlos Henrique de Oliveira, da confiança da atual gestão. Após meses de turbulência, o delegado assumiu o cargo de superintendente, em dezembro.

No fim de janeiro, o presidente colocou de volta o assunto na mesa, quando incentivou um movimento que pedia a recriação do Ministério da Segurança Pública. Isso poderia impactar diretamente a polícia, que poderia ser desligada da pasta da Justiça e ficaria, portanto, sob responsabilidade de outro ministro.

Bolsonaro depois voltou atrás e disse que a chance de uma mudança nesse sentido era zero, ao menos neste momento.

Com a demissão, Moro vê mais distante a possibilidade de ser indicado pelo presidente para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). Sobre isso, Moro já respondeu que essa é uma "perspectiva interessante" e que seria como ganhar na loteria.

Pelo critério de aposentadoria compulsória aos 75 anos dos ministros do Supremo, as próximas vagas serão as de Celso de Mello, em novembro, e Marco Aurélio Mello, em julho de 2021. A indicação de ministros do Supremo é uma atribuição do presidente que depois precisa ser aprovada pelo Senado.

Esse caminho de Moro ao Supremo já estava enfraquecido especialmente depois da divulgação de mensagens privadas que trocou com procuradores da Lava Jato.

As mensagens obtidas pelo Intercept e divulgadas até este momento pelo site e por outros órgãos de imprensa, como a Folha, expuseram a proximidade entre Moro e os procuradores da Lava Jato e colocaram em dúvida a imparcialidade como juiz do atual ministro da Justiça no julgamento dos processos da operação.

Quando as primeiras mensagens vieram à tona, em 9 de junho do ano passado, o Intercept informou que obteve o material de uma fonte anônima, que pediu sigilo. O pacote inclui mensagens privadas e de grupos da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, no aplicativo Telegram, a partir de 2015.

Em resumo, no contato com os procuradores, Moro indicou testemunha que poderia colaborar para a apuração sobre o ex-presidente Lula, orientou a inclusão de prova contra um réu em denúncia que já havia sido oferecida pelo Ministério Público Federal, sugeriu alterar a ordem de fases da operação Lava Jato e antecipou ao menos uma decisão judicial.

Caso haja entendimento de que Moro estava comprometido com a Procuradoria (ou seja, era suspeito), as sentenças proferidas por ele poderão ser anuladas. Isso inclui o processo contra Lula no caso do tríplex de Guarujá, que levou o petistas à prisão em 2018, está sendo avaliado pelo STF e pode ser julgado ainda neste ano.

Segundo o Código de Processo Penal, "o juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes" se "tiver aconselhado qualquer das partes". Afirma ainda que sentenças proferidas por juízes suspeitos podem ser anuladas.

Já o Código de Ética da Magistratura afirma que "o magistrado imparcial" é aquele que mantém "ao longo de todo o processo uma distância equivalente das partes e evita todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito".

Moro tem repetido que não reconhece a autenticidade das mensagens, mas que, se verdadeiras, não contêm ilegalidades.

RECUOS E DERROTAS DO 'SUPERMINISTRO'

Ministério da Segurança Pública - Bolsonaro afirmou que pode recriar a pasta da Segurança Pública, que hoje integra o Ministério da Justiça. Com isso, a área sairia da alçada de Moro. O ministro, contudo, tem usado como principal vitrine da sua gestão a redução de homicídios, que foi iniciada no governo de Michel Temer (MDB).

Prisão após condenação em 2ª instância - Em novembro, o Supremo Tribunal Federal voltou a barrar a prisão de condenados logo após a segunda instância. Decisão permitiu a soltura do ex-presidente Lula, condenado pelo ex-juiz. Ponto muito defendido pelo ministro, a execução antecipada da pena foi tirada do pacote anticrime pela comissão que analisou o texto na Câmara. Por outro lado, Moro tem liderado esforço no Congresso para a elaboração de nova lei que permita a medida.

Pacote anticrime - O projeto aprovado pelo Congresso e sancionado por Bolsonaro foi um tanto diferente daquele apresentado por Moro à Câmara no início de 2019. Para além da prisão após segunda instância, a ampliação das causas excludentes de ilicitude, que poderia isentar de punição policiais que matassem em serviço, também foi removida. Das 38 sugestões de vetos que constavam em parecer do Ministério da Justiça, quatro foram atendidas por Bolsonaro de forma integral e uma de forma parcial. Meses antes, o presidente havia dito que o pacote, considerado prioridade para Moro, não era visto com urgência pelo governo.

Juiz das garantias - Aprovada junto com o pacote anticrime, a medida, que prevê a divisão de processos penais entre dois juízes, foi criticada por Moro. Bolsonaro, contudo, sancionou o projeto e não vetou o instituto.

STF - Bolsonaro havia afirmado que prometeu a Moro uma vaga no STF ao convidá-lo para assumir o ministério da Justiça. Depois, voltou atrás e afirmou que não houve combinado. O presidente também tem afirmado que pretende indicar alguém "terrivelmente evangélico" para uma das duas vagas que devem ser abertas até 2022 e deu a entender que pode nomear o atual ministro da Advocacia-Geral da União, André Luiz Mendonça.

Mensagens da Lava Jato - Mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil e publicadas por diversos veículos, entre eles a Folha, revelam que Moro, enquanto juiz da Lava Jato, aconselhou e colaborou com a Procuradoria. Segundo a lei, contudo, um magistrado deve se manter imparcial diante das partes de um processo.

Confiança de Bolsonaro - Após a divulgação das primeiras mensagens, em junho, Bolsonaro deu declarações de apoio ao ministro, mas também disse que não existe 100% de confiança.

Destruição de provas - Logo que a Polícia Federal prendeu quatro suspeitos de hackear autoridades e captar suas mensagens no aplicativo Telegram, Moro disse que o material apreendido seria destruído. Tanto a PF quanto Bolsonaro afirmaram que essa decisão não cabia ao ministro - essa competência é da Justiça.

Polícia Federal - Bolsonaro anunciou que Ricardo Saadi seria substituído por Alexandre Silva Saraiva na Superintendência da PF no RJ. A direção da PF, contudo, havia escolhido o delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa, da Superintendência de Pernambuco. O anúncio de Bolsonaro foi malvisto pela corporação como uma interferência do presidente em assuntos internos. Desde então, Bolsonaro deu diversas declarações reforçando a intenção de intervir na Polícia Federal. Também alfinetou Moro ao afirmar que cabe a ele, e não ao ministro, fazer nomeações no órgão.

Perda do Coaf - Criado em 1998, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) é um órgão de inteligência financeira que investiga operações suspeitas. Ao assumir a Presidência, Bolsonaro tirou o Coaf do Ministério da Economia (antiga Fazenda) e o colocou na pasta de Moro, a Justiça.

O ex-juiz acabou derrotado depois que o Congresso devolveu o Coaf à Economia (sob Paulo Guedes) ao analisar a MP da reforma administrativa do governo federal.

Depois, o Coaf foi transferido para o Banco Central. O chefe do órgão e aliado de Moro, Roberto Leonel, foi substituído por Ricardo Liáo, funcionário de carreira do BC.

Decreto das armas - O primeiro revés foi ainda em janeiro. O ministro tentou se desvincular da autoria da ideia de flexibilizar a posse de armas, dizendo nos bastidores estar apenas cumprindo ordens do presidente. Teve ignorada sua sugestão de limitar o registro por pessoa a duas armas ?"o decreto fixou o número em quatro.

Laranjas - No caso do escândalo de candidaturas de laranjas, enquanto Moro deu declarações evasivas, dizendo que a PF iria investigar se "houvesse necessidade" e que não sabia se havia consistência nas denúncias, Bolsonaro determinou dias depois, de forma enfática, a abertura de investigações para apurar o esquema. Denunciado pelo Ministério Público por envolvimento no caso, Marcelo Álvaro Antônio permanece no cargo de ministro do Turismo.

Ilona Szabó - Moro teve de demitir a especialista em segurança pública por determinação do presidente, após repercussão negativa da nomeação. Ilona Szabó já se disse contrária ao afrouxamento das regras de acesso a armas e criticou a ideia de ampliação do direito à legítima defesa que está no projeto do ministro. Até hoje, Moro não nomeou um substituto.
Herculano
24/04/2020 07:57
O MINISTRO DA JUSTIÇA, SÉRGIO MORO, MARCOU PARA AS 11H UM PRONUNCIAMENTO NO PRóPRIO MINISTÉRIO SOBRE A ESBóRNIA CRIADA NO GOVERNO PELO PRESIDENTE JAIR MESSIAS BOLSONARO, SEM PARTIDO

ATÉ LÁ, A COLUNA NÃO FECHA AS PORTAS PARA ESTE ASSUNTO

NO PRONUNCIAMENTO O MINISTRO DIRÁ:

- QUE ESTÁ INDO EMBORA DEPOIS DE SER SACANEADO

- QUE VAI FICAR, APESAR DE TUDO, MAS QUE O NOME DO NOVO DIRETOR DA POLICIAL FEDERAL É DELE COMO PARTE DO ACORDO COM BOLSONARO PARA FICAR

- OU QUE É FROUXO E FICARÁ NO MINISTÉRIO COMO UM DECORATIVO, SENDO HUMILHADO E APANHANDO DE TODOS OS LADOS NUM CLARO CRIME ENQUADRADO NO MARIA DA PENHA
Herculano
24/04/2020 07:53
BOLSONARO SE ARRISCA A EMPURRAR MORO PARA AS URNAS, por Josias de Souza, no UOL

Jair Bolsonaro disputa com o coronavírus o potencial de disseminação de infecções. O presidente contaminou com o vírus do desprestígio os dois ministros que já foram pilares do governo: Paulo Guedes e Sergio Moro. O titular da Economia está na enfermaria. O chefe da pasta da Justiça foi para a UTI. Bolsonaro realiza um movimento de alto risco. Depois de entubado, Moro pode migrar da condição de ministro com poderes amputados, sem o controle da Polícia Federal, para a de pré-candidato vitaminado às eleições presidenciais de 2022.

Moro e Guedes contribuíram para a própria perda de prestígio. Esqueceram de se imunizar traçando uma linha a partir da qual não aceitariam interferências de Bolsonaro na autonomia que lhes foi prometida. Guedes vê a sua agenda liberal tisnada pelo esboço de um plano que tem a cara do velho PAC do do PT. Moro assiste a uma intervenção na PF que nem o PT conseguiu operar. Bolsonaro se afasta do ex-juiz de Curitiba e encosta o seu governo numa clientela da Lava Jato, abrigada no centrão. Moro está sendo como que empurrado para a urna.

Guedes e Bolsonaro já não dançam a mesma música faz tempo. Mas ainda podem realinhar a coreografia. O que vem por aí, no Brasil pós-coronavírus, é uma recessão pandêmica. Ao terceirizar aos governadores a culpa pela ruína, Bolsonaro namora com o brejo. E será plenamente correspondido se não der mão forte ao seu ministro da Economia. A situação de Moro é outra. A família Bolsonaro já se encontra no pântano. E o presidente cultiva a ilusão de que, aplicando um sedativo na PF, conseguirá afastar a corporação dos calcanhares de vidro do seu clã.

Depois de ejetar da pasta da Saúde Henrique Mandetta, cuja atuação era aprovada por sete em cada dez brasileiros, Bolsonaro parece ter perdido o medo de fustigar ministros populares. Esquece um detalhe crucial: Mandetta viralizou como celebridade instantânea graças à habilidade no trato com a pandemia. A popularidade de Moro é de outro tipo, mais perene. O prestígio do ex-juiz, ao redor dos 50%, sobreviveu à Vaza Jato. Sua saída do governo tem potencial para instalar um dreno no bolsonarismo, ainda fortemente ligado à simbologia da Lava Jato.

No momento, a PF representa risco para a dinastia Bolsonaro em três níveis. Achega-se ao Zero Um Flávio no caso em que se misturam a rachadinha, o faz-tudo Queiroz e o miliciano Adriano. Fareja o Zero Dois Carlos e o Zero Três Eduardo num inquérito sobre fake news. Roça o próprio gabinete presidencial no recém-inaugurado inquérito sobre a manifestação antidemocrática de domingo passado, ornamentada com o discurso em que Bolsonaro falou sobre "patifaria", sobre "velha política" e sobre a suposta aversão a negociações como as que ele entabula com o centrão.

Contra esse pano de fundo, o desembarque de Moro tornou-se um imperativo. Auxiliares do ministro já não discutem se ele sairá do governo, mas quando e como a saída ocorrerá. Em dezembro de 2018, dias antes de tomar posse, o ex-juiz afirmou: "Eu não assumiria um papel de ministro da Justiça com o risco de comprometer a minha biografia, o meu histórico." Nessa época, imaginava-se portador de uma "carta branca". Hoje, sabe que fez uma opção preferencial pela autoenganação. Com a biografia já um tanto comprometida, pode ser que Moro lance um olhar para 2022.
Herculano
24/04/2020 07:49
PREÇO DA FATURA. FOI O CENTRÃO QUEM PEDIU A SAÍDA DO DIRETOR DA POLÍCIA FEDERAL E DO MINISTRO SÉRGIO MORO. É O PREÇO - ALÉM DOS CARGOS E A VOLTA DA GROSSA CORRUPÇÃO - PARA DAR VOTOS NO CONGRESSO AO PRESIDENTE JAIR MESSIAS BOLSONARO, SEM PARTIDO, E SUPOSTAMENTE LIVRÁ-LO DA TIRANIA DO PRESIDENTE DE FATO, RODRIGO MAIA DEM-RJ
Herculano
24/04/2020 07:46
O NOVO QUERIDINHO DE BOLSONARO. ELE VEM TENTANDO TIRAR MORO FAZ MESES E AGORA, ESTÁ CONSEGUINDO

De Ricardo Noblata, de Veja, no twitter:

"Não deveria trocar só o diretor, deveria trocar o ministro. [?] O que ele fez até hoje de concreto? Nada. Se sair, já vai tarde". (Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal, sobre a possível demissão do ministro Sérgio Moro e a troca do diretor-geral da Polícia Federal)
Herculano
24/04/2020 07:45
ESBóRNIA

De Renan Santos, MBL, no twitter:

Bolsonaro quer entregar PF para o Abin e ex-segurança de campanha Alexandre Ramagem, para proteger
@CarlosBolsonaro e aparelhar a instituição. Pra mim, CONFIRMANDO-SE isso, é motivo de impeachment.
Herculano
24/04/2020 07:42
BOLSONARO ASSINA POR MORO

Conteúdo de O Antagonista.O nome de Sergio Moro aparece no ato de demissão do diretor-geral da PF, mas Jair Bolsonaro fez tudo sozinho, sem consultá-lo.

É a última mesquinharia bolsonarista, feita com o propósito de obrigar Sergio Moro a se demitir.
Marciana Rodrigues
24/04/2020 07:40
Herculano, a respeito da passarela ela custou no total um valor maior, pois vocês esqueceu do aditivo.

MUNICÍPIO DE GASPAR/SC
EXTRATO DO ADITIVO Nº 1 CONTRATO Nº SAF-171/2019
Tomada de Preços nº.: 19/2019. OBJETO: acréscimo R$12.362,86 ao valor do contrato para projeto e execução de passarelas para pedestres em estrutura metálica da ponte do girassol, na Rua Barão do Rio Branco. CONTRATADA: DI FATTO INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
(12.323.692/0001-98). JEAN ALEXANDRE DOS SANTOS ?" Secretário de Obras e Serviços Urbanos.

Em tempos de pandemia tem gente enchendo as burras em cima dos burros.
Herculano
24/04/2020 07:39
CHAVISMO DE DIREITA, por Nelson Motta, no jornal O Globo

Parece um método chavista cercar-se de generais

Tempo de horror em que os dois únicos assuntos nacionais são coronavírus e Bolsonaro. Parece que nada mais interessa. Está chato. Todo mundo escreve sobre as mesmas coisas. Desculpem, mas...

Lembrei-me de um filme de Kurosawa chamado "Homem mau dorme bem", um grande ataque do mestre ao capitalismo. É sabido que Bolsonaro dorme pouco e mal, com um revólver na cabeceira, é natural que acorde cansado e mal-humorado. É quando fala suas maiores besteiras.

Depende do que tenha sonhado. Qual é o seu pior pesadelo? Ser impichado, o Queiroz contar tudo e Flávio ser preso, ou a depressão econômica? Ele é do tipo que não hesitaria em provocar uma guerra civil para se manter no poder, ou salvar um filho da cadeia. Mas o Exército o conhece bem, desde que o expulsou por planejar botar bombas em quartéis. Não pela democracia, por aumento de salário.

Pior é se fazer de louco, achando que todo mundo é burro, dizendo que não precisa dar um golpe porque já está no poder, fingindo que não existe o autogolpe, o parlamentar, e o golpe gradual de Hugo Chávez, o pior exemplo possível, que deu no que deu. Parece um método chavista cercar-se de generais, que não só o ajudariam como subordinados, mas também botariam as tropas na rua num eventual impeachment.

O próximo passo seria transformar suas milícias virtuais em armadas, como as chavistas, para "defender a democracia"? A coragem em um teclado não é a mesma diante de um fuzil. Robôs não usam fuzis, são virtuais, uma forma de autoengano em que quem paga sabe que as milhões de mensagens de apoio não são verdadeiras e estão pregando para convertidos. Só servem para espalhar fake news, terrorismo digital.

Todo dia ele diz que representa 57 milhões de pessoas que votaram nele, "nós somos a maioria". Eram. Hoje mais de 10 milhões de seus eleitores se dizem arrependidos. E seu governo tem só 33% de apoio. Um terço não é a maioria. Não basta para ganhar nada, mas pode convulsionar o país. Quantos votariam nele hoje? E, mais importante, contra quem?
Herculano
24/04/2020 07:37
PERGUNTA DO DIA: O QUE O GADO BOLSONARISTA VAI DIZER AGORA? QUE O EX-JUIZ DA LAVA JATO, SÉRGIO MORO É UM TRAIDOR, INCOMPETENTE, COMUNISTA...

A VERDADE É UMA Só; DIRETA OU INDIRETAMENTE, O PRESIDENTE JAIR MESSIAS BOLSONARO, SEM PARTIDO, REPETIU O QUE CONDENAVA NOS DISCURSOS DE CAMPANHA E AO MESMO TEMPO, ESTÁ ABSOLVENDO OS LADRõES POLÍTICOS DOS BILHõES QUE LEVARAM DOS PESADOS IMPOSTOS DO POVO, TUDO LIDERADO PELO PT E COM A PARTICIPAÇÃO ATIVA DO CENTRÃO AO QUAL AGORA BOLSONARO ESTÁ ALINHADO
Herculano
24/04/2020 07:33
da série: um governo que protege os filhos amalucados, recalcados e enrolados em dúvidas ao invés dos cidadãos? Qual a diferença dos governos do PT, do MDB, do PSDB?

BOLSONARO EXONERA DIRETOR-GERAL DA PF

Conteúdo de O Antagonista. Jair Bolsonaro atropelou Sergio Moro e exonerou o diretor-geral da PF, Mauricio Valeixo.

Segundo o Diário Oficial, "a pedido".

Para proteger sua turma, o presidente da República interferiu diretamente na PF.

Sergio Moro, claro, não pode continuar no governo.
Herculano
24/04/2020 07:28
BOLSONARO CRIA INSTABILIDADES E ELEVA CUSTO DA CRISE, editorial do jornal O Globo

Choque com Moro e abalo de Guedes mostram presidente enredado na própria inépcia para conduzir a nação na pandemia

Jair Bolsonaro está aumentando o custo da crise para a sociedade em meio a uma pandemia histórica. O presidente escolheu se transformar num vetor de instabilidade e converteu o governo numa usina de crises. O resultado é óbvio: quanto maior o nível de conflito, mais alto tende a ser o preço a ser pago por 211,4 milhões de brasileiros para emergir do caos econômico e social provocado pelo vírus.

Nas últimas semanas ele se empenhou em tumultuar as perspectivas de uma governança ainda que precariamente estável ao abrir confrontos com governadores estaduais, demitir um ministro, Luiz Henrique Mandetta (Saúde), e agir claramente para desidratar outros dois, Sergio Moro (Justiça e Segurança) e Paulo Guedes (Economia).

O choque com Moro e o abalo de Guedes se enquadram na moldura de um presidente aparentemente enredado na própria inépcia para conduzir uma nação sob grave crise, que avança para completar uma década em recessão, neste ano em nível sem precedentes, e nos últimos dez dias registrou aumento de 150% no número de mortes na pandemia.

Sem plano coerente e consistente para o país, Bolsonaro circunscreve suas ações à receita que aplicou com êxito na campanha eleitoral de 2018, a da aposta na multiplicação de conflitos em todas as direções.

É legítima sua aspiração à reeleição em 2022, assim como a busca por amparo parlamentar a todo custo. O problema está na sua incapacidade sucessivamente demonstrada de distinguir os limites entre Estado e governo, assim como entre o papel de um presidente e o de candidato potencial em futuras eleições.

A exposição da discórdia com o ministro da Justiça obedece a um padrão visto recentemente no caso do ministro da Saúde e reproduzido, mais uma vez, na promoção de um plano de resgate econômico para "trinta anos" ?" incoerente, para se dizer o mínimo ?", ao qual se opõe abertamente o Ministério da Economia.

No caso do desentendimento com Moro há o agravante do motivo. Bolsonaro tenta há tempos substituir o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, pessoa de confiança do ex-juiz. Assim como parece não arquivar a ideia de tirar a Segurança Pública do ministro da Justiça, para deixá-lo sem a PF. O interesse do presidente pela Polícia Federal cresce à medida que surgem ou avançam investigações no entorno do clã Bolsonaro. Agora, é o inquérito recém-aberto no Supremo, para investigar os subterrâneos das manifestações antidemocráticas, como as de domingo, de que Bolsonaro participou. Não se trata de uma preocupação republicana.

Hoje, a partir dos sinais emitidos pelo Palácio do Planalto, a única certeza possível é a de que o presidente da República não sabe o que fazer diante dessa inédita crise e, por isso mesmo, usa o recurso de fazer política do confronto, multiplicando conflitos em proporção e velocidades só comparáveis à disseminação do novo coronavírus.
Herculano
24/04/2020 07:26
SEM BRASILEIRÃO, CHUTE POLÍTICO 'DEMITE' MORO, por Cláudio Humberto na coluna que publicou nesta sexta-feira nos jornais brasileiros

O líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO) encontrou paciência e bom humor para reagir à "fake news" desta quinta-feira (23) sobre o "pedido de demissão" do ministro Sérgio Moro (Justiça) que não houve: "Com o Brasileirão suspenso, a nova modalidade é o chute político", disse ele a esta coluna. O senador se refere à 15ª "demissão" de Moro noticiada pela imprensa em 16 meses no cargo.

'DESGASTE' É FANTASIA

O governo completa 16 meses em abril e a demissão fake de ontem foi a 15ª vez que a imprensa "demitiu" o ex-juiz da Lava Jato.

É TORCIDA?

Moro foi "demitido", segundo o noticiário, após o caso Queiroz, a saída de Ilana Szabó, a mudança do Coaf, vazamento de MP...

OU É MALÍCIA?

O ministro também foi "demitido" na lorota de "indicado ao STF", após a "vazajato" com mensagens roubadas de celulares e etc.

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Acreditam no Planalto que notícias periódicas sobre "demissão" de Moro são truques para ganhar dinheiro na queda da Bolsa e na alta do dólar.

GOVERNADOR COLAPSADO Só TEM DINHEIRO PARA AMIGOS

Responsável pelo descalabro administrativo que levou a saúde pública do Amazonas à situação de colapso, o governador Wilson Lima alegou que não havia dinheiro para comprar equipamentos de proteção para o pessoal de saúde e nem para pagar em dia salários de médicos etc., mas fechou contratos milionários com empresas de deputados que o protegem de impeachment e outras sanções. Só uma delas, pertencente ao deputado aliado Roberto Cidade (PV), já recebeu R$28,8 milhões.

TRANSPORTE ZERO
0
Está no Portal da Transparência: o Amazonas paga R$9,6 milhões à empresa do deputado transportando alunos de escolas... fechadas.

MILHõES NO BOLSO

Em outro contrato, a felizarda empresa do deputado aluga 141 carros ao governo do Amazonas, recebendo por isso R$5,1 milhões.

PERDIDO NA FLORESTA

A irresponsabilidade mais recente do governo do Amazonas foi recusar a intervenção federal na Saúde oferecida pelo presidente Bolsonaro.

SURGE MAIS UM CARTóRIO

Ao invés de proteção, os farmacêuticos vão ter que pôr a mão no bolso, para alegria dos oportunistas de sempre. A autarquia Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), ligada a empresas certificadoras, se uniu ao enrolado presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter João, e criou o cartório "portal de validação de prescrições eletrônicas".

ALô, POLÍCIA

A malandragem do "portal de validação de prescrições eletrônicas" consiste em empurrar para os profissionais de saúde a obrigação, desnecessária, de terem que comprar certificado digital.

JOSÉ SARNEY, 90

O presidente José Sarney completa 90 anos nesta sexta (24), cumprindo a quarentena ao lado de d. Marly em casa, em Brasília. Recebe apenas o filho Zequinha, a nora Camila e o neto João, que moram ao lado. Fez uma reflexão sobre a idade em artigo, hoje, para o site Diário do Poder.

PEQUENA BRONCA

Na reunião ministerial de quarta (22), Bolsonaro estava irritado. Cobrou de Sérgio Moro presença ativa nas ações contra o Covid19 e uma atitude mais firme contra a soltura em massa de bandidos a pretexto da doença.

OAB-DF ACABOU NO IRAJÁ

A OAB-DF tem ideia fixa. Após se juntar a criminalistas derrotados na Justiça e usar o coronavírus para tentar abrir as portas da Papuda, agora exige material de proteção para os presos. Já para suas vítimas...

QUEM DECRETOU PRIMEIRO

A paternidade da primeira quarentena foi reivindicada pelo prefeito de BH, Alexandre Kalil, e agora pelo governador paulista João Doria. Lorota. Quem fez primeiro, bem antes, foi o governador do DF, Ibaneis Rocha.

CHANCE À CIÊNCIA

O infectologista David Uip não foi o único doente de Covid19 a esconder que se curou com cloroquina. É hora de todos, sobretudo médicos, abandonarem o preconceito, até ideológico, para dar chance à ciência.

MAIS IMPACTADAS

Levantamento Yubb mostrou que quatro das cinco empresas que mais sofreram perdas, 65% em média, com a pandemia da Covid-19 estão envolvidas com o turismo. A campeã de perdas foi a Azul, com 71,95%.

PENSANDO BEM...

..."demitido" tantas vezes pela imprensa, Sergio Moro já pode cobrar seguro desemprego na redação dos jornais.
Herculano
24/04/2020 07:04
PIVô DE EMBATE ENTRE MORO E BOLSONORO, PF APURA CASOS QUE ENVOLVEM ENTORNO DO PRESIDENTE

Ex-juiz disse que deixará Ministério da Justiça caso presidente mude comando da Polícia Federal

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Fábio Fabrini e
Italo Nogueira, das sucursais de Brasília e Rio de Janeiro, respectivamente. Desde que assumiu o cargo, o presidente Jair Bolsonaro ensaiou em mais de uma oportunidade mudar o comando da Polícia Federal, minando a influência do ministro da Justiça, Sergio Moro, sobre a cúpula da corporação. Tentativas de ingerência se deram com a abertura e o avanço de investigações contra pessoas do entorno do mandatário.

O incômodo de Bolsonaro com o trabalho da PF aumentou recentemente por causa dos inquéritos que apuram um suposto esquema de fake news para atacar autoridades, entre elas alguns de seus adversários políticos, e as manifestações pró-golpe militar promovidas por grupos bolsonaristas - no domingo (19), o presidente participou de uma delas, em Brasília.

Os dois casos, sob relatoria do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, devem ser tocados por uma mesma equipe de policiais, o que desagrada ao presidente.

Conforme adiantou a Folha, Moro pediu demissão a Bolsonaro ao ser informado pelo presidente da decisão de trocar a diretoria-geral da PF, hoje ocupada por Maurício Valeixo. Bolsonaro acionou ministros militares para tentar demovê-lo da decisão. Uma solução tem sido negociada para que o ministro fique no cargo.

A apuração sobre fake news, aberta pelo próprio STF, envolve a suspeita de que filhos de Bolsonaro, entre eles o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), estejam por trás de um gabinete do ódio supostamente mantido pelo Palácio do Planalto para atacar desafetos políticos.

Essa hipótese também foi levantada em Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o caso no Congresso.

A investigação sobre os atos antidemocráticos, proibidos pela Constituição e a Lei de Segurança Nacional, foi aberta a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. Ela mira empresários e ao menos dois deputados federais bolsonaristas por, possivelmente, terem organizado e financiado os eventos. Os nomes são mantidos em sigilo pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

Um dos primeiros incômodos do presidente com a PF na gestão Moro se deu no início do mandato, com a instauração de inquérito contra o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, para apurar esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais, caso revelado pela Folha.

Em outubro, o ministro foi denunciado à Justiça sob acusação de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa.

Apesar do constrangimento gerado pela situação, o presidente manteve o aliado no cargo. Em mais de uma oportunidade, demonstrou irritação com as conclusões sobre o caso.

Ainda em outubro, ele disse que o responsável pela investigação na PF "agiu de má-fé", que houve "exagero" no inquérito e que a intenção não foi atingir o ministro, mas o presidente da República.

A reação se deu após a Folha noticiar que um depoimento e uma planilha obtidos pela Superintendência da PF em Minas sugerem que recursos do laranjal foram desviados para abastecer, por meio de caixa dois, a campanha presidencial de Bolsonaro.

Dois meses antes, o presidente havia gerado instabilidade na PF ao anunciar que trocaria o superintendente do órgão no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, por questões de gestão e produtividade.

Foi rebatido por uma nota da própria corporação, que informou que a mudança de comando já vinha sendo debatida internamente e havia sido solicitada pelo próprio policial, não tendo relação com seu desempenho.

Bolsonaro subiu o tom e declarou que quem dava as ordens na polícia era ele próprio. "Se ele resolveu mudar, vai ter que falar comigo. Quem manda sou eu, vou deixar bem claro. Eu dou liberdade para os ministros todos, mas quem manda sou eu", declarou.

Na ocasião, Moro estava enfraquecido pela divulgação de mensagens que mostraram sua atuação em parceria com os procuradores em diferentes processos da Lava Jato e que colocaram em xeque sua atuação como juiz federal.

A crise aberta pela investida do presidente quase resultou na saída do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, mas amainou depois que Bolsonaro recuou e Moro manteve tanto o diretor quanto outras pessoas de sua confiança em cargos-chave da corporação.

A PF do Rio passava por momento delicado na ocasião, especialmente após vir à toda o caso Fabrício Queiroz, PM aposentado e ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia do Rio. Ele é o pivô da investigação do Ministério Público do Estado que atingiu o senador, primogênito do presidente.

A apuração começou após um relatório do extinto Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), então ligado ao Ministério da Economia, apontar movimentação de R$ 1,2 milhão na conta do ex-assessor entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

A suspeita do MP do Rio é de que o dinheiro seja de um esquema de "rachadinha" ?"quando funcionários são coagidos a devolver parte de seus salários aos deputados.

Esse caso, especificamente, não está com a PF, mas o órgão tocava na época investigações envolvendo personagens em comum.


Flávio Bolsonaro era alvo de um procedimento sobre falsidade ideológica eleitoral por suposta ocultação de patrimônio na declaração de bens à Justiça eleitoral em 2014. Ele teria declarado um imóvel pelo valor abaixo do real.

Ao concluir a investigação, no início deste ano, o delegado Erick Blatt apontou que não havia indícios do crime eleitoral e também de lavagem de dinheiro, que não era objeto inicial da apuração. A conclusão não afetou a apuração sobre "rachadinha".

A superintendência no Rio tem aberto inquérito com base em relatório antigo do extinto Coaf em que o nome Queiroz é mencionado. Ele não é alvo da apuração, mas seu antigo advogado, Paulo Klein, protocolou pedido para ter acesso aos autos em setembro do ano passado.

Também está com a PF do Rio investigação sobre denunciação caluniosa contra Bolsonaro envolvendo o porteiro do condomínio em que o presidente morava.

O funcionário afirmou, em depoimento no inquérito que apura as mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, que foi o hoje presidente (à época deputado) quem autorizou a entrada de um dos acusados pelo assassinato a entrar no condomínio para encontrar o PM aposentado Ronnie Lessa, também réu na ação penal de homicídio, no dia do crime.

Gravação do sistema de interfone do condomínio e a presença registrada de Bolsonaro na Câmara dos Deputados naquele dia contradisseram o porteiro. Confrontado com as informações, ele afirmou à PF ter se equivocado no depoimento para a Polícia Civil.

A PF não informou se o inquérito foi concluído.

Em janeiro deste ano, Bolsonaro pôs novamente sobre a mesa a troca de comando na polícia, ao incentivar movimento que pedia a recriação do Ministério da Segurança Pública.

Nessa hipótese, a corporação seria desvinculada da Justiça, ficando sob responsabilidade de outro ministro. Mas o presidente novamente voltou atrás e disse que a chance de alterações era nula.

Bolsonaro também manifestou contrariedade ao tratar de inquérito sobre um de seus auxiliares mais próximos, o chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Fabio Wajngarten.

A pedido do Ministério Público Federal, a PF abriu a investigação no início deste ano para apurar o envolvimento dele em supostas práticas de corrupção passiva, peculato (desvio de recursos por agente público) e advocacia administrativa (patrocínio de interesses privados na administração pública). O secretário nega qualquer irregularidade.

A apuração foi motivada por série de reportagens da Folha mostrando que Wajngarten é sócio majoritário de uma empresa que recebe dinheiro de emissoras de TV e agências de publicidade contratadas pela própria Secom, ministérios e estatais do governo. Na gestão dele, as contratantes passaram a receber fatias maiores da verba da secretaria.

Questionado pela imprensa, Bolsonaro chegou a negar que a PF tivesse aberto a investigação. "O MP [Ministério Público] pediu que ele fosse investigado. [É] completamente diferente do que você está falando, dá a entender que ele é um criminoso. Não é criminoso, eu não vi nada que atente contra ele", afirmou.?
Herculano
23/04/2020 20:58
DELEGADOS REAGEM À POSSIBILIDADE DE TROCA NO COMANDO DA PF

Conteúdo de O Antagonista. A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) reagiram à possibilidade de demissão de Maurício Valeixo da chefia da PF por Jair Bolsonaro, registra Fausto Macedo.

Segundo as entidades, "especulações, infelizmente, prejudicam a estabilidade da Polícia Federal, a sua governança e colocam em risco a própria credibilidade na lisura dos trabalhos da instituição".

"O problema não reside nos nomes de quem está na direção ou de quem vai ocupá-la, mas sim na absoluta falta de previsibilidade na gestão e institucionalidade das trocas no comando", diz a nota conjunta das associações de delegados.

A ADPF e a Fenadepol pediram ainda que o Congresso aprove projetos que estabelecem autonomia para a PF e um mandato para seu diretor-geral.
Herculano
23/04/2020 20:55
BOLSONARO AJUDA MAIA

Quando Rodrigo Maia, DEM-RJ, estava mais encurralado pelas redes sociais e até sendo ilhado na própria Câmara na manobra do Planalto com o Centrão, eis que o que estava sendo humilhado por Rodrigo e presidente de fato, o eleito Jair Messias Bolsonaro, sem partido, saiu na sua defesa.

Cria a fantasia da troca de chefe da Polícia Federal para proteger unicamente a família enrolada em Fake News e rachadinhas, cria uma crise com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e todos esquecem que o alvo é Rodrigo Maia e os congressistas do toma-lá-dá-cá. Incrível!
Herculano
23/04/2020 20:48
DUAS SITUAÇõES

Quem foi as ruas e quer a ditadura militar, deve estar descontente com Jair Messias Bolsonaro, sem partido. Ele não é militar. É preciso indicar, então, o general da predileção.

Se o suposto impeachment vier antes de dezembro, como querem alguns, haverá novas eleições. O vice-presidente, o general da reserva Hamilton Mourão, PRTB, só assumiria se o impeachment acontecer a partir de dois de janeiro do ano que vem. Simples assim.
Herculano
23/04/2020 20:45
O STF NÃO VAI DAR TRÉGUA

Na dobradinha com Rodrigo Maia, DEM-RJ, presidente da Câmara, o STF, por meio do ministro decano Celso de Mello, deu prazo de dez dias para ele explicar a razão pela qual ainda não pauto os pedidos de impeachment do presidente Jair Messias Bolsonaro. Hum
Herculano
23/04/2020 20:42
PERGUNTAR NÃO OFENDE

Por que para reajustar os seus salários, os vereadores de Gaspar trataram o Projeto de Lei em sete dias. E para tratar de diminuir em 20%, por apenas, repito, por apenas dois meses, ele não anda? Quem mesmo está enrolando a cidade e por que?
Herculano
23/04/2020 20:36
É RUIM, HEIM!

De Vicente Nunes, no twitter:

Quando @jairbolsonaro terá a coragem de fazer a foto oficial com seus novos aliados: Roberto Jefferson, Ciro Nogueira, Marcos Pereira, Valdemar Costa Neto, Gilberto Kassab? A ficha corrida desses políticos do Centrão é de assustar. Mas vale tudo pelo poder, não é presidente?
Herculano
23/04/2020 20:33
BOLSONARO TORNOU-SE IMBATÍVEL NA ARTE DE CRIAR CRISES, por Josias de Souza, no UOL

O presidente da República vai acabar sendo incluído nos dicionários como sinônimo de encrenca. Jair Bolsonaro virou um outro nome para crise. Ele se revela imbatível na arte de criar crises. Age de forma metódica. Acredita que a melhor maneira de desfazer as crises que fabrica é criando outras crises, ainda maiores. Bolsonaro agora ameaça novamente demitir o chefe da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Com isso, empurra em direção à porta de saída o ministro da Justiça, Sergio Moro.

Bolsonaro cutuca Moro com o pé para ver se ele morde apenas uma semana depois de enviar para o olho da rua Henrique Mandetta, que deixou a pasta da Saúde com a popularidade nas nuvens. Como se fosse pouco, o presidente desprestigia o seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Permitiu que o general Braga Netto, chefe da Casa Civil, levasse à vitrine um esboço de plano de recuperação econômica para a fase pós-pandemia sem o aval de Guedes. Parece faltar combustível ao Posto Ipiranga.

Para resumir: Bolsonaro acomodou na Saúde um ministro, Nelson Teich, que não consegue informar com clareza qual é o plano do governo para enfrentar o coronavírus. Enfraquecido, o presidente tenta obter base congressual oferecendo cargos e cofres públicos a prontuários do centrão. Simultaneamente, fustiga Sergio Moro, que virou ministro graças ao prestígio que obteve mandando para a cadeia corruptos como os que se aninham no centrão. De resto, num instante em que o país precisa como nunca estimular investimentos privados, Bolsonaro cria insegurança desprestigiando seu ministro da Economia.

Bolsonaro acha que seu governo é uma coisa. Mas ele já virou outra coisa bem diferente. O controle da Policia Federal é algo que nem os governos de Lula e Dilma ousaram fazer. Michel Temer tentou. E foi rechaçado. Bolsonaro arma o bote apenas 48 horas depois de o Supremo ter autorizado a abertura de inquérito para investigar as origens da manifestação antidemocrática estrelada por ele no último domingo.

Bolsonaro acha que seu governo é uma coisa. Mas ele já virou outra coisa bem diferente. O controle da Policia Federal é algo que nem os governos de Lula e Dilma ousaram fazer. Michel Temer tentou. E foi rechaçado. Bolsonaro arma o bote apenas 48 horas depois de o Supremo ter autorizado a abertura de inquérito para investigar as origens da manifestação antidemocrática estrelada por ele no último domingo.
Herculano
23/04/2020 20:27
VALEIXO NÃO PEDIU PARA SAIR, COMO DIZEM OS BOLSONARISTAS

Conteúdo de O Antagonista.A tropa bolsonarista nas rede sociais quer emplacar agora a versão de que Maurício Valeixo pediu para sair do comando da Polícia Federal.

É uma sem-vergonhice.

Valeixo disse a Sergio Moro, em janeiro, que não tinha apego ao cargo e que ele poderia substituí-lo quando considerasse conveniente, se isso pudesse melhorar sua relação com Jair Bolsonaro.

Foi uma gentileza, devido ao constante assédio por sua vaga ao longo do ano passado.
Herculano
23/04/2020 20:24
CRISE COM MORO E NAMORO COM CENTRÃO ERODEM BASE DE BOLSONARO, por Igor Gielow, no jornal Folha de S. Paulo

Presidente tenta evitar risco de impeachment, mas atira contra o próprio coração no processo

No manual informal dos impeachments brasileiros, três condições são centrais para o impedimento de um presidente: falta de apoio no Congresso, uma crise econômica aguda e a perda de apoio popular.

A crise de governabilidade que Jair Bolsonaro agravou com sua condução do combate ao novo coronavírus já embutia os dois primeiros itens da pauta, mas mesmo adversários ferrenhos do presidente sempre notaram que os cerca de 30% de aprovação do eleitorado eram uma arma dissuasória potente.

Com isso, fica difícil compreender a decisão do presidente de provocar a mera ameaça de demissão de Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) em meio a negociações com o centrão, que visam criar um simulacro de apoio congressual e evitar votos para um eventual processo de remoção.

Ambos os movimentos atingem diretamente o dito terço do eleitorado que está com o presidente, faça chuva ou faça pandemia.

Que Bolsonaro queria ver Maurício Valeixo fora, isso não é novidade desde agosto do ano passado, quando removeu um superintendente da PF no Rio que sabia demais acerca de investigações envolvendo o clã presidencial.

Essa independência da PF, aliás, é um dos fatores da rixa entre Bolsonaro e Moro, cujo enredo maior diz respeito a 2022. O ministro é candidatíssimo a ser presidenciável, algo acerca de que o presidente se queixou com dois interlocutores nas últimas semanas.

Para o presidente, Moro só pensa em manter-se acima de degastes, e o bote poderá vir a qualquer momento.

Com a intenção de mexer na PF, Bolsonaro fez Moro repetir o teatro do ano passado e dizer que se Valeixo cair, ele sai. É uma saída cômoda para o ministro, que até aqui não deixou marca no cargo e parece ter se incomodado com o comportamento agressivo e negacionista do chefe ante a crise do novo coronavírus.

O problema é que Moro é uma câmara do coração do bolsonarismo. Extirpá-lo não só ameaça o órgão como cria um concorrente formidável na mesma faixa de batimentos.

Bolsonaro foi eleito por uma combinação de antipetismo e reação contrária ao sistema político alimentada por quatro anos de revelações escabrosas da Operação Lava Jato, que Moro personifica.

Como as pesquisas indicam, mesmo as revelações de condutas abusivas e os erros da ação não tiraram o apelo do ministro junto à população. É o mais popular da Esplanada.

Quando escolheu Moro ministro, após ser eleito, Bolsonaro criou uma armadilha perfeita. Se por um lado legitimou seu discurso moralizador, por outro tornou o ex-juiz numa figura quase indemissível. Assim, se por fim ficar no cargo, não é impossível que seu destino seja a vaga de Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal em novembro.

O impacto de uma saída de Moro é potencialmente devastador, em especial se conjugado com a aproximação do Planalto com o centrão. Bolsonaro tem cerca de 30% de apoio do eleitorado, dado que o excedente que o levou a vencer em 2018 já se afastou ao vê-lo exercer o poder.

Desses, talvez metade seja caninamente fiel ao presidente. Esses eleitores são as mesmas pessoas para quem, no ato golpista do domingo (19), Bolsonaro pedia "o povo no poder" contra os "patifes" da "velha política".

Fica difícil aos aliados do presidente explicar o vídeo dele com Arthur Lira (Progressistas-AL), um exemplo acabado da tal velha política, em pleno congraçamento. Lira, afinal, é réu por corrupção no âmbito da mesma Lava Jato que levou Moro ao governo e ajudou Bolsonaro a estar no Planalto.

Isso fora as promessas de cargos para Roberto Jefferson (PTB), Waldemar da Costa Neto (PL) e outros luminares de escândalos políticos passados. Não é só a desmoralização de sua classificação do presidencialismo de coalizão como mero toma-lá-dá-cá: os personagens de suas críticas são os mesmos.

Com mais uma crise com Moro, o cenário fica complexo. A outra metade da base de apoio, menos ideológica e mais ligada ao repúdio legítimo às práticas da classe política, tenderá a seguir o ex-juiz para onde ele for.

Para um aliado de Bolsonaro no Congresso, a crise fora de hora evidencia o desmonte do desenho inicial do governo. Em dois dias, foram alienados seus dois ex-superministros, Moro e Paulo Guedes.

Na quarta (22), o titular da Economia teve de engolir, apenas com algum chiado sobre inexequibilidade, o anúncio de um plano com ares de planejamento militar dos anos 1970 para combater o desemprego com obras públicas.

Ambos, Guedes e Moro, por ora parecem ficar. Estarão tão enfraquecidos como o presidente, mas têm muito menos a perder que ele.

O isolamento do presidente, registrado antes da crise do novo coronavírus, já era flagrante. Governadores de estado articulados em frente, cerco judicial à sua família, Congresso tomando as rédeas da agenda reformista, tudo isso estava em curso.
Herculano
23/04/2020 20:21
ILHOTA EM CHAMAS

Falta água para apagar o fogaréu que se instalou na cidade. Só água salobra.
Herculano
23/04/2020 20:18
ASSESSORES DO PLANALTO BUSCAM SOLUÇÃO DE CONSENSO NA PF PARA MORO FICAR

Militares aliados a Bolsonaro tentavam convencer ministro a ficar no cargo e indicar o substituto de Maurício Valeixo na corporação

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Talita Fernandes, Gustavo Uribe e Julia Chaib, da sucursal de Brasília. Após o pedido de demissão feito por Sergio Moro, a cúpula militar do Palácio do Planalto iniciou ofensiva para convencer o ministro da Justiça a aceitar um meio termo: permanecer no cargo e participar da indicação do substituto de Maurício Valeixo na Polícia Federal.

O movimento tem sido capitaneada pelos ministros da Casa Civil, Walter Braga Netto, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. E, segundo assessores presidenciais, já teve uma indicação positiva.

De acordo com relatos feitos à Folh?a, o ministro sinalizou ao Palácio do Planalto, no início da noite desta quinta-feira (23), que está disposto a a aceitar um acordo desde que tenh?a a palavra final na sucessão na Polícia Federal.

Conforme adiantou a Folha, Moro pediu demissão a Bolsonaro ao ser informado pelo presidente da decisão de trocar a diretoria-geral da PF.

Um nome que conta com a simpatia do ex-juiz da Lava Jato, segundo aliados do ministro, é o do diretor do Depen,? Fabiano Bordignon?.

Já Bolsonaro defende a nomeação para o posto do diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, ou do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.

Desde o ano passado, o presidente já defendia uma troca no comando da Polícia Federal. Moro, no entanto, resistia a uma mudança e chegou a dizer a Bolsonaro que ela não seria bem recebida pela corporação.

Para evitar um desgaste com o ministro, o presidente decidiu deixá-la para este ano.

A mudança voltou a ser cogitada há duas semanas, em meio à crise de Bolsonaro com o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

A rede bolsonarista já vinha acusando o ex-juiz da Lava Jato de não defender publicamente o presidente na crise do novo coronavírus. Em paralelo, Moro vinha fazendo publicações em suas redes sociais defendendo o isolamento social, na contramão de seu chefe.

Em reunião reservada no Planalto, enquanto havia um temor sobre o futuro de Mandetta, o presidente disse a pessoas próximas em 6 de abril que haveria uma mudança no Ministério da Justiça, mas não deu detalhes.

Ramagem, o nome favorito de Bolsonaro, é delegado da Polícia Federal, atuou na segurança do presidente logo após as eleições presidenciais de 2018 e se tornou seu amigo. São frequentes as idas de Ramagem ao Palácio da Alvorada nos fins de semana, sem que haja previsão de agenda oficial entre eles.

Já Torres esteve no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (22), onde teve audiência com o ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira. Ele conta com apoio na bancada federal da segurança pública.

?O chefe de Torres, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também esteve no Planalto na quarta, em agenda com Bolsonaro. Na sequência, Ibaneis participou de entrevista coletiva ao lado de ministros do governo.

RECUOS E DERROTAS DO 'SUPERMINISTRO'

Ministério da Segurança Pública - Bolsonaro afirmou que pode recriar a pasta da Segurança Pública, que hoje integra o Ministério da Justiça. Com isso, a área sairia da alçada de Moro. O ministro, contudo, tem usado como principal vitrine da sua gestão a redução de homicídios, que foi iniciada no governo de Michel Temer (MDB).

Prisão após condenação em 2ª instância - Em novembro, o Supremo Tribunal Federal voltou a barrar a prisão de condenados logo após a segunda instância. Decisão permitiu a soltura do ex-presidente Lula, condenado pelo ex-juiz. Ponto muito defendido pelo ministro, a execução antecipada da pena foi tirada do pacote anticrime pela comissão que analisou o texto na Câmara. Por outro lado, Moro tem liderado esforço no Congresso para a elaboração de nova lei que permita a medida.

Pacote anticrime - O projeto aprovado pelo Congresso e sancionado por Bolsonaro foi um tanto diferente daquele apresentado por Moro à Câmara no início de 2019. Para além da prisão após segunda instância, a ampliação das causas excludentes de ilicitude, que poderia isentar de punição policiais que matassem em serviço, também foi removida. Das 38 sugestões de vetos que constavam em parecer do Ministério da Justiça, quatro foram atendidas por Bolsonaro de forma integral e uma de forma parcial. Meses antes, o presidente havia dito que o pacote, considerado prioridade para Moro, não era visto com urgência pelo governo.

Juiz das garantias - Aprovada junto com o pacote anticrime, a medida, que prevê a divisão de processos penais entre dois juízes, foi criticada por Moro. Bolsonaro, contudo, sancionou o projeto e não vetou o instituto.

STF - Bolsonaro havia afirmado que prometeu a Moro uma vaga no STF ao convidá-lo para assumir o ministério da Justiça. Depois, voltou atrás e afirmou que não houve combinado. O presidente também tem afirmado que pretende indicar alguém "terrivelmente evangélico" para uma das duas vagas que devem ser abertas até 2022 e deu a entender que pode nomear o atual ministro da Advocacia-Geral da União, André Luiz Mendonça.

Mensagens da Lava Jato - Mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil e publicadas por diversos veículos, entre eles a Folha, revelam que Moro, enquanto juiz da Lava Jato, aconselhou e colaborou com a Procuradoria. Segundo a lei, contudo, um magistrado deve se manter imparcial diante das partes de um processo.

Confiança de Bolsonaro - Após a divulgação das primeiras mensagens, em junho, Bolsonaro deu declarações de apoio ao ministro, mas também disse que não existe 100% de confiança.

Destruição de provas - Logo que a Polícia Federal prendeu quatro suspeitos de hackear autoridades e captar suas mensagens no aplicativo Telegram, Moro disse que o material apreendido seria destruído. Tanto a PF quanto Bolsonaro afirmaram que essa decisão não cabia ao ministro - essa competência é da Justiça.

Polícia Federal - Bolsonaro anunciou que Ricardo Saadi seria substituído por Alexandre Silva Saraiva na Superintendência da PF no RJ. A direção da PF, contudo, havia escolhido o delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa, da Superintendência de Pernambuco. O anúncio de Bolsonaro foi malvisto pela corporação como uma interferência do presidente em assuntos internos. Desde então, Bolsonaro deu diversas declarações reforçando a intenção de intervir na Polícia Federal. Também alfinetou Moro ao afirmar que cabe a ele, e não ao ministro, fazer nomeações no órgão.

Perda do Coaf - Criado em 1998, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) é um órgão de inteligência financeira que investiga operações suspeitas. Ao assumir a Presidência, Bolsonaro tirou o Coaf do Ministério da Economia (antiga Fazenda) e o colocou na pasta de Moro, a Justiça.

O ex-juiz acabou derrotado depois que o Congresso devolveu o Coaf à Economia (sob Paulo Guedes) ao analisar a MP da reforma administrativa do governo federal.

Depois, o Coaf foi transferido para o Banco Central. O chefe do órgão e aliado de Moro, Roberto Leonel, foi substituído por Ricardo Liáo, funcionário de carreira do BC.

Decreto das armas - O primeiro revés foi ainda em janeiro. O ministro tentou se desvincular da autoria da ideia de flexibilizar a posse de armas, dizendo nos bastidores estar apenas cumprindo ordens do presidente. Teve ignorada sua sugestão de limitar o registro por pessoa a duas armas - o decreto fixou o número em quatro.

Laranjas - No caso do escândalo de candidaturas de laranjas, enquanto Moro deu declarações evasivas, dizendo que a PF iria investigar se "houvesse necessidade" e que não sabia se havia consistência nas denúncias, Bolsonaro determinou dias depois, de forma enfática, a abertura de investigações para apurar o esquema. Denunciado pelo Ministério Público por envolvimento no caso, Marcelo Álvaro Antônio permanece no cargo de ministro do Turismo.

Ilona Szabó - Moro teve de demitir a especialista em segurança pública por determinação do presidente, após repercussão negativa da nomeação. Ilona Szabó já se disse contrária ao afrouxamento das regras de acesso a armas e criticou a ideia de ampliação do direito à legítima defesa que está no projeto do ministro. Até hoje, Moro não nomeou um substituto.

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