09/04/2018
Demorou, mas chegou o dia em que políticos de Gaspar acharam a causa comum da baixa popularidade a que estão expostos: o povo, a opinião do povo, a crítica que o povo expressa nas redes sociais, as mesmas que eles políticos usam para pedir votos ao povo, dar notícias douradas ao povo e até criticar adversários, “esclarecendo” o povo a favor deles próprios.
Então troca o povo. Preserva-se os políticos.
O mundo mudou. Os políticos, não. Sempre atrasados. A forma de fazer comunicação mudou. Os políticos surfaram irresponsavelmente numa onda desconhecida. Na volta à realidade e a terra firme, estão perdendo o tempo, a mão e até a cabeça. Irresponsáveis como eles próprios, vão perder a credibilidade e votos.
Como escreveu ontem o leitor da coluna e morador do Belchior, Roberto Sombrio, sobre o discurseira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, antes de ser preso: “igual bêbado de cancha de bocha. Sempre tem razão”.
Samba do crioulo doido. Os políticos de Gaspar – como de outras paragens - perderam a noção de vez. São eles que devem explicação e transparência ao povo, que os elege, que os paga para servi-los e possui o direito de cobrá-los sobre o retorno a que estão obrigados. Ou não?
Estou de alma lavada mais uma vez. Antes era só contra esta coluna, contra o jornalismo investigativo ou com quem não se dobra diante de realidades, ou contra quem se renega perder à credibilidade, para não ser desmascarado em segundos pelas redes sociais, os repórteres das redes sociais, mobilizadas hoje em dia, vejam só, pelas próprias empresas de comunicações tradicionais para serem suas fontes de informação e até, opinião. Agora, quem lhes incomoda são os próprios eleitores e eleitoras? Hum!
FALTA DE RESPEITO?
Até o líder do governo na Câmara, Francisco Hostins Júnior, MDB, advogado, comedido, entrou na pilha do jogo perigoso: “o que está faltando é respeito”, referindo às notícias postadas por internautas que ele gostaria de vê-las esquecidas, ou sobre alguns comentários não apenas ácidos, mas malcriados mesmos, e neste caso, sob o criminoso manto do anonimato, feito nas redes sociais.
Concordo com Hostins: o que está faltando é respeito.
Entretanto, a falta de respeito começa pelo político que promete uma coisa quando está à cata de votos, e faz outra quando está no poder, rejeita-se à transparência, emprega no serviço público à rodo gente com incompetência notória para apenas atender compromissos partidários, e até familiares.
A falta de respeito do poder de plantão continua quando ele diz uma coisa e por detrás faz outra, em acordos no escurinho, só entre amigos, poderosos, ou cria caminhos facilitadores para alguns em detrimento da oportunidade igual para todos que jurou dar. E não falo dos políticos do MDB e PP, reconhecidos nesse desrespeito quando estiveram no poder, direta ou indiretamente por aqui, refiro-me também ao PT, PDT e PCdoB.
Hostins – que já foi um secretário da gestão petista, mais por paraquedas do que convicção - disse que não sabe se será candidato a prefeito, pois hoje em dia, por pouca coisa, o político já é enxovalhado, processado e preso. Como assim pouca coisa?
Exagero. Vitimização antecipada. Justificativa para analfabetos, ignorantes e desinformados.
Veja o exemplo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT. Ele e os seus insistem publicamente na sua inocência e santidade, mesmo que caso dele tenha passado pelas mãos de 14 juízes diferentes para confirmar a sentença condenatória em de primeiro grau de Sérgio Moro (três unanimamente no TRF4, cinco na unanimidade do STJ, seis no STF em decisão majoritária dividida no STF, e pelo menos mais dois habeas corpus monocráticos no STJ e STF depois desses resultados colegiados).
E na História da Civilização, este assunto atinge todos, inclusive os mais santos. E não é de hoje, muito menos é exclusividade de Gaspar ou do Brasil. Trata-se da miséria humana que os tantos tratados de moral e ética, nas várias nações, culturas e religiões, tentam disciplinar ou dar uma orientação legal na democracia, por meios das leis e dos poderes institucionais vigentes a promove-los ou executá-los como o Judiciário, Legislativo e Executivo.
Este é o cerne da questão. Não se perca Hostins! Influa no governo com sua ética cristã que a invoca para repudiar qualificação de mentiroso o secretário de Obras, por exemplo. Haverá menos dor na representação do governo.
SAÚDE PÚBLICA E HOSPITAL DE GASPAR SÃO EXEMPLOS?
Evandro Carlos Andrietti, MDB, levou o seu filho no pronto socorro do Hospital e foi bem atendido pelo médico plantonista, segundo ele relatou na tribuna da Câmara.
E não podia ser diferente, até porque o que se reclama, reiteradamente, é desconforto (falta de higiene e ar condicionado) e o longo tempo de espera e até à falta de especialistas, os quais quando em emergência, estão de sobreaviso e são pagos para isso, mas não chegam ao PS.
E aí, Andrietti lascou a falação contra os próprios vereadores da oposição. Não citou nomes. E também contra os internautas que falam mal, segundo ele, do atendimento no Hospital e presumivelmente sem testá-lo, como ele próprio testou.
Andriettti disse que foi lá como um anônimo e por isso atestou que não teve privilégios. Alguém acredita nisso? O vereador já testado anteriormente nas urnas, nesta eleição teve 1.095 votos, está exposto em ações comunitárias, é dependente da política, usa a rede social como poucos, é pessoa de fácil relacionamento, e não foi reconhecido no Hospital pelos que o atenderam? Vai perder a próxima eleição!
Então quer dizer que a Saúde Pública de Gaspar não está um caos? Que tudo o que se mostrou até agora é uma rede de intrigas e mentiras orquestrada contra Kleber Edson Wan Dall, MDB, a quem Andrietti tem a obrigação de defende-lo? Que o povo que foi nos postinhos, na policlínica, na farmácia básica e que espera há meses, ou até anos, por consultas, remédios e exames está reclamando à toa nas redes sociais; só de sacanagem; e que os vereadores que denunciaram esse caos, apesar da armação da dita majoritária oposição no tal pacto, fizeram isso, só com motivos políticos para prejudicar o Kleber, o Luiz Carlos, o MDB e o PP?
Penso, que o povo – que elegeu os vereadores, inclusive os da oposição para fazer oposição - não fez as reclamações com motivos políticos como insinua Andrietti. As pessoas estavam realmente ou se sentiam doentes – o que é pior e exige mais cuidado no atendimento. Elas estavam necessitadas para os seus filhos, pais e outros parentes como o próprio Andrietti estava. E as que reclamaram nas redes, relataram casos reais, com fotos e nomes reais. Nada foi fake, inventada. Elas, apenas, naquele dia, não tiveram a sorte já relatada pelo “desconhecido” vereador Andrietti quando foi ao PS do Hospital naquele dia a noite.
GASPAR É MOVIDA À POLITICAGEM
Ora, se a Saúde Pública estivesse essa maravilha como relatou Andrietti no seu desabafo na tribuna da Câmara, qual seria mesmo a razão para o atual governo colocar na secretaria da Saúde, de forma urgente, inesperada e até desesperada, o prefeito de fato, o advogado Carlos Roberto Pereira e que já estava acomodado numa secretaria que ele desenhou na Reforma Administrativa para ser sua? Então contem outra!
Andrietti, como os políticos da base que praguejaram contra os internautas e as redes sociais na última sessão – curiosamente, a exceção de Ciro André Quintino, MDB, que ficou à margem do debate, todos da base de Kleber – sabem do erro que cometeram. Mais do que isso, sabem da repercussão desse erro na comunidade e como difícil será diminui-lo, mesmo que volte tudo ao normal, e gastando muito dinheiro. Geraram um intenso desgaste político.
Não foi esta coluna que trabalhou esse tema recorrentemente, não foi o jornalismo independente, não foram os jornais que praticamente não tocaram nesse assunto, nem mesmo as rádios ou a TV local que trabalharam muito esporadicamente esse tema. Ou seja, não foram eles que criaram esse ambiente de cobrança.
Foram, as redes sociais que causaram pânico aos políticos, as mesmas redes que eles usam para mostrar o brilho de algo que não brilha e nem existe em muitos casos. Os políticos de Gaspar, na verdade, foram tragados pela realidade que eles próprios criaram ao desprezá-la, as soluções na Saúde Pública, as vagas nas creches, os desalinhos da Educação, a omissão da Assistência Social, a falta do básico na manutenção do município, o Samae que mais de um ano deixou partes da cidade sem água, onde nunca faltou água, uma administração sem uma marca de realizações...
OS POLÍTICOS SÃO MAL AGRADECIDOS ATÉ QUANDO O POVO LHES AJUDA
Agora estão revoltados com a voz do povo? Não sabem diferenciar o joio do trigo e como tratar essa diferenciação. Os políticos do poder de plantão deviam agradecer aos internautas e às redes sociais por elas sinalizarem os problemas e assim facilitar o conserto. Os internautas são os fiscais modernos gratuitos e não um estorvo, como querem classificarem agora. É uma pesquisa gratuita; é uma ferramenta de ajuda e não mentirosa ou do diabo como classificaram. Deviam agradecimentos.
Fico pasmo, ao ver e ouvir os nossos vereadores, os nossos políticos sobre esse assunto. Em que mundo eles estão? Estão repetindo o PT e Lula, que culpa a imprensa - a que usou exaustivamente para a propaganda -, pela sua condenação. Lula ignora o que ele fez e quem deu fundamento à decisão judicial que o condenou. A imprensa apenas comunicou. E as redes sociais, reverberaram. Ela é a “nova voz de Deus”, porque é a voz do povo apenas num novo ambiente.
Entretanto, o vereador Andrietti, na sua simplicidade, acertou em cheio no alvo: Gaspar é movida a politicagem. Está aí: os políticos sabem onde está o problema. Ele é antigo e não se trata de redes sociais e até imprensa, que é o reflexo do que os nossos políticos, gestores públicos e líderes comunitários fazem ou deixam de fazer.
E até nesse caso, mora o perigo: para se salvarem, os políticos de situação e oposição estão dispostos a se “unirem”. Não em favor de Gaspar, mas por menos desgastes entre eles. E neste caso quem vai pagar mais uma vez é o povo com seus pesados impostos e sem as devidas contrapartidas. Vão testar o povo? Cuidado, este outubro está logo ali, e o de 2020, mais perto do que se pensa. A Gaspar acordada está incomodando os políticos. Isso é bom. A outra... bom a outra: acorda, Gaspar!
Este assunto não acabou. Ele é longo e continua, abaixo, no Trapiche...
O PT de Blumenau teve como prefeito, Décio Neri de Lima (1997/2005). Era vereador e advogado do Sindicato dos Metalúrgicos. A vitória foi fruto da ação sindical articulada com o maior de todos, o dos empregados da Fiação e Tecelagem que derrotou surpreendentemente o líder em qualquer pesquisa até duas semanas antes do pleito, Wilson Rogério Wan Dall, PP, hoje conselheiro do Tribunal de Contas. Este movimento político botou as grandes empresas de joelhos e as fez mudar radicalmente no seu modo de relacionar com os empregados e o mercado.
E foi justamente isso, oito anos mais tarde, o veneno da grande mudança política que enfraqueceu o PT e o sindicalismo regional. Blumenau foi desde então governada por forças conservadoras com João Paulo Kleinubing, então no PFL e Napoleão Bernardes, PSDB e que agora deixou para o vice, Mário Hildebrandt, do PSB fake de Santa Catarina
Hoje, Décio mudou o domicilio eleitoral para a sua cidade Natal, Itajaí, onde tentaria disputar a prefeitura. Desistiu. Não tinha clima e votos. É o presidente do PT catarinense. Já esteve até com um pé no PDT. Ele próprio admitiu essa possibilidade. E sua reeleição está seriamente ameaçada.
Do tempo em que Décio deixou a prefeitura e não conseguiu fazer o seu sucessor até hoje, a bancada de vereadores que teve até um genro seu, minguou em Blumenau; a mulher de Décio, a deputada estadual Ana Paula Lima, tentou duas vezes repetir o feito do marido, e nem chegou ao segundo turno.
O PT LAICO DOS INTELECTUAIS USA A IGREJA CATÓLICA PARA SEDUZIR FIÉIS
A filha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Lurian, já se abrigou na cidade no tempo de Décio. A CNBB, a petista que politiza e move a Igreja Católica, a que leva o PT aos grotões por intermédio das suas pastorais, "criou" uma Diocese em Blumenau até então pertencente a Joinville. E nela instalou um dos seu mais vermelhos, Dom Angélico Sândalo Bernardino, também já longe daqui. E a igreja católica com outros bispos e padres, recuperou os fiéis perdidos para a política.
E quem é que estava lá em São Bernardo do Campo oficiando a ‘extrema unção” política ao ex-presidente condenado na Lava Jato, no refúgio do Sindicato dos Metalúrgicos? Ele, Dom Angélico, numa missa inventada para rememorar os 68 anos da finada Marisa Letícia. Foi um showmício. Zombam até do sacro, ao qual usam sem pudor.
Estiveram lá também naquele mocó como registram as fotos, Décio e Ana Paula com Lula vestido, ele com o fardão ao estilo do presidente boliviano Evo Morales. Foto de campanha para ambos. Resta saber se usarão.
E para finalizar os laços de algo que já foi muito forte e triturou a região no poder, na ideologia, no constrangimento e no cala-boca dos adversários.
Maristela Cizeski, a eterna ex-secretária de Assistência Social de Gaspar, na gestão de Pedro Celso Zuchi, hoje assessor de Décio, era influente na Pastoral da Criança.
E foi com ela, que houve a perseguição a juíza Ana Paula Amaro da Silveira, e com a ajuda da Rede Globo, que hoje, os petistas dizem ser fascista e golpista. Ingratos. Quando precisam, usam, descartam e rotulam. Este caso foi parar na Justiça e a juíza vem ganhando as ações que colocou no primeiro grau.
Como se vê, a decadência não é de hoje naquilo que já foi um bunker importante para o petismo regional, catarinense e nacional. De Blumenau, o PT fez as prefeituras de Itajaí, Brusque e arredores. Sobrou Gaspar que perdeu em 2016 para o MDB e PP. As outras cidades, depois da queda do PT, avançaram na gestão e resultados. Em Gaspar, o MDB e PP estão reféns das políticas implantadas pelo PT e rateiam com Kleber Edson Wan Dall, MDB. Acorda, Gaspar!
Este fato é repetitivo. Você já viu notícia e fotos aqui. Enquanto o governo de Érico Oliveira, MDB, aumenta as próprias diárias e cria uma superestrutura para acomodar os correligionários e interesses de políticos de outros municípios, o básico é relegado ao ponto de deixar exposta a vida e a integridade de crianças.
Estas fotos são da sexta-feira passada, dia seis. Elas foram registradas pela manhã cedo, na localidade de Boa Vista, interior de Ilhota. O ônibus que leva crianças para as escolas Domingos José Machado e Marcos Konder teve o pneu dianteiro esquerdo estourado e foi parar no valão da estrada geral. Sustos. A causa, como se pode ver, foi o criminoso estado do pneu: careca. Quem fiscaliza? Quem se responsabiliza?
Volto ao tema de abertura da coluna de hoje: “políticos de Gaspar amaldiçoam os internautas e as redes sociais, a voz do povo. Incoerentes”! para ampliar a análise e fechar o tema.
Outro que se revoltou na sessão de terça-feira passada contra os internautas nas redes sociais foi o líder do MDB na Câmara, egresso do PT, Francisco Solano Anhaia. Ele tomou um caso grave de ofensa, de gente conhecida por ofender e por isso até ser condenada na Justiça, como se todos fossem iguais.
Anhaia sabe que não é isso. Age tão rude quanto quem lhe agrediu. Talvez seja, resquícios dos tempos de PT. Há caminhos legais para combater os abusos e abusadores. Os que não possuem argumentos, e por isso, mesmo, só usam palavras de ordem ou brutas para combater as ideias dos outros. No campo das ideias, a discordância é algo necessário e até, sublime.
Refiro-me àquele caso que apareceu só aqui na coluna de segunda e quarta-feira naquela ligação que o Samae fez à Margem Esquerda, reduto eleitoral de Anhaia (que não o citei e ele não se referiu a mim). Anhaia já foi cabo eleitoral do mais longevo dos vereadores e hoje licenciado para ser presidente da autarquia, José Hilário Melato. São claros os motivos da sua defesa.
Mas, eu só queria entender a razão pela qual, um caso grave de ligação de água em área de APP, contrariando um laudo, autonomia e autoridade investida de um fiscal se tornou o principal assunto da administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP. Sucessivas reuniões com gente graúda e pressões de todos os lados para abafar o caso.
Empolgado, revoltado, sem argumentos lógicos, Anhaia teve que colocar a viola no saco. Não resistiu ao combate argumentativos do vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, funcionário licenciado do Samae.
Este caso é tão emblemático, que agora, por determinação da prefeitura, nenhum fiscal do Samae dará palpite naquilo que é da sua alçada. Resumindo: será mais um funcionário decorativo pago com os pesados impostos de todos. Fará a ligação determinada pela prefeitura, e pronto.
E tudo se torna pior, quando se sabe que o Samae e a prefeitura estão atrás de quem vazou para esta coluna, o documento público e que serviu de prova do erro ou da facilidade de algo errado. Como pode uma administração se mover toda por um caso tão simples desses? Parece que a cidade não está cheia de graves problemas e que exigem soluções para os cidadãos e principalmente para os políticos no poder de plantão se quiserem permanecer dele. Meu Deus!
A hipocrisia, a politicagem e a incoerência da base de apoio ao governo não param ai. Quem também entrou nessa pilha contra os internautas, redes sociais e até mesmo o jornalismo? Pasmem: foi a mais jovem vereadora já eleita por aqui, Franciele Daiane Back, do PSDB do MDB. Justamente ela formada em jornalismo e que deveria entender de pluralidade, liberdade, dialética, meios e opinião.
Ela entende é de censura. No dia que votou para aumentar os 40% da tarifa de iluminação pública contra os gasparenses, leu no site do seu partido que ela própria administrava, a presidente Andreia Symone Zimmermann Nagel, oficializar uma nota em que o PSDB era contra esse aumento. O PSDB de verdade, não orientado a vereadora a esse voto. Franciele tirou o site do ar.
No dia seguinte, exatamente por esse radicalismo, extravagância e arrogância ao invés de fazer campanha e se consolidar como líder da sua própria bancada, a mais jovem de todas, com claque e tudo, surpreendida, perdia a prometida presidência da Câmara para Silvio Cleffi, PSC. E virou bicho.
Franciele fala do PSDB como se ele fosse a melhor referência partidária. É uma convicção pessoal dela, respeito-a, integralmente. Diz que está nele desde os 16 anos. Nem parece! O seu relacionamento com o diretório é o pior possível. Ela tem a sua ala com Luciano Coradini e Claudionor da Cruz Souza, empregado na prefeitura de Blumenau.
Apartada do diretório, apoia o atual governo Kleber. É um apoio pessoal e não partidário. Resumindo: Franciele só conhece o PSDB que ela concebeu para ela mandar, como queria fazer na Câmara e lhe tiraram o brinquedo no último lance e abaixo de seus olhos. Ela ainda não entendeu o que é um partido como agremiação O que ela entendeu até aqui o outro sentido da palavra partido, que é quebrado, dividido...
O radicalismo de Franciele se assemelha ao da esquerda do atraso que ela combate ou ao que há de pior na direita. É cego. É fanático. É contraditório. É personalista. É perigoso. Com todos gravitando ao seu redor.
Disse ela na última sessão da Câmara que sonha um dia o PSDB ser chapa pura como governo por aqui, no estado, no país – como se no ninho tucanos não houvesse corruptos como Aécio Neves, Paulo Preto, José Serra, Eduardo Azeredo...e os problemas de divisão que ela própria patrocina por aqui no diretório.
Ora, se o MDB de Gaspar pensasse assim como Franciele, não a teria atraído às sombras do PSDB e ela aceitado participar do governo apartada do partido, mesmo sem a composição de partidos que a deixaria mais forte e talvez, seria presidente da Câmara num projeto político. Sozinho como prega Franciele no sonho para o seu PSDB, o MDB de Gaspar já estaria morto no governo esperando a cova de 2020.
A governabilidade se faz com a junção de interesses mínimos, paciência, diálogo, estratégia, e muito estômago. Só um ditador, um déspota, um chefe impõe as suas crenças e vontades sobre os demais. Um líder olha o horizonte, projeta os resultados e dialoga para consegui-los para si, os seus e os quem ele representa.
Franciele, cobrada como política, reclama dos eleitores, eleitoras e moradores do Distrito do Belchior seu reduto eleitoral – na abordagem pessoal e na internet - que não sabem qual é o papel dos vereadores e do prefeito.
Sabem sim. Quem não sabem esta diferença são os políticos, que por proximidade, tomam o papel do Executivo, e quando a administração municipal falha, os vereadores não conseguem explicar ao distinto público que quem falhou foi o Executivo e não o vereador, seu apoiador incondicional.
E por fim. Nesse papel de censura, Franciele insiste que o jornalismo deve ser exercido por profissional formado em escola própria. Concordo. Ela quer fazer uma moção com assinaturas de vereadores para enviar ao Congresso Nacional que está sentado em cima dessa matéria. Eu não sei por que ela não fez isso. Se também precisar da minha assinatura, é só avisar.
Essa gente não se emenda. Falam de jornalismo e jornalistas, quando o povo nas redes sociais, sem formação nenhuma, derruba o jornalismo da escola contra os políticos espertos, mesmo os escolados em faculdade de jornalismo. Agora, vencidos pela nova realidade, querem também censurar as redes, domesticar os internautas e culpa-los pelo caos da cidade? Ai, ai, ai.
Para esses políticos matreiros, apesar da pouca idade de vida e tombos, jornalista bom – e aí ninguém pergunta se ele é formado - é aquele que coloca o gravador na frente do político, não faz perguntas e reproduz na íntegra o que ele disse.
Jornalista bom é candidato a prefeito como Kleber Edson Wan Dall e vereadores que compram programas nas rádios e fazem o papel como se profissionais da área fossem. Hipocrisia, politicagem e cara de pau abundam. E depois dizem que não sabem a razão pela qual estão na linha de tiro do povo que se move na internet. Nem criativos são.
Ora, o mundo da comunicação está mudando, e rapidamente. Pelo jeito, os políticos daqui ainda não perceberam. Os veículos que perderam seus formadores de opinião, tiveram eles como concorrentes solos nas próprias redes sociais. Hoje, os veículos tradicionais, fazem a corrida inversa e tentam trazê-los de volta para garantir audiência e credibilidade.
Então esses discursos na Câmara se não forem jogos de cena, desculpas para a falta de trabalho e resultados, são recados cifrados e explícito constrangimento. Os políticos deveriam estar estudando como mudar o seu jeito de ser no relacionamento com o seu público pela rede social. O comportamento das redes sociais não vai mudar tão cedo. E querer confrontá-la é o caminho mais curto para o desastre.
A própria Câmara contratou, como comissionado, um jornalista com larga experiência, José Maurílio Moreira de Carvalho, 56 anos. Durou menos de um mês. Os vereadores queriam ensiná-lo na profissão.
Mandaram-no embora, por ele não se vergar ao jornalismo. E dizem entender do assunto apesar de terem nenhuma prática, tampouco formação teórica para tal. Sabe o que Maurílio concluiu? “Não preciso me indispor com moleques”. Acorda, Gaspar!
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).