01/08/2017
Para se eleger governador do estado e dar emprego quando eleito aos políticos sem votos da sua aliança, o blumenauense, advogado e experimentado político (prefeito de Joinville, deputado Federal, ministro de Ciência e Tecnologia, presidente nacional do PMDB e senador), Luiz Henrique da Silveira, inventou as tais Secretarias de Desenvolvimento Regionais. Ele defendia a descentralização administrativa para legitimar a sua ideia e combater os céticos, adversários, técnicos e à realidade. Eu sempre fui contra e pude dizer isso a ele pessoalmente. Ele ficou praticamente em silêncio. Pediu-me tempo para primeiro colocar a ideia em prática e assim calar a minha boca.
Seis anos depois, numa outra rara oportunidade, lembrei ao ainda governador reeleito que as tais SDRs eram simples poleiros; que o possível adversário dele, Raimundo Colombo, PSD, tinha um discurso de acabá-las, e que a tese no “mercado” político ganhava aderência. Astuto e amável quando sabia não ter razão, Luiz Henrique não concordou e praticamente lançou um desafio de que Colombo não teria como seguir adiante sozinho e com aquela ideia contra as SDRs. Luiz Henrique estava certo, mais uma vez. Colombo de possível adversário virou o candidato de Luiz Henrique. E o que aconteceu?
As SDRs continuaram firmes como máquina política eleitoral para sumir dinheiro bom e elegê-lo duas vezes Colombo. Luiz Henrique morreu, não viu as SDRs se transformarem em “Agências” de Desenvolvimento Regionais para “apagar” a má imagem delas, gastarem mais do que efetivamente distribuem em serviços em suas regiões. Uma vergonha.
Agora, às vésperas de mais uma nova eleição, a história se repete. O deputado estadual e ex-presidente da Assembleia, Gelson Merísio, PSD, queridinho e do mesmo partido de Colombo, portanto conivente este erro administrativo por quase estes 15 anos, está vestido de candidato a governador. Como não possui bandeiras para se diferenciar do que está quebrando o estado, Merísio jurou que se eleito governador, vai eliminar as tais AGRs.
Dessa afirmação, pode-se concluir: Merísio considera os eleitores e pagadores de pesados impostos em Santa Catarina todos uns tolos. Ora, se realmente as AGRs não servem, por que ele como deputado e principalmente defensor do governo de Colombo não tomou uma ação real antes dessa promessa? Por que Merísio não se negou a usar as SDR/AGRs como máquina de suas indicações? E se as ADRs são essas máquinas de cabos eleitorais pagos pelos catarinenses, qual será a chance de Merísio na corrida eleitoral se ele promete desempregar os políticos sem mandatos, sem currículos e sem capacidade para trabalhar de verdade? Como eles vão buscar votos e como eles vão se sustentar depois da eleição para quem promete cortar os seus pescocos? Malandragem!
Além de Merísio, outros políticos estão se apropriando tardiamente desta bandeira: o de acabar com as tais SDR/AGRs depois de 15 anos de silêncio ou pouca ação prática. Entre eles o PT e o PSDB que na Assembleia estão propondo um projeto de lei para terminar com essa anomalia. Supondo que aprovado no plenário – o que é difícil, pois todos deputados e outros políticos da base têm indicados nesses cabideiros de empregos, inclusive, por exemplo, o prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, PMDB que viveu pendurando nela durante anos e agora colocou lá o irmão engenheiro com alto salário – o que fará Colombo sancionar e passar o recibo de sete anos de erro? Então, falta combinar com o Colombo que não vai desmanchar às vésperas da eleição esse reduto de cabos eleitorais do PMDB, PSD e aliados menores.
Resumindo. Estamos às vésperas da eleição estadual. E a enganação começou. O que Merísio está dizendo é que as AGRs não possuem serventia para a sociedade. É o que sempre escrevi por 15 anos e fui combatido: um cabideiro de empregos público e um sumidouro de impostos. Tudo tramado e feito para abrigar políticos sem votos, sem capacidade e sem empregos no mercado competitivo, ainda mais em crise provocada pelos políticos. O que Merísio está nos dizendo é que o seu governo Colombo jogou dinheiro fora e ele é sócio desse desastre econômico, administrativo e ético. Nem mais, nem menos. E faz isso com a maior cara de pau, usando os dependentes jornais da Adjori. Trata todos os pagadores de pesados impostos e jogados fora pelo governo, como beócios.
O PT não se emenda. É um poço de contradição na sua essência. Joga para analfabetos ignorantes, desinformados, sua massa de eleitores preferenciais, inclusive aqui em Gaspar. Veja esta. A vereadora Mariluci Deschamps Rosa, ex-vice-prefeita de Pedro Celso Zuchi por oito anos, mansa, pede e manda recado ao governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, por seu líder na Câmara, Francisco Hostins Júnior: de que “dialogue” com o proprietário do terreno da Arena Multiuso, Gert Fritzche. E para que? Para que “facilite” no preço e condições, à compra daquela área que o governo dela e do Zuchi desapropriaram na marra colocando preço de minhocas, exatamente para afrontar e não dialogar.
Diálogo? Pois foi exatamente diálogo que faltou ao PT, a Zuchi e Mariluci neste e outros casos, como o do loteamento das Casinhas de Plásticos – do mesmo dono - onde até hoje quem paga o pato são pessoas pobres, exatamente as eleitoras do PT. Ao necessário diálogo e negociação, o PT preferiu a força, a Justiça. Por vingança, o governo de Zuchi e Mariluci desapropriou aquela área e fixou um preço abusivamente irrisório por ela. Foi um plano sórdido de vingança ideológica, comandada pelo PT de Blumenau. E por que? Porque Fritzche, dono herdeiro da ex-Sulfabril, pediu a falência da empresa, mas salvou parte de seus bens em outras empresas que não tiveram o mesmo problema financeiro e gestão da Sulfabril.
O PT de Blumenau que manda no daqui e o de Gaspar, criaram um fato político. Demarcaram e criaram um suposto terreno entre patrões e empregados; entre o capital e o trabalho. Estranhamente, neste caso, ao contrário do que aconteceu com o terreno do mesmo proprietário que serviu para as Casinhas de Plástico, o governo, o PT, a esquerda do atraso, os socialistas, criaram uma área para distribuir ao lazer dos amigos do capitalismo, na retribuição de poder e votos. Este fato que só não se concretizou na sua plenitude no tempo como o engendrado, porque o Ministério Público que cuida da Moralidade Pública na Comarca, com a ex-titular Chimelly Louise de Resenes Marcon, e esta coluna, desnudaram a manobra.
Pública, acessível aos cidadãos, porque ficou sob o olhar investigativo do MP, a Arena Multiuso se tornou aos poucos um ponto de encontro e referência dos gasparenses. E o PT quer agora aproveitar este fato que não criou, mas foi obrigado à ele.
Eu já expressei publicamente à defesa daquela área como uma verdadeira Arena Multiuso, o que só será possível com muita negociação e diálogo com o proprietário. Gaspar não possui dinheiro – e não é algo prioritário, deve-se reconhecer - para bancá-la no curto prazo. O PT, Zuchi e Mariluci pedem agora ao adversário PMDB, ao prefeito de plantão, o diálogo com os donos daquelas terras, para salvar uma marca do PT e que deveria ser a da cidade. O PT, Zuchi e Mariluci, pedem diálogo e negociação que nunca tiveram pela cidade, neste e muitos outros casos. É anedótico ver e ouvir a Mariluci falar em diálogo. Pior, sob o testemunho de Zuchi que estava na Câmara. E por que ela faz isso? Só para a cidade não conhecer, pelo debate e o esclarecimento, o grande erro que o PT e o governo de Mariluci fizeram, que acabaram se transformando numa boa ideia, mas originalmente concebida para servir apenas a poucos. Acorda, Gaspar!
Ontem a prefeitura de Gaspar distribuiu esse press release. “A Secretaria de Assistência Social, realizou uma reunião com coordenadores de comunidades terapêuticas do município Novo Rumo (Arraial), Desafio Jovem Monte das Oliveiras (Barracão), Jovens Livres (Gaspar Alto) e Mosteiro da Ressurreição - Casa do Segundo Passo (Margem Esquerda). Ficou definida para o fim do mês de agosto, a abertura do credenciamento das comunidades terapêuticas com vagas para convênios no município. Também será reativado em Gaspar o Conselho Municipal de Políticas Antidrogas (COMAD), além da realização de um pedágio beneficente com todas as comunidades da cidade, ainda com data a ser definida”.
As reações foram imediatas. Um especialista no assunto consultado pela coluna sobre este delicado assunto e que é tratado superficial e propagandisticamente assim se posicionou: “realmente o governo {Kleber Edson Wan Dall, Luiz Carlos Spengler Filho, Carlos Roberto Pereira, Ernesto Hostin] não tem noção do que está fazendo. Quando que vão compreender que a drogadição é uma questão de saúde e não de assistência social?”
E a queixa é generalizada no setor que cuida deste assunto e outras vulnerabilidades sociais. “Quando se pensa que o atual governo retroagiu tudo que tinha direito em gestão de políticas públicas, vem uma notícia destas que consegue retroceder ainda mais! Vários entes envolvidos nesta notícia, mas o principal que é a Secretaria de Saúde não aparece nem na foto. Gostaria de saber com quais recursos serão pagos às vagas que se pretende conveniar. Com recursos da Assistência Social e do Gabinete? Mais um deslize administrativo e técnico que pode custar a cabeça de alguém!” Acorda, Gaspar!
Hoje, os 13 vereadores de Gaspar retornam ao trabalho. Estão “revigorados” depois de 15 dias de férias. Eles foram empossados no dia primeiro de janeiro e saíram para 30 dias de férias. Voltaram em fevereiro.
Em abril aprovaram para si próprios o reajuste do salário baseado na maior parte da inflação do ano passado. Ganharam frigobares para dar água gelada aos eleitores nos gabinetes, vão ganhar celulares para fazer política e o presidente Ciro André Quintino, PMDB, costura no escurinho, um aumento salarial para eles, com apoio de parte da imprensa, em plena crise econômica. Hoje, revigorados, vão votar a Reforma Administrativa. Ela aumenta substancialmente as despesas (mais de R$2 milhões até o final do mandato do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB) e cria mais vagas comissionadas para os amigos do poder
É triste ver o líder do governo na Câmara, Francisco Hostins Júnior, PMDB, pedindo mudanças na Câmara, pontuais alterações no trânsito da cidade.
Como líder, ele deveria estar discutindo isso no gabinete do prefeito Kleber Edson Wan Dall, do prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira ou do secretário de Planejamento, Alexandre Gevaerd. Na Câmara, Júnior deveria estar comunicando o sucesso da sua interferência e à prática da sua ideia em favor da comunidade, com aval dos técnicos.
Está claro que a saída dos vereadores Amarildo José Rampelotti e Antonio Carlos Dalsochio diminui muito o grau de beligerância provocado pelo PT na Câmara, durante a legislatura passada. Fico até comovido quando me falam sobre o tom da Mariluci Deschamps Rosa, para agradecer ao atual governo.
Ela parabenizou Kleber Edson Wan Dall, PMDB por manter as festas tradicionais de promoção e união da cidade como o Festinver, o Festival da Tilápia, entre outras. Chega a ser cômico, quando ela diz que o atual governo não "terminou" com nada do governo anterior, apenas por ser de outro partido, de outro governo. Ou seja, por vingança.
Primeiro: nem tudo que está acontecendo na cidade era do governo petista. Segundo, perguntar não ofende: então esta prática de não prosseguir com algo bom para a comunidade, mas iniciada em outro governo, é ou não uma prática do PT que ele, não quer ver imitada pelos outros partidos e governo que o sucedem?
Outra. O que fez prefeito Pedro Celso Zuchi, a vice Mariluci e seu secretário de Turismo, Indústria e Comércio Rodrigo Fontes Schramm sumirem com a ExpoGaspar? Terminar com algo iniciado pelo ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, incapacidade para realizar tal evento, ou um erro capital na gestão financeira da ExpoGaspar?
Este tipo de discurso e modo de se constatar as coisas, mostram claramente o quanto pequenos são os políticos de Gaspar. São capazes até de abortar projetos de cidade para apenas promover vinganças, retrocessos e substitui-los por ideias pessoais, ideológicas, de interesses dos novos amigos ou partidárias. Acorda, Gaspar!
Uma observação feita pelo vereador Francisco Solano Anhaia, PMDB, na última sessão da Câmara, que aconteceu lá no dia 11 de julho, mostra duas realidades preocupantes. A primeira delas é a falta de participação popular nos destinos da cidade e a outra, é a transferência indevida dessa culpa para os próprios cidadãos gasparenses.
Anhaia reclamou que a Audiência Pública realizada no dia anterior no plenário da Câmara sobre o Projeto de Lei nº 33/2017 e que tratava sobre às diretrizes orçamentárias do exercício de 2018, não teve "ninguém" além dos vereadores, do prefeito, alguns secretários e técnicos de ambos os poderes.
Para o vereador, bisonha e erradamente, tal constatação de baixo quórum popular, mostrou que é uma falácia a defesa que se faz a oposição para mudar o horário das sessões da Câmara e assim se ter mais oportunidades aos gasparenses de acompanharem o trabalho dos vereadores naquela Casa, durante as sessões.
Ora, a audiência foi realizada as 16 horas, horário em que a maioria está trabalhando. Outra, neste tipo de audiência o que se faz é apenas a de cumprir uma lei, e nada mais. Não é possível um popular interferir nas propostas, ou seja, os cidadãos irão lá para bater palmas, fazer número. Não terão poder de interferência.
E é bom lembrar, para complementar, que no tempo de Pedro Celso Zuchi, PT, vergonhosa e autoritariamente, nem se deixava os vereadores – que possuem a prerrogativa constitucional - fazerem qualquer mudança nas peças orçamentárias.
Se o presidente da Câmara, quisesse mesmo ousar e inovar (por aqui, pois outros já fizeram isso em outros locais), além de colocar num dia e horário mais acessível ao povo, teria montado um palco e apresentado isso aqui na Praça Getúlio Vargas, no palco do Festiver, na Festa de São Pedro. No mínimo, seria notícia. Acorda, Gaspar!
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