03/08/2017
ILHOTA EM CHAMAS I
Faz semanas que Ilhota não tem sido manchete aqui. Entretanto, assunto cabeludo nunca faltou. Tenho que fazer escolhas entre Gaspar e Ilhota para a limitada (espaço) edição do jornal Cruzeiro do Vale das sextas-feiras. Só isso! Bastou, todavia, a ausência mais prolongada para os políticos empoderados lá propagassem de que, finalmente tinham dado um jeito sobre a minha pena. O fato, por si só, mostra, que eles têm muito a esconder e a temer, não à minha pena, mas para o que fazem escondidos ou, escancarados para poucos privilegiados. Aquele churrasco, com champanhe e foguetório, do ex-prefeito Ademar Feliski, dono do PMDB de Ilhota, comemorando com o atual, Érico de Oliveira, a prisão do ex-prefeito e adversário, Daniel Christian Bosi, PSD, foi significativo. Contudo, todos sofrem do mesmo pecado original: as dúvidas da “fábrica” de loteamentos que implantaram na “Capital da Moda Íntima”.
ILHOTA EM CHAMAS II
Se me provocaram, aguentem. Deixo Gaspar de lado, apesar do caldeirão – como se pode ver nas colunas inéditas durante a semana, líderes de acessos no portal do Cruzeiro, nos bastidores decorrentes da aprovação da Reforma Administrativa e volto a Ilhota. Depois que o Ministério Público da Comarca que cuida da Moralidade Pública e o que trata do Meio Ambiente colocou os olhos neste assunto de loteamentos por lá, foi um deus nos acuda. A operação do Gaeco do litoral, não foi surpresa para quem é leitor ou leitora desta coluna. Aliás, uma gravação de uma conversa pré-eleitoral que integra uma investigação e que vai complicar a vida de muita gente, inclusive de Gaspar, divulgada aqui, é por si só, elucidativa do jogo malandro que se fez nesse ambiente torto, onde a moeda de troca, era e ainda é, lote.
ILHOTA EM CHAMAS III
Com o MP; com as pressões indicativas de que a bandalheira estava demais, todos correram à “regularização”. Audiências marotas, projetos de afogadilho... Temas já tratados aqui. Entretanto, ficaram rastros, os quais podem complicar quem já está complicado, quem se julgava protegido pelos padrinhos e pelo jogo, e por quem acreditava nas facilidades dos políticos. À maioria dos casos colocados sob dúvidas não resiste sob a legislação própria, ou à duas simples fotos de satélite comparando o antes e o depois das terras; mostrando que se mudou cursos e sumiram com fontes de água, bem como substituíram os traçados originais de ruas ou estradas, sem os necessários estudos específicos, desapropriações, incorporações, ratificações e aprovações legislativas etc. A mistura do vice prefeito Joel José Soares, um notório agente imobiliário da região para, oficialmente, acumular sem remuneração funções de “assessor” de Planejamento, lidar com desenvoltura e prerrogativas nas “soluções” dos casos dessa área, é a outra prova, que Felisky e Érico têm pouco à comemorar na prisão do adversário.
ILHOTA EM CHAMAS IV
Se Bosi colocou a mão na cumbuca pela Gelafite – e outros - quando permitiu, por exemplo, a alteração do Plano Diretor – com técnicos e a Câmara, frise-se -, para que o Loteamento Vitória, na Pedra de Amolar, tivesse a aberração de lotes de favela com 140m2, o mesmo se pode questionar sobre a lei 1661 de novembro de 2011, quando Felisky caminhava para o encerramento do seu segundo mandato. Ela simplesmente é um assombro. Concede isenção de tributos à Pandini Empreendimentos Imobiliários Ltda., sem que explicite na própria lei, as contrapartidas ou compensações ao município e à sociedade. A renúncia fiscal brutal traz um flagrante desequilíbrio econômico aos demais concorrentes do ramo imobiliário e um prejuízo acentuado de milhares de Reais no longo prazo aos cofres municipais. São 25 anos, repito, 25 anos de isenção de ITBI e IPTU.
ILHOTA EM CHAMAS V
E o parágrafo único dessa lei (1.661) dá a real dimensão do estrago aos cofres públicos. Diz que a isenção tributária abrange os imóveis de propriedade da Empresa Pandini Empreendimentos Imobiliários Ltda. “ou empreendimentos de quem este indicar, todos sediados no município de Ilhota”. O que quer dizer isso? Que quem comprar (o tal indicado) um lote ou uma propriedade da Pandini, estará isento de IPTU por 25 anos. E mais: pelo mesmo modo (o indicado) Ilhota não receberá um tostão, durante 25 anos do respectivo ITBI que é o imposto sobre a transmissão da propriedade durante este tempo, mesmo que o imóvel ou lote, oficialmente no Registro de Imóveis, troque de mãos, dez ou mais vezes neste período de 25 anos. É ou não uma “indústria de regularizar e isentar”? Coisa de íntimos. Uma moda. Um pecado capital. Então resta então reclamar, acusar e constranger à imprensa, investigadores e o Ministério Público. Hum!
Come quieto. O surpreendente voto do vereador Rui Carlos Deschamps pela aprovação da Reforma Administrativa de Kleber Edson Wal Dall, PMDB, e que cria em torno de R$600 mil de despesas a mais por ano, mostrou que o PT de Gaspar além de blefar, não ruge: mia.
Outra: Rui ex-superintendente do Distrito do Belchior se fortalece no preço e na troca que fez. Passa ocupar com mais serenidade, o espaço da vereadora adolescente Franciele Daiane Back, PSDB, que já tinha a natural concorrência da Raul Schiller e Norberto dos Santos, ambos do PMDB e na superintendência do Distrito. Faz propaganda demais, age pouco e é má orientada.
Uma investigação sobre as facilitações e fura-fila no atendimento médico público (atendimento especializado, imagens e cirurgias) em Gaspar, Blumenau, Florianópolis e São José, deixou notórios cabos eleitorais daqui preocupados. Alguns deles chegaram até ser candidato a prefeito. Vem chumbo grosso, inclusive cadeia.
Samae inundado I. Outra comemoração por não ter mais aparecido aqui por falta de espaço. Os encanadores da manutenção externa da autarquia gasparense presidida pelo mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, foram chamados, no dia 18 de julho, para “um trabalhinho” na famosa Rua Lagoa Vermelha. Ordens de serviço de serviço n 204111 e 208500.
Samae inundado II. Chegando lá, constatou-se que o problema não era na rede, mas do lado do consumidor. Mesmo assim, foi realizado. Ele foi feito exatamente no galpão alugado do presidente Melato. Mais: foi ainda constatado que o esgoto daquele galpão está ligado direto na boca de lobo. Saneamento, zero; inclusive no exemplo.
Samae inundado III. Quer outra do reflexo da administração desastrada do executivo? Esta semana, quatro equipes ficaram paradas por falta de lacres para os hidrômetros, que impede o furto de água. Correria. Ligaram para todos os Samaes para pedir emprestado. Vergonhoso.
Décio, o que manda no PT de Gaspar, foi incisivo e raivoso na votação contra o relatório que impediu o presidente de ser processado como queria o MPF. “O relatório um manto para a impunidade, Michel Temer um bandido e auxiliado por duas quadrilhas como o PMDB (sócio do PT por 13 anos) e PSDB (o adversário preferencial do PT). Falta espelho.
O deputado Jorginho Mello, PR, vem votando sistematicamente contra o governo de Michel Temer, PMDB. Mas, não abriu mão das inúmeras boquinhas federais, inclusive a diretoria regional do Dnit.
Uma das consequências da Reforma Administrativa de Gaspar: o ex-administrador da Vila Germânica, de Blumenau, Norberto Mette, que estava numa boquinha em Florianópolis, ele próprio anunciou que será secretário de Turismo em Gaspar. Assim ficará mais perto da família. Mette, PSDB, foi substituído por Ricardo Stodieck, PSD, e que ai sim, impulsionou a Vila, dinâmica,como se a vê hoje. Acorda, Gaspar!
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).