Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

03/08/2017

ILHOTA EM CHAMAS I
Faz semanas que Ilhota não tem sido manchete aqui. Entretanto, assunto cabeludo nunca faltou. Tenho que fazer escolhas entre Gaspar e Ilhota para a limitada (espaço) edição do jornal Cruzeiro do Vale das sextas-feiras. Só isso! Bastou, todavia, a ausência mais prolongada para os políticos empoderados lá propagassem de que, finalmente tinham dado um jeito sobre a minha pena. O fato, por si só, mostra, que eles têm muito a esconder e a temer, não à minha pena, mas para o que fazem escondidos ou, escancarados para poucos privilegiados. Aquele churrasco, com champanhe e foguetório, do ex-prefeito Ademar Feliski, dono do PMDB de Ilhota, comemorando com o atual, Érico de Oliveira, a prisão do ex-prefeito e adversário, Daniel Christian Bosi, PSD, foi significativo. Contudo, todos sofrem do mesmo pecado original: as dúvidas da “fábrica” de loteamentos que implantaram na “Capital da Moda Íntima”.

ILHOTA EM CHAMAS II
Se me provocaram, aguentem. Deixo Gaspar de lado, apesar do caldeirão – como se pode ver nas colunas inéditas durante a semana, líderes de acessos no portal do Cruzeiro, nos bastidores decorrentes da aprovação da Reforma Administrativa e volto a Ilhota. Depois que o Ministério Público da Comarca que cuida da Moralidade Pública e o que trata do Meio Ambiente colocou os olhos neste assunto de loteamentos por lá, foi um deus nos acuda. A operação do Gaeco do litoral, não foi surpresa para quem é leitor ou leitora desta coluna. Aliás, uma gravação de uma conversa pré-eleitoral que integra uma investigação e que vai complicar a vida de muita gente, inclusive de Gaspar, divulgada aqui, é por si só, elucidativa do jogo malandro que se fez nesse ambiente torto, onde a moeda de troca, era e ainda é, lote.

ILHOTA EM CHAMAS III
Com o MP; com as pressões indicativas de que a bandalheira estava demais, todos correram à “regularização”. Audiências marotas, projetos de afogadilho... Temas já tratados aqui. Entretanto, ficaram rastros, os quais podem complicar quem já está complicado, quem se julgava protegido pelos padrinhos e pelo jogo, e por quem acreditava nas facilidades dos políticos. À maioria dos casos colocados sob dúvidas não resiste sob a legislação própria, ou à duas simples fotos de satélite comparando o antes e o depois das terras; mostrando que se mudou cursos e sumiram com fontes de água, bem como substituíram os traçados originais de ruas ou estradas, sem os necessários estudos específicos, desapropriações, incorporações, ratificações e aprovações legislativas etc. A mistura do vice prefeito Joel José Soares, um notório agente imobiliário da região para, oficialmente, acumular sem remuneração funções de “assessor” de Planejamento, lidar com desenvoltura e prerrogativas nas “soluções” dos casos dessa área, é a outra prova, que Felisky e Érico têm pouco à comemorar na prisão do adversário.

ILHOTA EM CHAMAS IV
Se Bosi colocou a mão na cumbuca pela Gelafite – e outros - quando permitiu, por exemplo, a alteração do Plano Diretor – com técnicos e a Câmara, frise-se -, para que o Loteamento Vitória, na Pedra de Amolar, tivesse a aberração de lotes de favela com 140m2, o mesmo se pode questionar sobre a lei 1661 de novembro de 2011, quando Felisky caminhava para o encerramento do seu segundo mandato. Ela simplesmente é um assombro. Concede isenção de tributos à Pandini Empreendimentos Imobiliários Ltda., sem que explicite na própria lei, as contrapartidas ou compensações ao município e à sociedade. A renúncia fiscal brutal traz um flagrante desequilíbrio econômico aos demais concorrentes do ramo imobiliário e um prejuízo acentuado de milhares de Reais no longo prazo aos cofres municipais. São 25 anos, repito, 25 anos de isenção de ITBI e IPTU.

ILHOTA EM CHAMAS V
E o parágrafo único dessa lei (1.661) dá a real dimensão do estrago aos cofres públicos. Diz que a isenção tributária abrange os imóveis de propriedade da Empresa Pandini Empreendimentos Imobiliários Ltda. “ou empreendimentos de quem este indicar, todos sediados no município de Ilhota”. O que quer dizer isso? Que quem comprar (o tal indicado) um lote ou uma propriedade da Pandini, estará isento de IPTU por 25 anos. E mais: pelo mesmo modo (o indicado) Ilhota não receberá um tostão, durante 25 anos do respectivo ITBI que é o imposto sobre a transmissão da propriedade durante este tempo, mesmo que o imóvel ou lote, oficialmente no Registro de Imóveis, troque de mãos, dez ou mais vezes neste período de 25 anos. É ou não uma “indústria de regularizar e isentar”? Coisa de íntimos. Uma moda. Um pecado capital. Então resta então reclamar, acusar e constranger à imprensa, investigadores e o Ministério Público. Hum!

TRAPICHE


Come quieto. O surpreendente voto do vereador Rui Carlos Deschamps pela aprovação da Reforma Administrativa de Kleber Edson Wal Dall, PMDB, e que cria em torno de R$600 mil de despesas a mais por ano, mostrou que o PT de Gaspar além de blefar, não ruge: mia.

Outra: Rui ex-superintendente do Distrito do Belchior se fortalece no preço e na troca que fez. Passa ocupar com mais serenidade, o espaço da vereadora adolescente Franciele Daiane Back, PSDB, que já tinha a natural concorrência da Raul Schiller e Norberto dos Santos, ambos do PMDB e na superintendência do Distrito. Faz propaganda demais, age pouco e é má orientada.

Uma investigação sobre as facilitações e fura-fila no atendimento médico público (atendimento especializado, imagens e cirurgias) em Gaspar, Blumenau, Florianópolis e São José, deixou notórios cabos eleitorais daqui preocupados. Alguns deles chegaram até ser candidato a prefeito. Vem chumbo grosso, inclusive cadeia.

Samae inundado I. Outra comemoração por não ter mais aparecido aqui por falta de espaço. Os encanadores da manutenção externa da autarquia gasparense presidida pelo mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, foram chamados, no dia 18 de julho, para “um trabalhinho” na famosa Rua Lagoa Vermelha. Ordens de serviço de serviço n 204111 e 208500.

Samae inundado II. Chegando lá, constatou-se que o problema não era na rede, mas do lado do consumidor. Mesmo assim, foi realizado. Ele foi feito exatamente no galpão alugado do presidente Melato. Mais: foi ainda constatado que o esgoto daquele galpão está ligado direto na boca de lobo. Saneamento, zero; inclusive no exemplo.

Samae inundado III. Quer outra do reflexo da administração desastrada do executivo? Esta semana, quatro equipes ficaram paradas por falta de lacres para os hidrômetros, que impede o furto de água. Correria. Ligaram para todos os Samaes para pedir emprestado. Vergonhoso.

Décio, o que manda no PT de Gaspar, foi incisivo e raivoso na votação contra o relatório que impediu o presidente de ser processado como queria o MPF. “O relatório um manto para a impunidade, Michel Temer um bandido e auxiliado por duas quadrilhas como o PMDB (sócio do PT por 13 anos) e PSDB (o adversário preferencial do PT). Falta espelho.

O deputado Jorginho Mello, PR, vem votando sistematicamente contra o governo de Michel Temer, PMDB. Mas, não abriu mão das inúmeras boquinhas federais, inclusive a diretoria regional do Dnit.

Uma das consequências da Reforma Administrativa de Gaspar: o ex-administrador da Vila Germânica, de Blumenau, Norberto Mette, que estava numa boquinha em Florianópolis, ele próprio anunciou que será secretário de Turismo em Gaspar. Assim ficará mais perto da família. Mette, PSDB, foi substituído por Ricardo Stodieck, PSD, e que ai sim, impulsionou a Vila, dinâmica,como se a vê hoje. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1812

Comentários

Herculano
07/08/2017 07:06
HOJE É DIA DE COLUNA INÉDITA "OLHANDO A MARÉ". DAQUI A POUCO, Só PARA OS INTERNAUTAS
Sidnei Luis Reinert
06/08/2017 20:33
Para quem manda no Brasil, tudo está ótimo


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Crises no Brasil? Quanto maiores, melhores! Pelo menos esta é a perspectiva daqueles que detêm, há séculos, o Poder Real Mundial. Os controladores externos do Brasil seguem adorando o que acontece (de ruim) por aqui. A eles não interessa se o País der certo, aderir em Capitalismo em vez do Capomunismo, abandonar o rentismo, deixar de ser corrupto, e se tornar uma nação soberana.
Assim dá para compreender, facilmente, a dimensão estratética das palavras do embaixador britânico no Brasil, Vijay Rangarajan, sobre os planos da oligarquia globalitária para a nossa vigorosa colônia de exploração: "Investimento se faz na baixa. Agora, é hora de investir no Brasil". O discurso soou como a letra de uma lindíssima canção nos ouvidos da equipe econômica e dos negociadores oficiais de Michel Temer (Moreira Franco, Eluseu Padilha e Romero Jucá).
Não precisa ser um matemático com Doutorado em astrofísica ?" como é o caso do embaixador Vijay Rangarajan ?" para olhar pelo retrovisor da História e verificar como a turma da Nova República de 1985, com apoio de tucanalhas e dos petralhas, interferiu no sistema Capimunista Rentista e Corrupto brasileiro para fabricar crises. Assim, no ambiente caótico, fica sempre mais fácil colocar à venda, a preço de banana, tudo o que temos de melhor e estratégico para o futuro da economia globalizada.
Os donos do mundo, associados aos seus agentes locais (políticos e empresários), já mapearam tudo que vão assimilar economicamente. É por isso que o simpático embaixador Vijay Rangarajan minimiza nossos problemas: "Turbulência política acontece em todos os países, todos já atravessaram períodos de incerteza. Veja o Reino Unido com o Brexit. É oportunidade para se tomar decisões democráticas".
Os controladores globalitários estão no papel deles. Sempre agiram desta maneira, desde quando o Brasil se tornou falsamente independente de Portugal, para cair no colo dos banqueiros britânicos que dominam a economia mundial. Por isso, é surpresa nenhuma que, na segunda-feira passada, o ministro das Finanças do Reino Unido e ex-chanceler Philip Hammond, tenha vindo ao Brasil com uma comitiva de empresários britânicos atraídos pelo momento "de baixa" do Brasil.
Por isso Michel Temer não foi derrubado. O compromisso não é com a suposta "estabilidade política ou econômica". Danem-se as duas... O fundamental é fechar grandes negócios ?" nos quais os políticos ou seus parceiros empresariais fiquem com migalhas milionárias. Os "Rotischild Boys" brasileiros estão rindo de orelha a orelha porque nunca foi tão fácil cumprir tal missão de traidores da Pátria.
O plano deles só tem chance de falhar por um gravíssimo acidente histórico. Por isso, a prioridade agora é usar todos os meios disponíveis à máquina estatal para impedir que a "ordem seja quebrada" por uma eventual explosão de violência que seja capaz de causar uma ruptura institucional. A ordem de fora é conter os ânimos acirrados aqui dentro. O problema é combinar esta jogada com os nossos bandidos e com um povo (historicamente resignado, mas que começa a dar sinais de perda da paciência).
O Brasil só tem chance de melhor com uma inédita Intervenção Institucional. Os controladores externos do Brasil, com seus agentes conscientes internos, farão o diabo para que isto não aconteça. O Poder Real Mundial deseja que tudo fique como sempre esteve, porém de forma menos turbulenta e escancarada de roubalheira.
Assim, corremos o risco de sempre: que na próxima eleição, em 2018, as urnas eletrônicas fraudáveis escolham mais um marionete da Oligarquia Financeira Transnacional para sentar no troninho do Palácio do Planalto. Se, por acidente, o boneco não for do time ou não quiser jogar o jogo dos "controladores", em pouco tempo será eliminado. Os dias sempre foram assim no Brasil...
Resumindo: é uma merda sobreviver em País colonizado... Felizmente, nossas Forças Armadas já conhecem o Inimigo Real. Infelizmente, elas ainda preferem funcionar como caçadoras de bandidos mequetrefes em áreas carentes... Os controladores globalitários se divertem vendo este filme... Nossa zelite adora comer a pipoca deles, enquanto balança o rabinho...
Miguel José Teixeira
06/08/2017 16:44
Senhores,

Da série "Vale a Pena Replicar":

(MUITO) ABAIXO DA CRÍTICA
O mais mal avaliado no Congresso é o senador Ivo Cassol (PP-RO), na 625ª posição do "Ranking dos Políticos". Três petistas estão entre os 5 últimos: Décio Lima (SC), Ságuas Moraes (MT) e Lindbergh Farias (RJ)

Olha lá, olha lá, olha lá. . .o coveiro manquinho!
Herculano
06/08/2017 10:10
FALTA COMPROMISSO, por Ricardo Boechat, na revisto IstoÉ

Médico, senador e ministro, Jamil Haddad fez muito pela saúde pública. Patrocinou a fabricação de remédios genéricos no País, por exemplo. No Rio de Janeiro, o Instituto de Traumatologia e Ortopedia que leva o seu nome não honra o homenageado. Relatório do TCU revelou elevada suspensão de cirurgias porque anestesistas da unidade privilegiam o trabalho em clínicas particulares. "Inominável descaso com o serviço público", frisou o ministro-relator Lucas Furtado, para quem o quadro se agrava pela demora do Ministério da Saúde em processar os faltosos. Segundo o TCU, o problema vem de 2014, afeta a produtividade e prejudica a população.

Brasil
Marcha lenta

Responsáveis por Pastas com recursos cada vez mais escassos (diante das dificuldades do governo na área fiscal) e sem projetos de peso para executar, os ministros de Michel Temer são vistos em Brasília, apenas de terça a quinta-feira ?" tal como muitos parlamentares. O quadro se agrava porque Temer, empenhado em se defender, tem dado pouca atenção aos Ministérios.

JBS
Não consegue

Fez dois meses que a Advocacia Geral da União tenta conhecer os termos do acordo de leniência entre o Ministério Público Federal e a JBS, envolvendo cerca de R$ 10,3 bilhões. Quer verificar a metodologia e se o valor assegura o ressarcimento de dano aos cofres públicos. A alienação de participações acionárias da holding J&F, controladora da JBS, só aumentou a apreensão na AGU. Para o órgão não cabe ao MPF definir o destino do valor arrecadado.

Justiça do Trabalho
Secando

Ministros da Seção de Dissídios Coletivos do TST estão a cada dia com menos trabalho. A reforma da CLT, que vigora em novembro, anulou os acordos coletivos. Ao fim de um ano serão refeitos de A a Z. Nada de renovação automática das cláusulas sociais, como era comum. Além disso, o STF decidiu que agora será a Justiça comum e não a trabalhista a julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas. Ou seja, a Seção de Dissídios Coletivos atuará com ares de STM, tribunal conhecido pelas poucas sentenças que emite.

Varejo
Recuperação lenta

O comércio brasileiro deve terminar 2017 com recuo de 0,4% nas vendas, em relação ao ano passado, projeta a Associação Comercial de São Paulo. O resultado é mais otimista do que o de maio, quando a entidade esperava retração de 1,4%. O cálculo da entidade considera oito ramos do varejo restrito, como hipermercados, combustíveis e informática, desconsiderando a venda de automóveis e de material de construção.

Política
Quem manda

Horas antes da sessão histórica da Câmara dos Deputados que rejeitou a denúncia da PGR contra Michel Temer, o senador Otto Alencar (PSD-BA) falou com o presidente, graças ao ministro Gilberto Kassab, de seu partido. Foi sobre a paralisação de empréstimo do Banco do Brasil para o Estado da Bahia, da ordem de R$ 600 milhões. Ouviu que o negócio melou a pedido do DEM ?" legenda do prefeito de Salvador, ACM Júnior, e do deputado Rodrigo Maia. O governador Paulo Souto é filiado ao PT.

Lava Jato
A especialista

A prisão pela Lava Jato do ex-secretário de Obras do Rio Alexandre Pinto não é o único fio desencapado para Eduardo Paes. Na cadeia há mais de um mês, Jacob Barata Filho, dono da maior frota de ônibus da cidade, contratou os serviços da criminalista carioca Fernanda Tórtima, especialista em delações premiadas e que já advoga para celebridades como Eduardo Cunha e Sergio "Transpetro" Machado. Os procuradores federais que conduzem as investigações estão convencidos de que o ex-prefeito foi favorecido pelo esquema de corrupção mantido pelo empresário.

Medicamentos
Quanto?

Um mistério ronda o lançamento no Brasil do Spinraza, primeiro remédio no mundo para o tratamento da síndrome de atrofia muscular espinhal. Quanto cobrará a Biogen Produtos Farmacêuticos? A Anvisa vai liberar o registro já, já. Estima-se que 7 mil pessoas tomariam o Spinraza aqui. Nos EUA, cada dose custa R$ 430 mil. Como são necessárias seis no primeiro ano e, depois, três a cada quatro meses, o valor fica astronômico. Ou seja, o medicamento só terá grande uso em nosso País se o laboratório, tal como fazem outros fabricantes de produtos inovadores, der gordo desconto ao Ministério da Saúde. O preço dos remédios modernos assusta todos os sistemas de saúde do mundo. Calcula-se que desenvolver uma nova molécula custe U$ 1 bilhão ?" bem menos do que a Biogen lucraria apenas no mercado brasileiro.

Escândalo
Rio-Lisboa

Também caçado pela Operação Ponto Final, que expôs as relações promíscuas entre políticos e magnatas do transporte público no Grande Rio, o português José Carlos Lavouras é pressionado por familiares a voltar de Lisboa, onde se esquiva do mandado de prisão expedido contra ele em julho. Tem a opção de ficar na terra natal para sempre, mas isso o afastaria do comando das muitas empresas que possui no Brasil. Os parentes querem que ele se entregue e aceite contar o que sabe em troca de penas reduzidas.

STF
Reta final

Todas as ações envolvendo o uso do amianto no Brasil serão julgadas pelo STF na quinta-feira 10. Mais de 60 países já baniram a produção e o consumo da fibra, considerada cancerígena pela OMS, independentemente de exposição e da espécie geológica. Aqui já se fabrica em larga escala o material sintético substituto, o que favorece o banimento. Em 2008, o supremo julgou legal o fim do amianto por lei estadual, ao analisar decisão do Governo de São Paulo. O placar foi 7 x 3. Mas ações sobre o tema tramitam na Corte desde 2005.

Rio de Janeiro
Marketing político

A julgar pelos gastos da Assembleia Legislativa, o estado do Rio saiu da crise. Os deputados acabam de autorizar a contratação de uma empresa de publicidade para cuidar da imagem da Casa. Gastarão R$ 12 milhões na inutilidade. "Como se comunicar com um público que não está disposto a nos ouvir?", pergunta o respeitável presidente da Alerj, Jorge Picciani, citado na Operação Quinto do Ouro, que investiga falcatruas no Tribunal de Contas do Estado.

Planalto
Com fôlego

Eliseu Padilha foi decisivo para Michel Temer. Ao contrário do período recente, quando parecia mais na dele, talvez em função da cirurgia a qual se submeteu, na semana passada foi vital para convencer deputados a ficarem com o Governo. Vigor notado também quando Michel Temer foi jantar na casa do primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, Fábio Ramalho. Os dois elevadores de acesso ao apartamento funcional quebraram: Padilha e o presidente subiram rápido, chegando com fôlego invejável para o papo político, que varou a noite.

Poder
Explicadinho

Muitos deputados não sabiam que, se votassem "não", Michel Temer sairia da Presidência da República. Achavam que ele apenas responderia ao processo. Coube a membros do PSDB, dentre os quais o ministro Aloysio Nunes Ferreira, esclarecer que, se o voto fosse "não", o peemedebista sairia de pronto do Planalto.
Herculano
06/08/2017 10:04
CONVICÇÃO E ESPERANÇA, por Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, ex-senador, ex-ministro da Fazenda que implantou o Plano Real, ex-presidente da República pelo PSDB, no jornal O Estado de S. Paulo

É hora de sonhar com 2018, deixar de lado o desânimo e preparar o futuro

Escrevo antes de saber o resultado da votação pela Câmara da autorização para o STF poder julgar a denúncia oferecida pelo procurador-geral contra o presidente da República. É pouco provável que a autorização seja concedida. Houve precipitação da Procuradoria, que fez a denúncia sem apurações mais consistentes. Entretanto, para o que desejo dizer, pouco importa a votação: a denúncia em si mesma e a fragmentação dos partidos no encaminhamento da matéria já indicam um clima de quase anomia, no qual algumas instituições do Estado e os partidos políticos se perderam.

Esta não é uma crise só brasileira. Em outros países onde prevalecem sistemas democrático-representativos também se observa a descrença nas instituições, por seu comportamento errático, sobretudo no caso dos partidos. Mesmo nos Estados Unidos, na Inglaterra ou na França ?" países centrais na elaboração de ideologias democráticas e na formação das instituições políticas correspondentes ?" se nota certa falta de prestígio de ambas. Não falta quem contraste as deficiências dos regimes democráticos com as supostas vantagens dos regimes autoritários e mesmo ditatoriais.

O contraste é falacioso, sobram exemplos de ineficiência nos regimes autoritários, sem falar na perda da liberdade, individual e pública, cujo valor não pode ser medido em termos de eficiência dos governos. Nem faltam casos para mostrar o quanto podem levar ao desastre os regimes que de autoritários passam a ditatoriais, como na Turquia atual ou, mais impressionantemente ainda, na Venezuela, onde acontece um verdadeiro horror perante os céus. Nela, a inexistência das garantias democráticas se soma ao descalabro econômico-financeiro.

Não é, contudo, o caso do Brasil. Houve, é certo, a perda de controle das finanças públicas pelo governo anterior. Mas nunca se chegou a ameaçar diretamente a democracia. Aqui o que houve foi a generalização e a sacralização da corrupção, com as ineficiências decorrentes, aprofundando a perda de confiança popular no governo e na vida política. Nesse sentido, estamos imersos num mar de pequenos e grandes problemas e tão atarantados com eles que somos incapazes de vislumbrar horizonte melhor. É isso o que mais me preocupa, a despeito da gravidade tanto dos casos de corrupção quanto dos desmandos que vêm ocorrendo.

Falta alguém dizer como De Gaulle disse quando viu o desastre da Quarta República francesa e a derrocada das guerras coloniais: que era preciso manter uma "certa ideia da França" e mudar o rumo das coisas. Aqui e agora, guardadas as proporções, é preciso que alguém ?" ou algum movimento ?" encarne uma certa ideia de Brasil e mude o rumo das coisas. Precisamos sentir dentro de cada um de nós a responsabilidade pelo destino nacional. Somos 210 milhões de pessoas, já fizemos muito como país, temos recursos, há que voltar a acreditar no nosso futuro.

Diante do desmazelo dos partidos, da descrença e dos fatos negativos (não só a corrupção, mas o desemprego, as desigualdades e a falta de crença no rumo) é preciso responder com convicções, direção segura e reconstrução dos caminhos para o futuro. Isso não significa desconhecer que existam conflitos, incluídos os de classe, nem propor que política se faça só com "os bons". Significa que chegou a hora de buscar os mínimos denominadores comuns que nos permitam ultrapassar o impasse de mal-estar e pessimismo.

Infelizmente, os partidos, sozinhos, não darão respostas a essa busca. O quadro desastroso ?" quase 30 partidos atuando no Congresso, separados não por crenças, mas por interesses grupais que se chocam na divisão do bolo orçamentário e no butim do Estado ?" isola as pessoas e os líderes, enclausurando-os em partidos que se opõem uns aos outros sem que se veja com clareza o porquê.

Penso que o polo progressista, radicalmente democrático, popular e íntegro precisa se "fulanizar" numa candidatura que em 2018 encarne a esperança. As dicotomias em curso já não preenchem as aspirações das pessoas: elas não querem o autoritarismo estatista nem o fundamentalismo de mercado. Desejam um governo que faça a máquina burocrática funcionar, com políticas públicas que atendam às demandas das pessoas. Um governo que seja inclusivo, quer dizer, que mantenha e expanda as políticas redutoras da pobreza e da desigualdade (educação pública de maior qualidade, impostos menos regressivos, etc.); que seja fiscalmente responsável, atento às finanças públicas, e ao mesmo tempo entenda que precisamos de maior produtividade e mais investimento público e privado, pois sem crescimento da economia não haverá recuperação das finanças públicas e do bem-estar do povo.

Um governo que, sobretudo, diga em alto e bom som que decência não significa elitismo, mas condição para a aceitação dos líderes pelos que hão de sustentá-los. Brizola, referindo-se a Lula, disse que ele era a "UDN de macacão", lembrando a pregação ética dos fundadores do PT. Infelizmente, Lula despiu o macacão e se deixou engolfar pelo que havia de mais tradicional em nossa política: o clientelismo e o corporativismo, tendo a corrupção como cimento. Não é desse tipo de liderança que precisamos para construir um grande País.

Ainda que venham a ocorrer novos episódios que ponham em causa o atual governo, e melhor seria que não houvesse, de pouco adianta substituir quem manda hoje por alguém eleito indiretamente: ao líder faltaria o sopro de legitimidade dado pelo voto popular, necessário para enfrentar os desafios contemporâneos. É tarde para chorar por impeachments perdidos ou por substituições que nada mudam. É hora de sonhar com 2018 e deixar de lado o desânimo. Preparemos o futuro juntando pessoas, lideranças e movimentos políticos num congraçamento cívico que balance a modorra dos partidos e devolva convicção e esperança à política.
Herculano
06/08/2017 09:43
REFORMA TRIBUTÁRIA SERÁ UNÂNIME, SONHA RELATOR, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Autor do projeto de Reforma Tributária, o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) está tão otimista que até arrisca um palpite: o projeto será aprovado praticamente por unanimidade. Ele está convencido que a Reforma Tributária, cuja grande novidade é a instituição do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), tributo único, produzirá efeitos mais benéficos e transformadores na economia brasileira que o Plano Real.

POR QUE REFORMAR
O Brasil está em catatonia há 37 anos: de 1980 para cá, afirma Hauly, a economia do País encolheu 0,7%, enquanto o mundo cresceu 25%.

OUVIDOR-GERAL
Hauly já ouviu a contribuição de mais de duzentas pessoas sobre a Reforma Tributária, entre, empresários, trabalhadores e políticos.

PROMESSA É DÍVIDA
O presidente Michel Temer fez uma promessa solene a Luiz Carlos Hauly sobre seu projeto de Reforma Tributária: "Vamos aprovar isso".

MUDOU DE FIGURA
A Reforma Tributária ganhou impulso após o ministro Antonio Imbassahy defender sua votação antes da reforma da Previdência.

BUROCRACIA IMPEDE DEMISSÃO DE INCOMPETENTES
Além da estabilidade, servidores que se mostram desqualificados escapam da demissão devido à burocracia envolvida nos processos administrativos disciplinares (PAD). Cada PAD tem comissão e prazo para concluir a investigação, mas todas as decisões são contestadas na Justiça. Faz parte do rito esperto para protelar indefinidamente a decisão final, com frequência, até a aposentadoria. Integral, é claro.

O XIS DA QUESTÃO
A cada decisão contestada da comissão do PAD, a Justiça estabelece prazo para análise, mas não suspende a contagem do prazo do PAD.

0,006%
Em 2017, foram só 119 demissões, 6 destituições e 13 cassações de aposentadoria. Isso equivale a 0,006% dos 2,2 milhões de servidores.

LUZ NO FIM DO TÚNEL
Projeto da senadora Maria do Carmo (DEM-SE) prevê avaliações periódicas que podem resultar na demissão de incompetentes.

MAL NA FOTO E NO VÍDEO
Na berlinda desde que a sra. João Santana disse ter-lhe pago R$11 milhões, Mônica Monteiro (sra. Franklin Martins) contratou gestores de crise de imagem. Deveria contratar advogado: está sendo processada por violação de direito autoral na série de tevê "Brasil: DNA África".

SEGURE SEU BOLSO
A comissão da Câmara que analisa a PEC da Reforma Política realiza reunião na terça-feira (8) para votar o parecer que prevê um fundo eleitoral ainda maior para bancar partidos: cerca de R$3,5 bilhões/ano.

SEM DIREITO DE DEFESA
O ministro Gilmar Mendes disse que o STF vem "chancelando notórios abusos" e "violações claras da lei" em acordos de delação em desfavor de terceiros" que têm direitos afetados e não podem se defender.

VAZAMENTOS SELETIVOS
Ao proferir o voto sobre presos na operação Greenfield, em sessão da 2ª Turma do STF, o ministro Gilmar Mendes disse que vazamentos de delações de operações ocorrem "ao bel talante" da Procuradoria Geral.

BRASIL É O POINT
Segundo estudo do jornal New York Times, os residentes do estado de Massachussets, onde fica a cidade de Boston, são os que mais visitam o Brasil, entre americanos. É o destino turístico mais popular do estado.

(MUITO) ABAIXO DA CRÍTICA
O mais mal avaliado no Congresso é o senador Ivo Cassol (PP-RO), na 625ª posição do "Ranking dos Políticos". Três petistas estão entre os 5 últimos: Décio Lima (SC), Ságuas Moraes (MT) e Lindbergh Farias (RJ)

PERDA DE TEMPO
A Comissão de Direitos Humanos do Senado realiza nesta segunda-feira (7) uma audiência para discutir a reforma previdenciária e também... a trabalhista. Que já virou lei há um certo tempo.

SÃO DUAS PROPOSTAS
O relatório da Reforma Política relatada por um deputado do PT propõe o fim da reeleição para cargos do Executivo, a extinção do cargo de vice e o sistema distrital misto para as eleições proporcionais.

PENSANDO BEM...
...o governo Michel Temer sequer completou 18 meses e já aprovou mais reformas que os governos do PT em mais de 13 anos.
Herculano
06/08/2017 08:31
HÁ UMA DISTÂNCIA ENTRE FRASE DE EFEITO DE JANOT E SEU PODER SOBRE A CÂMARA, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Apoiado no que há de pior na sua base parlamentar e valendo-se dos piores instrumentos de persuasão, Michel Temer mostrou a força de seu método e garantiu-se na cadeira de presidente. Confirmando sua ameaça de que "enquanto houver bambu, lá vai flecha", o procurador-geral Rodrigo Janot mira novamente em Temer e se prepara para apresentar novas denúncias contra ele.

Na flechada que a Câmara rejeitou, havia o áudio de uma conversa de Temer e o vídeo do Rodrigo Rocha Loures com sua mala preta. Faltou só um fundo musical, os deputados acharam pouco e mandaram o caso ao arquivo.

O que a Procuradoria-Geral teria a apresentar nas novas denúncias? Talvez um depoimento, devidamente documentado, com as impressões digitais de Temer. Ainda assim, a maioria governista já mostrou do que é capaz. Só Janot sabe o que guarda no bambuzal, mas há uma distância entre sua frase de efeito e seu poder sobre o plenário da Câmara. A vontade de condenar Temer com provas convincentes para o público, porém consideradas insuficientes pela Câmara lança sobre as ameaças de Janot o receio de que ele jogue o Ministério Público numa estudantada.

Estudantadas são aqueles gestos altruístas e destemidos que levam a juventude para as ruas. Passam os anos, as pessoas envelhecem e criticam a rebeldia dos jovens, mas sempre lembram das próprias aventuras com doce nostalgia. Estudante com cabeça de velho é uma desgraça. Velho com cabeça de estudante é um perigo.

A última grande estudantada nacional também nasceu de uma votação decepcionante da Câmara. Em abril de 1984 a emenda constitucional que restabelecia as eleições diretas para presidente foi derrubada pelos deputados. Era o amargo desfecho da maior campanha popular da história do Brasil apoiada por 85% da população (semana passada 81% queriam que Temer fosse a julgamento ).

No dia seguinte à derrota, com o brado de "a luta continua", começou a estudantada. Criou-se um Comitê Suprapartidário Nacional para prosseguir na campanha. Pensou-se até numa monumental marcha sobre Brasília. Aos poucos, o movimento murchou. A eleição direta estava morta e Tancredo Neves seria o candidato da oposição num pleito indireto, mas essa é outra história.

A situação de 2017 tem muitas diferenças em relação a 1984. Uma delas é que Janot sabe a consistência de suas próximas denúncias. Se as flechas forem boas, ótimo. Do contrário, se e quando se perceber que o bambu era curto, a estudantada ficará exposta, tendo prejudicado a confiabilidade da Operação Lava Jato.

EMPULHAÇÃO

A produção de eventos para empulhar o povo do Rio de Janeiro ganhou dois novos animadores. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o presidente Michel Temer fizeram saber que "sobrevoaram" as áreas onde forças federais reforçam a segurança da cidade. Sobrevoar arrastões, tiroteios e balas perdidas é tudo o que o carioca precisa.

O sobrevoo dos doutores compete com o passeio da diretora do FMI, Christine Lagarde, no teleférico do morro do Alemão, quando ela se sentiu "nos Alpes". (O teleférico continua parado.)

EREMILDO, O IDIOTA

Eremildo é um idiota e não entende de onde saiu a expressão derrogatória que fala de uma bancada "BBB" no Congresso. Seriam os representantes do boi, da bala e da Bíblia.

O idiota abstrai as características pessoais dos larápios ligados a ruralistas, policiais ou bispos. Para o cretino, o agronegócio é responsável por 23% da economia nacional, metade da população brasileira é a favor da pena de morte e a Bíblia é o livro mais vendido e mais lido no Brasil e em dezenas de outros países.

APOIO TOTAL

Temer teve 100% de apoio na bancada da tranca. Os seguintes deputados votaram contra a licença para processá-lo :

Celso Jacob (PMDB-RJ) ?"cumpre prisão domiciliar e vai à Câmara com sua tornozeleira eletrônica.

Marco Antonio Cabral (PMDB-RJ) ?"tem o pai e patrono na penitenciária de Benfica.

Lucio Vieira Lima (PMDB-BA) ?"tem o irmão Geddel em prisão domiciliar.

Paulo Maluf (PP-SP) é um réu global. Já foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal e não pode entrar nos Estados Unidos nem na França.

MALVADEZAS

Há um pote de malvadezas à espera do doutor Rodrigo Janot a partir do dia 18 de setembro, quando ele perde o foro do Supremo Tribunal Federal e vai para a alçada do STJ.

Gente que ele flechou pensa em processá-lo, nem que seja só para aporrinhá-lo.

DOUTOR LOPES

O professor Francisco Lopes, ex-presidente do Banco Central, produziu uma pérola de raciocínio econômico e político. Ele disse o seguinte:

"Não importa se a estimativa de R$ 139 bilhões para o deficit primário do governo central em 2017 vai ser 'estourada' em cerca de R$ 35 bilhões. Isto é totalmente irrelevante, não deveria ser motivo de preocupação nem para a mídia nem para o governo."

Tudo bem que a sabedoria do doutor possa lastrear a ideia de que R$ 35 bilhões não fazem diferença. Quem parlapateou a cifra foi o ministro Henrique Meirelles : meta de R$ 139 bilhões de deficit será cumprida, sim."

O que falta a Lopes é autoridade para dizer o que deve ser preocupação para a imprensa. A menos que ele esteja sugerindo que a imprensa não deveria ter dado importância à promessa do governo.

PAES SEM SORTE

O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes precisa de um banho de folhas de arruda. Na quinta-feira deu aos cariocas um longo artigo falando bem de Eduardo Paes e comemorando sua Olimpíada.

O sujeito lia o texto do doutor, aprendia que sua gestão foi exemplar e estão aí obras como a linha da Transcarioca. O infeliz ligava a televisão e via a Polícia Federal levando para a cadeia Alexandre Pinto, secretário de Obras de Paes, acusado de morder as empreiteiras que fizeram a obra da Transcarioca.

OPERAÇÃO LAMA JATO

O ministro Luis Roberto Barroso pode vir a ser a novidade da temporada. Quando ele disse que está em curso uma operação para abafar a Lava Jato, sabia do que falava. Não se trata apenas de impedir que os larápios apanhados sejam punidos, trata-se de permitir que se continue a roubar. Só isso explica que Rodrigo Rocha Loures fosse buscar a mala preta na pizzaria Camelo. Barroso foi além: "Essas pessoas têm aliados importantes em toda parte, nos altos escalões da República, na imprensa e nos lugares onde a gente menos imagina".

Há dois meses, quando o Supremo Tribunal Federal cuidava da girafa da colaboração negociada pelo procurador Rodrigo Janot com os irmãos Batista, Barroso soltou um aviso: "Todos sabemos o caminho que isso vai tomar e, portanto, já estou me posicionando antes. Sou contra o que se quer fazer aqui lá na frente."

Foi o início de uma longa inimizade com o ministro Gilmar Mendes. O acordo aceito por Edson Fachin era uma girafa, mas o que se queria era fechar o zoológico e Barroso ajudou a impedir que isso acontecesse.
Herculano
06/08/2017 08:25
COERÊNCIA: 108 DEPUTADOS VOTARAM PELO AFASTAMENTO DE CUNHA, DILMA E TEMER, por Josias de Souza

Em política, como na vida, a coerência é um caminho sem volta. Funciona mais ou menos como a virgindade. Perdeu, perdida está. Não dá segunda safra. Há na Câmara 513 deputados. Apenas 108 ?"ou 21% do total?" votaram coerentemente a favor da cassação de Eduardo Cunha, do impeachment de Dilma Rousseff e da continuidade do processo contra Michel Temer por corrupção passiva.

Suprapartidária, a lista com os nomes da banda coerente da Câmara está disponível abaixo, em ordem alfabética. Nela, há filiados de alguns dos principais partidos. Entre eles três deputados do PMDB, o partido de Temer: Jarbas Vasconcelos (PE), Vitor Valim (CE) e Sergio Zveiter (RJ).

O PSDB, com 19 deputados, é o partido mais numeroso da lista. A relação inclui do líder da bancada, Ricardo Trípoli (SP), a jovens como Daniel Coelho (PE) e Pedro Cunha Lima (PB), filho do vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima. O PSB, com 16 deputados, é o segundo partido com maior número de filiados no ranking da coerência.

Não há na banda do 'triplo-x' um mísero representante do PT e do PSOL. Da Rede, há dois deputados que votaram contra Cunha, Dilma e Temer: o decano da Câmara, Miro Teixeira (RJ), e João Derly (RS). Ironicamente há na lista inúmeros deputados de legendas do chamado 'centrão'. Por exemplo: PR (7 nomes), PSD (7), PP (6), SD (6) e PTB (2).

Do PSC, partido do líder de Temer no Congresso, André Moura (SE), aparecem quatro deputados. Um deles é Jair Bolsonaro (RJ), que está de saída para o PEN, legenda que deve lançá-lo como candidato à sucessão presidencial de 2018. Confira a lista:

Adelson Barreto (PR-SE)
Afonso Hamm (PP-RS)
Alan Rick (DEM-AC)
Alex Manente (PPS-SP)
André de Paula (PSD-PE)
Antônio Jácome (PTN-RN)
Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)
Arnaldo Jordy (PPS-PA)
Arolde de Oliveira (PSC-RJ)
Augusto Carvalho (SD-DF)
Betinho Gomes (PSDB-PE)
Cabo Daciolo (PTdoB-RJ)
Cabo Sabino (PR-CE)
Capitão Augusto (PR-SP)
Carlos Andrade (PHS-RR)
Carlos Gomes (PRB-RS)
Carlos Manato (SD-ES)
Carlos Sampaio (PSDB-SP)

Carmen Zanotto (PPS-SC)

César Halum (PRB-TO)
Christiane de Souza Yared (PR-PR)
Conceição Sampaio (PP-AM)
Daniel Coelho (PSDB-PE)
Danilo Cabral (PSB-PE)
Danrlei de Deus Hinterholz (PSD-RS)
Delegado Francischini (SD-PR)
Deley (PTB-RJ)
Diego Garcia (PHS-PR)
Dr. Jorge Silva (PHS-ES)
Eduardo Bolsonaro (PSC-SP)
Eduardo Cury (PSDB-SP)
Eliziane Gama (PPS-MA)
Eros Biondini (PROS-MG)

Esperidião Amin (PP-SC)

Evair De Melo (PV-ES)
Expedito Netto (PSD-RO)
Fábio Sousa (PSDB-GO)
Felipe Bornier (PROS-RJ)
Flávia Morais (PDT-GO)
Flavinho (PSB-SP)

Geovania de Sá (PSDB-SC)

Gonzaga Patriota (PSB-PE)
Heitor Schuch (PSB-RS)
Hissa Abrahão (PDT-AM)
Hugo Leal (PSB-RJ)
Irmão Lazaro (PSC-BA)
Jair Bolsonaro (PSC-RJ)
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE)
Jefferson Campos (PSD-SP)
Jerônimo Goergen (PP-RS)
JHC (PSB-AL)
João Derly (REDE-RS)
João Gualberto (PSDB-BA)
João Paulo Papa (PSDB-SP)
Joaquim Passarinho (PSD-PA)
Jony Marcos (PRB-SE)

Jorge Boeira (PP-SC)

Jorginho Mello (PR-SC)

Jose Stédile (PSB-RS)
Júlio Delgado (PSB-MG)
Jutahy Junior (PSDB-BA)
Keiko Ota (PSB-SP)
Laercio Oliveira (SD-SE)
Laudivio Carvalho (SD-MG)
Leandre (PV-PR)
Leopoldo Meyer (PSB-PR)
Lincoln Portela (PRB-MG)
Luis Carlos Heinze (PP-RS)
Luiz Carlos Ramos (PTN-RJ)
Luiz Lauro Filho (PSB-SP)
Major Olimpio (SD-SP)
Mandetta (DEM-MS)
Mara Gabrilli (PSDB-SP)
Marcelo Álvaro Antônio (PR-MG)
Marcelo Matos (PHS-RJ)
Marcos Abrão (PPS-GO)
Marcos Rogério (DEM-RO)
Mariana Carvalho (PSDB-RO)
Miguel Haddad (PSDB-SP)
Miro Teixeira (REDE-RJ)
Onyx Lorenzoni (DEM-RS)
Otavio Leite (PSDB-RJ)
Pastor Eurico (PHS-PE)
Paulo Foletto (PSB-ES)
Pedro Cunha Lima (PSDB-PB)
Rafael Motta (PSB-RN)
Renata Abreu (PTN-SP)
Ricardo Tripoli (PSDB -SP)
Rocha (PSDB-AC)
Rodrigo Martins (PSB-PI)
Ronaldo Martins (PRB-CE)
Rubens Bueno (PPS-PR)
Sandro Alex (PSD-PR)
Sérgio Reis (PRB-SP)
Sergio Vidigal (PDT-ES)
Sergio Zveiter (PMDB-RJ)
Silvio Torres (PSDB-SP)
Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ)
Stefano Aguiar (PSD-MG)
Subtenente Gonzaga (PDT-MG)
Tadeu Alencar (PSB-PE)
Tiririca (PR-SP)
Uldurico Junior (PV-BA)
Valadares Filho (PSB-SE)
Vanderlei Macris (PSDB-SP)
Vitor Lippi (PSDB-SP)
Vitor Valim (PMDB-CE)
Weliton Prado (PMB-MG)
Herculano
06/08/2017 08:16
QUANDO AS ROSAS FAZEM DIFERENÇA, por Clósvis Rossi, no jornal Folha de S. Paulo

Paul Kagame foi eleito sexta (4) para um terceiro mandato consecutivo como presidente de Ruanda. Confirma com isso a avaliação que sobre ele fez Tom Gardner, correspondente na Etiópia da revista "The Economist", em artigo para a Foreign Affairs: "Kagame conseguiu um nível sem precedentes de hegemonia política em Ruanda. Nenhum líder na África goza dessa autoridade".

A Ruanda de Kagame, há 17 anos no poder, é vista como uma história de sucesso econômico, com seu crescimento hoje na altura de 7%. Não é trivial para um país que ficou conhecido no mundo todo pelo genocídio de 1994, em que cerca de 800 mil pessoas foram mortas, a maioria da etnia tutsi (minoritária), mas uma parte pertencente aos majoritários hutus.

Foi o primeiro dos grandes fracassos da comunidade internacional, precursor da impotência (ou incompetência) para lidar com o morticínio na Síria.

"Kagame é mais popular do que jamais", disse a Gardner Joseph Nkurunziza, diretor-executivo de "Nunca Mais Ruanda", organização de construção da paz nascida após o genocídio.
Herculano
06/08/2017 08:12
CAMINHOS CRUZADOS, por Carlos Brickmann

Vencido o primeiro obstáculo à sua permanência no poder (o procurador Rodrigo Janot pretende propor outros), Michel Temer ganha fôlego para mudar a imagem ruim do Governo: até o fim do ano, aprovar a reforma tributária e da Previdência. É provável que já tenha votos para isso: os 263 que se expuseram e o apoiaram na impopular rejeição da denúncia contra ele (e são maioria absoluta), mais alguns dos 62 que aceitaram a denúncia mas apoiam as reformas e integram partidos da base governista. Se conquistar 45 votos, terá os 2/3 necessários para emendas à Constituição.

Não haverá represálias, portanto, contra os que, embora governistas, não o apoiaram. Primeiro, porque precisa deles para chegar à maioria de 2/3; e porque não é seu estilo. Temer perdoa ?" mas não esquece quem perdoou.

A luta pelas reformas, acredita o Governo, pode tirar o foco da opinião pública dos políticos de quem é próximo, e que, para usar uma frase gentil, não chegam a representar uma renovação. De velhas raposas espertas, que passam de um governo a outro, o país se cansou. O foco do eleitorado seria transferido para a Economia, para a inflação em baixa e, apesar da crise, para a leve tendência de melhora no nível de emprego e nos investimentos.

O Congresso já não debate a luta Temer-Janot. Só se preocupa com o dinheiro público na campanha eleitoral. Uns R$ 4 bilhões ?" e quem quer debater outro assunto? Talvez só você, caro leitor, que vai pagar a conta.

TEM MAIS, TEM MAIS

Não pense que a conta vá parar nos R$ 4 bilhões para a campanha. Ainda há R$ 1,5 bilhão anual do Fundo Partidário. Não é coisa nova, mas cerca de três anos atrás a conta era de aproximadamente R$ 300 milhões.

AGILIDADE TOTAL

O Congresso tem pressa de votar o financiamento público de campanha, ou "bolsa-eleição", para os íntimos. A votação, na Comissão de Reforma Política da Câmara, deve começar na terça, dia 8, e terminar na quinta, dia 10. Imediatamente depois, vai para votação em plenário, na Câmara e no Senado. Estará aprovado em setembro, sem falta, para vigorar em 2018.

O VOTO E O CANDIDATO

Deve ser também reformado o sistema de escolha dos parlamentares. Hoje vigora o voto proporcional: a votação de todos os candidatos de um partido é somada e verifica-se quantos lugares o partido conquistou. Os candidatos mais votados vão ocupando as cadeiras. O problema do voto proporcional é que o eleitor vota num candidato e elege outro; e os partidos procuram pessoas populares, mesmo sem noção do que é política, para "puxar votação". Tiririca levou para a Câmara um bom grupo de parlamentares puxados por seus votos. A mudança mais provável é o "distritão": os mais votados de cada Estado ocupam as cadeiras. Parece mais democrático; mas os partidos perdem importância porque o candidato não depende mais do voto dos companheiros (e o Governo é obrigado a negociar com um por um, o que sai muito mais caro): e a tendência é que se elejam os candidatos mais conhecidos, o que reduz a renovação. Sendo o Congresso é o que é, imagine-se com renovação mais lenta!

APENAS UM RETRATO...

O país sofre hoje de pesquisite aguda: um ano e meio antes das eleições, antes que se saiba quem serão os candidatos, sem que se saiba quais os temas em debate, já há pesquisas até sobre segundo turno. Para dar uma ideia de quão longo é esse tempo, no final de 1991 o senador Fernando Henrique Cardoso achava difícil se reeleger (foi o que disse a este colunista e ao hoje editor de livros Luiz Fernando Emediato, numa conversa em San Francisco, EUA). Achava difícil até ser eleito deputado federal e pensava em voltar para a vida acadêmica.

Pouco mais de dois anos depois, elegia-se presidente da República no primeiro turno, derrotando Lula.

...E COMO DóI

A pesquisa, hoje, mostra que 5% dos eleitores apoiam Temer ?" ou seja, consideram seu Governo "ótimo" ou "bom". Mas, como nota o excelente colunista gaúcho Fernando Albrecht (http://fernandoalbrecht.blog.br/), há algo como 20% dos pesquisados que consideram seu Governo "regular". Ou seja, não o acham lá essas coisas, mas o aceitam com tranquilidade. Somando tudo, dá um quarto do eleitorado.

Impopular, sim; mas não se pode dizer que Michel Temer não tenha um bom contingente a seu lado.

A REFORMA COMO ELA É

Chega de achismos, chega de análises de quem não leu a lei da reforma trabalhista mas opina, contra ou a favor, com base no apoio ou oposição ao Governo. O advogado trabalhista Sérgio Schwartsman, bom profissional, leu a lei e mostra os pontos em que mudou, favorecendo assalariados ou empregadores. Schwartsman foi escolhido pela Globonews para explicar a lei.

E põe cláusula por cláusula, por escrito, em http://wp.me/p6GVg3-3I9.
Herculano
06/08/2017 07:59
DANÇANDO NA BEIRA DO ABISMO, por Samuel Pessoa, economista, para o jornal Folha de S. Paulo

Em 15 maio, antes da divulgação da explosiva delação de Joesley Batista, o câmbio estava em R$ 3,1. No dia 1º de agosto, a cotação era idêntica.

Parece que a situação está calma. O mercado resolveu esperar o processo eleitoral de 2018.

Tudo se passa como se a dominância política tivesse dado um refresco. Eu mesmo acredito nessa tese.

Temer, com sua quase que ilimitada capacidade de gerir o Congresso Nacional, conseguiu administrar a crise produzida por seu descuido. Temer "is back in business".

Mas, como quase tudo na vida, cobra-se um preço. O preço está escondido, pois outras forças foram na direção contrária. A dinâmica muito favorável da economia mundial no último mês escondeu os custos econômicos do escândalo envolvendo Temer.

De abril a junho, houve surpresa desinflacionária na economia americana da ordem de um ponto percentual. No índice de inflação limpo dos componentes mais voláteis, como energia e alimentos, conhecido por núcleo da inflação, houve surpresa desinflacionária de 0,5 ponto percentual.

A menor inflação sinaliza que o processo de subida das taxas de juros nos EUA será mais lento do que havia sido previsto no fim de 2016.

Uma das características mais importantes da economia brasileira é ser muito escassa em capital. Nossa ridícula taxa de poupança produz juros reais aqui dentro muito elevados. Quando juros no resto do mundo são menores, nossa vida é mais fácil.

Adicionalmente a Europa apresentou neste ano crescimento mais robusto do que o previsto, o que mudou a visão do mercado com relação à diferença de crescimento estrutural entre a Europa e os Estados Unidos.

Ao longo do primeiro semestre, a economia americana, relativamente à europeia, veio com menor inflação e menor crescimento do que se imaginava. Consequentemente, a percepção passou a ser a de um euro mais forte do que se enxergava anteriormente em comparação ao dólar americano.

O enfraquecimento do dólar costuma ser favorável ao Brasil por meio da correlação inversa entre a moeda americana e a cotação de commodities que exportamos (outros fatores também influenciam o preço das matérias-primas).

O mecanismo de transmissão de uma crise de confiança derivada da política ocorre por intermédio do risco. A subida da percepção de risco induz desvalorização do câmbio, que, por sua vez, atrapalha o combate à inflação e a queda das taxas de juros.

De 15 de maio até hoje, o risco Brasil de dez anos subiu 0,3 ponto percentual. Não parece muito em razão do tsunami político de maio.

Meu colega do Ibre Livio Ribeiro mediu a parcela dos movimentos do risco Brasil nos últimos meses que se deve às nossas querelas internas e aquela atribuída aos movimentos na economia internacional. O resultado é que, se não tivesse havido a melhora do ambiente internacional, o risco Brasil teria aumentado 0,9 ponto percentual. Essa diferença de risco significa aproximadamente R$ 0,4 a mais no câmbio,
o que é bastante substancial.

Nosso desequilíbrio fiscal avança. A cada mês que não aprovamos reformas, sancionamos aumentos de salários para a elite do funcionalismo e juízes vetam aumentos de impostos e impedem que o Tesouro sequestre legalmente renda de Estados que não pagam suas dívidas com a União, a dívida pública cresce.

O tempo corre
Herculano
05/08/2017 10:25
NO CAPITALISMO DE LIVRE MERCADO, QUEM SEMPRE GANHA É O CONSUMIDOR, por Gary North, Ph.D. em história, ex-membro adjunto do Mises Institute, e autor de vários livros sobre economia, ética, história e cristianismo, publicado originalmente em http://www.mises.org.br)

O objetivo do capitalismo é melhorar a vida do consumidor, e não do empregado ou do empregador

Nos EUA, Walmart e Amazon estão se engalfinhando em uma brutal guerra de preços.

Ao redor do mundo, Uber, Lyft e Cabify estão em guerra não apenas contra o cartel dos táxis (mantido e protegido pelo estado), mas também entre si.

O AirBnB está reduzindo os lucros das grandes redes hoteleiras.

Nos mercados que têm um setor aéreo mais livre, como na Europa, voar está cada vez mais barato.

E isso sem falar na contínua redução dos preços dos produtos tecnológicos e eletroeletrônicos, bem como dos serviços fornecidos por eles. A Amazon, por exemplo, hoje concorre com a Netflix na área de streaming de filmes. Ambas tiraram clientes das TVs a cabo. E ambas também sofrem a concorrência de vários sites dos quais você pode fazer download de filmes.

A história do capitalismo de livre mercado é a história da competição de preços. Isso foi explicado, e sempre de maneira muito clara, por Ludwig von Mises ao longo de toda a sua vida.

O que é o capitalismo de livre mercado? É aquele arranjo econômico em que não há subsídios (ou empréstimos subsidiados com os impostos da população) governamentais para as empresas favoritas do governo, não há protecionismo via obstrução de importações, não há barreiras governamentais à entrada de concorrentes em qualquer setor do mercado (como ocorre em setores regulados por agências reguladoras), ninguém é impedido de empreender em qualquer área da economia, e não há altos tributos que impedem que novas empresas surjam e cresçam. Quanto mais próximo uma economia está deste arranjo, mais genuinamente capitalista ela é.

Um capitalista bem-sucedido é aquele que não apenas sabe como atender aos desejos da massa, como também está sempre tentando aumentar a satisfação dela. A maneira como esse capitalista aumenta sua presença no mercado ?" sua fatia de consumidores ?" é por meio da concorrência de preços. Dado que seu objetivo é sempre aumentar seu público consumidor, o que ele realmente tem de fazer é ir atrás de pessoas que até então não estavam dispostas a, ou não tinham condições de, gastar dinheiro naquilo que ele está tentando vender. Ao utilizar a concorrência de preços, ele adquire acesso a esse grupo.

Isso é um ótimo negócio para todas aquelas pessoas que queriam comprar o produto, mas não tinham condições. E aquelas que já pagavam para adquirir o produto poderão agora pagar menos. A diferença entra o preço (mais alto) que elas pagavam antes e o preço (mais baixo) que irão pagar agora sob as novas condições é chamada pelos economistas de "excedente do consumidor". É apenas um dos maravilhosos benefícios do capitalismo de massas.

Sempre haverá um mercado específico para produtos prestigiosos, sofisticados e caros. Relógios Rolex são um exemplo. Eu jamais compraria um. Estou muito bem servido por um relógio digital da Casio. Não preciso de mais do que isso. No próprio Walmart, consigo relógios digitais por US$ 15, e são excelentes em termos de marcar a hora. É isso o que me interessa. Tudo o que quero de um relógio é que ele me mostre que horas são. Não ligo para prestígio. Mas há quem ligue. E tais pessoas são servidas por mercados específicos.

Não faço a mais mínima ideia de como os fabricantes que vendem produtos para a Amazon e para o Walmart conseguirão manter uma margem de lucro sobre cada produto vendido. Também não sei como a Uber, a Lyft e a Cabify ?" com sua guerra de preços cada vez mais acirrada entre si mesmas e contra os táxis ?" conseguem se manter no mercado. Mas isso não é problema meu. Isso não tem qualquer relevância para mim. Sou um mero consumidor. Na condição de consumidor, estou olhando apenas para meus próprios interesses. Quando varejistas que atendem às massas estão concorrendo ferozmente entre si e forçam seus fornecedores (indústrias) a reduzir os preços, isso é ótima notícia para mim.

Por isso, é um total equívoco imaginar que o capitalismo funciona primordialmente para beneficiar os produtores. Isso é uma total incompreensão sobre os princípios deste sistema. O capitalismo ?" ao menos o genuíno ?" opera em benefício do consumidor. E há um motivo simples para ser assim. Os consumidores possuem aquilo que os produtores querem: dinheiro. O dinheiro é a mercadoria de mais fácil comercialização em uma economia. Por isso, todos estão atrás do dinheiro. Quem tem dinheiro consegue trocá-lo pelos bens e serviços que quer. Quem tem dinheiro sempre será servido. Quem tem dinheiro está no assento do motorista em uma economia capitalista. E quem tem o grosso do dinheiro em uma economia de mercado? A massa dos consumidores.

Produtores e empreendedores estão no mercado para ganhar acesso ao dinheiro dos consumidores. Os bens e serviços que eles produzem não podem ser utilizados como dinheiro. Não importa quão popular seja um produto específico, ele nunca será tão popular quanto dinheiro. Consequentemente, produtores e empreendedores têm de vender esses bens e serviços aos consumidores para conseguir dinheiro; eles não podem ir ao mercado e simplesmente tentar trocar, como num escambo, seus bens e serviços por outros bens e serviços. Para conseguir o que querem, eles têm de ter dinheiro. Para conseguir dinheiro, eles têm de vender para muitos consumidores. Eles ganharão dinheiro no volume, e não nos preços altos.

Guerra de preços entre empresas sempre beneficia dezenas de milhões de consumidores. Consumidores não têm de negociar descontos com fabricantes ou implorar por preços menores; eles deixam esse serviço por conta das empresas. Na prática, eles terceirizam essa atividade, deixando que as empresas em concorrência façam essa negociação por eles. Na condição de vendedores de bens e provedores de serviços, Amazon, Walmart, Uber, Cabify, Lyft, Netflix, AirBnB e todas as grandes redes varejistas têm de agir em prol dos consumidores. E é assim porque elas estão visando às massas. Elas querem vender para as massas. Elas querem o dinheiro das massas. Sua estratégia é fazer com que mais pessoas comprem seus bens e serviços.

A segunda pessoa mais rica do mundo é Jeff Bezos. Ele criou a Amazon. Se Sam Walton ainda estivesse vivo, ele seria a pessoa mais rica do mundo, pelo menos se não considerarmos Vladimir Putin. Bezos seria então o quarto. Esses dois homens incrivelmente ricos se tornaram ricos porque compreenderam como funciona a concorrência de preços.

Os críticos do capitalismo, que são muitos, simplesmente não entendem que capitalismo significa concorrência de preços, e que o mercado de consumo em massa criado pela concorrência de preços representou o maior benefício econômico para a humanidade nos últimos 200 anos.

[N. do E.: sim, os preços das coisas estão sempre aumentando, principalmente no Brasil. Mas isso se deve às distorções criadas pelo governo, como a inflação da oferta monetária. Ainda assim, o custo real das coisas ?" isto é, a quantidade de horas de trabalho necessária para se conseguir comprar um bem básico ?" só faz cair].

Os críticos destas empresas que se esforçam para reduzir seus custos ?" como a Amazon, a Walmart e a Uber ?" sempre as atacam "em nome dos trabalhadores". Tais críticos sempre vêm a público denunciar os baixos salários pagos aos empregados. Mas a função do capitalismo é melhorar a vida dos consumidores, e não dos produtores, empreendedores e dos empregados. Produtores, empreendedores e empregados só irão se dar bem em uma economia de mercado se souberem satisfazer os consumidores. Eles só terão lucros se souberam agradar aos consumidores.

Quanto aos empregados, sempre vale ressaltar que eles também são consumidores. Consequentemente, na condição de consumidores, empregados também são beneficiados. Agora, se eles não são bem pagos em termos salariais, então é porque os consumidores não querem pagar bem para eles. Consumidores sempre estão interessados apenas em conseguir as melhores barganhas para si próprios, e não os melhores negócios para os produtores, empreendedores e empregados do setor industrial, atacadista e varejista. Quem determina a sobrevivência de empregos, salários e lucros são os consumidores, e não os capitalistas. Os críticos do capitalismo jamais entenderam isso.

Tais críticos são guiados essencialmente pela inveja, e sempre quiseram atacar e destruir capitalistas e empreendedores. Eles odeiam empreendedores. Só que, ao atacar empreendedores e exigir que o governo confisque grandes fatias de seu lucro, eles estão apenas reduzindo os benefícios que acabariam sendo ofertados aos consumidores (ver aqui e aqui).

Mas eles não ligam. Eles são motivados pela inveja. Eles querem dar uma lição nos ricos. Eles preferem destruir um rico, e com isso sofrer preços mais altos em decorrência desta redução na concorrência, a permitir que o empreendedor continue rico, e com isso se beneficiar de preços menores.

É por isso que a inveja é um pecado horrendo, e os críticos do capitalismo são conduzidos por ela. O indivíduo invejoso jamais poderá ser apaziguado pelo rico. Somente a destruição do rico irá satisfazer o crítico motivado pela inveja.

Para mim, na condição de consumidor, só me resta recostar e apreciar toda a guerra de preços feita por empreendedores que querem o meu dinheiro. E com um adendo magistral: eu não compro muito no Walmart, mas compro muito na Amazon. Não uso muito a Lyft (nem Cabify), mas uso bastante a Uber. Não tenho TV a Cabo, mas tenho Netflix. Se a concorrência de preços do Walmart obrigar a Amazon a reduzir seus preços, se a concorrência de preços da Lyft (e da Cabify) forçar a Uber a reduzir seus preços (ou a não aumentá-los), e se a concorrência de outros serviços de streaming obrigar a Netflix e manter seus preços baixos, isso será um grande benefício para mim.

Isso é o capitalismo em ação.

* Gary North é Ph.D. em história, ex-membro adjunto do Mises Institute, e autor de vários livros sobre economia, ética, história e cristianismo. Visite seu website.
Herculano
05/08/2017 10:13
PRÉ-CANDIDATO À PRESIDÊNCIA, BOLSONARO É RECORDISTA DE DENÚNCIAS NA CÂMARA

Conteúdo do Congresso em Foco.Conteúdo de Ana Pompeu. A caminho de sua sétima filiação partidária, o Partido Ecológico Nacional (PEN), pelo qual pretende se candidatar à Presidência da República, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) é recordista em representações no Conselho de Ética da Câmara. Com quatro processos, ele é o único que alcançou esse número desde que o conselho foi instalado, em 2001. O filho Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), em seu primeiro mandato, foi alvo de outros dois.

A lista de acusações contra o pré-candidato à Presidência também é extensa na Corregedoria da Câmara, outra instância que apura a conduta dos parlamentares. O deputado fluminense já foi denunciado, entre outras coisas, por chamar Lula de "homossexual" e Dilma Rousseff de "especialista em assalto e furto".

Já recebeu seis punições por causa de pronunciamentos agressivos e entrevistas polêmicas. Foram três censuras verbais e duas por escrito. Em todos os casos, escapou da abertura de processo de cassação do mandato. Em 2000, chegou a dizer que o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) deveria ter sido fuzilado durante a ditadura.

As frases polêmicas de Jair Bolsonaro

O perfil do político e do homem Jair Bolsonaro é reportagem de capa da nova edição da Revista Congresso em Foco. Em 11 páginas, retratamos a produção parlamentar e as polêmicas do deputado ultraconservador em ascensão nas pesquisas presidenciais.

Bolsonaro é conhecido por moldar discurso e ações ao gosto da plateia que o aplaude. "Católico fervoroso", como se definiu, foi batizado no rio Jordão, em Israel, pelo pastor da Assembleia de Deus Everaldo Pereira, presidente do PSC e candidato à Presidência em 2014.

Dono de um discurso radical contra o PT, já admitiu ter votado em Lula para presidente em 2002. Quando ainda era filiado ao PP, manifestou intenção de ser candidato a vice de Aécio Neves (PSDB) em 2014. Às vésperas do segundo turno, foi esnobado pelo tucano, que não o convidou para tirar fotos nem participar de uma carreata em Copacabana. Naquele ano o deputado se reelegeu com a maior votação da bancada do Rio de Janeiro, com 464 mil votos.

Embora abomine hoje qualquer referência ao comunismo, já fez lobby junto ao ex-presidente Lula, em 2003, pela indicação do então deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para o Ministério da Defesa. "As coisas mudaram. Hoje comunista toma uísque, mora bem e vai na piscina", afirmou na época. Ao ser questionado sobre a legalização do aborto, em uma entrevista dada à revista IstoÉ em 2002, afirmou que a decisão caberia exclusivamente ao casal. Atualmente se diz "a favor da vida" e contra a interrupção da gravidez.
Herculano
05/08/2017 10:04
POLÊMICA SOBRE ALTA DO COMBUSTÍVEL ACABA DIA 11, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Tem data para acabar a batalha judicial em torno do aumento das alíquotas do PIS e Cofins de combustíveis: dia 11, sexta-feira. A certeza é da advogada-geral da União (AGU), Grace Mendonça. Nessa data, a AGU fará a defesa do ajuste no Supremo Tribunal Federal, após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região derrubar a liminar que o suspendia. A decisão do STF vai pacificar todas as ordens contrárias.

REDUÇÃO DE BENEFÍCIO
Grace explica que no caso dos combustíveis não há necessidade de Lei, porque se trata de redução de incentivo, não aumento na alíquota.

PT NA JOGADA
A ministra Rosa Weber (STF) intimou a AGU a esclarecer a medida que aumentou o preço dos combustíveis, em ação movida pelo PT.

SEGUNDO INDICATIVO
Cid Marconi Gurgel de Souza, desembargador do TRF-5, negou liminar curiosa, que impedia o aumento apenas para a Paraíba.

COMPROVAÇÃO
O desembargador Guilherme Couto de Castro, do TRF-2, já havia informado a AGU que seguiria decisão dos colegas dos TRFs 1 e 5.

IMBASSAHY VIROU O 'HOMEM FORTE' DO GOVERNO
O ministro tucano Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) é hoje o mais importante auxiliar do presidente Michel Temer, dominando o espaço onde transitavam apenas os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha. Cresceu ainda mais na articulação para derrotar a denúncia da PGR na Câmara. Temer diz que nem considera a hipótese de perdê-lo, mesmo no caso de o PSDB descer do muro e romper com o governo.

SEM ESCÂNDALOS
Avesso a escândalos, Imbassahy substituiu outro baiano, o borbulhante Geddel Vieira Lima, mas mantém seu cargo distante de polêmicas.

TEMER É Só ELOGIOS
Temer destaca em Imbassahy qualidades que valoriza muito: lealdade, ponderação, credibilidade e grande capacidade de articulação política.

AVALISTA DE TEMER
Eficiente, porque "ele entrega o que o presidente pede", como disse um ministro, a presença de Imbassahy constitui forte aval ao governo.

QUE HISTóRIA É ESSA, MINISTRO?
A agenda do ministro Aloysio Nunes (Relações Exteriores) é um show à parte. Nesta sexta (4), recebeu o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), enroladíssimo na Lava Jato com seu protetor Renan Calheiros. Ignora-se o que motivaria o encontro de jacaré com cobra d'água.

GOLPE DE ÚLTIMA HORA
Governador cassado do Amazonas, José Melo tenta melar a eleição deste domingo (6) para eleger seu substituto, por meio de mandado de segurança para suspender o pleito. O relator é o ministro Luiz Fux.

DEFINIÇÃO NO 2º TURNO
Amazonino Mendes (PDT) chega favorito na eleição de domingo para o governo do Amazonas. A dúvida é seu rival do segundo turno: Eduardo Braga (PMDB) ou Rebecca Garcia (PP), que sobe como flecha.

DISTRITAL MISTO EM 22
Substitutivo do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) altera o projeto de reforma política, incluindo o voto distrital misto já nas eleições de 2022. O projeto deve ser votado ainda neste semestre.

VAI DAR TRABALHO
O parlamentarismo, citado pelo presidente Michel Temer, é de longe o regime mais adequado. Os europeus que o digam. Mas vai dar trabalho convencer os brasileiros a entregar o governo ao parlamento. Em 1993, no plebiscito, apenas 24,6% do eleitorado fizeram essa opção.

DINHEIRO NO RALO
Mais parceiras do que fiscais, as agências reguladoras e autarquias praticamente triplicaram seus gastos com pessoal de R$21,7 bilhões para R$59,4 bilhões por ano. E a maioria já deveria ter sido extinta.

FALTAM VOTOS
As reformas da Previdência e política voltaram a ser os dois principais temas segundo análise do Palácio do Planalto, para o segundo semestre do ano. Agora só falta conseguir os votos necessários.

MÉRITO DO TRABALHO
A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, e o presidente da OAB-SE, Henri Clay Andrade, estão entre os agraciados pelo TST, dia 11, com a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho.

PENSANDO BEM...
...seriam necessários vender ao menos mil "Neymares" ao PSG para bancar o rombo nas contas públicas no Brasil.
Herculano
05/08/2017 09:59
FRUSTRAÇÃO DAS RUAS COM SISTEMA POLÍTICO É SALVO-CONDUTO POLÍTICO PARA TEMER, por Demétrio Magnoli,geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

No horizonte do óbvio, Temer fica pois persuadiu 263 deputados a sustentá-lo, às custas do Orçamento, de cargos e de concessões políticas vergonhosas. Dilma, porém, foi defenestrada, mesmo depois de ofertar tudo isso no altar sacrificial da Câmara. As raízes da diferença entre um caso e outro estão fincadas num horizonte mais profundo: a miséria da nossa política. Temer fica pelos seguintes motivos:

1. Janot desviou a Lava Jato para o labirinto da politicagem. A denúncia contra Temer não nasceu de uma investigação exaustiva, como a conduzida no âmbito do cartel das empreiteiras, mas de uma arapuca vulgar montada em aliança com Joesley Batista. A imunidade absoluta concedida ao corruptor-geral da República provocou asco nacional, manchou a reputação pública da Lava Jato e ofereceu um álibi político eficiente ao ocupante do Planalto. Temer deve uma caixa de charutos a Janot.

2. A economia rompeu a crosta gelada da depressão. Temer preservará o imposto sindical, pervertendo a reforma trabalhista, e substituirá a reforma previdenciária por um emplastro improvisado. Mas, ao menos, a equipe econômica representa um seguro contra calamidades. O empresariado admite quase tudo, mas não um retorno aos folguedos infantis do dilmismo. E, claro, adora uma Presidência exaurida, pronta a curvar-se à exigência de mais um refinanciamento de dívidas em benefício dos amigos dos amigos. Temer deve um vinho de origem controlada a Meirelles.

3. Nossa elite política tem pavor da Lava Jato. Temer, no Planalto, e Rodrigo Maia, na Câmara, são fusíveis que protegem os parlamentares do incêndio. A substituição do primeiro pelo segundo implicaria a remoção do duplo fio de chumbo. O "Fica, Temer" significa, igualmente, um "Fica, Rodrigo" ?"e um tratado de cooperação diante das investigações policiais e judiciais. A manobra de salvação do presidente assinala o início de uma contraofensiva do Planalto e do Congresso. Temer deve bombons baratos a todos os políticos situados na alça de mira da polícia.

4. Aécio Neves alinhou uma corrente do PSDB à Santa Aliança anti-Lava Jato. Para proteger-se, o cacique tucano cindiu seu partido e atracou seu próprio futuro político ao cais do Planalto. A Lava Jato encontra-se, agora, em situação similar à da Operação Mãos Limpas, na Itália, durante os governos de centro-esquerda de Romano Prodi e Massimo D'Alema, cuja base parlamentar se uniu a Silvio Berlusconi para sabotá-la. Temer deve meia dúzia de pães de queijo a Aécio, outro amigo do peito da JBS.

5. "Fica, Temer" é o desejo oculto de Lula. A bandeira farsesca do "Fora, Temer" destina-se, exclusivamente, a consumo eleitoral. O PT e seus aliados garantiram quorum à sessão de salvação do presidente. Preservando Temer, o condottieri petista assegura para si mesmo o cenário mais favorável na disputa de 2018.

Mas, sobretudo, por essa via, o PT encontra um lugar na trincheira compartilhada pelos políticos que resistem à tempestade da Operação Lava Jato. Temer deve a Lula uma cachaça envelhecida, de alambique artesanal.

6. Nossa elite política separou-se, em conjunto, do interesse público. A crise que produziu o impeachment prossegue no governo Temer. Sob o signo da Lava Jato, vivemos o ocaso da Nova República. Contudo, nenhuma articulação partidária significativa destacou-se da paisagem cinzenta para oferecer ao país uma alternativa de reformas institucionais e políticas.

No lugar disso, em meio às ruínas, assiste-se aos espetáculos deprimentes da decomposição do PSDB, do neoqueremismo lulista e das apostas especulativas de Marina Silva, Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, os "salvadores da pátria" de plantão.

A frustração das ruas com a falência geral do sistema político funciona como salvo-conduto do ocupante do Planalto. Temer deve tudo ao medo da mudança. Ele honrará sua dívida, às nossas custas
Herculano
05/08/2017 09:56
SOB RISCO DE PRISÃO, LULA VATICINA: "VAMOS VOLTAR", por Josias de Souza

Lula passou a sexta-feira na Zona Sul da cidade de São Paulo. À noite, discursou para uma plateia companheira num evento do PT. Condenado a 9 anos e 6 meses de cadeia, ignorou o risco de prisão que o assedia para vaticinar: "Esperem as eleições de 2018, que nós vamos voltar?"

Septuagenário, o pajé do petismo revelou que, para se manter em forma, costuma exercitar outros músculos além da língua: "Tenho 71 anos de idade. Estou novo, garotão. Faço duas horas de ginástica por dia. Levanto às cinco da manhã. Estou quase ficando bombado. Faço 7 km todo dia, além da musculação ?"faça chuva ou faça sol. Quero mostrar que um velhinho de 72 anos, com tesão por esse país, vai fazer muito mais do que um jovem sem tesão."

Sem mencionar a Lava Jato, Lula voltou a fazer pose de perseguido político. Em timbre megalomaníaco, insinuou que seus algozes prejudicam toda a população brasileira: "?Se eles querem fazer alguma coisa comigo, se eles querem evitar que eu tenha a possibilidade de concorrer em 2018, se eles querem julgar o meu governo é uma coisa. O que eles não podem - por uma questão moral, política, de decência e de respeito - é, para me prejudicar, prejudicarem 204 milhões de brasileiros, sobretudo a maioria do povo trabalhador?"

Réu em cinco ações penais, já sentenciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula disse coisas assim: "Se tiver corrupção, tem que ser preso quem roubar. Empresário roubou, tem que ser preso. Político roubou, tem que ser preso. Juiz roubou, tem que ser preso. Qualquer um que roubar." No caso do PT, disse o oligarca da legenda, o que mais incomodou os rivais não foi a corrupção, mas a ascensão social dos pobres.

Escorando-se em autocritérios, Lula jactou-se de sua ex-presidência. "O Brasil era respeitado internacionalmente. O Brasil ficou um país popstar, mais do que o Neymar está hoje. As pessoas só falavam do Brasil lá fora." O ex-soberano não notou. Mas o Brasil continua falado no estrangeiro. Desde o mensalão, o país está pendurado de ponta-cabeça nas manchetes como uma das nações mais corruptas do planeta.

Mais próximo das grades do que das urnas, Lula ameaçou a turma da Lava Jato. "Eu vou processá-los por danos morais. A coisa não fica barata, não. Eles não sabem o que é mexer com Garanhuns. Se tem político com rabo preso e está com medo, é problema de quem está com rabo preso. Se tem político que não quer abanar o rabo porque está com medo, é problema dele. Comigo eles vão ter que provar, custe o que custear, demore o quanto demorar."

Ao se despedir da plateia, Lula flechou Michel Temer, que celebra o sepultamento na Câmara da denúncia em que a Procuradoria o acusa de corrupção passiva: "O Temer, que gastou anteontem R$ 14 bilhões para comprar 260 votos, não perde por esperar. Até a vitória do nosso partido!"

Acomodado por Lula na chapa de Dilma Rousseff, hoje reduzida à condição de cuidadora dos netos, Temer realmente revelou-se mais jeitoso do que a antecessora no gerenciamento do balcão. O difícil será superar o próprio Lula, que comprou o Legislativo durante oito anos, servindo aos aliados rações regulares de mensalão e de petrolão.
Herculano
05/08/2017 09:51
GLOBO FAZ JORNALISMO, NÃO CAMPANHA CONTRA OU A FAVOR, por, por Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo e Globo News, no jornal Folha de S. Paulo

Após a leitura de "Globo derruba JN, mas perde queda de braço com Temer" (Poder, 4/8) [está publicada abaixo, as 8.22 do dia quatro], chego à conclusão de que o colunista Nelson de Sá não respeita o jornalismo que o próprio jornal em que trabalha pratica: a Folha de S.Paulo.

Desde que a crise provocada pela delação da JBS eclodiu em 17 de maio, a Folha tem publicado tudo sobre as acusações contra Temer, num tom bastante crítico.

Publicou três editoriais, um pedindo a renúncia, outro aconselhando deputados a votar a favor da autorização para que o Supremo julgue a denúncia contra o presidente e um terceiro lamentando a decisão da Câmara.

No dia seguinte à votação, a manchete do jornal era: "Temer usa máquina, demonstra força e barra denúncia na Câmara". Em página interna, o título era ainda mais forte: "Balcão de negócios com recurso público garante vitória governista".

Os colunistas políticos também não mediram palavras. Um deles batizou sua coluna assim: "A vitória da mala". A Globo jamais usou em seus telejornais manchetes tão duras, mas também cobriu a crise política iniciada com as acusações contra o presidente Temer, sem nada esconder, com isenção, como fez com as denúncias que envolveram os ex-presidentes Lula e Dilma. Uma prova de que não protege ninguém.

Nelson de Sá preferiu ignorar tudo isso e dizer que desde o dia 17 de maio a Globo e a Globo News "atiram sem intervalo contra Temer", esquecendo-se do que a própria Folha faz.

Na versão on-line do artigo, diz que a GloboNews entrevistou Fernando Henrique Cardoso quando este pediu a saída de Temer, mas omite que a Folha publicou artigo dele antes, em 26 de junho, pedindo o mesmo (a entrevista na GloboNews foi no dia 11 de julho).

O colunista cita um almoço rotineiro do diretor institucional do Grupo Globo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, insinuando uma conspiração inexistente, mas novamente omite que Maia sempre jurou lealdade a Temer e provou isso na votação e nos dias que a antecederam. Que conspiração?

Destaca, vergonhosamente, que o deputado Sérgio Zveiter, o relator da CCJ na Câmara, cujo parecer foi contrário a Temer, advogou, anos atrás, para a Globo, como se isso, de algum modo, pudesse ser prova de que a Globo influenciou em sua nomeação.

E por fim pergunta se, vitorioso, Temer reduzirá investimentos publicitários do governo na Globo, como se isso pudesse ter algum algum impacto no compromisso da emissora com a notícia.

A Globo tem orgulho de seus incontáveis anunciantes, porque são eles que garantem a sua independência: dependendo de muitos não depende de nenhum. Muito menos de governos, a quem nada deve, em nenhuma circunstância.

E quando o interesse público impõe, a Globo não hesita em cancelar a sua grade de programação, e os seus espaços comerciais, para bem informar os seus espectadores: foi assim no impeachment de Collor e de Dilma, foi assim na votação da denúncia de Temer, com excelente resposta da audiência, interessada no futuro do Brasil.

Se a Globo foi a única a ter essa atitude, trata-se de um mérito, não de um defeito: o interesse do país em primeiro lugar. A Globo faz jornalismo, não faz campanha, nem contra nem a favor. Em respeito ao público. Por tudo isso, essa coluna de Nelson de Sá, sem base na realidade, destoa do bom jornalismo praticado pela Folha.
Herculano
05/08/2017 09:40
O ELO PERDIDO, por Rodrigo Constantino, na revista IstoÉ

As cenas chocantes ganharam o mundo. Dois opositores do regime de Nicolás Maduro foram sequestrados pelas autoridades de madrugada. Milhares enfrentam os milicianos do governo nas ruas, e centenas de jovens já morreram. A "constituinte" foi uma clara tentativa de golpe ?" mais uma. As entidades internacionais "moderadas" não podem mais esconder: a Venezuela vive sob uma ditadura.

Não obstante, ainda temos partidos de extrema esquerda no Brasil, como o PT e o PSOL, defendendo oficialmente tal tirania opressora. É o que desejam para nosso País: o mesmo tipo de caos, de miséria e terror, para que usem a força estatal para sua "revolução" contra a "burguesia", o "capital", o "imperialismo". São criminosos disfarçados de políticos, apenas isso. Eis, porém, o mais revoltante: nossa "imprensa golpista", pela ótica desses mesmos esquerdistas, até condena Maduro, mas é mais raro encontrar o termo socialismo nos editoriais e reportagens do que achar um petista honesto. É como se a culpa da desgraça toda fosse apenas de Maduro, o truculento. Foi a mesma tática que usaram para explicar a nossa tragédia: culpa de Dilma. E assim Lula e o PT eram absolvidos, pois 2018 vem aí.

Não há efeito sem causa. E poucos querem encontrar a verdadeira causa dos problemas venezuelanos. Mas nós liberais apontamos para ela lá atrás, quando Hugo Chávez ainda estava no poder. E ela se chama socialismo. Foram os métodos adotados que levaram a esse destino sombrio, exatamente como antecipamos que aconteceria. Lula, PT e PSOL apoiaram o regime desde o começo, e os petistas tiveram participação direta no desfecho atual. Lula e Dilma gravaram vídeos de apoio a Chávez e Maduro, e articularam no Foro de SP as estratégias para que o socialismo avançasse. Tentaram impor o mesmo modelo ao Brasil, mas foram impedidos, depois de enorme estrago causado.

Não há nada de espantoso, portanto, nisso tudo. O PT e o PSOL nunca foram democratas, já defendiam a ditadura cubana há décadas. A diferença é que a Venezuela mergulhou na tirania recentemente, na era da internet, sem o "charme" dos barbudos revolucionários, e sem embargo americano para levar a culpa pela desgraça.

Quem sente decepção ou surpresa diante dos rumos venezuelanos e do apoio ou silêncio que recebe da esquerda radical não entendeu muita coisa de política ainda. Os dias eram e são assim: essa turma sempre apoiou ditaduras. Não deturparam o socialismo: isso é o socialismo! Foi assim em todos os seus diversos experimentos.

Alguns sonsos condenam Maduro, mas é para poupar o verdadeiro culpado. Reclamam da febre mas omitem o nome do vírus. A praga é o socialismo

Agora alguns sonsos condenam Maduro, mas é para poupar o verdadeiro culpado, o elo perdido, que não aparece em uma só análise do caos venezuelano. Reclamam da febre, mas omitem o nome do vírus, pois ainda o defendem. A praga é o socialismo.
Herculano
05/08/2017 09:31
É MELHOR PARA O PAÍS QUE TEMER CONCLUA SEU MANDATO. MUDANÇA PODERIA AUMENTAR INCERTEZAS, por Mailson da Nóbrega, ministro da Fazenda do desastroso governo do presidente José Sarney, PMDB, para o jornal Folha de S. Paulo

A decisão da Câmara dos Deputados de negar autorização para a abertura de processo contra Michel Temer no STF evita incertezas decorrentes de uma mudança de comando. O presidente deverá sobreviver a eventuais novas denúncias. Será melhor para o país.

Acontecimentos súbitos, que resultem na formação de um novo governo, costumam ser complicadas. Além disso, importa ter no cargo, neste momento, alguém sem dúvida alinhado a ideias e ações que revertam a pesada herança das desastradas administrações petistas.

A interrupção do mandato aconteceria sem que se conhecesse o sucessor. Nos casos anteriores de impeachment, os de Fernando Collor e Dilma Rousseff, era certo que a liderança passaria, respectivamente, a Itamar Franco e Michel Temer.

Muitos dos que apostavam na queda de Temer tinham três certezas: (1) o sucessor, a ser eleito 30 dias depois, seria Rodrigo Maia; (2) Maia teria condições de conduzir as reformas; e (3) a equipe econômica seria mantida.

Nada disso era garantido. Haveria risco de o Congresso escolher um nome distinto daquele indicado pelos líderes políticos. O numeroso baixo clero poderia pregar uma peça na coalização dominante e eleger outra pessoa.
Foi o que aconteceu nos casos de Severino Cavalcanti e Eduardo Cunha, os quais passaram a presidir a Câmara contra a indicação oficial de outros nomes. E deu no que deu.

Quem poderia, além disso, assegurar que a equipe econômica aceitaria ficar? Isso dependeria de decisões pessoais. A mudança, se houvesse, implicaria substituir pessoas. Novos membros levariam tempo para se familiarizar com os desafios a enfrentar.

Lembremos, a propósito, que restaria à nova equipe econômica menos de um ano para exercer suas atividades, pois a partir do segundo semestre de 2018 dificilmente haverá ambiente para iniciar ações.

Digamos que o substituto fosse mesmo Rodrigo Maia. Por certo se suspeitaria que ele teria conspirado, em aliança com os grupos que apostaram na queda de Temer, pela interrupção do mandato.

Por isso, Maia poderia não contar com o apoio do PMDB para prosseguir com as reformas.

Independentemente de quem fosse o eventual novo presidente, não estaria resolvida a questão da legitimidade, tida pela oposição e pelos que queriam a saída de Temer como justificativa para a Câmara autorizar o prosseguimento da denúncia.

O presidente surpreendeu com seu compromisso com as reformas e a capacidade de articulação política para obter sua aprovação. Fez muito em muito pouco tempo.

Diga-se, também, que incertezas derivadas de uma substituição em meio à maior crise em mais de cem anos contribuiriam para abortar a recuperação em curso na economia, que tem tudo para ganhar impulso em 2018.
Poderiam ser graves os efeitos de nova queda de confiança causada por maus acontecimentos.

Se o pior cenário se confirmasse, as eleições presidenciais ocorreriam, ao contrário do que hoje é lícito esperar, em ambiente de mais inflação, desemprego e perda de renda. Isso poderia interferir na escolha dos eleitores e gerar danosas consequências. Chega de incertas!

A decisão da Câmara de não autorizar o prosseguimento da denúncia não é uma absolvição. Temer será investigado após deixar o cargo, quando buscará provar a improcedência da denúncia do Ministério Público, que para muitos é inepta.

É melhor que Temer fique.
Herculano
05/08/2017 09:27
AS REFORMAS NECESSÁRIAS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

É mais do que hora de atuar na vida pública com decência. Dinheiro do contribuinte para bancar campanhas políticas luxuosas é uma tremenda indecência

Ao negar na quarta-feira passada prosseguimento à denúncia contra o presidente da República, a Câmara dos Deputados abriu caminho para a continuidade das reformas, especialmente a da Previdência e a política. No entanto, parece que alguns parlamentares viram no novo cenário político tão somente uma oportunidade para barganhar e, conforme relata reportagem do Estado, querem aprovar, com a máxima urgência, a criação de um novo fundo, feito com dinheiro público, para financiar campanhas políticas. Alheios ao interesse do País e ao estado das contas públicas, eles têm a desfaçatez de apresentar a interesseira manobra, que pode vir a custar até R$ 6 bilhões, como parte da reforma política e ainda chantageiam, dizendo que a destinação desses novos recursos públicos aos partidos será condição para a aprovação da reforma previdenciária.

Logicamente, a criação de um novo fundo público para campanhas políticas não faz parte da necessária e urgente reforma política. Destinar mais dinheiro público aos partidos políticos é simplesmente agravar a atual situação de distanciamento entre política e sociedade. O que faz falta é, por exemplo, modificar extensa e profundamente o sistema partidário, garantindo um mínimo de densidade ideológica e programática e de conexão com a população. Outra área que merece pronta reforma é o pacto federativo, para que suas regras de funcionamento expressem um mínimo de equilíbrio entre autonomia e responsabilidade de cada ente federativo. Também é preciso discutir com seriedade a oportunidade de se adotar o sistema parlamentarista de governo.

Já existem no Congresso, deve-se reconhecer, algumas propostas capazes de contribuir para a reforma política, a começar pela cláusula de desempenho para os partidos políticos e o fim das coligações nas eleições proporcionais. Ainda que insuficientes, elas podem ajudar a diminuir o número de partidos nanicos, que só servem a seus caciques e transformam a política num balcão de negócios. Pois, ao contrário do que muitos pensam, a criação de partidos não ajuda a renovação do ambiente político. São os hábitos e costumes que precisam mudar. Afinal, a cada eleição tem-se uma renovação da Câmara, por exemplo, da ordem de 40% de seus membros, e nem por isso a política se regenera. Tais alterações não têm qualquer vinculação com a proposta de novo fundo público para as campanhas eleitorais. Sua aprovação só serviria para manter o perverso sistema de partidos ?" que são entidades privadas ?" sustentados com dinheiro do Estado.

Diante da atual crise, não há espaço para barganhas nem para falsas disjuntivas. As duas reformas ?" a política e a da Previdência ?" são importantes e é preciso que sejam implementadas de verdade. Por exemplo, a reforma da Previdência não se resume a alterar algumas regras. Ou se instala um novo equilíbrio entre receitas e despesas previdenciárias ou se estaria tão somente a lograr a população. O mesmo raciocínio aplica-se à reforma política. Suas alterações devem colaborar para uma real melhora do sistema político. Para ser uma manobra que atenda, por outros caminhos, aos nefastos interesses de sempre é preferível não mudar nada.

Engana-se quem julga não haver condições para reformas reais no País. O Congresso foi capaz de aprovar a reforma trabalhista em momento de muito maior instabilidade política que o atual, quando ainda estava pendente de análise a denúncia contra o presidente Michel Temer. Trata-se, portanto, de uma perigosa ilusão, que só favorece os que lucram com os atuais descaminhos do País, achar que a solução dos problemas que assolam a vida dos brasileiros deve ser buscada quando a crise estiver amainada.

A ocasião mais propícia para as reformas é agora, pois a crise revela, em toda sua nitidez, a necessidade e a urgência de um novo marco legislativo em áreas vitais do Estado.

Adiar as reformas é atrasar a saída da crise, pois são elas o caminho para tirar o País desse enrosco no qual o PT o colocou de forma deliberada, ao manejar as instituições e perverter as relações políticas para seus fins particulares. É mais do que hora de atuar na vida pública com decência. Dinheiro do contribuinte para bancar campanhas luxuosas é uma tremenda indecência.
Herculano
05/08/2017 09:25
da série: exagero? Exagero é ignorar as evidências como se isso fosse algo dos outros. Tudo começa com a s pequenas negligências. Todas as tragédias são construídas com a nossa omissão e anunciadas com as evidências. Este texto é um alerta catarinenses. Não estamos longe de ser um Rio Grande do Sul ou Rio de Janeiro. Na irresponsabilidade fiscal, os governo do PMDB foram fartos de erros como mau intencionado Paulo Afonso Evangelista Vieira, cuja dívida virá agora para todos pagarem, ou de Luiz Henrique da Silveira, o pai dos privilégios e das SDRs, completado por um governo notoriamente fraco sob quase todos os aspectos, como o de Raimundo Colombo, que preferiu negociar com os bandidos para eles não incendiarem as nossas ruas.

TRAGÉDIA ANUNCIADA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

A ninguém terá espantado, decerto, a alta da violência no Rio de Janeiro neste 2017. A resignação com que se encara o fato dá medida do descalabro no Estado.

Foram registradas, segundo o instituto fluminense de segurança pública, 3.457 mortes violentas de janeiro a junho, 15% acima do verificado no período correspondente de 2016. Trata-se do pior primeiro semestre desde 2009 (3.893).

Ocorreu na Baixada Fluminense, conjunto de 13 municípios na região metropolitana, o maior aumento nesses seis primeiros meses do ano, de 23%; na capital, a taxa foi apenas um pouco inferior (21%).

Os danos à população fluminense não se limitam à segurança pública. A expansão irresponsável dos gastos públicos ?"amparada em uma alta efêmera das receitas do petróleo?" levou o Rio a uma calamitosa situação financeira que comprometeu outros serviços básicos, como saúde e educação.

A dívida do Estado, de R$ 108,5 bilhões, já extrapolou o limite máximo fixado pela legislação (200% da receita) ?"apenas no ano passado as despesas superaram a arrecadação em R$ 13 bilhões.

À ruína financeira soma-se a derrocada política e moral da administração, comandada pelo PMDB há mais de uma década.

O ex-governador Sérgio Cabral foi condenado em primeira instância por corrupção. O atual ocupante do posto, Luiz Fernando Pezão, sobre o qual também recaem suspeitas de atos ilícitos, demonstra evidente despreparo para lidar com uma crise dessa dimensão, como até correligionários apontam.

Com o colapso das forças policiais, privadas de recursos de custeio e com salários em atraso, interromperam-se os bons resultados obtidos pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na redução dos homicídios ao longo de quase uma década.

Restou ao governo federal, diante desse quadro, autorizar o envio das Forças Armadas ao Estado; comenta-se que a operação possa ser estendida até o final de 2018.

Embora de fato necessária neste momento, a medida não passa de um paliativo; basta a saída dos militares para que os criminosos voltem a atacar. A longo prazo, a eficácia de qualquer política mais efetiva de segurança pública dependerá de um ambiente de maior normalidade orçamentária.

Um acordo com o Tesouro Nacional, em vias de ser concluído, permitirá ao Rio suspender o pagamento de dívidas com União por três anos e contrair empréstimo de R$ 3,5 bilhões. As contrapartidas incluem o aumento da contribuição previdenciária dos servidores e a limitação de reajustes salariais.

São condições duras, sem dúvida, mas necessárias. Os contribuintes de todo o país, afinal, arcarão com o socorro ao Estado; não se pode correr o risco de premiar gestões corruptas ou perdulárias
Miguel José Teixeira
05/08/2017 09:15
Senhores,

Sacada do Macaco Simão (José Simão, FSP, hoje):

"Durante tumulto na votação, deputado petista morde o Pixuleco." Olha, eu já vi morder pescoço, morder a fronha, mas morder o Pixuleco é a primeira vez! Fetiche de petista; morder o Pixuleco!

Huuummm. . .será que ex-prefeito de Gaspar morde pixuleco de ex-prefeito de Blumenau?
Herculano
05/08/2017 09:00
ZEBRA. COM SELEÇÃO RENOVADA,EM FASE DE FORMAÇÃO, CONTANDO COM A SORTE, COMO A SUADA VITóRIA DA CHINA CONTRA A HOLANDA, NESTA MANHÃ - HORÁRIO DAQUI - O VôLEI FEMININO DO BRASIL VIRA CONTRA A SÉRVIA (3 A 1) E ESTÁ NA FINAL DO GRAND PRIX
Herculano
05/08/2017 08:54
SAMAE INUNDADO

Ao Roberto Sombrio. A sua leitura sobre os políticos, na minha avaliação, está correta. Aqui se faz jogos de compadres, negócios entre novos e velhos negociantes de sempre, e não se pratica uma política de ganhos para a cidade e os cidadãos.

Veja esta última. Vai se gastar quase R$600 mil a mais por ano do Orçamento, que o próprio prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, PMDB e o prefeito que verdadeira governa Gaspar, Carlos Roberto Pereira, PMDB, dizem ser curto para as necessidades primárias e até obrigatórias.

E olha que esta despesas foi admitida oficialmente pela própria prefeitura à Câmara, e não por nenhum adversário ou algum intruso da imprensa.

Mas o que fizeram os próprios vereadores - não só os da base PMDB, PP, PSC e PSDB, mas do PT e PSD que se dizem da oposição? Aprovaram a tal Reforma Administrativa, com a garantia de boquinhas para os seus cabos eleitorais ou amigos. E a lista não é pouca. Tem gente até do PSDB de Blumenau, que é poder lá, e escolhe os melhores de lá, como Norberto Mette que entrou na distribuição de cargos porque sobrou lá.

Mas, voltando ao caso do Samae de Gaspar que você reclama nos posts anteriores. É o ´tipico exemplo de que uma autarquia governada por político, sem experiência executiva, filhote do empreguismo público, que usa a autarquia para seus problemas, como relatei na coluna, sem liderança e sem capacidade de decidir a não ser para buscar votos para se sustentar no poder, dá no que deu no caso do Belchior e dezenas de outros, que já resultaram na retirada do diretor de serviços externo.

Sombrio, você sabe por que o Belchior ficou sem água? Porque a Estação de Tratamento de Água compacta de lá opera sem a presença de operador. Um avanço contra o empreguismo. Faltou energia. O Samae estava ciente. Tinha sido avisado com antecedência pela Celesc.
Cadastrado, qualquer cidadão e empresa recebe este aviso da Celesc. E não tomou qualquer providência. Esperou o berreiro de todos, zombando da paciência dos belchiorenses.

Havia solução? Havia! Há dois geradores na autarquia: um monofásico e um trifásico. Ficaram todos os dois parados na sede do Samae, enquanto um deles deveria estar lá para fazer funcionar a ETA durante falta de energia avisada pela Celesc. E para que? Para fazer funcionar a ETA e não deixar o Belchior e os belchiorenses sem água. Samae parado. Prefeito eleito e o de fato, parados. Intendente do Distrito parado. Todos, no mínimo, zombando dos pagadores de contas de águas do Belchior que recebiam ar. Acorda, Gaspar!
Roberto Sombrio
04/08/2017 20:53
Oi, Herculano.

O SAMAE está inundado e a Prefeitura afundada na lama junto com a Câmara.
Quem quer Gaspar melhor? Os que estão aí não, pois são da política do século passado e que continua com as ideias toscas.
O Brasil está avançando fora da política e eles ainda não se deram conta. Só vão acordar em outubro de 2018 e outubro de 2020, aí será tarde. Não terão como voltar.
Ainda não entenderam que o brasileiro está de saco cheio.
Herculano
04/08/2017 20:42
SAMAE INUNDADO

Caro Roberto. Quando me refiro ao Samae inundado, é o fato dele, como ente público, com obrigação relevante ao município, o saneamento, ser inundado de estranhos ao objetivo da autarquia, incapazes para as funções nomeadas, por políticos que deixam a cidade seca e impregnado de gente que não teria capacidade de se empregar em qualquer lugar que cobre soluções, produções e qualidade.
Roberto Sombrio
04/08/2017 20:34
Oi, Herculano.

Você fala sempre em SAMAE inundado no entanto está mais para SAMAE no seco.
Desde as 10hs da manhã desta sexta o Belchior está sem água. O pessoal do SAMAE informa que a culpa é da CELESC que desligou a rede para executar a poda de árvores. Já são 20:30hs e água nada. Essa é estória que contam, resta saber se é verdade.
O SAMAE não tem plano "B"? A estação de tratamento do Belchior não tem gerador?
Mas grana para comprar um carro novo para o prefeito que não resolve nada tem.
Gaspar está mal mesmo. Depois estranham que a cidade está sendo esmagada pelas outras. É normal acontecer de vermes serem esmagados. Quem rasteja acaba sendo pisoteado.
Herculano
04/08/2017 18:59
GOVERNO FEDERAL TEME INFILTRAÇÃO DO CRIME ORGANIZADO NAS ELEIÇÕES DE 2018, DIZ MINISTRO

Conteúdo do G1. Texto de Marco Antônio Martins e Ricardo Gallo. O governo federal disse temer a infiltração do crime organizado nas eleições de 2018, afirmou nesta sexta-feira (4) o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen. "Entendemos que o crime pode buscar financiar candidatos em 2018", disse.

Etchegoyen se reuniu com jornalistas no Rio de Janeiro para falar sobre o plano de segurança para o estado. Em 2018 haverá eleições para deputados federais e estaduais, governadores e presidente. "Aí temos uma clara ameaça à segurança institucional."

O general mencionou operação em São Paulo, que prendeu advogados ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) infiltrados em organização civil. O problema se agrava com o fim do financiamento privado de campanhas, afirmou: os candidatos precisam de dinheiro para fazer campanha, o que abre possibilidade de financiamento por organizações criminosas.

Já houve, segundo o ministro, ameaças físicas no Maranhão e no Rio de Janeiro contra a realização de eleições. Na Baixada Fluminense houve 15 candidatos mortos desde 2015, das quais seis, segundo a polícia, teriam como causa disputas entre milicianos, e quatro por ações de traficantes.

Em agosto do ano passado, durante visita a cartórios eleitorais no RJ, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que já presidia o Tribunal Superior Eleitoral, alertou para o mesmo risco mencionado por Sérgio Etchegoyen. Ele chegou a enviar ofício ao Ministério da Justiça, no qual solicitava que a Polícia Federal investigasse as mortes de candidatos.

"É uma situação extremamente grave. Há incidentes que podem não ter conotação eleitoral e outros, a maioria, com conotação eleitoral", disse o ministro, na ocasião.
A influência do crime organizado nas eleições do Rio já aconteceu em outras disputas eleitorais. No ano passado, nos nove meses anteriores as eleições, 13 candidatos a vereador foram assassinados na Baixada Fluminense. Segundo a polícia, 11 casos tiveram motivação política e, em 6 deles, havia indícios de participação de milícias.

Mais verba para a segurança
Também nesta sexta-feira o ministro confirmou q o governo federal destinará R$ 700 milhões para as ações de segurança. A verba vai ser liberada mês a mês até o fim do ano e vai servir para o abastecimento de viaturas e até compra de munição. Quem vai gerenciar é o governo federal. A verba também vai custear as ações da Polícia Rodoviária Federal.
Herculano
04/08/2017 18:52
PRIVILÉGIO DO SERVIDOR PÚBLICO É UM DOS MAIORES PROBLEMAS DO PAÍS, DIZ JUIZ DO TRABALHO

Conteúdo da BBC do Brasil, se São Paulo. Texto de Camilla Veras Mota -

"O servidor público é um dos maiores problemas que o Brasil tem hoje". É com essa afirmação polêmica que o juiz do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-9) Marlos Melek defende que o país precisa ter um Estado menor.

Um dos oito integrantes da comissão que redigiu a nova legislação trabalhista no início do ano, aprovada pelo Congresso, Marlos Melek argumenta que parte do funcionalismo é engrenagem de uma grande burocracia alimentada pelo pagamento excessivo de impostos, que goza de benefícios aos quais a maioria dos brasileiros não tem acesso.

"Nós precisamos pagar menos impostos e, para isso, não tenho dúvidas, isso passa necessariamente por uma racionalização do serviço público do Brasil."

Para ele, a única maneira de acabar com os privilégios é por meio de uma reforma da Constituição, que corrigiria todas essas assimetrias de diretos de uma vez só. "Aí ninguém vai se sentir otário", diz.

Apesar de considerar que a remuneração dos magistrados, que há sete anos não têm aumento real, esteja defasada, o paranaense não concorda com o pedido da categoria de reajuste de 16,38% em 2017, percentual também pleiteado pelos procuradores. A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, tem demonstrado resistência para incluir a demanda no orçamento da Corte, que será votado no próximo dia 9.

Hoje com 41 anos, Melek começou a trabalhar aos 14, em uma pequena torneria mecânica em Curitiba. Foi dono da marca de cosméticos Ramelk, que chegou a ter, sob sua gestão, 3 mil funcionários. Como empregador, foi processado cinco vezes e fez acordo em uma.

Há 13 anos é juiz e atualmente faz parte do grupo de trabalho convocado pela Presidência para implementar a Reforma Trabalhista e discutir as mudanças que serão feitas na lei via Medida Provisória.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista concedida à BBC Brasil.

BBC Brasil - O senhor mudaria algo na lei trabalhista que entra em vigor em novembro?
Marlos Melek - O que eu mudaria no texto? Eu delimitaria, mostraria pra sociedade brasileira que nem todo mundo pode ser autônomo.
Autônomo é aquele que, além de trabalhar por conta própria, sem subordinação da relação típica de trabalho, tem lei própria que regulamenta a possibilidade de ele ser autônomo. Como, por exemplo, o motorista de carga, o representante comercial, o corretor de imóveis. Para que a sociedade brasileira não interprete que todo mundo pode ser autônomo.

BBC Brasil - Para que não haja carta branca para a pejotização?
Melek - Exatamente. Não é por aí. A Medida Provisória - e nós estávamos discutindo isso em Brasília ontem ou anteontem - vai colocar mais três ou cinco parágrafos para explicar melhor a questão do autônomo.

Para o juiz do trabalho Marlos Melek, este não é um momento oportuno para o pedido de aumento de 16,38% feito por procuradores e magistrados
Outra coisa que eu gostaria que fosse um pouco diferente seria a delimitação da reparação em dano moral quando esse dano fosse gravíssimo. Nós criamos uma parametrização de bandas em reparação moral em dano leve, médio, grave e gravíssimo, porque a Justiça não pode ser uma loteria, como em muitos casos acaba sendo.
Filho cria robô virtual com a personalidade do pai para conversar com ele após sua morte

Eu entendo que o gravíssimo deveria ter um valor maior de teto. Mas isso também, ao que me parece, será corrigido na Medida Provisória. Esse valor atual, de 50 salários contratuais, deve basicamente duplicar. Acredito que ele vai atender ao objetivo da lei, a intenção do legislador de permitir ao juiz que fixe uma reparação maior quando dano for gravíssimo.

BBC Brasil - A Medida Provisória vai criar um novo mecanismo de financiamento das entidades sindicais?
Melek - A Casa Civil está bastante convicta de que o texto que foi aprovado, como foi aprovado, é o texto ideal. Mas temos setores do Ministério do Trabalho que ainda estão se esforçando para obter alguma forma de financiamento não obrigatório, mas facultativo.

De que forma seria isso? Seria a possibilidade de uma convenção coletiva criar uma obrigação financeira para o trabalhador e para o empregador, que poderiam se opor de maneira simplificada a esta cobrança, sem precisar ir pessoalmente, levar documento no dia tal.

É esse jogo de forças neste momento que interage em Brasília. Certamente as autoridades constituídas saberão desmembrar esse nó e iremos conhecer no curto prazo como ficará a questão do financiamento dos sindidatos.

BBC Brasil - Em suas palestras, o senhor costuma dizer que os servidores públicos estão entre os maiores problemas do país. Em que sentido?
Melek - Hoje nós temos um Estado que é muito grande, que se intromete demais na vida das pessoas. E nós temos, nesse aspecto, um problema que me parece bastante grande, que é o servidor público.

Veja, eu não me refiro, quero deixar muito claramente aqui, ao policial Marcos, de 37 anos, que morreu assassinado com um tiro na cabeça em plena luz do dia em Minas Gerais, em um assalto a banco quando estava defendendo a sociedade; não me refiro à professora que está lutando para dar aula no interior de Minas Gerais, do Ceará, muitas vezes ganhando um salário hostil, um salário ridículo.

O que eu quero dizer com "o problema é o servidor público" não é nem a figura do servidor em si, mas um sistema que gera esse servidor público.

O exemplo mais patente que eu dou é do ônibus. Para rodar um ônibus no Brasil você precisa de seis licenças diferentes: a do órgão de transporte municipal, da Embratur, da ANTT, licenciamento, emplacamento, IPVA... o que está por trás de tudo isso? Um monte de servidor público. Por que tem que ter seis carimbos para rodar um ônibus no Brasil? Porque atrás de cada carimbo tem três, quatro servidores públicos. Isso custa muito caro.

Isso sem falar que muitos servidores públicos têm privilégios que precisam ser eliminados. Penso que deveríamos fazer uma lista profunda de todos os privilégios que existem no Brasil - o fato de um deputado, por exemplo, depois de dois mandatos, poder se aposentar - e eliminar todos ao mesmo tempo. Aí ninguém vai se sentir otário.

Não adianta alguém falar aqui, "eu vou abrir mão, como um paladino da justiça, de um benefício que eu tenho, de um privilégio que eu tenho". Nada justifica esses privilégios que levam a críticas, seja do servidor público, seja da iniciativa privada.

Nós temos realmente que acabar com todos os privilégios no Brasil. O servidor público é um problema nesse sentido. Nós precisamos pagar menos impostos e, para isso, não tenho dúvidas, isso passa necessariamente por uma racionalização do serviço público do Brasil. É nesse sentido que eu digo que o servidor público hoje é um problema no Brasil.

Presidente do STF tem demonstrado resistência em incluir demanda de reajuste de 16,38% no orçamento da corte

BBC Brasil - O senhor diz que o ideal é que não haja "paladinos", mas que a gente faça tudo de uma vez só. Como isso seria possível?
Melek - Com uma reforma constitucional, não tenho dúvidas. O ser humano sempre sofre um abalo com qualquer mudança. Ninguém, em sã consciência, individualmente posto, vai dizer "olha, eu topo, como servidor público, que a partir de agora não tenha estabilidade". Ninguém, em sã consciência, vai dizer "eu topo trabalhar mais".

Precisamos de uma reforma constitucional que retire simultaneamente todos esses privilégios. É o único mecanismo que eu vejo que poderia criar esse choque de cultura e de gestão no Brasil, assim como fez a reforma trabalhista na relação capital e trabalho.

BBC Brasil - Em seus quase 15 anos de magistratura, o que viu nesse sentido? São comuns no Judiciário casos em que auxílios e gratificações são usados por juízes e procuradores para furar o teto constitucional.
Melek - Sabe que, na Justiça do Trabalho, eu não vejo. Eu, por exemplo, não tenho nem plano de saúde. A população desconhece que, hoje, o juiz federal do trabalho está há exatamente sete anos sem aumento.

E aí, se você pegar reajuste, que é a reposição da inflação, o último que aconteceu foi há cerca de cinco anos e foi de 5%. Por isso que o governo nos deu esse auxílio-moradia (de R$ 5,8 mil), que está previsto em uma lei muito antiga. Assim ele ainda economizou, é importante que a população saiba. Eles pagam só para os que estão na ativa e não pagam nem um centavo para os que estão aposentados, que estão sem reajuste e sem auxílio-moradia.

Esse negócio de 'vale paletó', de motorista, gasolina. Eu lhe asseguro aqui: meu contracheque está na internet, meu subsídio é de R$ 14,5 mil por mês (segundo o portal da Transparência do TRT-9, este é o valor líquido da remuneração de juiz do trabalho substituto; o valor bruto é de R$ 27,5 mil), é isso que eu ganho.

BBC Brasil - Então o senhor é favorável ao aumento de 16,38% pleiteado pela categoria?
Melek - Neste momento, apesar de a magistratura estar há sete anos sem reajuste, vou ser bem sincero, eu tenho dito isso nos grupos de magistratura dos quais participo: eu não penso ser razoável, neste momento histórico do Brasil, em que nós temos 13 milhões de desempregados, não sou favorável a nenhum tipo de reajuste para a magistratura neste momento.

Se for possível aos tribunais, com o orçamento que eles próprios têm, remanejar alguma verba, como verba para obras, aí eu seria favorável, porque isso não onera o Estado. Quando o Brasil voltar a crescer, quando tiver melhores condições de empregabilidade para o seu povo, a magistratura pode negociar com o governo toda essa reposição de perdas.

BBC Brasil - O senhor recebe pelas palestras que vem dando desde a publicação do livro (Trabalhista! E agora?, lançado pela editora Estudo Imediato)?
Melek - Eu não ganho dinheiro diretamente com as palestras, eu aufiro direitos autorais do meu livro. A editora que me dá suporte, cobra pelo deslocamento de um empregado, alguma coisa para montar a palestra, por conta dos custos que ela tem. Não são valores elevados.

Até onde eu sei não passa de R$ 5 mil, isso já inclui passagens aéreas, a estada de quem é escalado para ir.

BBC Brasil - As palestras de servidores do Judiciário viraram tema polêmico depois que a corregedoria do Ministério Público instaurou procedimento para investigar a comercialização de palestras dadas pelo procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. O que o senhor pensa a esse respeito?
Melek - Eu entendo que o magistrado, o procurador, não pode receber nada do setor privado. Por isso que, quando dou palestras em universidades, em OABs, em uma série de instituições, eu vou por conta própria, não levo livros, não permito que a editora participe.
Essa minha palestra é remunerada como se fosse uma hora-aula, e como é um assunto acadêmico, isso está absolutamente de acordo com a legislação. Agora, em relação a um magistrado ou um procurador receber um valor diretamente de quem quer que seja, não vejo isso com bons olhos, não seria correto.

BBC Brasil - Como dono de empresa, o senhor chegou a tomar algum processo, esteve do outro lado da mesa?
Melek - Sim. Em dez anos de empresa, eu tive no máximo cinco ações trabalhistas no Brasil inteiro. Eu era muito cuidadoso, até porque eu gosto desse tema. Ninguém era demitido sem aviso. Dessas cinco ações, fiz acordo na primeira, que realmente eu não pagava RSR (repouso semanal remunerado) sobre comissões, porque eu não sabia que tinha que pagar, foi um descuido. Eu, reconhecendo que estava errado, paguei.

As outras causas foram de franqueados em que o trabalhador postulava a responsabilidade subsidiária da franqueadora. Nesses casos, a Justiça afastou a responsabilidade porque a lei é expressa, diz que o franqueador não responde pelos débitos trabalhistas do seu franqueado. Nós ganhamos essas causas por ilegitimidade de parte.
Herculano
04/08/2017 18:37
FOLHA PROVA QUE TEMER DISSE A VERDADE SOBRE EMENDAS; OPINIÃO PODE SER MAIS TóXICA QUE PEIDE PODRE, por Reinaldo Azevedo

Entrevistei ontem, no programa "O É da Coisa", o presidente Michel Temer. Perguntei a ele como respondia à crítica de que estava comprando votos dos deputados com a liberação de emendas. Ele negou a acusação, que eu já sabia ser falsa, diga-se. Mas tinha a obrigação de indagá-lo a respeito. Eu mesmo lembrei que a Emenda Constitucional 86 tornou impositiva as chamadas emendas parlamentares. O Orçamento reserva, neste ano, R$ 6,3 bilhões para este fim. Na conversa com Temer, destaquei o caso da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), uma das que acusaram o presidente de comprar parlamentares. Ela própria está entre as que receberam as maiores dotações. Trato do assunto na minha coluna da Folha [você pode ler abaixo].

Pois é? Algumas línguas de trapo resolveram atacar a mim e ao presidente. Estaríamos, ora vejam!, mentindo sobre os números. Em conjunto. A edição desta sexta da Folha traz uma reportagem sobre a distribuição de emendas. Ela prova, com dados, que Temer e eu falamos a verdade.

O problema é que a opinião pública está pilhada pela irresponsabilidade de vigaristas, de idiotas, de canalhas, que falam o que lhes dá na telha, sem nenhum compromisso com os fatos. Antes de tratar dos números da Folha, algumas considerações.

Não estou nesta profissão a passeio. Também estou aqui para exibir minha lindeza. Antes de opinar, pesquiso, investigo, pergunto, escarafuncho. Já disse algumas vezes: opinião é como orelha, joelho, cotovelo e traseiro: todo mundo tem. Existem as opiniões qualificadas e as desqualificadas.

Uma fala judiciosa que se ancore num dado errado, numa informação falsa, numa impossibilidade, é, por si, uma opinião errada. Ainda que possa apontar para um horizonte que consideremos correto. Eu exemplifico. Opino que é preciso que se adotem medidas duras para que as empresas paguem suas respectivas dívidas com a Previdência. Ok. Mas é um erro afirmar que, se isso for feito, então se pode dispensar a reforma do setor.

E por que é assim?

Porque a dívida das empresas com a Previdência, como lembrei na conversa de ontem com o presidente, é um estoque, é limitado, e o rombo do setor é um fluxo, é permanente, existe ano após ano. Assim, ainda que seja correto opinar que as empresas têm de pagar o que devem, trata-se de um erro afirmar que se trata de uma alternativa à reforma.

Querem o contrário? Pois não!

Se o Estado decidir eliminar de pronto todos os portadores de uma determinada doença contagiosa, em vez de tratá-los ou de permitir que se tratem, mais cedo o mal será debelado, e menos pessoas serão contaminadas. Pergunta: seria ético fazê-lo? É aceitável a opinião de que esse é um bom caminho?

Opinião é matéria delicada, queridos! Nas democracias, é, a um só tempo, esplendor e sepultura. Querem outro caso polêmico? Quantos de nós, ao passar pelas cracolândias da vida, já não pensamos: "Essa gente tem de sair daí!" E tem. Uns dirão: "Os viciados não podem privatizar o espaço público". Outro ainda: "Meu direito de ir e vir não pode ser tolhido por essas pessoas". Tudo verdade! Opiniões, no entanto, têm consequências. Como iremos tirá-los de lá?

Pessoas as mais distintas no credo, na ideologia, nos valores podem, ora vejam!, concordar quanto aos fins, os objetivos, aquilo que se quer alcançar. O que as diferencia são os meios - razão por que revi o que Maquiavel nunca disse e cravei: os meios qualificam os fins. Nunca se junte a alguém apenas porque ambos querem a mesma coisa. Cumpre que você pergunte a quais meios a pessoa está disposta a recorrer para alcançar seus objetivos.

Agora aos dados
De fato, os empenhos com emendas parlamentares foram crescendo: R$ 768 milhões em maio; R$ 1,6 bilhão em junho; R$ 1,9 bilhão em julho. Como aponta a Folha, não há nem correlação entre os votos dos deputados e a liberação de emendas: na média, cada parlamentar que votou com Temer teve liberados R$ 3,4 milhões, e os contrários, R$ 3,2 milhões. Isso é média. A comunista Alice Portugal conseguiu R$ 10,5 milhões.

A acusação é de tal sorte mentirosa que os petistas, que votaram unanimemente contra Temer, receberam mais, na média, do que os tucanos que votaram com o presidente: R$ 3,85 milhões contra R$ 3,53 milhões.

Assim, meu querido leitor, você tem todo o direito, claro!, de opinar que o presidente Temer comprou os votos dos parlamentares. Mas será uma opinião falsa, uma opinião burra, uma opinião mentirosa. Os números a desmentem.

Muito provavelmente, você está se deixando contaminar pela gritaria de pistoleiros e pistoleiras que falam o que lhes dá na telha porque, de resto, não são nem mesmo donos de sua opinião. Estão a serviço de candidaturas e de interesses nem sempre postos à luz do dia.

Para encerrar: segundo exigência da Emenda Constitucional 86, 50% do valor que for liberado em emenda têm de ser destinados à Saúde. E um número final: as emendas parlamentares correspondem a apenas 1,2% da receita corrente líquida prevista no projeto orçamentário enviado pelo governo.

Cuidado com a peixaria de onde saiu o produto que você anda consumindo. Opinião estragada é mais tóxica do que peixe podre.
Herculano
04/08/2017 18:28
VISSILAR PRETO, SUPERINTENDENTE DO DNIT DE SANTA CATARINA E APADRINHADO DE JORGINHO MELLO, PR, CAIU.

JORGINHO QUERIA Só AS BENESSES DO GOVERNO E VINHA VOTANDO CONTRA AS REFORMAS E QUERIA MICHEL, PMDB, PROCESSADO. ALIÁS, ESSE COMPORTAMENTO É ANTIGO DESDE QUANDO SE TORNOU DEPUTADO ESTADUAL ELEITO PELO ANTIGO BESC NO PL E DEPOIS PASSOU PARA O PSDB, ONDE NUNCA FOI TUCANO, MAS DEFENDENDO OS SEUS INTERESSES.

IGUAL A JORGINHO ESTÃO ESPERIDIÃO AMIM HELOU FILHO, PP, CARMEM ZANOTTO, PPS, COM A RESSALVA QUE ELA VOTOU A FAVOR DA REFORMA TRABALHISTA.

POLÍTICO DEVE TER OPINIÃO E LADO. JORGINHO E ESPERIDIÃO QUEREM ESTAR ACIMA DO BEM E DO MAL, ENROLANDO OS ELEITORES ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS. AMIM, VAI MAIS LONGE. ELEGE-SE COM OS VOTOS DOS OPERÁRIOS E DEFENDE OS PRIVILÉGIOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Sidnei Luis Reinert
04/08/2017 16:11
Temer vai empurrar reformas com a barriga?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Depois da queda da Dilma Rousseff e da salvação de Michel Temer ficou claro que "situação e oposição" são meras figuras de retórica no Brasil que precisa ser passado a limpo por uma Intervenção Institucional. Só uma profunda mudança estrutural na máquina estatal vai eliminar vícios insanáveis da politicagem.
Uma observação feita ontem pelo Presidente da República confirma como o clientelismo e a dependência estatal uma tendência perversa do nosso sistema Capimunista Rentista: "As emendas parlamentares foram igualmente pagas, oposição e situação. Agora, quem apoia o governo vota com o governo. Quem não apoia o governo vota contra o governo".
É por tal vício no relacionamento político que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, acaba ganhando razão ao afirmar que o placar de 263 votos a favor de Temer não tem nada a ver com os 308 votos necessários para aprovar as reformas, sobretudo a previdenciária. A orientação do governo é que Temer alivie a pressão sobre parlamentares para colocar em pauta e aprovar medidas impopulares e polêmicas.
Ficou combinado que Henrique Meirelles e outros ministros farão uma maratona de convencimento junto aos congressistas. O esquema toma-lá-dá-cá não deve funcionar desta vez, já que o governo, com rombo fiscal recorde, não tem moeda de troca a oferecer. É com este papo que o time de Temer espera aprovar, até dezembro, "alguma coisa" na Previdência Social. Assim, em função do prazo limite, qualquer "mudança" só passaria a valer depois de 2019.
Assim caminha o Brasil. Empurrar com a barriga é a orientação. Até lá o jeito é aguardar para ver o quanto mais a Lava Jato pode atingir membros do governo e da base aliada. Coisas do País que tem políticos que não valem nada, mas que custam uma fortuna...
Herculano
04/08/2017 11:34
O POVO FICOU EM CASA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Paraa ir às ruas é preciso motivação clara. Não se troca governo como se troca de camisa


Muita gente se perguntou e ainda se pergunta onde estava o povo no momento em que o Congresso rejeitou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. Afinal, se 81% dos brasileiros disseram defender a aceitação da denúncia, em pesquisa do Ibope divulgada na antevéspera da votação, presumiu-se que uma parte desse contingente se animaria a pressionar os congressistas a fazer valer essa vontade, ou então que iria em massa às ruas protestar contra a atitude dos parlamentares que se recusaram a dar seguimento ao processo contra Temer. Como nada disso aconteceu ?" salvo pelos dois ou três queimadores de pneus de sempre ?", muitos concluíram que o povo está "apático" ou "indiferente".

O que parece escapar a essas análises é que, para irem às ruas, os cidadãos precisam de uma motivação muito clara. Não se troca um governo como se troca de camisa. A alardeada impopularidade de Michel Temer, que tem apenas 5% de aprovação, de acordo com outra pesquisa do Ibope, não é exclusiva dele. O mundo político em geral é objeto de profundo desencanto por parte dos brasileiros, em razão dos sucessivos escândalos de corrupção e da violenta campanha de descrédito movida por aqueles que se julgam paladinos da purificação nacional. Qualquer outro político que estivesse no lugar de Temer seguramente teria números semelhantes de rejeição. Ou seja, se pesquisa de opinião fosse referência para legitimar movimentos em favor da cassação de detentores de mandatos eletivos, não sobraria um.

Parece claro que, em vista disso, os cidadãos se mostram infensos a mergulhar na incerteza de uma nova troca de comando na Presidência da República, um ano depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Tudo isso pode mudar, é claro, pois a crise é tão grave ?" e os irresponsáveis são tantos ?" que qualquer fagulha pode incendiar o País novamente.

Por enquanto, porém, as ruas vazias indicam que não há hoje o elemento catalisador que havia contra a presidente Dilma Rousseff: o escancaro da farsa populista do lulopetismo, com consequências diretas sobre a vida cotidiana das pessoas. Logo depois da reeleição de Dilma, ficou claro que a campanha da petista se baseou em mentiras sobre o real estado das contas públicas, maquiadas para lhe garantir o triunfo eleitoral. Os sonhos de um país que conseguia, pela mágica petista, desenvolver-se e ainda redistribuir renda revelou-se em pouco tempo um pesadelo de recessão, desemprego e miséria moral.

É claro que, em vista disso, os brasileiros não podiam ficar indiferentes. Para os grupos que organizaram as grandes manifestações em favor do impeachment, não foi difícil explicar aos cidadãos qual era o objeto de sua indignação e fazê-los sair de casa para apoiar sua causa.

Hoje, a causa não está clara. Embora a população manifeste seu descontentamento generalizado com os rumos do País, ao menos conforme as já citadas pesquisas, a economia começa a dar sinais de recuperação. A perplexidade nacional convive com a necessidade de tocar a vida adiante. Isso nada tem a ver com apatia, e sim com pragmatismo.

Por fim, mas não menos importante, muitos brasileiros não se dispõem a sair às ruas porque teriam de se alinhar aos petistas, cujos governos arruinaram a economia e abriram as portas à mais desbragada corrupção de que se tem notícia no País. Além disso, enquanto denunciam Temer como o artífice de uma ruptura democrática, os líderes petistas não se envergonham de apoiar ditaduras como a de Cuba e da Venezuela bolivariana. Não surpreende que os brasileiros, ainda que descontentes, tenham preferido o silêncio.

No fundo, a ausência de manifestações contra Michel Temer e contra o Congresso é uma boa notícia, pois, a despeito da persistente tentação populista, sinaliza aversão à aventura. Que os políticos tenham consciência disso e acelerem a aprovação das reformas, necessárias para devolver ao País a esperança de dias melhores
Herculano
04/08/2017 11:31
A MÍDIA PAUTADA PELA ESQUERDA DO ATRASO E QUE DOMINA AS REDAÇÕES DOS GRANDES VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DO BRASIL

Primeiro, Michel Temer, PMDB, não tinha votos para escapar da autorização de prosseguimento do denúncia no STF.

Segundo, as ruas seriam um caldeirão impulsionados por partidos ideológicos, sindicatos e estudantes.

Agora, de ressaca, mas sem nenhum aprendizado para pelo menos investigar melhor por que um suspeito não consegue provocar a ira dos brasileiros, a esquerda do atraso, agora diz que não há votos para votar matérias essenciais, inclusive da Reforma da Previdência

Pode ser desmentida (e desmoralizada) mais uma vez.

O artigo acima explica muito este fenômeno que a esquerda do atraso entende, mas propagada diferente para medrar e enganar os analfabetos, ignorantes, desinformados e seus fanáticos.
Herculano
04/08/2017 11:13
A IMPOPULARIDADE FICA PARA DEPOIS, por Marcos Poggi, economista, no jornal O Estado de S. Paulo

A situação da Previdência não deixa espaço para nenhuma alternativa popular

Apesar de sua significativa relevância para o futuro equilíbrio das contas públicas, a reforma da Previdência segue, aos trancos e barrancos, em meio a contestações dos partidos de oposição, das centrais sindicais, de importante parcela do funcionalismo público e até de setores da própria base de sustentação do governo no Congresso. Obviamente, contribui para composição de tal cenário o enfraquecimento político do Planalto em face das sucessivas notícias de envolvimentos de destacadas autoridades federais ?" o próprio presidente da República incluído ?" em delações premiadas no âmbito ?" e também fora do âmbito ?" da Operação Lava Jato.

Uma das linhas mais exploradas pelos críticos da reforma é o da negação da existência do déficit previdenciário, sobretudo à luz dos vultosos créditos que a Previdência Social no âmbito federal teria na praça. Os números divulgados de tais haveres somam atualmente cerca de R$ 430 bilhões. Segundo as informações disponíveis, entre os principais devedores do INSS estão vários governos estaduais, inúmeras prefeituras e importantes empresas públicas, entre as quais o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Quer dizer, é o setor público devendo ao próprio setor público. Além disso, há inúmeros casos de créditos previdenciários rigorosamente incobráveis, como, por exemplo, os de empresas falidas sem a menor condição de honrarem tais dívidas. Entre estas há caso notórios, como os da Varig, da Vasp e da antiga TV Manchete.

Somam-se a tais créditos de difícil, se não impossível, realização um sem-número de questões ainda sub judice em que existe a possibilidade de os devedores lograrem ganho de causa, ou de a pendência perdurar ainda por muitos anos mais, o que tornaria o crédito de utilidade duvidosa para saneamento das contas previdenciárias em prazo hábil como apoio à realização de qualquer análise.

Todavia mais importante do que tudo isso é o fato de que a argumentação com base na existência de vultosos créditos não justifica a manutenção do status quo, com a geração de elevados déficits anuais nas contas previdenciárias. Trata-se, na verdade, de uma mistura conceitual entre estoque e fluxo, muito mais comum do que se imagina, mesmo entre profissionais do ramo. Pois uma coisa é o estoque de supostos realizáveis da Previdência. Outra, muito diferente, é a cruel realidade do fluxo de receitas e despesas anuais que dá a medida do drama atuarial vivido pelo sistema previdenciário no Brasil. Para se ter uma ideia das dimensões do problema basta lembrar que se prevê um rombo da ordem de R$ 180 bilhões nas contas previdenciárias da União no presente exercício fiscal. Como a tendência, nas condições atuais, é de significativo crescimento do déficit, a expectativa é de que a situação fique simplesmente insustentável, se tanto, dentro de três ou quatro anos.

Mesmo na hipótese extremamente otimista de que, como por encanto, com exceção daqueles que não têm nenhuma condição de fazê-lo, todos os demais devedores privados da Previdência decidissem pagar tudo o que a ela devem nos próximos 24 meses, pelo atual andar da carruagem, ainda assim, certamente o sistema não teria dinheiro suficiente para cobrir sequer o crescente déficit do período. E depois? Como ficaríamos?

Em complemento a essa linha de argumentação, os adversários a reforma vêm, nos últimos dias, disseminando nas redes sociais o artigo Reforma da Previdência e as desigualdades sociais, de Katia Maia e Oded Grajew, recentemente publicado na imprensa, que ressalta as enormes desigualdades sociais existentes na sociedade brasileira. O texto dá como exemplo de tais desigualdades o alegado fato de que, dentro do Município de São Paulo, enquanto a expectativa de vida dos habitantes do Distrito de Pinheiros é de 79,17 anos, a dos moradores de Cidade Tiradentes é de apenas 53,85 anos. E acrescenta que os baixos níveis de expectativa de vida nas periferias das cidades brasileiras são causados principalmente pela violência urbana, pela mortalidade infantil e pela precariedade dos sistemas de saúde.

Tomando esses números e afirmativas como corretos, tais constatações ?" usadas no mencionado artigo para mostrar a injustiça social de tentar aumentar os limites de idade para aposentadoria ?", ironicamente, passam a constituir o melhor conjunto de argumentos a favor da reforma da Previdência. Isso porque o remédio para atalhar a triste realidade mostrada não é manter e aumentar, ainda mais, o déficit da Previdência, o que tornaria inviável uma possível e desejada elevação da disponibilidade de recursos do Estado para investimentos na área social. Na realidade, isso contribuiria, no mínimo, para eternizar a injustiça social apontada na matéria.

Como não é possível dispor de uma Previdência para as regiões ricas como Pinheiros e outra para regiões pobres como Cidade Tiradentes, o que deve ser feito não é manter o status quo, pela cristalização dos fatores que resultam numa baixa expectativa de vida dos desvalidos. E, sim, reunir condições para elevar os níveis de segurança, saúde e bem-estar da população mais pobre. Para tanto o Estado precisa dispor de recursos financeiros suficientes. Ademais, como se sabe, fora de um adequado controle das contas públicas não há alternativa desejável. Pois, em primeiro lugar, não existe espaço para mais aumentos de impostos e maiores sacrifícios dos contribuintes numa economia em que o setor público (União, Estados e municípios) já gasta mais de 40% do PIB.

Infelizmente, o que se constata é que a situação não deixa espaço para nenhuma opção popular. Porque, a exemplo da alegada perda de direitos atribuída à reforma, as alternativas existentes ?" um endividamento catastrófico do Estado ou a hiperinflação ?" também não são nem um pouco populares. A única diferença é que muitos preferem, demagogicamente, deixar a impopularidade para depois
Herculano
04/08/2017 11:11
O PROBLEMA DE CAPITAL DE JOÃO DORIA

Conteúdo de O Antagonista. João Doria tem um problema de capital -- capital político, é claro -, apesar de toda a sua habilidade para o marketing.

Ao esmagar nas eleições para a prefeitura de São Paulo, ele acumulou cacife para ser candidato a presidente da República num país que clama pelo novo - mesmo que o novo só pareça novo, como mostra o caso de Jair Bolsonaro.

Ao deixar-se enrolar pelos joguinhos tucanos, ele está sendo esmagado por bicos ocos de gente que só perdeu eleição presidencial, como Geraldo Alckmin, Aécio Neves e José Serra.

João Doria precisa aprender rapidamente a usar o capital político conquistado nas urnas.
Herculano
04/08/2017 11:09
O TIRA SONO DOS BRASILEIROS

Conteúdo do O Antagonista. Lauro Jardim publica que, perguntado por investidores sobre o que tira o seu sono, Henrique Meirelles respondeu que é a queda de arrecadação.

Para ele, a explicação talvez não esteja na queda da atividade econômica, mas no fato de as empresas estarem segurando o pagamento de impostos por causa da mudança no Refis.

O que tira o sono dos brasileiros é o Estado monstruoso que engole o nosso dinheiro.
Miguel José Teixeira
04/08/2017 08:52
Senhores,

O "Pensando Bem" do Jornalista Cláudio Humberto, vale réplica, tréplica e "enéplica". . .

"A oposição não aceita um denunciado na Presidência porque prefere um condenado".

"A oposição não aceita um denunciado na Presidência porque prefere um condenado".

"A oposição não aceita um denunciado na Presidência porque prefere um condenado".

"A oposição não aceita um denunciado na Presidência porque prefere um condenado".

"A oposição não aceita um denunciado na Presidência porque prefere um condenado".

"A oposição não aceita um denunciado na Presidência porque prefere um condenado".
luciano da cunha
04/08/2017 08:32
Pedido de perdão e desculpas

Venho aqui pedir a minha retratacão com pedido de perdão
e desculpas para aquelas pessoas que se sentiram ofendidas
pelos meus comentários aqui postados anos atrás sobre a política.

Espero que me perdoem.
Herculano
04/08/2017 08:22
GLOBO DERRUBA ATÉ O "JN", MAS PERDE A QUEDA DE BRAÇO COM TEMER, por Nelson de Sá, no jornal Folha de S. Paulo

A Rede Globo tirou do ar a grade histórica do horário nobre, o sanduíche novela/telejornal nacional/novela que sustenta sua mescla de entretenimento e jornalismo, mas não foi o bastante para constranger os deputados a votar contra Michel Temer.

Um por um, na tela da Globo, única emissora aberta a trocar a programação regular pela transmissão ao vivo da Câmara, os parlamentares deram seus votos, desta vez mais contidos, não só nas declarações e nos gestos, mas até nas roupas.

Desde 17 de maio, quando veio a público o conteúdo da gravação que o empresário Joesley Batista fez no Palácio do Jaburu, a rede aberta e veículos como a GloboNews, que é dirigida pelo jornalismo da Globo, atiram sem intervalo contra Temer.

No dia 9 de julho, organizou um encontro do presidente da Câmara e então provável sucessor, Rodrigo Maia, com o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo, na casa deste, em Brasília.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu a saída, na GloboNews. O deputado Sérgio Zveiter, cujo escritório de advocacia tem a Globo como um de seus principais clientes, foi relator do caso ?"e encaminhou contra Temer.

Todos foram derrotados, no horário nobre de quarta. O apresentador William Bonner não deu as caras, mas Renata Vasconcellos noticiou por ele: "Com 263 votos pelo sim, 227 votos pelo não, duas abstenções, 19 ausências e um total de deputados votantes de 492, a maioria da Câmara aprovou o parecer pela rejeição da denúncia contra o presidente Michel Temer, por corrupção passiva".

Em enunciados e análises posteriores na Globo/GloboNews, a vitória foi relativizada, pelo número de votos. E o comentarista Merval Pereira não recolheu as armas: "A vitória do Temer foi a vitória do clientelismo, da politicagem, do baixo clero".

O certo é que Temer venceu ?"ou, como descreveu o comentarista Alexandre Garcia, no final da transmissão, às 22h, direto do plenário: "Ele pode não ter popularidade fora da Câmara, mas aqui ele já viu que tem governabilidade".

Derrotados como Zveiter, que já estaria de saída do PMDB para o Podemos, começaram a sentir os primeiros efeitos. A dúvida é quanto ao alcance da retaliação de Temer contra o que chamou, nos últimos dois meses, de "conspiração".

Por exemplo, quanto à Globo, a questão é se vai manter a queda nos gastos publicitários do governo com a rede, que vêm baixando ano a ano: R$ 666 milhões em 2014, R$ 438 milhões em 2015, R$ 324 milhões em 2016 ?"este já com Temer, a partir de 12 de maio, no poder.
Herculano
04/08/2017 08:16
COMUNA PREGAR QUEDA DE TEMER SEM PROVA É DO JOGO; LIBERAL QUE CAI NESSA É UM XUCRO INTELECTUAL, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

O presidente Michel Temer concedeu uma entrevista exclusiva nesta quinta ao programa "O É da Coisa", que ancoro na BandNews FM e que vai ao ar, todos os dias, entre 18h e 19h20. Falamos, obviamente, sobre a votação de quarta-feira. A Câmara, com números eloquentes (263 votos a 227), aprovou o relatório do deputado Paulo Abi Ackel (PSDB-MG), que pedia o arquivamento da denúncia feita por Rodrigo Janot, procurador-geral da República. Para o presidente, trata-se de uma resposta que dá o Poder Legislativo a um processo que qualificou de kafkiano, numa referência ao escritor tcheco, de língua alemã, Franz Kafka.

Mas também conversamos sobre o futuro. Temer deixou clara a centralidade que a reforma da Previdência passará a ter em seu governo e, pela primeira vez, admitiu que o Planalto pode, sim, apoiar o parlamentarismo já para as eleições de 2018. Antes que entre em detalhes, algumas considerações.

Posso compreender que os esquerdistas queiram depor Temer. Faz sentido. Trata-se de uma atuação compatível com seu universo ideológico e com a forma como fazem política. Afinal, se há um pensamento que segue literalmente a corruptela maquiavélica de que os fins justificam os meios ?" E MAQUIAVEL NUNCA ESCREVEU ISSO ?", esse é o pensamento de esquerda. Um liberal só será digno desse nome se considerar que os meios qualificam os fins.

Sim, essa definição é minha. Logo, dadas as circunstâncias, é simplesmente inaceitável que democratas, com variados graus de liberalismo, acatem a agenda "Fora, Temer!". Em nome do quê? Aí os mais afoitos, que não leem nem bula de remédio, mas são especialistas em bulas morais, logo gritam: "Em nome da decência". É mesmo? Certamente não leram a denúncia de Rodrigo Janot, que não traz evidência nenhuma de que o presidente tenha cometido crime de corrupção passiva, com possível lavagem de dinheiro.

Poderia, se quisesse, citar algumas dezenas de textos de esquerda que justificam a queda de Temer. Todos eles terão como eixo a "defesa dos interesses do povo" e não estão nem aí para as provas. Mas não há uma só referência democrático-liberal que justifique a deposição de um presidente legal e legítimo apenas porque um ente do Estado o acusou, sem apresentar as evidências. Não é por pragmatismo, dada a certeza de que a esquerda seria beneficiada, que me oponho à deposição do presidente. É, antes de mais nada, por princípio. O Estado acusador não pode se impor ao arrepio das provas. Vale para Temer, Lula ou qualquer outros.

Previdência
O presidente disse que se sente fortalecido para levar adiante a reforma da Previdência. Mas há como aprová-la? Deixemos que ele fale: "Há um dado que, talvez, deixe os ouvintes estarrecidos. O déficit da área neste ano é de mais de R$ 180 bilhões; no ano que vem, será de R$ 205 bilhões. Se a gente não fizer uma reforma, ainda que suave, paulatina, vagarosa, como estamos fazendo, daqui a alguns anos, só haverá dinheiro para pagar funcionário público e Previdência". Mas haverá, por exemplo, na Câmara, os 308 votos necessários? Realista e objetivo, Temer lembrou uma obviedade: há parlamentares que votaram contra ele na quarta, mas que apoiam as reformas. É, por exemplo, o caso de 21 tucanos.

Reforma política
E a reforma política? Ele responde: "Essa, evidentemente, é uma tarefa do Congresso Nacional. Se o governo entra, ajuda. O que ouço por aqui é que, para 2018, teremos a fixação das cláusulas de barreira e a eliminação das coligações. Mas eu vou me atrever um pouco aqui, viu? Você falou em parlamentarismo para 2022. Eu acho que nós poderíamos pensar, mera hipótese, em parlamentarismo já para 2018. Eu acho que não seria despropositado".

Que assim seja. Precisamos de estabilidade e do cumprimento das garantias que nos são fornecidas pela Constituição. Só assim estaremos aptos para encaminhar as mudanças que podem fazer um Brasil socialmente mais justo e politicamente mais tolerante.
Herculano
04/08/2017 08:11
VITóRIA DA RESPONSABILIDADE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

A exigência de dois terços da Câmara para autorização de instauração de processo contra o presidente serviu para impedir que uma denúncia inepta agravasse a crise

A decisão da Câmara dos Deputados de negar autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) desse encaminhamento à denúncia contra o presidente da República, Michel Temer, apresentada no final do mês de junho pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mostra uma vez mais a importância de se cumprir os caminhos institucionais. A condição prevista na Constituição Federal ?" autorização de dois terços da Câmara dos Deputados para a instauração de processo contra o presidente da República ?" serviu para impedir que uma denúncia inepta agravasse a crise que assola o País.

Apesar de todo o alvoroço armado em torno da delação do sr. Joesley Batista, a Procuradoria-Geral da República (PGR) não apresentou a tão prometida prova contra Michel Temer. Rodrigo Janot acusou o presidente da República de receber vantagem indevida de R$ 500 mil, mas não apontou um único indício de que Michel Temer teria recebido tal valor ?" onde, quando, como. Com tal fragilidade probatória, a denúncia apresentada mais parecia um pedido de investigação do que uma acusação formal. Nessas condições, afastar o presidente da República do exercício do cargo seria uma evidente irresponsabilidade, e a Câmara dos Deputados, no cumprimento de suas atribuições constitucionais, rejeitou com acerto tal imprudência.

Apoiado pela maioria dos deputados ?" foram 263 votos favoráveis ao parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara contra 227 votos ?", o arquivamento da denúncia contra o presidente da República abriu uma nova oportunidade de estabilidade para o País. Cabe agora a Michel Temer, com a máxima urgência, reorganizar o seu governo, estabelecendo as condições para o prosseguimento das reformas, em especial, a reforma da Previdência. Há muito a fazer e nenhum tempo a perder.

Ao contrário do que alguns afirmam, o presidente Michel Temer sai fortalecido do episódio, mostrando, uma vez mais, sua capacidade de articulação com o Congresso. Basta ver que foi aprovada a reforma trabalhista após a apresentação da denúncia feita por Rodrigo Janot. Da mesma forma, a votação de quarta-feira passada evidencia o descompasso dos que, a cada semana, renovam suas predições sobre um iminente fim do governo Temer e sua falta de governabilidade.

É de justiça reconhecer que o governo de Michel Temer não tem um problema de apoio parlamentar, como se lhe faltasse base de sustentação e fosse urgente a necessidade de recomposição com o Congresso. Faz-lhe falta agora tão somente reorganizar o próprio governo, para que, superadas as névoas da instabilidade infladas por Rodrigo Janot, o Executivo se dedique com urgência ao tão necessário trabalho de superação da crise econômica, social e moral que abate o ânimo e a vida dos brasileiros.

A necessidade de urgência nessa tarefa não é retórica. Com espantosa teimosia, o procurador-geral da República, dois dias antes que o plenário da Câmara deliberasse sobre a autorização para o prosseguimento da denúncia, pediu ao STF que o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco fossem incluídos no rol de investigados de um inquérito já instaurado no âmbito da Operação Lava Jato. Sem trazer novidade ao caso, o pedido de Janot manifesta primário cálculo político. Ou seja, indiferente às exigências institucionais do cargo que ocupa, vale-se da função como pedestal para diatribes pessoais.

É mais que hora de parar de maltratar o País. A correta aplicação do ordenamento jurídico ?" é a isso que se refere, afinal, a batalha contra a corrupção e a impunidade ?" não tem qualquer relação com essa contínua imposição de obstáculos à estabilidade, à retomada do desenvolvimento econômico e social e à normalização da vida política da Nação. O Direito, quando bem aplicado, é caminho de ordem e de paz. E a própria população dá sinais de estar desejosa desse sossego. Na quarta-feira passada, deu-se um fato que não se via há, no mínimo, 30 anos ?" uma votação importante no Congresso, na qual se decidia o futuro do País, sem que houvesse manifestações nas ruas.
Herculano
04/08/2017 08:04
MAUS PRESSÁGIOS, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Apesar de o desfecho do caso Temer não ser dos mais alvissareiros para os que pensam ser possível conciliar a Presidência da República com rigor ético e governança economicamente responsável, não dá para dizer que o resultado tenha sido inesperado.

O problema é a Constituição. Ela dá ao presidente da República uma blindagem exagerada. Mesmo se existisse um vídeo (periciado) do titular estuprando e estripando uma criancinha durante seu mandato, ele só poderia ser processado por isso se 2/3 dos deputados autorizassem o STF a dar início à ação penal. E, convenhamos, excetuados casos mais extremos como o do estupro, não é muito difícil para o detentor da caneta presidencial fazer com que 172 dos 513 deputados o apoiem ou apenas faltem no dia da votação.

O surpreendente não é que Temer tenha se safado, mas sim que Dilma não tenha sido capaz de arregimentar 1/3 dos membros da Câmara para barrar o impeachment. Uma consulta rápida aos arquivos dos jornais mostra que ela não hesitou em recorrer às mesmas armas que Temer: farta promessa de cargos e liberação de emendas parlamentares.

Sob esse aspecto, não há como deixar de qualificar os discursos que antecederam a votação da quarta-feira como mensagens de hipocrisia explícita. A turma que defendeu Temer evocou a estabilidade econômica como justificativa, mas não mencionou que participou de um toma lá dá cá que é altamente nocivo ao equilíbrio fiscal. Só a MP que alivia a dívida de ruralistas deverá custar ao país R$ 8 bilhões. Já a oposição se esmerou em defender a ética na política, como se o PT não estivesse envolvido até a medula nos principais esquemas de desvio de dinheiro público desbaratados pela Lava Jato.

Pelo tom das manifestações, podemos esperar, em 2018, uma campanha tão mentirosa quanto a de 2014, o que pressagia novo estelionato eleitoral e mais problemas lá adiante
Herculano
04/08/2017 08:00
REFORMA DA PREVIDÊNCIA JÁ PODE TER APOIO SUFICIENTE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais Folha de S. Paulo

Além livrar Michel Temer da denúncia da PGR, a articulação para salvar seu governo favoreceu a recomposição de grande parte da base de apoio. É matemático: os 263 votos de quarta (2), mais que a maioria absoluta da Câmara, mostraram Temer a 45 votos dos 308 necessários à aprovação da reforma da Previdência. Os 45 votos serão garimpados entre os 62 deputados de partidos aliados que votaram contra Temer.

VÁ SOMANDO
Os 21 tucanos contra Temer apoiam a reforma da Previdência, além dos 19 ausentes. Somados aos 263, o governo conta com 293 votos.

VOTOS PELO PAÍS
Votaram contra Temer: PMDB (6), PP (7), PR (9), DEM (5), PSD (14), PTB (2) PRB (7). São 50 votos possíveis em favor da reforma.

HISTóRICO ANIMADOR
O governo está animado: a maioria dos deputados de partidos aliados que votaram contra Temer sempre defendeu a reforma da Previdência.

REFORMA NÃO É DENÚNCIA
O governo aposta que será mais fácil convencer deputados de partidos aliados a votar pela reforma do que livrar Temer da denúncia.

TEMER PODE TIRAR CIDADES DO PSDB E PREMIAR OS FIÉIS
O PSDB deve perder espaço no governo, após se dividir na votação da denúncia da PGR, mas Michel Temer não quer perder o partido de vista. Temer tem a clareza de que o seu desafio agora é ainda contemplar tucanos com ministérios, mas de importância menor, e sobretudo deixar satisfeitos partidos como PMDB, PP e PTB, que, ao contrário do PSDB, enfrentaram o desgaste para apoiar o presidente.

TROCA-TROCA
Temer gosta dos dois, mas pode nomear o tucano Bruno Araújo no ministério do Turismo e o ministro Marx Beltrão (PMDB) em Cidades.

LUGAR AO SOL
Cresceram de importância junto a Temer, após a votação de quarta (2), partidos como PMDB, PP, DEM, PTB e PR, que serão premiados.

CACHIMBO NO MURO
O PSDB não abandonará o uso do cachimbo, que é ganhar todos os bônus de fazer parte do governo e, no Congresso, fazer cara de nojo.

GOVERNADOR FOFOQUEIRO
O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) está revoltado com Davi Almeida, governador interino, por insinuar um suposto acerto com o ministro Ricardo Lewandowski (STF) para suspender a eleição ao governo do Amazonas, marcada para domingo (6). Mas é só fofoca.

JOGADA ESPERTA
O governador interino do Amazonas contratou advogados a peso de ouro para impedir a eleição de domingo. Prefere ser efetivado por via indireta: presidente da Assembleia, controla os votos dos deputados.

MINISTROS INDIGNADOS
Ministros do TCU devem investigar denúncia de que integrante da sua Secretaria de Recursos, uma das mais poderosas do tribunal, tentou convencer um ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal a assumir causa bilionária que poderá passar pelo seu crivo, no futuro.

DICA PRECIOSA
O presidente Michel Temer não é do tipo que guarda rancor, mas aprecia muito a célebre advertência do ex-presidente americano John Kennedy: "Perdoe seus inimigos, mas nunca esqueça de seus nomes."

SAÍDA CRIATIVA
Chega a Brasília o Clube de Permuta, ideia engenhosa que já reúne 400 empresários de Minas. Eles diminuem seus custos operacionais fazendo negócios entre si por meio de permuta de produtos e serviços.

BOLETIM MÉDICO
Passa bem o Pixuleco atacado a unhadas pela deputada Maria do Rosário (PT-RS) e a dentadas por seu colega Paulo Teixeira (PT-SP). Mas captou a mensagem: na próxima, levará seguranças com ele.

TEM ELA, TEM PRESSA
Médico admirado em Alagoas, Hemerson Casado luta pela pesquisa da esclerose lateral amiotrófica (ELA) desde que soube do diagnóstico da terrível doença. Agora, recebeu do senador Benedito de Lira (PP-AL) uma boa notícia: seu instituto será credenciado no Ministério da Saúde.

MANDOU BEM
Foi do repórter Marcelo Bechler, dos canais Esporte Interativo, o "furo" da troca de Neymar do Barcelona pelo PSG. A concorrência tentou desacreditar a notícia, oficialmente confirmada nesta quinta (3).

PENSANDO BEM...
...a oposição não aceita um denunciado na Presidência porque prefere um condenado
Herculano
04/08/2017 07:51
A ESCOLHA DE GASPAR

A MANCHETE DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE DESTA SEXA-FEIRA DÁ BEM O RETRATO DA PRIORIDADE DE GOVERNO DO RELIGIOSO, DO POLÍTICO E DO PREFEITO DE GASPAR, KLEBER EDSON WAN DALL, PMBD

ELE TIRA DINHEIRO DA EDUCAÇÃO E DA ASSISTÊNCIA DE CRIANÇAS VULNERÁVEIS E COM ESTA ECONOMIA QUE BEIRA O CRIME, TRANSFERE PARA O EMPREGUISMO DE POLÍTICOS CABOS ELEITORAIS DESEMPREGADOS - INCLUSIVE EM BLUMENAU -OU PARA GENTE QUE NÃO LHE FAÇA OPOSIÇÃO E EXPONHA AS SUAS FRAQUEZAS ADMINISTRATIVAS OU ESTRATÉGICAS

MANCHETEIA O JORNAL CRUZEIRO DO VALE DESTA SEXTA-FEIRA: MAIS DE 800 FAMÍLIAS CONVIVEM COM A FALTA DE VAGAS NOS CDIs (CRECHES) DE GASPAR.

FALTAM VAGAS NAS CRECHES DE GASPAR? SERÁ MESMO? QUEM É O CULPADO POR ISSO? O PREFEITO ELEITO, O PREFEITO DE FATO CARLOS ROBERTO PEREIRA OU OS VEREADORES QUE AVALIZARAM ISSO TUDO?

TENHO QUE A VERDADEIRA CULPA SÃO EM PRIMEIRO LUGAR DOS ELEITORES QUE ESCOLHERAM MAL. EM SEGUNDO LUGAR, TENHO QUE A CULKPA E À FALTA DE MOBILIZAÇÃO POPULAR DESSAS MESMAS MÃES QUE LIDAM COM O PROBLEMA E AS IMPEDEM DE TRABALHAR OU ALTERAM OS CUSTOS AO PROCURAR ALTERNATIVAS, OU DEIXAM EXPOSTOS OS SEUS REBENTOS PARA PROCURAR E CUMPRIR A MISSÃO DE TRABALHAR E SUSTENTAR O LAR

VEJA A CONTRADIÇÃO DOS POLÍTICOS QUE Só PENSAM NELE QUANDO ESTÃO NO PODER. A PREFEITURA ACABA DE APROVAR UMA REFORMA ADMINISTRATIVA FEITA UNICAMENTE PARA EMPREGAR MAIS GENTE DESEMPREGADA E CABOS ELEITORAIS QUE NUMA SITUAÇÃO DE PLENO EMPREGO NÃO CONSEGUIRIA COLOCAÇÃO POR INCAPACIDADE PRODUTIVA.

E PARA FAZER ISSO, VAI GASTAR MAIS NOVOS 500 MILHÕES POR ANOS DOS IMPOSTOS DOS GASPARENSES E QUE DIZ ESTAR FALTANDO NOS COFRES MUNICIPAIS AO INVÉS DE CRIAR VAGAS PARA CRIANÇAS NAS CRECHES.

VEM MAIS, COMO O POVO ESTÁ QUIETO E SOB O OLHAR PASSIVO DO MINISTÉRIO PUBLICO QUE CUIDA DOS VULNERÁVEIS, PARA ECONOMIZAR COM CRIANÇAS POBRES E FINGIR QUE ESTÃO CRIANDO MAIS VAGAS NAS CRECHES, A PREFEITURA DE GASPAR VAI DAR CRECHE Só EM MEIO PERÍODO, COMO SE AS PESSOAS TAMBÉM Só TRABALHASSEM EM MEIO PERÍODO

QUER MAIS E JÁ NOTICIEI AQUI HA DUAS SEXTAS-FEIRAS, ESTÃO TIRANDO O ALMOÇO DA ESCOLA QUE DÁ O CONTRATURNO AOS VULNERÁVEIS PARA ECONOMIZAR E DAR AOS POLÍTICOS, LIMITARAM O FUNDO DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA....E ATÉ PRETENDE VENDER VAGAS NOS ABRIGOS DAQUI PARA GENTE DE FORA DA COMARCA. E OS VEREADORES, SINDICATOS, ASSOCIAÇÕES DE PAIS, ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, PARTE DA IMPRENSA E A POPULAÇÃO QUIETAS.

Só PARA LEMBRAR A INCOERÊNCIA E COMO OS POLÍTICOS, COM SEAS MANHAS E PADRINHOS SE PROTEGEM USANDO O DIREITO DE FORMA TORTA E O DINHEIRO PÚBLICO.

O PRóPRIO POLÍTICO KLEBER EDSON WAN DALL ANTES DE SER PREFEITO E COMO CANDIDATO POR ANOS, PENDURADO NUM EMPREGO POLÍTICO DA SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL DE BLUMENAU PARA LHE SUSTENTA - AGORA COLOCOU LÁ O IRMÃO DELE COMO SE FOSSE ALGO HERIDITÁRIO -, COM UM ALTO SALÁRIO, TINHA UM FILHO AQUI NUMA CRECHE, TIRANDO UMA VAGA NUM CDI DE ALGUÉM POBRE E VULNERÁVEL, OU SEJA, NÃO TEVE O PROBLEMA QUE CRIA HOJE PARA 800 FAMÍLIAS POBRES E TRABALHADORES DE VERDADE EM GASPAR. ACORDA, GASPAR!
Herculano
04/08/2017 07:19
TEMER NÃO SE DEIXA ABATER COMO CORDEIRO; OS LOBOS FICAM CHATEADOS, E OS BOBOS SURPRESOS, por Reinaldo Azevedo, para a o jornal FOLHA DE S. PAULO


Michel Temer não se deixou abater como um cordeiro. Sobreviveu, e bem!, à primeira porta estreita que lhe impôs uma forma sem dúvida peculiar de golpe. Os lobos estão chateados com o resultado. Há até os bobos que estão surpresos. Como me alinho com aqueles que acham que a política não é matéria nem para santos nem para demônios ?"o que exclui rituais sacrificiais?", o que vi foi o triunfo do real sobre projeções mentais pautadas ou pela ingenuidade ou pela má-fé.

A decepção em algumas áreas é compreensível. Afinal, certas vocações morais haviam vendido ou a seus fanáticos ou a seus clientes a lorota de que o presidente não resistiria. No fim de semana em que Temer viajou para a reunião do G20, há um mês, Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi, na prática, nomeado presidente por setores da imprensa. Os mais afoitos já anunciavam seu ministério.

A política brasileira não é mesmo algo de que devamos nos orgulhar. Mas esperem: será a qualidade de seus críticos muito superior? Então o governo cuidou de liberar algumas emendas parlamentares e de preencher cargos no segundo e terceiro escalões de olho no resultado da votação? Uau! Digam-me: dado o tal "presidencialismo de coalizão", quando é que se agiu de modo diferente? Vou mais longe: não vejo mal nenhum em que o parlamentar, em períodos assim, busque destravar ou liberar o "recurso X", a que tem direito, dada a cota orçamentária para tanto. É claro que aumenta seu poder de pressão. E de troca.

Uma troca que, se feita, é absolutamente legal e legítima. Ou que se proponha o fim da fatia orçamentária que cabe a parlamentares, não sem antes indagar se isso eleva ou rebaixa o teor de democracia da política brasileira. Eu acho que rebaixa. Com efeito, 39 dos 40 deputados da CCJ que votaram a favor de Temer tiveram empenhados ?"empenho ainda não é gasto!?" R$ 266 milhões em emendas entre junho e as duas primeiras semanas de julho. Ocorre que os 25 que queriam mandar o presidente para o patíbulo foram contemplados com R$ 135 milhões. Ao todo, em junho, o empenho ficou em R$ 1,8 bilhão. A fatia do Orçamento para esse fim é de R$ 6,3 bilhões.

Nesta quarta, diga-se, a estridente deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) vociferava contra Temer da tribuna. Mentiu sobre o passado ao afirmar que membros de seu partido deram a vida em favor da democracia ?"a mentira: não a "deram"; eles a dedicaram a uma ditadura comunista que não veio. E espancou o presente ao acusar o governo de comprar votos com liberação de verbas. Essa Alice é mesmo uma Rainha de Copas de araque!

Ela é uma das campeãs do "emendismo": R$ 10,5 milhões. Acho pouco provável que o presidente tenha decidido comprar os seus insultos.

Será que Dilma Rousseff só caiu porque, moralista máxima, se negou a trocar recursos legais por apoio? Querem saber? Essa conversa não faz sentido. A votação desta quarta opôs, sim, dois grupos. De um lado, estão os que, a 14 meses da eleição, resolveram investir no baguncismo institucional, certos de que a confusão e as águas turvas lhes trarão benefícios que, de outro modo, não virão. Do outro, reúnem-se os que entendem que a deposição do presidente conduz à desordem e ameaça as próprias instituições. Na raiz, noto, está uma penca impressionante de ilegalidades cometidas por delator, procurador-geral e relator, o que resultou numa denúncia inepta.

Não estou aqui a delimitar os respectivos territórios dos bons e dos maus. Não sou Deus. Há gente que presta e que não presta em ambos os lados. Prefiro o grupo que reúne decentes e vagabundos que não ameacem a ordem democrática. "E que tal um mundo só com decentes, Reinaldo?" Ah, eu topo! O chato, e a história o prova à farta, é que os candidatos a líder desse mundo são sempre... vagabundos!

Uma sugestão: presidente, não hesite em empregar as emendas, dado o Orçamento impositivo, da Emenda Constitucional 86, em favor da reforma da Previdência. Os santos vão reclamar. São do pau oco
Herculano
04/08/2017 07:16
ALCKMIM COMBINA COM TASSO ESCOLHA PRESIDENCIÁVEL COM PSDB ATÉ DEZEMBRO, por Josias de Souza

Emm conversa com o governador paulista Geraldo Alckmin, o senador Tasso Jereissati comprometeu-se a apressar o processo de escolha do presidenciável que representará o PSDB na sucessão de 2018. Combinaram que o nome deve ser definido até dezembro. Satisfeito com o acerto, Alckmin avalizou a permanência de Tasso como presidente interino do partido até o final do ano.

Licenciado do comando do PSDB há 70 dias, desde que foi abalroado pela delação de Joesley Batista, da JBS, Aécio Neves fez um apelo a Tasso para que esticasse sua interinidade. Antes de responder, Tasso tocou o telefone para Alckmin. Obteve a concordância do governador. Depois, impôs uma condição a Aécio: não toleraria duplo comando. A exigência foi aceita, pelo menos no gogó.

Aécio disputava a candidatura com Alckmin. Mas virou mero estorvo depois que foi asfixiado por nove inquéritos criminais no Supremo Tribunal Federal. Menos enroscado na Lava Jato, o governador de São Paulo enxerga na interinidade de Tasso uma oportunidade para obter o que Aécio lhe sonegava. Interessa a Alckmin entrar em 2018 com o crachá de candidato, pois a lei o obriga a organizar a entrega das chaves do Palácio dos Bandeirantes para o vice Márcio França (PSB) até o início de abril.

Em privado, os principais pajés do tucanato avaliam que Alckmin vai se consolidando como uma candidatura incontornável para o PSDB. Ironicamente, o único personagem que poderia fazer-lhe sombra é o prefeito paulistano João Doria, sua cria política. Mas dissemina-se no partido a impressão de que Doria não se animará a transformar suas manifestações sinuosas sobre 2018 numa batalha contra seu padrinho político.

Na pesquisa presidencial mais recente, divulgada pelo Datafolha no último mês de junho, Alckmin amealhou um modestíssimo quarto lugar (8%). Ficou na rabeira de Lula (30%), Jair Bolsonaro (16%) e Marina Silva (15%). Num cenário com Doria, o candidato do PSDB obteria hoje 10% das intenções de voto. Resta saber se uma eventual melhoria do índice do prefeito não lhe subirá à cabeça até dezembro
Herculano
04/08/2017 07:13
Os bem instruídos da esquerda do atraso no Brasil conseguem ver bem claramente só nos outros.Mas, iguaizinhos em si, eles escondem ou justificam como se isso fosse necessário para combater o mal que diz só existir nos outros.

O SILÊNCIO, por Vladimir Saflate, no jornal Folha de S. Paulo

algo de instrutivo no ritual que o Congresso Nacional ofereceu ao país na última quarta-feira, quando um ocupante do cargo da Presidência, gravado em situação flagrante de prevaricação e corrupção passiva, formalmente denunciado pela Procuradoria Geral da União, foi poupado.

É difícil imaginar algum país no mundo que chegaria a um espetáculo tamanho de degradação comandado por uma casta de políticos dignos de filmes de gângsteres série B. Ao menos, depois dessa confissão de desprezo oligárquico pela opinião pública, quem sabe agora parem de falar que estamos em uma "democracia".

Enquanto o país assiste a universidades públicas suspenderem as aulas por se encontrarem em situação falimentar, serviços públicos entrarem em deterioração, agências de pesquisa decretarem estado de calamidade e 3,6 milhões de pessoas saírem da classe média baixa em direção à pobreza, o ocupante do trono da Presidência, único presidente da história brasileira a ser denunciado pela Justiça no cargo, gastava milhões de reais em suborno explícito de deputados, uso de cargos públicos para aliciamento de votos e liberação de emendas escusas a fim de garantir sua sobrevida.

Ou seja, bem-vindos a uma cleptocracia que agora não faz nem sequer questão de conservar as aparências. Há algo de terminal quando até mesmo as aparências já não são mais conservadas. Tudo isso com o beneplácito daqueles que dizem que o país precisa, afinal, de "estabilidade".

Com se vê, há algo de muito interessante no conceito de "estabilidade" que circula atualmente. Uma estabilidade da pauperização, da precarização do emprego, do desmonte dos serviços públicos e da redução final da república brasileira a uma farsa macabra.

Contra isso, há aqueles que falam que receberam uma "herança maldita" do governo anterior. Alguém deveria explicar essa repetição compulsiva que nos acomete. Vivemos em um país onde todo governo usa o expediente de culpar a herança maldita do anterior para mascarar sua própria impotência. O cômico é que eles sempre encontram alguém a continuar a vociferar a mesma estratégia surrada de sempre.

Mas o que pode realmente impressionar alguns é o silêncio com que este momento foi recebido por setores da sociedade brasileira ou, antes, os expedientes que vemos para justificar a passividade. Por que as ruas não queimam, perguntam?

Ao menos três fatores deveriam ser levados em conta aqui.

Primeiro, porque estamos falando de um governo que atira em manifestantes em toda impunidade, como vimos na última manifestação de greve na Esplanada dos Ministérios. Ele usa seu braço armado para cegar estudantes com bala de borracha, atemorizar a população nas ruas com sua polícia gestora da desordem, ameaçar com punições os que entram em greve e ridicularizar o fato de 35 milhões de pessoas pararem o país (como na última greve geral). Ou seja, boa parte das pessoas não sai às ruas porque elas têm medo da violência do Estado, já que elas tacitamente sabem que não têm mais garantias alguma de integridade.

Segundo, porque há um setor da sociedade brasileira que nunca teve problemas com corrupção, mesmo que tenham saído às ruas em 2015 falando o contrário. Eles sempre votaram em corruptos notórios e continuarão fazendo isto. O único problema deles era com o governo anterior. Derrubado o governo, todos eles voltaram para casa e continuarão lá para todo o sempre.

Por fim, não há ninguém nas ruas porque a esquerda brasileira entrou em colapso. Presa entre a tentativa de ressuscitar o que morreu e a incapacidade de encontrar outra forma de incorporação genérica de sua multiplicidade de demandas em um ator político unificado, ela encontra-se paralisada e sem capacidade de dizer claramente o que quer, qual seu horizonte.

Queremos simplesmente retornar ao passado recente, conservar o que está sendo desmontado, ou temos algo a mais a propor? Conseguiremos fazer a maioria da população brasileira sonhar e acreditar em sua própria força de transformação e luta ou empurraremos todos a um horizonte desinflacionado de mudanças, como se isso fosse a expressão de um realismo duro, porém pretensamente necessário?

Sem clareza acerca desses pontos, ninguém avançará um passo.
Herculano
03/08/2017 18:04
A EDIÇÃO IMPRESSA DESTA SEXTA-FEIRA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE JÁ ESTÁ NO PARQUE GRÁFICO., DAQUI A POUCO ESTÁ DISPONÍVEL PARA OS ASSINANTES.
Herculano
03/08/2017 18:03
EM CIMA DO MURO À ESPERA DA JACA QUE OS DERRUBE.AÉCIO DIZ QUE CONTINUA PRESIDENTE LICENCIADO DO PSDB E TASSO COMANDO ATÉ ELEIÇÕES

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Renan Truffi,da sucursal de Brasília.Atingido pelas delações da JBS, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) anunciou na tarde desta quinta-feira, 3, que vai continuar como presidente licenciado do PSDB até o fim do ano. Mas anunciou que está passando o comando do partido, de fato, ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Em reunião na manhã de hoje, eles definiram um calendário para a nova eleição da Executiva Nacional, quando escolherão o próximo presidente tucano e o candidato do PSDB à Presidência da República em 2018.

"Fiz apelo a Tasso para que continue como presidente do PSDB. O senador Tasso hoje é quem tem as melhores condições de conduzir a renovação do PSDB. Até dezembro, faremos uma convenção para decidir um nome do PSDB à Presidência", explicou Aécio Neves, acrescentando que "o PSDB fortalecido e unido é bom para o País". Tasso Jereissati também falou à imprensa e confirmou que vai ficar na presidência interina do partido. O senador cearense procurou enfatizar, no entanto, que vai "conduzir" a legenda.

Em seguida, Tasso tentou negar que os dois tucanos tivessem atuado nos bastidores para influenciar a bancada do PSDB na Câmara, durante a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer. A reportagem do Estadão/Broadcast apurou ontem que tanto Aécio quanto Tasso procuraram garantir maioria para os seus respectivos lados. Isso porque, enquanto o mineiro defende a manutenção da aliança com o Palácio do Planalto, o senador cearense é a favor do desembarque da base aliada.

"Não impusemos nada a ninguém, cada um vota como quiser", afirmou o senador Jereissati, que procurou minimizou o fato de o PSDB ter o comando de quatro ministérios no governo de Temer. "Se tem ministro ou não tem ministro do PSDB, é problema do presidente da República. Se Temer quiser tirar todos os ministros do partido, é problema dele".

Aécio também foi na mesma direção e afirmou que a permanência do PSDB no governo é "algo absolutamente secundário". Para ele, a divisão dos tucanos na votação da denúncia contra Temer ontem não é "fato negativo". "Cada parlamentar votou conforme sua vontade", disse.

Tanto Jereissati quanto Aécio evitaram falar nas denúncias contra o senador mineiro, feitas pela Procuradoria-Geral da República. "Aécio tem direito e está fazendo brilhantemente sua defesa", disse Jereissati.
Herculano
03/08/2017 17:46
GILMAR DIZ QUE DECISÃO DA CÂMARA SOBRE DENÚNCIA TRAZ ESTABILIDADE

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Rafael Moraes Moura e Breno Pires, da sucursal de Brasília. Um dia depois de a Câmara dos Deputados rejeitar a autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB), o ministro do STF Gilmar Mendes, disse nesta quinta-feira, 3, que a decisão dos deputados traz estabilidade para o País.

"Isso é uma questão da competência da Câmara. O sistema de 'checks and balances' (sistema de freios e contrapesos) está funcionando", disse a jornalistas, depois da sessão plenária do TSE nesta manhã. Gilmar também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Indagado se a decisão da Câmara traz estabilidade, o ministro foi enfático: "Com certeza. Essas questões têm de ser definidas, porque isso gera instabilidade".

Na avaliação de Gilmar Mendes, desde maio, quando veio à tona a delação do grupo J&F, o Brasil passa por um quadro de crise, com as atenções voltadas para um cenário "jurídico-político-policial". Agora, o ministro acredita que vai ser possível que os parlamentares aprofundem as discussões sobre a reforma política. "Vamos poder concentrar energia nesse tema, que é prioritário", comentou.

Governança. O presidente do TSE destacou que o País vive uma instabilidade, ressaltando que dos presidentes eleitos desde a Constituição de 1988, só dois terminaram o mandato - Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Precisamos pensar hoje se nós temos um modelo adequado de governança, de governabilidade e precisamos encontrar meios e modos de não instabilizarmos a democracia", afirmou Gilmar.

Questionado se a nova denúncia a ser apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer poderia trazer instabilidade, o presidente do TSE limitou-se a dizer: "Vamos aguardar. Depois da denúncia, a gente comenta."
Herculano
03/08/2017 17:42
O QUE ESPERIDIÃO AMIM HELOU FILHO, PP, DÉCIO NERI DE LIMA E PEDRO UCZAI, AMBOS DO PT, TÊM EM COMUM NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA?

ELES DEFENDEM QUE OS BRASILEIROS PAGUEM R$92,9 BILHÕES DE APOSENTADORIAS PARA APENAS R$98 MIL SERVIDORES APOSENTADOS FEDERAIS,CONTRA 90,3 BILHÕES PARA 32,7 MILHÕES DE APOSENTADOS DO INSS

ESSES POLÍTICOS COMO ESPERIDIÃO, DÉCIO E UCZAI SÃO ELEITOS COM 95% DOS VOTOS DOS APOSENTADOS OU DOS QUE VÃO SER APOSENTADOS PELOS INSS, MAS, LÁ NA CÂMARA, COM ALTOS SALÁRIOS E MORDOMIAS, DEFENDEM APENAS 5% DOS SEUS ELEITORES QUE SÃO APOSENTADOS OU VÃO SE APOSENTAR AOS 50 ANOS COM SALÁRIOS QUE VARIAM DE R$10 MIL A R$100 MIL E QUE FAZEM O VERDADEIRO ROMBO DA PREVIDÊNCIA.

ELES POSSUEM ESTAS ESTATÍSTICAS NAS MÃOS, MAS PREFEREM NÃO ENFRENTAR O LOBBY E A PRESSÃO ORGANIZADA DE GENTE PODEROSA, ESCLARECIDA E CHEIA DE MAMATAS. É MAIS FÁCIL DOBRAR OS POBRES E OS FRACOS.

HOJE, SEM REFORMA NENHUMA, 63% DOS BRASILEIROS Só SE APOSENTAM AOS 66 ANOS DE IDADE (E NÃO 65 COMO SE QUER COMO TETO NA ATUAL PROPOSTA DE REFORMA) E RECEBENDO APENAS UM SALÁRIO MÍNIMO POR MÊS.

É UMA VERGONHA QUE DEPUTADOS COMO ESSES SE DIZEM REPRESENTANTES DO POVO SOFRIDO E DOS TRABALHADORES
Herculano
03/08/2017 17:28
AO CONTRÁRIO DE DILMA VANA ROUSSEFF, A IMBECIL DITADORA, MICHEL TEMER, PMDB, COM RECATO E LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, COM ESPALHAFATO, SÃO DOIS ANIMAIS ESSENCIALMENTE POLÍTICOS. NESTE MOMENTO, É A VEZ DE TEMER E O AZAR DE LULA. QUEM OS SEGUEM E OS CERCAM, SABEM DISSO. ENQUANTO UM CHORA, OUTRO RI. É O JOGO JOGADO.

Este é o discurso de Michel Temer, logo após terminada a sessão que o livrou do STF permitir o prosseguimento do inquérito da Denúncia da PGR contra o presidente.

A Câmara dos Deputados, que representa o povo brasileiro, se manifestou de forma clara e incontestável.

A decisão soberana do Parlamento não é uma vitória pessoal de quem quer que seja, mas é uma conquista do estado de direito, da força das instituições e da Constituição.

O poder da autoridade emana da lei. Extrapolar o que a Constituição determina é violar a democracia.

Todos devem obedecer à lei e à constituição. São os princípios do direito que nos garantem a normalidade de relações, pessoais ou institucionais.

Hoje, esses princípios venceram com votos acima da maioria absoluta da câmara dos deputados. diante dessa eloquente decisão, agora seguiremos em frente com as ações necessárias para concluir o trabalho que meu governo começou há pouco mais de um ano.

Estamos retirando o brasil da mais grave crise econômica de nossa história.

É urgente colocar o país nos trilhos do crescimento, da geração de empregos, da modernização e da justiça social.

Não parei um minuto desde 12 de maio de 2016, quando assumi o governo. Não vou descansar até 31 de dezembro de 2018.

Durante esse breve período, espero terminar a maior transformação já feita no país em vários setores do estado e da sociedade.

Estamos modernizando nossas instituições. Mudamos a lei do petróleo, mudamos a lei da mineração, diminuímos a burocracia, enfrentamos e derrotamos a inflação.

Os juros estão caindo a cada mês. Batemos recordes históricos de produção na agropecuária e nas exportações.

Ao receber milhões de desempregados como herança do passado, dediquei-me a criar novos empregos. Já conseguimos resultados expressivos neste ano e o emprego está voltando.

Serão números ainda mais expressivos quando entrar em vigor a modernização da legislação trabalhista, uma revolução aguardada há mais de 30 anos para acontecer.

Esse é o fruto do trabalho árduo, do diálogo com o Congresso, da aliança com empregados e patrões.

Faremos muito mais ao colocar nossas contas em ordem, de forma definitiva e equilibrada. Faremos todas as demais reformas estruturantes de que o país necessita.

Ao mesmo tempo, simplificaremos o sistema tributário brasileiro. As empresas precisam se dedicar mais a gerar produtos, serviços e comercializar do que a atender a burocracia governamental.

O governo deve criar condições para que o emprego nasça no ambiente econômico propício, sem jamais impedir ou criar obstáculos à iniciativa privada honesta e empreendedora.

E a hora é de investir e acreditar no potencial de nosso país. O Brasil está pronto para crescer ainda mais. E o crescimento virá.

Aqueles que tentam dividir os brasileiros erram. Todos nós somos brasileiros. filhos da mesma nação, detentores dos mesmos direitos e deveres.

Devemos nos dedicar a fazer um Brasil melhor.

Farei isso a cada minuto, a cada instante, até o fim de meu mandato.

Quero construir com cada brasileiro um país melhor, pacificado, justo, sem ódio ou rancor. Nosso destino inexorável é ser uma grande nação.

É preciso acabar com os muros que nos separam e nos tornam menores.

É hora de atravessarmos, juntos, a ponte que nos conduzirá ao grande futuro que o brasil merece.

Agradeço a câmara dos deputados por sua decisão e a todos os brasileiros que acreditaram em nosso país.vamos trabalhar juntos pelo Brasil.

Obrigado a todos.
Herculano
03/08/2017 17:08
reeditado das 8.22 deste 03.08.2017 e para não esquecer

COMO VOTARAM OS CATARINENSES NO CASO MICHEL TEMER

Votaram a favor da continuidade do governo de Michel Temer, toda a bancada do PMDB: Celso Maldaner, Mauro Mariani, Rogério Peninha Mendonça (que aparecida em todas as listas com indeciso apesar das polpudas emendas liberadas), Ronaldo Benedetti e Valdir Colato; a bancada do PSD com César Cousa, João Paulo Kleinubing e João Rodrigues, além do tucano Marcos Tebaldi.

Votaram contra a bancada do PP, Esperidão Amim Helou Filho (e que tem votado contra as reformas e a favor das corporações que comem o dinheiro dos brasileiros em crise e desempregados) e Jorge Boeira, a tucana Giovânia de Sá (que tem sido independente e não é de hoje), Jorginho Mello do PR e que detém todas a estrutura do Dnit em Santa Catarina, não é a primeira vez que faz isso contra Temer, e Carmem Zanotto, PPS que também tem repetido os votos contra as reformas e a favor das corporações como Amim.

Também foram contra a bancada do PT com Décio Neri de Lima e Pedro Uczai.

Décio, o que manda no PT de Gaspar, foi incisivo e raivoso durante o seu voto, sabedor de que o PT a cada dia se desnuda e se enterra (tanto que ele próprio Décio, amigo íntimo de Luiz Inácio Lula da Silva, já quase foi para o PDT.

Décio classificou o relatório contra o prosseguimento da Denúncia do STF, um manto para a impunidade, nominou o presidente Michel Temer como bandido (esta foi a palavra usada) e auxiliado por duas quadrilhas como o PMDB (a que foi sócio do PT no poder por 13 anos) e PSDB (o adversário mortal de sempre). Hum! Faltou espelho?

O JOGO DE CENA

Mentem ou enganam os que afirmam ou fazem manchetes afirmando que as graves denúncias e acusações contra o presidente Michel Temer, PMDB, foram arquivadas

O que a Câmara fez na quarta-feira neste caso, foi o de impedir o prosseguimento do processo enquanto Temer for presidente, ou seja até 31 de dezembro de 2018.

A partir de primeiro de janeiro de 2019, Michel Temer terá que responder as mesmas e todas as acusações contidas no processo de hoje, e sem foro privilegiado

Até nesses detalhes técnicos, o PT e a esquerda do atraso usam a ignorância ou a boa fé dos desinformados e analfabetos para enganá-los descaradamente

Pior mesmo, é ver a mídia, com redações recheadas de ideológicos de esquerda formados nas "escolas" de jornalismo, fazer o mesmo.

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