05/10/2017
ILHOTA EM CHAMAS
Esse carrão (QIE-4370) estacionado em local destinado só para pedestres da Rua Gelindro Furlani, é do prefeito Érico de Oliveira, PMDB. Ele acaba de criar mais um cabideiro de empregos na estrutura administrativa municipal: a Diretoria de Trânsito. A Ditran funcionará a favor dos poderosos? O secretário de Obras de Ilhota, ex-prefeito de Luiz Alves, Viland Bork, PMDB, na rede social, saiu em defesa do chefe: havia lugar de sobra para os passantes se espremerem e passarem pela calçada tomada pelo veículo. Entenderam o mau exemplo, senso de cidadania e cumprimento da legislação?
SEM PALAVRA I
A vereadora-adolescente Franciele Daiane Back, PSDB, sob pressão dos novos donos do poder em Gaspar, levou um baile deles. Ficou só no salão. Foi ostensivamente usada, exposta e até, ridicularizada. Franciele ainda não entendeu a vida que escolheu: política e que nela, a palavra empenhada vale ouro. Se entendeu, está sendo má orientada pelos seus tutores políticos como Claudionor Cruz e Souza, empregado na prefeitura tucana de Blumenau e Luciano Coradin. E por quebrar um acordo, foi a única a pagar o pato no jogo político que aconteceu nas últimas três sessões da Câmara. Como resultado, na terça-feira, Franciele teve que ouvir calada, boa parte de seus pares, na segunda votação e que finalmente retirou o recesso de julho dos vereadores, “que eles estavam honrando o acordo feito com ela” – autora deste projeto - e a bancada governista (PMDB, PSC, PP e PSDB).
SEM PALAVRA II
Explico. Franciele, como relatora, correu do pau e do acordo na votação que proibia os vereadores de Gaspar de trocarem a Câmara pelos cargos no Executivo. O acordo, em linha geral: os seis vereadores apoiariam a proposta encabeçada por Franciele (fim do recesso e que valeu) e os sete de situação, fariam o mesmo na outra emenda à Lei Orgânica do Município (proibindo os vereadores no Executivo e que deu água). Os vereadores da situação fizeram até um teatrinho. Colocaram uma dificuldade: emendaram a emenda, criando uma quarentena e a validade dela só a partir de 2019. Franciele como relatora surpreendeu e disse que “reavaliou melhor”: recomendou à rejeição, sem medir as consequências. Colhidos os votos desta “emenda-acordo”, ela foi derrotada por oito (que incluiu os votos do presidente Ciro André Quintino e o líder de Kleber, Francisco Hostins Júnior, ambos do PMDB) a cinco. Se Franciele tivesse votado a favor, a emenda teria passado com os nove votos mínimos necessários.
SEM PALAVRA III
O jogo do governo Kleber e do PMDB - que foi lá na sessão - sobre os seus ficou claro na votação do projeto em si. Foi enterrado com sete favoráveis a seis. Ciro pulou fora. Hostins não roeu a corda e honrou o acordo. Mas, por que? Para minimizar o estrago com a dita oposição. É que Kleber poderá precisar da oposição e ela se engasgou. “As máscaras vão caindo”, observou o autor da ideia, o vereador Roberto Procópio de Souza, PDT. O que está em jogo não é a proibição do vereador ser ou não secretário em Gaspar - o que eu particularmente acho uma bobagem e explicarei em outra oportunidade -, mas a quebra do acordo e uma suposta esperteza do grupo de apoio a Kleber com a oposição. Acordos são feitos para serem cumpridos. O resto é desgaste, desconfiança e desacerto. Este episódio – e outros que eu já relatei aqui – mostra quem é o PMDB no poder em Gaspar e como usa e trata seus parceiros. Isso é sabido há décadas. Acorda, Gaspar!
Quer outra da autônoma Franciele Daiane Back, PSDB. Ela foi uma das autoras e votou a moção de repúdio ao Projeto de Lei do Senado 409/2016, de Dalírio Beber, PSDB. Ele possibilita ao gestor público a opção de reajustar os salários do magistério público da educação básica pela inflação acumulada dos últimos 12 meses ou pela taxa de crescimento das receitas tributárias próprias somadas às transferências oficiais recebidas no exercício anterior. Quem mesmo a orienta?
Mágicos: O governo Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, estão prometendo no papel para 2018 aumentar a arrecadação em R$2,5 milhões e diminuir as despesas em R$450 mil. Faltou explicar, de verdade, como. De cara, é certo, vai haver é um aumento com comissionados e cargos de confiança em R$600 mil.
“O hospital tem uma excelente estrutura física, que deve ser utilizada melhor. É pensando nisso que estou trabalhando na reativação do laboratório, melhoria na ouvidoria e otimização do Pronto Socorro e área de internação”.
Quem disse isso? Vilson Santin, novo diretor do Hospital de Gaspar. Ele foi apresentado na segunda-feira à imprensa daqui. Estava escondido há dias “avaliando melhor” o seu novo local de trabalho. Se o amigo do médico-vereador Silvio Cleffi, PSC, é tudo o que dizem ser, qual a razão de eu duvidar? Currículo de sucesso nesta área, Santin possui.
Então o que Santin acaba de nos dizer? Que foi acertado fechar o Hospital e lá os empresários, com um punhado de abnegados de sempre, contra os políticos, os mesmos do atraso de agora, e os próprios médicos que amaldiçoaram as obras, terem reformado o velho Hospital sem nenhum dinheiro público. Nada como um dia atrás do outro!
Para não me repetir, na mesma segunda-feira, eu publiquei um longo artigo na coluna mais acessada no portal do Cruzeiro do Vale. Mostrei como o Hospital consome um monte de dinheiro da prefeitura a ponto dela deixar os pobres, doentes e fracos sem assistência nos postinhos, policlínica, farmácias, bem como nas filas de espera no próprio Pronto Socorro do Hospital. Esta agonia, ninguém decidiu termina-la.
A assessoria do deputado Mauro Mariani, PMDB, agora cidadão honorário gasparense, disse que ele atuou na autorização da liberação de R$ 36 milhões em financiamento para obras de saneamento básico em Gaspar. Então está liberado? Onde? Quando? Hum!
Ilhota em chamas II. Zombando da Justiça. Todos sabem onde mora a ativista e a ex-secretária municipal Tatiana Richart Reichert. PP. Ela é testemunha de acusação numa ação penal contra Paulo Roberto Drun, Roberto Costa Merlini e Gilberto Monteiro.
Ilhota em chamas III. Sabe o que aconteceu quando a Justiça a procurou para este caso? “Não restou devidamente qualificada e localizada”. O advogado Aurélio Marcos de Souza, intrigado com o fato, oficiou ao Ministério Público. Comunicou o ocorrido e deu o endereço da “desconhecida”. Mais complicação!
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