Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

13/09/2017


ILHOTA EM CHAMAS. O DUPLO EXPEDIENTE DOS SERVIDORES-VEREADORES


Isso vai dar o que falar, inclusive em Gaspar. O Ministério Público, o que cuida da Moralidade Pública na Comarca, acaba de instaurar o inquérito civil para apurar o “possível acúmulo de funções públicas com incompatibilidades de horários por servidor em Ilhota e que exerce o cargo eletivo de vereador”

E lá, dos nove vereadores, três estão nesta situação. Uma proporção fora da conta. Isto pode revelar outro problema: o uso da máquina pública para pescar votos.

Primeiro, não há legislação que impeça um funcionário público dele ser político eleito e exercer ao mesmo tempo, o cargo eletivo. Segundo, o que não se admite, entretanto, é que um funcionário público, ao invés de cumprir a sua jornada de trabalho nor

mal, ausente-se dela, sem qualquer desconto, prejudicando a repartição pública e os cidadãos a quem serve, e ao mesmo tempo sem prejuízo algum ao seu holerite, e exerça o cargo eletivo, onde também é remunerado pelos pagadores de pesados impostos.

Em Ilhota, a Câmara a sessão é a noite (diferente da de Gaspar que é uma vez por semana à tarde), ou seja, a princípio não haveria problemas. Todavia, o prefeito fez do Legislativo um braço de necessidades. Por isso, há sessões extraordinárias durante o dia e reuniões preparatórias, ou das comissões – a qualquer dia e horário - para se resolver tudo a toque de caixa. Dessa forma, elas tomam os horários dos vereadores que deviam estar dando expediente na prefeitura.

Eu aqui mesmo já noticiei isso e publiquei fotos de carros da prefeitura de Ilhota e dirigidos por agentes públicos estacionados por horas na Câmara, quando deviam estar a serviço do executivo. Terça-feira é um dia onde todos passam a maior parte do tempo na Câmara. Há registros, testemunhas e provas robustas quanto a isso.

O caso atinge mais diretamente o presidente da Câmara, Francisco Domingos, o Chico Caroço, PMDB. Ele é motorista da secretaria de Saúde de Ilhota. Estão no bololô, por consequência, Almir Aníbal de Souza, PMDB, que é contador da prefeitura de Ilhota e Juarez Antônio da Cunha, PSD, que também é motorista da prefeitura.

Em Gaspar, esse assunto já foi tema quente. A oposição apresentou um projeto para impedir o vereador de ser secretário, presidente de autarquia ou coisa assemelhada. Foi votado para ser vereador, deve exercer a função. Para isso, buscou votos. A situação se incomodou, pois esta é uma forma de ajeitamentos e trocas, como acontece com José Hilário Melato, PP, o mais longevo deles e que está no Samae.

Mas, é do Samae que está, por enquanto, um dos mais ativos vereadores da dita oposição Cícero Giovane Amaro, PSD. Para participar das sessões e até outras atividades, ele precisa de ausentar da autarquia. E ele já recebeu da tribuna o recado de Francisco Solano Anhaia, PMDB. Se Cícero insistir numa coisa, o PMDB vai insistir na outra. É o jogo.

Mais resolvida, quando decidiu ser a única a fazer frente ao PT e ao poder de plantão do governo de Pedro Celso Zuchi, a ex-vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, pediu licença da escola. Ficou só na vereança. Decidiu honrar os votos e os eleitores. Não puderam chantageá-la ou regatear dela, coisa alguma.

O ESGOTO ENCANADO DE GASPAR

O vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, é funcionário público do Samae de Gaspar. Então ele entende desse assunto melhor do que eu. E também é capaz de entender a minha indignação e de muitas outras pessoas por aqui sobre este desleixo não apenas do atual governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, mas principalmente dos que o antecederam, como Pedro Celso Zuchi, PT e até mesmo Adilson Luiz Schmitt (PMDB, PSB, PP e sem partido). O Samae de Gaspar possui uma estrutura, incluindo comissionados, para cuidar do esgoto da cidade, mas aqui, não se coleta e o que diz coletar; se se “coleta”, não trata um mililitro de esgoto. Ponto final. O resto é discussão para boi dormir.

Numa das sessões da Câmara de Gaspar, Cícero questionou o governo do qual é oposição, o que estava sendo feito com o esgoto da recente área reurbanizada da localidade da Marinha e parte do Bela Vista. A conclusão dele, e de quem passa por lá, é a mais óbvia possível: tudo está indo para o Rio Itajaí Açú, poluindo, agravando e onerando ainda mais a captação para o tratamento de água potável.

Projeto até existe naquela área de uma estação de tratamento de esgotos. O problema de verdade, é fazê-lo funcionar.

Também há outros projetos como o do Santa Terezinha, Coloninha e Centro cujo estação de tratamento ficaria lá na Margem Esquerda. Se alguma coisa foi feita, com dinheiro público, foi o de coletar e encanar o esgoto na rede pluvial, do Santa Terezinha e que vai dar no Rio Itajaí Açú. Isso já deu o que falar e tentaram colocar a culpa em quem executou o projeto feito nas coxas por burcoratas e gente atrás de verbas públicas. Vergonha.

Recentemente, a Câmara, aprovou a toque de caixa, o Plano de Saneamento de Gaspar. Discursos bonitos. E para que? Para o município ter “acesso” a R$36 milhões, os quais prioritariamente, seriam para o sistema de esgotos. Essa gente, parece que não está no Brasil ou está lendo, ouvindo e vendo o noticiário. O Brasil está quebrado e está privatizando tudo para pelo menos para área de infraestrutura funcionar.

Não nego, que Gaspar pode ter a sorte grande, mas do jeito que está, sobrará apenas papelinhos, assinaturas, palanques armados, discursos e entrevistas às vésperas das eleições. Ou todos nós já não vimos esse filme? Vamos assisti-lo de novo? Os políticos querem arriscar-se na exposição e no desmascaramento? Então...

Gaspar, se realmente tivesse um governo que funcionasse, e o presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores José Hilário Melato, PP, fosse um executivo de verdade como apregoa por aí, estaria modelando a privatização dessa área na sua autarquia, para resolver um problema grave, inclusive de saúde pública e onde não há dinheiro aqui, em Florianópolis e Brasília, nem garantias reais para um empréstimo internacional, num jogo arriscado.

Blumenau privatizou o serviço de implantação, coleta e tratamento de esgotos, na época de João Paulo Kleinubing, PSD, contra toda a sorte de questionamentos da esquerda do atraso e liderada pelo PT de Décio Neri e Ana Paula Lima. Havia uma disputa de verbas públicas, que tinham padrinhos, mas nunca chegavam naquela cidade. E hoje se sabe bem a razão disso!
O projeto prosseguiu com Napoleão Bernardes, PSDB, sob tempestades dos ajustamentos, questionamentos certos e sacanas, e onde, recentemente, abriu-se feridas incontornáveis na relação entre o privado, o público e o financiamento de campanha.

Entretanto, Blumenau, saiu de zero e em oito anos de privatização da implantação, coleta e tratamento de esgotos, possui, hoje, uma cobertura de 42% e promete em mais dez anos ter 90%. O Samae de lá ficou só com o lixo e a água tratada, o que é demais, lucrativa, gera um cabide enorme para os amigos e muitas desconfianças do Ministério Público e do Observatório Social. Quantas décadas a mais Gaspar vai esperar por verbas de Brasília para o seu esgoto e que estão escassas para tudo? Acorda, Gaspar!

TRAPICHE


As contas de 2015 do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, foram aprovadas na Câmara de Gaspar, por unanimidade. A recomendação havia sido feita pelo Tribunal de Contas do Estado.

Sabe quanto vai custar a reforma da cobertura e feitura muro de contenção do CDI Tia Maria Elisa? R$ 231.088,72 e será feita pela Di Fatto Indústria e Comércio.

A nova licitação para os pardais em Gaspar já tem data: dia 22 de setembro. Até lá e mais tempo para controvérsias jurídicas e implantação, com boa sorte, tudo voltará em dezembro. Resta saber se desta vez terá comissionamento de servidor.

A AC Kar Transporte de Cargas e Descargas vai continuar com a concessão para execução de serviços públicos de remoção por guincho, depósito e guarda de veículos, decorrentes de infrações de trânsito em Gaspar. O primeiro aditivo acaba de ser pactuado neste sentido com a prefeitura.

O novo endereço do Caps - Centro de Atendimento Psicossocial -, na rua São Pedro, no Centro, vai custar R$ 57.600,00 em aluguel por ano. O dono do imóvel é Celso Nicoletti.

Escolhas. Se um empresário fecha a sua empresa porque não dá conta do recado e enfrentar o mercado inóspito, se pendura os impostos porque alavancou erroneamente o seu negócio, pode ele ser um gestor de entidade que depende de filantropia? Antes para buscar doações dos outros é preciso ter credibilidade, sob todos os aspectos. Ai, ai, ai.

A Câmara de Gaspar vai gastar R$4 mil para “melhorar” a sua imagem. Ela vai fazer um filmete para dourar a pílula. Agora, acabar com as férias de mais de 45 dias por ano dos vereadores e realizar sessões à noite, até o momento, nada.

É verdade que os caminhões acima de 10 toneladas não devem mais passar na ponte Hercílio Deecke? A Ditran de Gaspar não enxerga ou está sacaneando a secretaria de Planejamento e desmoralizando o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB.

Um vídeo de um morador da redondeza, mostra com clareza o descaso. Ele bomba nas redes sociais e whatsapp. E depois a prefeitura diz que a imprensa não lhe ajuda. Falta liderança, prioridade, calendário e comando. Acorda, Gaspar!

O triste enlace da religião, seita, fé e política. As vezes a Câmara de Gaspar parece um templo e os seus protagonistas, pastores. Todos precisam do mesmo público para sobreviverem.

Em Gaspar, o desperdício do dinheiro público é notório. Falta fiscalização mais sistematizada dos cidadãos, os pagadores desses desperdícios, nada mais. Há um exemplo na rua chamada Antônio Francisco de Carvalho, no Gaspar Grande.

Ela, em 2008 recebeu a doação do morador lindeiro, Reinaldo Isensee, 70 tubos. E no acordo, a prefeitura então fez a drenagem dela, a dupla camada, a armação de tela e fez a pavimentação....

Essa rua é onde mora a mãe da líder comunitária e ex-vereadora Ivete Mafra Hammes, PMDB. O que aconteceu agora? A prefeitura está “fazendo” novamente a pavimentação desta mesma rua. E para isso, retirou a tubulação anterior, quebraram e por certo gastaram o que já havia sei gasto anteriormente.

Tudo no improviso. Meteram as máquinas. Detalhe, como fizeram a coisa
sem que tivesse sido batido o nível, tudo no olho, baixou-se a antiga tubulação. E com isso ela vai assorear, informam os entendidos. E o que vai acontecer? A necessidade de se limpar a tubulação duas vezes por ano, se não quiser sofrer com as futuras inundações.

Ilhota em chamas II. Não deu certo. A licitação 001/2017, na modalidade Pregão Presencial n° 01/2017- Ilhotaprev, Instituto de Previdência de Ilhota, tipo menor preço, foi anulada.

Ilhota em chamas III. Só dia 18 de setembro. O assessor de Planejamento, Carlos Eduardo Schmitt, convocou os integrantes do recém-criado Conselho da Cidade de Ilhota para a reunião extraordinária na Prefeitura.

Ilhota em chamas IV. E para que? Para deliberar do Regime Interno do Conselho da Cidade. Ou seja, primeiro ele não existia. E agora existe, mas ainda é decorativo. E o prefeito Érico de Oliveira, PMDB, só se mexeu, depois que o ministério Público colocou o dedo na esbórnia da indústria dos loteamentos e a contrariedade das aprovações urbanísticas exigidas pelo Estatuto das Cidades

 

Edição 1818

Comentários

Roberto Sombrio
14/09/2017 20:38
Oi, Herculano.

Você postou:

"VOCÊS JÁ NOTARAM TODOS QUE GRAVITAM OU ESTÃO NO PODER POLÍTICO E PÚBLICO ESTÃO ENLAMEADOS? NÃO ESCAPA UM, MEU IRMÃO, COMO DIZ A MÚSICA. INDÍCIOS DE OBSTRUÇÃO À JUSTIÇA MOTIVARAM AÇÃO CONTRA MAGGI".

Depois quando digo que não me meto na política, por não ser ladrão, nem mentiroso e sou inteligente, se irritam.
Paty Farias
14/09/2017 20:29
Oi, Herculano

Lula é a nova Monga - do Blog Opinião Sem Medo:

"Gente, cadê a multidão? Cadê a massa? Cadê o povo? Não fossem os manifestantes, ou melhor, os vassalos profissionais vermelhos, pagos com nosso dinheiro e um sanduba de mortadela, creio que haveria mais ambulantes que petistas em frente à Justiça Federal de Curitiba: 'olha a água; olha a pipoca; olha a bala'.

Lula hoje é somente isso: uma figura bizarra, uma caricatura mal acabada dos coronéis sujos que habitavam ?" e ainda habitam ?" os grotões nordestinos. Um populista decadente e criminoso já condenado a nove anos de prisão que vagueia atrás de aplauso cego. Não seduz mais ninguém, não convence mais ninguém.

Lula é como Monga, a mulher-gorila que assustava dez entre dez crianças nos parques de diversão dos anos 70. Uma bizarrice mal feita, mas que sempre arrastava meia dúzia de curiosos à pequena instalação escura e cheirando a mofo. Ainda hoje,alguns destes curiosos o seguem, e assim como nos parques de outrora, ficam meio maravilhados pela imagem tosca e assustadora. É isso! Lula é a Monga, e seus eleitores as crianças em busca de um pouco de susto e gargalhadas.

Monga mutava-se de bela para fera; Lula parte de feio para horrível. Monga chacoalhava a jaula e urrava histérica; Lula chacoalha o microfone e zurra perdigotos. Assustados, todos corriam de Monga; Cansados, ninguém mais olha para Lula. A única semelhança atual é o número de heróis que se prestam a pagar ?" ou a receber, tanto faz ?" para assisti-los. Se Moro quisesse, poderia abrir a sala de audiência ao público que ainda assim sobrariam cadeiras vazias.

Lula não poderia viver fim de vida mais melancólico. E mais adequado: sozinho, execrado, perambulando por cidadezinhas do interior em busca de alguma audiência ou, pior, frequentando audiências (criminais). Em breve, assim como sua alter ego Monga, depois dos gritos e de chacoalhar as grades e de ameaçar a pequena plateia, Lula encontrará o mesmo destino, qual seja? a jaula!

Tic, Tac, Lula. Tic, Tac?"

Acho sacanagem com a macaca Monga.
Herculano
14/09/2017 15:52
AÇOUGUEIRO QUE SE DISFARÇA DE EMPRESÁRIO, METIDO A ESPERTO E PODEROSO, MAS É LARANJA DOS ROUBOS DO PT VIA O BNDES SUBSIDIADOS PELOS PESADOS IMPOSTOS DOS BRASILEIROS SE DÁ MAL. JOESLEY PERDE IMUNIDADE E SERÁ DENUNCIADO AO STF JUNTO COM TERMER

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Reynaldo Turollo Jr, da sucursal de Brasília. A PGR (Procuradoria-Geral da República) decidiu revogar a imunidade penal dos delatores da JBS e denunciar o empresário Joesley Batista nesta quinta (14) junto com o presidente Michel Temer e outros membros do chamado "quadrilhão do PMDB da Câmara", apurou a Folha.

Joesley e o executivo Ricardo Saud, também delator, estão presos temporariamente em Brasília (por cinco dias). O prazo da prisão decretada pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), termina nesta sexta (15).

A prisão foi determinada depois que surgiram indícios de que os delatores omitiram informações em sua delação premiada, como a possível participação do ex-procurador Marcello Miller na elaboração do acordo apresentado à PGR. Miller foi auxiliar de Janot em Brasília até meados de 2016, quando voltou a trabalhar na Procuradoria no Rio.

Em fevereiro, o ex-procurador pediu sua exoneração e deixou o Ministério Público oficialmente em 5 de abril, mas, segundo a PGR, há indícios de que ele auxiliava a JBS enquanto ainda era funcionário público. Miller nega irregularidades.

Como a Folha noticiou nesta quarta (13), o procurador-geral, Rodrigo Janot, finalizou a denúncia contra Temer e outros membros do chamado "PMDB da Câmara". O presidente será acusado formalmente perante o STF de tentar obstruir a Justiça e de integrar organização criminosa.

Ao menos o delator Joesley também será acusado. Isso não seria possível se a imunidade negociada em maio continuasse valendo. Pelo acordo, o Ministério Público abriria mão de denunciar os executivos da JBS à Justiça em troca das informações e provas que eles entregaram.

O acordo de delação tem uma cláusula que estipula que, se os colaboradores omitirem informações, eles perdem os benefícios. A PGR entende que é esse o caso.

Outra cláusula do acordo prevê que, mesmo que os benefícios sejam revistos, as provas entregues pelos delatores e obtidas a partir da delação continuam válidas.

PRISÃO E INDÍCIOS DE MÁ-FÉ

A possibilidade de repactuação do acordo com a PGR no tocante a tempo de prisão, por exemplo, hoje é remota, conforme apurou a reportagem. O mais provável é que haja rescisão, com a perda total de benefícios.

Não está definido se a PGR pedirá a prorrogação da prisão temporária de Joesley e Saud, sua conversão em prisão preventiva (sem tempo para acabar) ou a soltura dos dois. De qualquer modo, Joesley poderá permanecer preso, porque nesta quarta (13) a Justiça Federal em São Paulo decretou a preventiva dele e de Wesley Batista, outro sócio da JBS.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em São Paulo investigaram se eles se beneficiaram do acordo de delação para lucrar no mercado financeiro, fazendo reservas.

A prática, no mercado, é apelidada de "insider trading". Documentos apresentados pela JBS à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) mostram que pessoas ligadas aos irmãos Batista venderam R$ 200 milhões em ações da empresa alguns dias antes da divulgação do acordo com a PGR, em 17 de maio deste ano.

A investigação aponta que o grupo lucrou US$ 100 milhões com a alta do dólar após 17 de maio. Joesley e Wesley acertaram com a PGR o pagamento de multa de R$ 110 milhões cada um. No acordo de leniência com a Procuradoria no Distrito Federal, a multa acordada foi de R$ 10,3 bilhões.

Para a PGR, a investigação de "insider trading" traz mais indícios de que os executivos agiram de má-fé durante a negociação do acordo de delação, o que diminui a margem de manobra deles para tentar repactuar benefícios (como tempo de prisão em regime fechado) ?"daí a tendência pela rescisão.
Herculano
14/09/2017 15:38
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA, FEITA ESPECIALMENTE PARA A EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE

ENQUANTO OUTRAS COLUNAS PREENCHEM ESPAÇO, ESTA RECLAMA POR MAIS

ALIÁS, ILHOTA ESTARÁ EM CHAMAS OUTRA VEZ
Sujiru Fuji
14/09/2017 13:34
13/09
13 é o número do PT !!!
9 o número de anos de condenação em 1ª instância !!!
13/09 Dia da Cachaça !!!
Esse juiz escolheu a data em homenagem!!!
Despetralhado
14/09/2017 13:27
Oi, Herculano

Colei do Blog do Políbio este comentário de um anônimo, sobre o segundo depoimento de LuLLa ao nobre Juíz Sérgio Moro:


"ESTE VADIO SEMPRE FOI GROSSEIRO, ESTUPIDO, ARROGANTE, CHEIO DE ODIO. S?" DE OLHAR PARA AQUELA CARA SUJA DELE ME EMBRULHA O ESTOMADO, ME FAZ MAL, NAO SEI COMO A AMANTE AGUENTAVA ELE DEVER $$$$$ POR CAUSAD ISTO MESMO $$$$$$$$ CARA NOJENTO SAFADO, SEM VERGONHA AINDA CONTINUA BOTANDO A CULPA NA DEFUNTA = NAO PASSA DE UM COVARDE QUE NUNCA TRABALHOU. VIVE NO LUXO, NAO TEM NADA EM SEU NOME NUNCA VI UM PRESIDENTE NAO TER NADA EM SEU NOME MORA EM 2 COBERTURAS DE LUXO E NAO ESTAO NO NOME DELE - VAGABUNDO SEM VERGONHA ISTO NUNCA PRESTOU, NAO PASSA DE UM COVARDE ARROGANTE AGORA TA ATACANDO O PALOFFFFFFFFI QUE ERA SEU BRAÇO DIREITO EM TUDO - NAO PASSA DE UM CANALHA LAZARENTO, O MAIOR LADRAO DO PAIS É UM MORIMBUNDO UM FARRAPO HUMANO ISTO JA DEVERIA ESTAR NA SUA JAULA, NÃO TA PORQUE O STF CERTAMENTE MANDARIA SOLTA-LO COMO SOLTARAM O CONDENADO DIRCEU OUTRO DEM?"NIO EM FORMA HUMANA, UM GUERRILHEIRO SEM VERGONHA OUTRO QUE VIVE NO LUXO, DE POBRES ELES QUEREM É DISTANCIA."

Como diria o manézinho da ilha de Floripa; "FELOMENAL".

A Marisa Letícia anda por aí desesperadamente como alma penada a procura de um centro espírita para fazer um download e se defender...
Miguel José Teixeira
14/09/2017 11:57
Senhores,

Na mídia:

"Mesmo com lucro, criador do Rock in Rio defende uso de dinheiro público"

Este PARASITA ainda está solto. . .
No mínimo, fumou "asa-de-borboleta". . .
Herculano
14/09/2017 11:47
VOCÊS JÁ NOTARAM TODOS QUE GRAVITAM OU ESTÃO NO PODER POLÍTICO E PÚBLICO ESTÃO ENLAMEADOS? NÃO ESCAPA UM, MEU IRÃO, COMO DIZ A MÚSICA. INDÍCIOS DE OBSTRUÇÃO À JUSTIÇA MOTIVARAM AÇÃO CONTRA MAGGI

Conteúdo da revista Veja.O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a operação desta quinta-feira contra o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), por entender que pessoas investigadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), incluindo Maggi, poderiam cometer o crime de obstrução à Justiça. Fux determinou o cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ministro, ao deputado federal Ezequiel Fonseca (PP-MT) e ao prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB).

Fux também decretou o afastamento cautelar de cinco conselheiros do Tribunal de Contas Estadual (TCE) do Mato Grosso. Os alvos foram José Carlos Novelli, Waldir Júlio Teis, Antônio Joaquim Moraes Rodrigues Neto, Walter Albano da Silva e Sérgio Ricardo de Almeida.

O apartamento de Maggi, em Brasília, o gabinete de Ezequiel Fonseca na Câmara dos Deputados e a casa do prefeito Emanuel Pinheiro, em Cuiabá, foram alguns dos endereços vasculhados pela PF. Fonseca e Pinheiro foram flagrados em vídeos que estão associados ao pagamento de propinas. O prefeito de Cuiabá aparece recebendo dinheiro vivo em uma das filmagens.

A ação tomou como base o inquérito que corre no STF para investigar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, gestão fraudulenta de instituição financeira e crimes contra a ordem tributária. Ao autorizar a operação, o ministro também julgou que é preciso apurar a prática de obstrução de investigação criminal, que consistiu em pagar um colaborador da Justiça para mudar sua versão em depoimentos. Um investigado também teria recebido dinheiro para não celebrar acordo de delação.

As investigações da PGR têm como base a delação premiada feita pelo ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa, que foi vice de Maggi entre 2007 e 2010. O ministro é acusado de liderar uma organização criminosa responsável por um esquema de corrupção e desvios de recursos públicos nos dois mandatos em que esteve à frente do governo de Mato Grosso (2003-2010).

Em sua delação - homologada por Fux -, Barbosa declarou que houve uma série de irregularidades envolvendo Maggi, incluindo uma espécie de "mensalinho" pago a deputados da Assembleia Estadual de Mato Grosso, a fim de garantir apoio político para a votação de projetos do interesse do então governador.

Barbosa afirmou ter intermediado repasse de 4 milhões de reais, a pedido de Maggi e do ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes, ao deputado federal Carlos Bezerra, em 2008, com a finalidade de comprar apoio do PMDB nas eleições municipais. À época, segundo Barbosa, o partido teria declarado apoio ao adversário do aliado de Maggi.

Segundo a PGR, os membros do TCE-MT que são investigados condicionaram a continuidade de obras para a Copa do Mundo ao pagamento de 53 milhões de reais a ser dividido entre eles. Em nota, a PGR disse que as buscas também visam apurar outros fatos acerca do pagamento de propina referente ao programa MT Integrado, que consistia em um conjunto de obras estruturais orçadas em mais de 1,5 bilhão de reais.

Agentes fizeram buscas em 65 endereços. Participaram da ação 270 pessoas, entre policiais federais e membros do Ministério Público Federal (MPF), nas cidades de Cuiabá, Rondonópolis (MT), Primavera do Leste (MT), Araputanga (MT), Pontes e Lacerda (MT), Tangará da Serra (MT), Juara (MT), Sorriso (MT), Sinop (MT), Brasília (DF) e São Paulo (SP). A ação é um desdobramento da Operação Ararath e foi batizada de Malebolge, em referência ao oitavo círculo do Inferno de Dante.
Herculano
14/09/2017 09:59
PF DIZ QUE MILLER É "CORRUPTO" E QUE SEU ANTIGO CARGO "NÃO PODE SERVIR DE MANTO PROTETOR DE PRÁTICAS CRIMINOSAS"

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Julia Affonso, Luiz Vassallo e Fausto Macedo. A Polícia Federal atribui crime de corrupção passiva ao ex-procurador da República Marcelo Miller em troca de garantir ao grupo J&F, controlador da JBS, 'as melhores condições possíveis' no acordo de delação premiada fechado com a Procuradoria-Geral da República e também assessorar os irmãos Joesley e Wesley Batista na condução do procedimento de leniência com os Estados Unidos. Miller atuou durante três anos no gabinete do procurador-geral da República Rodrigo Janot e, nessa condição, teria intercedido em favor da JBS.

As suspeitas sobre a conduta de Miller constam de relatório de 84 páginas da PF no âmbito da Operação Acerto de Contas, dedobramento da Tendão de Aquiles ?" investigação sobre uso de informações privilegiadas pelos irmãos JBS de sua própria delação premiada no mercado financeiro para auferir lucros excepcionais da noite para o dia.

O relatório é subscrito por quatro delegados da PF, todos experientes em ações de combate a crimes financeiros e corrupção ?" Victor Hugo Rodrigues Alves, Melissa Maximino Pastor, Edson Garutti e Karina Murakami Souza.

Nesta quarta-feira, 13, a PF deflagrou Acerto de Contas e prendeu preventivamente Wesley Batista, amparada em ordem do juiz João Batista Gonçalves,. da 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

O magistrado também decretou a prisão de Joesley, que já estava recolhido em regime temporário em Brasília, mas por força de outra apuração, sobre suposta violação do acordo de delação que ele e Weskey fecharam com a Procuradoria-Geral da República.

A PF chegou a pedir autorização para buscas na residência de Miller e argumentou que 'seu antigo cargo não pode servir de manto protetor de práticas criminosas'.

"Diante da dificuldade probatória que se reveste o crime de corrupção, faz-se ainda mais necessária a autorização de cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência de Marcelo Miller. Apesar de não mais exercer a função pública, seu antigo cargo não pode servir de manto protetor de práticas criminosas", assinalou a PF.

No entanto, o juiz João Batista Gonçalves, da 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que deflagrou a Operação Acerto de Contas, não autorizou a missão na casa do ex-procurador.

O nome de Miller surgiu 'fortuitamente', na apreensão do celular de Wesley, em maio, na deflagração da quarta etapa de uma outra operação, a Lama Asfáltica, que investiga desvios de recursos federais em obras do governo de Mato Grosso do Sul.

No grupo de WhatsApp de Wesley, os investigadores resgataram 'orientações' do então procurador aos executivos da JBS.

A PF afirma que os irmãos JBS 'cooptaram' Miller quando ele ainda exercia o cargo de procurador federal. Ele teria sido corrompido por meio do 'recebimento de vantagem ilícita ou promessa de vantagem'.

"No curso das investigações, fortuitamente foram colhidos elementos que revelam a prática do delito de corrupção ativa praticado por Joesley e Wesley Batista consistente no oferecimento de vantagem indevida ou promessa de vantagem ao então procurador da República Marcello Paranhos de Oliveira Miller, para que em razão do cargo público que ora ocupava, orientar a condução desses investigados e de seu grupo de delatores da JBS S/A a obter nas melhores condições possíveis a formalização do procedimento de colaboração premiada bem como assessorar os irmãos Batista na condução do procedimento de leniência norte-americano", aponta o documento.

A PF informa que 'foram coletados indícios de que Joesley e Wesley cooptaram um agente público para lograr êxito numa colaboração premiada que lhes garantiu imunidade'.

"Trata-se de um fato criminoso gravíssimo que juntamente com os indícios de autoria e materialidade dos delitos de insider trading constituem o fundamento do pedido de prisão preventiva desses investigados. Assim, apesar de os crimes de corrupção ativa e passiva serem independentes e distintos, considerando que não são o objeto principal desses autos, trataremos como um único fato criminoso."

Os investigadores lembram que o caso JBS já levou à prisão um procurador da República, Ângelo Goulart, que supostamente recebia mesada de R$ 50 mil dos delatores da JBS para atuar como 'infiltrado' no Ministério Público Federal e passar a eles informações sensíveis de investigações sobre o grupo empresarial.

"É de conhecimento público que os investigados já cooptaram um procurador

da República, Ângelo Goulart Vilela, que supostamente mediante corrupção teria repassado informações sigilosas acerca de investigações envolvendo-os", segue o relatório da PF. "Desta forma, nãò se trataria da primeira vez. O que impressiona é o fato da cooptação de Marcelo Miller ocorrer num momento em que supostamente os investigados se apresentavam às autoridades públicas com uma proposta baseada fundamentalmente em um duplo alicerce: arrependimento, diga-se, dispostos a não mais delinquir, e propensos a 'colaborar' de forma efetiva (daí o termo do presente instituto) com apresentação de .provas que envolviam a participação de importantes agentes políticos no delito de corrupção."

O relatório indica que a suposta parceria entre a JBS e MIller se deu no momento crucial do acordo com a Procuradoria-Geral da República e faz referência expressa ao depoimento do diretor jurídico do grupo, Francisco de Assis e Silva.

"Antes de adentramos nas provas que remetem à participação indireta de Marcelo Miller nas negociações da colaboração premiada, importa registrar o que afirmou Francisco de Asiss e Silva quando inquirido sobre em que momento das negociações houve a sinaiização do benefício de não oferecimento da denúncia".

Assis e Silva fez referência à Ação Controlada, da Polícia Federal, com base na delação da JBS ?" os agentes filmaram o ex-assessor especial do presidente Michel Temer, pegando uma mala com 10 mil notas de R$ 50, um total de R$ 500 mil em propina supostamente paga pelo grupo. O destinatário seria o próprio presidente.

Ele voltou a falar do rol de vantagens no acordo com a Procuradoria. "QUE acredita que esta sinalização se deu na assinatura do pré acordo, no momento em que os colaboradores aceitam participar de um^procedimento de Ação Controlada, dentro do procedimento de colaboração premiada; QUE isto foi no dia 7 de abril, para participar da Ação Controlada foi exigido da Procuradoria-Geral da República que sinalizasse formalmente ao menos a intenção deste benefício da imunidade."

Segundo a PF, 'tal data, de acordo com o próprio advogado dos irmãos Batista seria um marco, o que significa afirmar que a influência exercida por terceiros até 7 de abril foi determinante para consecução deste objetivo já quase alcançado, com a posição favorável da PGR a depender de homologação no Supremo Tribunal Federal'.

O relatório informa, ainda, que o diretor jurídico declarou. "Marcello Miller integrou a sociedade do

escritório de advocacia Trench, Rossi, Watanabe Baker & Makenzie, que já prestava serviços para o grupo J&F, tanto no Brasil como no exterior em diversos outros casos."

A PF registra que, segundo Portaria 282 de 4 de março, Miller requereu sua exoneração, 'ao que houve publicação com efeitos a partir de 5 de abril'. "Há informações de que Marcelo Miller efetivamente trabalhou na

Procuradoria Geral da República com sede no Rio de Janeiro até o dia 4 de abril."

COM A PALAVRA, MARCELLO MILLER

Nota à imprensa

Marcello Miller esclarece que:

1) Repudia veementemente as insinuações e ilações feitas com base no conteúdo das gravações e mensagens divulgadas na imprensa. A defesa está esclarecendo o sentido e o contexto a todas as referências ao nome de Miller.

2) Reitera ainda que jamais fez jogo duplo e que não tinha contato com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nem se aproveitou de informações sigilosas de que teve conhecimento enquanto procurador. Ele também não atuou na Operação Lava Jato desde outubro de 2016 , na Operação Greenfield ou na Procuradoria da República no DF.

3) Não atuou em investigações ou processos relativos ao Grupo J&F nem buscou dados ou informações nos bancos de dados do Ministério Público Federal.

4) Pediu exoneração em 23/2/2017, tendo essa informação circulado imediatamente no MPF.

5) Não obstruiu investigações de qualquer espécie, nem alegou ou sugeriu poder influenciar qualquer membro do MPF.

6) Tem uma carreira de quase 20 anos de total retidão e compromisso com o interesse público e as instituições nas quais trabalhou.
Herculano
14/09/2017 09:54
MUITO A EXPLICAR, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Desde o começo desse incrível imbróglio, esperava-se que Rodrigo Janot, comprovadamente despreparado para o cargo que ocupa, pedisse demissão. Já que decidiu ficar, então que ao menos reconheça seus inúmeros erros

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que "nunca se viu, em toda a nossa história, tantas investigações abertas e tantos agentes públicos e privados investigados, processados e presos", razão pela qual resta à defesa dos implicados "tentar desconstruir, desacreditar a figura das pessoas encarregadas do combate à corrupção". Foi uma forma nada sutil de se referir às críticas que ele e sua equipe vêm sofrendo em razão do espantoso acordo de delação premiada com o empresário Joesley Batista e do açodamento das denúncias contra vários políticos e altas autoridades sem o devido embasamento. Segundo Janot, quando há uma grande ofensiva contra a corrupção como a que ele e outros procuradores da República conduzem, "muitas pernas tremem".

São palavras de quem, ele sim, precisa se defender. Ninguém no Brasil, salvo os criminosos, se opõe à luta contra a corrupção. Muito ao contrário: a Lava Jato e operações congêneres resultam da resolução dos brasileiros de atacar esse que é um dos principais flagelos nacionais. O que tem causado profundo incômodo é o messianismo dos que se julgam em uma cruzada moral contra os políticos em geral, comportamento que os induz a agir algumas vezes em desafio ao Estado de Direito, como se a causa justificasse o atropelamento da lei. Esse incômodo aumenta consideravelmente quando se observa que Janot tem sido incapaz de esclarecer as diversas dúvidas e suspeitas que surgiram sobre os procedimentos de integrantes da Procuradoria-Geral desde que veio à luz a bombástica delação de Joesley Batista.

Uma instituição como a Procuradoria-Geral, dedicada a defender a ordem jurídica, deveria ser a campeã da transparência. No entanto, o que se tem observado é que, dia após dia, surgem informações que indicam um comportamento reprovável de alguns de seus integrantes envolvidos nas nebulosas negociações do acordo com Joesley, sem que o procurador-geral tenha sido capaz de dar explicações plausíveis para isso. O máximo que consegue é dizer-se "ludibriado".

O caso mais célebre é o do ex-procurador Marcelo Miller, que, ao que tudo indica, orientou o Grupo J&F e o empresário Joesley Batista a elaborarem os acordos de leniência e de delação premiada quando ainda era integrante da Procuradoria-Geral e um dos principais assessores de Rodrigo Janot. O próprio Janot já admitiu a ação de seu ex-assessor e pediu a prisão de Miller, que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, indeferiu ?" embora, em seu despacho, tenha dito que são "consistentes" os indícios de que Miller praticou o delito de obstrução de Justiça.

A exótica decisão de Fachin é apenas mais um elemento carente de explicação numa história que causa espanto contínuo e progressivo ?" a começar pelo fato de que ela só veio à luz em razão do estranho acaso da entrega de uma gravação involuntária de Joesley Batista que, entre um drinque e outro, conta como se associou a procuradores para obter a desejada imunidade total.

Com esse novo escândalo, surgiram suspeitas de que, além de Marcelo Miller, ao menos outros dois procuradores, muito próximos de Rodrigo Janot, teriam atuado em favor de Joesley. Recorde-se, a propósito, que um outro procurador chegou a ser preso, em maio, sob acusação de ser informante de Joesley.

Ou seja, há robustas razões para cobrar de Janot esclarecimentos sobre o que se passa no Ministério Público sob sua chefia. De nada adianta dizer-se enganado. É preciso que o procurador-geral pare de insultar a inteligência dos cidadãos ?" como quando disse que conversou apenas sobre "amenidades" ao ser flagrado em encontro fora da agenda, atrás de engradados de cerveja num botequim de Brasília, com um dos principais advogados de Joesley na véspera da prisão do empresário.

Desde o começo desse incrível imbróglio, esperava-se que Janot, comprovadamente despreparado para o cargo que ocupa, pedisse demissão. Já que resolveu ficar, então que ao menos reconheça seus inúmeros erros, que tanto custaram ao País, em vez de maliciosamente atribuir a seus críticos a pecha de inimigos da Lava Jato.
Sidnei Luis Reinert
14/09/2017 08:37
O verdadeiro Lula ataca novamente, e Temer aguarda a hora da verdade com flechada final de Janot


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
"Eu jamais mentiria para vocês. Prefiro a morte do que passar para a História como mentiroso". Esta foi a mais espetacular frase de Luiz Inácio Lula da Silva no comício realizado ontem, no centro de Curitiba, logo após o depoimento ao juiz Sérgio Moro. Alvo de nove denúncias do Ministério Público Federal, e já condenado em uma delas em primeira instância, Lula voltou a insistir que disputará o Palácio do Planalto em 2018: "Se eles estão com medo de que eu possa voltar a me candidatar, é bom eles terem medo porque eu vou provar que a gente vai consertar este País".
O mais curioso da festinha curitibana de Lula é um fato dificilmente perceptível pela análise midiática convencional. A maior parte da infraestrutura do ato público para uma mini platéia de 3 mil seguidores profissionais foi fornecida pela Copel ?" a companhia estatal de energia paranaense. Qual teria sido o motivo da cortesia fornecida pelo governo do Estado comandado pelo PSDB? Teria sido um gesto de solidariedade a Lula do governador Beto Richa ?" um tucano que é alvo de várias suspeitas de corrupção, incluindo o crime hediondo de mal uso dos recursos para a merenda das crianças? Mistério...
Sentado pela segunda vez na 13ª Vara do Moro, Lula foi patético na vã tentativa de desqualificar as denúncias de Antônio Palocci Filho contra o PT e seu líder máximo: "Ouvi atentamente o depoimento do Palocci, uma coisa quase que cinematográfica, quase que feita por um roteirista da Globo. 'Você vai dizer tal coisa, os lides são estes'. Prepararam alguns lides para ele dizer, e ele foi dizendo, falando, lendo alguma coisa. Eu conheco o Palocci bem. Se o Palocci se não fosse um ser humano, ele seria um simulador. Ele é tão esperto que é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade. É médico: calculista e frio".
Por falar em frio e calculista, o Rodrigo Janot lança hoje a sua flechada final contra Michel Temer e o PMDB. Animado porque o Supremo Tribunal Federal, por unanimidade de nove votos, negou a suspeição do Procurador-Geral de saideira para processar o Presidente da República, Janot fará nova denúncia contra Temer por crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça. A cúpula do PMDB também será atingida pela flechada derradeira. As flechas são a delação premiada do doleito Lúcio Bolonha Funaro. Mas a "colaboração" questionada da J&F também poderá servir de munição, já que o STF resolveu adiar, para semana que vem, o julgamento sobre a validade do uso das delações.
Ontem, na goleada de 9 a zero contra Temer, o decano ministro Celso de Mello chamou atenção para dois fatos importantíssimos. Primeiro que a Constituição Federal garante a presunção da inocência até o trânsito em julgado de todos os recursos de uma ação penal ?" o que pode indicar uma tendência do STF em modificar o entendimento sobre a autorização para prisão após sentença de órgão colegiado em segunda instância (que é inconstitucional). Segundo, Celso Mello ressaltou que "colaborações premiadas" não são provas, mas instrumentos para buscar provas, o que pode abrir uma brecha para salvar, futuramente, a pele de muitos corruptos profissionais do setor público brasileiro...
Como será que o polêmico Gilmar Mendes votará em tal questão? Ontem, ele resolveu não aparecer para votar a arquição de suspeita contra Janot feita pela defesa de Temer. O motivo da ausência não ficou claro... O certo é que, segunda-feira que vem, Gilmar se livra do desafeto, com a posse de Rachel Dodge no comando da PGR. Gilmar foi um dos ardorosos defensores da escolha de Dodge por Michel Temer... Mas isto quer dizer nada. Não será fácil para Dodge interromper o ritmo de "flechadas" contra corruptos, pois ainda há muita coisa para apurar e denunciar nas lava jatos da vida.

O relevante é que a hora da verdade se aproxima no Brasil. De tanto levar flechada do operador, o peito de Temer parece sabe o quê? Que ele é um Presidente da República desmoralizado e que pode ser descartado, assim que o Congresso cumprir a promessas das reformas que os deuses do mercado tanto desejam. A coisa segue em ritmo de incerteza... Por isso, não vai ser fácil Temer resistir... A não ser que Rachel Dodge puxe o freio ?" o que maioria da sociedade brasileira não deseja que aconteça...

A única coisa certa é que a guerra de todos contra todos continua e tende a se agravar... Quem vai sobreviver? Lula, Temer & Cia tentarão o milagre... A maioria do povo brasileiro está perdendo a paciência... E a História recomenda que nunca é bom brincar com o fogo da insatisfação popular em ritmo de revolta... As pré-condições para a inédita Intervenção Institucional vão amadurecendo... Os "Geddeis" da vida que se cuidem...
Herculano
14/09/2017 07:42
AS UNIVERSIDADES FEDERAIS SE DIZEM QUEBRADAS, CULPAM O GOVERNO PELA CRISE, MAS NA VERDADE SÃO MAL GERIDAS POR GENTE ENTENDIDA E NA MAIORIA DOS CASOS, SONHADORES DE ESQUERDA ONDE O DINHEIRO SEM LIMITE DOS PESADOS IMPOSTOS CAI DO CÉU

ALÉM DA MÁ GESTÃO, DO SONHO, HÁ DESVIOS E ROUBOS. VEJA A MANCHETE DESTA QUINTA-FEIRA: POLÍCIA FEDERAL PRENDE REITOR DA FEDERAL DE SANTA CATARINA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Júlia Affonso e Fausto Macedo, da sucursal de Brasília. A Polícia Federal, em trabalho conjunto a Controladoria Geral da União e ao Tribunal de Contas da União, deflagrou nesta quinta-feira, 14, a Operação Ouvidos Moucos. O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier de Olivo, foi preso na ação contra um esquema que supostamente desviou recursos para cursos de Educação a Distância (EaD).

Em nota, a PF informou que cerca de 105 policiais federais cumprem mandados judiciais expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal em Santa Catarina, sendo 16 mandados de busca e apreensão, 7 mandados de prisão temporária e 5 mandados de condução coercitiva, além do afastamento de 7 pessoas das funções públicas que exercem. Os mandados estão sendo cumpridos em Florianópolis/SC, Itapema/SC e Brasília/DF.

As investigações começaram a partir de suspeitas de desvio no uso de recursos públicos em cursos de Educação à Distância oferecidos pelo programa Universidade Aberta do Brasil ?" UAB na UFSC. A operação policial tem como foco repasses que totalizam cerca de R$ 80 milhões. Foi identificado que docentes da UFSC, empresários e funcionários de instituições e fundações parceiras teriam atuado para o desvio de bolsas e verbas de custeio por meio de concessão de benefícios a pessoas sem qualquer vínculo com a Universidade. O programa UAB foi instituído em 2006 pelo Governo Federal com o objetivo de capacitar prioritariamente professores da rede pública de ensino em regiões afastadas e carentes do interior do país.

No total serão cumpridas 7 buscas e apreensões em setores administrativos da Universidade Federal de Santa Catarina e de Fundações constituídas para o fomento às atividades de ensino, pesquisa e extensão acadêmica. Também ocorrem 9 buscas e apreensões em endereços residenciais de docentes, funcionários e empresários.

Um dos alvos da ação dos policiais é um depósito de documentos ainda não analisados pelos órgãos de fiscalização localizado na região norte da ilha, distante do campus da UFSC. A Justiça Federal determinou ainda que a unidade central da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior ?" Capes, em Brasília/DF, forneça imediatamente à PF acesso integral aos dados dos repasse para os programas de Ead da UFSC.

Os indícios sob investigação apontam que professores, especialmente docentes do Departamento de Administração (um dos que recebe a maior parcela dos recursos destinados ao Ead da UFSC); funcionários das instituições e fundações parceiras; bem como empresários ligados às fraudes tenham atuado em conjunto para desviar valores repassados pela Capes à UFSC. Em alguns casos, bolsas de tutoria foram concedidas até mesmo a pessoas sem qualquer vínculo com as atividades de magistério superior em Ead, inclusive parentes de professores que integravam o programa receberam, a título de bolsas, quantias expressivas, além disto também foram identificados casos de direcionamento de licitação com o emprego de empresas de fachada na produção de falsas cotações de preços de serviços, especialmente para a locação de veículos. Num dos casos mais graves e mais bem documentados pelos investigadores, professores foram coagidos a repassar metade dos valores das bolsas recebidas para professores envolvidos com as fraudes.

Os alvos da Operação Ouvidos Moucos são investigados pelos crimes de Fraude em licitação, Peculato, Falsidade documental, Estelionato, Inserção de dados falsos em sistemas e Organização Criminosa.

Além dos crimes pontuais identificados na UFSC, a investigação revelou ainda uma série de vulnerabilidades nos instrumentos de controle e fiscalização dos repasses efetuados pela Capes no âmbito do programa Universidade Aberta do Brasil. Também chamou a atenção dos policiais a pressão que a alta administração da UFSC exerceu sobre integrantes da Corregedoria da Universidade que realizavam internamente a apuração administrativa, o que resultou na prisão de um integrante da alta gestão da instituição.

Instituição de excelência, a UFSC é considerada em alguns rankings uma das 10 melhores do Brasil, a universidade possui cerca de 40 mil alunos e mais de 1500 professores, quando somados docentes, discentes, funcionários, terceirizados e outros, mais de 50 mil pessoas circulam pelos 5 campi da instituição diariamente.

Ouvidos Moucos

O nome da operação faz referência à desobediência reiterada da gestão da UFSC aos pedidos e recomendações dos órgãos de fiscalização e controle.
Herculano
14/09/2017 07:31
JANOT FINALIZA DENÚNCIA CONTRA TEMER E O ACUSA DE DOIS CRIMES

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Talita Fernandes, da sucursal de Brasília. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, concluiu nesta quarta-feira (13) a nova denúncia contra o presidente Michel Temer.

A Folha apurou que o peemedebista será acusado dos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.

A peça tem de mais de 200 páginas e a previsão é que seja apresentada até o fim da tarde desta quinta-feira (14) ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Além do presidente, Janot citará a cúpula do PMDB da Câmara, alvo do relatório da Polícia Federal entregue ao Supremo na segunda (12). Nem todos serão acusados sob a suspeita de mais de um crime.

O documento da PGR tem como base as delações de executivos da JBS e do corretor de valores Lúcio Funaro, que teve delação premiada homologada.

De acordo com pessoas próximas às investigações, as acusações contra Temer foram fortalecidas com dados fornecidos por Funaro à Procuradoria.

Esta é a segunda denúncia contra o peemedebista apresentada por Janot com base na delação de executivos da JBS, hoje pivô de uma crise que levou dois colaboradores, Joesley Batista e Ricardo Saud, à prisão.

A colaboração de ambos foi suspensa pelo ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo, mas Janot já declarou que isso não invalida as provas obtidas.

O crime de obstrução de Justiça é caracterizado pela PGR no episódio em que Temer, segundo Janot, deu aval para Joesley comprar o silêncio de Funaro e Eduardo Cunha, ambos presos pela Lava Jato.

A organização criminosa está na atuação do chamado "quadrilha do PMDB da Câmara". A PF aponta Temer como tendo o "poder de decisão" no grupo.

O presidente nega as acusações.

O mandato de Janot à frente da PGR termina neste domingo (17). No seu lugar, assumirá Raquel Dodge, indicada por Temer.

PROVAS EM XEQUE

A primeira denúncia, por corrupção passiva, foi barrada no início de agosto pela Câmara.

A nova acusação deve ser submetida novamente aos deputados. Por determinação da Constituição, o caso só será analisado pelo STF se ao menos 342 parlamentares concordarem. Caso contrário, o processo é suspenso até que Temer deixe a presidência.

A denúncia pode demorar para ser enviada à Câmara porque o Supremo adiou nesta quarta a discussão sobre a validade das provas da delação da JBS em meio ao episódio da suspensão da delação.

A nova acusação contra Temer chegará num momento em que o acordo de colaboração da JBS foi colocado em xeque.

O centro da crise é uma gravação, datada de 17 de março, em que Joesley Batista, dono da JBS, e o executivo Ricardo Saud indicam possível atuação de Marcello Miller no acordo de delação quando ainda era procurador ?"ele deixou o cargo oficialmente em 5 de abril. O áudio foi entregue pelos delatores no dia 31 de agosto.

Para a equipe de Janot, houve patente descumprimento de dois pontos de uma cláusula do acordo de delação que tratam de omissão de má-fé, o que justificaria rever os benefícios.

Joesley alega que foi apresentado a Miller por Francisco de Assis e Silva, advogado da empresa e também delator, porque estava à procura de alguém para a área de anticorrupção da empresa.

Os delatores argumentam que apenas consultaram Miller em linhas gerais sobre o processo de delação e que acreditavam que ele já havia saído da PGR.

O ex-procurador pediu o desligamento do Ministério Público Federal no dia 23 de fevereiro, mas a saída foi oficializada em 5 de abril.

Para a PGR, há indícios de que Miller tenha cometido o crime de exploração de prestígio, além da possibilidade de ter sido cooptado pela organização criminosa composta pelos executivos da JBS, "passando, em princípio, a integrá-la".

Joesley e Saud tiveram prisão decretada por Fachin. O pedido de prisão de Miller foi negado pelo ministro. O ex-procurador nega as irregularidades e diz que não usou o cargo público para favorecer a JBS.
Herculano
14/09/2017 07:27
CÁRMEN SE REÚNE COM VICE DE JANOT: ELA DEIXA CLARO QUE NÃO VÊ CONDIÇÕES PARA OUTRA DENÚNCIA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

A muitos acabou escapando que o Supremo tinha uma segunda votação nesta quarta: uma questão de ordem pedindo a suspensão de eventual nova denúncia contra o presidente Michel Temer. E, nesse caso, já afirmei aqui, que não se esperasse nada parecido com unanimidade havida no pedido de suspeição.

A suspensão se sustenta nas múltiplas evidências, reconhecidas, em parte, inclusive pelo próprio Janot, de que os "colaboradores" da JBS omitiram informações e manipularam o processo de delação. Também se adensam as evidências de que membros do MPF atuaram de forma ilegal nos bastidores. O caso mais escandaloso é o do ex-procurador Marcelo Miller. Por óbvio, cabe a questão; dados o que se sabe e o que próprio procurador-geral admite, a suspensão não será ao menos um ato de prudência?

Mais: nas heterodoxias sem fim de Janot, sabe-se que não há um segundo inquérito. Na verdade, o caso "Lúcio Funaro", que ancoraria a nova denúncia de Janot, está pendurado no mesmo inquérito que trata das delações dos irmãos Batista e sua turma. É uma lambança! Atenção! O fato de os ministros terem rejeitado a suspeição de Janot não implica que rejeitem também a suspensão de eventual nova denúncia. De toda sorte, este blog apurou que a ministra Cármen Lúcia atua nos bastidores para ver se evita a votação.

E qual é a melhor maneira se obter o que deseja? Simples; basta Janot se abster de apresentar a nova denúncia.

De todos os ministros que estão furiosos com a atuação de Janot, a que se sente mais injuriada é Cármen Lúcia. Começam a circular nos bastidores coisas do balacobaco, ditas pelos bandidos premiados, sobre ministros do Supremo. Cedo ou tarde, as barbaridades virão à Luz. Não faltam nem mesmo aleivosias e baixarias contra os ministros no campo, digamos, comportamental, de alcova. São coisa aberrantes, falsas, mas que vão constranger muita gente.

Mais: sabe-se que José Eduardo Cardozo, por exemplo, fez, sim, a sua leitura pessoal sobre cada ministro. Tudo é muito constrangedor.

Nesta quarta, como vimos, Nicolao Dino, vice-procurador-geral, representou Rodrigo Janot na sessão que julgou a sua suspeição. Estava lá em lugar do titular, com a tarefa óbvia de defendê-lo. Nota: se quisesse, Janot poderia ele mesmo ter assumido a tarefa. Mas sempre terá mais credibilidade uma defesa feita por terceiros quando cotejada com o elogio em boca própria.

Muito bem! Cármen Lúcia e todo o Supremo acham que cobras e lagartos aparecerão. E que esses bichos vão acabar levando para o esgoto a nova denúncia contra Temer. Há o risco de o tribunal se negar a suspender um processo que acabará, depois, suspenso pelos fatos. E, por isso, a presidente do Supremo se reuniu, a convite seu, a portas fechadas, com Dino ?" que, reitere-se, valia ali por Janot.

Este blog apurou que a ministra deu a entender ao vice-procurador ?" para que este dê a entender a Janot ?" que a apresentação, agora, de uma nova denúncia, a quatro dias de deixar o cargo, traz turbulências desnecessárias. Gera muito calor e nenhuma luz. Cármen, na verdade, quer evitar a sessão que abordaria a suspensão. Ela pretende que não haja o que suspender até que não se conheçam todos os fatos sórdidos dessa história.

E o fio desencapado hoje atende pelo nome de Marcelo Miller. Na avaliação da ministra, o melhor que o procurador-geral tem a fazer é encerrar em paz o seu mandato, deixando para a sua sucessora eventuais decisões sobre a nova denúncia.

Nunca ninguém perdeu dinheiro apostando na irresponsabilidade de Janot. Ou ele não teria conduzido a coisa a tal situação-limite. Mas ele sabe, também, que sua situação se torna mais grave a cada hora. Ainda voltarei a esse ponto.
Herculano
14/09/2017 07:24
HORA DE ENTERRAR AS CARNES PODRES, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

O BNDES deve vender a participação que tem na empresa dos encanados Batista, a JBS. É o que escreveu o presidente do bancão estatal de investimento, Paulo Rabello de Castro, em sua conta no Twitter, nesta quarta-feira (3).

"Chegou a hora de o BNDES resgatar os investimentos de todos nós brasileiros na JBS", escreveu "@PRabello".

Por que apenas a JBS? O BNDESPar, empresa de investimentos do BNDES, tem participações em outras três dúzias de companhias.

Nenhuma é encrenca financeira ou criminal do tamanho da JBS (ou, mais importante no caso, nenhuma colocou uma corda no pescoço de Michel Temer). Ainda assim.

As relações entre Estado e empresa apodreceram ao ponto de se terem tornado outra vez uma ameaça ao que temos ou nos resta de política democrática. Para fazer um resumo ameno, o conluio das castas políticas, burocráticas e empresariais resultou em:

1) Corrupção geral das instituições, que muito contribuiu para a catástrofe dos últimos quatro anos;

2) Endividamento extra e letal do governo, da ordem de meio trilhão de reais, afora perdas com subsídios, uns 10% do PIB, tudo somado, por baixo;

3) Transferências maciças de renda para os mais ricos dos mais ricos;

4) Concentração da propriedade da grande empresa, formação de oligopólios;

5) Centenas de bilhões em investimentos improdutivos; incentivos maciços para empresas investirem em "relações institucionais" (do lobby ao suborno), não em produtividade.

Em suma, não deu certo. É preciso passar um trator nisso tudo, limpar o terreno, apartar Estado e empresa até pelo menos que "todos nós brasileiros" retomemos o controle sobre as instituições de governo do Brasil.

O BNDES foi o braço forte financeiro da formação desses conglomerados, os maiores deles apenas aglomeração ou associação de bandidos (Petrobras, maior empresa do país; JBS, segunda maior; Odebrecht, sétima etc.).

Não importa aqui se o BNDES foi ou não corrompido. O BNDES azeitou o funcionamento de um sistema corrupto.

Bancos estatais, que já haviam vitaminado algumas privatizações porcas dos anos FHC, se transformaram de vez em banqueiros da conglomeração nos anos Lula e Dilma.

Financiaram fusões, aquisições, salvações de empresas de telecomunicações, carnes, celulose, petroquímica, bancos, construção civil, combustíveis, farmácia, softwares ou calçados, como tantas vezes se escreveu nestas colunas. Das 50 maiores empresas do país, o governo é dono ou sócio de 22.

O governo à cata desesperada de dinheiro quer reaver mais cedo as centenas de bilhões que colocou no BNDES.

Por que não dar fim do BNDESPar? A empresa tem uns R$ 60 bilhões em participações societárias. Não é o caso de liquidar tudo isso agora em um feirão, claro. Há bons economistas e advogados para fazer um programa de venda rentável e sem picaretagens.

É possível imaginar os motivos pelos quais um banco qualquer teria uma carteira de ações. É mais fácil perceber por que um banco estatal brasileiro desta segunda década do século 21 não deveria estar nesse negócio.

Não deu certo, é um dos motivos da catástrofe que nos desgraça faz quatro anos, que "todos nós brasileiros" vamos levar uma década consertando, se tudo der certo.
Herculano
14/09/2017 07:21
PREVIDÊNCIA CUSTA R$16 MIL POR SEGUNDO AO PAÍS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Estudos realizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) mostram que o rombo da Previdência é muito mais alarmante do que admitem políticos e corporações de servidores: custa ao contribuinte R$16 mil por segundo, R$981,5 mil por minuto, R$58,9 milhões por hora, R$1,4 bilhão por dia. De segunda a segunda. A cada 14 horas, a previdência consome mais que o PSG pagou pela compra do craque Neymar.

CONTA IMPAGÁVEL
Mesmo que todas as dívidas previdenciárias fossem quitadas pelas empresas devedoras, o rombo continuaria a aumentar.

PODE ESQUECER
O TCU estima dívida de R$426 bilhões de empresas. Grandes dívidas, como das falidas Varig e Transbrasil, são de recebimento impossível.

COBRANÇA DIFÍCIL
Os débitos cuja cobrança é mais factível somam R$10 bilhões. E cobririam apenas quatro dias de custos da previdência, diz o TCU.

DÉFICIT
Em 2016, a previdência arrecadou R$364 bilhões para pagar R$516 bilhões. O rombo de R$152 bilhões aumentou em 59,7% desde 2015.

TEMER NÃO SABIA QUE O BB ESTÁ SAINDO DE PORTUGAL
A direção do Banco do Brasil não informou o presidente Michel Temer de sua nova "estratégia de negócios", que passa pelo fechamento de suas agências em Portugal. Temer tomou conhecimento do fato ao ler esta coluna. O BB é um dos principais símbolos da presença brasileira em território português. Serão fechadas em 6 de novembro as agências em Lisboa e no Porto. A saída do BB provocou protestos em Portugal.

AU REVOIR, PARIS
Os clientes do BB em Paris também já estão sendo informados de que em breve também haverá "descontinuidade" de sua operação francesa.

CONFIRMAÇÃO OFICIAL
Ministro próximo a Michel Temer informou que ele não sabia da saída do BB de Portugal, fato confirmado pela Secretaria de Comunicação.

TUDO ENCAMINHADO
Funcionários do BB em Paris têm indicado bancos para os clientes levarem suas contas. Em Portugal, a opção é pelo banco postal CTT.

DESINTELIGÊNCIA
Em vez de se defender perante o juiz, de acordo com as acusações dos autos, Lula, mal orientado, optou outra vez pelo discurso político, fustigando quem vai decidir por quantos anos ele ficará preso.

SOU MAIS FRANCENILDO
No interrogatório, Lula disse que teve de demitir Antônio Palocci porque "ministro da Fazenda não pode ficar brigando com caseiro". Referia-se a Francenildo Costa, o caseiro que denunciou a Mansão de Ribeirão Preto, casa de tolerância e negociatas mantida pelo PT em Brasília.

SE ARREPENDIMENTO MATASSE...
Ex-presidente da Câmara e deputado por onze mandatos, Henrique Eduardo Alves chora todos os dias, no cárcere. E não há um dia em que não desabafe seu arrependimento da ligação a Eduardo Cunha.

MAZLOUM: PGR ERROU
O juiz federal Ali Mazloum, entusiasta do instituto da delação premiada, acha que a Procuradoria Geral da República errou feio no acordo com Joesley et caterva. A começar pelo fato de a lei, segundo explicou, não prever acordo de colaboração com chefes de organização criminosa.

VAI QUE...
Era lorota o lançamento da candidatura do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) a presidente, em 2018. Mas o boato fez a Bolsa bater recordes. Alô, MP: alguém ganhou dinheiro com esse balão de ensaio?

SOBROU PRA TAQUÍGRAFA
Após menosprezar o caseiro, Lula se referiu com desprezo à taquígrafa da Justiça no Paraná, coitada: "Vou repetir para o sr. [Moro] com todas as letras; se essa moça [a taquígrafa] vai escrever, eu não sei".

QUE VERGONHA, SENHORES
Apesar da duríssima crise, vereadores de Sobral (CE) aprovaram a criação do 13º salário para eles próprios. Cada um vai levar R$12,5 mil a mais, em dezembro. Conta total do contribuinte: R$250 mil por ano.

ESTREIA POTIGUAR
Esta coluna estreou no Agora Jornal, de Natal, diário líder no mercado do Rio Grande do Norte. É o 44º diário a reproduzir a coluna, em 25 Estados brasileiros.

PERGUNTA NA FILA DO DESEMPREGO
De que vivem os "trabalhadores" que foram a Curitiba no interrogatório de Lula, em dia de batente? Do imposto sindical?
Herculano
14/09/2017 07:08
O REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, LUIZ CARLOS CANCELIER, FOI PRESO ESTA MANHÃ PELA POLÍCIA FEDERAL, ACUSADO DE DESVIAR DINHEIRO DOS CURSOS À DISTÂNCIA

MANDADOS DE PRISÃO ESTÃO SENDO CUMPRIDO EM FLORIANóPOLIS, ITAPEMA E BRASÍLIA
Herculano
14/09/2017 07:04
POR MAIS QUE SE QUISESSE CRITICAR JANOT, SUSPEIÇÃO SERIA INCABÍVEL, por Marcelo Coelho, no jornal Folha de S. Paulo

A primeira surpresa, na sessão desta quarta (13) do Supremo Tribunal Federal, veio do ministro Alexandre de Moraes, ex-ministro da Justiça de Michel Temer, tido como seu aliado até agora.

Também ele rejeitou o pedido de Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado de Temer, no sentido de considerar Rodrigo Janot "suspeito" para apresentar investigações e denúncias contra o presidente da República.

Foi um massacre ?"do qual não participou Gilmar Mendes, o mais ferrenho crítico do procurador-geral da República no STF.

A questão não era difícil. Um juiz, e por extensão, um membro do Ministério Público, podem ser considerados suspeitos ou impedidos de participar num processo. A lei prevê condições claras para que isso aconteça.

Mas qual lei? A única divergência entre os ministros se abriu nesse ponto. Para o relator do caso, Edson Fachin, questões sobre o procurador-geral da República devem ser reguladas pelo regimento interno do Supremo Tribunal Federal. Mas a maioria do STF considerou que a lei a ser seguida é o próprio Código do Processo Penal.

Ali, está estabelecido que será "impedido" o juiz ou o promotor que, por exemplo, for parente ou cônjuge do réu, ou que já tiver atuado no processo em outra ocasião, como advogado ou juiz em diferente instância.

"Suspeição" é matéria um pouco mais subjetiva. Seria necessário ver indícios de "amizade íntima" ou "inimizade capital" entre acusado e acusador, entre réu e juiz. Também se levanta a eventualidade de um juiz ou promotor terem aconselhado o possível réu sobre como se conduzir no processo.

Para a defesa de Temer, existiam esses dois motivos. Janot persegue Temer; falou, por exemplo, nas "flechadas que estava disposto a desferir contra ele.

Só uma metáfora, consideraram os ministros do STF. Janot estava dizendo apenas que, enquanto houver elementos e evidências de crime, continuará exercendo sua função constitucional.

De resto, era uma frase que se pode aplicar a qualquer suspeito; não visava a pessoa específica de Michel Temer.

Havia outro argumento: um subordinado de Janot, Anselmo Lopes, teria dado conselhos à defesa de Joesley Batista sobre como fazer um acordo de delação premiada.

Novamente o plenário do STF considerou o argumento insuficiente. A suspeição teria de incidir sobre o comportamento individual de Janot, que não tem como responder, nesse caso, pelo que seus assessores façam ou deixem de fazer. De resto, o argumento se baseava apenas em matéria jornalística.

Por mais que se quisesse criticar Janot, não haveria como aceitar o pedido de suspeição.

Restava um segundo recurso apresentado pela defesa de Temer ?"e também por Cezar Bittencourt, advogado de Rodrigo Rocha Loures.

Contestava-se todo o acordo de delação premiada dos donos da J&F. Para a defesa de Temer, seria necessário que o STF determinasse a suspensão de qualquer nova denúncia contra o presidente. Era necessário investigar, por exemplo, as ligações de Marcelo Miller, na época assessor de Janot, com Joesley.

O advogado de Rocha Loures foi mais longe, insistindo na tese de que toda a conversa entre Joesley e Temer, no Palácio do Jaburu, não passava de armação.

Foi Marco Aurélio Mello quem reagiu mais vivamente. Nunca vi, disse ele, alguém pedir ao STF que impeça futuras ações do Ministério Público. Gilmar Mendes contradisse o seu colega.

Mariz de Oliveira disse que não queria impedir ninguém de atuar, mas apenas que, numa eventual denúncia, o STF a rejeitasse caso as circunstâncias da delação não tivessem sido investigadas a fundo.

Como contestar as provas de uma acusação, antes mesmo que esta seja formalizada? Seria esta a hora adequada para esse debate? A sessão foi suspensa, com essa pergunta no ar
Herculano
14/09/2017 07:00
LULA NÃO FALOU PARA MORO, MAS PARA AS CÂMERAS, por Josias de Souza

Colecionador de processos, Lula foi denunciado nove vezes pela Procuradoria. Seis dessas denúncias viraram ações penais. Numa delas, foi condenado por Sergio Moro a nove anos e meio de cadeia. Com uma rotina penal tão intensa, o ex-presidente petista pode estar, paradoxalmente, ganhando uma nova razão para se manter ativo e retirar proveito de sua degeneração moral. Lula tornou-se um réu cenográfico. Nesta quarta-feira, não prestou propriamente um depoimento para o juiz da Lava Jato. Exibiu uma encenação para as câmeras da sala de audiências da Justiça Federal de Curitiba.

Ciente de que tudo seria divulgado, Lula pareceu desta vez mais preocupado em oferecer uma boa atração para quem o assistisse posteriormente na internet ou nos telejornais. Não conseguiu se defender. Ao contrário, consolidou a segunda condenação que Moro logo enfiará no seu prontuário. Elevou, porém, sua cotação artística. Intercalou uma irritação ensaiada com uma certa hipocrisia assumida. Coisa de quem sabe que seu enredo não sobrevive a um detector de mentiras. Mas agrada aos devotos que ainda o amam a ponto de enxergá-lo como um santo.

Lula foi ouvido na ação em que é acusado de receber R$ 13 milhões em propinas da Odebrecht. A verba veio na forma da aquisição de um apartamento vizinho de porta da cobertura onde mora o réu, em São Bernardo, e da compra de um terreno onde seria instalado o Instituto Lula. Na semana passada, o grão-petista Antonio Palocci, candidato a delator-companheiro, confirmara todas as acusações. Pior: dissera que Lula havia celebrado um "pacto de sangue" com a Odebrecht. Em troca de vantagens à construtora, amealhou um pacote de propinas de R$ 300 milhões para si e para o PT.

Indefeso, Lula portou-se como se tivesse a exata noção de que sua condição de mito está em via de se tornar apenas patrimônio artístico. Nada que possa ser legado aos netos. Mas o suficiente para compartilhar com seus fieis e cúmplices. Livrou-se de Palocci como quem afasta uma barata com o bico do sapato. Soou como se recitasse um texto decorado: "Eu vi atentamente o depoimento do Palocci. Uma coisa quase que cinematográfica, conheço o Palocci bem. O Palocci, se não fosse ser humano, seria um simulador. Ele é tão esperto que é que é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade. O Palocci é médico, calculista, é frio."

Moro cutucou: "Nada daquilo é verdadeiro?" E Lula: "Nada é verdadeiro. A única coisa que tem verdade ali é ele dizer que está fazendo a delação porque quer os benefícios da delação. Ou quem sabe ele queira um pouco do dinheiro que vocês bloquearam dele." Com dois parágrafos, Lula reescreveu sua história, criando uma ficção sem Palocci. No mundo real de Lula, Palocci foi, nos últimos 15 anos, um escudeiro providencial. Era uma espécie de Sancho Pança de algibeiras cheias, cujo papel principal era fazer a interlocução do pagé do PT com a caciquia do empresariado.

Uma representante da Procuradoria recordou ao depoente: "O senhor Emílio Odebrecht, no depoimento prestado aqui ao juízo, informou que o senhor credenciou Antonio Palocci para ser a pessoa com quem a empresa faria contato via Marcelo Odebrecht e, no momento anterior a Marcelo Odebrecht, a Pedro Novis. Que o senhor credenciou Antonio Palocci?"

Lula atalhou a procuradora: "Posso responder? O Palocci não era da direção do PT, o Palocci não era tesoureiro de campanha, portanto o Palocci não cuidava de dinheiro. Ora, se alguém se apresentava para algum empresário utilizando o meu nome, é outros quinhentos, é uma outra ação que vocês vão ter que mover contra quem se aproveitou do meu nome. Mas nunca foi dada autorização ao Palocci, a quem quer que seja, para negociar recursos com qualquer empresário neste país."

Até os porteiros da sede do PT sabem que uma das funções de Palocci era livrar Lula de cuidados banais, como as necessidades financeiras. Afinal, não se pode esperar que quem veio ao mundo pra salvar o Brasil se ocupe também de contactar a Odebrecht para pagar os seus confortos. No fundo, vem daí a impressão de Lula de que está sendo injustiçado por investigadores e magistrados mesquinhos, incapazes de perceber que todo o dinheiro movimentado ao seu redor, viesse de onde viesse, não era mais do que o merecido.

Palocci reconheceu ter participado da negociação para a aquisição do terreno para o Instituto Lula. Sergio Moro esfregou no nariz de Lula uma "mensagem eletrônica". Indagou: O e-mail "não confirma o envolvimento do sr. Palocci nessa negociação?" Ao desconversar, Lula insinuou que o criminoso é seu ex-Sancho Pança: "?É problema dele se ele estava envolvido ou não. Só não quero que ele me envolva. Se ele está envolvido, se ele cometeu ilícito, ele que diga que cometeu."

Manifestando-se por meio de uma nota dos seus advogados, Palocci traduziu Lula: ''Enquanto o Palocci mantinha o silêncio, ele era inteligente e virtuoso. Depois que resolveu falar a verdade, passou a ser tido como calculista e dissimulado. Dissimulado é ele, que nega tudo o que lhe contraria e teve a pachorra de dizer que se encontrava raramente com o Palocci a cada 8 meses.'' Essa briga tem enorme interesse público. Se pudesse, Moro talvez tivesse parafraseado Michel Temer: "Tem que manter isso, viu?"

Quanto ao apartamento vizinho ao seu, Lula reconhece que ocupa. Mas nega que seja o proprietário. Sustenta que apenas alugou o imóvel. O contrato foi assinado pela ex-primeira-dama Marisa Letícia. O suposto dono, Glauco da Costa Marques, é um "investidor" misterioso, providenciado por um amigão de todas as horas: o pecuarista José Carlos Bumlai. Ouvido no processo, Glauco declarou que não recebia aluguel da família Lula da Silva. Só começaram a lhe pagar depois que o pecuarista Bumlai foi preso pela Lava Jato.

"O senhor ex-presidente sabe explicar como foi pago o aluguel desse imóvel a partir de fevereiro de 2011?", quis saber Sergio Moro. Lula transferiu a resposta para um cadáver: "A dona Marisa ficou com a responsabilidade de fazer o contrato e acertar aluguel, condomínio, IPTU, e outras coisas da casa. Era tudo ela que fazia."

Não podendo interrogar a morta, o juiz insistiu com Lula: "O senhor Glauco da Costa Marques foi ouvido aqui em juízo e declarou que somente começou a receber o pagamento do aluguel do imóvel a partir do final de 2015, logo após a prisão do senhor José Carlos Bumlai, essa é a informação dele. O senhor ex-presidente tinha informação disso?"

Lula, como de hábito, não sabia: "Fiquei surpreso com o depoimento dele, porque nunca chegou a mim qualquer reclamação de que não se estava pagando aluguel. Porque ele declarava no Imposto de Renda dele que pagava aluguel, e eu declarava no meu Imposto de Renda que a dona Marisa mandava pro procurador o pagamento do aluguel."

Moro não desistiu: "O senhor ex-presidente tem recibos dos pagamentos desses alugueis?" E Lula, com a firmeza de um pote de gelatina: "Tem recibo, deve ter, posso procurar com os contadores para saber se tem." O juiz soava mais incômodo do que maquininha de dentista: "Salvo engano do juízo, os recibos não foram apresentados ainda. O senhor ex-presidente sabe o motivo?" Mas Lula parecia mesmo indefeso: "Eu não sei. Nem sei se já foi pedido ao advogado para apresentar."

Uma das obsessões de Lula no seu papel de réu cenográfico, é a de se manter em cena com o figurino de um perseguido político. No não-depoimento de Curitiba, fez questão de caprichar nos ataques aos procuradores da força-tarefa da Lava Jato: "Eles inventaram que o tríplex era meu. Eles agora inventaram que o apartamento é meu e não é, e eles sabem disso. Como inventaram a história do sítio que é meu, e não é. Ou seja, três denúncias do MPF por ilação. Mas eu quero enfrentar o MPF, sobretudo a força-tarefa, pra provar a minha inocência. Eu só espero que eles tenham a grandeza de um dia pedir desculpa."

Depois do encontro com Moro, Lula escalou um carro de som. No seu discurso, voltou a falar para a plateia de devotos que o escutava sobre as mentiras que o perseguem. Falou com tal convicção que ficou difícil discutir com tamanho especialista. No momento, o apelo do pajé petista, com suas barbas grisalhas, não parece ser eleitoral. Reduzido aos 30% que o PT tradicionalmente amealha nas pesquisas, Lula desperta nos cerca de 50% que o rejeitam um misto de ódio e curiosidade cômica.

Lula já não sabe se conseguirá levar adiante sua candidatura presidencial. Talvez tenha de se contentar com um script tipo B. Nele, Palocci é um espertalhão que comercializa sua influência sobre o mito, cobrando uns trocados por uma agenda com Emilio Odebrecht, dividindo os proventos com o objeto do desejo da oligarquia empresarial. No fim, todos acabam na cadeia. O que Lula deseja realçar com sua encenação é que, no seu caso, irá para a prisão não um culpado, mas um idealista incompreendido, que paga por suas más-companhias e pelas mentiras de um certo PowerPoint.

"Há muito tempo eu leio, escuto, converso com advogado e eu fico sabendo, todo mundo que é preso a primeira pergunta é: e o Lula? Você conhece o Lula? O Lula tava lá? Diga alguma coisa do Lula. Isso faz dois ano e meio, dr. Moro! Eu lamento profundamente que o senhor tenha feito a denúncia", chegou a declarar Lula, sem se dar conta de que o magistrado de Curitiba o condenará pela segunda vez porque seu papel não é denunciar, mas julgar a consistência da denúncia que a pregação cenográfica do pseudo-perseguido não conseguiu desmontar. Lula perguntou se terá um juiz imparcial. Moro respondeu que "sim". Significa dizer que o réu está mesmo em apuros.
Herculano
14/09/2017 06:50
NO SEGUNDO EMBATE, UM LULA BEM NERVOSO FOI MAIS RÉU QUE CANDIDATO, por Igor Gielow, no jornal Folha de S. Paulo

Quatro meses atrás, Luiz Inácio Lula da Silva permeou seu primeiro encontro com Sergio Moro de ironias e com um firme propósito de estabelecer um discurso para a militância do PT. Nesta quarta (13), o que se viu em Curitiba foi o petista acuado e agressivo, obrigado a falar sobre o objeto da ação que responde e tolhido em suas manifestações mais politizadas.

Se isso deveria ser a normalidade num processo judicial, a realidade aguda da crise política brasileira tornou o episódio uma exceção. De lá para cá, Lula se manteve à frente de pesquisas de intenção de voto para a Presidência em 2018, mas foi condenado pelo mesmo Moro e agora sua elegibilidade depende de uma improvável reversão total da sentença pelo Tribunal Regional Federal de Porto Alegre.

A expressão corporal de Lula mudou. Se demonstrava algum nervosismo e ansiedade no depoimento de maio, agora ficou perto de explodir verbalmente em vários momentos. Foi notável seu embate com a representante do Ministério Público, que acabou mal para Lula: num dado momento, ele a chama de "querida" e é repreendido por Moro, que exige o "doutora" ou "senhora procuradora".

Em outro ponto, Lula sugere que ela não está "prestando atenção". Não estivesse a agenda feminista mais militante alinhada à esquerda no país, as críticas em rede social seriam inevitáveis.

Lula só conseguiu sair um pouco das cordas nas curtas considerações finais, quando acusou o Judiciário de "estar refém da imprensa". Mas quando tentou engatar uma crítica ao processo de revisão da delação da JBS citando o procurador-geral Rodrigo Janot, foi impedido por Moro. "Não tem nada a ver com Brasília, com o doutor Janot", respondeu o juiz, delimitando os espaços e claramente ciente do momento de fragilidade da Operação Lava Jato.

Moro também foi frio quando respondeu à provocação final de Lula, que perguntou se ele poderia ser descrito como "juiz imparcial" . "Primeiro, não cabe ao senhor fazer esse tipo de pergunta para mim, mas de todo modo, sim", disse, recusando-se a discutir sua sentença condenatória no caso do tríplex do Guarujá.

Em resumo, se o anticlimático embate de maio acabou com Lula com discurso de candidato pronto, o de setembro assistiu a um réu sob pressão.
Herculano
13/09/2017 20:04
PALOCCI CALADO ERA VIRTUOSO, AGORA É CALCULISTA, REAGE DEFESA DE EX-MINISTRO DE LULA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Júlia Affonso, Ricardo Brandt, Luiz Vassallo, Fausto Macedo e Eduardo Laguna, da sucursal de Brasília. O advogado Adriano Bretas, que defende o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil ?" Governos Lula e Dilma), reagiu ao depoimento do ex-presidente Lula nesta quarta-feira, 13. Segundo o defensor, 'Lula muda os adjetivos com relação às pessoas a mercê da conveniência dele'. Na semana passada, Palocci rompeu o silêncio, fez um relato devastador e entregou o ex-presidente, a quem atribuiu envolvimento com o que chamou de 'pacto de sangue' com a empreiteira Odebrecht que previa repasse de R$ 300 milhões para o governo petista e para Lula.

Nesta quarta-feira, foi a vez de Lula prestar depoimento. "Eu achei que o Palocci tá preso há mais de um ano, o Palocci tem o direito de querer ser livre, tem o direito de querer ficar com o pouco do dinheiro que ele ganhou fazendo palestra, ele tem família. Tudo isso eu acho. O que não pode é se você não quer assumir a tua responsabilidade pelos fatos ilícitos que você fez, não jogue em cima dos outros", afirmou o petista.

Segundo a defesa do ex-ministro, 'Lula muda os adjetivos com relação às pessoas a mercê da conveniência dele'.

"Ou seja, enquanto o Palocci mantinha o silêncio, ele era inteligente, virtuoso. Agora que ele começou a falar a verdade, passou a ser tido e havido como uma pessoa calculista, dissimulada. Dissimulado é ele que nega tudo aquilo que lhe contraria. Quando os documentos são apresentados perante ele , os documentos são falsos. Quando as provas são apresentadas perante ele, as provas são mentirosas", disse o advogado.

"Quando as evidências são apresentadas, as evidências não existem. Basta dizer que ele chegou a ter a pachorra, pasme, que se encontra muito raramente com o Palocci, a cada 8 meses. Só faltou dizer que não conhecia o Palocci. Então, eu só devolvo para ele os adjetivos, os atributos que ele tentou inculcar no meu cliente."
Herculano
13/09/2017 19:55
ATAQUE DE LULA A PALOCCI É UMA AUTO-DENÚNCIA, por Josias de Souza

Lula não precisa mais de acusadores. Tornou-se um caso raro de autoincriminação. Ele se complica cada vez que tenta se defender. Encrencou-se ainda mais ao desqualificar o companheiro Antonio Palocci, que o acusou de receber propinas.

''Eu conheço o Palocci bem", declarou Lula a Sergio Moro. "O Palocci, se não fosse um ser humano, ele seria um simulador. Ele é tão esperto que é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade. O Palocci é médico, calculista, é frio. [?] Quem sabe ele queira um pouco do dinheiro que vocês bloquearam dele.''

Nenhum outro petista teve mais poder sob Lula do que Antonio Palocci. Nomeado ministro da Fazenda, comandou os negócios do Estado com absoluta liberdade de ação. Não fosse pelo escândalo em que foi acusado de violar a conta bancária do caseiro Francenildo, Palocci teria sido o sucessor de Lula, não Dilma Rousseff.

Escolhida como candidata de um Plano B, Dilma teve de apurar Palocci como coordenador de sua campanha. Não gostava dele. Mas Lula impôs. Eleita, Dilma ouviu nova exigência do seu criador: Lula não abria mão de acomodar Palocci na poderosa Casa Civil da Presidência da República.

Dilma manteve Palocci atravessado na traqueia até o instante em que ele não conseguiu explicar seu patrimônio milionário. Queria afastá-lo nas primeiras manchetes de jornal. Lula retardou a demissão inevitável até o limite do insuportável.

Pois bem. Ao esculachar Palocci, Lula praticamente deu razão ao ex-amigo. Só um personagem reles entregaria os rumos da economia do Brasil a "um simulador". Só um ser inconfiável cogitaria lançar à Presidência um "sujeito tão esperto que é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade." Só um político indigno plantaria na Casa Civil de Dilma um "calculista frio."

De duas, uma: ou Lula não tem como se defender ou escolheu a cadeia como projeto de vida. A única hipótese que não parece razoável é a manutenção de sua candidatura ao Planalto. Quantos Paloccis Lula acomodará na Esplanada dos Ministérios se for eleito pela terceira vez?
Herculano
13/09/2017 19:53
ATÉ QUE ENFIM. CARMEM LÚCIA DÁ VOTO COM O QUAL CONCORDO! por Reinaldo Azevedo

Eita! Fazia tempo que Cármen Lúcia não dava um voto com o qual eu concordava, não é mesmo?

Sim, ela negou a suspeição de Rodrigo Janot. Conforme se esperava.

Mas desmoralizou a argumentação de Edson Fachin, segundo a qual o procurador-geral não está sujeito à jurisdição do Supremo. E como Fachin o fez? Argumentando que o pedido era descabido porque o titular da PGR seria infenso a uma ação dessa natureza.

A lamentar: apenas três ministros lembraram que ninguém está acima das leis, nem o sr. procurador: Ricardo Lewandowski, Rosa Weber e Cármen Lúcia. Os demais, infelizmente, acompanharam o relator.
Herculano
13/09/2017 19:50
O INSUSPEITO PALOCCI, por Felipe Moura Brasil, de O Antagonista.

Confira a versão em podcast.

A defesa de Michel Temer, inicialmente, pediu afastamento de Rodrigo Janot.

A defesa de Aécio Neves pediu afastamento de Edson Fachin.

A defesa de Lula pediu afastamento de Sérgio Moro.

A defesa de Aldemir Bendine imitou a defesa de Lula.

Cada investigado - peemedebista, tucano ou petista - atribui a seus denunciadores ou julgadores um caráter persecutório.

Desde a semana passada, no entanto, quando o "pacto de sangue" de Lula com a Odebrecht foi revelado em depoimento a Moro, ficaram as perguntas:

- Quem vai pedir a "suspeição" de Antonio Palocci?

- Quem vai alegar que ele não é "o competente" para dar testemunho?

- Quem vai acusá-lo de decisão "monocrática"?

O ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil é "companheiro há 30 anos" de Lula, como o próprio Lula havia afirmado no Twitter.

O máximo que se pode argumentar contra Palocci, no padrão dos pedidos de afastamento feitos por investigados, é que ele "extrapola a normal conduta de um membro" do PT, pois rompe a omertà ?" o silêncio mafioso mantido na cadeia por petistas históricos como José Dirceu e João Vaccari Neto.

Mas isto só potencializa a força inédita de seu depoimento, que levou as linhas auxiliares do PT a começarem a pular do barco de Lula e avaliarem o lançamento de candidaturas próprias para 2018.

Se "um é pouco, dois é bom, três é demais", para a esquerda "um" foi Marcelo Odebrecht, "dois" foi Feira (João Santana e Mônica Moura), "três" foi Palocci.

Até Ciro Gomes, que defendeu Lula da condução coercitiva, da divulgação da conversa com Dilma sobre o "termo de posse" e da condenação no caso do triplex, teve de admitir que o depoimento "fere o centro da narrativa de Lula e do PT, de que há um inimigo externo ao PT promovendo, via judicial, uma perseguição injusta contra o presidente. Na medida em que um braço direito de Lula faz isso, fica difícil sustentar a narrativa" ?" até então ecoada por Ciro.

Tão difícil que o PT reduziu de 100 mil (no primeiro interrogatório de Moro com Lula) para 2.500 (no segundo) a previsão de militantes nas ruas de Curitiba, com o objetivo evidente de evitar uma nova impressão geral de fiasco.

Claro que não conseguiu.

A bomba do insuspeito Palocci explodiu Lula e despedaçou a esquerda nacional.
Digite 13, delete
13/09/2017 19:50
Oi, Herculano

Coluna Cláudio Humberto

"PERGUNTA NO BEABÁ
Quem faltou mais às aulas de alfabetização, Lula ou Joesley?"

Nenhum dos dois quis ir para a escola, o negócio deles é roubar.
Herculano
13/09/2017 16:34
FACHIN NÃO SE COMPORTOU COMO RELATOR, MAS COMO ADVOGADO DE DEFESA DE JANOT. E DE SI MESMO, por Reinaldo Azevedo

É vergonhoso!

O Supremo está decidindo o pedido de suspeição de Rodrigo Janot no processo que envolve Michel Temer.

Edson Fachin se comportou como advogado de defesa de Rodrigo Janot. Faz sentido! Está defendendo a si mesmo. Afinal, vamos convir, ele não deveria nem ser o relator do caso JBS como um todo. Quando Janot o "escolheu", com a conivência de Cármen Lúcia, fraudou o princípio do juiz natural.

Todos sabiam que não se aprovaria a suspeição de Janot. Iriam livrar a cara do procurador-geral.

A questão é saber como fazer. Pode ser com elegância ou sem elegância. E Fachin, mais uma vez, escolheu o da deselegância argumentativa.

Explico: Fachin poderia ter se limitado à questão técnica. Mas foi além.

O Artigo 254 do Código de Processo Penal é explícito sobre as hipóteses de suspeição. É argumentável que inexiste a tal "inimizade capital" entre Janot e Temer. E isso teria bastado.

Mas não! O relator resolveu fazer digressões sobre linguagem figura, metáforas etc. e tal.

E foi além: segundo Fachin, sabe-se lá por quê, o procurador-geral da República não estaria sujeito à jurisdição do Supremo. Até Rosa Weber discordou. E também o fez Ricardo Lewandowski.

Mas atenção! Ainda existe a questão de ordem: saber se o processo será ou não suspenso.
Miguel José Teixeira
13/09/2017 13:38
Senhores,

Ilhota em chamas:
Primeiro foi o fusca. . .
Agora,a Kombi. . .

Parece-me que uma bela "lingerie" incendeia tudo!!!
Herculano
13/09/2017 13:12
APROVADO PROJETO QUE OBRIGA PRESO A PAGAR TORNOZELEIRA ELETRôNICA

Press release do gabinete do senador Paulo Bauer. Brasília. Condenados monitorados eletronicamente podem passar a arcar com o custo da tornozeleira. A possibilidade foi aberta pelo projeto de lei (PLS 310/2016) do senador Paulo Bauer (PSDB), aprovado nesta quarta-feira por unanimidade na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Caso não haja recurso para votação em Plenário, o projeto segue para a Câmara dos Deputados.

A relatora, Simone Tebet (PMDB-MS), apresentou parecer favorável, com duas emendas. Uma estabelece punições para o preso que não pagar, que podem ir de advertência à volta para o regime fechado. A outra emenda permite que o Estado custeie a tornozeleira do condenado comprovadamente sem condições financeiras.

"Sabemos quão caro custa o sistema penitenciário no Brasil. Nada mais justo que os presos que não são de alta periculosidade possam aguardar a sentença dentro de seus domicílios. Só não o fazem porque os estados não têm condições de arcar com esse custo. Com esse projeto singelo temos duplo alcance, econômico e social. O preso vai pagar R$ 350, R$ 400 por mês, garantindo economia aos cofres públicos, diminuindo a superlotação nos presídios e impedindo que se aliciem os presos de menor periculosidade", explicou Simone.

Para o autor do projeto, o uso das tornozeleiras é uma forma de combater a superlotação dos presídios no país. No entanto, isso acaba se transformando em um benefício para criminosos.

"Não é justo que um cidadão cometa crimes, ganhe o direito de cumprir a pena no conforto do lar, com a família, tendo a chance de trabalhar e a sociedade que foi vítima dele ainda tenha que pagar por isso. Vejo aí uma inversão de valores que precisa ser corrigida", comentou Bauer.

O projeto altera a Lei de Execução Penal (Lei 7.210/1984) e pode gerar uma economia de até R$ 23 milhões anuais aos cofres públicos. Segundo levantamento do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o principal item utilizado no monitoramento é a tornozeleira eletrônica. Calcula-se que a despesa média mensal por pessoa monitorada oscile entre R$ 167 e R$ 660.
Herculano
13/09/2017 11:32
ESQUERDISMO NÃO É LIBERALISMO: A ESQUERDA ATACA HOJE OS PRINCIPAIS VALORES LIBERAIS

Por Dennis Prager, originalmente publicado na Townhall, tradução livre (Rodrigo Constantino)

Qual a diferença entre um esquerdista e um liberal? Responder a esta pergunta é vital para entender a crise que enfrentam hoje a América e o Ocidente. No entanto, poucos parecem capazes de fazê-lo. Ofereço o texto seguinte como um guia. Aqui está a primeira coisa a saber: os dois não têm quase nada em comum. Pelo contrário, o liberalismo tem muito mais em comum com o conservadorismo do que com o esquerdismo. A esquerda apropriou-se da palavra "liberal" de forma tão eficaz que quase todos - liberais, esquerdistas e conservadores - pensam que são sinônimo. Mas eles não são. Vejamos alguns exemplos importantes.

Raça: esta é talvez a mais óbvia das muitas diferenças morais entre liberalismo e esquerdismo. A essência da posição liberal sobre a raça era que a cor da própria pele é insignificante. Para os liberais de uma geração atrás, apenas os racistas acreditavam que a raça é intrinsecamente significativa. No entanto, à esquerda, a noção de que a raça é insignificante é ela mesma racista. Assim, a Universidade da Califórnia considera oficialmente a afirmação "Existe apenas uma raça, a raça humana" como racista. Por essa razão, os liberais eram apaixonadamente comprometidos com a integração racial. Os liberais devem estar enojados com a existência de dormitórios negros e graduações separadas de negros em campus universitários.

Capitalismo: os liberais sempre foram pró-capitalistas, reconhecendo-o pelo que é: o único meio econômico de tirar grandes números da pobreza. Os liberais muitas vezes consideravam o governo capaz de desempenhar um papel maior para tirar as pessoas da pobreza do que os conservadores, mas nunca se opunham ao capitalismo e nunca foram pelo socialismo. A oposição ao capitalismo e a defesa do socialismo são valores de esquerda.

Nacionalismo: os liberais acreditavam profundamente no Estado-nação, se sua nação era os Estados Unidos, a Grã-Bretanha ou a França. A esquerda sempre se opôs ao nacionalismo porque o esquerdismo está enraizado na solidariedade de classe, e não na solidariedade nacional. A esquerda tem desprezo pelo nacionalismo, vendo nele o primitivismo intelectual e moral na melhor das hipóteses, e o caminho para o fascismo na pior das hipóteses. Os liberais sempre quiseram proteger a soberania e as fronteiras americanas. A noção de fronteiras abertas teria atingido um liberal como tão censurável como a um conservador. É emblemático do nosso tempo que os escritores de esquerda da revista do Superman tenham colocado o Superman anunciando alguns anos atrás: "Pretendo falar ante as Nações Unidas amanhã e informá-los que estou renunciando à minha cidadania americana". Quando os escritores de Superman eram liberais, o Superman não era apenas um americano, mas um que lutou pela "Verdade, a justiça e o caminho americano". Mas no pronunciamento dele, ele explicou que o lema "não é mais suficiente".

Visão da América: os liberais veneraram a América. Assista filmes americanos da década de 1930 até a década de 1950 e você estará assistindo filmes abertamente patriotas, celebrando a América ?" praticamente todos produzidos, dirigidos e atuados por liberais. Os liberais entendem bem que a América é imperfeita, mas eles concordam com um ícone liberal chamado Abraham Lincoln que a América é "a última melhor esperança da Terra".

Para a esquerda, a América é essencialmente um país racista, sexista, violento, homofóbico, xenófobo e islamofóbico. A esquerda ao redor do mundo detesta a América, e é difícil imaginar por que a esquerda americana seria diferente nesse quesito de outros esquerdistas de todo o mundo. Os esquerdistas muitas vezes se ofendem por ter seu amor pela América colocado em dúvida. Mas essas descrições esquerdistas da América não são a única razão para assumir que a esquerda tem mais desprezo do que o amor pela América. A visão esquerdista da América foi encapsulada na declaração do então presidente Barack Obama em 2008. "Estamos a cinco dias de transformar fundamentalmente os Estados Unidos da América", disse ele.

Agora, se você conhecesse um homem que dissesse que queria transformar a esposa ou uma mulher que dissesse isso sobre o marido, você assumiria que amaram seu cônjuge? Claro que não.

Liberdade de expressão: a diferença entre a esquerda e os liberais em relação à liberdade de expressão é tão dramática quanto a diferença em relação à raça. Ninguém estava mais comprometido do que os liberais americanos com a famosa declaração "Eu desaprovo o que você diz, mas vou defender a morte seu direito de dizer isso".

Os liberais ainda estão. Mas a esquerda está liderando a primeira supressão nacional da liberdade de expressão na história americana ?" das universidades ao Google para quase todas as outras instituições e locais de trabalho. Ela afirma apenas se opor ao discurso de ódio. Mas proteger o direito da pessoa A de dizer o que a pessoa B julga censurável é o ponto essencial da liberdade de expressão.

Civilização ocidental: os liberais têm um profundo amor pela civilização ocidental. Eles a ensinaram em praticamente todas as universidades e celebraram suas realizações únicas morais, éticas, filosóficas, artísticas, musicais e literárias. Nenhum liberal teria se juntado ao Rev. Jesse Jackson de esquerda ao cantar na Universidade de Stanford: "Ei, ei. Ho, ho. A civilização ocidental tem que ir embora". O mais venerado liberal na história americana é provavelmente o ex-presidente Franklin Delano Roosevelt, que freqüentemente citou a necessidade de proteger não apenas a civilização ocidental, mas a civilização cristã. No entanto, os esquerdistas denunciaram por unanimidade o presidente Donald Trump por seu discurso em Varsóvia, na Polônia, no qual ele falou de proteger a civilização ocidental. Eles argumentaram não só que a civilização ocidental não é superior a nenhuma outra civilização, mas também que não é mais do que um eufemismo para a supremacia branca.

Judaísmo e Cristianismo: os liberais conheceram e apreciaram as raízes judaico-cristãs da civilização americana. Eles mesmos foram à igreja ou à sinagoga, ou pelo menos apreciaram que a maioria dos seus companheiros americanos o faziam. O desprezo que a esquerda tem ?" e sempre teve ?" pela religião (exceto pelo Islã hoje) não é algo com o qual um liberal jamais teria se identificado.

Se a esquerda não for derrotada, a civilização americana e ocidental não sobreviverá. Mas a esquerda não será derrotada até que bons liberais entendam isso e se juntem à luta. Caros liberais: os conservadores não são seu inimigo. A esquerda é.
Herculano
13/09/2017 11:22
OS GRAMPOS DOS ACHACADORES

Conteúdo de O Antagonista. O relato de Elsinho Mouco a Andréia Sadi equivale a uma confissão.

Ele disse que deve ter sido grampeado por Joesley Batista e que o carniceiro ofereceu-lhe vantagens para assumir o papel de Geddel Vieira Lima como interlocutor de Michel Temer.

A PF suspeita que Joesley Batista tenha usado esses grampos para achacar seus interlocutores e garantir a própria blindagem.

Com medo de que essas fitas venham à tona, todas as pessoas que tiveram conversas escusas com Joesley Batista ?" e que haviam sido blindadas junto com ele ?" estão se apresentando.

O NOVO GEDDEL VIEIRA LIMA

O marqueteiro de Michel Temer, Elsinho Mouco, disse a Andréia Sadi que pode ter sido grampeado por Joesley Batista uma semana antes que ele grampeasse o presidente.

O encontro entre os dois ocorreu no Palácio do Jaburu.

Elsinho Mouco relatou a Andréia Sadi que Joesley Batista "estava à procura de um interlocutor com o governo após a saída de Geddel Vieira Lima da Secretaria-Geral da Presidência. 'E sugeriu que eu teria vantagens se fizesse isso', afirmou o marqueteiro à reportagem, sem detalhar quais vantagens seriam essas.

O marqueteiro disse ter se recusado a 'cumprir esse papel'".

Elsinho Mouco está dizendo que Geddel Vieira Lima era o interlocutor de Michel Temer para discutir vantagens com empresários.

Um bom marqueteiro
Herculano
13/09/2017 11:17
PROXIMIDADE DE PARLAMENTARES DA REDE COM ARTISTAS INCOMODA ALIADOS DE MARINA, por Nonato Viegas, da Época Expresso.

Eles acham que pode haver uma associação da sigla com outras agendas


A proximidade do deputado Alessandro Molon (RJ) e do senador Randolfe Rodrigues (AP) com grupos de artistas incomoda lideranças ligadas a Marina Silva dentro da Rede. As críticas são de que a associação traz mais prejuízos que ganhos ao partido porque os artistas têm suas agendas e elas podem ser confundidas com a da Rede. Um dos incomodados lembra que alguns artistas pediram eleições diretas por meio de emenda à Constituição, uma pauta do PT.
Herculano
13/09/2017 09:49
PALOCCI ENTREGOU A MORO UM LULA BEM PASSADO, por Josias de Souza

Lula presta novo depoimento para Sergio Moro nesta quarta-feira. Na véspera, o PT exibiu na tevê peças publicitárias que reiteram o discurso de que o líder máximo da legenda é perseguido por pessoas que o odeiam. Essa pregação está com o prazo de validade vencido. Perdeu inteiramente o nexo na semana passada, depois que o companheiro Antonio Palocci empurrou Lula para dentro do seu micro-ondas.

A propaganda do PT reincide na tática de criar para Lula um Brasil alternativo, onde nada aconteceu. Nesse país paralelo, Lula é um inocente candidato à Presidência. Assim, Moro interrogará uma pose, não um réu. Condenará um projeto político, não um corrupto. Se a pena for confirmada pelo TRF-4, vai em cana um mártir, não um presidiário.

A fantasia do PT virou uma espécie de latifúndio improdutivo que Palocci invadiu. Lula será ouvido no processo em que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Coisa já delatada pela Odebrecht. A novidade é que o PT tem de lidar agora com o seu dedo-duro de estimação.

Quatro meses depois de desfilar por Curitiba como um culpado inocente ?"ou seria inocente culpado??" Lula volta à presença de Moro como um personagem bem passado. Seu lero-lero virou cinzas. Desmentir Palocci será como chamar a si mesmo de mentiroso.

Sob refletores, Lula mantém a coreografia de candidato. Em privado já discute e até estimula o PT a traçar o Plano B. Chama-se, por ora, Fernando Haddad.
Herculano
13/09/2017 09:47
CRIME E CASSINO NA ELEIÇÃO DE 2018, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

ADEPTOS DO governismo, adesistas por interesses diversos, animaram-se com as notícias econômicas e político-judiciais de setembro. Acreditam que o programa liberal tem mais chance de sobreviver até a eleição de 2018 e depois.

Os motivos da animação são três.

Um, o suposto enfraquecimento da Procuradoria-Geral da República e até da Lava Jato, dada a lambança no caso Joesley, o que reduziria a probabilidade de queda de Michel Temer ou de tumulto político crítico para a economia. No limite do otimismo, essa estabilidade podre tornaria possível até a aprovação de alguma reforma da Previdência.

Dois, a derrocada de Lula tornaria improvável a vitória da esquerda em 2018.

Três, mesmo a recuperação nanoscópica da economia, com perspectiva de um crescimento de 2% e algo mais em 2018, baixaria o nível de tensão socioeconômica, o que diminuiria o apelo de candidaturas "extremistas", "populistas" etc.

Hum. Se fosse preciso jogar na Mega-Sena política nesta quarta-feira (13), não seria desarrazoado dizer que a chance de queda de Michel Temer baixou bem.

Mas abriu-se um terceiro inquérito contra Temer; a turumbamba política, a volatilidade, continua. Além do mais, até agora o custo de evitar a decapitação do presidente tira ainda mais votos das reformas. A política ainda está no cassino dos gângsteres.

Sim, Lula está perto de sair de campo, expulso ou arrebentado. Sim, a economia tende a despiorar até 2018.

Ainda assim, cabem pelo menos duas perguntas a respeito do efeito dessas mudanças:

1) o que significa despiora?;

2) em quais termos vai se dar o debate da eleição (que é sempre político, que não depende apenas de economia)?

A diminuição do medo de perder o emprego ou de não reencontrar algum pode ser relevante (afinal, 87% da população não está desempregada).

A inflação baixa, a queda dos juros enfim chegando ao crediário e um ambiente menos desanimador podem mudar os ares de 2018 (embora as melhoras na inflação e nos juros tendam a zero ao longo do ano que vem).

Neste 2017, o PIB per capita ainda vai cair, embora a renda média dos salários comece a subir (bem menos para os mais pobres, a maioria).

Mas como o eleitor vai processar tais despioras? Não é impossível que empresas e consumidores reajam de modo extraordinário a juros, dívidas e inflação menores. Isto é, que consumam e invistam mais que o previsto. Quem sabe o crescimento vá além de 2%, 3%.

Mas a ociosidade da indústria está ainda no nível do fundo da recessão em 2016; o investimento, que poderia fazer saltar o PIB, deve ficar na retranca. O governo ainda cortará seu investimento. Os serviços públicos ainda vão minguar. Os empregos são piores.

Pouco se pensa sobre qual será a memória que ficará destes quatro anos de catástrofe social, econômica; de mentiras, descrédito, estelionatos e crimes piores na política. Pouco se pensa sobre a má fama que as reformas ganharam com Temer ou sobre o efeito do custo socialmente desigual do ajuste econômico.

O debate político de 2018 não está dado. Sim, as pesquisas parecem indicar que o eleitor quer "um novo". Até que alguém, talvez, invente um programa e uma conversa novos, de fato, que embaralhem os termos ora tidos como previsíveis da campanha eleitoral.
Herculano
13/09/2017 09:44
PARAÍSO PERDIDO, por Paulo Delgado, no jornal O Estado de S. Paulo

Numa terra onde a Justiça tem segredos e despacha em botequim, será árdua a regeneração

Um secreto acordo, em secreta comunhão, prospera. A facilidade de transgredir e infringir leis, espécie de osmose em organismo combalido, é a prévia manifestação do delito que marca o período. Curvado à adulação e ao cifrão, tudo vem como uma escritura que atrai quem já tem em si o germe desse temperamento. A ambição é uma intuição, o interesse estrutura a intenção. O anjo cobiçoso usufrui do paraíso a qualquer preço. Beneficiários de dádivas excessivas não veem víboras na lisonja, convencidos de que o carisma que os protege é o de um rei.

O nome da dinastia é apelido. Nada freia sua mania de honorários e autopercepção das coisas. Oferta de intimidade a quem não faz questão de identidade formou público adequado à sua má percepção da realidade. Não foram obrigações do poder ou sorteios impessoais que azedaram. Foi um estilo de oferta inconfundível que abriu fendas na conciliação nacional e cujas provas do encontro são o ávido sigilo e o insulto que ameaça toda testemunha. Somados à soberba com que o rei largou no cadafalso seus amigos.

O estranho familiar ?" o beneficiário da aura e da névoa do período ?" é ele a prova, a saída do enigma. Mas, enquanto a conduta pessoal do julgador não contiver vigor igual à honra e não for a mesma em todas as instâncias nem à revelia da balança em que pesa seus amigos, não haverá para acusado medo de punição nem glória em reconhecer a transgressão. E, não havendo medo do erro ou orgulho de fazer o certo, não haverá arrependimento.

O sagrado negativo do período é o desfrute do afeto do poder, sem exigir vigor ao seu comportamento. O privilégio vê por fora o que a pessoa não precisa ter por dentro alimentando o sucesso indevido.

Que pare de escorrer a náusea de maus juízes, dissimulados procuradores, podres políticos, poderosos acusados. Abominavelmente, venci não é boa sina para ninguém.

Sem nenhum imporém, o caos juntou tentadoras perversões. A desordem ordenou e a ganância se uniu. O maligno concedeu familiaridade ao presunçoso, garantiu preferência ao poder estupendo do dinheiro. Tão alto erguido e logo cercado de submissão, impôs quitar sua dívida com favores, desprezando a gratidão gratuita do convicto. Não se deu conta de que para quem é doente de dinheiro, o que parece um inferno é quase um céu, até deixar de sê-lo.

E foi quando deslumbrados trapaceiros, do lado da lei e do delito, começaram a fraudar a si próprios que o procedimento do pecado se impôs e envolvidos se enrolaram.

Com a moral recurvada do perdedor nato, a Pátria assiste a seus filhos poderosos desovarem répteis sobre a honra da Nação. O puro unido ao impuro em forçosa convivência, sem que alguém dê um basta à transgressão dos influentes. Os prediletos de toga se fazem de ingênuos e continuam, de degrau em degrau, com seus pensamentos e palpites, a descer, obedientes, voluntários, à jaula de lobos vorazes, persuasivos, cravejados de compromissos.

Tudo escapa a Deus, que tudo vê, e o mal da terra se universaliza na última dinastia popular. Sem estorvo, um rei do improviso, que tudo pode, se uniu a uma regicida improvisada, que nada deve, para gozar da doçura de impor sua maneira obstinada de agradar. Sem refrear seus impulsos, deram precedência à ambição e aos seus trocos. A linguagem e a conduta pública se arruinaram.

Burlando a boa-fé do mundo culto, o pior foi oferecido como certo. Desdenhando da capacidade humana de vencer fez a grana pública parecer o fim da boa vida. Testando a glória de esmagar o pobre com o Leviatã, feroz manipulador, anunciou que renda doada era classe conquistada. E o que parecia calor de cobertor tornou-se febre. O cuspidor de fogo fez filhotes. A fanfarrice tomou conta da Nação jactando de quem sabe o mal que é direito servido como esmola.

Paixão pura sem razão, o anjo do mal se agarrou ao nosso tempo e pregou na política a queda para o abismo; fez o mal e a mentira de uma vez por todas. E rastejou como serpente para dentro do palácio dos acusadores iluminando o obediente procurador de dupla face. Escancarou na casa da justiça o compadrio agropastoril do feio traidor, do mal acusador e do fraco relator, zombeteiros frios como a noite unânime.

Exposto o dogma do período, de que pela mão de incautos governantes é difícil de alguém sair da escuridão para a celebridade, o fluxo da osmose inundou todas as células. Tirou do Parlamento o senso do dever, impôs às duas casas, do promotor e do juiz, um porte cambaleante de quem não anda bem. Tal pandemônio os levou a dar-se ao espetáculo, como se fossem manequins.

Vendo tudo falso, postiço, o pai da fraude mandou Baco lavar, e cuspir aos poucos, a hipocrisia. Mas nenhum tempero de tal culminação afeta o padrão de decisão imperfeita que brota de poder encurralado, onde seus membros não dialogam temendo conhecer do outro a confidência.

Enquanto isso, esquecendo-se de levar em conta a Carta Magna, seguem rendidos à mania de dar entrevista ambiental, internacional, policial, racial, sexual. Só pensam em serem bons, não conseguem ser legais. Esculhambados por ébrios sedutores, convocam com cuidado o bon vivant. Algemas de pelica são usadas, pantufas alisam pisos de casas visitadas. Tudo isso para proteger o dique, represar a osmose e manter seca a mão suja que autorizou a inseminação artificial de tudo o que virou crime.

As trombetas avisam: não veja nosso povo alienado, é o poder que se anestesiou de vez e mudou a natureza da admiração que tem por seu papel.

Ao perceber que é filmado, um juiz, procurador ou um político não é mais eficaz e verdadeiro. Seu gesto é uma espécie de mentira demonstrativa, como alguém que lava a louça sem olhar o prato. O juiz julgando na TV é um objeto desarrazoado. Esvanecido, vive o langor de ser visto pelo tempo concedido à consistência da manteiga.

Será árdua a regeneração numa terra onde a Justiça tem segredos e despacha em botequim. E teremos perdido o paraíso onde essa gente consegue ser elite.
Miguel José Teixeira
13/09/2017 09:42
Senhores,

Na mídia:

"Corrupção, organização criminosa, obstrução: conheça 9 acusações que pesam contra Lula..."

Portanto, uma acusação para cada um dos seus nove quirodáctilos.

Assim, é promovido à Conde Nado I/IX !!!



Herculano
13/09/2017 09:42
PARA GILMAR, FACHIN FOI LUDIBRIADO E CORRE O RISCO DE MANCHAR O PRóPRIO NOMO E DO SUPREMO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV.

O pleno do Supremo decide nesta quarta se Rodrigo Janot, procurador-geral da República, deve ou não ser declarado impedido de atuar em questões que digam respeito ao presidente Michel Temer. É pouco provável que se forme uma maioria contra ele. Não porque o tribunal esteja satisfeito com a sua atuação. É que se vai tentar evitar o vexame. O debate, no entanto, promete. Afinal, todos já sabem, a esta altura, que a delação de Joesley Batista e seus bravos não passou de uma tramoia urdida na PGR, com todas as características de um golpe de Estado.

Durante o julgamento, nesta terça, de um caso na Segunda Turma envolvendo o petrolão, o ministro Gilmar Mendes fez um duro pronunciamento, que expõe a degradação a que Rodrigo Janot submeteu o Ministério Público Federal como um todo e a Procuradoria Geral da República em particular. Mais: é o próprio estatuto da delação premiada, que poderia ser uma arma no combate à corrupção, que está hoje sob suspeição. Mendes foi de uma contundência inédita e disse com todas as letras que não há como Edson Fachin, o relator da Lava Jato, não se ver diante de drama de consciência. Fachin deu a entender que não sente nenhum constrangimento, o que é, dado o conjunto da obra, preocupante.

Vamos lá. A Segunda Turma - composta, ainda, por Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Dias Toffoli - decidia se receberia ou não a denúncia contra o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e o ex-executivo da Petrobras Djalma Rodrigues de Souza pela prática de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Fachin aceitou parcialmente a denúncia, Toffoli a rejeitou na íntegra, e Lewandowski pediu vista. Volto ao caso ao fim do post para destacar uma indignidade adicional. Passo agora a tratar da fala de Mendes.

O ministro se referiu aos descalabros que vieram a público envolvendo as delações premiadas dos executivos da J&F e às evidências de que a própria PGR fraudou o estatuto da delação premiada uma vez que pululam fatos a indicar que Marcelo Miller, então procurador e braço-direito de Janot, participou do que pode ser considerado uma armação, uma tramoia ilegal, que quase depôs o presidente da República. Assistam ao vídeo com a fala de Mendes. Volto em seguida.

Afirmou Mendes:
"Os casos que agora estão sobre a mesa são altamente constrangedores. O que está saindo na imprensa e o que sairá nos próximos dias, meses, certamente vai corar frade de pedra. Já se fala abertamente que a delação de Delcídio [do Amaral] foi escrita por Marcello Miller. Portanto, era um agente que atuava com esse sentido. Agora já se sabe que ele atuou na Procuradoria da República. Sabe-se lá o que ele fez aqui também. Portanto, nós estamos numa situação delicadíssima. O STF está enfrentando, talvez, e eu vou falar disso amanhã, um quadro de vexame institucional".

E Mendes evocou, então, a memória de Teori Zavascki, o antigo relator do petróleo, morto num acidente aéreo:
"Certamente, no lugar onde está, o ministro Teori está rezando por nós, dizendo: 'Deus me poupou desse vexame'. Nós estamos vivenciando um grande vexame, o maior que já vi na história do tribunal".

E Mendes não economizou. Chamou Fachin às falas. O atual relator tem se comportado como mero despachante das loucuras de Janot e do Ministério Público Federal. O ministro, então, mandou ver:

"Vossa excelência teve de referendar isso. E reforço minha tese de que isso deveria ser uma decisão do colegiado. E veja que nós discutimos no plenário, Vossa Excelência há de se lembrar, uma tese que transformava isso numa garantia de eternidade. Não se podia mexer no acordo. Imaginem se nós tivéssemos chancelado isso. (?)"

Referindo-se à forma como a PGR e o MPF tentam conduzir os casos, afirmou Mendes:

"Essa manipulação é horrorosa. Ela e nojenta. Ela é repugnante. Eu, que fui da Procuradoria Geral da República e que lá entrei em 1984? Ver o estado de putrefação, de degradação dessa instituição? Me constrange. Nós já não somos tão ricos em instituições fortes e independentes. Não se pode fazer isso com as instituições. Nesse caso, ministro Fachin, eu imagino seu drama pessoal. Eu imagino. Eu consigo avaliar. Ter sido ludibriado por Miller 'et caterva' e ter tido o dever de homologar isso? Deve lhe impor um constrangimento pessoal muito grande nesse episódio da JBS. Nós precisamos ter muito cuidado na base. Isso exige um escrutínio muito severo das próprias delações. (?) Não invejo a sua situação (?). Também não invejo seus dramas pessoais, internos, que certamente deve haver. Certamente, poucas pessoas, ao longo da história do STF, se viram confrontadas com desafios tão ingentes, tão imensos, grandiosos. E tão poucas pessoas na história do STF correm o risco de ver o seu nome e o da própria Corte conspurcados por decisões que depois venham a se revelar equivocadas".

Fachin tentou dar uma de desentendido:

"Eu reitero o voto que proferi com base naquilo que entendo que é a prova dos autos. E por isso agradeço a preocupação de vossa excelência, mas parece-me que, pelo menos ao meu ver, julgar de acordo com a prova dos autos não deve constranger a ninguém, muito menos um ministro da Suprema Corte. Também agradeço a preocupação de vossa excelência e digo que a minha alma está em paz".

Eis aí. Temos apenas um aperitivo do que nos aguarda nesta quarta-feira.

O caso em si
Aliás, o caso julgado nesta terça mostra que Fachin pode não ter aprendido nada. Atenção, há não contra os acusados nada além das delações. O voto de Fachin (íntegra aqui) evidencia isso. Mesmo assim, o ministro houve por bem votar a favor do recebimento da denúncia. Coube ao ministro Dias Toffoli (voto aqui) lembrar o óbvio: a acusação se baseia unicamente em depoimentos de colaboradores e anotações particulares apresentadas pelo empreiteiro Ricardo Pessoa. "Não vejo probabilidade de esta denúncia futuramente surtir qualquer tipo de sucesso".

Eis aí, meus caros! É um escárnio que uma delação, desacompanhada de qualquer outro elemento probatório, sirva para transformar alguém em réu. Infelizmente, Edson Fachin, o relator, tem atuado como mero contínuo das decisões de Janot. E, como sabemos, ele disse não se sentir constrangido.

Pior para o país.
Herculano
13/09/2017 09:37
A ORDEM DE PRISÃO PREVENTIVA QUE LEVOU HOJE WESLEY PARA A CADEIA ATINGE TAMBÉM O IRMÃO JOESLEY, QUE JÁ ESTÁ PRESO. ENGANARAM O MERCADO.

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Fausto Macedo, Julia Affonso, Fabio Serapião e Fabio Fabrini, da sucursal de Brasília. O empresário Joesley Batista, custodiado temporariamente por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, tem contra si mais um decreto de prisão. Desta vez, preventivo - sem prazo determinado.

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira, 13, a Operação Acerto de Contas, 2ª fase da Tendão de Aquiles. O empresário Wesley Batista, irmão de Joesley, foi preso.

Em nota, a PF informou que foram cumpridos, além dos dois mandados de prisão contra os irmãos delatores, outros dois de busca e apreensão.

As ordens judiciais foram expedidas pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo a pedido da PF como decorrência dos fatos investigados desde que teve início o inquérito policial nº 120/2017, conhecido como operação Tendão de Aquiles. A investigação mira o uso indevido de informações privilegiadas em transações no mercado financeiro ocorridas entre abril e 17 maio de 2017, data de divulgação de informações relacionadas a acordo de colaboração premiada firmado por ambos os presos e a Procuradoria-Geral da República.

A 1ª fase da Tendão de Aquiles foi deflagrada em 9 de junho quando foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva.

A investigação apura duas frentes. A primeira é a realização de ordens de venda de ações de emissão da JBS S/A na bolsa de valores, entre 24 de abril e 17 de maio, por sua controladora, a empresa FB Participações S/A e a compra dessas ações, em mercado, por parte da empresa JBS S/A, manipulando o mercado e fazendo com que seus acionistas absorvessem parte do prejuízo decorrente da baixa das ações que, de outra maneira, somente a FB Participações, uma empresa de capital fechado, teria sofrido sozinha.

A segunda é a intensa compra de contratos de derivativos de dólares entre 28 de abril e 17 de maio por parte da JBS S/A, em desacordo com a movimentação usual da empresa, gerando ganhos decorrentes da alta da moeda norte-americana após o dia 17.

Após a deflagração da primeira fase da operação, com intensa cooperação institucional com a Comissão de Valores Mobiliários, policiais federais analisaram documentos, ouviram pessoas e realizaram perícias, trazendo aos autos elementos de prova que indicam o cometimento de crimes e apontam autoria aos dois dirigentes das mencionadas empresas.

Os investigados poderão ser responsabilizados pelo crime previsto no artigo 27-D da Lei 6.385/76, com penas de 1 a 5 anos de reclusão e multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida.

COM A PALAVRA, PIERPAOLO BOTTINI, QUE DEFENDE OS IRMÃOS BATISTA

"É injusta, absurda e lamentável a prisão preventiva de alguém que sempre esteve à disposição da justiça, prestou depoimentos e apresentou todos os documentos requeridos. O Estado brasileiro usa de todos os meios para promover uma vingança contra aqueles que colaboraram com a Justiça.
Herculano
13/09/2017 09:30
CERTAS AFIRMAÇÕES EC0NôMICAS SÃO COMO JASON E FREDDY KRUEGER, por Alexandre Schwartsman, economista, ex-diretor do Banco Central, para o jornal Folha de S. Paulo

Há algo comum entre Jason Vorhees, Freddy Krueger, Michael Myers e certas afirmações econômicas: não importa quantas vezes sejam mortos, seguem aparecendo, sem jamais se dar ao trabalho de explicar como renasceram.

Uma dessas ideias, divulgada com mais frequência do que recomendável, diz respeito à suposta alternativa portuguesa à austeridade fiscal e seu imenso sucesso, em geral acompanhada da sugestão de que o Brasil persiga caminho semelhante, muito mais fácil do que a penosa busca pela redução de gastos.

Para deixar claro desde o início, trata-se de uma falsidade e, o que é pior, uma falsidade facilmente demonstrável com não mais do que alguns minutos dedicados à nobre (e tão vilipendiada) tarefa de procurar os dados no sítio da OCDE (e devidamente cruzados com números provenientes do FMI, para termos mais confiança acerca da sua consistência).

Pois bem, depois desse imenso esforço de pesquisa, descobrimos que em seu pior momento (2010) o deficit português superava 11% do PIB; já no ano passado, registrou valor equivalente a 2% do PIB, o menor da série histórica, iniciada em 1995.

Na verdade, exceção feita a 2014, o deficit caiu de forma contínua de 2010 em diante, revelando que ?"a despeito da troca de governo em 2015?" não houve mudança de rumo na política fiscal, muito pelo contrário.

Sim, há quem possa contra-argumentar que a melhora das contas públicas teria sido resultado da própria recuperação da economia e que, portanto, a redução do deficit não teria se originado das decisões de política, isto é, teria ocorrido mesmo sem medidas de austeridade.

Noto, porém, que o desemprego em Portugal hoje, pouco abaixo de 10% da força de trabalho, não difere muito do registrado em 2010, embora tenha caído cerca de sete pontos percentuais desde meados de 2013 (quando o deficit já havia caído a menos da metade do observado em 2010).

Posto de outra forma, é possível (e até provável) que a retomada da economia tenha contribuído para reduzir o buraco nas contas públicas, mas a magnitude da melhora fiscal é muito maior do que a que resultaria apenas do crescimento mais rápido.

A excitação acerca da experiência portuguesa provém da mudança política acima mencionada. Naquele momento, muito embora a centro-direita tenha obtido a maior votação, não conseguiu formar o governo, que acabou nas mãos da coalizão de esquerda liderada pelo Partido Socialista. Apesar disso, como se vê, acabou por manter a austeridade.

Muito menos atenção se dá, por exemplo, à vizinha Espanha, que se recuperou de forma semelhante (lá o desemprego caiu os mesmos sete pontos percentuais entre 2013 e 2017), enquanto o deficit fiscal foi reduzido de 11% do PIB em 2009 para 4,5% do PIB no ano passado.

A Espanha manteve a austeridade e retomou o crescimento, mas, por se tratar de continuidade (ainda que minoritária) da administração de centro-direita que governa o país desde a eclosão da crise, sua experiência tem sido convenientemente ignorada pelos adversários do ajuste fiscal.

Isso dito, não tenho a menor ilusão de ter matado mais um zumbi. Como no debate econômico brasileiro o que menos importa é a evidência empírica (e sim, a "narrativa"), não tenho a menor dúvida de que ainda ouviremos falar da "alternativa portuguesa".

A desonestidade é imortal...
Herculano
13/09/2017 09:26
GOVERNO TEMER FECHA AGÊNCIAS DO BB EM PORTUGAL, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Apesar dos compromissos do presidente Michel Temer com o colega português Marcelo Rebelo de Sousa, a "aproximação ainda maior entre os dois países" era conversa mole. Um dos principais símbolos da presença brasileira em Portugal, o Banco do Brasil fechará suas agências em Lisboa e no Porto. Clientes foram avisados de que até 6 de novembro devem procurar outro banco. No site do BB, Portugal já nem é citado entre os países (apenas dez) com agências do banco.

CONSTERNAÇÃO NO PAÍS
Em Portugal, o sumiço do BB provoca consternação. E preocupação: Espera-se "despedimento coletivo" da maioria dos seus funcionários.

APENAS UM ESCRITóRIO
A decisão do governo Temer é "reforçar" atuação em comércio exterior e private banking do BB. Conversa. Vai virar um escritório de negócios.

BB DEMITE CLIENTES
Solicitados a "vazar", os correntistas do BB em Portugal poderão optar por transferir suas contas para o CTT, o banco postal do país.

PIQUETE LUSITANO
A agência do Banco do Brasil no Marquês de Pombal, em Lisboa, foi alvo de protesto, nesta terça (12), de bancários e sindicalistas.

TCU EXIGE QUE AGÊNCIAS EXPLIQUEM ARRECADAÇÃO
O Tribunal de Contas da União concluiu que há uma discrepância entre os valores das multas aplicadas pelas agências reguladoras e os valores arrecadados, em julgamento na semana passada. Em 2013, a ANP arrecadou R$ 66,6 milhões com 116 multas; em 2014 aumentou para 7.203 multas, totalizando R$ 256,3 milhões. Já as multas canceladas passaram de cinco em 2013, para 121 no ano da reeleição de Dilma, "perdoando" R$ 41,5 mil e R$ 10,3 milhões, respectivamente.

SUSPEITA
A suspeita no TCU é de que há irregularidades na emissão de multas e também no cancelamento de multas em diversas agências reguladoras.

Só ESCLARECIMENTOS
O documento técnico pede que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) esclareça o crescimento discrepante na arrecadação de multas

SEM RESPONSÁVEL
Curiosamente, o relator não responsabilizou funcionários das agências reguladoras pela omissão de dados sobre a arrecadação de multas.

ASSIM É SE LHE PARECE
A defesa do bilionário Joesley Batista diz que ele "não se recusou a falar", no depoimento à Polícia Federal, apenas "permaneceu calado". Tudo isso para alegar que não houve violação do acordo de delação.

TEMER, 52
Se fosse condenado à pena máxima pelos crimes dos quais é acusado na Polícia Federal, o presidente Michel Temer estaria sujeito a 52 anos apenas neste último caso. Além de milhões em multas previstas na lei.

SEGURO MORREU DE VELHO
A contratação de advogados críticos da delação premiada tem para Joesley o significado de "seguro": tenta garantir que seu funcionário Ricardo Saud, lobista da JBS, não faça delação premiada contra ele.

MISTÉRIO EM BRASÍLIA
Até os muito amigos do advogado Pierpaolo Bottini não acreditam ter sido "casual" o encontro com o procurador-geral Rodrigo Janot, em um bar. Do encontro à foto, desconfiam, pode ter sido tudo planejado.

INDIGNAÇÃO NO CARTEL
O controverso Popeye, ex-integrante do cartel de Medellín e homem forte do traficante Pablo Escobar na Colômbia, diz no documentário Alias JJ (2017), disponível no Netflix, que a Odebrecht "é a máfia atual".

NO GRITO E NO BRAÇO
Atônito com o cochilo que permitiu a convocação de Lula para depor à CPMI do BNDES, o senador Paulo Rocha (PA) tentou provocar troca de sopapos com o autor do requerimento, Lasier Martins (PSD-RS).

SENADOR NEY
Bem posicionado nas pesquisas para o Senado, pelo Rio Grande do Norte, o jornalista e ex-deputado Ney Lopes agora avalia sua melhor opção partidária. Por enquanto, o PDT é o mais provável.

ESTRANHO MUNDO
O presidente do PTB, Roberto Jefferson, criticou Rodrigo Janot pelo encontro com o advogado de Joesley, "maior assaltante que este País já viu", e também o ministro Edson Fachin, pela prisão temporária de apenas cinco dias para o dono da JBS: "Ele quis jogar para a plateia?".

PERGUNTA NO BEABÁ
Quem faltou mais às aulas de alfabetização, Lula ou Joesley?
Herculano
13/09/2017 09:23
EM NOVO DEPOIMENTO DE LULA, PT PROCURA REFORÇAR EMBATE POLÍTICO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Ana Luiza Albuquerque e Cátia Seabra, enviadas especiais a Curitiba, com Estelita Hass Carazzai, de Curitiba

O novo depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro, marcado para esta quarta (13) em Curitiba, será usado pelo PT para reforçar a mensagem de que há uma guerra jurídica contra o petista.

Atos de apoio a Lula, ainda que menores do que em seu primeiro depoimento, em maio, estão marcados na cidade, com a presença do ex-presidente. Cerca de 4.000 pessoas são esperadas.

"Será mais um momento em que Lula vai mostrar seu pacto com a verdade e escancarar mais um episódio da perseguição que sofre", afirmou à Folha o ex-ministro Alexandre Padilha, vice-presidente nacional do PT.

Para líderes petistas, o depoimento desta quarta é uma chance para Lula se defender das acusações "de forma vivaz", no embalo da caravana que fez pelo Nordeste e que terminou na semana passada.

Às vésperas da audiência, na noite desta terça (12), o PT levou ao ar inserções na TV em que afirma que o ex-presidente é vítima de ódio e perseguição. "Enquanto eles perseguem Lula, o povo nas ruas abraça Lula", diz a campanha.

A peça se encerra com a frase "o Brasil vai voltar a sonhar", numa referência à candidatura do petista à Presidência em 2018.

Na ação em que deporá em Curitiba, o ex-presidente é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro devido a supostas relações ilícitas com a empreiteira Odebrecht. A empresa diz que pagou por um terreno que seria destinado ao Instituto Lula, com dinheiro oriundo de um "caixa de propinas" do PT.

Na semana passada, em depoimento a Moro, o ex-ministro Antonio Palocci afirmou que Lula firmou um "pacto de sangue" com a Odebrecht, com o pagamento de R$ 300 milhões em vantagens indevidas em troca de manter o protagonismo do grupo no governo. O terreno ao instituto estaria incluído nesse valor.

Dirigentes petistas voltaram a afirmar que há uma tentativa de tirar o ex-presidente da eleição do ano que vem, e que o Judiciário faz parte do embate político nacional.

Lula é réu em seis ações penais e foi denunciado outras três vezes, em Curitiba e em Brasília, inclusive no Supremo Tribunal Federal. A última denúncia foi apresentada na segunda (11) em Brasília. As acusações foram movidas por três investigações diferentes: além da Lava Jato, a Operação Zelotes e a Janus.

Em julho, o petista foi condenado por Moro a 9,5 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Ele recorre da sentença, mas, caso ela seja confirmada no Tribunal Regional Federal, será enquadrado na Lei da Ficha Limpa e se tornará inelegível.

"É uma ampla manobra para tirá-lo do jogo", afirmou o ex-ministro Gilberto Carvalho.

O Ministério Público Federal e Moro negam que estejam promovendo uma perseguição. "É mais uma tentativa de diversionismo em relação ao mérito da acusação", afirmou Moro, na sentença do tríplex.

PLANO B

Reservadamente, Lula já admite a possibilidade de ser condenado em segunda instância e busca tornar outros nomes do partido competitivos, como o ex-prefeito Fernando Haddad, num plano B para a candidatura de 2018.

Dirigentes do partido, porém, negaram peremptoriamente a possibilidade.

"Não pode haver eleição sem Lula; não vamos aceitar", afirmou Carvalho, para quem os atos organizados nesta quarta irão "provocar a consciência na população".

O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, preferiu não se manifestar sobre a estratégia para o depoimento.

Em recurso enviado nesta semana ao TRF, ele voltou a afirmar que a sentença de Moro no caso do tríplex foi produzida a partir de "uma análise parcial e facciosa".

À SEGUNDA VISTA
Lula presta novo depoimento a Moro nesta quarta (13)

ACUSAÇÃO
Lula é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro em razão de contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht

FAVORECIMENTO
Os procuradores dizem que a Odebrecht comprou um terreno em SP onde seria instalado o Instituto Lula e um apartamento em São Bernardo do Campo

OS RÉUS
Além de Lula, são réus outras sete pessoas, incluindo Antonio Palocci e Marcelo Odebrecht

A AUDIÊNCIA

HORÁRIO
O início está marcado para as 14h, não há previsão para término

QUEM PODE ENTRAR?
Desta vez, a parte administrativa da Justiça Federal vai funcionar normalmente. Poderão acessar o prédio servidores e funcionários que irão participar da audiência, bem como o juiz Sergio Moro, advogados e membros do Ministério Público Federal

COMO SERÁ A FILMAGEM?
Com duas câmeras ?"uma com foco em Lula e outra lateral, com foco em toda a sala de audiência. Somente a Justiça Federal irá filmar

COMO SERÁ A TRANSMISSÃO?
A gravação será disponibilizada após a audiência, no site da Justiça Federal. O acesso é público, mas exige uma senha
Herculano
13/09/2017 09:16
STF PODE ELEVAR SUA ESTATURA OU REBAIXAR O TETO, por Josias de Souza

Os larápios estão em festa. Num instante em que a corrupção virou um pesadelo do qual a sociedade tenta acordar, o Supremo Tribunal Federal decidiu brigar consigo mesmo. Nesta quarta-feira, julgará dois pedidos de Michel Temer contra o procurador-geral Rodrigo Janot. A sessão pode elevar a estatura da Suprema Corte. Ou rebaixar o teto do tribunal.

Uma troca de farpas ocorrida nesta terça-feira na Segunda Turma do Supremo ofereceu um aperitivo do que está por vir. De um lado Gilmar Mendes. Do outro, Edson Fachin, relator da Lava Jato. No centro, um debate que teve como pano de fundo o curto-circuito que carbonizou a colaboração judicial da JBS.

Para Gilmar, que desde logo desqualifica como provas as gravações em que soam as vozes de Michel Temer e Aécio Neves, o Supremo vive um "vexame institucional". E Fachin, "ludibriado" pela Procuradoria, flerta com a desmoralização por ter avalizado delações que não ficam em pé.

Esforçando-se para saltar as cascas de banana lançadas pelo colega, Fachin agradeceu a preocupação com sua biografia. Mas disse estar "em paz", pois não fez senão tomar decisões escoradas "nas provas dos autos." Na sessão desta quarta, a plateia saberá qual é o tamanho da ala Gilmar e da banda Fachin.

O que pede a defesa de Temer? Primeiro, que o procurador-geral, tido por "inimigo capital", seja impedido de atuar nos processos contra o presidente. Segundo, que seja suspensa a pretensão de Janot de pendurar no pescoço de Temer uma segunda denúncia.

Num ambiente pacificado, o Supremo decidiria em poucos minutos. Arquivaria o pedido de suspeição de Janot e indeferiria o pedido para cortar-lhe as asas. É certo que Janot ofereceu munição para seus inimigos. Mas seria ridículo afastá-lo dos calcanhates de vidro de Temer a quatro dias do término do seu mandato como procurador-geral.

De resto, o Supremo teria de fazer malabarismo jurídico para privar o chefe do Ministério Público Federal da prerrogativa constitucional de denunciar o presidente. Seria como desqualificar a denúncia sem conhecer os seus fundamentos. Além de absurda, a providência é desnecessária, pois caberá ao próprio Supremo avaliar a consistência da peça. Se for inepta, pode ser arquivada antes seguir para a Câmara.

Neste contexto, é prematuro e inútil o debate sobre a sobrevivência das provas no caso JBS. É prematuro porque ainda está em curso a investigação sobre a suspeita de que Marcello Miller atuou dos dois lados do balcão ?"como membro do MPF e assessor da JBS. É inútil porque não produzirá decisões, apenas desgaste.

O diabo é que Gilmar Mendes não perderá a oportunidade de fustigar Janot. Sem acesso ao microfone, o procurador-geral tende a apanhar indefeso. O ministro Luís Roberto Barroso, que poderia tomar-lhe as dores, voou para os Estados Unidos. Participa, na Universidade de Yale, de um encontro de juízes de supremas cortes de vários países. Coisa agendada há tempos.

Imagina-se que o decano Celso de Mello não se animará a aderir à fúria de Gilmar contra Janot. Na Procuradoria, são contabilizados como votos pró-Janot, além de Celso, pelo menos mais cinco ministros: Edson Fachin, Rosa Weber, Luiz Fux, Marco Aurélio Mello e Cármen Lúcia. A ver.

Seja como for, o brasileiro em dia com o fisco deve desanimar ao perceber que o Supremo Tribunal Federal, frequentemente acusado de judicializar a política, esteja agora tão politizado. Foro de políticos e autoridades, justamente o pedaço mais organizado do crime de colarinho branco, o STF parece mais interessado em brigar consigo mesmo do que com os assaltantes do Tesouro Nacional.
Herculano
13/09/2017 09:13
UM BANCO BANANA, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Coragem é a virtude que se exige do guerreiro, não do banqueiro. Ainda assim, o Santander tem exagerado na covardia.

O primeiro gesto público de pusilanimidade foi durante a campanha presidencial de 2014. Uma analista do banco enviara comunicado aos clientes de seu segmento alertando para o fato de que o mercado reagiria negativamente a um crescimento de Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais. O PT reclamou, e o Santander, em vez de bancar a análise, aliás, corretíssima, da funcionária, demitiu a moça.

Mais recentemente, o banco cancelou a conta de uma farmácia uruguaia que aderira ao programa de venda legalizada de maconha. O Santander, ao lado de várias outras casas financeiras, calcula que pode ser alvo de sanções dos norte-americanos se fizer negócios com empresas que lidam com Cannabis. A preocupação é legítima, mas o banco nem sequer esperou os EUA ameaçarem retaliar, quando poderia ter tentado argumentar que apenas cumpre a legislação do país soberano em que está instalado. Não se espera que o Santander fosse dobrar Washington, mas teria demonstrado alguma integridade, o que é sempre bom para a imagem pública.

Agora, bastou um exótico grupo de jovens que se dizem liberais queixar-se do caráter sexual de uma exposição artística organizada pelo setor cultural do banco para o Santander cancelar a mostra. Aqui, não sei se é mais urgente sugerir a essa molecada que leia clássicos liberais como John Locke e John Stuart Mill, ou à cúpula do Santander que compulse manuais de marketing. Liberais não tentam fechar exposições de arte ?"especialmente quando a temática é relevante, e os artistas, de primeira?", e empresas não maltratam tanto a própria imagem.

Na condição de cliente do Santander, espero que o banco não seja tão banana na hora de administrar os fundos de que sou cotista.
Herculano
13/09/2017 09:10
DIA QUENTE (NA TEMPERATURA AMBIENTE TAMBÉM) PARA A CORRUPÇÃO E OS CORRUPTOS.

O HERóI DO POVO BRASILEIRO, JOSÉ DIRCEU, PT, SABERÁ NO JULGAMENTO DA OITAVA TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DE JUSTIÇA FEDERAL DA QUARTA REGIÃO, EM PORTO ALEGRE, SE CONTINUARÁ SOLTO OU NÃO.

JÁ O EX-PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, PT, FICARÁ NOVAMENTE DE FRENTE COM O JUIZ FEDERAL SÉRGIO MORO, EM CURITIBA. TALVEZ NÃO SEJA TÃO IRôNICO COMO FOI DA PRIMEIRA VEZ. O NOME DISSO SE CHAMA ANTõNIO PALOCCI

Deixe seu comentário


Seu e-mail não será divulgado.

Seu telefone não será divulgado.