Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

15/09/2016

PODE ISSO, ARNALDO? I
O PT de Gaspar está no poder há oito anos com Pedro Celso Zuchi. O partido e ele têm um candidato preparado há mais de sete anos para a sucessão do “prefeito Celso”. Uma pesquisa divulgada recentemente por este Cruzeiro do Vale, mostrou que Lovídio Carlos Bertoldi não estava bem na foto. Então o que aconteceu a 20 dias da eleição de dois de outubro? A prefeitura anunciou com toda a pompa na imprensa local que vai entregar remédios em casa para os idosos. Pior. Na maior cara de pau – como convém sempre ao PT e aos políticos espertos que manipulam eleitores analfabetos, ignorantes, desinformados, necessitados, amedrontados e fanáticos em época de campanha -, assina o estelionato e dá ares de claro crime eleitoral: diz que isto é um experimento. Ai, ai, ai. Ou seja: vai durar 20 dias e vai começar no dia 19, na próxima segunda-feira, reta final de campanha. Perceberam? Criou-se um factoide para durar até as eleições. Se vencer, o “prefeito Celso” não garante que vá continuar. Se perder, a bomba fica para o eleito. E pau nele.

PODE ISSO, ARNALDO? II
Resumindo: o PT e o “prefeito Celso” tiveram oito anos para fazer o que fazem agora em horas no comitê. E não fizeram. E se não fosse pouco, a vereadora Andreia Symone Zimermann Nagel, PSDB, que também é candidata a prefeita, fez ao “prefeito Celso” a indicação 317 de 11 de junho de 2013 com a mesma finalidade. Nela, grudou uma sugestão de Projeto de Lei para tudo ser mais fácil ao “prefeito Celso”. O vereador só pode propor. A iniciativa é de exclusiva competência do prefeito. Vejam só. No parágrafo terceiro do primeiro artigo do PL que Andreia chamou de “Levando a Saúde em Casa”, diz que o programa é para pessoas com ou mais 60 anos. O que fez o “prefeito Celso” desde 2013? Ignorou a sugestão da vereadora. Ela então a colocou agora no seu Plano de Governo. O PT não.

PODE ISSO, ARNALDO? III
E por que o “prefeito Celso” ignorou Andreia? Porque ela foi e é uma fiscal implacável da sua administração desde que se empossou no cargo em janeiro de 2013. E com este ato de vingança partidária, o “prefeito Celso” mandou bananas para os idosos gasparenses. Eles com doenças graves e reais dificuldades de locomoção aos postos de saúde ou à policlínica para pegar os remédios foram e são os prejudicados. Agora, atrás na pesquisa, o PT e o “prefeito Celso” inventam algo igual ao propôs Andreia. Mas, só pode ser sacanagem: é “projeto piloto”. Deve ser para entregar junto o santinho e pedir votos para o candidato do PT. Duas infrações graves no mesmo ato. Não custa perguntar: pode isso, Arnaldo? Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Amanhã é dia de debate.  O primeiro e o único. Uma pena. A maioria dos candidatos não quer debate. Falta-lhes conhecimento da cidade, propostas exequíveis, diálogo e principalmente, transparência. Ainda bem que não vou participar. Anunciei isto bem antes da campanha começar. Prefiro olhar a maré.

E se eu participasse não perguntaria nada sobre a capacidade de gestão, vida particular dos candidatos, tetas continuadas, empreguismo reiterado dos cabos, belos salários, alianças de sapos com cobras, compra de votos, gastos de campanha, marketing caro que copia os outros sem dinheiro, padrinho que se esconde para favorecer Eduardo Cunha, mensalão, petrolão, Lava Jato, votações na Câmara, vídeos após a farra noturna, censura...

Com uma ou duas perguntas provaria que a maior parte candidatos não tem capacidade para administrar Gaspar. E por que? Pelo simples fato que não soube, não deu atenção ou fantasiou o seu Plano de Governo que registrou na Justiça Eleitoral. Um desrespeito sem tamanho com o cidadão pagador de pesados impostos.

Quem ousou perguntar o óbvio sobre isso, como a Aline Franzoi, derrubou quase todos. E olha que ela pegou leve.

Em Gaspar temos até candidato que em plena de campanha eleitoral possui planos secretos para o Hospital. E não faz segredos disso. Deixou público e gravado numa sabatina, como revelei na coluna de terça-feira. Ou partido que esconde que depois das eleições poderá deixar a cidade sem transporte coletivo. E indigna-se com a imprensa que revela o impróprio. E ninguém não fica vermelho de vergonha.

O PMDB e o PSD estão sendo comidos pelo PT na própria estratégia que armaram para se dar bem na campanha. Durante quatro anos o PMDB ficou em silêncio na Câmara. O PSD foi mais longe: deu até apoio, votos e recebeu cargos. Deixaram as denúncias contra o PT para o PSDB. Essa vida de espertos para se estabelecer no poder não se desgastando não é fácil. É para profissionais.

PMDB e PSD apostaram que se sairiam limpos e lisos, como santos perante a população deixando os desgastes para Andreia. Ela fez o que deveria ter sido feito por ele e todos: fiscalizar e denunciar em nome dos cidadãos, o que lhes parecia errado.

PMDB e PSD esperavam o reconhecimento do PT. Tolinhos. No PT não tem moleza: vale tudo pelo poder. Agora, o PT em desvantagem, desnuda o PMDB e o PSD. O PMDB está apanhando e quieto. Não tem como contra-atacar. No bunker do PMDB, o bem pago marketing pede ajuda aos universitários nas redações jornalísticas. Se revidar quebram a estratégia de falsos bonzinhos.

Começou mal. Os vereadores e candidatos a prefeito e vice, respectivamente, Marcelo de Souza Brick, PSD, e Giovânio Borges, PSB, gravaram um vídeo num tom quase irresponsável. Tudo para motivar seus militantes e eleitores. O vídeo viralizou nas redes.

O impacto foi aparentemente negativo ao que se pretendia. O que fez a coligação dos dois? Tentou proibir e retirar os comentários do facebook. É mole? O juiz eleitoral Rafael Germer Condé julgou e disse que ambos não tinham razão no pedido de censura.

A ausência - o único de Santa Catarina - do deputado Federal Rogério Peninha Mendonça, PMDB, na votação de cassação do mandato de Eduardo Cunha, PMDB RJ, foi uma ducha fria na campanha de Kleber Edson Wan Dall. Só explicações.

Quem é leitor e leitora da coluna, sabia de que Peninha preferia que a sessão de segunda-feira acontecesse só depois das eleições. Então... era bem previsível o que aconteceu.

Perguntar não ofende. Quando mesmo vão entregar ao tráfego a Ponte do Vale? O PT de Gaspar está acusando o PMDB e o PSD pelo atraso da obra. Errado. Foi a esperteza e a arrogância do PT de Gaspar que a atrasou.

Na licitação “o prefeito” prometeu dar a contrapartida de mais de R$20 milhões na obra. Ele sempre soube que não tinha esse dinheiro. O governo Federal do próprio PT cumpriu a parte dele: liberou os primeiros R$19,5 milhões. O que faltava, o padrinho do PT de Gaspar, Décio Neri de Lima e a gasparense honorária, Ideli Salvatti, prometeram conseguir em Brasília com os amigos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff no ministério das Cidades.

Como já escrevi aqui várias vezes, essa outra “verba” Federal não era obrigação do governo Federal, conforme a licitação. A verba se diminuiu de valor várias vezes e esteve para ser liberada nos discursos, entrevistas sem perguntas, manchetes e dezenas de viagens do “prefeito Celso” a Brasília.

Como o PT sempre esteve envolvido em tramoias com os seus partidos sócios que quebraram o Brasil, aliada à falta de transparência, no ministério das Cidades quando esteve nas mãos do PP – de Luiz Carlos Spengler Filho e de influência de João Alberto Pizzolatti Júnior- admitiu que “mandou” os recursos extras da ponte, para o Nordeste.

Quando esteve nas mãos do PSD, de Marcelo de Souza Brick, Gilberto Kassab, presidente do partido, disse que não sabia de nada. Desmentiu o “prefeito Celso” na lata e na frente da imprensa.

 

Edição 1767

Comentários

Herculano
19/09/2016 07:56
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA

A que melhor informa. A referência para a concorrência
Herculano
19/09/2016 07:55
À BEIRA DO PRECIPÍCIO, por Ricardo Noblat, para o jornal O Globo

Exagero se disser que o mundo quase desabou sobre a minha cabeça quando escrevi em 2005, tão logo José Dirceu foi apontado como chefe do esquema do mensalão, que a denúncia contra ele carecia de provas convincentes.

Apanhei feio dos leitores do meu blog. Amparava-me na opinião de meia dúzia de juristas que consultara - um deles o atual ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.

Dirceu foi condenado como mensaleiro, mas absolvido da acusação de chefiar o esquema que subornou deputados para que votassem como o governo mandava. Passou quase um ano preso na penitenciária da Papuda, em Brasília.
Foi preso novamente e condenado pelo juiz Sérgio Moro a 23 anos de cadeia por beneficiar-se do dinheiro desviado da Petrobras que enriqueceu empreiteiros e políticos.

Um ano antes, ele havia profetizado em conversa com amigos: "De que serve toda a covardia que o Lula e a Dilma fizeram na ação penal 470 [a do mensalão] e estão repetindo na Lava Jato? Agora estamos no mesmo saco, eu, o Lula, a Dilma".
Embora não cogite delatar, Dirceu valeu-se de recados nos últimos 11 anos para dizer que se o mensalão e o petrolão tiveram um chefe, não foi ele.

Ao jornal O Estado de São Paulo, afirmou: "Nunca fiz nada que Lula não soubesse". Ouvi dele antes do julgamento do mensalão: "Lula se disse traído, mas traído por quem? Por mim? Por Delúbio Soares [ex-tesoureiro do PT]? Todo mundo sabe que Delúbio sempre foi muito mais ligado a Lula do que a mim. É homem dele, não meu". Delúbio foi condenado a oito anos e 11 meses de prisão.

Mal Lula se elegeu presidente pela primeira vez, batizou Dirceu de "capitão do time" que montara para governar.

Mal o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) detonou o escândalo do mensalão poupando ele, mas acusando Dirceu, Lula tratou de livrar-se do "capitão".
Despejou-o do governo. Quis convencê-lo a não assumir o mandato de deputado federal. Dirceu assumiu e foi cassado.

"Lula é um político conservador, sempre foi. Mas seria o único meio que as esquerdas tinham de chegar ao poder ou de se aproximar dele. Acabou decepcionando a todos", revelou-me Dirceu. "Ele deveria ter defendido o governo dele dizendo que o governo não era corrupto. Errou ao falar de traição. (...) É um indeciso. Não comanda, é levado. Só decide sob pressão".

Nem sempre é mal só decidir sob pressão. Atribui-se ao ex-presidente José Sarney uma frase que ele não disse: "Cinquenta por cento dos problemas não têm solução. E os outros cinquenta por cento se resolvem sozinho".

Sob pressão ou não, o mal está em decidir errado. Lula decidiu certo ao entregar a cabeça de Dirceu para salvar a sua. Reelegeu-se, elegeu Dilma e reelegeu-a.

Decidiu errado ao imaginar que só haveria um meio de manter o poder: deixando que roubassem e usufruindo do roubo. Seus comparsas reagiram com fúria aos procuradores da Lava-Jato que o nomearam "o presidente máximo, o general, o comandante" da organização criminosa responsável pelo mensalão e pelo petrolão, que não passaram de uma coisa só.

Parecem esquecer que algo do mesmo tipo já fora dito por Rodrigo Janot, Procurador-Geral da República, em denúncia contra Lula e Dilma por obstrução da Justiça encaminhada ao Supremo Tribunal Federal em maio último.

Janot afirma que Lula teve 'papel central' na trama para tentar barrar a Lava Jato. Se não fosse culpado, por que procederia assim?
Herculano
19/09/2016 07:52
O OBJETIVO DE LULA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Sempre se soube que a entidade foi concebida para servir como escritório político e assessoria de imprensa de Lula, enquanto vendia ao público a ideia de que era um "espaço de interação e diálogo para aqueles que compartilham os ideais de Lula", como se lê em seu site.

O Instituto Lula se apresenta como uma "instituição sem fins lucrativos que tem como objetivos principais compartilhar experiências de políticas públicas de combate à fome e à pobreza com os países da África, promover a integração da América Latina e ajudar a fazer o resgate da história da luta pela democracia no Brasil". O ex-presidente é livre para vender seu peixe como achar melhor, mas a coisa muda de figura quando se fica sabendo que o instituto goza de benefícios fiscais por se apresentar como entidade sem fins lucrativos, mas não cumpre os requisitos que devem justificar essa condição, transformando a isenção em apropriação ilegal de recursos de natureza pública.

Foi por esse motivo ?" desvio de finalidade ?" que a Receita Federal decidiu suspender a isenção tributária do Instituto Lula. Segundo o jornal O Globo, os auditores do Fisco entenderam que o instituto foi usado pela empresa de palestras de Lula, a LILS (Luiz Inácio Lula da Silva), configurando exploração comercial de uma entidade que não deveria ter fins lucrativos.

Além disso, conforme o jornal Folha de S.Paulo, o instituto repassou R$ 1,3 milhão para a empresa G4 Entretenimento, cujos donos são Fábio Luís Lula da Silva, o "Lulinha", e Fernando Bittar, dono formal do sítio de Atibaia que, segundo suspeita a Lava Jato, pertenceria ao chefão petista. Os auditores da Receita concluíram que houve simulação de prestação de serviços, com o objetivo de desviar o dinheiro do instituto para as mãos dos Lula da Silva.

A investigação da Receita Federal abrangeu o período de 2011, quando o instituto foi fundado, a 2014. Por ora, somente a isenção tributária de 2011 será suspensa, obrigando a entidade a recolher os impostos devidos. Para os anos restantes, a Receita pretende aprofundar a investigação, mas auditores dizem que já há provas de desvio de finalidade também nesse intervalo. É por isso que não se sabe ainda qual será o valor total da cobrança do Fisco ?" fala-se de algo entre R$ 8 milhões e R$ 12 milhões. E o presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais, Kleber Cabral, disse que a Receita aplicará ainda uma multa de até 150%, porque a fraude foi intencional.

Não é de hoje que se suspeita da verdadeira finalidade do Instituto Lula e da LILS, duas entidades que estão na mira da Lava Jato. Entre 2011 e 2014, o Instituto recebeu R$ 18 milhões das empreiteiras enroladas no petrolão e terá de se explicar à Receita. Segundo a Folha, o presidente do instituto, Paulo Okamotto, disse à Receita que a ideia das empreiteiras era patrocinar projetos sociais nos países africanos nos quais têm obras. Quando os auditores quiseram saber por que razão nenhum desses projetos se concretizou, Okamotto disse que a prioridade, por ora, é organizar o acervo de Lula.

O caso da LILS é semelhante. A empresa de palestras recebeu volumosos recursos de grandes empresas, mas raros são os registros desses eventos. A Lava Jato e a Receita suspeitam que as palestras tiveram uma serventia bem menos nobre do que a de levar ao mundo a sabedoria de Lula. Além disso, o Fisco suspeita que as empresas que contrataram a LILS fizeram o pagamento, na verdade, ao Instituto Lula, caracterizando confusão patrimonial ?" uma forma de evitar o recolhimento de impostos, já que o Instituto Lula é isento.

É por esses motivos que a Receita está há tempos nos calcanhares de Lula, a ponto de o ex-presidente, em março passado, ter reclamado duramente com o então ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Em telefonema grampeado, Lula disse que a Receita estava "procurando pelo em ovo" no instituto e mandou o ministro enquadrar o responsável por aquilo. Pelo que se nota, a bronca de Lula não surtiu efeito.

A ação da Receita contra o Instituto Lula só surpreende os incautos. Sempre se soube que a entidade foi concebida para servir como escritório político e assessoria de imprensa de Lula, enquanto vendia ao público a ideia de que era um "espaço de interação e diálogo para aqueles que compartilham os ideais de Lula", como se lê em seu site. O Fisco acabou com mais essa fantasia de Lula
Herculano
19/09/2016 07:51
da série: os políticos que elegemos e pagamos com os pesados impostos e que faltam à saúde pública, segurança, educação e obras, continuam agindo em quadrilha apesar da nossa indignação

CONGRESSISTAS TRAMAM LEI PARA ANISTIAR CAIXA por Josias de Souza

Antecipando-se à provável formalização do acordo de delação premiada de executivos da Odebrechet, beneficiários de repasses de verbas de má origem por baixo da mesa armam no Congresso um movimento suprapartidário. Trama-se a aprovação de um projeto de lei que, a pretexto de criminalizar o caixa dois, ofereça aos fora da lei um pretexto para reivindicar anistia.

Os articuladores da manobra se escoram no pacote de medidas anticorrupção costurado pela força-tarefa da Lava Jato e subscrito por mais de 2 milhões de apoiadores. Uma das dez medidas reivindicadas pelos procuradores de Curitiba trata justamente do caixa dois. Criminalizando-o, os parlamentares invocarão o princípio do Direito segundo o qual nenhuma lei pode ser aplicada retroativamente. Nessa versão, todos os pecados anteriores estariam perdoados.

Se prosperar, a manobra só terá alguma chance de êxito se a Procuradoria e a Justiça engolirem a lorota de que o dinheiro repassado aos políticos e aos partidos pelas empreiteiras que assaltaram a Petrobras era caixa dois de campanha, não propina. Hoje, a tendência é de desqualificar até a verba suja que foi lavada por meio de declarações oficiais à Justiça Eleitoral.

A movimentação nos porões do Legislativo reforça a impressão de que, não podendo aumentar a própria estatura, certos congressistas se esforçam para rebaixar o teto.
Herculano
19/09/2016 07:48
DIZER QUE ESQUEMA FOI MONTADO PARA PERPETUAR O PT NO PODER É RIDÍCULO, por Celso Rocha de Barros, sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

Tudo indica que Lula recebeu favores das empreiteiras, e as autoridades estão cumprindo seu dever quando investigam a natureza desses favores. Mas a história mais ampla sobre política brasileira que foi contada na quarta-feira é muito ruim. Ela parece ser a base para a acusação de que Lula era o "comandante supremo" da "propinocracia". Isso não vale.

Na visão do procurador Deltan Dallagnol, o PT montou um sistema de distribuição de cargos e propinas que garantiu uma "governabilidade corrompida", visando a "perpetuação criminosa" do PT no poder. No centro do esquema estaria Lula: sem ele, nenhum dos envolvidos teria sido nomeado para seus cargos. A roubalheira teve como fonte propinas cobradas do cartel das empreiteiras.

Se Lula estivesse no centro do esquema, como argumentou o procurador, poderíamos supor que sua presença nessa rede fosse fundamental para manutenção. Talvez isso seja eventualmente demonstrado, mas os dados disponíveis não o sugerem.

Tanto o cartel das empreiteiras quanto os aliados que venderam seu apoio ao PT já estavam no ramo antes de 2003. O cartel financiou a campanha de todos os partidos esses anos todos. Só o PT lhes ofereceu favores em troca? Os fisiológicos apoiaram FHC por oito anos, deslocaram-se em massa para o PT até recentemente e agora passaram todos para o lado de Temer. Foi só durante a era petista que essa necessidade de proximidade com a máquina pública foi motivada por interesses escusos?

É inteiramente legítimo responsabilizar o PT por ter participado disso, mas dizer que o sistema foi montado para perpetuar o PT no poder é ridículo. O sistema já estava ali e, aliás, nunca perpetuou ninguém no poder, justamente porque se adapta facilmente a mudanças de presidente.

Mas o principal problema da explicação do procurador não é a injustiça cometida contra o Partido dos Trabalhadores, que já tem culpas suficientes sem essa. O problema é quem ganha com a historinha sobre a propinocracia petista.

A alternância no poder representada pela eleição de Lula em 2002 fortaleceu os órgãos fiscalizadores. Nem tanto porque o governo do PT, de fato, tomou algumas boas medidas nesse sentido. Muito mais porque alternância, em si, favorece a autonomia dos fiscalizadores.

Os petistas jogaram o jogo enquanto o jogo dava um salto de qualidade e se tornava mais transparente. Eventualmente, foram pegos. Seus adversários só começaram a governar sob as novas regras, sob a luz mais forte, recentemente. Estão brilhando?

Vender essa história de melhoria sistêmica como uma história de degradação petista é, do ponto de vista da Procuradoria, chutar contra o próprio gol. Se as denúncias sumirem após a queda do PT, os novos governantes poderão dizer que isso é normal, pois a "grande organização criminosa" já terá sido derrotada.

A Lava Jato é um esboço de um Brasil novo. O tipo de conversa que ouvimos na última quarta-feira pode torná-la só um instrumento na disputa política do Brasil antigo.

Seria uma pena. Esse é o pior momento possível para a esquerda e a Lava Jato brigarem. Quando a direita tentar matar a operação, ainda vai poder embrulhar o pacote como bipartidário, mesmo que, como é provável, só um dos lados consiga salvar seus mandatos
Herculano
19/09/2016 07:44
PERDÃO DE DÍVIDA DE PAÍSES AFRICANOS SOB SUSPEITA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou no jornais brasileiros

Leva ao Senado uma das principais pistas na investigação do esquema de corrupção envolvendo financiamentos do BNDES no exterior, para beneficiar principalmente a empreiteira Odebrecht. É que o BNDES só pode financiar obras em países que não tenham dívidas junto ao Brasil. A suspeita é que os frequentes projetos de "perdão de dívidas", aprovados no Senado, sejam produto de lobby do esquema corrupto.

PROSPECÇÃO
Investigado por tráfico internacional de influência, Lula "prospectava" para a Odebrecht obras no exterior, garantindo dinheiro do BNDES.

CRIME PERFEITO
BNDES condiciona financiamento de obra lá fora, sem a incômoda fiscalização do TCU ou MPF, à contratação de empreiteira brasileira.

SOMENTE DITADURAS
Países africanos e latino-americanos que ganharam obras financiadas pelo BNDES vivem sob ditaduras, também sem órgãos de controle.

TUDO SECRETO
O financiamento do BNDES no exterior foi protegido, no governo Lula, por "acordos bilaterais" sigilosos, aos quais nem o TCU tinha acesso.

CPI PODE LEVAR, SOB VARA, ATOR GLOBAL PARA DEPOR
O ator e ativista do PT José de Abreu pode encarar a Federal em sua porta, para conduzi-lo sob vara para depor na CPI da Lei Rouanet. Ele zombou da convocação, pedindo uma passagem Paris-Brasília. "Se for necessário, mandaremos buscá-lo de jatinho da Polícia Federal", afirma o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), que o convocou, entre outras coisas, para interrogá-lo sobre os R$299 mil que arrecadou, sob os favores da Lei Rouanet, e não cumpriu o dever de prestar contas.

ZÉ DO CUSPE
Sóstenes diz que vai à CPI de guarda-chuva: "Ele gosta de cuspir nos outros", diz sobre Zé de Abreu, que cuspiu em casal num restaurante.

PODER DE POLÍCIA
O clima para Zé de Abreu não é bom na CPI. Seu presidente, Alberto Fraga (DEM-DF), lembrou que a comissão tem poder de polícia.

IRONIA
Abreu diz que não precisaria de convocação, "só um convite e o envio da passagem Paris-Brasília". Ele passa uma temporada na França.

MORRI
Condenado por improbidade da época em que foi prefeito de Ribeirão Preto (SP), Antonio Palocci, ex-ministro de Lula e Dilma, tomou chá de sumiço. Nem sequer balbucia a defesa dos ex-chefes.

VIDA DE CELEBRIDADE
A advogada Janaína Paschoal leva uma vida de celebridade após o impeachment de Dilma Rousseff. "As pessoas me param na rua e agradecem. O que mais impressiona é que são pessoas simples", diz.

OUTRA LOROTA
Lula contou, quinta-feira (15), haver recomendado a Tarso Genro, ao convidá-lo para assumir o Ministério da Justiça, que não queria operações policiais "pirotécnicas". Ou é mentira ou foi desobedecido.

LANTERNA NA POPA
Com a crise ética na política, o senador Antonio Reguffe (DF) ainda não escolheu o partido ao qual se filiará. Por enquanto, continua muito difícil definir seu destino partidário.

CUSTO BRASIL
É melhor do que loteria verba de R$12,3 milhões usada por senadores para ressarcir despesas com a própria mordomia. O ganhador do último sorteio da Mega Sena, de Brasília, embolsou R$ 9,5 milhões.

BOLSO CHEIO
Além dos R$ 33,7 mil mensais de salário, o senador Hélio José (PMDB-DF) embolsou mais de R$ 21 mil em diárias pelos 15 dias que passou viajando em "missões" oficiais para Chile, Panamá e Cuba.

BOLA PRA FRENTE
"Temos que superar (a crise). Os aliados não podem ficar a vida inteira em disputa", afirma o primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), sobre a relação do centrão com o governo.

BELTRÃO FAZ FALTA
Ex-ministro da Desburocratização, Hélio Beltrão criou um princípio já arquivado: "O governo não pode pedir ao cidadão qualquer informação disponível na administração pública". Mas a burocracia continua exigindo que o cidadão faça provas de obrigações que já cumpriu.

PENSANDO BEM...
...agora que promete escrever um livro sobre o impeachment, Eduardo Cunha bem que poderia aproveitar para contar tudo sobre o "petrolão".
Herculano
19/09/2016 07:40
TERREMOTOS BRASILIENSES, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Em menos de 20 dias, Dilma Rousseff foi cassada, Eduardo Cunha perdeu o mandato e o ex-presidente Lula foi denunciado pela Lava Jato e classificado de comandante máximo da propinocracia.

Eventos capazes de, isoladamente, causarem movimentos das placas tectônicas da política brasileira. Em cadeia, ao contrário de terremotos, reduzem os efeitos de uns e deixam outros em estado de latência.

O impeachment da petista em 31 de agosto prometia dominar o tom da política nos dias seguintes. Gerou gritos de Fora Temer e vaias ao novo presidente, que ficou acuado quando deveria estar celebrando o fato de virar, enfim, definitivo.

A agonia do presidente deu lugar a um certo alívio no dia 12 de setembro, quando o ex-presidente da Câmara dos Deputados foi cassado. Só que Eduardo Cunha caiu atirando em Temer e fazendo ameaças.

Dois dias depois, Dilma já estava fora do noticiário e Cunha foi para a prateleira quando, em 14 de setembro, a Lava Jato denunciou Lula e o chamou de maestro geral de uma orquestra criminosa. O petista reagiu, com razão, porque provas não foram apresentadas de que ele é o poderoso chefão do esquema.

Tudo somado, Dilma tende a ficar totalmente em segundo plano. Afinal, a preocupação no PT virou outra, proteger sua grande estrela, porque efeitos secundários da Lava Jato estão encomendados com novas delações em curso em Curitiba.

Já Eduardo Cunha emite sinais de que não deseja ter o mesmo destino de sua inimiga favorita, que caminha para o ostracismo político, e segue fazendo suas ameaças na direção do governo Temer, elegendo amigos do presidente como alvo.

Enquanto isto, Temer seguiu no domingo para Nova York, sua segunda viagem internacional como definitivo. Vai atrás de reforçar sua legitimidade no exterior e, na volta, corrigir rumos do seu governo. Ele não esperava tantos tremores e que a vida fosse tão difícil na largada.
Herculano
18/09/2016 19:39
TERÇA-FEIRA É DIA DE COLUNA INÉDITA.

Na terça-feira é dia de coluna Olhando a Maré inédita e só para os internautas que fazem do portal Cruzeiro do Vale o mais acessado da região.
Herculano
18/09/2016 19:36
PASSAGEM PARA CURITIBA, para Fernando Gabeira, para o jornal O Globo

Fui ver a queda de Eduardo Cunha em Brasília. Nunca vi ninguém tão solitário no momento da cassação. Falei com ele duas vezes. Na primeira, perguntei por que ficava de costas para os oradores. Disse que preferia vê-los no telão. Depois de seu discurso, perguntei pela conta na Suíça e disse que não a tinha. Segundo ele, há uma diferença entre trust e conta: o Supremo o absolveria. Ele sabe como eu que o problema não é conta ou trust mas o dinheiro escondido no exterior. No dia seguinte, a imprensa internacional o apelidou de Mr. Trust, mostrando como uma das formas de ocultação de riqueza ilícitas.

Pensei que pudesse me dedicar um pouco ao governo Temer. Fernando Henrique o chamou de pinguela, nome talvez desconhecido das novas gerações. Mas é um tronco ou tábua separando as margens do rio ou córrego. A ideia de uma pinguela é inquietante pela sua precariedade diante das tensões e conflitos de um país continental. As coisas seriam mais fáceis para o governo se não fosse um desastre em comunicação. A ideia de expansão da jornada de trabalho para 12 horas é um alimento para os demagogos. A impressão que deu foi a de que a jornada obrigatória passaria para 12 horas. Além de ser adversário de si próprio, o governo concilia com a oposição na medida em que não revela o que realmente aconteceu quando o PT dominava o governo. O que houve no BNDES, por exemplo? Por que até agora não se conhece o que aconteceu nas transações do banco?

No meio da semana, a Lava-Jato apresentou sua denúncia contra Lula. Mostrou que era o comandante do Petrolão e se fixou no tríplex do Guarujá. Mostrou pagamento do depósito da mudança de Lula. Logo em seguida, vi uma entrevista da defesa. A rigor não havia contradição de fundo entre o defensor e os acusadores de Lula. Eles dizem que o ex-presidente era o dono oculto do tríplex. A defesa diz que os documentos mostram que Lula não é o dono do tríplex. Se os documentos legais indicassem Lula como o dono, para que então mobilizar uma força-tarefa de 300 homens e mulheres para investigar as relações Lula-OAS? Nesse caso sim, estariam malbaratando dinheiro público.

Lula foi apontado como comandante do Petrolão e de todo o sistema de propinocracia que dominou o país ao longo dos 13 anos. Na ausência de uma autocrítica, prevalece a tática da negação. Será uma longa jornada que, no meu entender, trará repercussões mais desastrosas ainda para o partido e seus apoiadores na esquerda. Mas as atribulações da esquerda não significam que pinguela se sustente sozinha até a margem de 2018. O governo terá de fazer sua parte. Não se trata apenas de aprovar projetos no Congresso. É preciso parar de dizer bobagens. Alguém deve lembrar aos ministros que as câmeras são sedutoras mas sempre encerram um perigo.

As confissões de bastidores, então, são terríveis. Estão sempre preocupados com as manifestações. Será que esperavam mesmo que a travessia da pinguela se faria sem gente pulando em protesto? Todos estamos vivendo momentos de imprevisão. Mas há coisas que uma análise racional pode prever. A queda de Eduardo Cunha, por exemplo, era líquida e certa. Voto aberto, proximidade de eleições, até os mais próximos se afastaram no momento final. Também era previsível que o papel de Lula fosse dissecado nessa fase pós-Dilma. Quase tudo que se apresentou ali já era conhecido, sobretudo de quem leu os jornais. Mas agora aparece de uma forma mais oficial. O desdobramento da Lava-Jato deverá ser o instrumento mais poderoso na revelação do subterrâneo político brasileiro.

O governo não faz sua parte na divulgação da história recente do Brasil talvez porque não compreenda a importância da tarefa. Ou talvez demore com os dados porque foi coadjuvante da trama e precisa selecioná-los. Quem dará o balanço do que se passou nos bancos oficiais, na política externa? Os historiadores? A versão do governo, certamente, não seria tida como verdade absoluta. Mas é muito raro nessa movimentada pinguela que a voz dos condutores não seja ouvida, ou pior ainda, só sejam ouvidos os ruídos que saem aos borbotões, desde o episódio da prisão de suspeitos de terrorismo, passando por declarações machistas e culminando na famosa jornada de 12 horas.

Desse jeito, é melhor abrir cursos de natação pois a pinguela pode ser levada pelas águas. Por ser estreita e precária, exige uma capacidade política muito maior do que simplesmente trânsito parlamentar. De resto, a conclusão que tiro para os personagens da semana é a mesma que expressei na segunda-feira, no momento da cassação de Cunha. A má notícia para ele é cair nas mãos do Sérgio Moro. A boa é que o inverno está acabando, e as temperaturas em Curitiba costumam ser mais amenas na primavera.
Herculano
18/09/2016 19:33
DEZ ANOS DEPOIS..., por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Lula foi um mito dentro e fora do Brasil, mas isso começou a ruir quando o discurso ético dele e do seu PT foi confrontado com o mensalão, em 2006.

O cerco se fechou sobre Dilma Rousseff, depois sobre Eduardo Cunha e agora se fecha sobre Luiz Inácio Lula da Silva, num redemoinho que traga o PT e deixa o tabuleiro político de 2018 boiando. As peças estão soltas, ao sabor das ondas, da Lava Jato e do pavor do que ainda pode vir por aí.

Lula foi um mito dentro e fora do Brasil, mas isso começou a ruir quando o discurso ético dele e do seu PT foi confrontado com o mensalão, em 2006: Compra de votos? O PT não é diferente? Naquele momento, era quase uma heresia admitir o que hoje parece óbvio: seria muito difícil tudo aquilo ser arquitetado e operacionalizado dentro do Planalto sem que o presidente mandasse ou, no mínimo, soubesse. Até porque os grandes beneficiários do mensalão eram o governo e o próprio Lula, apesar de ele jurar que não viu, não ouviu, não sabia...

Dez anos depois de um aparelhamento desenfreado do Estado e de várias prisões, o MP mostra por palavras, gestos e organogramas que José Dirceu saiu do governo, mas o mensalão ficou e evoluiu para o petrolão, maior esquema de corrupção da história brasileira, capaz de jogar no chão a Petrobrás. Logo, concluíram, Dirceu não era o "chefe da quadrilha", como disseram na época o procurador-geral da República e ministros do Supremo. Era só o "braço-direito" do "comandante máximo" da corrupção: Lula.

Independente da desolação do "nós", da comemoração do "eles" e das críticas ao tom e à forma dos procuradores, essa história vai avançar pelo caminho jurídico, causando sérias consequências políticas. Lula, seus processos, sua eventual candidatura em 2018 e o destino do PT estão nas mãos do juiz Sérgio Moro, que pode ou não acatar a denúncia do MP, enquanto o PT continua sendo chacoalhado por más notícias.

Moro condenou José Carlos Bumlai, amigo de Lula, a 9 anos e dez meses de prisão, e a Polícia Federal indiciou o governador Fernando Pimentel, de Minas, que é o único troféu petista no "Triângulo das Bermudas" da política, já que o partido não tem São Paulo nem Rio. E, aliás, corre o risco de perder a capital de São Paulo, onde Fernando Haddad patina no quarto lugar, e é traço no Rio (com Jandira Feghali, do PC do B) e em Belo Horizonte, com candidato próprio. Lula afunda, o PT afunda.

Os seguidores de Lula repetem o que ele disse chorando: ele não é ladrão, não tem ambição, não é dono de triplex nem de sítio e está sendo vítima da direita enfurecida. O "golpe", dizem, começou com o impeachment de Dilma para acabar com a prisão de Lula. Mas, longe dos microfones, há quem acrescente: o erro de Lula foi nunca ter comprado nada no nome dele e ter se acostumado a viver de favores de amigos, correligionários e, enfim, de empreiteiros que saqueavam a Petrobrás. Como se fosse um vício inocente: viver à custa dos outros. "Lula é assim", perdoam.

Do outro lado, há entre os inimigos de Lula os que bradam pela eliminação do ex-presidente e do PT da face da terra, como se não tivessem direito a defesa nem tivessem dado importante contribuição, em diferentes momentos da história, para a construção de um país melhor. As redes sociais estão contaminadas pela irracionalidade, pela deturpação dos fatos e por linchamentos nada democráticos. Mas querer que Lula seja julgado e pague, se tiver culpa no cartório, não é uma questão de ódio, é de justiça.

A bem da verdade. Lula disse corretamente que em 2002 Fernando Henrique preferia sua vitória à do amigo tucano José Serra, mas concluiu maliciosamente: "A tese dele (FH) era que o operário (Lula) vai ganhar, vai ser um fracasso absoluto e vão gritar: 'volta, volta'". Foi uma injustiça e uma inverdade histórica. O presidente sociólogo apenas concluiu que havia chegado a hora da esquerda e do grande líder de massas - como milhões de pessoas que não eram e nunca seriam do PT.
Herculano
18/09/2016 19:31
POR BAIXO DOS PANOS, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

É provável que seja apresentado amanhã um projeto de lei criminalizando o caixa dois nas campanhas eleitorais, com o apoio de todas as legendas atuantes no Congresso, com a possível exceção do PSOL e da Rede. Poucos deputados assumem que sabem o que está acontecendo nos bastidores.

A base do projeto é a medida 8 de combate à corrupção apresentada pelo Ministério Público de Curitiba sob o título "Responsabilização dos partidos políticos e criminalização do caixa 2". Há duas versões do texto: uma que anistia explicitamente todos os crimes eleitorais cometidos anteriormente; e uma segunda, que tem mais chance de ter o consenso, que criminaliza o caixa dois para encerrar a discussão sobre se esse financiamento por fora da legislação eleitoral é ou não crime passível de punição mais rigorosa.

Os deputados consideram que não há clima político para uma anistia explícita, e estão em busca de um texto que represente uma espécie de "anistia moral" quando as delações premiadas das empreiteiras OAS e Odebrecht listarem cerca de cem parlamentares, de praticamente todos os partidos, que receberam financiamentos legalmente ou no caixa dois.

Como consideram que será difícil separar o joio do trigo, os parlamentares querem especificar na nova lei o que é caixa dois para financiamento de campanha, separando do que seja propina, para fins pessoais ou do partido. Na verdade, o objetivo da medida é livrar os parlamentares da acusação de primeira instância, pois eles consideram que os procuradores de Curitiba e o próprio juiz Sérgio Moro criminalizam a política.

Também se preocupam com a chegada da ministra Carmem Lucia à presidência do STF. Conhecida por sua severidade, a ministra disse, em 2012, no julgamento do mensalão, o seguinte: "Acho estranho e muito grave que alguém diga, com toda tranquilidade, que 'ora, houve caixa dois' na tribuna do tribunal supremo do país como se fosse algo banal, tranquilo, que se afirma com singeleza. Caixa dois é crime; caixa dois é uma agressão à sociedade brasileira; caixa dois compromete, mesmo que tivesse sido isso, ou só isso; e isso não é só; e isso não é pouco! E dizer isto da tribuna do Supremo Tribunal, ou perante qualquer juiz, parece-me, realmente, grave, porque fica parecendo que ilícito no Brasil pode ser praticado, confessado e tudo bem. E não é tudo bem, tudo bem é estar num país, num Estado de Direito, quando todo mundo cumpre a lei".

Há na Justiça Eleitoral uma disputa de entendimentos sobre se o caixa dois é crime ou apenas uma infração eleitoral. No artigo 350 do Código Eleitoral está dito que é crime "omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais".

Muitos juízes interpretam esse texto como a definição do crime do caixa dois, mas outros consideram que não está tipificado aí o crime. Se o Congresso aprovar um projeto de lei sobre o assunto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai ter que se definir sobre a questão, eé o que os parlamentares querem, pois a partir da nova lei, a punição não poderá retroceder.

A discussão sobre se o caixa dois é crime ou não tem base no Artigo 1º do Código Penal, segundo o qual "não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal". Se vencerem o debate sobre o artigo 350 do Código Eleitoral, os parlamentares estarão protegidos sem nem mesmo precisarem explicitar uma anistia.

Mas ficarão suspeitos de estarem agindo para proteção mútua, conforme conversa gravada do senador Romero Jucá com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado:

Machado: Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel (Temer).

Jucá: (concordando) Só o Renan que está contra essa p **** . Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, p **** .

Machado: É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional. Jucá: Com o Supremo, com tudo. Machado: Com tudo, aí parava tudo. Jucá: É. Delimitava onde está, pronto. Machado: Parava tudo. Ou faz isso...
Herculano
18/09/2016 19:29
PURA MITOLOGIA, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Lula zombou do Ministério Público sem que isso sirva para ajudá-lo na Justiça. Mas deu motivos aos interessados em atrapalhar as investigações que, não por acaso, lhe deram toda razão.

João Santana captou de forma certeira a essência de Luiz Inácio da Silva quando contou como explorou para efeito de propaganda política a dupla personalidade do personagem: o fortão e o fraquinho. Ambos viventes do mesmo corpo entram em cena de acordo com a necessidade.

O forte atua para intimidar e se vangloriar; o fraco para fazer-se de mártir. O primeiro encarna o humilde que virou poderoso contra tudo e contra todos e o segundo faz o papel de vítima das elites, alvo de preconceito de classe, um injustiçado, mas resistente benfeitor dos pobres. Santana revelou o truque ao público há dez anos e até hoje ainda há quem se deixe iludir por essa artimanha.

E não se fala aqui do fiel depositário dos benefícios sociais, que não os vê como direito, mas como concessão paternal. Fala-se das camadas mais informadas, cientes de todos os fatos e atos que revelaram a mentira da bandeira do PT pela ética na política. Caíram no conto quando da condução coercitiva de Lula para depor na Polícia Federal e voltaram a morder a isca quando da denúncia apresentada pela força-tarefa da Lava Jato, na semana passada.

Por ocasião da coercitiva, ato que já havia sido aplicado a vários investigados na operação, Lula encenou o fortão: agressivo, avisou que haviam tentado abater "jararaca", mas não conseguiram matá-la.

Atingiu o objetivo de inocular desconfiança na atitude dos investigadores que, por essa versão, teriam cometido abusos, exagerado, montado um "circo". Pois de lá para cá surgiram novos indícios, novas revelações contidas nos depoimentos das delações premiadas, que justificavam o ato. Lula deveria sim ser tratado como vários outros investigados também conduzidos da mesma forma a prestar esclarecimento sem que houvesse reação contra o "absurdo".

A diferença é que o ex-presidente é o que resta ao PT e, nessa condição, precisa alimentar o mito do intocável. Naquela ocasião, recorreu ao fortão que mete medo. Nessa recente, subiu ao palco o fraquinho que produz necessidade de expiação de culpa e resgate da "dívida social". Ambos cultivam terreno fértil à semeadura da enganação.

A contundente, adjetivada e detalhada exposição das razões pelas quais foi apresentada a denúncia contra Lula propiciou a propagação da ideia de que os procuradores extrapolaram, produziram um show e nada comprovaram que pudesse corroborar a convicção de que o ex-presidente esteve no topo do esquema de corrupção que sem seu conhecimento não teria como funcionar naquela dimensão.

Fizeram isso de maneira transparente, apresentando as evidências até agora recolhidas, respondendo depois às perguntas dos jornalistas. Obviamente não revelaram tudo. Quando o Ministério Público divulga resultados de investigações é porque detém muito mais informações para respaldar as afirmações.

Já Lula fez as coisas de forma nebulosa. Pronunciou-se sem abordar o mérito das acusações, protegido pelos aplausos da militância reunida no Diretório Nacional do PT. Deu a satisfação que quis, fugindo daquelas que seria instado a dar caso tivesse aberto espaço aos questionamentos da imprensa.

O ex-presidente acusou o golpe recebido com a denúncia. Disse que não estava "entendendo" o que se passava, mas compreendia perfeitamente o que daqui em diante pode lhe acontecer. Fosse de fato inexistente a substância do material na posse do MP, ele teria rebatido ponto a ponto sem o auxílio de recursos histriônicos nem teria precisado sustentar sua diatribe aos procuradores numa mentira: "Não temos provas, mas temos convicção", a frase de impacto que nunca foi dita.

Lula zombou do Ministério Público sem que isso sirva para ajudá-lo na Justiça. Mas deu motivos aos interessados em atrapalhar as investigações que, não por acaso, lhe deram toda razão.
Herculano
18/09/2016 19:28
O IMPÉRIO DA MENTIRA, por Lourival Sant'Anna, para o jornal O Estado de S.Paulo

Parte 1

A onda de populismo que arrasta as democracias ocidentais está relacionada às transformações tecnológicas, que têm relegado a fatias importantes da sociedade trabalhos de pior qualidade, como é o caso no deslocamento do setor industrial para o de serviços. Nos países desenvolvidos, pela primeira vez desde a 2.ª Guerra, pais não se sentem reconfortados com o fato de que seus filhos terão uma vida melhor que a deles. Pelo contrário. Assim como ocorre dentro de sua própria geração, têm a sensação de que as coisas vão piorar, de que será mais difícil encontrar um bom trabalho.

No caso dos EUA, em que a renda familiar corrigida da classe média é a mesma dos anos 60, a simples estagnação já é percebida como retrocesso, já que as necessidades de hoje, com saúde, educação e o consumo em geral são infinitamente maiores que as de meio século atrás.

Tudo isso, por si, não seria suficiente para engendrar a onda de populismo. Se houvesse espaço para uma troca efetiva de informações e argumentos, os políticos apoiados por dados, diagnósticos e propostas coerentes venceriam com relativa facilidade os que oferecem soluções fantasiosas com base em descrições falsas da realidade. O problema é que esse espaço se estreitou nos últimos anos. E isso é resultado de outra transformação tecnológica, na comunicação.

Como argumenta a revista The Economist no editorial de capa da semana passada, intitulado "A arte da mentira", as pessoas estão acreditando menos nas informações produzidas pelo jornalismo independente do que naquelas compartilhadas por seus amigos nas redes sociais. E, nesse ambiente, a "informação" que chega às pessoas é aquela que confirma e reforça as posições que elas já têm.

Quando alguma incômoda "verdade" escapar ao controle do algoritmo, que distribui os compartilhamentos segundo os gostos de cada um, com um clique o usuário exclui o intruso, para se manter, assim, protegido em sua bolha cognitiva.

Impacto. Vivemos, então, no mundo da "pós-verdade", no qual fatos e invenções adquirem o mesmo peso e são escolhidos de acordo com a preferência ideológica. É uma inversão da ordem do conhecimento: em vez de tirarmos conclusões sobre o que observamos, criamos um material apropriado, uma verdade customizada, para sustentar nossas conclusões.

Essa abordagem do mundo é tão sedutora que até o jornalismo independente, observa a Economist, tem embarcado nisso, dando, em nome de um falso pluralismo, o mesmo espaço para fatos e invenções, como se tudo fosse uma questão de "opinião".
Herculano
18/09/2016 19:27
O IMPÉRIO DA MENTIRA, por Lourival Sant'Anna, para o jornal O Estado de S.Paulo

Parte 2

Saímos de um extremo, no qual o jornalismo profissional tinha o monopólio sobre a informação, e nem sempre fazia o melhor uso dele, e caímos noutro extremo, em que as fontes de informação se dispersaram de tal maneira que se torna um desafio investigativo rastrear suas origens e intenções.

Quando trocou de guarda, recentemente, o Ministério do Planejamento divulgou as planilhas dos pagamentos que o governo anterior fazia a sites e blogs para disseminar suas versões com a embalagem de notícias, de produtos jornalísticos, avidamente consumidos por quem precisava dessa matéria-prima para provar suas teses. Isso é um retrocesso de um século e meio, quando os grandes jornais surgiram como panfletos sustentados por grupos econômicos e políticos para apoiar suas bandeiras, muitas delas meritórias.

Com o passar das décadas, eles avançaram para o modelo de negócios que agora está ameaçado: o de ampliar sua audiência, abraçar o pluralismo, conquistar credibilidade e vender espaços publicitários para empresas que queriam ter suas marcas associadas ao prestígio dessas publicações.

Enquanto o jornalismo independente luta para encontrar um novo modelo de negócios, a maioria dos cidadãos vive numa espécie de embriaguez informativa, sem fronteiras entre real e imaginário, tornando-se muito facilmente manipulável.

Quem se dá bem são mestres da prestidigitação, como Donald Trump, que é capaz de emparedar Hillary Clinton por não ser "transparente" sobre seu estado de saúde, quando ele é menos ainda. E substitui a apresentação de um relatório médico sério pela aparição em um programa de TV, o Dr. Oz Show, no qual entrega um pedaço de papel com algumas linhas falando de sua saúde, o que, no mundo midiático, vale muito mais do que páginas e páginas de informação verdadeira.

Esse é apenas um pequeno exemplo das inúmeras enganações de Trump, cuja plataforma está repleta de promessas irrealizáveis, por serem contra a Constituição e os tratados, porque jamais passariam pelo Congresso e pela Suprema Corte, e porque destruiriam a economia, como cancelar acordos comerciais, expulsar todos os imigrantes ilegais e assim por diante.

No Reino Unido, um pouco mais da metade dos eleitores aprovou a saída da União Europeia com base em dados falsos a respeito dos custos da participação no bloco, das regras comerciais e migratórias ?" mentiras disseminadas, entre outros, pelo ex-prefeito de Londres Boris Johnson, hoje chanceler.

Nesta semana, no Brasil, vimos como é fácil, divertido e proveitoso inventar uma mentira, como a frase "não temos provas, mas temos convicção", que nunca foi dita pelos procuradores da Lava Jato. Quem mostrou que nunca foi dita? O jornalismo independente. Quem continua acreditando que foi? A massa que prefere acreditar nos "amigos". Esse é um enorme desafio para a democracia, porque ela dá poder para o povo escolher com base na crença de que ele terá acesso à informação e optará pelo que é melhor para ele. Esse alicerce está profundamente abalado.
Paty Farias
18/09/2016 18:41
Oi, Herculano;

Vê essa, uma vez vagabundo, sempre vagabundo:

O ex-ministro Aloísio Mecadante tentou furar a fila de passageiros no aeroporto de Lisboa. Foi vaiado, xingado de "ladrão" e "petroleiro", o que o fez recuar para o último lugar.
Do Blog do Políbio
Jango da Nobrega
18/09/2016 17:03
Herculano!

Não deu certo a do adversário porque o pessoal dele está acostumado a ganhar gasolina, cerveja e churrasco e na bicicleta tem que pedalar, tem que fazer força, mas isso eles não estão acostumados. Tem mais, quando chove vão se molhar, eles só querem mamão com açúcar, estão acostumados a fazer campanha na moleza.
Herculano
18/09/2016 15:12
O PEDAL DA ANDREIA

Há duas semanas, a iniciativa reuniu 110 bicicleteiros. Na semana passada quase 200. Neste domingo, apesar da chuva e trovoada, 250.

Uma iniciativa simples, barata, que expõe seus apoiadores (nos carros até se esconde) que reafirma uma causa (a das ciclovias e bicicletários públicos) ao mesmo tempo promove a campanha.

Teve adversário que tentou imitar e se deu mal por imitar e por não provocar o interesses de seu pessoal.
Erva Daninha
18/09/2016 13:33
Olá, Herculano

O Debate, às 06:43 - a melhor análise foi a de nº4:

"PMDB, PP, PSD que agora na campanha fingem ser oposição ao PT, foram omissos e parceiros nos governos do PT."

Andréia Prefeita!
Joaquim Nabuco
18/09/2016 11:01
Herculano!

Apesar de o governo do pt fazer de tudo para levantar o ibope de seu candidato a prefeito, inclusive aquela visita com empresários à ponte do vale, com baixa adesão diga-se de passagem, um detalhe importante, à época o prefeito Dorval R. Pamplona não elegeu seu sucessor, pelo jeito a história se repetirá.
Herculano
18/09/2016 08:28
AS COISAS DE GASPAR

Depois de tentar imitar os passeios de bicicletas dos apoiadores de Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, e que seu bem pago marketing batizou de "bicikletaço", mas que faltou gente, Kleber Edson Wan Dall, deu um passo atrás: a o marketing inventou a "kminhada". É duro essa vida de candidato com legislação limitando a ostentação.

Aliás, a maioria dos candidatos de Gaspar estão com coceira e não descartaram ainda totalmente as caras, inconvenientes e ecologicamente incorretas carreatas

Outra. O governador Raimundo Colombo, PSD, depois de nos seus seis anos de governo pousar aqui no centro de emergência, de só vir aqui para participar de palanques eleitorais para prometer a BR 470 asfaltada, de só vir aqui para a inauguração de um trechinho de asfalto no Morro do Serafim, da verba que cabia ao PT, chegou aqui no sábado final da tarde para apoiar o seu candidato, Marcelo de Souza Brick, PSD.

De tanta vergonha, ficou só na Margem Esquerda, para ganhar tempo na volta a Florianópolis e depois de fazer campanha em outros municípios. O filme que o candidato exibe nas redes sociais, mostra a distância do governador com a cidade. Por que ele não foi ao Hospital, na obra atrasada da Pedrinho Schmitt e que se enrola, por que não conheceu e debateu o projeto do Contorno, por que não veio aqui num dia de movimento para inflar os correligionários de Marcelo, no Centro da cidade como faz em todos os outros lugares que dá verdadeiro apoio?
Herculano
18/09/2016 07:36
NÃO HÁ VIA LEGAL PARA ANTECIPAÇÃO DAS ELEIÇÕES, editorial do jornal O Globo

Ao discurso do 'golpe' segue-se a ressurreição das 'diretas já', uma bandeira política inexequível, a não ser na ruptura institucional de um golpe de estado.

Quando a guerra do impeachment começou a ser perdida, o entorno de Dilma e o lulopetismo trataram de lapidar uma versão, ou "narrativa", política para a derrota, numa tentativa de volta por cima. Construíram a tese do "golpe", risível, mas que chegou a ser tratada no exterior, junto a simpatizantes petistas no mundo acadêmico e na imprensa, como algo sério.

Não só o impedimento em si da presidente, garantidos todos os direitos de defesa, mas o fato de ela ter participado de longa sessão no Senado, perante o qual proferiu discurso sem interrupção e respondeu a perguntas sem direito a réplica, esvaziaram o balão do "golpe".

Mas como o PT e aliados se movem voltados para o calendário eleitoral deste ano e de 2018, outras "lutas" ganharam fôlego.

A do plebiscito para a antecipação do pleito presidencial de 2018 não animou sequer Rui Falcão, presidente do partido. Com a cara de Dilma, a ideia era de difícil execução: precisava de aprovação do Congresso, além da própria realização da consulta. Na ponta do lápis, o tempo não compensaria. Melhor, portanto, esperar 2018.

Mas a militância precisa de combustível. Foi, então, exumado o slogan "Diretas já". Simpático, mas inadequado, por inexequível. Não apenas pelas fundadas diferenças entre os momentos históricos - em 1984, a ditadura militar resistia a permitir o retorno do voto popular, enquanto hoje cumpre-se o que estabelece a Constituição promulgada em 1988 e a Lei 1.079, do impeachment, de 1949, atualizada em 2000 para incorporar preceitos da responsabilidade fiscal, atropelados por Dilma e por isso cassada.

Não há alternativa legal para se antecipar eleições. Até 31 de dezembro, quando vence a primeira metade do mandado presidencial em curso, se Michel Temer sair, assume o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e convoca-se eleição direta. A partir de 1º de janeiro, eleição indireta pelo Congresso.

Não existe na Carta a possibilidade de emenda antecipar o pleito, porque a periodicidade com que se vai às urnas é cláusula pétrea, incluída no artigo 60 da Constituição. Tem, ainda, o mesmo status jurídico o direito adquirido pelo vice de governar, com o impedimento do presidente (artigo 79). Nada disso pode ser mudado, nem pelo quórum exigido para proposta de emenda à Constituição, de três quintos dos votos (60%), em dois turnos de votação, em cada Casa. O projeto petista de "diretas já" só poderia ser realizado num golpe de estado, numa ruptura institucional, algo que os brasileiros pactuaram deixar no passado de vez.

Há por trás dessa obsessão de petistas e aliados em mudar a Carta um aspecto da ideologia bolivariana, absorvida pelo nacional-populismo brasileiro. O chavismo produziu a maior tragédia da história da Venezuela com mudanças feitas na Carta pela manipulação das ruas, estopim de crises institucionais e causa de grande insegurança jurídica, em todo país que adota o ardil.

Veio daí a bandeira lulopetista da "Constituinte exclusiva", para fazer a reforma política. Não é bom caminho, até porque também é uma ilegalidade. Se o Congresso não consegue formar maiorias de três quintos dos votos de deputados e senadores para executar mudanças pontuais na Carta, é porque a emenda em discussão não deve mesmo ser acolhida. Lógico. De novo: "Constituinte", só depois de rupturas. Deriva desta mesma visão torta a volta das "diretas já". Este, sim, o verdadeiro golpe.
Herculano
18/09/2016 07:32
LULA PERDEU O CONTROLE, por Carlos Heitor Cony

É uma das histórias mais conhecidas do folclore universal, foi até filmada por Walt Disney, com Mickey Mouse no papel principal. Cansado de limpar a casa, apelou para um feiticeiro, que lhe providenciou uma vassoura mágica que arrumava tudo. Lamentavelmente, ele esqueceu a fórmula mágica que fazia a vassoura parar de trabalhar. Resultado: a vassoura não apenas limpou a casa, mas a destruiu, levando em seus destroços o aprendiz de feiticeiro.

A história não é tão fantástica assim: o caso de Lula é uma versão amplificada do mesmo drama. Achando que o país estava desarrumado e sujo, invocou o feiticeiro, que lhe deu a vassoura mágica para arrumar o Brasil. Teve inicial sucesso, mas não aprendeu a dominar a vassoura, criando um partido (PT) e seus derivados, como a CUT, a militância das ruas e outros apetrechos que julgava mágicos.

Sem saber ou sem querer imobilizar a vassoura que criou, está vendo agora a feitiçaria fazer os estragos que estamos sofrendo, com a corrupção desvairada e um Brasil mais sujo do que antes.

Ele próprio, não sabendo como deter a feitiçaria, está ameaçado de ser varrido, dividindo a prisão com os aprendizes mais importantes que o ajudaram. Não lhe adianta acusar as elites, o imperialismo e os golpes que alega estar sofrendo.

Na sua primeira investida rumo ao poder, era um líder respeitável e pobre. Levado pelo seu primeiro secretário de imprensa, o elegante Ricardo Kotscho, cheguei a comprar uma camisa do PT para ajudar a sua eleição. Apesar da minha modesta contribuição, ele não se elegeu (votei em Brizola) e deixou de vender camisas, inaugurando uma corrupção que não soube parar e que agora o atinge pessoalmente. A pobre e solitária camisa, que lhe comprei e nunca vesti, não pode concorrer com o mensalão, o petrolão e a Lava Jato.
Herculano
18/09/2016 07:22
LAVA JATO ELIMINOU DE 2018 TODAS AS CERTEZAS, por Josias de Souza

Há moribundos demais no noticiário político. Impossível prever quem chegará vivo à próxima sucessão presidencial. Quando a posteridade puder falar sobre os dias atuais sem ter que esperar pela próxima delação premiada, talvez chame a Operação Lava Jato de "o epitáfio de uma era". A perspectiva de massacre conduz a uma conclusão inexorável: 2018 não é mais o que era.

Em 2014, quando Dilma Rousseff foi reeleita, Aécio Neves era o principal líder da oposição e Lula representava o sonho de continuidade jamais vista. Esboçava-se um novo embate entre PSDB e PT. Decorridos menos de dois anos, Dilma foi devolvida ao convívio com os netos, Aécio é protagonista de inquéritos no STF e Lula está atormentado pelo medo de ser preso.

Numa velocidade de truque cinematográfico, desfez-se o bipartidarismo que embalava as disputas presidenciais no Brasil há mais de duas décadas. O PSDB, incorporado ao governo de Michel Temer, virou força auxiliar do PMDB. O PT, devolvido à oposição, derrete como sorvete exposto ao sol. E a Lava Jato, ardendo a pino, revela que forças poderosas tornaram-se impotentes para detê-la.

Alternativa tucana a Aécio, o chanceler José Serra também virou uma biografia sub judice depois que seu nome soou nas delações da Odebrecht e da OAS. O governador paulista Geraldo Alckmin, outro presidenciável do ninho, permanece no páreo apenas até certo ponto. O ponto de interrogação. A plateia aguarda pelo levantamento do sigilo do anexo da deduragem da Odebrecht sobre governadores.

Não há alternativas a Lula. Outros partidos têm excesso de cabeças e carência de miolos. O PT sofre da mesma carência. A diferença é que tem apenas uma cabeça, cuja placa esquentou depois que a força tarefa do Juízo Final passou a se ocupar dos seus confortos: o tríplex do Guarujá, o sítio de Atibaia, o guarda-volumes da Granero, as palestra$?

O novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a dizer que Michel Temer poderia virar um candidato à reeleição. Improvável. Se sobreviver às delações, à fúria de Eduardo Cunha e aos processos que ameaçam carbonizar a chapa Dilma-Temer na Justiça Eleitoral, Temer terá de executar um ajuste fiscal que se assemelha ao sorvo de um gigante, que leva o prato junto. Seu eventual sucesso será proporcional à sua impopularidade.

Ministro de Temer e presidente do PSD, Gilberto Kassab diz, em privado, o que todos negam sob holofotes: filiado mais ilustre da legenda, Henrique Meirelles, o czar da economia, tem pretensões presidenciais.

Com a experiência de quem saltou do Ministério da Fazenda, sob Itamar Franco, para dois mandatos na Presidência, o grão-tucano Fernando Henrique Cardoso duvida da viabilidade eleitoral de Meirelles. Recorda que seu prestígio veio do Plano Real, que, ao domar a superinflação, elevou automaticamente o poder de compra dos brasileiros. Quanto a Meirelles, diz FHC, tudo o que tem a oferecer é "sangue, suor e lágrimas".

O cenário de terra arrasada é propício ao surgimento de demagogos, versões nacionais de Donald Trump. Enquanto isso não ocorre, restam como alternativas Marina Silva ou o caos ?"que muitos acreditam ser a mesma coisa. Os principais atores da política brasileira perderam o controle sobre o futuro. Embora se considerem cheios de vida, parecem jurados de morte.
Herculano
18/09/2016 07:20
OPOSIÇÃO É DIREITO DOS PARTIDO, MAS É PRECISO QUE HAJA RESPEITO A ADVERSÁRIOS, por Ferreira Gullar, escritor, no jornal Folha de S. Paulo

Está estabelecido no regime democrático que o partido derrotado nas eleições terá o direito de fazer oposição ao vencedor, tornado governo. Por isso mesmo, após perder a Presidência da República e tornar-se oposição, o pronunciamento de Dilma Rousseff, prometendo, ela e seu partido, oporem-se implacavelmente ao governo de Michel Temer, foi, sem dúvida, legítimo.

Pois, ao ouvi-la, lembrei-me da reação dela e do PT aos questionamentos feitos, após a eleições de 2014, pelo PSDB, alegando que Dilma Rousseff mentira durante a campanha eleitoral ao dizer que a situação econômica do país era ótima.

A reação dela e do PT, naquele momento, foi afirmar que o adversário queria um terceiro turno, ou seja, pretendia dar um golpe, muito embora fosse verdade o que alegara. O impeachment também foi considerado golpe, ainda que previsto na Constituição.

E, embora tenha obedecido às normas legais, continua sendo chamado de golpe por eles. A conclusão inevitável é que só o PT tem direito a exercer oposição; os adversários, não, estes são golpistas.

Agora mesmo isso se repetiu durante todo o processo do impeachment que, em sua etapa final, foi comandado pelo então presidente do STF, Ricardo Lewandowski.

A certa altura, um dos adversários de Dilma a interpelou: "A senhora está chamando de golpe um processo comandado pelo presidente do Supremo?" Tomada de surpresa, ela respondeu: "Até aqui não é golpe, mas se aprovarem o impeachment, será golpe".

Difícil de entender, não? De fato, ela acabara de admitir que o processo era legal, pois não é a sentença final, contra ou a favor, que tira a legitimidade de um processo.

Mas o PT é assim mesmo. Só vale o que lhe favorece; o contrário é coisa de gente safada ou vendida, de quem está a serviço dos exploradores do povo pobre.

Aí você pergunta: e Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro, amigos de Lula, são por acaso defensores dos pobres? Disso os defensores do populismo não falam.

Nas ruas, o pessoal da CUT, do MST, entre outros, clama pela expulsão de Temer e pela volta de Dilma. Ninguém fala do desastre que foi seu governo. Voltar Dilma, para quê, se ela já não governava, enquanto o desemprego atingia a casa dos 12 milhões, a inflação crescia, a indústria e o comércio fechavam as portas. Foi Dilma cair, as coisas começaram a melhorar. Ainda pouco e lentamente, pois o desastre que ela provocou está entre os piores de nossa história. E ainda assim, há quem grite: "Volta Dilma". Parece piada, porque a verdade é que nem o PT deseja isso; aliás, nem ela mesma, já que, antes do impeachment, propunha um plebiscito e novas eleições.

Como dissemos no começo desta crônica, oposição a qualquer governo é um direito dos partidos. No entanto, esse direito está essencialmente vinculado ao respeito ao direito do adversário e submetido a um fator decisivo, que é o interesse nacional.

Os partidos existem para zelar por ele, para cuidar dele, para preservá-lo e ampliá-lo. Nisso está compreendido o crescimento econômico e cultural, a preservação e melhoria das condições de vida dos cidadãos, o que implica no aumento qualitativo da renda familiar mas também no respeito à liberdade de opinião e de ação política.

Logo, tanto esteja o partido no governo ou na oposição, a sua função é cuidar do interesse de todos, não apenas do interesse partidário.

Digo isso porque está se criando uma situação preocupante, que leva as pessoas a temerem por sua segurança pessoal, particularmente aqueles que, pela atuação profissional, manifestaram opinião a favor do impeachment.

Nas universidades, nas reuniões culturais e esportivas, essas pessoas se sentem ameaçadas. Por outro lado, ao que tudo indica, os petistas se dispõem a inviabilizar o governo Temer, o que seria de fato impedir a superação da crise econômica criada por Dilma, que levou o país à situação em que está.

Não se trata, no entanto, de não fazer oposição, mas sim de fazê-la, visando o interesse nacional.
Herculano
18/09/2016 07:15
A HORA DA ONÇA BEBER ÁGUA, por Carlos Brickmann

O Ministério Público abusou na entrevista coletiva sobre o indiciamento de Lula, como dizem os advogados de defesa, ou apenas demonstraram por que fizeram a denúncia? Tanto faz: o fato é que chegou a hora de a onça beber água, e Lula e o juiz Sérgio Moro devem encontrar-se frente a frente.

A denúncia contra Lula, sua esposa Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, já foi encaminhada a Sérgio Moro. Espera-se que ele decida até amanhã se aceita a denúncia e transforma os indiciados em réus ou se a rejeita e manda arquivá-la. Moro tem-se notabilizado não apenas pela dureza de suas providências (como o amplo uso - legal, segundo os tribunais superiores - da prisão cautelar, em que o investigado fica preso por longos períodos, à disposição do juiz) quanto pela celeridade de seu trabalho: por exemplo, sentenciou o pecuarista José Carlos Bumlai a nove anos e dez meses de prisão em dois minutos. As últimas alegações de um dos acusados no processo foram-lhe entregues às 7h52, e a sentença saiu às 7h54.

Há coisas no processo difíceis de entender. Atribui-se a Lula o recebimento de propina de R$ 3 milhões - isso quando de um gerente da Petrobras, Pedro Barusco, a Operação Lava Jato recuperou R$ 182 milhões.

Enfim, chegou a hora de a onça beber água. O grande problema é que há onças que não gostam de beber água.

DE UM BICHO A OUTRO

Quando ficou claro que a Operação Lava Jato fixava a mira nele e foi determinada sua condução coercitiva para depor, Lula lançou um desafio: estava pronto para a briga. "Se tentaram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve".

Com a possibilidade de ser julgado por Sérgio Moro, Lula chorou na entrevista coletiva. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, garantiu que o ex-presidente tem o couro duro. A julgar pelo couro duro e pelas lágrimas, a jararaca mal pisada se transformou em crocodilo.

O PROCESSO QUE FALTA

Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, deu uma entrevista famosa quando Waldomiro Diniz, subchefe da Casa Civil, homem de confiança do ministro José Dirceu, foi filmado ao tomar R$ 3 mil de bicheiros. O caso iniciou as investigações do Mensalão. Jefferson foi duro com Diniz, que se corrompia por tão pouco: chamou-o de "petequeiro".

Mas transformar Lula em "petequeiro", de forma depreciativa, é inaceitável. Seria o caso, então, de levá-lo ao Juizado de Pequenas Causas. Ou de simplesmente processá-lo por dumping.
Herculano
18/09/2016 07:15
DESLIZE 1, por Carlos Brickmann

De Lula, falando de seu prestigio popular: "No Brasil, só Jesus Cristo ganha de mim".

Não ganha: Cristo foi condenado entre apenas dois ladrões.

DESLIZE 2

De Lula, criticando os promotores da força-tarefa da Operação Lava Jato, que o denunciaram à Justiça: "Eu, de vez em quando, falo que as pessoas achincalham muito a política. Mas a profissão mais honesta é a do político. Sabe por que? Porque todo ano, por mais ladrão que ele seja, ele tem de ir para a rua encarar o povo e pedir voto. O concursado não. Se forma na universidade, faz um concurso e está com emprego garantido o resto da vida. O político não. Ele é chamado de ladrão, é chamado de filho da mãe, é chamado de filho do pai, é chamado de tudo, mas ele tá lá, encarando, pedindo outra vez o seu emprego".

Lula é o autor da imortal denúncia segundo a qual há 300 picaretas no Congresso. Mudou o Congresso ou mudou Luiz Inácio Lula da Silva?

E A VIDA CONTINUA

Só Lula? Não: a Polícia Federal indiciou, na última sexta, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel; e, mais uma vez, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, do Grupo Odebrecht. Motivo: corrupção no BNDES. Segundo a Polícia Federal, Pimentel, como ministro do Desenvolvimento do Governo Dilma, recebeu vantagens indevidas para facilitar a liberação de financiamentos.

Importante: Pimentel participou da luta armada ao lado de Dilma e é provavelmente o seu amigo mais próximo e há mais tempo.

PÁTRIA EMPREENDEDORA

Extraído do levantamento do número de funcionários no Palácio da Alvorada, a serviço exclusivo da presidente afastada, enquanto se aguardava o impeachment: 34 motoristas contratados pela Presidência, com 28 carros alugados. Entre eles, um furgão para transportar a bicicleta de Sua Excelência.

E por que 28 carros com 34 motoristas para atender a Dilma, sua mãe e uma tia? Porque sim. Não havia controle de despesas. O contrato de locação termina em 1º de novembro e, dizem, será reduzido.
Herculano
18/09/2016 07:06
EX-PRESIDENTE LULA REVELA QUE ESTÁ EM UMA BOLHA AO BEATIFICAR OS POLÍTICOS, por Clovis Rossi, para o jornal Folha de S. Paulo

Dizem que lobo velho perde o pelo mas não perde a manha. Pois o Luiz Inácio Lula da Silva que se apresentou na quinta-feira (15) aos seus fiéis desmentiu o ditado.

Claro que foi um espetáculo, como quase sempre ocorre quando oferecem a Lula um palco. Mas pelo menos uma parte do espetáculo foi deplorável e revela que o ex-presidente perdeu a manha.

Não vou falar das acusações a ele e de sua resposta a elas. Sobre essa parte, remeto ao texto sempre brilhante de Marcelo Coelho.

O trecho que revela absurda falta de sintonia de Lula com a realidade é aquele em que diz que "a profissão mais honesta é a do político. Porque todo ano, por mais ladrão que ele seja, ele tem de ir pra rua encarar o povo e pedir voto".

Primeiro, política não é profissão. É (ou deveria ser) serviço público, com perdão por soltar essa tremenda ingenuidade nos tempos que correm.

Segundo, há uma contradição entre afirmar a honestidade de todo político e, em seguida, dizer "por mais ladrão que ele seja". Ou é honesto ou é ladrão, não há meio termo possível.

Terceiro, o fato de ter que ir para a rua e encarar o povo não é demonstração de honestidade.

Há uma penca impressionante de políticos que encararam o povo para se eleger e, não obstante, estão presos ou processados por desonestidade, como sabe todo o mundo, menos Lula, aparentemente.

O que é incrível é que o ex-presidente solte essas asneiras dias após a Câmara de Deputados ter cassado o mandato de Eduardo Cunha, uma espécie de príncipe nessa profissão tão honrada segundo Lula.

Não foi esse mesmo Lula quem disse, não faz tanto tempo assim, que o Congresso Nacional era formado por "300 picaretas"? Todos eles haviam encarado o povo para se eleger.

Não é à toa, pois, que Lula se autodefina como "metamorfose ambulante". Depois de eleito, ele governou de braço dado com muitos dos que, antes, ele definira como "picaretas".

Para explicar sua tese sobre a santidade dos políticos, Lula atacou quem faz concurso público, esse cidadão que "se forma na universidade, faz o concurso e tá com o emprego garantido pro resto da vida".

Comparação absolutamente sem sentido, para não dizer coisa pior. Fazer concurso público e ser aprovado qualifica quem o faz, em vez de torná-lo desonesto, como pretende Lula. O pior de tudo é que as considerações do ex-presidente sobre os políticos aparecem no momento em que, no mundo inteiro, há um repúdio maciço a eles.

É óbvio que toda generalização é injusta. Nem todo político é ladrão, coisa que escrevo faz anos e sempre provoca rechaço entre parte do leitorado. Mas a injustiça da generalização é culpa exclusiva dos próprios políticos, cujas ações ou omissões continuadas levaram a esse sentimento.

Se todos os políticos fossem honestos, não teria havido, em 2013, um movimento de protesto cuja essência era o "fora, todos". Tudo somado, tem-se que Lula parece ter se instalado em uma bolha em que seus problemas pessoais levam a raciocínios sem pé nem cabeça.
Herculano
18/09/2016 07:01
OCIO DE DILMA CUSTARÁ MAIS DE R$1 MILHÃO AO ANO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros.

Apesar de ter sido colocada para fora do governo pelo Congresso, a ex-presidente Dilma vai custar aos cofres públicos, por ano, até morrer, cerca de 1 milhão de reais. Ele tem direito ainda a oito funcionários, com salários mensais entre R$ 2.200,00 a R$ 11 mil. Tem direito também a dois automóveis padrão carrão e poderá trocar os veículos a cada cinco anos. Tudo por conta dos impostos dos contribuintes.

LULA QUERIA MAIS
Decreto de Itamar Franco previa 6 servidores para cada ex-presidente, mas Lula adicionou outros dois, com os salários de R$11 mil cada.

CARTÕES INCLUÍDOS
Entre saques cash e gasolina, quatro assessores dos atuais ex-presidentes gastaram R$ 32,5 mil com cartões corporativos, este ano.

E SEM DESPESAS
Somente em salário direto na conta, Dilma recebeu mais de R$ 2 milhões durante os 65 meses no cargo, até sofrer impeachment.

BURRO NA SOMBRA
A situação da desempregada Dilma é bem melhor que a dos 12 milhões de brasileiros que seu governo legou ao País.

PETISTAS NÃO LARGAM BRIGA PARA OCUPAR BOQUINHAS
Para não causar "marola" antes do final do impeachment de Dilma e da cassação de Eduardo Cunha, o governo Temer decidiu guardar para a segunda metade de setembro mudanças mais expressivas, mas menos significativas, nos cargos de 2º e 3º escalões do governo. Mas cargos como as vice-presidências da Caixa e do Banco do Brasil ainda são disputadas a tapas por aliados de Temer. E até por alguns inimigos.

ORÇAMENTOS DISPUTADOS
Diretorias e superintendências de órgãos como Funai, DNIT, Infraero, FNDE e Dataprev são desejadas pois têm orçamentos gigantescos.

IMPORTANTE É GRANA
O DNIT, por exemplo, tem orçamento anual de mais de R$ 8 bilhões; o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, R$ 3,77 bilhões.

VALE LEMBRAR
O governo tem 107 mil cargos comissionados à disposição. Até maio, mais de 10 mil deles eram ocupados por filiados do PT.

PORTA DOS FUNDOS
Preso pelo regime militar em 19 de abril de 1980, Lula caminha ?" talvez a pé ?" para entrar na História pela porta dos fundos, com sua provável prisão, acusado de chefiar a quadrilha que roubou o País.

ALIADOS FORTALECIDOS
Nas eleições para prefeito, os candidatos de partidos de apoio ao governo Michel Temer lideram em quinze capitais. Juntos, PSDB e PMDB lideram em sete.

NADA FEITO
A Justiça obrigou a Marinha a suspender compra de 50,6 mil macacões anti-chama da marca Sfarzo, da empresa Zigh, a R$775 cada. Sem intermediário, a Sfarzo venderia as peças por R$ 538, mais de R$12 milhões a menos, mas foi excluída do pregão por "inconformidades".

PRERROGATIVA PARLAMENTAR
O presidente José Carlos Araújo (PSD-BA) não crê no avanço dos processos contra Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Jean Wyllys (PSOL-RJ) no Conselho de Ética. Ofender "é prerrogativa da atividade parlamentar".

UM TERÇO NORDESTINO
Se no Supremo Tribunal Federal (STF) não há nordestinos desde a aposentadoria do sergipano Carlos Ayres Britto, no Superior Tribunal de Justiça, o segundo maior, 10 dos 33 ministros nasceram na região.

DEPUTADOS GASTADORES
O deputado Rocha (PSDB-AC) foi o que mais pediu ressarcimento de despesas, este ano: R$ 388 mil. Alberto Filho (PMDB-MA) e Domingos Neto (PSD-CE) torraram R$ 361 mil e R$ 352 mil, respectivamente.

DESEJO OBSCURO
O PT tenta colar na sociedade que o governo Michel Temer pretende abafar a Operação Lava Jato. Petistas comemoram. No fundo, é o partido de Lula que deseja enterrar, e logo, a Operação.

BRIGA PELO ASSENTO
Apesar da confirmação do impeachment de Dilma, indicados do PT ainda se agarram como carrapatos às boquinhas dos cargos comissionados. O confronto com novos indicados tem sido frequente.

PENSANDO BEM...
...se tudo acontecer como se prenuncia, Lula e Eduardo Cunha têm tudo para participar do "amigo oculto" em Curitiba, no fim do ano.
Herculano
18/09/2016 06:57
PROCURADORES DA LAVA JATO QUEREM IGUALAR PROVAS A CONVICÇÃO E ILAÇÃO, por Jânio de Freitas para o jornal Folha de S. Paulo

A exposição acusatória feita por procuradores da Lava Jato contra Lula foi um passo importante, como indicador do sentido que determinados objetivos e condutas estão injetando no regime de Constituição democrática.

O propósito da exposição foi convencer da igualdade de ilação, convicção e prova, para servir à denúncia judicial e à condenação pretendidas sem, no entanto, ter os necessários elementos comprobatórios.

Orientador do grupo de procuradores, Deltan Dallagnol expôs o argumento básico da imaginada igualdade: "Provas são pedaços da realidade que geram convicção sobre um quadro".

O raciocínio falseia. Provas dispensam a convicção, a ela sobrepondo-se. Daí que o direito criminal atribua à prova o valor decisivo. A convicção é pessoal e subjetiva. A prova é objetiva. A convicção deixou no próprio Supremo Tribunal Federal uma evidência da sua natureza frágil e da relação precária que tem com a Justiça.

Recém-chegado ao Supremo, Luís Roberto Barroso encontrou ainda o julgamento do mensalão. Em uma de suas primeiras intervenções, acompanhou uma decisão já definida mas, disse, não se sentia à vontade para dar seu voto à outra: proposta pelo relator Joaquim Barbosa e já aprovada, era a condenação dos réus petistas e vários outros, além do mais, também por formação de quadrilha. Causou espanto. Dois ou três ministros teriam apoiado a condenação por impulso ideológico ou político. Os demais, considerado o seu hábito, votaram por convicção.

Barroso foi breve e simples na recusa de fundamento à condenação. O espanto passou a insegurança. Mas foi só alguém rever o voto que dias antes dera à condenação, logo seguiram-se os capazes de retirar da sentença final a formação de quadrilha. Da qual não havia prova e tinham sobrado convicções.

Em artigo na Folha (sexta, 16), Oscar Vilhena Vieira notou a perplexidade decorrente de que as "grandes adjetivações" aplicadas a Lula pelos procurados, "como 'comandante máximo' [da 'organização criminosa'], não encontrem respaldo nas acusações formais presentes na denúncia". O mesmo se pode dizer de afirmações como esta, de Dallagnol, de que Lula "nomeou diretores PARA que arrecadassem propina" [maiúsculas minhas]. E muitas outras do mesmo gênero.

De todas os integrantes da Lava podem ter convicção: é assunto de cada um. Mas que de nenhuma apresentem prova, por limitada que seja, e ainda assim busquem apoio emocional para sua "denúncia" vazia, fica claro que trilham caminho à margem da Constituição. E não estão sozinhos, como demonstra a tolerância conivente com sua escalada de abusos de poder, sobre fundo político.

O século passado viu muitas vezes a que levam essas investidas. Não poucos países viveram situações que ainda os levam à pergunta angustiante: "como foi possível?". Aqui mesmo temos essa experiência: como foi possível ao Brasil passar 21 anos sob ditadura militar? Em nenhum desses países houve causa única. Mas em todos uma das causas foi a mesma: os que deviam e podiam falar, enquanto era tempo, calaram-se por covardia ou conveniência, quando não aderiram à barbárie pelos dois motivos.

É de um ministro do próprio Supremo, Dias Toffoli, que vem rara advertência para "o risco de que o Judiciário cometa o erro dos militares em 64", se "criminalizar a política e exagerar no ativismo judicial". Dias Toffoli fala em "totalitarismo do Judiciário".
Herculano
18/09/2016 06:54
ILHOTA EM CHAMAS

Uma pesquisa registrada e publicada neste final de semana pelo Diarinho, de Itajaí, mostra claramente a razão pela qual o candidato do PSD, PSB e do Partido Comunista Brasileiro de Gaspar, Marcelo de Souza Brick, não usa mais administração de Ilhota, como exemplo. Se espelha em Rio do Sul, que ninguém aqui sabe exatamente o que está acontecendo.

Os dois cenários levantados pelo Instituto Tendência, mostra que o candidato do prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, se a eleição fosse na semana passada quando a pesquisa foi feita em campo, perderia por margem relevante.

No primeiro cenário com estimulação, Dida, PMDB, teria 57% e Keka, PP 25%. No outro cenário, com citações espontâneas, o que cristaliza a tendência de vantagem para o candidato do PMDB, Dida estaria com 40% e Keka com 18%.
Herculano
18/09/2016 06:43
O DEBATE

O debate promovido pelo Cruzeiro do Vale, Rádio Sentinela do Vale e TV Gaspar - um sistema por internet - com os pré-candidatos a prefeito de Gaspar mostrou que:

1. Enquanto os jornalistas, radialistas, comunicadores e representantes das entidades perguntaram, era tudo água com açúcar.

2. Parece que a cidade é uma beleza e exemplo sem tamanho. Uma contradição à disputa de quatro candidatos, sendo que três pregam mudanças, e dois deles não conseguem mostrar isso de forma clara.

3. O PT acuado e em desvantagem voltou ao "core business", ao que ele sabe fazer muito bem: denunciar e apontar as incoerências dos adversários.

4. Gaspar vai ficar melhor com o PT na oposição, mais fiscalizada, mais transparente. PMDB, PP, PSD que agora na campanha fingem ser oposição ao PT, foram omissos e parceiros nos governos do PT. E na disputa, no debate, o PT não aliviou a todos eles.

5. Quando os candidatos questionaram entre si, ai o verdadeiro debate começou. O clima e as diferenças apareceram. Quem se diz bom moço, mostrou que é parte e face de um grande esquemão. Quem diz que vai executar um plano planejado, não sabe o que está falando e como político esperto, perguntado, divaga sobre assunto alheio, numa afronta à transparência e aos eleitores.

6. A única mulher candidata foi a mais "macho" e aguda de todos no debate. Os homens a respeitaram, mas ela fez questão de dizer que foi e está sendo perseguida e desrespeitada na política por ser uma intrusa neste jogo de cartas marcadas, onde não é a carta da vez.

7. Ficou claro que vem chumbo grosso nestas duas semanas e dependerá do calibre que o PT der ao seu arsenal.E se houvesse mais debates, teria gente que veria o derretimento de suas ideias e números. Acorda, Gaspar!
Herculano
18/09/2016 06:24
FREIO DE ARRUMAÇÃO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

O presidente Michel Temer (PMDB) ensaia um rearranjo de seu governo, tanto nas aparências quanto nas prioridades. Embora outra vez reativo, procura definir providências de interesse imediato, criar condições para sua implementação e conter a balbúrdia causada por ministros inábeis.

Parte dessas manobras táticas ficou evidente nos últimos dias. O Planalto relegou para o futuro, talvez ano que vem, o debate sobre mudanças na legislação trabalhista. Divulgada em fatias e sem a devida fundamentação, a reforma tornou ainda mais tenso o ambiente político e deu oportunidade à propagação de boatos pérfidos.

O Executivo passou também a se opor ao reajuste da cúpula do Judiciário. Temer vetou parte dos aumentos dos defensores públicos federais. Embora em julho tenha sancionado o grosso das despesas de reposição salarial do funcionalismo, o presidente agora mudou de posição, dada a péssima repercussão desse gasto adicional.

Após semanas de anúncios contraproducentes ou impróprios de seus ministros, Temer anunciou a centralização da comunicação em um porta-voz e, lamentável, mas previsível, a contratação de campanhas de propaganda.

O presidente agora concentra-se no essencial, ou pelo menos declara tal intenção: aprovar no Congresso as duras medidas que devem preparar a recuperação econômica. Dará prioridade ao congelamento das despesas federais e à reforma previdenciária.

Trata-se de decisão correta. O desassossego político, social e econômico, porém, não cede. Como reagirá o governo?

Temer recuara na renegociação da dívida dos Estados. Surge uma nova onda de reivindicações dos governadores, que ameaçam decretar calamidade caso não recebam recursos ?"um dinheiro de que o Planalto não dispõe.

Não se sabe quanto há de blefe nesse movimento nem quanto tal frente, caso insatisfeita, pode afetar a votação das medidas fundamentais no Congresso. Ainda assim, é preciso demonstrar de modo público e convincente que o país tem outra prioridade no momento.

Cedendo a pressões por aumentos de gastos ou iniciando de modo desastrado debates sobre reformas controversas, o governo federal recebia críticas de partidos aliados e da sociedade e se desviava da tarefa crucial de restabelecer alguma ordem econômica.

O governo de Michel Temer enfim deu a entender que notou os equívocos. Dado seu histórico, ainda que breve, de ceder a pressões e abrir demasiadas frentes de batalha, não é possível julgar se a mudança de rumo vai perdurar - mas não deixa de ser um bom sinal.
Mariazinha Beata
17/09/2016 20:22
Seu Herculano;

Sobre Dias Tófolli - postado por Sidnei Luis Reinert, cabe o que disse Vlady Oliver em O Capotamento (15-09, às 21:23hs):

"Pois eu insisto: frear essa vigarice passa inequivocamente por derrubar a esquerda toda do poder. Toda ela, sem exceções. Mostrar claramente ao cachorro que o carro capotou. Não adianta ele querer entrar de novo pela janela do veículo, abanando o rabinho insolente.
Seu dono está morto."

Bye, bye!

Sidnei Luis Reinert
17/09/2016 19:26
incendiário e irresponsável: Dias Tóffoli provoca militares e juízes brasileiros
Posted on 17 de setembro de 2016 by CristalVox


Dias Tóffoli, o menino de Lula, indicado para uma vaga de ministro do STF depois de ser reprovado, por duas vezes, em concurso público para juiz de direito é autor da maior provocação já feita aos militares e aos juízes brasileiros nos últimos 30 anos.

A máxima de que, quando você não domina um assunto, o recomendável é que fique de boca fechada não valeu para Dias Tóffoli. Diante de uma platéia de empresários em Belo Horizonte, abandonou o tema pelo qual estava pautado para incursionar num perigosíssimo terreno minado, cheio de explosivos e sob forte observação da caserna. Falou o que não devia e colocou em "alerta total" os militares. Era o "fator legal" que faltava para que um enorme segmento das Forças Armadas se convencesse que já passou o momento de agir.

Ao afirmar textualmente de que: "a Justiça corre o risco de "cometer o mesmo erro que os militares cometeram em 1964" se a política for criminalizada e o Judiciário "exagerar no ativismo", Dias Tóffolli prova que não possui a menor condição de ocupar uma cadeira no STF.

?" Dias Toffoli não foi ministro do STF ao criticar os militares? Dias Tóffoli foi militante petistas.
?" Dias Toffoli não foi ministro do STF ao criticar os juízes brasileiros que atuam com independência, prendendo corruptos, afastando da vida pública ladrões e recuperando bilhões de reais que foram roubados do Brasil? Dias Tóffoli se comportou como um defensor contumaz de gente da pior espécie. (vide Mensalão e o habeas corpus concedido apara Paulo Bernardo, seu ex-chefe no PT).

Qual será o medo real de Dias Tóffoli?
?" Que seu "mentor" Luis Inácio Lula da Silva seja preso?
?" Que seus pares determinem uma minuciosa investigação para esclarecer as ligações da sua mulher, na condição de advogada, de empreiteiros ladrões?
?" Que juízes independentes, sérios, honestos, que chegaram na função por meio de concurso público e não pela "mão suja" de um presidente desmoralizado, comecem a comandar, de verdade, o judiciário brasileiro?
?" Que ao atacar a operação Lava Jato também "acertou" o Ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato?

Definitivamente Dias Tóffoli perdeu uma grande oportunidade de ficar calado em Belo Horizonte.
Dias Tóffoli não tema a mínima noção do "estrago" que provocou. Dada a gravidade das suas declarações, certamente será "aconselhado" a entregar a toga e se recolher ao escritório que defende os bandidos da lava Jato.
Erva Daninha
17/09/2016 18:40
Olá, Herculano

Às 16hs de hoje, um automóvel Honda Cívic cor prata estava obstruindo o trânsito na rua Coronel Aristiliano Ramos (achei que fosse carreata do PT, pois o carro estava com propaganda petralha), mas é que o "figurão dos pixulecos" falava ao celular.
A senhora, no acento do carona, carregava uma criança no colo.

É o lixo fazendo propagande de lixo.
Herculano
17/09/2016 14:02
AS PERGUNTAS SEM SAL

Agora sei a razão pela qual as rádios de Gaspar não fazem perguntas decisivas aos políticos daqui e com poder decisão ou com discurso fantasioso: perderam a embocadura, ou desaprenderam a fazê-las.

O debate deste sábado do jornal Cruzeiro do Vale, Radio Sentinela e TV Gaspar - um sistema via internet - só se tornou debate e mostrou que tem gente escondendo o jogo, que não conhece seus planos, muito menos o que é planejamento que tanto arrota como um diferencial -, quando os candidatos a prefeito de Gaspar resolveram salvar a sua própria pele ou esfolar as dos adversários.

Quem ganhou? A comunidade
PROBLEMINHA
17/09/2016 13:15
Herculano

A certa altura do debate o candidato MARCELO BRICK ao referir-se a saúde falou"probleminha de câncer", meu Deus, esta pessoa quer ser prefeito de Gaspar? Quer dizer que pra ele vai ser tudo um probleminha. Câncer, candidato, não é probleminha mas sim um problemão
Herculano
17/09/2016 10:46
O ATRASO DOS POLÍTICOS

Todos, tratam os empreendedores, como empresários. Eles ainda não avançaram nos conceitos. Como vão governar se estão atrasados no olhar sobre o desenvolvimento organizado? Acorda, Gaspar!
Herculano
17/09/2016 10:44
AGORA TODOS OS CANDIDATOS VÃO FAZER DE TUDO PARA ATRAIR EMPRESAS, GERAR EMPREGOS E RETER AS QUE SOBRARAM

Nesse assunto, todos os candidatos a prefeito de Gaspar possuem o mesmo diagnóstico, inclusive Lovídio Carlos Bertoldi, o da continuidade de Zuchi.

Mas foi na administração de Pedro Celso Zuchi que mais saíram empresas daqui e algumas delas representativas. O empresário é visto pelo PT como um bicho que afronta a ideologia partidária.

A atual administração petista chegou ao cúmulo, por simples vingança, para calar as criticas, impor perdas, e dar exemplos de como age, de desapropriar áreas para expansão industrial, gastando o dinheiro público já escasso e que deveria ir prioritariamente para a combalida saúde pública, educação e incentivos de atração de novos empresas e empregos

Com esse e outras atitudes, a atual administração municipal criou a insegurança jurídica, e com isso, afastou, de forma real, possíveis investidores. Então, quem faz isso, não consegue ser parceiro dos empreendedores plurais. Por isso, o discurso de campanha vai contra a prática real do dia-a-dia. O resultado está ai. Acorda, Gaspar!
Herculano
17/09/2016 10:28
O CANDIDATO DO PT DE GASPAR, FINALMENTE DISSE NA ABERTURA DO DEBATE DESTE SÁBADO QUE É O CANDIDATO DA ADMINISTRAÇÃO DE OITO ANOS DE PEDRO CELSO ZUCHI. MAS SEGUNDO O DATAFOLHA, COMO REVELOU O JORNAL CRUZEIRO, GASPAR ESTÁ ENTRE OS POUCO MAIS DE CINCO MIL MUNICÍPIOS BRASILEIROS, ELE É O 3.656º. OU SEJA, ESTÁ REPROVADO. E SE FOR A CONTINUIDADE...

E foi sobre este tema que Gilberto Schmitt, o editor e proprietário do jornal Cruzeiro, perguntou ao candidato Lovídio Carlos Bertoldi, preparado durante mais de sete anos para ser o candidato a prefeito pelo PT, sendo que cinco deles na presidência do Samae, perguntou.

Lovídio chegou a contestar o levantamento comparativo do Datafolha republicado pelo Cruzeiro do Vale, mas desistiu. Era só o que faltava. Nem no debate, o PT a mania de colocar a culpa na imprensa, nos adversários...

No que toca ao saneamento, a sua área de domínio, Lovidio com segurança mostrou que a maioria dos gasparenses possuem água tratada e coleta de lixo. Entretanto, quando chegou no item saneamento básico, Lovídio admitiu que não há um mililitro de coleta e tratamento.

Entretanto, ele Lovídio e o "prefeito Celso" fizeram a estrutura burocrática. Ou seja, empregaram gente para tocar este assunto que nunca saiu do papel. Aliás projetos existem, e segundo eles estão todos prontos, mas nenhum deles foi adiante. Ou seja, porque o PT quebrou o Brasil e não há recursos. E Blumenau, não esperou o governo e fez uma parceria privada e hoje tem mais 60% de coleta e tratamento funcionando.

Ou seja, quando sai do discursos de campanha para emocionar mentes e corações.
Aurelio Marcos De Souza
17/09/2016 10:15
Herculano acompanhando o empate dos candidatos a eleição majoritaria neste dia de sabado, porque de debate pouco ou quase nada se pode verificar. Propostas muitas, soluçoes concretas nada.
Dia 2 vou as urnas como tantos, e para votar vou usar da mesna tecnica cientifica utilizada por minhas sobrinhas de 5 e 6 anos para escolher o brinquedo.
"Uni duni te,
Salame minguê,
Um sorvete colorê,
O escolhido foi você."
Herculano
17/09/2016 10:12
O DEBATE ESTÁ MORNO. FALTAM PERGUNTAS DE FATO. POUCAS NESE SENTIDO E QUASE TODAS DO GILBERTO SCHMITT
Herculano
17/09/2016 10:11
PT RECOMENDA QUE CANDIDATOS DEFENDEM LULA NA PROPAGANDA ELEITORAL

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Cátia Seabra. Reunido nesta sexta-feira (16), o comando do PT decidiu recomendar a seus candidatos a prefeito a leitura de uma nota em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a propaganda de rádio e TV.

Na última quarta (14), a força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, apresentou denúncia contra Lula. Procuradores o apontaram como o comandante do esquema de corrupção na Petrobras.

A cúpula do partido vai enviar um texto base para seus candidatos em todo o país, dando-lhes a liberdade de produzir sua própria mensagem. Dois dirigentes do PT ficaram encarregados de orientar os candidatos.

A nota será de 30 segundos e o teor será elaborado em conjunto com o Instituto Lula.

Presidente do partido, Rui Falcão afirmou que nenhum candidato ?"nem mesmo o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad foi previamente consultado sobre a recomendação.

Falcão descartou, no entanto, a possibilidade de constrangimento já que a veiculação não será obrigatória.

O coordenador de campanha de Haddad, vereador Paulo Fiorilo, já informou que o prefeito exibirá a mensagem na propaganda eleitoral. A forma de veiculação ainda não está definida.

"Lula não pode ser causa de constrangimento para ninguém no PT", disse Fiorilo.

Responsável pela orientação dos candidatos, o secretário de Organização do PT, Florisvaldo Souza, afirma que a redação do texto será iniciada na segunda (19) e que a sigla vai sugerir sua divulgação nos sites dos candidatos.

Falcão diz que Lula tem sido cauteloso e só participa de atividades eleitorais quando convidado. Ele reconhece a existência de candidatos que escondem a estrela petista e as cores do partido.

"Há quem acredite que não pôr a estrela do PT pode melhorar a situação. Para quem vê o PT como elemento de rejeição e quer esconder, o adversário é o primeiro a mostrar", disse Falcão.

O presidente do PT explicou que, para evitar punições, como perda de tempo de TV, a imagem de Lula não será exibida. O partido foi punido pelo uso de imagem de Lula na propaganda eleitoral.

O presidente do PT insistiu no discurso de que existe uma tentativa de interdição da candidatura de Lula à Presidência em 2018.

Questionado sobre a hipótese de lançamento de outros candidatos, como o pedetista Ciro Gomes, Falcão disse que o partido "não está cogitando nomes fora do PT".

Após reunião com a cúpula do PT, Falcão contou que Lula foi desaconselhado a deixar o país neste momento, abrindo mão de reunião com sindicalistas em Nova York, para se dedicar à defesa.

O ex-presidente também visitará três estados do Nordeste na semana que vem. Na volta, Lula participará de uma atividade de campanha ao lado de Haddad.

Apesar de apelos para que assuma o comando do partido, Lula resiste sob o argumento de que um ataque a ele atingiria, de um golpe só, a sigla. O ex-presidente alega também que o convite contradiz seu desejo de renovação partidária.

Falcão foi irônico ao comentar críticas do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) ao discurso de Lula. "Tem tanta coisa que ele deveria responder, vários escândalos."
Herculano
17/09/2016 10:04
ESSA BAGUNÇA QUE HERDAMOS, por Ana Maria Machado, escritora, para o jornal O Globo

O cidadão não percebe que quem está se aposentando sem ter contribuído o suficiente está comendo fatias do seu bolo.

Falando sobre a reforma da Previdência que está sendo proposta, o ministro Geddel Vieira Lima referiu-se a "essa bagunça que herdamos do governo anterior". Um tanto injusto. Essa bagunça que herdamos vem de muito mais longe, e é uma herança multiplicada pelos herdeiros, a cada novo momento.

Nem vale a pena perder tempo com sua origem nos velhos institutos de aposentadorias e pensões. Para ficarmos só nos antecedentes próximos, podemos nos fixar na porção "carta de Papai Noel" da Constituição de 1988 que, com a boa intenção de assegurar direitos a todos, criou benefícios custosos, esquecendo que tudo tem preço e não existe almoço grátis. E não disse de onde devia vir o dinheiro. Então, para garantir as aposentadorias de quem jamais contribuíra mas não deveria ser tratado como cidadão de segunda classe, os recursos acumulados por quem vinha contribuindo há anos precisaram ser divididos com os recém-chegados, num gesto generoso e solidário, mas obrigatório e pouco claro. Quem descontava de seu salário mensal não teve escolha e talvez nem tenha percebido de onde sairia a grana das novas e justas benesses.

Não foi só isso. Também faltou clareza quando os reajustes das aposentadorias passaram a ser indexados ao salário mínimo, enquanto o que já fora recolhido não rendia o equivalente. Mais uma vez não se explicou essa aritmética ao contribuinte, e o cidadão nem notou que a conta não fechava. Na hora de pagar, seu recolhimento crescia. Na hora de receber, em teoria tinha direito crescente. Mas o que estava guardado para um dia lhe pagar não crescia da mesma forma. Era preciso então recorrer ao fundo comum, englobando as contribuições alheias, daqueles que só receberiam depois. Ou seja: os que receberão no futuro têm cada vez menos dinheiro à disposição. Vai se tirar de onde?

Mas nem toda a bagunça que herdamos se explica apenas por novos direitos criados sem que se previsse de onde sairia o dinheiro devido.

Ninguém explicou também que o sistema é diferente da aposentadoria privada, em que o sujeito tem uma conta em seu nome num banco, deposita, tem rendimento todos os meses, e pode sempre saber quanto tem. É isso o que a maioria das pessoas acha que ocorre quando desconta para o INSS, e se assusta quando constata que é muito diferente: recolheu por muito tempo, mas não há fundos suficientes para cobrir o que imagina ter "poupado". E o cidadão não percebe, por exemplo, que quem está se aposentando sem ter contribuído o suficiente está comendo fatias desse seu bolo.

No governo tucano, houve um começo de reforma. Entre outras coisas, a ideia era exigir idade mínima de 60 anos para o homem e 55 para a mulher requerer a aposentadoria pelo INSS. Criticando os casos precoces, na casa dos 40, Fernando Henrique declarou que propunha a reforma "para que aqueles que se locupletam da Previdência não se locupletem mais, não se aposentem com menos de 50 anos, não sejam vagabundos em um país de pobres e miseráveis". Distorcido, virou "FHC chama aposentado de vagabundo". Apanhou feito boi ladrão e até hoje é acusado pelo que nunca disse.

Mesmo assim, quando o projeto foi à votação no Congresso, o destaque da idade foi derrotado por um único voto. Com nome e sobrenome, dessas coisas que só acontecem no Brasil. Nelson Rodrigues talvez atribuísse ao Sobrenatural de Almeida. Na prática, o espírito da bagunça baixou no deputado Antonio Kandir, ex-ministro do Planejamento e favorável à reforma. No momento de votar, apertou a tecla errada e, em vez de dar um "sim", se absteve. O suficiente para o destaque não passar, embora ele sempre garantisse que apertou a tecla certa e uma pane confundiu os votos.

Para conter os gastos do sistema e ganhar tempo, já que a matemática não perdoa, em 1999 instituiu-se o fator previdenciário, considerando idade do trabalhador, tempo de contribuição e expectativa de vida do segurado na data da aposentadoria conforme tabela do IBGE. Só que isso já não resolve mais e qualquer pessoa com um mínimo de sensatez sabe disso. Se não for feita a reforma da Previdência, o país quebra. Já devia ter sido feita há muito tempo. O exemplo da Grécia está aí, bem vivo diante de todos.

E nem esqueçamos fraude e áreas afins: aparelhamento e quadrilhas como vem revelando a operação Greenfield nos fundos de pensão. Ou desvio nos empréstimos consignados aos aposentados. Crimes praticados por quem finge defender "os velhinhos".

Temos mesmo de dar um jeito na bagunça que herdamos. Só em parte, do governo anterior. Também a herdamos da incompetência numérica geral. E de oposições anteriores. E do Sobrenatural de Almeida, que em nossa história não se limitou a remover Tancredo Neves no dia da posse, após 21 anos de governo militar, e entregar a Presidência a quem meses antes era um prócer do partido que apoiava os generais.

A bagunça que herdamos vem de longe. Não é urgente ver quem legou. A questão toda é saber se queremos dar jeito nela ou, irresponsáveis, vamos continuar de olhos fechados para a matemática.
Herculano
17/09/2016 09:58
O CANDIDATO MARCELO NÃO SABE O QUE VAI FAZER NO TRANSPORTE COLETIVO DE GASPAR

Perguntado durante o debate pelo editor e proprietário do jornal Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt,o que fará diante do caos que virá a acontecer com o fim do contrato do transporte coletivo em Gaspar, o candidato do PSD, PSB e Partido Comunista do Brasil, Marcelo de Souza Brick, preferiu viajar.

Não disse nada como vai resolver este assunto gravíssimo que atinge os trabalhadores, idosos e estudantes. Tirou do colete o discurso de sempre, do tal projeto de 30 anos. Falou sobre o tal VLT - Veículo Leve sobre Trilhos -, interligação com o aeroporto, etc. Só não falou como vai melhorar o transporte coletivo de Gaspar, objeto da pergunta. Enrolou. Ou seja, quando algo da sai fantasia e vem para a realidade, as soluções concretas se alguém precisa avisar que isso vai levar ao esgotamento em si.
Herculano
17/09/2016 09:36
DALT?"NICO?

No debate promovido neste sábado, o candidato a prefeito de Gaspar, Marcelo de Souza Brick, PSD, disse que estava vestido com as cores da bandeira de Gaspar, amarelo e branco. Quem estava lá, e assistia pela internet, não viu nenhuma dessas cores nele. Daltônico ou ilusionista.
Herculano
17/09/2016 08:21
SEM DÚVIDAS, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

A expectativa no Ministério Público em Curitiba é que a decisão do juiz Sérgio Moro sobre a denúncia contra o ex-presidente Lula seja conhecida dentro de um prazo máximo de dez dias, a se confirmar a média de suas decisões anteriores.

Os procuradores não têm dúvidas sobre as acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em relação ao tríplex de Guarujá e ao armazenamento de pertences de Lula, mas admitem que não deixaram clara ao grande público a justificativa para ressaltar o papel do ex-presidente como chefe de todo o esquema de corrupção.

Era preciso caracterizar a ação de Lula à frente do esquema, o que é objeto de um processo a cargo da Procuradoria-Geral da República, para que ele pudesse ser responsabilizado pelo total de prejuízos que os procuradores atribuem em propinas pagas pela OAS em três contratos da empreiteira com a Petrobras, nas obras das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Repar, no Paraná, num montante de R$ 87 milhões.

Embora essa ligação esteja bastante explicitada na denúncia ?" que tem 179 páginas e mais de duas centenas de anexos, e portanto o juiz Sérgio Moro terá todas as explicações necessárias sobre as bases das acusações ?", o procurador Deltan Dallagnol não a enfatizou, o que levou à impressão de que surgira do nada a denúncia de que o ex-presidente é o "comandante supremo" do esquema que foi conceituado como "propinocracia", o governo movido a propinas.

A retórica de acusação utilizada pelos procuradores, especialmente pelo coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, considerada exagerada, deu margem a que o ex-presidente Lula se vitimizasse como perseguido pela LavaJato, e permitiu que eles fossem acusados de nutrirem ódio pessoal ao ex-presidente, o que levou a que os advogados de Lula pedissem ao Conselho Nacional do Ministério Público o afastamento dos procuradores que atuam hoje na Lava-Jato em Curitiba.

É apenas um movimento político dos advogados, sem consequências práticas, mas deveu-se a uma falha já detectada na apresentação pública do caso. Apesar de todas as dúvidas lançadas pelos sites de apoio ao ex-presidente Lula, não há indicação de que os procuradores de Curitiba tenham se conflitado nem com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nem com o juiz Sérgio Moro, que estava no exterior no dia da apresentação.

Janot sabia que a acusação contra Lula de maneira mais ampla, como chefe do esquema de corrupção na Petrobras e em outras estatais, seria utilizada por Dallagnol justamente para basear o pedido de bloqueio de R$ 87 milhões de Lula e demais acusados.

Quanto ao fato de que "apenas" R$ 3,7 milhões de desvio para benefício pessoal sejam atribuídos a Lula, os procuradores lembram que esta é apenas a primeira denúncia contra ele, e vários outros processos, envolvendo muito mais dinheiro, estão em andamento, especialmente o que investiga a atuação de Lula como lobista de empreiteiras nacionais no exterior e a ligação das palestras pagas por essas mesmas empreiteiras pela ajuda junto a governos estrangeiros.

Os evidentes exageros retóricos dos procuradores de Curitiba foram fartamente compensados, porém, pelos arroubos retóricos de Lula, que, além de se comparar a Jesus Cristo, cometeu um suicídio político quando, querendo atacar os procuradores, atacou todos os servidores públicos concursados com a frase que já viralizou na internet: "A profissão mais honesta é a do político. Por mais ladrão que seja, todo ano ele tem que ir para a rua tentar voto. O concursado, não, faz uma faculdade e tem emprego garantido pelo resto da vida".

O Lula, que já disse que havia mais de 300 picaretas no Congresso, hoje defende a tese do "ladrão honesto", demonizando ao mesmo tempo quem presta concurso público depois de fazer uma faculdade.
Herculano
17/09/2016 08:18
OLHANDO A MARÉ

Convidado na quinta-feira pelo editor e proprietário do Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt, a formular ou sugerir perguntas para serem usadas pela equipe que fará os questionamentos aos candidatos no debate de hoje, mais uma vez me recusei.

Esta é uma decisão antiga e pública. Vou olhar a maré. Como estamos em tempos de lua cheia, com maré meteorológica e maré alta, a água vai vazar. E daqui vou registrar os estragos. Acorda, Gaspar!
Herculano
17/09/2016 08:07
TEM CANDIDATO EM GASPAR TEMENDO DO DEBATE. VAZIOS, TÊM MEDO DO QUESTIONAMENTO. RABO PRESO, INCOSISTÊNCIA NAS PROPOSTAS OU INCAPACIDADE DE SE EXPLICAR?

Tanto isso é verdade, que é rara a antecipada menção deles nas suas páginas oficias nas redes sociais, convidando os seus eleitores e eleitoras para assistir ou ouvir o debate que começa as 9h. Ouvir? Na rádio Sentinela do Vale. A organização é do jornal Cruzeiro, Sentinela e TV Gaspar, um sistema de comunicação cia internet

Transparência zero. Acorda, Gaspar!
Herculano
17/09/2016 08:02
MP PORTUGUÊS LIGA COMPRA DA OI A AMIGO DE LULA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O Ministério Público de Portugal investiga o pagamento de propina ao ex-primeiro-ministro José Sócrates, do Partido Socialista, na venda da Portugal Telecom à espanhola Telefonica da sua participação na brasileira Vivo, e sua posterior entrada no capital da Oi. O MP concluiu que a compra da Oi "satisfez" interesses políticos de José Sócrates no Brasil. Amigo de Lula, o socialista é acusado de corrupção, fraude fiscal e lavagem de dinheiro (ou "branqueamento de capitais", em Portugal).

ALINHAMENTO POLÍTICO
Para o MP, o "alinhamento político" foi decisivo para facilitar a venda da posição da Portugal Telecom na Vivo à Telefónica e sua entrada na Oi

PORTA DA CORRUPÇÃO
A compra da Oi, diz o procurador português Rosário Teixeira, acabou "abrindo a porta ao recebimento de novas comissões indevidas".

BASTIDORES
O ex-primeiro-ministro, segundo o MP português, esteve nos bastidores dos negócios de compra e venda de empresas de telefonia no Brasil.

VENCEDOR
O Grupo Espírito Santo, ao qual Sócrates se ligou, foi "vencedor" dos negócios envolvendo a Portugal Telecom, diz o procurador.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA PODE IMPEDIR DILMA DE VOTAR
Advogados ligados à defesa da ex-presidente Dilma estão preocupados que uma ação civil pública, de qualquer cidadão, provoque decisão da Justiça determinando o cumprimento da regra constitucional que vincula impeachment à suspensão de direitos políticos por 8 anos. O Senado "fatiou" o art. 52 da Constituição, suprimindo a punição, mas, se provocada, a Justiça pode confirmá-la e até proibir Dilma de votar.

STF FEZ O ALERTA
Ministros do STF alertaram para a possibilidade de a Justiça comum fazer valer a suspensão dos direitos políticos de Dilma.

CASO CONCRETO
"Ao examinar caso concreto, qualquer juiz determinará o cumprimento da Constituição", prevê um ministro do STF que presidiu o TSE.

CATATONIA
Até agora, a antiga oposição parece não haver percebido que Dilma, mantendo seus direitos, poderá até votar em outubro.

AINDA EM ABERTO
O ator e militante petista José de Abreu pediu passagem Paris-Brasília como condição para depor na CPI da Lei Rouanet, na Câmara. Em vez de debochar dos deputados, deveria se preparar para explicar por que não prestou contas de R$ 299 mil que obteve com os favores da lei.

CRIME É ORGANIZADO
Como já ficou demonstrado, não foi dita a frase "não temos provas, temos convicção", atribuída ao procurador Deltan Dallagnol. É a guerra de comunicação do crime organizado contra a Lava Jato.

OFENSA GRATUITA
Além de insultar servidores concursados, Lula ofendeu, quinta (15), até a Polícia Federal. Disse que mandou "procurar grampos" em sua casa, após a PF cumprir mandado de "busca e apreensão".

VELHO TRUQUE
Sempre que se vê às voltas com acusações que não pode explicar, o ex-presidente Lula recorre ao truque de desqualificar os denunciantes, ligando-os a seus opositores, e apelar às lágrimas. Fez de novo.

PT AINDA NO GOVERNO
A Eletrobrás escolheu para diretor de Operações Carlos Baldi, ex-diretor da Neoenergia, empresa controlada por petistas na Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, por indicação de Ricardo Berzoini.

COMPROMETIDO
Novo líder do PSDB, Paulo Bauer (SC) afirma que o partido tem compromisso com o governo Michel Temer em nome do Brasil. "Temos que vencer as dificuldades", disse em entrevista ao Diário do Poder.

TETO DOS GASTOS
Darcísio Perondi (PMDB-RS) acertou com o governo o adiamento da proposta que limita os gastos públicos, para a primeira semana de outubro. A Fazenda acredita que a votação será depois das eleições.

PENA ANIMAL
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou projeto de lei que aumenta penas para agressores de animais. O projeto é do deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP).

PERGUNTA NO SINE
O Ministério do Trabalhou incluiu Dilma nos 1,5 milhão de empregos com carteira assinada que o governo dela suprimiu em 2015?
Herculano
17/09/2016 07:50
A CAMPANHA ELEITORAL EM GASPAR NÃO É SÉRIA. OS CANDIDATOS APOSTAM QUE OS ELEITORES TAMBÉM NÃO SÃO

Olhando a capa da edição de ontem do jornal Cruzeiro do Vale vejo um anúncio do candidato a prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB.

Ele se vende ao distinto público como o candidato das "mudanças". E até poderia ser, se não fosse por um detalhe: este é o mote de campanha da tucana Andreia Symone Zimmermann Nagel, sua adversária e até aqui, estranhamente, a mais copiada por todos os candidatos adversários, apesar do marketing ser ela própria.

Kleber escolheu como lema de sua campanha: "Gaspar te quero forte" e registrou na Justiça Eleitoral como nome de sua coligação. O que está acontecendo? Desprezou o tema? Não quer mais uma Gaspar forte? Não acredita mais neste tema? Ou percebeu que forte estão os outros? Ou quer confundir o eleitorado num vale tudo estranho?

Quem escolheu mudanças foi Andreia, aliás a única: "sim, nós podemos mudar". Está registrado como nome da sua coligação que fez com o DEM. Qual a razão de Kleber, PMDB, imitá-la? Não é possível que a cara profissional equipe de marqueteiros do candidato peemedebista tenha errado tanto a ponto de renegar o próprio mote que criou para a campanha do seu cliente e pegar emprestado, na maior cara dura, de uma concorrente.

Havia um tempo em Gaspar que isto passava batido. Agora não.

Das duas uma: ou a equipe de marketing está perdida e bateu o desespero, com o vale tudo, ou está infringindo um procedimento ético. Isto não passaria por exemplo, no teste do Conar - Conselho de Auto Regulamentação da Propaganda. E mesmo assim, quem aprova o que o marketing sugere, é a coordenação de campanha, senão o próprio candidato. Então há responsabilidades claras de quem manda e se responsabiliza pela campanha.

Ora. Isso que foi feito na propaganda que estampa a capa do Cruzeiro do Vale é a mesma coisa de que uma marca, mesmo famosa, mas na maioria dos casos é feita de espertos, se apropriasse do tema ou conceito de outra. Tomemos a Bayer por exemplo. Ela diz: "se é Bayer, é bom".

O que aconteceria se uma marca, supostamente chamada de Otto, mesmo não sendo na área química-farmacêutica colocasse como slogan: "se é Otto, é muito bom"?

A par da ilegalidade e dos processos, os próprios consumidores perceberiam de que a tal fictícia neste caso Otto, se apropriou inadvertida ou malandramente do conceito ou slogan da Bayer. Os consumidores tenderiam a supor que a Otto também poderia falsificar o produto que vende, pois não conseguiu convencer a consumi-los pelos próprios conceitos. Os marqueteiros conhecem o que escrevo. A justiça nos muitos casos conhecidos e decididos, também. Triste. Acorda, Gaspar!
Herculano
17/09/2016 07:22
O POWERPOINT FINAL EM LULA, por Mário Sabino

A denúncia de Lula pelo MPF é devastadora também porque esclareceu para a massa ignara a ligação do petista com o petrolão e mensalão.

Até então, Lula podia vir com a conversa mole de que não sabia de nada, que havia sido traído pelos seus correligionários e aliados, que era "a alma mais honesta do mundo" - e, assim, continuar a engambelar os brasileiros humildes.

O procurador Deltan Dallagnol e equipe deram um PowerPoint final em Lula, ao qual serão agregadas provas mais acachapantes depois da abertura do processo.

Aquela imagem com o nome "Lula" num grande círculo para o qual convergem setas com os crimes a ele associados, dentro de círculos menores, é a obra-prima das artes visuais brasileiras.

Melhor do que o Abaporu, de Tarsila do Amaral.

Muito melhor do que uma instalação de Tunga.

Infinitamente melhor do que uma pintura de Beatriz Milhazes.

É, ainda, obra-prima entre as imagens cívicas. Eu a mandaria reproduzir em óleo e expor ao lado de "Independência ou Morte", de Pedro Américo, no Museu do Ipiranga.

Acho até mesmo que deveria virar a bandeira de Curitiba, da República de Curitiba, a capital moral do Brasil.
Herculano
17/09/2016 07:18
LULA É UM HOMEM DE VISÃO, NÃO UM RELES NOVO-RICO, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

A montanha pariu um camundongo? No centro do diagrama acusatório das procuradores da Lava Jato, o nome de Lula aparece como nexo de todas as operações de corrupção abrangidas pelo "petrolão". O ex-presidente é o "grande general" de uma "propinocracia", sistema político batizado pelo procurador Deltan Dallagnol. Mas, anticlímax, as acusações cingiram-se aos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, concentrando-se no sítio e tríplex. Se é isso que têm os investigadores ?"uns poucos milhões, dinheiro de troco para um mero Pedro Barusco- o "grande general" precisaria ser rebaixado a simplório sargento - e a Lava Jato provaria, uma vez mais, a validade perene do conselho lampedusiano de Tancredi: "Para que as coisas permaneçam iguais, tudo deve mudar".

Os procuradores sabem, provavelmente, o que não sabemos - e talvez sigam um roteiro coerente. Mas, nas tramas policiais, uma linha reta é o caminho mais tortuoso entre dois pontos - e, no caso de Lula, a Lava Jato parece hipnotizada pela conexão óbvia entre os singelos presentes patrimoniais oferecidos aos Lula da Silva e a "advocacia administrativa" prestada pelo ex-presidente à OAS e à Odebrecht. As eventuais provas desses crimes conduziriam Lula a condenações menores. Contudo, soterrariam a incrível história da expansão do capitalismo brasileiro de compadrio na América Latina e na África.

O esquema básico envolvia a associação entre Lula, o governo local e a Odebrecht na contratação de vultosas obras de infraestrutura. Funcionou no Panamá, na Argentina, no Equador, na Venezuela, na República Dominicana, em Cuba, Gana, Angola e Moçambique. O quarto elemento era o BNDES, fonte de financiamentos subsidiados em todos esses países. As palestras de Lula no exterior, sábias exposições da arte de governar, indicariam uma estratégia de remuneração direta, mas não devem ser superestimadas. Um quinto elemento na articulação internacional era João Santana, um publicitário que lava mais branco, responsável por candidaturas governistas em todos os países-alvo, menos Moçambique e, claro, Cuba, onde seus múltiplos serviços especializados são desnecessários.

Com Rexona, sempre há lugar para mais um. A Odebrecht, marca registrada do progresso nacional, foi a principal beneficiária dos financiamentos do BNDES destinados a obras no exterior. Mas empresas igualmente impolutas como a Queiroz Galvão, a Camargo Correa, a Andrade Gutierrez e a OAS ganharam a parte que lhes cabia no extenso latifúndio. A seleção, pelo BNDES, de projetos em países com controles institucionais débeis ou inexistentes evidencia uma das facetas sórdidas da história: no site do banco de investimentos, onde está escrito "financiamentos de exportação", o correto seria algo como "subsídios para operações internacionais de corrupção".

Angola é o nó mais interessante do tricô geopolítico dos negócios lulistas. As frequentes viagens de Lula ao país africano transferiam credenciais democráticas ao presidente José Eduardo dos Santos, junto com aportes do BNDES de US$ 4 bilhões, valor 36% superior ao do orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia para 2015. O ditador angolano, chefe de um regime cleptocrático, governa desde 1979 e deu sumiço na modesta soma de US$ 32 bilhões em rendas petrolíferas pertencentes ao tesouro nacional.

Além de Lula, figura no seu círculo de amigos o ex-premiê português José Sócrates, que clama contra o impeachment de Dilma enquanto aguarda em liberdade provisória seu julgamento por acusações de corrupção já registradas nos autos da Lava Jato.

Lula é um homem de visão, não um reles novo-rico. O diagrama da Lava Jato parece obra de amadores - mas os procuradores que o desenharam são profissionais. Sugiro convidarem Maria Silvia Bastos Marques para a força-tarefa.
Herculano
17/09/2016 07:05
da série: os enganadores profissionais estão pedindo o seu voto e dizendo que possuem a solução que eles próprios nunca deram. Este exemplo é de São Paulo, mas é brasileiro. Lá governa o PT. Em Gaspar também. Aqui o governo que não deu solução durante oito anos, para continuar no poder diz que tem a solução. Os partidos de oposição que querem o lugar do PT e dizem ter a solução, PMDB e PSD ficaram quietos e até emprestaram apoio durante anos na Câmara neste triste quadro. E parte da solução copiam de outro adversário, o PSDB. então...

Todos falam em expandir serviços, mas não dizem de onde sairá os recursos para bancar o que prometem na área da saúde e da educação, a origem de todos os males. Criminosos. Tratam os eleitores e eleitoras como tolos, gado no brete a espera do abate e sem chances de fugir deste sofrimento. E fazem isso porque sabem que a maioria é analfabeta, ignorante, desinformada, assistida...

PROPOSTAS ENFERMAS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Propostas imprecisas, quando não desprovidas de qualquer sentido, são parte do folclore de toda campanha eleitoral. Por força do hábito, acabam toleradas pelos eleitores como falhas menores do jogo político. Revestem-se de maior gravidade, no entanto, quando têm por alvo questões nevrálgicas para a população.

É precisamente esse o caso dos projetos dos candidatos à Prefeitura de São Paulo para a saúde.

Recente pesquisa Datafolha revelou que o setor é o mais mal avaliado da gestão Fernando Haddad (PT) -38% dos paulistanos estão insatisfeitos com os serviços de hospitais e postos de atendimento. O desgosto cresceu bastante nos últimos meses. Em fevereiro de 2015, atingia 15% dos munícipes.

Motivos para isso não faltam, como constata quem necessita recorrer ao Sistema Único de Saúde.

Na capital paulista, a fila para consultas, exames e cirurgias eletivas passa de 750 mil pessoas. Alguns procedimentos demandam espera de cinco meses.

Em maio deste ano, após reclamações de falta de medicamentos, o Ministério Público vistoriou cinco unidades básicas de saúde da rede municipal e um Ambulatório Médico de Especialidades (AME), da estadual. Constatou falta de transparência, atrasos de fornecedores e demora na reposição de remédios.

A recessão e o crescimento do desemprego tendem a agravar o quadro, visto que mais pessoas devem migrar para o SUS, somando-se aos 4,5 milhões que dependem exclusivamente da saúde pública na cidade de São Paulo.

Diante de cenário tão calamitoso, os planos apresentados até agora pelos candidatos são pífios.

Fala-se em expandir a rede, criar serviços e contratar médicos; não se diz, contudo, de onde sairão os recursos para bancar as platitudes. Promete-se aperfeiçoar a integração e a fiscalização das OSs (organizações sociais), mas não se diz como.

Por outro lado, metas sanitárias ou assistenciais, de fundamental importância na prevenção de doenças, estão ausentes - como se a tríplice epidemia de dengue, zika e chikungunya não existisse, para ficar num único exemplo recente.

Os gastos anuais da prefeitura com saúde montam a R$ 7,3 bilhões, cerca de 20% do orçamento municipal. Com a estagnação econômica no país, é improvável o aumento de verbas para a área.

Espera-se dos aspirantes à prefeitura, portanto, projetos mais realistas e exequíveis ?"que, afinal, deveriam ser norma, não exceção, nas campanhas.

Aprimorar a gestão, hoje dividida em modelos desordenados, e priorizar a atenção primária (unidades básicas de saúde) são passos fundamentais. Também é urgente fixar médicos no município, para mitigar a falta de especialistas.

Programas de governo guiados por problemas concretos, e não pelo marketing, são, passe o trocadilho, saudáveis como exemplo político.
José Antonio
17/09/2016 07:01
Herculano!

O convite do prefeito aos empresários de Gaspar para uma visita à ponte do vale e veiculada na internet por um jornal local com entrevistas com o deputado Décio Lima e com o sogro do candidato do PT e com o próprio prefeito enaltecendo a obra, a meu ver, configura-se campanha eleitoral indireta para favorecer o PT. Será que os partido concorrentes não irão tomar providências junto a justiça eleitoral, vão deixar passar essa, depois não adianta chorar.
Herculano
17/09/2016 06:54
LULA VAI SER PRESO? "SEM COMENTÁRIOS", DIZ MORO, por Josias de Souza

Sérgio Moro estava nos Estados Unidos na última quarta-feira, dia em que os procuradores da força-tarefa de Curitiba divulgaram a denúncia em que Lula foi tachado de "comandante máximo" do esquema de corrupção que implantou no Brasil uma "propinocracia". O juiz da Lava Jato voara na véspera para a Filadélfia, onde se apresentaria como principal convidado de um seminário organizado pela escola de Direito da Universidade da Pensilvânia sobre a formação de líderes íntegros e a difusão de bons valores na vida pública.

O repórter Rodrigo Rangel, que acompanhou a viagem de Moro, entrevistou-o rapidamente ao final da palestra. O magistrado declarou que nem ele sabe "aonde a Lava Jato vai chegar." Inquirido sobre a prisão de Lula, foi suscinto: "Sem comentários." Nos próximos dias, Moro terá de se pronunciar sobre a denúncia da Procuradoria. Acatando-a, converterá Lula em réu. Veiculada na última edição de Veja, a conversa com Moro vai reproduzida abaixo:

- A Lava Jato já prendeu alguns dos maiores empresários do país e alcançou dezenas de políticos dos mais importantes. O que ainda falta? Não tenho ideia. Nem eu sei aonde a Lava Jato vai chegar.

- Como enxerga a crítica de que a Lava Jato tem atropelado direitos dos investigados?
Somos muito zelosos com o devido processo legal. A gente segue a lei e outros seguem a política.

- Que outros?
Aí fica para sua interpretação.

- Dias atrás, o ex-advogado-geral da União disse que o atual governo quer abafar a Lava Jato. A exemplo do que ocorreu na Operação Mãos Limpas, o senhor vê a política operando para limitar as investigações?
Não vejo nenhum movimento do atual governo no sentido de abafar as investigações.

- Vou repetir a pergunta que o senhor mais ouve na rua: o ex-presidente Lula será preso?
Sem comentários.

Na palestra, Moro fez um resumo didático da Lava Jato. Defendeu a operação. Mencionou a dificuldade da Justiça brasileira em lidar com processos que envolvem autoridades. Realçou que os protestos de rua representaram um importante suporte da sociedade às investigações.

Moro tratou a Lava Jato como um escândalo, por assim dizer, de dois gumes. "Há um lado negro, por revelar tanta corrupção, mas também um lado luminoso, porque mostra que o Brasil está enfrentando seus problemas e quer se tornar um país melhor, menos corrupto."

Na fase em que se submeteu às perguntas da plateia, Moro foi instado a comentar a relação da Lava Jato com a crise política brasileira, eletrificada pelas denúncias contra Lula e pela deposição de Dilma Rousseff. O juiz procurou tomar distância da política. Indagado um par de vezes sobre a queda de Dilma, Moro declarou: "Impeachment não é o meu negócio. Posso falar sobre corrupção na Petrobras."
Herculano
17/09/2016 06:49
da série: é preciso resistir e começa pelo constrangimento das instituições, que só em valor legal quando trabalham a favor do banditismo político organizado e no poder.

VAI TER LUTA, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no jornal Folha de S. Paulo

Nem bem terminava, na segunda (12), a novela Cunha, o núcleo curitibano da Lava Jato meteu o pé pelas mãos e abriu o capítulo mais grave desta crise. Depois da condução coercitiva e da divulgação de fitas ilegais, a exposição do procurador Deltan Dallagnol na tarde de quarta (14) foi tão vazia que caiu mal até nas hostes antipetistas. Em lugar da seriedade técnica que sobressaía nas primeiras aparições, o jovem funcionário deixou-se levar por arroubos que tiraram a credibilidade da denúncia contra Lula.

Isto posto, embora a derrapada dê ao ex-presidente vantagem na largada da nova partida, por outro lado deixa o país embrulhado numa situação delicada. O juiz Sergio Moro, autor das duas descabidas ações anteriores, está moralmente comprometido a aceitar a denúncia oferecida pelo Ministério Público. Com isso, irá deflagrar processo político cujo único julgador será ele mesmo, que não é instância adequada nem suficiente para julgar o que Dallagnol colocou em pauta.

O que vem pela frente é mais sério do que o impeachment de Dilma Rousseff. Convém lembrar que a ilegítima destituição da presidente foi decidida por um colegiado senatorial. As acusações eram de responsabilidade e a perda do poder por quem venceu nas urnas, embora manche a democracia, poderia ser corrigida pelo andamento da luta eleitoral, pois o PT teria chance de voltar a vencer.

Agora, o que está em questão é estrutural. Trata-se da tentativa de proscrever Lula e o PT do cenário para sempre, o que dará lugar a uma batalha de proporções épicas. Ao transformar as acusações específicas a Lula, na realidade, pequenas, ainda que desconfortáveis, no combate a uma suposta organização criminosa em que teria se convertido o PT, o procurador fez-se porta-voz da histeria ideológica que deseja "acabar com essa raça", como dizia um senador anos atrás.

Dallagnol não entende duas coisas. A primeira é que Lula e o PT ocupam um espaço garantido no Brasil. Por mais que sofram revezes, cometam erros - que precisariam ser explicados e corrigidos?" e experimentem derrotas- como certamente vai acontecer nesta eleição municipal -, o partido e sua principal liderança respondem à necessidade profunda de representar as camadas populares no processo democrático.

Em segundo lugar, que a esquerda é especializada em resistir. Por ter nascido e crescido em oposição à ordem estabelecida, sabe melhor que ninguém como sobreviver em condições desfavoráveis. Não foi acaso que Lula, de camiseta vermelha, mencionou no discurso pronunciado quinta-feira (16) o orgulho de haver criado o maior partido de esquerda da América Latina. A mesma esquerda, por vezes, tão maltratada em outras frases suas.

Vai ter luta.
Herculano
16/09/2016 22:03
AGORA É DEFINITIVO: ZECÃO DESISTIU DE SER CANDIDATO A VEREADOR

O líder comunitário do Sertão Verde, José Carlos Junkes, o Zecão, desistiu de ser candidato a vereador. Ele tinha sido barrado pelo instituto da Ficha Limpa, devido a falta de prestação de contas completa de uma verba social do governo do Estado que recebeu para uma entidade comunitária que dirigia. O pedido de impugnação tinha sido feito pelo promotor eleitoral Marcelo Sebastião Netto de Campos

Ele apresentou formalmente a renúncia a Justiça Eleitoral e ela aceitou e homologou esse pedido. Sempre ligado ao PT, Zecão era candidato pela coligação PSD e PSB de Marcelo de Souza Brick e Giovânio Borges. A formalização da renúncia foi publicada na noite desta sexta-feira pelo juiz eleitoral da Comarca, Rafael Germer Condé
Herculano
16/09/2016 21:55
SETE DECISÕES DA JUSTIÇA ELEITORAL DE GASPAR PEGAM O PMDB GASPAR E O PP DE ILHOTA NO USO IRREGULAR NA SUA PROPAGANDA PARTIDÁRIA. A MAIOR PARTE É DENUNCIA ORIGINADA PELO APLICATIVO "PARDAL" E QUE PODE SER FEITA POR QUALQUER ELEITOR, INCLUSIVE POR SMARTPHONE

As decisões foram publicadas na noite desta sexta-feira e assinadas pelo juiz eleitoral Rafael Germer Condé. Elas foram originadas a pedido do promotor público eleitoral Marcelo Sebastião Netto Campos, após analisar as denúncias recebidas sejam elas pessoalmente ou pelo aplicativo.

Em Ilhota, a coligação "Avante Ilhota", do PP, PSD, PDT e PT, colocou propaganda fixa frontal em seu comitê em tamanho irregular, assemelhando-se a um out-door, o que é proibido nesta eleição. O juiz deu 48 horas para a coligação apresentar a defesa.

Em outros seis casos, estão envolvidos Kleber Edson Wan Dall, candidato a prefeito, bem como Ciro André Quintino e Francisco Hostins Júnior, candidatos a vereador, todos do PMDB de Gaspar.

Genericamente, em eventos comícios, eles e o PMDB estão usando banners que sobrepostos, dão efeito de out-doors, cujo artifício é proibido pela atual legislação.

Nestes casos, o juiz Condé atendeu parcialmente o pedido do promotor Marcelo e mandou suspender liminarmente esta prática, bem como fixou uma multa de R$500 para a reincidência em cada caso. Ao mesmo tempo, Condé abriu prazo de 48 para a defesa dos notificados se quiserem.

Esta prática do PP de Ilhota e do PMDB de Gaspar revela que os candidatos desconhecem a lei apesar de possuírem assistência jurídica para orientar os marqueteiros das campanhas e dos candidatos, ou então estão conscientemente desafiando às restrições normativas, e com isso, como nos outros pleitos, testando o Ministério Público, à jurisdição, os olhos de eleitores atentos ou até dos adversários, submetidos à mesma regra. Acorda, Gaspar!

Herculano
16/09/2016 20:20
MARCELO DE SOUZA BRICK, PSD, PSB E PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL, CONVIDADO, NÃO FOI À REUNIÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA SE COMPROMETER COM O CONTROLE E TRANSPARÊNCIA DAS CONTAS PÚBLICAS SE ELEITO. O MESMO ACONTECEU COM CANDIDATO DO PP DE ILHOTA, QUE FAZ COLIGAÇÃO COM O PSD DO ATUAL PREFEITO.

A iniciativa da promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon. Ela cuida na Comarca entre outras atribuições, da Moralidade Pública. A campanha do Ministério Público "Unindo Forças", tem como objetivo fortalecer os controles internos dos municípios. Quer o dinheiro dos pesados impostos dos cidadãos melhor aplicados e de forma transparente.

Assinaram o termo, na tarde desta sexta-feira , os candidatos a prefeito de Gaspar Andréia Symone Zimmermann Nagel,PSDB, Kleber Edson Wan-Dall,PMDB, Lovídio Carlos Bertoldi, PT e de Ilhota, Érico de Oliveira, o Dida, PMDB.

Marcelo de Souza Brick, PSD, informou que não poderia comparecer ao evento porque tinha compromissos de campanha agendados para o mesmo horário, apesar do convite (ninguém estava obrigado a ir no encontro da promotoria) ter sido feito com bastante antecedência. Já o outro candidato a prefeito de Ilhota, Amarildo Laureano, o Keka, PP, não justificou a ausência dele.

Vale lembrar que Keka é o candidato oficial do atual prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, o mesmo partido de Marcelo.E teve candidatos que levaram até os seus vices, e orientadores de campanha.
Herculano
16/09/2016 19:40
PT É REJEITADO EM JOINVILLE E O PARTIDO COMUNISTA EM FLORIAN?"POLIS.É UMA SINA NACIONAL E ESPECIALMENTE NOS GRANDES MUNICIPIOS CATARINENSE. É UMA TENDÊNCIA QUE ANTECEDE A LAVA JATO DEVIDO A MÁ GESTÃO EMPREENDIDA QUANDO FORAM PODER.

JÁ NA CAPITAL ONDE NÃO VOTOS SEGUNDO A PESQUISA, ENCRENQUEIRO, O PCdoB QUASE SEMPRE PARCEIRO DO PT, FOI A JUSTIÇA PARA OBRIGAR O IBOPE A SIMULAR UM SEGUNDO TURNO COM ELE.

A RBS acabou de divulgar duas pesquisas de intenção de votos realizadas pelo Ibope em Joinville e Florianópolis.

Em Joinville chama a atenção são os 51% de rejeição de Carlitos Mers, do PT, que foi deputado, e várias vezes candidato a prefeito onde se elegeu uma vez lá.

Em Florianópolis chama atenção a rabeira da Comunista Angela Albino que está com o PT na sua coligação. Lá, todavia, os telespectadores da RBS não puderem conhecer e avaliar um possível segundo turno. Ângela Albino foi à Justiça. Quer mesmo sem condições de arrumar o mínimo de 10% de intenção de votos, figurar numa simulação de segundo turno.

Em Gaspar, o PT depois de sete anos juntos, emprestou o Partido Comunista do Brasil para o PSD e PSB.
Herculano
16/09/2016 19:16
APLAUSOS A TEMER: VETOU O INDECENTE REAJUSTE A DEFENSORES PÚBLICOS FEDERAIS, por Reinaldo Azevedo

Está de parabéns o presidente Michel Temer por ter decidido vetar integralmente o reajuste que estava previsto para os defensores públicos federais. Tenham a santa paciência! A depender da posição de tal servidor na carreira, a majoração do salário poderia chegar a 60%. O texto, claro!, já tinha sido aprovado pelo Congresso e só por isso chegou ao presidente, para sancioná-lo, vetá-lo parcialmente ou recusá-lo no todo.

O presidente pensava inicialmente em condescender ao menos com uma elevação nos salários de 7%, para todas as faixas, mas depois desistiu em razão do impacto que isso teria nas demais categorias que compõem a carreira.

Então vamos ver. Um defensor público em início de carreira, geralmente um advogado jovem, já começa na função com um salário de R$ 17.330,33 - sim, esse é o piso. Com o aumento, passaria para R$ 18.545,45. O teto saltaria de R$ 31.091 para R$ 33.266,30.

Justo ou injusto?

Bem, por mim, os defensores públicos poderiam ganhar 10 vezes mais, desde que houvesse dinheiro para tanto e que essa fosse uma realidade compatível com o mercado de trabalho no Brasil.

Digam-me cá: que profissão no Brasil ?" ousaria indagar: no mundo, incluindo o mundo muito rico ?" tem um piso, um salário inicial, de R$ 17.330,33­­­­­ ?" quase US$ 5,3 mil? Isso é uma piada grotesca num país pobre, que está quebrado. E há carreiras com pisos ainda maiores.

Ao vetar o projeto, afirmou a Presidência da República:
"O projeto de lei contempla, para os anos seguintes, percentuais muito superiores aos demais reajustes praticados para o conjunto dos servidores públicos federais; ademais, situam-se em patamar acima da inflação projetada para o período, bem como abrigam regra de vinculação remuneratória, em dissonância à política de ajuste fiscal que se busca implementar".

Perfeito!

E que fique aqui consubstanciada uma coisa: as pessoas têm todo o direito de ambicionar ganhar bem mais do que isso. Para tanto, existe a inciativa privada. Ninguém é obrigado a ser defensor público ou a integrar qualquer outra carreira do estado. O que não é possível é alimentar ambições de gordos contracheques, sabendo que a conta cai nas costas dos pobres.

Quem não estiver contente tem a porta de saída como serventia da casa.
Herculano
16/09/2016 19:05
da série: este resultado é do PT que comandava a destruição da economia, do Plano Real... Mas também é de seus sócios que governavam na épcoa: PMDB, PSD, PP, PCdoB, PDT, PR, PRB, PTB e muitos outros. Agora na campanha eleitoral municipal - inclusive em Gaspar - estão todos espalhados e cada um contando a estórias para os eleitores como se todos fossem analfabetos, ignorantes, desinformados, assistidos e uns trouxas.

DESEMPREGO LIGA A POLÍTICA À IDEIA DE INUTILIDADE, por Josias de Souza

Passado o impeachment de Dilma Rousseff e a cassação de Eduardo Cunha, há um vazio em Brasília. Sem mais espantalhos para chutar, as tribos políticas voltaram seus olhares quase que integralmente para as eleições municipais. E não restou aos desempregados senão rezar para que Deus dê uma prova de sua existência aparecendo na forma de um contracheque.

Nesta sexta-feira, o Ministério do Trabalho informou que o Brasil perdeu 1,51 milhão de empregos com carteira assinada em 2015. É o pior resultado em 31 anos. Num instante em que o total de desempregados roça a casa dos 12 milhões, notícias como essa potencializam o paradoxo que embaça a atividade política. Hoje, os brasileiros são incapazes de reconhecer a utilidade da política. E os políticos são incapazes de demonstrá-la.

O desemprego herdado da gestão Dilma dá a Michel Temer a ilusão de que sua preocupação é útil. O desemprego dá aos ministros a oportunidade de fazer rostos graves, frontes crispadas. O desemprego dá ao pedaço da plateia que ainda dispõe de salário para encher a geladeira a impressão de que o novo governo está se movendo. Mas nada se move, a não ser os índices de desemprego, que sobem.

Diante do desemprego a eterna rinha política, o 'nós contra eles', o dia que eu chuto? Tudo isso ganha ares de insensatez. Imagine a cena: quatro amigos numa mesa de bar, na calçada. Travam uma dessas conversas engajadas. Esbarram em indagações transcendentais. O PT é melhor que o PSDB? O PMDB é a favor de tudo ou é contra qualquer outra coisa? O populismo estragou o Brasil? O liberalismo vai salvar o país? Súbito, um sujeito cabisbaixo aborda o grupo: "Podem me pagar um almoço, tô desempregado?"

Ou os políticos começam a cuidar do que é essencial ou logo, logo haverá brasileiro se perguntando: E se a democracia for isso mesmo?
evandro
16/09/2016 18:58
BOA NOITE VENHO ATRAVÉS DESDE MEIO DE COMUNIAÇÃO FAZER UM DEPOIMENTO E TB A TODOS QUE INTERESAREM FALAR A VERDADE SOBRE A AUTARQUIA CONHECIDA COMO GASPAR A QUAL ESTEVE A SUA FRENTE DURANTE A GESTÃO LOVIDIO BERTOLDI,QUERO AQUI DEIXAR EXPOSTO COMO É O SAMAE NA ADMINISTRAÇÃO DE HOJE A QUAL SOU FUNCIONARIO A APROXIMADAMENTE 10 ANOS,QUANDO ENTROU A ADMINISTRAÇÃO DO (PT)EU ESTAVA A 30 MESES NO SAMAE TODAS AS MINHAS AVALIAÇÕES ERA SEMPRE MUITO BOAS COMO BOM FUNCIONARIO COM AVALIAÇÕES SEMPRE ACIMA DA MEDIA COMO ERA A MINHA ULTIMA AVALIAÇÃO DO (PT)A MINHA AVALIAÇÃO FEITA PELO ENCARREGADO DE SERVIÇÕS EXTENOS,PAULO LIETZOW A MANDO DO LOVIDIO DEU TUDO NOTA (0) PARA MIM E ME ENCAMINHANDO PARA EXONERAÇÃO, TENHO A FALAR DESTA PESSOAL COM REPGNANCIA, POIS PARA ELES O PODER TA NA MÃO DELE E TRATAM TODOS OS DEMAIS COMO NINGUEM EU VI ISSO E PODE COLOCAR MEU NOME SOU SERVIDOR E TB AQUI GOSTARIA QUE A PROMOTORIA QUE EU SEI QUE FUNCIONA COM NOSSAS GRANDES E COMPETENTES PROMOTORAS FAZESSEM UMA AUDITORIA NO SAMAE PARA VER O QUE DE ERRADO TEM NA MESMA AUTARQUIA ONDE É COLOCADO EM FOLHA DE PAGAMENTOS HORAS ATRAVÉS DE MEMORANDO A QUEM A ELES INTERRESSAR A MESMA ADMINISTRAÇÃO QUE USA A INTERNET A FIM PROPRIOS AONDE O SERVIDOR QUE TRABALHA NAO TEM NEM DIREITO A USUFRUIR DA WIFI DO SAMAE SENDO QUE OS MESMO QUE TRABALHAM NA MESMA AUTARQUIA USUFRUEM DO FACEBOOK POR TODO O PERIODO EM QUE ALI ESTAÕ SENDO QUE OS DEMAIS SERVIDORES ENCANADORES MOTORISTAS SERVENTES E DEMAIS FUNCIORARIOS NÃO PODEM TER ACESSO A MESMA POIS SE TRATANDO DE UM ORGÃO PUBLICO E QUE É DO POVO TEM QUE SER TRATADO COM RESPEITO AO POVO E NÃO A UMA MINORIA QUE SE DIZ DONO DO SAMAE. HOJE O ATUAL PREFEITO DEU CARTA BRANCA A CERTOS SERVIDORES OS QUAIS SE TORNARAM DONO DA MESMA.BOA NOITE A TODOS E MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO...
Paty Farias
16/09/2016 18:57
Sidnei Luis Reinert, tem também aquela:
LuLLa, pode iniciar a caminhada.
Use tênis para não fazer bolha no pé.
Mariazinha Beata
16/09/2016 18:46
Seu Herculano;

Cláudio Humberto - às 07:38hs:

"A VOZ CONTINUA A MESMA...
...mas os cabelos da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-loura, foram escurecidos..."

Sabe o que isso me lembra?
Exatamente como nos filmes, onde a bandida coloca peruca ou pinta o cabelo para não ser reconhecida.
Bye, bye!
Casinha de Plástico
16/09/2016 18:24
Herculano; Trapiche:

O PMDB e o PSD estão sendo comidos pelo PT ...

Dá-le petê, mas dále dicunforça, se precisá de ajuda é só pedí, tâmo junto!
Sidnei Luis Reinert
16/09/2016 17:13
DEBOCHANDO DO SAPO BARBUDO:

O presidente Lula virou motivo de chacota para Ronaldo Caiado. No Twitter, o senador comentou a frase de Lula de que "se houverem provas de corrupção contra ele, ele irá a pé até a polícia". O senador lacrou: "Lula quer ir para a cadeia a pé para ir devagarinho".

Caiado sempre foi opositor do Partido dos Trabalhadores, afirmando que o partido era comunista e corrupto. Recentemente, um vídeo antigo contendo declarações feitas por Caiado quando ele disputava a presidência da República com Lula e Collor em 1989 voltou a viralizar. No vídeo, Caiado acusa Lula de "comer propina na mão de empreiteiros".

https://www.youtube.com/watch?v=HMKTbUjYkzw
Sidnei Luis Reinert
16/09/2016 13:40
DELCÍDIO: INDICIAMENTO DE LULA FOI RETIRADO DO RELAT?"RIO DO MENSALÃO

Brasil 16.09.16 13:00
Em depoimento ao procurador Januário Paludo, da Lava Jato, o ex-senador Delcídio do Amaral revelou que o relatório final da CPI do mensalão traria um pedido de indiciamento de Lula. Mas, após um acordo com os partidos, o nome do petistae o de Lulinha foram retirados.

O preço? a Petrobras.

"Houve um acordo de poupar Lula do impeachment?", pergunta Paludo.

Delcídio: "Na reta final, o relatório que estava sendo preparado, existia uma proposta de indiciamento de Lula e um dos filhos dele, acho que o Lulinha, por causa da Gamecorp. Mas aí, dentro de uma composição que foi feita na véspera do relatório, foi feito um acordo. Todo o dinheiro estava rastreado."

https://www.facebook.com/oantagonista/?fref=ts
Sidnei Luis Reinert
16/09/2016 13:35
Pátria Esquerdatizadora

Brasil é 'campeão' em número de jovens que não estudam, aponta OCDE

brasil é 'campeão' em número de jovens que não estudam,
Brasília - O Brasil está no topo do ranking em relação ao número de jovens entre 20 e 24 anos que não estão estudando: 75%. O porcentual é apontado na versão mais recente do relatório "Education At a Glance", da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), que traz um estudo comparativo sobre índices educacionais entre 41 países.

Embora seja um dado preocupante, a pesquisa mostra que mais da metade desses jovens estão trabalhando e 57% já concluíram o ensino médio (50%) ou superior (7%). O detalhamento dos dados brasileiros comparados aos dos demais países - 34 membros da OCDE e 7 parceiros da organização - será feito nesta quinta-feira, 15, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, do Ministério da Educação (Inep/MEC).

Quando se analisa uma faixa maior de idade, entre 15 e 29 anos, o relatório conclui que 20% dos brasileiros fazem parte da chamada "geração nem-nem", expressão que designa aqueles que não trabalham nem estudam. O índice é maior que a média registrada pela OCDE em 2014, que ficou em 15%.

A pesquisa ainda diz que, no Brasil, a taxa de desemprego foi de menos de 6% em todos os níveis de escolarização, enquanto na OCDE essa porcentagem varia entre 4,9% (para os que têm ensino superior) e 12,4% (para os que não terminaram o ensino médio).

Outro dado brasileiro que chama a atenção é que o País também é "campeão" em disparidade salarial relacionada ao gênero, apesar de ter tido uma pequena evolução em relação ao relatório de 2015. No ano passado, o documento mostrou que o salário médio de uma mulher brasileira com educação superior representa apenas 62% do de um homem com a mesma escolaridade. Neste ano, representa 65%. Ou seja, a cada R$ 100 que um homem ganha, a mulher recebe R$ 65.

Mas a situação do Brasil perante os "concorrentes" também tem pontos positivos. Ao passo que, entre 2005 e 2013, a proporção de gastos públicos para a educação diminuiu em mais de dois terços dos países analisados, no Brasil ocorreu o contrário. A média da OCDE é de 11%, mas o Brasil superou esse índice ao dedicar pelo menos 16% do gasto público total ao setor, ficando atrás apenas de México e Nova Zelândia nesses investimentos.
Sujiro Fuji
16/09/2016 12:38
É isso aí, Camila Pitanga.
Você que sempre apoiou um governo corruPTo, sentiu na pele o desespero e a impotência que milhões de brasileiros passam na fila do SUS.
tentando salvar seu ente querido.
Herculano
16/09/2016 12:23
da série: o que isso difere aqui em Gaspar?

BLOGS PETRALHAS DIZEM: "ATÉ REINALDO CRITICOU FORÇA-TAREFA". "ATÉ" UMA OVA! PRINCIPALMENTE!, por Reinaldo Azevedo

Sempre acho curioso quando as pessoas apelam ao testemunho de seus adversários intelectuais para justificar as próprias teses e as próprias opiniões. Se vocês prestarem atenção, não faço isso nem com amigos nem com inimigos. Não preciso me escorar em ninguém

Os blogs sujos, petralhas, não hesitaram nesta quinta: "Até Reinaldo Azevedo reconhece que Lava-Jato? (?)". E aí emendavam uma coisa qualquer desairosa à operação, referindo-se àquele desastrado espetáculo protagonizado por Deltan Dallagnol? Temo que possam chegar ao êxtase com a minha coluna na Folha desta sexta.

O mais encantador é o "até Reinaldo Azevedo?" Ora, "até" por quê? É claro que a minha pergunta é retórica. Eu conheço os motivos. Criei a palavra "petralha". Sou, talvez, o jornalista mais odiado pelo petralhismo. A razão é simples: eu denuncio suas falcatruas há pelo menos 15 anos, antes ainda de sequestrarem o governo federal. Mais: eu o faço, em muitos aspectos, desconstruindo-os por dentro já que conheço a literatura que evocam, mas com uma diferença: eu li o que eles citam; eles não. Na cabeça que estoca vento dessa gente, eu sou a "direita".

Logo, se "até" eu critiquei Dallagnol, então vai ver o cara realmente exagerou. Sempre acho curioso quando as pessoas apelam ao testemunho de seus adversários intelectuais para justificar as próprias teses e as próprias opiniões. Se vocês prestarem atenção, não faço isso nem com amigos nem com inimigos. Não preciso me escorar em ninguém.

Mas entendo o "até" de um outro modo também. Como essa esquerdalha pensa em bando, e alguns deles pertencem mesmo a uma espécie de organização criminosa, imaginam que os não petistas e os críticos severos do partido, como sou, também formam uma quadrilha. E nada é mais falso do que isso. Há críticos de Lula e do PT com quem eu me nego a tomar um café. Há vigaristas falando porcarias na Internet, disfarçadas de jornalismo, que deveriam estar exercendo a sua vocação num bordel ?" com todo respeito, claro, às profissionais do "amor verdadeiro" e remunerado. Há ditos conservadores a quem jamais estenderia a mão. E há pessoas com formação de esquerda que leio com enorme prazer.

Eu não pertenço a bando nenhum. Eu não sou quadrilheiro do pensamento.

Assim, os trouxas podem se dispensar de dizer: "Até Reinaldo Azevedo reconheceu?". Nada disso! Mudem esse texto: "Principalmente Reinaldo Azevedo reconheceu a conduta absurda de Dallagnol". E isso nada tem a ver com a inocência de Lula. Até porque eu o considero culpado. Eu não quero é que um procurador destrambelhado, agindo ao arrepio da técnica, fabrique a impunidade do ex-presidente por fanatismo e estrelismo. O fanatismo é a morte da convicção e produz resultados contrários ao pretendido.

É simples assim.
Herculano
16/09/2016 11:57
ESTAVA RUIM? VAI FICAR PIOR. VOCÊ PAGA IMPOSTOS E NÃO TEM SUS PARA SI, OS SEUS E OS MAIS VULNERÁVEIS. VOCÊ PAGA CAROS PLANOS DE SAÚDE, NÃO VIGIADOS PELAS AGÊNCIAS E OBRIGADO A GARANTIR O QUE É OBRIGAÇÃO DO GOVERNO, E ELE SE PARECE COM O SUS

FERNANDO RODRIGUES ESCLARECE MAIS ESTA VERGONHA: OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE QUEREM ATÉ 30 DIAS ÚTEIS PARA MARCAR CONSULTAS. OU SEJA, OS MÉDICOS E "DOUTORES" E BUROCRATAS DA SAÚDE ALHEIA ESQUECERAM DE COMBINAR ISSO COM A DOENÇA, O SOFRIMENTO E A MORTE DOS PACIENTES E PAGADORES DE PLANOS

Prazo atual é de uma semana para atendimentos em clínica e cirurgia geral

Operadoras reclamam de multas pesadas e falta de especialistas no interior

Para a Proteste, empresas não devem oferecer contrato se não puderem cumprir

ANS não comenta a negociação, mas diz que alteração não está nos planos

Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência interativa para debater os índices de reajuste dos planos de saúde no Brasil. Entre os convidados, representantes da ANS e da Defensoria Pública Geral da União. Em pronunciamento, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Planos de Saúde (Abramge), Antonio Carlos Abbatepaolo. À esquerda, presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
O diretor-executivo da Abramge, Antonio Carlos Abbatepaolo (em foco), durante audiência no Senado

Operadoras de planos de saúde querem que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) aumente de 7 para até 30 dias úteis o prazo mínimo para agendamento de consultas médicas. O setor fala em falta de especialistas no interior do país e reclama do valor das multas aplicadas em caso de atraso.

Hoje, as operadoras precisam marcar consultas com médico pediatra, ginecologista, obstetra, clínico ou cirurgião geral em, no máximo, 7 dias úteis. Para as demais especialidades, o prazo é de 14 dias. No caso de procedimentos de alta complexidade, o agendamento precisa ser feito em 21 dias.

A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) sustenta que os prazos estão fora dos padrões internacionais. A entidade afirma ter feito pesquisas em outros países e chegado à conclusão de que os períodos máximos para atendimento só existem no Brasil.

As informações são do repórter do UOL Guilherme Moraes.

Segundo um levantamento da associação, consultas com especialistas nos Estados Unidos ocorrem, em média, de 15 a 27 dias. No Brasil, o limite é de 14 dias.

Já as cirurgias eletivas ?"quando o procedimento não é emergencial?" precisam ser agendadas em até 21 dias no Brasil. No Reino Unido, de acordo com a Abramge, 41,7% dos pacientes aguardam mais de 3 meses para os mesmos procedimentos. Em Portugal, o percentual dos que esperam por esse mesmo prazo chega a 58,1%.

A Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) avalia que essa comparação não é válida porque, no Brasil, o modelo de atendimento mais utilizado é o da medicina de grupo.

Nesse sistema, as operadoras prestam serviços de saúde por meio de um hospital próprio ou credenciado ?"tudo a um preço fixo mensal. ''Isso não acontece em outros países do mundo'', afirma a coordenadora-institucional da Proteste, Maria Inês Dolci.

Para Dolci, os prazos definidos pela ANS que estão em vigor atualmente são razoáveis. ''O consumidor contrata um plano para complementar o atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde). Não é lógico que ele tenha que esperar'', diz. ''Se as operadoras oferecem um contrato, têm que ter a capacidade de cumpri-lo.''

Segundo o diretor-executivo da Abramge, Antonio Carlos Abbatepaolo, a associação ainda não fez um pleito oficial à ANS no sentido de flexibilizar os prazos atuais. Mas proporá, em breve, algo que se aproxime do que é praticado em outros países ?"em torno de 30 dias para os procedimentos mais simples.

PESO NO BOLSO
No centro da discussão, estão as multas aplicadas pela ANS em caso de atraso nos atendimentos. ''Cada consulta com especialista custa, em média, R$ 80 para as operadoras. Quando há atraso, a multa é de R$ 80 mil. É um valor desproporcional'', afirma Abbatepaolo.

As operadoras também reclamam da falta de médicos especialistas no interior do país, sobretudo quando há aumento sazonal na demanda em função do clima.

Além das multas e falta de médicos, os efeitos da crise econômica são outros dos argumentos do setor na negociação com a ANS. Desde o início de 2015, as empresas já perderam cerca de 1,5 milhão de clientes ?"número que deve subir para 2 milhões até o final de 2016, segundo estimativa da Abramge.

Procurada pelo Blog, a Agência Nacional de Saúde Suplementar informou que não comenta a negociação. Disse, no entanto, que não está nos planos uma alteração nos prazos atuais
Herculano
16/09/2016 08:14
PARA LULA, POLÍTICO LADRÃO É MELHOR QUE PROCURADORES E JUÍZES CONCURSADOS, por Josias de Souza, Josias de Souza

Com o luxuoso auxílio dos seus advogados, Lula desperdiça tempo numa cruzada contra Sérgio Moro. Para estigmatizá-lo, recorreu até às Nações Unidas. Denunciado, o ex-presidente passou a demonizar também o procurador da República Deltan Dellagnol e os outros "meninos" da Lava Jato. Lula procede assim por acreditar que, tachando seus investigadores de demônios, fica eximido de todo exame do mal. A começar pelo mais difícil: o autoexame.

Nesta quinta-feira, no comício privê que convocou para politizar a denúncia de que foi alvo, Lula potencializou a impressão de que se tornou um típico político brasileiro?" grosso modo falando. Ele discursou por uma hora e oito minutos. A certa altura, a pretexto de criticar os procuradores que têm a mania de procurar e o juiz que cultiva o hábito de julgar, Lula saiu em defesa da classe política, sua corporação. Pronunciou a seguinte frase:

"Eu, de vez em quando, falo que as pessoas achincalham muito a política. Mas a profissão mais honesta é a do político. Sabe por quê? Porque todo ano, por mais ladrão que ele seja, ele tem que ir para a rua encarar o povo, e pedir voto. O concursado não. Se forma na universidade, faz um concurso e está com emprego garantido o resto da vida. O político não. Ele é chamado de ladrão, é chamado de filho da mãe, é chamado de filho do pai, é chamado de tudo, mas ele tá lá, encarando, pedindo outra vez o seu emprego".

O raciocínio de Lula é límpido como água de bica. Mas vale a pena clareá-lo um pouco mais. Para o morubixaba do PT, política não é sacerdócio, mas profissão. E se parece muito com a profissão mais antiga do mundo. O político, ainda que seja um biltre, um pulha, um larápio será sempre mais honesto do que alguém capaz de molhar a camisa numa universidade para ingressar por concurso no Ministério Público ou na magistratura. Toda vilania, toda calhordice, toda ladroagem será perdoada se o político for para a rua "encarar o povo e pedir voto."

De acordo com a força-tarefa de Curitiba, Lula é o "comandante máximo" da corrupção. Presidiu uma "propinocracia" urdida para assegurar o enriquecimento ilícito, a governabilidade corrompida e a perpetuação no poder. Lula abespinhou-se com a acusação de que comprou apoio congressual.

"Ontem eu vi eles falarem dos partidos políticos, dos governos de coalisão, vocês sabem que muita gente que tem diploma universitário, que fez concurso, é analfabeto político", declarou. "O cara não entende do mundo da política. Não tem noção do que é um governo de coalisão. Ele não tem noção do que é um partido ser eleito com 50 deputados de 513 e que tem que montar maioria." Foi como se o pajé petista dissesse: "Num Legislativo em que todos os gatunos são pardos, mensalões e petrolões não são opcionais, mas imperativos."

A esse ponto chegou o mito. Assumira o poder federal, em 2003, ostentando uma biografia que empolgava o mundo. Imaginou-se que reformaria os maus costumes. Hoje, convoca a imprensa nacional e estrangeira para informar que foi reformado por eles. E concluiu: 1) que a oligarquia política com o rabo preso no alçapão da Lava Jato é inimputável. Recebeu licença das urnas para roubar. 2) que 'governabilidade' virou uma grande negociata para justificar qualquer aliança ou malandragem destinada a fazer da discussão política uma operação de compra e venda.

No fim das contas, um comício que serviria para contestar acabou confirmando as formulações dos analfabetos políticos da Lava Jato. Enquanto procura demônios de ocasião para os quais possa transferir suas culpas, Lula revela o porquê do surgimento de fenômenos como o mensalão e o petrolão. Se a urna é um sabão em pó moral, nada mais natural que políticos como Collor, Renan, Cunha e um incômodo etcétera recebessem, sob Lula, licença para plantar bananeira dentro dos cofres da Petrobras e adjacências.

Lula gosta de citar sua mãe, dona Lindu, para informar que aprendeu com ela a "andar de cabeça erguida por esse país." Está claro que Lula não apreendeu os ensinamentos de sua mãe. Um governante pode até conviver com certos políticos por obrigação protocolar. Qualquer mãe entenderia isso. Mas ir atrás do Collor, adular o Cunha, entregar a viabilidade do seu governo à conveniência de tipos como Renan? Está na cara que Dellagnol e os outros ''meninos'' de Curitiba precisam assumir a função da mãe de Lula, denunciando-o de vez em quando, nem que seja para dizer: "Olha as companhias, meu filho. É para o seu próprio bem. Certos confortos podem acabar na cadeia."
Herculano
16/09/2016 07:49
ATRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA EM MOMENTOS COMO ESTE É ACELERAR O DESABAMENTO, por Valdimir Saflate, professor de filosofia, para o jornal Folha de S. Paulo

Nestes tempos de horizontes mundiais incertos e realidades políticas brutalizadas, é comum em palestras que profiro alguém perguntar sobre como a filosofia poderia nos auxiliar para nos sentirmos melhores. Esta é uma pergunta que parece aceitar de bom grado que o discurso filosófico teria alguma forma de função terapêutica a ser ouvida, principalmente em momentos de crise.

De fato, a pergunta não é estranha se lembrarmos da experiência social da filosofia nos últimos anos entre nós. Durante certo tempo, as livrarias brasileiras foram invadidas por títulos do calibre de "Mais Platão, Menos Prozac" ou "Schopenhauer e a Arte de Viver Bem".

Como se o lugar do discurso filosófico fosse em algum ponto entre a prateleira de autoajuda e seção de livros clássicos. Falava-se algo sobre a "verdadeira felicidade", fazia-se uma crítica genérica ao curso do mundo, ao mundo em que tudo é mercadoria, aos "falsos prazeres".

Assim, encontrava-se um lugar para a filosofia na agenda das preocupações do dia. Daí a pedir que a filosofia funcione como um grande depositário de fórmulas de consolação foi um passo não muito longo.

Bem, se me permitirem, eu teria a tendência inversa. Gostaria de dizer que, se o discurso filosófico tem alguma função em momentos como este, é o de acelerar o desabamento, e não servir de síndico de prédios abandonados e arruinados.

Se Hegel um dia afirmou que o caminho da formação da consciência era o caminho do desespero, não foi um acaso. De certa forma, não é errado dizer que a filosofia, em seus setores mais avançados, foi, desde seu início, um regime de discurso constituído para permitir às sociedades criticarem as estruturas normativas que procuravam se fazer passar por representações naturais ?"estejam tais estruturas no campo das expectativas cognitivas, morais, estéticas ou na reflexão sobre a natureza da vida social, entre tantos outros.

Por isso, o maior antípoda do discurso filosófico sempre foi o senso comum e seu sistemas de pressuposições que se colocam como evidências. O senso comum quer que continuemos a pensar como pensamos, enquanto o discurso filosófico lembra que não é mais possível pensar da maneira como pensamos até agora. Quer dizer, a razão de ser do discurso filosófico sempre foi orientar as possibilidades da crítica, sempre foi apontar para o que é ainda uma latência da existência.

No entanto, é certo afirmar que a filosofia sempre foi o discurso daqueles que amam o que é ainda uma mera impossibilidade.

Para alguns, isso pode passar por exercício ocioso, mas outros lembrariam que tudo o que realmente fomos capazes de produzir foi impossível algum dia. Impossível é apenas o que não pode ser pensado na situação atual, mas há sempre aqueles que lutam com todas as forças para levar os sujeitos a acreditarem que, fora da situação atual, só haverá o caos, o terror, a catástrofe. Há os que se especializaram em paralisar pessoas através do medo. Que eles sejam bem pagos.

Nesse sentido, não é um acaso que o discurso filosófico se fortaleça exatamente quando as sociedades nas quais ele aparece começam a entrar em colapso. Ele é uma sismografia dos abalos que ocorrerão mais tarde. Assim, a filosofia das luzes (Rousseau, Voltaire, Diderot) foi o prenúncio do colapso do sistema absolutista, e não sua expressão.

O idealismo alemão (Kant, Fichte, Schelling, Hegel) foi gestado em um país retardatário e em luta contra seus arcaísmos. Nesses casos e em tantos outros, o discurso filosófico não apareceu como reflexo de uma época, mas como estratégia do espírito do tempo para levar uma época determinada mais rapidamente ao seu ponto de desabamento.

Lembrar disso é uma maneira de responder àqueles que anseiam por esquemas práticos o mais rápido possível. Como dizia à sua maneira Heidegger, muitas vezes agimos para não pensar. Ou seja, fazemos de tudo para novas questões não aparecerem, nem novas maneiras de responder a velhas questões.

Assim, podemos continuar a agir produzindo os mesmos erros de sempre. Uma ideia, ao contrário, é sua força de enunciação e a internalização do movimento de seus erros. Não houve ideia verdadeira alguma que não tenha começado errando.
Herculano
16/09/2016 07:46
MORRO DEVE TOMAR DECISÃO SOBRE LULA NA SEGUNDA-FEIRA, por Josias de Souza

A denúncia formulada pela força-tarefa da Lava Jato contra Lula já se encontra com o juiz Sérgio Moro. A assessoria de imprensa da Justiça Federal paranaense informa que a decisão do magistrado deve ser divulgada na segunda-feira (19). Se acatar a denúncia dos procuradores, Lula vai ao banco dos réus. Se rejeitar, o caso descerá ao arquivo. Vai abaixo notícia veiculada pela Agência Brasil:

A denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já está com o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal, em Curitiba. Moro tem até cinco dias para decidir se acata a denúncia dos procuradores que integram a força-tarefa do MPF na Operação Lava Jato. A assessoria de imprensa da Justiça Federal do Paraná informou que o despacho com a decisão deverá ser publicado na próxima segunda-feira (19).

Caso a denúncia seja acolhida por Moro, Lula se tornará réu no processo, bem como os outros denunciados: a mulher do ex-presidente, Marisa Letícia da Silva; o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto; o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro; e quatro pessoas ligadas à empreiteira, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Paulo Roberto Valente Gordilho, Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira.

É a primeira vez que o ex-presidente é denunciado à Justiça Federal no âmbito da Lava Jato.

Apesar de o MPF acusar o ex-presidente de chefiar o esquema de corrupção identificado na Lava Jato, Lula não está sendo denunciado por formação de quadrilha. Os 13 procuradores da República que assinam o texto afirmam que a denúncia é por corrupção e lavagem de dinheiro.

O capítulo que trata disso ocupa mais de 40 das 149 páginas do documento. Nesse trecho, os procuradores dizem que o governo de Lula foi viável apenas por meio de "um esquema criminoso" envolvendo a compra de parlamentares com propina e distribuição de cargos públicos. De acordo com o texto, as irregularidades apontadas no mensalão e pela Lava Jato são "faces da mesma moeda" e têm como vértice o ex-presidente.

Em outras 40 páginas, os procuradores detalham as acusações direcionadas a Lula, Léo Pinheiro e Agenor Medeiros pelo crime de corrupção. Eles afirmam que o ex-presidente agiu de modo a facilitar contratos entre a Petrobras e os consórcios Conpar e Conest, dos quais a OAS fazia parte, para a realização de obras nas refinarias Repar e Rnest entre 2006 e 2012. Segundo a denúncia, o consórcio garantiu o contrato com o pagamento de propina a diversos beneficiários, inclusive o ex-presidente.

O segundo crime denunciado pelo MPF, lavagem de dinheiro, ocupa quase 50 páginas do documento e está dividido em dois momentos. O primeiro trata do triplex no Condomínio Solaris, em Guarujá, no litoral paulista. Os procuradores afirmam que o imóvel foi adquirido, reformado e decorado pela OAS em benefício de Lula e de Marisa, como compensação pela atuação do ex-presidente no esquema da Petrobras. Além de Lula e da esposa, foram denunciados nessa etapa Léo Pinheiro, Paulo Gordilho e Fábio Yonamine.

Na denúncia por lavagem de dinheiro, os procuradores afirmam também que Lula recebia vantagens indevidas da OAS por meio de um contrato para armazenagem de bens pessoais do petista. Conforme o texto, a empreiteira fez pagamentos mensais por cinco anos à empresa Granero Transportes para que esta guardasse objetos pessoais do ex-presidente, depois que ele se mudou do Palácio da Alvorada. Essa parte da denúncia também inclui Paulo Okamotto e Léo Pinheiro.

Os 13 procuradores que assinam o documento não pedem a prisão de Lula ou de qualquer outro denunciado. Deltan Dallagnol, líder da força-tarefa que produziu a denúncia, disse ontem que essa prática é um "padrão" para "não antecipar juízos ou avaliações".

Os autores da denúncia pedem, no entanto, que o juiz Sérgio Moro ordene o ressarcimento de danos à Petrobras por parte do ex-presidente, na ordem de R$ 87,6 milhões. O texto também solicita que se implique aos denunciados a "perda, em favor da União, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes".

Os procuradores indicaram, ainda, uma lista com 27 testemunhas para serem ouvidas, caso a denúncia seja acatada na Justiça Federal.
Herculano
16/09/2016 07:41
A MONTANHA E O RATO, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo

A montanha pariu um rato. Se eu usasse essa fórmula para descrever a denúncia que a força-tarefa da Lava Jato apresentou contra o ex-presidente Lula, não estaria sendo mais hiperbólico do que foram os procuradores na entrevista coletiva em que apresentaram o caso, chamando Lula de "comandante máximo" do petrolão, "artífice da propinocracia", "maestro da orquestra criminosa", entre outras expressões de igual calibre.

Antes de prosseguir, porém, vamos contextualizar as coisas. Do ponto de vista ético, não resta nenhuma dúvida razoável de que o ex-presidente estabeleceu com empreiteiras uma relação extremamente promíscua, daquelas que o PT dos anos 80 e 90 jamais teria tolerado nem de um militante júnior, quanto mais de seu dirigente máximo. Eu acrescentaria ainda que, descontados os arroubos retóricos, a descrição que o MP fez de Lula como chefe de um amplo esquema de corrupção que prosperou sob seu governo e o subsequente é verossímil.

A questão é que, no registro do direito penal, isto é, para mandar alguém para o xadrez, precisamos mais do que reflexões éticas e verossimilhanças. É necessário que haja uma descrição clara da conduta criminosa atribuída ao acusado e provas que sustentem as imputações. Eu não diria que a denúncia apresentada não traz nada disso, mas ela certamente fica muito aquém de retratar um general da propinocracia. As acusações formais contra Lula estão limitadas a corrupção passiva e lavagem de dinheiro em dois casos específicos: por ter tido despesas de armazenamento de bens pagas pela OAS e por quase ter ficado com o famoso tríplex do Guarujá ?"negócio que nunca foi formalizado, o que facilita a vida da defesa do ex-presidente.

Há algo de melancólico em ver quem já ostentou uma das mais inspiradoras biografias de líder político do mundo dependendo de filigranas jurídicas para não ir para a cadeia.
Herculano
16/09/2016 07:38
COMO NO MENSALÃO, LULA CHORA E SE FAZ DE VÍTIMA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Cercado de petistas enrolados em escândalos, o ex-presidente Lula não explicou nesta quinta (15) a denúncia do Ministério Público Federal de que, enquanto roubavam a Petrobras, empreiteiras fizeram depósitos de R$ 30 milhões do Instituto Lula e da Lils, sua empresa de palestras. Fez pose de vítima, até chorou. É a sexta vez que recorre a essa estratégia. A primeira foi quando chorou negando envolvimento na maracutaia do mensalão. Desta vez, só faltou dizer "eu não sabia".

TUTTI BUONA GENTE
Lula estava cercado por Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Farias (RJ), Humberto Costa (PE), Afonso Florence (BA) e Paulo Rocha (PA).

PROVAS CONTUNDENTES
Lula diz que o MPF não tem "provas" contra ele, mas a movimentação dos R$ 30 milhões que recebeu de empreiteiras é muito contundente.

É CRIME, COMPANHEIRO
O PT tenta transformar um caso criminal em questão política. Mas os crimes atribuídos a Lula serão julgados pela Justiça, não nas ruas.

OS 300 DE CURITIBA
Ao tentar desqualificar quem o denuncia, Lula atinge o procurador Dallagnol e mais de 300 investigadores da força-tarefa da Lava Jato.

PROJETO PROÍBE PROTESTO BLOQUEANDO VIA PÚBLICA
O Senado discute projeto do senador Pedro Chaves (PSC-MS) proibindo pedestres de interromper, restringir ou perturbar a circulação em via pública sem autorização do órgão de trânsito competente. A proposta recupera dispositivo eliminado da Medida Provisória 699/15, que Dilma usou para tentar sufocar protesto de caminhoneiros, vedando a utilização de veículos para bloquear vias públicas.

DILMA VETOU
O Congresso alterou o texto original da MP e incluiu a proibição da interrupção também por pedestres, além de veículos. Mas Dilma vetou.

VAI TER PROTESTO
O projeto de Pedro Chaves deverá provocar a reação de "movimentos sociais" que bloqueiam vias e rodovias com frequência e impunemente.

LIBERDADES
Ao vetar a medida, Dilma alegou risco de "grave ofensa à liberdade de expressão e manifestação"... que ela negou aos caminhoneiros.

AGRESSÃO TOLA
Em frase de efeito que só impressiona seus adoradores, Lula chamou o procurador Deltan Dallagnol de "analfabeto político". Ao contrário dele, Deltan estudou muito e foi aprovado em concurso no ano de 2003.

TROCA-TROCA SUSPEITA
A refinaria de Manguinhos notificou a BR Distribuidora a explicar seus repasses ao Sindicom, sindicato das empresas do setor. Personagem da Lava Jato, José Lima Andrade Neto trocou a presidência da BR pela chefia do Sindicom. E sabe que o TCU não monitora os gastos da BR.

ALIANÇA DESFEITA
Lula e o PT se beneficiaram eleitoralmente das denúncias do Ministério Público Federal, na era FHC. A era PT no poder fez sumir o procurador Luiz Francisco Souza e Lula desenvolveu repentina ojeriza ao MPF.

A VOZ CONTINUA A MESMA...
...mas os cabelos da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-loura, foram escurecidos para tentar escapar de cidadãos indignados, nas ruas. Como a nova "identidade" foi revelada ontem, como papagaio de pirata de Lula, terá de repintá-los. Vermelho ficaria bem adequado.

CANDIDATO DERRETE
Ibope divulgado quarta-feira (14) mostrou o declínio do candidato de Renan Calheiros à prefeitura de Maceió, Cícero Almeida (PMDB). "O candidato do Coronel Saruê está derretendo...", celebram opositores.

DURA LEX
Segundo o penalista Marcos Figueiredo, "o Ministério Público precisa apresentar elementos de informação que sustentem indícios de autoria e materialidade de crime na hora da denúncia. A prova é necessária na hora da condenação. Está no Art. 41 do Código de Processo Penal".

RECORDAR É VIVER
Lula manifestou súbita preocupação a jornalistas que usam capacetes para cobrir manifestações; "uma vergonha". Em 2015, ele comemorou a demissão de 440 jornalistas, durante um evento do PT em Salvador.

TENTANDO SOBREVIVER
O centrão celebrou reunião com Michel Temer. A avaliação é que foi retomado um contato direto com o governo, sem necessidade de interlocução. O grupo tinha influência de Eduardo Cunha.

PENSANDO BEM...
...se Lula "passa por momento difícil", como acha FHC, o que dizer da situação dos 12 milhões de brasileiros que o governo petista deixou no desemprego?
Herculano
16/09/2016 07:34
ESPETÁCULO DE DELTAN DALLAGNOL SO SERVE À IMPUNIDADE DE LULA, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

Não escrevo, não falo e não penso para saciar a sede de sangue de ninguém. Comigo, ou as coisas são feitas segundo as regras do Estado democrático e (atenção para o conectivo!) de Direito ou não servem.

Não combati a civilização petralha porque "eles" são "eles" e "nós" somos "nós". Eu a combati por causa de seus métodos. Os que me detestam não são os meus interlocutores às avessas nem meus guias morais por contraste. Não serão eles a definir as minhas escolhas. Eu as faço sem levar em conta o que eles pensam. De resto, a minha profissão não é ser antipetista. Não sou funcionário das obsessões alheias.

Acho que Lula, com efeito, é o chefe do petrolão. Acho que ele era o chefe do mensalão. Na verdade, há 15 anos escrevo que o considero o chefe de um esquema para assaltar a institucionalidade. Mas se, por isso, esperam que condescenda com o show de Deltan Dallagnol, podem tirar o cavalo da chuva. E repudio aquele espetáculo, entre outras razões, porque o considero contraproducente. Há uma boa possibilidade de o buliçoso procurador ter assinado na quarta-feira (14) a absolvição do chefão petista.

Quem lê a denúncia entende por que a força-tarefa acusa Lula, no caso do apartamento de Guarujá, de corrupção passiva. Mas já se tornam nebulosas as razões que justificam a acusação de lavagem de dinheiro. Incompreensível mesmo é por que não se incluiu o tipo penal que caracteriza dois terços do texto: membro de uma organização criminosa. Ou não é isso que revela aquele organograma?

E não vale dizer que isso será feito no âmbito do Supremo, como sugeriu aquela estranha entrevista coletiva.

A gritaria nas redes sociais em razão do que escrevi no blog e afirmei no programa "Os Pingos nos Is", na Jovem Pan, foi gigantesca. Esperavam que eu fosse voar na jugular de Lula ?"afinal, "eles" são "eles", e "nós" somos "nós", certo? Mas voei foi na jugular de Deltan porque "eu" sou "eu". Sou funcionário apenas das minhas convicções, ancoradas em fatos. Aí, sim!

Não vivo nem de vaia nem de aplauso. Infelizmente, a denúncia é fraca. Há lá pérolas como esta:

"Em datas ainda não estabelecidas (sic), mas certo que compreendidas entre 11/10/2006 e 23/01/2012 (sic), LULA, de modo consciente e voluntário, em razão de sua função (sic) e como responsável pela nomeação e manutenção de RENATO DUQUE e PAULO ROBERTO COSTA nas Diretorias de Serviços e Abastecimento da PETROBRAS, solicitou, aceitou promessa e recebeu, direta e indiretamente, para si e para outrem, inclusive por intermédio de tais funcionários públicos, vantagens indevidas (...)". Ou ainda: "Evidentemente, dada a envergadura do cargo que ocupava na época (sic), não cabia a LULA requerer diretamente as vantagens em decorrência de cada contrato firmado pela PETROBRAS. Para tanto, contava com funcionários públicos, RENATO DUQUE e PAULO ROBERTO COSTA, em posições fulcrais para influenciar, com o oferecimento de benefícios (...)"

Essas são apenas algumas das passagens em que a precipitação e o gosto pelo espetáculo confundem a denúncia de cometimento de crimes com responsabilização objetiva.

Os cretinos acham que estou afirmando que Lula é inocente. Não! Eu acho que ele é culpado. O que estou sustentando é que a denúncia é inepta e que a força-tarefa, com o seu gosto pela ribalta, prestou um favor imenso à defesa do ex-presidente.

Não por acaso, o PT e os advogados de Lula comemoraram. Não por acaso, Rodrigo Janot ficou preocupado. Se a Procuradoria-Geral da República não botar ordem na bagunça, o resultado será a impunidade.
Herculano
16/09/2016 07:31
ENGANADORES

Pois é, Jean Leandro, estão enganando os eleitores e eleitoras. Se enganam quando estão em pelan campanha política onde a coisa é mais pública, como registrei em outros casos na coluna de hoje e que envolvem além do PMDB, o PT e o PSD, e você neste caso específico com o PMDB, o que farão se eleitos?

Ainda voltarei ao tema. Acorda, Gaspar!
jean leandro
15/09/2016 22:42
BARRADO NO BAILE HOJE TEVE O COMÍCIO DO CIRO,COM PRESENÇA DE VARIAS LIDERANÇAS E APOIADORES.MAIS O QUE FOI ENGRAÇADO,QUE O SR ADILSON APOIADOR DO CIRO E DO CANDIDATO A PREFEITO DO PMDB ,FOI BARRADO NA ENTRADA.S?" PODIA ENTRAR DEPOIS QUE O CANDIDATO A PREFEITO FOSSE EMBORA.E O MEDO DE FAZER UMA FOTO JUNTO COM O APOIADOR.MUI AMIGO
Herculano
15/09/2016 22:05
O PT DE GASPAR PERDEU A ESPORTIVA. QUANDO ESTÁ EM DIFICULDADES PARA CONVENCER É INTOLERANTE ATÉ COM O BOM HUMOR

Em São Paulo, uma armada do PT, perguntou ao que está na ponta pela busca da prefeitura paulistana, Celso Russomano, PRB, o quanto ele queria para sair da disputa.

A mesma armada, simulava uma resposta valente de Russomano ao internauta supostamente sem seguidores, que se fingia corajoso no desafio.

"Eu duvido que vc tenha uma única curtida nessa bobagem, mas vou lhe dar uma chance. Consiga 80 mil curtidas, 10 mil comentários e 5 mil compartilhamentos que desisto de ser candidato. Boa sorte.

Aqui foi o PT o alvo da ironia.

A peça provocava: "Olá candidato Lovídio, tudo bem? Talvez vc não leve a sério, mas lá vai. Quantas curtidas no facebook você precisa para desistir de concorrer a prefeitura de Gaspar? Vou postar postar o print com sua resposta logo mais..."

E veio a resposta fake, parte da mesma brincadeira.

"Isso é sério garoto? A cidade de Gaspar precisa de um prefeito como eu. Eu duvido muito que você tenha uma única curtida nessa bobagem, mas vou te dar uma chance. Consiga 3 mil curtidas, 2 mil comentários e 1 mil compartilhamentos, que eu desisto da candidatura. Boa Sorte".

Resultado disso tudo.

O assunto virou sério e as curtidas, comentários e compartilhamentos da página aumentaram para "atingir" a meta. A brincadeira explodiu. O humor viralizou. E o PT incomodado, teve que explicar nas redes sociais que se tratava de uma brincadeira, segundo os petistas de mau gosto contra o candidato, mas que no fundo mede a febre dos eleitores contra os petistas.

Esta mesma página já incomodou o Marcelo e o Giovânio naquele vídeo em que ele parecia estar fora de si. Os dois chegaram ir até o juiz eleitoral para pedir, vejam só, a censura de produto que eles próprios políticos, sem noção, produziram e circularam entre a sua turma.

Para encerrar. O PT de Gaspar, acuado, produziu o seguinte meme:

"A oposição promovendo a velha política suja de mentiras e calúnias! Aos nossos adversários pedimos respeito e aos nossos eleitores o seu voto para Gaspar continuar cada vez melhor!".

Fala sério! O PT falando de velha política suja de mentiras e calúnias? Pedindo respeito aos adversários? Eu heim!

Como escreveram os administradores da página ao "convocar" os seus seguidores para "atingir" a meta: "Ou será que deixamos a meta aberta, e quando atingirmos a meta, dobraremos a meta?".

Se deixar aberta poderá haver surpresas. É muita gente já acordada em Gaspar. Acorda, Gaspar!
Herculano
15/09/2016 21:23
O CAPOTAMENTO, por Vlady Oliver, para Veja

Um belo dia, descendo a serra na Via Anchieta, fui testemunha de um capotamento. O carrinho ficou lá, fumegando, com as pernas pro ar, enquanto vários de nós, motoristas, procurávamos lugares seguros para estacionar e socorrer a família ainda dentro. Chamou-me a atenção o fato do cachorrinho da família ter sido arremessado de dentro do carro e ter ficado correndo desesperado em volta do acidente, tentando entrar no veículo de volta. Todos perceberam o desespero do bichinho, mas a hora era de solidariedade e socorro às vítimas.

Porque me lembrei dessa passagem tão vivamente por aqui? Porque o Brasil é um país esquisito. Sou um designer e, como tal, entendi perfeitamente a função do "desenho" feito pela equipe de Deltan Dallagnol onde, numa espécie de "ponto de magia negra", todas as flechas se dirigem para o Lula. É didático e explicativo. Mais ainda: é audiovisual. O Brasil comum precisa deste tipo de ajuda visual para perceber certas obviedades que tentam nos fazer engolir a seco por aqui.


No entanto, como o cachorrinho que quer voltar ao carro capotado sem entender a gravidade do ocorrido, hordas de "progressistas" pedem que a equipe da Lava Jato contrate imediatamente um designer para fazer seus powerpoints mais bonitos da próxima vez, declaradamente desqualificando o teor da denúncia que os quadros apresentam. É impressionante o trabalho de desconstrução da verdade que se emprega por aqui. A coisa virou meme. Chacota. O maior crime de que se tem notícia por aqui não passa de um gráfico mal feito. Um cachorro tentando pular a janela de volta.

É claro que a confusão entre a forma e o conteúdo é mais um dos artifícios com que jogam estes criminosos para dissimular seus crimes. Dizem que o Mensalão foi uma quadrilha sem chefe para prender, e agora o petrolão é um chefe sem formação de quadrilha para enquadrar, desqualificando a denúncia. Pera lá. O que está provado ?" o apartamento e as "tralhas" guardadas em favor do chefe, são irrefutáveis, meus caros. Era isso, se não me engano, que a equipe se dispunha a denunciar naquele momento. E o fez claramente.

A introdução, mostrando Lula como chefe da camorra, mentor do bando e beneficiário principal do esquema de corrupção montado no governo era só um aperitivo do que ainda está por vir na investigação em curso. Sabe a equipe da Lava Jato que eles vão ter de enfrentar uma turma poderosa de "desconstrutores da verdade", incluindo aí figuras indisfarçáveis do nosso jornalismo de tanga.

Desqualificar o trabalho feito pela Lava Jato, assim como desqualificar o trabalho feito até aqui por Michel Temer, é a ordem do dia, a ordem de comando e a ordem unida dessa quadrilha encantadora de cobras. É o que sobrou, diante das evidências escancaradas de que são um bando de bandidos dos nossos combalidos e rapinados cofres públicos. Pois eu insisto: frear essa vigarice passa inequivocamente por derrubar a esquerda toda do poder. Toda ela, sem exceções. Mostrar claramente ao cachorro que o carro capotou. Não adianta ele querer entrar de novo pela janela do veículo, abanando o rabinho insolente. Seu dono está morto.
Herculano
15/09/2016 21:17
ILHOTA EM CHAMAS

Simpatizantes do PMDB registraram uma pesquisa eleitoral. Este final de semana anúncios pagos deverão divulga-las nos jornais da região e na panfletagem
Herculano
15/09/2016 21:14
CAMPANHA QUENTE

A coligação do PMDB, PP, PTB, PDC e PSDC estão em guerra contra a propaganda da coligação do PT, PR, PDT, PRB e PPS.

Como escrevi na coluna, o PT está desnudando o PMDB e seu candidato, Kleber Edson Wan Dall.

Numa representação o juiz eleitoral da Comarca, Rafael Germer Condé, nesta quinta a noite publicou para o PT em 48 horas contestar para que o juiz possa tomar melhor decisão.

Numa outra, em que o PMDB pediu cessação liminar da propaganda, o juiz indeferiu, até porque o PMDB segundo o magistrado, no caso analisado não tinha legitimadade para pedir.

O PMDB está inconformado. Ele se preparou para tudo e achou que o marketing antigo resolveria tudo. Está sendo minado nos questionamentos da propaganda eleitoral e não sabe como reagir.

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