Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

14/09/2017

ILHOTA EM CHAMAS - O INCHAÇO I

A grave crise econômica desemprega pessoas, afeta à vida e à rentabilidade da iniciativa privada, mas não no setor público, o que é sustentado pelos pesados impostos dos trabalhadores, desempregados, os eleitores que escolhem esses políticos e assim lhes dão poder. O governo de Érico de Oliveira, PMDB, e Joel José Soares, DEM, (que se rotulam como empresários), sem alarde e sem uma reforma administrativa formal, a fez por meio de projetos de leis espaçados, com “ajuda” da Câmara. Criou-se três secretarias, quase uma dezena de departamentos com diretores, superintendentes, gerentes em Ilhota. Isto sem falar na autarquia Samae. E pior: os empregos partidários são, em muitos casos, para indicações de outros municípios. A conta desse brutal inchamento administrativo é guardada as sete chaves. E olha que tem vereador que é contador da prefeitura. E a dita oposição calada. Hum!

ILHOTA EM CHAMAS – O INCHAÇO II

“Criou-se” o Samae, que era a antiga Casan (do governo do estado). É uma fonte de dúvidas; é um cabideiro, que Ilhota disputa na Justiça. O Samae vai sugar parte ponderável do Orçamento, quando for obrigado indenizar o estado. Olhando as licitações, sabe-se o custo e os beneficiados dessa “operação”. Criou-se a secretaria do Meio Ambiente, a do Planejamento Urbano, ambas em ambiente minado e sem organização. Mais: criou-se ainda a secretaria de Controle Interno e Transparência Pública. Transparência? Pois nem o novo organograma a prefeitura foi capaz de disponibilizar aos cidadãos, mas mapear e preencher os cargos, isto já aconteceu. Os políticos não estão nem aí. Em Gaspar, por exemplo, também com a participação da Câmara, aumentou-se R$600 mil por ano com comissionados e gratificações, em detrimento da saúde, educação e assistência social. Aliás, o prefeito de Ilhota fez o mesmo, tanto que diminuiu de 1% para 0,5% o repasse para o Fundo da Infância e Adolescência: tirou dos vulneráveis para dar aos políticos do poder de plantão.

ILHOTA EM CHAMAS – O INCHAÇO III

Você sabe o que vai fazer o Departamento de Ouvidoria e Transparência Pública de Ilhota? “Supervisionar e executar as atividades de atendimento, recepção, encaminhamento e resposta às questões formuladas pelo cidadão junto aos órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta; recepcionar e encaminhar as questões formuladas pelo cidadão, junto aos órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta; encaminhar ao cidadão as respostas das questões por ele formuladas; estabelecer meios de interação permanente do cidadão com o poder público, visando ao controle social da administração pública; apurar as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos da administração pública municipal direta e indireta, bem como das entidades privadas de qualquer natureza que operem com recursos públicos, na prestação de serviços à população; acompanhar a gestão do conteúdo "Portal da Transparência", relativo à divulgação de dados e informações de natureza orçamentária, financeira e de pessoal dos órgãos e entidades da Administração direta e indireta; propor medidas de inovação e atualização do formato da página de internet, facilitando o acesso e a visualização pelos usuários...” Resumindo: cachorro gordo cheio de pulgas.

TRAPICHE

Atualizando. Na sexta-feira mostrei que Tribunal de Justiça confirmou parcialmente, a condenação aqui da Comarca do ex-vereador José Amarildo Rampelotti, PT, no caso da juíza Ana Paula Amaro da Silveira. O mesmo aconteceu com a ex-secretária de Desenvolvimento Social de Gaspar, Maristela Cizeski. Falta o julgamento do recurso de outro ex-vereador e cunhado do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, Antônio Carlos Dalsochio, PT.

Quanto a rede Globo, ela também foi condenada no Tribunal de Justiça e deve recorrer ao Superior Tribunal de Justiça. Todavia, o pedido de indenização de R$300 mil foi diminuído.

Como são os jogos e as aparências dos políticos com os analfabetos, ignorantes, desinformados e ingênuos. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, mandou um projeto de lei para cortar os repasses ao Fundo da Infância da Adolescência, o FIA.

A comunidade alertada aqui, houve movimentações, incluindo o Ministério Público. Parcialmente, voltou-se atrás. Pois agora, o prefeito Kleber faz o limão, uma limonada. Liberou verbas para os projetos que foram aprovados pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescência.

Mais. Como se nunca tivesse assinado aquele PL para deixar à míngua as entidades, Kleber está indo, com Santiago Martin Navia, às associações beneficiadas afirmando que é “mais um investimento em crianças e adolescentes”. E nas redes sociais, “propagandeia” os atos. Acorda, Gaspar!

O presidente do Samae de Gaspar, o mais longevo vereador José Hilário Melato, PP, não quer por perto ninguém que não seja seu íntimo ou do PT. Por isso, despachou para a secretaria de Assistência Social, Plácido Murilo da Silva, popular Mano do Zequinha da Celesc. Ele está no PMDB ligado ao presidente da Câmara Ciro André Quintino.

O gato subiu no telhado para vereadora Franciele Daiane Back, PSDB. O partido diz que não está no governo de Kleber Edson Wan Dall, apesar da fidelidade pessoal dela ao governo do PMDB, PP e PSC. Se o PSDB de Gaspar alega não ter cargos em Gaspar, o de Blumenau se orgulha de empregar desempregados de lá, aqui.

Voltando ao que interessa. A votação do PLC 04/2017, o que fez a tal Reforma Administrativa e criou uma despesa anual ao redor de R$600 mil para cargos comissionados e funções gratificadas, mostrou à Franciele que ela pode não ser tão essencial para Kleber como ela supunha e ele a fazia crer desde àquela noite da eleição quando a visitou em casa no Belchior.

O polêmico projeto teve dois votos da suposta oposição: Rui Carlos Deschamps, PT e Wilson Luiz Lemfers, PSD. E é fácil perceber a razão disso. Nesse ritmo, a prometida presidência da Câmara no ano que vem para Franciele, pode estar sendo embrulhada para a última legislatura. Isso se ela se comportar ao modo dos que estão no poder, num jogo duro e de cartas bem marcadas e antes de Franciele entrar nele.

Duas outras coisas estão incomodando a adolescente vereadora. A primeira é a enrolação que a prefeitura de Kleber está fazendo com ela na reurbanização da Rua Bonifácio Haedchen e outros pedidos para o seu reduto eleitoral, o distrito do Belchior.

Além disso, está tendo que dividir os louros com o concorrente Rui, que já foi o superintendente do Belchior; pior: descobriu-se que dos R$7 milhões que estavam disponíveis na Caixa Econômica para a obra da Bonifácio, agora não chegam a R$5 milhões.

O outro incômodo, é que o PMDB acertou ser ela a presidente da Câmara no ano que vem. O PMDB, ligeiro, está informando que vai cumprir, mas possivelmente só no último ano. Esta história parece repetição de coisa antiga?

Ilhota em chamas – o inchaço continua IV. Como funciona. Criou-se a secretaria de Planejamento Urbano. Na sequência, criou-se Departamento de Segurança e Trânsito, para “exercer as atividades de engenharia de tráfego, fiscalização de trânsito, educação de trânsito, controle e análise de estatística”. Entenderam?

 

Edição 1818

Comentários

Sidnei Luis Reinert
18/09/2017 09:11
Artigo no Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

Quem já esta conectado ao Facebook há vários anos pode testemunhar a queda da qualidade de seus serviços.

Agora os usuários são bombardeados com anúncios, obviamente pagos, e veem cada vez menos postagens de seus amigos.

A receita da empresa é fabulosa mas parece que os lucros não bastam; seus dirigentes querem também o poder.

Conhecendo muito bem o perfil de seus clientes, estão entre os grandes do negócio da BigData. Se não tiverem escrúpulos, "venderão" informações para eventuais sequestradores e outros tipos de bandidos.

Com a censura de postagens, sob o pretexto de banir o conteúdo de ódio, querem nos tornar carneiros assustados e balizar nossos discursos e pensamentos.

Em menor grau, o "patrulhamento" também acontece no YouTube.

Podemos perfeitamente viver sem essas redes sociais. Aconselho a todos que tenham uma lista de endereços de e-mail de seus parentes e amigos; idem de seus telefones.

Um belo dia veremos que fomos excluídos dos serviços. Sem julgamento e sem apelação.

O dia que os agentes da Nova Ordem Mundial também controlarem o serviço de e-mails, aí voltaremos para a idade das trevas.

Você se lembram da "visitinha" da dilmanta a esses senhores, nas sedes de suas empresas? "Ah! Só conversas republicanas!". Melhor, só conversa mole.
Ana Amélia que não é Lemos
17/09/2017 21:43
Sr. Herculano:

"O governador Geraldo Alckmin acha que disputará o segundo turno com Bolsonaro. É o que diz Lauro Jardim na sua coluna Radar de hoje, O Globo."

LuLLa já está descartado.
E o Alckmin? vai sonhando ...
Herculano
17/09/2017 19:41
MERCADO APOSTA NA DERROTA DA ESQUERDA

Conteúdo de O Antagonista. O mercado está convencido de que o risco de a esquerda vencer a eleição presidencial de 2018 está reduzido a zero, segundo Lauro Jardim.

Daí "os seguidos recordes nominais batidos pela Bolsa e a excitação dos executivos financeiros pintando um cenário cor-de-rosa para a economia".

JANOT ALIVIA FILHO DE DIRCEU

O Globo informa que Rodrigo Janot pediu o arquivamento de inquérito da Lava Jato aberto para investigar o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho do mensaleiro José Dirceu.

Cabe a Edson Fachin referendar o pedido do PGR, como é a praxe.

"Em 2015, o dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, declarou em delação premiada que fez doação de R$ 100 mil ao deputado nas eleições de 2010, a pedido de José Dirceu.

Outros delatores da Lava-Jato também afirmaram que fizeram doações veladas à campanha de Zeca Dirceu."

SILÊNCIO DA FAMÍLIA DE GEDDEL INCOMODA GOVERNO

Sob a ótica dos amigos também denunciados de Michel Temer, Geddel Vieira Lima vai delatar, confirma Andréia Sadi.

"E agora o principal temor do Planalto é que Geddel explique que aquele valor (os R$ 51 milhões encontrados no bunker do ex-ministro em Salvador) tinha mais donos. De olho nisso, palacianos já adotaram um discurso-vacina para afastar qualquer ligação com peemedebistas na ativa. Afirmam que, se Geddel for explicar o dinheiro, pode ser que o ligue a (Eduardo) Cunha, de quem tinha se aproximado nos últimos tempos."

Mais:

"Lembram aliados do presidente que, no dia seguinte da primeira prisão, em julho, apareceu no Palácio do Planalto o irmão do ex-ministro, o deputado Lucio Vieira Lima, diferentemente do que ocorreu" dessa vez.

"Para palacianos, o silêncio da família Vieira Lima é ensurdecedor: Geddel não é Joesley Batista, e, se falar, tem potencial para se transformar no verdadeiro homem-bomba do Planalto de Temer."
Xecao
17/09/2017 19:32
Achei muito legal o Kleber sendo maestro da banda São Pedro, ontem no sábado na praça (programa petista.
Se daqui há pouco o Kleber for ordenado padre, não se espantem, pois está mais presente nas atividades católicas do município do teve Frei Germano e Frei Paulo.
O tempo é razão, vai mostrar a tal da hipocrisia.
Herculano
17/09/2017 19:28
AMANHÃ, SEGUNDA-FEIRA, É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA
Pedro Bó
17/09/2017 09:41
Herculano

É um horror ver as duas maiores quadrilhas (ORCRIM), diga-se PT x PMDB, se acusarem mutuamente nas redes sociais. Mas que fiquem tranquilos, ano que eles vão receber a pior sentença, a do eleitor, serão varridos da politica brasileira. Não vamos reeleger ninguém.
Herculano
17/09/2017 07:40
A CREDIBILIDADE DA PGR, SEGUNDO GILMAR

Conteúdo de O Antagonista. Gilmar Mendes, único ministro do STF publicamente crítico a Rodrigo Janot, falou ao Estadão sobre a nova procuradora-geral, Raquel Dodge:

"Ela é uma pessoa qualificada, tem grande experiência institucional no Ministério Público e enfrenta um grande desafio pela frente: restaurar os laços de credibilidade da Procuradoria-Geral. Tenho a impressão de que ela restaura um quadro de normalidade, de confiança e de decência nos quadros da PGR."
Herculano
17/09/2017 07:30
AS CAMPEÃS NACIONAIS DA CORRUPÇÃO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Os irmãos Batista e sua JBS foram uma grande novidade no mundo das maiores empresas brasileiras deste século, um time em que mudam mais as camisas do que os jogadores. Apesar do histórico muito mais longo e notório, a Odebrecht também fez carreira rápida.

Cresceram de modo acelerado porque eram corruptas ou eram corruptas porque cresceram de modo acelerado? Difícil responder, mas há elementos para especulações razoáveis.

No começo do século, a JBS/Friboi chegava ao grupo das 400 maiores. Em meados da década de 2000, subia para a primeira divisão, o grupo das 50 maiores.

Em 2014, superou a Vale, tornando-se a segunda maior companhia, em receita líquida. A Odebrecht passou da rabeira da primeira divisão para o sétimo lugar em cerca de uma década.

Embora não seja fácil imaginar crimes que superem os feitos de JBS e Odebrecht, quantas empresas da primeira divisão teriam restos a pagar nos tribunais?

Algumas outras grandes foram apanhadas em operações diversas da Polícia Federal desde 2014, mas a bandalheira sabida até agora não foi tão longe. Oito têm a ficha suja.

Neste século, não mudou muito a composição do grupo das 50 maiores, se consideradas fusões e aquisições.

Em um período que se pode chamar de "meia geração", os 16 anos de 2001 a 2016, apenas uma meia dúzia de empresas caiu de divisão (contas feitas com base nos rankings "Valor 1000", algo adaptados por este jornalista).

Um tanto curioso, nesse período pouco mudou o tamanho relativo das 500 maiores (em relação ao tamanho da economia; umas em relação às outras).

Houve troca de lugares no grupo de elite. Empresas de petróleo, alimentos e varejo subiram, empurrando para baixo fabricantes de veículos, indústrias e elétricas, pincelada do que foi a história econômica do período.

A Marfrig, por exemplo, teve ascensão quase tão fulgurante quanto sua companheira de ramo.

Difícil dizer que Odebrecht e JBS fossem incompetentes (em operações mais estritamente empresariais), nem era isso o que diziam seus pares de mercado e analistas, ao menos antes das evidências escandalosas ou definitivas de gangsterismo.

Como também é notório, JBS e Odebrecht subiram pelas tabelas com a contribuição milionária de todos os erros e mutretas dos governos petistas, por meio de negócios com dinheiro público, embora várias outras empresas tenham recebido grossos subsídios, em particular depois de 2008.

Algumas empresas da elite até escaparam da morte na crise de 2008 com ajuda do governo, que financiou fusões e aquisições a fim de evitar a falência de firmas metidas em especulação financeira de incompetência criminosa (caso de frigoríficos, de empresas de papel e celulose e bancos).

A maioria da tropa de elite, uns 80%, parece ter um comportamento mais discreto (Petrobras, a número um, e Eletrobras, entre as dez mais, são casos à parte).

A maioria dessas empresas está no topo pelo menos desde o início do século; as mais novatas surgiram há mais de 30 anos, em geral muito mais. Um terço é multinacional com controle estrangeiro.

Com exceção da também notória Oi, nenhuma delas teve negócios tão íntimos com o Estado quanto Odebrecht e JBS
Herculano
17/09/2017 07:27
SANTANDER DEVE PERDER TODAS AS CONTAS DA 2ª MAIOR IGREJA EVANGÉLICA DO BRASIL


Conteúdo Blog da Vida. Texto de Jônatas Dias Lima. O preço que o banco vai pagar pelo espetáculo de erotização infantil e blasfêmia está ficando cada vez mais caro

A Igreja Batista do Bacacheri, em Curitiba, não foi a única a reagir contra a agressão do Santander à fé cristã. O banco está prestes a perder as contas de todas as igrejas batistas do país. Esse é o recado dado pela Ordem dos Pastores Batistas do Brasil (OPBB), que se reuniram na última segunda feira (13) para tratar do assunto.

O Blog da Vida teve acesso ao documento no qual o Conselho da OPBB declara seu repúdio à exposição e informa que, caso o banco mantenha esse tipo de postura, a Ordem incentivará a "desistência de contas, parcerias ou consumo" por parte de todas as "instituições, igrejas e membros" ligadas à OPBB. Os pastores avisam também que a mesma recomendação será feita a "todas as instituições associadas e cooperantes".

Cerca de 30% dos brasileiros declara-se evangélico. Segundo dados da pesquisa Datafolha sobre o assunto, divulgada em dezembro de 2016, a Igreja Batista é a segunda maior denominação evangélica do país. Reconhecem-se como batistas 11% de todos os evangélicos do Brasil. Desses, 28% ganham mais do que 10 salários mínimos.

Seria um rombo e tanto, não?
Herculano
17/09/2017 07:19
CONTINUAMOS A TER VISÃO UFANISTA ERRADA DO DESENVOLVIMENTO, por Samuel Pessoa, físico com doutorado em economia, para o jornal Folha de S. Paulo

República de bananas, para mim, sempre representou países com péssima institucionalidade. Dia sim e dia também, algum general -em geral de direita, mas às vezes de esquerda, com um bigodão, às vezes uma barba bem cultivada- tomava o poder em meio a um golpe militar.

A república de bananas se caracteriza pelas instituições frágeis.

Para boa parcela dos economistas brasileiros, o que caracteriza as repúblicas de bananas são as bananas, ou melhor, a exportação de matérias-primas.

Por esse critério, Chile, Canadá, Nova Zelândia e Austrália são repúblicas de banana.

Como em geral há relação entre desenvolvimento econômico e sofisticação tecnológica da pauta exportadora de um país -mas o que, como vimos, nem sempre é verdade-, muitos economistas brasileiros pensam que desenvolvimento econômico depende do que um país produz.

Não conhecem o trabalho espetacular do historiador Gavin Wright ("The Origins of American Industrial Success, 1879-1940", "The American Economic Review", 1990), que documentou que a pauta exportadora da economia americana até os anos 1920 era essencialmente de commodities. Ou seja, a economia americana era uma economia de bananas.

Ademais, inflam os números dos gastos do governo americano com a política de compras de produtos nacionais e com P&D. Se folheassem o "Cambridge Economic History of The United States", descobririam que a política industrial teve papel muito subsidiário no desenvolvimento americano.

Também verificariam que o grau de fechamento da economia americana da segunda metade do século 19 à segunda metade do século 20 foi elevado, mas não maior do que o grau de fechamento das economias latino-americanas, que, no Brasil, perdura até hoje.

Mas é sempre melhor ficar apegado a preconceitos do passado, que passam por cima de fatos como o de que a taxa de analfabetismo na Nova Inglaterra em 1750 era equivalente à brasileira de 1950.

A história econômica mostra que não há diferença na trajetória de crescimento da economia americana em comparação aos casos canadense ou australiano.

O maior desenvolvimento da indústria nos EUA é essencialmente consequência da maior escala da economia. População grande gera mercado, que naturalmente estimula o desenvolvimento da indústria. É por esse motivo que a economia americana tem mais indústria do que a australiana.

Enquanto lutamos contra as bananas, jogamos R$ 400 bilhões no lixo de incentivos do BNDES, política que os estudos mostram contribuiu para elevar os lucros de algumas grandes empresas, mas não elevou o investimento, outros tantos com uma política desastrada de conteúdo nacional, que lembra a lei "do similar nacional" do nacional-desenvolvimentismo, e tantas outras oportunidades perdidas.

A lista é longa.

Olhando ao passado, só enxergamos a "perda dos termos de intercâmbio", "os lucros, juros e dividendos distribuídos pelas multinacionais", "a lógica do investimento das multinacionais que não obedece aos interesses nacionais", "os juros da dívida externa" e "os juros pagos ao rentismo".

Liderados seja pela esquerda, seja pelos militares, continuamos a ter uma visão ufanista equivocada do desenvolvimento econômico.

O desperdício sem fim produzido pela ideologia conspiratória do nacional-desenvolvimentismo segue firme: desaguou na crise dos anos 1980 e na crise atual.

Enquanto isso, nossas crianças continuam a não saber ler e escrever.
Herculano
17/09/2017 07:04
OPÇÃO DE LULA PODE SER ASILAR-SE EM EMBAIXADA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros.

Com o agravamento da situação penal de Lula, que tem grande chance de cumprir pena de prisão em regime fechado, parlamentares voltaram a discutir a hipótese de fuga do País. Fontes do PT confirmam que essa opção tem sido considerada pelo próprio Lula. O problema é que ele seria preso sem demora, mediante mandado internacional de captura. Por isso a opção seria asilar-se em embaixada "amiga", tipo Equador, Bolívia ou Venezuela. Mas, pelas regras internacionais, um condenado em ação penal não recebe status "asilado político" e sim de fugitivo da Justiça.

LULA ASSANGE
Os defensores do asilo em embaixada lembram a Lula o caso de Julian Assange, do WikiLeaks, que fez isso em Londres para fugir da Justiça.

SEM SALVO CONDUTO
Há 5 anos na embaixada do Equador, Assange não tem direito a salvo conduto para sair do país: como Lula o seria, ele é fugitivo da Justiça.

ELE MERECE
As embaixadas da Bolívia de Evo Morales e da Venezuela do ditador Nicolás Maduro seriam os mais prováveis destinos de Lula.

DIFERENÇA
A diferença é que Lula foi condenado por corrupção. Assange é acusado de violência sexual por não usar camisinha, na Suécia.

MALAS DE GEDDEL PODERIAM TER RENDIDO R$26 MILHÕES
Os rendimentos da montanha de dinheiro encontrado no apartamento atribuído a Geddel Vieira Lima, ex-vice-presidente da Caixa de Dilma e ex-ministro de Lula e Michel Temer, reforçam a tese da origem ilícita da grana. Se os R$ 51 milhões fossem investidos e atualizados pela taxa básica de juros (taxa Selic), desde que foi deflagrada Lava Jato, em março de 2014, o rendimento seria de 50,8% (R$25,9 milhões).

BOLSA EM ALTA
Se fosse dinheiro limpo aplicado na Bolsa, que bate recordes desde a queda de Dilma, os R$51 milhões teriam rendido R$23,3 milhões.

ATÉ A POUPANÇA
Até na poupança, que sequer é considerada "investimento" por economistas, a montanha de grana teria crescido em R$12,7 milhões.

DOIDO NÃO É
Para investigadores da força-tarefa, não há dúvida: quem deixa tanto dinheiro guardado em caixas, perdendo valor, "é doido ou ladrão".

CASH Só POR PALOCCI
Antonio Palocci é o primeiro a relatar entrega de dinheiro sujo a Lula: diz que levava pessoalmente maços de dinheiro para o ex-presidente bancar suas despesas pessoais. Maços de R$30 mil a R$50 mil.

NÃO DEVE PASSAR
Nas discussões internas, a oposição avalia que as chances de Michel Temer, na Câmara, são melhores hoje: para escapar da primeira denúncia, ele consolidou o tal "presidencialismo de coalização".

A ERA PT
Na denúncia contra o PMDB da Câmara, a PGR diz que após a eleição de Lula a "organização criminosa passou a ganhar corpo". Faz sentido. Mas o "quadrilhão" já encontrou estruturado o "modus operandi" de arrecadar propina em órgãos que controlava, em governos anteriores.

DEVAGAR, MAS ANDOU
A variação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do primeiro trimestre de 2015 para o primeiro trimestre de 2016 foi de -5,4%. O mesmo período em 2017 apresentou crescimento de 0,3% no PIB.

CAMPANHAS NA NOSSA CONTA
Só há um item na pauta da Câmara na próxima terça (19): a PEC 77, a reforma política do PT, que prevê a criação do fundão bilionário para o contribuinte otário bancar as campanhas políticas.

MANOBRA POR BILHõES
De olho no fundão eleitoral, deputados realizam segunda sessão na própria terça para tentar adiantar o andamento regimental do prazo da PEC para que as novas regras eleitorais já valham na eleição de 2018.

QUADRILHÃO NA GRINGA
Segundo a PGR, a acusada organização criminosa o [quadrilhão do PMDB] "adquiriu caráter transnacional", com o pagamento de propinas no exterior, através de empresas de fachada.

BILIONÁRIOS NA CADEIA
Curioso país, o Brasil. Chamado de "Belíndia" (mistura de Bélgica com Índia) nos anos 1990, o país da desigualdade condenou o bilionário Marcelo Odebrecht e agora prende os irmãos Batista, ainda mais ricos.

PENSANDO BEM...
... a quinze meses do fim do governo, a oposição ainda sonha com o impeachment de Michel Temer.
Herculano
17/09/2017 06:57
ENQUANTO VOCÊ DORMIA, A ORCRIM FAZIA PLANOS

Conteúdo de O Antagonista. Enquanto você dormia, a Orcrim discutia como:

a) Inviabilizar as delaç?es premiadas;

b) Manietar juízes e procuradores com o tal abuso de autoridade;

c) Evitar que Geddel abra a boca e entregue de uma vez a Orcrim peemedebista;

d) Convencer os renitentes do Supremo a aderir ao fim da prisão para condenados em segunda instância;

e) Criar foro privilegiado para ex-presidentes, para livrar Lula e Temer.

É a política criminalizando a Justiça.
Herculano
17/09/2017 06:51
MARUM: "VAMOS INVESTIGAR QUEM NOS INVESTIGOU" por Josias de Souza

Na certidão de nascimento, a mais recente comissão parlamentar de inquérito criada no Congresso recebeu o nome de CPI da JBS. Foi instalada há cinco dias. Nem começou a trabalhar e já merece um apelido: CPI da Desforra a Jato.

Ao farejar o cheiro de queimado, dois senadores pediram para sair: Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Otto Alencar (PSD-BA). "Estão saindo por medo", atacou o relator da CPI, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), em entrevista ao Globo.

Ao justificar sua opinião, Marun arrancou, por assim dizer, o manto diáfano que encobre os reais objetivos da CPI: "Nós vamos investigar quem nos investigou. Vamos interrogar quem sempre nos interrogou. Esse é um paradigma que será quebrado."

Ex-comandante da milícia parlamentar de Eduardo Cunha, Marun tornou-se o cabeça da infantaria congressual de Michel Temer. Ferraço e Alencar bateram em retirada logo que o personagem foi alçado ao posto de relator da CPI.

Marun atribui a debandada não à sua reputação, mas à covardia dos senadores, que estariam com "medo desse embate que nós vamos ter." Medo de, "dali a pouco ter que se posicionar em relação a um procurador. E também, em alguns, pode acontecer a vontade de que a JBS não seja investigada."

O relator soou enfático nos seus ataques aos que deixam a CPI. "Essa saída é pirotécnica e, para mim, fruto do medo. Não renuncio de jeito nenhum. Esta CPI é uma CPI para corajosos. Eu tenho meus defeitos, mas não sou uma pessoa desleal."

Sem medo de exagerar na perda do recato, Marun insistiu: "Vejo, sinceramente, nesses que saem, falta de coragem para enfrentar uma situação dessa, de romper o paradigma, de investigar quem sempre nos investigou. Eu vejo aí o temor."

No papel, o principal propósito da CPI é investigar os financiamentos do BNDES para a casa de carnes dos irmãos Joesley e Wesley Batista. É como se os parlamentares forçassem a maçaneta de uma porta já arrombada pela Operação Bullish. Nela, a PF e a Procuradoria da República já cercaram os negócios da JBS com o banco.

Perguntou-se a Marun se o acordo de delação da JBS, revogado na semana passada, seria o alvo principal da CPI. E ele, sem titubeios: "Isso é o que provocou a CPI, para dizer a verdade - as circunstâncias controversas desse acordo."

Recém-incorporado ao grupo dos políticos que têm acesso às cozinhas do Planalto e do Jaburu, Marun defende Michel Temer atacando Rodrigo Janot, o procurador-geral que deixa o cargo depois de protocolar no Supremo Tribunal Federal a segunda denúncia contra o presidente - dessa vez por formação de organização criminosa e obstrução da Justiça.

"Não é que ele [Janot] seja um bandido, mas um vilão do crescimento do Brasil acho que ele é. O doutor Janot é hoje a pessoa que mais atrapalha o Brasil. Vilão do PMDB, não. O PMDB tem pessoas que têm contas a acertar. Que acertem."

O problema é que as pessoas do PMDB que têm contas a ajustar dispõem do escudo do foro privilegiado. Uma delas é o presidente da República. No caso de Temer, as contas só seriam cobradas se a Câmara concedesse autorização ao Supremo Tribunal Federal para investigar o inquilino do Planalto.

Entretanto, Temer foge da investigação como vampiro da luz do Sol. E a tropa liderada por Marun transforma o plenário da Câmara em cemitério para a desova de denúncias contra o presidente. É em meio a esse ambiente que a CPI da Desforra a Jato chega para "investigar quem nos investigou."

Noutos tempos, os parlamentares ainda tentavam disfarçar suas manobras. Hoje, fazem barulho em CPIs como se quisessem acordar Darwin no túmulo, para mostrar que sua teoria evolucionária estava correta. No Congresso brasileiro já é possível inclusive observar pessoas que trabalham pela involução do ser humano.
Herculano
17/09/2017 06:45
CADA CRIME COM SEU NOME, por Carlos Brickmann

Vamos falar claro: nenhum empresário deu propina a políticos, nenhum político recebeu propina. A palavra propina é sinônimo de "gratificação", ou "gorjeta", agradecimento livre e espontâneo pela prestação de bons serviços. Não é crime. "Gorjeta" deriva de "gorja", garganta - algo como "tome uma dose". Equivale ao francês "pour boire" - para beber. O que esses empresários fizeram foi "suborno"; Suas Excelências foram "subornados". Todos os envolvidos no suborno cometeram crime.

Os "malfeitos" de que falava Dilma chamam-se crimes. A delação premiada foi essencial para desmascarar esse tipo de práticas. Mas deixemos de lado os eufemismos: aproveitemos as revelações da delação e desprezemos os delatores. São "caguetas", "dedos-duros", "alcaguetes", "X9" - seres desprezíveis, que jogam cúmplices no fogo para salvar os próprios rabos sujos. Seres que não se envergonham de ostentar, perante filhos e família, a pena reduzida, o símbolo da traição. Visitar o cúmplice para gravá-lo? São traidores. Que tenham tido tantos privilégios para fazer coisas tão feias mostra o nível de bandalheira a que chegou a moral do país.

Na zona não há santos. Os ingleses diziam que um cavalheiro não ouve a conversa dos outros (diziam, mas ouvem; dizer era a homenagem que o vício presta à virtude). No Brasil do vale-tudo, em que milícias de policiais disputam com bandidos o controle da bandidagem, nem se faz, nem se diz.

A NOVALÍNGUA

Todo esse esforço para amenizar o nome tradicional dos crimes lembra um romance clássico de George Orwell, 1984. Num Estado totalitário, em que os habitantes são permanentemente monitorados por câmeras, em que até o sexo tem de ser autorizado, tenta-se mudar o idioma para uma tal Novilíngua, em que certos conceitos desapareceriam, na falta de palavras para designá-los.

"Liberdade", por exemplo, era uma palavra politicamente incorreta. Aqui, em vez de cuidar da urbanização, saneamento, transporte, passa-se a chamar favela de "comunidade", como se isso mudasse alguma coisa. A máfia de larápios que se entupiu de dinheiro para trair eleitores vira um grupo que "recebeu propina". Queremos clareza: ladrão é ladrão.

E, VEJA, É MÉDICO!

Muita gente aqui tem amigos que de vez em quando viram inimigos mas logo voltam a ser amigos. Lula sempre tratou Antônio Palocci, coordenador de sua campanha vitoriosa à Presidência, seu ministro da Fazenda, indicado por ele para coordenar a campanha de Dilma, imposto por ele para a Casa Civil da nova presidente, como amigo de fé e irmão camarada, daqueles de se guardar do lado esquerdo do peito (lado do coração e da carteira).

Agora, caguetado, eis o que disse do amigo Palocci, que pelo jeito agora é inimigo, para Sérgio Moro: "É médico, frio, calculista, simulador". Que é que significa, na frase, "médico?" Um dia Lula diz "Conheço o Palocci bem. Ele é tão esperto que é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade". "Ele espertamente diz 'não é que sou santo', e pau no Lula".

AMIGOS, AMIGOS...

Do lado do procurador-geral Rodrigo Janot, a surpresa veio de onde ele menos esperava: de seu colega mais próximo, o procurador Marcelo Miller. Miller, um dos coordenadores da caguetagem dos dois Batista, demitiu-se da Procuradoria e começou a trabalhar no escritório de advocacia que defende os irmãos que dedaram Michel Temer. Não é comum, mas a lei permite - só que surgiram suspeitas de que Miller já orientava a defesa dos dois alcaguetes enquanto estava na Procuradoria. A Polícia Federal tem certeza de que as suspeitas são verdadeiras. Janot obteve a prisão de Miller.

... NEGóCIOS Á PARTE

Enquanto cuida da frente interna, Janot aproveitou seus últimos dias como procurador-geral (a partir desta semana, o cargo é de Raquel Dodge) para apresentar nova denúncia ao Supremo contra o presidente Michel Temer e o Quadrilhão do PMDB; Segundo a denúncia, o grupo, chefiado por Temer, incluía os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, mais Eduardo Cunha, Rodrigo Rocha Loures, Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves - estes quatro já presos. As fraudes em contratos da Caixa, Furnas, Petrobras, ministérios da Agricultura e da Integração, Secretaria da Aviação Civil e Câmara dos Deputados atingiriam R$ 587 milhões.

CALMA NO BRASIL

A denúncia será agora examinada no Supremo. Se aceita, vai à Câmara, que terá de autorizar a abertura de inquérito. Não é fácil: se 172 deputados votarem contra, ou simplesmente não aparecerem, o pedido é rejeitado.

A FESTA DO CAQUI

Joesley foi preso com um terço nas mãos (os outros dois terços não apareceram). Geddel chorou (e explicou: teme ser estuprado). Wesley, irmão de Joesley, diz que seu crime foi virar delator. Foi mesmo. Feio, né?
Herculano
17/09/2017 06:35
SOB AS BARBAS DO PT, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

A segunda denúncia contra Michel Temer não deveria despertar tanto entusiasmo no PT. A acusação fragiliza o presidente, mas deixa claro que o "quadrilhão" do PMDB da Câmara deve parte de seus lucros aos governos Lula e Dilma.

O procurador Rodrigo Janot fez um breve histórico da aliança. Ela começa em 2006, quando o petismo teve que recompor sua base no Congresso depois da crise do mensalão.

O PMDB do Senado, comandado por Renan e Sarney, já era lulista desde criancinha. Faltava a ala da Câmara, que esperou o presidente se reeleger para negociar a adesão.

Os jornais da época registraram a euforia de Temer e seus amigos denunciados pela Lava Jato. "União assim, só para apoiar o Tancredo contra a ditadura militar", celebrou o então deputado Henrique Eduardo Alves, hoje preso em Natal.

O primeiro fruto da aliança foi a nomeação de Geddel Vieira Lima, hoje na Papuda, como ministro da Integração Nacional. Ele impôs um pedágio de 3% nas obras da pasta, segundo as investigações. Parte do propinoduto ficou documentada no sistema Drousys, da Odebrecht.

No segundo governo Lula, o "quadrilhão" ainda ocuparia a diretoria internacional da Petrobras, a presidência de Furnas e a vice-presidência de Loterias da Caixa, na qual se revezaram Moreira Franco e Geddel.

Com Dilma, Temer virou vice-presidente e passou a indicar os ministros da Agricultura e da Aviação Civil. A denúncia descreve a atuação de Moreira na concessão de aeroportos como "um verdadeiro escambo com a coisa pública".

Só a Odebrecht teria repassado ao menos R$ 11 milhões em propinas. As planilhas da empresa registram a entrega de dinheiro nos escritórios de Eliseu Padilha e José Yunes.

Na sexta-feira, o PT afirmou que Temer chefia um governo "corrupto e ilegítimo, que deve ser afastado o quanto antes". Tudo bem, mas faltou explicar por que a turma faturou tanto sob as barbas do partido.
Herculano
16/09/2017 22:25
O DIA EM QUE LIMA ACORDOU, por Mentor Muniz Neto, escritor, na revista IstoÉ

Lima ficou vinte anos em coma, coitado.
Acidente na Dutra.
Acordou em 2037 para a surpresa dos médicos que, mesmo com a moderna tecnologia, não tinham conseguido trazê-lo de volta.
Desistiram há muitos anos, certos de que Lima ficaria ali, vegetando, pelo resto da vida.
Exatamente por isso, dez minutos depois de acordar, já havia seis médicos ao redor de sua cama, medindo, auscultando, examinando.
Lima estava, naturalmente, atrapalhado e meio zonzo, então botou na conta dessa confusão o fato de imaginar ter lido "Hospital Luiz Inácio Lula da Silva", no avental de um dos médicos.
Passados alguns dias, Lima já tinha certeza de que era mesmo esse o nome do hospital.
Ficou encafifado.
Nas vésperas do coma, Lula estava a ponto de ser preso e agora, no futuro, virou nome de um hospital?
- Esquisito - pensou.
Uma enfermeira entrou no quarto.
- Como vai, seu Lima?
- Melhorando, obrigado? ?", minha filha, me explica uma coisa. O que foi que aconteceu com o Lula depois de 2017?
- O senhor diz depois do golpe de 16? Bom?, eu era muito criança? - respondeu a moça.
- Golpe?! Que golpe?! Foi impeachment!
- Impeachment? Como assim? - a enfermeira desconfiou
que a cabeça do velho não estava tão boa depois de tantos anos de coma.
Lima ficou ainda mais preocupado.
Ligou a TV. Falavam do trânsito na Avenida Geddel Vieira.
Desligou - assustado.
Dias depois, recebeu alta.
Antes de procurar os antigos parentes, resolveu caminhar um pouco para se familiarizar com os novos tempos.
O hospital ficava sobre uma avenida moderna.
Os carros não tinham mais rodas.
Flutuavam silenciosamente alguns centímetros acima do chão.
Num cruzamento, o nome da via.
"Av. Dilma Roussef".
Lima continuou sua caminhada, cada vez mais chocado.
"Praça Alberto Youssef".
"Ladeira Paulo Roberto Costa".
"Alameda Eduardo Cunha".
Lima precisava sentar.
Recuperar o fôlego, urgente.
Entrou num parque muito arborizado.
De medo, não quis nem saber o nome do lugar.
Sabe-se lá por que, durante seus vinte anos de coma,o Brasil havia dado uma guinada.
Incompreensível.
Mais calmo, Lima se deu conta de que estava ao lado
de uma estátua.
Imediatamente reconheceu o personagem, mas foi obrigado
a ler a placa, numa mistura de masoquismo e esperança
de estar enganado.
Não estava.
Na placa de bronze, lia-se: "Homenagem ao herói da Revolução Joesley Batista".
Vertigem. Achou que ia desmaiar.
Correu de volta a seu quarto, no hospital.
Sem que ninguém autorizasse, se jogou na cama e entrou novamente em coma.
Nesse exato momento, Lima abriu os olhos pela primeira vez em 20 anos.
Tudo tinha sido uma alucinação, muito realista, mas, ainda assim, uma alucinação.
Uma sensação de paz tomou conta de seu corpo.
Nesse momento, a enfermeira entra no quarto e dá um grito, surpresa ao ver Lima desperto depois de tantos anos.
Lima agarra a moça pelo colarinho e pergunta ?" desesperado:
- Minha filha, como é o nome desse hospital?!?!
Ela, assustada, responde, com a voz trêmula:
- Hospital? Jair? Bolsonaro?
- Ufa!, dos males, o menor - respirou aliviado.
A enfermeira desconfiou que a cabeça do velho não estava tão boa depois de tantos anos de coma.

Lima continuou sua caminhada, cada vez mais chocado. Praça Alberto Youssef. Ladeira Paulo Roberto Costa. Alameda Eduardo Cunha
Antonio Carlos Nicolodi
16/09/2017 22:07
Em 20/09 (quarta-feira) na Pedra de amolar (Ilhota), irá acontecer uma passeada em prol da vida e contra o suicídio, uma campanha do Setembro Amarelo, quem quiser participar é nosso convidado, é grátis e todos serão bem vindos. Que Deus abençoe a todos !
Antonio Carlos Nicolodi
16/09/2017 22:04
Em meio a tanta crise e tantos absurdos contra a vida humana, tem gente que ainda ajudo o próximo sem querer lucros pessoais, é o meu caso, pois eu criei um projeto de inclusão digital e social, este é para ensinar crianças e jovens AUTISTAS, programação de computadores (Lógica), estes jovens super dotados de uma inteligência extremamente lógica e perfeita, são descriminados na sociedade por não se socializarem com outros, mas, eles tem uma habilidade de serem altamente focados e uma alta concentração, por isso eu decidi ensiná-los essa profissão, os empresários ganham, a família ganha, a sociedade ganha e eles ganham. Sou técnico em informática, formado e Pós-graduado em T.I., sou professor de lógica em escolas técnicas e em universidades da região já estou na área de informática desde 1980, também sou o criador do método PORTUGOL e do aplicativo VISUALG 3.0 que já tem mais de 3,5 milhões de downloads, 35 milhões de cópias em 95 países. Obs: O software, o método são grátis e o meu projeto é voluntário.Que Deus abençoe a todos!
Erva Doce
16/09/2017 20:05
Oi, Herculano;

Dois itens na relação do Joanim Ruzza me chamaram atenção.
"No Natal, os edis enchem as páginas de jornais com suas caras-de-pau felicitando o povo com dinheiro público."

O Melato é um, ele sozinho ocupa 1/4 da página. Mas o que chama atenção no seu gosto duvidoso é ele dentro de um colete acolchoado, fica parecendo um tatu-bola.

"O povo solta foguete por motivo frívolo".
O Neto Deschamps construiu sua casinha, depois de pronta passou a noite soltando foguetes.
Minha mãe tem um empregada que no aniversário dela, ela mesmo solta foguetes.

Qual dos três é mais cafona não sei, deixo pra ti, Herculano, escolher.
Herculano
16/09/2017 15:48
O ALCAGUETA REPUGNANTE: SEI QUANTO CUSTA O QUE PALOCCI DIZ, MAS QUANTO RENDE O QUE PALOCCI NÃO DIZ? por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Não esperem de mim elogios a Antonio Palocci por ter, como é mesmo?, "acabado com Lula de vez", "liquidado com o PT", "desmoralizado as explicações do chefe da quadrilha" e por aí afora? Não simpatizo, por princípio, com trânsfugas e traidores, não me importam seus respectivos alvos. Tenho, diga-se, repulsa física por gente como ele. Sabem por quê? Só se interessou pela "verdade" quando isso passou a ser do seu interesse. Meu blog está no mundo há 11 anos. Eu nunca fui um "paloccista" entusiasmado nem nos tempos em que o empresariado, em especial o setor financeiro, se ajoelhava a seus pés. Que tipo de gente vira a casaca da noite para o dia e passa a acusar, com requintes de perversidade, o amigo da véspera? Certamente não é aquele que se apaixonou pela verdade.

No terreno das convicções e também de alguns fatos evidentes, não tenho razões para duvidar de que o PT se comportou como organização criminosa em muitos momentos de sua trajetória. Sua estruturação para capturar o Estado está demonstrada, a meu juízo, muito antes da Lava Jato. Mas venham cá: Palocci desempenhava apenas o papel de um contínuo da dita organização ou era um de seus principais formuladores? É SIMPLESMENTE MENTIROSA A NARRATIVA DE QUE FAZIA O QUE LULA MANDAVA.

Nesse caso, não dou uma opinião. Estou aqui a passar informações. Eu falo com muitos empresários com os quais Palocci falava. Quando estes apresentavam seus pleitos, fora do espaço institucional - e isso não quer dizer que se tratasse necessariamente de ações criminosas ?", para que se ouvisse um "sim" ou "não", em especial quando ele era ministro, nunca foi preciso que o interlocutor aguardasse que o super-homem do PT desse um telefonema a Lula. Ele decidia com autonomia mesmo quando estava fora do governo, dado o seu trânsito no partido e nas estruturas do Estado por este dominadas.

Sim, o seu "Certificado de Origem Controlada" era sua amizade com Lula, era a proximidade com o chefe máximo da legenda. Mas a consulta nunca foi necessária. Se José Dirceu tinha trânsito autônomo nas estruturas partidárias e na burocracia administrativa, Palocci atuava com autonomia plena na área econômica. Acho que é, sim, verdadeira a sua gestão, digamos, informal de "recursos" em benefício da causa, mas ele não atuou apenas como um estafeta.

Vou mais longe: do ponto de vista das relações com o mercado - setor financeiro e grande capital -, era Palocci quem legitimava Lula, não Lula quem legitimava Palocci. O ex-ministro se orgulhava de ser aquele que impedia o chefe de escolher o mau caminho. Serei ainda mais preciso: quando se temia que o apetite de Dirceu pelo poder e sua visão de mundo mais esquerdizante ganhassem espaço no governo petista, era com Palocci que se contava para que ocorresse o contrário.

Mais ainda: num dado momento do primeiro governo petista, até as acusações do mensalão virem à luz, eram estes os dois polos de poder, sujeitos à arbitragem de Lula: Dirceu X Palocci. E o chefe, invariavelmente, sem exceção, desempatou as pendengas em favor do seu ministro da Fazenda.

Não há "empresário neste país" que ignore o fato de que Palocci era considerado a grande alternativa do PT para a Presidência da República se não tivesse caído em desgraça.

Memória
Ora, na minha batalha contra o Leviatã petista; na minha saga contra o "Partido como o Moderno Príncipe" - consultem os embates de 2003, 2004, 2005 -, qual era o elemento mais difícil de enfrentar? Palocci! Quem parecia desafiar a acusação que eu fazia da estruturação de um ente de razão autoritário, disposto a tomar o lugar das instituições? Palocci! Quem se apresentava como o avesso do monstro autoritário que eu via nascer? Palocci. Lembro de um almoço de que participei, em 2005, ainda no pré-mensalão, com a cúpula de uma grande instituição financeira. Expus a natureza gramsciana do PT, disse por que aquela estruturação de poder ou daria em ditadura ou em desastre econômico, ressaltei a aversão da legenda aos fundamentos da democracia.

O "chefinho" do grupo, então, mal saído dos cueiros, mas em posição de comando em razão ?" supus ?" da destreza com que se referia à política apelando a expressões em inglês próprias do mercado financeiro, ficou bem indignado comigo. Ele estava cantando e andando para a questão política. Tivesse alguma cultura, teria dito ali o que ouvi tempos depois de um peso-pesado do setor produtivo, referindo-se justamente a PT e a Palocci: "Não importa a cor do gato, desde que cace ratos". A frase derivava de uma tirada à chinesa de Deng Xiaoping, pronunciada em 1961. Originalmente: "Não imposta se o gato e branco ou preto, desde que cace os ratos".

Na cabeça do empresariado brasileiro, inclusive de alguns "bacanas" que hoje financiam movimentos antipetistas, Palocci ?" que sempre foi rato, diga-se ?" era esse "gato". Se não tivesse caído em desgraça no primeiro governo Lula, teria sido o centro de uma articulação no país nem preta nem branca, mas apenas autoritária. Ou vocês seriam capazes de citar algum peso-pesado da economia no Brasil que tenha se lembrado de defender graças como "liberdade de expressão", "democracia" e "estado de direito" ao tempo em que o PT exercia o seu mandarinato, de acordo com as vontades de Sua Excelência o Mercado?

E quem era a garantia? Respondo: Palocci!

Não me venham tratar agora como herói o sujeito que foi flagrado - num acerto com um veículo de imprensa, diga-se - com o extrato bancário de um caseiro como prova de sua inocência em determinada acusação. Extrato que fora conseguido, ilegalmente, por um subordinado seu. "Oh, mas ele não pediu nada?" Entendo.

Não sou político
Olhem aqui: não sou político. Não lidero grupelho ou "grupalho" do gênero. Não vou disputar eleições. Também não tenho acertos de contas a fazer com ninguém. Não esperem de mim que olhe com simpatia um cara como Palocci. O que escrevi ao longo dos anos evidencia que eu via nele o lobo em pele de cordeiro. Servia a todos os desígnios de uma máquina autoritária, mas o fazia falando a linguagem que aqueles que deveriam combater o PT queriam ouvir. Afinal, ele caçava os "ratos". Mais: mantinha apaziguados os roedores do próprio petismo.

Para que não reste a menor dúvida sobre o meu ponto, deixo claro: ainda que seja verdade tudo o que diz e o que ainda vai dizer - a gente nota que sua delação está enroscada e que ele conta com a influência de Sérgio Moro na Força Tarefa para desenroscar -, isso não faria do homem, por si, um herói. Ocorre que há mentiras históricas gritantes e grosseiras no que diz. Nunca precisou, por exemplo, que chefe autorizasse suas "consultorias". Reitero: não era Lula quem abençoava Palocci; era Palocci quem abençoava Lula. Ele era a garantia de que o chefão petista não iria destrambelhar nos descaminhos da esquerda. Ele é que se orgulhava de ter o outro sob controle, não o contrário.

Delação viciada
Sim, há uma delação em curso de Palocci. Está viciada por sua própria natureza. Todos conhecem minha opinião sobre tal estatuto: é importante, sim, no combate à corrupção, mas precisa ser moralizado. É indecoroso que se aceite delação de quem já está condenado. Sabem por quê? Porque se está premiando o canalha calculista. O sujeito apostou que poderia se dar bem no mundo do crime. Como foi malsucedido, então resolveu ser um "colaborador" para se livrar da cadeia e poder usufruir do produto do crime.

Não tivesse eu, de saída, repugnância genérica por traidores e desleais, teria a específica. Vocês devem se lembrar que, quando se falou da possibilidade de Palocci fazer delação, houve alguns temores de que pudesse levar a lama para o setor financeiro e até empresas de comunicação. Como se vê, não há nada a respeito. Ele percebeu que Lula está bastante debilitado; notou que o antigo gigante está cambaleando; viu o líder ser levado à beira de uma condenação que o inviabiliza como candidato? Então Palocci não teve dúvida: para livrar a própria pele, resolveu ele também participar do banquete e arrancar um naco de carne do velho búfalo, que se debate, ainda vivo, cercado por leões - com hienas na periferia da cena, a espreitar -, apostando na resistência de seu couro duro.

E Palocci foi para cima de Lula, que se tornou o samba de uma nota só de seu depoimento a Moro, que tenta valer por uma pré-delação. Depoimento que veio, note-se, num momento em que a Lava Jato respira por aparelhos.

Concluindo
Não é preciso ser muito sagaz para perceber que o trânsfuga resolveu transformar Lula no seu bode expiatório, preservando, no entanto, os seus próprios "interlocutores": empresários graúdos e setor financeiro. Aposta numa pena leve e numa multa pesada, que poderá lhe custar boa parte do que amealhou com suas "consultorias", que fizeram dele um homem rico. E, reitero, isso não aconteceu porque Lula o comandava, mas porque se supunha que ele tivesse o comando de Lula ?" e, em parte ao menos, isso é verdade. Notem, aliás, que Palocci endossa a suspeita de que as tais palestras do chefão petista nunca existiram. Mas Palocci continua a assegurar que, de fato, dava consultoria?

Se obtiver uma sensível redução da pena degradando ("não se diz 'denegrindo', juiz Sérgio Moro!) um pouco mais a figura de Lula, Palocci estará no lucro ainda que lhe venha a ser imposta uma multa que o deixe sem vintém.

Ora, meus caros, prestem atenção a isto: aqueles de que Palocci resolveu se esquecer em confissão e delação certamente se lembrarão de não deixá-lo ao relento.

Nesse caso, os silêncios do ex-ministro podem render bem mais do que pagará pela alcaguetagem.

Não contem comigo para isso. O Brasil desse "freak show" não está combatendo a impunidade, como querem os Janots, Dallagnois e Moros, mas premiando o sem-vergonha que resolve adornar sua sem-vergonhice com a traição interessada.

Já sei quanto custa o que Palocci diz.

Agora quero descobrir quando rende o que ele não diz.

Pronto!

Falei!
Herculano
16/09/2017 15:41
CHANTAGEM? HUM!

"Maria Susana Córdova" apareceu na área de comentários, faz-se de muito próxima do mais longevo vereador de Gaspar, José Hilário Melato, PP, e defensora de primeira linha do presidente do Samae, seus percalços já conhecidos e relatados pelos leitores, leitoras e funcionários da própria autarquia.

Mas, o que chama a atenção? Uma afirmação e uma observação.

A afirmação: "Disse ainda que ele é 'imexivel', porquê na oposição na câmara, faz estrago."

Então quer dizer que Melato confirma que é chantagista. Está no Samae para não estragar o governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB? Ou seja, ratifica por sua "porta-voz" tudo o que escrevi até agora sobre esse assunto?

O tempo é o senhor da razão...

E isto se estratifica na observação da missivista, onde lealdade e agradecimento passam longe.

"...está fazendo um trabalho nunca antes visto na sua autarquia e que o resultado será alcançar o executivo em 2020."

Então quer dizer que Kleber e o PMDB já estão no saco? Não haverá tentativa de reeleição? Ai, ai, ai.

Realmente, "a inveja é uma doença incurável." Mas, quem mesmo está com inveja de quem? Acorda, Gaspar!
Rádio Corredor
16/09/2017 12:51
Oi, Herculano

O Calinho Bornhausen era unha e carne com o Adilson Schmitt, ex-PMDB.
Depois, empenhou-se na candidatura do parente Kleber Wan Dall-PMDB.
Agora não sai da casa de Amadeu Mitterstein-PSDB.
Teremos outro peemedebista no ninho tucano?

O Anhanha ao menos trocou seis por meia dúzia.
Saiu da Organização Criminosa (ORCRIM) PT e se alojou na Organização Criminosa (ORCRIM) PMDB.
Cara "felomenal"!!!
Digite 13, delete
16/09/2017 12:39
Oi, Herculano

"PREGO NO CAIXÃO - Coluna Cláudio Humberto.
A cada dia que passa, Antônio Palocci põe um prego a mais no caixão funerário da carreira política do Lula. Ele contou, por exemplo, que o ex-presidente desvia recursos do Instituto Lula para bancar seus luxos."

Viva o traidor Antônio Palocci!!!
Chupa Lulla!
Joanim Ruzza
16/09/2017 12:28
Senhor Herculano:

Gaspar é esquisita.
Tem prefeito e vice-prefeito, mas quem manda é um secretário.
Tem hospital que não acolhe os seus doentes.
Tem postos de saúde e não tem médico.
Tem farmácia básica e não tem remédio.
Tem vereador que homenageia cavalo.
Tem Samae e falta água nas torneiras.
No Natal, os edis enchem as páginas de jornais com suas caras-de-pau felicitando o povo com dinheiro público.
O povo solta foguete por motivo frívolo.
Tem futuro candidato que não sabe que o eleitor existe e manda cartão de felicitações.
É isso mesmo, recebi um cartão de aniversário de Marcelo Brick e ele nem sabe que eu existo.
Erva Doce
16/09/2017 12:13
Olá, Herculano;

Reinaldo Azevedo:

" É normal, como filosofaria Dilma Rousseff, a 'Mulher Sapiens Statali'. Sem contar que, 'sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás, o que é algo muito importante.' Se é que vocês me entendem."

E dizer que isso (aarrhh) já foi Presidente da República.
Maria Susana Cordova
16/09/2017 11:32
Seu Herculano

O Melato tá uma fera com o colunista mais respeitado na cidade. Melato reclama chorosamente que não entende a sua perseguição barata, que está fazendo um trabalho nunca antes visto na sua autarquia e que o resultado será alcançar o executivo em 2020.
Que você terá que mostrar que ele foi melhor de todos diretores, inclusive do companheiro de partido Cuca Spengler.
Disse ainda que ele é "imexivel", porquê na oposição na câmara faz estrago.
Finalizou dizendo que a inveja é uma doença incurável.
Sidnei Luis Reinert
16/09/2017 09:08
Cristalvox

URGENTE, EXPLOSIVO: General Mourão fala em Intervenção Militar...
Na Loja Maçônica "Grande Oriente do Brasil", em Brasília, nesta sexta, 16, fala em crise e intervenção"
Fala de temor e tristeza pelo "quadro" vergonhoso que o Brasil vive...
Disse que: Ou as instituições resolvem ou então "teremos de impor" uma solução... a Intervenção...

https://www.facebook.com/cristalvox/videos/837412559760412/?hc_ref=ART01wqPleP3wh2_5sA3uISCAONedFfrNNbLOhxOgKwaZd0Dab0e-a5ojYcM21t1vTw
Sidnei Luis Reinert
16/09/2017 09:01
Temer prioriza salvação e nós pagamos as contas


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Não se tem previsão de quando haverá clima político favorável para a votação da reforma da Previdência ?" desejada por 11 entre 10 rentistas tupiniquins, para a prometida "retomada econômica". A intenção de decidir tudo em outubro fica prejudicada com a segunda edição da "Operação Temerária".
A apreciação da nova denúncia contra o Presidente da República tomará tempo. A tendência é que seja negada, novamente, autorização para a Procuradoria-Geral da República processar Temer no Supremo Tribunal Federal. Fica cada vez mais alto o custo da negociata pela salvar o desmoralizado Temer.
No caso da mudança previdenciária existe um problema matemático concreto. A Proposta de Emenda à Constituição necessita de pelo menos 308 votos, em dois turnos, para ser aprovada. Acontece que a base governista hoje conta com apenas 285 parlamentares. A previsão é que, com o desgaste judicial de Temer & Cia, muitos saltem do titanic.
A precária fidelidade será testada, a partir da semana que vem, com a votação da polêmica reforma Política (que pode deixar tudo pior do que já está). O governo também fará tudo para aprovar o novo programa de parcelamento tributário para devedores da União. Como isto interessa diretamente a muitos parlamentares endividados, deve passar fácil...
A grande dúvida no ar é: Até que ponto os gravíssimos problemas políticos conseguem ser separados dos complexos problemas econômicos? Na dúvida, a turma do Michel Temer se preocupa mais com a complicada salvação imediata do que com as reformas prometidas ?" que devem ser aprovadas a um custo político e social altíssimo.
Enquanto o desgaste da máfia peemedebista se amplia, e a petelândia se desespera com a destruição programada de Lula, quem sai ganhando é Jair Bolsonaro. A candidatura presidencial dele já é encarada com seriedade e cada vez menos ceticismo no maravilhoso mundo rentista que agora especula com a candidatura de Henrique Meirelles ?" que alimenta este sonho desde criancinha.
Como a guerra de todos contra todos ainda não tem previsão de desfecho, até o final de 2018, muitas surpresas agradáveis e desagradáveis virão por aí.
Herculano
16/09/2017 06:24
GORDURA X CARBOIDRATOS, por Drauzio Varella, médico cancerologista, no jornal Folha de S. Paulo.

Carnes e açúcares geram discussões apaixonadas.

Desde os anos 1960, os serviços de saúde da maior parte do mundo recomendam que a ingestão de gorduras seja limitada a menos de 30% das calorias diárias. No caso daquelas de origem animal, esse número deveria ficar abaixo de 10%.

As pirâmides alimentares construídas naquela época colocavam em sua base os carboidratos, em relação aos quais o consumo estava liberado; no topo, as carnes.

A justificativa veio de estudos epidemiológicos dos anos 1950, que atribuíram ao colesterol contido nas carnes papel crucial na incidência de doenças cardiovasculares.

Análises mais recentes, no entanto, têm questionado a metodologia empregada nesses estudos antigos. Cada vez é mais consistente a literatura que considera essas conclusões equivocadas e enganosas. Não são poucos os que as acusam de estimular o consumo de carboidratos e, por conseguinte, contribuir para a globalização da epidemia de obesidade.

Acaba de ser publicado na revista "The Lancet" o estudo PURE, apresentado num congresso europeu como a avaliação mais abrangente da influência dos macronutrientes na mortalidade das populações.

No período de 2003 a 2013, foram incluídos 135.335 indivíduos de 35 a 70 anos, residentes em 18 países, dos cinco continentes, acompanhados por um período médio de 7,4 anos.

Periodicamente, os participantes responderam a questionários padronizados para a descrição dos alimentos contidos na dieta. Com base nas quantidades ingeridas de carboidratos, gorduras (saturadas e insaturadas) e vegetais, eles foram divididos em subgrupos.

Os principais resultados foram os seguintes:

1) No decorrer do estudo ocorreram 5.796 óbitos e 4.784 eventos cardiovasculares (infartos, derrames cerebrais, etc.).

2) O consumo mais elevado de carboidratos teve relação direta com a mortalidade. Entre os 20% com dietas mais ricas em carboidratos a mortalidade foi 28% mais alta, do que aquela entre os 20% com dietas mais pobres nesse nutriente.

3) A ingestão de carboidratos, no entanto, não interferiu com a incidência ou a mortalidade por doenças cardiovasculares.

4) Ao contrário, a presença de gordura na dieta guardou relação inversa com a mortalidade geral. Os 20% de participantes com dietas mais ricas apresentaram mortalidade 23% mais baixa, do que os 20% com dietas mais pobres.

5) Quando analisados em separado, o total de gordura nas refeições e o tipo de gordura (saturada ou insaturada), o resultado se manteve: quanto mais gordura, menor a mortalidade, independentemente de se tratar de origem animal ou não.

6) Como ocorreu com os carboidratos, o consumo de gordura não alterou nem a incidência nem a mortalidade por doenças cardiovasculares.

7) O benefício das frutas, legumes e vegetais atinge o pico com três ou quatro porções diárias. Quantidades acima dessas não reduzem a mortalidade.

8) Comparados com os que ingerem menos do que uma porção por dia, a mortalidade dos que comem em média duas foi 19% mais baixa. Com três ou quatro porções a mortalidade caiu 23%.

Publicado numa revista médica de primeira linha e divulgado amplamente pela imprensa leiga, o PURE traz com ele um viés estatístico mal discutido. Se dietas ricas em gordura ou em carboidratos não provocam aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares, de que morreram as pessoas?

Podemos pensar que refeições com muito carboidrato e pouca carne são características de populações mais pobres, com dificuldade de acesso ao saneamento básico e à assistência médica de qualidade. O oposto seja dito a respeito dos que têm à mesa mais carnes e menos carboidratos.

De qualquer forma, o PURE acrescenta evidências a estudos recentes, que não conseguiram atribuir ao consumo de gordura o aumento da incidência de doenças cardiovasculares.

Você, leitor, perguntará: O que comer, então? Suas refeições devem conter, no mínimo, três a quatro porções de frutas, legumes e vegetais, de preferência crus. Consuma carboidratos com parcimônia; as carnes, com moderação.

Se minha avó não tivesse partido desta para o nada, diria: "Gastam tanto dinheiro nesses estudos, para concluir o que sempre recomendei: coma de tudo um pouco, sem exageros"
Herculano
16/09/2017 06:15
PSDB JÁ SUPEROU A IDEIA DE DESEMBARQUE DO GOVERNO, DIZ ALCKMIN

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Letícia Fucuchima. Para o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, a possibilidade de o PSDB deixar o governo já está superada, e a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) não deve alterar a decisão partidária de permanência no governo até o término das votações de reformas e propostas constitucionais.

"Não temos compromisso com governo A, B ou C. Temos compromisso com o País, que passa por um momento difícil e está se recuperando. Mas essa é uma crise estrutural, que demanda reformas importantes, e nós temos que ajudar o Brasil", declarou, em conversa com jornalistas após cerimônia de assinatura da lei que trata da reorganização societária da Sabesp.

Na avaliação do governador, o importante é que o Congresso Nacional tenha celeridade no encaminhamento de soluções, de forma a não "atrapalhar" a evolução da economia e especialmente do emprego e da renda, que são a "grande preocupação do Brasil".

Questionado sobre a suspensão do leilão de privatização da Cesp, Alckmin afirmou que a decisão levou em conta a possibilidade de que seja publicada a Medida Provisória sobre o aprimoramento do marco regulatório do setor elétrico. "A nossa disposição é a mesma, é a de privatizar a Cesp, isso será feito. Apenas queremos ter o conjunto de todas as informações para fazer".
Herculano
16/09/2017 06:10
da série, não tem jeito: o PT e a esquerda fios da mesma seita e nunca existirá outra possibilidade

O FUTURO DA OPÇÃO POPULAR, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no jornal Folha de S. Paulo.

O segundo confronto entre Lula e Moro, na quarta (13), deixou um saldo ruim para o lulismo. Sustentado pelo depoimento de Antonio Palocci, que fez pacto de sangue com a Lava Jato, o juiz conseguiu colocar o ex-presidente em situação tão desfavorável que havia pouca chance de equilíbrio.

Independentemente dos meandros jurídicos ?"nos quais voltaram a se contrapor delações acusatórias contundentes à falta de provas materiais de ilícitos?", o líder popular e o ícone do Partido da Justiça (PJ) sabiam estar num palco, falando para milhões de espectadores que nada entendem de leis ou jurisprudência. Moro teve a sabedoria de não parecer arrogante, apesar da nítida vantagem obtida com Palocci no seu time, enquanto Lula exagerou na agressividade, o que denota acuamento e desagrada ao público não militante.

Mas os pequenos efeitos imagéticos do episódio serão em breve esquecidos. O verdadeiro serviço prestado pelo ex-ministro ao PJ ?"hoje engajado em combater o PT e o PMDB, beneficiando, assim, o PSDB?" foi o de legitimar a condenação de Lula na segunda instância, impedindo-o de ser candidato ano que vem. Palocci trocou a fama de traidor, que ninguém respeita, pela chance de liberdade futura.

Daí que o melhor momento do petista no interrogatório foi ao dizer que tem pena, e não raiva, de ter-se desperdiçado o brilhante quadro que Palocci um dia foi. Mesmo os que discordam das opções programáticas que ele adotou, como é o meu caso, reconhecem o talento do médico convertido em chefe da Fazenda.

Ao observar as qualidades do ex-trotskista de Ribeirão Preto, Lula se recolocou no plano da construção nacional, terreno que Moro não conhece. O ex-presidente sabe que um país precisa de bons políticos, tanto conservadores quanto progressistas, e que Palocci foi um raro exemplo do primeiro tipo ?"sendo verdade, no entanto, que graves acusações de corrupção já tivessem embaçado a sua voz pública, outrora ouvida.

A provável ausência de Lula na urna eletrônica em 2018 deverá desalinhar o eleitorado, tornando o pleito o começo de novo ciclo. Nele, terá que se operar a reconstrução das opções populares. O modo pelo qual Lula moldará a própria herança vai influir no processo, lembrando que, mesmo condenado, contará ainda com bastante tempo de vida política ativa. E Palocci não fará parte dela.

*

Diz a maior parte dos analistas que a segunda denúncia contra Temer, apresentada quinta-feira por Rodrigo Janot, deverá ser bloqueada na Câmara, como a primeira. Prefiro aguardar. Seja como for, haverá tempo para comentá-la adiante.
Herculano
16/09/2017 06:02
LULA, O RECORDISTA DE PROCESSOS, editorial da revista IstoÉ, por Carlos José Marques

Ele agora mudou de patamar. Coleciona novas peças acusatórias em ritmo quase semanal. É denúncia para todo lado. Neste início de mês já foram três consecutivas contra ele. Mesmo quem acompanha perdeu a conta. Como réu o líder petista figura em seis processos. Sentença de condenação também não falta: quase dez anos de cadeia o aguardam por um único dos malfeitos que cometeu.

A ficha corrida do ex-presidente não é para qualquer um e sim digna de criminosos de alta estirpe. Mesmo assim ele insiste em posar de injustiçado, perseguido da lei. A lorota caiu por terra quando o parceiro de todas as horas, Antônio Palocci, deu com a língua nos dentes e relatou os esquemas nos quais Lula teria recebido a bolada de R$ 300 milhões como reserva técnica. Isso de apenas uma das empresas que lhe fazem gentilezas. Dinheirama sem fim além ?" é claro ?" de benesses imobiliárias e reformas na qualidade de mimos extras.

Palocci figurava como homem da mais estreita relação e confiança de Lula. E nessa condição relatou com requintes de detalhes o caudaloso fluxo de corrupção em torno do antigo chefe e aliado. Haja lambança. Lula, por sua vez, para não fugir ao figurino habitual, comportou-se como um dissimulado de marca maior. Em escala ascendente, as suas reações contra quem o acusa ?" e já somam mais de 30 delatores entre empreiteiros, correligionários, operadores e amigos do calibre de Bumlai, Delcídio e quetais ?" soam inverossímeis, espetaculosas. Estariam todos mentindo, menos ele.

Quem não se condói de tamanha crueldade? Há poucos dias disse ao juiz Moro, em mais um dos enésimos depoimentos, que prefere "a morte" a passar por mentiroso. Por essa ótica, o enterro já deveria ter ocorrido faz tempo. Lula mente com a cara de pau de um Pinóquio incorrigível. Na semana passada, quando confrontado com as evidências de propina dada a seu instituto, chegou ao limite de dizer que não participava da direção executiva da organização.

Figurava somente como "presidente de honra". Em outras palavras, deixou entender que o Instituto Lula não é propriedade dele, Lula. Saibam todos de antemão. O cacique do pau oco debocha de qualquer circunstância. Mesmo as mais constrangedoras a ele. Cria ao seu redor espetáculos deprimentes. As passeatas recentes, organizadas durante as suas andanças pelos currais do Nordeste, reuniram meia dúzia de áulicos seguidores. Nada além. Situações anedóticas foram registradas.

Tome-se, por exemplo, o comentário da presidente da agremiação petista e senadora, Gleisi Hoffman, ao tratar da devastadora paulada do antes festejado quadro partidário, Palocci. Ela alegou que o ex-ministro estava a serviço da CIA, agência de investigações americana. Patético, para dizer o mínimo. Os petistas perderam o senso de ridículo. Apegam-se a qualquer lorota em busca da única tábua de salvação que enxergam: a candidatura presidencial de Lula como saída para livrá-lo do xilindró. Lula quer travestir-se de candidato e dessa maneira fugir da condição de investigado.

Seria deveras inacreditável a situação de uma chapa a presidente encabeçada por um dos mais encalacrados malfeitores políticos de que se tem notícia, o "chefe da quadrilha", como denominam procuradores federais. Imagine, caro leitor, o bizarro contexto desse personagem concorrendo, repleto de processos, condenações em vias de segunda instância, provas de corrupção em profusão (quatro discos rígidos referentes a pagamentos clandestinos na Suécia em seu nome também acabam de ser entregues à PF) e novas falácias em campanha?

Mais grave: na eventualidade de sair vencedor das urnas, Lula teria de apresentar-se ao Planalto com a sua ficha corrida que, entre outras razões a impedi-lo de tomar posse, esbarra diretamente na Constituição. Em um dos artigos está prevista a proibição a qualquer brasileiro de assumir a presidência da República tendo pendências com a Justiça. Surrealismo além da conta. É aconselhável acreditar no bom senso dos senhores magistrados para evitar tamanha patacoada. Lula, pela ordem natural das coisas, já está fora da corrida a Brasília ?" a não ser que escolha a Papuda. O próprio partido estuda alternativas.

Quanto ao faroleiro-mor dos contos da carochinha, nada mais restará que o cumprimento de penas por tantos desvios que colecionou.
Herculano
16/09/2017 05:57
DENÚNCIA DE JANOT SOFRE DE GIGANTISMO E FALTA DE INVESTIGAÇÃO,

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Rubens Valente, da sucursal de Brasília. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, escolheu um caminho arriscado para o futuro da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer ao adotar os depoimentos de delatores como o alicerce da sua peça. Nada menos que 37 colaboradores e mais dois candidatos a delator são arrolados ao final do texto como testemunhas.

Sem rastreamento sobre as finanças e o patrimônio pessoal de Temer e de sua família, sem intercepção de seus telefones ou de seus e-mails, passos básicos de uma investigação séria que Janot, a exemplo da primeira denúncia, inexplicavelmente ignorou, é a palavra dos delatores que faz a ligação entre diversos fatos já conhecidos sobre outros peemedebistas com a figura de Temer.

Há provas que documentam esses outros crimes, e a Justiça deles já se ocupa há algum tempo e muito bem (Eduardo Cunha está preso em Curitiba, aliás após uma investigação exemplar conduzida pelo mesmo Janot; Henrique Alves, em Natal, e Geddel Vieira Lima, em Brasília).

A respeito dessas acusações, como a montanha de R$ 51 milhões encontrada pela PF no endereço ligado a Geddel ou a dinheirama de Cunha no exterior, não restam muitas dúvidas. Mas a denúncia desta quinta-feira (14) trata essencialmente de outro suposto crime: uma quadrilha de parlamentares comandada pelo presidente da República que usa alianças políticas "como ferramenta para arrecadar propina", no dizer da denúncia.

É uma tese impactante, muitos dirão verossímil. Mas como prová-la? Esse dever recai sobre o acusador. Para resolver os buracos da sua tese, é aos delatores que Janot frequentemente recorre. É a partir deles que Janot conclui, por exemplo, que Temer tem papel central no grupo criminoso ou que as indicações políticas que passavam por ele tinham interesse pecuniário ou que Cunha disse certa coisa reveladora sobre ele. São, em síntese, pessoas falando sobre pessoas.

A estratégia pode se revelar um tiro n'água a longo prazo. Se todos os depoimentos prestados pelos delatores forem desconsiderados como provas, o que um tribunal pode fazer no ato do julgamento, ela desaba.

Está mais do que explicado por inúmeros julgamentos em tribunais diversos e pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que a palavra dos delatores não deve ser interpretada como prova, mas sim como um mero passo para a obtenção dela. Ou seja, um meio para se chegar a um fim. Na denúncia, Janot transformou-a em meio e fim ao mesmo tempo.

Nesse tópico, é curioso ver que um dos testemunhos citados é o do ex-senador Delcídio do Amaral. Ora, a mesma delação é hoje alvo do Ministério Público Federal do Distrito Federal, para quem o acordo deve ser revogado porque o ex-senador teria contado mentiras. Na hipótese de a Justiça acolher o pedido de anulação, como ficariam as citações de Delcídio na nova denúncia?

NARRATIVA EXTENSA

A peça de Janot sofre de um gigantismo, doença que provoca o crescimento desproporcional de membros de uma pessoa, talvez incurável. Com suas 245 páginas dignas de um livro, traz mais de uma centena de nomes de pessoas e empresas, diferentes situações e episódios separados no tempo e no espaço estrelados por diferentes personagens.

A escolha por essa narrativa grandiloquente tem como efeito colateral colocar em segundo plano outros crimes sobre os quais ele poderia ter mais provas e sucesso, como a obstrução de Justiça que emana da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista. Em vez de focar no que era possível, mesmo que um "crime menor", e disso tentar extrair uma condenação, Janot optou por uma visão geral da situação. Esse problema, vale dizer, é o mesmo do relatório de mais de 490 páginas do delegado da PF Marlon Cajado.

O gigantismo também marca a própria proposta ambiciosa da peça de Janot. Recheada de adjetivos, pretende provar que o PMDB não passa de uma organização criminosa. É construída uma "narrativa", expressão usada por Janot em um seminário de jornalistas em julho, em São Paulo, que faz muito sucesso em redes sociais em tempos de discussão apaixonada e polarizada, mas flerta com a criminalização da política.

Para comprovar a tese, Janot comete humor involuntário. Cita, por exemplo, 9.523 ligações telefônicas trocadas entre os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Alves de 2012 a 2014. Esse dado está no seguinte tópico: "A associação criminosa: gênese, estrutura e modo de operação".

Visto acriticamente, o dado chama a atenção ?"foi até exibido no "Jornal Nacional" desta quinta-feira (14)?", mas a rigor não significa absolutamente nada, pois os membros de partidos políticos devem se falar todos os dias, em todos os cantos do país, a todo tempo. É constrangedor ter que lembrar a um procurador da República que conversar é fazer política. Partidos são agremiações formadas por pessoas mais ou menos espertas que conversam entre si o tempo todo em torno de objetivos comuns.

Janot faz afirmações de difícil comprovação, que não resistem a um olhar crítico. Escreveu, por exemplo, que os valores relacionados a Geddel e apreendidos na Bahia "certamente guardam relação direta com os esquemas ilícitos operados pelos denunciados". Frases soltas assim, sem qualquer cuidado ou amparo, reforçam a triste sensação de que a montanha pariu um rato.

O uso de depoimentos tomados em delação premiada para a base de uma denúncia é extremamente perigoso e deveria ser alvo de preocupação por todos que se interessam por crime, Justiça e impunidade. Delatores, como se sabe, são pessoas que querem se livrar de acusações e de prisões e por isso podem sim, a qualquer momento e sem o menor pudor, inflar acusações, transformar dúvidas em certezas e construir cenários apenas para agradar o acusador. O mesmo acusador que poderá lhe dar um singelo perdão judicial.

As pessoas podem indagar: "Como é possível uma pessoa inventar uma acusação que a incrimina?" Há, porém, inúmeros exemplos muito bem documentados de que isso não é só possível como comum, um fenômeno já batizado de "falsas confissões" que atrai a atenção de estudiosos mundo afora (uma nova série documental do canal Netflix, "The Confession Tapes", expõe essa realidade perturbadora). Pressionada por horas a fio por interrogadores habilidosos, uma pessoa passa a admitir atos que simplesmente nunca cometeu.

Agora, se uma pessoa pode acusar a si própria com uma inverdade, imaginemos o que um preso acuado pode dizer sobre terceiros. Pode tudo, na verdade. É por isso que a lei estabelece a palavra do delator como meio de obtenção da prova. Encurtar esse caminho, como pretende Janot, ou seja, valorizar uma delação no lugar de uma prova não obtida, é receita para um desastre judicial.

A palavra de um delator tem peso, claro, para compreensão dos fatos, para iluminar caminhos e apontar operadores, esquemas e contas bancárias, e tem também um valor histórico, mas é insuficiente para embasar uma ação penal. Insistir nesse tipo de prova pode ser, a longo prazo, um estímulo à impunidade.
Herculano
16/09/2017 05:52
BLAIRO MAGGI SERÁ CASTIGADO COM A PREMATURA MORTE POLÍTICA, por Augusto Nunes, de Veja

Principal atração do elenco de alvos da delação premiada do ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, caiu na teia da operação Malevolge, palavra que identifica o oitavo círculo do inferno de Dante. Com a busca efetivada nesta quinta-feira na residência de Blairo em Cuiabá, com autorização do ministro Luiz Fux, a estrela maior da história virou estrela cadente.

Foi ele quem legou ao vice Silval o governo de Mato Grosso e o ajudou a reeleger-se. O abraço de afogado que levou do sucessor já basta para confiscar-lhe o ministério e proibi-lo de sonhar com a presidência da República. O que Silval ainda vai revelar provavelmente castigará Blairo Maggi com a prematura morte política.
Herculano
16/09/2017 05:46
"ADEUS, LULA" É UM FILME SOBRE IMPLOSÃO, SEPARAÇÃO E PULVERIZAÇÃO, por Demétrio Magnóli, doutor em geografia humana, é especialista em política internacional, no jornal Folha de S. Paulo

"Adeus, Lenin!", filme satírico de Wolfgang Becker, ilumina o deslocamento psicológico causado pela queda do Muro de Berlim nos alemães orientais idosos, cujas referências cotidianas estavam todas definidas pelo "socialismo real". As confissões de Palocci, uma explosão fatal na imagem pública de Lula, pedem um roteiro sobre a orfandade da esquerda brasileira, que não se preparou para viver sem seu patrono de quatro décadas.

Palocci é um furacão de categoria máxima. Nos bons tempos, antes do "mensalão", disputava com Dirceu a condição de sucessor de Lula - e tinha a preferência do próprio Lula. O ex-ministro da Fazenda, porém, não possui a têmpera de Dirceu ou dos "apparatchiks" do núcleo duro lulista, como Delúbio e Vaccari. Ele desconhece a "omertà", o código de honra que bloqueia a estrada da delação. Por isso, começou a falar, convertendo-se subitamente de "herói do povo brasileiro" (segundo o congresso do PT paulista) em traidor "calculista, frio e simulador" (segundo Lula).

Lula e os seus creem que a política está acima de tudo, inclusive dos tribunais. A tese tem alguma verdade: as implicações judiciais das confissões de Palocci permanecem turvas, mas suas consequências políticas são devastadoras. A sentença do traidor sobre o "pacto de sangue da propina" tem maior potencial destruidor para a candidatura de Lula que as sentenças de Moro sobre um certo tríplex ou um célebre sítio. Palocci fecha um ciclo histórico no qual a esquerda não precisou se ocupar com os problemas cruciais da unidade e do rumo ideológico.

O projeto do PT reuniu as heterogêneas correntes da esquerda, oferecendo um leito comum para sindicalistas, movimentos sociais, militantes católicos da "teologia da libertação", castristas de diversos matizes e grupúsculos trotskistas. Lula serviu como traço de uma unidade que jamais derivou de consensos sólidos nos planos dos valores, da doutrina ou das estratégias. Na falta desse mastro, nada deterá a fragmentação em curso, ainda que venha a ser disfarçada sob o rótulo de uma "frente popular" de partidos e movimentos. A candidatura Haddad, plano B do lulismo, pode até evitar o naufrágio da nau petista, mas carece de força gravitacional para restaurar a moldura unitária que se despedaça.

O lulismo garantiu a unidade por meio da virtual supressão da divergência ideológica. No percurso, a curva decisiva foi a chegada de Lula ao Planalto, que cancelou o já rarefeito debate de ideias no interior do PT. Dali em diante, as correntes petistas engajaram-se na ocupação de cargos no aparelho de Estado, enquanto os "intelectuais de esquerda" aceitaram a humilhante tarefa de justificar tanto as oscilações de rumo do governo quanto as pútridas alianças do capitalismo de compadrio patrocinadas por Lula. O ex-presidente carrega a culpa direta pelo "pacto de sangue" confessado por Palocci, mas a responsabilidade política espraia-se muito além dele, até doutos acadêmicos que nunca se beneficiaram do vil metal.

Unidade e ausência de debate ideológico - as duas coisas estão ligadas como as lâminas de uma tesoura. O lulismo salvou a esquerda das forças centrífugas provocados pela discussão de temas como o lugar das empresas estatais, a produtividade da economia, a curva de sustentabilidade fiscal, a qualidade dos serviços públicos, o imperativo da reforma política. Lula construiu uma cápsula encouraçada, isolando a esquerda num santuário. A prova de seu sucesso está à vista de todos, nos artigos vexatórios dos "companheiros de viagem" que ainda defendem a política econômica dilmista ou celebram a calcificação ditatorial do regime venezuelano.

"Adeus, Lula" é um filme sobre implosão, separação, pulverização. Depois de Palocci, a unidade está morta. Com sorte, do desfecho ressurgirá o debate estancado. Ergamos um esperançoso brinde ao traidor
Herculano
16/09/2017 05:36
REAÇÃO DE LULA A PALOCCI DESAGRADA ATÉ AMIGOS, por Josias de Souza

Até amigos de Lula avaliaram que ele errou ao desqualificar tão drasticamente Antonio Palocci no depoimento que prestou a Sergio Moro. No PT, ninguém ignora que Palocci sempre foi um suavizador das necessidades monetárias de Lula. Fora do PT, todos sabem que Palocci era um fiel escudeiro de Lula. Por isso, petistas chegados ao ex-presidente ficaram com a impressão de que, ao pintar Palocci como um mentiroso frio e calculista, Lula condenou-se ao descrédito. De fato, nunca um inocente pareceu tão culpado - ou nunca um culpado pareceu tão inocente.

Petistas que privam da intimidade de Lula acham que, em vez de desqualificar Palocci, o pajé do PT deveria ter recoberto seu ex-ministro de elogios. Na sequência, Lula associaria o desejo de Palocci de se tornar um delator à prisão longeva e a uma hipotética pressão psicológica da equipe da Lava Jato. O efeito seria o mesmo. Com a vantagem de que Lula não precisaria ter cutucado Palocci com o pé, arriscando-se a ser mordido com mais força pelo delator-companheiro.

Apesar do discurso externo, situado em algum lugar entre a vitimização e o triunfalismo, o PT rumina internamente a impressão de que Palocci ficou ainda mais à vontade para contar o que sabe aos investigadores. E ele sabe demais. Já havia declarado diante do juiz da Lava Jato que Lula fizera um "pacto de sangue" com a Odebrecht, que rendeu um pacote de propinas de R$ 300 milhões.

Descobre-se agora, que Palocci já informou em sua proposta de delação que entregou dinheiro vivo a Lula em pelo menos cinco ocasiões. Foram pacotes de R$ 30 mil, R$ 40 mil ou R$ 50 mil. Formalmente, Lula nega. Informalmente, começa a admitir, longe dos refletores, que pode ter subestimado o teor radioativo de uma delação de Palocci. O resultado prático é que a candidatura presidencial de Lula vai migrando rapidamente da condição de "provável" para a de "inviável".
Herculano
16/09/2017 05:32
FAZENDA APOSTA EM AVANÇO DA PREVIDÊNCIA APóS VOTAÇÃO DE DENÚNCIA, por Sofia Juliana, secretária de redação da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

À espera da passagem do furacão "segunda denúncia" pela Câmara dos Deputados, a equipe econômica do presidente Michel Temer está tomada pela convicção de que, dissipadas as nuvens da borrasca, conseguirá levar adiante a votação da reforma da Previdência. Sem polianismo, afirma o time de Henrique Meirelles (Fazenda).

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encontra-se em débito com a turma da Fazenda. Na ausência de Temer ?"que batia asas pela China?", o demista ocupou o Palácio do Planalto e pressionou o ministério de Meirelles a botar de pé o arrastado acordo de socorro ao Rio. Foi assim que Maia, em lágrimas, ganhou as páginas dos jornais e engrandeceu seu capital eleitoral.

Embora devedor, o deputado avisa que não há meios para fazer avançar duas agendas simultâneas na Câmara. Enquanto a segunda denúncia do presidente Temer não for liquidada, a Casa não despenderá energia com outros temas. Comunicou platitudes.

O ritmo do prosseguimento da acusação contra o presidente depende de uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Nos bastidores, o que se ouve é que os ministros tendem a deixar seguir a denúncia.

Enquanto isso, Meirelles insistirá que a reforma da Previdência pode ser votada em outubro, mesmo com todas as dificuldades. Gosta de enumerar as vitórias (sofridas) que obteve no Congresso, como o teto de gastos e a nova taxa de longo prazo.

Esquece-se de inúmeras derrotas recentes: não conseguiu reonerar a folha de pagamento das empresas neste ano, não aprovou a nova meta de deficit fiscal a tempo de fechar o Orçamento de 2018, foi tungado nas contribuições do Funrural. E, agora, sua a camisa para fechar um acordo menos desfavorável do novo Refis.

Não lembra também que a partir de outubro deputados e senadores estarão mais preocupados com os conchavos para a (re)eleição.

Menos polianismo.
Herculano
16/09/2017 04:29
MERCADO TEME QUE JBS PEÇA RECUPERAÇÃO JUDICIAL, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

Circularam informações no mercado financeiro de São Paulo, na sexta (18), apavorando bancos credores, de que seria iminente o pedido de recuperação judicial da JBS, empresa controlada por Joesley e Wesley Batista. O grupo J&F acumula dívida de quase R$60 bilhões, e estaria com dificuldades de honrar pontualmente seus compromissos. A prisão dos irmãos agravou dramaticamente a situação da empresa.

CAIXA BAIXO
Credores duvidam que a empresa tenha condições de honrar a dívida de quase R$19 bilhões, com vencimento até meados de 2018.

ACIONISTAS SE MEXEM
Dono de 21% das ações, o BNDES tenta mobilizar todos os acionistas minoritários para afastar os irmãos Batista da gestão da empresa.

LISTA SECRETA
O juízo da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, negou-se ontem a liberar a lista completa de sócios da JBS.

TUDO BEM POR AQUI
O grupo J&F tem negado e até repudiado qualquer informação sobre pedido de recuperação judicial.

GOVERNISTAS ESPERAM QUE DODGE REAVALIE DENÚNCIA
A expectativa dos políticos aliados do governo, no Congresso, é que a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que toma posse nesta segunda (18), determine a reavaliação ou revisão da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, apresentada pelo atual ocupante do cargo. A alegação é que seria necessário retirar da denúncia os supostos excessos do texto assinado por Rodrigo Janot.

SEM PRECEDENTES
Nos meios jurídicos não há quem aposte em revisão da denúncia. "Não creio que existam precedentes", diz um ministro aposentado do STJ.

SAIA JUSTÍSSIMA
Michel Temer prometeu ir à posse de Raquel Dodge, e poderá dar de cara com seu algoz, a menos que Janot ignore o protocolo e não vá.

FATOS REQUENTADOS
Defensores de Temer estão otimistas. Acham a denúncia de Janot impressiona pelos valores, mas se basearia em fatos "requentados".

MALAS REVELADORAS
Amigos do ex-ministro Geddel não escondem a preocupação com as relações dele com sua defesa. Ele chorou miséria, quando negociou os honorários, e pouco tempo depois as malas e caixas com R$51 milhões mostraram que na verdade Geddel não tinha motivos para chorar.

PREGO NO CAIXÃO
A cada dia que passa, Antonio Palocci põe um prego a mais no caixão funerário da carreira política do Lula. Ele contou, por exemplo, que o ex-presidente desvia recursos do Instituto Lula para bancar seus luxos.

POPULAÇÃO DESCRENTE
Levantamento do Paraná Pesquisas mostra que a população não acredita que o bilionário Joesley Batista, um dos donos da JBS, venha a ser de fato punido. Só 29% dizem que ele ficará "muito tempo preso".

MESMA TURMA
A denúncia de Janot tem o presidente Michel Temer como alvo principal, mas curiosamente, nas acusações ao "quadrilhão do PMDB" o ex-presidente Lula é citado 34 vezes e Dilma Rousseff, 22.

QUASE MEIO SÉCULO
O Banco do Brasil fecha em Portugal após 45 anos. Suas agências no Marquês de Pombal, em Lisboa, e na avenida da França, no Porto, simbolizavam a presença brasileira naquele país desde 1972.

EXCESSO DE BAGAGEM
Eduardo Cunha desembarcou do avião da Polícia Federal nesta sexta-feira (15) com duas malas grandes. A legislação não permite nem uma mala de graça para o cidadão comum. Alguém cobrou pelas malas?

FIM DA CRISE
Não durou uma só semana a obrigação dos deputados federais de baterem ponto a partir das 14h, às quintas-feiras. Na próxima semana será às 9h. Podem registrar presença logo cedo e "vazar" para seus estados. Já foi pior: o painel de registro era aberto às 6h da manhã.

QUADRILHÃO, 50
Se o "quadrilhão do PMDB for condenado à pena máxima pelos crimes de corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitação, evasão de divisas e quadrilha, ficará mais de 50 anos preso.

PENSANDO BEM...
...Batista por Batista, agora até a Igreja Batista está pedindo comprovante de renda para receber doações.
Sujiru Fuji
15/09/2017 20:03
TRAPICHE - Lady Fran, acreditasse neles?
Bem feito!
Herculano
15/09/2017 17:54
"ROTINA"

Conteúdo de O Antagonista. Joesley Batista, em audiência de custódia em São Paulo, no caso de uso indevido de informações privilegiadas no mercado financeiro:

"Todas as operações foram do custo natural da empresa. Não houve insider trading. Tudo foi feito na rotina da empresa."

Ele disse mais, segundo registro do Jota:

"Ações da JBS caíram após vazamento. Mas não temos nada a ver com vazamento. Vendemos ações antes, durante, e continuamos vendendo."

MINISTRO NO "BOLSO". JUSTIÇA PARA OS PODEROSOS

De acordo com a Veja, nos anexos da sua delação, Antônio Palocci afirma que Marcelo Navarro Dantas teria sido nomeado por Dilma Rousseff para o STJ "depois de se comprometer a libertar o empreiteiro Marcelo Odebrecht, de modo a evitar a sua delação".

Palocci disse. segundo a revista, que Lula que lhe confirmou o acerto clandestino.

Marcelo Navarro Dantas foi excluído por Rodrigo Janot da denúncia contra Dilma e Lula por obstrução de Justiça.
Herculano
15/09/2017 16:31
"HOMEM FORTE" DE JANOT É CASADO COM "MULHER FORTE" DE FACHIN RENUNCIE À RELATORIA, MINISTRO!, por Reinaldo Azevedo, n a Rede TV

Conhecem aquela máxima do futebol? Quem não faz gol toma!!!

Eu acabei me distraindo, olhando para o céu, e levei um furo de uma informação que já tenho há tempos, como sabem alguns amigos meus. Agora, só me resta reconhecer que ela foi publicada por Domingos Fraga, na Coluna do Fraga, no R7. Vamos lá:

"Os relacionamentos, em Brasília, sempre surpreendem.
Vejam o caso de Débora Santos Pelella. Jornalista, 35 anos, ela se casou no dia 3 de janeiro passado com o procurador da República Eduardo Botão Pelella, 40 anos.

Até aí, nada demais.

A história ganha estranheza quando se sabe que Débora trabalha, como diz seu perfil no Linkedin, com "consultoria em comunicação social e gestão de crises" no gabinete de Edson Fachin, sendo paga pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, do próprio bolso. E fica mais estranha ainda quando, também, se sabe que o marido de Débora, Eduardo Pelella, é o braço direito e chefe de gabinete do procurador-geral da República, Rodrigo Janot."

Retomo
Eis aí! É isso mesmo!

Dadas as características de Brasília, é até compreensível que se crie por ali, como direi? um tipo particular de humano, o "Homo Sapiens Statali". Vira uma subespécie, não no sentido pejorativo, viu, gente? É aquela coisa de identidade mesmo, né? Quantos, em Brasília, não são vinculados, direta ou indiretamente, ao Estado? É normal, como filosofaria Dilma Rousseff, que o "Homo sapiens statali" se sinta sexualmente atraído, e vice-versa, pela "Mulher Sapiens Statali". Sem contar que, "sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás, o que é algo muito importante." Se é que vocês me entendem.

Ainda que seja, pois, antropologicamente compreensível que Débora seja casada com Eduardo, é evidente que a coisa se torna politicamente inaceitável. E não que eles tenham de mudar de parceiro amoroso. É preciso que um deles mude de emprego.

Então o sr. Pelella, braço direito de Janot - e acho que os dois ainda terão explicações a dar à Justiça - é casado com a moça que cuida "da imagem" de Fachin??? Por que um ministro do STF precisa de alguém que cuide de sua imagem? Uma boa maneira de ficar posar para a história, ainda que isso possa criar incompreensões que depois se corrigem, é votar direito, de acordo com as leis, com os fundamentos do Estado democrático, com a Constituição.

Vamos ver.

O sr. Pelella está nos diálogos nada republicanos de Joesley Batista e Ricardo Saud. Segundo o açougueiro de casaca, foi ele a passar todas as informações a Janot dos entendimentos anteriores ao acordo de delação premiada. Entendimentos esses que, se havidos - e parece não haver dúvidas a respeito -, são ilegais.

Mais: até os gramados a esta altura ressequidos de Brasília sabem que Janot fraudou o princípio do juiz natural quando "escolheu" Fachin para ser o relator do caso JBS, uma vez que aquilo nada tinha a ver com o petrolão. O Supremo referendou a escolha por mero coleguismo e espírito de corpo. Como se nota, foi um erro. Hoje, se determinadas gravações feitas pela gangue vierem a público, a reputação de alguns de seus integrantes irá para a lama. E sem que tenham cometido, até onde se sabe, nenhum crime.

Mais: Francisco de Assis e Silva, um dos delatores da JBS, disse ter-se reunido com Pelella, o Eduardo, marido da Pelella, a Debóra, assessora de imagem de Fachin, cinco dias antes de Joesley gravar o presidente. O que há de errado nisso?

Bem, por que um quadro da JBS, que está negociando as condições de uma delação premiada, tem a conversar com o braço direito de Janot? Vão debater o quê? O preço do coxão mole, da bisteca, da linguiça? Se, junto com tal fato, temos o próprio Joesley a afirmar que Pelella é o provável intermediário entre o grupo de futuros delatores e Janot, aí a coisa ganha contornos realmente, como direi?, "filocriminosos".

Convenham: a cada hora, essa história é mais malcheirosa.

Janot está saindo pela porta do necrotério da moral e dos bons costumes.

Fachin pode ficar no cargo até os 75 anos - fevereiro de 2033. É tempo pra diabo! E o diabo se esconde nos detalhes, ministro! Dá tempo de tentar reconstruir a biografia - a depender sempre, claro, de coisas que eventualmente ainda não se sabem.

A melhor coisa que Fachin tem a fazer é renunciar à relatoria da Lava Jato. Antes que a história tome essa decisão em seu lugar
O Samae por dentro
15/09/2017 15:07
Povo

Se de fora vocês enxergam tudo isso da Autarquia, imagina quem está aqui no dia a dia.

Tanto se vangloriou do tal almoxerifado, organização e tals. Mas se fala nada da forma equivoca da acomodação da tubulação, não se fez nada para guardar como recomenda o fabricante e com isso se perde a garantia e a tubulação perde a forma original e não encaixa, se encaixa depois dá vazamento. Onde já se viu pilhas e pilhas de tubulação, isso pesa e deforma. E assim vai, neste caso o Samae perde, em vazamentos ocultos ou vai material de primeira para sacada pra "churrasquear".
Este é o Executivo que temos, que de macuco veio não tem nada.
Herculano
15/09/2017 12:56
PERGUNTAR NÃO OFENDE

Quem é o culpado pelo errante passo e o certo descompasso do Samae? Quem nunca administrou nada ou quem escolheu quem não tinha condições técnicas para o cargo? Se alguém é culpado é a dupla Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, ou quem manda neles. Acorda, Gaspar!
Belchior do Meio
15/09/2017 12:47
Sr. Herculano:

Estou sem água do SAMAE desde cedo.
O SAMAE diz que é culpa da BR, a BR diz que é culpa do SAMAE, enquanto isso continuo sem água.
E o macaco véio?
Ele não dá conta das próprias pernas, vai dar conta de uma autarquia?
Herculano
15/09/2017 11:05
USUCAPIÃO

Conteúdo de O Antagonista. Lula nunca apresentou os recibos do pagamento de aluguel da cobertura que a Odebrecht comprou para ele.

A Folha de S. Paulo observou que, durante o interrogatório de quarta-feira, Sergio Moro perguntou-lhe nove vezes:

"Depois de formulada essa acusação no fim do ano passado, não foi possível levantar como isso foi pago, com as pessoas ao seu redor?"

Não, não foi possível.

O EVENTO DE LULA PARA "BILIONÁRIOS E SEUS HERDEIROS"

A pauta do encontro entre Lula, Dilma Rousseff e Emilio Odebrecht foi anexada recentemente ao processo contra o comandante máximo da ORCRIM.

Além do prédio do Instituto Lula e da reforma do sítio, a pauta incluiu um "convite (para os dois) evento Padres e Hijos".

A Lava Jato explicou do que se trata.

Diz o Estadão:

"A anotação é referente ao evento patrocinado pelo mexicano Carlos Slim, no hotel Transamérica, na Ilha de Comandatuba, chamado 'Brasil e América Latina: Presente e futuro', em que Lula fez palestra no dia 18 de maio de 2011, paga pela Odebrecht. O evento é voltado para bilionários e seus herdeiros. Foi a Odebrecht também que custeou o jato usado por Lula para viajar para a Bahia e depois para o Panamá, para uma segunda palestra."

O "CASTELO" DE GLEISI

Antonio Palocci disse que Cesar Asfor Rocha, do STJ, teria recebido suborno para melar a Castelo de Areia.

O Antagonista já havia tratado do assunto.

Os anexos de Antonio Palocci, porém, acrescentam um elemento fundamental: a negociata rendeu ao PT 50 milhões de reais em propinas da Camargo Corrêa.

Márcio Thomaz Bastos intermediou os pagamentos, de acordo com Palocci.

E uma das beneficiárias da propina, segundo a Veja, foi Gleisi Hoffmann.
Sidnei Luis Reinert
15/09/2017 11:04
Bem que Temer podia dar uma de Lady Gaga...


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Lady Gaga desistiu de vir ao Rock in Rio. Motivo: uma fibromialgia - doença gravíssima que a pop star tem... Michel Temer deveria fazer o mesmo na segunda-feira... Basta inventar uma dor de barriga ?" bem verossímil diante da situação judicial dele ?" para não comparecer à posse de Raquel Dodge, substituta do flechador Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República. A transmissão de cargo foi marcada para 8 da matina, a fim de permitir que Temer possa viajar aos EUA, a tempo de um encontro com Donald Trump. Aliás, como será que o topetudo (preocupado com o comunista doidão da Coréia do Norte) receberá um Presidente cucaracha denunciado por corrupção, formação de quadrilha e organização criminosa?

Janot pode não ser campeão mundial de tiro ao Álvaro... No entanto, entrará para a História porque cumpriu o dever de denunciar pelo menos 10 anos de crimes de alta corrupção promovidos pela cúpula do PMDB. O Presidente da República e parlamentares são acusados de formar uma organização criminosa. Todo esforço de Temer, diante da nova flechada que tomou, será concentrado em manter o apoio de parlamentares da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, para que aliados, novamente, desautorizem a PGR a processar Temer no foro privilegiado do Supremo Tribunal Federal.

Temer foi acusado por Janot de chefiar uma organização criminosa ao lado dos companheiros de partido Eduardo Cunha, Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Rocha Loures, Eliseu Padilha e Moreira Franco. As penas propostas variam de três a oito anos, mais multa. Janot denunciou que o grupo agia desde 2006 ?" período em que se aproximou do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para garantir-lhe a reeleição ?" até os dias atuais, "com vontade livre e consciente, de forma estável, profissionalizada, preordenada, com estrutura definida e com repartição de tarefas, para cometimento de uma miríade de delitos, em especial contra a Administração Pública, inclusive a Câmara dos Deputados".

Temer reagiu, acusando o chefe do Ministério Público Federal de irresponsabilidade, incompetência e de arriscar o mecanismo de delação premiada, ironizado pelo Planalto como "delação fraudada". Janot estimou que o esquema rendeu, a título de propina, pelo menos R$ 587 milhões aos envolvidos. Especialistas em combate à corrupção apostam que o valor é muito mais alto.

A ironia escrota da nossa História atual é que Temer tende a permanecer no cargo, até o fim do mandato, porque não existe uma alternativa imediata, com força política suficiente, para tirá-lo do Palácio do Planalto imediatamente. Além disso, o mercado já não liga mais se temer fica ou sai, se fará realmente as reformas ou não. O foco agora se concentra na quase certa candidatura presidencial do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em 2018, pelo PSD de Gilberto Kassab.

Afinal, na visão do mercado, Meirelles já é o "Presidente de fato" na condução da economia. A aposta rentista é que ele seja o mais indicado para conter a tsunâmica candidatura de Jair Bolsonaro e para impedir qualquer chance de Lula.

"Prisão" cor de rosa

Reclamação captada ontem por uma amiga da Velhinha de Taubaté, enquanto saboreava uma goiabada cascão em Campos dos Goytacazes:

"O Judiciário anda tão malvada que está prendendo até Garotinho"...

Condenado a nove anos e 11 meses de prisão por compra de votos na eleição de 2016, além dos crimes de associação criminosa e coação a testemunhas, Garotinho ficará em regime de prisão domiciliar na sua casa pintada de rosa em Campos dos Goytacazes.

Chora $talinaciozinho...

O mais bonitinho é que Luiz Inácio Lula da Silva mandou uma mensagem de solidariedade à deputada federal Clarissa Garotinho repudiando a prisão do pai dela.

Um dos trechos é de chorar de rir: "Tem se tornado cada vez mais freqüente a a atuação político-partidária de setores do sistema judicial brasileiro. Os democratas de todos os partidos, mesmo os adversários, repudiam a banalização desse tipo de abuso, que fragiliza a democracia e ofende o estado de Direito".

O ex-governador do Rio de Janeiro, Antony Garotinho, foi preso pela PF, quarta-feira, enquanto apresentava seu programa na Super Rádio Tupi do Rio de Janeiro...

Brincadeira foi a desculpada dada pela criativa produção "Fala, Garotinho" para justificar por que o apresentador saiu do ar de repente: uma orientação médica para ele parar de falar, em função de uma rouquidão...

O mais engraçado é que o "médico" do Garotinho vestia o pretinho básico da Política Federal...
Fernando
15/09/2017 08:38
O Samae de de Hilário Melatto vai de barco furado a a máquina quebrada, das 4 máquinas do samae 3 estão sem condições de trabalhar mesmo com a equipe de Kleber Wandal, que coloca seus comissionado como diretor de serviços externos mas que nem sabe o que é uma tubulação de água não conhece nada da autarquia, nada de manutenção de rede de água e ainda deixa a desejar em serviços, e o povo pagando a conta aonde vai no mesmo local vários carros da autarquia fazer o mesmo serviço jogando o dinheiro do povo no esgoto já que se trata de samae, e o mesmo almoxarifado, que dizem ser o melhor que tem como foi divulgado na imprensa não tem
Nem lacre , nem vedação de hidrômetros até as estopas estão sendo reguladas kkk e enquanto isso acontece no samae tudo pode até mesmo o ganhador de uma licitação veio no samae esta semana Bater foto porque tinha outra oficina mechendo na máquina retroescavadeira sem licitação mas o chefe agora dos veículos e Gilberto Goedert e Zeca caça nikeo kkk e assim vai o Samae até terça
Herculano
15/09/2017 08:13
A FRAGILIDADE DAS DELAÇÕES SEM PROVAS, por Aloísio de Toledo César, desembargado aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo e ex-secretário de Justiça, no jornal O Estado de S. Paulo

O órgão acusador tem a obrigação legal de fundamentar o inquérito corretamente

O Estado brasileiro vem sofrendo um prejuízo bastante expressivo decorrente de denúncias que são aceitas como válidas e jogadas ao vento pela Procuradoria-Geral da República (PGR), sem que as pessoas envolvidas sejam ouvidas ou tenham oportunidade do exercício de plena defesa.

Essa conduta é extremamente grave porque causa a impressão de que nem sempre há empenho em realizar investigações necessárias para comprovação das denúncias feitas pelos delatores, aceitando-se quase tudo como verdadeiro.

Da forma com que são admitidas algumas dessas delações, é como se o delator entregasse um prato já pronto para o agente do Estado comer. Este, após encher a barriga, satisfeito por ter recebido informações que por si sós poderiam a seu juízo permitir a denúncia, sente-se tentado a admitir como verdadeiro o que foi afirmado, deixando de correr atrás das provas necessárias para a comprovação do delito e permitir uma denúncia séria, digna, honrada.

Muitas das delações que ganham espaço na imprensa têm essa marca, mas o exemplo maior está na denúncia que o procurador-geral Rodrigo Janot formulou com extrema pressa contra o presidente Michel Temer (caso da gravação), aceitando versão de pessoa sem a menor credibilidade, o já encarcerado Joesley Batista.

O passar dos dias e das noites acabou clareando fatos que pareciam encobertos por neblina, mas agora se mostram visíveis. O presidente da República jamais encontrará palavras suficientes para explicar por que, naquela noite, altas horas, recebeu nos porões de sua residência oficial o contumaz criminoso Joesley Batista, que o traiu gravando a conversa. Por esse deslize, Temer pagou e continua pagando caro. Esse episódio de enorme repercussão política, no dizer do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), serviu para demonstrar que Rodrigo Janot foi ingenuamente ludibriado por Joesley Batista. E o País acabou sofrendo enorme turbulência política e econômica, com péssimos efeitos no exterior.

O pior deste quadro é que o criminoso Joesley parece não ter agido sozinho quando gravou a conversa com Michel Temer. Realmente, são fortes os indícios de que ele teve como parceiro um procurador da República da confiança do procurador-geral.

Qualquer procurador de Justiça sabe que o presidente da República, por ter foro privilegiado, só pode ser gravado por decisão do STF, por meio de um de seus ministros. Mas, no caso, pareceu prioritário e mais importante atingir em cheio o político Michel Temer e permitir que Rodrigo Janot entrasse para a história do Brasil como o primeiro a formular uma denúncia contra presidente da República.

Na verdade, porém, a PGR negligenciou e errou feio ao aceitar como válida a delação daquele cidadão e também por considerar suficiente a gravação por ele feita. Era mesmo muito forte a disposição de atingir e desmoralizar o presidente da República, a ponto de Janot permanecer de braços cruzados e nada investigar, abrindo mão de obter provas que comprovassem o conteúdo suspeito da conversa.

A consequência de não correr atrás de provas é que ficou privado de oferecer denúncia juridicamente correta. E acabou agindo contra si próprio, a ponto de hoje estar encurralado pela infeliz e equivocada pressa na sua redação. Tem contra si, inclusive, o fato de o Congresso Nacional haver repelido a denúncia, circunstância suficiente para poluir a glória que ele parecia pretender alcançar.

Importante esclarecer que qualquer denúncia envolvendo um simples cidadão ou o presidente da República merece e exige provas conclusivas, diretas, que permitam ao juiz julgar com segurança. O inquérito não é processo político, e sim judicial, de tal forma que o órgão acusador tem a obrigação legal de fundamentá-lo corretamente, sob o risco de passar vergonha.

Em casos falhos, como o referido, é possível ao juiz julgar por indícios, uma vez que estes estão previstos no Código de Processo Penal brasileiro exatamente no capítulo das provas, mas a decisão judicial que emergir nunca terá a mesma segurança daquela fundada em prova direta ou material.

O pior de Rodrigo Janot não haver investigado o episódio da gravação do presidente da República foi o incomensurável prejuízo sofrido pelo Estado brasileiro, com reflexos ainda presentes na vida política e econômica do País. Talvez por excesso de vaidade, ou pura arrogância, o procurador-geral agiu como se estivesse numa torre de marfim, insusceptível às críticas.

Se antes da denúncia contra Michel Temer Rodrigo Janot tivesse efetivado as investigações necessárias, em vez de agir como se o processo queimasse as suas mãos, seria possível perceber que o denunciante é pessoa que não tem a menor credibilidade ?" inclusive, já está preso.

Fora isso, o procurador-chefe desviou-se do tipo penal adotado. Trata-se de crime de corrupção, que exige para consumar-se o recebimento de vantagem indevida ou promessa de tal vantagem. Não ficou demonstrada, nem de longe, a prova direta e segura da denunciada vantagem recebida por Michel Temer, algo que provavelmente um promotor experimentado com certeza procuraria obter para dar segurança à denúncia. E também permaneceu no escuro a vantagem que o presidente da República teria concedido a Joesley, na suposta troca de favores.

Aquela conversa gravada mostra claramente que Michel Temer cometeu, mesmo, um erro, mas, do ponto de vista da aplicação da lei penal, não parece haver um juízo de certeza sobre o delito imputado ao presidente da República. As frases que ele ouviu e proferiu naquela conversa podem ser condenáveis do ponto de vista moral, pela simples participação, mas, por existir dubiedade no sentido das palavras e falhas na gravação, não seria muito fácil condená-lo.
Herculano
15/09/2017 08:08
CRÍTICAS EM REDES SOCIAIS PODEM LEVAR À DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA, por Mauricio de Figueiredo Corrêa da Viegas, advogado, conselheiro da OAB-DF.

A utilização de redes sociais está cada vez mais incorporada no dia a dia de todo o cidadão, seja no âmbito pessoal ou profissional. Porém, liberdade de expressão tem limites e a utilização dessas novas ferramentas para fazer comentários agressivos ou desabonadores pode gerar consequências financeiras irreversíveis.

Recentes decisões proferidas pela Justiça do Trabalho têm demonstrado que o empregador pode demitir por justa causa o empregado que faz críticas à empresa em redes sociais.

A justa causa é uma medida excepcional, ou seja, a pena máxima aplicada ao empregado, razão pela qual a ocorrência das hipóteses enumeradas no artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) devem estar robustamente provadas.

A disseminação do uso da internet tem provocado uma mudança no comportamento das pessoas e cada vez mais as publicações veiculadas em redes sociais têm sido utilizadas como meio de prova.

Este mês foi publicada no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho (DEJT) a decisão proferida nos autos do E-RR 207400-63.2009.5.02.0203, na qual a SBDI-I do Tribunal Superior do Trabalho (TST) acolheu recurso da empresa que havia dispensado um analista de desenvolvimento que havia feito comentários no site da revista Info Exame.

Na reclamação trabalhista o empregado ponderou que não deu motivo para ser demitido por justa causa. Em depoimento, disse que "fez os comentários, na condição de leitor da revista, porque a empresa havia comunicado por e-mail aos empregados que não iria pagar o aumento do dissídio coletivo, e mesmo assim estava abrindo novas vagas." Além disso, o empregado, que era membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), comentou também que a empresa poderia ser lacrada pela fiscalização.

A SBDI-I, órgão responsável pela uniformização da Jurisprudência Trabalhista, reformou a decisão por divergência com a Súmula n.º 126/TST, tendo em vista que a 2ª Turma havia provido o recurso do empregado para afastar a justa causa. O provimento do recurso na Turma havia sido por maioria, tendo em vista o voto divergente do Ministro Renato de Lacerda Paiva que mantinha a justa causa aplicada.

Tal situação demonstra que quando o empregado vai lançar um comentário em rede social acerca do seu empregador, deve estar ciente das consequências dos seus atos, principalmente quando se leva em conta a capilaridade e rápida propagação dessas mensagens.

Essa decisão demonstra, inclusive, uma mudança de perfil das próprias decisões da Justiça do Trabalho que evoluíram para acompanhar as novidades e consequências dos avanços tecnológicos.

Determinadas Turmas do TST também seguem esse mesmo raciocínio. Neste sentido foi a decisão proferida nos autos do AIRR-1649-53-2012.5.03.0007, que validou a demissão por justa causa de empregada que publicou ofensas no Facebook contra o seu empregador.

Com efeito, postar informações, opiniões e comentários sobre a empresa ou o empregador em redes sociais pode se transformar em uma "arma" contra o próprio empregado, ainda que tais publicações ocorram em perfis ou grupos particulares.
Herculano
15/09/2017 07:07
"ELES PASSARÃO, EU PASSARINHO", ESCREVE FILMAR EM RESPOSTA A JANOT

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto Letícia Casado, da sucursal de Brasília. O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), informou nesta quinta-feira (14) à presidente da corte, Cármen Lúcia, que não se considera suspeito para julgar casos relativos ao empresário Jacob Barata Filho, o "rei do ônibus" no Rio. O pedido de suspeição foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

A manifestação do ministro começa com o "Poeminho do Contra", do poeta Mário Quintana (1906-1994).

"Todos esses que aí estão / Atravancando meu caminho / Eles passarão/ Eu passarinho!"

Gilmar tomou posse no STF em junho de 2002. Nascido em dezembro de 1955, tem 62 anos. A aposentadoria compulsória no tribunal é aos 75 anos ?"ou seja, ele tem outros 13 de atuação na corte.

Janot deixa o cargo no domingo (17). Justamente nesta quinta o procurador-geral esteve pela última vez em uma sessão do tribunal enquanto chefe do Ministério Público Federal.

PADRINHO DE CASAMENTO

Janot foi ao STF para impedir Gilmar de atuar em casos envolvendo o empresário Jacob Barata Filho sob alegação de haver relações pessoais entre eles.

Investigado na operação Ponto Final, que apura esquema de corrupção no Rio, Barata Filho foi preso, mas Gilmar concedeu habeas corpus a ele a outros oito alvos.

O procurador-geral pediu então a suspeição (quando um juiz se considera inapto de atuar em um caso por motivos subjetivos), o impedimento (por razão objetiva e definida por lei, como grau de parentesco entre o juiz e o investigado) e a nulidade das decisões de Gilmar em casos da operação.

Segundo Janot, Gilmar e sua mulher, a advogada Guiomar Mendes, possuem laços estreitos com a família de Barata Filho, como, por exemplo, teriam sido padrinhos de casamento da filha do empresário, Beatriz Barata, em 2013. A PGR também afirma que o escritório em que Guiomar trabalha defendeu interesses dos investigados na operação.

Gilmar nega ter sido padrinho do casamento e afirma que apenas acompanhou sua mulher na cerimônia ?"o noivo, Francisco Feitosa Filho, é sobrinho dela.

Agora, caberá à ministra Cármen Lúcia decidir se leva o pedido ao plenário, para que todos os ministros discutam e, eventualmente, impeçam o colega. Ela também pode se convencer dos argumentos de Gilmar Mendes e rejeitar ou simplesmente não conhecer o pedido. Não há prazo para a ministra decidir.

Nos bastidores, ministros ouvidos pela Folha avaliam que são pequenas as chances de prosperar o pedido.

ARGUMENTOS

Na manifestação, Gilmar afirma que foi sorteado por acaso como relator do habeas corpus.

Ele destaca que o colega Luiz Fux deu-se por impedido de analisar um caso de outra operação, a Calicute, e que, em novo sorteio, ele foi escolhido.

Quando a Calicute foi deflagrada, a presidente do Supremo decidiu que havia conexão entre os casos e determinou que ficassem sob a mesma relatoria, diz o ministro.

Gilmar afirma que já decidiu em outros pedidos, mas que a PGR só pediu seu impedimento naqueles em que ele concedeu o HC.

"A utilização de factoides para manchar reputações é uma infeliz prática em nosso processo judicial", escreveu o ministro.

Em documento de 28 páginas, o ministro afirma que o pedido é improcedente e sem base legal.
Herculano
15/09/2017 07:04
NOTA FORA DO TOM, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

É um acinte que o País esteja sujeito a novas surpresas e a novas versões, agora não da parte de bandidos, mas da própria Procuradoria-Geral da República

Em vez de esclarecer cabalmente o que ocorreu nas tratativas do acordo de delação premiada com integrantes da JBS, a Procuradoria-Geral da República (PGR) preferiu o caminho fácil de desmerecer os pertinentes questionamentos sobre possível atuação de procuradores da República fora dos trâmites legais. Depois que veio a público relatório da Polícia Federal sobre o caso, a PGR emitiu uma nota que, longe do natural tom de defensora da ordem jurídica, mais se assemelha às habituais respostas de pessoas investigadas em crime de corrupção, interessadas tão somente em não prestar contas à Justiça. O Ministério Público disse apenas que se tratava de "conversas de terceiros fazendo suposições".

As mensagens encontradas pela Polícia Federal no celular de Wesley Batista, preso na quarta-feira passada, são, no entanto, muito mais que simples suposições, e reforçam a necessidade de uma pronta investigação sobre o que de fato ocorreu. Há fortes indícios de que pessoas do gabinete do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tinham conhecimento de que o ex-procurador Marcelo Miller atuava de "forma indireta" nas tratativas que resultaram no acordo de colaboração premiada firmado por executivos da JBS.

Há, por exemplo, uma mensagem de 5 de abril, dia em que foi publicada no Diário Oficial da União a exoneração de Marcelo Miller do Ministério Público Federal (MPF), sobre a viagem que ele faria no dia seguinte para tratar do acordo de leniência da JBS nos Estados Unidos. Na mensagem, uma das advogadas do grupo manifesta surpresa por, naquele dia, o chefe de gabinete de Janot, Eduardo Pelella, já saber que Miller atuaria para a JBS no exterior.

Segundo o relatório da Polícia Federal, "tais mensagens revelam que membros da Procuradoria-Geral da República tinham ciência de que Marcelo Miller estava atuando de forma indireta nas negociações da delação premiada no dia seguinte à sua saída efetiva do órgão".

Diante desse material, não cabe à PGR simplesmente negar o ilícito, sem investigar. "Os integrantes da equipe do procurador-geral da República só foram informados da participação do ex-procurador da República Marcelo Miller nas negociações sobre o acordo de leniência depois de sua exoneração, quando este participou de reunião com esta finalidade no dia 11 de abril", disse a PGR.

Ao dar por certo que nada de errado ocorreu, a PGR mais parece preocupada em assegurar sua boa reputação do que em colaborar para o cabal esclarecimento dos fatos. Tal reação, além de corporativista, indica uma falta de transparência justamente num órgão que devia, por força de sua missão constitucional, ser exemplo de lisura e de abertura. Diante dos amplos poderes que a Constituição de 1988 lhe atribuiu, que em geral são interpretados de forma um tanto extensiva, é imprescindível que o Ministério Público não transija com malfeitos.

O que se viu no caso de Marcelo Miller não inspira muita confiança. Vinham de longa data as suspeitas de uma atuação fora da lei do ex-procurador quando ele ainda estava na PGR. Mas Rodrigo Janot, até 4 de setembro, dizia que não havia motivos para duvidar da lisura das tratativas do acordo de delação da JBS. Depois, no dia 4, o procurador-geral da República admitiu a ocorrência de "fatos gravíssimos" envolvendo Miller. Agindo assim, a PGR assemelha-se uma vez mais aos investigados em casos de corrupção. Num primeiro momento, negam tudo. Depois, diante do surgimento de novas evidências, admitem um pouco mais. Não condiz com a PGR esse tipo de postura, calibrando versões.

As últimas revelações do imbróglio da delação da JBS são graves não apenas por sugerirem uma atuação ilegal de outros integrantes da PGR, além de Marcelo Miller. Elas indicam que talvez a declaração de Rodrigo Janot no dia 4 de setembro, sobre o áudio com a conversa entre Joesley Batista e Ricardo Saud, não seja fiel expressão da verdade. Cada vez há mais fumaça de que o pessoal da PGR já sabia, muito antes de 31 de agosto, quando receberam o tal áudio, que as coisas não eram tão limpas como o Ministério Público insistia em dizer. É um acinte que o País esteja sujeito a novas surpresas e a novas versões, agora não da parte de bandidos, mas da própria PGR.
Herculano
15/09/2017 07:02
EXPLOSÃO EM METRô DE LONDRES DEIXA FERIDOS;POLÍCIA TRATA O INCIDENTE COMO TERRORISMO

Conteúdo das agências internacionais. Texto do G1.
Várias pessoas ficaram feridas em uma explosão em um metrô na estação de Parsons Green, em Londres, na manhã nesta sexta-feira (15). A estação fica na District line, que leva ao bairro de Wimbledon, onde é realizado o torneio de tênis mais importante do mundo. A polícia trata o incidente como terrorismo.

Não há ainda informações sobre as circunstâncias da explosão nem o número exato de feridos. Um repórter do jornal "Metro", de Londres, disse ter visto pessoas com queimaduras no rosto, de acordo com o "The Guardian". Equipes de resgate foram mobilizadas para prestar atendimento às vítimas.

Natasha Wills, assistente do diretor de operações das ambulâncias disse que a prioridade é avaliar a gravidade e a natureza dos ferimentos. "Mais informações seguirão quando o tivermos", afirmou.
"Estamos atendendo a um incidente em Parsons Green. A estação foi fechada", informou a Polícia de Transportes de Londres. Várias ruas no entorno da estação foram fechadas. Cães farejadores também foram levados ao local.

A estação foi fechada e a linha District Line, a qual Parsons Green pertence, foi suspensa. A Transport for London (TfL), que opera o Metro da capital britânica, informou que investiga o incidente e pediu aos usuários do metrô que evitem o local e busquem outras alternativas de transporte.

O incidente provocou pânico em usuários do metrô. Houve correria e muitos correram para fora da estação.
Herculano
15/09/2017 06:45
AMPLITUDE DA ACUSAÇÃO DESAFIA DEFESA DE TEMER, por Eloisa Machado e Rubens Glezer, professores e coordenadores do Supremo em Pauta FGV Direito SP, especialmente para o jornal Folha de S. Paulo

Em uma detalhada narrativa de 245 páginas, Janot denuncia Michel Temer, Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima, Moreira Franco, Henrique Eduardo Alves, Eduardo Cunha e Rocha Loures pela prática de crime de organização criminosa transnacional.

Segundo a denúncia, Temer e seus aliados ocupavam postos políticos e negociavam apoio em troca do poder de indicação de nomes para cargos estratégicos em empresas e ministérios.

Se isso não é algo ilícito por si só, o mesmo não se pode dizer do proveito que a organização criminosa tirava da situação. A presença na Petrobras, em Furnas, no Ministério da Integração Nacional, no Ministério da Agricultura, na Caixa Econômica Federal e até na própria Câmara era um meio para o esquema de arrecadação de propinas.

A história é conhecida: empresas que queriam ser contratadas ou ter uma lei em seu benefício repassavam propina a Temer e seus aliados.

O papel dado a Michel Temer na organização criminosa é central; "dava a necessária estabilidade e segurança ao aparato criminoso, figurando ao mesmo tempo como cúpula e alicerce da organização", nas palavras de Janot.

Para corroborar essa narrativa de um longo e vasto esquema criminoso, a denúncia aponta uma série de provas que, ao menos nessa etapa, apontam indícios de materialidade e de autoria dos crimes.

São depoimentos, termos de colaboração premiada, áudios; interceptações telefônicas; mensagens de texto; tudo de famosos personagens do enredo da Lava Jato, como Sérgio Machado, Delcídio do Amaral, Marcelo Odebrecht e Nestor Cerveró. Mas é Lúcio Funaro quem traz os elementos de conexão de vários casos até Temer.

Essa amplitude de indícios impõe um desafio à defesa de Temer, que pediu ao STF a suspensão da denúncia -antes de seu envio à Câmara dos Deputados- até que se resolva sobre a validade das provas na delação de Joesley Batista. Mas essas provas sustentam apenas a denúncia por obstrução à Justiça. Todo o resto segue sem questionamentos.

A denúncia deverá ser remetida em breve para a Câmara dos Deputados e novamente será encaminhada a uma comissão para elaborar um parecer, possivelmente repetindo as negociações do governo para trocas e substituições de membros, na tentativa de obter uma manifestação de rejeição à sua tramitação. O país terá, então, a oportunidade de assistir mais uma vez às votações no plenário da Câmara.

Mas tudo indica que isso se dará em um contexto razoavelmente distinto da votação sobre a primeira denúncia.

Naquela ocasião, se denunciava um episódio de corrupção pontual de aproximadamente R$ 500 mil, enquanto agora se denuncia Temer por ser um dos protagonistas de um esquema criminoso desde 2002, intensificado em 2007 e comandado por ele a partir de 2016, sob a acusação de receber mais de R$ 500 milhões -mil vezes o valor da primeira denúncia-, agravada pelo fato de tentar a obstruir a investigação desses crimes durante o mandato presidencial. A gravidade pública dos fatos é muito maior.

Nesse contexto não será fácil para o governo angariar o apoio de deputados que têm um encontro marcado com o eleitorado em 2018. Mesmo com uma eventual rejeição de mais essa denúncia, é difícil imaginar que o Planalto e o Congresso consigam fazer algo que não apenas trabalhar para sua própria sobrevivência.

A Operação Lava Jato deve prosseguir para os diversos deputados, senadores e ministros já apontados como partícipes no esquema criminoso, dentre os quais os aliados de Temer, isolando-o. Isso sem dizer que o próprio Michel Temer pode vir a ser alvo de mais uma denúncia em inquérito recém autorizado pelo Supremo Tribunal Federal sobre a venda do decreto dos portos e propinas da Rodrimar.

Já não estamos mais estupefatos com o ineditismo de uma primeira denúncia contra um presidente em exercício; afinal, já estamos acompanhando o oferecimento de uma segunda denúncia e, muito provavelmente, de uma terceira.

Inédito, até mesmo incrível, será ter um presidente da República absolutamente impopular e exposto em um enorme esquema de vandalismo político, sendo capaz de resistir.
Herculano
15/09/2017 06:41
DENÚNCIA DE JANOT É Só OBSESSÃO DOENTIA CONTRA TEMER; VEJA ATÉ ONDE VAI O RIDÍCULO

Tenho uma amiga querida, lida como poucas, jornalista de primeiro time (mas não especialmente afeita à área política), que tem uma reposta deliciosa quando alguém lhe pergunta se leu coisas como "a nova denúncia de Rodrigo Janot contra Temer. Diz ela: "Não li ainda nem "Guerra e Paz", de Tolstoi. Por que eu perderia tempo com essa porcaria?" Bem, eu duvido um pouco de que não tenha lido. Pessoas inteligentes gostam, às vezes, mais de frases do que da verdade, especialmente quando a graça, a "boutade', a mentirinha, é irrelevante. E não que a leitura do dito cujo deva ser um divisor de águas na humanidade. Nenhum livro merece tanto.

Bem, não vou aqui provar que sou do tipo que já leu "Guerra e Paz" - sim, eu li. Mas sou do tipo que lê denúncias. As opiniões que possa ter sobre Tolstoi são irrelevantes. Mas não o que penso sobre essas peças acusatórias, uma vez que opino sobre o assunto e ajudo a formar opinião. Sim, eu acabo de ler a nova peça de ficção feita por Janot, que tem como principal alvo, é claro!, o presidente Michel Temer, mas atinge também parte considerável da cúpula do PMDB. O procurador-geral, um oportunista grosseiro vivendo o seu ocaso, suspendeu a pornográfica imunidade garantida a Joesley Batista e a Ricardo Saud para metê-los entre os denunciados. É assim que o flecheiro amador pretende evidenciar ser um homem sério.

Janot me obrigou a ler a estrovenga. Afinal, sou jornalista. A profissão me impõe. É uma crueldade ter de viver este tempo sombrio, assombrado, se me permitem o jogo de palavras, por figuras sinistras como o ainda titular da PGR.

Segundo o homem que comandou a procuradoria no tempo em que esta se transformou num palco de manobras golpistas, o presidente da República praticou obstrução da investigação - teria autorizado a compra do silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro - e integra, em posição de comando, uma organização criminosa (no caso, entenda-se, é o PMDB), que teria amealhado, ao longo dos anos, em propinas, a imodesta quantia de R$ 587 milhões. À Petrobras, tal grupo teria provocado um prejuízo de R$ 29 bilhões - copia-se aqui um número estimado pelo TCU, mas que diria respeito ao conjunto das ações cartelizadas havidas na estatal. Leia a denúncia. Tais somas são puro exercício de solipsismo aritmético.

Além de Temer e da dupla da JBS, são ainda acusados de crimes vários Geddel Viera Lima, Henrique Eduardo Alves, Eduardo Cunha e Rodrigo Rocha Loures (PR). Também estão na lista os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). Além da Petrobras, há outros entes públicos que seriam fontes de pagamento de propina: CEF, Furnas, Câmara e Ministério da Integração. Ah, sim: Janot pede que o grupo ressarça os cofres público pelo valor mínimo dos R$ 587 milhões que teriam sido recebidos em propina.

Eu não tenho como lhes propor outra coisa que não seja ler a estrovenga. Boa parte das narrativas que colocam Temer no centro da tal "organização" diz respeito a eventos, reais ou supostos, anteriores a seu mandato como presidente. Logo, não poderiam ser listados numa denúncia ainda que verdadeiros fossem. E verdadeiros não são!

E como é que posso apontar isso? Leiam. Tentem achar uma única imputação objetiva. Não existe. Tudo se resume à fala de delatores. E as evidências de que Temer chefiaria a tal "organização criminosa do PMDB" se estariam nos cargos que ele teria negociado com o governo. Janot vai fundo e lista eventos até da gestão FHC. O método de argumentação segue esta lógica:

a: Temer influenciou na nomeação de Fulano;
b: Fulano foi acusado por Beltrano de ter desviado "x" milhões;
c: logo, Temer ou é responsável pelo desvio ou é sócio da propina.

Acreditem: jamais se produziu estupidez dessa dimensão da PGR e, se querem saber, em qualquer outro lugar.

A leitura da estrovenga produzida por Janot chega a dar engulhos. Caso tenham interesse, vejam a evidência apresentada por ele do mecanismo do pagamento de propina que supostamente teria vigorado em Furnas (entre as páginas 84 e 95).

A síntese é esta:
a; em agosto 2007, o PMDB emplacou o nome de Luiz Paulo Conde para a presidência da estatal;
b: nota: Janot não consegue nem acertar o nome de Conde, chamado de "Conte" por sete vezes em sua peça patética (págs. 15, 16, 84, 85 (três vezes) e 102; há apenas duas menções corretas;
c: com a chegada de Conde ao comando de Furnas, aumentaram as doações ao PMDB de empresas que trabalhavam para a estatal;
d: o indecoroso escreve o seguinte:
"Durante o período em que Luiz Paulo Fernández Conde ocupou a presidência de Furnas Centrais Elétricas S.A (15/08/2007 a 03/10/2008), a empresa administrou mais de R$ 7 bilhões por intermédios (sic) do contratos firmados. Das empresas contratadas por Furnas, 14 (catorze) efetuaram doações a candidatos, comitês e diretórios do PMDB nas eleições de 2010, no montante de R$ 14.627.744,87."

Alguma evidência apresentada de que se trata de propina? Claro que não! Desde quando Janot é obrigado a provar o que diz? E esse dinheiro, meus caros, seria parte daquela montanha que o PMDB teria recebido em propina. Entenderam como funciona a cabeça de Janot? Entenderam como ele faz as suas denúncias?

A estupidez é própria de uma mentalidade messiânica, estúpida, que admitiu, nesta quinta, que tomou para si a tarefa divina de limpar o processo político. Nem que, para tanto, tudo indica, tenha de praticar as irresponsabilidades que se leem. Há muito ainda a dizer sobre essa denúncia absurda. E nós o diremos. Não me resta, no entanto, outra recomendação ao fim deste post que não esta: leiam as barbaridades que lá vão e tentem encontrar um único elemento que se pareça com prova, que não tenha nascido da boca de algum delator vigarista, em busca de tirar sua cara da reta em prejuízo da alheia, ou da mente perturbada do procurador-geral.

Certamente Janot levou o MPF a seu pior momento.

Há quem diga que a única chance que ele tem de se livrar da cadeia é bater muito forte no governo Temer para que, qualquer eventual reação legal a seus desmandos e desvarios seja considerado uma retaliação. Só isso garantiria a sua liberdade, sob o risco que está de ser acusado por Marcelo Miller de ser o mentor de uma conspiração.
Herculano
15/09/2017 06:25
EM FÉRIAS, JANOT NÃO VERÁ O FUNERAL DA DENÚNCIA, por Josias de Souza

A três dias de deixar o posto de procurador-geral da República, Rodrigo Janot festeja nesta sexta-feira seu aniversário de 61 anos. A segunda denúncia contra Michel Temer e a "organização criminosa do PMDB" foi, por assim dizer, um presente que Janot se autocencedeu, para marcar o encerramento de sua gestão.

Embora cheia de vida, a denúncia está jurada de morte. Janot não deve testemunhar o funeral. Na segunda-feira, dia da posse da sucessora Raquel Dodge, o algoz de Temer voará para o exterior, em férias. Não esperará nem pela sessão em que o STF discutirá, na quarta-feira, o curto-circuito da delação da JBS. E não deve retornar ao país antes da votação em que a Câmara lançará evidências vivas na cova.
Herculano
15/09/2017 06:24
O INEGÁVEL, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Michel Temer já levou tantas flechadas que está parecendo são Sebastião. Além de ele próprio ter estrelado um diálogo comprometedor com Joesley Batista, o presidente viu a metade do seu núcleo de colaboradores principais ser arrastada para trás das grades. Um deles, Geddel Vieira Lima, foi apanhado com R$ 51 milhões em dinheiro vivo escondidos num apartamento. A outra metade segue livre mais por ter foro privilegiado do que por poder exibir atestado de bons antecedentes.

A proximidade entre Temer e uma série de esquemas de corrupção narrados em inquéritos e denúncias é tamanha que torna-se inevitável a conclusão de que ou ele participou das maracutaias, ou as tolerou, ou não foi capaz de perceber o que se passava debaixo de seu nariz. Qualquer das três hipóteses deveria bastar para que ele, de moto próprio e sem depender de trâmites judiciais, se afastasse da Presidência da República. O líder peemedebista continua, porém, protestando inocência e denunciando supostos complôs para desacreditá-lo.

Por que seres humanos em geral e políticos em particular são tão teimosos? Não haveria mais dignidade em reconhecer a derrota e permitir ao país seguir adiante?

Desconfio que a obstinação com que nos agarramos a narrativas convenientes mesmo que pouco convincentes decorre de uma perversa combinação da autoestima com o autoengano. Já que é extremamente doloroso ver abalada a imagem positiva que tentamos cultivar de nós mesmos, recorremos a racionalizações que, se não bastam para apagar as culpas, ao menos as relativizam. E assim tentamos nos convencer de que existiam, no nosso caso, motivações justas e circunstâncias atenuantes.

É um processo que pode até funcionar para quem o vive na própria pele e avança passo a passo. Mas, para quem olha de fora, fica parecendo só uma tentativa, às vezes até patética, de negar o inegável.
Herculano
15/09/2017 06:21
ANTôNIO PALOCCI: EU VI LULA DOMINADO PELO PODER"

Conteúdo de O Antagonista. Antonio Palocci destruiu Lula na semana passada.

Mas foi apenas um petisco do que está disposto a delatar.

Em um de seus anexos, obtido pela Veja, ele disse que se "assustou" com a gana de Lula para arrecadar propinas na Sete Brasil.

E comentou:

"Eu vi Lula dominado pelo poder".
Herculano
15/09/2017 06:18
TODAS AS MALAS DO PRESIDENTE, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

A segunda denúncia contra Michel Temer é mais forte e mais abrangente do que a primeira, engavetada pela Câmara no mês passado. Desta vez, o presidente é acusado de chefiar uma organização criminosa que roubou os cofres públicos durante mais de uma década.

Na flechada inicial, a Procuradoria afirmou que Temer seria o destinatário de R$ 500 mil entregues a um assessor. A quantia parece gorjeta diante dos valores citados na nova acusação submetida ao Supremo.

De acordo com a Lava Jato, o "quadrilhão" do PMDB da Câmara embolsou mais de meio bilhão de reais em propinas. Em valores exatos: R$ 587.101.098,48. Isso encheria quase 1.200 malas iguais à que foi filmada com Rodrigo Rocha Loures.

A bolada teria sido dividida entre Temer e seis aliados. Quatro já foram presos: Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves e o próprio Loures. Outros dois estão no Planalto: os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha.

A nova denúncia reúne mais provas do que a anterior. Entre elas, recibos de depósitos no exterior e planilhas do Drousys, o sistema secreto que registrava o repasse de propinas da Odebrecht. A peça é reforçada pela delação de Lúcio Funaro, o doleiro que entregou um "pacote" ao melhor amigo do presidente.

O Planalto já se arma para a nova batalha na Câmara. À primeira vista, o cenário parece indicar outra vitória do governo. Temer conseguiu enterrar a denúncia por corrupção passiva com 263 votos, quase uma centena a mais que os 172 necessários.

Contam a seu favor o silêncio das ruas, o apoio do empresariado e o desejo de "estancar a sangria" causada pela Lava Jato, que une políticos de todos os grandes partidos.

No entanto, alguns fatores podem abrir caminho para uma zebra. Entre eles, a ameaça de uma delação de Geddel e o clima de insatisfação na bancada governista. Os homens do presidente estão indo em cana, mas a demanda por malas só aumenta
Herculano
15/09/2017 06:15
AGÊNCIA LUPA: LULA, MORO E O SEGUNDO DEPOIMENTO

Ex-presidente e juiz federal usaram informações equivocadas durante audiência judicial de duas horas na última quarta (13).


Não respondi nada. Não falei nada [sobre o depoimento do Palocci]. - Luiz Inácio Lula da Silva

FALSO Preso desde setembro de 2016, Antonio Palocci disse à Justiça Federal que Lula recebeu o terreno do instituto que leva seu nome como forma de disfarçar propina. Seria parte de um "pacto de sangue" com a Odebrecht para levar R$ 300 milhões ao PT. Lula reagiu à fala de Palocci no mesmo dia. O perfil oficial do ex-presidente no Facebook publicou um texto classificando o depoimento como "contraditório" e algo que "carece de provas". O mesmo texto foi republicado no dia seguinte no portal do Instituto Lula. Entre o depoimento de Palocci e o de Lula, as redes sociais do ex-presidente também compartilharam dois vídeos feitos pela defesa. Neles, são feitas críticas ao depoimento do ex-ministro petista. Procurado, o ex-presidente respondeu por nota que, embora a postagem tenha sido feita em seu perfil oficial, foi "um pronunciamento da assessoria" e "não foi uma fala dele".

Esse é um processo que envolve essa acusação específica, não tem nada a ver com Brasília, imprensa. - Sergio Moro

FALSO A denúncia feita pelo Ministério Público Federal tem 188 páginas. O documento contém referência a pelo menos 10 reportagens publicadas nos últimos anos. Os procuradores citam diversos trabalhos que mencionam a aparente intenção de Lula de construir uma sede para seu instituto em São Paulo ainda durante seu último ano de mandato presidencial. Na denúncia estão elencados, por exemplo, uma coluna da jornalista Monica Bergamo, na Folha de S. Paulo e uma reportagem da
"IstoÉ Dinheiro", que relatava a participação do pecuarista José Carlos Bumlai na compra do terreno. Ainda há citações a notícias dos portais UOL e IG. Procurado, o juiz Sergio Moro não retornou.

Sou motivo de uma outra ação por causa de medida provisória aprovada por unanimidade no Congresso. - Luiz Inácio Lula da Silva

VERDADEIRO Lula foi denunciado por corrupção passiva na Operação Zelotes. Ele, o ex-ministro Gilberto Carvalho e outras seis pessoas foram acusados pelo MPF de produzir medida provisória que favoreceria, sobretudo, o setor automotivo do Nordeste e Centro-Oeste. A acusação diz que lobistas teriam oferecido R$ 6 milhões em propinas para o ex-presidente e intermediários. A MP foi aprovada por unanimidade no Senado, em 25 de março de 2010, e na Câmara, em 16 de dezembro de
2009.

Nunca nenhum empresário deste país discutiu finanças comigo. - Luiz Inácio Lula da Silva

CONTRADIT?"RIO Em 2010, pouco antes de deixar a Presidência, Lula fez um balanço público sobre a participação de empresários em seu governo. Disse que eles nunca tinham ganhado tanto dinheiro e destacou: "Quando teve a crise econômica, não foi apenas a sabedoria do ministro Guido Mantega, a sabedoria do Meirelles, a sabedoria do presidente Lula, não. Nós tínhamos um comitê de crise, e os empresários participaram conosco para decidir as coisas que a gente ia fazer". Durante sua gestão, Lula participou de diversos eventos com empresários. Procurado, o ex-presidente afirmou, em nota, que "é completamente diferente discussões públicas sobre políticas públicas da resposta do presidente (no depoimento), que se refere às finanças das empresas em si".

Eu não fiz denúncia nenhuma [contra Lula]. - Sergio Moro

VERDADEIRO As denúncias apresentadas contra o ex-presidente Lula partiram do MPF -não do juiz federal. Segundo as leis brasileiras, a polícia é responsável por abrir um inquérito e investigar a existência de crimes. O MP também promove investigações próprias ou em parceria com a PF e é o responsável por oferecer as denúncias ao Judiciário. Quando o juiz aceita a denúncia, o investigado vira réu e passa a se defender no tribunal. No fim do processo, é o juiz quem decide a condenação e emite uma sentença.

Tirei o Palocci do meu governo em março de 2006 porque saiu na imprensa que ele frequentava uma casa, e ele não soube explicar. - Luiz Inácio Lula da Silva

VERDADEIRO Segundo o Ministério da Fazenda, Palocci pediu para se afastar do governo Lula no dia 27 de março de 2006. Na época, havia a CPI dos Bingos, e o então ministro era acusado de se encontrar com lobistas em uma mansão em Brasília. A testemunha da CPI era o caseiro do local, Francenildo Costa. No dia seguinte a ele falar à CPI, seu sigilo bancário foi quebrado. O MPF apontou o envolvimento de Palocci nessa divulgação ilegal. Depois, o Supremo arquivou o processo contra
o petista.

Depois de sair do meu governo o Palocci foi deputado e ficou até 2010. - Luiz Inácio Lula da Silva

VERDADEIRO, MAS Palocci foi eleito deputado depois de deixar o cargo de ministro do governo Lula. Ele tomou posse em 1 de fevereiro de 2007. Mas o petista já havia sido deputado federal antes. Sua primeira posse começou em 1 de fevereiro de 1999. Em 2000, ele renunciou para assumir a Prefeitura de Ribeirão Preto (SP)
Herculano
15/09/2017 06:11
SEM ACORDO DE DELAÇÃO, JOESLEY PODE SER ALVO DE INVESTIGAÇÃO NO EXTERIOR

Conteúdo da Coluna do Estadão (Andreza Matais e Marcelo Moraes), no jornal O Estado de S. Paulo

Caso o Supremo aceite a proposta do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de rescindir o acordo de delação premiada da JBS, abrirá brechas para que os irmãos Joesley e Wesley Batista sejam processados e condenados também fora do País. Entre os benefícios que haviam recebido, estava o de que as provas apresentadas por eles só seriam compartilhadas com autoridades estrangeiras se elas aceitassem os termos do acordo firmado no Brasil, que garantia perdão judicial aos empresários. Regra que cai se os termos da delação forem revistos.

Reviravolta.
Advogados que conhecem Joesley e Wesley Batista apostam que se a delação for rescindida haverá sim prejuízo para as provas produzidas.

Pegadinha.
Uma vez que não precisarão mais se incriminar em troca de benefícios, eles podem dizer que os fatos narrados na delação eram invencionice.

Nem vem?
O líder do PSDB na Câmara, Ricardo Trípoli (SP), avisa que o governo nem deve perder tempo pedindo que ele substitua integrantes da CCJ e coloque deputados favoráveis a Temer. "Não vou mudar ninguém", diz.

Que não tem.
Na votação anterior, os tucanos apoiaram a denúncia contra Temer na CCJ por 5 a 2.

Já era.
Antes de receber a visita da PF, ontem, o ministro Blairo Maggi era cotado no PP para disputar o Planalto em 2018.

Sinal vermelho.
Acionistas da Amaggi buscam uma forma de não contaminar os negócios com as denúncias que o envolvem Blairo Maggi, que nega acusações.

Cara nova.
Empresas familiares atingidas pela Lava Jato tem sido aconselhadas a trocar de nome, tirando referência aos sobrenome de seus donos.

É aqui.
Quando a PF chegou na Câmara, ontem, assessores de Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel, correram para recebê-la.

Fica pra próxima.
O susto só passou quando os agentes foram para o lado oposto do corredor. O gabinete do deputado baiano fica no mesmo andar do ocupado por Ezequiel Fonseca, vasculhado ontem.

Sangue quente.
Antes de xingar o ministro Antonio Imbassahy em público anteontem, o vice-presidente da Câmara, Fabinho Ramalho (PMDB-MG) havia invadido reunião tocada pelo ministro Moreira Franco com investidores chineses.

Sem travas.
Os gritos do deputado assustaram os chineses interessados nas concessões do setor elétrico.

Fui.
O vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis, deve deixar o PMDB. Busca distância da crise que Geddel Vieira Lima, preso por guardar em casa R$ 51 milhões.
Herculano
15/09/2017 06:04
VIVEMOS OS ÚLTIMOS DIAS DE JANOT, O CADÁVER ADIADO, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Rodrigo Janot é hoje um "cadáver adiado que procria". Quando eu voltar a publicar neste espaço, no dia 22, ele já será um ex-procurador-geral. Estará, então, ainda que em férias, aboletado em algum órgão público, provavelmente o STJ - que o homem tentou fazer seu refém -, para conservar o foro especial, que seus soldadecos com cérebro de chumbo chamam "privilegiado". Vai que um juiz de primeira instância mais espevitado resolvesse mandar o doutor para a cadeia. Está morto, sim, mas renderá frutos perversos por muito tempo.

Ao se despedir do Conselho Nacional do Ministério Público, no dia 5, o doutor evidenciou ser capaz de ir além das flechas de bambu nas metáforas da autolisonja. Comparou-se a Dom Duarte, um dos reis portugueses (1433-1438) homenageados por Fernando Pessoa no livro "Mensagem". E citou: "Cumpri contra o Destino o meu dever. / Inutilmente? Não, porque o cumpri." Sei lá se colheu a coisa nesses apanhados de frases pós-Google. Uma coisa é certa: ignora o papel desempenhado pelo soberano de tão curto reinado. E não! Janot, definitivamente, não veio de D. Filipa de Lencastre, a "Princesa do Santo Graal", cujo seio "só gênios concebia".

"Cadáver adiado que procria"? É outro verso de "Mensagem", de um poema em homenagem a Dom Sebastião. Emprega-se aqui, sabe o leitor pessoano, o verso com uma ligeira torção de sentido. Mas está na medida para o ainda procurador-geral. O processo de desinstitucionalização a que ele conduziu o país, em parceria com setores do STF, vai nos custar caro por alguns anos. Poderíamos, nesse tempo, cumprindo as regras do estado de direito, ter conduzido reformas essenciais, inclusive contra a roubalheira e impunidade, que estão longe de ser os únicos problemas graves do país. Em vez disso, o que se tem é a proliferação de atos atrabiliários tendentes a produzir ainda mais desordem.

Todos sabemos que virá à luz, saído literalmente de porões, conteúdo de gravações quem vão degradar um pouco mais as instituições de uma país que, apesar de tudo, insiste em crescer... O Brasil que produz é hoje refém de celerados com concepções muito pessoais do que seja justiça, que não encontram respaldo na lei. A esquerda xucra escoiceia a direita. A direita xucra escoiceia a esquerda. Ambas se unem contra os fundamentos da democracia liberal. Ao chegar ao poder, em 2003, o PT percebeu que poderia avançar muito na captura do Estado e da sociedade. Em vez de fortalecer instituições, resolveu aparelhá-las. Janot, meus caros, é o fruto mais nefasto desse monstrengo, que hoje não poupa nem seus criadores. Querem ver?

Lula voltou a Curitiba nesta quarta. Respondeu a perguntas de Sérgio Moro e de Isabel Groba Vieira, "doutora, senhora, douta procuradora, Rainha dos Raios". E, em tempos de "Game of Thrones", também "Mãe de Dragões, Rainha de Mereen e Rainha dos Ândalos e dos Primeiros Homens". O petista a chamou de "querida", mero vício de linguagem, e ela se zangou. Também dava suspiros de impaciência quando o depoente não dava a "resposta certa". Por duas vezes, ela se espantou que o réu não se auto-incriminasse e não exibisse provas negativas a atestar sua inocência. Presente, Moro, como se saído do seio de Dona Filipa de Lencastre, garantia o cala-boca da defesa.

Segundo a denúncia do MPF, oito contratos da Odebrecht com a Petrobras geraram a propina que Lula teria recebido na forma de um terreno e de um apartamento. Doutora Groba, Rainha dos Ventos e dos Mares, não fez uma miserável pergunta sobre os contratos. Dom Moro também não. A denúncia é uma. As razões para condenar serão outras. Como no caso do tríplex. Na grande imprensa, só este "direitista liberal" se ocupou da questão. É que os esquerdistas estão muito ocupados tentando derrubar Temer, com a ajuda de Janot, o cadáver adiado que procria. E os direitistas sabem que Lula já nasceu com a língua presa e depois perdeu um dedo ou por desídia ou por cálculo.

Ainda não é o fundo do poço, vocês verão. Quando chegarmos a ele, será a boa notícia.
Herculano
15/09/2017 06:02
'QUADRILHÃO' AFANOU R$ 587 MILHõES, ACUSA PGR, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros.

De acordo com a denúncia apresentada ontem pela Procuradoria-Geral da República, a estimativa do total de propina levada pelos integrantes do "quadrilhão do PMDB" chega a R$ 587.101.098,48. O esquema envolve fraudes em contratos nas empresas federais Petrobras, Furnas e Caixa também nos ministérios da Agricultura e Integração Nacional, além da Secretaria da Aviação Civil e Câmara dos Deputados.

EXEMPLO PRÁTICO
Só da Petrobras em 2011, por exemplo, a PGR estima que o PMDB da Câmara repartiu US$ 11,55 milhões em apenas um contrato.

EXECUTIVO
São acusados pela PGR o presidente Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco e ex-ministros que foram deputados.

PMDB DA CÂMARA
Os ex-deputados Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Rocha Loures, Henrique Eduardo Alves são réus no "quadrilhão do PMDB".

NÚCLEO POLÍTICO
Para Janot, o "núcleo político" da suposta organização criminosa era composto por Temer, Padilha, Moreira Franco, Rocha Loures e Cunha.

LULA ATACA, MAS PALOCCI FOI SEU HOMEM DE CONFIANÇA
Antônio Palocci, de quem Lula fala mal pelas malfeitorias reveladas, foi seu homem de confiança na campanha presidencial de 2002, que coordenou. Não fosse Lula, Palocci jamais voltaria à cena política, após o caseiro Francenildo derrubá-lo do Ministério da Fazenda. Em 2010, Lula impôs Palocci e o marqueteiro João Santana à campanha da Dilma, que os detestava. Com respaldo de Lula, Palocci atropelou Fernando Pimentel, antigo aliado de Dilma, hoje governador de Minas.

O GRANDE IRMÃO
O objetivo de Lula, impondo Palocci, era manter controle total sobre a campanha de Dilma, em 2010. Inclusive na arrecadação de dinheiro.

COMPENSAÇÃO
Para contrabalançar o avanço de Lula, Dilma chamou José Eduardo Cardozo (odiado por ele) para dividir o comando da campanha.

RÉDEA CURTA
Dilma eleita, Lula impôs Palocci para chefiar a Casa Civil e Gilberto Carvalho a Secretaria-Geral, mantendo Dilma na rédea curta.

PREJUÍZO DE R$29 BILHÕES
Na denúncia contra Temer & Cia, Rodrigo Janot lembra a estimativa do TCU apontando que a atuação do "quadrilhão do PMDB" implicou em prejuízos que podem ter chegado a R$29 bilhões à estatal Petrobras.

PRÊMIO CONCORRIDO
Joesley Batista et caterva e o Banco Santander concorrem ao Prêmio Unanimidade Negativa do mês de Setembro. Eles são fortíssimos na disputa pelo Prêmio Anual, mas existem outros candidatos.

LIÇÃO DE SERIEDADE
É tão grande a cautela da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, positiva nos tempos atuais, que o marido, conceituado professor particular de inglês, sequer aceita alunos que atuem na área jurídica. Tudo para evitar constrangimentos e impedimentos.

A QUE TÍTULO?
Faltou o ex-presidente Lula explicar ao juiz Sérgio Moro por que recebeu Emílio Odebrecht na véspera de deixar o cargo, quando o filho Marcelo assumia o comando da empresa. Recebeu a que título?

TARJA PRETA
Na versão para os jornalistas, pela primeira vez, a denúncia da PGR contra o "quadrilhão do PMDB", menciona todos, mas protege com tarja preta os dados pessoais dos acusados, tipo CPF, RG, endereço etc.

'GREENCARD' PRA QUÊ?
O bilionário Marcelo Odebrecht passou 10 meses em prisão preventiva, antes de ser condenado a primeira vez. E continua preso. A dupla Joesley e Wesley Batista teve decretada sua prisão preventiva, ontem. Têm tudo para perder as Olimpíadas em Los Angeles... em 2028.

PROPINA EM MOEDA FORTE
Dos R$587 milhões estimados pela Procuradoria-Geral como o total do produto do faturamento do "quadrilhão do PMDB", R$194,3 milhões teriam sido pagos em dólares (US$62 milhões) no exterior.

MELHOR QUE GOVERNO
Para a PGR, o "quadrilhão do PMDB" agiu de "vontade livre e consciente, de forma estável, profissionalizada, preordenada, com estrutura definida e com repartição de tarefas". Melhor que o governo.

PERGUNTA NO TRIBUNAL
Se Emílio e Marcelo Odebrecht estão mentindo, quando afirmam tê-lo subornado com um pacote de propinas, por que Lula não os processa?
Herculano
15/09/2017 05:57
LULA E A SIMULAÇÃO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Difícil imaginar como aquele senhor crispado, irritadiço, poderia se dirigir ao eleitorado na disputa de 2018 ao Palácio do Planalto.

Nos vídeos do depoimento de duas horas ao juiz Sergio Moro, nesta quarta-feira (13), viu-se Luiz Inácio Lula da Silva em posição defensiva rara na impressionante carreira do cacique petista.

Ali estava um ex-presidente já condenado, em julho, a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro - Moro o considerou culpado de receber propina da construtora OAS, na forma do célebre apartamento tríplex no litoral paulista.

Respondendo desta feita à acusação de ter sido beneficiado de modo ilícito com outros mimos imobiliários, pela Odebrecht, Lula teve de contestar, pela primeira vez, um relato feito à Justiça por um nome da cúpula do partido.

Abriu-se, dessa forma, fissura de dimensões até então nunca vistas no PT, sempre fiel a seu líder máximo e ao discurso de que as alegações de corrupção não passam de conspirata das elites nacionais.

O ex-ministro Antonio Palocci, segundo o qual Lula e Odebrecht pactuaram em 2010 propinas de R$ 300 milhões, foi descrito como "um simulador": "Ele é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade". Na réplica da defesa de Palocci, "dissimulado" seria o ex-presidente.

Ambos têm boa dose de razão. Cada um a seu modo, os dois personagens já deram fartas demonstrações de habilidade no manejo das afirmativas ambíguas, enganosas ou contraditórias.

Exemplo clássico é o da "Carta ao Povo Brasileiro", publicada sob influência de Palocci na primeira campanha presidencial vitoriosa de Lula - o documento prometia preservar a política econômica tucana, sem desautorizar de forma explícita as teses de oposição.

A parceria entre o simulador e o dissimulado permitiu ao primeiro governo lulista conciliar retórica de ruptura e prática ortodoxa, vital em um momento de crise. Trata-se de feito de reprodução muito improvável nos dias de hoje.

Por falta de alternativas, os petistas retornaram à pregação sectária contra as reformas e os inadiáveis ajustes no Orçamento. Rejeitam a responsabilidade não só pelos desvios bilionários mas também pela recessão brutal, decorrente de seus erros clamorosos na administração do país.

Com ou sem Lula, que corre o risco de ficar inelegível se condenado em segunda instância, o caminho para o centro - quase inevitável em um pleito de dois turnos?" estreitou-se sobremaneira. Há tempo até 2018, mas hoje o partido parece refém de uma candidatura de negação e enfrentamento.
Herculano
14/09/2017 21:58
PALOCCI ADMITE TER ENTREGUE DINHEIRO VIVO PARA LULA

Conteúdo exclusivo de Veja. Texto de Robson Bonin. Na proposta de delação que negocia com os procuradores da força-tarefa da Lava-Jato, o ex-ministro Antonio Palocci revela em detalhes como se dava a entrega de propina em dinheiro vivo ao ex-presidente Lula. Segundo o ex-ministro, ele próprio era encarregado de fazer pequenas entregas de propina pessoalmente a Lula.

O ex-presidente recebia das mãos de Palocci pacotes de 30.000 reais, 40.000 reais e 50.000 reais. O ex-ministro narra pelo menos cinco episódios em que entregou dinheiro sujo diretamente a Lula. Segundo Palocci, os pacotes de propina eram usados por Lula para bancar despesas particulares.

O ex-ministro também detalha entregas de dinheiro sujo em quantias maiores. Segundo Palocci, quando o pedido de Lula envolvia cifras mais elevadas, o encarregado de fazer o transporte dos recursos era o sociólogo Branislav Kontic. Espécie de "faz-tudo" do ex-ministro, Branislav levava as remessas de dinheiro ao Instituto Lula, em São Paulo.

Tanto as pequenas entregas de Palocci a Lula quanto as grandes remessas transportadas por Branislav eram descontadas da contra-propina que Lula mantinha com a Odebrecht.
Herculano
14/09/2017 21:53
TEMER DESCUMPRE PROMESSA DE AFASTAR DENUNCIADOS:PADILHA E MOREIRA FICAM, por Josias de Souza

Virou pó o compromisso assumido por Michel Temer de afastar os ministros alvejados por denúncias da Procuradoria-Geral da República. Incluídos na segunda denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) permanecerão nos respectivos cargos. Com isso, Temer rasga uma regra que criara em fevereiro.

Na época, acossado por notícias que o acusavam de blindar auxiliares tóxicos, Temer criou um sistema de exoneração a prazo: Denunciado, o ministro deixaria o cargo temporariamente, preservando o salário e o escudo do foro privilegiado. Convertido em réu, seria enviado ao olho da rua. Agora, na primeira oportunidade que tem para aplicar seus autocritérios, Temer decidiu dar o dito por não dito.

Padilha e Moreira foram incluídos na denúncia de Janot porque uma investigação da Polícia Federal apontou-os como membros da "organização criminosa" formada pelo chamado PMDB da Câmara, grupo 100% feito de correligionários de Temer.

Além do presidente e dos dois ministros, há outros quatro denunciados. Sem mandato, todos estão presos. Encontram-se atrás das grades os ex-ministro Geddel Vieira Lima e os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves. Está em prisão domiciliar o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, o 'homem da mala'.
Joaquim Nabuco
14/09/2017 21:16
Herculano!

O Sr. é frio e calculista viu. KKKKKKKKKKK. Essa petezada não perde a vergonha na cara.
Herculano
14/09/2017 20:07
NOVA DENÚNCIA DE JANOT É RECHEADA DE ABSURDOS, AFIRMA TEMER

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. O presidente Michel Temer afirmou que a segunda denúncia contra ele, apresentada nesta quinta (14) pela Procuradoria-Geral da República, é "recheada de absurdos". "É realismo fantástico em estado puro", afirmou, por meio de nota divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Temer disse que o procurador-geral, Rodrigo Janot, autor da acusação, "ignora deliberadamente as graves suspeitas que fragilizam as delações sobre as quais se baseou para formular a segunda denúncia".

"O procurador-geral da República continua sua marcha irresponsável para encobrir suas próprias falhas", afirmou. "Finge não ver os problemas de falta de credibilidade de testemunhas, a ausência de nexo entre as narrativas e as incoerências produzidas pela própria investigação, apressada e açodada", ressaltou o presidente.

Segundo o peemedebista, Janot "tenta criar fatos para encobrir a necessidade urgente de investigação sobre pessoas que integraram sua equipe e em relação às quais há indícios consistentes de terem direcionado delações e, portanto, as investigações".

"Fala de pagamentos em contas no exterior ao presidente sem demonstrar a existência de conta do presidente em outro país. Transforma contribuição lícita de campanha em ilícita, mistura fatos e confunde para tentar ganhar ares de verdade", disse.

Leia abaixo a íntegra da nota:

"O procurador-geral da República continua sua marcha irresponsável para encobrir suas próprias falhas. Ignora deliberadamente as graves suspeitas que fragilizam as delações sobre as quais se baseou para formular a segunda denúncia contra o presidente da República, Michel Temer. Finge não ver os problemas de falta de credibilidade de testemunhas, a ausência de nexo entre as narrativas e as incoerências produzidas pela própria investigação, apressada e açodada.

Ao fazer esse movimento, tenta criar fatos para encobrir a necessidade urgente de investigação sobre pessoas que integraram sua equipe e em relação às quais há indícios consistentes de terem direcionado delações e, portanto, as investigações. Ao não cumprir com obrigações mínimas de cuidado e zelo em seu trabalho, por incompetência ou incúria, coloca em risco o instituto da delação premiada. Ao aceitar depoimentos falsos e mentirosos, instituiu a delação fraudada. Nela, o crime compensa. Embustes, ardis e falcatruas passaram a ser a regra para que se roube a tranquilidade institucional do país.

A segunda denúncia é recheada de absurdos. Fala de pagamentos em contas no exterior ao presidente sem demonstrar a existência de conta do presidente em outro país. Transforma contribuição lícita de campanha em ilícita, mistura fatos e confunde para tentar ganhar ares de verdade. É realismo fantástico em estado puro.

O presidente tem certeza de que, ao final de todo esse processo, prevalecerá a verdade e, não mais, versões, fantasias e ilações. O governo poderá então se dedicar ainda mais a enfrentar os problemas reais do Brasil.

Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República"
Herculano
14/09/2017 20:04
LULA CONSEGUIU TORNAR-SE APENAS MAIS RIDÍCULO, por Augusto Nunes, de Veja

Movimentando nervosamente as mãos, a gravata modelo babador encobrindo parcialmente a barriga obscena, vincos profundos no rosto proibido para sorrisos, Lula tentou reprisar nesta quarta-feira o numerito apresentado no primeiro encontro com Sergio Moro.

Desprovido de álibis, alegações atenuantes ou mesmo desculpas amarelas, o réu caprichou na pose de perseguido por juízes, procuradores, delegados da Polícia Federal, empreiteiros que o enriqueceram, diretores da Petrobras que nomeou, velhos companheiros como Antonio Palocci, todos os delatores, até o porteiro do tribunal em Curitiba. Conseguiu tornar-se apenas mais patético. E muito mais ridículo.

Lula não conversa com jornalistas independentes deste novembro de 2005, quando foi entrevistado por ex-apresentadores do programa Roda Viva, da TV Cultura. Então afundado no escândalo do mensalão, foi socorrido por entrevistadores repentinamente interessados em saber se o presidente estava satisfeito com o desempenho do Corinthians ou no que tinha a dizer sobre questões transcendentais - a vida e suas implicações, por exemplo. Mas três ou quatro jornalistas sem medo de cara feia bastaram para escancarar a nudez do reizinho sem argumentos e sem vergonha.

O ex-presidente só fala para plateias amestradas desde 2007, quando foi desmoralizado na abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio com a histórica vaia no Maracanã. Passados 10 anos, tornou-se o único líder de massas do planeta que só fica próximo da massa nas macarronadas do domingo com a família. Para recepcionar o chefe condenado a 9 anos e meio de prisão por corrupção, o PT e o MST usaram como atrativo, nesta quarta-feira, o kit mortadela, tubaína e 50 reais. Apareceram mil pessoas. Qualquer procissão de vilarejo junta mais gente.
Herculano
14/09/2017 19:40
"DEI O MEU MELHOR", DIZ JANOT ÀS VÉSPERAS DO FIM DO MANDATO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Beatriz Bulla, da sucursal de Brasília. Ao deixar o Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse ter feito o que ponderou ser o melhor para o desenvolvimento da sociedade brasileira e combate à corrupção no Brasil. Janot participou da sua última sessão na Corte, já que amanhã é o último dia útil do seu mandato como PGR. Minutos antes de falar com a imprensa, a PGR protocolou a nova denúncia contra o presidente Michel Temer.

"Dei nesse período o meu melhor, fiz aquilo que achei que fosse o melhor para o desenvolvimento da sociedade brasileira, para o desenvolvimento do processo civilizatório do Brasil e espero que assim continue e tenhamos dado um passo a diante no combate a essa corrupção endêmica que vigora no Brasil. Agradeço muito a vocês e agora vou descansar, porque preciso", disse Janot.

Questionado, o procurador-geral disse que não leva "nenhuma" mágoa do seu período como procurador-geral e que "jamais" cometeu algum ato que configure abuso de autoridade.

Janot assumiu a chefia do Ministério Público Federal para mandato de dois anos em 2013 e foi reconduzido ao cargo em 2015. Na próxima segunda-feira, 18, tomará posse a sucessora do atual procurador, a subprocuradora Raquel Dodge.
Herculano
14/09/2017 19:35
JANOT DENUNCIA TEMER, JOESLEY E MAIS 7 AO STF POR OBSTRUÇÃO DE JUSTIÇA E ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Conteúdo do G1. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (14) uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer, desta vez pelos crimes de obstrução à Justiça e organização criminosa.

Outras oito pessoas são alvos da mesma denúncia (dois ministros, dois ex-ministros, dois ex-deputados, um empresário e um executivo). De acordo com o procurador, os políticos denunciados arrecadaram mais de R$ 587 milhões em propina.

O empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, e o executivo Ricardo Saud estão entre os denunciados, mas somente pelo crime de obstrução de Justiça. Eles tinham a garantia de que não seriam denunciado nem presos, mas Janot entendeu que houve descumprimento dos termos do acordo de delação premiada. Na última sexta, ao expedir mandado de prisão de Joesley, o ministro Edson Fachin, do STF, suspendeu os efeitos do acordo. Agora, o procurador-geral decidiu pedir a rescisão do compromisso.

O STF somente poderá analisar a denúncia contra Temer se a Câmara autorizar. Em agosto, a Câmara rejeitou a primeira denúncia de Janot contra Temer, por corrupção passiva.

Além de Temer e de Joesley, também foram denunciados nesta quinta:

Eliseu Padilha (PMDB-RS), ministro da Casa Civil
Moreira Franco (PMDB-RJ), ministro da Secretaria-Geral
Ricardo Saud, executivo do grupo J&F
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-deputado
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ex-deputado e ex-ministro
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ex-ministro
Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-deputado e ex-assessor de Temer

Organização criminosa

Segundo Rodrigo Janot, Temer, Cunha, Henrique Alves, Geddel, Rocha Loures, Padilha e Moreira Franco, todos integrantes do PMDB, formaram um núcleo político para cometer crimes contra empresas e órgãos públicos.
De acordo com a denúncia, os integrantes do suposto esquema receberam valores de propina que, somados, superam R$ 587,1 milhões, arrecadados de empresas e órgãos públicos, entre os quais ais Petrobras, Furnas, Caixa Econômica Federal, Ministério da Integração Nacional, Ministério da Agricultura, Secretaria de Aviação Civil e Câmara dos Deputados.

Obstrução de justiça

Entre as ações que configuram obstrução de justiça, a denúncia se refere ao "pacto de silêncio" entre Funaro e Joesley Batista para que eles não fechassem acordo de delação. Funaro é apontado como operador de propinas do PMDB. Os dois se tornaram delatores.
Herculano
14/09/2017 19:11
BANDIDOS TRAVESTIDOS DE EMPRESÁRIOS. JANOT PEDE QUE JOESLEY E SAUD CONTINUEM PRESOS

Conteúdo da revista Veja. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin, que a prisão do empresário Joesley Batista e do executivo Ricardo Saud, ambos do grupo JBS, seja convertida de temporária em preventiva. O mandado que se iniciou no último domingo vence na sexta-feira, quando Saud poderia ser solto. Se Fachin aceitar, o diretor ficará preso por tempo indeterminado.

Joesley continuará preso de qualquer forma, porque pesa contra ele outra ordem de prisão, ocorrida simultaneamente a do irmão, Wesley Batista, na quarta-feira. Os executivos da empresa perderam ao menos temporariamente os benefícios do acordo de colaboração, que garantiria imunidade total contra protestos, suspenso por decisão do procurador-geral.

Mais cedo, Janot incluiu Joesley Batista e Ricardo Saud no processo em que denunciou o presidente Michel Temer (PMDB). Na peça, o chefe do MPF afirmou que decidiu rescindir o acordo de delação dos dois e que defende que as provas fornecidas por eles continuem válidas.
Herculano
14/09/2017 19:06
ECONOMIA SERVE DE ÁLIBI PARA ABAFAR CORRUPÇÃO, por Josias de Souza

O Planalto enterrará no plenário da Câmara a segunda denúncia contra Michel Temer com um discurso ensaiado. Adestrada e municiada com indicadores econômicos, a infantaria de deputados governistas entoará um coro com dois refrões. O primeiro diz que a recessão ficou para trás. O segundo afirma que as investidas do quase ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot não passam de flechadas irresponsáveis que podem frear o avanço da economia.

Não há em Brasília quem aposte uma cédula de real na hipótese de a Câmara autorizar o Supremo Tribunal Federal a dar andamento às investigações contra Temer e a quadrilha que Janot enxerga no coração do governo. A oposição não tem musculatura para cravar no painel eletrônico os 342 votos de que precisa. E Temer atrairá sem dificuldades o mínimo de 172 deputados que, subtraídos do total de 513 votos disponíveis na Câmara, impedirá seus rivais de atingirem a marca mágica dos 342.

A tática do governo convive, entretanto, com um grave paradoxo. Para sepultar a nova denúncia, Temer desperdiçará o tempo e a energia que lhe faltam para aprovar a reforma da Previdência. Em português claro: junto com as acusações de Janot, os deputados devem enviar à cova a pretensão do governo de mexer nas regras previdenciárias. Se isso acontecer, como parece provável, a recuperação da economia, mais lenta do que seria desejável, caminhará em ritmo de lesma.

Quer dizer: Temer conseguirá evitar a realização do pesadelo da queda. Mas não conseguirá realizar o sonho de passar à história como "presidente reformista." Não deixará de se vangloriar de parado de cavar o buraco que Dilma Rousseff converteu em abismo. Mas tende a ser visto pela posteridade como alguém que testou os limites da paciência do brasileiro, ressuscitando a tese de que supostas realizações de um governante perdoam todos os seus meios. No passado, esse fenômeno costumava ser chamado de "rouba, mas faz."

De costas para a sociedade brasileira, que lhe atribui uma taxa de aprovação de 7%, a mais baixa desde José Sarney, Temer ignora o saco cheio nacional. Voltará a oferecer cargos e verbas aos deputados. Se não for capaz de entregar a mãe de todas as reformas, como a equipe econômica se refere ao pacote de mudanças na Previdência, mesmo o brasileiro mais tolerante será levado a questionar se é mesmo tolerável um governo que se vende como reformista sem reformar seus velhos e maus hábitos.
Herculano
14/09/2017 19:03
SEMPRE PERGUNTEI: QUAL A DIFERENÇA ENTRE O PT E O PMDB?

O procurador geral da República,Rodrigo Janot, na denúncia que apresentou nesta quinta-feira ao final da tarde contra o político Michel Temer, e seus íntimos, responde-nos nas 245 páginas de discurso, evidências e provas. Aja paciência, tempo e estômago.

O PMDB, sucesso do MDB, virou um esperto gigolô de cargos e verbas públicas. Sem liderança e candidatos capazes ou limpos, virou um achacador do poder de plantão. Foi assim com Fernando Henrique Cardoso, PSDB, foi assim com Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff, ambos do PT.

É o pai do "presidencialismo de coalizão" e de muitas outras coisas, como aquela foto dos R$51 milhões no apartamento emprestado do baiano Geddel Vieira Lima. Aliás, Janot diz que essa turma levou dos nossos pesados impostos, em pouco tempo que está no poder, mais de R$587 milhões.

E dizer que o PMDB teve Ulisses Guimarães, e que ironicamente, Janot usou para sublinhar e iniciar a sua peça denunciadora:

"O PODER NÃO CORROMPE O HOMEM;É O HOMEM QUE CORROMPE O PODER. O HOMEM É O GRANDE POLUIDOR, DA NATUREZA, DO PRóPRIO HOMEM, DO PODER. SE O PODER FOSSE CORRUPTOR, SERIA MALDITO PROSCRITO, O QUE ACARRETARIA A ANARQUIA"

E você leitor e leitora acha que isso só acontece no e com o PMDB de Brasília? Os exemplos abundam ao nosso redor. Wake up, Brazil! Acorda, Gaspar!

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