14/09/2017
A grave crise econômica desemprega pessoas, afeta à vida e à rentabilidade da iniciativa privada, mas não no setor público, o que é sustentado pelos pesados impostos dos trabalhadores, desempregados, os eleitores que escolhem esses políticos e assim lhes dão poder. O governo de Érico de Oliveira, PMDB, e Joel José Soares, DEM, (que se rotulam como empresários), sem alarde e sem uma reforma administrativa formal, a fez por meio de projetos de leis espaçados, com “ajuda” da Câmara. Criou-se três secretarias, quase uma dezena de departamentos com diretores, superintendentes, gerentes em Ilhota. Isto sem falar na autarquia Samae. E pior: os empregos partidários são, em muitos casos, para indicações de outros municípios. A conta desse brutal inchamento administrativo é guardada as sete chaves. E olha que tem vereador que é contador da prefeitura. E a dita oposição calada. Hum!
“Criou-se” o Samae, que era a antiga Casan (do governo do estado). É uma fonte de dúvidas; é um cabideiro, que Ilhota disputa na Justiça. O Samae vai sugar parte ponderável do Orçamento, quando for obrigado indenizar o estado. Olhando as licitações, sabe-se o custo e os beneficiados dessa “operação”. Criou-se a secretaria do Meio Ambiente, a do Planejamento Urbano, ambas em ambiente minado e sem organização. Mais: criou-se ainda a secretaria de Controle Interno e Transparência Pública. Transparência? Pois nem o novo organograma a prefeitura foi capaz de disponibilizar aos cidadãos, mas mapear e preencher os cargos, isto já aconteceu. Os políticos não estão nem aí. Em Gaspar, por exemplo, também com a participação da Câmara, aumentou-se R$600 mil por ano com comissionados e gratificações, em detrimento da saúde, educação e assistência social. Aliás, o prefeito de Ilhota fez o mesmo, tanto que diminuiu de 1% para 0,5% o repasse para o Fundo da Infância e Adolescência: tirou dos vulneráveis para dar aos políticos do poder de plantão.
Você sabe o que vai fazer o Departamento de Ouvidoria e Transparência Pública de Ilhota? “Supervisionar e executar as atividades de atendimento, recepção, encaminhamento e resposta às questões formuladas pelo cidadão junto aos órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta; recepcionar e encaminhar as questões formuladas pelo cidadão, junto aos órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta; encaminhar ao cidadão as respostas das questões por ele formuladas; estabelecer meios de interação permanente do cidadão com o poder público, visando ao controle social da administração pública; apurar as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos da administração pública municipal direta e indireta, bem como das entidades privadas de qualquer natureza que operem com recursos públicos, na prestação de serviços à população; acompanhar a gestão do conteúdo "Portal da Transparência", relativo à divulgação de dados e informações de natureza orçamentária, financeira e de pessoal dos órgãos e entidades da Administração direta e indireta; propor medidas de inovação e atualização do formato da página de internet, facilitando o acesso e a visualização pelos usuários...” Resumindo: cachorro gordo cheio de pulgas.
Atualizando. Na sexta-feira mostrei que Tribunal de Justiça confirmou parcialmente, a condenação aqui da Comarca do ex-vereador José Amarildo Rampelotti, PT, no caso da juíza Ana Paula Amaro da Silveira. O mesmo aconteceu com a ex-secretária de Desenvolvimento Social de Gaspar, Maristela Cizeski. Falta o julgamento do recurso de outro ex-vereador e cunhado do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, Antônio Carlos Dalsochio, PT.
Quanto a rede Globo, ela também foi condenada no Tribunal de Justiça e deve recorrer ao Superior Tribunal de Justiça. Todavia, o pedido de indenização de R$300 mil foi diminuído.
Como são os jogos e as aparências dos políticos com os analfabetos, ignorantes, desinformados e ingênuos. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, mandou um projeto de lei para cortar os repasses ao Fundo da Infância da Adolescência, o FIA.
A comunidade alertada aqui, houve movimentações, incluindo o Ministério Público. Parcialmente, voltou-se atrás. Pois agora, o prefeito Kleber faz o limão, uma limonada. Liberou verbas para os projetos que foram aprovados pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescência.
Mais. Como se nunca tivesse assinado aquele PL para deixar à míngua as entidades, Kleber está indo, com Santiago Martin Navia, às associações beneficiadas afirmando que é “mais um investimento em crianças e adolescentes”. E nas redes sociais, “propagandeia” os atos. Acorda, Gaspar!
O presidente do Samae de Gaspar, o mais longevo vereador José Hilário Melato, PP, não quer por perto ninguém que não seja seu íntimo ou do PT. Por isso, despachou para a secretaria de Assistência Social, Plácido Murilo da Silva, popular Mano do Zequinha da Celesc. Ele está no PMDB ligado ao presidente da Câmara Ciro André Quintino.
O gato subiu no telhado para vereadora Franciele Daiane Back, PSDB. O partido diz que não está no governo de Kleber Edson Wan Dall, apesar da fidelidade pessoal dela ao governo do PMDB, PP e PSC. Se o PSDB de Gaspar alega não ter cargos em Gaspar, o de Blumenau se orgulha de empregar desempregados de lá, aqui.
Voltando ao que interessa. A votação do PLC 04/2017, o que fez a tal Reforma Administrativa e criou uma despesa anual ao redor de R$600 mil para cargos comissionados e funções gratificadas, mostrou à Franciele que ela pode não ser tão essencial para Kleber como ela supunha e ele a fazia crer desde àquela noite da eleição quando a visitou em casa no Belchior.
O polêmico projeto teve dois votos da suposta oposição: Rui Carlos Deschamps, PT e Wilson Luiz Lemfers, PSD. E é fácil perceber a razão disso. Nesse ritmo, a prometida presidência da Câmara no ano que vem para Franciele, pode estar sendo embrulhada para a última legislatura. Isso se ela se comportar ao modo dos que estão no poder, num jogo duro e de cartas bem marcadas e antes de Franciele entrar nele.
Duas outras coisas estão incomodando a adolescente vereadora. A primeira é a enrolação que a prefeitura de Kleber está fazendo com ela na reurbanização da Rua Bonifácio Haedchen e outros pedidos para o seu reduto eleitoral, o distrito do Belchior.
Além disso, está tendo que dividir os louros com o concorrente Rui, que já foi o superintendente do Belchior; pior: descobriu-se que dos R$7 milhões que estavam disponíveis na Caixa Econômica para a obra da Bonifácio, agora não chegam a R$5 milhões.
O outro incômodo, é que o PMDB acertou ser ela a presidente da Câmara no ano que vem. O PMDB, ligeiro, está informando que vai cumprir, mas possivelmente só no último ano. Esta história parece repetição de coisa antiga?
Ilhota em chamas – o inchaço continua IV. Como funciona. Criou-se a secretaria de Planejamento Urbano. Na sequência, criou-se Departamento de Segurança e Trânsito, para “exercer as atividades de engenharia de tráfego, fiscalização de trânsito, educação de trânsito, controle e análise de estatística”. Entenderam?
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