Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

16/03/2017

LISTA FECHADA, NÃO!

INFÂNCIA PERDIDA I
Gaspar não se emenda, mesmo. A secretaria de Assistência Social é apenas um cabide de empregos e acomodação política para próximos. Seus titulares não só desconhecem completamente o assunto como são insensíveis. Os prefeitos sempre deram às costas à realidade que sabem ser uma das causas da violência local. E quando alguém tentou colocar a casa minimamente em ordem, foi desmoralizada nacionalmente como aconteceu com a juíza Ana Paula Amaro da Silveira. Ela esteve aqui nesta área por 11 anos. Foi assim nos governos do prefeito Bernardo Leonardo Spengler, PMDB, que não completou o mandato (Andreone dos Santos Cordeiro, PTB); nos três mandatos de Pedro Celso Zuchi, PT, o que moveu a perseguição contra Ana Paula; foi com Adilson Luiz Schmitt, PMDB (PSB e PPS). E incrivelmente, está sendo com Kleber Edson Wan Dall, PMDB. A jovem juíza Liana Bardini Alves, que assumiu a Vara da Família, Infância e Juventude, Idoso, Órfãos e Sucessões, logo vai entender os escapismos deste doloroso longo drama paroquial.

INFÂNCIA PERDIDA II
Quem Kleber, o evangélico, nomeou para a Assistência Social? Ernesto Hostin, PRB (o partido dos pastores) ligado à Igreja Quadrangular, a apoiadora. Qual a qualificação dele para esta função? Nenhuma. Formado em Ciências Econômicas, especialização à distância em Informática na Educação, Hostin tem a mais importante das qualificações para o cargo: foi assessor parlamentar de Kleber quando ele era vereador (2009/12). E o que acaba de aparecer na Câmara? O Projeto de Lei 7/2017, curtíssimo e discreto, como convém para não dar barulho e passar. Qual o esperto título dele? “Modifica Redação do Inciso II do Art 15 Da Lei Nº 1.432, de 24 de maio de 1993”. E o que diz a justificativa de reduzidas duas linhas? “Pretende o presente PL modificar a legislação vigente para readequar à previsão orçamentária para o contexto da atual situação econômico-financeira do Município, bem como o dispêndio médio de valores dos últimos exercícios por parte do Fundo da Criança de Adolescente”. A promotora Débora Pereira Nicolazzi já tomou conhecimento deste tenebroso assunto? Já opinou? Concorda?

INFÂNCIA PERDIDA III
Então! O que trata este PL que altera a alíquota do FIA? O advogado Carlos Roberto Pereira (secretário da Fazenda e interino da Administração e Gestão) com a anuência do prefeito e a conivência do secretário de Assistência Social, está caçando recursos disponíveis para tapar buracos orçamentários de Gaspar e centralizar na sua gestão na Fazenda para os negócios, o beija-mão, submissão e às trocas (tentou tirar da Câmara, mas bateu em retirada). Mas, logo as verbas das crianças vulneráveis e desamparadas? Inacreditável! E esta decisão aconteceu exatamente quando o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente elaborou um novo projeto de lei adequando o FIA, CT e o CMDCA às novas legislações e resoluções do CONANDA. E porquê do PL 07/2017? Golpe. É que o FIA possui em caixa cerca de R$4 milhões. Isso abriu os olhos gordos e o atual governo quer passar a mão nessa grana rubricada. Sorrateiramente. Sem discussão pública. Só isso.

A INFÂNCIA PERDIDA IV
Qual a jogada? A legislação em vigor estabelece que o FIA deveria receber até 1% da receita municipal. Com a nova redação proposta à Lei, se o município quiser alocar apenas R$1 anualmente, já estaria, em tese, cumprindo os requisitos legais. Ria macaco. Quem quis bater de frente com a equipe do prefeito Kleber no dia da reunião do Conselho foi removido por insubordinação. O secretário Ernesto queria até cancelar a reunião do CMDCA para reverter a votação do projeto original. A nova administração foi no CMDCA e o fatiou. Quando em campanha eleitoral, as crianças e adolescentes eram prioridade. Agora até abrigos querem fechar para contenção de custos. A pergunta básica é: no que o PMDB de Kleber se diferencia do PT de Pedro Celso Zuchi? A Infância em Gaspar está perdida há décadas nas mãos de políticos matreiros, sem formação técnica para conduzir assuntos técnicos e espinhosos, formatar políticas próprias e entendê-las como vitais para diminuir a exposição, promiscuidade e a violência infantil. Depois só restará aumentar o efetivo policial e construir presídios e para os quais também faltam dinheiro. Acorda, Gaspar!

ENROLAÇÃO
O novo intende do Distrito do Belchior, o ex-vereador da Figueira, Raul Schiller, PMDB, salientou no dia da posse que entre os seus projetos está uma pesquisa para saber o povo de lá pensa e prioriza. Ele está certo, mas é balela, poi, perguntar não ofende: onde está a pesquisa que o então candidato a prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, diz ter feito em toda a Gaspar e que com ela fez discurso de que serviria para os projetos e ações no seu governo por toda a Gaspar? Ela não foi feita no Belchior? O prefeito Kleber e seu intendente assumiram sem conhecimento e planos para o Belchior? Continuam tratando os eleitores depois das eleições como tontos. A começar pela demora de dois meses na nomeação e não ter conseguido encontrar alguém do Belchior para as coisas de lá.

TRAPICHE


Um retrato da realidade. A mesa diretora da Câmara de Gaspar estampa na sessão quatro vereadores. Atrás deles, cinco assessores para as suas senhorias. Não faz tempo, mal se via um para atender a todos.

A barbeiragem que expõe. Indicado para a coordenadoria de Defesa Civil de Gaspar, o cabo Bombeiro Militar, Rafael Araújo de Freitas, oficialmente até já foi dispensado pela corporação desde o dia 12 de janeiro.

Hoje é dia 17 de março. E no mínimo haverá 15 dias para a tramitação do PL 01/2017 que lhe dará (ou não) a gratificação de R$3.329,56 ao vencimento que percebe nos bombeiros em torno de R$4 mil.

A gratificação máxima aos servidores municipais é pouco superior a R$1 mil. O PL dito como ilegal e inconstitucional que está na Câmara, cria forte exceção e distorção.

Contradições. Quem diria! O PDT de Gaspar quando lhe convém sabe que funcionário é sustentado com pesados impostos do povo. O líder de Kleber, na Câmara, Francisco Hostins Júnior, PMDB, relatou que a contratação do coordenador da Defesa Civil como quer o PL 01 dará uma economia de R$30 mil por ano ao município.

Ao que o oposicionista Roberto Procópio de Souza lembrou que o dinheiro do povo de Santa Catarina – incluindo os impostos dos gasparenses - continuaria pagando a diferença que se diz economizar aqui com esta nomeação. O tempo é o senhor da razão. Depende da situação, lavam a minha alma.

O vereador Francisco Solano Anhaia, PMDB, ao defender o PL 01 diz que se fosse prefeito (?) criaria uma secretaria para a Defesa Civil devido a importância que este assunto tem para a cidade.

O vereador tem razão, mas quando o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, colocou por oito anos uma professora de educação física na Defesa Civil e ela não fez quase nada. E o PMDB? Caladinho diante de tanta importância que quer dar agora ao assunto.

Faz três legislaturas que o Belchior não possui representantes partidários. O barbeiro Joceli Campos Lucinda (2009/2012) mandava bananas para o seu PFL; o professor Jaime Kirchner (2013/2016) para o PMDB. Agora, a jornalista Franciele Daine Back (2017/2020), para o PSDB, filhote bastardo do PMDB. Joceli e Jaime não se reelegeram...

Samae inundado I. O Fiat Uno, 2008, placas MEY 0563, do Samae, estava há mais de seis meses na oficina Mafra. Veio de lá direto para o pátio da prefeitura. Está sem bateria, forro nas portas, limpadores de para-brisas, buzina, setas, cinto de segurança...Sucata.

Samae inundado II. O prefeito Kleber está plantando flores e árvores na cidade. Mas, nas ETAs, as árvores foram derrubadas por ordem superior. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1792

Comentários

Herculano
20/03/2017 16:16
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA EXCLUSIVA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE

ELA JÁ ESTÁ PRONTA...
Sidnei Luis Reinert
20/03/2017 15:57
A UE confia na PF

Brasil 20.03.17 14:52
Sim, a União Européia também suspendeu a importação de carne brasileira depois da Operação Carne Fraca. A UE confia mais na PF que descobriu o petrolão do que no governo que tenta estancar a sangria provocada pela Lava Jato.

http://www.oantagonista.com/posts/a-ue-confia-na-pf
Sidnei Luis Reinert
20/03/2017 13:24
Carne fraca e PF forte

Brasil 20.03.17 07:30
Os glutões da carne podre que atacam a PF são os mesmos que atacam a Lava Jato por ter revelado o esquema de dinheiro podre que alimentou a ORCRIM.

Eles vão quebrar a cara mais uma vez.

Leia o que publicou a coluna do Estadão:

"A reunião reservada no Palácio do Planalto ontem para tratar da Carne Fraca começou com um bombardeio ao diretor-geral da PF, Leandro Daiello. O tom baixou depois de ele avisar que existem muitas interceptações telefônicas que ainda não vieram à tona e chance de delação".

http://www.oantagonista.com/posts/carne-fraca-e-pf-forte
Miguel José Teixeira
20/03/2017 11:43
Senhores,

"Nuncaantesnestepaís" a frase atribuída ao alemão Otto von Bismarck, esteve tão em voga, como atualmente:

"Leis, como salsichas, deixarão de inspirar respeito na proporção em que sabemos como elas são feitas."

(Laws, like sausages, cease to inspire respect in proportion as we know how they are made.)
Herculano
20/03/2017 08:13
A ORCRIM VIROU MAR

Conteúdo de O Antagonista.Os petistas já não escondem mais de ninguém: Lula não pode ser condenado por receber propina da Odebrecht, porque está acima das leis.

Leia o que disse Humberto Costa no comício ilegal do Cariri:

"Estamos aqui mostrando que o povo quer de volta o maior presidente da história. E, quando o povo quer, não tem Moro, não tem Globo, não tem Judiciário, não tem ninguém, porque isso vai acontecer".
Herculano
20/03/2017 08:09
reeditado das 7.25

O DESCONHECIMENTO TÉCNICO DEIXOU A POLÍCIA FEDERAL EXPOSTA NA OPERAÇÃO "CARNE FRACA"

Que há problemas com funcionários bem pagos - e bota bem pagos nisso - do Ministério da Agricultura, ah, isso há. E também não é de hoje que eles colocam dificuldades para vender facilidades aos empresários ou se estabelecer na sua força imperial contra inovações, procedimentos e o ato de empreender.

Agora dar ares de uma prática generalizada dos empresários do setor de proteína animal, isso já é um exagero que beira a irresponsabilidade. Conheço boa parte deles e sei de como estão conscientes e como se subordinaram não apenas às exigências brasileiras, mas principalmente às internacionais, as quais, em alguns casos, nem existem e nem mesmo são exigidas ou praticadas nos seus países para os frigoríficos de lá.

Também noto, que os velhos donos e gestores com esta consciência e práticas estão desaparecendo pela aposentadoria e sendo substituídos por novos executivos e que não possuem essa consciência total, e ai a operação Carne Franca pode ser um reforço ao desconhecimento e ao eventual desleixo de quem já pegou um bonde andando e não sabe bem o porquê e como ele se move.

Agora, a Polícia Federal sabe que tratou os empresários, empresas e executivos como se fossem iguaizinhos aos políticos que eles pegam nas sucessivas operações da Lava Jato. E errou. Sabe, que poderá haver consequências e os políticos estão torcendo para tudo tome um novo rumo para eles poderem se limpar.

Aquele vazamento seletivo da mistura do papelão no CMS, carne processada numa unidade da BRF (Sadia e Perdigão), é motivo de piada irresponsável quando se ouvindo a gravação disponibilizada pela própria PF para dar crédito à operação, está bem claro que se trata da troca de embalagens (de plástico por de papelão). Ou foi algo da arrogância, da seletividade (para atingir uma grande) e da má fé dos policiais, ou então foi da ignorância (o mais provável, mas indescupável).

Os frigoríficos ficaram expostos e os menores, como sempre, terão que entrar na linha. E nisso, a ação é bem-vinda. Mas, ao generalizar fez um estrago sem precedentes e contra as grandes marcas. Não será surpresas se houver trocas de comando na PF, afinal, a carne é fraca. Uma pena.
Herculano
20/03/2017 08:05
INVESTIGADORES ENXERGAM TENTATIVA DE MINIMIZAR CARNE FRACA

Conteúdo da coluna Estadão, jornal O Estado de S. Paulo (Andreza Matais e Marcelo Moraes)Investigadores da Polícia Federal enxergam na manifestação do governo sobre a Carne Fraca uma tentativa de minimizar a operação deflagrada na última sexta-feira. Ontem, o presidente Michel Temer foi a uma churrascaria para garantir que a carne brasileira é de qualidade. O ministro Blairo Maggi (Agricultura) questionou publicamente o trabalho da PF e o tempo da apuração. Quem atua no caso diz que servidores públicos corruptos eram o foco inicial e somente nos últimos meses descobriu-se que o esquema envolvia a venda de carne.
Um investigador diz que é errado se pensar que há dois anos já se sabia de todo esquema. "Muita coisa surgiu no último momento".

Interlocutores do governo dizem que não se trata de minimizar a operação. O problema foi a forma como ela foi divulgada pela PF. Um ministro da área política classificou de "extravagante".
Herculano
20/03/2017 07:42
ENQUANTO ESPERAM O JUÍZO FINAL DA LAVA JATO, POLÍTICOS TENTAM GARANTIR 2018, por Leandro Colon, para o jornal Folha de S. Paulo

Rufam os tambores em Brasília com a iminência da abertura dos inquéritos pelo STF para investigar os deputados, senadores e ministros citados nos 950 depoimentos da delação feita pela Odebrecht.

Quem viu garante: os relatos gravados em vídeo causam espanto pelos detalhes de como uma empreiteira de alto calibre se aliou a políticos e partidos para locupletar-se e maltratar o dinheiro público.

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, deve receber a partir desta segunda (20) a pilha de material entregue ao tribunal pelo procurador-geral, Rodrigo Janot.

Fachin decidirá se acata ou não os pedidos de Janot, que incluem 83 inquéritos, desmembramentos de casos para instâncias inferiores, arquivamentos e novas diligências. O material contém a narrativa da PGR sobre os crimes que teriam sido cometidos, além das gravações em vídeo de depoimentos dos executivos.

O ministro do STF sinaliza uma decisão rápida no sentido de determinar a abertura de todas as investigações solicitadas por Janot.

Sabe-se que 64 delas têm no máximo um político como alvo. Há personagens, como Aécio Neves (PSDB-MG), citados em mais de uma. O maior inquérito reúne cinco nomes.

Muitos são velhos de guerra dos escândalos. Não há surpresas entre as figuras mencionadas pela imprensa nos últimos dias. De PT ao PSDB, passando pelo onipresente PMDB e partidos medianos, todos parecem ter bebido da mesma bica.

A fase de inquérito é a etapa de busca de elementos para corroborar as delações. A partir de então, a procuradoria avalia se denuncia o político e o STF decide, na hipótese de acusação, se o transforma em réu.

É inevitável apostar que a conclusão das apurações e dos julgamentos levará muitos anos. Nada aponta o contrário. Não à toa, os políticos priorizam manobras para salvar a pele na eleição de 2018, enquanto torcem para que o juízo final da Lava Jato fique bem distante deles.
Herculano
20/03/2017 07:40
QUEM PAGOU COMÍCIO DE LULA NO SÃO FRANCISCO? por Josias de Souza.

Alguém já disse que a verdade é algo tão precioso que às vezes precisa ser protegida por uma escolta de mentiras. Ao discursar no megacomício que Lula realizou na cidade de Monteiro, no Cariri da Paraíba, o anfitrião Ricardo Coutinho (PSB), governador paraibano, disse o seguinte:

"Aqui, no território livre da Paraíba, o povo sabe o que é verdade, o povo tem a coragem de ir às ruas. [?] Eu agradeço aos meus companheiros, prefeitos aqui da região. Botaram a mão na massa. Fizeram, efetivamente, de burro, de carroça, de carro, de ônibus, de qualquer jeito criaram as condições para que muita gente estivesse aqui. Não foi gasto um centavo de dinheiro público, não foi gasto nada, a não ser o sentimento de gratidão que o nosso povo tem."

Coutinho revelou-se um grato cego. Não viu a superestrutura ao redor. Entre outros itens, o aparato montado para Lula reinaugurar o pedaço da obra da transposição do Rio São Francisco que Michel Temer já havia inaugurado há nove dias incluiu: o palanque, as tendas, o equipamento de som, as grades de proteção, o jatinho para o candidato e uma frota de ônibus para levar aclamação até os ouvidos de Lula. Essas coisas não costumam ser custeadas pelo "sentimento de gratidão". Mesmo no "território livre da Paraíba", os fornecedores só quitam as faturas mediante pagamento em dinheiro.

As imagens veiculadas indicam que o evento custou caro. Como Coutinho assegurou que não há verba pública no lance, ficou boiando sobre as águas transpostas do São Francisco uma interrogação: quem pagou as despesas relacionadas ao megacomício de Lula?

De duas, uma: Ou o morubixaba do PT dispõe de meia dúzia de mecenas dispostos a financiar no caixa dois sua campanha fora de época ou o governador da Paraíba cometeu algum engano. Esse é o tipo de engano que costuma virar matéria-prima para ações judiciais. Em tempos de Lava Jato, o brasileiro já não se importa com enganos. Ele apenas não suporta ser enganado.
Herculano
20/03/2017 07:37
NÃO SE DEIXE ENGANAR: TODAS AS DOAÇÕES FORAM DINHEIRO DO CRIME, por Celso Rocha de Barros, sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

A esta altura, não se sabe bem o que seria considerado uma surpresa na lista de Janot. A única dúvida é se alguém politicamente relevante ficará de fora (Marina Silva talvez?). Os outros que talvez comemorem sua ausência, como Bolsonaro, não foram comprados, porque as empreiteiras buscavam políticos competentes o suficiente para participar de discussões e decisões importantes. Em 30 anos de carreira legislativa, o máximo que Bolsonaro produziu em troca de seu alto salário de deputado foram duas ou três piadas sobre gays.

Os outros grandes quadros da política brasileira devem aparecer na lista. Sim, é importante saber o grau de envolvimento de cada um dos citados. Mas não se deixe enganar pela discussão sobre caixa um e caixa dois: o dinheiro pode ter entrado pelas mais variadas reentrâncias, mas sua origem é um cartel de empreiteiras que roubava dinheiro dos contribuintes. O cartel dava dinheiro para políticos em troca de tolerância à sua manipulação de preços. Todas as doações foram dinheiro do crime.

Alguns dos acusados terão negociado essa transação pessoalmente, outros o terão feito por meio de subordinados. Outros terão recebido dinheiro por serem aliados ou correligionários de alguém importante que vendeu um favor. Deveriam ter perguntado por que estavam recebendo dinheiro de empresas que faziam o grosso de seus negócios com o governo, mas não perguntaram.

De qualquer jeito, fica claro que o sistema era esse, e já fazia tempo que era. Os esquemas vinham de décadas. Portanto, a primeira lição a tirar do episódio é: não, nunca houve uma época em que tudo fosse mais honesto.

O que havia eram ditaduras, como a que Bolsonaro apoiou, que teriam fuzilado Sergio Moro e Deltan Dallagnol quando suas investigações chegassem no primeiro assessor de ministro.

Em segundo lugar, não é razoável supor que todos esses políticos sejam gente pior que nós. Se todos aceitaram dinheiro do cartel, é porque devia mesmo ser muito difícil se eleger sem aceitá-lo. Portanto, enquanto a polícia e o Judiciário cumprem seu papel, precisamos pensar em formas de tornar nossas campanhas mais baratas. Se não mudarmos essas regras, mesmo que elejamos 500 Pepes Mujicas em 2018, em 2022 todos serão Eduardos Cunhas.

Em terceiro lugar, a Lava Jato é o início de uma transição de um tipo de capitalismo em que a proximidade entre Estado e empresas se dava por captura, para um outro tipo, que esperamos mais dinâmico e transparente. Devemos discutir com mais vigor quais serão as regras desse novo arranjo, até para evitar a possibilidade de que a transição seja interrompida.

O custo de combater a corrupção nestes últimos anos foi muito alto: parte de nossa crise atual se deve ao desmantelamento de empresas que compravam deputados e fraudavam licitações, mas eram também responsáveis por parte importante do investimento nacional. Se conseguirmos reorganizar nossa economia, agora dentro da lei, esse PIB perdido nos últimos anos será recuperado rápido, será pago várias vezes. Mas se pararmos no meio do caminho, ele terá sido perdido por nada.

Precisamos repensar o modelo de negócios brasileiro e precisamos de campanhas mais baratas. E, talvez, agora que ninguém pode fingir que é moralmente superior ao outro, consigamos discutir isso como adultos.
Herculano
20/03/2017 07:32
MORDOMIA DO CARRO OFICIAL DESAFIA OS BRASILEIROS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

"Instituição nacional" brega e cara, carro oficial de autoridades dos três Poderes, em todos os níveis, da Presidência da República ao município mais pobre, continua desafiando a paciência do contribuinte brasileiro. Os gastos são absurdos e sem controle. E com suspeita de fraude. Em janeiro, mesmo com o Congresso fechado, sob recesso, sua frota foi 222 vezes a postos de Brasília, adquirindo 5,9 mil litros de combustível.

NINGUÉM ABRE MÃO
Gastos do Executivo e do Judiciário com carros oficiais são uma caixa preta. Em vez de extinguir, as autoridades sofisticaram a mordomia.

NINGUÉM MERECE
Só na compra e manutenção de carros oficiais, o governo federal torrou R$1,6 bilhão em 2016. Aí não estão incluídos motoristas e combustível.

PLACAS SECRETAS
Foi criada no governo Dilma, em segredo, uma "placa de segurança", cinza, para ser usada no lugar das placas legais, brancas e pretas.

CADASTRO SIGILOSO
Adotadas até no Judiciário, "placas de segurança" não estão inscritas no Renavam. Suas excelências cansaram de ser xingadas nas ruas.

DIREÇÃO PETISTA DA PETROBRAS RECEBIA COMO MARAJÁS
Durante os governos do PT, os diretores da Petrobras deram-se aumentos de 257% enquanto a estatal era implacavelmente roubada. Isso representa ao menos quatro vezes a inflação do período. Dados da Petrobras mostram que, em 2007, foram gastos R$ 710 mil com cada diretor e, em 2016, a farra subiu para R$ 17,8 milhões. Entre os beneficiados estão Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró, ex-diretores considerados ladrões transitado em julgado.

QUE CRISE?
Cada um dos diretores da Petrobras recebeu, em média, R$195 mil por mês no ano passado. O valor é quase seis vezes o teto constitucional.

REGALIAS DE SOBRA
Enquanto roubavam o País, os diretores recebiam gordos "bônus por desempenho", além de participação de lucros, casa e outros benefícios.

UM ANO NO COLCHÃO
Paulo Roberto Costa foi preso em março de 2014 com R$ 700 mil e US$ 200 mil em dinheiro, mais de um ano de salários.

VAI FICAR AINDA PIOR
O caso da adulteração criminosa da carne feriu de morte um dos segmentos mais importantes do agrobusiness, único setor da economia que ?" até a Operação Carne Fraca ?" só dava boas notícias ao Brasil.

MERCADO PRECIOSO
A carne suína brasileira exportada para a China teve um salto gigantesco nos últimos anos. De 2015 para 2016 o número pulou de 5,2 mil toneladas para 87,5 mil toneladas por ano. Oremos.

FRAÇÃO MÍNIMA
O ministério da Agricultura minimiza os números da operação Carne Fraca. Afinal, segundo o governo, apenas 33 dos seus 11 mil funcionários participaram do esquema investigado.

APERTA O CINTO
Investimentos das 89 empresas estatais diminuíram em R$ 23,8 bilhões, em 2016. Em 2015, o valor foi de R$ 80,2 bilhões. Aplicações em obras e compra de equipamentos caíram para R$ 56,4 bilhões.

EM PAUTA
Nesta segunda e terça-feira, especialistas de nove países se reunirão no Tribunal Superior Eleitoral e na Câmara dos Deputados para debater modelos eleitorais de todo o mundo, com foco no modelo brasileiro, que deve passar por uma reforma eleitoral ainda este ano.

MAL-ESTAR
Causou desconforto no Senado iniciativa de funcionários terceirizados barrando a entrada de jornalistas nos estacionamentos. O comitê de imprensa reclamou e a mesa diretora mandou liberar.

LADEIRA ABAIXO
Resultados comprovam a 'tendência de queda' em investimentos das empresas estatais, lideradas pela Petrobras. O recorde foi em 2013, quando foram investidos R$ 131,6 bilhões. Desde então só caem.

QUARTEL PARLAMENTAR
A denominação de alguns deputados faz parecer que a Câmara virou um quartel, em razão dos que incorporam as patentes aos nomes. Há dois cabos, um major, um capitão e um tenente. E quatro delegados.

PENSANDO BEM...
... a Polícia Federal deflagrou a maior operação de sua história no aniversário de três anos da Lava Jato para fazer uma festa só.
Herculano
20/03/2017 07:29
JUÍZES E PROMOTORES VENDEM ILUSÕES NA POLÍTICA, por Vinicius Mota, no jornal Folha de S. Paulo

Mudanças abruptas nas regras organizadoras do jogo social, econômico e político raramente ocorrem nas nações modernas, o que tem um aspecto positivo na democracia. A evidência histórica relaciona os programas demiúrgicos à violência, à restrição das liberdades e ao empobrecimento.

Seria, portanto, ao mesmo tempo ingênuo e perigoso acreditar em teorias difundidas no Brasil, como a de que o espírito por ofício inquisidor de operadores da Lava Jato, associado a reformas radicais nas regras eleitorais, poderia purificar a política.

Como se houvesse uma geração de jovens impolutos pronta a substituir a velha guarda oferecida em holocausto em nome do combate à corrupção. Como se o conjunto de estímulos eleitorais às boas práticas na política fosse derivado de ciência incontroversa, descolada do contexto.

Procuradores e juízes, no âmbito de investigações como a Lava Jato, exercem notável impulso para a melhoria do ambiente eleitoral. Seu trabalho tem ajudado a elevar o custo de delinquir na política, avaliado pela probabilidade de punição.

Quando, porém, aderem ao lobby político, desbordando de sua missão especializada de investigar e julgar, esses agentes do direito logo começam a vender ilusões. Sua visão de mundo, treinada na dualidade mecânica do litígio judicial, traduz-se em má teoria do Estado. Abunda o maniqueísmo nas imagens de batalhas definitivas entre o certo e o errado.

A política numa democracia complexa como a brasileira caminha em marcha lenta, com concessões marginais a este ou àquele interesse. Como a nação aspira à eternidade, um pedaço do que foi perdido hoje sempre poderá ser reposto. Vitórias e derrotas são tipicamente parciais.

O que importa para o sucesso ou o fracasso do país são o sinal e o ângulo dessa trajetória na sucessão das décadas. Nenhum indivíduo ou grupo singular detém grande poder de influenciar a aventura
Herculano
20/03/2017 06:37
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA EXCLUSIVA PARA AS LEITORAS E LEITORES DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, O MAIS ACESSADO, O MAIS ATUALIZADO E ACREDITADO DE GASPAR E ILHOTA
Pedro Jacir Bertoldi
20/03/2017 05:37
Gaspar em chamas
Então é verdade, começou aquilo que todos previam. A briga pelos cargos indicados. As promessas na campanha foram muitas, e agora , padrinhos e afilhados não se entendem. E dizem que o chefão já está cansado.Então, senhor Herculano, depois do dia primeiro de Abril, poderemos saber quantos cargos comissionados a nova administração de Gaspar diminuiu comparada a administração anterior. É esperar para ver.
Carlos Eduardo
19/03/2017 20:01
É a mais pura verdade, nos corredores da prefeitura o que se comenta é que dia 1º de abril o diário oficial vem repleto de nomeações e não é mentira não.
Os comentários são de que somente estão esperando ser decidido o valor do nosso reajuste para então tornarem publico o nome dos novos nomeados e parece que 90% dos cargos serão ocupados por pessoas de fora, os servidores efetivos vão ficar somente com as funções gratificadas, as famosas FG´s. Vai ter muito otário que trabalhou nas eleições em troca de cargo chupando o dedo.
Maria José
19/03/2017 18:57
Caro amigo a briga interna não é só no PMDB,é também no PP,não é para menos troxeram um monte e apadrinhados de fora do municipio e os nossos chupando dedo.
Amarildo
19/03/2017 15:38
E não é que o senhor tem razão!! O LIXO DE GASPAR FEDE, O LIXO DE BLUMENAU FEDE, O LIXO DE BRUSQUE FEDE, O LIXO DA MINHA CASA FEDE, O LIXO DA SUA CASA FEDE, O LIXO DO BRASIL E DO MUNDO FEDEM, enfim, O LIXO FEDE. Agora eu entendi. Muito obrigado por nos informar.
Drácon Tomás de Torquemada
19/03/2017 14:25
Os aloprados do PMDB não conseguem alguém como alvo e precisam se insurgir, começam a se quebrar entre eles, já foi assim num pretérito perfeito. (hehehehehe).
Judas
19/03/2017 14:16
Nada melhor do que ser VEGANO.

Desde que você mesmo plante seu alimento.
Porque o brasileiro tá comendo lixo.
Gaspar de coração
19/03/2017 11:09
PMDB DE GASPAR EM CHAMAS

Herculano, tem comentário porai que na reunião do PMDB na semana passada o tempo fechou. A briga foi feia.

Roberto Sombrio
19/03/2017 10:15
Oi, Herculano.

Segundo a Bíblia, a Carne é Fraca.

O ministro da Agricultura Blairo Maggi, ligou para o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, e falou das providências que o governo vai tomar sobre o assunto.

Que providências? Agora já aconteceu. Não dá para tomar providências depois que o cara morreu. Só resta enterrar.
Segundo dizem, o Brasil vai ser enterrado no mercado mundial.

Esse é o mal dos governos. Não tomam providências e se irritam quando são criticados.

DEPOIS NÃO DIGAM QUE NÃO FALEI DAS FLORES.

E o lixo de Gaspar fede. Na verdade todo lixo fede, mas parece que aqui o fedor é mais forte. Deve ser por causa do tipo de lixo.

Herculano
19/03/2017 09:45
REFORMA POLÍTICA DE VERDADE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Não é mera coincidência que em meio a escândalos de corrupção prosperem ideias para uma reforma política sob medida para garantir sobrevida eleitoral de caciques partidários enrolados na Justiça e para ampliar o financiamento público de campanhas. Foi assim em 2007, quando o caso do mensalão fazia seus estragos e o PT passou a defender formalmente uma reforma política que incluísse o voto para deputado e vereador em lista fechada ?" em que o eleitor não vota num candidato, mas em uma relação oferecida pelo partido - e a criação de um fundo público para bancar as campanhas. É assim agora, quando, diante da ameaça da Lava Jato de ceifar parte considerável do Congresso e das lideranças partidárias, novamente ganham espaço propostas de reforma política que incluem lista fechada e fundo público eleitoral.

Nem bem a Procuradoria-Geral da República entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) os 83 pedidos de abertura de inquérito contra uma constelação de políticos das mais variadas extrações, o presidente da República, Michel Temer, reuniu-se com os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - ambos citados na lista da Procuradoria ?", além do ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, para discutir com eles a necessidade urgente de uma reforma política.

Tanto em 2007 como agora as boas intenções abundam. Na época do mensalão, os petistas alegavam que sua proposta de reforma política serviria para "coibir o poder econômico do capital no processo eleitoral, fortalecer os partidos políticos, enfrentar a crise de representação institucional que hoje atinge índices alarmantes e combater as fontes da corrupção sistêmica", conforme se lê na resolução do 3.º Congresso do PT sobre Reforma Política e Constituinte.
Do mesmo modo que não havia Poliana capaz de engolir as lorotas pseudodemocráticas dos petistas, é difícil imaginar que a discussão atual sobre reforma eleitoral, nos termos em que ela vem sendo proposta, não seja apenas uma tentativa de reduzir danos.

"Há amplo consenso sobre a necessidade e a urgência de reforma do sistema político-eleitoral brasileiro. Essa realidade incita os Poderes da República e a sociedade civil a se unirem para a efetivação das mudanças que levem a uma melhora expressiva na representação política nacional", diz a nota conjunta resultante da reunião de Temer com a cúpula do Congresso e o ministro Gilmar Mendes, a quem é atribuída a paternidade da ideia de deflagrar o debate.

Gilmar Mendes se disse "extremamente preocupado" com o "mau desenvolvimento do sistema político-eleitoral". Para ele, o remédio está na mudança do modelo de financiamento de campanha, que, por sua vez, passa pela alteração do próprio sistema eleitoral. "Não adianta nada falar-se de criar um sistema público de financiamento, por exemplo, com o sistema que temos hoje de lista aberta", disse o ministro do STF, dando a deixa não apenas para a criação do fundo de financiamento público para eleições, como também a adoção da lista fechada.

Nesses termos, o debate sobre a reforma política destina-se muito mais a permitir a sobrevivência de partidos e líderes lanhados pelos escândalos do que a devolver ao eleitor o poder de seu voto. Uma reforma política digna desse nome poderia começar simplesmente por algum dos projetos ora em tramitação no Congresso que criam cláusula de barreira, para impedir que partidos de aluguel possam existir, e acabam com as coligações nas eleições proporcionais, que se formam em razão de interesses meramente eleitoreiros e elegem candidatos sem voto.

Esse seria o caminho mais rápido e racional para melhorar o sistema. Aparentemente, contudo, a preocupação maior é aliviar a agonia de partidos que antes viviam da fartura das doações empresariais, além de permitir que políticos envolvidos em falcatruas continuem a se eleger.

Na nota assinada pelos principais dirigentes da República, diz-se que a intenção não é "apagar o passado", e sim construir um sistema "mais adequado aos tempos atuais", atendendo melhor "aos desígnios de nossa democracia e às expectativas de nosso povo". Se for essa a intenção, o debate começou muito mal.
Herculano
19/03/2017 09:37
A CARNE CONTINUARÁ FRACA, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

Não é só a carne que está podre. A nova ofensiva da PF expôs o grau de decomposição avançada das relações entre o dinheiro, a política e os órgãos que deveriam proteger o consumidor no Brasil.

A operação Carne Fraca flagrou práticas de embrulhar o estômago: reembalagem de comida estragada, uso de substâncias cancerígenas para maquiar produtos vencidos, mistura de papelão nas salsichas.

Tudo era permitido graças à promiscuidade entre frigoríficos e funcionários do Ministério da Agricultura. A bancada ruralista é quem dá as ordens na pasta. Deputados nomeiam e demitem fiscais, travam ações sanitárias e fazem pressão para afrouxar o controle das mercadorias.

Um dos grampos fisgou a intimidade entre o novo ministro da Justiça, Osmar Serraglio, e o fiscal apontado como "líder da organização criminosa". Na ligação, o peemedebista chama o funcionário suspeito de corrupção de "grande chefe".

Há poucos meses, ele prestava a mesma reverência a Eduardo Cunha. Chegou a defender que o amigo fosse anistiado pelas acusações que o levaram à cadeia em Curitiba.

Se a fiscalização é fraca, a ligação entre frigoríficos e política é fortíssima. Em 2014, o setor despejou quase R$ 400 milhões em campanhas. O grosso do dinheiro foi fatiado como um bife entre PT, PMDB e PSDB.

A investigada JBS, que controla as marcas Friboi e Seara, aparece como a maior financiadora de Serraglio. A empresa também abriu os cofres para os comitês de Dilma Rousseff e Aécio Neves. O recado era claro: queria continuar bem com o governo, seja quem fosse o presidente eleito.

O escândalo deve produzir mais um forte abalo na economia. Os frigoríficos empregam milhares e o Brasil se tornou o maior exportador do mundo no setor. Nada disso, é claro, pode servir como desculpa para salvar corruptos. Além de punir os culpados, é preciso reforçar os controles para que o caso não se repita. Afinal, a carne continuará fraca.
Herculano
19/03/2017 08:09
da série: qual mesmo a diferença entre o PT e o PMDB? Por onde você olhe, há um deles metidos numa encrenca que é capaz de colocar o que é bom no atoleiro em detrimento de benefícios para poucos.

SERRAGLIO ERA PROTETOR DO FISCAL DA "CARNE FRACA", por
Josias de Souza

Não foi por acaso que Osmar Serraglio recorreu ao fiscal agropecuário Daniel Gonçalves Filho, para pedir que acudisse o dono de um frigorífico sob fiscalização no Paraná. No exercício do seu mandato de deputado federal, Serraglio notabilizou-se como um ferrenho protetor político do personagem. Agora, na pele de ministro da Justiça, Serraglio tenta se desvencilhar do seu protegido, acusado pela Polícia Federal de liderar a "organização criminosa" desbaratada na Operação Carne Fraca.

A coluna apurou que Serraglio pegou em lanças para tentar impedir que o "grande chefe", como se referia a Daniel Gonçalves Filho, fosse afastado do comando da superintendência do Ministério da Agricultura no Paraná. Última titular da pasta da Agricultura na gestão de Dilma Rousseff, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) recebeu Serraglio em seu gabinete no ano passado, antes do impeachment da ex-presidente petista. O visitante estava acompanhado do deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), outro anteparo político do fiscal da Carne Fraca.

Numa deferência à dupla de apoiadores do fiscal tóxico, Kátia Abreu informou que recebera da Consultoria Jurídica do Ministério da Agricultura uma recomendação para suspender Daniel Gonçalves do posto de autoridade máxima da pasta no Estado do Paraná. Explicou que o afastamento ocorreria como resultado de um Processo Disciplinar Administrativo. Inconformado, Serraglio pediu à então ministra de Dilma uma cópia do processo. Embora o pedido fosse inusual, foi atendido.

Mesmo depois de folhear o processo, Serraglio não se deu por achado. Insistiu para que Kátia Abreu mantivesse Daniel Gonçalves no comando da representação da Agricultura no Paraná. O processo administrativo tratava de um caso de furto na superintendência paranaense do ministério. Daniel livrara um subordinado da acusação de surrupiar combustível. O problema é que ele não tinha poderes para inocentar o colega. Para complicar, as evidências do desvio eram eloquentes.

De resto, o protegido de Serraglio respondia a vários outros processos administrativos. Àquela altura, Daniel Gonçalves já se encontrava também sob investigação da Polícia Federal. Mas o inquérito que desaguaria na Operação Carne Fraca corria em segredo. Sem saber, Kátia Abreu tomou distância de uma encrenca.

Dois meses antes, em fevereiro de 2016, o ainda deputado Serraglio, também alheio à movimentação dos agentes federais, tocara o telefone para Daniel Gonçalves. Por mal dos pecados, aproximara-se da radiação. Sua voz soara num grampo que a Justiça autorizara a PF a instalar, para ouvir as conversas vadias do então superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná. Agora, convertido em Ministro da Justiça por Michel Temer, Serraglio encontra-se na constrangedora posição de superior hierárquico de uma Polícia Federal que chama seu ex-protegido de corrupto.

Segundo a Polícia Federal, a "quadrilha" liderada por Daniel Gonçalves cobrava propinas de frigoríficos. Em troca, fechava os olhos da fiscalização. E permitia que chegassem às gôndolas dos supermercados carnes com prazo de validade vencido - por vezes, muito vencido.

O juiz Marcos Josegrei da Silva, que cuida do caso, anotou no despacho em que autorizou a deflagração da Operação Carne Fraca: "É estarrecedor perceber que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Paraná, um dos órgãos mais importantes para garantir a qualidade dos alimentos consumidos diariamente por milhões de pessoas não apenas neste Estado, como também em outras partes do Brasil, e fora das fronteiras nacionais em alguns casos de exportação, foi tomado de assalto - em ambos os sentidos da palavra - por um grupo de indivíduos que traem reiteramente a obrigação de efetivamente servir à coletividade."

O magistrado prosseguiu: "O exame dos indícios que emergem das centenas de horas de ligações telefônicas captadas ao longo de mais de um ano de incessante investigação, dos relatórios policiais e do cruzamento de dados bancários e fiscais realizado minuciosamente pela Receita Federal apontam para a perturbadora conclusão acerca da presença de uma organização criminosa há muito enraizada em diversos escalões da unidade do MAPA/PR."

Num dos telefonemas captados pelas escutas autorizadas pelo juiz Marcos Josegrei, Serraglio chama o fiscal Daniel Gonçalves de "grande chefe". O então deputado federal pedia informações sobre uma fiscalização num frigorífico chamado Larissa, assentado na cidade de Iporã (PR). Pertence a Paulo Rogério Sposito, que também teve a prisão decretada. Seguiu-se o seguinte diálogo:

Osmar Serraglio: Grande chefe, tudo bom?

Daniel Gonçalves: Tudo bom?

Serraglio: Viu, tá tendo um problema lá em Iporã. Cê tá sabendo?

Daniel: Não.

Serraglio: O cara lá?.que o cara que tá fiscalizando lá?apavorou o Paulo lá?disse que hoje vai fechar aquele frigorífico?botô a boca..deixou o Paulo apavorado. Mas para fechar tem o rito, não tem? Sei lá?como funciona um negócio deste?

Daniel: Deixa eu ver o que está acontecendo..tomar pé da situação de lá?falo com o senhor.

Daniel Gonçalves ligou para uma subordinada, a fiscal Maria do Rocio, também encrencada na Carne Fraca. Pediu-lhe que verificasse o que sucedia nas instalações do frigorífico Larissa. A interlocutora informou que não havia nada de errado na empresa. A informação foi repassada a Serraglio.

Abalroado pelo noticiário, Serraglio mandou divulgar uma nota. Nela, sua assessoria escreveu: "Se havia alguma dúvida de que o ministro Osmar Serraglio, ao assumir o cargo, interferiria de alguma forma na autonomia do trabalho da Polícia Federal, esse é um exemplo cabal que fala por si só. O ministro soube hoje, como um cidadão igual a todos, que teve seu nome citado em uma investigação. A conclusão tanto pelo Ministério Público Federal quanto pelo Juiz Federal é a de que não há qualquer indício de ilegalidade nessa conversa degravada."

Acomodado na poltrona de ministro da Justiça há cerca de um mês, Serraglio, de fato, não foi informado previamente sobre a Operação Carne Fraca. Não ignorava, porém, o risco de contágio que a proximidade com Daniel Gonçalves propiciava. O fiscal foi alçado pela primeira vez ao cargo de superintendente da Agricultura no Paraná em 2007, sob Lula. Indicou-o o ex-deputado federal Moacir Micheletto, morto num acidente automobilístico em 2012. Nessa época, Serraglio endossou o apadrinhamento, junto com outros parlamentares paranaenses.

Em 2014, sob protestos de Serraglio, Daniel Gonçalves foi apeado do cargo. O afastamento chegou com pelo menos dois anos de atraso. Em outubro de 2012, quando respondia pela pasta da Agricultura o peemedebista gaúcho Mendes Ribeiro, já falecido, o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), enviou-lhe um requerimento de informações.

Bueno indagava ao ministro de então que providências ele havia tomado para esclarecer denúncias contra Daniel Gonçalves enviadas ao Ministério da Agricultura pelo Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários. De acordo com essas denúncias, já naquela época o mandachuva da superintendência paranaense convivia com a suspeita de afrouxar fiscalizações e proteger infratores.

Mendes Ribeiro mandou abrir um processo disciplinar para apurar as suspeitas. Mas ele adoeceu. E o processo foi enviado às calendas gregas. Só em 2014 o protegido de Serraglio perdeu o posto. Por pouco tempo. Retornaria à chefia da superintendência no Paraná em 2015. E lá permaneceria até ser afastado por Kátia Abril, em abril de 2016.

Em matéria de fiscalização agropecuária, o interesse público está desassistido no Paraná há muito tempo. Durante toda a Era do PT, a chefia da superintendência da pasta da Agricultura no Estado foi compartilhada entre Daniel Gonçalves, o preferido do PMDB, e outro fiscal de carreira, Gil Bueno de Magalhães, um apadrinhado do PP, Partido Progressista.

Nesse vaivém, Gil Bueno retornou ao posto máximo da Agricultura em julho de 2016, já sob a presidência-tampão de Michel Temer. Apadrinharam-no, novamente, deputados paranaenses do PP, campeão no ranking de enrolados do petrolão. Entre eles Dilceu Sperafico, Nelson Meurer e Ricardo Barros, hoje ministro da Saúde. Na última sexta-feira, Gil Bueno engordou a lista de suspeitos que tiveram a prisão decretada nesta primeira fase da Operação Carne Fraca.
Herculano
19/03/2017 08:00
GOLEIRO BRUNO, O CULPADO-INOCENTE, É PERSONAGEM QUE REFLETE NOSSA ÉPOCA, por Elio Gaspari, no jornal Folha de S. Paulo

Depois que a Procuradoria-Geral da República soltou a lista de fregueses dos capilés da Odebrecht, surgiram doutrinadores do direito e da ciência política defendendo uma anistia dos envolvidos e um narcótico eleitoral que lhes assegure os mandatos sem que precisem pedir votos. Se der, inocenta-se o culpado e criminaliza-se quem o acusa.

Nesses mesmos dias, ouviu-se outra voz. Ela merece atenção porque diz o seguinte:

Sobre seu crime:

"É um erro que talvez eu tenha cometido. Erros acontecem na vida."

Qual foi seu erro?

"Não sei. A Justiça acha que sim. Eu acho que não. (...) O que passou, passou."

Você se arrepende?

"Quando as coisas têm que acontecer, acontecem. Quem somos nós para julgar os outros?"

O entrevistado do repórter Luiz Cosenzo é o doutor Bruno Fernandes de Souza, também conhecido como "Goleiro Bruno", condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato, em 2010, de Eliza Samudio, mãe de um de seus filhos. A mulher foi sequestrada, sofreu sucessivos espancamentos e seu corpo nunca foi encontrado. Bruno passou sete anos preso e espera em liberdade o julgamento de seu recurso.

Existem personagens do cotidiano que em determinados momentos refletem uma época. Bruno é o culpado-inocente, vítima da fatalidade e da injustiça: "Não sou bandido".

Em 2005, o Partido dos Trabalhadores, símbolo de uma nova moralidade política, foi apanhado no mensalão. É dessa época a fama de Bruna Surfistinha, uma moça que saltou da vida numa família de classe média alta de São Paulo e foi para o mercado da prostituição de luxo. Seu livro de lembranças foi um sucesso de vendas. Anos antes, quando a ekipekonômika e o presidente Fernando Henrique Cardoso desvalorizaram o real depois de atravessar uma campanha eleitoral dizendo que isso não aconteceria, o país encantou-se com a Tiazinha, do programa do Luciano Huck. Era uma gostosona mascarada que empunhava um chicote. Antes dela, o Brasil foi para a rua em 1984, pedindo eleições diretas. Elegeu Tancredo Neves pelo sistema indireto e empossou José Sarney, um veterano cacique da base de apoio da ditadura. Nesse cenário, a estrela da hora chamava-se Roberta Close, um travesti cor de jambo que hoje mora na Suíça.

A BRUXARIA DO LIVREIRO BRIQUET DE LEMOS E O PINTOR E O PINTOR NICOLA DE GARO

Este século mal tinha começado quando um cliente da Livraria de Arte, de Brasília, perguntou a Antonio Agenor Briquet de Lemos se ele tinha alguma obra relacionada com o pintor italiano Nicola de Garo, que passara pelo Brasil nos anos 20. O episódio poderia ter sido concebido por Jorge Luis Borges. Briquet é um veterano livreiro, respeitado bibliotecário, severo guardião do idioma e curioso incorrigível, mas nunca havia ouvido falar em Nicola de Garo. Entre 1923 e 1926, o pintor passou pelo Recife, pela Amazônia, por São Paulo e pelo Rio. Expôs suas composições geométricas de cores fortes, conheceu Mario de Andrade, Gilberto Freyre e José Lins do Rego, tornou-se amigo de Ronald de Carvalho e sumiu.

Briquet mostrou o valor da internet como instrumento de pesquisa. Juntou cacos de conhecimentos esparsos que estavam no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos e compôs a charada. Nicola de Garo chamava-se Nicolai Abracheff e era búlgaro. (Quem daria valor a um búlgaro modernista?)

Ele saiu do Brasil e montou uma escola de arte em Nova York, onde morreu em 1978.

Essa delícia de pesquisa virou um livro "Nicola de Garo no Brasil". Tem 114 páginas e foi publicado pela Briquet de Lemos Editora e pela Casa da Memória Brasileira. Infelizmente, a tiragem é mínima. Resta torcer para que o bruxo coloque a obra na internet.

LISTAS

De uma víbora: "Para se livrar dos efeitos da Lista do Janot, a solução é o voto de lista".

NA MOSCA

O prefeito João Doria interrompeu uma fala do secretário de Cultura de São Paulo que descrevia um programa de compra de livros para bibliotecas da cidade: "Queria aproveitar o embalo e recomendar ao secretário que peça de graça esses livros".

Toda vez que uma autoridade pública fala em comprar livros baratos, o mais provável é que se esteja pagando pela desova dos encalhes das editoras.

Assim elas se livram do custo do armazenamento dos livros que não tiveram freguesia e ainda ganham algum.

BOLIVARIANISMO

A policia apreendeu 40 milhões de bolívares venezuelanos na favela carioca do Caju. É o triste fim de uma moeda, símbolo da ruína bolivarianista.

Os bolívares nada valem, e o lote apreendido no Rio veio de um carregamento de 40 contêineres que foi localizado no Paraguai.

Descoloridos, os bolívares servem como matéria-prima para falsificações grosseiras de outras moedas.

BODE

É possível que a proposta de adoção do modelo de lista embuta uma astúcia. Pelo voto de lista, o eleitor não escolhe o candidato em quem vota.

Voltou a circular a ideia do Distritão. Como o voto de lista, o Distritão já foi a voto e acabou rebarbado. O que é defeito numa torna-se virtude na outra. Pelo Distritão, se num Estado há 30 vagas de deputado, elegem-se os 30 mais votados e não se fala mais no assunto.

Seus defeitos são outros.

O Distritão é uma velha proposta de Michel Temer.

BOLSA DITADURA

Outro dia Lula revelou que desde 1996 recebe uma Bolsa Ditadura que hoje vale R$ 6.000 mensais. É a indenização devida por 31 dias que passou na cadeia.

Feita a conta, Nosso Guia embolsou algo como R$ 1,5 milhão.

Não se pode comparar o tamanho da bolsa da Viúva brasileira com a da alemã. Também não se pode comparar os 21 anos da ditadura brasileira com os 44 da ditadura comunista da Alemanha Oriental, durante a qual foram presas 250 mil pessoas.

Na Alemanha, as vítimas da repressão receberam uma indenização equivalente a R$ 1.000 para cada mês de prisão. Se o cidadão passou mais de 180 dias na cadeia e depois da unificação vivia com necessidades financeiras, habilitava-se para uma pensão mensal de uns R$ 900.

A Bolsa Ditadura de Lula rendeu-lhe R$ 41 mil para cada dia que passou na cadeia.

VOTO DE LISTA

Com a ajuda do ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, políticos de diversos partidos voltaram a cabalar uma reforma eleitoral que institua o voto de lista. Trata-se de um sistema pelo qual o eleitor vota no partido e as caciquias influem na ordem em que serão elencados os candidatos determinando o acesso aos mandatos. No PMDB, por exemplo, brilharia o discernimento do seu presidente, o senador Romero Jucá. No PSDB, de Aécio Neves.

Vale a pena resgatar o argumento de um grão-tucano durante a última tentativa de adoção do voto de lista: "Estou cansado de pedir votos".

A manobra falhou, mas ele se deu bem, tornando-se suplente de senador.
Herculano
19/03/2017 07:32
LULA VIROU HERDEIRO DO 'ROUBA, MAS FAZ' DE MALUF, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

Acusado de rosário de crimes vinculados a corrupção em número maior que Paulo Maluf, o ex-presidente Lula já se habilita à herança do ex-prefeito paulistano. Há décadas mantido sob suspeita, Maluf não pode sair do País sob o risco de receber voz de prisão, mas divulgou mensagem nas redes sociais lembrando que não está na "lista de Janot", a exemplo de Lula, assim como não esteve no mensalão.

GOLEADA DE LULA
Maluf foi absolvido no caso "frangogate" e condenado em dois casos. Lula é réu por corrupção, lavagem, quadrilha, enriquecimento ilícito...

REINANDO ABSOLUTO
Assim como Maluf, Lula já se beneficia entre eleitores mais pobres e desinformados, como o líder da bancada do "rouba, mas faz".

A CARA DE UM...
Em várias campanhas, como candidato ou "padrinho" de candidatos, o ex-prefeito Paulo Maluf, a exemplo de Lula com Dilma, foi imbatível.

...FOCINHO DO OUTRO
Lula mostrou que nada o separava de Maluf ao pedir seu apoio, em 2012, à candidatura de Fernando Haddad (PT), em São Paulo.

AGORA O PT QUER A OPOSIÇÃO SóCIA DA ROUBALHEIRA
O PT retomou a estratégia de tentar escapar do lamaçal do "petrolão" acusando operação Lava Jato de "proteger o PSDB". O governo era do PT e o PSDB estava na oposição, lembrou ontem o procurador Deltan Dallagnol. PP é o partido com o maior número de políticos denunciados na Lava Jato, e que PT e PMDB, parceiros na rapina, têm igual número de larápios acusados. Além disso, há vários tucanos já enrolados.

TEMA INCôMODO
A estratégia principal do PT, determinada pela executiva do partido, é evitar o tema Lava Jato e focar em críticas às reformas em curso.

FILHOTE PETISTA
O assalto à Petrobras iniciou de maneira organizada no governo Lula, em 2004, e interrompido pela Lava Jato no governo Dilma, em 2014.

CONCLUSÃO DA LAVA JATO
Lava Jato concluiu, com provas e confissões, que os governos do PT nomearam diretores ligados a partidos para roubar a Petrobras.

DESGRAÇA POUCA É BOBAGEM
Economistas advertem: o escândalo das carnes adulteradas será uma catástrofe para o Brasil, muito pior que os danos causados pela Lava Jato. A começar pelo provável banimento do País no mercado mundial.

RECUPERAÇÃO DEMORADA
Se o Brasil for mesmo banido do mercado mundial de carnes, poderá levar décadas para se recuperar, segundo estimam especialistas. Hoje, o Brasil é considerado o segundo maior produtor de carnes do mundo.

DE OLHO ABERTO
Uma das principais preocupações com a operação Carne Fraca é o mercado chinês, o segundo maior importador de frangos e o terceiro principal destino das carnes suína e bovina do Brasil.

EMERGÊNCIA
Assim que soube da operação Carne Fraca, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ligou para o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, para detalhar as providências do governo.

PROGRESSÃO DE REGIME
Mesmo condenado à pena mínima de 31 anos, pelos crimes que lhe são atribuídos até agora na Lava Jato, dificilmente o ex-presidente Lula permaneceria em cana muito tempo, segundo especialistas.

A CONTA É NOSSA
O governo federal deve superar os R$ 3,4 trilhões em receitas este ano, segundo o Portal da Transparência. Será o novo recorde histórico de arrecadação de impostos, tributos, multas, decisões judiciais etc.

PONTE DE LONDRES CAIU
O jornal britânico The Guardian divulgou informações sobre um plano em caso de morte da Rainha Elizabeth II. A mensagem inicial para a cúpula do governo é simples e direta: "the London bridge has fallen".

VAZAMENTO SELETIVO
Mais de 40 veículos de comunicação nacionais e internacionais pediram informações ao STF e à Procuradoria-Geral sobre as delações da Odebrecht, mas apenas os queridinhos de sempre foram atendidos.

PENSANDO BEM...
...em vez de "Lista de Janot", a relação de políticos delatados na Lava Jato mereceria ser chamada de "Lista do Mal".
Herculano
19/03/2017 07:28
POR QUE ELES ROUBAM? por Helio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Nunca tantos roubaram tanto em tão pouco tempo. Essa ao menos é a sensação com que ficamos ao ler o noticiário. O que aconteceu com nossos políticos?

Um modelo popular de explicação do comportamento antissocial é aquele que atribui o crime a disposições individuais. Existiriam combinações de elementos hereditários com histórias de vida que fazem com que certas pessoas fiquem mais propensas do que outras a delinquir. Por essa concepção, a função da polícia é separar os frutos podres dos sadios.

Em algum grau, essa leitura é correta. Há evidências de que certas características de personalidade e mesmo doenças orgânicas aumentam as chances de alguém cometer crimes.

Essa, contudo, é apenas parte da história. Existe também um bom corpo de evidências que sugerem que a situação em que se encontram os agentes pode ser decisiva.

Um exemplo clássico desse efeito é o famoso experimento da prisão de Stanford, em que apenas desempenhar o papel de guarda numa simulação fez com que os jovens que haviam sido sorteados para essa posição agissem no limite do sadismo.

Isso significa que estar numa situação em que seja relativamente fácil (ou até mesmo esperado) tirar proveito de terceiros e ver colegas fazendo isso pode constituir um impulso irresistível à roubalheira. Não é totalmente sem sentido, portanto, o discurso de políticos que dizem que só fizeram o que todos faziam.

No que não deixa de ser um paradoxo do conhecimento, a ciência pode nos fazer compreender os motivos pelos quais uma pessoa comete um crime, mas as exigências da boa organização social nos impedem de ser muito lenientes para com esses indivíduos, já que a reação negativa do grupo a quem tenta passar-lhe a perna é um dos fatores situacionais a limitar o crime. Aqui, ser muito compreensivo significaria incentivar o ato antissocial, um luxo ao qual nenhuma sociedade pode se dar.
Herculano
19/03/2017 07:25
PASSARÁ O CÉU E O INFERNO, por Carlos Brickmann

O Inferno vem antes: com o avanço da Operação Lava Jato e a entrega ao Supremo da Lista de Janot, na qual há pedidos de abertura de inquérito sobre 107 pessoas ?" todas, de alguma forma, poderosas ?" Brasília parou. A oposição decidiu ir à guerra: entre os envolvidos, estão Dilma e Lula, e os ex-ministros Palocci e Mantega. O Governo não sabe bem como agir: os ministros Eliseu Padilha, Gilberto Kassab, Moreira Franco, Aloysio Nunes fazem parte da lista. Que fará Temer, com tantos ministros sob suspeita?

Boa pergunta: o que não falta, nos meios políticos, é gente imaginando fórmulas para se livrar da prisão. A mais simples é definir especificamente a Caixa 2 como crime. Em seguida, enquadrar nessa definição o maior número possível de políticos e empresários. E, como a lei que especifica que a Caixa 2 é crime será recente, todos os acusados serão inocentes, já que quando a praticaram ainda não havia lei que a definisse como crime.

As tentativas de livrar-se legalmente da cadeia podem não dar certo, se a opinião pública se mantiver atenta (e mobilizada, o que será demonstrado no próximo dia 26). Entretanto, ao menos para o pessoal mais poderoso, os pedidos de inquérito podem incomodar, mas dificilmente os atingirão.

Há dois anos, Janot pediu ao Supremo a abertura de 27 inquéritos envolvendo pouco mais de 40 políticos. Passados dois anos, seis estão sendo processados. Para quem tem foro privilegiado, o Supremo é o Céu.

ATRAVÉS DO ESPELHO

Toda verdade tem múltiplas facetas. A nota acima pode perfeitamente ser lida ao contrário. Há quem conteste a existência do foro privilegiado; há quem até o aceitaria, mas discorda de uma legislação que joga nas costas de um tribunal constitucional, já sobrecarregado de processos, o julgamento de réus, o que não é sua especialidade, e desprovido de recursos para dar aos casos a celeridade que deveria ser a norma. Para a população, que espera Justiça, e a quem os julgamentos deveriam mostrar que o crime não compensa, Céu e Inferno se invertem.

OS ANJOS DA GUARDA

Há profissionais da política cuja especialidade é resolver o insolúvel (e em tornar insolúvel, se o retorno não for o esperado, aquilo que poderia ser resolvido). Não estamos falando de moral, de ética, de serviço público, mas de política no sentido básico do termo, de luta pelo poder. É um pessoal competente ?" um pessoal que, para atender a seus interesses, conseguiu fazer com que o impeachment de Dilma deixasse de incluir a perda de seus direitos políticos. Eles não vão deixar, sem luta, que seus privilégios sejam atingidos. Já estão com pintura de guerra e as flechas preparadas.

VEREDA DA SALVAÇÃO

O primeiro passo dos Anjos do Mal é garantir a manutenção do foro privilegiado. Ou seja, uma reforma eleitoral a ser aprovada até setembro, válida para as eleições do ano que vem. Se alguém mexer no foro privilegiado, eles estarão reeleitos, podendo argumentar que, ao eleger-se, esse direito lhes estava assegurado. A formatação da reforma eleitoral vem sendo discutida por gente que conhece o tema: proteção para quem usou Caixa 2 (anistia, ou definição de que o crime é crime só de agora em diante); criação de um fundo eleitoral ?" com dinheiro público, claro ?" para custear as campanhas, sem contribuições de empresas nem de pessoas físicas; e voto em lista fechada. Cada eleitor vota num partido. Cada partido tem uma lista eleitoral elaborada por seus caciques. Conforme o número de votos, são escolhidos os nomes conforme a ordem da lista.

Lava Jato? Quem tiver foro privilegiado não precisará se preocupar com isso. E mais, dará forte apoio ao combate "sem tréguas" à corrupção.

O NOME DAS COISAS

Fundo público, Fundo eleitoral são nomes bonitos. Talvez "Mão no Tesouro" não seja tão elegante, mas descreve com mais precisão a ordenha que Suas Excelências estão propondo. O Fundo Eleitoral teria entre R$ 4 bilhões e R$ 8 bilhões (e não se misturaria com o Fundo Partidário, onde os partidos mamam mais R$ 1 bilhão por ano). Em vez de algum prestador de serviços pagar, quem paga é o contribuinte. Mas quem garante que as vacas leiteiras de sempre desistirão da propina e das vantagens que ela traz?

O DESTINO DA IDEIA

Há listas fechadas de candidatos em diversos países, e funcionam bem. Na Alemanha, metade dos parlamentares se elege pela lista, a outra metade por voto distrital (cada um vota em quem conhece, e o custo da propaganda se reduz muito). E por que aqui o sistema seria ruim? Porque na Alemanha, por exemplo, entram na lista os líderes partidários, aqueles que fazem campanha por seus companheiros. Aqui até poderia ser assim: Sérgio Cabral, Renan, Palocci, Aécio, Demóstenes Torres, todos são líderes partidários. E, encabeçando a lista, sua reeleição seria garantida e fácil.
Herculano
19/03/2017 07:19
HORA DE MUDAR OS RUMOS DO BRASIL, por Rodrigo Janot, procurador geral da República, para o jornal Folha de S. Paulo

O encaminhamento ao Supremo Tribunal Federal, na última semana, de 320 pedidos para instauração de inquéritos, arquivamentos e declínios de competência, entre outras providências, oriundos das 77 colaborações de executivos da Odebrecht, fez aumentar o interesse sobre o trabalho do Ministério Público Federal e, principalmente, suas consequências no cenário nacional.

Em razão do sigilo legal que ainda se impõe, o ambiente tornou-se propício para a disseminação de boatos sem fundamento lógico ou jurídico.

Para os que desejam entender as funções do MPF e suas balizas jurídicas, proponho-me a esclarecer, resumidamente, pontos que me parecem obscuros no debate.

Em primeiro lugar, repito o que disse em março de 2015, quando encaminhei ao STF os primeiros pedidos de inquérito: não existe "lista do Janot". O procurador-geral não tem prerrogativa de "escolher" a quem investigar ou elaborar discricionariamente uma lista de criminosos.

Na verdade, no caso específico, cabe ao procurador-geral da República, nos limites da lei, celebrar os acordos e requerer ao STF a instauração de inquéritos para investigar os fatos em relação a autoridades com prerrogativa de foro, sempre que presentes indícios de crime.

Em segundo lugar, as investigações da Lava Jato não têm como propósito criminalizar a política. A atividade político-partidária é essencial ao regime democrático e condição de seu funcionamento.

Não se podem confundir os atos criminosos de alguns políticos com a própria política, pois os que assim agem tentam maliciosamente igualar a todos por uma régua injusta, na qual só há medida para o logro e a desfaçatez.

Em todos os casos, as instaurações de inquérito foram requeridas quando presentes indícios de delitos associados à campanha eleitoral, como falsidade ideológica, corrupção ou lavagem de dinheiro, dentre outros.

Considerou-se que, se a origem da doação eleitoral foi espúria e havendo indícios de que as partes disso tinham conhecimento, o fato é criminoso e, assim, deve ser apurado, seja a doação oficial ou clandestina.

Por outro lado, se os recursos de origem lícita foram recebidos, mas não declarados à Justiça Eleitoral, configura-se, em tese, um delito de menor gravidade (falsidade eleitoral), que também merece apuração e a devida punição, se for o caso.

Nem o procurador-geral da República nem o MPF jamais arrogaram para si o juízo definitivo sobre homens ou fatos que se desenrolam no processo de desenvolvimento social. Não se ambiciona, com o nosso trabalho, depurar o país ou a política, até porque esse papel não cai bem a uma instituição de Estado.

Mesmo assim, estou certo de que a revelação da promiscuidade no trato da coisa pública, ao nos confrontar com as deficiências do sistema político, é uma oportunidade para, preservando a institucionalidade, mudarmos os rumos de nossa sociedade.

Por fim, esclareço o óbvio: o Ministério Público Federal, com a Lava Jato, não inventou crimes inexistentes nem patrocinou teses de responsabilidade penal objetiva.

Sabe-se que o caso é complexo e haveria ainda muitas nuanças a esclarecer, mas, por ora, fico por aqui, com uma advertência.

O país está imerso em uma grave crise que, pela ordem natural dos acontecimentos e independentemente dos envolvidos, cessará, cedo ou tarde. A nós brasileiros compete apenas escolher como estaremos ao fim dessa turbulência.

Podemos ceder ao medo, deixar-nos engabelar pela velha conversa de excessos do MPF e esconder os problemas; ou, por outra, enfrentá-los, implementar as reformas necessárias e elevar, assim, o patamar de nossa democracia.
Herculano
19/03/2017 07:16
O LIXO DE GASPAR FEDE
Amarildo
18/03/2017 22:02
É caro colunista, como falei anteriormente, eu concordo com quase tudo que o senhor escreve, porém quando tem razão, agora quando não tem e fica procurando pelo em ovo e inventando desculpas não da pra concordar. Mas vamos lá, primeiro sou de Gaspar, ter um ip de Blumenau é muito fácil, basta não ser cliente da oi ou vivo. Segundo, não preciso me defender, pois não faço parte dessa coisa nojenta que é a política e muito menos das tramoias que existem nesse mundo sujo. Mas é isso, o senhor continua fazendo sua parte, procurando chifre em cabeça de cavalo, vai que da sorte e acha um unicórnio. Mas, como diz um colega, " é vida que segue".
Periquito Arrepiado
18/03/2017 20:01
O Temer ligou hoje pro Trump.

Sabem o que ele disse?

Vai um bife aí Trump?

Quá...quá...quá
Roberto Sombrio
18/03/2017 19:50
Oi, Herculano.

A JBS veio pra mídia falar da qualidade da empresa e de seus produtos.

Será que é o RECALL da carne?

O Brasil está ruim mesmo. Durante 13 anos viveu a febre vermelha (PT).
Agora estamos vivendo a fase da febre amarela. Que passe rápido e venha a febre verde para o país deslanchar.
Judas
18/03/2017 14:22
O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki disse pros jornalistas que os alimentos no Brasil são controlados e que o povo pode consumir os produtos que tem o selo sif. Ou sifu, não lembro agora.



Cidadão de Bem
18/03/2017 13:28
Ilhota em Chamas,
Prefeito de Ilhota manda para a Câmara de vereadores um projeto de lei para reduzir de 30% para 25% o investimento em educação! Além de ainda não ter dado o reajuste dos professores. Ilhota está a Deus dará!
Herculano
18/03/2017 12:00
A POBREZA E O CÉREBRO DAS CRIANÇAS, por Dráuzio Varella, médico cancereologista, no jornal Folha de S. Paulo

Viver na pobreza coloca em risco o desenvolvimento do cérebro das crianças. Mais tarde, elas levarão desvantagem nos testes de quociente intelectual, terão mais dificuldade de intelecção de textos, de concentração e de autocontrole.

O grupo de Kimberly Noble, da Universidade Columbia, está iniciando um estudo que pretende realizar testes cognitivos para avaliar a integridade de diversos circuitos cerebrais, do nascimento à adolescência, nas crianças nascidas em famílias mais pobres.

Com essa finalidade, levantaram fundos para um programa no estilo do nosso bolsa-família.

Serão acompanhadas mil crianças norte-americanas, divididas em dois grupos: no primeiro, as mães receberão durante três anos, a quantia mensal de U$ 333 para suplementar o orçamento doméstico; no outro, a suplementação será de apenas U$ 20.

Nos dois grupos serão aplicados testes periódicos para avaliar as habilidades cognitivas visuais e auditivas, além de outras envolvidas no aprendizado e na tomada de decisões.

Vão ser analisados, também, aspectos da vida familiar, como os níveis de estresse, a qualidade dos relacionamentos e o uso dos recursos recebidos.

O grupo começou a trabalhar nesse campo há 15 anos, quando recrutaram famílias de status socioeconômicos desiguais, para estimar as habilidades intelectuais de seus filhos, do jardim da infância à adolescência.

De modo geral, as crianças das famílias mais pobres levaram desvantagem nos testes de linguagem e memória e nas capacidades de autocontrole e concentração.

Esses resultados estão de acordo com os de outros grupos que encontraram nas crianças das camadas mais pobres, alterações anatômicas em áreas do cérebro envolvidas na cognição, entre as quais uma diminuição de volume do hipocampo, estrutura essencial para a formação das memórias.

Em trabalho publicado na revista "Nature Neuroscience", Noble mostrou que em 1.099 crianças americanas estudadas, o nível educacional dos pais e o salário da família estão associados às dimensões do córtex cerebral, a camada mais superficial, formada pelas reentrâncias e saliências que coordenam funções complexas: memória, linguagem, atenção, pensamento abstrato e consciência.

Crianças mantidas com rendas familiares anuais abaixo de U$ 25 mil, apresentaram áreas do córtex cerebral em média 6% menores do que aquelas criadas em famílias que vivem com mais de U$ 150 mil anuais.

A associação entre renda familiar e volume de determinas áreas é encontrada em diversas partes do cérebro, mas é mais pronunciada nos centros que governam a linguagem, o controle de impulsos e outras formas de autorregulação.

O cérebro é o órgão que mais consome energia. No recém-nascido, 87% das calorias ingeridas são gastas por ele. Esse número cai para 44% aos cinco anos, 34% aos dez, e para 23% nos homens e 27% nas mulheres adultas.

As diarreias e as infecções parasitárias da infância interferem com o equilíbrio energético, uma vez que prejudicam a absorção de nutrientes e obrigam o organismo a investir energia na reparação dos tecidos lesados e na mobilização do sistema imunológico, para localizar e atacar os germes invasores.

Aos três anos de idade, o cérebro da criança atingiu 80% das dimensões do adulto. Nessa fase, já existem 1.000 trilhões de conexões entre os neurônios (sinapses), aparato essencial para que o desenvolvimento intelectual aconteça em sua plenitude.

Dos 18 meses aos quatro anos de idade, a maturação do córtex pré-frontal acontece com velocidade máxima. Essa área, que coordena funções de altíssima complexidade, depende de estímulos cognitivos múltiplos e variados, para formar novas sinapses e reforçar a arquitetura das já existentes.

O estresse causado por ambientes domésticos conturbados interfere com a construção e a arquitetura das sinapses, deixando falhas duradouras no cérebro infantil.

Estrutura cuja característica fundamental é a plasticidade, isto é, a capacidade de formar novas conexões neuronais para suprir as que se perderam ou nem chegaram a se formar, o cérebro adulto poderá se recuperar mais tarde. A reconstrução, no entanto, será um processo laborioso, lento e imperfeito.
Sidnei Luis Reinert
18/03/2017 11:54
Por Carlos I. S. Azambuja

O texto abaixo é outro capítulo do livro "A Nomenklatura ?" Como Vivem as Classes Privilegiadas na União Soviética". O autor, MICHAEL S. VOSLENSKY, nasceu em 1920, na União Soviética. Foi tradutor no processo de Nuremberg e no Conselho de Controle Aliado da Alemanha. A partir de 1950 trabalhou em Moscou, em contato estreito com o aparelho do Comitê Central do Partido, tendo sido enviado a Praga, depois a Viena, para o Conselho Mundial da Paz. De volta a Moscou, assumiu responsabilidades diversas na Academia de Ciências. Professor de História na Universidade Patrice Lumumba, em Moscou, e membro do Conselho da Academia de Ciências Sociais, junto ao Comitê Central.

MICHAEL VOSLENSKY é considerado, no Ocidente, um dos mais eminentes especialistas em política soviética.

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Uma organização de revolucionários profissionais seria um bom meio de reparar uma revolução?

Sim, sem dúvida alguma, se se trata de derrubar a ordem vigente e tomar o Poder.

Os revolucionários profissionais representam o interesse da classe dos operários? Em que consiste esse interesse? Não é nem o aumento de salários e nem melhoria das condições de vida ?" isto seria sindicalismo -. Seu interesse é a vitória da revolução proletária.

Mais qual serão resultado dessa vitória? Segundo Lenin, o mais importante, na Revolução, é o problema do Poder, pois após a Revolução o Poder passará para as mãos do proletariado, representado pela sua vanguarda.

E qual é essa vanguarda? Segundo Lenin, é o Partido, cujo núcleo é a organização dos revolucionários profissionais. Todavia, assim que os tais revolucionários profissionais subirem ao Poder vão dizer que representam os interesses da classe operária, sob o pretexto de que a tomada do Poder é do interesse da classe operária.

Por que a classe operária deveria lutar pela melhoria das condições dos revolucionários profissionais em lugar de lutar pela melhoria de suas próprias condições? Lenin confessa abertamente que a classe operária, pelo fato de ser a classe social mais mais homogênea e mais disciplinada, é a melhor para tornar-se o exército político da revolução. Vamos encontrar essa tese se Lenin em todos os manuais de História do PCUS.

Sem a classe operária, os revolucionários profissionais não conseguiriam "fazer" a Revolução, porque esse punhado de profissionais não tinha possibilidade de tomar o Poder sem a ajuda do proletariado. Os populistas haviam se apoiado na classe majoritária em número ?" os camponeses ?" e tinham fracassado. Por isso, os revolucionários profissionais, segundo Lenin, deveriam apoiar-se em uma minoria bem organizada e disciplinada, no caso os proletários, e tomar o Poder por seu intermédio. Reside nesse ponto o laço que liga, em todos os países, a classe operária aos partidos comunistas.

Pode-se,como faz a propaganda dos comunistas, repetir, de todas as maneiras, as palavras de Lenin para fazê-las penetrar bem na mente das pessoas: o Partido é o Partido da classe operária, o Partido luta pelos interesses da classe operária, Na realidade não há um mínimo de verdade nessas palavras. Elas são e continuarão a ser uma mentira. Nem o Partido leninista no seu conjunto, nem seu núcleo ?" os revolucionários profissionais ?" jamais foi, nem a vanguarda e nem uma simples parcela da classe operária.

Então, a que classe de sociedade russa pertencia essa organização de revolucionários profissionais? A nenhuma. Desde o início, Lenin colocou essa organização além da sociedade da época: ela deveria constituir um organismo social independente e obedecer a suas próprias regras.

Dessa organização nasceu um grupo muito fechado que não pertencia a nenhuma classe. Seu papel, no sistema de produção soclal, consistia em derrubar esse sistema de produção, bem como a ordem social existente. Esse pequeno grupo não tinha outro papel senão esse. No sistema de produção existente e na ordem social existente, não havia lugar para ele.

Por outro lado, esse pequeno grupo tinha um futuro bem preciso: se a revolução que preparava fosse vitoriosa, tornar-se-ia, automaticamente, uma organização de dirigentes profissionais.

Foi assim que Lenin criou o embrião da nova classe dirigente.

Mais tarde, os bolchevistas se contentariam em repetir que a Rússia daquela época estava grávida da Revolução. No entanto, seria mais exato dizer que a Rússia estava grávida de uma nova classe dirigente que só poderia chegar ao Poder pela Revolução.

Mas, afinal, quem foi para o Poder? Os operários ou os camponeses? Uma velha fotografia nos mostra o primeiro Conselho dos Operários do Povo: estão todos lá, sentados em volta de uma mesa, olhando para nós. Entre eles há nobres... Lunatcharski, o próprio Lenin... há intelectuais, florões da burguesia... Mas, onde estão os operários e os camponeses? Não os há. Todos os comissários bolchevistas do povo têm apenas um ponto comum: independentemente de sua origem ou de sua situação social, são todos dirigentes da organização de revolucionários profissionais criada por Lenin. Foi essa organização que tomou o Poder do Estado.

Que classe representava essa organização? Já o dissemos: Ela representava ela própria. E ela é o próprio embrião de uma nova classe dominante.
Sidnei Luis Reinert
18/03/2017 11:53
Cármen Lúcia evoca o papel constitucional do povo


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Carne fraca, corrupção fortíssima: até quando engoliremos? Eis a questão de resposta nada fácil. A percepção é que a maioria das pessoas parece um barril de pólvora prestes a explodir, alternando desânimo com a situação e vontade de agir (mesmo sem saber como) para mudar as coisas erradas. O debate se amplia nas redes sociais, e força um posicionamento das autoridades que atuam nas instituições em crise ?" afetadas ou corrompidas pelo crime e suas organizações.

Embalados pelo "Efeito Lava Jato", membros da máquina judiciária ?" promotores e magistrados ?" assumem a ofensiva das discussões. Ontem, no dia em que a Polícia Federal realizou a maior operação de sua História para iniciar o desmonte de facções do crime institucionalizado especializadas em esquartejar produtores do agronegócio, a presidente do Supremo Tribunal Federal aproveitou uma entrevista à Rádio CBN (Grupo Globo) para falar de Política.

A ministra Cármen Lúcia defendeu a realização de um referendo ou plebiscito para definir pontos da reforma política: "O sistema brasileiro precisa mesmo ser repensado, não tenho dúvida nenhuma. Mas a lista fechada e o financiamento fazem com que haja provavelmente pessoas que vão arvorar-se quase como donos, proprietários de partidos, Esse tipo de matéria precisa de ser esclarecida ao povo, dito exatamente o que significa - porque a maioria dos cidadãos, dos eleitores brasileiros, sequer sabe como é e quais as consequências de se votar numa lista aberta ou fechada de candidatos".

A suprema magistrada Cármen Lúcia reproduziu um raciocínio jurídico que tem sido amplamente difundido nas redes sociais, sobretudo pelos defensores da Intervenção Institucional: a legitimidade da livre atuação popular, com base constitucional, para aprimorar e mudar o Brasil. Cármen Lúcia pregou:

"Talvez seja a hora de a gente cumprir o artigo 14 da Constituição. Afinal, o artigo 1º da Constituição estabelece que o povo é soberano, o povo é que é titular da soberania, logo ele é que deve decidir em última instância. O artigo 14 da Constituição de 1988 prevê esses mecanismos. Talvez já tenha passado da hora de a gente começar a adotá-los para que o povo se manifeste".

Cármen Lúcia defendeu que a consulta à população impõe uma educação cívica, no sentido de estabelecer claramente "quais são as bases de cada mudança que é feita". "Vota-se em quem, vota-se como, sistema de lista aberta ou fechada importa em que, como vai acontecer, e quais são as consequências, e isso seria oferecido ao povo em referendo ou plebiscito".

Ressaltando que o brasileiro tem o direito a um governo honesto, Cármen Lúcia condenou, previamente, as manobras articuladas no Congresso Nacional para perdoar crimes de financiamento de campanhas eleitorals usando dinheiro ilegal de caixa 2 de empresas: "A apuração dos crimes está em curso, qualquer tentativa de obstaculizar medidas punitivas que são necessárias no caso de cometimento de crime não é bem-vinda evidentemente à sociedade, menos ainda à comunidade jurídica".

Só faltou Cármen Lúcia constatar que o Brasil sob hegemonia do crime já afundou, e que agora precisa ser refundado. Ela não poderia chegar a tanto... O importante é que a Presidente do STF deixou claro que cabe ao povo, constitucionalmente, tomar as providências para mudar as coisas para melhor, com base na lei e na ordem.

As pré-condições para uma inédita Intervenção Institucional vão amadurecendo. Um atalho pode ser a ampliação do debate para a efetiva implantação do Federalismo no Brasil, implantando uma estrutura estatal correta e adequada à realidade do século 21. O assunto ganha impressionante destaque nas redes sociais. O debate federalista tem uma vantagem: fica acima das paixões ideológicas das "torcidas" extremistas e radicais.

Os EUA debateram por 13 anos e implantaram o Federalismo (em vigor desde 1776). Alguns brasileiros tentaram com Tiradentes e os "inconfidentes" (no século 18). Falhamos novamente com os golpes da República (1889) e do Estado Novo (1937). Os movimento militar-civil de 1964 não mexeu na estrutura errada. A Nova República, a partir de 1985 e com a Constituição de 1988, ignorou a necessidade federalista e ampliou o poder centralizador-autoritário da União Federal, em detrimento dos Estados e municípios.

A desejável Intervenção Institucional tem de promover uma Repactuação Constitucional e implantar de fato o Federalismo, definindo o tamanho ideal que a máquina estatal brasileira deve ter. As mudanças estruturais ocorrerão com a adoção do Voto Distrital, do Imposto Justo e da Transparência na Gestão Pública (pela fiscalização direta de cidadãos-eleitos para tal fim). Tudo tem de ser feito com investimentos consistentes em Educação e Infraestrutura ?" com prioridades definidas, sem perda de tempo, nas consultas populares diretas.

As mudanças acontecerão quando a maioria do povo brasileiro acordar para cumprir seu papel constitucional (obrigações e direitos).

Democrata, a ministra Cármen Lúcia faz parte do seleto grupo que já percebeu que não basta ficar defendendo corporativismos nos poderes.

Fica a torcida para que Cármen Lúcia e outros tantos brasileiros de bem apóiem a Intervenção Institucional com base Federalista.
Herculano
18/03/2017 11:52
BOAS-NOVAS EM DIAS DE TENSÃO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O presidente Michel Temer quebrou a rotina para anunciar a boa notícia: foram criados em fevereiro 35.612 empregos com carteira assinada - diferença entre vagas abertas e fechadas no período. Foi o primeiro saldo positivo em 23 meses. Também pela primeira vez a informação foi divulgada numa entrevista presidencial, no Palácio do Planalto. Com essa, o governo colecionou pelo menos três novidades muito bem-vindas. Como resposta à melhora das perspectivas econômicas e ao esforço de ajuste, a Moody's, uma das principais agências de avaliação de risco, elevou de negativa para estável a perspectiva do crédito soberano do Brasil. Em seguida houve o bem-sucedido leilão de concessão dos aeroportos de Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Fortaleza. Em dias de muita incerteza e de tensão agravada por desdobramentos da Operação Lava Jato, sinais de melhora da economia são especialmente importantes para o avanço na pauta de reformas e de correção de distorções.

As boas-novas foram aproveitadas tanto pelo presidente, em Brasília, quanto pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na reunião do Grupo dos 20 (G-20), na Alemanha. Além daquelas novidades, o ministro pôde mencionar os primeiros indícios de recuperação econômica depois de dois anos de recessão. Segundo ele, algum crescimento, embora muito pequeno, já deve estar em curso neste trimestre. Para o investidor de longo prazo, o ponto mais importante, de toda forma, é a perspectiva de correção dos principais desajustes e de implantação de reformas, como as da Previdência e das normas trabalhistas.

O compromisso do governo parece claro e isso tem sido levado em conta nas análises de risco. Mas cada avanço dependerá de uma trabalhosa mobilização de apoio político. A situação de muitos governos estaduais, quebrados ou quase quebrados e em busca de ajuda federal, pode tornar mais complicada essa tarefa.

Se a base parlamentar fornecer o apoio necessário, o progresso na pauta de ajustes e de reformas facilitará a atração e a mobilização de capitais, abreviando a reativação econômica e a criação de empregos. Na melhor hipótese, o País ainda terá de percorrer um bom caminho para sair do buraco onde afundou nos últimos anos. A criação de empregos com carteira assinada no mês passado, embora muito animadora, foi muito pequena em comparação com os danos acumulados. Foi eliminado 1,15 milhão de postos nos 12 meses terminados em fevereiro, com redução de 2,91% das vagas formais, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mantido pelo Ministério do Trabalho. No mês passado, o saldo de contratações na indústria de transformação chegou a 3.949, mas o número de postos fechados desde março do ano anterior ficou em 258.208. Sem ser a maior empregadora, a indústria de transformação continua sendo a principal fonte de empregos de qualidade, pelos salários, pelo tipo de atividade e pelos benefícios indiretos.

Alguns fatores limitantes da recuperação econômica permanecem evidentes no balanço do Caged. Em fevereiro foram cortados 23.624 postos do comércio varejista, um reflexo do desemprego ainda muito elevado, da perda de renda familiar e dos efeitos do endividamento dos consumidores. Nada garante um novo saldo positivo no balanço de março do Caged. O consumo continua fraco. A construção civil, importante fonte de empregos para trabalhadores de baixa escolaridade, continua deprimida. Sairá do marasmo, certamente, quando os estímulos a obras de moradia produzirem efeitos e, além disso, quando o programa de infraestrutura deslanchar. Os leilões de aeroportos foram um bom começo, mas o governo terá de apressar outras licitações, como as de rodovias.

A evolução do emprego ainda poderá oscilar e ninguém deverá surpreender-se com isso. Mas a tendência de recuperação poderá firmar-se, em poucos meses, se a inflação continuar em queda, se houver avanço no ajuste fiscal e na pauta de reformas e se, como consequência, aumentar a confiança de consumidores, de empresários nacionais e de investidores estrangeiros. Isso dependerá principalmente do governo, mas o risco de fracasso será considerável, se os políticos da base fizerem a opção pelo jogo da mediocridade.
Herculano
18/03/2017 11:42
E O QUE VOCÊS FIZERAM JUNTOS?, editorial da revista Isto é, neste final de semana e escrito por seu diretor Carlos José Marques

Dilma e Lula, cada qual a seu tempo e estilo, voltaram a protagonizar espetáculos anedóticos nos últimos dias. E só rindo mesmo para não chorar diante dos desaforos que lançam sistematicamente contra a inteligência de cada um de nós brasileiros. Lula escolheu como picadeiro o banco dos réus e palanques na rua, habitat tradicional para seus showzinhos particulares. Dilma, por sua vez, optou pelos grandes salões mundo afora, num tour que fez corar de vergonha não apenas os patrícios como a plateia estrangeira que dedicou tempo a ouvi-la. Comecemos pois, fazendo jus ao cavalheirismo, pela dama e suas diatribes. Não foi uma, mas inúmeras as escorregadelas e falta de compostura que adotou, até quando se arriscou a dialogar em um francês sofrível com gafes em profusão. No que disse de absurdos, atribuiu os maus resultados da economia a sua queda, decorrência direta do "golpe" - para usar uma lorota muito em uso nos discursos petistas - contra o mandato que exercia. Não foram as barbeiragens que executou, nem mesmo as medidas populistas que ordenou aos comandados, as verdadeiras razões da mais devastadora recessão da história do País. De maneira alguma! Esqueçam isso! Dilma, na tortuosa linha de raciocínio exposta ali, era a razão do sucesso, o porto seguro para as inversões redentoras do capital. Sem ela, estaríamos perdidos, chafurdando na lama. E assim aconteceu, acredita a honorável ex-presidente deposta. E disse isso literalmente a cada um dos ouvintes: "você acha que alguém investe em um país em que parte da oposição pede o impeachment da presidente? Eles construíram algo irresponsável, a insegurança do Brasil. Hoje a economia se deteriora".

Vamos nos ater a alguns itens dessa pantomima. Não foi "parte da oposição" que gerou o seu impeachment. A quase totalidade do Congresso, somada às hordas de milhões de brasileiros desesperados nas ruas ?" em maioria ensurdecedora, cujos panelaços e buzinaços não deixariam negar ?", a afastou do poder, por obra e graça de improbidades administrativas notórias. Na letra da lei. E, qualquer um sabe, não é de "hoje" que a economia se deteriora. Dilma apagou da memória os números devastadores de PIBs negativos sob sua gestão. Esqueceu (só ela!) os milhões de trabalhadores que empurrou para o desemprego, os repiques da inflação, o descontrole nas contas públicas, a destruição das empresas, o caos em resumo, frutos das inconsequentes escolhas tomadas por ela. Dilma, ardilosamente, gosta de entrar em modo de negação e fez isso mais uma vez.

Falseou os fatos. Pensava enganar a quem? Na Suíça, onde a rigidez de princípios e a qualidade de vida se sobrepõem à média, disse para assombro geral: "duvido que vão continuar chamando o PT de corrupto daqui para frente!". Um pouco mais de sensatez seria aconselhável nos discursos da senhora Dilma. Na rota europeia, sem fundamento algum, chegou a falar no risco de adiamento das eleições do ano que vem e na ameaça de mudanças de regras para condenar Lula. Há de se perguntar de onde ela tira tantas ilações? A ex-presidente difama o Brasil, a democracia e as instituições como quem despreza escrúpulos. A tentação populista de encobrir e distorcer a realidade em proveito próprio ganha força por esses dias.

Mesmo seu mentor Lula não fica atrás nesse aspecto. Na primeira audiência a que compareceu como réu para prestar esclarecimentos sobre a acusação de tentar atrapalhar investigações da Lava-Jato fez da sessão um espetáculo. Se disse vítima de perseguição. Tripudiou de indagações. Os favores que teria ganho em um triplex, reformas do sítio (que não o pertence) ou mesmo os gordos dividendos recebidos por palestras a empresas que, em troca, lhe pediam favores, não passam de besteira! Intriga da oposição. Não existe organização criminosa no PT, uma definição de juízes da mais alta corte que o ofende. Na oitiva preliminar reclamou de levantar todo dia com receio de ser preso e negou qualquer influência na indicação daqueles que a seguir saquearam as empresas do Estado. O senhor Lula, como deixou transparecer mais de uma vez, gostaria mesmo que tudo isso fosse esquecido. Não reconhece malfeitos. Fez troça até quando indagado sobre seus rendimentos; "põe aí R$ 50 mil". Com a profusão de amigos a socorrê-lo quando precisa, não saberia mesmo dizer de onde vem seu sustento. Dias após o interrogatório judicial, como se nada tivesse acontecido, estava ele novamente no palanque a reclamar com veemência contra as reformas da previdência. O rombo no caixa do Estado não é problema seu ?" muito embora tenha crescido espantosamente em pouco mais de uma década de PT no poder. Valem mesmo as promessas eleitoreiras a arrebanhar massa de manobra para colocá-lo mais uma vez no comando da farra. Lula anseia o papel de "salvador da pátria" contra o "governo ilegítimo". Não toma jeito. Culpa de quem ainda acredita nele.
Herculano
18/03/2017 11:36
POR QUE VOCÊ DEVE ABANDONAR A AGENDA COLETIVISTA E DEFENDER OS DIREITOS INDIVIDUAIS? por Roberto Rachewsky, para o Instituto Liberal

Quando se quer combater a discriminação legal, aquela através da qual o governo subtrai direitos ou concede privilégios promulgando leis arbitrárias, há apenas um conjunto de princípios que se deve defender e que é capaz de reagir contra tal ilegitimidade e injustiça, o individualismo.

Ser individualista é se postar contra todo tipo de discriminação legal que venha a ferir os direitos individuais. Denunciar a discriminação legal contra todos significa denunciar a discriminação legal contra qualquer indivíduo ou grupo de indivíduos.

Entende-se que muitos grupos se formam para defenderem direitos porque são discriminados legalmente por alguma particularidade, seja de gênero, orientação sexual, cor, religião, o que for. A união em torno de uma determinada agenda traz visibilidade e mobiliza com maior apelo aqueles que têm um objetivo comum por causa das suas características pessoais. Esse coletivismo reagente induzido, é quase que inevitável, mas seria muito mais eficaz se, em vez de se lutar contra a discriminação legal particularizada, se lutasse em nome do individualismo.

Não se pode confundir a luta por direitos, legítima e desejável, com a luta por privilégios,ilegítima e indesejável, que necessariamente implica a tentativa de suprimir direitos alheios para se obter ganhos imerecidos através de algum tipo de ação afirmativa do estado.

Quando o governo, através do seu poder coercitivo, privilegia alguém, ele está subtraindo direitos de outra pessoa, o que é imoral e contrário ao papel que deveria exercer que é o de promover a justiça, ou seja, que cada um tenha o que merece pelos seus feitos; e a segurança, ou seja, que cada um, independentemente das suas peculiaridades, estará protegido do uso de violência por terceiros ou poderá se auto defender legitimamente.

Então, quando se unem aqueles que querem defender os direitos das mulheres, dos homens, dos consumidores, dos trabalhadores, dos empreendedores, dos católicos, dos judeus, dos ateus, dos muçulmanos, dos negros, dos índios ou dos brancos, deveriam na realidade defender apenas os direitos individuais, inalienáveis e pertencentes a qualquer indivíduo.

O individualismo não deixa de ver as diferenças entre os seres humanos, ele apenas entende que essas diferenças são irrelevantes no contexto social e não servem para determinar qualquer ação governamental. Cabe ao governo, apenas, proteger o indivíduo, independente de gênero, orientação sexual, cor, religião, renda, nacionalidade ou o que for.

Defender direitos individuais alegando uma agenda coletivista é uma contradição. Defende-se com coerência e integridade direitos que estão sendo violados promovendo o individualismo e defendendo-se a ideia da inalienabilidade dos direitos individuais que todos possuem.

Afinal, se for para defender os direitos violados de uma minoria, que se defenda a menor minoria que há, o indivíduo.
Herculano
18/03/2017 11:30
Ao que se esconde como Amarildo

Duas questões ao seu questionamento contínuo, professor.

Qual a razão para que gente de Blumenau esteja preocupada com as minhas notas sobre o fedor do lixo de Gaspar?

Uma questão não elimina a outra, mas mostra o quanto tudo fede e você sabe que fede e quer uma pista para se defender mais estruturadamente. E fede não só no, lixo, mas, inclusive em outras licitações como a do ônibus, a das funerárias...Agoniado. Acorda, Gaspar!
Amarildo
18/03/2017 09:19
Senhor Herculano, porque o senhor não nos esclarece quando diz que o fedor do lixo continua? Pois sua tese sobre abafar a licitação não tem fundamentos já que tudo está as claras no site do samae. Inclusive acabei de ver que lá também estão disponíveis os recursos interpostos pelas empresas participantes, tudo bem transparente ao contrário do que o senhor insinua. Acredito que a implicância é mesmo com o diretor presidente, pois a respeito da licitação do transporte coletivo o senhor não escreveu sequer uma linha.
Roberto Sombrio
18/03/2017 08:28
Oi, Herculano.

Operação "Carne Fraca".

E aquelas propagandas da FRIBOI e SEARA com Toni Ramos e a Fátima Bernardes? Pois é! Sem saber, venderam suas imagens valorizando o bandido.

Por essa razão a JBS fazia tanta propaganda enaltecendo o sabor da carne MATURATA, também conhecida como carne podre.

A invasão de carnes embaladas no mercado abriu espaço para mais esta bandalheira.

Só tem uma solução. Mudem essa Constituição que abre as portas e apoia qualquer bandido e o Brasil nascerá como um país democrático.

Quando Ulisses Guimarães anunciou a tal Constituição Cidadã não disse ao povo que havia feito uma Carta Magna só para políticos.
Ulisses Guimarães era do PMDB. Nunca vi qualquer coisa do PMDB que prestasse.
Herculano
18/03/2017 08:09
LULA CANDIDATO, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Para Luiz Inácio Lula da Silva, faz mesmo todo o sentido sair como candidato a presidente no pleito de 2018.

A vantagem mais óbvia é que Lula terá um discurso para contrapor às acusações que enfrenta na Justiça. Poderá dizer que os processos não passam de uma tentativa de afastá-lo das eleições, tentando assim transformar a discussão jurídica numa disputa política. E, se ele for condenado em segunda instância antes do pleito, hipótese em que não poderia concorrer e correria até o risco de ser preso, sempre poderá atribuir o desfecho à contenda eleitoral e não a seu comportamento ético.

Para o PT também existem benefícios de curto prazo. Em primeiro lugar, ao sair com Lula, diminuem as chances de o partido sofrer uma derrota acachapante nas urnas, semelhante à que ocorreu no último pleito municipal. A união das tendências em torno da candidatura do ex-presidente também evita que o partido rache no que provavelmente é o momento mais difícil de sua história.

Receio, porém, que no médio e no longo prazo, seria mais vantajoso para o PT e para a própria democracia brasileira que a agremiação não ficasse estacionada no passado, mas conseguisse renovar-se, para o que é fundamental que ela passe por um processo de autocrítica que precisa abarcar tanto o aspecto ético ?"mesmo que Lula seja inocentado, está claro que várias lideranças "se lambuzaram", para usar a expressão de um petista ilustre?" como o programático ?"um bom pedaço da crise que enfrentamos pode ser atribuído a uma visão equivocada do partido sobre o funcionamento da economia. E será muito difícil fazer essa autocrítica enquanto Lula se mantiver na posição de esteio da legenda.

Toda democracia precisa de um partido de massas mais à esquerda. Até aqui, foi o PT quem desempenhou este papel de forma inconteste. Se um PT renovado não ocupar este espaço, outra agremiação o fará.
Herculano
18/03/2017 08:06
LAVA JATO: OU O BRASIL AVANÇA OU VIRA RATOCRACIA, por Josias de Souza

Em três anos de Lava Jato o Brasil experimentou sensações antagônicas. Depois de assistir a coisas inéditas, o país presencia um surto de mesmice. O que há de inédito no escândalo é que, pela primeira vez desde a chegada das Caravelas, o braço punitivo do Estado investigou e prendeu pessoas que, historicamente, se comportavam como se estivessem acima das leis. Esse ineditismo é agora ameaçado pelo que há de mais tradicional na política brasileira: o patrimonialismo se uniu ao oportunismo para restaurar a "normalidade".

No Brasil, o combate à corrupção convive com uma 'síndrome do quase'. O país quase conseguiu restaurar a moralidade quando escorraçou Fernando Collor do Planalto. Mas faltou punir as empreiteiras que engordaram o caixa do tesoureiro PC Farias. Os anões quase foram banidos do Orçamento da União. Mas as empreiteiras que compravam emendas orçamentárias foram novamente poupadas. A nação quase virou outra quando o Supremo Tribunal Federal condenou a turma do mensalão. Mas cuidou-se da máfia sem atentar para o capo.

Há uma forme de limpeza no ar. Mas a elite política, nivelada em perversão pela Odebrecht, providencia um dique de contenção. Os procuradores da força-tarefa de Curitiba tremem. Basta uma noite no Congresso e toda uma investigação pode cair por terra, disse um deles. De fato, quem olha para o Congresso põe em dúvida a Teoria da Evolução. A política brasileira parou de evoluir. E considera a hipótese de involuir. No futuro, quando os historiadores puderam falar sobre a Lava Jato sem precisar assistir a TV Câmara de madrugada, a mair operação anticorrupção da história será apresentada como um marco civilizatório ou como um fenômeno que consolidou o Brasil como uma ratocracia.
Herculano
18/03/2017 08:03
COMO OS CANALHAS FRAUDAM A DEMOCRACIA, por Percival Puggina.

A tentativa de instituir o voto em lista fechada é a manobra mais descarada desde o início das operações da Lava Jato. Supera, em despudor, a missão do Bessil levando a Lula o ato que o homiziaria no ministério de Dilma. É mais desavergonhada do que a "anistia do caixa 2". A democracia dos canalhas alcança seu apogeu com algo tão indecente na motivação, tão contra a democracia na concepção e tão escancaradamente desonesto que estará coberto de razão o cidadão que registrar, na polícia, um boletim de ocorrência.

A ideia e a intenção estão em todos os noticiários desta sexta-feira 17 de março. Seus promotores, grandes figurões da política nacional, estão preocupados com os prejuízos eleitorais que lhes advêm do conhecimento de seus crimes e de suas inclusões nas listas de Janot. O que conceberam pode ser descrito como um gigantesco iceberg político sem nada submerso. Da ponta à base, o mastodonte está inteiramente visível nas páginas dos jornais. Nosso país nunca adotou o voto em lista fechada exatamente pelo motivo que, agora, a organização criminosa atuante na política brasileira passou a vê-lo com bons olhos: ele esconde os candidatos e o voto deixa de ser direto e pessoal.

Com efeito, nesse sistema:

1) cada partido elabora uma lista com os nomes em disputa;

2) no dia da eleição, o eleitor escolhe e vota na lista de sua preferência;

3) o percentual de votos dados a cada lista, em relação ao total de sufrágios da eleição, define quantas cadeiras cabem a cada partido;

4) são os partidos que estabelecem a ordem dos nomes nas respectivas listas;

5) é dentro dessa ordem que as cadeiras são preenchidas (se um partido tiver direito a dez cadeiras, por exemplo, os dez primeiros nomes de sua lista serão titulares).

Com medo da reação da sociedade ante os escândalos em que estão envolvidos, os piores elementos da vida pública brasileira, candidatos preferenciais a serem varridos das urnas em 2018, encontraram no voto em lista fechada um modo de se elegerem sem necessidade de encarar individualmente os eleitores. Pretendem, com essa manobra, retomar cadeiras e preservar o foro privilegiado escondidos na lista partidária, mais ou menos como se dá comprimido para cachorro, disfarçado dentro de um naco de carne. É assim, escondidos e sem votos pessoais, mascarados, que eles querem voltar aos negócios em 2018. Antes, desfiguravam a representação política comprando votos e abusando do poder econômico com dinheiro mal havido; agora, querem continuar abastardando a democracia com o voto em lista fechada.
Herculano
18/03/2017 07:54
O FEDOR DO LIXO EM GASPAR CONTINUA
Herculano
18/03/2017 07:53
OS QUE ASSINAM MANIFESTO "VOLTA LULA" SÃO ARAUTOS DO "ESTADO-ODEBRECHT", por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

Na lista de Janot, dois nomes devem ser separados, como indicadores políticos: Antonio Palocci e Guido Mantega. O "Italiano" e o "Pós-Italiano" das planilhas do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht eram os titulares do Ministério da Fazenda entre 2003 e 2015. Isso diz algo crucial sobre a remontagem do Estado conduzida pelo lulopetismo.

"Fazenda" significa grande propriedade rural e, ainda, os recursos financeiros do poder público. A ambiguidade etimológica entre o patrimônio privado e a coisa pública condensa o dilema principal da formação política do Brasil. Não deixa de ser uma ironia e tanto que os governos do PT, o grande partido de esquerda, tenham eliminado a tensão entre os dois significados, tornando-os equivalentes. Se os investigadores da Lava Jato não se enganam na decifração das planilhas, Palocci e Mantega ocupavam-se, antes de tudo, com a macroeconomia da corrupção. A "fazenda" do ministério comandado por eles era, essencialmente, o patrimônio privatizado oriundo do desvio de recursos públicos.

A esquerda costuma descrever o Ministério da Fazenda como instrumento dos interesses econômicos gerais da burguesia. Sob essa ótica, Lula e Dilma estreitaram sua função, convertendo-o em ferramenta dos interesses particulares de uma fração do alto empresariado que se associou à coalizão governista. Os intelectuais de esquerda que assinam o manifesto do "Volta Lula" são arautos do "Estado-Odebrecht", versão radical, pós-moderna, do patrimonialismo tradicional brasileiro.

No seu depoimento judicial, Emílio Odebrecht ofereceu, além de um espetáculo de cinismo, uma confissão relevante. Dos tempos de seu pai, Norberto, fundador da empresa, passando pelos dele e chegando aos do herdeiro, Marcelo, a Odebrecht consagra-se a corromper políticos, operando perenemente como uma quadrilha. A riqueza acumulada pelo conglomerado, sua "fazenda", é fruto do parasitismo, da corrosão da coisa pública.

A justificativa empregada por Emílio, de que seguia-se o "modelo reinante", deve ser classificada, no plano ético, como um tapa na cara de incontáveis empresas que curvam-se às leis e um escárnio dirigido à imensa maioria das pessoas comuns, vítimas desse "modelo reinante". Porém, no campo da análise política, ela deve ser examinada mais de perto, pois destina-se a erguer uma muralha de neblina. O depoimento tenta ocultar que a cessão do Ministério da Fazenda à máfia político-empresarial representou uma singular evolução do "modelo reinante".

Emílio e o PT usam o mesmo álibi: fizemos o que todos fazem. A ecumênica lista de Janot confere ilusória verossimilhança à tese compartilhada. Mas o papel desempenhado pelo "Italiano" e pelo "Pós-Italiano" a desmente. No depoimento, em atos falhos, Emílio mencionou o "nosso Brasil" e o "nosso Palocci".

O pronome possessivo ilumina a corrupção 2.0: a Odebrecht governava em aliança com o PT. É por isso que tanto o generoso prêmio judicial pelas delações de Emílio e Marcelo quanto o acordo de leniência que se costura com a Odebrecht equivaleriam ao sepultamento da Lava Jato.

A Odebrecht ocupa lugar especial no cenário do assalto à coisa pública. As demais empreiteiras operaram segundo as regras criminosas do tal "modelo reinante". Já o conglomerado de Emílio e Marcelo assumiu a coordenação executiva do sistema de corrupção.

Não por acaso, foi agraciado com os mais vultosos contratos com estatais e com os maiores financiamentos do BNDES para obras no exterior. A justificativa do instituto da delação premiada é chegar ao cume da pirâmide. Na ponta empresarial da máfia, o cume é a Odebrecht.

Seus controladores devem experimentar o inteiro peso da lei, não mansão com vista para o mar. A empresa deve ser extinta, pela transferência de sua direção a gestores públicos e pelo arresto de seu patrimônio
Herculano
18/03/2017 07:50
'CARNE FRACA': GOVERNO SUSPEITA DE ESPIONAGEM, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

O envolvimento de empresas como JBS e BRF na Operação Carne Fraca, acusadas de subornar fiscais para vender produtos adulterados, pode levar o Brasil a ser banido do mercado. No governo há a suspeita até de "espionagem industrial" manipulando gerentes e fiscais corruptos para sabotar o produto brasileiro. Mas, ainda que tenham "armado", a adulteração criminosa de carnes foi constatada.

CONCORRÊNCIA DELIRA
O Brasil produz 15% da carne consumida no mundo, por isso seus concorrentes celebraram tanto as notícias da operação de ontem.

GIGANTE INCOMODO
Só o grupo JBS tem 235.000 funcionários em 150 países. A subsidiária da JBS nos Estados Unidos emprega 78 mil pessoas.

GRANDE PLAYER
Já a BRF, dona da Sadia e da Perdigão, tem 54 fábricas em sete países (inclusive o Brasil), somando 105 mil funcionários.

CARNE FRACA, GRANA FORTE
As empresas da JBS-Friboi investigadas na Operação Carne Fraca, fizeram mais de R$ 393 milhões em doações nas eleições de 2014.

TURMA DE DILMA DEMOROU A LARGAR AS BOQUINHAS
Só agora, quase um ano depois da saída de Dilma Rousseff, o governo petista chegou de fato ao fim. Os que se agarraram às boquinhas no governo federal receberam os últimos pagamentos de quarentenas concedidas pela Comissão de Ética Pública. Foram pagamentos mensais de até R$126 mil (caso do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine). Até o fim de 2016, as quarentenas custaram R$ 7,2 milhões.

NA SUA CONTA
Ex-presidente da Empresa Brasil de Comunicação, Ricardo Melo, que passou três meses no cargo, custou R$129 mil após a saída de Dilma.

PETISTA FOLGADO
Carrapatos de cargos, como Jaques Wagner, que ficou com Dilma até o final do impeachment, recebeu salários até fevereiro de 2017.

NA NOSSA CONTA
Em setembro, após o impeachment e já em quarentena, José Eduardo Cardozo ainda levou mais R$ 21,2 mil de jeton do conselho do BNDES.

PÉ NA ESTRADA
O presidente Michel Temer tem sido aconselhado a viajar mais pelo Brasil. Ele adorou a recepção dos nordestinos durante suas visitas recentes, e quer voltar à região levando boas notícias.

NÃO PARA DE CRESCER
Apenas o que foi vazado da "Lista Janot 2" já corresponde a 40% do número de governadores que poderão ser alvos de investigação da Justiça. Nos ministérios, a proporção já é de quase 25% da Esplanada.

NA BERLINDA
Michel Temer mandou verificar denúncia de que diretores nomeados para ocupar cargos em Itaipu Binacional são dirigentes partidários. Ao assumir o governo, ele proibiu políticos na direção de estatais.

POR QUE NÃO TE CALLAS?
O Brasil está se livrando do encosto bolivariano. A convite de Michel Temer, presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, chega em abril acompanhado de empresários interessados em investir no País.

PESCA NA INDÚSTRIA
O senador Benedito de Lira (PP-AL) achou "estranho e inoportuno" o decreto do presidente Temer vinculando a Secretaria de Pesca ao Ministério da Indústria e Comércio. Quer o Ministério da Pesca de volta.

CONGRESSO PARALELO
Além dos 81 senadores e 513 deputados previstos na lei, o contribuinte brasileiro paga salários a aposentados (outros 61 senadores e 501 deputados), além dos dependentes de falecidos que recebem pensão.

MUDOU MESMO
Mudou para melhor o relacionamento da Presidência do Senado com jornalistas. Atualmente, sob a presidência do senador Eunício Oliveira, a relação passa longe da mediocridade e do mau humor anteriores.

QUEDA
A produção de leite no Brasil caiu pelo segundo ano consecutivo. Em 2016 foram 23,17 bilhões de litros, queda de 3,7%. Minas Gerais, que produz 26,4% de todo o leite no Brasil, é quem mais sofre.

PENSANDO BEM...
...o desemprego vai crescer muito no Brasil após os políticos enrolados na Lava Jato perderem suas boquinhas.
Herculano
18/03/2017 07:46
da série: os políticos e o PT buscam tábuas de salvação entre eles para continuarem a bandidagem com o dinheiro do povo e contra o povo, nem que para isso, precisem se unirem no que fingem para o povo serem inimigos.

CONVERGÊNCIA INESPERADA PODE UNIR CONTRÁRIOS, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o jornal Folha de S. Paulo.

Ainda que aparentemente desligados, dois fatos recentes podem convergir mais adiante. É que tanto as manifestações contra a reforma da Previdência quanto os pedidos de inquérito enviados por Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal (STF) desembocam no Congresso. Os legisladores que decidirão sobre as aposentadorias são os mesmos que precisam de apoio popular para salvar-se das acusações em curso.

A jornada nacional de paralisação na quarta-feira (15), originária das grandes organizações sindicais, atingiu o cidadão comum, diferentemente do que aconteceu com a luta contra a PEC dos gastos públicos. Embora seja apenas um passo inicial, cabendo verificar se irá se espalhar, trata-se da primeira reação potente ao governo Temer.

As antenas do Congresso captaram o estado de espírito da população. Tanto é assim que até o PSDB, entusiasta do austericídio, começou a se mexer para flexibilizar a proposta estruturada por Henrique Meirelles. Em entrevista radiofônica concedida um dia depois das manifestações, o governador Geraldo Alckmin evitou comprometer-se com a idade mínima de 65 anos.

Convém notar, por outro lado, que a presença de Lula, figura principal no protesto em São Paulo, coloca o campo que está contra o corte de direitos a favor de alguma solução que permita aos maiores partidos (tucanos incluídos) disputar, com chances, a eleição do ano que vem. Não por acaso, a proposta de voto em lista fechada acoplada ao voto distrital misto, defendida nesta semana pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP), tem cara de acordo entre petistas e peessedebistas. Existe uma aproximação objetiva das agremiações que possuem, hoje, mais possibilidade de vencer o pleito de 2018, pois ambas querem ter seus principais líderes e candidatos preservados.

Não necessariamente as soluções propostas por esse consórcio são mera picaretagem. Se é verdade que a lista fechada retiraria do eleitor o monopólio de ordenar a colocação dos candidatos, podendo facilitar a reeleição de acusados, há variadas formas de minorar o problema. Por exemplo, o eleitor escolher a lista partidária de sua preferência, que seria pré-ordenada, mas ao mesmo tempo indicar um nome dentro da lista, influenciando assim a posição final do candidato.

Em resumo, ainda que incipiente, observa-se um movimento com vistas a unificar maiorias partidárias e sociais em torno de saídas intermediárias, tanto na Previdência quanto na reforma política. O problema é que, por ora, tais iniciativas encontram forte resistência da opinião pública, da mídia e do Partido da Justiça, os quais seguem compreensivelmente orientados pelas incríveis denúncias de corrupção que continuam a jorrar dia a dia
Herculano
18/03/2017 07:40
CARNE ESTRAGADA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

São aterradoras as suspeitas divulgadas com a deflagração da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, sobre conluios entre frigoríficos e fiscais do governo visando a venda ilegal de alimentos nos país e no exterior.

A se confirmarem as alegações da PF, trata-se de caso em que as implicações da corrupção vão além das esferas moral, política e econômica ?"está em risco a própria saúde dos consumidores.

Divulgaram-se gravações que sugerem manobras para o aproveitamento de produtos com prazo de validade vencido, adulterados ou mesmo estragados, com a cumplicidade de funcionários do Ministério da Agricultura.

É cedo, decerto, para apontar culpas e avaliar a extensão dos danos. Parece evidente, no entanto, que há indícios de práticas cotidianas e em larga escala de irregularidades. A reação de empresas e autoridades envolvidas reforça a gravidade do episódio.

A Justiça autorizou o cumprimento de 37 mandados de prisão temporária ou preventiva, mais conduções coercitivas e buscas em seis Estados e no Distrito Federal. A operação atingiu dirigentes de dois gigantes do mercado de carnes, os grupos JBS e BRF, e outras 30 empresas do setor.

A Agricultura anunciou o afastamento de 33 servidores ?"providência demasiado tardia, dado que, segundo a própria pasta, as primeiras denúncias datam de quase sete anos atrás. Os frigoríficos divulgaram que colaboram para o esclarecimento dos fatos.

A política faz parte do enredo em apuração. Fiscais de defesa agropecuária dispõem de considerável poder regional, e as indicações para os cargos de comando são disputadas pelos partidos (o ministério é feudo tradicional da bancada ruralista do Congresso).

De acordo com a PF, que não soube fornecer mais detalhes a respeito, há sinais de que a propina arrecadada ajudou a abastecer os caixas do PMDB e do PP.

Há ainda um estrago econômico pela frente, antecipado pela queda vertiginosa das ações da dupla de frigoríficos na Bolsa de Valores. Estão sob ameaça exportações anuais de US$ 14,5 bilhões em produtos com proteína animal.

O Brasil levou anos para remover a desconfiança de autoridades sanitárias de outros países e disputar o mercado global de carne. Mesmo que não se comprovem problemas mais graves de qualidade dos artigos destinados ao exterior, as suspeitas bastam para comprometer sua aceitação.

O país, afinal, demonstra mais uma vez o subdesenvolvimento de suas instituições, ainda presente no agronegócio tão louvado pela modernização e competitividade.
Judas
17/03/2017 20:32
Operação "Carne Fraca".

Não sei se os bois tão no pasto ou na política.
Herculano
17/03/2017 19:12
AS DESCOBERTAS DA OPERAÇÃO "CARNE FRACA" É ALTAMENTE DANOSA PARA O BRASIL A UM SEGMENTO QUE GOZAVA DE CRÉDITO INTERNACIONAL - E DEPENDIA DELE - PARA GARANTIR MERCADOS IMPORTANTES PARA A EXPORTAÇÃO.

O QUE SE FEZ POR ANOS, PERDEU-SE EM HORAS. LEVARÁ ANOS PARA RECUPERAR ESTA CREDIBILIDADE. CADEIA É POUCO.

O QUE OS POLÍTICOS, EMPRESÁRIOS, GESTORES SEM ESCRÚPULOS E ACOBERTADOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS BEM PAGOS - E BOTA BEM PAGOS - SÃO CAPAZES DE FAZER CONTRA A IMAGEM, EMPREGOS DE MILHARES DE PESSOAS - QUE VAI DO CAMPO, À LOGÍSTICA, PASSANDO FÁBRICAS E MERCADOS.

A MENTE DOS POLÍTICOS ESTÁ PODRE. WAKE UP, BRAZIL!
Herculano
17/03/2017 18:48
CORRUPÇÃO JÁ AFETA ATÉ O CHURRASQUINHO NA LAJE, por Josias de Souza

É a suprema esculhambação: em operação batizada de 'Carne Fraca', a Polícia Federal esquadrinhou uma organização criminosa que levava às mesas dos brasileiros carne estragada. Para atenuar a aparência de coisa vencida, maquiava-se o produto com ácidos e elementos químicos.

Integram a quadrilha fiscais do Ministério da Agricultura e funcionários de algumas das maiores empresas do ramo frigorífico. Por trás do esquema, como de hábito, há partidos políticos. Entre eles o PMDB e o PP.

Assim, o brasileiro ficou sabendo que a corrupção já invadiu até o churrasquinho na laje. No Brasil, a diferença entre o que pode e o que não pode está está no valor do agente estatal. Ainda não chegamos à fase do "cumpra-se a leio". Continuamos no triste estágio do "compra-se a lei".
platao
17/03/2017 18:30
Boa noite, Colunista!
Tem ex-prefeito de Gaspar perdendo o seu precioso tempo para ligar para os meios de comunicação da cidade e falar mal dos políticos e partidos.
Ele, que se diz Honesto, sendo que este adjetivo deve ser a regra para todos aqueles que querem seguir ou participar da vida publica, deveria literalmente "PEDIR PARA SAIR", pois, não tem filiação partidária porque nenhum partido o quer, não consegue sobreviver sem o seu emprego no Governo do Estado por incapacidade laboral e psíquica e, por fim, faz este papel porque eh a unica coisa que o faz vivo na vida publica da cidade.
Querido, Ex-prefeito, os animaizinhos lhe suplicam cuidados técnicos, pois com eles você sabe bem lidar, mas com as pessoas, ainda falta um longo percurso.
Esquilo
17/03/2017 16:37
Herculano! O que escrevesse acima sobre o dinheiro das criancinha e adolescentes é prakaba né? ta na cara que a "equipe do prefeito" ta armando pra cima do cmdca e dos gasparenses. decerto tão querendo tirar das criancinhas pra poder comprar mais mudinhas de flores, só pra mostrar que gaspar é uma cidade linda. E outra, você falou que "quem quis bater de frente com a equipe do prefeito Kleber no dia da reunião do Conselho foi removido por insubordinação", pois é, em seu lugar ficou estagiários. Obvio, mais facil de manusear conforme a maré, mas até onde sei, para acompanhar o cmdca tem que ser uma pessoa de nível superior... Cadê o Ministério Público que não fiscaliza isso?
Miguel José Teixeira
17/03/2017 16:33
Senhores,

Agora já entendemos porque o blaaargh Ministro Meirelles alegou que nada viu de errado na gestão (ou seria gestação, haja vista que aí foi parida a maior corrupção que a humanidade já conheceu)do maldito sapo-barbubo: a carne é fraca. . .
Herculano
17/03/2017 15:35
PREVENDO O DESASTRE, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo

Dezenas de milhares foram às ruas contra a reforma da Previdência. Na ponta do lápis, eu também deveria ser contra. Já passei dos 50 e, portanto, estou "quase lá". É improvável, ainda, que o sistema quebre nos próximos 30 ou 35 anos, de modo que um eventual colapso não me afetaria diretamente.

Quanto a meus filhos, que poderiam, sim, ser prejudicados pela inação, estou lhes dando uma educação que permitirá que busquem uma carreira fora do Brasil, se o país insistir em marchar voluntariamente para a inviabilidade. Mas, por motivos que transcendem a pura racionalidade, eu não quero que o Brasil fracasse, mesmo que já não esteja neste mundo para testemunhá-lo.

A discussão da Previdência é, no fundo, simples. Lá no início, adotamos o sistema de repartição simples, pelo qual são os trabalhadores em atividade e os contribuintes que arcam com as despesas das aposentadorias dos idosos e as pensões. É um sistema que pode dar-se ao luxo de ser generoso enquanto houver muitas crianças nascendo, precisa ir se tornando mais cauteloso (quase avarento) à medida que a população envelhece, e fica perigosamente perto da inexequibilidade quando a fecundidade cai muito e já não repõe a PEA (população economicamente ativa).

O Brasil já deixou de ser um país que produz muitos jovens e caminha rapidamente para ser um que gera muitos velhos. A taxa de fecundidade caiu de 6,28 filhos por mulher em 1960 para 1,72 em 2015 ?"o que é menos do que o necessário para manter a população constante. Nesse meio tempo, a proporção de idosos (mais de 60 anos) passou de 4,7% da população para 14,3%. E as projeções não indicam nenhum alívio à frente.

Nada contra buscar mais recursos para o INSS, mas não vislumbro crescimento econômico, maior formalização ou aumento de tributos que dê conta do tsunami demográfico que já está contratado. Ou fazemos uma boa reforma, ou não vai dar
Belchior do Meio
17/03/2017 13:42
Sr. Herculano:

"KÁTIA QUER DILMA DISPUTANDO SENADO NO TOCANTINS
A senadora Katia Abreu, ex-DEM, que ainda escapa da prometida expulsão do PMDB..."
Coluna do Cláudio Humberto.

Se o PMDB fosse um partido de "hombridades" já teria corrido com ela. Mas como ele não é diferente do PT, fica com as porcarias que lhe cabem.
Casinha de Plástico
17/03/2017 13:33
É isso aí, Daniel.
Agora os aeroportos vão funcionar ...
desaparelhamento do Estado à vista.

Meu sonho é ver a Petrobras vendida.
Livre de bandidos.
Sujiro Fuji
17/03/2017 13:24
A "Operação Carne Fraca" foi deflagrada para investigar a carne podre vendida ao consumidor. Já esquartejaram o Lula?
Herculano
17/03/2017 13:01
ESTA É A RAZÃO PELA QUAL ELE NÃO DORME E RECLAMA NAS AUDIÊNCIAS NOS TRIBUNAIS PARA QUE O DEIXEM EM PAZ, COMO SE ISSO FOSSE NECESSÁRIO PARA INOCENTÁ-LO.

DALLAGNOL: SENTENÇA DE LULA SAI ATÉ O MEIO DO ANO

Conteúdo e redação do Uol (Folha de S. Paulo.Procurador e coordenador da Força-Tarefa da Lava Jato foi entrevistado pelo jornalista Ricardo Boechat; operação completa 3 anos

A primeira sentença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Justiça Federal de Curitiba deve sair até o meio do ano. A afirmação é do procurador e coordenador da Força-Tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, entrevistado pelo jornalista Ricardo Boechat na BandNews FM e no Café com Jornal, no aniversário de três anos da operação. "Até o meio do ano teremos uma sentença, seja para condenar ou absolver", explicou.

Segundo ele, a verdade do Ministério Público Federal são as provas obtidas ao longo das investigações.

Sobre as penas tímidas dos delatores da Lava Jato, Deltan Dallagnol explica que, durante as negociações, era preciso "trocar um peixe por um cardume".
Sidnei Luis Reinert
17/03/2017 12:36
"O manda-chuva da Friboi", Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda de Michel Temer deve explicações ao Brasil sobre a "Operação Carne Fraca"

Não serão necessárias muitas linhas para justificar a manchete. Bastou o Cristalvox abrir um Link perguntando sobre Henrique Meirells, JBS e irmãos Batista para que a tela ficasse repleta de artigos fazendo alusão a chegada de Meirelles ao maior grupo frigorífico da América.

A "Operação Carne Fraca" não começou hoje. Foi deflagrada extamente quando o Ministro da Fazenda de Michel Temer estava no comando das empresas da família Batista. Portanto, se algo de estranho e criminoso aconteceu de 2012 até a posse de Meirelles na Fazenda, a "máxima" é de que ele "sabia de tudo".

Falta coragem para a grande imprensa dizer isso. Divulgar a verdade... Só está a falar nos corrompidos, "silenciando" sobre os corruptores.

Leia apenas duas publicações "coldas" e tenha, depois a paciência de pesquisar no Google. O leitor vai entender o porquê do Brasil não ter mais conserto.

"O preço de Henrique Meirelles para o JBS. Para melhorar a imagem da JBS, Joesley Batista deu carta branca e uma montanha de dinheiro ao ex-presidente do Banco Central. A aposta se pagou em uma semana.
"Meirelles empresta credibilidade ao grupo", diz um executivo próximo à JBS. "Além de ter excelentes conexões empresariais, ele transita muito bem no governo." (Meirelles interrompeu a entrevista no dia 9 de março para receber o ministro Fernando Bezerra Coelho, da Integração Nacional, na sede da J&F, no Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo.) O anúncio da chegada de Henrique Meirelles fez com que as ações da JBS subissem até 4,4% na segunda-feira seguinte."
Revista Exame

"Em março de 2012, preocupados com a crescente responsabilidade causada pela expansão dos negócios, os irmãos Batista chamaram o conterrâneo Henrique Meirelles para assumir a presidência do Conselho de Administração da J&F, holding que controla empresas e marcas famosas como JBS Friboi, Banco Original, Swift, Doriana, MassaLeve, Lebon, Pilgrim's, Seara, Vigor, Rigamonti, Fiesta e Flora. Uma das missões de Meirelles era traçar a estratégia mundial do grupo, para não perder mercado.

Menos de um ano depois, surpreendentemente José Batista Júnior deixou de ser o principal sócio da holding J&F, tendo vendido sua participação para os irmãos Joesley e Wesley, que tiveram de manter Meirelles à frente do Conselho, porque hoje a credibilidade do grupo está diretamente associada à atuação do ex-presidente do Banco Central e do BankBoston, que está cada vez mais rico e se tornou também acionista do Itaú. (Tribuna Internet - Carlos Newton)
Postado por CRISTALVOX às 10:11
Sidnei Luis Reinert
17/03/2017 12:18
Temer prepara a temporada de aumento de impostos


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Vai se tornar realidade o aumento de tributos - que era previsível e especulado pela própria equipe econômico do governo, desde quando Michel Temer, com a ajuda da base aliada, tomou o emprego da Dilma Rousseff. Aproveitando que o Supremo Tribunal Federal vetou a cobrança de imposto sobre imposto (a tal incidência de ICMS na base de cálculo da PIS Cofins paga pelas empresas), o governo tomará a criativa decisão de elevar a alíquota da PIS e da Cofins.

A carga tributária, que atinge absurdos 36%, deve subir. Tudo para compensar não uma suporta queda de arrecadação com a recessão, quebradeira de empresas ou a própria sonegação forçada. Os aumentos de impostos são para agüentar o aumento da gastança no setor público. Os cortes ficaram apenas em promessas. A falta de transparência na administração pública não permite que os pagadores de impostos possam fiscalizar o uso do dinheiro público.

A equipe de Henrique Meirelles trabalha com a previsão de um rombo de mínimo de R$ 65 bilhões (mas que pode chegar a R$ 150 bilhões) no orçamento federal. Pouco importa se o número é real ou não ?" já que a contabilidade pública no Brasil aceita qualquer mentira que se queira praticar. São dados como favas contadas os anúncios dos aumentos da Cide sobre combustíveis, da PIS Cofins também sobre os combustíveis e do Imposto sobre Operações Financeiras ?" o IOF. Nada anormal no Brasil dos 92 impostos, taxas e contribuições, além das infindáveis e tungantes multas e instruções normativas que só arrancam grana do bolso de empresas e cidadãos. Os "contribuintes" que se danem...

Parecem piada as análises de especialistas que jogam a culpa na decisão do STF que demorou quase duas décadas para decidir o óbvio ululante: cobrar imposto sobre imposto é sacanagem: não pode! Agora, surge até uma criativa reclamação de que os 11 ministros do supremo conseguiram forçar a necessidade de se fazer a tão falada, mas nunca feita, "reforma" tributária. O impasse vai continuar, porque o governo, em tempos de barganha com deputados e senadores, não tem vontade real de cortar gastos. A intenção fica apenas no discurso vazio. O problema, agora, é que a população, sofrendo no bolso, pode se rebelar se a impostura aumentar mais ainda...

Não adiante chover no molhado. Ou se muda a estrutura estatal capimunista rentista brasileira, ou o País só continuará sob risco permanente de quebradeira, e subdesenvolvido, crescendo menos que a média do resto do mundo. É preciso implantar, de verdade, o Federalismo no Brasil. O tema tem de entrar, com seriedade, na ordem do dia dos brasileiros. Só uma Intervenção Constitucional nos salvará das tragédias anunciadas previamente, que se repetem dramaticamente.

O mecanismo de corrupção do Crime Institucionalizado continua operando a todo vapor, apesar das lava jatos da vida...
Herculano
17/03/2017 12:04
UM PARTIDO PODRE. 'GRANDE CHEFE, TUDO BOM?', DIZ SRRAGLIO A LÍDER DE ESQUEMA CRIMINOSO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Julia Affonso e Fausto Macedo. Grampo da Operação Carne Fraca capturou uma conversa do atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR) com o fiscal agropecuário Daniel Gonçalves Filho, superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná entre 2007 e 2016, um dos alvos da investigação. Serraglio assumiu o Ministério da Justiça no início do mês. O peemedebista não é alvo da imvestigação deflageada nesta sexta-feira, 17.
A Carne Fraca aponta Daniel Gonçalves como o 'líder da organização criminosa'.

No diálogo, Osmar Serraglio se refere a Daniel Gonçalves como "o grande chefe".
Herculano
17/03/2017 11:59
A VERGONHOSA LADROEIRA DOS POLÍTICOS CONTRA OS CIDADÃOS NÃO ACABA NUNCA. CADA DIA UMA SURPRESA. POLÍCIA FEDERAL DIZ QUE PROPINA DA CARNE FRACA ABASTECIA PMDB E PP

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Julia Affonso, Fausto Macedo, Ricardo Brandt, Mateus Coutinho e Luiz Vassallo

O delegado federal Maurício Moscardi Grillo afirmou nesta sexta-feira, 17, que parte do dinheiro arrecadado pelo esquema de corrupção envolvendo fiscais e maiores frigoríficos do País, descoberto pela Operação Carne Fraca, era abastecia o PMDB e o PP.

"Dentro da investigação ficava bem claro que uma parte do dinheiro da propina era, sim, revertido para partido político. Caracteristicamente, já foi falado ao longo da investigação dois partidos que ficavam claro: o PP e o PMDB", afirmou.

Executivos do frigorífico JBS e da empresa BRF Brasil foram presos. O esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Segundo a PF, a operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás 'atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público'.

Em nota, a PF informou que aproximadamente 1100 policiais federais estão cumprindo 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema.

"Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva.

O nome da operação faz alusão à conhecida expressão popular em sintonia com a própria qualidade dos alimentos fornecidos ao consumidor por grandes grupos corporativos do ramo alimentício. A expressão popular demonstra uma fragilidade moral de agentes públicos federais que deveriam zelar e fiscalizar a qualidade dos alimentos fornecidos a sociedade.

COM A PALAVRA, A JBS

Em relação a operação realizada pela Polícia Federal na manhã de hoje, a JBS esclarece que não há nenhuma medida judicial contra os seus executivos. A empresa informa ainda que sua sede não foi alvo dessa operação.

A ação deflagrada hoje em diversas empresas localizadas em várias regiões do país, ocorreu também em três unidades produtivas da Companhia, sendo duas delas no Paraná e uma em Goiás. Na unidade da Lapa (PR) houve uma medida judicial expedida contra um médico veterinário, funcionário da Companhia, cedido ao Ministério da Agricultura.

A JBS e suas subsidiárias atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e a comercialização de alimentos no país e no exterior e apoia as ações que visam punir o descumprimento de tais normas.

A JBS no Brasil e no mundo adota rigorosos padrões de qualidade, com sistemas, processos e controles que garantem a segurança alimentar e a qualidade de seus produtos. A companhia destaca ainda que possui diversas certificações emitidas por reconhecidas entidades em todo o mundo que comprovam as boas práticas adotadas na fabricação de seus produtos.

A Companhia repudia veementemente qualquer adoção de práticas relacionadas à adulteração de produtos ?" seja na produção e/ou comercialização ?" e se mantém à disposição das autoridades com o melhor interesse em contribuir com o esclarecimento dos fatos.
São Paulo, 17 de março de 2017.

COM A PALAVRA, O PMDB:
"O PMDB informa que desconhece o teor da investigação, mas não autoriza ninguém a falar em nome do partido."
Herculano
17/03/2017 11:54
MANIFESTAÇÕES PELA INTERVENÇÃO MILITAR: A "DIREITA" QUE AJUDA A ESQUERDA,por Antonio Pinho, professor,no Instituto Liberal

Nesta segunda-feira houve manifestações pelo Brasil pedindo "intervenção militar". Em São Paulo e Porto Alegre, por exemplo, alguns manifestantes se reuniram para clamar que os militares destituam o atual governo para implantar um novo regime militar. Em São Paulo chegaram a bloquear a marginal Pinheiros e três foram detidos pela PM. Em Porto Alegre havia até faixas em inglês. Certamente queriam que sua mensagem circulasse pelo mundo. Não sei em quantas cidades ocorreram essas manifestações, mas em São Paulo e Porto Alegre o número de manifestantes ficou em apenas algumas dezenas. E ainda bem que foram poucos. Mesmo assim, infelizmente, para a direita os estragos foram feitos.

>Não é possível apoiar essa ala da direita que pede intervenção militar. Primeiramente, é ser muito utópico, inocente, achar que os militarem sairão do conforto de seus empregos vitalícios para se arriscar num plano desses. Os altos escalões das forças armadas possuem bons salários ?" não discutirei aqui se são ou não os salários ideais ?", e duvido que eles colocariam isso em jogo por algo tão arriscado como destituir o presidente.

Contudo, o mais importante é o erro estratégico que tais manifestações representam. Criam uma direita caricata. "Os conservadores sentem saudades do regime militar": esta é a caricatura que a esquerda propaga há décadas, caricatura esta que, obviamente, não representa toda a verdade. A prova foi o baixo número de adesões às manifestações desta segunda-feira. Sinceramente, se eu fosse um esquerdista infiltrado alimentaria o movimento intervencionista, ajudaria a organizar manifestações pela volta dos militares. Isso é ótimo para a esquerda. Para eles é ótimo que se crie e se alimente uma caricatura da direita. Assim a esquerda pode acusar: "olhem lá como a direita quer a volta da ditadura; vejam como eles odeiam a democracia". Alimenta-se com isso a mentira de que o conservador é sempre um antidemocrático, um amante de ditaduras.

A volta dos militares ao poder é o melhor para o Brasil? Obviamente que não. A esquerda por muito tempo deteve o monopólio das virtudes, e o regime militar contribuiu muito para isso. Ser de esquerda ganhou uma aura de santidade justamente pela repressão que os militares fizeram ao terrorismo de esquerda e à luta armada. Ora, "quem é perseguido, o é por que luta por algo bom", muitos assim devem pensar. Desta forma, foram os próprios militares que ajudaram a esquerda a criar para si uma imagem de virtuosa, que luta por algo bom. A esquerda fez centenas de filmes e documentários para provar esta tese falsa.

O governo PT foi uma desgraça, mas pelo menos serviu para algo. O fracasso da era PT demonstrou para as massas que a esquerda não é virtuosa, nem luta por algo bom. As grandes manifestações que ajudaram a derrubar o PT demonstram isso. O povo acordou e a máscara de santidade da esquerda caiu, ela não existe mais. Há uma mentalidade conservadora e liberal que se propaga pelos jovens.

A probabilidade é nula, mas imaginemos que os militares dessem um golpe e assumissem o poder. A máscara de santidade voltaria na mesma hora ao rosto da esquerda, que mais adiante voltaria mais forte do que nunca. Os intervencionistas não aprenderam com a experiência da história.
Miguel José Teixeira
17/03/2017 11:23
Senhores,

"Hoje, somos um país que está à deriva, que não sabe o que pretende ser, o que quer ser e o que deve ser".

O comandante do Exército e a Lava-Jato
Por JOAQUIM FALCÃO, Advogado, hoje no Correio Braziliense

Passou quase desapercebida, para muitos, a entrevista do comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, ao jornal Valor Econômico, às vésperas do carnaval, sobre a presente situação nacional. Mas ainda há tempo. Não é todo o dia que um comandante do Exército se pronuncia sobre a cena brasileira. Neste mês de março, o Congresso e o Poder Judiciário estarão muito ativos. A Lava-Jato e seus desdobramentos como a Calicute, além de outras operações, como Zelotes (corrupção no Carf) e Boca Livre (fraudes à Lei Rouanet), devem recomeçar com força. As delações de Marcelo Odebrecht e de Sérgio Machado devem vir a público.

A atuação cuidadosa e independente do relator Herman Benjamin do Tribunal Superior Eleitoral deve se aproximar de uma decisão sobre a legalidade da chapa Dilma e Temer. A indicação dos novos ministros do Tribunal Superior Eleitoral também não passará desapercebida. A discussão da proposta do ministro Luís Roberto Barroso, limitando o uso do foro privilegiado como escudo, ainda que provisório, da impunidade dos políticos continuará.

É bom então ouvir o comandante. Sobretudo, quando estiver na ativa. Ou como cidadão eleitor e preocupado com o país. Sua posição é muito clara. Está sintonizada com a mídia e a imensa maioria da opinião pública, dos cidadãos e da Constituição. Diz inicialmente: "Esse processo que o Brasil está enfrentando está atingindo nossa essência e nossa identidade. Tem outro componente. Que vem do processo histórico recente, das décadas de 1970, 1980. Até então, o país tinha identidade forte, sentido de projeto, ideologia de desenvolvimento. Perdeu isso. "Hoje, somos um país que está à deriva, que não sabe o que pretende ser, o que quer ser e o que deve ser".

Não é difícil entendê-lo. A maioria da classe política não está correspondendo à confiança dos eleitores. Os partidos políticos estão à deriva. Mas as investigações da polícia federal, do Ministério Público, e a atuação dos juízes nas instâncias inferiores não estão à deriva. Ao contrário, reafirmam sempre seu rumo: combater a improbidade administrativa e possibilitar competição empresarial limpa.

Sobre justamente a atuação do Judiciário no combate à corrupção, o comandante é muito claro: "Acho importante todo esse processo que estamos vivendo em decorrência da Lava-Jato e outras de operações. A Lava-Jato é a grande esperança de que se produza no país mudança neste aspecto ético que está atingido nosso cerne, que relativiza e deteriora nossos valores. Daí a importância desse protagonismo que a Justiça e o Ministério Público estão tendo. Esse processo é fundamental para o prosseguimento do país".

E continua: "E aí, você me pergunta: o que pode acontecer se a Lava-Jato atingir a todos indiscriminadamente? Que seja. Esse é o preço que tem que se pagar. Esperamos que tenha um efeito educativo".

Realmente, não faz sentido o país passar pelo trauma de impedir uma presidente eleita, sob acusação de crime de responsabilidade, para que se continue com as mesmas práticas dos antigos políticos em governo novo. E se mantenham as mesmas instituições e processos, sejam elas legislativas, sejam judiciais, sejam administrativas, que possibilitam a impunidade. Não é somente com o regular do caixa do Tesouro, ou a necessária reforma da Previdência e reforma fiscal que o país sairá dessa crise. E não faz sentido que para aprovar estas reformas, pelas quais o presidente Temer tem tanto se empenhado, o país tenha que pagar o preço da corrupção que viu e ainda vê.

Não é somente a inflação, o desequilíbrio orçamentário e os juros que provocaram esta crise. É uma crise de violência urbana e prisional também, com a qual o ministro Raul Jungmann tem cooperado para estancar, equilibrando a necessária ajuda aos estados em urgência com a proteção às tropas. O Brasil não pode viver à custa do uso excepcional das Forças Armadas e de ajudas financeiras emergenciais constitucionalmente duvidosas a estados falidos, nem jogar fora a Lei de Responsabilidade Fiscal. Precisa de mais do que apenas a negociação e o temor individual de políticos e empresários. Precisa de um projeto de curto, médio e longo prazo, reformador e aprofundador das instituições democráticas. Lord Keynes, famoso economista inglês, dizia que a longo prazo estaremos todos mortos. No Brasil, hoje, parece o contrário. A curto prazo, não temos saída. Será?
Daniel
17/03/2017 10:59
Pois é, Vilma. Essa é a triste realidade de um país sucateado e administrado por vagabundos funcionais. Infelizmente o povo é vítima disso tudo e não tem prazo para mudança. O exemplo vem de cima. Isso é fato. E se olharmos o que temos acima, desanimamos de vez. E a culpa é nossa. Presto serviço e percebo a dificuldade em gerir pessoas, principalmente da nova geração. Essa herança maldita vai nos perseguir por anos. Cada um faz o que quer e do jeito que quer. Qualquer cobrança é fruto de pancadaria e proteção de sindicalistas, sociedade (uma boa parte) e das próprias leis ultrapassadas. Brasil é terra ninguém. E quem paga é o povo, claro. É por essas e outras que aplaudi (de pé) a compra de 4 aeroportos por empresários estrangeiros. Tem mais é que por na mão deles pra ver se conseguem tirar dessa infinita zona de conforto essa fatia de "trabalhadores".
vlad
17/03/2017 10:49
Este é o cidadão que diz ter condições de arrumar a economia do país?
Lula diz em depoimento não saber quanto ganha...
Lula, pelo visto, faz parte do passado. E é um passado ao qual não podemos voltar.
Vilma
17/03/2017 08:35
Servidores de Gaspar podem parar na próxima quinta feira!?!!
É palhaçada, fazer a população pagar porque não receberam reajuste do auxilio alimentação!!! Se todo mundo que está descontente com os valores que recebem, para tudo!!. Deixam de serem oportunistas, se não estão contente, vão procurar outro emprego. Tem que acabar com essa estabilidade, greve, paralisação, isso também ajuda a acabar com o Brasil. Não podemos pagar pelo preço do descontentamento de uma classe. Estamos vivendo a pior recessão desde 1930, e querem paralisar porque não foi reajustado o auxilio alimentação. É pracaba, por isso funcionário público não tem reconhecimento da população. Trabalhar de verdade que é bom... visch, tem poucos.
Herculano
17/03/2017 07:44
GANÂNCIA, CORRUPÇÃO E FALTA DE ESCRÚPULOS. POLÍCIA FEDERAL DEFLAGRA CARNE FRACA CONTRA CORRUPÇÃO NA AGRICULTURA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Fausto Macedo, Julia Affonso, Fabio Fabrini e Fábio Serapião. A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 17, a Operação Carne Fraca para combater corrupção de agentes públicos federais e crimes contra Saúde Pública. Executivos do frigorífico JBS foram presos.

O esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Segundo a PF, a operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás 'atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público'.

Em nota, a PF informou que aproximadamente 1100 policiais federais estão cumprindo 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema.

"Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva.

Dentre as ilegalidades praticadas no âmbito do setor público, denota-se a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para atender interesses dos grupos empresariais. Tal conduta permitia a continuidade delitiva de frigoríficos e empresas do ramo alimentício que operavam em total desrespeito à legislação vigente", diz a nota da PF.

As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba/PR e estão sendo cumpridas em 7 estados federativos: São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goias.

O nome da operação faz alusão à conhecida expressão popular em sintonia com a própria qualidade dos alimentos fornecidos ao consumidor por grandes grupos corporativos do ramo alimentício. A expressão popular demonstra uma fragilidade moral de agentes públicos federais que deveriam zelar e fiscalizar a qualidade dos alimentos fornecidos a sociedade.

A reportagem entrou em contato com a JBS. O espaço está aberto para manifestação.
Herculano
17/03/2017 07:15
SUICIDAS DE PALETó, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

A cada nova delação, cresce a aposta dos políticos numa anistia ao caixa dois. A ideia ganha força em Brasília, mas há quem acredite que seu efeito será o oposto do esperado. É o que alerta o deputado Jarbas Vasconcelos, 74, uma das vozes mais experientes da Câmara.

Para o peemedebista, os colegas pensam ter encontrado a fórmula da sobrevivência, mas estão caminhando na direção do precipício. "Falar em anistia é um suicídio coletivo do Congresso. Isso seria um desastre", afirma. "Estamos vivendo um momento muito perigoso. Na política, um passo em falso como esse dificilmente se recupera depois."

A anistia aos delatados é o que falta para detonar uma nova onda de revolta contra o sistema político, avisa Jarbas. Ele diz que os colegas deveriam se importar com a irritação da sociedade, mas só pensam em escapar da Lava Jato. "Hoje a maior preocupação é se salvar. Quando a pessoa entra nessa situação, qualquer coisa passa a ser válida", afirma.

Aos olhos do peemedebista, a Câmara vive "entre a perplexidade e a pasmaceira". "Estamos na metade de março e as comissões nem sequer foram constituídas. Está tudo paralisado", critica. "E isso é porque só uma parte da lista do Janot vazou. Ainda vai piorar", acrescenta.

Apesar de esperar uma enxurrada de inquéritos no Supremo, Jarbas não acredita na abertura de processos de cassação contra os delatados. Ele diz que o espírito de corpo tende a prevalecer entre deputados do governo e da oposição. "Se acontecer alguma coisa, será positivo. Mas acho que não vamos ter consequências no Conselho de Ética", prevê.

*

A delação do fim do mundo emudeceu alguns dos políticos mais falantes do Congresso. Para explicar o fenômeno, o deputado Heráclito Fortes lembra uma máxima repetida por Vitorino Freire (1908-1977), raposa do antigo PSD: "Quando o pasto pega fogo, preá corre pro brejo..."
Herculano
17/03/2017 07:10
A POLÍCIA FEDERAL ESTÁ NAS RUAS DE VÁRIAS CIDADES DO PAÍS, INCLUSIVE SANTA CATARINA. É A MAIOR OPERAÇÃO DO GÊNERO ATÉ AGORA

Policiais investigam corrupção de agentes públicos federais e crimes contra saúde pública. É uma das maiores ações da PF: 1100 policiais cumprem 309 mandados judiciais variados. Dos mandados, 27 são de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão
Herculano
17/03/2017 06:54
EM MEIO O LODO, TEMER COGITA CRIAR UM MINISTÉRIO DO SANEAMENTO, por Josias de Souza

O silêncio do governo de Michel Temer diante da crise moral diz muito sobre o momento que o Brasil atravessa. O Planalto reage ao terremoto se escondendo em baixo da mesa. Finge-se de morto. E celebra o fato de que a Odebrecht jogou escombros na cabeça de tanta gente que ficou difícil distinguir um corrupto do outro. Assim, Temer sente-se mais à vontade para manter os seus suspeitos nos ministérios. E como há males que vêm para pior, o presidente pensa em criar um novo ministério para abrir outra frente de suspeição. Vem aí o Ministério do Saneamento Básico.

Há três semanas, o vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho, do PMDB de Minas Gerais, subiu à tribuna para anunciar: ''Estou rompendo com o governo. Se Minas Gerais não tem ninguém capacitado para ser ministro, não devemos apoiar esse governo." O correligionário de Temer disse que trabalharia para derrotar o governo em tudo, inclusive na estratégica reforma da Previdência. Foi uma cena de chantagem explícita. E parece ter funcionado.

Temer cogita entregar a nova pasta para a bancada do PMDB de Minas, a mesma que controlava a diretoria Internacional da Petrobras, um dos tumore$ lancetados pela Lava Jato. Fará isso para apagar um foco de descontentamento que ameaça a reforma da Previdência. É espantoso que Temer queira criar o Ministério do Saneamento num instante em que a Odebrecht expõe o lodo da corrupção a céu aberto. Apelar para o fisiologismo numa hora dessas é um atentado à inteligência. Vai ficando claro que, depois do déficit moral, o maior déficit do país localiza-se entre as orelhas dos governantes e de seus apoiadores.
Herculano
17/03/2017 06:51
ILHOTA EM CHAMAS

Depois de lerem ainda ontem a coluna pela internet, os políticos de Ilhota se aliviaram e comemoram por ela não conter no jornal impresso uma só nota sobre a administração local.

E aproveitaram o fato para, vejam só, para dizer que se tratava de um trabalho feito por alguns com o colunista.

1.Estão atiçando a minha curiosidade sobre o que querem esconder e que ainda não sei. Mas, vou saber.

2. Ninguém fez negócio nenhum. Eu não faria.

3. Só não houve notas de Ilhota na coluna, porque o espaço no jornal impresso é limitado. Mas, o baú está cheio. Então, aguardem!
Herculano
17/03/2017 06:41
BRASIL, ALGUMAS BRISAS A FAVOR, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Caíram umas migalhas no prato da economia. Faz alguns meses, não tínhamos nem prato.

Houve a surpresa dos empregos com carteira assinada. O governo conseguiu vender bem quatro aeroportos. Investidores estrangeiros importantes começam a inventar modas, "teses de investimento", que favorecem o Brasil. Empresas devem voltar a abrir capital, o que não se via desde 2013, na prática.

Depois de quase dois anos, o número de empregos com carteira assinada aumentou (35 mil), segundo dados do Ministério do Trabalho para fevereiro. Era muito raro encontrar quem previsse resultado positivo para antes de abril.

O que houve? Contratações no setor de serviços, quase todas em empresas de educação (38,5 mil) e saúde. Administração pública, agropecuária e indústria vieram a seguir na lista das melhorias. A ruína continua assustadora na construção civil e no comércio. No mais, despioras.

O balanço é parecido para o primeiro bimestre do ano. Pelas regiões, apareceram mais empregos formais no Sul (cerca de 60 mil) e no Centro-Oeste (29 mil). São Paulo (18,5 mil) e Minas Gerais (9.000) também voltaram ao azul pálido, no bimestre. A região Sudeste naufragou ainda no vermelho por causa do desastre que é o Rio de Janeiro, afetado pelas desgraças do petróleo mal administrado, por Sérgio Cabral e pelo PMDB.

O resultado nacional apenas não foi melhor porque a crise do emprego no Nordeste é aterradora. A região perdeu quase 78 mil empregos, dois terços deles em Pernambuco e em Alagoas.

Além de escolas, a melhoria do bimestre parece vir da agropecuária e, no caso da indústria, da recuperação mais notável das fábricas de calçados, têxteis e vestuário, em parte por exportações e/ou substituição de importações. Mais difícil de compreender, a indústria de alimentos e bebidas ainda afunda.

A fim de temperar animações excessivas, é preciso lembrar que o número de empregos formais caiu 2,8 milhões desde fevereiro de 2014, o início da recessão. Em relação a fevereiro do ano passado, 1,15 milhão de carteiras assinadas a menos.

Apesar do sucesso e das contribuições enormes da agricultura para a queda de preços, para as exportações e, agora, até para o emprego formal, o setor sozinho não pode carregar nas costas esta economia quase deprimida. Nem deve manter tal desempenho no resto do ano.

Melhor, ainda assim. Também foi boa notícia o resultado melhor do que esperado da privatização dos aeroportos. Empresas estrangeiras estão dispostas a colocar dinheiro mesmo neste país arrasado.

Da finança mundial, além do mais, pode cair outra migalha no prato do Brasil. Fundos grandes começam a inventar a tese de que vale a pena a investir em países que "se recuperam de populismos". Em suma, países como o Brasil, que ainda estão "baratos", em liquidação na bacia das almas, e que podem ter uma recuperação grande, dado o fundo do poço onde caíram.

As empresas daqui estão com ideias semelhantes. A recuperação dos preços na Bovespa estimulou entre 10 e 20 companhias a planejar abertura de capital (vendas de ações, novos sócios). De 2014 a 2016, tais negócios haviam morrido. É um sinal objetivo de confiança, embora pequeno.
Herculano
17/03/2017 06:38
ANCINE GASTA MAIS EM PROPAGANDA QUE MINISTÉRIO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os gastos com propaganda da Agência Nacional do Cinema (Ancine), feudo do PCdoB há mais de 13 anos, superam a verba de todo o Ministério da Cultura nessa área. O contrato foi assinado em 2013, com prorrogações e aditivos, e cabe à DM9, agência fundada por Duda Mendonça, gastar a verba de R$ 20 milhões. O valor supera em 40% os R$12,4 milhões destinados pelo Ministério da Cultura a publicidade.

FREIRE SOB PRESSÃO
A turma que nunca presta contas pressiona o ministro Roberto Freire a manter na Ancine o presidente-carrapato Manoel Rangel Neto.

SURGE UM NOME
O nome favorito dos que defendem a mudança na Ancine é o de José Antonio Severo, diretor, roteirista e jornalista.

ELES PREMIAM, VOCÊ PAGA
O PCdoB é acusado de usar cargos da Ancine para "premiar" militantes desgastados em entidades que aparelham como UNE, Ubes etc.

PIRRAÇA INSTITUCIONAL
A Ancine tem usado artistas, diretores e produtores que financia para promover protestos contra o governo Michel Temer, no exterior.

KÁTIA QUER DILMA DISPUTANDO SENADO NO TOCANTINS
A senadora Katia Abreu, ex-DEM, que ainda escapa da prometida expulsão do PMDB, agora articula a candidatura de Dilma pelo Tocantins, seu Estado, formando dupla para o Senado, em 2018. De adversária ferrenha de Dilma, a senadora virou sua mais íntima amiga após ganhar o cargo de ministra da Agricultura. Sua atitude agressiva, no impeachment, gerou um movimento para expulsá-la do partido.

STF VAI BARRAR
Ministros do STF admitiram a esta coluna que uma eventual candidatura de Dilma será barrada no Supremo Tribunal (STF).

PALAVRA DE MINISTRO
"Provocado", o STF fará cumprir o artigo da Constituição que prevê suspensão de direitos políticos de presidente que sofre impeachment.

ARMAÇÃO LIMITADA
Armação de Renan com Ricardo Lewandowski "fatiou" ilegalmente o artigo da Constituição que vincula o impeachment à inelegibilidade.

PARABÉNS PRA VOCÊ
A operação Lava Jato completa três anos nesta sexta (17), após meter na cadeia o doleiro Alberto Youssef. Ao "fisgar" o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, acabou por desmantelar o maior esquema de corrupção política do planeta. O Brasil está de parabéns.

PRISÃO DOMICILIAR
Completa-se também nesta sexta o quarto mês de prisão domiciliar de Alberto Youssef. Condenado a 121 anos de cadeia, teve a pena reduzida para três anos como prêmio por sua colaboração.

MAU SINAL
Na Assembleia Legislativa Estadual de Alagoas, ontem, não apareceu um só deputado governista disposto a fazer discurso de solidariedade ao governador Renan Filho ou a seu pai, citados na Lista de Janot.

O HOMEM CERTO
O PMDB capricha no programa que vai exibir na próxima semana, em rede nacional. O presidente Michel Temer será definido como "o homem certo, na hora certa". As inserções terão 30 segundos.

DISPUTA INTERNA
Azedou o clima entre alguns delegados e procuradores da Lava Jato. Há uma certa disputa entre as corporações pelo protagonismo na operação, a mais amada pelos brasileiros.

HAJA SUJEIRA
A coisa devia estar feia (e suja) no Senado, quando o novo presidente assumiu. A Casa encomendou 12 mil unidades de detergente Minuano. Mil são consumidas por mês, ou sejam, 500 litros de detergente.

LÍNGUA MALTRATADA
O 13º Batalhão da PM de Brasília instituiu pontuação para premiar os policiais com folgas. Cada 100 pontos dá direito a um dia. Flagrante de crime grave vale 30 pontos. O problema é chamar o crime pelo nome certo. Na portaria da PM, extorsão mediante sequestro virou "extorção".

AINDA NÃO
O polêmico projeto da "Lei das Teles", que entregará mais de R$100 bilhões às empresas de telecomunicações, não tem data para ser votado. E só será discutido após decisão do Supremo Tribunal Federal.

PENSANDO BEM...
...o projeto de anistia ao caixa dois segue em busca de alguém no Congresso para chamar de pai (ou mãe)
Herculano
17/03/2017 06:32
CRITIQUEM TEMER À VONTADE, MENOS PELA REFORMA DA PREVIDÊNCIA, por Raquel Landim, para o jornal Folha de S. Paulo.

Circulam na Internet dois vídeos sobre a reforma da Previdência que se transformaram num bate-boca público.

No primeiro, o ator Wagner Moura diz que o governo Temer "vai acabar" com a Previdência, porque "quer que você morra sem se aposentar".

No segundo, o Planalto responde que o ator inventou uma "ficção" e garante que "os brasileiros vão ter muitos anos para aproveitar a aposentadoria".

Nesses tempos de "pós-verdade", as pessoas compartilham o vídeo que combina com sua posição política, sem se preocupar com os fatos. Mas, afinal, quem está com a razão?

A principal divergência entre os dois é o estabelecimento de uma idade mínima de 65 anos (após 25 anos de contribuição) para a aposentadoria.

Contrário à reforma, Moura diz que "muitas regiões do Norte, Nordeste e da periferia das grandes cidades tem expectativa de vida abaixo dos 65 anos" e que "a reforma vai transformar o INSS numa funerária".

Segundo o IBGE, a expectativa de vida do brasileiro é de 75,5 anos, mas esse tempo muda conforme o gênero e as regiões do país. Em Alagoas, Maranhão e Piauí, que possuem os piores indicadores, os homens vivem, em média, 66 anos.

O argumento, no entanto, não resiste a uma análise mais profunda. Hoje, infelizmente, os brasileiros mais pobres já se aposentam praticamente na hora da morte. E não é a reforma que vai mudar isso.

As regras atuais são cheias de exceção, mas, em geral, as pessoas se aposentam por tempo de contribuição (35 anos para homens e 30 anos para mulheres), ou por idade (65 anos para homens e 60 para mulheres, após 15 anos de contribuição).

No Brasil, mais de 60% da população se aposenta com um salário mínimo aos 65 anos de idade, porque trabalha na informalidade durante a maior parte da vida.

Algumas vezes não chegam a atingir os 15 anos de contribuição exigidos e não conseguem se aposentar, recebendo apenas um benefício social, cujo limite o governo também quer subir para 70 anos - isso, sim, um erro que precisa ser corrigido.

Os mais prejudicados pela reforma da Previdência, portanto, não serão os mais pobres, mas as pessoas que conseguem trabalhar com carteira assinada e se aposentam, em média, aos 57 anos.

A reforma também corrige uma injustiça do sistema previdenciário, que é o benefício integral para o funcionalismo público. Com as mudanças, vão acabar as aposentadorias que passam de R$ 30 mil.

No vídeo de resposta, o governo explica alguns desses pontos, mas escorrega ao "dourar a pílula" para garantir que os brasileiros "terão muito tempo para aproveitar".

O argumento do Planalto é que não se deve utilizar a expectativa de vida para o cálculo da Previdência, porque esse indicador inclui a mortalidade infantil, mas, sim, a taxa de sobrevida a partir dos 65 anos.

Segundo o IBGE, os brasileiros que chegam aos 65 anos vivem, em média, até os 83 anos ?"ou seja, receberiam aposentadoria por 18 anos. Tecnicamente é isso que importa para o sistema, mas obviamente não é o que interessa às pessoas.

O que a população quer saber é porque quanto tempo deve receber seu benefício depois de contribuir por vários anos. É isso que define se vale a pena ou não pagar o INSS como qualquer outro investimento.

Hoje um jovem de 20 anos que termina o ensino médio e começa a trabalhar e contribuir para a Previdência tem expectativa de viver até os 77 anos. Pelas novas regras, receberia sua aposentadoria por 12 anos. Para homens, a média cai para 9 anos.

Resumindo: em média, os brasileiros não vão morrer antes de se aposentar, mas tampouco terão esse tempo todo para aproveitar.

Não adianta, portanto, governo e oposição "torturarem" os números. Isso só atrapalha um debate que é árido, impopular, mas infelizmente inadiável. A Previdência já é deficitária em R$ 140 bilhões e o problema só vai piorar a medida que os brasileiros viverem mais.

A reforma é dura e requer reflexão no Congresso, mas é necessária. E Temer merece críticas de Wagner Moura ou de qualquer outro cidadão por ser cercado de auxiliares corruptos, por ser machista, por entregar saúde e educação a políticos despreparados, etc, etc, etc.

Critiquem Temer à vontade, mas não pela reforma da Previdência, que, se aprovada, será um legado importante para o país
Herculano
17/03/2017 06:26
da série: quem disse que o Brasil não vive sem as megas empreiteiras ladras e corruptas, bem como, as estatais incompetentes, ineficientes e infestadas de interesses corruptos dos políticos no poder?

NOVOS VOOS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Pode-se considerar positivo o resultado do leilão de quatro aeroportos federais nesta quinta (16). Foi a primeira rodada de privatizações do setor de infraestrutura na gestão de Michel Temer (PMDB) ?"e depois da Lava Jato.

Ao conceder à iniciativa privada a exploração dos terminais de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza, o governo receberá à vista R$ 1,5 bilhão, mais de 90% acima do preço mínimo estipulado. A arrecadação ao longo dos 30 anos dos contratos chegará a R$ 3,7 bilhões.

Trata-se de um alívio para a equipe de Temer, que receava um fracasso por falta de interessados. A despeito do número menor de concorrentes no certame ?"apenas três empresas, contra 11 grupos em 2012 e cinco em 2014?", os preços elevaram-se em todas as disputas.

Esperam-se dos concessionários investimentos de R$ 6,6 bilhões. Conforme nova cláusula dos contratos, destinada a reduzir incertezas no negócio, o volume dos aportes dependerá de condições como o nível de demanda dos usuários. Do total de passageiros do país, 59% serão atendidos por aeroportos em regime de concessão ?"12% nos terminais recém-privatizados.

O perfil das empresas vencedoras indica nova etapa no setor. São todas operadoras reconhecidas (a francesa Vinci, a alemã Fraport e a suíça Zürich), que entraram sozinhas na empreitada.

A ausência da estatal Infraero e de empreiteiras marca mudança fundamental em relação aos leilões realizados na gestão de Dilma Rousseff (PT). Desmobiliza-se o modelo que associava políticos, grandes construtoras, bancos federais e fundos de pensão em torno dos grandes projetos.

A demonstração de que o país pode atrair investimentos em moldes de mercado e sem financiamento oficial é a notícia mais importante a ser comemorada.

Deve-se conter os ânimos, porém, diante da dimensão dos desafios envolvidos na infraestrutura nacional. Se a regulamentação do setor aeroportuário está mais bem resolvida, o mesmo não se pode dizer, por exemplo, de ferrovias, mobilidade urbana e saneamento.

Permanecem as dificuldades de sempre ?"má qualidade dos projetos, imprevisibilidade no licenciamento ambiental, confusão de jurisdição dos vários órgãos de controle, riscos de judicialização.

São vícios resultantes de anos de intervenção caótica do Estado, seja por descrença nos mecanismos de mercado, seja por associação indevida entre políticas públicas e negócios privados.

Nesse sentido, parece promissora a entrada de participantes não comprometidos com as deletérias práticas anteriores.
Herculano
17/03/2017 06:22
CORREÇÃO

Não é PRB como mencionei nas notas Infância Perdida e sim PSC, o partido do secretário de Assistência Social de Gaspar, Ernesto Hostin. Também ligado a pastores.
João M Rudolf
16/03/2017 22:38
Olho vivo neles
Obras sem autorização
Está na hora dos órgãos de fiscalização da prefeitura começarem a dar uma volta pela cidade pois o que tem de obra sendo feita sem placa de engenheiro e com certeza sem a devida autorização da prefeitura da pra encher uma página no jornal Não esperem que faça a listagem
Amarildo
16/03/2017 22:01
Senhor Herculano, lendo sua coluna e vendo esse comentário perdido sobre o lixo, começo mesmo a achar que o que muitos falam sobre sua implicância com "administrador" tem fundamentos, pois como comentei anteriormente, volto a repetir: "Concordo com a maioria das coisas que o senhor escreve em sua coluna, mas sobre essa ultima postagem do "Fedor do Lixo" vou ter que discordar. Pois depois de ler que terça feira teve licitação fui até o site do samae e diferente do que o senhor escreve, não me parece que estão tentando abafar nada, pois na parte de licitações estão todas as informações, inclusive questionamentos e respostas além da ata com o resultado do pregão.
Acredito que dessa vez a sua implicância com o macaco veio não tem fundamento." E somente complementando, o lixo fede mesmo e essa implicância em alguns assuntos também esta cheirando mau.
Herculano
16/03/2017 20:09
COM MEDO, CIRO GOMES, COMEÇA ATACAR DORIA: "MIL VEZES UM BOLSONARO DO QUE UM ENGANOR...", por Camilo Caetano, do Instituto Liberal

Em meio a rumores de uma possível candidatura do atual prefeito de São Paulo, João Doria[PSDB], para presidência da república, o socialista Ciro Gomes [PDT] já começa a disparar ataques. O prefeito tem aprovação de 75% dos cidadãos paulistanos e 48% dos moradores acham sua gestão boa ou ótima, o que pode fazer de Doria um forte candidato nas eleições de 2018 para presidente.

Ciro Gomes, que não supera nem mesmo Jair Bolsonaro [PSC] nas pesquisas eleitorais, disparou críticas contra o Doria em um entrevista ao portal HuffPost: 'Mil vezes, na minha opinião, um Bolsonaro do que um enganador desse tipo'.
Herculano
16/03/2017 20:03
PORQUE OS ESTADOS UNIDOS, por Diego Casagrande, para o jornal Metro)

Alguém por favor pode me explicar por que tanta gente quer ir morar legal ou ilegalmente nos EUA se lá não tem CLT e nem Justiça do Trabalho? Se lá não tem 13° e tampouco licença maternidade remunerada? Como suportar um país onde decisões sobre férias, ausências por doença ou feriados nacionais são negociadas caso a caso entre empregador e empregado? Por que tantas pessoas se arriscam a morrer no deserto, na fronteira árida do México e nas mãos dos coiotes, se lá não tem SUS e não tem INSS? Se naquele lugar os trabalhadores precisam ter seguro de saúde e poupar para uma emergência? Quero compreender como podem os Estados Unidos ser a preferência da maioria dos imigrantes do planeta se lá não existe faculdade de graça, sendo que as famílias poupam uma vida inteira para ver o sonho do diploma superior realizado?

Me ajudem a entender como pode tantos brasileiros quererem se mudar para um país onde o armamento é liberado em quase todo o lugar e onde as pessoas podem ter até fuzis em casa para se proteger? Como se sentir seguro em uma nação que não tem Estatuto do Desarmamento? Alguém me explica como pode tanta gente querer se mudar para o país onde quem bebe e dirige passa a noite na cadeia e se for reincidente pode ficar longos meses ou até anos preso? Onde corruptos quebram a cara? Me expliquem qual a lógica de alguém sair de um país que não tem prisão perpétua e nem pena de morte e querer morar em outro, no caso os Estados Unidos, onde existe tudo isso e até castração química para estupradores e pedófilos? Como morar em um território onde menores de 18 anos respondem como adultos se cometerem crimes hediondos? Me digam como é possível alguém querer viver em um local onde delegados, juízes e promotores são eleitos pela comunidade? Como morar em um país onde não existe estabilidade no emprego para os funcionários públicos? Onde qualquer um que trabalhe em uma prefeitura, no governo de um estado ou mesmo no governo federal pode ser demitido por conveniência ou mesmo razões estratégicas dos governantes?

Parece, mas não é tão difícil assim compreender por que tanta gente do mundo todo quer se mudar para os Estados Unidos. Lá existem duas palavrinhas mágicas que devem ser seguidas por todos: "liberdade" e "responsabilidade". Entendeu?
Herculano
16/03/2017 19:40
PT PEDE SAÍDA DE RELATOR DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA POR DÍVIDA COM O INSS

Conteúdo do Uol (Folha de S. Paulo). Texto de Leandro Prazeres, da sucursal de Brasília. O deputado federal Robinson Almeida (PT-BA) pediu nesta quinta-feira (16) o afastamento do deputado Arthur Maia (PPS-BA) da relatoria da comissão especial que avalia a proposta de reforma da Previdência enviada pelo governo. Robinson diz que, como Maia é sócio de uma empresa que deve ao INSS, o relator não teria condições de conduzir os trabalhos da comissão. A revelação de que Maia é sócio de uma empresa devedora do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) foi feita em reportagem do Uol.

Publicada na última sexta-feira, a apuração mostrou que Arthur Maia é sócio-administrador de uma distribuidora de combustíveis no município de Serra do Ramalho, no interior da Bahia, e que essa empresa aparece na lista de devedores da PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) com um débito de R$ 151 mil.

Maia argumenta que não participa da administração da empresa, que a dívida foi parcelada em 2013 e que, desde então, vem sendo paga em dia. A PGFN, por sua vez, indica que o fato de a dívida estar parcelada não tira a empresa da condição de devedora da Previdência.

Robinson Almeida diz que o fato de ter dívidas com o INSS impede Maia de relatar a proposta de reforma.

"Ele não tem os requisitos da impessoalidade e da moralidade para relatar essa matéria", afirmou o parlamentar que disse que irá encaminhar o pedido de afastamento de Maia da relatoria da reforma da Previdência à Corregedoria da Câmara dos Deputados.
Almeida mencionou também o fato de Maia ter tido parte de sua campanha a deputado federal em 2014 financiada por empresas ligadas ao setor de previdência privada, potencialmente beneficiadas com uma mudança nas regras do setor.

"Além desse aspecto de ser devedor da Previdência, ele foi financiado pela Bradesco Vida e Previdência", disse o parlamentar.

Almeida se referia a outra revelação feita por uma reportagem do Uol que mostrou que a campanha de Maia recebeu R$ 300 mil dessa empresa de previdência.

Após tomar conhecimento do pedido feito por Almeida, Maia classificou a atuação do colega de Parlamento como "inexpressiva". "Temos que respeitar aqueles que, por uma ação inexpressiva no Congresso, querem ter cinco minutos de fama", disse o parlamentar.
Herculano
16/03/2017 19:13
LULA USA TEMER COMO ESCADA RUMO AO PEDESTAL, por Josias de Souza

Lula poderia estar jogando conversa fora na câmara de descompressão de São Bernardo. Mas foi condenado pela Lava Jato à candidatura presidencial perpétua. Aprisionado por seus advogados no figurino de vítima, Lula se esforça para retornar ao pedestal de presidenciável antes do depoimento marcado por Sergio Moro para 3 de maio. Para acelerar a subida, Lula pisa em Michel Temer como se escalasse os degraus de uma escada.

Sob gritos de "olê, olê, olá, Lulaaaaa, Lulaaaaaa", o morubixaba do PT discursou em ato contra a reforma da Previdência, na Avenida Paulista. A certa altura, declamou para o microfone a retórica de sempre: "Está ficando cada vez mais claro que o golpe dado nesse país não foi apenas contra a Dilma, contra os partidos de esquerda." Hummmm? Tenta-se também "acabar com as conquistas da classe trabalhadora ao longo de anos, com a reforma trabalhista e da Previdência."

Longe de clarear, as palavras de Lula escurecem a realidade. Deve-se a Lula a chegada de Temer ao Planalto. Primeiro porque foi ele quem negociou a conversão de Temer em vice nas chapas de 2010 e 2014. Segundo porque também é de sua autoria a fábula da supergerente que produziu a ruína econômica que levou ao impeachment.

De resto, o que aniquilou "as conquistas da classe trabalhadora" foi a gestão empregocida de Dilma. Lula sabe que a legislação trabalhista precisa tomar uma lufada de ar. Também sabe que a Previdência irá à breca sem uma reforma. O amigo e ex-colaborador Henrique Meirelles já lhe explicou a situação das arcas previdenciárias. Não repete em público o que ouviu em privado porque a verdade não rende aplausos.

Assim, pisando em Michel Temer distraído, Lula retorna ao pedestal de candidato. Em maio, Sergio Moro interrogará uma pose, não um suspeito. Na sequência, condenará um projeto político, não um culpado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Se a sentença for confirmada na segunda instância, como parece provável, descerá ao xilindró um mártir petista, não um presidiário.
Herculano
16/03/2017 19:10
O LIXO FEDE EM GASPAR
Herculano
16/03/2017 19:08
GOVERNO ARRECADA R$ 3,7 BILHÕES COM LEILÃO DE QUATRO AEROPORTO. VALOR REPRESENTA QUASE 25% DE ÁGIO EM RELAÇÃO AO ESTABELECIDO. FLORIANóPOLIS TEVE ÁGIO DE 58%

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Luciana Collet, Victor Aguiar. Foi encerrado nesta quinta-feira, 16, o leilão dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis, o primeiro certame de concessões de infraestrutura de transportes da gestão Temer. O governo conseguiu arrecadar com a licitação um valor global de R$ 1,459 bilhão com o leilão, considerando apenas o valor inicial de outorga, a ser pago nas assinaturas dos contratos de concessão.

Isso corresponde a um ágio de 93,7% em relação ao montante mínimo inicial previsto de R$ 753,5 milhões.
Considerando o valor total da outorga que os futuros concessionários deverão pagar ao longo dos até 30 anos de contrato, o montante fixo de outorga é de R$ 3,7 bilhões, o que representa um ágio de quase 25% em relação aos R$ 3 bilhões inicialmente planejados. Isso sem contar os montantes variáveis de outorga, que serão pagos no futuro em porcentual da receita gerada.

Operadores europeus levaram os quatro terminais, sendo que a alemã Fraport conquistou dois deles, Fortaleza e Porto Alegre. Para o primeiro, ofereceu R$ 425 milhões, o que corresponde a um ágio de 18% em relação ao montante mínimo inicial previsto, de cerca de 360 milhões. Para Porto Alegre, ofereceu R$ 290,512 milhões, montante 852% maior que os cerca de R$ 31 milhões iniciais.

Já a francesa Vinci Airports ficou com Salvador, ao oferecer R$ 660,943 milhões, o que corresponde a um ágio de 113% ante o valor mínimo de R$ 310 milhões. A operadora foi a única a apresentar proposta pelo terminal, mas chegou a tentar abrir mão do aeroporto, preferindo disputar Fortaleza. Ao final, perdeu as disputas pelo terminal cearense e também pelo aeroporto de Florianópolis.

Por fim, a Zurich ficou com o terminal de Florianópolis, com um lance de R$ 83,333 milhões, o que corresponde a um ágio de 58% ante um valor mínimo de R$ 52,75 milhões.

O ministro Moreira Franco, que comanda o Programa de Parceria de Investimentos (PPI), afirmou que a reputação das empresas e a natureza dos contratos de concessão vão garantir que o serviço prestado aos usuários dos aeroportos. "São todas empresas com tradição no exterior e presença em aeroportos que são muito bem avaliados", disse.

Mais concessões. O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, afirmou que o governo ainda estuda se há a necessidade ou não de novas concessões de aeroportos no futuro.

"Estamos calibrando o sistema público e o sistema que foi concessionado para, aí sim, saber se haverá a necessidade ou não de mais concessões de aeroportos", disse Quintella. "Não pretendemos fechar essa porta de jeito nenhum".

Questionado quanto ao futuro da Infraero, o ministro disse que o governo tomou medidas para garantir a sustentabilidade da companhia, entre elas o envio de R$ 500 milhões para o Plano de Demissão Voluntária de funcionários da estatal.

"Queremos uma Infraero mais moderna, enxuta, que troque mais experiência com operadores importantes no mundo", disse. Ele voltou a lembrar que a ideia do governo é a abertura de quatro subsidiárias da Infraero, voltadas para Serviços, Participações, Navegação e Aeroportos. "(A Infraero Aeroportos) receberia um certo número de aeroportos, para a futura abertura de capital da empresa", disse.
Herculano
16/03/2017 18:55
EMPREGO COM CARTEIRA ASSINADA TEM A PRIMEIRA ALTA EM 22 MESES. MAS A RECUPERAÇÃO SUSTENTÁVEL SO SERÁ POSSÍVEL COM AS REFORMAS DA PREVIDÊNCIA E A TRABALHISTA

A criação de empregos foi positiva em fevereiro pela primeira vez em 22 meses, anunciou o presidente Michel Temer em evento no Palácio do Planalto nesta quinta-feira. Foram criadas 35.612 vagas, resultado de 1.50.831 contratações e 1.215.219 demissões. É o primeiro dado positivo registrado no setor desde março de 2015. A informação é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que leva em conta as demissões e admissões feitas pelas empresas.

Em janeiro, o emprego formal havia registrado um recuo de 40.864 vagas, e em fevereiro de 2016, o saldo tinha ficado negativo em 104.582. As informações do Caged normalmente são divulgadas pelo Ministério do Trabalho, em coletivas destinadas à imprensa, mas o anúncio de hoje foi feito excepcionalmente pelo próprio presidente da República.

Além de falar do número do mês, o presidente mencionou o comportamento da inflação ?" que, segundo informações da equipe econômica, deve ficar abaixo do centro da meta de 4,5% neste ano -, a mudança de perspectiva da nota Moody's na última quarta-feira e a concessão de quatro aeroportos na manhã desta quinta. "São quatro fatos para ilustrar o otimismo que deve guiar os passos do governo e da economia brasileira", disse Temer.

O presidente também elogiou as medidas implementadas pelo seu governo e, sem citar diretamente as manifestações nem as greves de ontem, minimizou as reações sobre a reforma da Previdência. "Nós já estamos em um clima de estabilidade politica e social. Claro que, quando falamos da Previdência, há observações que serão feitas", disse o presidente.

Em todo o ano passado, o país registrou perda de 1.321.994 em vagas, o segundo consecutivo de queda na comparação anual.

Setores

Segundo o Ministério do Trabalho, o saldo positivo no emprego formal foi registrado em quatro dos seis principais setores da economia. A principal contribuição veio do setor de serviços, que teve alta de 50.613 postos. O comportamento no mês foi impulsionado pelas contratações em educação, que normalmente ocorrem neste período do ano ?" mas o governo avalia que o resultado positivo em outros subgrupos de serviços é um sinal positivo. A indústria também contratou mais do que demitiu, pelo segundo mês consecutivo, com 3.949 vagas.

Para o coordenador de Estatística do ministério, Mário Magalhães, um aspecto positivo na indústria é o aumento em setores como vestuário e indústria têxtil, que mostra aumento de confiança. "São setores ligados ao salário, se esses empresários estão contratando, estão acreditando que o poder de renda do trabalhador vai subir", explica.

Do lado negativo, os setores que registraram mais demissões que admissões em fevereiro foram o comércio (-21.194 vagas) e a construção civil (-12.857).
Herculano
16/03/2017 18:47
CONSTITUIÇÃO NÃO PRIVILEGIA O SIGILO, DIZ CÁRMEM LÚCIA AO ABRIR OS ARQUIVOS DA DITADURA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Breno Pires e Rafael Moraes Moura. O Supremo Tribunal Federal (STF), por unanimidade, garantiu nesta quinta-feira, 16, a um advogado, o direito de acessar os registros escritos e gravados em áudio dos julgamentos de presos políticos no Superior Tribunal Militar (STM) durante a ditadura militar ?" quando civis eram julgados no tribunal militar em sessões secretas.

Na decisão, o Supremo entendeu que uma decisão da própria Corte que havia autorizado ao mesmo cidadão o acesso à íntegra dos conteúdos foi descumprida pelo Superior Tribunal Militar. O advogado alegou que a Corte Militar só lhe disponibilizara parte dos conteúdos solicitados.

Os julgamentos no STM, na década de 1970, eram divididos em sessões públicas, nas quais ocorriam os relatórios e as sustentações orais, e sessões secretas, em que se colhiam os votos. Assim, as fitas magnéticas são divididas em duas partes, públicas e secretas, embora constituam sequência dos mesmos procedimentos. O autor da ação, o advogado Fernando Augusto Henrique Fernandes, alegou que o Superior Tribunal Militar só lhe forneceu a primeira parte - o que motivou a nova ação. A OAB também entrou na ação, como parte interessada, e apoiou o pedido.

Relatora do processo, a ministra Cármen Lúcia chamou de "injustificável" a resistência do Superior Tribunal Militar a cumprir a decisão do Supremo. "A Constituição não privilegia o sigilo, nem permite que esse se transforme em práxis governamental, sob pena de grave ofensa ao princípio democrático, pois, como adverte Norberto Bobbio, em lição magistral sobre o tema, não há nos modelos políticos que consagram a Democracia espaço possível reservado ao mistério", afirmou Cármen Lúcia.

A presidente destacou, também, que "o direito à informação, a busca pelo conhecimento da verdade, sobre a sua história, sobre os fatos ocorridos em período avassalador do sentimento nacional e do espírito democrático que exsurgia, bem como sobre suas razões, integra o patrimônio jurídico de todo e qualquer cidadão, constituindo dever do estado assegurar meios para o seu exercício.

O ministro Celso de Mello, decano da Corte, destacou que é legítima a coleta de dados históricos a partir de documentos públicos e registros fonográficos "mesmo que para fins particulares".

No caso, tratava-se da busca por fontes a subsidiar a elaboração de livro em homenagem a advogados defensores de acusados de crimes políticos de determinada época, a partir dos registros documentais e fonográficos de sessões de julgamento público.

"Não se pretende mais aceitar como legítima a democracia da ignorância, aquela na qual todos são iguais no desconhecimento do que se passa no exercício do poder usurpado e silenciosamente desempenhado", asseverou Celso de Mello.

O ministro Barroso disse que não fazia sentido negar acesso. "Passados 30 anos da redemocratização, negar acesso a sessões não faz o menor sentido. A publicidade dos atos processuais prevista na Constituição o acesso dos interessados a sessões de julgamento do STM na época da ditadura, independentemente da sua classificação pretérita", disse.
Herculano
16/03/2017 18:39
LULA VAI APRENDER COM MORO O QUE É UM INTERROGATóRIO, por Augusto Nunes, de Veja

Depois do depoimento em Curitiba, o culpado sem álibis só será candidato a uma temporada na cadeia

O juiz Sérgio Moro e o ex-presidente Lula
Num depoimento no tribunal, o réu é obrigado a tratar exclusivamente dos fatos criminosos de que é acusado. Qualquer calouro de faculdade de Direito sabe disso. Disso pareceu esquecer-se o juiz Ricardo Leite, que conduz em Brasília uma das cinco ações judiciais protagonizadas por Lula.

Nesta terça-feira, o ex-chefe de governo que virou chefe de bando caprichou na pose de inocente perseguido por inimigos cruéis, indignados com a ascensão ao topo do poder de um migrante nordestino que, enquanto se esbalda na vida de rico, jura só pensar no sofrimento dos pobres. Haja cinismo.

Estranhamente, não foi contestado pelo magistrado, nem instado a descer da estratosfera pelo representante do Ministério Público. Liberado para mentir, o interrogado fez-se de ofendido com quem qualifica de "organização criminosa" a organização criminosa que, com Lula no duplo papel de mentor e coiteiro, destruiu a Petrobras.

No dia 2 de maio, o farsante enredado nas descobertas da Operação Lava Jato vai aprender em Curitiba o que é um interrogatório de verdade. No depoimento comandado por Sérgio Moro e procuradores federais, todos sobraçando provas contundentes, não haverá espaço para evocações da infância miserável no Nordeste.

Se é que algum dia existiu, o pequeno pernambucano decidido a mudar o mundo já não há faz muito tempo. Foi substituído por um Lula repulsivo, sem pudor, sem vergonha e sem álibis. Encerrado o encontro com Moro, o reincidente sem cura só será candidato a uma mais que merecida temporada na cadeia.
Herculano
16/03/2017 18:32
da série: descobriram isso agora? O que o PT e seus satélites fizeram e fazem em Gaspar contra a juíza Ana Paula Amaro da Silveira, a promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon, outros e contra esse escriba? O método é igualzinho.

AGU: INTENÇÃO DE LULA É INTIMIDAR E RETALIAR

Conteúdo de O Antagonista. Na defesa de Deltan Dallagnol, os representantes da AGU afirmam que Lula, com a ação de danos morais, tenta "interferir nas decisões e medidas adotadas no âmbito da operação Lava Jato".

Isso fica claro no pedido de indenização exorbitante (R$ 1 milhão). O ex-presidente, segundo a AGU, tenta criar um "receio generalizado de que as ações legítimas estarão sujeitas a fortes reações".

"O verdadeiro fim é intimidar e retaliar, e não compensar o dano moral dito abalado."

AGU DEFENDE DELTAN CONTRA LULA

A AGU fez a defesa de Deltan Dallagnol contra Lula, que foi à Justiça cobrar R$ 1 milhão em indenização por danos morais por causa da coletiva do PowerPoint em que foi apresentado como comandante máximo da Orcrim.

Na peça, obtida por O Antagonista, a AGU acusa o ex-presidente de tentar intimidar o coordenador da Lava Jato. "Constata-se que o autor não busca a indenização por direito moral violado. Objetiva-se, de certa maneira, intimidar o réu no exercício de sua função."

"A iniciativa deve ser compreendida dentro do contexto de uma série de representações e ações que o autor propôs contra os investigadores e o julgador da operação Lava Jato."

A defesa de Dallagnol é assinada pelos advogados da União Marcos Hamada, Washington Akamine, o subprocurador regional Marco Verderamis e o coordenador de patrimônio do MP/SP Gustavo Montes.

RECADO PARA LULA

Na defesa de Deltan Dallagnol, os representantes da AGU ressaltam que Lula usa o pedido de indenização para atacar a Lava Jato, o que não é objeto da ação.

Eles afirmam que "a tentativa de construção de obstáculos à denominada Operação Lava Jato dever desarticulada e desestimulada".

AGU: COLETIVA SEGUIU PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Na defesa de Deltan Dallagnol, obtida por O Antagonista, os representantes da AGU afirmam também que a famosa coletiva do PowerPoint foi uma imposição da Lei de Acesso à Informação.

"Em casos dessa magnitude, em que toda a população é potencialmente prejudicada, é normal que a sociedade brasileira debruce maior atenção sobre as conclusões investigativas, os motivos pelos quais se denuncia a pessoa pública e o próprio desenrolar do processo penal até a sua final instância."
Herculano
16/03/2017 18:22
REGISTRO

Amanhã, sábado, às 10h, feriado da Emancipação Política, no estádio Carlos Barbosa Fontes, os veteranos do Tupi jogarão com os veteranos do Avaí, de Florianópolis.

Um quilo de alimento não perecível é a entrada. A arrecadação será doada para a APAE de Gaspar.

Durante o congraçamento, Dentre os homenageados o radialista JB Telles, que trabalhou na antiga Rádio Clube (atual Rádio Sentinela do Vale) e que também foi jogador do Tupi. Quatro placas serão entregues em homenagem a Carlito Fontes, representado pela Dona Ruth Fontes, Otávio Luis Schmitt, popular Lola Schmitt, representado pelo seu filho Tavinho, Orlando Saulo dos Anjos, o querido e folclórico Nego Lando, representado por seus familiares e Carlos Roberto Souza, o popular Kinho, que defendeu as cores do time de Gaspar nos anos 63/64 e atualmente reside na capital.
Herculano
16/03/2017 18:14
PARABÉNS

Gaspar faz amanhã 83 anos de emancipação de Blumenau. As minhas lembranças vivas sobre o centro da cidade remontam a 60 anos.

Não fiz nenhuma referência na coluna, primeiro por falta de espaço físico. Ele prioritariamente foi ocupado pelo debate sobre erros dos políticos e que a comunidade precisa ser informada; outra: porque seria chover no molhado, onde todos já a reverenciam pela data.

Neste ano, um fato que deveria ser comemorado e passou em branco: o distrito do Belchior. Foi lá que Gaspar verdadeiramente nasceu. As comemorações deveriam ter esse ingrediente de homenagem, mas... Parabéns aos gasparenses leitores e leitoras da coluna e que dão a supremacia na audiência. Acorda, Gaspar!

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