17/01/2018
Esta é uma pergunta que esconde um embuste e um preconceito sem tamanho. Ela só serve para enganar analfabetos, ignorantes e desinformados. Serve para rotular os dois, dependendo da situação em que se está e o que se quer como resultado ou vantagem. Na maioria dos casos, empresários têm sido desastrosos como políticos (e até como gestores públicos), exatamente por serem empresários. E a condição de empresário, nunca foi sinal de sucesso.
Mas, vamos ao que interessa.
A notícia é velha, mas o comentário não. O empresário brusquense e de sucesso meteórico, Luciano Hang, recentemente, fez circo em Santa Catarina (e até repercutiu nacionalmente, como queria). Ele, com o senso apurado de comunicação que possui, levantou no imaginário de muitos, a possibilidade dele ser candidato a alguma coisa no mundo político, incluindo o governo do estado.
Por enquanto, só espuma! Saiu do MDB e não sabe o que ele vai fazer ou a quem ele vai se aliar. Colocou-se na praça, num ambiente aparentemente preenchido nas principais forças que se assanham e com estrutura para disputar o governo do estado. Em política, há uma fila de espera entre eles (partidos, políticos).
E a possibilidade de Luciano Hang ser uma surpresa, inclusive por algo fora dos partidos tradicionais? Existe! Entretanto, será desgastante demais para a sua imagem de vencedor, empresário e os resultados conseguidos por ele no mundo empresarial. E os políticos espertos, estão à espreita para abocanhar a fatia que lhes cabe nesta cessão do lugar deles nesta fila.
Luciano Hang é aparentemente um empresário bem-sucedido. Mas, já tentou passar a perna no poder público, que vive dos nossos pesados impostos. Alavancou parte dos seus negócios com sonegação fiscal, fez concorrência desleal no seu próprio mundo empresarial, onde outros tiveram a desvantagem de pagar os tributos exigidos pela lei. Se injusta a cobrança de impostos, é outra questão! Mas, pagá-los é a obrigação indistinta de todos. Se pagou por ação processual, ficou a mácula que sempre lhe será cobrada e lembrada.
Luciano Hang de origem humilde, é reconhecidamente audaz, é acostumado a tomar riscos, é um empreendedor diferenciado, todavia é centralizador naquilo que quer e administra, gosta de estar empoderado, possui gestos simples e diretos, é vaidoso a tal ponto de se tornar do nada e repentinamente, garoto propaganda do seu próprio negócio, como fizeram outros do seu ramo – e onde quase todos não se deram bem nesta decisão.
Suprimindo à recente decisão de exposição midiática, tudo o que está encrustado em Luciano Hang, é o avesso do mundo político e dos políticos. E é aí que mora o perigo.
Conheci e o mundo da gestão pública está cheia de histórias e exemplos de políticos que nunca foram empresários, empreendedores, executivos, mas foram inovadores, líderes incontestes, realizadores, transformadores em seu tempo e locais. Antes, para tal, eles tinham como patrimônio, carisma; eram líderes forjados no ambiente político de militância, eram gestores de equipes técnicas, conhecedores na leitura, dos desejos ou do que era possível aceitar como inovação, transformação e mudança entre os seus eleitores.
Conheci e o mundo dos negócios privados está cheio de histórias de empresários que nunca foram empreendedores, inovadores, líderes e transformadores nos seus negócios. Eles fracassaram na medida em que usaram os seus negócios para atender desejos que não tinham a ver com o seu “core business”, inclusive a política.
Ou, então, em outras situações, os empresários até então referência em seus negócios, não tiveram a capacidade de perceberem as mudanças e exigências das novas tecnologias, concorrenciais, de consumo e substituição de produtos. Enfraqueceram-se, falharam ou mancharam suas biografias. Não precisa ser administrador ou ir a Harward, IMD, USP ou FGV. Basta uma boa bibliografia, disposição e tempo para a leitura.
MUNDOS DISTINTOS
O que eu quero dizer com isso? São coisas distintas a gestão no mundo político e no mundo empresarial. O sucesso em ambos, vai depender da oportunidade, das alianças, das decisões, do comprometimento e conhecimento das equipes e dos resultados como objetivos e alcançados.
Só que no mundo empresarial, o sucesso é uma obrigação de sobrevivência. E aí os empreendedores são mais exigidos, depuram-se, adaptam-se mais rapidamente às adversidades e constroem as suas histórias de exemplos. E os fracassos, penalizam apenas um micro-mundo.
No campo político e gestão pública, a percepção de sucesso é outra. Constrói-se um mundo paralelo para se ter poder, despreza-se a sobrevivência da sociedade no longo prazo, e se foca no curtíssimo prazo, criando e distribuindo-se privilégios para poucos que garantam a sustentação desse poder: gente que pode mobilizar massas de votos de analfabetos, ignorantes e desinformados. E os fracassos neste caso transformam-se em desastres para gerações. Eles não apenas penalizam o político, o gestor público, o poder de plantão, mas a sociedade, principalmente os mais pobres, os mais fracos, os empreendedores, os geradores de renda e tributos.
Então ser empresário não é uma regra de sucesso na vida política ou na administração pública, ao contrário. Quase todos os que tentaram, fracassaram ao enfrentarem o “modus operandi” dessa máquina política, burocrática e bandida, feita de descomprometidos com a sociedade, que não consegue enxergar e defender um futuro, com os resultados de mudanças. Pois mudanças atingem em cheio os interesses desses contumazes parasitas encrustados na elite do ambiente público.
Luciano Hang seria um bom político? Deu provas, até aqui, que possui habilidade de negociação com fornecedores (ao menos no início) e para relacionamentos seletivamente visando os resultados do seu negócio.
Mas, seria ele um gestor público capaz e eficiente? Tenho sérias dúvidas. Elas estão assentadas na experiência de assessoramento, nos relatos e nas leituras de casos recorrentes. Quem manda num governo não é exatamente o governante, é uma entidade invisível chamada estado, a legislação, os burocratas e uma casta de servidores estáveis, bem pagos, cheios de privilégios, impossível a qualquer empresa, que não estão preocupados com resultados, inovação, produtividade e transformação para o bem da sociedade do amanhã.
O gestor oriundo da iniciativa privada, logo descobre que é refém desse jogo brutal ou será aniquilado no ativo em que melhor é reconhecido: a capacidade de ser ágil, de ter uma agenda, de estar comprometimento com o tempo, de gerir e produzir resultados diferenciais para os outros.
Luciano Hang, penso, por vaidade nos dias de hoje, ficaria exposto (veja o que está acontecendo com o “mito” Jair Bolsonaro, PSC,) a partir de um passo em falso que deu no passado, grave, pois atentou contra o público; Luciano ficaria exposto e refém diante de políticos malandros que possuem uma “reserva” numa fila e um pacto de sobrevivência entre eles; Luciano Hang “estancaria” o sucesso do seu negócio para ficar paralisado (e desmoralizado) na política pelos políticos que estão quebrando Santa Catarina.
Há um porém, entretanto: a não ser que Luciano esteja prestes a vender a sua rede de Lojas, o que não deixa de ser uma grande cartada negocial. Afinal a economia está em recuperação, e ela abre os olhos para os investidores com capital. Eles querem ampliar mercados nesta recuperação, e não tiveram coragem faze-lo, com fez Luciano, com os riscos da crise econômica e de consumo na era PT e Dilma. Sem o seu negócio à consumir forças,no seu centralismo, talento e carisma, seria então a política ou a gestão pública, o outro investimento e desafio desse brusquense.
Por enquanto, Luciano Hang, fez o que ele sabe fazer bem: marketing pessoal. Resta saber qual a verdadeira razão que o levou a fazer isso, exatamente neste momento. A imprensa que foi lá, não perguntou, não descobriu e ele, com habilidade, a escondeu. Fez, como pensou e planejou, apenas a primeira parte do espetáculo. A repercussão foi imediata. Agora é avaliar todos os cenários, oportunistas e os canibais. Garanto-lhes, ser empresário ou empreendedor não é sinônimo de melhores resultados na gestão pública. A política não é para novatos.
Coisa técnica e orientada por executivos “entendidos”. Esta gambiarra é uma bomba de pressão de rede do Samae de Gaspar. Ela está instalada a 2,70m de altura. Inadequada para manutenção. Exige equipamento especial, pois ninguém contratado por lá, tem essa altura para manuseá-la. Mas isso é fichinha.
A área técnica é a que mais foi sucateada no governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e na gestão d do mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, o atual presidente.
A falta de água nas torneiras dos consumidores, repetiu-se, as dezenas de vezes, sem efetivamente haver falta de captação, produção ou consumo anormal de água no município. Foi puro desconhecimento dos “novos comissionados” sobre às permanentes equipes técnicas, palpitando ou determinando sobre a rede (válvulas, desligamento automatizado das bombas, ou até simples fechamento ou abertura correta de registros troncais), ou ações preventivas de rotina. Uma loucura. A maior parte desses acontecimentos já foram relatadas aqui. Vou poupá-los da repetição.
Quem disse que trocar governo é trocar peões ou técnicos? Kleber fez isso, no Samae. A par disso, existem fantasmas, vinganças e revanchismos mútuos. No final do ano, por exemplo, foi feita a escala de técnicos para o plantão de manutenção e emergências. Quem queria estar escala, foi rifado como punição, do tipo, quem manda aqui sou eu. Quem não queria estar nela, foi obrigado, exatamente para que pudesse se concretizar lições aos outros.
Resumindo a rebordosa. Quem não queria estar na escala, apesar de ser de confiança do atual governo e gestão do Samae, fez de tudo para demonstrar a contrariedade, inclusive faltando quase todos os dias da escala. Gente que estava oficialmente de férias, estava na escala de plantão. Pode? Como vão acertar isso. Encanador virou, por falta de opção e por necessidade pois não haveria deslocamento, virou motorista. Pode? Até relógio ponto foi quebrado. Faltou negociação, harmonia, gestão e profissionalismo. Sobrou e Gaspar ficou nas mãos de alguns abnegados.
Kleber e Melato falam em boicote de gente instruída pelo ex-administradores da antiga gestão petista no Samae Pode ser! Mas, isso não era previsível, ainda mais quando se fez indicações políticas a fórceps para a autarquia? Quem provocou tudo isso? Em um ano não se resolveu e se estabilizou esse assunto, aparentemente simples de ser revolvido? Afinal, o conflito está numa área técnica e com concursados. É do quadro permanente. E por que não se estabilizou? Porque o preenchimento dos cargos superiores é política e de gente não acostumada à gestão de pessoas, e sem o mínimo conhecimento técnico adequado para a tomada de melhores decisões.
Ora, pela direção do Samae de Gaspar, passaram tantas pessoas simples (e a lista é grande), nunca houve um problema tão conturbado como agora, é claro que não está na equipe permanente, mas na equipe política transitória? E Kleber anunciou na sua entrevista ao jornal Cruzeiro do Vale que o Samae será a sua menina dos olhos nos próximos anos. É bom o prefeito procurar logo um oftalmologista, ou trocar de colírio: esse chamado Melato está lhe embaçando a visão Acorda, Gaspar!
A administração gasparense do petista Pedro Celso Zuchi, agora assessor do deputado Décio Neri de Lima, colocou um equipamento público de ginástica na Arena Multiuso, aquela área de posse precária e desapropriada judicialmente por vingança contra um empresário, ao arrepio de valor de mercado. Isso se tornou um grave problema legal e financeiro para o município.
Antes de continuar nesta história, reafirmo – já escrevi várias vezes sobre isso - que discordo da forma como foi feita a desapropriação, só para atender aos amigos e parentes do poder, vingança e marketing politiqueiro, mas concordo que do limão deveria se fazer uma limonada, até para dar uma lição a quem criou o problema. Resolvidas as pendengas por acordos entre as partes, a Arena Multiuso seria um diferencial de lazer, uso comunitário e um centro de exposições, shows e eventos no Médio Vale com fácil acesso a BR 470 e ligação fácil com o aeroporto, litoral e todo o Vale do Itajaí. Mas...
O atual prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, recuperou aquele equipamento de ginástica, danificado pelo tempo e uso, mas o transferiu para a Rua Pedro Simon. Resumindo: o equipamento saiu de uma área sub-judice para um ambiente público, praticamente próximos. O prefeito atendeu a um pedido do vereador da Margem Esquerda, Francisco Solano Anhaia, MDB. A então vice-prefeita nas duas últimas gestões de Zuchi e hoje novamente vereadora, Mariluci Deschamps Rosa, PT, foi à tribuna fazer um cavalo de batalha sobre o assunto tão mínimo. Para ela, o equipamento deveria continuar onde foi ele montado.
Segundo, Anhaia, que já foi petista, o equipamento de ginástica deveria ficar onde ele é mais acessível ao povo do seu bairro. Anhaia diz ter ouvido a Associação de Moradores de lá, bem como seus “eleitores” e a maior parte dos custos de recuperação e até transferência foi bancado por particulares.
Mas, para Mariluci, está se despindo um santo, para cobrir outro. Será? Primeiro, a colocação do equipamento de ginástica na Arena foi um ato político de ocupação para reafirmar promoção popular e a posse política da Arena. Segundo, o acesso ao equipamento é notório, está comprometido e o uso é diminuto pelos próprios moradores dos arredores. Terceiro, a degeneração do equipamento se deu não pelo vandalismo, mas pela falta de uso dele. Que coisa! Quarto: era preciso recuperá-lo, e fazer isso para deixa-lo às moscas, lá? Ao menos a tentativa de transferir de local o equipamento de ginástica e deixá-lo mais acessível, é algo, no mínimo, coerente.
É uma pena, que os políticos de Gaspar, por teses ideológicos, partidárias, pessoais e de discursos vazios, não consigam enxergar incoerências em suas atitudes. A insistência de Mariluci neste caso, beira ao ridículo por várias questões: é algo tão pequeno em relação aos grandes reais e problemas da cidade, ou seja, não é por falta de assunto, mas é por teimosia; a Arena Multiuso ainda não é uma arena de verdade, ela só é na fantasia petista que não foi capaz de torna-la viável por seus próprios erros, improvisações e vinganças; o acesso dos moradores da Margem Esquerda à Arena Multiuso para o uso desse equipamento, é comprovadamente, diminuto e a sua localização é isolada; à noite, quando os trabalhadores possuem disponibilidade para a prática de exercícios, falta até iluminação e segurança para tal.
O PT não é o partido do povo? Mas o equipamento de ginástica em Gaspar, pago pelo povo, está distante do povo? E os vereadores, representante do povo, do partido do povo brigam na Câmara para que ele fique isolado do povo? Então... Acorda Gaspar!
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