18/07/2017
Ontem eu escrevi sobre a indicação do suplente de vereador, o jovem Pablo Ricardo Fachin, PP. Ele quer que se crie uma obrigação para as farmácias de Gaspar abrirem sob plantão nas noites e madrugadas sem movimento e perigosas daqui, quebrando uma regra elementar da livre iniciativa. Para lucrar em votos, ele quer que outros fiquem com os prejuízos. Tudo para atender, eventualmente, pais “desesperados” à procura de remédios, num processo de auto-medicação, para alguma doença de seus filhos. Mas, Pablo de primeiro mandato, não está sozinho. Os antigos e matreiros políticos são os que ensinam o velho aos “novos”. Para eles, as empresas dos outros, não as suas, é que devem ter prejuízos quando o estado não funciona, apesar dos pesados impostos que se paga para o estado atender os cidadãos e cidadãs.
Ciro André Quintino, PMDB, presidente da Câmara, por exemplo (o que pediu para esquecê-lo, se não for bajulá-lo) foi um dos dois únicos reeleito, entre 13 da atual Câmara. Apesar de ainda jovem na idade, à prática, revela ser um político à antiga nas manhas, intenções e resultados. Veja mais esta. É dele uma solicitação ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, para se conceder isenção de taxas funerárias à familiares de doadores de órgãos e tecidos. Para viabilizar a proposta, o texto que mandou publicar na imprensa – a que não pergunta nada e que no requerimento que fez para deixar o Executivo sem saída -, sugere à “elaboração de Projeto de Lei ou regulamentação de norma já existente” (preguiçoso ele e sua assessoria, mandou outros procurarem o que deveria ser seu).
Segundo o vereador Ciro, “a única exigência seria à apresentação de comprovante do ato [desejo] e o aviso imediato ao hospital habilitado à realização do transplante [ e não do ato]. De acordo com Ciro, “o objetivo é incentivar, ainda mais, o gasparense à essa ação nobre, além de oferecer maiores chances de vida às pessoas que esperam nas filas”. Ainda mais? Onde estão esses dados de Gaspar? O que citou no press release, são de Santa Catarina e nacional. Não basta ter boas intenções. É preciso deixar claro que o favor que pede não será repassado por quem não foi consultado ou até não pode participar do “sacrifício” que lhe é imposto.
Vamos por partes. Ora, se esta ação de doação é tão nobre assim, como acentua o vereador no seu discurso demagógico, ela não precisa de compensação de taxas. É nobre e ponto final. Ou é um negócio, onde alguém ganha (o vereador), além de parte da sociedade (o receptor de órgãos), bem como a consciência humanitária cidadã que não dependeria de compensações, ponto e vírgula. Esta argumentação da nobreza é rasteira, política e demagógica.
Segundo: os serviços funerários são uma concessão pública. Então quem a ganhou, recentemente, em Gaspar, por certo não embutiu essa isenção marota desta taxa (vive dela, pagou ou pagará parte para o município); faz apenas um ano e que se acordou, por edital e contrato, é ameaçado por pressão sentimental e comunitária pelos políticos; não estava no edital de concorrência e por conseguinte, abre brechas recíprocas para àquilo que está fora do acordo entre as partes. E é aí que começa o perigo, a relação espúria entre pessoas, entre o privado e o público.
Das seis, uma: ou a funerária ganha tanto que não precisa desta taxa base da sua sustentação econômica nesse negócio; ou ela sabe que poucos farão à doação de órgãos, exigirão a contrapartida e a lei será letra morta, só servirá para propaganda eleitoral do Ciro; ou ela terá prejuízo nesse negócio e vai usar essa brecha para pedir compensações fora do contrato; ou será compensada pelo município, ou seja, todos pagarão o “gesto nobre”; ou Ciro é sócio do resultado político da Lei e fará propaganda de tal ato nobre dos outros como sendo seu.
Entenderam? Os vereadores não mexem nos bolsos deles. Aliás, Ciro é um dos que mais usam as diárias da Câmara. Fazem política e demagogia mexendo nos bolsos dos outros, nas obrigações dos outros, no lucro dos outros, na concorrência pública dos outros. E fazem para agradar os seus prováveis eleitores, mas criando prejuízos aos outros. Por que quando foi feita a concorrência pública para a exploração deste serviço público, Ciro não colocou esta sua proposta para ser avaliada? Por que esta proposta, como outras que ainda poderão vir, só vem depois de tudo definido, alterando o modelo de negócio do vencedor da concorrência? Esta é a oportunidade que se cria ou leva à outras trocas invisíveis entre os parceiros como se percebe todos os dias nos sucessivos escândalos que ganham manchetes na mídia que não é preenchida por press releases dos políticos? Acorda, Gaspar!
O Bloco Democrático (PSD e PDT) e o PT na Câmara de Gaspar protocolaram um projeto. Eles tentam impedir que vereadores eleitos como parlamentares fiscais do povo sobre o Executivo, tornem-se empregados da máquina do prefeito, ganhando bem mais nas funções de secretário municipal ou presidente de Fundações e Autarquias. Um exemplo de hoje: o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, trocou a vereança e foi ser presidente do Samae.
A base de apoio ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB e o vice, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, ambos ex-vereadores, erra de novo. Já sinalizou, que comprou essa “briga” por orientação do Executivo e que não deveria ser dele esta discussão, mas apenas do corpo da Câmara. O prefeito, por seus porta-vozes, já demonstrou que este assunto não irá adiante no Legislativo - como não foi outros que nada tinha a ver com ele, como a mudança de horário das sessões - e que a oposição, mais uma vez, ficará falando sozinha em assunto tão sério. É do jogo, jogado.
E por que prefeito Kleber, seu vice Luiz Carlos, seus vereadores e outros estão unidos? Porque o plano quase secreto de dobrar o salário dos vereadores de Gaspar foi abortado, temporariamente, com a divulgação do assunto aqui nesta coluna. O aumento dos salários deles era uma forma de compensar os descontentes e pretensos vereadores que mesmo sem condições técnica, desejavam pela compensação financeira, serem secretários ou presidentes de fundações e autarquias. Ou seja, tudo pelo dinheiro fácil dos nossos impostos.
O líder do PMDB, Francisco Solano Anhaia, PMDB, que já foi PT, mas antes disso, foi cabo eleitoral de Melato no PP, orientado, falou numa tal “assimetria”, algo que vai além do seu conhecimento e entendimento técnico, tanto que não conseguiu explica-la para desenvolver a sua defesa e discurso. Ou seja e resumindo, segundo ele: porque Gaspar vai ser diferente, se no governo do Estado e no Brasil essa prática nefasta é corriqueira?
E como exemplo, ameaçou: “que tal exigirmos que funcionários públicos municipais eleitos vereadores cumpram o horário de trabalho no local de trabalho ao invés de virem aqui participar das sessões da Câmara?”. O recado tinha endereço certo: Cicero Giovane Amaro, PSD, um dos autores da emenda moralizadora, ferrenho oposicionista e funcionário do Samae, tocada e subordinado de Melato, que se tal lei vingar terá que voltar à Câmara e com salário menor. Entenderam? Qual é mesmo a diferença entre o PT e o PMDB em Gaspar? Qual a diferença entre políticos antigos, viciados e os jovens ou novos eleitos pela primeira vez. Tudo igual, não é?
Por que Kleber não exige que Cícero cumpra o horário no Samae? Porque falta-lhe coragem e legitimidade. E uma delas, está na própria negação que o bloco de apoio de Kleber e Luiz Carlos, sob o comando deles próprios e do prefeito de verdade, Carlos Roberto Pereira, presidente do PMDB de Gaspar (secretário da Fazenda e que acumula o de Administração e Gestão) do qual Chico Anhaia faz parte, manobraram recentemente. Eles, PMDB, PSC e PSDB negaram mudar o horário das sessões da Câmara para exatamente fazê-la longe do povo, em horário impróprio, e na hora em que os servidores deveriam estar trabalhando. Então quem criou a anomalia que quer ver regularizada e por má intenção? O próprio PMDB do cobrador Anhaia. Acorda, Gaspar!
É uma festa. A vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, ao invés de estar mais preocupada na região metropolitana que se tenta criar por aqui e onde Gaspar está inserida, foi buscar inspiração em Joinville, onde o seu partido não é poder.
Para justificar as despesas e visitas a escritórios de políticos como o do senador tucano Paulo Bauer, mandou publicar que foi buscar referências em Joinville. Foi conhecer a Escola de Balé Bolshoi (?).
Depois de questionado, cancelado e agora aditivado, o pregão 54 da prefeitura de Gaspar para compra de materiais de pintura foi remarcado para o dia 26 de julho.
Ilhota em chamas I. Mais uma vez a prefeitura não conseguiu vender a sua folha de pagamento. Nenhum banco ou cooperativa de crédito se habilitou para tal.
Ilhota em chamas II. Na era do digital, Ilhota vai gastar R$7.800,00 em correspondências. O atrasado Correios, agradece.
Ilhota em chamas III. A prefeitura vai gastar R$ 107.988,00 (Teftur), R$ 95.880,00 (Ilhotur) e R$ 267.772,80 (Candytur) para o transporte de universitários a Itajaí, Balneário Camboriú e Blumenau.
Ilhota em chamas IV. O pregão presencial 26/2017, feito para o registro de preços para eventual aquisição de veículos e caminhões foi suspenso. Muitos questionamentos e não “havia tempo suficiente para responde-los”. Em época de crise e transparência, qualquer oportunidade, aumenta à concorrência e os jogos entre parceiros se complicam. Já em Gaspar, o Samae comprou um Renault por pouco mais de R$53 mil e uma moto por mais de R$12 mil.
Ilhota em chamas V. A Say Muller, a empresa coletora de lixo criada na administração de Pedro Celso Zuchi e de Lovídio Carlos Bertoldi, no Samae, ambos do PT, está cada vez mais fora do jogo competitivo e das pressões jurídicas. Vem perdendo todas.
Ilhota em chamas VI. Agora perdeu a concorrência para o transporte emergencial em Ilhota. Será a Transólidos que já atua para o PMDB de Kleber Edson Wan Dall, em Gaspar. Muda governo, mudam os fornecedores regionais para os mesmos partidos no poder. Interessante essa lógica. Depois reclamam da imprensa, do Ministério Público...
Ilhota em chamas VII. A locação de dois caminhões compactadores para o recolhimento de lixo urbano e rural, por concorrência, vai custar R$ 273.600,00, por um ano.
Ilhota em chamas VIII. A prefeitura comprou 300 lâmpadas de vapor de sódio em alta pressão 150W, a R$24,70 cada uma. Escuridão? Tem mais! Foram adquiridas outras 250 lâmpadas de 250W (a R$28,00 cada); 250 de 400W (a R$34,80); 100 lâmpadas multivapores de 250W (R$33,71), 100 de 400W (a R$ 41,21) e 50 de 1.000W (a R$ 125,99).
Ilhota em chamas IX. Foi adquirido R$72.250,00 em oxigênio. Tudo a ver.
Ilhota em chamas IX. Muda de nome, mas fica quase tudo igual. A Lei complementar 81/2017 extinguiu cargo de assessor jurídico e ele passou a se chamar agora de “consultor” jurídico. O que muda? A remuneração.
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