19/01/2017
O prefeito de Ilhota, Érico de Oliveira, PMDB, foi à imprensa amiga, dizer que não esperava encontrar a prefeitura tão deficitária. Ou ele mentiu, ou fê-la de boba e ela aceitou. Durante a campanha eleitoral o discurso para ganhar era exatamente este contra o ex-prefeito Daniel Christian Bosi, PSD: má gestão, dívidas e a necessidade de mudar. Ganhou. Érico também à mesma imprensa se mostrou espantado com o sucateamento dos equipamentos. Mais uma vez um baile no jornalista. Os ilhotenses souberam há meses aqui nesta coluna, e por fotos, logo depois da eleição dele, o estado lastimável dos equipamentos do município. O próprio Érico foi a Blumenau. E na oficina os viu com os próprios olhos. Espantado, Érico preferiu ficar quieto. Agora, está se queixando? Pede paciência? É tarde. É dissimulado. Escolheu à falta de transparência e o uso oportunista de determinados meios de comunicação.
Outra. Érico diz que vai ser austero e economizar. Anunciou quatro secretários, mas nomeou seis. E para continuar na incoerência entre o discurso e à prática, acaba de aumentar as diárias. Um golpe administrativo bem pensado: ele as atrelou a Unidade Fiscal Municipal. A UFM no decreto 11/2017 que passou a valer R$3,01. Na sequência, Érico editou o decreto 12/2017. Ele fixou os valores das diárias em UFM (antes era reajustada pelo IGP-M). Ficaram as dúvidas: pois podem ser usadas para “viagens” aos vizinhos. Apesar de disponível, a imprensa que deu trela a Érico, nada o questionou na sua falsa choradeira perante aos seus munícipes.
Não vou longe nesta incoerência. Vou dar apenas um exemplo comparando com o decreto 72 de julho 2015 do ex-prefeito Bosi. Lá ele regulamentou as diárias dele, seus secretários e funcionários. O ex-prefeito para ir até Florianópolis ou qualquer outra cidade de Santa Catarina, se ficasse mais de 24 horas nela, ganhava R$ 228,00, se ficasse 24 horas ganhava R$ 190,00, se ficasse entre 12 e 24 horas, ganhava R$ 76,00 e se ficasse entre seis e 12 horas ganhava 38,00. No decreto de Érico, passaram para R$ 602,00, R$ 301,00 e R$ 150,50. Nesse último caso (o mais comum), o valor é quase quatro vezes maior que antes. Para ir a Brasília o ex-prefeito ganhava R$462,00, agora R$903,00. Ulalá! Cadê a economia? Está reclamando de que Ilhota está sem dinheiro? Choro para desinformados.
O superintendente de Agricultura e Aquicultura de Gaspar, André Pascoal Waltrick, foi nomeado duas vezes em dois decretos diferentes pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB; no 7.281 (de 1º de janeiro) com o nome errado de André Waldrich (ai, ai, ai) e que teve uma errata para corrigi-lo, e no 7.285 do dia três, com o nome certo, mas que no dia 11 foi anulado pelo 7.302, para fazer valer o 7.281 com a errata. Entenderam? É confuso mesmo. E isso passou pelo prefeito Kleber, pelo chefe de gabinete Pedro Inácio Bornhausen (engenheiro eletricista), pelo secretário de Administração (e Finanças) Carlos Roberto Pereira (advogado) e pelo procurador geral, Felipe Juliano Braz (advogado), indicado de Pereira e que comanda uma dúzia de advogados. Isso dá ideia de como estão os cuidados e controle daquilo que os envolvidos dominam. Quando chegar à contabilidade e finanças que o titular nomeado não possui qualquer conhecimento, que Deus tenha compaixão. Acorda, Gaspar!
A Artepa Martins construiu a ponte do Vale. Ela oficiou a prefeitura (para o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT) de que ela não estava pronta para ser usada; talvez para ser inaugurada e fazer propaganda enganosa. Eu sempre relatei aqui que a ponte tinha problemas para abri-la. Fui zoado. A empreiteira ficou criminosamente em silêncio. Quando Kleber Edson Wan Dall, PMDB, assumiu, a Artepa sob o olhar do Ministério Público que cuida da Moralidade Pública e acompanhava tudo, foi lá repetir de que a ponte não estava pronta; que representava perigo às pessoas e aos veículos; que não se responsabilizava; que isso teria um custo e que iria cobrar por Gaspar não atender às normas técnicas. Fez bem a Artepa. Fez bem Kleber na decisão que tomou. Não era hora de se arriscar e até enfrentar o MP.
Contudo, a Artepa não é tão inocente assim. No mínimo fez um serviço de duvidosa engenharia, em algo simples e consagrado até para leigos. Tanto que está consertando a lambança (e das grandes). E esta conta não pode vir para Gaspar ou para os pagadores de pesados impostos. Veja nas duas fotos. Tratam-se das tais juntas de dilatação, espaços feitos para acomodar o movimento natural da ponte (mesmo que por ela nada passasse). Ela era de material rígido (concreto). Na foto já estava rachado. O que estão fazendo agora? Retirando esse material e substituindo pela técnica recomendada: flexível. Está na hora da prefeitura licitar e contratar um perito independente para vistoriar antes de receber a obra. Vai sair mais barato, terá menos incômodo e despesas no futuro. E se houver irregularidades técnicas, denuncia a Artepa ao MP.
A vereadora Franciele Back, PSDB, como jornalista não perdeu tempo. Mandou dizer aos seus eleitores que a Câmara de Gaspar é uma das mais enxutas. Até é. E nos últimos tempos só por pressão do Ministério Público. Ninguém mais.
Franciele disse que os salários dos vereadores e dos assessores estão no site da Câmara. Mas, só fez isso porque foi obrigada. Franciele diz que está “fazendo” um pacote de mais transparência, mas não detalhou. Ulalalá.
O último vereador de Gaspar que se disse novo na política, mostrou-se o mais velho de todos na prática da enrolação e da velha política. Tudo pelo poder e boquinhas aos seus. Ele só não contava com o desnudo da parte da imprensa.
Franciele que aos 23 anos se diz tão zelosa, ainda não recebeu o batismo. Logo conhecerá isso. E pode começar por exemplo propondo que os vereadores tenham 30 dias de férias por ano, como todo trabalhador comum.
Mais: que os assessores dos vereadores realmente venham trabalhar e não se usem a desculpa de que estão “em campo”. Ainda: que tenham férias exatamente no mesmo período dos vereadores.
O que é hoje? Os assessores “trabalham” quando a Câmara está parada, como agora. A vereadora foi empossada, mas nada será votado e tramitado antes de fevereiro. “Exaustos”, os assessores pegam férias exatamente quando o vereador está participando de sessões e para os quais os assessores foram “contratados” para darem suporte.
Franciele conhece bem esse assunto. Ela foi assessora do ex-vereador Jaime Kirchner, PMDB. Outra, informar que não há verba de gabinetes, nem celulares para os vereadores e carros para cada um, é algo bem discutível.
Há as diárias. E na legislatura passada, o atual presidente Ciro André Quintino, PMDB, e seu assessor, foram os que mais usaram esta verba. Além disso, o motorista foi o que mais usufruiu dela, exatamente por servir os vereadores.
E para finalizar. Exatamente por não estar completo no Portal da Transparência – que já foi objeto que questionamento do MP - como manda a lei, precisei pedir à presidência da Câmara, por ofício, informações para os meus leitores. Então....
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