Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

20/04/2017

GESTÃO EFICIENTE I
Hoje é Dia de Tiradentes (José da Silva Xavier, 1746/72), mártir da Inconfidência Mineira. Para muitos, só um feriado desde 1965 e sem significado algum. Uma pena! Como é um dia para relembrar os enforcados, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, entra na lista. Ele, como o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, quando no poder, já escolheu a corda. Na segunda-feira ensaiou a forra. Fez uma coletiva sobre os primeiros 100 dias de governo. Confuso. Atrapalhado.

GESTÃO EFICIENTE II
Pudera, depois de ser cobrado aqui, arrumou às pressas uma listinha. Com 17 dias atraso nesta prestação de contas à comunidade do mínimo, do óbvio, da manutenção da máquina. Nada daquilo que prometeu e estava no “plano de governo” entregue à Justiça Eleitoral e que sustentou a campanha eleitoral. Não vou me alongar – devido ao curto espaço. Vou pinçar um item desses 100 dias. Ele retrata bem a tão decantada “Gestão Gaspar Eficiente” que batizou o seu trabalho. Marcas pomposas, feitas por gente esperta, para analfabetos, ignorantes, desinformados, a claque de puxa-sacos ou agarrados às tetas. Ironia: exatamente eles é que comprometem essa tal “eficiência”.

GESTÃO EFICIENTE III
Eficiente? Kleber levou três meses para indicar o intendente do criado Distrito de Belchior – onde Gaspar realmente começou há quase 200 anos. Kleber optou por um político que nada tem a ver com o Belchior, o ex-vereador Raul Schilller, da Figueira, do outro lado do Rio Itajaí Açú. A nomeação atendeu apenas o PMDB do poder e não o Belchior. Eficiente? Na lista de novos comissionados divulgada na quarta-feira passada, Kleber foi mais longe no desprezo ao Belchior: indicou Norberto dos Santos, para “diretor de Obras” do Distrito. Ele, um ex-empregado de tinturaria aposentado (ou seja, com rendimentos e nada entende de obras públicas). E o pior: morador da distante Lagoa.

GESTÃO EFICIENTE IV
Qual o handicap do Norberto? Ter sido candidato a vereador do PMDB e derrotado nas últimas eleições. E tudo foi feito sob as bênçãos da vereadora propaganda de Kleber, Franciele Daine Back, PSDB, a representante do Belchior. Estranho silêncio e omissão de gente que diz ser situação e oposição no Belchior. No debate nas redes sociais, fingem que este assunto é de outro lugar e com os comunitários, está debatendo questões como Uber, Trump, Coreia do Norte, China, Le Pen, do que o Belchior. A “eficiência” de Kleber, Luiz Carlos, PMDB e PP é outra no caso do Belchior: mais um poleiro de empregos públicos e trampolim de votos com gente não identificada com a comunidade de lá.

GESTÃO EFICIENTE V
O PT criou o Distrito do Belchior. Antes, propôs o nome de “prefeito Tarcísio Deschamps”. PMDB ficou quieto. Agora se esbalda. Para comemorar um ano dele e atender uma boa sugestão de Franciele. Todo no dia seis de abril, a prefeitura vai para lá. “Eficiência”? O prefeito Kleber foi ao Belchior fazer apenas “sala” para alguns moradores na superintendência com sua secretária vereadora Franciele, a que lhe dá a frágil maioria na Câmara. Uma pergunta que não quer calar? O que de prático se resolveu para o Belchior naquele dia? Nada. Os graves problemas do Distrito continuaram. Não seria o caso de estruturar alguma coisa de impacto para prover soluções e mostrar a tal “eficiência”? A lista de pendências e problemas lá no Distrito é grande. Não será com audiências e congraçamento que serão resolvidos, mas com uma “Gestão Eficiente” de verdade, e não apenas na propaganda. Antes, será preciso fiscalização dos moradores e lideranças de lá sobre esta tal gestão. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE


“Gaspar Eficiente”? Não tendo obras a relatar nos 100 dias de governo, Kleber Edson Wan Dall, PMDB, emprestou para si o que foi obrigação do estado e propaganda da sua campanha: a conclusão do 1º trecho da rua Leonardo Pedro Schmitt, no bairro Macucos.

O que Kleber não disse: que esta obra do governo do estado estava atrasada em três anos. Ele só cortou a fita, posou para as fotos com o governador Raimundo Colombo, PSD, numa das raras aparições em Gaspar em seis anos de governo.

“Gaspar Eficiente”? Qual a diferença entre o PT e o PMDB de Gaspar? Nenhuma. Pedro Celso Zuchi vivia com papelinhos assinados para fazer manchetes na imprensa, gerar entrevistas sem perguntas e fundamentar discursos.

Kleber aprendeu, copiou e nem inovou. O primeiro papelinho que exibiu para fotos, entrevistas e promoção foi o tal alvará sanitário do Hospital de Gaspar. De prático o que isso trouxe para os doentes? Nada! Um gestor eficiente revelaria os resultados para a comunidade.

“Gaspar Eficiente”? Manchete do portal do Cruzeiro do Vale: prazo expira e máquinas não voltam ao trabalho nas ruas Pedro Schmitt Jr e Artur Poffo. Para quem já deu dois prazos para a reabertura da ponte do Vale e há três meses se enrola, a eficiência é recorrente.

Para não passar vergonha, internamente, a prefeitura de Gaspar trabalhava com uma nova data para a ponte do Vale: 30 de abril. Mas, na manga há um prazo elástico: final de junho e que deixa todos nervosos.

“Gaspar Eficiente”? O Ministério Público e que cuida da Moralidade Pública na Comarca instaurou Inquérito Civil para verificar o cumprimento do termo de compromisso firmado pelo então candidato Kleber Edson Wan Dall, em 16 de setembro do ano passado, para o “Programa Unindo Forças”.

Eficiência não seria ir ao MP logo que assumiu, levar o plano e o cronograma para fortalecer a gestão pública municipal, aumentar o ambiente de controles e a transparência, prevenindo a corrupção para promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon?

Samae inundado. Dauro Amaro da Costa, o Maisena, ex-vereador do PMDB, tem um loteamento clandestino na localidade da Lagoa. É caso antigo. O assunto conhecido do Ministério Público que cuida do Meio-Ambiente. Há processo na Justiça proibindo quaisquer benfeitorias enquanto não houver à regularização daquela área.

“Gaspar eficiente”? Mas, o Samae está dando autorizando ligação de água. Só está esperando o melhor momento para fazer isso, camufladamente.

Palavra de político. "Nós [do PP de Santa Catarina] temos uma história de respeito ao dinheiro público". Quem está dizendo isto na propaganda política partidária? O deputado Federal Esperidião Amim Helou Filho, convidando por causa disso, mais gente a se filiar ao PP.

Quem pode avalizar o que Amim afirma é o ex-presidente do PP catarinense, o ex-deputado Federal João Alberto Pizzolatti Júnior, enrolado até o pescoço com a Lava Jato. Ele continua no PP.

“Gaspar eficiente”? Se é verdade que a prefeitura de Gaspar do PMDB tem R$16 milhões em caixa (depois de recebe-la com R$3,6 milhões do PT), qual a razão para faltar remédios nas farmácias, retardar o início das obras essenciais, ter-se filas nos ambulatórios, dificuldades para exames, bem como cobrar sem multa os devedores de tributos municipais logo no início da gestão? Acorda, Gaspar!

 

Edição 1797

Comentários

Maria Paula Hernandes
24/04/2017 16:18
Prezado Herculano

ulano,

O pessoal que está à frente da administração municipal, compra com dinheiro de nossos pesados impostos a imprensa, e propagandeia por aí que vai resolver o complicado trânsito de Gaspar.
O engenheiro petista Gevard, diz ao ligar a Doralicio Garcia à Fernando Krauss, o trânsito vai ficar muito bom.
Oras bolas, bem se vê que o tal secretário foi do PT pois que deu início a esta obra, projeto, aprovação junto à Fatma foi o PT para beneficiar uma família de um ex-prefeito do PMDB por desvio de verbas e até foi afastado.
Agora Kleber e sua turma dizem que estão abrindo novas ruas, que não custar nada ao município.
Mais uma administração que pensa que todos são bobos, ora não vai custar nada ao município; só não vai custar porque o município já arcou com isso, quando PMDB administrava e desviou recursos e foi condenado pela justiça para fazer esta obra a um custo altíssimo, sem a contestação da família.
Desafogaria o trânsito, se criassem uma marginal na Frei Godofredo,se ligassem a Frei Godofredo à Francisco Mastella, se ligassem Figueira, Gaspar Grande Gasparinho.
A bem da verdade Kleber, este projeto estava eu seu plano de governo? (sei de fonte segura que lê este espaço).
Mentirosos,enganadores, todos iguais.
Sidnei Luis Reinert
24/04/2017 12:15
Corrupção turbinará as reformas temerárias?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, supremo-ministro Gilmar Mendes, ainda não definiu a data para a retomada do julgamento que poderia tirar Michel Temer da Presidência da República, caso a chapa reeleitoral PT-PMDB de 2014 seja condenada por abuso de poder econômico. O plenário do TSE, com dois novos ministros indicados providencialmente por Temer, deve retomar a avaliação do caso a partir de maio.

Enquanto o TSE prepara mais uma pízza, qualquer idiota já percebeu qual o real significado da Reforma da Previdência que a área econômica de Michel Temer deseja aprovar a toque de caixa, e sem questionamentos: a maioria dos trabalhadores terá de trabalhar mais para conseguir se aposentar. O governo ainda não conta com os 308 votos mínimos para aprovar as mudanças. Mas o relator da proposta, deputado Arthur Maia, adverte: "Não vamos mais ceder. Vamos com este texto para ganhar ou perder".

Provavelmente no dia 2 de maio, e no máximo até 20 de maio, o governo espera que a Câmara dos Deputados aprove, em primeiro turno, a proposta de Reforma da Previdência. Michel Temer começa a semana fazendo uma reunião ministerial para afinar o discurso. Líderes de partidos da base aliada receberam a missão de fazer um corpo a corpo para que se chegue a um "acórdão" e não haja rebeliões na hora do voto. O rolo compressor vem com tudo.

Uma regra já é dada como inegociável pelo governo: o cumprimento da idade mínima definitiva, de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, para que funcionários públicos possam receber as chamadas integralidade - aposentaria com o maior salário da carreira, ainda que acima do teto do INSS (R$ 5.531,31) - e paridade, reajuste salarial igual aos da ativa. Isto valerá para quem entrou no serviço público até o ano de 2003.

Quarta-feira, o governo terá um teste de fidelidade da base aliada. Haverá nova tentativa na Câmara de aprovar a "Reforma Trabalhista" ?" que também não foi amplamente discutida. O interessante é como o governo espera "convencer" deputados e senadores a apoiarem as reformas. Em alguns casos, haverá a costumeira concessão de cargos. Mas a maioria está mesmo interessada no dinheiro que pode rolar para as próximas eleições, nas bases eleitorais. O Ministério das Cidades financiará R$ 2,7 bilhões em recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para projetos de infraestrutura urbana.

Para quem não é completamente idiota, ficou claro que as o cartel de empreiteiras denunciado na Lava Jato não vai morrer tão cedo, e ainda terá um reforço de caixa para ajudar nas próximas campanhas, sempre por debaixo dos panos. Por ironia, a irrigação de grana será com recursos que pertencem ao trabalhador. É mais uma prova de que, no Brasil, tudo se reforma para ficar a mesma coisa ?" ou até muito pior, na maioria dos casos.

A corrupção sistêmica turbinará as temerárias "reformas"? Tudo indica que sim... Desta forma, nem precisa de lei de abuso de autoridade para sabotar a Lava Jato... Como de costume, o cidadão-eleitor-contribuinte termina pagando a conta...

Deve ser por isso que o Negão da Chatuba anda igual a nossa mídia amestrada e abestada, focando toda atenção na eleição presidencial francesa... Se vai ganhar a Le Pen ou o Macron... E a Velhinha de Taubaté já entrou de corpo inteiro no movimento para que Gilmar Mendes seja eleito Presidente de Portugal...
Herculano
24/04/2017 07:46
BUSTO DA MÁ GESTÃO DE DILMA É MAIOR DO QUE O DA LAVA JATO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto e entrevista de Mônica Scaramuzzo

O economista Eduardo Giannetti da Fonseca diz que os impactos da Operação Lava Jato, que apura corrupção na Petrobrás, podem ter efeitos negativos sobre a economia brasileira, que esboça uma reação, mas afirma que as investigações em curso não deram origem à atual recessão pela qual o Brasil passa. Segundo ele, a má condução do governo Dilma Rousseff, com políticas equivocadas, colocou o Brasil nesta profunda crise, gerando a alta taxa de desemprego. A seguir, trechos da entrevista.

Um levantamento feito pelo 'Estado' mostra que as principais empresas envolvidas na Lava Jato demitiram quase 600 mil pessoas. As novas delações poderão piorar esse cenário?

O impacto (negativo) indireto sobre o emprego é ainda maior. Afeta toda cadeia, desde os fornecedores até o consumo que deixa de ser feito porque a atividade não aconteceu.

Com as delações que vieram à tona semana retrasada, o impacto da Lava Jato na economia pode ser maior daqui para a frente?
Acho que seria um erro de análise atribuir a atual crise econômica e o desemprego à Lava Jato. Estaríamos em crise e com alta taxa desemprego, independentemente da Lava Jato. Não foi a operação que criou esse problema. Ela ajudou a agravar, uma vez que as decisões tomadas no âmbito da corrupção que a operação está revelando foram péssimos investimentos. Um exemplo é a refinaria Abreu e Lima. Foram gastos dezenas de milhões de reais e nenhum real de retorno. A Lava Jato não causou a crise econômica.

Em outras palavras, a Lava Jato não está diretamente ligada à crise econômica...
Não é o preponderante. Ela é mais o sintoma da crise do que a causa original. Uma coisa é importante esclarecer: o custo econômico da incompetência do governo Dilma é muito maior do que toda a corrupção brasileira, por mais que você superestime essa corrupção. Estamos falando de toda ordem de magnitude. Mesmo na avaliação mais ambiciosa do tamanho da corrupção no País não chega nem perto do custo que teve para a sociedade o acúmulo de equívocos macroeconômicos e de política microeconômicas do governo Dilma.

O sr. se refere só ao governo Dilma ou à gestão petista?
O quadro (econômico) começou a se deteriorar no segundo mandato do governo Lula, após a saída de Palocci (ex-ministro Antônio Palocci). O cenário se agravou e gerou a crise que estamos vivendo no primeiro mandato do governo Dilma, com a adoção da chamada nova matriz macroeconômica e com os erros de políticas microeconômicas nas áreas de energia elétrica, de petróleo e gás, das concessões, do uso do BNDES para favorecer parceiros. Acredito que a corrupção gere muito mais indignação porque é um desvio de responsabilidade moral.

Mas foi o governo Lula que estimulou as políticas de 'campeãs nacionais'. Isso já não era um indício do início do problema?
O segundo mandato do Lula foi um ensaio. Mas a realização em larga escala desses projetos foi no mandato da Dilma. O Lula ainda tinha um álibi de lidar com o impacto da crise econômica global de 2008 e 2009. Podia justificar que eram medidas anticíclicas para diminuir a crise. No governo Dilma já não foi nada disso. Foi uma convicção equivocada de alocação de recursos e intervenção com mão pesada nos setores elétrico e de óleo e gás, na alocação de crédito... Depois, uma inflação muito alta, reprimindo os preços administrados, o que obrigou a aumentar os juros durante a recessão. De novo, a crise atual não tem nada a ver com a corrupção. Não é a primeira vez que o Brasil passa por crises. Foi assim no governo Geisel (Ernesto Geisel). Dilma gerou uma nova década perdida.
Mas as revelações da Lava Jato agravaram o desemprego?
Agravaram sim.

A situação poderá ficar mais crítica com futuras delações, como a do Palocci?
A Lava Jato é um exemplo da deformação patrimonialista do Estado brasileiro. Governos que comandam junto com segmentos do setor privado o uso dos recursos na economia. Por dois motivos basicamente: o setor privado buscando um atalho de crescimento por meio de acesso privilegiado; e os governantes buscando a perpetuação no poder por meio da cooptação do setor privado. É uma via de mão dupla. Fazem um conluio para se beneficiar ?" uns com lucro e outros no poder. Isso não envolve todo o empresariado nem todos os políticos. E, de fato, estão faltando dois elos ainda da cadeia da corrupção brasileira: o setor financeiro e o judiciário, que devem ser apurados.

Uma vez que se jogue luz sobre esses dois elos, o cenário econômico e político pode piorar?
Acho que à medida que se instaure no Congresso uma ideia do salve-se quem puder, em que se blindariam os políticos da Lava Jato, corre-se o risco de o governo Temer ficar esvaziado, afetando a governabilidade. O governo está correndo deseperadamente para manter as condições de governabilidade. E ele já sabia que tinha um prazo de validade definido para poder usar o capital político. Com a Lava Jato e com o que ocorreu semana retrasada, esse capital político foi depreciado.

O governo terá condições de dar continuidade às reformas?
O governo já esteve em condições melhores de aprovar a agenda de reformas. Quanto mais o tempo passa, menos ele fica operacional. Ficou mais complexo daqui para frente.

Está mais vulnerável?
Sim. E ele está buscando se reagrupar para reconstituir os mecanismos de sustentação do Congresso Nacional. Mas o risco está em um cenário do salve-se quem puder, em que o Congresso passa a ser muito mais regido pela lógica da sobrevivência a qualquer preço do que uma agenda de reformas que também pode ter custos eleitorais mais à frente.

Mas a equipe econômica está empenhada em fazer os ajustes.
Por mais crítico que se seja ao governo Temer, ele acertou na área econômica. Não só no Ministério da Fazenda, como nas estatais brasileiras, BNDES, Banco Central e com uma agenda correta, baseada na "Uma ponte para o futuro".

Mas há risco sistêmico?
A economia está esboçando reação. Provavelmente, estamos saindo neste primeiro trimestre de uma sequência de 11 trimestres de PIB negativo. Uma pena que uma tempestade política coloque em risco essa recuperação. Institucionalmente, para o Brasil, o mais importante é que esse movimento de apuração se complete. Seria um enorme retrocesso se, em nome de qualquer pretexto, houvesse um conluio de acordo para terminar esse processo tão doloroso que é o da apuração e da punição. O que vai causar prejuízo econômico é a paralisia do governo.

Como o sr. vê o cenário eleitoral para 2018?
A única coisa segura é que a expectativa sobre 2018 está mais aberta do que já era porque os nomes que seriam competitivos e estariam concorrendo provavelmente não chegam vivos até lá.

Os acordos de leniência podem ser uma saída para o Brasil começar do zero?
Não existe começar do zero. Mas você não pode condenar uma Petrobrás e outras empresas pela má ação de parte da diretoria. O País perder as grandes empreiteiras é ruim. Tem de investigar e punir, mas não confundir desmandos de uma diretoria com a nação brasileira.
Herculano
24/04/2017 07:05
republicado das 8.27 , de domingo

A COLUNA DE TERÇA-FEIRA

Está é uma coluna que não recebe um tostão do poder público (e por enquanto, também, do poder privado).

Seu colunista não tem cafezinho mal passado e dos de grifes passados, de gente fofa, falsas ou maquiavélicas, tentando distorcer fatos ou colocar em enrascadas os adversários. Nem mesmo a coluna e o colunista recebem os bolsas migalhas da Adjori ou prêmios fantasias de consolação para o marketing da enganação.

A coluna Olhando a Maré, inédita, para edição de terça-feira está praticamente pronta. E como dois temas faltam capazes e corajosos, ela vai continuar como a gaúcha RBS destruiu o jornalismo e a alta estima dos catarinenses, e agora depois de chupar a cana doce, deixou-nos o bagaço, bem como vai fazer dez óbvias perguntas de 46 que tinha, para o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, na sua improvisada prestação de contas de cem (não sem) dias de governo. Acorda, Gaspar!
Herculano
24/04/2017 07:03
APóS GARANTIR O "TOMA LÁ", TEMER COBRA O "DÁ CÁ", por Josias de Souza

Em busca de uma pujante maioria parlamentar, o governo de Michel Temer barganhou tudo, com a possível exceção da mãe, que não rende votos no Congresso. Acenou com um gabinete de notáveis e entrou num bazar em que o Ministério da Saúde foi negociado com o PP (pode me chamar de partido do petrolão), trocando-se o médico Raul Cutait pelo deputado-engenheiro Ricardo Barros. Seduzidos pelo tilintar de cargos e verbas, congressistas ofereceram a honra. E o Planalto começa a se dar conta de que deveria ter exigido certificado de origem.

Após assegurar o 'toma lá', Temer passa pelo constrangimento de ter que cobrar dos seus ministros partidários que assegurem o 'dá cá'. Nos próximos dias, vai-se descobrir o tamanho do apoio que o governo conseguiu comprar. A aferição será feita na apreciação do projeto de reforma da legislação trabalhista. Nesta terça-feira (25), a encrenca será votada na comissão. Na quarta, chega ao plenário. O governo tenta se antecipar à "greve geral" que CUT e Cia. Organizam para sexta-feira.

Juntos, os partidos com assento na Esplanada dos Ministérios somam 411 das 513 cadeiras disponíveis na Câmara. Mas os pseudo-aliados de Temer submeteram o governo a um vexame na semana passada. Só aprovaram na repescagem o pedido de urgência para a tramitação da reforma trabalhista. Ainda assim, forneceram apenas 287 votos, menos do que os 308 necessários à aprovação da emenda constitucional que institui outra reforma, a da Previdência.

Há dois meses, sem saber que estava sendo gravado, o ministro Eliseu Padilha (Casa civil), um investigado da cota pessoal de Temer, falou sobre o modelo fisiológico adotado na composição do governo. Evocou o caso da pasta da Saúde. Relatou: "Nós ensaiamos uma conversa de convidar um médico famoso em São Paulo." Os dirigentes do PP mandaram um recado a Temer: "Diz para o presidente que o nosso notável é o deputado Ricardo Barros."

Sem qualquer escrúpulo, prudido ou reticência ética, Padilha revelou ter aconselhado Temer a ceder ao PP. "Nós não temos alternativa", disse ele ao amigo, realçando que o objetivo do governo era nomear ministros politicamente rentáveis, não notáveis. Pela conta de Padilha, a elevação do fisiologismo à categoria de princípio de Estado garantiria a Temer 88% dos votos no Legislativo. Por ora, a única certeza disponível é que, sob Temer, qualquer nulidade vira "notável". Ou Temer amealha os votos ou restará a sensação de que o governo de coalizão é um conto do vigário no qual até um presidente do PMDB pode cair
Herculano
24/04/2017 06:54
PERDOA-ME POR POR ME TRAÍRES, por Carlos Brickmann

Se quiser conhecer o caráter de um amigo, perca o poder. Lula, que manteve os maiores empreiteiros do país como companheiros nos quase 14 anos de governo do PT, sofre agora em suas mãos. Emílio Odebrecht já colocou em toda a sua gestão a suspeita de só agir pensando em propinas. E Léo Pinheiro, da OAS, com quem, já fora da Presidência, mas com Dilma em seu lugar, conversava nos fins de tarde, em caprichadas happy-hours, entregou-o impiedosamente: não só disse que Lula era o dono oculto do famoso apartamento no Guarujá, mas também que o ex-presidente lhe pediu que destruísse provas das propinas entregues ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. É uma acusação que, se comprovada, configura obstrução de Justiça, e pode justificar uma ordem de prisão (foi por algo assim, embora menos específico, que Marcelo Odebrecht parou na cadeia).

Vaccari - ele e José Dirceu, reconheçamos, ficaram fiéis ao chefe, mesmo tendo ele perdido o poder, mesmo presos. Não aceitaram virar delatores para livrar-se de sentenças duríssimas. Já Antônio Palocci teve outro comportamento: disse muito, sem delação premiada, e se ofereceu em público para contar ao juiz Sérgio Moro "muito mais coisas" de interesse da Lava Jato, cuja investigação "levará um ano de trabalho".

Michel Temer acaba de sancionar a lei que cria o Dia Nacional do Perdão. Perdão? Difícil: aproveita-se a delação, mas despreza-se o delator.

TUDO EM PÚBLIO

É importante conhecer as condições em que Palocci depôs e as palavras exatas de sua proposta ao juiz Sergio Moro. Ele não fez delação premiada. É processado por lavagem de dinheiro e corrupção ocorridas na entrega, à Odebrecht, de contratos com a Petrobras de afretamento de 29 sondas; e por pagamentos em caixa 2 para João Santana e Mônica Moura, o casal de marqueteiros do PT (e de candidatos de esquerda em vários países latino-americanas, apoiados pelo partido, com financiamento da empreiteira).

O ALVO OCULTO

Palocci começou seu depoimento surpreendendo o partido com fartos elogios à Lava Jato - abominada pelo PT. Respondeu tranquilamente às perguntas de Moro, e terminou oferecendo ao juiz "nomes e operações do interesse da Lava Jato."

Segue-se a frase completa: "Todos os nomes e situações que optei por não falar aqui, por sensibilidade da informação, estão à sua disposição o dia que o senhor quiser".

SIGA O DINHEIRO

Por que é importante saber exatamente o que Palocci disse?

Por dois motivos: primeiro, as delações premiadas de 78 dirigentes da Odebrecht, organizadíssimas, já trazem nomes e informações de interesse da Lava Jato, e foram completadas pelo devastador depoimento de Léo Pinheiro, da OAS. Que restaria acrescentar ao dossiê empreiteiras? Segundo, Palocci sempre foi, desde a primeira campanha presidencial de Lula, o encarregado do relacionamento do PT com os meios financeiros.

Estaria Palocci, com seu pedido público de delação premiada, advertindo os bancos de que abandoná-lo quando perdeu o poder talvez não seja uma boa ideia? O poder passou, mas a memória continua.

Talvez Palocci nem pense nisso. Mas a possibilidade de que possa pensar nisso é suficiente para deixar preocupados os donos do dinheiro.

UM DIA DE PROBLEMAS

O depoimento de Palocci, caso seja aceita sua proposta, não assusta só os donos do dinheiro. Para o PT, o risco é alto: até agora, o partido foi atacado na Lava Jato e operações conexas por "companheiros de viagem", aliados eventuais mas não gente de dentro. Palocci é do núcleo duro.

Mas o que mais irritou os petistas foi o depoimento de Léo Pinheiro. Primeiro, por reforçar a tese de que o apartamento no Guarujá e o sítio de Atibaia são de Lula, enquanto Lula sustenta que nem o apartamento nem o sítio são seus. Segundo, por oferecer um motivo novo para que Lula seja preso, a obstrução das investigações. O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, acusou Léo Pinheiro de ter contado uma versão, criada de acordo com os promotores, para sustentar a tese de que Lula é o dono do apartamento do Guarujá. "A versão fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um diálogo - não presenciado por ninguém - no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não ser objeto das conversas que mantinha com o ex-presidente", diz Zanin em nota oficial.

LULA, O VERDADEIRO

Lula, façamos justiça, falou a verdade, embora muitos duvidassem dele. Sempre disse que o apartamento triplex no Guarujá era do Amigo e que o sítio de Atibaia era do Amigo. Agora, com as delações da Odebrecht, ficamos sabendo qual o apelido de Lula na empreiteira: Amigo.
Herculano
24/04/2017 06:49
A QUEDA DOS PRINCIPAIS TUCANOS É RUIM PARA PSDB, UM PARTIDO DE QUADROS, por Celso Rocha de Barros, sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

A delação da Odebrecht quebrou todos os grandes caciques do PSDB. Aécio, Alckmin e Serra foram delatados. Como em todos os casos, as denúncias ainda precisam ser investigadas, mas é difícil imaginar um presidenciável em 2018 com essa bagagem (com a possível exceção desse aí que você pensou). O PSDB nunca foi, como o PT, um partido de movimentos: era um partido de grandes quadros. A queda de seus principais nomes é, portanto, especialmente ruim para os tucanos. Quando um partido de quadros começa a levar João Doria a sério é porque as coisas vão bem mal.

Será uma pena se o PSDB acabar, e digo isso como alguém que votou contra os tucanos desde sempre. Como já escrevi uma vez aqui na "Ilustríssima", o PSDB foi o grande condutor da centro-direita brasileira em direção à democracia moderna. Era um partido de opositores da ditadura, derrotou a hiperinflação e, em 1994, conquistou a única vitória indiscutível, categórica, de craque, da direita brasileira em uma eleição presidencial.


A mesma direita deveria ter levado em conta, nos pleitos seguintes, que nem sempre as exigências da macroeconomia e da distribuição de renda coincidiriam tão perfeitamente quanto em 1994. Mas isso é outra história.

As origens social-democratas do PSDB não prevaleceram no desenvolvimento posterior do partido, mas deixaram sua marca. O governo FHC teve bons resultados na educação básica e na redução da mortalidade infantil e nunca teve aqueles deslumbramentos de mercado que muitos países tiveram nos anos 1990 (incluídos, aí, os países ricos que desregulamentaram seus mercados financeiros).

Se você duvida do papel histórico fundamental desempenhado pelos tucanos na história brasileira, olhe para o resto de nossa direita. Há no DEM quadros qualificados, mas inteiramente dedicados a defender seus interesses de classe, como Ronaldo Caiado. E daí para lá não há quem consiga dizer qual das suas pernas é a direita em duas tentativas, já descontados aqui os que perguntariam "dianteira ou traseira?".

Não há nada em nenhuma vertente do pensamento de direita, seja liberal ou conservador, que faça o sujeito ser burro, muito pelo contrário. Mas o que faz a direita brasileira ser esse negócio que faria Adam Smith ou Edmund Burke entrarem para o PSOL é o histórico de viradas de mesa em seu favor.

Se na hora do aperto for possível chamar o Exército ou os corruptos do PMDB para resolverem a parada, ninguém vai se preocupar em produzir líderes e intelectuais capazes de vencer na democracia. Ninguém aprende a brigar se sempre puder chamar o irmão mais velho.

Não é por acaso, portanto, que o auge da direita democrática brasileira tenha se dado sob a liderança de um partido desgarrado da esquerda, que aprendeu, no combate à ditadura, o peso de falar como líder. A velha direita brasileira não foi formada para ser líder, foi feita para puxar saco de general.

Na introdução de seus "Diários da Presidência" (Companhia das Letras), Fernando Henrique Cardoso lamenta que seu projeto de modernização tenha sido feito em aliança com o atraso.

O PT poderia dizer a mesma coisa, e as denúncias recentes mostram que ambos se deixaram colonizar pelo atraso muito mais do que gostam de admitir. O problema é que, desde que PT e PSDB entraram em declínio, o atraso governa cada vez mais sozinho.
Herculano
24/04/2017 06:44
SUBMARINOS ADQUIRIDOS POR LULA ERAM DE SEGUNDA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta segunda-feira no jornais brasileiros

A negociata na compra de cinco submarinos franceses ainda provoca indignação na Marinha. O objetivo do governo Lula, suspeitam oficiais submarinistas, não era equipar a Marinha, mas fazer a Odebrecht faturar. O Brasil teve de adotar uma "família" diferente de submarinos, a classe Scorpène francesa, considerada inferior aos novos modelos alemães. O Brasil já utilizava submarinos de concepção germânica.

TUDO ARMADO
A contratação da Odebrecht (sem licitação) pela estatal francesa DNSC foi "condição" do governo Lula para fechar a compra dos submarinos.

POLÍTICA DE VENDAS
A DNSC foi acusada de pagar propina a integrantes dos governos da Índia e da Malásia para vender os mesmo submarinos de segunda.

NOSSO DINHEIRO
A compra dos submarinos franceses, inferiores aos alemães, custará ao Brasil R$ 31 bilhões. E garantiu R$ 3,3 bilhões à Odebrecht.

PROPINODUTO
O contrato bilionário dos submarinos fez a Odebrecht espargir propina. Só um ex-executivo confessou haver entregue R$17 milhões a petistas.

NA ERA DIGITAL, 'PAPELZINHO' É O MEIO DA CORRUPÇÃO
A Odebrecht teve de criar um sistema informatizado no departamento específico que fazia o controle das montanhas de propina pagas a membros do governo e, em especial, a políticos do PT. Mas, entre interlocutores, o principal meio de comunicação é o velho "papelzinho". Segundo Marcelo Odebrecht, o primeiro acerto de pagamento que fez, ele recebeu o valor "num papelzinho" que Guido Mantega entregou.

R$ 50 MILHÕES
De acordo com Marcelo em sua delação, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, em 2008, anotou a cifra num papel: "R$ 50 milhões".

NÚMEROS DE CONTAS
Outro delator, Henrique Valladares diz que o interlocutor de Aécio entregava números de contas a ele em pessoa e em pedaços de papel.

POUCO MAIS MODERNO
E-mails da Odebrecht também foram apresentados para comprovar denúncias contra políticos como José Serra, por exemplo.

ERA TUDO ILÍCITO
Marcelo revela que toda a relação da Odebrecht com o PT era ilícita: "eu tinha uma agenda ampla... em função dessa agenda ampla, eles podiam criar uma expectativa grande. Esse valor de R$ 114 milhões, que nasceu de modo totalmente ilícito, acabou indo a R$ 300 milhões".

PROPINA PREVENTIVA
O ex-ministro Guido Mantega não participou da campanha de 2010 de Dilma "como imaginava", segundo definiu Marcelo Odebrecht. Acertou pagamento de R$ 50 milhões em 2008, mas só foi gastar em 2011.

R$ 100 MILHÕES PARA 2014
Para 2014, Marcelo Odebrecht revela ter reservado R$ 100 milhões para o PT de Lula e Dilma. Ele diz não saber se foram integralmente consumidos "porque aí já tinha Lava Jato, teve 2014 etc.".

DOENÇA DE BANDIDO
A juíza Denise Frossard, aposentada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, notou que vários investigados pela Polícia Federal alegam que estão doentes. Uma "epidemia". Quando há mais de vinte anos ela prendeu os "banqueiros do bicho", quase todos alegaram doenças.

ARRASTÃO NA LAVA JATO
As investigações contra o ex-governador do DF Agnelo Queiroz (PT), suspeito de receber propina em obras como o estádio Mané Garrincha, podem arrastar secretários e o ex-vice Tadeu Filippelli (PMDB).

RESPOSTA ADIANTE
Marcelo Odebrecht diz, em seu primeiro depoimento, não saber como Lula era informado, mas ele mesmo explica, doze depoimentos mais tarde: era o pai Emílio quem deixava Lula a par de tudo.

GRUPO SELETO DO PT
Marcelo revelou que quando um executivo da Odebrecht recebia pedido de candidato do PT que "não interessava apoiar", diretores eram instruídos a dizer "fala lá com o Palocci ou o Guido porque o Marcelo tem um valor acertado. Se você conseguir arrancar... sai".

NOMENCLATURA DE OBRA
Odebrecht não explica, mas apesar de o nome adotado na imprensa e nos depoimentos ser de "planilha italiano" ou "conta Amigo", na tabela da Odebrecht a Conta do PT é "Programa Especial", como uma obra.

PENSANDO BEM...
... ao dizer que o sítio de Atibaia era de um amigo, Lula não mentiu, apenas omitiu que o "Amigo" era ele próprio
Herculano
24/04/2017 06:40
CORRUPÇÃO FAZ MAIS MAL NA PRÁTICA QUE NA TEORIA, Vinicius Mota, no jornal Folha de S. Paulo.

A corrupção é um mal absoluto? A resposta soa trivial neste vórtex das confissões de lideranças empresariais e políticas. Mas o paradoxo de santo Agostinho sobre o tempo ?""Se ninguém me pergunta, eu o sei; mas se me perguntam, e quero explicar, não sei mais nada"?" incide também naquele tema.

Samuel Huntington, colosso de Harvard, complicou a visão negativa cultivada nos campos da moral e do direito. "Nos EUA dos anos 1870-80, a corrupção de legislaturas estaduais e municipalidades por empresas ferroviárias, de infraestrutura e industriais acelerou o crescimento da economia", escreveu em 1968.

Em sociedades fechadas, centralizadas, oligárquicas ou burocratizadas, a corrupção foi um modo frequente de penetração de novos atores, um meio para a modernização.

Diante do fato histórico, conceda-se: em tese, é possível que corromper não configure um desvio necessário das rotas mais eficientes e desejadas na economia e na política. A empresa mais produtiva, hipoteticamente, pode ser a que detém mais condições de subornar um agente público.

Teorias, porém, por si mesmas esclarecem pouco nesse debate. Surgiram nos últimos anos estudos mais precisos sobre a corrupção, apesar da opacidade típica do fenômeno.

Os achados em geral enfraquecem o argumento de Huntington. A corrupção distribui ineficiências ao liberar motoristas inaptos nas ruas de Déli, ao reduzir a resistência das estradas e ao estimular o sobrepeso de caminhões na Indonésia.

No Brasil, parece haver descontinuidade entre a corrupção do cidadão comum, que destoa menos da prevalente em países ricos, e a megarrapinagem de autopreservação no circuito político-empresarial.

A corrupção contemporânea observada reforça o vetor excludente dos regimes, ao contrário do que previu e de certa forma verificou Huntington em seus estudos sobre a sociedade de seu tempo e a história
Herculano
23/04/2017 21:09
GILMAR MENDES, CONSPIRAÇÕES PORTUGUESAS E A BIOQUÍMICA DOS XUCROS, por Reinaldo Azevedo, de Veja

A extrema direita, como se sabe, é incompatível com a democracia, a exemplo da extrema esquerda. Ambas participam do debate que o regime democrático propicia com o propósito de, chegando ao poder (se chegarem), solapar as bases do regime que as elegeram. Demonstração? A história. Aí é preciso estudar um pouco.

Sua estupidez pode contaminar, sim, os setores médios da sociedade, que tendem a ser mais pragmáticos do que ideológicos. Como não participam do poder, estes não se sentem representados, mas constituem a força motriz que garante, por exemplo, a arrecadação de impostos. Vivem, pois, a sensação permanente da espoliação.

E aí acontece a chamada "ligação covalente": o carbono do aminoácido do ódio se junta com o nitrogênio do aminoácido do ressentimento. E se forma, então, uma molécula nova: o peptídio do reacionarismo militante. Muitos outros aminoácidos de um grupo e de outro podem se agregar, dando origem, então, à proteína que alimenta a estupidez.

Essa bioquímica dos xucros resolveu fazer escarcéu com uma foto que registra uma conversa informal entre Gilmar Mendes, ministro do STF e presidente do TSE, e o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP). Estão no lobby do hotel Tivoli, em Lisboa, onde se hospedavam os palestrantes do "V Seminário Luso-Brasileiro de Direito", promovido pela Escola de Direito de Brasília, do Instituto Brasiliense de Direito Público (EDB/IDP), e pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL).

Agora as fotos
Muito bem! A suposição mais influente da direita xucra é a de que Mendes e Chinaglia tramavam, num lobby de hotel, num ambiente público, onde circulavam palestrantes convidados de diversos partidos, a absolvição da chapa que elegeu Dilma. Ah, então tá.

Esse Mendes é mesmo danado! Observo aquela primeira foto. Lá está o ministro. Aquele que se vê à direita (na imagem), de gravata azul, é Marcelo Rebelo de Souza, presidente português. Nesse caso, o ministro brasileiro já articula um golpe no continente europeu.

Na sequência, vê-se Eros Grau, ex-ministro do Supremo. É um homem com convicções de esquerda, sim. Quando no tribunal, nunca se deixou levar por paixões ideológicas. Deu um voto memorável, por exemplo, contra a revisão da Lei da Anistia. Memorável e correto! Nesse caso, a direita xucra não chiou, é claro.

E finalmente se vê a foto do ministro a tramar um golpe de direita, ao lado de João Doria (PSDB), prefeito de São Paulo, que participou do seminário. É isto: em três dias, Mendes golpeou o país com a sinistra, num conluio com Chinaglia, e com a destra, numa conspirata com Doria.

Concluo
Eu fui muito generoso quando classifiquei de "xucra" essa direita. O animal xucro tem lá a sua, como direi?, graça selvagem.

Essa direita não passa de lixo ideológico. Trata-se de uma gente inútil para a democracia. Quando o PT tinha todo o poder, não se ouvia falar dela. Ao contrário: alguns de seus mais notórios falastrões de agora estavam é ganhando uns trocos, de quatro para os "companheiros". São mesmo uns vagabundos!

Como o PT caiu em desgraça, os imbecis se encheram de coragem. E agora atacam até as regras da convivência democrática
Herculano
23/04/2017 21:03
TEMER ACHA CORRUPÇÃO "TRISTE", MAS NÃO FAZ NADA, por Josias de Souza

Carlos Drummond de Andrade escolheu como epígrafe do livro Claro Enigma um verso de Paul Valéry: "Les événements m'ennuient". Significa: os acontecimentos me entediam. Ou me chateiam, numa tradução livre. Michel Temer poderia adotar o mesmo verso como lema de sua gestão. Mais do que revolta, o comportamento do presidente diante da crise moral começa a provocar uma onda de tédio.

Em entrevista à espanhola TVE, Temer concordou com o entrevistador quando ele disse que é triste ter dezenas de políticos acusados de corrupção no Brasil. "Sim, me parece triste, não posso falar outra coisa", aquiesceu o entrevistado, antes de deixar claro que sua tristeza não tem a menor serventia: "Em relação a essas investigações, temos que esperar que o Poder Judiciário condene ou absolva as pessoas."

Dois espetáculos não cabem no mesmo palco. Ou no mesmo governo. Dividido entre uma encenação e outra, a plateia não dá atenção a nenhuma das duas. Temer anuncia que está em cartaz a novela das reformas. Mas a hecatombe da Odebrecht faz piscar outra palavra no letreiro: c-o-r-r-u-p-ç-ã-o. A estratégia de Temer é clara: simular desgosto com a podridão e tentar arranca as reformas do Congresso apodrecido.

Noutra entrevista, dessa vez à agência de notícias Efe, Temer reiterou que deseja descer ao verbete da enciclopédia como o presidente que ''reformulou o país''. Vaticinou: ''A melhor marca do meu governo, será colocar o país nos trilhos." Bocejos! O presidente parece dar de barato que, na disputa por um lugar no cartaz, o vocábulo "reformas" prevalecerá sobre "corrupção". Será?

Fernando Henrique Cardoso gosta de dizer que, sob atmosfera caótica como a atual, o Brasil costuma avançar. De fato, a crise atenuou as resistências ideológicas às reformas. As corporações ainda brigam pela preservação de privilégios. Mas estão meio zonzas. Amedrontado, o Congresso talvez se mexa.

Supondo-se que Temer consiga aprovar algum tipo de reforma trabalhista e previdenciária, os efeitos das mudanças serão avaliados mais adiante. A imagem do seu governo, porém, é um problema urgente. Com a popularidade roçando o chão, Temer associa sua agonizante figura a uma tríade de símbolos tóxicos: cumplicidade, suspeição e acobertamento.

Acomodado por delatores no centro de cenas nas quais foram negociadas verbas eleitorais espúrias e propinas milionárias, Temer só não é investigado porque a Procuradoria-Geral acha que ele dispõe de imunidade temporária enquanto estiver na cadeira de presidente. Contra esse pano de fundo enodoado, o presidente passa a sensação de que não dispõe de moral para agir. Daí, por exemplo, a presença de ministros suspeitos no governo.

Quando escuta Temer dizer que fica "triste" com a suspeita de roubalheira que recai sobre tantos políticos, a plateia boceja de tédio. As manifestações do presidente dão sono antes de irritar. Confrontadas com os avanços da Lava Jato, suas palavras mostram que, no Brasil da Lava jato, o pesadelo tornou-se menos penoso do que o despertar.

Em meio aos dois espetáculos que estão em cartaz, Temer se divide. Do ponto de vista econômico, a aura do presidente pertence à modernização. Do ponto de vista político, Temer se esforça para simbolizar o que há de mais anacrônico. Acossado pela hecatombe moral, Temer reage à moda do avestruz: enfia a cabeça na sua pseudo-tristeza. De duas, uma: ou Temer morrerá de tédio ou acabará gritando diante do espelho: "Fora, Temer".
Peter Pan
23/04/2017 20:07
Terra do NUNCA.

Quem não lembra ou não escutou falar do Peter Pan e seus garotos perdidos da Terra do Nunca tá convidado a andar pelos corredores da policlínica e se puder leve o prefeito junto. É só dar uma olhada, uma escutada no que se fala por lá que vai ver um filme parecido: as tres "garotas perdidas"....opsssss....."senhoras perdidas" na Terra do NUNCA. NUNCA podem, NUNCA escutam, NUNCA sabem, NUNCA resolvem, NUNCA sorriam, NUNCA respondem, NUNCA estão, NUNCA aparecem. Falando em aparecer tem muita gente de olho numa certa doutora que vira e mexe desaparece do serviço. Cade ela que é procurada e cada vez é um tipo de desculpa? Prefeito, prefeito, prefeito, quem é essa gente que veio para enterrar o resto da saude? Que "doutoras" são essa que tomaram conta da policlínica com a triste ilusão de que alguma coisa lá é delas? Estamos sabendo de norte a sul de Gaspar que o senhor tá bem avisado das pilantragens que esses tres "trambiques" tão fazendo com os funcionarios e o povo. Que coisa feia prefeito não dar ouvidos aos seus eleitores. faz alguma coisa enquanto que é tempo porque tá todo mundo notando que tá tudo feio, a saúde, a policlínica e a vida dos cidadães e dos funcionários, resultado da chefia pra lá de FEIA desses tres "individuas perdidas"
Joquinha Faceiro
23/04/2017 18:07
Herculano!

Veja só o que está acontecendo com a esquerda brasileira, reportagem da revista Isto é. Petistas históricos, como Chico Alencar, Plínio de Arruda Sampaio(falecido), deixaram o PT. De lá para cá, no entanto, a escalada de denúncias contra o partido causou a retirada gradativa de apoio de muita gente. Antonio Fagundes e o escritor Luis Fernando Veríssimo.
"No PT eu não voto nunca mais. Todo mundo que votava no partido fazia isso por uma integridade que estamos vendo que não existe mais", disse Fagundes. Veríssimo apresenta-se como um esquerdista desiludido. Declarou publicamente que se decepcionou com LULA. "Acreditava que haveria mesmo uma mudança na politica brasileira".
"Fiquei muito triste. E envergonhado", desabafou Gilson Menezes, um dos fundadores do PT. "Houve um tempo em que eu colocaria minha mão no fogo por LULA. Hoje não Mais". Gostaria de saber se os petista aqui de Gaspar, se colocariam a mão no fogo por Lula, por Décio Lima, por Ana Paula Lima, por Ideli Salvati, por Celso Zuchi.
Sidnei Luis Reinert
23/04/2017 12:35
Temer cortará própria carne para seguir blindado


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Valhei-nos, São Jorge! Os deuses do mercado farão o diabo para que Michel Temer continue blindado, seguindo na Presidência da República até o fim do mandato, mesmo que continue impopular. Esperam que Temer tome uma "atitude em favor da Lava Jato", afastando do governo os oito ministros citados nas delações da Odebrecht. Temer já sinaliza nos bastidores que só aguarda que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, ofereça denúncias. Temer hoje seria um "Super Presidente" com poderes para sentar o dedo em quem quiser, sem direito a troco do adversário. Será?

Acendeu-se um sinal amarelo depois que o ministro relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, pediu ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que se manifeste sobre a possibilidade jurídica de apurar crimes supostamente cometidos por Michel Temer. As delações odebrechtianas o envolveriam diretamente em negociações de R$ 40 milhões em captação de grana de propina para campanhas eleitorals do PMDB ?" que Temer presidira até outro dia...

O STF foi provocado por uma ação (agravo regimental) do PSOL. O partido argumenta que isentar o Presidente da República de investigação "causa gravíssimo prejuízo ao Direito de ver devidamente apurada a existência de infração penal". O próprio Supremo já reconheceu que, de acordo com a jurisprudência do Tribunal, "não existe qualquer óbice constitucional para que uma investigação seja conduzida em desfavor do chefe do executivo". No entanto, a tendência é que o assunto não avance e a blindagem seja preservada.

Será que Temer realmente não pode ser investigado por eventuais crimes praticados fora do tempo de exercício do mandato? A fragilidade de tal argumento defensivo é que Temer era vice da extinta Presidenta Dilma... Por aí, o bicho até poderia pegar contra ele no Tribunal Superior Eleitoral. É baixíssima a chance de ocorrer outro processo de impeachment via Congresso. A base aliada está mais focada em se proteger contra a Lava Jato do que mexer com Temer ?" que pode ser um aliado poderoso e valioso. No TSE, depois que Temer fez duas indicações de ministros, a tendência é de lentidão máxima de trâmite do processo que pede a detonação da chapa reeleitoral Dilma-Temer de 2014.

Defensores temerários, alguns demônios do mesmo mercado agora só andam preocupados com a quebra da blindagem deles mesmos. A quase certa delação de Antônio Palocci Filho vai afetar gigantes do setor empresarial, principalmente o financeiro. As "colaborações premiadas" da Odebrecht explicitaram que o Ministério Público Federal no mínimo falhou ao subestimar o potencial destrutivo do delator Palocci contra a base estrutural da Organização Criminosa: a que faz a rolagem de dinheiro para regar os esquemas de corrupção.

Uma outra grande preocupação de deuses e demônios do mercado é com a situação descontrolada de endividamento de grandes empresas. O problema não atinge apenas grandes empreiteiras enroladas na Lava Jato. O problema afeta importantes marcas. Torna-se temerário (sem trocadilho presidencial) o apelo para Recuperação Judicial, no momento em que a mão pesada do judiciário começa a "clamar por sangue" contra alguns empresários. "O espectro do calote assombra o Brasil" ?" como escreveria o Negão da Chatuba em seu "Manifesto Capimunista".


Para isso, é imprescindível uma Intervenção Constitucional para outorgar uma Carta Magna fora da influência criminosa. Dela deve derivar um enxugamento legal que viabilize a Democracia ?" a Segurança do Direito. Reformas e remendos não resolvem e ainda podem criar novos problemas. Temer finge que não sabe disto. Ele limitou o próprio papel a um mero "reformista". Por isso, dará uma de "açougueiro": cortará a própria carne, para seguir até o final do mandato.

Negociações portuguesas: as incertezas...

O supremo-ministro Gilmar Mendes certamente ficou pt da vida com a indiscreta fotografia clicada no sábado, 22 de abril, no hall do Hotel Tivoli, em Lisboa.

Gilmar aparece bem na foto, porém mal na fita, conversando com o turista Arlindo Chinnaglia ?" um dos principais negociadores de bastidores do PT.

Analisando a imagem viralizada nos zap-zaps, especialistas concluíram que Gilmar só pode estar planejando sua aposentadoria do STF e do TSE, e buscando apoio além-mar para concorrer à Presidência de Portugal ?" já que não sai de lá...

A turma do botequim descarta liminarmente a hipótese ultraimprovável de que petralhas, tucanalhas e peemedebostas estejam conversando com Gilmar para organizar um impensável ataque, nos bastidores togados, contra a Lava Jato...
Herculano
23/04/2017 11:07
GOVERNO TESTA NA QUARTA SUA MUSCULATURA NA QUARTA PARA APROVAR AS REFORMAS, por Rainer Bragon, no jornal Folha de S. Paulo

Está marcada para quarta-feira (26) a primeira votação importante em que o governo medirá o grau de adesão de sua base em torno das reformas de Michel Temer.

O plenário da Câmara deve analisar nesse dia o pacote de mudanças na legislação trabalhista. Reunidas em 132 páginas, as propostas atendem majoritariamente a interesses patronais. O principal aceno aos trabalhadores é o da promessa da obtenção ou manutenção do emprego.

Sensíveis a redes sociais e a danos à imagem, deputados contrariaram o governo na terça (18) ao não aprovar a aceleração da tramitação da reforma. Áulicos espalharam a lorota de que houve apenas um cochilo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que encerrou a votação antes que todos os governistas tivessem chegado ao plenário.

Fosse isso, o Planalto não teria montado uma força-tarefa para pressionar infiéis, refazer a votação e, em menos de 24 horas depois, aprovar a tramitação em caráter de urgência.

Da noite para o dia, 24 deputados de partidos governistas calçaram a cara e apertaram botão oposto a que haviam pressionado na véspera. Se na terça eram contra votar à jato a reforma, acordaram na quarta doidos para acelerar a tramitação da coisa.

Ainda estão para vir a público os reais argumentos usados pelo governo. Tiririca (PR-SP), um dos 24 vira-casacas, deu sua versão: disse que seu chefe de gabinete sofreu uma pressão monstro do partido e, por isso, resolveu pensar melhor no assunto. Mas garante ser contra todas as reformas e que vai "bater de frente" com o partido na votação do mérito.

A quarta-feira está aí para que Tiririca e o PR possam medir forças.

A trincheira trabalhista será o termômetro para a batalha principal, a da reforma da Previdência -que virá a seguir e que necessitará de apoio maior, de 60% dos congressistas. Essas duas votações, aliadas à Lava Jato, têm grande potencial de definir o que será o resto do governo Temer e o que virá por aí em 2018
Herculano
23/04/2017 10:47
ESSES POLÍTICOS LEVAM VANTAGEM EM TUDO,INCLUSIVE NO DECORO DA SACANAGEM. COMO DISSE TANCREDO NEVES, "QUANDO A ESPERTEZA É DEMAIS, ELA COME O DONO"

Está na Coluna Estadão, assinada por Andreza Matais: infidelidade de deputado, governo vai demitir diretor
Leonardo Tavares.

O governo continua demitindo os infiéis. Na segunda, será exonerado o diretor de engenharia da Funasa, Leonardo Rodrigues Tavares. O diretor é apadrinhado do deputado Ademir Camilo (PTN-MG), que votou contra a urgência da reforma trabalhista e tem falado mal do governo. O cargo é considerado o mais importante da Funasa.

Deputados que votam a favor do Planalto têm procurado o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), para dedurar os colegas infiéis e cobrar punição, como a perda de cargos. Aguinaldo avisa ao governo, que se encarrega das exonerações.

Volto. Eles não conhecem a lei dos bônus e ônus? Têm vergonha de serem governo ou situação, mas querem as benesses dela? Isto é caráter. Na vida se fazem escolhas, tomam-se riscos e por diversas razões. São as escolhas e os riscos que vão dizer a qualidade do nosso caráter. Como a maioria do político não possui caráter, explica-se tudo o que eles fazem contra os cidadãos, o dinheiro do contribuinte e os poleiros que se instalam. Wake up, Brazil!
Herculano
23/04/2017 10:39
da série: se o advogado de Lula fosse o meu defensor em situação semelhante, eu o destituiria sem explicações: ele insiste naquilo que afronta as provas, desqualifica investigadores, denunciadores, delatores e principalmente o juízo.Sem razão, faz espetáculo público e ai da imprensa se não fizer o papel de insana ( ou outro lado) para os seus argumentos. Nem o nazista comunicador Joseph Goebels chegou a tando na tese de que mentiras contadas repetidas se tornam verdade. A lei de Requião tem uso certo e imediato na mão desse advogado.

MERVAL AO ADVOGADO DE LULA:"SE ISSO NÃO É NOTA FRIA, NÃO SEI O QUE É"

Conteúdo de O Antagonista. Na carta a Merval Pereira, o advogado de Lula, Cristiano Zanin, afirmou que o colunista do Globo foi "leviano" ao relatar o acerto entre a Odebrecht e Roberto Teixeira para emitir notas frias que justificassem a reforma do sítio de Atibaia. Eis a resposta de Merval:

"O advogado de Lula diz ainda que eu fiz 'ataques diretos e levianos' a ele e ao advogado Roberto Teixeira. Segundo ele, meu relato sobre a combinação de Alexandrino Alencar, executivo da empreiteira Odebrecht, e seu sogro, o advogado Roberto Teixeira, sobre notas frias para justificar as obras do sítio de Atibaia 'jamais existiu e não tem amparo sequer na delação premiada do executivo da Odebrecht, que jamais fez referência a notas frias. Isto é criação sua, com a evidente intenção de caluniar o advogado Roberto Teixeira, ex-presidente da OAB/SBC e que tem uma história ilibada de 47 anos de advocacia'.

Quem quiser ter acesso ao vídeo com o depoimento de Alexandrino Alencar pode ir ao Youtube e fazer uma busca com o título 'Obras no sítio de Atibaia tiveram notas fiscais forjadas'. Lá verá o próprio Alexandrino contando que em março de 2011 recebeu um telefonema de Teixeira pedindo que fosse até seu escritório porque estava preocupado em 'formalizar' as obras realizadas no sítio Santa Bárbara.

'Fui lá e ele estava preocupado, digamos, como é que poderia aparecer essa obra sem um vínculo com os proprietários do sítio. Então nós marcamos uma reunião uma semana, dez dias depois. Fui eu e o engenheiro [da Odebrecht] Emir conversar com ele. E ele estava preocupado, claramente preocupado', disse Alencar.
'Aparece um pessoal de engenharia, construiu a coisa, foi embora. E essa conta, como é que aparece?'.

Alexandrino Alencar disse então que o advogado Roberto Teixeira fez o pedido: 'Ele falou: a obra terminou... a obra de Atibaia, o sítio de Atibaia, porque o sítio é do Fernando Bittar e nós precisamos, como se diz, formalizar a obra.'

A saída encontrada, segundo Alencar, foi emitir notas fiscais das obras, que haviam terminado dois meses antes. 'Isso foi feito com notas fiscais através... que o Emir conseguiu falar com o Carlos Rodrigues Prado [empreiteiro subcontratado para a obra] para fazer uma nota fiscal mostrando que foi pago pelo Fernando Bittar', disse Alencar.

Segundo Alencar, os documentos fiscais foram feitos de maneira a caberem no perfil econômico de Bittar: 'Foi feito um escalonamento do pagamento para não ficar uma coisa muito cara que inviabilizasse, digamos, como é que o Fernando Bittar ia pagar toda a obra?'. O total da obra foi de R$ 1 milhão.

Se isso não é fazer 'notas frias', não sei o que é."
Herculano
23/04/2017 10:01
PERSISTENTE QUEDA DA INFLAÇÃO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Em meio a indicadores ainda frágeis de recuperação da atividade econômica e a incertezas políticas alimentadas pelas revelações da Operação Lava Jato e pelo comportamento errático da base do governo no Congresso ?" da qual depende a aprovação das reformas que assegurem as condições para o crescimento -, persistem sinais estimulantes indicando que as coisas podem melhorar. A inflação, já baixa para os padrões dos últimos anos, continua a perder força. Não mais parece surpreendente que feche o ano abaixo da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional - e que baliza as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) -, fato que não ocorre desde 2009.

A medição mais recente divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reafirma a tendência de queda da inflação na variação acumulada em 12 meses. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ?" 15 (IPCA-15) de abril ?" cujo período de coleta se situa aproximadamente entre os dias 15 do mês anterior e do mês de referência ?" aumentou 0,21%, um pouco mais do que a alta de 0,15% em março, mas o resultado acumulado de 12 meses ficou em 4,41%, abaixo, portanto, da meta. Além disso, a alta do mês é a menor registrada pelo IPCA-15 de abril desde 2006, quando subiu 0,17%. Naquela época, a demagogia lulopetista ainda conseguia vender aos desavisados seu insustentável projeto de crescimento com inflação baixa, que desmoronou na gestão Dilma Rousseff e lançou o País na mais profunda recessão em muitas décadas.

É notável a queda da inflação desde o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República. Em março de 2016, por exemplo, a inflação acumulada de 12 meses alcançou 9,39%; em abril, o último mês completo sob o governo Dilma, foi de 9,28%. Ela vem caindo desde maio do ano passado e, em março último, ficou em 4,57%, ainda pouco acima da meta. No IPCA-15 já ficou abaixo e a tendência é que assim permaneça até o fim do ano. Não são poucos os economistas de instituições financeiras privadas que preveem IPCA abaixo de 4% neste ano, o que deve propiciar maior alívio da política monetária.
Foram dois os principais fatores que pressionaram o IPCA-15, ambos de peso expressivo no orçamento das famílias. Depois de queda de 0,08% em março, o grupo alimentação e bebidas aumentou 0,31% em abril. As despesas com saúde e cuidados pessoais, por sua vez, que tinham aumentado 0,48% em março, subiram ainda mais em abril, com alta média de 0,91%. Juntos, esses dois grupos responderam por quase toda a alta do IPCA-15 de abril.

Na avaliação do Banco Central, no entanto, o processo de desinflação está disseminado pelos diferentes grupos de preços que compõem o IPCA. No caso da energia, exemplo apontado por vários analistas de índices de preços, cobranças indevidas nas tarifas dos meses anteriores estão sendo devolvidas, fato que terá impacto mais notável sobre o IPCA fechado de abril (em março, a energia subiu 4,43%).

Quanto à atividade econômica, algumas indicações ainda são preocupantes. Em exposição que fez na quinta-feira passada em Washington, em evento organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Viana, mostrou dados que mostram a persistência de alto nível de ociosidade na economia brasileira.

Mesmo assim, a indústria, setor mais afetado pela crise, começa a recuperar rentabilidade ?" custos estáveis e preços em ligeiro crescimento ?", segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria, o que pode estimular a produção e, mantida essa situação, os investimentos.

Projeções preliminares sobre o desempenho global da economia têm trazido resultados otimistas. Há dias, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) mostrou crescimento de 1,3% em fevereiro, na comparação com janeiro. O Monitor do PIB publicado pela Fundação Getúlio Vargas constatou alta ainda mais expressiva, de 0,78% em fevereiro sobre janeiro.

Sinais de alerta, porém, vêm do exterior e, sobretudo, do ambiente político doméstico. Sem reformas, o crescimento estará ameaçado.
Herculano
23/04/2017 09:59
INSTITUTO LULA PREFERIU RECEBER GRANA NO CAIXA 2, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Após o governo Lula, o plano de Marcelo Odebrecht e Antonio Palocci era doar o "saldo" da conta do PT na empreiteira ao Instituto Lula para que o ex-presidente e Paulo Okamoto controlassem o propinoduto. Mas, envergonhado de oficializar a relação íntima com a Odebrecht, Lula nunca aceitou receber os R$ 35 milhões de maneira legal. "Eles não queriam explicitar o que deveriam explicitar", explicou Marcelo.

CAIXA 2 NO INSTITUTO
No termo de colaboração premiada, Marcelo Odebrecht explica a relação com Lula: "Acabou pedindo de maneira informal, por Caixa 2".

DESCONFORTO ILEGAL
O "pessoal" do Instituto Lula, como define Marcelo Odebrecht, "ficava desconfortável de receber uma doação grande".

LULA EQUIPARADO COM FHC
Odebrecht explica o alto valor acertado para o Instituto Lula: "tinha a referência do Instituto FHC...foi algo em torno de R$ 40 milhões."

DIFERENÇA
Em 2002, o valor declarado pelo iFHC era de R$ 7 a R$10 milhões doados por um total de 12 empresas; a maior parte empreiteiras.


'PARLASHOPPING' DE CUNHA É SÍMBOLO DE CORRUPÇÃO
Em 2015, ao assumir a presidência da Câmara, Eduardo Cunha vivia o apogeu do seu poder e arrogância, quando tentou viabilizar o que se transformaria em símbolo da corrupção no Brasil: um shopping ou o "parlashopping". A obra, inútil e cara, excitou os empreiteiros até pelo custo: R$1 bilhão. Para viabilizá-la, ele inseriu "contrabando" na medida provisória 668, prevendo parceria público-privada (PPP) no Legislativo.

ESPECIALIDADE
Inserir "contrabandos" em medidas provisórias sobre outros temas era "expertise" de Cunha. A MP 668 tratava de tributos, por exemplo.

ESTILO CUNHA
O shopping de Eduardo Cunha seria erguido com dinheiro público e as conhecidas "regras" vigentes ao lado da Câmara.

PÚBLICO & PRIVADO
No shopping da Câmara seriam instalados lojas e escritórios de empresas, inclusive de lobby, no mesmo ambiente do Legislativo.

PROPINA SEM ELEIÇÃO
Do décimo termo de colaboração, Marcelo Odebrecht admite que os pagamentos de propina eram feitos ao PT mesmo em ano não-eleitoral. E fazia os pagamentos em dinheiro. Mas isso ele não detalhou.

RECORDE NO STF
Em 60 dias, o decano Celso de Mello baterá o recorde de permanência do Supremo Tribunal Federal, ainda com o ministro aposentado José Carlos Moreira Alves, que ficou no STF por 27 anos e 10 meses.

IDELI NÃO MORREU
O tempo passa, o tempo voa, e Ideli Salvatti (PT), ex-ministra de Dilma, continua numa boa em Washington, fingindo-se de morta e faturando milhares de dólares por mês na Organização dos Estados Americanos.

RELAÇÃO ÍNTIMA
Marcelo Odebrecht admitiu em sua delação que quando "liberava" propina para o PT via Guido Mantega (Fazenda) não se falava em detalhes, nem vínculo com uma contrapartida específica. "Em 2011 gente já tinha uma relação tal que não ia caber... jamais ia falar".

HERóIS DA RESISTÊNCIA
A área técnica do Ministério da Saúde sempre resistiu às investidas do "Comandante Braga", amigo de Lula que em seu governo empurrava quantidades industriais de remédios cubanos ao Brasil. Era inútil.

TÁ EXPLICADO
A Agência Nacional do Cinema, comandada pelo PCdoB há quase 15 anos, tem terceirizados com 10 anos de casa, que são demitidos e readmitidos a cada contrato, perdendo férias e outros direitos. A nova lei da Terceirização proíbe isso. O PCdoB, claro, foi contra a reforma.

VAI ENTENDER
Marcelo Oderbecht explicou em sua delação que a questão da propina é complicada, já que havia candidatos "honestos" que recebiam doações por caixa dois para não expor a sua empreiteira, mas havia também os "desonestos", que recebiam propina através de Caixa 1.

HERANÇA MALDITA
Um grupo de deputados estaduais viu em Garanhuns (PE) que no hospital Dom Moura, que atende ao dia 400 pacientes na emergência, em média, só tem uma ambulância. Deve ser o que o então presidente Lula, filho da cidade, chamou de "saúde pública de primeiro mundo".

PENSANDO BEM...
... quem tem Odebrecht (na declaração eleitoral), tem medo.
Herculano
23/04/2017 08:32
O BRASIL SE REFAZ OU SE APODRECE, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Circula por aí a ideia de convocar uma Constituinte, excluídos os políticos da geração zumbi, os mortos-vivos da República falecida entre 2013 e 2016, que fede insepulta.

Quase ninguém nos centros de poder compra a Constituinte, por ora. Mas, no início de 2015, quando já se falava de impeachment, quase toda a elite mais atuante refugava a deposição de Dilma Rousseff.

Há ânsia desesperada de outro país, de mudança ordenada, pois já ocorrem transformações de fundo; instituições e política se dissolvem ou se estragam em lutas violentas. O Brasil está em mudança constitucional, no sentido genérico do termo.

"Transformação" é um nome suave para essa guerra civil por outros meios que se desenrola desde 2015 e que, a depender de vencedores e estragos, vai definir se haverá governo viável em 2019.

Há conflitos fundamentais.

Há luta, sem pacto, para revirar o mundo de trabalho e seguridade social, núcleo das relações socioeconômicas. Outras reformas, incontroversas ou despercebidas, passam desde 2016. Pode vir mais: terras, terra indígena, lei ambiental etc.

Pode vir reforma política que desmontaria um sistema eleitoral de 70 anos.

O STF ou seus monocratas extrapolaram suas funções. Toureiam ou tutelam Executivo e Legislativo, fazem arranjos extralegais para evitar transbordamentos mais graves nos Poderes e acomodam exageros dos tenentes da nova burocracia judiciária-policial (Lava Jato).

Os tenentes dizimam a elite política carcomida da Nova República Velha, fase mais recente do histórico conluio que combinava a engorda ou a criação de oligarquias político-econômicas com o uso de recursos públicos para reorganizar e valorizar a grande empresa, via roubo ou mero subsídio.

O governo vive uma espécie de moratória, a moratória do superavit. Este é o significado do "teto" de gastos: um pedido oficial de paciência aos credores, garantia até que se consiga estabilizar a dívida pública. Se falhar, se o "teto" cair ou furar, virá crise financeira até que se assine outra carta de intenções, promessa de novo arrocho.

Como se nota, são mudanças no modo de contratar trabalho, em sindicatos, na redistribuição de renda. São disputas decisivas a respeito das condições de solvência do setor público. No modo de escolher políticos. São alterações de fato nos poderes de Justiça, procuradores e polícia.

Curiosamente, a reforma trabalhista passa quase como avalanche. O combate maior da esquerda é contra a reforma previdenciária e o "teto", justamente aquilo que, do ponto de vista fiscal, é o antídoto gêmeo contra uma crise financeira a partir de 2019, seja o governo de esquerda ou de direita. "Teto" e reforma, caso não se recorde, eram projetos também do governo petista moribundo de 2015.

Na reforma política e no ataque aos tenentes judiciais, a esquerda oficial podre (PT e satélites) é aliada dos carcomidos de direita em uma manobra para conservar a podridão na política, nas empresas e também o "desenvolvimentismo", em degradação terminal e tóxica.

É um pacto que pode resultar no pior dos mundos: um outsider no Planalto cercado de zumbis da política e vampiros do capital.

Não há por ora quem ou o que dê sentido a essa reconstituição caótica do país
Herculano
23/04/2017 08:28
FALA, PALOCCI! por Eliane Cantanhede, no jornal O Estado de S. Paulo

Léo Pinheiro é a pá de cal na defesa do ex-presidente Lula, mas a bola da vez é o seu ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que conseguiu a proeza de despencar não de um, mas de dois governos diferentes, e continuou aprontando das suas com uma desenvoltura tão surpreendente quanto seu inalterável ar de bom moço, até cair nas garras da Lava Jato e ser considerado hoje
Em suas delações ao juiz Sérgio Moro e aos procuradores, Marcelo Odebrecht contou que era ele, Palocci, quem administrava a conta "Amigo" na empreiteira, um cheque em branco que abastecia as vontades e os luxos da família Lula da Silva. E, no relato dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura, os acertos de valores, prazos e formas de pagamento para, primeiro, salvar a imagem do presidente Lula e, depois, os votos do candidato Lula, após o mensalão, foram feitos diretamente no gabinete da Fazenda.

Palocci, aliás, foi preso em setembro do ano passado sob a suspeita de ter favorecido a Odebrecht numa medida provisória sobre benefícios fiscais, numa licitação da Petrobras para compra de navios-sonda, num financiamento do BNDES para obras da empreiteira em Angola e na doação de um terreno para o Instituto Lula.

Em sendo assim, Palocci tinha múltiplas personalidades: era ministro da Fazenda e ditava a política econômica, mas ao mesmo tempo lobista da Odebrecht, operador financeiro do PT e gerente da conta de Lula naquele banco da empreiteira chamado de Setor de Operações Estruturadas. Era três em um, ou melhor, quatro, cinco ou seis em um.

Palocci começou cedo. Basta olhar para as fotos dele cercado por seus assessores na prefeitura de Ribeirão Preto para perceber que havia algo errado. Bonachão, com seu ar e seus óculos de aluno estudioso, era cercado por figuras que acabaram encalacradas na justiça.

Mas Palocci pousou em Brasília com os ventos alvissareiros da primeira eleição de Lula. O médico que assumia a Fazenda. O ex-prefeito com aura de competência. O hábil que driblou vários concorrentes e ficou lado a lado com o presidente. O pragmático que jogou no lixo as teses econômicas do PT e virou o queridinho do mercado ?" e da mídia.

A primeira surpresa de quem não conhecia as histórias de Palocci em Ribeirão foi saber de uma casa alugada no bairro mais nobre de Brasília, onde eram dadas festas de arromba e havia um estranho trânsito de malas de dinheiro. E ele não teve o menor prurido em usar seus poderes para quebrar o sigilo do caseiro que contara detalhes sobre a casa subitamente famosa.

Palocci desabou da Fazenda de Lula, mas ressurgiu igualmente poderoso na campanha de Dilma Rousseff em 2010 e dali para a Casa Civil. E desabou de novo, por não explicar a compra de um apartamento de R$ 7 milhões, que era dele, mas não era dele, cheio de mistérios. Não se sabe se ele aprendeu com Lula, ou se Lula aprendeu com ele?

É assim, com essa trajetória tão atribulada, sua relevância no centro do poder e agora seu desconforto em sete meses de prisão, que Palocci se torna a bola da vez. Ainda há muito o que contar sobre Lula e os governos petistas, mas o grande terreno a ser desbravado não é do lado corrupto, mas do lado corruptor. O que se sabe do sistema financeiro na Lava Jato?

Em seu depoimento desta quinta-feira, 20, a Sérgio Moro, o ex-ministro foi de uma gentileza que raiou a sabujice ao se oferecer como delator: "Se o senhor estiver com a agenda muito ocupada, a pessoa que o senhor determinar, eu imediatamente apresento todos esses fatos, com nomes e endereços, para um ano de trabalho". Os investigadores esfregam as mãos, os investigados entram em pânico.
Herculano
23/04/2017 08:27
A COLUNA DE TERÇA-FEIRA

Está é uma coluna que não recebe um tostão do poder público (e por enquanto, também, do poder privado).

Seu colunista não tem cafezinho mal passado e dos de grifes passados, de gente fofa, falsas ou maquiavélicas, tentando distorcer fatos ou colocar em enrascadas os adversários. Nem mesmo a coluna e o colunista recebem os bolsas migalhas da Adjori ou prêmios fantasias de consolação para o marketing da enganação.

A coluna Olhando a Maré, inédita, para edição de terça-feira está praticamente pronta. E como dois temas faltam capazes e corajosos, ela vai continuar como a gaúcha RBS destruiu o jornalismo e a alta estima dos catarinenses, e agora depois de chupar a cana doce, deixou-nos o bagaço, bem como vai fazer dez óbvias perguntas de 46 que tinha, para o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, na sua improvisada prestação de contas de cem (não sem) dias de governo. Acorda, Gaspar!
Herculano
23/04/2017 08:17
É DIFÍCIL SABER QUANDO LULA E LÉO PINHEIRO DIZEM A VERDADE, por Élio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Até o dia em que o juiz Sergio Moro vier a encerrar o julgamento de Lula, quatro palavras dividirão opiniões. Disse? Não disse? Nessa queda de braço com seu ex-amigo Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, Lula joga sua liberdade. O prestativo mandarim acompanhou uma visita do casal Silva ao apartamento do edifício Solaris, no Guarujá. Segundo ele, em "abril ou maio" de 2014 Lula disse-lhe que destruísse quaisquer anotações relacionadas com suas transações com o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Lula nega e não há testemunha dessa conversa.

Lula também nega que seja o proprietário do apartamento, cuja reforma acompanhou. Até bem pouco tempo, Léo Pinheiro negava que a OAS distribuísse capilés e operasse políticos pelo caixa dois. É difícil saber quando qualquer um dos dois diz a verdade.

A Polícia Federal e o Ministério Público poderão levantar detalhes que ajudem a esclarecer o mistério das quatro palavras. (O da serventia do apartamento nunca foi um enigma respeitável.)

Passaram-se três anos e a ordem dos fatos embaralhou-se na memória de quem é obrigado a cuidar da própria vida. Tomando-se "abril ou maio" como referência, percebe-se que estranhas coisas estavam acontecendo e poderiam justificar a recomendação. No dia 17 de março a Polícia Federal prendera o operador Alberto Youssef. No dia 20, caiu Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. Dias depois, Nestor Cerveró, outro ex-diretor, foi para a Europa, em férias.

Em seu escritório, o advogado Márcio Thomaz Bastos prenunciava uma tempestade. Em 2011, ele conseguira uma vitória espetacular das empreiteiras sobre a Polícia Federal e o Ministério Público, anulando a Operação Castelo de Areia no Superior Tribunal de Justiça.

A tempestade chegou em junho, quando um procurador suíço bloqueou US$ 23 milhões depositados por Paulo Roberto Costa. Ele havia sido libertado e um juiz pouco conhecido mandou prendê-lo de novo. Era Sergio Moro. Percebia-se que se estabelecera uma colaboração entre Curitiba e Genebra. Se essa colaboração vazou em "abril ou maio", não se sabe. Sabe-se, porém que Lula chamou Léo Pinheiro ao seu Instituto. Estava "preocupado" e fez uma pergunta "muito objetiva, muito clara": "Se a OAS tinha feito algum pagamento no exterior para João Vaccari". Depois, tratando de eventuais anotações contábeis de Léo Pinheiro com o PT, disse-lhe: "Se tiver, você destrua".

Abre-se uma questão. É provável que Pinheiro e a OAS tivessem anotações. Se elas existiram, seria razoável que fossem destruídas ou, pelo menos, transferidas para um lugar seguro.

Marcelo Odebrecht só mandou "higienizar" os apetrechos" de suas "operações estruturadas" em novembro de 2014, quando diretores da empreiteira foram presos. Essa circunstância mostra a extensão da onipotência dos mandarins das empreiteiras. Apesar disso, o caso de Léo Pinheiro é diferente. Ele recebeu a recomendação de Lula, um ex-presidente da República, padrinho da titular do cargo e comissário-chefe do PT.

A defesa de Lula sustenta que Léo Pinheiro inventou essa história para salvar a própria pele. Se ele mostrar quais provas destruiu, como e quando, fortalece sua denúncia

MADAME NATASHA ANUNCIA PATRONO DO USO DA PALAVRA "EMPODERAMENTO"

Madame Natasha quer pedir ajuda ao Ministério Público para combater o caixa dois por onde trafegam expressões da língua inglesa que acabam enfiadas no cotidiano nacional.

Quando a senhora ouviu pela primeira vez a palavra "empoderamento" pensou em suicídio. Passou o tempo e ela reconhece que, assim como o caixa dois das empreiteiras, o seu uso disseminou-se.

Natasha orgulhosamente anuncia que o uso dessa maldita palavra ganhou um ilustre patrono. Marcelo Odebrecht revelou que mantinha uma política de "empoderamento" de seus principais executivos, "empoderando-os" para tratar da distribuição de capilés.*

MÁ NOTÍCIA

Para quem acha que o poder das empreiteiras foi abalado, aqui vai uma má notícia:

Está na Câmara, depois de ter sido aprovado pelo Senado, um projeto de lei que esburaca a lei das licitações, permitindo que o poder público contrate obras com valor abaixo de R$ 20 milhões a partir de simples anteprojetos.

Os deputados poderiam aproveitar o embalo, fixando um teto para o percentual das propinas dos prefeitos, governadores e ministros.*

BOA NOTÍCIA

Em janeiro um grupo de seis alunos do ensino médio do Rio de Janeiro foi aceito para a torneio de matemática da Universidade Harvard e do Massachusetts Institute of Technology. Precisavam de R$ 44 mil para custear a viagem até Boston e recorreram a uma vaquinha eletrônica. Conseguiram a grana e embarcaram. (Uma boa alma doou R$ 10 mil).

Numa das competições a equipe tinha uma hora para formular dez problemas difíceis. Os brasileiros ficaram em 45º lugar, numa disputa em que havia representantes de cem países.

O CASO DE DILMA E ODEBRECHET É O INVERSO DO DE LULA E LÉO PINHEIRO

As investigações haverão de esclarecer se Lula disse a Léo Pinheiro que deveria destruir suas anotações, mas a polícia e o Ministério Público poderão verificar um episódio onde deu-se o inverso: a Odebrecht diz que enviou a Dilma Rousseff as provas da corrupção de sua campanha nas eleições de 2014. O portador dos papéis teria sido o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

São dois os testemunhos da Odebrecht. Um, de Marcelo, seu presidente, outro de João Nogueira, um dos seus templários. Os documentos teriam sido levadas a Dilma depois de 17 de novembro e antes de 29 de dezembro. A manobra poderia ser chamada de chantagem ou, numa versão bem educada, ameaça: Me ajude, senão você morre comigo.

A empreiteira estava desesperada pois tinha vários diretores trancados em Curitiba. Já não se tratava de buscar a nulidade da Lava Jato numa manobra tipo Castelo de Areia 2.0. Era desespero mesmo.

Passados os feriados de fim de ano, a Advocacia-Geral da União defendeu o recurso a balsâmicos acordos de leniência, para evitar que empresas fossem prejudicadas por causa da conduta de alguns funcionários. Já a Controladoria-Geral da União defendeu a cobrança de multas às empresas, deixando-se as coisas no âmbito administrativo.

A casa continuou caindo e em fevereiro a Camargo Corrêa acertou sua colaboração com o Ministério Publico.

Emílio Odebrecht escreveu um artigo intitulado "Uma Agenda para o Futuro" e ensinou: "A corrupção é um problema grave, mas é fundamental dedicar nossas energias para o debate sobre o que é preciso fazer para mudarmos o país".

Um mês depois, em junho de 2015, Marcelo Odebrecht foi preso. Desde então, pai e filho dedicam suas energias a revelar o que fizeram, como fizeram e com quem fizeram.
Herculano
23/04/2017 07:49
da série: os pedichões,e chantagistas em causa própria que desonram votos e eleitores

GOVERNO MANDA PARAR AUDIÊNCIAS COM DEPUTADOS DURANTE VOTAÇÕES

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Andreza Matais e Marcelo de Moraes, na coluna Estadão. Para aprovar a urgência da reforma trabalhista na última quarta, o governo inaugurou nova estratégia que deve se repetir semana que vem. Por orientação do presidente Michel Temer, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, telefonou para ministros no momento da votação pedindo que encerrassem audiências com deputados para que eles voltassem à Câmara imediatamente e só retomassem o atendimento após o fim da votação. Rejeitada no dia anterior, a urgência passou com folga depois da operação de guerra do governo.

Na próxima semana, os ministros devem suspender as audiências com os deputados em duas votações: 1) nos destaques do projeto de refinanciamento da dívida dos Estados e 2) no mérito da reforma trabalhista.
O ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, conta que interrompeu audiências com deputados do PMDB e do PHS e as retomou duas horas depois, após concluída a votação.
Herculano
23/04/2017 07:35
da série: para quem pensa que o PT e a esquerda do atraso apenas criminosamente quebraram a economia e a rede de proteção social, avanços nas pesquisas e inovação, desconhece o pior de todos os crimes e que levará duas gerações para se tornar minimamente competitiva aos líderes mundiais, a burrice que implantação na educação e ensino. É proposital, pois com gente emburrecida se manipula e se usa para, sem questionamentos, servir de massada para as suas causas perdidas ou a serviço das roubalheiras dos políticos e gestores públicos sobre os nossos pesados impostos.

A BASE DO ENSINO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Há muito esta Folha defende que se esgotou o tempo para teorias inócuas, experimentação sem propósito e condescendência pedagógica no ensino público.

Com o Brasil amargando sucessivos desempenhos vexatórios em leitura, ciências e matemática na prova internacional Pisa, parece evidente que a educação nacional estacionou num patamar muito baixo de qualidade.

Um passo necessário se dá agora com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Pelo menos o ensino fundamental, do primeiro ao nono ano, contará em breve com um conjunto definido de objetivos de aprendizado; em mais alguns meses, será a vez do ensino médio.

Apesar de certos desvios pelo caminho, a BNCC traça um bom roteiro para o que é mais urgente: retornar ao básico (sem trocadilho). E o fundamento, em educação, jamais se firmará sem o domínio de escrita e leitura, de operações triviais da matemática e de noções gerais de ciências.

Contar com um itinerário permite que professores, alunos, pais e dirigentes saibam aonde se almeja chegar. Para não desperdiçar mais tempo, recomenda-se aprender com a experiência de países bem-sucedidos nessa empreitada.

Assim, parece mais prudente voltar-se para Portugal do que, por exemplo, para a Finlândia. Essa talvez seja a lição principal a extrair da entrevista com Nuno Crato, matemático e ex-ministro da Educação luso, publicada neste jornal.

A Finlândia vinha obtendo resultados primorosos e, com a excelência alcançada, lançou-se numa reformulação audaz do ensino, com menor peso para disciplinas tradicionais. Tardará um pouco saber que resultados serão colhidos; de imediato, porém, houve algum recuo nas notas do Pisa.

Portugal está em muitos sentidos mais próximo da realidade do Brasil. Não só pela língua, que decerto facilitará o intercâmbio de experiências, mas também por sua posição na Europa ?"periférica, como a do Brasil no mundo.

Lá como cá, faltava retornar ao chão. Crato conta que seu país passou a dar prioridade para português e matemática e aumentou o rigor na seleção de professores. E vieram resultados estimulantes.

Em 2015, o desempenho de alunos portugueses no Pisa melhorou e ficou à frente, por exemplo, de Estados Unidos e Espanha.

Não se trata de menosprezar história e geografia, nem sociologia ou filosofia. Mas Crato chama a atenção para o óbvio: o aluno que lê mal não progredirá nessas matérias ?"menos ainda se as aulas a que assiste se nortearem pelo princípio de que se deve estudar apenas aquilo de que se gosta.

Não, há coisas que todo estudante precisa aprender e saber. Esse é o sentido da base curricular.
Sidnei Luis Reinert
22/04/2017 19:13
sábado, 22 de abril de 2017
Exclusivo: Exército nas ruas de Curitiba para proteger Sérgio Moro e a DEMOCRACIA!

O Cristalvox tem uma informação exclusiva:
Curitiba, dia 03 de maio, não será tomada pelo exército vermelho de Stédile, Chicão e Eva Dal Schiavon. Estará protegida pela Força Militar da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada, estacionada em Ponta Grossa, há menos de 100 km do teatro de operações. Quem imaginou que Curitiba seria transformada num "inferno" pelas "viúvas lulistas" cometeu um equívoco abissal.

Primário imaginar que as autoridades de segurança, agora coordenadas e comandadas por um "General Macho" do porte de Carlos Alberto dos Santos Cruz, iriam sucumbir e se acovardar no "grito", PERDEU! Quem comandou no Congo e provou "o fogo" inimigo não se curvará diante de guerrilheiros de "palanque", miseráveis do "pão com mortadela" e trinta paus...

5 mil homens altamente treinados, comandados pelo General Combatente Jorge Roberto Lopes Fossi darão o ritmo de como os "forasteiros" deverão se comportar diante do Foro Federal de Curitiba...

As ameaças disparadas nas redes sociais contra o Juiz Sérgio Moro, partidas da mais abjeta militância defensora da corrupção, pilhagem e fragmentação do Estado de Direito, sucumbirão diante da altivez e da coragem dos brasileiros destacados para defender a verdadeira democracia.

O recado está dado!
Sidnei Luis Reinert
22/04/2017 15:47
Lava Jato, pouco adianta prender o "Sofá"...


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Confirmar se Luiz Inácio Lula da Silva é o "poderoso chefão", ou se ele acabará ou não preso no dia 3 de maio, quando sentará na 13ª Vara do juiz Sérgio Moro, é um detalhe de importância apenas simbólica na Lava Jato. Na verdade, os brasileiros deveriam se preocupar com aquilo que a Força Tarefa ainda não apurou e quais mecanismos de controle social precisam ser adotados para inibir a Corrupção Institucionalizada. O sistema de Crime Organizadíssimo, a partir da parceria delitiva entre bandidos de toda espécie e a máquina estatal, continua intocável e se reinventa, a partir das ameaças a sua hegemonia.

A única solução contra o Crime Institucionalizado é a reinvenção do modelo estatal brasileiro. Temos de romper com o Capimunismo ?" arraigado na cultura dos brasileiros acostumados a serem extremamente dependentes do Estatismo e dos supostos "salvadores da Pátria" invocados e inventados a cada eleição. De imediato, é preciso acabar com a tal "Nova República" ?" regime que já nasceu morto em 1985. Para isso, é imprescindível uma Intervenção Constitucional para outorgar uma Carta Magna fora da influência criminosa. Dela deve derivar um enxugamento legal que viabilize a Democracia ?" a Segurança do Direito. Reformas e remendos não resolvem e ainda podem criar novos problemas.

A Lava Jato chamou atenção do Brasil para os males causados pela corrupção sistêmica e pelo Crime Institucionalizado. No entanto, nada adianta apurar e punir algumas centenas de bandidos, sem fechar a "fábrica de criminosos" que é o modelo estatal brasileiro: o Capimunismo rentista, corrupto e improdutivo. O País é dominado pela cultura da especulação financeira. Há décadas, muitas pessoas e empresas se acostumaram a vivem de ganhos de aplicações ?" e não do bom resultado da atividade produtiva. Outros cidadãos, políticos e empresários, mais "ousados, ambiciosos e gananciosos" decidiram enriquecer pelo caminho do crime ?" que também lava e esquenta muita grana no ganho financeiro-especulativo.

Até agora, a Lava Jato ainda não chegou à essência deste sistema especulativo ?" que serve de base para a hegemonia do Crime Institucionalizado. O esquema é viciante e viciado: O Estado rouba a sociedade via impostos que sustentam a gastança perdulária da máquina pública. Incentivados pela cultura da imunidade e do regramento excessivo que a tudo permite, seja certo ou errado, cidadãos e empresários corruptos, em conluio com servidores sem escrúpulos, cometem crimes remunerados pelo dinheiro públicos. As fortunas acumuladas são aplicadas, aqui ou lá fora, nas instituições financeiras que rolam nossa dívida pública (impagável). Os juros estratosféricos remuneram os delinqüentes.

As pessoas que não se beneficiam do Crime Institucionalizado ?" e são por ele prejudicado - precisam ir muito além da Lava Jato. Sucessos de bilheteria e audiência, como as duas edições do "Tropa de Elite", já explicaram como funciona o sistema do Crime Institucionalizado. Os brasileiros, dos mais pobres aos mais ricos, não têm direito de alegar que "não sabem de nada". Sabemos de tudo. Por isso, é hora de a Força Tarefa da Lava Jato partir para cima daqueles que sabem mais ainda.

A figura-chave para desnudar muitos esquemas sofisticados de corrupção chama-se Antônio Palocci Filho. Não se pode cometer o imperdoável erro de tirar dele informações apenas para punir alguns políticos, alguns empresários e até alguns banqueiros. É fundamental usar a delação premiada de Palocci, em fase de negociação, para identificar e compreender como realmente funciona o sofisticado esquema Capimunista brasileiro.

Como ex-Prefeito de uma grande cidade (Ribeirão Preto ?" SP), como ex-coordenador de arrecadação de campanhas eleitorais, como ex-ministro da Fazenda, como ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras e conselheiro de outras estatais, como ex-ministro-chefe da Casa Civil, e pela vivência como "consultor empresarial", o médico Palocci sabe de tudo e muito mais sobre a Corrupção Sistêmica no Brasil dominado pelo Crime Institucionalizado.

Nosso maior problema é a reação às mudanças e a conseqüente sabotagem, explícita ou nos bastidores do poder, promovidas por aqueles que ganham muito dinheiro como beneficiários diretos do Capimunismo tupiniquim. Por enquanto, eles têm a hegemonia. Eles querem apenas "reformas", para que a essência continue a mesma, dentro de um "regime de corrupção tolerável".

A idealista turma da Lava Jato precisa reunir mais força e apoio da opinião pública para enfrentar esta guerra na qual, como diria o Capitão Nascimento, "o inimigo é o sistema". Por isso, não dá para perder tempo com Lulas da vida, que são meros fantoches de um complexo sistema que fabrica outras marionetes, sempre que for conveniente, para explorar o Brasil e os brasileiros, obedecendo a ordens de seus controladores externos ?" que se fingem de "sócios" dos corruptos daqui, quando, na verdade, são os "chefões" deles.

Quem não entender que a banda corrupta toca deste jeitinho vai perder tempo correndo atrás do sofá em cima do qual alguma amante cometeu traição. Jogar o sofá pela janela ou "mandar prendê-lo" não resolve o problema. $talinácio é um sofá... Seria recomendável ouvir o que outras "amantes" ?" mais ou menos votadas ?" têm a revelar, no festival de "delações premiadas". Afinal, no Brasil, trair e roubar é só começar...

Resumindo: se não eliminarmos a o Capimunismo e a mentalidade rentista, pai e mãe do Crime Institucionalizado, todo o trabalho da Lava Jato não passará de um enxugamento de gelo.
Herculano
22/04/2017 11:05
Só O BATISMO DAS URNAS PROPICIARÁ SOLUÇÃO PACÍFICA E CIVILIZATóRIA, por Ronaldo Caiado, médico, pecuarista, senador goiano pelo DEM, no jornal Folha de S. Paulo

O Reino Unido acaba de dar exemplo de como (e por que) funcionam as verdadeiras democracias. Diante de um quadro de impasse político, decorrente da saída da UE -o "brexit- , seu Parlamento, por iniciativa da premiê Theresa May, antecipou as eleições para 8 de junho.

Foi uma decisão esmagadora: 522 a 13. Parlamento e primeira-ministra teriam mandato até 2020, mas entenderam que, com o "brexit", estabeleceu-se uma ruptura da agenda política sob a qual se elegeram. Nessas circunstâncias, não há soluções de gabinete. Só o povo tem os meios de zerar o jogo e reiniciá-lo.

O Parlamento poderia ter feito vista grossa, em defesa de interesses pessoais e partidários, conservando os mandatos por mais três anos. Mas, em nome de algo bem maior ?"a governabilidade e o interesse público?", abriu mão de privilégios.

Cabe aí uma analogia com o quadro brasileiro, bem mais grave, dadas as suas circunstâncias econômicas, morais e sociais.

O impeachment da presidente Dilma Rousseff estabeleceu também uma ruptura com a agenda político-econômica sob a qual havia sido eleita ?"ela e sua base política, da qual faziam parte o seu vice, Michel Temer, o PT, o PMDB e outros partidos.

Essa agenda, como se sabe, foi rejeitada nas ruas, em megamanifestações, por uma conjunção de fatores: rombo orçamentário de R$ 200 bilhões e 14 milhões de desempregados, além do strip-tease moral exposto pela Lava Jato.

O Congresso, pressionado pela indignação popular, entendeu que bastava afastar a presidente, adaptar-se ao novo governo e estabelecer um realinhamento partidário. Solução artificial, de gabinete, que a sociedade rejeita. O novo governo não é novo; é subproduto do que foi derrubado nas ruas.

A sequência das investigações da Lava Jato mostra também o comprometimento de parcela expressiva dos partidos que estão no governo e que estiveram alinhados com o PT, que comandou o maior saque aos cofres públicos de que se tem notícia.

A crise brasileira, nesses termos, mostrou-se, mais que econômica, mais que política, institucional. Os três Poderes padecem de profunda falta de credibilidade para solucionar a crise; a sociedade não se sente representada por eles -e não confia nem chancela as propostas que lá tramitam, em busca de soluções.

A saída ?"e venho sustentando isso desde os tempos em que ainda se discutia o impeachment?" é zerar o jogo, com novas eleições gerais, que restabeleçam a sintonia entre o povo e as instituições.

O exemplo britânico aí está. É preciso grandeza cívica para abdicar do conforto de mandatos e posições de influência. Disponho-me pessoalmente a fazê-lo, mesmo tendo sido eleito para um mandato de senador, de oito anos, que nem sequer chegou à sua metade.

O desconforto maior, no entanto, é integrar uma instituição cujo descrédito cresce a cada dia e já não tem meios de cumprir suas mais elementares tarefas.

Este Congresso ou não terá meios de fazê-las ou, se as fizer, as verá rejeitadas pela sociedade, aprofundando a crise. Só o batismo purificador das urnas ?"aqui como no Reino Unido ou em qualquer democracia?" propiciará solução pacífica e civilizatória.

Os que se apegam a formalismos alegam que a periodicidade das eleições é intocável.

Ora, intocável é o interesse público, afrontado por uma conjuntura em que as instituições já não o representam. Se todo o poder deve emanar do povo (parágrafo único, do artigo 1º da Constituição) e não está emanando, então é o próprio país oficial que incorre em inconstitucionalidade. Às urnas!
Herculano
22/04/2017 10:59
"TEMOS A REPÚBLICA FEDERATIVA DA CORRUPÇÃO", DIZ PROMOTOR DA LAVA JATO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto e entrevista de Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Julia Affonso

O procurador regional da República, veterano investigador da Operação Lava Jato, avalia que "nada mais errado" é dizer que a Odebrecht é a única empresa que comprava o poder político. "Nem mesmo o setor de empreiteiras é o único, essa prática se espalha por todo espectro empresarial. Marcelo Odebrecht (ex-presidente do Grupo) saía por uma porta de um gabinete do poder, por outra entrava outro empresário."
Carlos Lima falou com exclusividade ao Estadão. Em meio à polêmica que envolve conceitos de caixa 2 e pagamento de propinas, o procurador recomenda."Temos que ter muito cuidado com os termos para não nos deixarmos enganar pelas mentiras. Temos o crime de caixa 2 eleitoral, que é a simples doação para fins eleitorais sem que haja um toma-la-dá-cá, um ato de corrupção. E temos propina, pagamento por um favor ou um benefício criminoso, que pode ser pago por doações oficiais ou por doações não contabilizadas, o que é o crime de corrupção."

O procurador destaca que empresários chamam também de caixa 2 os valores que mantêm à margem da contabilidade da empresa. "Há muitos espertos que manipulam esses termos para enganar a população."

Carlos Lima busca na história recente dos escândalos que abalaram o País um capítulo da corrupção e fraudes financeiras que ele próprio enfrentou, na década de 1990, ao lado de colegas de sua Instituição ?" o caso Banestado. Ao comentar os US$ 3,3 bilhões de propinas que a Odebrecht movimentou em nove anos no País, o procurador considera que no caso da empreiteira, 'depois do desmonte do sistema de doleiros, houve a mudança do esquema para o exterior, protegido por camadas de offshores'.

LEIA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA DO PROCURADOR CARLOS FERNANDO DOS SANTOS LIMA AO ESTADÃO

Estadão: As delações dos executivos da Odebrecht mostram que a corrupção era um modelo de negócio nas contratações com governos, federal, estadual e municipal. Como chegamos até esse ponto?
Carlos Fernando dos Santos Lima: Uma conjunção de fatores levaram o Brasil a essa situação. Mas três deles se sobressaem.
A história de nosso sistema de justiça criminal é de impunidade dos crimes do colarinho branco. Basta ter um batalhão de advogados e quase certamente o crime do poderoso prescreverá. Mais rápida é a morte ou o juízo final que uma decisão transitada em julgado.
Além disso temos um sistema político eleitoral caro e mal fiscalizado. Nenhum sistema eleitoral é pior que o de listas abertas sob o aspecto de seus custos.
A isso tudo junta-se um loteamento dos cargos públicos entre padrinhos políticos, que exigem de seus afilhados não só um pagamento pelo cargo que ocupam, como também que fechem os olhos para o errado quando estiver em jogo o seu interesse político.

Estadão: Os delatores tentam passar a impressão que eram obrigados a pagar políticos, partidos e agentes públicos para manter seus contratos com os governos. A Odebrecht foi vítima ?
Carlos Fernando: A corrupção no Brasil é como a história do ovo e da galinha. Há mais de 30 anos mudam os executivos das empreiteiras e os políticos e partidos no governo, e tudo continua na mesma. Os políticos que chegam acreditam que tem o mesmo direito que os antecessores em receber propinas. E os empresários já se acostumaram a viver nesse ambiente promíscuo, sequer imaginando como é viver em um ambiente realmente competitivo. A única vítima dessa história é a população.

Estadão: US$ 3,3 bilhões de propinas em 9 anos no Brasil, como não se detectou isso antes?
Carlos Fernando: No caso da Odebrecht, depois do desmonte do sistema de doleiros pela Operação Banestado, houve a mudança do esquema para o exterior, protegido por camadas de offshores. A produção de valores era feita principalmente pelas subsidiarias do exterior e pagos por meio dessas mesmas offshores. Assim, minimizavam os riscos de serem descobertos aqui. Além disso, nosso sistema de compliance do sistema financeiro está longe de ser perfeito. Inúmeras falhas existem, muitas em decorrência de uma regulamentação anti lavagem de dinheiro meramente formal pelo Bacen (Banco Central do Brasil).

Estadão: Os delatores, em especial os donos do grupo, argumentam que propinas seria apenas os pagamentos em que houve um acerto explicito de toma-lá-da-cá. O Ministério Público Federal entende que, de fato, há uma distinção entre o que eles chamam de caixa 2 ou só pagamento não contabilizado e propina?
Carlos Fernando: Temos que ter muito cuidado com os termos, para não nos deixarmos enganar pelas mentiras. Temos o crime de caixa 2 eleitoral, que é a simples doação para fins eleitorais sem que haja um toma-la-dá-cá, um ato de corrupção. Por outro lado, temos propina, pagamento por um favor ou um benefício criminoso, que pode ser pago por doações oficiais ou por doações não contabilizadas, o que é o crime de corrupção, como foi decidido recentemente pelo Supremo Tribunal Federal.
Além disso, os empresários chamam também de caixa 2 ?" que não se confunde com o crime primeiramente descrito ?" os valores que mantém à margem da contabilidade da empresa.
Há muitos espertos que manipulam esses termos para enganar a população.

Estadão: Os delatores afirmam que quase a totalidade do dinheiro usado para pagar propinas foi gerado em negociações financeiras no exterior, desvinculando o fato das obras no Brasil. Estão tentando blindar os negócios da empresa no País?
Carlos Fernando: A origem dos recursos não muda a natureza do crime de corrupção. Essa ocorreu no Brasil em decorrência de obras aqui realizadas e pagas para funcionários públicos e políticos brasileiros. A produção de dinheiro no exterior e o pagamento lá fora, ou aqui em espécie, por doações eleitorais contabilizadas ou não, configura apenas um outro crime a mais, o de lavagem de dinheiro.
Além disso, mesmo a corrupção em outros países é passível de ser criminalmente processada e julgada pela Justiça brasileira. Estamos trabalhando nessa hipótese também.

Estadão: Muitos ficaram chocados com as revelações da Odebrecht. Essa prática sistêmica de corrupção revelada pelo grupo era uma exclusividade dessa companhia?
Carlos Fernando: O noticiário tende a ser excessivamente reducionista. No início da Lava Jato limitava a corrupção à Petrobrás, o que se mostrou incorreto, como sabíamos desde o começo. Agora falam em uma República Federativa da Odebrecht. Nada mais errado, pois a Odebrecht é apenas uma das empresas que compravam o poder político. Nem mesmo o setor de empreiteiras é o único, essa prática se espalha por todo espectro empresarial, como é revelado por exemplo pela Operação Zelotes.

No fim, o que temos é que quando Marcelo Odebrecht saía por uma porta de um gabinete do poder, por outra entrava outro empresário. Temos então a República Federativa da Corrupção, pois ela se estendia por todos os níveis da federação e era democraticamente distribuída entre Eikes e Marcelo, entre todos que podiam pagar.

Estadão: A Odebrecht exercia com seu poder econômico o domínio da classe política?
Carlos Fernando: Era apenas uma dentre os clientes de uma classe politica que vendia sua virtude a quem mais pagasse. Outras existem e serão reveladas.
Estadão: Outras empresas, inclusive as que já fizeram acordos de delação ou leniência, devem buscar a confissão de seus crimes e entendimentos com as autoridades e a Justiça, para evitar as punições que poderão vir à partir daqui?
Carlos Fernando: Podemos imaginar os acordos de colaboração e leniência como um ônibus. Assim, desde o começo está claro que as vagas para acordos no que tange à Petrobrás são limitadas, não existindo a menor possibilidade de serem celebrados acordos com todos. Desse modo, aqueles que chegaram antes, como é natural, pegaram os melhores lugares, fizeram melhores acordos.
Agora já temos muitas provas, pouco resta a ser revelado. Os acordos que vierem serão mais duros e será necessário nos convencer que precisamos realmente das provas que serão produzidas.

Estadão: Os negócios abrangidos pela delação da Odebrecht mais que duplicam a Lava Jato. O Ministério Público e a polícia terão condições de investigar essa imensidão de crimes praticados ?
Carlos Fernando: A Operação Lava Jato cumprirá sua sina de se tornar uma operação nacional. Muitos estados estão se organizando no mesmo formato de forças-tarefa, que o Ministério Público Federal pioneiramente desenvolveu na Operação Banestado.
É claro que mesmo assim o cobertor é curto e teremos que estabelecer prioridades e que muita coisa ficará para um rescaldo final.
O que mais preocupa é o destino dos casos de foro especial. Se não houver uma eficiência naqueles casos, teremos um descrédito imenso com a Justiça.

Estadão: O País está estarrecido com as delações da Odebrecht. Muitos são os brasileiros que se acham idiotas com tanta roubalheira. Como é possível tantos delatores, com tanta desfaçatez, confessarem seus crimes e ficarem em liberdade? Que tipo de acordo é esse?
Carlos Fernando: É um raciocínio moralista bastante compreensível, mas contraditório. Imaginemos a hipótese de não termos fechado o acordo. Conseguiríamos algumas condenações de executivos da Odebrecht e de poucos funcionários públicos. Talvez Marcelo Odebrecht ficasse cinco anos em regime fechado, o que corresponde a uma pena de 30 anos de prisão ?" bastante alta para o padrão brasileiro.
Mas não teríamos descoberto noventa por cento dos crimes revelados pelo acordo, e outros cinco por cento que desconfiávamos existir acabariam sendo arquivados por falta de provas. Ainda assim esses cinco por cento restantes teriam sido um belo resultado quando comparado com nossa história de impunidade. Seria melhor mesmo que o Mensalão, o mais importante caso em termos históricos até a Lava Jato. Coloque-se tudo isso de um lado da balança e de outro os 950 depoimentos em cerca de 300 casos criminais contra toda a elite politica do país. Esse é o dilema que nos deparamos e, dentro do que estabelece a lei, decidimos resolver no sentido de fazermos o acordo.
E não é verdade que os colaboradores da Odebrecht sairão impunes. Se não bastasse a obrigação da empresa de pagar quase R$ 7 bilhões, Marcelo Odebrecht, por exemplo, ficará dois anos e meio preso em regime fechado, muito mais que a condenação de José Dirceu no Mensalão. Não há impunidade, apenas uma decisão pelo que é melhor para o interesse público.

Estadão: O País quer saber: como é possível uma empreiteira que admite corrupção escandalosa em todos os níveis de governo ficar de portas abertas? O sr. compraria um parafuso desse grupo?
Carlos Fernando: A lei estabelece o acordo de colaboração e de leniência como uma ponte de ouro em que a pessoa ou a empresa pode passar do lado da ilegalidade, do crime, para o da legalidade. Para isso ela passará por um longo período de prova, no qual será acompanhada por monitores e terá que estabelecer um programa de conformidade adequado.
A travessia não é fácil e qualquer falha, mentira ou omissão nas obrigações assumidas ensejará o pior dos mundos para ela, pois ficaremos com todas as provas e a empresa e os executivos voltarão para a situação anterior, sendo processados por todos os crimes revelados.
Devemos acreditar que a redenção é possível, como aconteceu com a Siemens, pega no maior escândalo de corrupção antes da Odebrecht, e hoje um exemplo de compliance bem sucedido.

Estadão: Não fica a certeza para os contribuintes que valeu a pena a empreiteira roubar e corromper durante 30 anos?
Carlos Fernando: A empresa foi punida, assim como seus executivos. Nunca houve nada similar no Brasil antes disso. Tenho certeza que melhor que me contentar com a punição da empresa é poder pensar em punir centenas de políticos - pois este acordo forçará outras empresas de outros setores a buscarem novos acordos e a revelarem outros políticos ainda não descobertos- muitos deles com mais de trinta anos de corrupção nas costas.
Foi assim que trabalhamos desde o começo, sempre na esperança de alcançar um país melhor.
Herculano
22/04/2017 10:31
O TEMPO CONTRA A LAVA JATO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Diante da enorme perplexidade e indignação com que os brasileiros têm recebido notícias de delações sobre corrupção que colocam sob suspeita praticamente todas as principais figuras do mundo político, seria extremamente frustrante para a consciência cívica nacional a confirmação da possibilidade de que a proverbial morosidade da Justiça acabe resultando na prescrição de ações penais e na consequente impunidade de possíveis culpados. Deve ser recebida com certo alívio, portanto, a notícia de que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, levando em conta a excepcionalidade da situação em que o Judiciário está colocado pelas investigações da Operação Lava Jato, está disposta a adotar pelo menos duas medidas igualmente excepcionais: promover um substancial reforço da equipe que auxilia o ministro-relator daquelas investigações, Edson Fachin, e incluir na pauta da Suprema Corte, em maio, o julgamento de ação que propõe restringir o instituto do foro privilegiado para autoridades da República.

Tramitam hoje no STF, depois da avalanche de delações de executivos da Odebrecht encaminhadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), 113 inquéritos e 5 ações penais originárias da Lava Jato, sob a supervisão do ministro Fachin. É óbvio, como têm observado alguns ministros do Supremo, que a demora na tramitação desses inquéritos e ações penais não pode ser atribuída apenas a eventual morosidade daquela Corte, porque toda a fase das investigações criminais corre por conta da Polícia Federal e da PGR.
De qualquer modo, cabe ao ministro-relator e sua equipe ?" hoje Fachin conta com três juízes auxiliares ?" não apenas avaliar as denuncias e relatá-las tendo em vista a proposta de abertura, ou não, de ação penal, como também supervisionar o trabalho, dirimir dúvidas e decidir sobre recursos eventualmente apresentados durante a fase de investigação. Além disso, o gabinete do ministro-relator é responsável também por uma cota de processos não relacionados com a Lava Jato, bem como precisa se manter informado sobre todas as ações pautadas para julgamento tanto na 2.ª Turma, da qual Fachin faz parte, como no plenário.

O julgamento do mensalão - o maior do STF até então - dá uma ideia de quanto tempo pode ser necessário para o julgamento final das ações da Lava Jato que superarem as fases preliminares da abertura do inquérito e aceitação da denúncia. O mensalão chegou ao STF, que autorizou as investigações, em julho de 2005. Em abril de 2006 a PGR apresentou a denúncia, que foi aceita em agosto de 2007. Começou então o julgamento propriamente dito, que se estendeu até 2012, com a condenação de quase todos os réus. O julgamento de alguns recursos fez com que o processo do mensalão fosse concluído apenas no final de 2013, mais de oito anos depois de seu início. Se o mesmo prazo for mantido agora, os primeiros processos da Lava Jato estarão concluídos apenas em 2025, com o risco de que muitos dos crimes estejam até lá prescritos.

De acordo com a Constituição Federal têm direito a foro especial, no STF, o presidente da República, ministros de Estado, senadores, deputados federais e ministros do Tribunal de Contas da União (TCU). Essa prerrogativa das autoridades federais vale, enquanto elas ocuparem o mandato ou cargo, para o julgamento de qualquer crime, independentemente de quando tiver sido cometido. A única exceção a esta regra diz respeito ao presidente da República, que só pode ser julgado, enquanto no cargo, por crimes cometidos no exercício do mandato.
As regras de prescrição de crimes são previstas no Código Penal. Muitos dos delitos que emergem da Operação Lava Jato prescrevem no prazo de 12 anos a contar do cometimento do crime. Isso significa que uma autoridade denunciada por esses crimes estará livre se não for julgada até 2022, portando daqui a sete anos. E o prazo de prescrição cai pela metade se o réu tiver mais do que 70 anos de idade. É uma corrida contra o tempo em que a Justiça corre o risco de sofrer muitas derrotas.
Herculano
22/04/2017 10:29
BRINCADEIRAS MACABRAS NÃO SÃO NOVAS, MAS DESVIAMOS ATENÇÃO DAS CAUSAS, por Luiz Francisco de Carvalho Filho, advogado criminal, no jornal Folha de S. Paulo.

Autoridades e médicos mobilizam o noticiário e as rede sociais em torno de tema desconcertante e cercado de mistérios que a humanidade ainda não decifrou, o suicídio.

Baleia Azul é o nome de um jogo que circula entre jovens: um "curador" lança 50 desafios sucessivos e monitorados para os participantes, como escrever siglas na palma da mão, cortar o braço com lâmina, assistir a filmes de terror, ferir os lábios, subir no telhado e se dependurar, não falar com ninguém o dia todo, até o derradeiro, tirar a própria vida.

Originário da Rússia, o jogo sinistro chegou ao Brasil. Como o Código Penal pune a instigação e o auxílio ao suicídio com pena de dois a seis anos de reclusão, aplicada em dobro quando a vítima é menor de idade, delegados de polícia procuram eventuais vínculos com tentativas recentes de jovens em alguns Estados.

Vídeo do prefeito Rafael Greca (PMN), de Curitiba, alerta para os perigos desta "praga moderna", capaz de capturar adolescentes. Quer o envolvimento da Polícia Federal e o cuidado protetor de famílias e escolas. A delegada do Rio de Janeiro responsável pelas investigações locais fez apelo dramático aos pais: "Caso notem um comportamento diferente, que procurem a polícia o mais rápido possível".

Na série "13 Reasons Why", recentemente lançada pela Netflix, a jovem personagem deixa fitas gravadas dando conta das 13 razões pelas quais ela se mataria. Romantiza o assunto, faz sucesso e gera controvérsias.

Psiquiatras têm entendimentos diversos. Para Luís Fernando Tófoli, da Unicamp, pais e educadores devem estar cientes de que a série "tem o potencial de causar danos a pessoas emocionalmente fragilizadas". Diz não ser absurdo considerar que, em alguns casos, possa induzir ao suicídio e que pessoas em situação de risco devem ser desencorajadas a assisti-la.

Daniel Martins de Barros, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, recomenda a precaução de todos, mas reclama do não aproveitamento do "gancho para discutir seriamente o suicídio" e da criação de "pânico em torno de um seriado, de um jogo, de uma moda qualquer", que não são culpados pelos acontecimentos. Pergunta se o adolescente seria tão estúpido a ponto de se matar porque o jogo mandou.

Brincadeiras macabras não são novidade e a roleta russa é apenas um exemplo. Adolescentes sofrem e adquirem, sim, comportamentos diferentes e, no século 21, a taxa de suicídio entre jovens tem viés de alta. Censurar o seriado e prender os "curadores" do jogo Baleia Azul resolveriam o problema?

Temos o hábito de desviar para as coisas a atenção que deveria se direcionar para as causas.

Em virtude do apelo emocional das mensagens de autoridades, como se estivéssemos na iminência de que algo pudesse acontecer em qualquer lugar e a qualquer momento, e do próprio sentimento de impotência gerado pelo descontrole instantâneo da internet, pode-se estimular ainda mais a curiosidade desassistida, os conflitos geracionais e a assombração virtual.

É caso de polícia? Aquele que tenta acabar com a própria vida, jovem ou adulto, não tem nas delegacias, sem preparo profissional e focadas na investigação burocrática, a porta de entrada adequada para o acolhimento médico que necessita
Herculano
22/04/2017 10:23
MULHER DE LULA PEDIU DINHEIRO EM SEU NOME, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste sábado nos jornais brasileiros

Lula tem dito que "quem pediu dinheiro em meu nome deveria ser preso", mas a Lava Jato suspeita que ele pode ter combinado até com sua mulher pedidos em seu nome. Emílio Odebrecht contou à Lava Jato que, por solicitação de Marisa, pagou a reforma de R$ 700 mil do sítio em Atibaia (SP), mas ela pediu "segredo", porque seria "surpresa" para Lula. Mas Emílio deixaria escapar o "segredo", em conversa com o ex-presidente, e não houve surpresa. Porque Lula já sabia de tudo.

HAVIA QUEM PEDISSE
A força-tarefa considera provado que se Lula não pediu propina, como afirma, tinha quem a solicitasse em seu nome, inclusive Marisa.

VALE PEDIDO
Lula jura que jamais pediu "nem dez reais". Merreca, pode ser. Mas Marcelo Odebrecht citou seu pedido de US$ 40 milhões.

TINHA MAIS
Nas delações, ficou claro que outras pessoas muito ligadas a Lula pediam dinheiro à Odebrecht, como Antonio Palocci e Guido Mantega.

OS ARTICULADORES
O articulador da Odebrecht no governo Lula era Emílio, pai de Marcelo Odebrecht que assumiu a chefia, em 2008. Marisa tratava com Emílio.

MARACUTAIA NA PETROBRAS FOI DENUNCIADA EM 2010
Esta coluna bem que avisou, em julho de 2010, sobre um contrato de R$1 bilhão, sem licitação, da Odebrecht na Petrobras, que acabaria em escândalo. Em vez de licitação, a Diretoria Internacional da estatal, chefiada por Paulo Roberto Costa, preferiu "convite". Sabe-se agora que só essa maracutaia no governo Lula rendeu US$ 80 milhões em propinas, segundo delação do ex-executivo Márcio Farias à Lava Jato.

HOMEM FORTE DO LULISMO
Paulo Roberto Costa era "o cara" no governo Lula. Foi inclusive um dos poucos convidados ao casamento da filha de Dilma, em 2008.

ENCENAÇÃO
Em vez de licitação, Paulo Roberto convidou 7 empresas a apresentar propostas. Mas a Odebrecht já estava escolhida.

ESTAVA ESCRITO
Quase quatro anos depois, em março de 2014, a brava turma de Curitiba deflagrava a Operação Lava Jato, que deu no que deu.

IFHC LEVOU R$ 40 MILHÕES
Marcelo Odebrecht revelou em sua delação que "quando FHC saiu [da presidência], as empresas tinham doado para o Instituto FHC. Todas as empresas acho que foi algo em torno de R$ 40 milhões".

CONFRARIA DE CHEFÕES
Marcelo Odebrecht só lembrou de 17 apelidos dos políticos corruptos. Ele se afastou da rotina do propinoduto para priorizar o relacionamento com os poderosos chefões Lula, Dilma, Palocci e Mantega.

OPORTUNISMO RASTAQUERA
O PT, mais uma vez, tenta comover os incautos. Batizou seu próximo congresso da falecida ex-primeira dama, que segundo a fantasia de ladrões da legenda, teria sido "vítima das investigações da Lava Jato".

SEM ALIMENTAR ILUSÕES
O Itamaraty não acredita em recuo da semiditadura venezuelana. "Eles se acham em plena 'revolução', a tendência é que ignorem pressões", diz o atual chanceler Aloysio Nunes, que estava entre os parlamentares hostilizados pelas milícias de Nicolas Maduro em Caracas, em 2016.

NÃO É DE PROPóSITO
Sérgio Moro, juiz responsável da Lava Jato, foi agraciado com a Ordem do Mérito Militar. É a única medalha que mensaleiros condenados, como José Dirceu e Roberto Jefferson, ainda possuem.

NÃO HÁ CORRUPTO SEM CORRUPTOR
Do advogado carioca Nicola Manna Piraino sobre a hipocrisia nacional: "O empresariado sempre mamou nas tetas do Estado. Aliás, quase todos jogam pedras, com os seus telhados de vidro quebrados, mas amam negociar com entes públicos, ou ter um cargo, para se encostar.

PATRULHA CANINA
A dublagem do desenho "Patrulha Canina", exibido na NET, troca sempre os gêneros dos cães, ora exibidos com voz feminina, ora com voz masculina, confundindo crianças de 4 a 6 anos. Não se trata de propaganda sutil de transexualismo. É desleixo e desrespeito mesmo.

AFASTA DE MIM ESSE CÁLICE
Questionado sobre a adoração a Lula e o maior esquema de corrupção do planeta, Chico Buarque sempre respondia "e o PSDB?", acreditando em outra mentira, a de que a Lava Jato era "contra o PT", seu partido. Ele deve estar com a cara no chão: a Lava Jato chegou ao PSDB.

PERGUNTA NA PF
O depoimento de Aldemário "Léo" Pinheiro, ex-chefe da OAS, era o que faltava para prender Lula?
Herculano
22/04/2017 10:07
da série: os intelectuais, militantes e a massa dirigente do PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCO e outros da esquerda do atraso, continuam a defender a venezuelização do Brasil como a redenção para roubalheiras que pratica e continuam sendo descobertas a rodo por aqui, como um forma empobrecer, fragilizar, dominar o povo e livrar os dirigentes da cadeia pelas práticas nefastas. A legislação fascista de 1935, que disciplina a relação de trabalho na revolução industrial é tão moderna que será preciso impedir urgentemente o avanço dos aviões, carros, mobilidade, eletrodoméstico, remédios, procedimentos cirúrgicos, da computação, mundo digital, saneamento, controle da poluição, rádio, televisão, armas, a diversidade... A única coisa que não pode retroceder é a ditadura, o roubo contra os impostos dos cidadãos...pra os espertos dirigentes sindicais, políticos...

O RETROCESSO AVANÇA, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no jornal Folha de S. Paulo

Para comemorar comme il faut um ano do golpe parlamentar contra Dilma Rousseff, as forças empenhadas em dissolver as bases de qualquer projeto nacional deram nova demonstração de vontade ofensiva. Na quarta-feira (19), conseguiram reunir 287 votos (contra 144) para avançar a reforma trabalhista na mesma Câmara dos Deputados que abriu o processo de impeachment contra a ex-presidente. É verdade que foram 80 sufrágios a menos do que os obtidos para levar a então mandatária ao cadafalso, mas revela uma disposição radical cujas consequências se prenunciam funestas.

Clemente Ganz Lúcio, diretor do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), chama a atenção para o caráter interligado dos projetos constitucionais em curso. O dinheiro poupado do corte de benefícios previdenciários proposto é importante para viabilizar a PEC dos gastos, aprovada em outubro passado. Como o teto estabelecido impede o aumento de dispêndio público, será preciso tirar das aposentadorias para manter o mínimo de funcionamento em outras áreas (segurança, saúde, educação etc.).

Por outro lado, o regime de urgência aprovado para as alterações na legislação existente desde os anos 1940 pode eliminar direitos históricos da classe trabalhadora. Além de permitir, entre outras muitas medidas, que o negociado prevaleça sobre o legislado, abrindo o caminho para que a CLT vire letra morta onde os sindicatos são mais fracos, o parecer do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) investe contra o imposto sindical. Embora a contribuição obrigatória seja fonte inequívoca de burocratização, aboli-lo no contexto desta reforma significa esvaziar a principal fonte de resistência ao retrocesso generalizado.

Para completar, a Câmara, ao ampliar, em março, por 231 a 188 votos, o raio de ação das empresas terceirizadas, que agora podem realizar também as atividades-fim de outras firmas, colocou nova parcela da força de trabalho mais longe do alcance da fiscalização. Pode-se imaginar o quanto tudo isso precarizará as relações de trabalho, tendendo, talvez, a diminuir a base de arrecadação da Previdência e reforçando a necessidade de cortar benefícios.

Aos poucos, como se viu na manifestação de 15/3, a sociedade começa a acordar para o tamanho do retrocesso em curso. Redução do valor do trabalho, deterioração dos serviços públicos, destruição e venda do patrimônio nacional para estrangeiros, desindustrialização acelerada e ameaça às liberdades democráticas. Resta saber se haverá tempo para desligar o modo demolição em que o jogo atual vem sendo jogado antes que seja tarde. Parte da resposta virá nos protestos previstos para sexta que vem.
Herculano
22/04/2017 09:53
CORRUPÇÃO RONDA A ODEBRECHET DESDE A DITADURA

Em depoimento à força-tarefa da Lava Jato, Emílio Odebrecht deu a entender que o convívio de sua empresa com a corrupção começou há 30 anos, quando o Brasil já havia se redemocratizado. Documento disponível nos arquivos do Senado demonstra que não é bem assim. A suspeição já rondava o Grupo Odebrecht durante a ditadura militar. Em 17 de abril de 1979, Norberto Odebrecht, pai de Emílio, sentou-se num banco de CPI, no Senado, para se defender de denúncias de desvio de verbas, superfaturamento e favorecimento nas obras do complexo nuclear de Angra - um negócio iniciado há 45 anos, em 1972, sob o governo do general Emílio Médici.

As informações que você lerá abaixo foram extraídas do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito criada no Senado para investigar o Acordo Nuclear Brasil?"Alemanha. A CPI começou a funcionar em outubro 1978, no governo do general Ernesto Geisel. O documento que registra o resultado do trabalho, só foi publicado no Diário do Congresso em agosto de 1982, quase quatro anos depois, já durante o mandato do general João Figueiredo, último presidente do ciclo militar. As denúncias contra a Odebrecht eram apenas parte da matéria-prima da CPI, que nasceu de uma reação dos senadores a uma notícia publicada pela revista alemã Der Spiegel.

O ânimo da maioria dos senadores não era o de investigar, mas o de demonstrar que a revista ofendera o Brasil injustamente. A CPI teve dois relatores. O primeiro deles, senador Jarbas Passarinho, anotou no seu relatório final coisas assim: "Em setembro de 1978, a revista alemã 'Der Spiegel' publicou extensa reportagem sobre o Programa Nuclear Brasileiro. Da sua leitura, nota-se o caráter sensacionalista da matéria e a clara insinuação de que o brasileiro é irresponsável e incompetente na condução de realizações complexas?". Era nítido o desejo de desqualificar a notícia. Mas o relatório da CPI deixava antever que já vigorava na época a "normalidade" de que falou Emílio Odebrecht aos procuradores da Lava Jato (reveja o vídeo abaixo).

O relator toureou as denúncias da revista o quanto pôde. Deu crédito irrestrito a versões oficiais, recolhidas em depoimentos de autoridades. Entretanto, a despeito de toda a má vontade com o teor da reportagem da Der Spiegel, ecoada por jornais brasileiros, Jarbas Passarinho teve dificuldades para isentar a Odebrecht.

Anotou a certa altura: "De tudo o que a revista alemã deu a público, só essa denúncia de que a Construtora Norberto Odebrecht recebeu a adjudicação das obras civis de Angra II e Angra III sem concorrência é o que se provou verdadeira. A publicação insinua, porém, que por trás do suposto favorecimento estaria o ministro [Ângelo] Calmon de Sá, do Comércio e Indústria."

Por concorrência, a Odebrecht havia sido contratada em 1972 para construir a usina nuclear de Angra I. Quatro anos depois, em 1976, o governo contratou a mesma Odebrecht para erguer as usinas de Angra II e Angra III, dessa vez sem o inconveniente da licitação. Por trás do favorecimento, acusou a revista alemã, estavam as digitais do então ministro Calmon de Sá (Comércio e Indústria), um ex-diretor da empreiteira. A CPI apressou-se em isentar o ministro. Alegou-se que ele deixara os quadros da Odebrecht havia mais de dez anos.

Sustentou-se, de resto, que Calmon de Sá ainda não integrava o governo quando a construtora venceu a concorrência de Angra I. E estava na presidência do Banco do Brasil, não na Esplanada dos Ministérios, quando a empresa beliscou sem licitação os contratos de Angra II e III. Quanto ao favorecimento à empreiteira, a CPI fez ginástica para concluir que havia na legislação da época brechas que autorizavam o drible à concorrência. Curiosamente, o relatório de Jarbas Passarinho, aprovado pela maioria da CPI, reconhece que a Odebrecht foi premiada depois de exibir um desempenho precário no canteiro de obras de Angra I.

"De 1972 a 1974, a Construtora Norberto Odebrecht não se desincumbia satisfatoriamente de sua tarefa", anota o relatório final. Documentos oficiais atestavam "incapacidade técnica" e "dificuldades financeiras" da empreiteira. O problema financeiro foi resolvido com a antecipação de pagamentos à construtora. A debilidade técnica foi contornada com a troca do comando da equipe. A operação resultou em atrasos no cronograma da obra. Que não impediram o governo de prover à Odebrecht dinheiro extra e antecipado.

Ao resumir o inusitado da situação, o relatório da CPI tornou-se surreal. Revela maior preocupação em livrar a cara do ministro do governo militar do que em esquadrinhar as culpas da Odebrecht. Diz o texto a certa altura: "Claro está que fora autorizada uma concessão generosa, não prevista no contrato: o adiantamento de recursos, uma espécie de fundo rotativo, de sorte a eliminar as dificuldades financeiras da construtora. Se tal procedimento configurou ou não descabida generosidade, nada certamente pode ser imputado ao doutor Calmon de Sá, à sua possível 'influência' como ministro de Estado, que não era".

Concluiu-se também que a estatal Furnas praticamente fez uma "intervenção branca" no canteiro da obra ao impor a troca de equipe. Mas fez tudo parecer um prêmio, já que alterou o contrato para poder antecipar pagamentos à construtora. Para a CPI, "a decisão provou ser boa", apesar dos "seus aspectos estranhos." As críticas à Odebrecht converteram-se em elogios. Que desaguaram na dispensa de licitação.

Em sua fase final, a CPI trocou de relator. Jarbas Passarinho foi substituído pelo então senador Milton Cabral, que incorporou integralmente o trabalho do antecessor no seu relatório. A exemplo de Passarinho, Cabral também teve dificuldades para esconder o que estava na cara. Os contratos assinados entre a estatal Furnas, a multinacional Westinhouse (fornecedora do reator da usina nuclear), e a Odebrecht, teve de reconhecer o senador, "exibiram evidentes fragilidades em vários dos seus dispositivos (prazos, conceitos e fórmulas de remuneração, transferência de responsabilidade, etc.), tanto que numerosos aditamentos mudaram profundamente a regra do jogo, como estabelecida inicialmente para efeito de seleção de concorrentes."

O relator prosseguiu: "É claro que tais alterações forçariam substanciais aumentos dos custos, e não fizeram antecipar, nem mesmo cumprir, qualquer prazo, inclusive os renovados." Quer dizer: o Estado pagou mais do que estava previsto no contrato. Amargou atrasos. Foi obrigado a prorrogar os prazos. Que foram novamente descumpridos. E a CPI cuidou de desqualificar apenas a reportagem que deu origem à pseudo-investigação parlamentar.

"Curiosamente, e felizmente, as falhas apontadas pela reportagem da revista Der Spiegel nas obras de Angra I não foram confirmadas", registra o relatório final. "Como elas atingiam a qualidade técnica dos trabalhos, foi para nós um alívio constatarmos que não existiu nenhum edifício afundando como um saca-rolhas, não ficou o turbo-gerador fora de alinhamento? Comprovadamente, a Der Spiegel deixou-se levar, no caso, por falsas informações. As falhas observadas na execução de Angra I, de natureza diversa das apontadas pela revista alemã, foram puramente administrativas, que afetaram prazos e custos."

Lendo-se o documento da CPI, percebe-se que a Odebrecht da era militar talvez não fosse mais honesta do que a construtora pilhada na Lava Jato. Era apenas uma empresa mal investigada. No período em que o governo brasileiro vestia fardas, não havia Ministério Público independente nem Polícia Federal autônoma. Norberto Odebrecht, o fundador do grupo, morreu aos 93 anos, de infarto. Feneceu em julho 2014, apenas quatro meses depois da deflagração da operação que prendeu o neto Marcelo Odebrecht e virou a empresa do avesso.

O destino privou o fundador Norberto de assistir à conversão do filho Emílio e do neto Marcelo em delatores. Vivo, estaria se perguntando se o negócio da família sobreviverá às palavras de Emílio: "O que nós temos no Brasil, não é um negócio de cinco anos, dez anos atrás. Nós estamos falando dee 30 anos atrás. [?] Então, tudo que está acontecendo era um negócio institucionalizado. Era uma coisa normal. Em função de todos esses números de partidos, onde o que eles brigavam, era por quê? Era por cargos? Não. Todo mundo sabia que não era. Era por orçamentos gordos. Eles queriam orçamento. Ali os partidos colocavam seus mandatários com finalidade de arrecadar recursos para o partido, para os políticos. E isso é há 30 anos que se faz isso."
Herculano
22/04/2017 09:40
OS EMPREENDEDORES RECLAMAM COM RAZÃO, DO ESTADO ELEFANTE, INEFICAZ, BUROCRÁTICO, DESIGUAL E LADRÃO NÃO PROPRIAMENTE CONTRA APENAS OS EMPRESÁRIOS, INOVAÇÃO, MODERNIDADE E OPORTUNIDADES, MAS ESPECIALMENTE CONTRA OS CIDADÃOS E A PERSPECTIVAS DESTE CONJUNTO CRIAR CONSUMIDORES ALANCADORES DE EMPREGOS, IMPOSTOS E BEM ESTAR SOCIAL, POSSIBILIDADES SEMPRE RENEGADAS PELA ESQUERDA DO ATRASO QUE PRECISA DA MISÉRIA, CONFLITO PERMANENTE E DISPUTA ENTRE OS DESIGUAIS PARA SE ESTABELECER NA FALSA DISPUTA E PODER.

VOCÊ ACHA QUE ISTO ACONTECE LONGE DAQUI? É Só OLHAR PARA A EMBOLORADA, ENCASTELADA, CARA, SEM LIDERANÇA E INOVAÇÃO FIESC QUE SE LIMITA A UMA REPRESENTAÇÃO DA ÉPOCA DE OURO DO ENTÃO GOVERNADOR CELSO RAMOS. HOJE UM CABIDE DE GORDAS REMUNERAÇÃO E SUSTENTAÇÃO DE STATUS QUE APENAS A DEIXAM NO SÉCULO 20 DIANTE DAS VELOZES MUDANÇAS DE MERCADO, PRODUTOS, CONSUMO E RELACIONAMENTOS

Curta essa e que mostra o empresário que ao invés de liderar o processo que defende nos falsos discursos, joga o jogo do atraso, da dúvida, da corrupção, do sindicalismo patronal do atraso, o mesmo que o laboral de esquerda faz com todas as forças para impedir avanços ao povo.

MODERNIZAÇÃO DEMOCRÁTICA, por Julianna Sofia, secretária de redação da suc ursal de Brasília do jornal Folha de São Paulo

Quase tão antigas quanto o embolorado imposto sindical (criado pela Constituição de 1937), as contribuições compulsórias para o Sistema S surgiram na década de 1940, sob a ditadura Vargas, para financiar escolas de formação profissional e ações para promover o bem-estar social de trabalhadores da indústria e do comércio.

No ano passado, cerca de R$ 16 bilhões saíram dos caixas das empresas para abastecer o sistema, que já reúne 141 instituições. São recursos cobrados pela Receita Federal sobre a folha de salários, mas que nem passam pelo Orçamento da União. É dinheiro grosso na estrutura financeira das entidades representativas do empresariado nacional.

O TCU (Tribunal de Contas da União) e a torcida do Flamengo reclamam da falta de transparência nos gastos do sistema. Há informação insuficiente sobre a gratuidade dos cursos oferecidos -em outra parte deles cobra-se mensalidade dos alunos. Também padece de detalhamento as folhas de pagamento das entidades, com seus vantajosos planos de cargos e salários.

Em 2014, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, foi alvo de acusações de propaganda eleitoral antecipada na corrida ao Palácio dos Bandeirantes por aparecer em campanha de TV e rádio patrocinada com verba do sistema. Outros Ss foram descobertos pela Operação Acrônimo fazendo pagamentos em série à enrolada agência de comunicação Pepper, envolvida no caixa dois de eleições petistas. Casos de nepotismo e de ocupação semivitalícia da cúpula dessas instituições ocorrem de baciada.

O imposto sindical arrecadou em 2016 mais de R$ 3,5 bilhões, que foram partilhados entre governo, sindicatos, federações, confederações e centrais. A divisão inclui o patronato.

No calor do debate sobre modernizar a legislação trabalhista e a forma de financiamento do sindicalismo, rediscutir a caixa-preta do Sistema S (com perdão pelo clichê) é, no mínimo, exercício democrático.
Herculano
22/04/2017 09:18
REGISTRO

O repórter da Rádio 87.9 FM, de Gaspar, Paulo Flores, faz aniversário hoje.
Mariana Sulfinner
21/04/2017 23:44
Sr. Herculano Martins,

Quero agradecer a sua existência e sua postura, tanto quanto o malfadado governo anterior quanto o atual.
Gaspar não merece, famílias pagam pra construir ruas e a EQUIPE meia boca faz propaganda enganosa.. como por exemplo, o prolongamento da Doralicio GARCIA (vide tv GASPAR) comprada. Diferente de sua coluna que AGE da mesma forma. ANTES e depois PT.
E O PACA INSISTE em levar arena multi uso pro Gasparinho pra valorização seus terrenos.
P A R A B E B E N S por sua conduta nessa terra de babacas, vereadora tucana orientada por CIRO FRIGOBAR.
Herculano
21/04/2017 20:37
O PT, PCdoB, PSOL E A ESQUERDA DO ATRASO É UMA INCOERÊNCIA AMBULANTE. DESQUALIFICAM A JUSTIÇA, INVESTIGADORES E O MINISTÉRIO PÚBLICO A TODO MOMENTO. MAS AO MESMO TEMPO, REITERADAMENTE, FAZEM USO DESSAS INSTITUIÇÕES PARA CONSTRANGER, INTIMIDAR, CALAR, PUNIR, COMEMORAR, LEVAR VANTAGENS E DAR LIÇÕES À SUPOSTOS ADVERSÁRIOS [E PERDEM].

JUIZ CONSIDERA IMPROCEDENTE PEDINDO DE INDENIZAÇÃO DE LULA CONTRA EX-SENADOR. EX-PRESIDENTE PEDIA R$ 1,5 MILHÃO POR DANOS MORAIS AO EX-PETISTA DELCÍDIO DO AMARAL.

Conteúdo da revista Época. Texto de Murilo Ramos. O juiz Mauricio Garcia, do Tribunal de Justiça de São Paulo, considerou improcedente um pedido de indenização que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez contra o ex-senador petista Delcídio do Amaral. Na ação, Lula diz que Delcídio, em acordo de delação premiada, o acusou falsamente de tentar obstruir a Justiça. A defesa de Lula diz ainda que Delcídio depôs aos procuradores da Lava Jato afetado pelo gás que teria vazado de um gerador de luz que ficava ao lado de sua cela, o que violaria o princípio da "voluntariedade" da delação. O ex-presidente queria R$ 1,5 milhão de indenização por danos morais. O juiz da comarca de São Bernardo julgou a ação improcedente e determinou que Lula pague as custas do processo.

"Significa dizer que aqueles que optam pela vida política, muito mais que o cidadão comum, sujeitos estão ao escrutínio popular sobre seus atos, além de submetidos a imputações acerca da probidade e honestidade de suas ações", diz Garcia em seu despacho
Herculano
21/04/2017 20:24
JACQUES WAGNER É CONDENADO A PAGAR R$15 MIL POR NOMEAÇÃO DE MARIDO DE IDELI A CARGO NOS ESTADOS UNIDOS

Conteúdo do G1. Texto do Diário Catarinense. O ex-ministro da Defesa Jacques Wagner (PT) foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a pagar uma multa de R$ 15 mil pela nomeação do marido da ex-ministra e ex-senadora catarinense Ideli Salvatti (PT) a um cargo em Washington (EUA). A nomeação de Jeferson da Silva Figueiredo ocorreu em setembro de 2015, meses depois de a catarinense assumir um posto na Organização dos Estados Americanos (OEA), também na capital americana. A decisão de multar o político baiano foi tomada pelo plenário da corte na última quarta-feira, informou o portal G1.

Jeferson da Silva Figueiredo é 2º tenente músico do exército e assumiu cargo de ajudante da Subsecretaria de Serviços Administrativos e de Conferências na Junta Interamericana de Defesa por um período de dois anos, a partir do dia 1º de outubro de 2015. Já o posto de Ideli vai até o ano de 2020, pelo menos.

Na reunião da corte, o ministro relator, André de Carvalho, também pediu a inabilitação de Jaques Wagner para cargos públicos por seis anos, porém os seus colegas, puxados pelo ministro revisor José Múcio, consideraram a punição desproporcional.

Em seu voto, o ministro relator afirmou que a nomeação de Figueiredo ocorreu apenas por interesses particulares. Carvalho afirmou ainda que a transferência foi feita sem a devida consulta do Superior Comando Militar. O relatório do caso aponta que o ato foi "ilegítimo" e "antieconômico". O marido de Ideli recebe um salário mensal de US$ 7,4 mil, aproximadamente R$ 23,3 mil no câmbio atual.

Ao G1, a assessoria do ex-ministro informou que a decisão de nomear Figueiredo obedeceu parecer da Advocacia Geral da União (AGU) e que a multa era passível de recurso, embora Wagner ainda não tenha decidido se irá recorrer. Falou ainda que a tese do ministro relator foi derrubada em plenário, apesar da multa.

A ex-ministra [ex-senadora catarinense pelo PT e gasparense honorária] Ideli Salvatti informou que não vai se manifestar sobre o caso.
Herculano
21/04/2017 19:59
DESTRUIR PROVAS DÁ CADEIA. MORO PRENDERÁ LULA? por Josias de Souza.

Em depoimento devastador, Léo Pinheiro confirmou velhas suspeitas e atravessou no caminho de Lula uma acusação nova. O ex-presidente da OAS disse a Sergio Moro que Lula lhe pediu para destruir provas das propinas que pagou ao PT por intermédio do então tesoureiro João Vaccari. Pela lei, isso dá cadeia. Que o diga Marcelo Odebrecht. A pergunta do momento é: o juiz da Lava Jato terá disposição para colocar Lula preventivamente atrás das grades antes de uma condenação confirmada na segunda instância do Judiciário?

De toda a turma do canteiro de obras, lugar de movimentos pesados e muita lama, Léo Pinheiro era o que tinha mais intimidade com Lula. Gostavam de jogar conversa fora juntos. Num dos encontros, contou o empreiteiro a Moro, Lula "textualmente me fez a seguinte pergunta: 'Léo, o senhor fez algum pagamento a João Vaccari no exterior?'. Eu disse: 'Não, presidente, nunca fiz pagamento a essas contas que nós temos com Vaccari no exterior'."

Segundo Léo, Lula engatou outra pergunta: "Como você está procedendo os pagamentos para o PT?". E ele: "Através do João Vaccari. Estou fazendo os pagamentos através de orientações do Vaccari, de caixa dois, de doações diversas que nós fizemos a diretórios e tal." Sobreveio, então, a ordem do morubixaba do PT: "Você tem algum registro de algum encontro de contas feitas com João Vaccari?? Se tiver, destrua".

Prevista no terceiro capítulo do Código de Processo Penal, a prisão preventiva pode ser decretada em qualquer fase do processo ?"durante o inquérito policial ou no curso da ação penal. Diz o artigo 312: "A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria."

No caso específico, a prisão de Lula se justificaria, em tese, "por conveniência da instrução criminal" e "para assegurar a aplicação da lei". Um réu que encomenda a destruição de provas não está senão criando obstáculos para impedir que a lei se cumpra. Se quisesse, Moro poderia invocar o artigo 312 do Código de Processo Penal contra Lula, aprisionando-o por tempo indeterminado.

Entretanto, se estiver com os miolos no lugar, Moro perceberá que há um limite depois do qual o rigor deixa de ser uma virtude na rotina de um magistrado. No momento, é desnecessária e arriscada a detenção de Lula. É desnecessária porque, se há um esforço para atrapalhar a produção de provas, não está funcionando. É arriscada porque a ordem pode ser revogada por um tribunal superior mediante recurso. Melhor reunir as evidências e produzir uma sentença sólida.
Herculano
21/04/2017 19:51
TEM ATÉ CERTIDÃO DE COMPRA

Conteúdo de O Antagonista. Dezenas de provas colhidas pela Lava Jato demonstram que a cobertura no Guarujá sempre foi de Lula.

Merval Pereira, na GloboNews, debochou do argumento da defesa do Brahma:

"A denúncia de Léo Pinheiro tem documentos que comprovam a propriedade do apartamento do Guarujá.

Inclusive, com documentos apreendidos no apartamento do ex-presidente Lula, quando ele foi levado coercitivamente para depor. Tem até uma certidão de compra, com o número do apartamento rasurado. O próprio advogado de Lula forçou Léo Pinheiro, no depoimento ao juiz Sergio Moro, a responder que pagara com propina a cobertura para o ex-presidente."
Herculano
21/04/2017 19:46
APóS VÍDEO CONTRA RELATóRIO DE ABUSO, RANDOLFE E REQUIÃO BATEM BOCA NAS REDES SOCIAIS

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Erich Decat, da sucursal de Brasília. O relator do projeto de abuso de autoridade no Senado, Roberto Requião (PMDB-PR) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) bateram boca pelas redes sociais nesta sexta-feira, 21, após divulgação de vídeo postado pelo líder a Rede contra o relatório da proposta.

Na gravação realizada com a participação dos senadores Cristovam Buarque (PPS-DF) e Reguffe (sem partido-DF), Randolfe afirma que a aprovação do projeto poderá prejudicar as investigações no âmbito da Lava Jato.
"Se for aprovado o substitutivo do senador Requião, estão comprometidas as ações futuras da magistratura, do Ministério Público, do próprio futuro de Operações como a Lava Jato que tem sido um marco no combate à corrupção neste País", afirma Randolfe nas imagens postadas no seu perfil do Twitter.

"Só faltaram colocar no último artigo: essa lei entra em vigor a partir do inicio da Operação Lava Jato. Não podemos deixar que isso passe", afirma Cristovam. Já Reguffe faz uma apelo para que a sociedade se mobilize contra a votação da proposta. "Esse projeto de abuso de autoridade mais parece um projeto para proteger algumas autoridades", afirma o senador.

Após as declarações serem postadas nas redes sociais, Requião e Randolfe deram início ao bate boca com o primeiro postando: "Vídeos com jograis, sem conteúdo, oportunistas, desqualificando trabalho sério a a favor dos direitos do cidadão. Molecagem!"

O senador amapaense respondeu: "Respeite!! Você e seus capangas não me intimidam".

Respeite!! Você e seus capangas não me intimidam.
O projeto de abuso de autoridade consta na pauta da Comissão de Constituição e Justiça do Senado da próxima quarta-feira, 26. Caso seja votado o texto segue para discussão no plenário da Casa. O texto abrange os crimes de abuso cometidos por agentes públicos incluindo militares, servidores públicos e pessoas a eles equiparadas, além de integrantes do Ministério Público e dos poderes Judiciário e Legislativo de todas as esferas da administração pública: federal, estadual, distrital e municipal.

Apesar de ter acatado parcialmente a proposta do procurador-geral Rodrigo Janot em seu novo relatório, Requião não aceitou modificar o trecho que trata de supostas interpretações equivocadas da lei, considerado o mais polêmico. Requião avaliou como "inconsistentes" as mudanças propostas pela PGR. No projeto apresentado ao Senado pela PGR, fica estabelecido que "não configura abuso de autoridade a divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas, desde que fundamentadas". Para Requião, a expressão "desde que fundamentada" não foi bem colocada.
Ricardo
21/04/2017 13:26
Herculano já decidi!!
Ano que vem não voto em nenhum candidato em Santa Catarina que já esteja legislando. Vou votar em gente que não faz parte dessa classe que humilhou a política e que nos colocaram numa situação econômica catastrófica.
Chega de macaco velho.
Analisando o cenário brasileiro, tinha uma pessoa que votaria e que é senador em outro estado, se chama Alvoro Dias, pelo menos esse acho que daria para confiar um voto. Mas como não voto no Paraná, tem que ser tudo caras novas mesmo.
Sidnei Luis Reinert
21/04/2017 12:09
Palocci, Léo e Abel Zebu decretam: Vade Retro, $talinácio!


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Vale repetir a pergunta feira no artigo de ontem: Delação é traição? Quem não quer saber de fazer e responder a tal pergunta é Antônio Palocci Filho. Preso desde setembro pela Lava Jato, e sem vontade de passar a temporada de frio siberiano nos cárceres da República de Curitiba, o médico que cuidava da saúde de captação financeira do Partido dos Trabalhadores assumiu um compromisso público com o titular da temida 13ª Vara Federal na capital paranaense - onde Luiz Inácio Lula da Silva sentará no próximo dia 3 de maio, com grandes chances de terminar preso de forma provisória, preventiva, ou por desacato ao judiciário que já ousou obstruir nos fins do desgoverno Dilma.

Palocci cometeu sincericídio: "Fico à sua disposição hoje e em outros momentos, porque todos os nomes e situações que eu optei por não falar aqui, por sensibilidade da informação, estão à sua disposição o dia que o Sr. quiser. Se o Sr. estiver com a agenda muito ocupada, a pessoa que o Sr. determinar, eu imediatamente apresento todos esses fatos com nomes, endereços, operações realizadas e coisas que vão ser certamente do interesse da Lava Jato. Acredito que posso dar um caminho, que talvez vá dar um ano de trabalho, mas é um trabalho que faz bem ao Brasil."

Depois desse compromisso público de Palocci ninguém mais duvida que ele fará a "delação das delações". A promessa de inconfidência de Palocci (o consultor que sabe demais) foi um grande presente ao Brasil que precisa ser passado a limpo quando fazemos mais uma homenagem a Tiradentes. Na História, Palocci ficará conhecido como o "traidor da Petelândia". Talvez só perca para Judas. Mas vai disputar, pau a pau, como o menos famoso Joaquim Silvério dos Reis ?" que entregou à Coroa Portuguesa os inconfidentes mineiros.

Palocci também vai disputar o título de super-traidor com Léo Pinheiro, amigão de Lula que foi presidente da empreiteira baiana OAS (sigla que poderia receber a livre tradução de "Obrigado Amigo $talinácio". Pinheiro dedurou a Sérgio Moro que Lula chegou a lhe pedir para destruir provas sobre a real propriedade do famoso triplex do Guarujá. O delator premiado também deixou claro que o apartamento era destinado à Família Lula da Silva. Moro agora quer interrogar Lula para confirmar se será válida uma delação premiada negociada por Léo Pinheiro ?" que também garante que Lula é o dono real do famoso Sítio de Atibaia.

A temperatura no governo brasileiro vai subir bem acima da verificada no Inferno, e não vai ser com a ajuda da Petrobras que subiu o preço dos combustíveis em pleno feriadão. Os deuses do mercado já estão ultra tensos, por Palocci sinalizar que vai dedurar gente poderosa do sistema financeiro. O temor com aumento de instabilidade por influência negativa da politicagem sobre a economia fica ainda mais forte, depois que o ministro relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, pediu ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que se manifeste sobre a possibilidade jurídica de apurar crimes supostamente cometidos por Michel Temer.

O STF foi provocado por uma ação (agravo regimental) do PSOL. O partido argumenta que isentar o Presidente da República de investigação "causa gravíssimo prejuízo ao Direito de ver devidamente apurada a existência de infração penal". O próprio Supremo já reconheceu que, de acordo com a jurisprudência do Tribunal, "não existe qualquer óbice constitucional para que uma investigação seja conduzida em desfavor do chefe do executivo".

"Lava Jacta est"... Fazendo a tradução Tabajara da famosa frase latina corrompida pelo bom humor: "O azar dos políticos corruptos está lançado". Também aceita-se outra versão: "A sorte dos corruptos está laçada". Não há ironia histórica melhor que lembrar que hoje é dia de celebrar Tiradentes ?" aquele que, por quase nada, sem ser corrupto, foi parar na forca, sendo depois esquartejado para exibição pública...

Delação é danação... Abel Zebu, demônio caricato e corrupto que a Rede Globo escalou para encenar a super-série "Vade Retro", vai morrer de tanto rir, depois de comer um churrasquinho envenenado com carne de gato falsificada, de alguma marca sem nome. Uma coisa é certa: se depender do Diabo, o Capimunismo tupiniquim está com os dias contados...

Afinal, o cramulhão não admite concorrência desleal dos corruptos políticos, empresários e malfeitores públicos de Bruzundanga...
Herculano
21/04/2017 11:36
O MESMO CRIME E DUAS PERCEPÇÕES OPOSTAS

O senador mineiro Aécio Neves, presidente do PSDB, está enrolado nas delações das empreiteiras, ao menos na mais conhecida de todas, a Odebrecht.

Os petistas dizem que está marcado e que o que se revelou e vai ao inquérito, inviabiliza ser candidato a presidente da República no ano que vem. Eu também penso assim. E deveria ser assim. As pesquisas mais recentes mostram isso.

Agora, do outro lado, o fundador do PT, o seu presidente de honra até hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está em pior situação: sobram-lhe inquéritos, tem denúncias e está respondendo a processos, tanto que na semana que vem vai a Curitiba.

O que dizem os petistas sobre Lula? Que ele tem todas as condições para ser presidente da República e que nenhuma das acusações, crimes ou até condições vai tirar essa possibilidade.

Será? Por que Aécio manchado, não testado, não pode e Lula, enlameado, testado e depois de levar o país à bancarrota com Dilma Vana Rousseff, pode? As pesquisas mostram que essa realidade existe.

Brasileiro gosta de sofrer, de ver seus impostos roubados por políticos ou somos um país de bandidos e precisamos de iguais para nos governar para assim mostrar que lei, justiça e investigação são para os fracos, os trouxas e os outros? Wake up, Brazil!
Herculano
21/04/2017 11:27
PODE VIR QUENTE QUE ESTOU FERVENDO, por Carlos Brickmann

Agora que, passada a Páscoa, 2017 está começando, a Lava Jato vem com tudo: as delações premiadas de João Santana e Mônica Moura, os marqueteiros do PT (que conhecem boa parte das manobras da Odebrecht para financiar as campanhas de Lula, Dilma e candidatos presidenciais em países latino-americanos); e o avanço nas negociações para a delação premiada de Antônio Palocci, chefe da Casa Civil de Dilma, ministro da Fazenda de Lula e seu principal contato nos meios financeiros. Dizem que Palocci vai mostrar como bancos e conglomerados financiaram o PT.

Há ainda o depoimento de Léo Pinheiro, que era presidente da OAS na época da reforma do apartamento triplex, no Guarujá, que não é de Lula; da reforma do sítio de Atibaia, aquele que também não é de Lula; e do pagamento da guarda dos presentes que Lula ganhou como presidente, e que segundo o Ministério Público não são de Lula, mas da Presidência.

Por fim, o depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro. Lula montou duas estratégias: uma política, lotar ônibus com petistas e cercar o local do depoimento; outra, jurídica, de convocar 87 testemunhas, para atrasar o julgamento. Nenhuma deve funcionar: os antipetistas também prometem se reunir em Curitiba. E Sérgio Moro, para coibir a iniciativa de atrasar o julgamento, determinou que Lula esteja presente nos 87 depoimentos.

Antecipar sua estada em Curitiba é aquilo que Lula menos deseja.

AVALANCHE - COMO LIDAR 1

Acusa-se o Supremo de lentidão - mas o fato é que lhe deram muitas atribuições sem reforçar sua estrutura. O tribunal que deveria julgar só temas constitucionais chega a cuidar de ladrões de galinhas. E o foro privilegiado agravou a situação: hoje, há 500 processos contra autoridades Para julgá-los, onze ministros. Agora, com a delação da Odebrecht, surgem mais 74 processos. A OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, sugeriu a convocação de juízes instrutores para auxiliar os ministros. A medida é autorizada pelo regimento interno do Supremo.

AVALANCHE - COMO LIDAR 2

A ministra Carmen Lúcia, presidente do STF, decidiu convocar um "grupo de reforço especializado" para dar agilidade aos processos de quem está relacionado à Operação Lava Jato. A assessoria de imprensa do STF diz que a decisão não tem nada a ver com o pedido da OAB. Coincidência.

ONDE ESTÁ O DINHEIRO...

Esta coluna errou, ao dizer que a Odebrecht gastou um bilhão e tanto em propina. Na verdade, em nove anos de petismo (2006 a 2014), tirou de seus cofres US$ 3,37 bilhões - veja bem, dólares, não reais. Até 2008, a Odebrecht gastava em propinas, agrados, pixulecos, mimos, 0,5% de sua receita anual. A partir daí, o volume aumentou muito. Em 2012, o custo do escândalo já era de 1,7% da receita - e a receita também tinha aumentado, graças ao fermento da propina. Para a Odebrecht, tudo bem: gastava mais, mas faturava muito mais.

Para o país, péssimo: a eficiência ficou esquecida. Dava menos trabalho pagar mais pelos equipamentos, material de construção e serviços, e descontar tudo no superfaturamento, do que negociar os preços com seus fornecedores. O preço das obras explodiu.

´´´´O GATO COMEU

Esta coluna perguntou como a Odebrecht tirava dinheiro de suas contas para subornar autoridades sem que Coaf e Receita Federal sequer suspeitassem da existência de algo errado. Um leitor assíduo desta coluna, conhecedor de finanças, explica: "O dinheiro vem de superfaturamentos. Uma obra é vendida e faturada pelo dobro (com a conivência remunerada de algumas autoridades e a desatenção ou incompetência de outras). Todos os impostos são pagos e, portanto, não há sonegação. O dinheiro aparece no balanço como lucro. Logo, não é caixa 2; mas a Odebrecht não pode, em circunstâncias normais, confessar que superfatura contratos e aditivos. Parte disso é dado como propina, que garante mais superfaturamento".

OK; mas a dúvida continua válida. Como é que registra as retiradas do caixa, sem que a Receita Federal e autoridades financeiras não percebam?

MAS A VIDA CONTINUA

Aécio talvez não consiga ser candidato, depois da delação da Odebrecht. Serra apanhou menos, mas apanhou. Quem será o candidato do PSDB? Lula, apesar do temporal de acusações, continua bem nas pesquisas (mas com índice recorde de rejeição). E corre o risco real de virar ficha suja até 2018. Se não for Lula, quem será o candidato do PT à Presidência?

Pelo jeito, os candidatos deverão merecer a origem de sua condição (deveriam manter limpíssimas suas togas brancas - "cândidas", em latim). Gente como Sérgio Moro (já disse que não quer), João Dória (já disse que seu candidato é Alckmin), Joaquim Barbosa (recusou convite do PSB). Ou candidatos exóticos, como Tiririca e Bolsonaro. Quem se habilita?
Herculano
21/04/2017 11:20
MENOS MAL. VAMOS PAGAR CARO DOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS QUE FALTA À SAÚDE,EDUCAÇÃO, OBRAS, ASSISTÊNCIA, SEGURANÇA, SANEAMENTO, MORADIAS POPULARES, MAS PODEMOS LIMPAR O SENADO, CÂMARAS E ASSEMBLEIAS DE PARLAMENTARES LADRÕES E INCOMPETENTES, OU QUE ELEITOS PELO POVO ASSALARIADO E DESEMPREGADO, DEFENDEM OS PRIVILÉGIOS DOS SERVIDORES ESTÁVEIS E QUE SE APOSENTAM COM ALTOS VENCIMENTOS

Andrezza Matais e Marcelo de Moraes, na Coluna Estadão, escrevem: Comissão da Reforma Política vai se limitar a

Sem consenso em torno do relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP), a Comissão da Reforma Política na Câmara será esvaziada. Vai votar apenas a criação de um fundo já para financiar 2018.

As modificações no sistema eleitoral vão ser direcionadas para uma comissão especial, que vai trabalhar com as propostas aprovadas no Senado.
Herculano
21/04/2017 11:10
A EXECUTIVA DO PT EM CURITIBA

Conteúdo de O Antagonista. O PT "pretende manter a tática do enfrentamento" contra a Lava Jato, segundo O Globo.

A reportagem diz que o partido "chegou até a marcar uma reunião de sua Executiva em Curitiba, no dia 3 de maio, dia do depoimento de Lula ao juiz Sergio Moro no processo sobre o triplex do Guarujá".

O Antagonista está arrecadando fundos para erguer um monumento em homenagem a Cristiano Zanin, o advogado de Lula.

Seu empenho em mandar para a cadeia o comandante máximo da ORCRIM tem de ser reconhecido.

Merval Pereira, muito oportunamente, dedicou-lhe uma coluna em O Globo:

Lula é o verdadeiro dono do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia. E mandou o dirigente da empreiteira OAS Léo Pinheiro destruir qualquer tipo de documento que evidenciasse o pagamento do tríplex pelo então tesoureiro do PT João Vaccari, que, segundo Pinheiro, foi feito com propina resultante de obras da Petrobras.
O segredo de Polichinelo chegou ao fim com os depoimentos do ex-presidente da empreiteira OAS Léo Pinheiro e as delações dos executivos da Odebrecht. E Cristiano Zanin, o advogado do ex-presidente, ajudou a esclarecer as coisas com suas perguntas pretensamente ardilosas.

A certa altura, perguntou se Lula havia deixado algum objeto pessoal no tríplex, querendo provocar uma negativa que demonstraria que não seria o dono. Mas no sítio de Atibaia, há objetos pessoais de sobra para provar a propriedade. No Guarujá, não havia nada porque o tríplex estava em obras, esclareceu Léo Pinheiro.
Em outro momento, como o ex-executivo da OAS insistia que Lula era o proprietário do imóvel, o advogado perguntou: "O sr. entende que deu a propriedade do apartamento para o presidente?", indagou Cristiano Zanin. Léo Pinheiro foi enfático: "Eu não dei nada. O apartamento era do presidente Lula. Desde o dia que me passaram para estudar os empreendimentos da Bancoop, já foi me dito que era do presidente Lula e sua família, e que eu não comercializasse e tratasse aquilo como propriedade do presidente", afirmou.

Zanin ainda perguntou se Lula havia conversado com ele sobre o pagamento das obras, e Pinheiro foi didático: nunca conversou com Lula sobre o assunto, mas sim com João Vaccari, o tesoureiro do PT. E ele, depois de conversar com Lula, disse que o custo poderia ser descontado da conta do PT: "Usei valores de pagamento de propinas para poder fazer encontro de contas. Em vez de pagar X, paguei X menos despesas que entraram no encontro de contas. Só isso. Houve apenas o não pagamento do que era devido de propina."

O advogado de Lula tentou uma última cartada, que acabou comprometendo seu cliente mais ainda. Denunciou ao juiz Sérgio Moro um suposto crime de ação pública cometido pela empreiteira OAS, que relacionou entre seus ativos o tríplex do edifício Solaris. Segundo Zanin, se o apartamento é de Lula, a empreiteira cometeu um crime ao dizer-se dona do apartamento.

O juiz Sérgio Moro retrucou, dizendo que o advogado deveria perguntar a seu cliente (Lula): "Ele diz que o apartamento não é dele...".
Danial Martins
21/04/2017 10:43
Bom dia Herculano.

Sobre a Reforma da Previdência: Sou a favor de que se deve fazer ajustes para garantir o futuro desse sistema previdenciário. O que não posso concordar de forma alguma, é com essa disparidade de salário de aposentados que há entre o setor privado e o público. Antes de mexerem na vida de toda população brasileira, que se faça o dever de casa, acabar com essa disparidade entre público e privado, acabar com essas regalias do setor público, por que você sabe que no setor privado trabalha-se em média 8 horas por dia e no público em média 6 horas. Funcionários públicos ganhando aposentadoria acima de 5.000,00 tá cheio, sem contar esses que ganham acima de 10.000,00, e militares que passam de 20.000,00. Não concordo e não é justo trabalharmos para sustentar esse classe privilegiada. Por isso volto a frisar, vamos fazer a reforma da previdência, mas primeiro faz-se o dever de casa, acaba com essa sacanagem que se faz com os funcionários privados e empresários. Ah, ainda do jeito que a coisa anda, deve ter muita esquema dentro da própria previdência, pessoas ganhando aposentaria de gente morta, etc. Depois de fazerem uma varredura para tentar eliminar ao máximo as coisas erradas, aí sim vamos mexer na vida da população fazendo uma reforma embasada em dados mais precisos e justos.
Herculano
21/04/2017 08:39
A REFORMA POSSÍVEL, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Em meio a fortes pressões para alterar ainda mais o projeto de reforma da Previdência encaminhado pelo governo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avisou que é muito difícil, a esta altura, aceitar novas mudanças nos pontos que a equipe econômica considera inegociáveis, pois isso acabaria por anular os efeitos da proposta. "Eu acho que nós estamos aqui mais ou menos no limite das mudanças que podem ser feitas sem alterar substancialmente o equilíbrio fiscal do País", afirmou Meirelles.

Não se trata de intransigência do governo, que até aqui demonstrou disposição ?" em alguns casos até excessiva ?" para aceitar alterações em sua proposta. Trata-se de traçar uma linha clara a partir da qual a reforma perde seu sentido. E o sentido da reforma da Previdência, que já devia estar claro para todos os envolvidos, especialmente aqueles a quem cabe aprová-la no Congresso, é evitar a explosão das contas públicas nos próximos anos e, ao mesmo tempo, garantir a solvência do próprio sistema previdenciário.

Os números falam por si. Segundo o Ministério da Fazenda a Previdência consumirá 79% do Orçamento em 2026 se a reforma não passar. Mesmo que a reforma seja aprovada, ainda haverá um comprometimento orçamentário da ordem de 66,7%. Isso significa que a pretendida alteração no regime previdenciário terá um efeito limitado, e provavelmente o sistema terá de sofrer nova reforma daqui a dez anos ou até antes, pois, do contrário, o gasto com aposentadorias e pensões levará as despesas públicas ao teto estabelecido por lei. Isso obrigaria o governo a cortar gastos de outros setores, inclusive na área social, e a reduzir os investimentos necessários para a retomada e a sustentação do crescimento econômico.

A proposta inicial do governo tinha uma durabilidade maior ?" algo em torno de 20 anos ?", mas é evidente que não se poderia esperar que o texto apresentado não sofresse modificações ao ser debatido no Congresso. Assim, não se pode falar em derrota ou recuo do governo, e sim em redução da sobrevida da reforma, aceitável diante da perspectiva de, na ausência de mudanças do sistema atual, condenar o País ao abismo fiscal e ao colapso da Previdência.

Por esse motivo, o governo admitiu até mesmo alterar pontos que antes considerava inegociáveis, como a idade mínima para a aposentadoria de mulheres, reduzida de 65 para 62 anos. Além disso, abrandou as regras de transição e aceitou um tempo de contribuição menor ?" 40 anos, em vez de 49 anos ?" para o pagamento de aposentadoria integral. As concessões incluem ainda a manutenção de privilégios para determinadas categorias, como policiais e professores, e é provável que o governo ainda tenha de transigir em outros pontos.
Tudo isso, é claro, reduz o esperado ganho com a reforma, mas o ministro Henrique Meirelles disse esperar que, de todo modo, as perdas não cheguem a 20% ou 30% do inicialmente previsto. Ou seja, do ponto de vista da equipe econômica, a reforma que emergir da negociação com o Congresso será satisfatória, diante da óbvia dificuldade de convencer os parlamentares da necessidade de reformar profundamente a Previdência.
No Congresso, como era esperado, ainda há muitos parlamentares que estão mais preocupados com seu futuro político imediato do que com o presente do País e não aceitam a reforma nem com modificações. O "Placar da Previdência", levantamento do Estado feito entre os deputados para aferir o apoio à proposta do governo, indica ainda significativa rejeição ?" e mostra que quase metade dessa rejeição se encontra na própria base governista.

Acuados pelos sucessivos escândalos de corrupção que há tempos engolfam a classe política, muitos parlamentares decerto imaginam que sobreviverão às eleições de 2018 caso se apresentem nos palanques como adversários da reforma da Previdência. Se esses políticos realmente pensam assim, se eles de fato acham que podem ganhar votos ao sabotar o País, estão francamente iludidos. Desmoralizada por tantas falcatruas, a maioria dos membros da atual legislatura, faça o que fizer, deverá ser varrida do Congresso nas próximas eleições. A aprovação da reforma da Previdência tornaria essa despedida um pouco menos desonrosa.
Herculano
21/04/2017 08:27
LIQUIDAÇÃO DE PENAS, por Hélio Scwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Depois da mãe de todas as delações, a da Odebrecht, especula-se quem serão os próximos a falar. Cunha, Palocci e Cabral frequentam as bolsas de apostas. A OAS também. É um bom momento para perguntar até onde isso vai.

Trago em meu socorro as sempre fundamentadas reflexões de Bruno Carazza, economista e advogado, que mantém o valioso blog "Leis e Números". Para Bruno, a delação da Odebrecht saiu barato. Em troca de uma série de garantias e imunidades, a empresa se comprometeu nos acordos de leniência firmados com as autoridades a pagar cerca de R$ 7 bilhões. É a maior multa jamais aplicada na história, mas não parece tanto diante do faturamento do grupo ?"R$ 132 bilhões em 2015?" nem do esticado prazo de 23 anos para pagá-la.

É claro que é melhor reaver ao menos parte do dinheiro desviado e manter a empresa atuando e empregando do que empurrá-la para a falência. Mas, como lembra Bruno, há também a questão dos incentivos. O fato de a Odebrecht ter feito um excelente negócio ao acertar os termos de sua delação ao lado do fato de o Ministério Público estar negociando colaborações com todos os interessados cria uma situação complicada.

Em tese, as delações deveriam estar limitadas ao primeiro que se dispõe a falar e entregar provas dos malfeitos. Em teoria dos jogos, isso se chama "the winner takes it all" (o vencedor leva tudo). A ideia dessa cláusula é que a colaboração sirva para desestabilizar o pacto de silêncio que vigora nas organizações criminosas. Mas, quando o Estado, no afã de ampliar as investigações para outras áreas (o que é legítimo), faculta a todos o instituto da delação e negocia leniências generosas, acaba sinalizando com uma espécie de Refis da corrupção. Vale a pena roubar e depois se acertar com as autoridades.

Em algum momento o MP precisará deixar claro que a colaboração tem limites, ou ela se converterá numa mera liquidação de penas.
Herculano
21/04/2017 08:24
A PEDIDO DO PT, ODEBRECHT BANCOU ESQUERDA LATINA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Marcelo Odebrecht confirmou em delação que o PT pediu à empreiteira doações às campanhas eleitorais de candidatos "de esquerda" em países latino-americanos, alinhados com Lula e Dilma sob o ponto de vista ideológico. Pagamentos de mais de R$ 5 milhões foram feitos à campanha de Maurício Funes, em El Salvador, em 2008. A Odebrecht também bancou a campanha do peruano Ollanta Humala, em 2010.

PEDIDOS DE LULA
No 2º Termo de Compromisso de delação, Marcelo diz que os pedidos de ajuda a Mauricio Funes e Ollanta Humala foram avalizados por Lula.

LIGAÇÕES ÍNTIMAS
A mulher de Maurício Funes era Vanda Pignato, brasileira e petista desde os anos 1980. Ele acabaria alvo de denúncias em El Salvador.

CORRUPÇÃO INTERNACIONAL
Tanto o Peru quanto El Salvador embargaram obras da Odebrecht nos países e agora investigam corrupção da empreiteira em seus governos.

CONTA CORRENTE DO PT
Marcelo Odebrecht descreveu como "Conta Corrente" na empreiteira a relação financeira entre o PT e a Odebrecht desde 2008.

DISPUTA PMDB VS. PSDB ENFRAQUECE SERRAGLIO
O enfraquecido ministro Osmar Serraglio (Justiça) cedeu ao PMDB e nomeou o ex-deputado Edinho Bez secretário de Assuntos Legislativos do ministério, rebaixando o antigo titular, Marcelo Varela, a "assessor especial". Foi a vez da pressão do PSDB, que fez Serraglio assinar portaria dando a Varela mais poder que Bez, na área legislativa. Varela e o secretário-executivo do ministério, José Levi do Amaral, são da turma de tucanos ligados ao ex-ministro Alexandre de Moraes.

PMDB PERDEU DE NOVO
Com a manobra da portaria nº 307/17, o PMDB perdeu mais uma para o PSDB, na queda de braço pelo poder no Ministério da Justiça (MJ).

NUNCA ANTES NA HISTóRIA
Assessor mandar mais que secretário é inédito na história do MJ. Assim como secretário-executivo mandar mais que o atual ministro.

O DONO DO HOTEL
Servidor experiente ironiza o papel do ministro da Justiça: "Serraglio está na suíte presidencial, mas o dono do hotel é José Levi do Amaral".

CHAVE DE CADEIA
O oferecimento de delação de Antônio Palocci gerou pânico no lulismo. Afinal, como coordenador (na captação de dinheiro) da primeira campanha presidencial, e no governo, como ministro da Fazenda, ele é fiel depositário dos segredos mais chocantes da ascensão de Lula.

DESESPERO
Preso há sete meses, o ex-ministro Antonio Palocci demonstrou que está mesmo cansado. Em depoimento ao juiz Sérigo Moro foi claro: as provas da delação estão à disposição "o dia que o senhor quiser".

TENTANDO SE PROTEGER
O ex-governador do DF Agnelo Queiroz (PT) planeja disputar mandato de deputado federal, em 2018. Como o caso somente será julgado em cinco anos, nessa ocasião ele quer ter prerrogativas de deputado.

OSTENTAÇÃO É PRIORIDADE
Só para secretárias de seus diretores e presidente, a Ancine destina 91 vagas terceirizadas e há ainda 18 motoristas. O número é superior às destinadas aos profissionais de tecnologia da informação da agência.

OLHA A BEIJA FLOR AÍ, GEEENTE...
Após a relevante decisão sobre o título de campeão brasileiro de 1987, logo o Supremo Tribunal Federal estará julgando recursos de escolas de samba derrotadas no desfile de Carnaval da Marquês de Sapucaí.

BATENDO EM RETIRADA
Ao desembarcarem em Maceió, ontem, o senador Renan Calheiros e o ministro Maurício Quintella (Transportes) escapuliram por uma escada lateral do finger (ponte de embarque), para aguardar na pista carros que os livrassem de protesto que os aguardava no desembarque.

MORTES DE POLICIAIS
A imprensa brasileira parou ontem para noticiar o atentado que tirou a vida de um policial francês, em Paris. No Brasil, apenas no DF, desde janeiro de 2016 foram mortos 14 policiais militares; um morto em 2017. No Rio morreram 52 PMs e em São Paulo morreram 94, só este ano.

PRóTESE DEU IBOPE
O senador Helio José (PMDB-DF) não parece muito preocupado com o flagrante da TV Senado de sua prótese escapulindo entre os lábios, enquanto discursava. "Foi recorde de exposição nas redes sociais..."

PENSANDO BEM...
... as coisas melhoraram. Na época de Tiradentes a oposição recebia tratamento bem diferente.
Herculano
21/04/2017 08:17
SEM REFORMA NA PREVIDÊNCIA, HÁ RISCO DE UMA LONGA ESTAGNAÇÃO ECONôMICA, por Pedro Luiz Passos, empresário e conselheiro da Natura.

À medida que novas divulgações dos depoimentos da Odebrecht vêm a público, aumenta a interrogação no cenário político brasileiro, que já não prima pela estabilidade há anos. E é certo que muito mais virá pela frente, acentuando a incerteza desse quadro.

Alguns analistas veem nessa confusão fator adicional de inibição ao avanço das reformas ora em tramitação no Congresso e, nesse sentido, é preocupante o adiamento para maio da votação do texto da Previdência na comissão especial criada pela Câmara para discutir o assunto.

Trata-se de um recuo que apresenta todas as características das costumeiras pressões contra qualquer proposta que vise modernizar nossa estrutura econômica e social.

O alargamento do prazo de discussão pode significar também perda da substância econômica em favor dos interesses corporativistas da elite do funcionalismo público, que sempre dão as costas àquilo que é essencial ao país.

A reforma da Previdência, na formatação até agora proposta, não resolve estruturalmente todas as distorções que levaram a esse deficit gigantesco e explosivo em seu crescimento, mas dá passos na direção correta ao mudar o limite de idade para aposentadoria, reduzir vantagens especiais de algumas categorias profissionais e enfrentar outros desequilíbrios decorrentes de uma legislação que há muito deveria ter sido corrigida.

Hoje, o deficit com a aposentadoria de 1 milhão de servidores federais supera o saldo negativo do pagamento de benefícios a 33 milhões de pessoas da iniciativa privada.

Não pode ser assim. Se nada for feito, em 2060 a Previdência consumirá o equivalente a 25% do PIB, um compromisso insustentável em qualquer economia do mundo. No curto prazo, a ausência de reforma joga por terra os impactos positivos nas contas públicas previstos pela PEC do Teto, obrigando o governo a realizar cortes orçamentários em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura desde já, não num futuro remoto.

A lógica econômica da reforma da Previdência nos parece, portanto, cristalina. Além disso, o fracasso dessa iniciativa levará a atual gestão a um estado de letargia que não se dissipará antes da eleição presidencial de 2018. Também se evaporaria o clima de discreto otimismo que se formou com os sinais de recuperação econômica verificados nos últimos meses.

Nesse período, indústria, comércio e setor de serviços entraram em rota de reversão de perdas, embora em ritmo mais lento que o desejável. Já do setor rural vêm estimativas mais promissoras, graças à safra recorde de grãos prevista para o ano.

Os bons ventos que sopram do campo contribuem para a queda na inflação, que se dirige a um patamar inferior ao centro da meta (4,5%), puxando para baixo a Selic. Com isso, o crédito, que já indicava alguma recuperação, ganha novo fôlego.

Essa melhora é reforçada pela conjuntura internacional. Os preços das commodities apresentam tendência de alta, trazendo alento para o comércio exterior e a atividade econômica interna como um todo. É o andamento das reformas, no entanto, que determinará se a economia brasileira vai potencializar os benefícios decorrentes desse cenário promissor.

O risco a evitar é que a reforma da Previdência seja interrompida ou excessivamente desidratada pela estreiteza das concepções políticas de um Congresso acuado pela Lava Jato, quebrando a espinha dorsal da agenda que tem se mostrado positiva e eficiente para superar a maior crise já enfrentada por gerações e gerações de brasileiros.
Herculano
21/04/2017 08:14
NÃO HÁ UM NÚMERO DA PREVIDÊNCIA QUE SINDICATOS, CENTRAIS SINDICADOS E SERVIDORES QUE SE SUSTENTE. HOJE, 63% DOS BRASILEIROS JÁ SE APOSENTAM AOS 65 ANOS COM APENAS 65 ANOS

O BILIONÁRIO ROMBO QUE É PAGO POR TRABALHADORES DESEMPREGADOS (VIA O TESOURO) OU DE SALÁRIOS ACHATADOS E QUE COMPROMETE O FUTURO DO PAÍS OU PELOS PRóPRIOS TRABALHADORES DA INICIAIIVA PRIVADA, VEM DAS APOSENTADORIAS AOS SERVIDORES ESTATAIS.

TODAS PRECOCES E FORA DAS GREGAS GERAIS, INTEGRAIS (NA INICIATIVA PRIVADA DE UM LIMITE DE POUCO MAIS DE R$ E RARAMENTE ALCANÇÁVEL) E QUE NO SETOR PÚBLICO PODEM CHEGAR ATÉ A MAIS DE R$100 POR MÊS, ALÉM DOS MECANISMOS PERVERSOS E NÃO ISON?"MICOS PARA OS TRABALHADORES DE ACÚMULO DE VÁRIAS APOSENTARIAS.

QUEM DEFENDE ISSO,ALÉM DOS SINDICALISTAS E FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS ESTATAIS ESTÁVEIS? OS SENADORES E DEPUTADOS EM CAUSA PRóPRIA PARA 13 MILHÕES DE SERVIDORES CONTRA 130 MILHÕES DE TRABALHADORES PAGADORES DESSA FARRA, EXPLÍCITA DESIGUALDADE, E ONDE ELES VERDADEIRAMENTE BUSCAM VOTOS PARA ESTAREM NO PODER.

TRISTE MESMO É VER A IGREJA CATóLICA - A SUPOSTA IGREJA DOS POBRES - DEFENDER ESTE CRIMINOSO PRIVILÉGIO PARA POUCOS. E PARA DIMINUIR ESTE ROMBO, A IGREJA DEVERIA COMEÇAR A PAGAR IMPOSTOS COMO TODOS OS BRASILEIROS PAGAM. ELA É CULPADA POR PARTE DO BOMBO DAS CONTAS PÚBLICAS. O PODER E OS POLÍTICOS CRIARAM A COBRA E AGORA EXPERIMENTAM O VENENO DESTE SERPENTÁRIO.
Herculano
21/04/2017 07:46
AO RÁDIO CORREDOR

Esta é a tal Gaspar Gestão Eficiente. Eficiente para o atraso, para o velho modo de governar e produzir resultados para a família, para a igreja pentencostal, para os amigos, para o cliente do escritório de advocacia. Eficiente só para a propaganda marqueteira inventada para analfabetos, ignorantes e desinformados, bem como os agarrados as tetas sem comprovação de qualificação para os cargos que estão ou foram indicados. Acorda, Gaspar!
Herculano
21/04/2017 07:40
GENEROSIDADE CUSTOSA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Não há argumento melhor em favor da reforma da Previdência do que a necessidade de preservar as políticas públicas em saúde, educação e outras áreas prioritárias.

A constatação é singela, embora muitas vezes se dilua em meio à balbúrdia de teses e cifras em torno do tema: se não for estancado o desembolso com aposentadorias, já excessivo, os demais programas de governo terão de ser comprimidos, ano a ano, para que a despesa total do governo obedeça ao teto criado por emenda à Constituição.

Outra opção, na ausência de reforma, será revogar o teto para o dispêndio. Nessa hipótese, crescerá a dívida ?"dado que os gastos superam, por larga margem, a arrecadação?" e, com ela, a conta também estapafúrdia dos juros.

Em qualquer cenário, o restante do Orçamento será sacrificado ?"e a severidade das restrições nos próximos anos dependerá do alcance dos ajustes previdenciários ora em exame pelo Congresso.

É com isso em mente que devem ser consideradas as múltiplas concessões e brechas abertas, ao longo das negociações parlamentares das últimas semanas, no texto originalmente proposto pelo governo Michel Temer (PMDB).

Não há dúvida de que, na versão recém-apresentada pela Câmara dos Deputados, a reforma tornou-se mais palatável politicamente.

Entre outros abrandamentos, caiu de 65 para 62 anos a idade mínima exigida para a aposentadoria das mulheres; instituiu-se fórmula de transição mais amena para os trabalhadores já no mercado; regras especiais para professores e policiais foram mantidas.

As tratativas congressuais não têm, entretanto, o condão de abolir a escassez orçamentária. Em cálculo do Itaú Unibanco, as alterações fizeram encolher em R$ 324 bilhões a poupança esperada com a reforma até 2025; o governo estimou impacto de R$ 188 bilhões.

Qualquer que seja a cifra correta, a perda terá de ser compensada com as verbas do ensino, do SUS, da assistência, da infraestrutura, da segurança, do Bolsa Família. Ou, muito provavelmente, um novo redesenho da Previdência será necessário em poucos anos.

De todo modo, o texto em tramitação permanece vital para o equilíbrio das contas do governo e a recuperação da economia do país. Os congressistas colocarão ambos em risco se persistirem em sua generosidade ilusória e custosa.
Radio Corredor.
21/04/2017 07:29
Já existe comentários nos corredores da câmara de vereadores que vereadores do bloco do governo querem a cabeça de uma certa secretária. Motivo,ela não está atendendo seus pedidos. E como fica suas promessas de campanha. O Sr.Kleber esta com uma batata quente nas mãos.
Roberto Sombrio
20/04/2017 21:34
Oi, Herculano.

Por que não chamam o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi para colocar um toco de madeira na cabeceira da Ponte do Vale? Ele é especialista em gambiarras.
Assim ela pode ser reaberta. Não precisam enrolar até o próximo século.
José Antonio
20/04/2017 21:10
Herculano!

Hoje não se viu nas redes sociais, nenhum CROCODILO fazendo comentário ou defesa do LULLA LADRÃO, será porque?
Despetralhado (não o fake)
20/04/2017 20:26
Oi, Herculano

"PALOCCI SINALIZA A MORO INTENÇÃO DE VIRAR DELATOR, por Josias de Souza".

Ele que se cuide, pode virar um Celso Daniel.
Mariazinha Beata
20/04/2017 20:17
Seu Herculano;

Quando vi a foto pensei: O que faz essa moça fantasiada de mosca de padaria que está em todas?
Lendo o texto entendi, ela é secretária vereadora e vereadora propagandista do Kleber.
E porque mosca? Alguma coisa deve estar fedendo.
Bye, bye!
Herculano
20/04/2017 19:55
PETROBRÁS ELEVA O PREÇO DA GASOLINA EM 2,2%. O DIESEL SERÁ REAJUSTADO EM 4,3%. ALTAS VALE JÁ APARTIR DESTA SEXTA-FEIRA

Conteúdo de O Globo. Texto de Bruno Rosa e Ramona Ordeñez. A Petrobras decidiu elevar o preço do diesel nas refinarias em 4,3% e da gasolina em 2,2%. Os novos valores começam a ser aplicados a partir desta sexta-feira (dia 21). "A decisão é explicada principalmente pela elevação dos preços dos derivados nos mercados internacionais desde a última decisão de preço, que mais que compensou a valorização do real frente ao dólar, e por ajustes na competitividade da Petrobras no mercado interno", disse a estatal em nota.

O FPSO Pioneiro de Libra saiu do estaleiro da Jurong em Cingapura no dia 28 de março rumo ao Brasil Governo divulga áreas da terceira rodada de leilões do pré-sal

Navio-plataforma P-34, no Campo Jubarte, no litoral do Espírito Santo, onde está em produção um poço na área do pré-sal.

Se o ajuste feito hoje for integralmente repassado e não houver alterações nas demais parcelas que compõem o preço ao consumidor final, o diesel pode subir 2,9% ou cerca de R$ 0,09 por litro, em média, e a gasolina, 1,2% ou R$ 0,04 por litro, em média.A Petrobras lembrou ainda que "é preciso destacar ainda que o comportamento dos preços de derivados foi marcado por volatilidade nos mercados internacionais em resposta a evento geopolítico, como o ocorrido na Síria"
Herculano
20/04/2017 19:46
NAPOLEÃO NEGA O USO DE CAIXA DOIS. E DAÍ?

A grande surpresa das delações da Odebrechet foi Blumenau com tanta gente enrolada e principalmente, o enrosco do prefeito Napoleão Bernardes, PSDB, o novo, o que projetava para ser ele uma liderança estadual viável.

Ele nega. E daí? Não contradiz teoricamente. É a palavra dele contra a dos delatores, que devem ter provas nas mangas. E ai, o risco sobre o desconhecido aumenta e fragiliza quem nega.

Falta neste momento, o pai,o astuto, o criminalista feito na Furb onde foi docente, Acácio Bernardes.

Napoleão é novo, mas a pratica denuncia e as desculpas que usa, são velhas. Enquanto ele não se diferenciar dos demais, se tornará mais igual aos enrolados de verdade.

E por que Napoleão faz o velho? Porque todos os que rodeiam são velhos ou foram iniciados pelos velhos e suas velhas práticas. O mundo mudou, e essa gente ainda não. Vive das tetas e as benesses do poder concedido pelos cidadãos pelos votos livres e os pesados impostos.

Napoleão chegou ao cúmulo de nesta semana fazer um monólogo sobre a sua suposta inocência ao seu time e diante da imprensa. Ou seja, ele pensou ou queria estar em Gaspar.

Mas, diante do abuso e absurdo, gente de lá não topou. E Napoleão teve que voltar atrás e se submeter à perguntas, gravações etc.

Ora, se a transparência é a melhor aliada dos inocentes, então qual a resistência de Napoleão nessa prática essencial na hora da vida e da morte dos seus sonhos políticos?
Herculano
20/04/2017 19:29
RIO CAMINHA PARA SE TORNAR A CAPITAL DA DELAÇÃO

Conteúdo de Veja. Texto de Gabriel Mascarenhas. Desde a eclosão do esquema de Sérgio Cabral, o Ministério Público no Rio de Janeiro vem recebendo uma enxurrada de propostas de delação premiada.

A tomar pela quantidade de gente que já está colaborando, ainda há muita lama para vir à tona. Só o advogado de Eike Batista, Fernando Martins, tem pelo menos quatro clientes contando o que sabem.

Eike caminha a passos velozes para ser o quinto.
Herculano
20/04/2017 19:23
DESTRUIR PROVAS, ATRAPALHAR INVESTIGAÇÕES E CONSTRANGER TESTEMUNHAS NÃO DÁ CADEIA? LÉO PINHEIRO DIZ QUE DISCUTIU DESTRUIÇÃO DE PROVAS COM LULA

Conteúdo de Veja. Texto de Robson Bonin. Conversa sobre destruição de documentos ocorreu em maio de 2014, diz empreiteiro. Depoimento foi prestado no processo que envolve o tríplex do Guarujá.

Em depoimento ao juiz Sergio Moro na tarde desta quinta-feira, José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, revelou que foi orientado pessoalmente pelo ex-presidente Lula a destruir provas que pudessem incriminá-lo na Operação Lava-Jato.

Lula - Léo, você fez algum pagamento a João Vaccari no exterior?

Léo Pinheiro - Não, presidente, eu nunca fiz pagamento a essas contas que nós temos com Vaccari no exterior.

Lula - Como é que você está procedendo aos pagamentos para o PT?

Léo Pinheiro - Através de João Vaccari, estou fazendo os pagamentos através de orientação do Vaccari, de caixa dois, de doações diversas que fizemos a diretórios e tal.

Lula - Você tem algum registro de algum encontro de contas, de alguma coisa feita com João Vaccari com vocês? Se tiver, destrua.

Léo Pinheiro afirmou que possui anotações dos encontros com Lula registrados na agenda. Num deles, em junho, Lula fez as essas perguntas textualmente a ele e estava visivelmente irritado, segundo a versão do ex-presidente da OAS. O empreiteiro afirmou que a orientação de Lula para destruir provas foi clara: "Acho que quanto a isso não tem dúvida".

Segundo Léo Pinheiro, a destruição de evidências foi discutida com Lula em um encontro sigiloso em maio de 2014, quando a Operação Lava-Jato ainda começava a vasculhar o propinoduto do petrolão. O empreiteiro também deu detalhes de dois casos emblemáticos que envolvem o ex-presidente Lula. As obras no sítio de Atibaia e os negócios envolvendo o tríplex do Guarujá, que Lula nega ser dele.
Herculano
20/04/2017 19:17
DORIA: "A OPINIÃO DE DILMA NÃO FAZ A MENOR DIFERENÇA"

Conteúdo de O Antagonista. O Washington Post, sabe-se lá por qual motivo, resolveu entrevistar Dilma Rousseff.

Ela disse que "é muito possível" que o Brasil eleja em 2018 um candidato igual a Donald Trump.

E citou dois deles: João Doria e Jair Bolsonaro.
João Doria, em evento na prefeitura, respondeu:
"Sinceramente, a opinião da ex-presidente Dilma não faz a menor diferença"
Herculano
20/04/2017 19:11
HOMEM CORAGEM - COMO A MAIORIA DOS POLÍTICOS CARA-DE-PAU E ENLAMEADOS. 'PERFIL POLÍTICO-IDEOLóGICO IMPOSTO PELO MPF NESSAS APURAÇÕES TEM FICADO EVIDENTE, DIZ RENAN

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Julia Lindner, da sucursal de Brasília.O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), subiu o tom novamente contra os responsáveis pela Operação Lava Jato. Em discurso na tribuna do plenário, nesta quinta-feira, 20, Renan afirmou que o "perfil político-ideológico imposto pelo Ministério Público Federal nessas apurações tem ficado evidente". Para o parlamentar, há um "arrastão para desmoralizar homens públicos de bem", baseados em "insinuações maliciosas, inculpações precárias e acusações débeis".

"Denúncias precárias e pedidos de abertura de novos inquéritos surgem exatamente quando o Congresso se debruça sobre o projeto de lei que pune o abuso de autoridade e busca soluções para a sangria salarial provocada pelos auxílios inconstitucionais auferidos pelos membros do Ministério Público. São iniquidades contra o Parlamento", acusou.

Nesta terça-feira, três procuradores da força-tarefa da Lava Jato publicaram um vídeo nas redes sociais com críticas ao relatório apresentado pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) sobre a lei do abuso. Renan considera que a iniciativa "deforma a realidade e confunde a população" sobre o teor do projeto. Requião rejeitou o texto de Renan acerca do tema e propôs um substitutivo à proposta alternativa do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com diversas alterações.

Renan focou boa parte do seu discurso para criticar os acordos de delação premiada. "Delações bastam para MP acusar, lançando parlamentares na vala comum da corrupção", afirmou. Na semana passada, os depoimentos de dezenas de executivos da maior empreiteira do País, a Odebrecht, se tornaram públicos. O conteúdo baseou a abertura de inquérito contra 24 senadores no Supremo Tribunal Federal (STF). O líder do PMDB foi alvo de quatro processos de investigação.

"Impulsionadas por mais um vazamento criminoso, tornaram-se públicas as delações da Odebrecht, cujas palavras foram tomadas como ouro em pó e divulgadas com verdadeiro frisson pelo suplício público imposto à política nacional generalizadamente. Essas exorbitâncias acontecem porque o delator, para se livrar da prisão e auferir regalias, sucumbe à pressões para relacionar políticos como beneficiários de vantagens indevidas", criticou o líder do PMDB.

Ele disse ainda que tem verificado que as delações têm "vício de origem" e não são "propriamente espontâneas". Renan mencionou o vídeo do depoimento do ex-diretor da Odebrecht, Claudio Melo Filho, onde diz que é possível observar "com nitidez a insistência" uma tentativa para vincular o seu nome a alguma ilegalidade. "Como nada tinha para contar, de criminoso, simplesmente declarou ter entendido que terceiros falavam em meu nome, coisa que já disse aqui mais de uma vez, nunca autorizei, nunca consenti", alegou Renan.

O peemedebista defendeu ainda que "os eleitos pela sociedade para representá-la não podem se transformar em uma manada tangida pelo medo e subjugada pela publicidade negativa". "Existe um movimento direcionado para empurrar a representação popular para um gueto dos imorais, sob o aplauso dos inocentes, dos desinformados e da má-fé. Com essas mesmas práticas entronizaram o nazismo", declarou. Ele afirmou que há uma "obsessão por destruir um poder eleito" e para condenar antes do processo. Os alvos, afirma, são os partidos políticos, "demonizados pelo MP".

Renan também mencionou a operação Mãos Limpas, da Itália, muitas vezes comparada à Lava Jato. O líder do PMDB lembrou que a operação "exterminou os quatro maiores partidos políticos da Itália", por envolvimentos em esquemas de corrupção, mas preservou o partido fascista. "É preciso ter muito cuidado com o que nós importamos de outros países." Ele também disse que o coordenador da Operação italiana, Antonio Di Pietro, acabou desistindo da magistratura e ingressando no campo político como deputado.
Herculano
20/04/2017 19:04
PALOCCI SINALIZA A MORO INTENÇÃO DE VIRAR DELATOR, por Josias de Souza Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, o ex-ministro petista Antonio Palocci sinalizou claramente a intenção de se tornar um colaborador da Lava Jato. Ao final de uma inquirição que durou cerca de duas horas, Palocci colocou-se à disposição para revelar "coisas que vão ser, certamente, do interesse da Lava Jato, que realiza uma investigação de importância." Acrescentou: "Acredito que posso dar um caminho, talvez, que vai lhe dar mais um ano de trabalho, mas é um trabalho que faz bem ao Brasil."

Palocci foi ministro da Fazenda de Lula e chefiou a Casa Civil sob Dilma Rousseff. Aparece nas planilhas do departamento de propinas da Odebrecht sob o codinome "Italiano". Foi a primeira vez que manifestou em público a intenção de colaborar com a Justiça. "Encerro aqui e fico à sua disposição", disse a Moro, "hoje e em outros momentos, porque todos os nomes e situações que eu optei por não falar aqui, por sensibilidade da informação, estão à sua disposição no dia que o senhor quiser." Ofertou ''nomes, endereços e operações.''

Delatado por executivos da Odebrecht como operador de caixa dois eleitoral e intermediário de supostas propinas repassadas a Lula, Palocci negou durante o depoimento que tenha solicitado verbas por baixo da mesa. Negou também o oferecimento de vantagens à construtora em troca de propinas.

Entretanto, até as negativas de Palocci soaram escorregadias. O ex-ministro falou como se preparasse o terreno para esclarecimentos futuros. Que ele fará se lhe forem oferecidas recompensas processuais que atenuem o seu castigo.Palocci admite que o caixa dois pulula nas campanhas como pulga no dorso de cachorro vira-lata.

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