25/08/2016
IMPUGNAÇÕES ASSUSTAM I
O jovem promotor eleitoral da Comarca de Gaspar, Marcelo Sebastião Netto de Campos, silenciosamente, vem mostrando a que veio. E aqui reproduzi no dia quatro de agosto o que ele sinalizou sobre o que seria seu trabalho nessa área: “a lei será a minha única régua”. O PT de Gaspar e o PMDB de Ilhota foram os primeiros a experimentarem essa régua. A vice-prefeita Mariluci Deschamps Rosa teve a sua candidatura à vereadora, de onde surgiu para a política local, impugnada. E por que? Porque não provou estar em dia com as multas eleitorais da campanha que a elegeu vice, a qual tinha problemas graves. Mariluci nega. Vai provar a regularidade. O juiz eleitoral da Comarca Rafael Germer Condé ou o Tribunal Eleitoral vão analisar e decidirão. “Eu vi problemas diante no que diz a Lei. É minha obrigação levar isto ao juízo para conhecer e julgá-lo”. argumenta Marcelo.
IMPUGNAÇÕES ASSUSTAM II
Mais. O doutor Marcelo impugnou a chapa de vereadores do PT de Gaspar e da sua outra coligação proporcional (PRB/PDT/PR/PPS); E por que? Porque não respeitaram as cotas de gêneros (o percentual mínimo de mulheres candidatas). Tiveram que guilhotinar homens candidatos. Mas, logo o PT que vive “defendendo” as minorias, estabelecendo cotas para tudo e todos, apontando culpa nos outros? Provou-se que é só discurso para massas desinformadas. A prática é cínica. Como vão fiscalizar se nem conta sabem fazer? E quem entrou nesta mesma linha e teve sua impugnação da chapa de vereadores pedida pelo MPE da Comarca? O PMDB e o PSDB em Ilhota. Quem mesmo orienta esse pessoal?
O QUE ELES RESPONDEM I
O jornal Cruzeiro do Vale perguntou na sexta-feira passada aos quatro candidatos a prefeito de Gaspar, como eles, se eleitos, pretenderão administrar o quadro de funcionários, hoje com 1.656 servidores efetivos, 547 temporários e o absurdamente alto número de 77 comissionados, mesmo depois da tal Reforma Administrativa proposta pelo PT e aprovada com os votos do PSD e do PP, em que se justificava na economia, mas que na prática não aconteceu disso. As respostas dos candidatos vão do trivial até à desfaçatez. E piora tudo diante do silêncio do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar – o Sintraspug.
O QUE ELES RESPONDEM II
Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, uma servidora municipal concursada, propôs valorização, diálogo, negociação e transparência com os servidores e o Sintraspug dentro dos limites da lei e do Orçamento. Nada de novo. Fará o óbvio. Já Kleber Edson Wan Dall, PMDB, que é um servidor comissionado do governo de Raimundo Colombo, sem ser gestor, promete um “choque de gestão”. Tudo para valorizar o servidor. Insinua uma “nova” Reforma Administrativa para comportar o novo plano de Cargos, Salários e Carreira. Ela é uma reivindicação antiga dos servidores e que o PT enrola. Já Marcelo de Souza Brick, PSD, vai “enxugar a máquina”. É algo desafiador e quase impossível nos cargos efetivos e até mesmo nos temporários feitos para preencher basicamente as vagas da educação. A chance de cortar está nos comissionados. Mas, é aqui que a coisa pega. Os arranjos políticos, em muitos casos, não permitem à execução desta necessária intenção. Mas, é uma boa sinalização teórica.
O QUE ELES RESPONDEM III
Contudo, o deboche ficou por conta de Lovídio Carlos Bertoldi, comissionado de alto escalão há quase oitos anos no governo do PT. Para ele, servidores é “um tema valioso. Nos mandatos do prefeito Celso, recuperamos as perdas salariais dos governos anteriores. Foram dados reajustes importantes para categorias que ganhavam menos”. Há controvérsias sérias nos números. Para refrescar: em 2009 os servidores pediram 15% para recuperar as perdas anteriores. O prefeito Celso bateu o pé em 1,5% numa inflação de 6,15%. Um desgaste e um braço de ferro até atender somente à reposição. Nos outros anos nada foi diferente nesta relação pouco amistosa entre o PT, o Sindicato e os servidores. E uma oposição quase calada.
O QUE ELES RESPONDEM IV
No ano passado, por exemplo, até um acordo de última hora feito com o Sintraspug de Jovino Masson, para se sair de uma greve, previa uma recuperação 0,25%. O mínimo, do mínimo da pauta. Uma “saída honrosa”. Por pouco tudo não foi para o brejo. É que o presidente do PT, líder na Câmara, José Amarildo Rampelotti, viu que o texto não tinha essa obrigação que se acordou oralmente na mesa de negociações. O advogado do Sindicato levou a culpa e perdeu emprego. Neste ano, nada de aumento real. A legislação não permite. Entretanto, ao contrário da maioria das prefeituras vizinhas, o PT do prefeito Celso alegando falta de dinheiro em caixa – que de acordo com o discurso e local, nega -, parcelou a recuperação dos vencimentos da alta inflação criada pela administração petista de Dilma Vana Rousseff, em duas vezes. Uma parcela deverá sair agora em setembro “se tiver dinheiro”. Quem perdeu mais uma vez? O servidor.
O QUE ELES RESPONDEM V
Não satisfeito, Lovídio ainda apontou culpados. “Foi enviado aos vereadores, em 2011, plano de cargos e salários, que não foi aprovado pela Câmara”, como se ela fosse o problema deste assunto que não prosperou por lá. Lovídio, o homem de confiança do PT e do prefeito Celso deveria ter escrito: “enviamos um plano que não era do agrado dos servidores, sabíamos disso, teimamos nas nossas teses e que achamos serem as certas, não dialogamos, tentamos humilhar o Sindicado e também não nos esforçamos para aprovar o que queríamos para os servidores”. E por que? Porque quando quis, neste tipo de matéria administrativa ou política controversa, o PT do prefeito Celso sempre aprovou os seus projetos. Buscou os votos nos outros partidos. Quem se insurgiu nas redes sociais contra esta situação descrita por Lovídio no Cruzeiro do Vale, elaborada com antecedência, pensada e feita por assessoria, foi o servidor Luiz César Henning. O Sintraspug calado. Quem cala consente. Agora, se o PT não for governo com Lovídio, a primeira coisa que o Sindicato exigirá do vencedor, seja ele de que partido for, será a tal reposição das perdas passadas. E quem estará por detrás deste movimento mais uma vez? O PT, os sindicatos estaduais instrumentalizados pela CUT, PCdoB e outros.
Ilhota em chamas. O PP de lá está dividido. O PP é cabeça de chapa com Amarildo Laureano, o Keka, ex-secretário de Saúde, do prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, que desistiu de tentar a reeleição. O vice é Roberto Poerner, o Beto Perna, PSD, ex- secretário de Agricultura. O PP e PSD estão unidos com o PT e PRB.
Ilhota em Chamas. E o que aconteceu esta semana? O líder da bancada do PP, Roberto Prebianca, renunciou à liderança e mais do que isso: anunciou o apoio ao empresário Érico de Oliveira, o Dida, PMDB que faz dobradinha com Joel Soares, DEM. Nesta coligação ainda está o PPS. Ou seja, ao invés da ponte dos Sonhos, tem água nesta balsa do PP e PSD.
A primeira multa a gente nunca esquece. E uma eleitora gasparense parece que não. Tanto que está fazendo sucesso na rede, ela contando esta história e pedindo votos para o Agente Silva, da Ditran, o que meteu a multa nela. “Ele fez o certo. Fez o serviço dele. Foi honesto”, justificou.
Para conferir. O candidato a vereador Paulo Fillipus pelo DEM saiu da Caixa Econômica e mandou um vídeo ao ar anunciando que abriu uma conta para receber depósitos dos simpatizantes. Disse que não quer dinheiro nem do partido à sua campanha. Interessante mudança. É um teste.
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