Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

25/08/2016

IMPUGNAÇÕES ASSUSTAM I
O jovem promotor eleitoral da Comarca de Gaspar, Marcelo Sebastião Netto de Campos, silenciosamente, vem mostrando a que veio. E aqui reproduzi no dia quatro de agosto o que ele sinalizou sobre o que seria seu trabalho nessa área: “a lei será a minha única régua”. O PT de Gaspar e o PMDB de Ilhota foram os primeiros a experimentarem essa régua. A vice-prefeita Mariluci Deschamps Rosa teve a sua candidatura à vereadora, de onde surgiu para a política local, impugnada. E por que? Porque não provou estar em dia com as multas eleitorais da campanha que a elegeu vice, a qual tinha problemas graves. Mariluci nega. Vai provar a regularidade. O juiz eleitoral da Comarca Rafael Germer Condé ou o Tribunal Eleitoral vão analisar e decidirão. “Eu vi problemas diante no que diz a Lei. É minha obrigação levar isto ao juízo para conhecer e julgá-lo”. argumenta Marcelo.

IMPUGNAÇÕES ASSUSTAM II
Mais. O doutor Marcelo impugnou a chapa de vereadores do PT de Gaspar e da sua outra coligação proporcional (PRB/PDT/PR/PPS); E por que? Porque não respeitaram as cotas de gêneros (o percentual mínimo de mulheres candidatas). Tiveram que guilhotinar homens candidatos. Mas, logo o PT que vive “defendendo” as minorias, estabelecendo cotas para tudo e todos, apontando culpa nos outros? Provou-se que é só discurso para massas desinformadas. A prática é cínica. Como vão fiscalizar se nem conta sabem fazer? E quem entrou nesta mesma linha e teve sua impugnação da chapa de vereadores pedida pelo MPE da Comarca? O PMDB e o PSDB em Ilhota. Quem mesmo orienta esse pessoal?

O QUE ELES RESPONDEM I
O jornal Cruzeiro do Vale perguntou na sexta-feira passada aos quatro candidatos a prefeito de Gaspar, como eles, se eleitos, pretenderão administrar o quadro de funcionários, hoje com 1.656 servidores efetivos, 547 temporários e o absurdamente alto número de 77 comissionados, mesmo depois da tal Reforma Administrativa proposta pelo PT e aprovada com os votos do PSD e do PP, em que se justificava na economia, mas que na prática não aconteceu disso. As respostas dos candidatos vão do trivial até à desfaçatez. E piora tudo diante do silêncio do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar – o Sintraspug.

O QUE ELES RESPONDEM II
Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, uma servidora municipal concursada, propôs valorização, diálogo, negociação e transparência com os servidores e o Sintraspug dentro dos limites da lei e do Orçamento. Nada de novo. Fará o óbvio. Já Kleber Edson Wan Dall, PMDB, que é um servidor comissionado do governo de Raimundo Colombo, sem ser gestor, promete um “choque de gestão”. Tudo para valorizar o servidor. Insinua uma “nova” Reforma Administrativa para comportar o novo plano de Cargos, Salários e Carreira. Ela é uma reivindicação antiga dos servidores e que o PT enrola. Já Marcelo de Souza Brick, PSD, vai “enxugar a máquina”. É algo desafiador e quase impossível nos cargos efetivos e até mesmo nos temporários feitos para preencher basicamente as vagas da educação. A chance de cortar está nos comissionados. Mas, é aqui que a coisa pega. Os arranjos políticos, em muitos casos, não permitem à execução desta necessária intenção. Mas, é uma boa sinalização teórica.

O QUE ELES RESPONDEM III
Contudo, o deboche ficou por conta de Lovídio Carlos Bertoldi, comissionado de alto escalão há quase oitos anos no governo do PT. Para ele, servidores é “um tema valioso. Nos mandatos do prefeito Celso, recuperamos as perdas salariais dos governos anteriores. Foram dados reajustes importantes para categorias que ganhavam menos”. Há controvérsias sérias nos números. Para refrescar: em 2009 os servidores pediram 15% para recuperar as perdas anteriores. O prefeito Celso bateu o pé em 1,5% numa inflação de 6,15%. Um desgaste e um braço de ferro até atender somente à reposição. Nos outros anos nada foi diferente nesta relação pouco amistosa entre o PT, o Sindicato e os servidores. E uma oposição quase calada.

O QUE ELES RESPONDEM IV
No ano passado, por exemplo, até um acordo de última hora feito com o Sintraspug de Jovino Masson, para se sair de uma greve, previa uma recuperação 0,25%. O mínimo, do mínimo da pauta. Uma “saída honrosa”. Por pouco tudo não foi para o brejo. É que o presidente do PT, líder na Câmara, José Amarildo Rampelotti, viu que o texto não tinha essa obrigação que se acordou oralmente na mesa de negociações. O advogado do Sindicato levou a culpa e perdeu emprego. Neste ano, nada de aumento real. A legislação não permite. Entretanto, ao contrário da maioria das prefeituras vizinhas, o PT do prefeito Celso alegando falta de dinheiro em caixa – que de acordo com o discurso e local, nega -, parcelou a recuperação dos vencimentos da alta inflação criada pela administração petista de Dilma Vana Rousseff, em duas vezes. Uma parcela deverá sair agora em setembro “se tiver dinheiro”. Quem perdeu mais uma vez? O servidor.

O QUE ELES RESPONDEM V
Não satisfeito, Lovídio ainda apontou culpados. “Foi enviado aos vereadores, em 2011, plano de cargos e salários, que não foi aprovado pela Câmara”, como se ela fosse o problema deste assunto que não prosperou por lá. Lovídio, o homem de confiança do PT e do prefeito Celso deveria ter escrito: “enviamos um plano que não era do agrado dos servidores, sabíamos disso, teimamos nas nossas teses e que achamos serem as certas, não dialogamos, tentamos humilhar o Sindicado e também não nos esforçamos para aprovar o que queríamos para os servidores”. E por que? Porque quando quis, neste tipo de matéria administrativa ou política controversa, o PT do prefeito Celso sempre aprovou os seus projetos. Buscou os votos nos outros partidos. Quem se insurgiu nas redes sociais contra esta situação descrita por Lovídio no Cruzeiro do Vale, elaborada com antecedência, pensada e feita por assessoria, foi o servidor Luiz César Henning. O Sintraspug calado. Quem cala consente. Agora, se o PT não for governo com Lovídio, a primeira coisa que o Sindicato exigirá do vencedor, seja ele de que partido for, será a tal reposição das perdas passadas. E quem estará por detrás deste movimento mais uma vez? O PT, os sindicatos estaduais instrumentalizados pela CUT, PCdoB e outros.

TRAPICHE

Ilhota em chamas. O PP de lá está dividido. O PP é cabeça de chapa com Amarildo Laureano, o Keka, ex-secretário de Saúde, do prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, que desistiu de tentar a reeleição. O vice é Roberto Poerner, o Beto Perna, PSD, ex- secretário de Agricultura. O PP e PSD estão unidos com o PT e PRB.

Ilhota em Chamas. E o que aconteceu esta semana? O líder da bancada do PP, Roberto Prebianca, renunciou à liderança e mais do que isso: anunciou o apoio ao empresário Érico de Oliveira, o Dida, PMDB que faz dobradinha com Joel Soares, DEM. Nesta coligação ainda está o PPS. Ou seja, ao invés da ponte dos Sonhos, tem água nesta balsa do PP e PSD.

A primeira multa a gente nunca esquece. E uma eleitora gasparense parece que não. Tanto que está fazendo sucesso na rede, ela contando esta história e pedindo votos para o Agente Silva, da Ditran, o que meteu a multa nela. “Ele fez o certo. Fez o serviço dele. Foi honesto”, justificou.

Para conferir. O candidato a vereador Paulo Fillipus pelo DEM saiu da Caixa Econômica e mandou um vídeo ao ar anunciando que abriu uma conta para receber depósitos dos simpatizantes. Disse que não quer dinheiro nem do partido à sua campanha. Interessante mudança. É um teste.

 

Edição 1764

Comentários

Paty Farias
29/08/2016 18:39
Oi, Herculano

Do blog do Políbio

"O senador José Aníbal (PSDB) faz um dos melhores discursos até agora. Ele afirma que Dilma terceiriza os problemas de seu governo e do Brasil em todas as respostas e não tem a humildade, em nenhum momento, de reconhecer seus erros e equívocos.

A presidente afastada mostrou muita irritação pelo discurso do tucano e respondeu de forma ríspida, batendo boca e perdendo controle em várias oportunidades."

Lembrando, José Anibal é suplente de José Serra.

Eleitor Gasparense Consciente
29/08/2016 16:29
Ao Jango da Nóbrega

Com certeza sr. Nóbrega, que o eleitor Gasparense em dúvida ou não, vai levar em consideração, tanto Dilma, quanto ao Sr. Eduardo da Cunha, Renam Calheiros e Michell Temar, bandidagem que usurpa do poder para benefícios próprios.
Jango da Nobrega
29/08/2016 16:05
Herculano

O PT deu o maior tiro no pé deixando essa doida ir falar no Senado. Tirem essa maluca daí, enlouqueceu de vez.
Que bom, assim o eleitor gasparense que ainda está em dúvida, jamais irá votar no PT. Vamos ver se a Petezada vai ter coragem de falar no nome dessa doida amanhã depois dessa fala no Senado.
Ana Amélia que não é Lemos
29/08/2016 13:21
Sr. Herculano:

Frase do dia no Blog do Noblat

"Eu acho que a Dilma estava querendo o impeachment. Para a biografia dela é melhor ela sair agora, como João Goulart saiu, do que em dois anos e meio como [Nicolás] Maduro vai sair na Venezuela. É melhor ela terminar a biografia dela como uma presidenta destituída do que como uma presidenta fracassada."
Senador Cristovam Buarque, PPS-DF

Tem lógica!
Erva Daninha
29/08/2016 13:09
Olá, Herculano

O blog O Antagonista acha que se Dilma continuar falando, o impeachment será aprovado por unanimidade.
Herculano
29/08/2016 12:45
OS POSTES DO PT

De quem mesmo foi a grande ideia de deixar a presidente quase ex-presidente, Dilma Vana Rousseff, PT, respondendo aos senadores?

O que ela está provando. Que lendo, é uma maravilha, feita para enganar o distinto público, os analfabetos, ignorantes, desinformados, assistidos e os fanáticos por necessidade de sobrevivência.

Sozinha, é um desastre. Ratifica que é um poste, fruto de marketing, prepotente, tonta, sem argumentos, confusa, autoritária, sem educação... Prova de que a bobagem que fizeram mais de 54 milhões de eleitores. Elegeram alguém que beira à demência.
Herculano
29/08/2016 12:40
O IP

Para os que me conectam, têm paciência, inteligência e curiosidade. O IP do Carlos, falso, que me classificou como um peemedebista para me diminuir, e ficou fulo com a notícia que dei aqui do seu protegido e patrão Décio Neri de Lima, PT, na comitiva de Dilma de hoje pela manhã no Senado:
177.101.125.212
Sidnei Luis Reinert
29/08/2016 12:06
Dilma pode revogar a Lei da Gravidade?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Pouco ou nada importa o que Dilma Rousseff dirá em seu discurso ou em suas respostas aos senadores que julgam seu impeachment, nesta segunda-feira histórica de 29 de agosto de 2016. A caída Dilma, afastada da Presidência da República, já era! Inegavelmente, a Presidanta é vítima do golpismo. Pena que Dilma não tem sinceridade nem honestidade intelectual para fazer a autocrítica de que o golpe foi dado por ela mesma contra si mesma. Dilma não caiu: derrubou-se! Claro que os corruptos do PT, PMDB e demais comparsas ajudaram...

No "Dia Nacional do Vaqueiro", Dilma vai para o brejo transportada pelo próprio discurso mentiroso que irá proferir a partir das 9 da manhã. A viagem de Dilma ao inferno que ela mesma criou tem explicação tragirônica. Dilma não é ré. É a própria marcha-ré. Assim, ela entra em sua reta final junto com um julgamento que já encheu o saco da maioria das pessoas de bom senso. Dilma já vai tarde, sem nunca ter sido "Presidente" de verdade. Neste sentido, corromper o gênero do cargo foi até simbólico para justificar tanta mentira e incapacidade presidencial.

Claro, a maioria dos brasileiros vai grudar o olho na televisão para o espetáculo programado: Dilma dirá o que quiser, e responderá a perguntas de pelo menos 45 senadores do jeito que ela julgar conveniente. Dilma sacramentará seu suicídio político. Ela não merece prêmio de consolação por ter ajudado a assassinar a esperança do povo brasileiro. Perder os direitos políticos é pouco para quem colaborou, por ação, inação ou incompetência, com a demolição da economia brasileira.

O aquecimento de Dilma para o grande evento foi o pior possível. Seus treinadores no "enquadramento" de discurso foram Luiz Inácio Lula da Silva, Jaques Wagner e Nelson Barbosa. O domingo foi tão tenso que a Dilma das pedaladas nem andou de bicicleta como de hábito. Na galeria do Senado, espera-se que Dilma conte com o "apoio moral" do próprio Lula. Ele vai liderar o grupo de 35 puxa-sacos que fazem questão de apoiar Dilma até o fim. Dilma terá de suportar, também na galera próxima, a presença de 30 líderes dos movimentos de rua que tanto lutaram por seu impeachment.
carlos
29/08/2016 10:11
VAI ACHAR UMA LOUÇA PRA LAVAR ....SEU PMDB ...CRIA VERGONHA NESSA TUA CARA....... FALA FALA DOS POLÍTICOS MAS É PIOR QUE ELE..
Herculano
29/08/2016 09:14
QUEM ESTAVA NO COMBOIO À ENTRADA DE DILMA VANA ROUSSEFF, PT, NA CHAPELARIA DO SENADO AGORA PELA MANHÂ?

O deputado Décio Neri de Lima, o ex-prefeito de Blumenau, que manda no PT de Gaspar Pedro Celso Zuchi, Mariluci Deschamps Rosa, José Amarildo Rampelotti, Lovídio Carlos Bertoldi.

Décio Lima correu de Blumenau, onde o PT é oposição há 12 anos e enfraquecido, ameaçou se candidatar prefeito em Itajaí, sua cidade de nascimento, também correu, o prefeito de Brusque, Paulo Roberto Eccel que é do seu grupo de influência, foi cassado e o PT de Gaspar, esconde o vermelho, a estrela, Dilma, Décio, Ideli, Ana Paula... para não levar para a campanha os temas como mensalão, lava jato, petrolão, eletrolão, corrupção, a grave crise econômica, os companheiros presos por dúvidas como os tesoureiros, recessão, 12 milhões de desempregos, filas nos postos de saúde, hospitais e mortes por falta de atendimento dos pobres no sus...

Ou seja, longe daqui, todos juntos. Aqui, finge que estão separados. Acorda, Gaspar!
Herculano
29/08/2016 08:56
RÉQUIEM PARA UM SONHO, por Ricardo Noblat, para o jornal O Globo

"Somos o resultado de nossas escolhas e de nossas decisões" Aristóteles, filósofo grego

Candidatos do PT às eleições municipais de outubro descartaram o vermelho e diminuíram o tamanho da estrela do partido no seu material de propaganda, na tentativa de evitar uma sangria de votos. Haverá símbolo maior do fim de um sonho que pareceu tão generoso no seu início? Sem falar da impossibilidade de Lula circular livremente por aí. Em breve, talvez acabe impedido pela Justiça de circular.

DESTINO IGUAL

pode estar reservado para a presidente Dilma Rousseff. Enclausurada no Palácio da Alvorada há 111 dias, visitada durante esse período apenas por ex-auxiliares e poucos amigos, desprezada pelo PT, que foi obrigado a engoli-la, mas que afinal a regurgitou, ela irá, hoje, ao Senado para defender-se dos crimes que lhe imputam. As chances de sair dali absolvida são quase nulas.

"EU NÃO TENHO

de renunciar, não tenho de me suicidar, não tenho de fugir para o Uruguai", bradou ela em seu último ato público na quarta-feira passada, em uma referência aos ex-presidentes Getulio Vargas, que se matou com um tiro no coração em 1954, e João Goulart, que dez anos depois se exilou para não ser preso. Com o que disse, Dilma prestou um tributo à democracia que vige no país.

ESSA, PORÉM,

não foi sua intenção. Contrariaria o discurso do golpe, sua última esperança de justificar o próprio fracasso. Ela quis foi reforçar a imagem de mulher disposta a enfrentar duros desafios desde que abandonou a vida de aluna de uma escola de classe média alta em Belo Horizonte no final dos anos 60, para se tornar uma guerrilheira na luta contra a ditadura militar.

SENTE-SE CREDORA

do país desde aquela época. É como se o Brasil lhe devesse os anos em que foi caçada pela polícia política, os anos em que permaneceu presa e as bárbaras torturas que sofreu. Foi quando descobriu a mentira como único meio de sobrevivência. E dele valeu-se, inclusive, para governar entre janeiro de 2011 e abril último. Uma decisão do Senado afastou-a do cargo.

PARA QUE

pudesse retomá-lo, Dilma precisaria convencer 28 dos 81 senadores de que não violou a Constituição ao gastar mais do que fora autorizada pelo Congresso. Mas como operar tal milagre? Em maio, somente 22 senadores votaram contra a admissibilidade do processo de impeachment. No último dia 10, somente 21 votaram contra o relatório que recomendou o julgamento de Dilma.

ELA ESTÁ

às vésperas de ter o mandato cassado e os direitos políticos suspensos por oito anos, menos porque cometeu um crime de responsabilidade previsto na Constituição, e mais porque carece de condições mínimas para governar. É um caso de falência da autoridade política. Não é matéria de lei, mas da vida real. Dilma perdeu o apoio das ruas, dos partidos e do Congresso. Ponto final.

POR SABER DISSO,

ela não desperdiçou os últimos 111 dias com a pretensão vã de reconquistar apoios. Antecipou a volta para Porto Alegre dos seus objetos pessoais e investiu na construção da narrativa que imagina legar à posteridade ?" a da primeira mulher presidente da República do Brasil deposta por um golpe de direita. Que diferença fará para Dilma uma mentira a mais ou a menos?

PARA O PT,

fará diferença, sim, ela sair de cena o mais rápido possível. As eleições estão à porta. A sombra de Dilma só faria mal ao partido. Basta a de Lula, indiciado por corrupção. Mas, dessa sombra, o PT não se livrará tão cedo. Tampouco nós.
Herculano
29/08/2016 08:54
FACES PERVERSAS DO AUTORITARISMO NO BRASIL, por Murilo de Aragão, sociólogo, para o jornal O Estado de S. Paulo

Apesar dos mais de 30 anos de redemocratização, ainda vivemos sob o império do autoritarismo. O chocante é que muitos dos que o praticam não se consideram autoritários. Essa é uma questão complexa que envolve interpretação e comportamento, além das regras existentes. Envolve também a precária educação cívica dos brasileiros, que não têm ideia de seus direitos e deveres.

Nosso autoritarismo tem raízes profundas no Brasil colônia, onde o caráter subalterno de nossa gente era transversal às classes - desde a senzala, passando pela casa-grande, até os paços do reino. Cada um esmagando o menor com o abuso de poder e de autoridade.

Mesmo com as lutas, revoluções e reconstruções das instituições políticas visando ao estabelecimento de regime democrático concreto, o autoritarismo resiste em nossa sociedade de forma bastante pronunciada e se expressa de diversas formas e em vários lugares: no dia a dia das cidades; nas repartições públicas; nas escolas; nas redes sociais; nas relações de consumo; na Justiça e na política; no "neopeleguismo" dos sindicatos de trabalhadores e de patrões, dominados pelo clientelismo.

Nosso autoritarismo está expresso no ônibus que não para no ponto. Na recepção grosseira ao paciente humilde que chega ao hospital público. No comportamento do Estado, que manipula, empreende, financia, regula, coopta, suborna, faz vista grossa para o corporativismo e elege campeões que ganham medalhas no sistema financeiro estatal.

No campo da Justiça, o autoritarismo revela-se no ativismo judicial, que é ir além do que prega o mandamento constitucional, e se expressa, por exemplo, ao se desconsiderarem as novas determinações do Código de Processo Civil de estimular o entendimento entre as partes. A condução coercitiva independente de prévia intimação e mesmo negativa injustificada a comparecer para depor também o são. Para dizer o mínimo.

Existe ainda o ativismo burocrático, que cobra atitudes da cidadania a partir de interpretações largas e ilegais do que seriam as regras e se expressa por meio decisões sem o devido amparo legal. A mesma burocracia que é resistente aos programas de desburocratização e impõe uma cerca de proteção aos seus interesses, senta-se em cima das licenças ambientais por conta de seus interesses políticos ou ideológicos.

O corporativismo que submete o povo a greves intermináveis ou a operações tartaruga no serviço público, sem que haja uma intervenção decisiva da autoridade judicial, também se mostra egoísta e autoritário. A omissão da Justiça nesses casos é imperdoável. Também o é o paternalismo da legislação trabalhista, que impede acordos entre patrões e empregados e impõe uma tutela que nem sempre é adequada aos interesses de quem trabalha.

Mas o autoritarismo não reside apenas no sistema judiciário, um dos mais caros do mundo e um dos menos eficientes, e na burocracia, cuja produtividade é risível quando voltada para o cidadão e admirável quando dedicada à cobrança de tributos. O autoritarismo também propõe e incentiva o patrulhamento ideológico. Quem está fora da curva do pensamento politicamente correto pode ser trucidado.

O império do autoritarismo tem ainda sua face na superficialidade das análises e das opiniões. Não sabemos de nada e por isso sabemos de tudo. Muitos têm apenas palavras vazias para todas as opiniões, que devem ser dadas num mar de mediocridade. Achar que todo político é ladrão e que todas as opiniões que nos aborrecem são vendidas também é autoritário. Assim como parar em fila dupla e avançar o sinal de trânsito.

É autoritário concordar com a injustiça quando o réu nos desagrada. Da mesma forma, é autoritário condenar a justiça quando o réu nos é simpático. O autoritarismo está presente ainda nas interpretações de que tudo o que o Poder Executivo propõe deve ser aceito sem questionamento no Legislativo, como se o "hiperpresidencialismo" que nos escraviza devesse ser a regra. No mínimo, revelamos ignorância do papel dos Poderes da República e de suas autonomias.

Nosso autoritarismo está cristalizado na relação subalterna entre a sociedade e o Estado. Antes, essa relação decorria de um arranjo de oligarquias que controlavam o País. Mais recentemente, decorre do paternalismo de esquerda, que, ao tempo em que aparelha a máquina pública, trata a cidadania como dependente, e não como os devidos patrões da Nação.

Também é lamentável ver a burocracia, sob a complacência da Justiça, ganhar salários acima do teto constitucional, em prova cabal da omissão e do desrespeito aos interesses da cidadania. Assim como usar a corrupção para financiar partidos e campanhas ou usar as verbas do Fundo Partidário para pagar mordomias.

No sistema político, o sistema partidário caótico e sua absurda fragmentação não são uma expressão saudável da democracia. São um produto da submissão do debate de ideias e programas ao interesse rasteiro de muitos caciques e chefes políticos que fazem qualquer negócio pelo poder. Como disse o político britânico Benjamin Disraeli, "danem-se os princípios, o que interessa é o partido". Prática de muitos que governaram o País nas últimas décadas.

Estamos em lenta evolução, mas ainda na infância da democracia. E engatinhando numa creche de baixíssima qualidade quando se trata de educação cívica voltada para os direitos e os deveres da cidadania. Ainda levará tempo para nos livrarmos desse carma. Em longo prazo, com melhor educação e o trabalho consciente de formadores de opinião talvez possamos vencer esta etapa da nossa construção social cidadã e democrática, derrotando o autoritarismo que nos contamina.
Herculano
29/08/2016 07:50
NO TWITTER

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Herculano
29/08/2016 07:49
A FORÇA DOS POLÍTICOS, CRIMINOSOS E ENDINHEIRADOS SOBRE A JUSTIÇA. STF REDISCUTE AUTORIZAÇÃO DE PRISÃO APOS JULGAMENTO NA 2ª INSTÂNCIA

Texto de Mônica Bergamo, para o jornal Folha de S. Paulo. O STF (Supremo Tribunal Federal) deve julgar nesta semana ação que pode reverter decisão da corte que determina a prisão de condenados já na segunda instância no Brasil. A questão dividiu os magistrados e será examinada uma vez mais, em julgamento marcado para a quinta-feira (1º).

FIM DA LINHA
A ação foi apresentada por entidades como a OAB. Elas defendem a volta da regra anterior, que previa que um condenado ficaria livre até que se esgotassem todos os recursos no Judiciário, muitas vezes julgados pelo STF ou pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).

BALANÇA
Advogados que despacharam com magistrados recentemente saíram do STF temerosos. Acham que a segunda votação pode até piorar a vida deles. A ministra Rosa Weber, que votou a favor da regra antiga, por exemplo, deu sinal de que pode mudar de lado. Ela foi um dos quatro votos favoráveis às teses da OAB, com Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Marco Aurélio Mello.

BALANÇA
Já ministros que defendem a prisão depois do julgamento na segunda instância temem o contrário. Acham que o caso pode ter uma reviravolta
Herculano
29/08/2016 07:43
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INDÉDITA

Olhando a Maré de amanhã, é só para os leitores e leitoras do portal mais antigo, mais acessado, mais atualizado e de maior credibilidade de Gaspar e Ilhota
Herculano
29/08/2016 07:42
DILMA, FOI A ECONOMIA QUE DEFINIU SEU DESTINO, QUERIDA!, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

No dia em que Dilma Rousseff estará no Senado fazendo sua defesa no julgamento do impeachment, lembro uma entrevista que fiz com a então ministra da Casa Civil. Era setembro de 2009.

Foi manchete da Folha. Já candidata de Lula para 2010, disse: "A tese do Estado mínimo faliu". Definiu o governo petista como nacionalista e estatizante. Só não gostou de ser chamada de intervencionista.

Um economista de ponta me ligou. "Você tirou da Dilma o que ela pensa de economia. Se for eleita, será muito ruim para o país." Relatei o receio a um amigo de Lula. "Não tem esse risco. Ele vai vigiar e controlar o governo dela".

Nos cinco primeiros meses do governo Dilma Rousseff, Antonio Palocci chefiou a Casa Civil como homem de Lula na equipe de sua sucessora. Até ali, a gestão da petista foi num rumo. Ajuste fiscal, aperto nos juros, privatizações.
Após sua queda, lembro-me de um assessor comentar comigo: "Agora, sim, começa o governo dela". No início, foi um sonho. Popularidade alta, faxina no ministério. Gastos acelerados, queda forçada dos juros. Só que deu tudo errado.

Para encobrir os erros, sua equipe pedalou como nunca para bancar a gastança. Surgiu a contabilidade criativa e irregularidades foram cometidas para esconder o descontrole dos gastos públicos.

Dilma foi reeleita, mas deu o argumento jurídico para que seus inimigos aprovassem seu afastamento, que tende a virar definitivo. Ela diz que é golpe. Tem lá suas razões.

Só que, queira ou não, cometeu irregularidades fiscais. Podem não ser graves, mas são crimes. Podem ser frágeis, mas foram usadas diante de sua incapacidade de consertar a economia, que afundou.

Numa situação de prosperidade do país, muita gente faria o que é sempre feito por aqui. Vista grossa e vida que segue. E Dilma ainda estaria no Palácio do Planalto. Enfim, foi a economia, querida.
Herculano
29/08/2016 07:39
HOJE UMA GOVERNANTE ARROGANTE, MENTIROSA, DE UM PARTIDO QUE MAIS PARECE UMA GANGUE CRIMINOSA - SEGUNDO OS PROPRIOS PROMOTORES E JUIZES QUE TRABALHAM NOS CASOS DE CORRUPÇÃO E ROUBALHEIRA DOS PESADOS IMPOSTOS DOS BRASILEIROS - INICIA A DERRADEIRA GRAVAÇÃO NO SENADO DAS CENAS E TEXTOS MILIMETRICAMENTE ROTEIRIZADOS UM FILME DA NARRATIVA DE UM GOLPE, MAS PARTE DE UM JULGAMENTO LEGAL E CONSTITUCIONAL.

O PROXIMO A IR PARA A GUILHOTINA SERÁ MICHEL TEMER E O PMDB - O GIGOL?" PERMANENTE DO PODER - SE CONTINUAREM A DISTRIBUIR AUMENTOS DE VENCIMENTOS PARA GUILDAS DE SERVIDORES PUBLICOS COM ESTABILIDADE, DE ALTOS SALÁRIOS E BENEFÍCIOS,QUANDO O PAÍS ESTÁ EM GRAVE CRISE ECON?"MICA AVALIZADA PELO PROPRIO PMDB PARCEIRO DO PT POR 13 ANOS, INFLAÇÃO ALTA QUE CORROI O PODER DE COMPRA DOS TRABALHADORES COM 12 MILHÕES DELES DESEMPREGADOS, ALÉM DE POBRES NAS FILAS OU MORRENDO SEM ATENDIMENTO DO SUS, POSTOS DE SAÚDE E HOSPITAIS PÚBLICOS. WAKE UP, BRAZIL!
Herculano
29/08/2016 07:29
da série: o que o PT de Gaspar esconde da população e da campanha eleitoral e os que dizem seus opositores, não são capazes de colocar este grave assunto às claras. Se eleitos, vão ficar reféns dos números e da herança maldita.

INIFICIÊNCIA MUNICIPAL, editorial do jornal Folha de S. Pàulo

Ao cotejar os recursos disponíveis e os resultados obtidos nas áreas de educação, saúde e saneamento básico, o Ranking de Eficiência dos Municípios - Folha (REM-F), lançado neste domingo (28), joga luz sobre a precariedade da maioria dessas administrações.

Dentre 5.281 prefeituras avaliadas (95% do total existente no país), nada menos que 3.991 mostram aproveitamento insatisfatório das verbas que obtêm por meio de arrecadação própria e transferências dos Estados e da União.

A má qualidade dos serviços prestados não passa despercebida pela população. No caso mais problemático, o atendimento em saúde é avaliado como ruim ou péssimo por 52% dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha; em saneamento (44%) e ensino (41%), as taxas de reprovação superam com folga as de aprovação.

Os números são particularmente relevantes porque é aos governos locais que cabe responder de maneira mais direta às demandas das comunidades. De acordo com essa lógica, a fatia da receita tributária nacional destinada às cidades passou por expansão substantiva nas últimas décadas.

Tal estratégia, correta em princípio, acabou por introduzir distorções que fomentaram a ineficiência. Regras permissivas para a repartição dos crescentes repasses da União levaram à criação desenfreada de prefeituras, cuja quantidade mal chegava a 4.000 no início dos anos 1980 ?"são hoje 5.569.

Em consequência, proliferaram pelo país municípios de pequeno porte, custo elevado e arrecadação irrisória. Dos pesquisados pelo REM-F, cerca de 70% tem mais de 80% de suas despesas cobertas por recursos estaduais ou federais.

Somem-se a isso os dispositivos constitucionais que vinculam parcelas fixas da receita aos desembolsos em saúde e educação, que tiram dos gestores a obrigação de fazer mais com menos.

Ao longo de dez anos, o quadro de pessoal das prefeituras aumentou em formidáveis 53%, para 6,3 milhões de funcionários. No período, a parcela do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados a elas direcionada subiu de 22,5% para 24,5%.

Exauriu-se, entretanto, a política de ampliação contínua das despesas públicas praticada desde o restabelecimento da democracia. A perda do dinamismo econômico e a escalada do endividamento agora impõem restrições a todo o setor público nacional.

As reformas da gestão governamental levarão tempo e dependerão de negociações complexas. Até lá, a melhor ferramenta à disposição dos eleitores é a divulgação transparente dos vícios e virtudes das administrações.
Herculano
29/08/2016 07:25
EX-MINISTROS NÃO DEVEM COMPARECER AO SENADO, por Claudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A presidente ré Dilma Rousseff não deve encontrar em seu julgamento, no plenário do Senado, nesta segunda-feira (29), os parlamentares que foram ministros do seu governo, tampouco deve se deparar com ex-aliados que apoiam o impeachment. Eles consideram não aparecer. Dos nove senadores ex-ministros de Dilma, apenas três desejam seu retorno ao Planalto: Armando Monteiro, Gleisi Hoffmann e Kátia Abreu.

PR?"-IMPEACHMENT
Os ex-ministros Edison Lobão (PMDB-MA), Eduardo Braga (PMDB-AM) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) votarão contra Dilma.

CONTRA DILMA
Também querem o impeachment os ex-ministros Eduardo Lopes (PRB-RJ), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) e Marta Suplicy (PMDB-SP).

PASSANDO NA CARA
Dilma se preparou para cobrar dos ex-ministros, na lata, fidelidade a ela. E lembrar supostas acusações contra eles que ela teria relevado.

PINTADA PARA GUERRA
A presidente ré também encomendou dossiês contra senadores pró-impeachment, e ex-aliados dos quais se considera credora de favores.

IMPEACHMENT PODE PRECIPITAR REFUNDAÇÃO DO PT
O PT vai retomar com força a proposta de sua refundação após o impeachment e as eleições de outubro. O partido discute a ideia de mudar de nome, que para muitos virou sinônimo de corrupção. A ideia de alterar a denominação do partido é do ex-governador gaúcho Tarso Genro, líder de uma das "seitas" que compõem o PT. Mas tudo vai depender do desempenho petista nas urnas, em outubro próximo.

BATEU O DESESPERO
O PT não deve eleger nem mesmo metade dos atuais 600 prefeitos. E só tem chances de vencer em uma capital: Rio Branco (AC).

SENSATEZ
O senador Humberto Costa (PE) também vê com simpatia a proposta de mudar o nome do seu partido, mas defende amplo debate.

ACABOU A FESTA
Correntes do PT defendem também que os atuais dirigentes, vistos como "coveiros do partido", entreguem os cargos o quanto antes.

DUAS REVERSÕES
O presidente Michel Temer conta como certos os votos, pró-impeachment, de dois senadores até já consideraram apoiar Dilma Rousseff: Otto Alencar (PSD-BA) e Telmário Mota (PDT-RR).

PT NÃO É O LADO DELE
A troca de insultos e revelações vexatórias entre Renan Calheiros (PMDB-AL) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) podem fazer o presidente do Senado mudar e votar favoravelmente ao impeachment de Dilma.

JÁ FOI TARDE
Aliviados com o afastamento de Dilma, funcionários do Planalto rasparam a letra "a" final das placas que identificam uma dezena de salas no 3º andar, onde se situa o agora "Gabinete d President".

JUCÁ PODE VOLTAR
O presidente Michel Temer ainda não desistiu do senador Romero Jucá (PMDB-RR) em seu governo. Ele tem esperança de que Jucá vai se livrar das suspeitas que o fizeram deixar o cargo de ministro do Planejamento. E tão logo isso aconteça, voltará a ser ministro.

UM MOLEQUE
A expressão mais ouvida no Palácio do Planalto para se referir ao senador Lindbergh Farias (PT-RJ), desde o início do julgamento de Dilma Rousseff, é "moleque".

CONGRESSO OBESO
O senador Antonio Reguffe (DF) defende a redução de parlamentares no Congresso. "Não existe estado democrático de direito sem legislativo, mas não precisa ser gordo e inchado como é hoje".

DETECTORES DE DROGAS
Senadores querem levar a sério uma provocação de Ronaldo Caiado (DEM-GO) contra Lindbergh Farias (PT-RJ) propondo a instalação de equipamentos para detectar porte de drogas, no acesso ao Senado.

PANELAÇO DO FIM
Cresce em adesões nas redes sociais um "panelaço" marcado para esta segunda-feira (29) durante a fala da presidente-ré Dilma, no seu julgamento Senado. Está sendo chamado de "o panelaço do fim".

PENSANDO BEM...
...enrolados na polícia e na Justiça, 70% dos senadores do PT parecem mais preocupados, agora, em salvar o próprio pescoço.
Herculano
28/08/2016 21:28
GABINETES DO PT VIRAM BUNKER PARA DOCUMENTARISTAS NO IMPEACHMENT, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Os petistas Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann atuaram diretamente para que documentaristas tivessem 'passe livre' no Senado. O texto é de de Laryssa Borges, de Veja

O Partido dos Trabalhadores é recorrente em moldar a história à luz do que lhe convém. Tentou reduzir o escândalo do mensalão a um esquema de caixa dois de campanha eleitoral. Tentou estampar o discurso de perseguição política quando o ex-presidente se viu às voltas com a justiça batendo à porta. No esforço do momento, tenta diuturnamente martelar a tese de que o processo de impeachment contra Dilma Rousseff é um "golpe" contra a democracia. Na reta final do julgamento que deve confirmar a saída definitiva da presidente do Palácio do Planalto, o PT resolveu agora abrigar equipes de documentaristas em gabinetes de senadores do partido. Ícones máximos da tropa de choque de Dilma, Lindbergh Farias (PT-RJ) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) transformaram seus locais de trabalho em verdadeiros bunkers para os times de filmagem. Nos gabinetes, parte das equipes de documentaristas pede comida, guarda equipamentos, faz reuniões e discute os próximos takes e planos de sequência.

Os dois senadores também foram pessoalmente pedir ao presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) "passe livre" para cinegrafistas, produtores e roteiristas dos documentários. Tiveram sucesso. Os documentaristas adquiriram o status de "intocáveis" nos corredores do Senado. Oficialmente os filmes são produções independentes. A diretora Petra Costa revelou em entrevista a Veja que, no caso dela, o filme é autofinanciado na fase de produção e tenta captar recursos em fundos internacionais de financiamento. Nos corredores do Senado, no entanto, as equipes são jocosamente chamadas de "os documentaristas do PT". "Apenas cedi o espaço porque pediram", rebate Gleisi.

Petra Costa tem contrato para produzir um mini documentário para o jornal The New York Times. O material bruto de todo o processo de impeachment será editado também para a produção de um longa-metragem.

Embora tanto Petra quanto a documentarista Maria Augusta Ramos, que também tem captado imagens do processo de impeachment e base de apoio no gabinete de Gleisi, afirmem que pretendem sopesar todos os lados do procedimento contra a presidente afastada Dilma Rousseff, segundo o relato de senadores algumas perguntas dirigidas a eles pelas equipes de produção tinham um "tom inquisitorial" e remetiam à cantilena petista de que o processo constitucional de impeachment era antidemocrático. "O senhor apoia o golpe?", questionaram a um senador aliado do presidente interino Michel Temer.

Em uma coletiva do peemedebista, nova referência ao conveniente discurso do PT. Um dos cinegrafistas relatou sua avaliação do que acontecia no momento em que gravava imagens para o documentário e repassou aos demais integrantes da produção em um aplicativo de mensagens instantâneas: "Temer está justificando o golpe".

Senadores ouvidos por Veja também reclamaram do assédio dos produtores e do que classificam como "invasão de privacidade". Em alguns casos, microfones eram "escondidos" em áreas interditadas para a imprensa para captar confidências de assessores e estratégias parlamentares. Câmaras eram dispostas estrategicamente para captar trocas de mensagens em celular. Assessores e congressistas flagraram ainda tentativas de leitura labial.

Para tentar se aproximar de Antonio Anastasia, relator do impeachment na comissão especial do Senado, por exemplo, os documentaristas alegaram que precisavam entrevistá-lo sobre um tema totalmente alheio à denúncia de crime de responsabilidade. Queriam que o tucano discorresse sobre reforma agrária. Ele negou a entrevista tanto sobre questões agrárias quanto sobre o andamento do processo contra Dilma.

A fim de convencer outras autoridades a gravar depoimentos, a equipe da documentarista Petra Costa chegou a propor uma espécie de cláusula de edição, em que políticos como o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ministro de Relações Exteriores José Serra (PSDB) teriam direito a moldar as declarações deles como achassem necessário. O staff de Petra tinha preparado contratar um advogado para redigir os termos do acordo. Nem Cunha nem Serra aceitaram em dar declarações.

A professora Janaína Paschoal, uma das signatárias da denúncia contra Dilma por crime de responsabilidade, foi uma das personagens do impeachment que concordaram em assinar um termo autorizando os documentaristas a usar as imagens dela na produção. No Senado, Ronaldo Caiado (DEM-GO), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Simone Tebet (PMDB-MS) e Ana Amélia Lemos (PP-RS), por exemplo, se recusam a gravar para os documentários. Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), aliados de Michel Temer, assim como parlamentares ligados à Dilma Rousseff, depuseram, sem problemas, diante das câmeras. O ponto alto das gravações, no entanto, ainda não chegou: será na próxima segunda-feira, quando Dilma Rousseff irá ao Senado para se defender na etapa final do processo, e seu padrinho político, o ex-presidente Lula, acompanhará o discurso de dentro do Congresso.
Herculano
28/08/2016 21:19
ANTES DE DILMA FALAR, PSDB COBRARÁ DE LEWANDOWSKI DIREITO DE REFUTAR ATAQUE, por Josias de Souza

A coreografia do depoimento de Dilma Rousseff no plenário do Senado incluirá um movimento que deve eletrificar a sessão já no início. Assim que a ré estiver pronta para iniciar sua autodefesa, o líder do PSDB Cássio Cunha Lima pedirá a palavra para formular uma "questão de ordem". O senador recordará ao presidente do STF Ricardo Lewandowski que os partidários do impeachment não abdicarão do direito de replicar eventuais ataques políticos ou pessoais de Dilma.

O objetivo da intervenção é fazer com que Lewandowski repita diante das câmeras um compromisso que assumira na reunião em que expôs aos líderes partidários o roteiro do julgamento. No seu item 18, o rito esboçado pelo presidente do STF prevê que cada senador terá cinco minutos para inquirir Dilma. Mas não fixa um tempo para as respostas nem faz referência à possibilidade de réplica. Os rivais de Dilma chiaram. E Lewandowski assumiu um compromisso a portas fechadas.

Ficou combinado que, se Dilma executar ataques abaixo da linha da cintura, o senador que se julgar atingido poderá reivindicar o direito de resposta. Os partidários do impeachment querem que Lewandowski reitere o acerto na presença de Dilma. "Trataremos a presidente com respeito, mas exigimos o mesmo tratamento dela", disse Cássio ao blog. "Dançaremos conforme a música. Se Dilma quiser salsa, ela terá salsa. Se quiser forró, vai ter forró."

Os rivais de Dilma se reuniram no Senado neste domingo, para acertar detalhes da estratégia a ser adotada na inquirição à presidente afastada.
Ana Amélia que não é Lemos
28/08/2016 19:12
Sr. Herculano:

Adoro ler os escritos de Dora Kramer, acho-a genial! Mas esta dela ...

"Há gente decente no PT, capaz de revigorar a legenda."

Se o indivíduo compactua com o que a quadrilha determina, como ele pode ser decente?
Ela não quis chegar ao fundo do poço, "uma vez bandido, sempre bandido".
Pernilongo Irritante
28/08/2016 18:38
Herculano

A candidata Andreia está surpreendendo, deixar a Policlínica aberta até as 22 horas para atender aquelas pessoas que mais necessitam de atendimento médico com urgencia, desta forma desafogando o nosso hospital merecem meus elogios, é isso ai Andreia, fazendo a diferença.
Herculano
28/08/2016 16:02
MAS NÃO ESTÁ IMPUGNADO?

A coligação do PSD, PSB e do Partido Comunista do Brasil está divulgando uma reunião política realizada numa noite desta semana com o candidato Zecão.

Alguma coisa está errada. O Ministério Público Eleitoral impugnou a candidatura do Zecão. Ele recebeu verbas sociais pública para a sua associação e não teve a prestação de contas aprovadas.
Sujiro Fuji
28/08/2016 13:26
DILMA, O FILME:
Sobre o filminho do petê, foi isso que deu soltar o marqueteiro ... O mais chocante é ler que um traste desse "aconselhou" outro traste.
Mas, estamos prestes a nos livrar dessa corja vermelha esquerdista atrasada (com perdão pelo pleonasmo).
Herculano
28/08/2016 13:18
MORAL DE CÁ, MORAL DE LÁ, por Eliane Cantanhede para o jornal O Estado de S. Paulo

Se a senadora Gleisi Hoffmann decreta que ninguém no Senado ?" nem ela própria, aliás - tem moral para julgar quem quer que seja, o que dizer da presença do ex-presidente Lula para dar força moral à pupila Dilma Rousseff, amanhã, no plenário? Nem todos os 81 senadores são alvos de processos, mas Lula foi indiciado pela Polícia Federal na sexta-feira, suspeito de receber mais de R$ 2 milhões da OAS para obras naquele triplex em Guarujá que ele jura que não é e nunca foi dele.

O clima já é de "hospício", segundo o próprio presidente do Senado, Renan Calheiros. Imaginem como pode ficar com Dilma cara a cara com seus algozes, falando o que bem entende, cercada por 35 aliados e apoiada pelo estridente trio de choque Gleisi, Lindbergh Faria e Vanessa Grazziotin. E quantos deles têm moral para defender quem quer que seja?

Até a pronúncia, o Senado vinha se diferenciando em qualidade e em elegância da Câmara. Foi só começar o julgamento final para que a qualidade e a elegância evaporassem, com acusações cruzando os ares do plenário, os piores adjetivos ecoando pelas galerias, as ameaças de processos se multiplicando.

Já no primeiro dia, Gleisi rodou a baiana, Ronaldo Caiado reagiu, Lindbergh tomou as dores e virou um pandemônio. Agora, Gleisi tenta se explicar, Lindbergh anuncia que vai processar Caiado por insinuações do tipo "antidoping" e Caiado expõe na internet uma longa lista de ações e processos contra o senador petista, além de dizer que pretende entrar no Ministério Público contra Gleisi, por ter contratado para seu gabinete uma técnica que havia acabado de testemunhar a favor de Dilma.

O segundo dia não foi melhor. Aos gritos, Renan recriminou a fala de Gleisi sobre a "falta de moral" do Senado e contou que entrou no Supremo para aliviar a barra dela. Como assim? O Senado livrando a barra de alguém? E o Supremo aquiescendo? Virou um barraco. Depois, Renan disse que agiu republicanamente ao defender Gleisi no STF e provocou: "Só revendo o Código Penal, para aumentar a pena pelo crime de ingratidão".

Enquanto Renan descia do muro, sinalizando que vai votar a favor do impeachment, o vice do Senado, Jorge Viana (PT), exercitava seu conhecido bom senso, negociando com os adversários. E foi assim que Viana, do PT, e Cássio Cunha Lima, líder do PSDB, acertaram com o presidente das sessões, Ricardo Lewandowski, dar um freio de arrumação na bagunça.

Lewandowski, aliás, parece um Cristo na Santa Ceia ali naquele tribunal, teatro, hospício, ou seja lá o que for. Gleisi, Vanessa, Lindbergh e Caiado berram, mas lá está ele impassível, pedindo calma aos senhores e senhoras senadoras. Quando perdeu a paciência, reclamou seu "poder de polícia" e gerou sobressaltos até explicar que isso é apenas um termo formal para discriminar seus poderes na circunstância. Ufa!

No acordão entre Viana e Cássio, não há mais questões de ordem e outros penduricalhos e, como os pró-impeachment decidiram não fazer mais perguntas, o resto de sexta-feira foi de palanque, com as testemunhas pró-Dilma falando sem contestação e a bancada dela fazendo proselitismo a favor do PT.

Eles só se esqueceram de combinar com os adversários comuns. Magno Malta não aguentou ouvir calado o economista Luiz Gonzaga Belluzzo defendendo Dilma e dizendo que o erro dela foi não ter gasto mais (?!?!?!) e gritou: Beluzzo foi expulso do Palmeiras depois de quebrar o clube. Então, o que ele fazia ali falando de contas e responsabilidade fiscal? Faz sentido.

Dentro do plenário, o zunzunzum era sobre o indiciamento de Lula. Fora, Lula tinha uma conversinha a sós com o ex-ministro Edison Lobão, que era amigão de Dilma, é do partido de Michel Temer e está enrolado na Lava Jato, desses que, como disse Gleisi, "não tem moral" para julgar ninguém. Qual será o voto de Lobão?
Herculano
28/08/2016 13:16
OS IMORAIS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

'É com esse script, reescrito para as circunstâncias, mas muito bem ensaiado, que os senadores petistas pretendem constranger o Congresso perante as câmeras'.

O julgamento da presidente Dilma Rousseff já não tem a menor importância, em si, para os petistas que a defendem no Senado. Por se tratar de um processo essencialmente político, as favas já estão para lá de contadas. Portanto, os senadores do PT estão ali com o único objetivo de encenar a "paixão de Dilma": diante das câmeras de documentaristas simpáticos à causa lulopetista, encarregados de registrar os estertores de Dilma na Presidência, esses histriões querem converter o julgamento em um dramalhão épico, numa tentativa de ditar a história deste triste período.

Pode-se imaginar que o roteiro cinematográfico do "martírio" de Dilma preveja como clímax a presença da presidente no Senado para se defender, amanhã. Consta que a petista trará uma comitiva de três dezenas de pessoas, entre as quais vários correligionários que foram seus ministros, que certamente se comportarão, diante das câmeras, como devotados apóstolos. E há ainda uma chance de ver Lula da Silva, a prima-dona da companhia, que planeja aparecer no Senado para testemunhar o calvário de sua criatura. Como Lula jamais será coadjuvante, em especial quando contracena com a inexpressiva Dilma, pode-se deduzir que sua intenção seja roubar a cena ?" é ele, afinal, quem julga ter um legado e uma história a defender, ao passo que Dilma, todos sabem, é apenas um pedaço de sua costela.

Todos esses atores, portanto, estão a desempenhar o papel que não lhes cabe: o de vítimas. Como Lula e grande elenco jamais admitiram responsabilidade pelos grosseiros erros dos governos petistas, muito menos pela corrupção sistêmica que carcomeu o Congresso e a administração pública nos últimos dez anos, qualquer acusação de roubalheira ou de irresponsabilidade só pode ser interpretada como campanha anti-PT.

Se o documentário sobre o impeachment de Dilma fizer uso da técnica do flashback, poderá lembrar que, quando estourou o escândalo do mensalão, Lula tratou de negar tudo. Confrontado com evidências acachapantes do esquema de corrupção, Lula chegou a pedir desculpas ao País ?" para salvar a pele, como sempre, o chefão petista não titubeou em jogar vários de seus homens ao mar. Mais tarde, porém, diante do crescente desgaste de seu partido, Lula tratou de mudar o discurso mais uma vez, dizendo que o PT não era mais corrupto do que os outros partidos e que seus principais dirigentes estavam sendo alvo de processos graças a uma perseguição deliberada contra os petistas em geral. Tudo isso para salvar a pele dos corruptos de outros partidos e aniquilar o "governo popular" do PT.

É com esse script, reescrito para as circunstâncias, mas muito bem ensaiado, que os senadores petistas pretendem constranger o Congresso perante as câmeras. "Qual é a moral deste Senado para julgar a presidenta da República?", perguntou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), conspurcando a Casa para a qual ela mesma foi eleita. O evidente desrespeito à democracia não passou despercebido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que, na condição de presidente da sessão, admoestou a senadora quando ela insistiu, numa segunda ocasião, em colocar todos os senadores no mesmo saco da imoralidade petista. "Não vou admitir esse tipo de frase num julgamento como esse. Não volte a mencionar essa expressão", disse Lewandowski. Mas Gleisi, que afinal não estava preocupada com nenhum julgamento, e sim com a construção da "narrativa" para a história, disse que "esta Casa conspirou contra a presidenta Dilma".

Eis então que representantes do partido que protagonizou o mensalão e o petrolão, que tem três tesoureiros enrolados na Justiça, que teve vários de seus principais dirigentes processados e presos e cujo grande líder, Lula, acaba de ser indiciado pela Polícia Federal sob a acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica julgam-se à vontade para questionar a moral dos demais parlamentares.

Tudo tem um propósito claro: se todos são imorais, então ninguém é ?" e se apenas os petistas são condenados, então isso só pode ser "golpe". É muito bom que tudo isso esteja sendo registrado em filme ?" que servirá como precioso documento da incansável vocação dos petistas para fraudar a realidade.
Herculano
28/08/2016 13:15
A FARSA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Ao admitir, respondendo a uma pergunta do senador Tasso Jereissati, que não houve atraso nos pagamentos da equalização dos juros do Plano Safra a bancos privados, a exemplo do que ocorreu com o Banco do Brasil, o ex-ministro Nelson Barbosa jogou por terra toda retórica com que tentava garantir que não se caracterizavam como empréstimo ao governo os atrasos de pagamentos, popularmente chamados de "pedaladas".

O governo não poderia ter deixado de pagar no tempo devido a diferença entre a taxa de juros cobrada pelos bancos privados e o que subsidiava, pois não controlava esses bancos, o mesmo não acontecendo com o BB, de quem é acionista majoritário e, sendo assim, decidia quando pagaria o devido, levando anos para pagar.

Justamente o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que caracteriza tal atitude como improbidade administrativa, e levou ao pedido de impeachment da presidente Dilma por crime de responsabilidade.

A LRF proíbe que o governo imponha necessidades aos bancos públicos justamente para impedir que os use para financiar suas ações, como se fizesse operação compulsória de crédito na instituição financeira que controla.

Tecnicamente, Dilma está sendo julgada pelas "pedaladas" de 2015 e por 3 decretos suplementares editados naquele ano sem autorização do Congresso. Parece pouca coisa, e é o que leva observadores internacionais, como "Le Monde" ontem e várias personalidades internacionais ligadas a movimentos de esquerda, a considerarem superficialmente que uma presidente aparentemente honesta está sendo sacrificada por pequenos delitos administrativos em complô de parlamentares corruptos.

É por isso que o "Le Monde" diz que, se não é um golpe, é uma farsa o que ocorre no Brasil. Se o jornal francês de esquerda usa "farsa" no sentido "narração burlesca, que provoca risos" ou "ato grotesco", ou algo do gênero, pode até ter certa razão. Pois é mesmo situação risível esta, em que muitos deputados e senadores sob investigação se tornam juízes de uma presidente da República.

Mas, se estiver usando "farsa" no sentido de "embuste", "mentira ardilosa", aí estará completamente equivocado, pois a presidente está sendo julgada por ter cometido crimes de responsabilidade que levaram o país a breca, quebrando pela corrupção a maior estatal brasileira.

Nem mesmo a versão de que Dilma é uma mulher honesta que está sendo derrotada por políticos corruptos se sustenta, diante do que está sendo revelado pela Lava-Jato. O que ajuda essa narrativa marota que engana com mais facilidade estrangeiros que não estão a par de nossa realidade ?" e nem se interessam em entendê-la ?" é que o processo de impeachment é orientado por lei de 1950, atualizada devido à LRF, mas não para abrigar a lei que introduziu a reeleição no nosso sistema.

Portanto, quando a lei do impeachment diz que um presidente só pode ser julgado por crimes cometidos "no mandato atual", permite que todos os crimes cometidos no 1º mandato fiquem temporariamente impunes. Por sorte dos brasileiros, o governo Dilma continuou "pedalando" em 2015 antes de "despedalar" na curta gestão do ministro Joaquim Levy, e por isso foi possível abrir o processo de impeachment com base no que houve em 2015.

Mas foi nos anos anteriores, especialmente em 2014, de eleição, que todas as medidas que nos levaram ao caos em que nos encontramos foram feitas, justamente para permitir a reeleição de Dilma, baseada em fotografia do país que já não refletia a realidade econômica, que estava sendo maquiada naquele mesmo instante.

Eleita, teve que convocar uma equipe econômica antagônica ao que vinha sendo realizado até então, para tentar reequilibrar a situação fiscal. O amplo contingenciamento realizado em 2015, citado por Barbosa como um trunfo do governo Dilma, não passou de uma confissão de culpa do descalabro que causaram em busca da manutenção de um projeto de poder do PT baseado em um esquema de corrupção institucionalizada nunca visto no país.

São questões assim que os estrangeiros desavisados não levam em conta, ainda considerando que Lula é "adorado" pelo povo brasileiro, e que Dilma é uma mulher honesta cercada de corruptos.

Não sabem, por exemplo, que todos esses "corruptos" que agora se opõem a ela estavam a seu lado até pouco tempo, escolhidos pelo PT para darem governabilidade no Congresso em troca de apoio político, a maior parte das vezes pago com ilegalidades. Inclusive Eduardo Cunha, que deu a partida para o impeachment.

Bom roteiro para uma farsa burlesca, sem dúvida. Mas é o que temos pelo momento na vida política, e, sobretudo, está sendo realizado no mais estrito cumprimento da Constituição, sob supervisão do STF.
Herculano
28/08/2016 13:13
CENA DE CINEMA, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

A expectativa em torno da presença de Dilma Rousseff amanhã no Senado para fazer sua defesa e responder a perguntas dos parlamentares é grande, mas não tem a ver com a possibilidade de virada de votos em favor da volta dela à Presidência da República.

Tal missão é impossível. Por três motivos: a firme consolidação da posição majoritária pró-afastamento, a já proverbial falta de traquejo da presidente afastada no manejo do raciocínio argumentativo e a ausência de empatia entre ela e a plateia do caso. Dilma, então, vai apenas cumprir uma tabela? Sim e não.

Poderia optar por não ir, dada a inutilidade prática da ação. Mas vai ?" acompanhada de grande elenco, Luiz Inácio da Silva à frente ?" para fazer jus ao roteiro da mulher de "coração valente" que luta até o fim e assim propiciar um fecho apoteótico ao documentário que está sendo produzido sobre o processo de impeachment no qual terá o papel de vítima injustiçada e injuriada. Na impossibilidade de exibir um final feliz, exibe-se como mártir. Uma cena para o cinema.

Feito isso, Dilma desocupa a ribalta e volta ao ostracismo de onde Luiz Inácio da Silva a resgatou, num ato posto pelos fatos na condição de erro crasso que ficará marcado na história como exemplo das consequências do pecado da soberba. Nunca antes neste País terá sido visto um equívoco de tal magnitude, cometido por considerado mestre na matéria. Ainda que involuntariamente e por mais que acredite na fantasia, na vida real Dilma derrubou o mito do grande articulador, do político sensitivo de instinto infalível.

Com esse passo em falso, Lula se colocou em posição semelhante à de Paulo Maluf na eleição municipal de 1996, em São Paulo. Maluf inventou Celso Pitta convocando os eleitores a nunca mais votar nele caso a criatura desse errado. Deu e ficou mais ou menos por isso mesmo. O inventor nunca mais recuperou condições de competitividade em eleições majoritárias, mas seguiu recebendo da população delegação para representá-la na Câmara dos Deputados, a despeito de seus desacertos com a lei.

Lula garantiu ao eleitor de 2010 que Dilma Rousseff era um gênio da administração, sendo desmentido ao passar do tempo pela realidade da inépcia de sua criatura. Juntando-se a ineficácia da pessoa com a eficácia do PT na infração ao Código Penal, tem-se uma fatura robusta espetada na conta do criador na forma de queda na popularidade e perda da credibilidade.

Não obstante a posição de ponta nas pesquisas para a eleição presidencial de 2018, Lula é campeão no quesito rejeição. Não será candidato, pelo simples fato de que correria o risco de perder e/ou de relegar ao esquecimento os 80% de aprovação popular que ostentava ao fim de seu segundo mandato, patrimônio indispensável à sua biografia.

Por essa e várias outras é que o PT vê chegar a hora tão adiada: vai precisar se reinventar a partir de rigorosa autocrítica, mudança de procedimentos e abertura de espaço para novas lideranças, abandonando a dinâmica de partido de uma só estrela. No caso, cadente. No sentido pessoal e, simbolicamente, partidário.

Há gente decente no PT, capaz de revigorar a legenda. Há base social (e sobre isso falam os três meses decorridos entre o afastamento de Dilma pela Câmara e o epílogo no Senado, processo que no caso de Fernando Collor levou 48 horas) e há eleitores ávidos por serem reconquistados.

Daqui em diante cabe ao partido aproveitar esse capital remanescente para olhar para si sem condescendência e recomeçar. Desta vez compreendendo que outra forma de fazer política é possível. Embora custe esforço, a chance é de que seja consistente. De verdade e para sempre. Desde que os petistas estejam dispostos a trilhar o caminho menos percorrido da dificuldade, aceitando que a vida é difícil. E o bom exercício da política também.
Herculano
28/08/2016 13:11
MORENO COMO VOCÊS, por Fernando Gabeira, para o jornal O Globo

Antes das pancadas, lembrem-se que também sou brasileiro, moreno como vocês, como diz o verso de Drummond. No entanto, o ufanismo me constrange. Dizem que é um antídoto para o complexo de vira-lata. Será? Complexos têm a manha de reaparecer nos seus antídotos. O sexo, por exemplo, reprimido com uma intensa dedicação à geometria, pode ressurgir numa estranha paixão pelas curvas, triângulos e círculos.

Num hotel do interior de Goiás acompanhei a cerimônia final dos Jogos Olímpicos. Confesso que fiquei meio sem jeito quando ouvi Carlos Nuzman declarar no discurso de encerramento que o Rio era o melhor lugar do mundo. A plateia do discurso era gente de todos os cantos do planeta. Gente que também gosta de onde vive. Se encontrasse o Nuzman, e creio que não virá nos próximos dias ao interior de Goiás, iria propor uma negociação: o Rio é um dos melhores lugares do mundo.

Não creio que tenha ferido outras sensibilidades além da minha. A frase inicial do discurso atenua qualquer juízo: sou o homem mais feliz do mundo. Uma frase que ouvimos de um noivo inebriado na noite de núpcias, um pai na formatura da filha. Quem nega um desconto a um homem que se diz o mais feliz do mundo? No entanto, a Olimpíada é um momento planetário em que as sensibilidades nacionais estão muito à flor da pele. O Brasil é uma sociedade multicultural, mas não recebeu grandes fluxos migratórios no final do século. Na Europa, o multiculturalismo, com todas as suas deformações, aguçou mais ainda essa consciência da presença do outro, tornou mais delicada essa teia nervosa da convivência na diversidade.

Na mesma televisão do quarto tinha visto Brasil e Itália disputando o ouro no vôlei. Torcia por uma a vitória do Brasil e mais uma vitória do Bernardinho. Mas tinha de descarregar e ver imagens do trabalho matinal. Optei por seguir trabalhando no computador, ligado apenas na voz dos locutores. Foi impossível não só pela emoção da partida. Só pelo áudio precário de algumas TVs no interior, não conseguiria saber o resultado. Os pontos do Brasil eram nítidos pelos gritos do locutor. Os da Itália, reportados de forma tão breve que seria preciso levantar sempre para ver o letreiro na tela. O episódio dos nadadores americanos é o mais delicado para discutir. Cometeram um grave erro. Mas foram punidos em vários níveis. Pagaram pela destruição da placa, em seguida foram processados, um deles pagou multa e Bryan Lochte perdeu a quase totalidade de seu patrocínio. Os Estados Unidos cooperaram com a Justiça brasileira.

O balanço registra um equilíbrio entre crime e castigo. Num site de notícias, li um artigo em que o autor dizia: se os brasileiros fizessem nos Estados Unidos seriam mandados para Guantánamo. O prefeito Eduardo Paes, que se saiu bem na gestão do megaevento, disse que desprezava os nadadores porque tinham falhas de caráter. Houve quem defendesse que fossem banidos do esporte. Se os americanos mandassem todos os mentirosos para Guantánamo iriam realmente afundar a ilha com um gigantesco aumento populacional. A frase do prefeito Eduardo Paes me surpreendeu. É um dirigente do PMDB. O partido não costuma ter o discurso de rigor moral na avaliação do outro. A própria cúpula, em escala nacional, é medalha de prata na modalidade defeitos de caráter. Com a derrocada do PT vencedor será desclassificado. E o ouro, vai para quem?

Cada vez que se fala num contexto como anfitrião da Olimpíada, Paes fala pelo Rio e pelo Brasil. Os nadadores precisam nadar. Acabar com a carreira de um atleta de alta performance é uma pena muito dura. E uma cidade tão feliz, hospitaleira, enfim todas as qualidades evidenciadas de novo na Olimpíada, certamente, conhece a fronteira entre justiça e vingança. Critiquei a Olimpíada, um fato irreversível. Meu desejo era de que acontecesse da melhor forma possível. A entrada do saneamento na agenda imediata do governo foi um avanço. A decisão do COI de rever a escolha das cidades-sede, considerando a crise econômica e ambiental no planeta também fortalece a visão das formigas no diálogo com as cigarras. A ideia de aproveitar as cidades que já hospedaram os Jogos corresponde às mudanças de estilo de vida que a escassez de recursos naturais e o aquecimento global recomendam.

Os que sonharam com o sucesso da Olimpíada estavam certos. Os que lembravam o baixo nível de saneamento como uma de nossas fragilidades, também. Li um comentário na rede afirmando que a baía está limpa porque os atletas da vela mergulharam nela, após a vitória. Depois de uma medalha de ouro a pessoa se sente a mais feliz do mundo como o Carlos Nuzman. Se de toda a energia e emoção restar um pouco, que sejam canalizados para os desafios da crise que nos envolve desde antes dos jogos. No fundo, talvez sejamos todos brasileiros com muito orgulho e muito amor. Mas há múltiplas maneiras de expressar esses sentimento, diferentes ritmos, melodias e até mesmo outros versos.
Herculano
28/08/2016 13:10
MUDOU

A campanha política deste ano é muito diferente das que foram feitas nos anos anteriores. As regras são outras, a consciência é diferente e os meios de comunicação mais intimista e independe dos veículos de comunicação.

Tem gente em Gaspar que está fazendo campanha como há quatro, oito, 12 anos atrás. Apesar da dinheirama que se esparrama, ainda não percebeu a inutilidade dela, a não ser que tudo poderá servir de prova para a Justiça Eleitoral e prejudicar o seu próprio projeto. Acorda, Gaspar!
Mariazinha Beata
28/08/2016 13:09
Seu Herculano;

Do Blog do Políbio:

"Se as redes sociais estiverem certas, haverá panelaço durante os 5 minutos iniciais da fala de Dilma, amanhã, no Senado.

As convocatórias já inundam a Web.

Dilma falará às 9h, durante 30 minutos.

A idéia é usar os 5 primeiros minutos para bater panelas, mas quem quiser e tiver forças, poderá fazer isto durante meia hora ou também nos 5 minutos finais."

Os desempregados é que deveriam bater panela de madrugada na janela do hotel Tulip Inn onde ficará o deus ladrão ... e no Alvorada na janela do sapatão.
Se tem tanto brasileiro perdendo o sono por falta de emprego, por que eLLes que ficarão desempregados podem dormir?
Bye, bye!
Herculano
28/08/2016 13:06
CADA UM CRIA, À SUA MANEIRA, UMA REALIDADE QUE SO EXISTE EM SUA MENTE, por Ferreira Gullar, para o jornal Folha de S. Paulo

Gente é bicho complicado. E, ao dizer isso, não me excluo, pois também sou complicado. Só que, modéstia à parte, procuro, tanto quanto possível, manter-me coerente com o que suponho ser a realidade dos fatos.

Digo isso porque, com frequência, conversando com essa ou aquela pessoa, surpreendo-me com a capacidade que elas têm de amoldar a realidade ao que creem ?"ou lhes convêm?" ser a verdade.

Às vezes, tento mostrar-lhes que a coisa não é bem assim, mas de nada adianta, pois, ao que tudo indica, a verdade não lhes importa e, sim, a versão que inventaram.

Já contei aqui a conversa que mantive com uma jovem universitária a propósito de um jornal que seu grupo editava na faculdade.

?" O que esse jornal afirma ?"disse-lhe eu?" dá a entender que o comunismo não acabou.

?" E não acabou mesmo ?"respondeu ela. O que acabou não era o comunismo verdadeiro.

Ou seja, como ela necessitava acreditar no sonho marxista, tudo o que ocorreu, desde a revolução soviética de 1917 até hoje, era falso comunismo. Nem Lênin, nem Stalin, nem Mao Tsé-tung, nem Fidel Castro: nenhum deles era comunista de verdade. Só ela e seu pequeno grupo de universitários.

Por isso, digo que gente é bicho complicado. Claro que nem todo mundo chega ao exagero dessa jovem carioca, mas cada qual à sua maneira inventa uma realidade que só existe em sua mente. É claro, porém, que não ocorre só com gente da área política e muito menos da chamada esquerda.

Na área da religião e, sobretudo, das seitas religiosas, a realidade é muitas vezes coisa ignorada. São exceções, mas conseguem adeptos e criam instituições que, de uma maneira ou de outra, atuam na sociedade. Há mesmo os espertos que fundam seitas ou "igrejas" e, depois que conseguem um número considerável de seguidores, as vendem a supostos profetas. Bem, como diz a Maria, minha empregada, neste mundo há de um tudo.

Sim, há, mas nem sempre a coisa chega a esse ponto. Há exemplos mais discretos, embora sejam, de qualquer forma, uma maneira de desconhecer a verdade. E, mesmo admitindo que são exemplos diversos dos mencionados, não deixam de me espantar, por exemplo, a insistência com que algumas pessoas teimam em afirmar que o processo de impeachment contra Dilma Rousseff é um golpe.

É verdade que quem inventou isso sabe que é mentira e muitas dessas pessoas que o repetem também sabem, mas, apesar de o saberem e, por isso mesmo, fingem que acreditam.

Não estou dizendo nada de novo e, sim, tão somente, manifestando minha surpresa, uma vez que muitas dessas pessoas que o afirmam são plenamente informadas de tudo o que aconteceu: de como surgiu o processo do impeachment e de como se desenvolveu ao longo de mais de nove meses, obedecendo a todas as normas e exigências legais.

Basta dizer que, em certo momento desse processo, 44 testemunhas depuseram em defesa da acusada, e isso sem falar nas infindáveis sessões de debates, em que os seus defensores lançavam mão de sofismas e barganhas para anular o processo.

Todos os recursos foram utilizados para impedir que o impeachment fosse adiante. Na etapa final, o processo foi presidido, nada mais, nada menos, pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal. Ainda assim, aquelas mesmas pessoas insistem em dizer que se trata de um golpe.

Confesso que tenho dificuldade de entender esse tipo de comportamento. Com facilidade compreendo que uma pessoa desinformada ou inculta deixe-se levar por falsas verdades e demagogias. Mas, quando se trata de alguém que tem pleno conhecimento dos procedimentos legais e das instituições envolvidas no caso, aí não dá para entender.

Ou dá, se assumirmos que o cara engana a si mesmo e, nem à noite, ao deitar a cabeça no travesseiro, admite que está se enganando.
Herculano
28/08/2016 13:04
O ASSALTO AO ESTADO, por Luiz Carlos Azedo, para o Correio Braziliense, de Brasília

Chegar ao poder pelo voto não é um cheque em branco da sociedade pra fazer o que bem quiser, acima do bem e do mal

Amanhã, para se defender, a presidente afastada, Dilma Rousseff, subirá ao cadafalso no qual será guilhotinada, no Senado, depois de três dias de oitiva das testemunhas de defesa e acusação, na qual se digladiariam os senadores que permanecem fiéis à presidente afastada e, digamos, seus algozes do PMDB e outros ex-aliados, além da antiga oposição, liderada pelo PSDB. Seu infortúnio acabará provavelmente na quarta-feira, quando será cassada, se, antes disso, não renunciar num gesto espetacular, para não legitimar o julgamento.

Em meio ao bate-boca das excelências, que se arrasta há meses, há duas lógicas: de um lado, a intenção das forças antipetistas de dar posse definitiva ao vice-presidente interino, Michel Temer, e assumir o poder até 2018; de outro, o mise-en-scene petista para sustentar a narrativa do "golpe de estado" e dela sair como vítima, para não ter que assumir a responsabilidade principal pela crise econômica, política e ética que assombra o país. No mérito do processo de impeachment, porém, está o respeito à Lei Orçamentária da União e à Lei de Responsabilidade Fiscal, que é tratada, às vezes, como uma coisa banal.

A derrocada do governo Dilma Rousseff está associada ao assalto ao Estado pelo PT e seus aliados. Chegaram ao poder pelo voto, mas não com um cheque em branco da sociedade para fazer o que bem quisessem, acima do bem e do mal. Esse foi o recado que receberam, das ruas em 2013, e não foi ouvido; e em 2015, quando se deu o engajamento popular na campanha do impeachment. Houve um assalto ao Estado em dois sentidos: primeiro, o aparelhamento do governo por meio da ocupação de milhares de cargos comissionados, tanto na administração direta, como na indireta, inclusive estatais, de forma fisiológica e clientelística; segundo, o sistemático desvio de recursos públicos para financiamento eleitoral e formação de patrimônio pessoal, via superfaturamento de obras e serviços. Veremos o que Dilma Rousseff tem a dizer sobre isso amanhã, no seu jus esperneandis.

Os aliados de Dilma Rousseff não estão nem aí para as consequências do desrespeito à Lei Orçamentária e à Lei de Responsabilidade Fiscal, que tratam como meras formalidades. A aprovação do deficit fiscal de R$ 170,5 bilhões em 2016 pelo Congresso, para permitir que o governo Temer possa gastar mais do que arrecada enquanto não consegue aprovar o "ajuste fiscal", de certa forma corrobora essa banalização. Dilma e o PT não assumem a responsabilidade sobre o desastre econômico que provocaram ao gastar mais do que o governo arrecada e acreditam que o Estado brasileiro pode tudo. Na verdade, alguns ex-aliados que permanecem no poder sob a liderança do PMDB, quanto a isso, não pensam muito diferente. Talvez seja essa a razão de a discussão no Senado ser polarizada pelos petistas e pela antiga oposição.

Desastre nacional


Os resultados do "assalto ao Estado", porém, são auto-explicativos. Queda de 16% do PIB per capita entre 2013 e 2016, isto é, de R$ 30,5 mil para R$ 25,7 mil por ano. Aumento do desemprego de 6,4% para 11,2%, com a demissão de 12 milhões de trabalhadores. A pior recessão da história: já chega a 6%. A Grande Recessão de 1929-1933 foi de 5,3%; a de 1980 a 1983, 6,3%; e a de 1989 a1992, 3,4%.

A crise fiscal é devastadora, por causa da elevação dos gastos públicos e da queda de arrecadação: sem a reforma da Previdência, o deficit fiscal subirá de R$ 145 bilhões para R$ 200 bilhões. Aumentar os impostos não é uma solução razoável. A dívida pública chegará a 70% do PIB ao final do ano.

É nesse ambiente que Dilma Rousseff está sendo julgada, por causa das "pedaladas fiscais". Nada a ver com a Operação Lava-Jato, que desnuda os mecanismos do outro assalto ao poder ao qual nos referimos lá no começo. Parece kafkiano, mas não é. A presidente Dilma Rousseff está bastante enrolada por causa das investigações sobre o caixa dois de suas campanhas eleitorais de 2010 e 2014, mas não pode ser investigada por fatos anteriores ao exercício do atual mandato, de acordo com a Constituição. A mesma que permite sua cassação ao não zelar pelo Orçamento da União.

Com a cassação de seu mandato pelo Senado, Dilma poderá passar por dissabores semelhantes ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava-Jato, que acaba de ser indiciado pela Polícia Federal por causa do triplex de Guarujá. Mesmo assim, o líder petista pretende comparecer ao Senado amanhã para prestigiar a presidente afastada.
Sidnei Luis Reinert
28/08/2016 11:29
Véspera do fatal Dia D para Dilma


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O Brasil precisa de governos disruptivos - que reinventem a realidade do mercado, para melhor, com um mínimo de intervenção, juros reduzidos, menos imposto e mais justiça fiscal, e liberdade para trabalhar, produzir e empreender de maneira colaborativa. Infelizmente, estamos longe de tal cenário de mudança desejável no atual quadro de "tira Dilma" e "efetiva Temer". O PMDB continuará no poder federal desde 1985, quando ocorreu o golpe da Nova República que botou José Sarney no poder com a morte de Tancredo Neves.

Enquanto nada mudamos - ou apenas fazemos alterações que conseguem piorar ainda mais a realidade brasileira -, entramos na contagem regressiva por um dos momentos mais esperados no julgamento do impeachment de Dilma Rousseff. Nesta segunda-feira, a partir das 9 horas da manhã, no Senado transformado em Tribunal, Dilma fará sua prometida e inútil "defesa emocional". A Presidanta afastada responderá a perguntas de pelo menos 45 senadores inscritos até ontem. A sessão inquisitorial, tensa, não tem hora para acabar.

O Brasil inteiro vai colar na televisão para assistir as cenas que já estão pre-programadas em um documentário que a petelândia está produzindo para vender ao mundo aquela mentira do "golpe". Dilma levará ao Senado um séquito de 35 puxa-sacos. O inventor dela, Luiz Inácio Lula da Silva, ilustre indiciado na Lava Jato, promete ficar quietinho nas galerias. Em princípio, Lula não quer ficar sentado no plenário. A imagem e som mais esperados, além dos bate-bocas forçados pelo "jardim de infância" da petelândia, é a defesa de Dilma que será feita por ninguém menos que o ex-Presidente e atual senador Fernando Collor de Mello - impichado em 1992.

O conteúdo da defesa de Dilma terá importância alguma para a fatalidade já determinada de seu fatal destino político. Até dia 30, a maioria de senadores vai determinar o afastamento definitivo dela. Pouco importa qual será o placar - acima dos 54 votos necessários. A expectativa de poder sopra para o lado de Michel Temer. Até quando ele se sustentará na Presidência da República? A resposta dependerá, majoritariamente, da melhora na economia no curto prazo. Se o que está ruim ficar pior ainda, Temer rodará mais depressa que Dilma. O motivo para detoná-lo o oportunismo da politicagem encontra no momento em que for conveniente.

Brevemente sem foro privilegiado, como não negociou um acordo para renunciar em paz ou com menos guerra, Dilma corre risco de ser alvo do previsível justiçamento. Caindo agora pelas meras "pedaladas fiscais", a ciclista Dilma tem tudo para tombar em ações judiciais movidas contra ela por má gestão nos tempos da presidência do Conselho de Administração da Petrobras. Caso não se ferre aqui no Brasil, Dilma tem tudo para se danar no judiciário dos EUA.

Se agosto terminará com desgosto para a Dilma e a petelândia, setembro pode ser ainda pior. Uma outra segunda-feira, daqui a duas semanas, promete ser quentíssima. Dia 12, está marcada a sessão da Câmara dos Deputados que pode cassar o mandado de Eduardo Cunha. O risco é falta de quórum ou, mais perigosa ainda, uma quantidade suficiente para salvar o maridão da Claudia Cruz. Tudo é imprevisível em um dia em que parlamentares não costumam aparecer para "trabalhar" - ainda mais no calor de uma campanha municipal para eleger estretégicos vereadores e prefeitos...
João Barroso
28/08/2016 10:20
Herculano

Hoje pela manhã abrindo o face me deparei com um candidato postando uma caminhada pelo Bela Vista, até ai nada de mais, o interessante é que está imitando a candidata Andreia, nem isso sabem fazer, não tem criatividade. Com uma campanha das mais caras imitando a candidata que diziam que não tinha chance de chegar. Ainda por cima, brigando com a língua portuguesa, tem curso superior. Está igual ao Lula e a Dilma.
Herculano
28/08/2016 06:51
ANULAR DELAÇÃO DA OAS É REVIVER O ENGAVETADOR, por Josias de Souza

Nos seus áureos tempos de oposição, o PT grudou em Geraldo Brindeiro, procurador-geral da Era FHC, o apelido tóxico de "engavetador-geral da República". Ao anular a delação de Léo Pinheiro, da OAS, o procurador-geral Rodrigo Janot teve o seu momento de Brindeiro. Deixou no ar uma dúvida incômoda: por que resolveu cometer velhos erros se há tantos erros novos a cometer? Ou Janot abre a gaveta ou acabará provando que é errando que se aprende. A errar!

Faltou nexo à justificativa de Janot. Irritou-se com a notícia de que a delação da OAS incluiria um capítulo sobre Dias Tóffoli, o ministro do Supremo Tribunal Federal. Tachou a informação de inverídica, chamou o vazamento de "estelionato delacional" e deu por encerrada a negociação com Léo Pinheiro. Ora, francamente! Nada mais comum na Lava Jato do que os vazamentos. E Janot resolve rodar a baiana por conta de uma goteira que expeliu o que diz ser uma inverdade?!?

A decisão de Janot tornou-se ainda mais incompreensível diante da revelação dos segredos que o barão da OAS já compartilhou com a Procuradoria. Por exemplo: é mesmo de Lula o tríplex que ele jura não possuir no Guarujá. O imóvel e a reforma feita nele saíram das petropropinas destinadas ao PT. A empreiteira borrifou verbas sujas no caixa da reeleição de Dilma. Os grão-tucanos Aécio Neves e José Serra estão na lista de beneficiários de propinas. Delação, como se sabe, não é prova. Mas a obrigação do procurador-geral é procurar.

Num dos grampos que o doutor Sérgio Moro jogou no ventilador há cinco meses, Lula soa na fita questionando o advogado-companheiro Sigmaringa Seixas, de Brasília, sobre uma demanda que deveria ser encaminhada a Rodrigo Janot. Sigmaringa sugeriu a via institucional de uma petição. Lula queria saltar a "formalidade". Sigmaringa alertou: "Ele vai dizer não, ele não vai receber." E Lula: "Essa é a gratidão. Essa é a gratidão dele [Janot] por ele ser procurador?"

O pior pecado que um procurador-geral da República pode cometer é o de passar à sociedade a impressão de que é agradece com a caneta ao poderoso que o indicou para o cargo. Gente na posição de Janot não deve gratidão senão ao contribuinte, que lhe paga os vencimentos. E tudo o que esses brasileiros desejam é que o procurador Janot procure. E não esconda o que já foi encontrado.
Herculano
28/08/2016 06:49
CINCO RAZÕES PARA DARMOS ADEUS A DILMA, por Bolívar Lamounier, cientista político, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

O excesso, não a falta, é o que dificulta enumerar os motivos para o afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência.

Quem assume tal tarefa se vê diante de duas alternativas: resumi-los numa única sentença, dizendo que ela nunca deveria ter estado lá, ou elaborar um esquema lógico parcimonioso, que permita reduzi-los a um número manejável.

Opto pelo segundo caminho, tentando compactar meu argumento em cinco pontos principais. O primeiro, como não poderia deixar de ser, é a ilegalidade ou, se preferirem, a posição de ilegitimidade formal em que Dilma se colocou.

Refiro-me aqui, naturalmente, aos crimes de responsabilidade que embasam o impeachment. Como Estado constitucional que é, o Brasil não poderia seguir em frente como se nada tivesse acontecido.

Não poderia manter na Presidência um titular que, além de reiteradamente demonstrar desapreço pelas instituições da democracia representativa, não hesitou a atropelar os limites da legalidade no tocante à administração financeira e à legislação orçamentária.

Especificamente, autorizar créditos suplementares sem a aprovação do Congresso equivale a desconsiderar a necessidade de uma lei orçamentária e a ignorar a existência do Legislativo como contrapeso ao Executivo, atingindo dessa forma, em seu âmago, a forma republicana e democrática de governo.

Os quatro pontos que abordarei a seguir têm a ver com o que se pode, apropriadamente, denominar ilegitimidade material, ou substantiva.

Para se eleger e reeleger presidente, Dilma Rousseff participou de uma farsa arquitetada pelo ex-presidente Lula, farsa assentada, como se recorda, sobre três pilares principais: a popularidade de Lula (à época superior a 80%), embustes publicitários levados ao paroxismo e recursos de origem ilícita jorrando em abundância. Aqui, como antecipei, não se trata de ilegitimidade formal, mas material.

Do ponto de vista estritamente jurídico e ex ante, não havia como questionar tal trama. Cabia questioná-la, isso sim, em termos do que o sociólogo Émile Durkheim chamaria de "elementos não contratuais do contrato", ou seja, do ponto de vista da lealdade a regras não escritas da vida política e do regime democrático, que excluem postulações farsescas como as de Dilma Rousseff em 2010.
Herculano
28/08/2016 06:48
CINCO RAZÕES PARA DARMOS ADEUS A DILMA, por Bolívar Lamounier, cientista político, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

Com seus próprios recursos, Dilma não se elegeria nem para a Câmara Municipal de Porto Alegre, onde residia, e disso Lula sabia melhor que ninguém. Mas sabia também que sua popularidade pessoal, as mágicas do publicitário da corte e a cornucópia da Petrobras seriam suficientes para alçar sua pupila às alturas do Planalto. Docemente constrangida, Dilma aquiesceu, ou seja, prestou-se a tal farsa.

O terceiro fator que me propus a abordar é a incompetência gerencial de Dilma e sua interface com a corrupção. Para bem expor esse ponto, creio ser útil entrelaçá-lo com a campanha presidencial de 2014. Àquela altura, como sabemos, a derrocada econômica já comia solta.

A questão central era (como é até hoje, dados os desatinos do primeiro mandato de Dilma) o desarranjo das contas públicas. Aqui entra a questão da accountability, anglicismo inevitável quando se trata de discutir a ilegitimidade material de um governo.

Se as palavras ditas durante a campanha fossem levadas a sério, Dilma teria que admitir a inexorabilidade do ajuste fiscal. Não o fez, como bem sabemos. Ao contrário, atribuiu a seu adversário a intenção de fazer o que ela sabia ser inevitável.

Explica-se: no leme, além dela mesma, encontravam-se Lula e João Santana, um trio para o qual malícia e política podem perfeitamente caminhar de braço dado. O resultado aí está à vista de todos: um país economicamente destroçado, com 11,6 milhões de desempregados, forçado a aguardar, pacientemente, o ato final dessa dupla farsa que me vi forçado a relembrar.

Só Deus sabe se Lula, em algum momento, acreditou que Dilma fosse uma tecnocrata da mais alta estirpe. Fato é que, logo no início de 2015, na esteira da impopularidade advinda da crise econômica, a imagem da Dilma-gerente apresentou rachaduras devido à sua interface com a corrupção.

Lá atrás, em 2003, Lula a mandou presidir o Conselho de Administração da Petrobras. Por que o fez? Acreditava sinceramente em sua competência técnica? Ou, ao contrário, percebia seus limites e a considerava incapaz de desvendar a teia de corrupção lá instalada? Ou ainda por saber que ela, cedo ou tarde, a desvendaria, mas não se furtaria a dançar conforme a música?

Seja qual for a resposta certa, fato é que os "malfeitos" de Pasadena corriam sobre a grande mesa do conselho como uma manada de búfalos, sem que Dilma ouvisse o tropel.
Meu quarto ponto pode ser abordado de maneira concisa. O problema é que o despreparo de Dilma não decorre apenas de sua incompetência gerencial e de sua incultura econômica, mas de algo que, de certa forma, as precede: a pobreza de sua visão do mundo. De sua formação ideológica, se preferem.

"Mas como", pode-se objetar, "ela não é petista? Não governava dentro dos parâmetros ideológicos do petismo?". A objeção seria ponderável, se soubéssemos em quê, exatamente, consiste a nunca assaz louvada "ideologia petista".

Fora de dúvida é que Dilma assumiu o governo acreditando piamente que tinha uma ideologia, quero dizer, uma estratégia válida para a promoção do crescimento. No frigir dos ovos, nos demos conta de que sua estratégia era uma mescla mal ajambrada do velho nacional-desenvolvimentismo com a ilusão de aqui implantar um modelo de feição asiática, inspirado no sucesso indiscutível da Coreia do Sul.

Como ocorria nos anos 1950, também para ela educação, ciência e tecnologia, formação de capital humano, essas coisas "menores", poderiam esperar. Com essa mentalidade Dilma subiu a rampa do Planalto em janeiro de 2011. Em termos políticos, seu "modelo" econômico tinha três requisitos fundamentais.

Primeiro, o popular "quem manda sou eu"; segundo, o Tesouro capta dinheiro caro no mercado e o BNDES se incumbe de repassá-lo pela metade do custo a empresários tão amigos quanto dinâmicos; terceiro, subsídios a rodo, notadamente sob a forma de exonerações fiscais, para incentivar a indústria automobilística e afins a retomarem o crescimento de um jeito ou de outro, além de manter o nível de emprego, cuja importância eleitoral ela não desconhecia.

Em quinto e último lugar, mas não menos importante, a saída de Dilma Rousseff é a limpeza de terreno imprescindível para que o Brasil apresse a recuperação econômica e comece, o quanto antes, a repensar seu futuro.

Para isso, algumas medidas serão necessárias. O ajuste fiscal é a primeira delas. Depois, fortes investimentos em infraestrutura, sem os bloqueios ideológicos que os inviabilizaram durante todo o período lulo-dilmista.

Também são fundamentais propostas sociais enérgicas, notadamente na área educacional, reduzindo programas como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida à função paliativa que lhes é inerente.

Por fim, aprofundando e concluindo o ataque à corrupção, deve-se encetar uma reforma política séria e abrangente, com o objetivo de recolocar o sistema político num patamar aceitável de legitimidade.
Herculano
28/08/2016 06:45
FILME TRISTE, por Carlos Brickmann

Gleisi Hoffmann sempre conviveu bem com os demais senadores, Lindbergh Farias há muitos anos faz o tipo de bom moço, Lula já desistiu faz tempo de tentar salvar o mandato de Dilma (hoje, tenta salvar sua pele e a de sua família). Luzes, câmera, ação! Gleisi passa a ofender seus colegas aos gritos, Lindbergh vai para cima de Ronaldo Caiado, Lula manda preparar o jatinho que o levará a Brasília para usar seu prestígio na tentativa de convencer senadores a mudar de posição e votar contra o impeachment (e a tempo de ouvir o discurso de despedida da companheira Dilma). A vida imita a arte - e todos desempenham seus papéis no filme "Impeachment", encomendado pelo PT à cineasta Petra Costa. Tudo o que for dito e realizado contra o impeachment aparecerá no filme; atos e vozes em favor do impeachment sofrerão impeachment, e ficarão fora do filme.

É para aparecer bem no filme que Dilma fará um discurso emocional, talvez com choro no fim. Congela-se a imagem logo após uma declaração de amor ao Brasil, à democracia, à justiça social. Sobre a imagem congelada, um texto em letras bem grandes dirá que a democracia perdeu uma batalha, mas Dilma e Lula continuarão lutando para restabelecê-la no Brasil. A última cena talvez traga local e data. Quem assistir, vestido de vermelho, gritará algo como "A luta continua" ou "No pasarán".

Sempre que essa expressão for usada, saiba que já passaram.

OS SEM-FILME

A CUT informou a Dilma que não terá como encher de militantes a Esplanada dos Ministérios, por falta de dinheiro. Ou seja, depois que os companheiros deixaram o Governo, cessou o fluxo de recursos e hoje não há como investir nem nos ônibus, nos sanduíches e no Dolly?

FORA DO AR

Júlio Marcelo de Oliveira, procurador do Tribunal de Contas da União, ouvido como informante no processo contra Dilma, pronunciou uma frase notável (que é melhor guardar de memória, porque no filme não deve entrar): "O dolo grita nos autos. Se a presidente da República não tiver responsabilidade sobre decretos e medidas provisórias, porque foram elaborados pela sua equipe, ela não vai ter responsabilidade sobre nada. Essa é uma tese da irresponsabilidade do governante".
Herculano
28/08/2016 06:45
JOGANDO O DESTINO, por Carlos Brickmann

De todos, Lula é quem tem os problemas mais sérios. A Polícia Federal o indiciou, ao lado da esposa Marisa Letícia e do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, no inquérito sobre o apartamento triplex do Guarujá. O enquadramento ocorre por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Ao indiciar alguém, a PF considera que há motivos suficientes para considerar que pode ter cometido um crime. Mas é uma etapa inicial do processo, que ainda passa pelo Ministério Público e Justiça. Lula é também alvo de três investigações da Lava Jato em Curitiba.

Por isso é que Lula chefiará a luta contra o impeachment. Para ele, é essencial, nessa hora, aparecer bem no filme.

O PALCO É A VIDA

Não dê importância para as críticas do PSDB às medidas econômicas do presidente Temer, nem para as ameaças de rompimento dos tucanos com o Governo. Não vão romper, não. Nem vão fazer mais que oposição barulhenta, porém superficial, ao aumento dos ministros do Supremo para quase R$ 40 mil mensais, "enquanto não há dinheiro para melhorar o que ganham os aposentados". Em caso de emergência, quem julga os políticos não é o aposentado. Tucano pode cometer muitos erros, mas não é louco.

Há poucos dias, três caciques tucanos - Aécio, Aloysio Nunes e Antônio Imbassahy - jantaram com o presidente Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Foi um longo encontro, de suas três horas. E ninguém criticou medidas econômicas, nem se opôs a aumentos salariais. Isto é que é ficar no muro: criticar em público e calar-se na hora correta de falar.

A VIDA REAL

O caro leitor provavelmente já teve oportunidade de assistir ao horário eleitoral gratuito, que começou na sexta-feira. Uma informação importante: não é gratuito. As emissoras cobram tabela cheia do Governo - que, embora seja cliente importante, deve ser o único a pagar o preço de tabela sem desconto. Este preço é tirado dos impostos que a emissora deveria pagar. Os candidatos não pagam pelo tempo, mas uma boa parte dos gastos da campanha ocorre na produção do programa eleitoral. Já a população paga duas vezes: cobrindo os impostos que as emissoras deixam de pagar e aguentando assistir a serviços de Primeiro Mundo que só existem aqui nas animações da TV. Enfim, serão 10 minutos de cada vez, divididos entre os candidatos. Na TV, das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40. No rádio, das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10. Divirtam-se!
Herculano
28/08/2016 06:40
A POBRE ESTREIA DE TEMER NO G20, por Clovis Rossi para o jornal Folha de S. Paulo

Se se tornar o presidente efetivo até lá, Michel Temer fará sua apresentação à sociedade internacional durante a cúpula do G20 nos próximos dias 4 e 5, em Hangzhou (China).

Será tudo menos uma estreia apoteótica. Primeiro porque Temer carece do brilho que só o banho das urnas confere a governantes recém-empossados.

Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, apresentou-se ao mundo (no caso dele, no Fórum de Davos, em 2003) e foi um sucesso de público e de crítica, um tanto por sua vitória eleitoral e muito por sua história de vida, realmente cinematográfica. Temer, ao contrário, tem uma biografia convencional.

Segundo fator: o Brasil de Temer está tendo o pior desempenho econômico entre todos os países do G20. Até a Rússia, a pior da classe no G20 anterior, passou o Brasil.

Os simpatizantes do novo governo podem dizer que a culpa não é dele, mas de Dilma Rousseff. Não deixa de ser verdade, mas para o resto do mundo é difícil entender como o companheiro de chapa de uma pessoa não é corresponsável pelas políticas adotadas.

Afinal, não se conhece uma única palavrinha de Temer contra o que Dilma fazia. Até fez questão de ser o candidato a vice em 2014, quando já operavam as políticas que acabaram levando ao desastre.

Mais complicado ainda é o fato de que os anúncios de Temer até agora vão na contramão do pensamento predominante hoje no G20.

O clubão das grandes economias comprometeu-se, na cúpula de 2013, a adotar políticas que levassem o mundo a crescer, até 2018, 2,1 pontos percentuais acima do que o Fundo Monetário Internacional previa naquele ano.

Como a previsão era de crescimento de 2,9%, tem-se, portanto, que, em 2018, o mundo deveria estar crescendo fabulosos 5%.

É uma meta que, a esta altura, parece inalcançável. Tanto que na mais recente reunião dos ministros de Economia do G20 anunciou-se, pela enésima vez, a disposição de "usar todas as ferramentas políticas, individual e coletivamente", para alcançar um crescimento forte.

Até o Fundo Monetário Internacional, outrora guardião inflexível da ortodoxia, especificou uma das ferramentas necessárias: mais gasto público. O Brasil de Temer, além de estar contribuindo para arruinar a meta de crescer 5% em 2018, parece exclusivamente preocupado com o acerto das contas públicas, no pressuposto de que, uma vez alcançado este, o crescimento virá inexoravelmente.

Para o meu gosto, é mais fé do que ciência. De todo modo, a ênfase na agenda do novo governo não é o crescimento, ao contrário do que destacam, ao menos retoricamente, seus pares do G20.

De todo modo, o governo brasileiro festeja o fato de que a China, a anfitriã, incluiu "reformas estruturais" entre os temas para facilitar o crescimento. Essa expressão acaba sendo uma muleta retórica que países (ou o mundo em geral) usam quando o crescimento é medíocre, como ocorre atualmente.

O governo Temer também usa a muleta retórica, o que, em tese, significa que está em sintonia com o G20. É pouco para uma estreia que tem tudo para ser opaca.
Herculano
28/08/2016 06:37
MUITA GENTE SONHA COM UM CANDIDATO-METEORO PARA A ELEIÇÃO EM 2018, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Muita gente sonha para que a eleição de 2018 ofereça alternativas à lista de candidatos saídos do atual quadro partidário.

Seria um candidato-meteoro.

Quem? As escolhas são livres, aqui vai uma lista para exercícios de quiromancia, por ordem alfabética.

1- Cármen Lúcia. Ela assume a presidência do Supremo Tribunal Federal no próximo dia 12.

2- Joaquim Barbosa. O ex-ministro recolheu-se, mas está na cabeça de muita gente.

3- Rodrigo Janot. O procurador-geral da República parece gostar da ideia.

4- Sergio Moro. O juiz já disse que essa não é sua praia. A conferir.

EREMILDO, O IDIOTA

Eremildo é um idiota e não entendeu o que disseram os doutores da Associação de Magistrados Brasileiros quando tentaram pegar a carótida de Gilmar Mendes:

"É lamentável que um ministro do STF, em período de grave crise no país, milite contra as investigações da Operação Lava Jato, com a intenção de decretar o seu fim, e utilize como pauta a remuneração da magistratura."

O cretino não entendeu o que uma coisa tem a ver com a outra. Por idiota, Eremildo não sabe como a crítica aos penduricalhos da magistratura pode inibir ou acabar com a Lava Jato.

O teto salarial dos servidores públicos é de R$ 33,7 mil. Em Minas Grais há desembargadores que ganham R$ 56 mil, em São Paulo, R$ 52 mil, e no Rio, R$ 38 mil.

Gilmar Mendes falou em "gambiarras". Segundo a ministra Cármen Lúcia, são folhas de pagamentos onde "tem puxadinho e sei lá mais o quê".

TALENTO

A defesa de Dilma Rousseff mostrou que José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça do comissariado, é um grande advogado.

EM SILÊNCIO SOBRE OBRA, TOFFOLI EVITA ARMADILHA USADA POR LYNDON JOHNSON

Com a história do serviço de impermeabilização de sua casa, o ministro José Antonio Dias Toffoli decidiu ficar no silêncio do seu gabinete. Ele tem as notas fiscais de toda a obra, na qual gastou cerca de R$ 1 milhão.

Seu silêncio livrou-o de uma armadilha celebrizada por ter sido a piada política preferida do desbocado e egocêntrico presidente americano Lyndon Johnson (1963-1969). É a seguinte:

O candidato a xerife de uma pequena cidade do Texas vai ao jornal de um amigo e pede que publique que seu adversário mantivera relações sexuais com porcos.

- Eu não posso publicar isso. Ele vai desmentir, disse o dono do jornal.

- É exatamente isso que que quero, respondeu o candidato.

ESTILO TEMER

Às segundas, quartas e sexta, o governo informa que poderá aumentar impostos.

Às terças, quintas e sábados, garante que não haverá aumento de impostos.

Durante os sete os dias da semana ninguém acredita no que diz.

LUPA NELES

Está no ar a Agência Lupa e ela promete ser o terror dos candidatos a prefeito. Seu serviço é checar o que eles dizem, carimbando a informações como "Falso", "Exagerado" ou "Verdadeiro, mas".

Numa só tacada as repórteres Cristina Tardáguila e Juliana Dal Piva acharam gatos nas biografias de dois candidatos a prefeito do Rio.

Marcelo Crivella nunca teve um diploma de mestrado em engenharia da universidade de Pretória, da Africa do Sul.

Pedro Paulo nunca teve o diploma de mestrado em Economia Regional pela universidade Federal Fluminense. Como Dilma Rousseff na Unicamp, ele foi ao curso, mas não entregou a tese.
Herculano
28/08/2016 06:30
OS EMPREITEIROS MOSTRAM O SEU PODER SOBRE O GOVERNO TEMER, por Élio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Vá lá que o ministro Gilmar Mendes queira por um freio na Lava Jato, mas ninguém consegue frear as empreiteiras na defesa de seus interesses.

Desde 2013 vaga pelo Senado o projeto de lei 559 pelo qual quebram-se os ossos da Lei das Licitações. O mimo esteve para ser votado em 2014 (ano eleitoral), mas foi para a geladeira.

No governo de Michel Temer ele ressuscitou, piorado. Na sua versão inicial criava-se a modalidade de "contratação integrada" dispensando a apresentação de um projeto básico para obras de valor superior a R$ 2 milhões. (Projeto básico, a ciclovia Tim Maia tinha.) Essa modalidade de licitação light nasceu na Petrobras.

Deu no que deu.

Empreiteiras contratadas para uma obra poderão desapropriar imóveis. Uma festa para a fusão de interesses de empresas de engenharia, companhias imobiliárias e escritórios de advocacia versados nesse tipo de litígio.

No "governo de salvação nacional" acrescentou-se uma gracinha, instituindo o "diálogo competitivo". Ele prevê a realização de reuniões de autoridades públicas com "licitantes previamente selecionados".

Assim, seria possível organizar um "diálogo competitivo" com os doutores Sérgio Machado pela Transpetro, Marcelo Odebrecht pela Odebrecht, e Léo Pinheiro pela OAS.

O governo vem ajudando a tramitação do projeto de lei 559 e ele poderá ser votado no Senado ainda neste ano, seguindo para a Câmara.

RODRIGO JANOT AJUDOU OS INIMIGOS DA LAVA-JATO

O doutor Rodrigo Janot leu uma expressão -"estelionato delacional" - informando que o vazamento de uma informação banal e legalmente irrelevante envolvendo o ministro José Antonio Dias Toffoli e o empreiteiro Léo Pinheiro (OAS) não saiu da sua Procuradoria porque lá não entrou.

Se lá não entrou, de lá não poderia ter saído e, se não existe, o doutor não teria porque suspender as tratativas pela colaboração de Pinheiro. Se notícias desse tipo podem influenciar decisões do procurador-geral, generaliza-se uma carnavalização jurídica.

A ideia de que Léo Pinheiro queira contar o que sabe e que a Procuradoria não quer ouvi-lo serve apenas para propagar boatos e até mesmo infâmias. A PGR se recusaria a ouvir um grande empreiteiro, sem mostrar o que ele está escondendo.

Pegaram 364 pessoas, quebraram 121 sigilos telefônicos (inclusive o de Léo Pinheiro), fecharam-se 41 acordos de colaboração e evitam-se as revelações, ainda que parciais, de um gato gordo da OAS.

Sob o nome de Lava Jato misturam-se várias iniciativas, conduzidas por duas equipes de procuradores, a de Brasília, chefiada por Janot, e a de Curitiba, onde está o juiz Sergio Moro.

Diversas narrativas de pessoas que gostariam de envenenar as duas equipes informam que elas guardam diferenças. A turma de Curitiba vive nas nuvens da autossuficiência. A de Brasília, na estratosfera da onipotência.

Curitiba cometeu o grande erro da circulação do grampo de Lula com Dilma Rousseff. Brasília pediu espetaculosamente a prisão de José Sarney e do senador Renan Calheiros, negada pelo ministro Teori Zavascki.

A colaboração do senador Delcídio do Amaral tem vulnerabilidades que poderão levar a sua anulação parcial. No caso da colaboração de Sérgio Machado, o ex-presidente da Transpetro, há muito vapor (de enxofre) e pouca materialidade.

A Lava Jato depende muito mais da serenidade dos procuradores do que da conduta dos seus adversários, pois os erros dos servidores servem aos interesses dos delinquentes.

Como no caso do grampo de Lula com Dilma, pode-se fazer tudo por ela, menos o papel de bobo para tirar da mesa tolices alheias.
Herculano
28/08/2016 06:17
CORTE DE PARLAMENTARES ECONOMIZARIA R$1,3 BI, por Claudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

A proposta de emenda 106/2015, que prevê o corte de 128 deputados e 27 senadores a partir da eleição de 2018, e que vem ganhando apoio nas redes sociais, pode garantir economia de ao menos R$1,3 bilhão aos cofres públicos só em gastos legais. Cada parlamentar federal custa, em média, R$166 mil por mês, entre salários, verba de gabinete, passagens aéreas, alimentação, combustível e até a famosa tapioca.

PRESSÃO POPULAR
A PEC para diminuir o gasto com o Legislativo já recebeu quase meio milhão de assinaturas de apoio em consulta no site do próprio Senado.

NO SENADO
O número de senadores passaria a dois, em vez dos três atuais, por Estado e pelo Distrito Federal. Os mandatos continuariam de oito anos.

NA CÂMARA
Estados e DF elegeriam 385 deputados, em vez dos 513 atuais. Cada um elegeria mínimo de 6 e no máximo 53, a depender do eleitorado.

CONSENSO
A proposta de reduzir a quantidade de parlamentares foi apresentada por mais de 30 senadores de todos os partidos, governo e oposição.

PLANALTO TEM CERTEZA: 61 VOTARÃO CONTRA DILMA
O núcleo mais íntimo do presidente Michel Temer fez e refez as contas e está seguro: ao menos 61 votos dos senadores colocarão Dilma Rousseff, a presidente ré, no olho da rua. Um aliado um pouco inseguro perguntou ao presidente Michel Temer se ao menos será repetida a votação da pronúncia de Dilma, aprovada pelos votos de 59 senadores. Ele respondeu com segurança, sem hesitar: "Serão 61".

JOGO DE PRESSÕES
Até agora, apenas 52 senadores confirmam os votos contra Dilma. Outros nove pró-impeachment escondem o jogo para evitar pressões.

FATURA LIQUIDADA
A situação de Dilma está tão definida que seus defensores, como José Eduardo Cardozo, pararam de pedir votos em seu favor.

JÁ ERA
O apoio a Dilma diminuiu desde a primeira votação no Senado e ela terá dificuldades para reunir vinte votos.

GLEISI TINHA RAZÃO
Sete dos dez senadores petistas são investigados. Isso dá razão, ao menos no PT, à afirmação de Gleisi Hoffmann, investigada no Supremo Tribunal, de que o Senado "não tem moral" para julgar Dilma.

TUTTI BUONA GENTE
Os senadores petistas enrolados na Polícia Federal e/ou na Justiça: Ângela Portela (RR), Humberto Costa (PE), Lindbergh Farias (RJ), Paulo Rocha (PA), Jorge Viana (AC) e Gleisi Hoffmann (PR), claro.

SEQUESTRADORES
Continuam com acesso privilegiado ao Senado os produtores do "documentário do golpe", milionária produção do PT que tem o objetivo de sequestrar a narrativa para desmoralizar o Senado e o Brasil.

PONTO PARA TEMER
Pesquisa da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos indica que 24% dos diretores financeiros brasileiros veem a retomada concreta da economia, em razão da nova agenda e dos ajustes do governo Temer.

SEGUE O ROTEIRO
Petistas admitem que perderam a guerra contra o impeachment, mas seus pronunciamentos no julgamento não refletem isso. Mais parecem leituras de roteiros para o documentário do "golpe".

D?"I NO OUVIDO
Em uma das poucas oportunidades onde falou sem ler, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) recorrendo a uma das piadas mais frequentes contra Dilma, chamando-a de "presidenta inocenta (sic)".

FALTA SERVIÇO
O deputado Manato (SD-ES) achou relevante apresentar projeto de lei prevendo que um casamento seja anulado em caso de "engano de sexo". Não está claro se o obtivo é proteger certos "machões".

PHOTO-OP
Senadores que defendem Dilma no Senado estão mais preocupados com oportunidades de fotos e vídeos a serem aproveitados na campanha. Nem sequer dão atenção às próprias testemunhas.

PENSANDO BEM...
...se o processo de cassação de Eduardo Cunha é o mais longo, o impeachment de Dilma é o mais chato da história mundial.
Mariazinha Beata
27/08/2016 19:22
Seu Herculano;

Veja o que encontrei no Blog do Felipi Moura Brasil:

Uma mulher aparentemente embriagada tentou invadir o Palácio do Planalto na noite de terça-feira, declarando ser "o marido" da presidente Dilma Rousseff. Identificada como Edmeire Celestino da Silva, de 29 anos, ela chegou a subir parte da rampa externa do edifício antes de ser contida pelos seguranças da guarda presidencial.

Essa deformada nunca me enganou.
Bye, bye!
Paulo Conceição Neto
27/08/2016 17:15
Ao Sr. Adilson Schmitt

O sr. Já foi prefeito e na sua gestão, com todo respeito, Gaspar não evoluiu, ficou estagnada. Por isso penso que qualquer um dos candidatos, terá muito mais êxito do V . excelência, convenhamos, o sr foi um prefeito medíocre. A Andreia, para não dos outros, lhes dá um surra.
Adilson Luis Schmitt
27/08/2016 16:17

UMA ANÁLISE SOBRE AS PROPOSTAS DOS CANDIDATOS A PREFEITO EM 2.016!!!

ANDREIA NAGEL: um plano feito dentro das normas, seguindo a metodologia, procurando estruturar o plano de governo.

KLEBER WAN-DALL: um misto de plano requentado com alguns relances de novidades.

LOVIDIO BERTOLDI: agora o plano Petista curto, enrolado, sem nenhum compromisso, misto de arrogância com falta de consideração com as pessoas.

MARCELO BRICK: um plano de superficialidades, enrolado, não estruturado.

Nenhum plano atinge o grau de apontar ações corretivas na situação de falta de recursos. Superficiais somente para cumprir exigência legal e para poucos interessados. Não apontam as necessárias correções do uso do dinheiro arrecadado e o seu uso eficaz.
Lamentável que nenhum candidato, tenha tido a coragem de usar o existente para otimizar as necessidades. Só construir creches e não usar com critérios os espaços ociosos nas Comunidades por exemplo.
Mais uma vez repito: a baixa qualidade e o descompromisso com a situação econômica, sonhos de verão. Ninguém fala em resolver o Hospital com ações corretivas, financeiras e de especialidades, mas também chamando a uma solução de parceria.

Dia 02 de outubro um será escolhido!!!

Adilson Luis Schmitt
Ex-Prefeito de Gaspar
Herculano
27/08/2016 15:45
LOGICA DE HOSPÍCIO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Em meio aos tumultos no início do julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado Federal, veio do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), o aviso mais eloquente.

Foram tantas invectivas e questões de ordem, tantos brados e recursos, que as primeiras sessões da deliberação final sobre o impeachment transmitiam, segundo o peemebebista, a sensação de realizar-se num "hospício".

Verdade que nem ele mesmo resistiu à tentação de contribuir para incendiar os ânimos. Chamou a si os méritos pela suspensão, no STF, do indiciamento criminal de sua colega Gleisi Hoffmann (PT-PR) na Operação Custo Brasil.

Como era de prever, a petista reagiu com veemência a Renan Calheiros ?"que, por sua vez, escalava a retórica contra considerações anteriores da senadora. Para a parlamentar paranaense, o Senado não tinha condições morais de julgar Dilma Rousseff, dada a alta proporção de suspeitos de irregularidades entre seus integrantes.

Hospício? Embora levados a extremos de exaltação, os senadores em nenhum momento abandonaram o frio cálculo da conveniência política. Estando quase definido, há tempos, um resultado desfavorável a Dilma Rousseff, sem dúvida o PT e seus aliados almejam tirar o máximo proveito da ocasião.

Não se trata, por certo, de confiar numa possível anulação do processo, ou de alguma expectativa realista de que venha a adiar-se. A estratégia é fazer crer, com grande estridência, na versão de que Dilma Rousseff tornou-se vítima de uma "conspiração das elites" ?"desviando a atenção de tudo o que trouxe de incompetência, de irresponsabilidade e de malogro.

Concorre para o clima carregado, ademais, o longo decurso do processo. Repetiram-se, esmiuçaram-se e esgotaram-se os argumentos que fundamentariam juridicamente a acusação contra Dilma Rousseff. Como uma estrela que alcança seu máximo de irradiação antes de extinguir-se, o debate sobre o impeachment lança seus derradeiros meteoros, agora que só resta a cada senador mostrar-se mais firme do que os rivais ao expressar as próprias convicções.

"Hospício" ou não, o Senado ?"o país inteiro?" tem de lidar com uma característica de desequilíbrio no processo do impeachment. O aspecto político torna insustentável a permanência de Dilma Rousseff, enquanto que, do ponto de vista jurídico, as argumentações de um lado e de outro permanecem abertas à dúvida e ao debate.

A realidade política concreta, todavia, se impõe sobre a retórica e o desespero; é hora de o julgamento, e com ele a crise, chegar a um pacífico desfecho.
Sidnei Luis Reinert
27/08/2016 12:35
O "Chefe Mafioso" Lula ordenou a "estratégia do insulto ao Senado"
Posted on 27 de agosto de 2016 by CristalVox


"Se a gente não conseguir evitar o impeachment, ao menos vamos tentar desmoralizá-los".

A "estratégia do insulto" foi ordenada pelo ex-presidente Lula aos senadores aliados, no julgamento de Dilma, segundo "confidenciou" um senador do PT ao jornalista Cláudio Humberto que assina o site Diário do Poder.

A expressão "o Senado não tem moral para cassar ninguém" é do próprio Lula. Ele já não pretende reverter o impeachment, mas utilizar esses insultos no documentário "Golpe", no qual o PT deposita sua esperança de "salvação" nas próximas eleições.



A estratégia de Lula é resumida numa frase: "Se a gente não conseguir evitar o impeachment, ao menos vamos tentar desmoralizá-los".

Petistas ainda relutam em usar dossiês com "podres" de senadores pró-impeachment temendo que os próprios podres sejam expostos.

No encontro de ontem no Alvorada, o indiciado Lula fez ver a Dilma que ela será condenada, e a aconselhou também a atacar o Senado.
Herculano
27/08/2016 10:04
COMO OS PARTIDOS FEITOS DE GENTE ESCLARECIDA, MARQUETEIROS BEM PAGOS, ENGANAM CRIMINOSAMENTE OS ELEITORES PARA SE MANTEREM NO PODER.TRATAM TODOS COMO ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS E TOLOS.

ESTA MANCHETE E TEXTO SÃO DO JORNAL FOLHA DE S.PAULO, MAS PODERIAM SER PERFEITAMENTE DE GASPAR. ALIÁS SO EU VENHO REGISTRANDO ESTE DISFARCE. AQUI CHEGA-SE AO CÚMULO DE ESCONDER O VICE E SUBSTITUÍ-LO EM DESTAQUE PELO ATUAL PREFEITO LANÇANDO DÚVIDAS AO ELEITORADO.

PETISTAS ESCONDEM PARTIDO EM MATERIAIS DE CAMPANHA E PROGRAMAS DE TELEVISÃO. PETISTAS ABANDONAM TRADICIONAL VERMELHO DO PARTIDO

Texto de Cátia Seabra. Avassaladora em eleições passadas, a "onda vermelha" foi reduzida a marolinha na disputa municipal de 2016. Em todo o país, candidatos do PT substituíram o vermelho por lilás, amarelo, verde, azul. A tradicional estrela do partido deu lugar a corações e figuras multicoloridas.

A decadência da estrela ficou visível no primeiro dia de propaganda de rádio e TV. Em São Paulo, por exemplo, o H do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, foi trocado.

Em 2012, a marca da campanha era composta por um H, tendo no centro uma estrela. Na estreia do programa, na sexta (26), porém, a estrela foi suprimida e o "H" ganhou apenas um traço em diagonal. Em 2012, Haddad prometia não decepcionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ?"que ocupou um minuto da propaganda?" nem a presidente Dilma Rousseff.

Na sexta, os petistas não foram citados, nem o partido. A palidez da estrela não é exclusividade de Haddad.

Em Belo Horizonte, a logomarca da candidatura de Reginaldo Lopes é composta por uma superposição de oito cores, em que predomina o lilás. Já o prefeito de São José dos Campos e candidato à reeleição, Carlinhos Almeida, optou pelo azul e amarelo como grife. No lugar da estrela, um coração.

Segundo Almeida - que não citou o PT em seu primeiro programa?" as cores reproduzem a bandeira da cidade. Ele lembra que sua aliança é composta por dez partidos, incluindo PPS e Solidariedade ?"para justificar a escolha do coração. "Simboliza nossa união."

Ex-ministro de Dilma, Edinho Silva não cita a presidente afastada ou Lula em seu programa. Com fundo azul e roxo nas redes sociais, omitiu o nome de Dilma ao descrever sua trajetória política. "Foi ministro da Presidência da República", diz o locutor. Silva disputa a eleição em Araraquara, no interior de São Paulo.

Em Porto Alegre, o candidato do partido, Raul Pont, tem seu nome coberto de cores. No programa de estreia, o PT apareceu apenas numa cena em que um militante segurava um cartaz.

O candidato do PT à Prefeitura de Santos Dumont (MG), Labenert Ribeiro, usa verde e abóbora na campanha. E o prefeito de Mauá (SP) e candidato à reeleição, Donisete Braga, exibe estrela disforme e colorida como logomarca. O candidato, que teve Dilma como cabo eleitoral em 2012, afirmou, via assessoria, que a estrela já era estilizada na campanha passada e que "é preciso sempre modernizar".

O prefeito de Santo André, Carlos Grana, também usa superposição de cores como verde, amarelo e laranja. Embora não cite Dilma e Lula, o candidato em Campinas, Marcio Porchmann, registrou um "fora, Temer" no horário eleitoral.
Herculano
27/08/2016 09:54
TORÇO PARA QUE DILMA EXAMINE AS CAUSAS DE SUA QUEDA, por Demétrio Magnoli, geográfo e sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

Presidenta Dilma Rousseff, lembro-me, como todos, de sua promessa de abril: "Se eu perder, estou fora do baralho". A derrota, sabemos, já aconteceu; o Senado apenas a oficializará. Torço para que, "fora do baralho", examine as causas de sua queda.

Não culpe os outros ("golpe das elites") ou as circunstâncias ("crise internacional"). Investigue seus erros, sobretudo um, que interessa ao futuro da convivência democrática no Brasil. Refiro-me ao sectarismo. Mais que às "pedaladas fiscais" ou ao escândalo na Petrobras, sua derrota final deve-se ao sectarismo.

O sectário, no sentido que aqui interessa, é o militante convicto, intolerante, de uma doutrina faccional. No fracasso de sua política econômica encontram-se as raízes do impeachment. Não lhe faltaram alertas: diversos economistas sérios avisaram que o voluntarismo estatal conduziria à inflação, ao déficit, à dívida, à erosão da produtividade e, finalmente, à depressão.

Sua resposta sistemática, e a dos seus, foi rotulá-los como agentes de interesses antipopulares: serviçais das altas finanças ou do imperialismo. Não teria sido apropriado enxergar aqueles economistas "liberais" como brasileiros tão bem-intencionados quanto os economistas "desenvolvimentistas" que a cercavam? Mas o sectário concentra-se nos motivos supostos, não nas ideias, dos que o criticam.

O sectário acalenta certezas fulgurantes, que acabam por cegá-lo: a divergência aparece a seus olhos como traição. Daí, num passo imperceptível, ele cruza o limite que separa o debate legítimo da difamação. Campanhas eleitorais são embates amargos, mas devem curvar-se a certas regras implícitas.

Recordo-lhe a peça publicitária de sua campanha que fazia de Marina Silva uma conspiradora associada aos "banqueiros" numa trama destinada a roubar a comida da mesa dos pobres. O castigo veio a galope, em sua peregrinação até o Bradesco para convidar Joaquim Levy a ocupar o cargo de czar econômico do governo. Sem o estelionato eleitoral, um espetáculo lancinante de desonestidade, não haveria impeachment.

"Meu partido, certo ou errado!". O sectário presta lealdade à sua seita, mesmo à custa da deslealdade com as leis e com o conjunto dos cidadãos. Sua tentativa de transferir para o STF as investigações judiciais sobre Lula, por meio da nomeação do investigado à Casa Civil, definiu seu destino. O mandato terminou ali, quando os brasileiros concluíram que, transformando o Palácio em santuário de um poderoso político às voltas com um juiz, a chefe de Estado rebaixava-se à condição de chefe de facção.

Na saga da resistência ao impeachment, difundiu-se a célebre fotografia da jovem Dilma, em novembro de 1970, perante os juízes de um tribunal militar. A estratégia de marketing, que empolgou seus fiéis, investe numa reiteração (o impeachment como reprodução da perseguição política da ditadura) e numa permanência (a Dilma do presente como extensão da Dilma do passado).

A reiteração é farsesca, pois borra a cisão entre ditadura e democracia. A permanência é verdadeira, num duplo sentido: se a coragem de antes não desapareceu, perenizou-se também a chama sectária inerente aos militantes da luta armada. No fim, a tal fotografia ilumina retrospectivamente sua presidência por um ângulo imprevisto, invisível aos olhos dos marqueteiros.

O sectário atribui significados transcendentais a seus caprichos ?" e, se puder, impõe obediência geral a eles. A circular que obrigava seus subordinados a usar a palavra "presidenta" jamais serviu à causa dos direitos das mulheres, mas criou uma fronteira de linguagem entre a militância petista e os demais cidadãos.

Nunca a tratei assim, enquanto sua assinatura tinha o peso do poder. Hoje, faço a concessão. Presidenta Dilma, "fora do baralho", esqueça Getúlio Vargas e Jango: pense nos seus erros.
Herculano
27/08/2016 09:52
TETO DE VIDRO, Adriana Fernandes, para o estado de S. Paulo

Parte 1

Equipe econômica quer reduzir ao mínimo as alterações na PEC do teto

O governo federal teria economizado R$ 107 bilhões com o pagamento dos salários dos seus servidores se a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria um teto de gastos vinculado à inflação tivesse sido implementada desde 2000, quando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) foi aprovada pelo Congresso Nacional.

O cálculo, feito por consultores de finanças públicas da Câmara dos Deputados, é revelador das razões que têm levado a máquina do funcionalismo a se movimentar ferozmente nos gabinetes do Congresso contra o teto, medida central do ajuste fiscal anunciado pela equipe econômica do governo Michel Temer.

Os servidores querem que as despesas de pessoal fiquem de fora das regras da PEC, assim como pedem também os representantes das áreas de saúde e educação. É certo que a PEC vai impor uma disputa muito grande pela repartição dos recursos orçamentários, e essa briga já começou antes mesmo de a proposta ter sido aprovada. Um arrocho salarial maior deve acontecer, principalmente, depois que o prazo de vigência dos reajustes concedidos ao longo deste ano terminar, em 2019.

Uma prova dessa antecipação do embate é o que tem ocorrido com os projetos de reajustes dos servidores que ainda tramitam no Congresso. Boa parte do funcionalismo já está recebendo o salário com o aumento, mas categorias com poder de pressão, como delegados da Polícia Federal e auditores da Receita Federal e do Trabalho, ainda dependem de aprovação. Sem contar o projeto que eleva o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e traz repercussões também nos Estados. Essa pressão provocou uma racha na base aliada do governo, que ameaça a votação do ajuste fiscal e expôs de forma mais clara a ambiguidade do discurso das lideranças políticas do PMDB e de outros partidos de sustentação do governo.

Como a PEC se propõe a colocar um limite na taxa de crescimento total dos gastos, sem atacar nenhum segmento específico, qual grupo de gasto será comprimido dependerá da força de pressão no Parlamento.
Herculano
27/08/2016 09:51
TETO DE VIDRO, Adriana Fernandes, para o estado de S. Paulo

Parte 2

A verdade é que os gastos com o pagamento da folha de pessoal cresceram, nos últimos 16 anos, com velocidade muito superior à da inflação. Nesse período apenas em três anos (2003, 2012 e 2015) o aumento das despesas de pessoal da União foi inferior ao IPCA.

O caso mais gritante ocorreu em 2006, durante o governo Lula, quando os gastos com pessoal cresceram em ritmo quatro vezes maior do que a inflação de 3,14% registrada naquele ano.

Situação muito parecida ocorreu em 2009, ano de recessão econômica, quando o IPCA fechou em 4,31% e a folha subiu 15,63%. O resultado dessa disparidade foi um salto da folha nos últimos 16 anos de R$ 58,24 bilhões, para os R$ 277,1 bilhões autorizados neste ano. Para 2017, não será diferente. Os consultores preveem um aumento de 9% da folha, enquanto a inflação esperada é de 7,3%, de acordo com as últimas previsões.

Com a aproximação do desfecho do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, a discussão da PEC esquentou nos últimos dias, assim que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sinalizou que pretende correr com a tramitação. As críticas ao teto aumentaram justamente depois que a consultoria técnica da Câmara divulgou dados mostrando que o limite de gastos previsto na PEC pode não ser suficiente para atender os aumentos salariais já concedidos. E pior: os números indicaram que somente a partir de 2025 haveria espaço para o aumento das despesas com pessoal acima do crescimento vegetativo da folha, estimado em 3% ao ano.

Para complicar a vida dos servidores, a PEC traz como instrumento de freio a proibição de reajustes, criação de novos cargos e alteração na estrutura de carreira quando o teto for descumprido. Essas restrições são um dos itens que estão na mira de mudanças pelos parlamentares, além do prazo de vigência do teto, que pode cair de 20 para sete anos.

Nas áreas de saúde e educação, a pressão tende a ser maior. A equipe econômica quer reduzir ao mínimo as alterações no texto da emenda, sob pena de ver o teto desfigurado e sem capacidade de controlar a trajetória explosiva da divida publica. Mas já sabe que dificilmente conseguirá conter as mudanças se a tramitação demorar muito tempo. Por isso, a pressa do governo para concluir o quanto antes a votação. Rodrigo Maia se comprometeu a tentar preservar o texto. Sem o teto, o ajuste morre antes mesmo de começar.
Herculano
27/08/2016 09:48
A PRESIDENTE DILMA VANA ROUSSEFF E O SEU PT VÃO SER BANIDOS DA PRESIDÊNCIA ATÉ TERÇA-FEIRA. O SUBSTITUTO MICHEL TEMER E O SEU PMDB GIGOL?" PRECISAM TAMBÉM SEREM VARRIDOS DE LÁ. A MENOS QUE ENTENDAM QUE É NECESSÁRIO LIDERAR URGENTE UMA MUDANÇA ÉTICA, MORAL,COMPORTAMENTAL COM A COISA PÚBLICA, RESPONSABILIDADE FISCAL, POLÍTICA E ECON?"MICA

Não se trata de ideologia. Trata-se de pragmatismo. Trata-se de virada de página breve desta história negra da vida dos brasileiros.Parte do que argumenta este título, está no artigo abaixo do senador Ronaldo Caiado. Então não vou me alongar na repetição.

O PMDB de Michel Temer e outros por aqui, é tão culpado desse cenário quanto o PT de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Vana Rousseff, José Dirceu, Vaccari e outros por aqui.

Eles - PT e PMDB - são sócios há 13 anos deste desastre, desta mesma moeda. Então todos os dois têm culpas iguais nesta roubalheira, corrupção e eleição fraudulenta - nas propostas e no dinheiro arrecadado -, que ainda se discute neste último caso no Superior Tribunal Eleitoral.

Mais. O PMDB sempre foi um gigolô do poder. Antes de pular de galho, viveu oito anos com o PSDB de Fernando Henrique Cardoso que assentou as bases do Real, do desenvolvimento econômico e responsabilidade fiscal. Quando o barco afundava pelo desgaste do pragmatismo, espertalhão, aliou-se ao PT para se manter no jogo do poder, das sombras e até da corrupção.

Ou seja, o PMDB nunca foi de governar, de segurar rojão. Foi sim de se aproveitar do ambiente de governo e poder. E agora, governo, de um legado depauperado, continua irresponsável, alienado e não percebendo que o país, estados e municípios estão quebrados por políticos despreparados, irresponsáveis e até mesmo, ladrões com suas quadrilhas organizadas para assaltar o dinheiro do contribuinte, do eleitor, do trabalhador, do desempregado.

O governo interino do PMDB de Michel Temer continua autorizando aumentos para servidores com estabilidade, enquanto 12 milhões de trabalhadores que exatamente pagam a máquina pública com seus pesados impostos, mesmo no desemprego, estão sem trabalho, quando outros 60 milhões estão tendo seus salários achatados ou perdendo o poder de compra tanto quanto os servidores, devido à alta inflação.

Vergonha. Sai um governo ladrão, ditatorial, incompetente e irresponsável, entra outro com as mesmas características de irresponsabilidade e contra os pagadores de pesados impostos.

Ou o PMDB muda a ação urgentemente, ou antes disso haverá uma eleição municipal. Ela pode sinalizar nos votos dos cidadãos e cidadãs, os recados nas cidades contra o PMDB, Temer e este estado de coisas contra o trabalhador e o futuro do Brasil. O PSDB, DEM e PPS já mandaram os recados. Temer e o PMDB estão surdos ou enrolando. Acham que a Lava Jato só atinge o PT, PP...

Está mais uma vez nas mãos dos eleitores em dois de outubro dizer não para quem aumenta os salários dos servidores com estabilidade, os grupos de pressões com altos salários públicos, quando não se tem caixa e as perspectivas são ruins para o curto prazo, sacrificando os doentes na fila do Sus, das farmácias, desempregando mais gente, empobrecendo ainda mais os pobres, a classe média, comprometendo a economia, forçando a aumento de impostos, sem controle da inflação... Acorda, Gaspar!
Herculano
27/08/2016 09:19
AJUSTE FISCAL DO GOVERNO TEMER TORNOU-SE ENCENAÇÃO, por Ronaldo Caiado, senador do DEM-GO, no jornal Folha de S. Paulo

A saída da presidente Dilma Rousseff não pode ser vista apenas como a queda de um governo e a ascensão de outro. Precisa simbolizar algo bem mais amplo e significativo: o fim efetivo de um projeto criminoso de poder (nas palavras do ministro Celso de Melo, do STF), de teor populista-bolivariano, que arruinou o Brasil.

Além da ruína econômica, impôs uma queda de padrão moral sem precedentes à vida pública. Sucedê-lo implica redirecionar o país não apenas em termos políticos, econômicos e administrativos mas, sobretudo, quanto a valores e princípios.

As multidões, que em quatro manifestações sucessivas ocuparam as ruas, condensavam nos protestos contra a corrupção os anseios por uma nova e diametralmente oposta maneira de governar.

Nela, não há espaço para a demagogia, que leva o governante a jogar para a arquibancada, em detrimento do bom senso e do genuíno interesse público.

Não há mais condições de governar sob o jugo corporativo, de minorias organizadas, subsidiadas com dinheiro público, que pretendem se sobrepor à sociedade. E não há espaço para a política fisiológica, em que a máquina do Estado é moeda de troca. Impõe-se algo maior: a refundação da República.

A saída da presidente é um grande passo, mas insuficiente para lidar com o seu trágico legado. O país quer mais, embora entenda as limitações de um presidente que assume em tais condições. Mas essas limitações não impedem que se deem os primeiros passos.

Mais que uma reforma política, é preciso reformar os políticos, a mentalidade vigente, trazendo-os a essa nova realidade que se descortina a partir do impeachment. Ele não ocorre por questões pontuais, embora esteja juridicamente limitado a elas.

Sabe-se, porém ?"e isso evidentemente influirá na votação?", do que de fato estamos tratando, do tamanho do estrago, que não se limita aos crimes de responsabilidade, embora sejam graves o suficiente para depor um presidente. Mas é bem mais.

Trata-se de remover um projeto revolucionário e criminoso, que vigeu por 13 anos, dilapidando e aparelhando o Estado e a própria sociedade civil, contaminando com a propaganda ideológica desde o ensino fundamental até a política externa.

A simples troca de comando não será suficiente para bani-lo. É preciso que sinais claros sejam emitidos pelos que o sucedem. E não estão sendo. O ajuste fiscal do governo Temer tornou-se uma encenação, que começou com a aprovação de reajustes para 14 categorias de servidores, e prossegue com mais uma leva de aumentos. O dos salários do Supremo Tribunal Federal, por exemplo, repercute em cascata sobre outras remunerações, como a dos deputados e senadores. Como se não bastasse, fala-se na recriação de ministérios recém-extintos para acomodar aliados.

Diante disso, o ministro da Fazenda admite que, fracassando o ajuste ?"e, nos termos expostos, há chance de êxito??", não hesitará em aumentar tributos. E o povo que pague.

Não posso apoiar, nem política, nem moralmente, esse procedimento, sob pena de cumplicidade com uma prática que a população quer ver banida e a cujo clamor atendi ao votar pelo impeachment e pelo fim do bolivarianismo no Brasil.

O que vejo, até aqui ?"e só posso falar do que vejo?", são projetos populistas, a poucos dias das eleições municipais. Nós, que clamamos pelo ajuste ?"e pelo início do saneamento da economia?", passamos por vilões, pois não nos curvamos ao lobby corporativo, enquanto os que se curvam, os verdadeiros vilões, passam por benfeitores. Desse teatro, definitivamente, não participo.
Herculano
27/08/2016 09:08
INTOLERANTES

O PT, PCdoB, Psol, PSTU, PCO, CUT, MST, MTST e outros são intolerantes. Detestam ser contrariados. Democracia só existe se eles estão no poder se lambuzando, mentindo, corrompendo e destruindo. As instituições são livres, desde que aparelhadas e ideologicamente afeitas para proteger os seus. Alternância de poder é algo sublime só quando eles estão na oposição. Quando no poder, é uma guerra, um vale tudo, para não perde-la, bem como o uso do dinheiro de todos para pagar os militantes e sustentar organizações formais e clandestinas de apoio.

Veja esta, a que ponto se chegou. A coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, um jornal com ares progressistas, sempre favorável à esquerda, ao PT, PCdoB, registra.

Planalto sugere que ministros não tomem voo de carreira para evitar hostilidade de petistas

Instinto selvagem
Integrantes do governo têm sugerido aos ministros do Planalto que viajem em aviões da Força Aérea Brasileira até o impeachment. Temem agressões de apoiadores da petista se usarem voos de carreira.

Seja eu, seja eu
Na conversa que tiveram nesta sexta-feira (26), no Alvorada, Lula reforçou que a sucessora deve abandonar de vez a defesa técnica e partir para um discurso 100% político.

Não resisto
Quem falou com ele diz que Dilma ainda resiste a não tocar sequer uma vez na aridez das pedaladas.
Herculano
27/08/2016 09:01
da série: e nós pagando tudo isso, atores que eleitos democraticamente, ao invés de defender os interesses comuns da população, a ética, os empregos, ao atendimento dos que sofrem e morrem nas filas do sus, preferem defender as maracutaias dos enlameados comuns, e fazer filme épico para posarem de vítimas. O PT, PCdoB,Psol,PCO, PSTU, Rede, PDT,MST, MTST e outros estão no comando deste jogo. Eles não engolem a traição dos parceiros PMDB, PSD, PP, PR, PRB, PTB neste jogo de fraudar os brasileiros. É um jogo de quem terá o poder para passar a mão nos pesados impostos da população que sustenta esse circo.

NOS BASTIDORES, OPOSIÇÃO ATRIBUI BELIGERÂNCIA DO PT A DOCUMENTÁRIO, conteúdo do jornal Folha de S. Paulo

2º dia da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff

De acordo com senadores da oposição, a razão dos frequentes bate-bocas protagonizados por petistas no Congresso Nacional é um documentário que está sendo filmado sobre o processo ?"os representantes do PT estariam "atuando" para as câmeras.

Jorge Viana (PT-AC) tentou apagar o incêndio e conter os efeitos da briga entre Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Renan Calheiros (PMDB-AL).

Membros do PT consideram que Gleisi errou ao criticar a "falta de moral" do Senado. "Em casa de enforcado, não se fala de corda", disse um político do partido.

Confira essas e outras informações sobre os bastidores do impeachment:

Câmeras...

Dez entre dez senadores que fazem oposição ao PT atribuem a beligerância e a catimba praticada pelos defensores de Dilma no plenário do Senado ao documentário que está sendo filmado por Anna Muylaert sobre o processo de impeachment.

...Ação

Críticos dizem que os petistas estão "atuando", fizeram a Casa "de palco de teatro" e "andam com script debaixo do braço" para cada fala. "Não estão preocupados com o processo. Estão preocupados em como serão mostrados no filme para o futuro", disse um senador do DEM.

13° Não

Ronaldo Caiado (DEM-GO) chegou cedo ao Senado nesta sexta na tentativa de ficar entre os primeiros inscritos para fazer perguntas a Dilma, que irá falar na segunda. "Ainda assim, fui o décimo segundo", lamentou. "Mas tudo bem, imagina se fosse o 13º?", brincou, numa referência ao número do PT na urna.

O cara

Renan Calheiros recebia visitas em seu gabinete após a discussão acalorada que teve com petistas no plenário quando a reunião foi interrompida. "Que droga", disse um dos presentes. "Acabamos de perder a manchete dos jornais para o Lula", afirmou, referindo-se ao indiciamento do ex-presidente.

Mea culpa

Petistas reconheceram que Gleisi Hoffmann errou ao se tornar portadora da reprimenda à "falta de moral" dos colegas. "Em casa de enforcado, não se fala de corda", resumiu um deles. A senadora é investigada sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

Bombeiro

Coube a Jorge Vianna (PT-AC) a função de fazer uma ponte entre Renan e Gleisi após a discussão. Petistas temiam que governistas representassem contra a senadora no Conselho de Ética.
Herculano
27/08/2016 08:47
LULA ORDENOU 'ESTRATÉGIA DO INSULTO' NO SENADO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A "estratégia do insulto" foi ordenada pelo ex-presidente Lula aos senadores aliados, no julgamento de Dilma, segundo revelou a esta coluna um senador do PT. A expressão "o Senado não tem moral para cassar ninguém" é do próprio Lula. Ele já não pretende reverter o impeachment, mas utilizar esses insultos no documentário "Golpe", no qual o PT deposita sua esperança de "salvação" nas próximas eleições.

APENAS PROPAGANDA
A ideia do documentário, de produção milionária, seria do marqueteiro João Santana. Será usado na eleição do Brasil e exibições no exterior.

SENADORES COMO ALVO
A estratégia de Lula é resumida numa frase: "Se a gente não conseguir evitar o impeachment, ao menos vamos tentar desmoralizá-los".

GATOS ESCALDADOS
Petistas ainda relutam em usar dossiês com "podres" de senadores pró-impeachment temendo que os próprios podres sejam expostos.

INDICIADO E INCENDIÁRIO
No encontro de ontem no Alvorada, o indiciado Lula fez ver a Dilma que ela será condenada, e a aconselhou também a atacar o Senado.

IMPEACHMENT DEVE SER VOTADO SEGUNDA À NOITE
O Planalto reavaliou o ritmo das sessões de julgamento do Senado e concluiu que o impeachment de Dilma Rousseff deverá ser votado na noite de segunda-feira (29) ou na madrugada de terça (30). A avaliação do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) foi levada ao presidente Michel Temer na tarde desta sexta-feira. A conclusão é que etapas serão queimadas porque se esgotou a chicana dos senadores petistas.

CHICANA TEM LIMITE
O PT pretendia arrastar o julgamento até a noite de 1º de setembro, véspera do término da presidência de Ricardo Lewandowski no STF.

OBJETIVO É AGILIZAR
Além de ignorar testemunhas de defesa, senadores pró-impeachment também serão econômicos nos discursos e até nas perguntas a Dilma.

LADAINHA ANTECIPADA
A expectativa é que as testemunhas que ainda restam sejam ouvidas neste sábado, o que ajudaria muito a agilizar o julgamento.

A VERDADE SEMPRE APARECE
Apesar dos panos quentes, a impressão no Senado é a que Renan Calheiros disse a verdade quando passou na cara de Gleisi Hoffmann (PT-PR) que a livrou e ao marido Paulo Bernardo de indiciamento. O Supremo Tribunal Federal ficou muito mal nessa história vergonhosa.

DEVERIA ESTAR PRESA
Senadores dizem ter ouvido, fora dos microfones, Renan Calheiros reagir assim aos gritos de "canalha" por parte de Gleisi Hoffmann: "A senhora deveria estar presa", lembrando que ele a livrou disso.

VALENTIA SUMIU
Lindbergh Farias provocou, gritando ao pé do ouvido de Renan Calheiros, que falava ao microfone, mas não encarou a briga: depois de empurrado, saiu de fininho para ficar fora do alcance do alagoano.

NÃO CONVENCEU
Os tucanos Cássio Cunha Lima (PB), Aécio Neves (MG), Aloysio Nunes (SP) e Tasso Jereissati (CE) ajudaram Renan Calheiros a redigir nota tentando desdizer o que ele disse sobre Gleisi Hoffmann e o STF.

RUIM DE CÁLCULO
O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, informante pró-Dilma, disse que o crescimento médio do PIB com FHC foi "um pouco maior que com Dilma". Na verdade, foi quase o triplo: 2,55% contra 0,94%.

RIDÍCULO
A assessoria do presidente do Senado acabou virando motivo de deboche, ontem, ao tentar desmentir ?" usando a expressão "não é bem assim..." ?" o que seu chefe havia dito claramente ao vivo, na TV.

SEGUE O ROTEIRO
Até mesmo petistas admitem que briga pelo impeachment acabou, mas senadores andam incomodados com dilmistas. É que pronunciamentos na sessão do julgamento mais parecem leituras de roteiros para o documentário do "golpe". "Só faltou um diretor," diz senador temerista.

NOVA DIREÇÃO
O PMDB mudará a sede nacional do partido. Sairá de uma sala no Senado para uma casa no Lago Sul, bairro de classe média alta de Brasília. A ideia é mudar a estrutura partidária.

PENSANDO BEM...
...indiciado pela polícia por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula não pode mais repetir a lorota de que é o mais "honesto" dos brasileiros.
Herculano
27/08/2016 08:41
HÁ UMA PROFUNDA RUPTURA EM CURSO, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o jornal Folha de S. Paulo

O julgamento de Dilma Rousseff, cujo início efetivo teve lugar nesta quinta (25), no Senado, é mais importante pelo que oculta do que pelo que revela. A observância meticulosa dos dispositivos legais do processo faz parecer que tudo funciona de modo normal. Mas, por baixo da capa de legalidade, está em curso um atentado, que pode ser mortal, ao espírito da Constituição de 1988.

Os que têm paciência de acompanhar os debates entre a defesa e a acusação percebem que o tema de fundo é a política econômica desenvolvida pela presidente afastada no seu primeiro mandato. Os questionados decretos de suplementação orçamentária e pagamento do Plano Safra pelo Banco do Brasil, ambos de 2015, são meros pretextos para trazer à tona aquilo que realmente incomoda: os gastos de 2014.

Ocorre que tal conduta foi referendada nas urnas. Dilma acabou reeleita porque, apesar dos pesares, manteve o emprego e a renda dos trabalhadores, e isso não teria acontecido caso houvesse feitos os cortes que a ortodoxia econômica propunha. O fato de ter depois realizado o ajuste recessivo exigido, quando prometera não fazê-lo, é grave, mas não justifica o impeachment.

Se justificasse, Sarney precisaria ter sido afastado em 1987 e FHC em 1999. Respeitada a soberania popular, caberia ao eleitorado julgar, em 2018, o destino das forças políticas envolvidas no processo, tal como aconteceu em 1989 e 2002. Convém lembrar que, nos dois casos, a situação perdeu.

Mas, em decorrência da crise econômica, da Lava Jato e da presença de Eduardo Cunha à frente da Câmara, abriu-se uma tripla janela de oportunidade. Michel Temer enxergou a chance de chegar ao poder. Os partidos conservadores vislumbraram a possibilidade de arruinar o PT, talvez para sempre. Os capitais viram a oportunidade de fazer um acerto de contas com os avanços sociais previstos desde 1988 e postos em prática, no ritmo homeopático conhecido, pelo lulismo.

Por isso, a provável condenação de Dilma representa muito mais do que a perda de dois anos de estadia no Alvorada pela atual mandatária. Significa um golpe profundo contra a alma cidadã da Carta constitucional vigente. A maior demonstração está na PEC 241, que cria o teto para os gastos do Estado. Nas palavras do seu mentor, o ministro Henrique Meirelles, a 241 é nada mais nada menos que "a primeira mudança estrutural na questão da despesa pública desde a Constituição de 1988".

Até que ponto o conservador espírito de 2016 conseguirá desfazer o que foi acumulado em torno de 1988 só a luta real dirá. Mas convém a sociedade brasileira tomar consciência de que, por baixo dos formalismos senatoriais, há uma violenta ruptura em curso nestes dias.
Herculano
27/08/2016 08:35
DILMA, O FILME (CONTEÚDO ADULTO), por Guilherme Fiúza, para o jornal O Globo

Parte 1

Felizmente, o país tem militantes da cultura que não fogem à missão de defender a quadrilha contra o golpe

Você achou que já tivesse visto tudo sobre esse fenômeno(a) da política brasileira, mas tem mais. Vem aí Dilma Rousseff, o filme. O projeto é simples e genial: enfiar no julgamento do impeachment todos os delinquentes petistas que roubaram o Brasil sem perder a ternura, e filmá-los gritando, chorando e esperneando. Não tem erro. Nada comove mais os brasileiros do que o sofrimento de um picareta do bem.

Felizmente, o país tem militantes da cultura que não fogem à missão de defender a quadrilha contra o golpe. É bonito ver a invasão do Senado pelos cineastas da revolução, enquanto Lula é indiciado pela polícia por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Democracia é isso, cada um escolhe a sua narrativa.

Dilma, o filme, não é em si uma novidade. Isso tudo já era um filme, e continuará sendo. Se não fosse, esse bando de notáveis que finge defender uma mulher de um golpe, para dar aquela retocada no verniz de esquerda, estaria exilado de vergonha no pré-sal. Sim, porque só num filme muito bem feito o espectador pode ver uma gangue de parasitas autoritários, ideologicamente filiados aos Maduros da vida, fazendo papel de heróis da resistência democrática.

Essa importante contribuição do cinema brasileiro para a formação do caráter nacional terá cenas fortes. A própria Dilma já deu a pista, comparando-se a Getúlio Vargas e João Goulart: ela explicou que só não a obrigaram a se matar, como fizeram com o companheiro Getúlio, porque hoje vivemos numa democracia. Ou seja: você vai entrar no cinema para assistir à história de uma lenda viva, sabendo que ela poderia ser uma lenda morta. Isso emociona.

Mas cuidado para não se engasgar com a pipoca: essa mesma democracia que salvou a vida de Dilma, a lenda, provavelmente tinha ido à esquina comprar cigarro quando se deu o golpe de estado. Porque ou você tem democracia, ou você tem golpe. Mas não tem problema: se ficar confuso na tela, é só dar uma legendada na lenda.
Herculano
27/08/2016 08:35
DILMA, O FILME (CONTEÚDO ADULTO), por Guilherme Fiúza, para o jornal O Globo

Parte 2

E aí se dá a maravilha: você que é um vaidoso, egoísta, sem saco para entender os problemas complexos do seu país e a fim apenas de dar aquela lustrada na imagem, ganha uma narrativa épica novinha em folha "contra a direita". Getúlio, Jango e Dilma. Talvez valesse incluir a frase imortal do companheiro Delúbio no momento em que estourou o mensalão: "É uma conspiração da direita contra o governo popular". O tempo mostrou que ele tinha razão, porque só uma conspiração muito eficiente seria capaz de levar tantos heróis progressistas para a cadeia por ladroagem.

Graças aos cineastas da revolução, a dicotomia entre esquerda e direita não será condenada à morte num front colegial no Facebook. Seria uma crueldade deixar Jair Bolsonaro e Jandira Feghali a sós com a criançada digital. Dilma, o filme, virá mostrar que você precisa decidir urgentemente se é contra ou a favor da Guerra do Vietnã. Não se omita.

A denúncia cinematográfica contra o golpe dos homens brancos, velhos, feios, recatados e do lar contra a vanguarda política representada por Dilma Rousseff é uma grande sacada. O vexame petista ameaçava a vida boa dos gigolôs da bondade. A falência do proselitismo coitado ameaçava criar uma multidão de párias ideológicos. Aí surgiu a ideia genial, que promete salvar todos os canastrões politicamente corretos fazendo, simplesmente, o mesmo de sempre: chorar.

As Olimpíadas confirmaram, com toda a eloquência das suas caras e bocas, que a verdadeira medalha de ouro no Brasil é a manha.

Um bom tira-teima talvez seja capaz de mostrar Neymar armando a expressão de bebê chorão ainda com sua bola derradeira balançando a rede da Alemanha. É impressionante a velocidade da transformação do gênio em bobo, em nome da brasilidade. Bernardinho não chorou. Mas esse é um chato que só pensa em trabalhar, construir, melhorar, e alimenta sua alma disso. Muito estranho. Capaz até de não se emocionar com o filme da Dilma.

Só no país da manha poderia brotar a coragem de se jogar na tela um bando de criminosos com sotaque de vítimas, em nome de um filão retórico. O truque é continuar chorando, porque aqui quem não chora, não mama - e quem chora mama o seu e o do vizinho, como comprova a literatura pornô da Lava-Jato.

A impressionante trilogia Getúlio-Jango-Dilma logo estará num cinema perto de você, e também numa sala de aula e num palanque eleitoral (que no caso são a mesma coisa). Os genéricos do PT já estão nas ruas para continuar transformando manha em votos. Chorando e mamando.
Herculano
26/08/2016 22:01
MARINA, A MAIOR FARSANTE DA POLÍTICA BRASILEIRA, PETISTAS À PARTE, VOLTA COM A SUA CASCATA, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Ela se diz favorável ao impeachment, mas seu homem no Senado é o mais ativo combatente contra a saída de Dilma; consegue ser mais convincente do que os petistas

Petistas à parte, Marina Silva, a líder espiritual da Rede, é a mais notável farsante da política brasileira. É o PT clorofilado, com Banco Central independente, o que atrai a simpatia de liberais do miolo mole.

A ex-senadora defendeu nesta sexta-feira o impeachment de Dilma Rousseff. Segundo ela, o processo contra a petista irá "passar o Brasil a limpo". Questionada sobre a frase de Lula, de que esta é "a semana da vergonha nacional", Marina disse que o processo é saudável à democracia e está previsto na Constituição. As declarações da principal líder do partido Rede Sustentabilidade foram concedidas em coletiva de imprensa no Paraná, onde esteve para fazer campanha em favor de Requião Filho (do PMDB) e Aliel Machado (da Rede), respectivamente, às prefeituras de Curitiba e Ponta Grossa.

Então vamos ver. Tão logo a denúncia foi protocolada na Câmara, lá atrás, Marina atacou o impeachment. Seu partido chegou a registrar isso em documento. Quando percebeu que a questão havia ganhado as ruas, a nossa Santa da Floresta começou a tergiversar. Quando se deu conta de Dilma não tinha mais salvação, então passou a ser defensora da deposição da Afastada.

Mas e os seus homens no Congresso? O tal Aliel, para quem está fazendo campanha em Ponta Grossa, era membro da Comissão do Impeachment da Câmara. Votou contra. Na Casa, a Rede tinha quatro votos: dois deles foram em favor da permanência de Dilma.

No Senado, o mais ativo militante contra o impeachment de Dilma é Randolfe Rodrigues (AP), também da Rede. Vale dizer: na Câmara, 50% dos parlamentares da legenda foram contra a deposição da Afastada; no Senado, 100%. Mas Marina Silva, ah, bem?, ela vai se candidatar à Presidência em 2018. Não fica bem, agora, aparecer ao lado de Dilma.

Mas ela também não quer conversa com o governo Temer. Até aí, que se declare na oposição. Mas o ponto não é esse. Marina voltou a defender a convocação de novas eleições, o que ela sabe ser inconstitucional.

Para encerrar: estar com a candidatura de Requião Filho implica em se alinhar com Requião pai, um dos mais ativos militantes contra o impeachment. E homem que notoriamente não gosta de conviver com o contraditório e com uma imprensa livre.

Escrevo sobre Marina porque, afinal, ela está por aí!

Mas que tédio!

Que preguiça!
Herculano
26/08/2016 21:51
AS IMPUGNAÇÕES DOS CANDIDATOS A VEREADOR DE GASPAR, ILHOTA E LUIZ ALVES

Além dos vereadores do PT, e da coligação proporcional do PRB, PDT, PPS e PR na chapa do PT de Gaspar, já mencionados na coluna por desrespeitarem a proporcionalidade no número mínimo de mulheres, em Gaspar estão impugnados aguardando decisão judicial

Mariluci Deschamps Rosa, PT, porque não pagou a multa da conversa da pena imposta na eleição passada quando se elegeu vice-prefeita. Não basta ela pagar agora. Ela terá que provar que pagou no tempo em que era exigida e vencível. Sanável.

Carlos José Junges, o Zecão, da coligação PSD/PSB, porque teve as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas relativas ao recebimento de uma subvenção social quando presidente da Associação dos Moradores do Arraial do Ouro (Ficha Limpa).

Elizabeth Schulle Grando, da Coligação PSD/PSB, porque foi condenada criminalmente por denunciação caluniosa na Comarca de Gaspar (Ficha Limpa).

Iracema Petry Petry, da Coligação PSDB/DEM não provou o afastamento do cargo público. Sanável

Solange da Silva (Sol da Saúde), da Coligação Gaspar Pode Mais. Usou o nome ao cargo que possui na secretaria da Saúde. É vedado. Sanável.

Em Ilhota

Estão impugnados os vereadores da Coligação PMDB/ PSDB por não respeitarem a cotas mínimas para mulheres.

Hércules Fernando Gonçalves, da Coligação Somos mais Ilhota, por condenação na Comarca de Itajaí por estelionato

Eliane Batista Simon (Eliane do Posto) da Coligação
"Compromisso por Ilhota". Escolheu um nome que a relaciona ao cargo público que ocupa, o posto de saúde. É vedado. E não provou que se licenciou em tempo do cargo público para a campanha. Ambas sanáveis.

Fabiana de França Tomas Vieira, PP. Ela não provou que se licenciou do cargo público. Sanável.

Em Luiz Alves

Luciana Müller Campigotto, da Coligação Muda Luiz Alves, por também não comprovar que se licenciou em tempo exigido pela lei do cargo público que está empregada. Sanável.


Herculano
26/08/2016 18:19
RESUMO DE UMA FARSA CHAMADA LULA, por Mário Sabino

Parte 1

Hoje, dia 26 de agosto de 2016, uma farsa começou a ser formalmente desmontada. A farsa chamada Luís Inácio Lula da Silva. Ele foi indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de capitais, no âmbito da Lava Jato. Todos esses crimes estão conectados ao recebimento de vantagens indevidas pela OAS, uma das empreiteiras do petrolão, no caso do triplex do Guarujá. Lula também deverá ser indiciado em relação ao sítio de Atibaia.

Indiciamento não é condenação, mas as provas contra Lula são tão robustas que será muito difícil para ele escapar de uma sentença dura. Esperava-se o indiciamento para logo depois do impeachment de Dilma Rousseff. A situação se precipitou por causa do cancelamento da delação premiada de Léo Pinheiro, por Rodrigo Janot, episódio ainda mal explicado. O que se sabe até agora é que a PF não gostou de ter sido deixada de lado nas negociações da PGR com o ex-presidente da OAS.

Não importam as circunstâncias do indiciamento, o Brasil está se livrando de Lula. Com ele, atingimos o ápice da demagogia e da corrupção neste terra pródiga em demagogos e corruptos.

Lula surgiu no regime militar, quando se apresentou como líder sindicalista tolerável aos generais. Na redemocratização, a esquerda o transformou em ícone revolucionário e chefe de partido. No entanto, o discurso radical que lhe fora oportuno na construção do PT revelou-se um desastre eleitoral nas campanhas presidenciais - e Lula, então, engravatou o pescoço e as palavras, para conquistar banqueiros, empresários e parte da classe média. Chegou ao Planalto por meio do que parecia ser um consenso inédito entre interesses de trabalhadores e patrões.
Herculano
26/08/2016 18:19
RESUMO DE UMA FARSA CHAMADA LULA, por Mário Sabino

Parte 2

No poder, Lula levou às últimas consequências o assistencialismo mais rasteiro e uma política econômica que, baseada apenas em crédito farto, graças à bonança mundial, resultaria no desastre completo sob Dilma Rousseff, a criatura que escolheu para sucedê-la e autora da maior fraude fiscal já cometida no país. Como resultado, os ganhos sociais relevantes proporcionados pelo Plano Real foram parar na fila do desemprego.

No poder, Lula instituiu, para além da imaginação, a prática de comprar apoio parlamentar e financiar campanhas com dinheiro sujo. Tanto no mensalão como no petrolão, o seu partido e aliados desviaram bilhões de reais dos cofres públicos para realizar tais pagamentos.

No poder, Lula e boa parte dos seus companheiros enriqueceram por meio de contratos fraudulentos entre empreiteiras e estatais como a Petrobras, arrasada durante os anos dos governos do PT.

No poder, Lula tentou calar a imprensa independente, comprou o veneno de blogueiros e jornalistas decadentes, perseguiu profissionais que desvelavam os porões imundos do lulopetismo e cortou propaganda de veículos sérios, como a revista Veja. Com isso, minou um dos pilares da democracia que é a liberdade de imprensa.

É essa farsa que começou a ser formalmente desmontada pela PF num radioso 26 de agosto de 2016.
Herculano
26/08/2016 17:33
COMEÇOU A HORA EXTRA

Fim de expediente normal. Agora é a hora extra. Os servidores comissionados do PT de Gaspar já estão na rua com bandeiras defendendo o emprego deles. Termina o expediente na prefeitura, todos lá.

Agora, depois que o Gilberto Schmitt, na sua coluna Chumbo recomendou aos candidatos - de todos os partidos = que não ficassem nos engarrafamentos porque isso poderia lhes render prejuízos, e como no governo do prefeito Celso a mobilidade foi um problema sem solução, estão defronte a prefeitura, aqui no Centro
Herculano
26/08/2016 16:41
Reeditando de 25/08/2016 as 15:39

HOJE FOI DIA DE COLUNA INÉDITA NO JORNAL CRUZEIRO DO VALE. ESTE ASSUNTO NÃO FOI ABORDADO E MUITOS POLÍTICOS EM CAMPANHA FICOU "ALIVIADO". VERGONHOSO. É UM TEMA RECORRENTE. ESTE É O RETRATO PERFEITO DO DESCASO DO GOVERNADOR RAIMUNDO COLOMBO, PSD, COM GASPAR E O MÉDIO VALE DO ITAJAÍ, UM DOS MAIORES POLOS ARRECADADORES DE TRIBUTOS DO GOVERNO DO ESTADO, O QUE MAIS SE ENDIVIDOU NOS ÚLTIMOS TEMPOS.

NEM AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS FORAM CAPAZES DE MOTIVAR A SUPERAR AS DIFICULDADES QUE O PROPRIO GOVERNO DO PSD E PMDB CRIOU. A LICITAÇÃO DA RODOVIA JORGE LACERDA VAI FICAR PARA O MÊS QUE VEM EM MAIS UM ADIAMENTO DE MUITOS QUE JÁ ACONTECERAM E AINDA VIRÃO.

E QUAL A JUSTIFICATIVA? SEGUNDO O GOVERNO DO ESTADO ELE AJUSTA O PROJETO PARA SE ADEQUAR À VERBA. A MESMA HISTORIA DO ANEL DE CONTORNO DE GASPAR PARA NÃO FAZÊ-LO. O GOVERNO QUE GASTOU POR BAIXO R$80 MILHÕES NUM CENTRO DE SEGURANÇA QUE A POLÍCIA MILITAR, DITRAN E BOMBEIROS NÃO QUEREM USÁ-LO EM FLORIANOPOLIS, DIZ QUE NÃO POSSUI DINHEIRO PARA DAR UMA RODOVIA SEGURA E DECENTE AOS QUE SUSTENTAM COM PESADOS IMPOSTOS A MÁQUINA PÚBLICA ESTADUAL.

Conteúdo do Jornal de Santa Catarina, de Blumenau.Não foi dessa vez. Diferente do que se imaginou e especulou, a vinda do presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), Wanderlei Agostini, quarta-feira a Blumenau não teve nenhuma surpresa. Chegou-se a cogitar a possibilidade de que fosse anunciado o lançamento do processo licitatório para a revitalização da Rodovia Jorge Lacerda, coisa que não aconteceu. A visita, apenas protocolar, teve o objetivo de vistoriar o andamento dos trabalhos no Prolongamento da Via Expressa, às margens da BR-470.

Agostini evitou falar na palavra atraso para definir os detalhes da restauração da Jorge Lacerda. Ele alega que o governo está agindo com prudência para garantir que haja orçamento para contratar e pagar a empresa.

Na prática, estão sendo feitas adequações ao projeto para que a obra seja feita com o valor que tiver disponível, sem interrupções e aditivos. O investimento inicialmente projetado, em torno de R$ 40 milhões, aumentou e, na licitação, deve ultrapassar a marca dos R$ 50 milhões. A previsão era de que o edital fosse lançado em junho. Em julho, a promessa ficou para agosto. Agora o presidente do Deinfra coloca "meados de setembro" como prazo para finalmente publicar a licitação.

O projeto de revitalização da Jorge Lacerda prevê a restauração dos 25 quilômetros decamada asfáltica da rodovia que vão do entroncamento com a BR-101 até a Ponte do Vale, em Gaspar. Na reta de 1,7 quilômetro que liga a rodovia estadual com a federal, o projeto ainda prevê a criação de uma terceira pista, no sentido Ilhota, como forma de facilitar o fluxo de veículos. Outro item que estará presente na minuta, segundo o Estado, é a contenção das encostas que ficam às margens do rio Itajaí-Açu.
Herculano
26/08/2016 16:30
da série: e essa gente foi eleita, representa-nos e é paga com muito dinheiro por nós, apesar da banana que... No dia dois de outubro terá eleições. Só falta o eleitor não perceber que é ele que pode mudar tudo isso. O primeiro passo é minar a base eleitoral dessa gente desprezível

JULGAMENTO DE DILMA TEM LANCES DE BOTEQUIM, por Josias de Souza

Parte 1

"Vamos passar para o Brasil e para o mundo a ideia de que Vossa Excelência, constitucionalmente, está sendo obrigado a presidir um julgamento num hospício", disse Renan Calheiros ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que conduz o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff.

Renan descera da poltrona que ocupava na mesa diretora, ao lado de Lewandowski, supostamente para colocar ordem no recinto. Embora ocupasse um microfone na planície do plenário, falou aos colegas do topo de sua suposta autoridade de presidente da Casa. Equivocou-se na analogia. A sessão de julgamento do impeachment ganhara a aparência não de um hospício, mas de um botequim de favela. Com três diferenças: 1) há na atmosfera dos botecos uma noção qualquer de honra. 2) os contendores da birosca não são remunerados com dinheiro público. 3) na mesa de bar, as brigas acabam na delegacia ou no cemitério, jamais numa conversa de gabinete.

"Fico muito triste, porque essa sessão é, sobretudo, uma demonstração de que a burrice é infinita", prosseguiu Renan. "Ontem, a senadora Gleise chegou ao cúmulo de dizer aqui, para todo o país, que o Senado Federal não tinha moral para julgar a presidente da República." Sentada a poucos metros de Renan e dos nove inquéritos que o senador responde na Lava Jato, Gleisi saltou da cadeira. "Você quer tocar fogo no plenário", alguém disse para Renan, que não se deu por achado.

Renan investiu contra Gleisi como se quebrasse uma garrafa de cerveja na quina da mesa de ferro do boteco em que se converteu o plenário do Senado. "Quero tocar fogo? Não. Quero dizer que isso não pode acontecer. Como a senadora pode fazer uma declaração dessas? Exatamente uma senadora que, há 30 dias, o presidente do Senado Federal conseguiu no Supremo Tribunal Federal desfazer o seu indiciamento e o do seu esposo, que havia sido feito pela PF! Isso não pode acontecer, isso é um espetáculo triste que vocês estão dando aqui."

"Não é verdade, não é verdade", esgoelava-se Gleisi, marchando na direção de Renan. Antes dela, aproximou-se do Senado o correligionário petista Lindbergh Farias. "Que baixaria!, que baixaria!", gritava Lindbergh. Chegou tão perto que o presidente do Senado, sentindo-lhe o hálito, levou a mão ao peito do colega. E Lindbergh, erguendo os braços, como a demostrar que trazia o espírito desarmado: "Não me empurra."
Herculano
26/08/2016 16:30
JULGAMENTO DE DILMA TEM LANCES DE BOTEQUIM, por Josias de Souza

Parte 2

Transmitida ao vivo pela TV Senado, a sessão destinava-se à oitiva das testemunhas de defesa de Dilma. O economista Luiz Gonzaga Belluzo, primeiro depoente do dia, já estava a postos. Mas o relógio aproximava-se da hora do almoço sem que os senadores lhe dirigissem uma mísera pergunta. Impotente diante do poder de autodestruição dos parlamentares, Lewandowski viu-se compelido a suspender a sessão. Era a segunda suspensão disciplinar do dia.

Minutos antes, Ronaldo Caiado e Lindbergh Farias, que já haviam discutido na véspera, voltaram a se estranhar. Tachado de "desqualificado", Caiado disse que Lindbergh é "pior que [Fernandinho] Beira-Mar". Acusou o colega de manter no gabinete "uma cracolândia". Em resposta, Lindbergh declarou que "o bicheiro Carlinhos Cachoeira" é quem sabia da vida de Caiado. No balcão de um boteco, a arenga terminaria em morte. No Senado, Lewandowski suspendeu a sessão por cinco minutos..

O Parlamento ainda é o melhor entreposto que a sociedade civilizada encontrou para dissolver seus conflitos de forma pacífica. Nesse universo, vigora a máxima segundo a qual as regras são menos perigosas do que a imaginação. A tática protelatória dos partidários de Dilma não orna com o regimento nem com o rito que havia sido negociado com o presidente do STF. A reação dos defensores da guilhotina não encontra amparo na inteligência. Apressados, caem em todas as armadilhas montadas pela turma da protelação.

A essa altura, a plateia deseja que seja feita a contagem dos votos. A truculência e as garrafadas não ornam com o ambiente político de uma Casa que traz o busto de Rui Barbosa exposto em posição de destaque, acima da mesa diretora. A sessão foi retomada depois do almoço com a promessa de que os coldres serão deixados do lado de fora do plenário. O excesso de eletricidade ainda é perceptível. Resta ao contribuinte, que financia o espetáculo, torcer. Até porque a coisa custa caro.

Afora toda a crise, a quebradeira de empresas e os 12 milhões de desempregados, há os salários dos 82 atores (Lewandowski, mais 81 senadores), a despesa com transporte e hospedagem das oito testemunhas, o custo do palco, da iluminação, do som, do cafezinho e da TV para transmitir. Não é só: você financia toda a estrutura oferecida aos julgadores para se preparar ?"o gabinete, os assessores, a casa, a comida, a roupa lavada, o computador, o papel e a tinta da impressora. O mínimo que você pode exigir é celeridade e respeito. Quem quiser brigar, que se pegue na rua. Ou num boteco.
Herculano
26/08/2016 16:21
O QUE ACONTECEU HOJE NO SENADO FEDERAL, MOSTRA O QUANTO É FALSO O DISCURSO DE PLURALIDADE DO PT, PCdoB MUITOS OUTROS, BEM COMO É BANDIDA A INTIMIDADE DOS POLÍTICOS PAGOS COM OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS DEPOIS DE SEREM ELEITOS PARA NOS REPRESENTAR E DEFENDEREM OS INTERESSES POPULARES

O primeiro fato é de que a república sindical cleto-petista demonstrou desde que se instalou no poder foi a intolerância à qualquer adversidade e adversário, mentindo, rotulando, desqualificando, enlameando, constrangendo qualquer um que ouse lhe questionar ou apontar o dedo.

Um terrorismo jihadista, semelhante ao que se pratica no Estado Islâmico. Inicialmente desqualificam pessoas, depois corrompem, aparelham e até silenciam pelo medo ou ideologia as instituições; e finalmente, partem para o prejuízo moral, financeiro e das reputações, quando não ameaçam fisicamente o interlocutor ou o patrimônio que elas simbolicamente representam.

Para disfarçarem e posarem de vítimas, o PT, o PCdoB e outros pregam o diálogo, a defesa das minorias, a ética mas desde que isto sirva unicamente para proteger os seus interesses, quase todos bandidos, pois não respeitam à vontade democrática da maioria e usam o dinheiro da sociedade sacrificada para se manter e se locupletar nos objetivos pouco claros, as vezes pessoais ou de grupos de nacos de poder.

O segundo fato, é que os diálogos intervencionistas do presidente do Senado, Renan Calheiros, hoje pela manhã, gravados e disponíveis, foram reveladores, mas não surpreendentes. Ele contou que livrou a senadora do PT e seu marido da cadeia. Ou seja, deu proteção indevida ao erro, ao crime, e cobrava a reciprocidade corporativa da senadora, pois ele próprio tem rabo preso em outras histórias parecidas.

Pior,para encerrar e a sociedade ficar estarrecida. O Supremo, segundo o próprio presidente do Senado, deu guarida à proteção dos que agem como se máfia fossem, abrigados pela imunidade parlamentar e os altos custos bancados pelos impostos dos brasileiros para quem faltam às necessidades básicas, num momento de crise econômica tão aguda, criada pelo PT e seus parceiros de sacanagens como o PMDB, PP, PCdoB, PSD, PDT, PTB, PR, PRB...Wake up, Brazil!
Herculano
26/08/2016 15:58
RENAN CHAMA DE "HOSPÍCIO" E RECLAMA DA FALA DE GLEISI, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Fala acontece logo após suspensão da sessão por Lewandowski, irritado porque Lindbergh chamou Caiado de "desqualificado"

O segundo dia de julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado é marcado, novamente, por bate-boca entre os parlamentares. A sessão já foi suspensa por duas vezes pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu o microfone para se desculpar com o presidente do STF, que conduz o julgamento - e acabou por piorar a confusão. Ele chegou a se referir à Casa como um hospício.

A primeira etapa da briga se deu quando o senador petista Lindberg Farias usou o microfone para rebater o desafeto Ronaldo Caiado (DEM-GO), a quem chamou de "desclassificado". Lewandowski o interrompeu e pediu "respeito mútuo e recíproco" entre os senadores. Os microfones acabaram sendo desligados e o ministro suspendeu a sessão por cinco minutos.

Na volta, Renan pediu a palavra e, em tom de desabafo, afirmou que o Senado "não pode passar essa imagem à sociedade". Então, afirmou a Lewandowski: "Vossa excelência está sendo obrigada a presidir o julgamento num hospício".

Renan relembrou a confusão causada pela senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) na quinta-feira e provocou nova briga ao fazer insinuações sobre o marido da senadora, Paulo Bernardo. "Ontem a senadora Gleisi chegou ao cúmulo de dizer que o Senado Federal não tinha moral para julgar a presidente da República. Como uma senadora pode fazer uma declaração dessa? Exatamente uma senadora que há 30 dias o presidente do Senado Federal conseguiu no Supremo Tribunal Federal desfazer o seu indiciamento e o do seu esposo que havia sido feito pela Polícia Federal. Isso não pode acontecer, é um espetáculo triste que vocês estão dando para o país". Uma confusão generalizada se instalou no plenário e Lewandowski suspendeu a sessão até as 13 horas.
Miguel José Teixeira
26/08/2016 14:47
Senhores,

"Todos anseiam por novas músicas salvadoras, livres de compromissos com aqueles que, de uma falsa postura de esquerda, produziram o mais terrível estelionato na história dos povos."

Carta a Chico Buarque de Holanda

Chico, chamá-lo assim é permitido, porque é o chamado do povo brasileiro. Quando tudo está perdido, é hora de clamar aos poetas. O Brasil "democrático" quis ter voz ativa, em seu destino mandar, mas eis que chegou a roda viva... Desculpe, sabe-se que não é seu sentimento, mas seus primeiros poemas tocaram a sensibilidade de milhões de brasileiros amordaçados. Você foi o Walt Whitman de nossa geração. O poeta de todos e por todos.
O teatro da Roda Viva foi empastelado por bisões; ainda há alguns deles rondando por aí, de cara fascista e revólver engatilhado. Deploram a ferrugem a que foram submetidos seus gatilhos. O importante é que são poucos os saudosistas do regime infame. Mais preocupante é a juventude, em vários pontos do orbe, inclusive em nosso País, que valorizam Carlile (democracia é uma ditadura com urnas), Rosemberg, o jurista Carl Shimitt, Baeumier, Heidegger e outros. A destruição, pela arte dos poemas, dessas figuras infernais, é mais importante à população que controverter o impeachment de nossa Presidente.
O povo que foi às ruas propor a impeachment certamente não leu uma linha desses facínoras. Foi buscar um País melhor, cujo caminho o último governo sequer apontou. Pequenos e médios empresários, profissionais liberais, empregados, religiosos, jovens ludibriados por "universidades" despreparadas e que despreparam, perdidos no labirinto em que não se encontra a saída para um mercado de trabalho modesto. Claro que sempre os ideólogos tomam carona nesses movimentos. Tanto direitistas como esquerdistas, que nada fizeram pelo mundo, salvo usar a "res publica" como estupefaciente de suas agonias psíquicas insuperáveis.
Suas primeiras poesias, acima lembradas, nada ficaram a dever a De Quincey, Stevenson, Sheakespeare, Machado no Sul e Borges no Sur, apenas para lembrar alguns, como você, poetas, os únicos capazes de salvar o mundo, em certos momentos, como aquele que enfrentamos.
Você sabe que não há paradigmas entre políticos, administradores, intelectuais de todo o gênero, para encontrar a saída deste beco. Somente mágicos como Vladimir Maiokovsky e Chico Buarque de Holanda, na liderança do rol que logra tocar a sensibilidade majoritária e justa, para a reconstrução de um país.
Eles não podem cair num maniqueísmo manipulado pelos que se aproveitam das manifestações populares, para que fluam seus interesses pessoais. São divindades da alvorada. Seu símbolo, Chico, já marca da história do Brasil. Estás cravado em nossa memória. Por isso, se me permite uma opinião, não podes aceitar os cravos de ameaças partidárias. Não se lhe podem cobrar congruências. Você e toda sua obra que penetrou nas fímbrias da linguagem criativa pairam acima de todas essas mediocridades. A vontade de um povo feliz acontece em cada pulsação de seu sangue.
Os grandes poetas são orvalho na relva do paraíso. A maioria dos brasileiros está solitária como um espelho em casa abandonada. Os poetas se vão e suas obras são imorredouras. Elas valem por todas as Constituições, inclusive pelas dezenas de Aristóteles torradas no incêndio da Biblioteca de Alexandria. Deixe-nos outras, em seu segundo e decisivo momento na história do Brasil. Todos anseiam por novas músicas salvadoras, livres de compromissos com aqueles que, de uma falsa postura de esquerda, produziram o mais terrível estelionato na história dos povos.

Amadeu Roberto Garrido de Paula é advogado, poeta e membro da Academia Latino-Americana de Ciências Humanas.
Hoje, em Diário do Poder, http://diariodopoder.com.br/artigo.php?i=43659720942


Sidnei Luis Reinert
26/08/2016 13:32
Vídeo: Renan entrega podres de Gleisi Hoffmann e Lindbergh se comporta como delinquente
Está ridículo o teatro: os senadores (em especial os petistas) não honram os votos que receberam



Os senadores que defendem Dilma Rousseff no julgamento do impeachment não se comportam como parlamentares, mas como atores que forjam cenas lamentáveis para um documentário esquerdista filmado durante todo o processo e que tentará pintar a petista como uma vítima de golpe ?" coisa que ela não é.

A paciência do país com Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias, ambos do PT, já se esgotou há tempos. Ao ponto de Ronaldo Caiado por mais de uma oportunidade chamar o petista às vias de fato.

Agora foi Renan Calheiros que não suportou e escancarou no microfone a hipocrisia da senadora, que ontem havia dito que aquela casa não tinha moral para julgar Dilma Rousseff. O que fez o presidente do Senado? Lembrou que a própria tem um marido investigado por desvios em empréstimos consignados, ou seja, por dinheiro roubado de aposentados endividados. Pior: entregou que ele próprio agiu junto ao STF para livrar a cara dela e do marido de um indiciamento.

"Há 30 dias, o presidente do Senado Federal conseguiu no Supremo Tribunal Federal desfazer o seu indiciamento e o do seu esposo." (Renan Calheiros)

Em uma única frase, Renan Calheiros entregou a sujeira do Senado, do STF, de Gleisi Hoffmann e de Paulo Bernardo.

Como Lindbergh Farias reagiu à fala? Como um delinquente.

Basta acompanhar o vídeo abaixo. O petista se aproxima falando em "baixaria", empurrando com as mãos cruzadas, e reclamando do empurrão quando Renan tenta se proteger. Nenhum dos três honra os votos que receberam. Uma vergonha não só para o Brasil, mas para a história do país.

https://www.youtube.com/watch?v=1xX1jYPRilc
Sidnei Luis Reinert
26/08/2016 13:21
EXCLUSIVO: LULA FOI BENEFICIÁRIO DE VANTAGENS ILÍCITAS, DIZ PF

Brasil 26.08.16 12:49
Em seu relatório final, obtido por O Antagonista, o delegado Márcio Anselmo conclui:

"O casal Luis Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia Lula da Silva foi beneficiário de vantagens ilícitas, por parte da OAS, em valores que alcançaram R$ 2.430.193,61 referentes as obras de reforma no apartamento 164-A do Edifício Solaris, bem como no custeio de armazenagem de bens do casal".

http://www.oantagonista.com/posts/exclusivo-lula-foi-beneficiario-de-vantagens-ilicitas-diz-pf
Sidnei Luis Reinert
26/08/2016 12:20
PT investe em documentário para vender ao exterior a farsa do golpe do impeachment de Dilma


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O PT está produzindo um documentário, que receberá investimentos pesados de distribuição pelo mundo afora, para vender no exterior a falsa imagem de que Dilma Rousseff é vítima de um golpe. Os cineastas contam com 17 câmaras especiais de qualidade 4k para filmar todo o espetáculo encenado no Senado transformado em tribunal para julgar Dilma. As facilidades para a produção cinematográfica foram autorizadas pelo supremo ministro Ricardo Lewandowski.

No ridículo script, Luiz Inácio Lula da Silva será a grande atração de segunda-feira, a partir das 9 horas, na etapa que promete ser mais tensa do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff. O companheiro Lula acompanhará a companheira Dilma no depoimento que ela foi intimada a fazer por Ricardo Lewandowski. Apesar da insistente negativa, Dilma tem tudo para formalizar sua renúncia, logo depois que cumprir a missão de esculachar alguns senadores.

Dilma gostaria de resistir até o fim, mesmo tendo certeza de que tudo já acabou para ela há muito tempo. Ela prefere sair como "destituída injustamente". Alguns de seus aliados próximos insistem nesta tese, admitindo que o prazo para renunciar já ficou para trás há muito tempo. Os petistas já ouviram o presidente do Senado, Renan Calheiros, deixar claro que Michel Temer toma posse efetiva e imediatamente, assim que Dilma sair ou for saída por decisão de pelo menos 54 dos 81 senadores.

No primeiro dia dia do julgamento, ficou claro que a manobra do "jardim de infância" da petelândia no Senado é apenas produzir retórica inútil para atrasar ao máximo o desfecho do julgamento. O desejo dos aliados de Dilma é apenas atrapalhar o plano de Michel Temer de viajar para a China, para reuniões de negócios no G-20, no dia 30, já como Presidente efetivo. Tudo indica que o impedimento será decidido no prazo previsto - e não conforme a vontade dos petistas.

Depois do impeachment, o drama será destravar a economia. A inadimplência cresce, e contamina o mercado com desconfiança e incerteza. A maioria das pessoas encontra cada vez mais dificuldades para cumprir os compromissos financeiros mensais. Os juros continuam batendo recordes trágicos. O grande vilão, junto com o sufoco para pagar cartões de crédito, é o cheque especial. Viver neste vermelho já custa para as famílias 318,4% ao ano. A inadimplência força os bancos aumentaram o chamado spread bancário (diferença entre a taxa de captação e a cobrada de quem toma o financiamento).

Enquanto isso, no Brasil rentista, o Banco Central permite facilidades para os bancos concederem mais crédito. A partir do ano que vem, os bancos poderão aceitar vários tipos de aplicação financeira como garantia de novos empréstimos. Correntistas poderão oferecer como aval: ações, Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), bem como títulos de crédito de instituição não financeira. A crença é que, assim, as instituições financeiras poderão oferecer uma taxa de juros menor, tanto para empresas quanto para pessoas físicas.

A crédula Velhinha de Taubaté está eufórica com a grana que pegará emprestado para o sonho do casamento com o Negão da Chatuba, com direito a cerimônia no Vaticano e festa em Mônaco.
Herculano
26/08/2016 11:58
GRANDE TEATRO, Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Os próximos dias, as longas horas pela frente e o dia de ontem do julgamento final da presidente já afastada Dilma Rousseff fazem parte de um script preestabelecido há meses, que tem um desfecho para lá de previsível: o impeachment vai passar por 60 ou 61 votos e o presidente Michel Temer passará de interino a efetivo, herdando definitivamente a maior crise da história do Brasil.

Até mesmo os gritos e o destempero de um lado e outro já eram esperados nesse grande teatro, em que os senadores Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias e Fátima Bezerra, do PT, e Vanessa Grazziotin, do PCdoB, são protagonistas desde a comissão do impeachment, encerrada com 59 votos contra Dilma, quatro a mais do que os necessários. Já na estreia do julgamento final, ontem, Gleisi berrou em tom de desafio que o Senado Federal e os senadores da República "não têm moral" para cassar "a presidenta".

"Aqui não tem ninguém com moral para julgar ninguém, muito menos para afastar uma presidenta", julgou a senadora. "Não sou ladrão de aposentado", rebateu Ronaldo Caiado (DEM), numa referência direta ao marido da petista, o ex-ministro Paulo Bernardo, réu por desvio do crédito consignado. A partir daí, Gleisi insinuou que Caiado, líder ruralista, pratica "trabalho escravo" e, como Lindbergh fez coro, Caiado sugeriu que ele fizesse "um exame antidoping". Os três sacudiram o ambiente, eletrizaram os telespectadores e ameaçaram entrar com processo daqui e dali. Mas não mudaram nada, um único voto.

Como também não mudam nada as testemunhas ?" ou o "informante", no caso do procurador de contas Júlio Marcelo ?" e o falatório de defesa e de acusação. Lá se vão nove meses, o tempo passa, o tempo voa, mas os argumentos continuam iguaizinhos. Quantos votos a defesa de Dilma conseguirá mudar? E a acusação? O ex-ministro José Eduardo Cardozo e a professora Janaina Paschoal vão ficar roucos de tanto repetir no plenário tudo o que já vêm falando nesse tempo todo na comissão e no plenário da Câmara, na comissão e na pronúncia do Senado, mas que mágica podem fazer? Quem acha que houve crime de responsabilidade vai continuar achando, quem acha que não houve, também.

A grande e real expectativa é diante da ida de Dilma ao Congresso na segunda-feira, a partir das 9h, para enfrentar os senadores ?" em particular seus ex-ministros ?", olho no olho. Vai sair faísca e é uma situação difícil de imaginar, que exige uma personalidade de ferro e pode gerar momentos inesquecíveis. Se é que Dilma não vá desistir na última hora, já que ela não é a melhor oradora do mundo, não conclui raciocínios, se atrapalha com conceitos, coleciona frases constrangedoras.

Se for, Dilma vai investir na versão do golpe e na vitimização: "Sou uma injustiçada", repetirá à exaustão. Concretamente, porém, não tem mais nenhuma carta na manga, depois que o PT, seu próprio partido ?" ou melhor, o partido de Lula ?" desautorizou e jogou no lixo a tese de um plebiscito para antecipar as eleições de 2018, o que seria só risível, não fosse inconstitucional.

Em sendo assim, o julgamento vai se arrastar pelos próximos dias com os mesmos personagens, mesmas falas, mesmos gestos teatrais, para chegar a um "The End" que cada um ali sabe e a população brasileira espera. Dilma volta para o ostracismo em Porto Alegre e Michel Temer herda definitivamente a crise, com o PMDB e o PSDB às turras e ameaçando o inadiável ajuste fiscal, ponto zero da recuperação da economia. Conclusão: o resultado do impeachment todo mundo já imagina, o que vem depois é que são elas.

Civilidade. Do petista José Eduardo Cardozo sobre o tucano Antonio Anastasia, o duro relator da comissão do impeachment no Senado: "Respeito o Anastasia, que é um grande quadro". Por essas e outras, ele também é.
Herculano
26/08/2016 11:56
EM BUSCA DA NARRATIVA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

O primeiro dia do julgamento da presidente afastada, Dilma Rousseff, teve tudo o que esse Congresso pode dar sem esforço nenhum: baixarias, quebra de regras mínimas de convivência, acusações em que geralmente os dois lados têm razão.

Tudo reflexo de um momento político rebaixado por instintos primitivos estimulados pela disputa em que o grupo petista já não luta mais pela manutenção do poder, mas pela tentativa de criar uma narrativa que permita disputar as eleições vindouras, inclusive a de 2018, com um mínimo de competitividade.

A senadora Gleisi Hoffman tantas fez, que acabou sendo repreendida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, depois que insistiu na afirmação de que o Senado não tem moral para julgar "a presidenta".

Foi essa uma fala quase suicida, pois ela mesma, investigada pela Operação Lava-Jato por lavagem de dinheiro, se inclui no rol dos sem moral, e teve que enfrentar a acusação do senador Ronaldo Caiado sobre corrupção no Ministério do Planejamento, processo em que seu marido Paulo Bernardo tornou-se réu como integrante de um esquema que desviava dinheiro do empréstimo consignado.

O troco veio do senador petista Lindbergh Farias, que insinuou ligações de Caiado com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Daí para outras insinuações, de que Lindbergh é usuário de cocaína, foi um pulo, o que já demonstra qual será o clima daqui para a frente até a decisão final.

O presidente do julgamento, ministro Lewandowski, deixou-se levar pelas manobras petistas e transformou o procurador junto ao TCU Júlio Marcelo de testemunha em informante, aceitando a tese de que ele seria partidário do impeachment e não teria, portanto, isenção para testemunhar.

Ora, ele estava arrolado justamente como testemunha de acusação, e nada mais natural que, nessa qualidade, acusasse a presidente Dilma de ter ferido a Lei de Responsabilidade Fiscal, como está em seu relatório oficial. Na qualidade de informante, o procurador disse as mesmas coisas que vem dizendo desde o início do processo, e essa redução de status não reduziu a contundência de suas declarações.

As testemunhas "de defesa", que, como o nome diz, testemunharão a favor da presidente Dilma, também passarão por esse mesmo critério e, como ressaltou a senadora Simone Tebet, serão impugnadas da mesma maneira. Especialmente uma que se tornou recentemente funcionária do gabinete da senadora Gleisi Hoffmann, não tendo, pelo critério adotado, independência para testemunhar.

Nada disso tem importância, porém, no resultado final, pois já existe uma sólida maioria a favor do impeachment, e restam agora senadores que buscam valorizar seus votos em busca de favores de última hora. A situação perderá, porém, se não tomar cuidado com o interrogatório da presidente afastada, Dilma Rousseff.

Se o clima permanecer nesse nível de tensão, poderemos ter um gran finale para o documentário que está sendo rodado por apoiadores do PT. Sem votos para manter a Presidência, a diminuta base de apoio do governo afastado trabalha com o objetivo de prolongar ao máximo o julgamento, e produzir cenas de resistência heroica, em busca da tal narrativa que permita a seus candidatos não esconder a estrela vermelha, como vinha fazendo, por exemplo, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.
Herculano
26/08/2016 11:54
O PT ABRE O JOGO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

A abertura da fase final do julgamento do impeachment da presidente Dilma Rousseff deixou clara a estratégia que o lulopetismo adotou para tentar sobreviver politicamente. Não se trata mais de defender a presidente afastada das acusações que certamente lhe custarão o mandato, o que implicará para o PT o fim melancólico de um ciclo de poder de mais de 13 anos que culminou com a destruição do País. Isso ficou claro na reunião da Executiva que rejeitou por 14 votos a 2 a esdrúxula tese de Dilma de convocação de um plebiscito e antecipação de eleições. Daqui para a frente, como ficou demonstrado na sessão de ontem no Senado, o lulopetismo vai partir abertamente para a contestação da legitimidade dos poderes constituídos, renegando o sistema democrático que a duras penas vem sendo construído pelos brasileiros há mais de 30 anos, com base no argumento de que Dilma Rousseff é vítima ?" e, consequentemente, também o Partido dos Trabalhadores ?" de uma violência cometida por "eles", os inimigos do povo.

"Este Senado não tem moral para julgar a presidenta Dilma Rousseff", provocou aos berros a senadora petista Gleisi Hoffmann no plenário, causando um tumulto que obrigou o ministro Ricardo Lewandowski a suspender a sessão até que os ânimos serenassem. Foi o lance mais espetacular de um roteiro preestabelecido pelos lulopetistas e cumprido à risca: a reapresentação de cerca de uma dezena de questões de ordem indeferidas em fases anteriores do julgamento, que não eram mais do que pretexto para discursos contra o "golpe", todas elas obviamente mais uma vez indeferidas por Lewandowski.

O comportamento dos lulopetistas demonstrou um deliberado desrespeito às normas do julgamento do impeachment definidas pelas lideranças partidárias de comum acordo com o ministro Lewandowski. Houve duas tentativas de procrastinar o julgamento. Não se tratava apenas de ganhar tempo e de abusar da paciência dos brasileiros ansiosos por ver encerrado esse lamentável episódio da história da República. A tropa de choque do PT valia-se da transmissão por rádio e televisão da sessão do Senado para promover a "narrativa política" lulopetista, como declarou, com todas as letras, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

A propagação de sua "narrativa" é um direito elementar de qualquer partido ou organização política. Mas o sistema democrático impõe a obediência à lei e o respeito ético aos acordos políticos. E os petistas e aliados infringiram ostensivamente os regulamentos que deveriam disciplinar a sessão de abertura do julgamento do impeachment. Essa bem planejada rebeldia pode até servir eleitoralmente para alguns deles, mas o que faz mesmo é comprometer negativamente, ainda mais, a imagem pública de uma instituição democrática fundamental como o Poder Legislativo.

Assim, o comportamento dos senadores que tentaram tumultuar a sessão mostra que o discurso da defesa não vai se limitar, até o final do julgamento, a demonstrar que Dilma é vítima dos inimigos das causas populares. Estará desenvolvendo e afinando um discurso de vitimização do PT que será o argumento central da tentativa de ressurreição política do lulopetismo.

O detalhe relevante dessa estratégia é que sua viabilidade depende de que o mandato presidencial de Dilma Rousseff seja efetivamente cassado. Dilma é a vítima-símbolo. Deverá, portanto, ser imolada no altar das causas populares para que possa ser usada como bandeira de luta por Lula e seus seguidores. É uma perspectiva muito mais atraente do que ter que arcar com o ônus de sofrer com a incompetência de Dilma por mais dois anos e pouco. Em português claro: o PT quer, precisa que Dilma Rousseff seja cassada. É uma questão de sobrevivência. Tudo o mais é pura hipocrisia, pois o partido não se dispõe nem mesmo a convalidar o argumento político mais forte que a presidente afastada conseguiu apresentar na tentativa de conquistar votos dos senadores para salvá-la do impeachment: o tal plebiscito para a antecipação das eleições presidenciais.
Herculano
26/08/2016 11:52
DEPOIS DA FESTA, Fernando Gabeira, para o jornal O Estado de S. Paulo

Vivemos intensamente o nosso espírito de cigarra. Agora é hora de baixar o de formiga.

Critiquei a Olimpíada porque achava que fora decidida num período de crescimento econômico e acabou sendo realizada no auge de uma crise. No entanto, uma vez que a decisão era irreversível, o melhor seria desejar que os Jogos Olímpicos transcorressem sem grandes incidentes e as pessoas, satisfeitas, ganhassem mais energia para enfrentar os desafios que temos pela frente.

Creio que o sucesso do evento confirma as previsões daqueles que achavam que hospedar a Olimpíada era o máximo. Eu não achava isso. Apenas desejava o êxito, sobretudo neste momento histórico.

Mas os críticos que partiram de um mesmo patamar, acentuando problemas ambientais e de segurança, dificuldades econômicas, não ficaram de mãos vazias. Para começar, o próprio Comitê Olímpico Internacional (COI) reavaliou o sistema de escolha de cidades sede, reconhecendo que as Olimpíadas sobrecarregam a economia local e o meio ambiente.

A partir de agora, a tendência é realizar os jogos nas estruturas já existentes, respeitando o momento de austeridade e mudança de estilo de vida que a realidade impõe. O Brasil acabou, por vias tortas, contribuindo para as Olimpíadas, em escala global, com um legado de austeridade.

O saneamento básico ganhou nova dimensão quando apareceu na imprensa internacional como um fator negativo do País. E o governo se moveu, iniciando um processo de privatização ainda no curso dos próprios jogos.

A privatização do setor não significa uma saída mágica. Existem inúmeras cidades do mundo que realizam os serviços com recursos públicos.

O problema é que estamos muito atrasados e o Estado não pode responder à demanda. Nem a um bom socialista seria razoável pedir que espere uns dez anos para que o serviço não caia nas mãos da iniciativa privada.

Cruzada com a história da Operação Lava Jato, a trajetória do saneamento básico no Brasil pode viver, como outros aspectos da infraestrutura, uma importante mudança. Com tudo o que se conhece hoje sobre a relação das empreiteiras com os governos, é razoável duvidar se o País tem mesmo um planejamento ou apenas segue o ritmo de negócios lucrativos para empresários e políticos. Liberto dessa relação de dependência, o governo teria condições de pensar um planejamento de acordo com as necessidades reais do Brasil.

É apenas uma possibilidade, um legado da Lava Jato. O legado dos críticos da Olimpíada foi contribuir para que o tema entrasse na agenda. A repercussão internacional acabou enfatizando uma realidade que muitos consideram um dado da natureza. Agora despertam para essa lacuna na nossa trajetória.

Nem todos. Alguns comentários nas redes diziam que a prova de que a Baía Guanabara era limpa foi o mergulho dos atletas nas suas águas após a vitória.

Mas o ufanismo pode ser tratado à parte. Minhas dúvidas sobre ele é que é visto como um antídoto ao famoso complexo de vira-lata. Será mesmo?

Acabou a Olimpíada. Deve acabar oficialmente a longa passagem do PT pelo governo, deixando os antigos aliados em seu lugar. E também terminar a cinematográfica carreira política de Eduardo Cunha, que resultou em milhões de dólares nos bancos suíços.

Cunha passeava com a família pelos lugares mais caros do mundo e se elegia fazendo piedosos sermões religiosos numa rádio evangélica. Com os sermões e muita grana.

Não entendo por que governo e oposição não se unem para resolver esse caso o mais rápido possível, entregar Cunha a Sergio Moro e deixá-lo cuidar da tonelada de petições e recursos que escreverá na cadeia.

A política é feita muito de conflitos entre objetivos diferentes. Desprezar objetivos comuns apenas para manter os conflitos não é, a rigor, fazer política, mas, de uma certa forma, ser viciado em política.

Não há sentido de urgência para atender a uma demanda clara não só da sociedade, como da própria Justiça. Mesmo na remota data que escolheram, ainda transmitem insegurança sobre o quórum da sessão que cassará Cunha. Todas as pessoas informadas, contudo, jamais esquecerão o nome dos faltosos, que com sua ausência darão um abraço de afogados no ex-presidente da Câmara.

Resolvida essas questões, a Olimpíada ainda nos deve ocupar. Como foram gastos os recursos públicos, isso é algo que só virá com a transparência das contas. Nos últimos momentos, o governo injetou R$ 250 milhões na Paralimpíada.

O que está em jogo é o seguinte: quando as contas forem abertas, mesmo os mais entusiasmados com os Jogos Olímpicos vão reprovar os desvios e os equívocos, se forem demonstrados pelos números. Caso contrário, a realização da Olimpíada terá superado dois males numa só tacada: a incompetência e a corrupção.

Com todos os pequenos incidentes, o Brasil mostrou competência e alguns atores políticos, como o prefeito Eduardo Paes, devem se beneficiar. Lula, Sérgio Cabral e Dilma, a quem critiquei pela megalomania, também conseguiram realizar seu sonho.

São adversários. Mas tomados pelo espírito olímpico, podemos festejar também o impulso do governo no sentido de sair do marasmo nas obras de saneamento.

E festejar, sobretudo, a conclusão do COI ao decidir mudar o processo de escolha das cidades-sede, ajustando-se à realidade do mundo contemporâneo, que já emergiu, simbolicamente, na presença de uma delegação de atletas refugiados. Como dizem as plaquinhas em banheiro de hotel, o planeta agradece.

Enfatizo essa decisão do COI porque sempre foi muito próxima das minhas expectativas. Foi um grande risco ter trazido a Olimpíada para o Rio de Janeiro.

Decisão irreversível, o certo era desejar que tudo ou quase tudo desse certo. Vivemos intensamente o nosso espírito de cigarra. Agora é hora de baixar o espírito da formiga.
Herculano
26/08/2016 11:50
O JUIZ E O INFORMANTE, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

Faltavam três minutos para as 18 horas quando o ministro Ricardo Lewandowski disse que, conforme o que fora acertado entre ele e os senadores, a sessão seria suspensa. Foi a única parte do combinado a ser respeitada: a hora do breve descanso. Os senadores que defendem a presidente Dilma Rousseff ignoravam desde a manhã tudo o que fora acertado previamente.

O ministro foi engolido pelas manobras rasas e previsíveis da bancada da defesa da presidente. Não era para falar do mérito nas questões de ordem, e eles assim o fizeram. Não deveriam usar a palavra para procrastinar, e foi isso o que conseguiram. Não deveriam reapresentar as perguntas com outras palavras, e eles se repetiram durante todo o dia. Deveriam fazer perguntas e não discursos. Nada foi respeitado. O ministro, às 16h34m, decorridas seis horas da sessão, chegou a avisar aos petistas:

- Daqui para a frente, serei muito rígido.

Não foi. Continuou sem pulso. O ato mais discutível da atuação de Lewandowski foi impugnar o procurador Júlio Marcelo de Oliveira como testemunha pelo compartilhamento de uma postagem no Facebook.

O procurador Júlio Marcelo de Oliveira tem um lado. Claro. O da defesa da lei fiscal. É mais ou menos como desqualificar todos os integrantes do Ministério Público da Força Tarefa da Lava-Jato por terem se pronunciado contra os crimes que investigam. Seria estranho se o procurador não tivesse uma opinião sobre as operações feitas pelo governo da presidente Dilma nos bancos públicos, já que ele tem que defender um ponto de vista junto ao Tribunal de Contas. Estudou o assunto, entendeu que houve operação de crédito ilegal usando bancos públicos, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, e isso ele tem dito desde o começo desse processo. Lewandowski achou que ele não é "isento". Nenhuma das testemunhas o é, e o ministro sabe disso. O ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa será ouvido como testemunha, arrolada pela defesa, não por ser isento em relação à política econômica que ele elaborou e executou.

Depois da decisão de Lewandowski, Júlio Marcelo passou a ser ouvido como informante, mas em alguns momentos parecia ser o réu, tantas as acusações que ouviu. Para se defender, teve até que revelar que em 2010 votou em Dilma. Não era ele que estava em questão, mas sim as decisões de uma política econômica desastrosa que desrespeitou frontalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Os senadores da defesa da presidente repetiram o dia inteiro que o Ministério Público disse que não houve operação de crédito. Na verdade, quem se pronunciou sobre isso foi o procurador Ivan Cláudio Marques. Mas, estranhamente, ele não está na lista das testemunhas. Já que sua decisão é tão cara à defesa, deveria estar. Talvez a ausência se explique porque no mesmo ato em que disse que não se configura operação de crédito o procurador afirmou que há crime de improbidade administrativa. Também não foi arrolado ninguém da perícia do Senado que concluiu que não houve ato da presidente, talvez porque os peritos disseram que, sim, é uma operação de crédito.

O informante, como era chamado o tempo todo, informou aos senadores da defesa da presidente afastada fatos elementares da vida de um parlamento. Explicou que nenhum governante pode editar decretos sem autorização do Congresso porque essa é uma prerrogativa do legislativo. Que mesmo "despesas meritórias" para serem feitas precisam estar no Orçamento. São quitadas com recursos do governo federal e não de seus bancos. Que os bancos estaduais ?" exceto um do Rio Grande do Sul e outro do Distrito Federal ?" foram privatizados, por isso os governadores que, segundo o senador Paulo Paim, teriam cometido pedaladas não o fizeram. Pedalada fiscal é atrasar pagamentos a bancos públicos que o governo controla e não contabilizar essa dívida. Os governos estaduais não controlam mais os bancos desde o fim dos anos 1990, informou o informante aos desinformados senadores.

Os erros na condução do primeiro dia de julgamento não mudam o resultado, que deve dar 61 ou 62 votos a favor do afastamento definitivo da presidente Dilma. Mas os senadores do PT, do PC do B e da Rede mostraram mais uma vez, em cada intervenção, seu desprezo pelo ordenamento fiscal do país.
Herculano
26/08/2016 07:40
MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO É O PROBLEMA DO PAÍS, por Danilo Pinheiro Dias, especialista em gestão pública e procurador regional da República, no jornal Folha de S. Paulo

O Mapa da Violência revela que quase 60 mil pessoas são assassinadas por ano no Brasil. Esse número espantoso nos coloca em condição semelhante à da Síria, país em guerra civil que destroçou a estrutura do Estado e sua capacidade de prestar serviços minimamente eficientes para a população.

No trânsito, a estimativa de mortes é semelhante ao número de pessoas assassinadas. Calcula-se -embora não haja precisão, por razões óbvias- que o desvio de recursos públicos pela corrupção seja da ordem de R$ 200 bilhões por ano.

Poderia ainda elencar um sem-número de outros graves problemas econômicos e sociais, relacionados, direta ou indiretamente, ao fenômeno da corrupção, todos merecedores de atenção dos homens públicos, mas paro por aqui. O descrito acima já é suficiente para o que se pretende demonstrar.

Neste estado de coisas, vozes se levantam para acusar, injustamente, o Ministério Público Federal de violar a ordem jurídica, de ser uma ameaça ao Estado de Direito. Tudo motivado pelo fato de que a instituição vem cumprindo, escrupulosamente, seu dever na investigação da Lava Jato -da mesma maneira que tem procedido em todos os casos submetidos à sua atribuição.

Pela primeira vez, a sociedade testemunhou a restituição de altas somas de recursos públicos desviados. Consolidou-se a percepção social de que o direito penal, no Brasil, também vale para ricos e poderosos.

Será mesmo que é preciso tolher o trabalho dos procuradores da República? É isso o que deseja a sociedade brasileira? Ou esse é o desejo recôndito de quem não suporta o efeito desinfetante da luz do sol, da transparência e da verdade?

O paciente não estará menos doente se afastar de si o médico que fez o diagnóstico; ao contrário, é provável que o autoengano faça a enfermidade recrudescer e leve a óbito.
Não nos parece que a prioridade nacional possa hoje migrar do combate à corrupção endêmica e à impunidade crônica para uma caça tresloucada aos procuradores da República. Que crime teríamos cometido?

Seria o imperdoável "delito" de procurar fazer o sistema penal funcionar como deve, de forma republicana e democrática? Ou, por outra, devemos purgar a boa autoestima institucional, decorrente dos bons serviços prestados?

Mais de 2 milhões de pessoas subscreveram as dez medidas de combate à corrupção, manifestando assim, de forma bastante eloquente e democrática, os caminhos a serem seguidos pelo Estado brasileiro. Se há alguém que está em dessintonia com a sociedade, certamente não é o Ministério Público Federal.

Não estamos acima da lei, não pairamos por sobre o bem e o mal. Penso até que os rigores da norma devam ser ainda mais firmes em relação aos membros da instituição: se erramos, devemos ser responsabilizados por isso como qualquer cidadão.

Só não se pode admitir que o Ministério Público sofra retaliação quando atua simplesmente para cumprir o dever legal. Dizer que o MP age com excessos, com abuso de autoridade, sem apresentar qualquer fundamento consistente que dê embasamento empírico a essa afirmação, é jogar palavras ao vento.

O fato a ser objetivamente considerado é que a investigação Lava Jato, mesmo submetida ao mais rigoroso escrutínio judicial de que se tenha lembrança, em todas as instâncias do Poder Judiciário, tem seguido normalmente seu curso sem o registro de qualquer nulidade.

Não podemos mais aceitar que a corrupção e a impunidade continuem a representar uma maneira peculiar de fazer política e de governar o Estado brasileiro e os destinos de nosso povo.
Herculano
26/08/2016 07:35
QUEM TEM MORAL NO SENADO? EIS A QUESTÃO, por Josias de Souza

Quem tem moral no Senado para julgar Dilma?, eis a questão. A interrogação vem a propósito de um arroubo da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) no primeiro dia do julgamento do processo de impeachment. Antes de responder à pseudocuriosidade da senadora, vale a pena atrasar o relógio até 1992. Imaginou-se que o impeachment de Fernando Collor e a posse de Itamar Franco - o Michel Temer da época - entrariam para a história como marcos moralizadores da política nacional.

A desfaçatez com que PC Farias - precursor de Delúbio e Vaccari - comercializava sua influência no governo e dividia propinas com o presidente e seu grupo político pareciam ótimas oportunidades para o país tomar jeito. Mas deu tudo errado. Um escândalo produziu outro, e outro, e mais outro? Até desaguar no mar de lama do mensalão. Que escorreu para o oceano do petrolão. Que se misturou à ruína econômica no caldeirão em que arde o mandato de Dilma. Decorridos 24 anos, o país se depara com o segundo processo de impeachment de sua história e com a pergunta de Gleisi Hoffmann: Quem tem moral??

Considerando-se que foi com o beneplácito de Lula que o PT se converteu numa máquina coletora de dinheiro, que o mensalão e o petrolão têm sua origem na gestão dele, que foi sob o seu patrocínio que petistas e aliados nomearam os petrogatunos, que Dilma foi eleita e reeleita em cima de uma caixa registradora tóxica, considerando-se tudo isso, mais o fato de o PT governar o país há 13 anos escorado em sarneys, renans, collors, malufs, cunhas e assemelhados, chega-se à seguinte conclusão: o objetivo de Gleisi Hoffmann ao questionar a moral dos colegas é desobrigar a política de fazer sentido.

Durante o governo Sarney, Lula chamava-o de "ladrão". Golpeado por Collor abaixo da linha da cintura na campanha presidencial de 1989, Lula pegou em lanças pelo impeachment. Nessa época, o tratamento mais cortês que Collor mereceu de Lula e de todo o petismo foi o de "corrupto''. Que dizer dos insultos que o PT e seu morubixaba trocaram com Maluf? De repente, os ex-moralistas associaram-se a todos os imorais num mesmo empreendimento governamental. E anunciaram à nação: "Somos todos aliados! Somos uns a cara esculpida e escarrada dos outros."

Antes de borrifar perguntas na atmosfera seca do plenário do Senado, Gleisi Hoffmann precisaria fornecer respostas: depois que fizeram tanto esforço para se tornar iguais, como podem supor que ainda é possível distinguir uns dos outros? Não eram todos aliados até ontem? Não foi sob o poder petista que Cunha, Collor, Renan, Sarney, Jucá, Barbalho e tantos outros plantaram bananeira dentro dos cofres da Petrobras e do setor elétrico?

Dilma, Lula e o PT chegaram à condição atual por seus próprios deméritos. Por três mandatos, abasteceram a coligação governista de propinas. O mensalão mal havia secado e já existia o petrolão. Deflagrada sob Dilma, a Lava Jato emparedou corruptos e corruptores. Pela primeira vez, a oligarquia foi para o xadrez. A corrupção passou a dar cadeia. Interrompido o provimento regular de dinheiro sujo, aliados foram se convertendo em traidores.

Até bem pouco, Dilma enxergava o Senado como sua última trincheira. Renan Calheiros era o heroi da resistência. Hoje, madame não consegue juntar 28 votos para salvar o mandato. O petismo é picado pelas serpentes que o poder petista financiou. Num ambiente assim, tão conspurcado, a companheira Gleisi renderia homenagens à lógica se evitasse questionar a moral alheia.

Gleisi faria um bem a si mesma se pelo menos adiasse suas reprimendas para depois do encerramento do processo em que seu marido, Paulo Bernardo, é acusado de tomar parte de um esquema que assaltou aposentados e servidores pendurados no empréstimo consignado. A senadora terá muito mais moral depois que ficar comprovado que seu marido não participou de tamanha imoralidade.
Herculano
26/08/2016 07:30
PARA TENTAR PRESERVAR OS PORÕES DO MP, JANOT DÁ UMA AJUDA À BANDIDAGEM, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

Começo a minha coluna com uma saudação de rigor: "Tchau, Dilma!". Ou, para lembrar a governanta: "Às vezes, quem está na chuva não quer estar na chuva."

Agora ao Brasil do futuro.

Desde que li o poemeto "Anedota Búlgara", de Carlos Drummond de Andrade, não tomo os defensores de borboletas como expressão do bem absoluto, embora, em si, protegê-las me pareça uma boa ideia. Nem todos conhecem ou se lembram. É assim:

"Era uma vez um czar naturalista/ que caçava homens./ Quando lhe disseram que também se caçam borboletas e/ andorinhas,/ ficou muito espantado/ e achou uma barbaridade."

Pegou fogo nesta semana e veio à superfície um embate antes subterrâneo envolvendo a Lava Jato. Há coisas que estão completamente fora do lugar ?"e minha crítica não é nova.

Um vazamento sobre as tratativas para a delação de Léo Pinheiro acendeu o sinal vermelho em vários setores do Judiciário. A "Veja" revelou que o nome do ministro Dias Toffoli, do Supremo, integrava um anexo oficioso que circulava lá pelo Ministério Público Federal. Não especulo sobre as fontes da revista. À imprensa não cabe guardar segredos, mas revelá-los. E segue sendo uma obrigação do poder público apurar os vazamentos. Cada um no seu quadrado. Se há porões no MPF - e, pelo visto, há- , a revista presta um serviço ao revelá-lo.

Nas democracias, se cada um cumprir o seu papel, as coisas avançam.

A aposta quase unânime é a de que o vazamento partiu do próprio MPF, o que Rodrigo Janot nega. De forma inexplicável, o homem pôs fim à delação de Léo Pinheiro, como se o vazamento do que ele assegura não existir (???) interessasse ao ex-chefão da OAS. Ora, a consequência prova que não.

Restou em muitos setores do meio jurídico a seguinte constatação: "Ai de quem discordar dos comandantes da Lava Jato! Terá a reputação maculada". Toffoli deu ao menos dois votos que não agradaram à força-tarefa. Ministros do Supremo lidam com a informação de que há uma espécie de esforço concentrado para fazer a Lava Jato chegar como um tsunami à Corte.

E como Rodrigo Janot respondeu à coisa? Pôs fim à delação de Léo Pinheiro. Ora, mantida a decisão, o empreiteiro levará para a lápide fria as informações que seriam certamente do interesse do país. A esta altura, há figurões rezando para que as coisas assim permaneçam, não é mesmo, Lula? A delação dos diretores da Odebrecht está em andamento. E se alguém que se sabe na mira resolver se antecipar e "vazar" sucessos de verões passados? Suspende-se também essa?

Qual é o ponto? O meritório trabalho do Ministério Público Federal e da PF, que está criando condições para um Brasil melhor do que aquele que teríamos sem ele, está sendo assediado pelo espírito de Savonarola que toma algumas lideranças. Pesquisem a respeito. O homem não era mau. Ele só não sabia distinguir Dante ou Botticelli de sabotadores da fé. Mandava tudo para a fogueira das vaidades.

Não temos Dantes e Botticellis dando sopa por aí. Mas nem todo mundo que discorda de alguns métodos dos bravos rapazes do MP, ou de suas propostas, são defensores da corrupção. Entre as tais 10 medidas, há a defesa de provas colhidas ilicitamente, "desde que de "boa fé". Hein? A "boa fé" de Robespierre era a guilhotina. A de Savonarola, a fogueira.

O ministro Gilmar Mendes chamou a proposta de "coisa de cretinos". E de cretinos contraproducentes, acrescento, que sempre conseguem o oposto do que almejam com a sua estupidez purificadora.

Ou não é isso que teremos se Léo Pinheiro levar seus segredos para o além?
Herculano
26/08/2016 07:25
TEATRO: DEFESA PEDE QUE DILMA CHORE NO SENADO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O desespero chegou de vez ao esquema de defesa da presidente ré Dilma Rousseff. Como tudo caminhou para confirmar a condenação dela, a ideia agora é que ela "dê um jeito" de chorar durante o seu depoimento diante dos senadores, agendado para a próxima segunda-feira (29). A informação é de fonte parlamentar qualificada, com acesso às discussões internas sobre as estratégias de defesa da petista.

ISSO É GOLPE
Nas discussões, uma senadora defensora do "choro" teatral de Dilma, disse que "nenhum homem resiste a uma mulher em prantos".

NOVA IMAGEM
Caindo no pranto, segundo seus estrategistas, Dilma passaria a imagem de uma mulher "frágil", vítima do "machismo" e da "injustiça".

COLHER DE CHÁ
Dilma não será tratada como ré, no plenário do Senado. Em vez do banco dos réus, ficará na mesa principal, com Ricardo Lewandowski.

OPOSIÇÃO BOAZINHA
A pedido dos petistas (que jamais atenderiam, se a situação fosse o inverso), a antiga oposição não se opôs ao tratamento a Dilma.

PESQUISA: LULA ATINGE REJEIÇÃO RECORDE DE 71%
O PT insiste na lorota de que Lula é "certo" para vencer as eleições de 2018, mas faltou combinar com 71% dos eleitores, que não votariam nele de jeito nenhum para presidir o Brasil uma terceira vez, segundo levantamento do Paraná Pesquisas. O ex-presidente é, de longe, o presidenciável mais rejeitado. Até na região Nordeste, onde o PT teve a maioria de seus votos em 2014, a rejeição de Lula chega a 55,9%.

NADA DE TUCANOS
Principal oposição ao PT, o PSDB não comemora. Aécio, Alckmin, e Serra são rejeitados por 56,7%, 61,9% e 56,4%, respectivamente.

MARINA PATINA
Terceira colocada nas últimas eleições, Marina Silva (Rede) apresenta rejeição semelhante aos tucanos, 56,6% não votam na ex-petista.

DONO DOS OPOSTOS
Apesar de ser o "menos rejeitado", com 55%, Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem o menor índice de "votos certos": só 9,6% votariam "com certeza".

SOBE APROVAÇÃO DE TEMER
A pesquisa nacional do Instituto Paraná teve efeito de ducha fria, entre os dilmistas: a aprovação do governo Michel Temer, que no início mal passava de 15%, já chegou a 40,6%. A aprovação de Dilma era de 7%.

SENTIMENTO DE INJUSTIÇA
A convicção no Congresso e no Judiciário é a de que, se tudo o que há contra o ministro Dias Toffoli é o que se divulga, ele foi vítima de injustiça, ao ser colocado sob suspeita por um ato que não é ilegal.

SEM PUDOR
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) premiou Esther Dweck, "testemunha de defesa" de Dilma, com uma boquinha em seu gabinete, no Senado. No fim do mês, R$ 22,5 mil na conta. Que vexame.

DIFERENÇA DE NÍVEL
A diferença do nível de qualidade dos depoimentos de Júlio Marcelo de Oliveira, procurador do MPF junto ao TCU, e Kátia Abreu (PMDB-TO) foi de doer. Até parece que o procurador é quem tem mandato popular.

JUSTA HOMENAGEM
Janaína Paschoal, umas das autoras do pedido do impeachment de Dilma, fez questão de parabenizar o corpo técnico do Tribunal de Contas da União, sem o qual "os efeitos nefastos" da roubalheira flagrada no governo Dilma teriam continuado desapercebidos até hoje.

O QUE HÁ DE NOVO
Alegando uma "isenção" que é novidade em sua trajetória, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) reiterou que não vai votar no julgamento de Dilma. É o primeiro juiz da História que decide não decidir.

JK VIVE
Juscelino Kubitschek reaparecerá por holografia, hoje, em Brasília, descrevendo seu Plano de Metas, na coletiva da neta Ana Christina Kubitschek Pereira sobre o projeto de acessibilidade do Memorial JK.

BALÉ DO FINGIMENTO
Na baixaria do Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ) fingiu que agrediria Ronaldo Caiado (DEM-GO), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) fingiu que "segurava" o petista e o goiano fingiu que partiria para a porrada.

PERGUNTA NO TRIBUNAL
Se o impeachment é "golpe", por que Dilma vai se defender no plenário do Senado, com amplo direito de defesa?
Herculano
26/08/2016 07:18
JOGO DUPLO DO PMDB, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Não chega a trazer alívio a suspensão, até 8 de setembro, da tramitação no Senado do projeto que aumenta proventos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Melhor seria que ficasse adiada por prazo indefinido.

Na quadra em que se debate um teto constitucional para as despesas, incluindo saúde e educação, é impróprio decidir matéria dessa importância de forma desconectada de outras medidas de ajuste.

Se já havia controvérsia com a aprovação de afogadilho, em junho, de reajustes para diversas categorias, com impacto de R$ 67 bilhões até 2018, o clima na base de apoio do governo interino de Michel Temer (PMDB) ficou ainda pior com a benesse para o topo da pirâmide do funcionalismo.

A cizânia se instalou no Senado entre o PMDB, que buscava aprovar o aumento em regime de urgência, e o PSDB, que é contra. Tucanos ameaçam abandonar a aliança com peemedebistas, que estariam fazendo um jogo duplo.

O relator do projeto, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), apresentou parecer contrário ao projeto. Os salários dos ministros do STF iriam de R$ 33,7 mil mensais para R$ 36,7 mil, com vigência a partir de junho passado, e alcançariam R$ 39,2 mil em 2017.

Uma insensatez. Não só pelos valores em si, superiores aos de vários países desenvolvidos, mas pelo efeito cascata nas carreiras do Judiciário e outras. Haveria despesa adicional de R$ 4,5 bilhões ao ano para União, Estados e municípios.

Enquanto senadores do PMDB teimam em adular corporações do funcionalismo, segue pendente na Casa o acordo do governo federal com os Estados para alívio do torniquete no caixa que afeta serviços essenciais para a população.

As corporações de servidores buscam aproveitar o que resta de interinidade a Temer para aumentar seu quinhão no Orçamento. Agem como se ignorassem a recessão e desprezassem os 11,6 milhões de brasileiros desempregados. Um governo de pulso arrostaria tais interesses particulares.

A questão tem de ser debatida de forma integrada. Se o teto vai achatar despesas com saúde, educação e Previdência, não há razão aceitável para isentar o funcionalismo da parte que lhe cabe desse ajuste. É falacioso, para não dizer cínico, argumentar que os aumentos já estavam previstos e por isso caberiam no Orçamento ?"um Orçamento deficitário em R$ 170,5 bilhões apenas neste ano.

O momento é grave e pede contenção de despesas com salários. Qualquer coisa aquém disso, agora, representará um favor descabido aos que já gozam de estabilidade de emprego e salários muito acima da renda média nacional.
Sidnei Luis Reinert
25/08/2016 22:18
URGENTE: GLEISI PROMETEU CARGO A TESTEMUNHA DE DILMA

Brasil 25.08.16 16:40
O Antagonista descobriu que Esther Dwek, testemunha de Dilma Rousseff no julgamento final do impeachment, será nomeada para o gabinete de Gleisi Hoffmann.

Dwek já preencheu o formulário de nomeação de servidor comissionado para a função de assessor parlamentar e entregou a documentação no último dia 17.

Ela ainda não tomou posse, mas está tudo encaminhado.

http://www.oantagonista.com/posts/exclusivo-gleisi-prometeu-cargo-a-testemunha-de-dilma

MAIS UM ATO DE MORTADELA DO PT!
Herculano
25/08/2016 20:16
A FANTASIA DA MULHER HONRADA FICARÁ EM FARRAPOS SE OS SENADORES FIZEREM MEIA DÚZIA DE PERGUNTAS CERTAS, por Augusto Nunes, de Veja

Forçada a responder de improviso, Dilma vai gaguejar mentiras com frases sem pé nem cabeça

Dilma Rousseff vai aparecer no Senado fantasiada de ilha de honestidade ameaçada de afogamento por um oceano de conspiradores golpistas. A vastíssima conjura mobiliza tucanos ressentidos com a derrota em 2014, machos inconformados com a ascensão de uma fêmea ao cume do poder, empresários que levam a mão ao coldre quando veem ex-pobres embarcando no avião, barões da imprensa insones com a erradicação da miséria, juízes treinados pela CIA para facilitar o assalto ao pré-sal, traidores que se disfarçavam de ministros e outras ramificações da colossal direita golpista.

Cumpre ao grupo de senadores sem medo fazer o que fariam jornalistas independentes caso Dilma superasse o pavor que lhe causa a ideia de enfrentar uma entrevista coletiva de verdade. A fantasia da mulher honrada ficará em frangalhos se confrontada com meia dúzia de perguntas que obriguem a depoente a tratar de assuntos dos quais sempre fugiu. Por exemplo: que tal esclarecer se no time das brasileiras honestas onde vive se incluindo também joga Erenice Guerra? Ela mesma: a melhor amiga da presidente que também era chefe de quadrilha e acaba voltar ao noticiário político-policial a bordo de bandalheiras descobertas pela Lava Jato.

A lista de perguntas constrangedoras é interminável. Se despreza delatores, por que tentou incluir no julgamento do impeachment a delação de Sérgio Machado, o gatuno que manteve no comando da Transpetro? O que tem a dizer sobre as revelações de Delcídio do Amaral, líder do seu governo no Senado? Como pôde uma presidente fantasiada de faxineira fingir que nunca soube que a diretoria da Petrobras era infestada de corruptos? Por que mandou o Bessias entregar a Lula aquele habeas corpus preventivo disfarçado de termo de posse? Há mais, muito mais. Mas estes exemplos bastam.

Forçada a responder de improviso, Dilma vai contar mentiras com frases sem pé nem cabeça. Depois de cada tapeação, o autor da pergunta precisa registrar que a depoente não disse coisa com coisa, informar que ninguém entendeu o que disse e exigir que a depoente repita em língua de gente o besteirol gaguejado em dilmês castiço. Ela merece.
Herculano
25/08/2016 20:05
PADRASTO

O governador Raimundo Colombo, PSD, eleito e sustentado na governabilidade pelo PMDB, que continua prefeito de Lages, é padrasto de uma das mais importantes regiões geradores de tributos estaduais, o médio Vale do Itajaí.

Adiou mais uma vez a publicação do edital de licitação para a recuperação da Rodovia Jorge Lacerda,importante via de integração da produção, turismo e mobilidade. Segundo argumentou, o governador, não possui recursos e então quer fazer remendo para chamar de obra. Raimundo Colombo acaba de gastar mais de R$80 milhões para fazer um centro do comando da segurança estadual, em Florianópolis.

E o que aconteceu depois da obra pronta lá em Florianópolis? A Polícia Militar, o Detran, os Bombeiros disseram que para lá não vão trabalhar. Ou estão desafiando à autoridade e planejamento do governo que disse que com esta obra economizaria recursos com prédio alugados e ocupados por estes órgãos de segurança, ou o governo não teve diálogo compromissado com as partes antes de executar a obra e colocar fora os pesados impostos dos catarinenses.

Esses R$80 milhões, ou mais, jogados fora pelo governo de Raimundo Colombo, poderiam ser usados na Rodovia Jorge Lacerda, no Anel de Contorno de Gaspar, na Saúde Pública e muitas outras carências que o governo do estado não consegue enxergar e priorizar para os catarinenses que produzem.
Herculano
25/08/2016 19:52
EM JANTAR COM TEMER,PSDB ESQUECE CRÍTICAS, por Josias de Souza

O PSDB frequenta os holofotes há 72 horas pintado para a guerra. Tucanos da mais alta plumagem criticam o paradoxo fiscal do governo, que pede a aprovação de uma emenda que rebaixa o teto dos gastos públicos e, simultaneamente, eleva o pé-direito dos contracheques de quase duas dezenas de corporações de servidores.

O tucanato chegou mesmo a insinuar que poderia romper com o Planalto se Michel Temer não obrigasse o PMDB do Senado a rever o apoio ao projeto que sobe os vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal para R$ 39,2 mil.

Pois bem. Na noite de quarta-feira, participaram de um jantar estrelado por Temer três tucanos de mostruário: Aécio Neves, presidente do PSDB; Aloysio Nunes, líder do governo no Senado; e Antônio Imbassahy, líder do partido na Câmara. Estavam também à mesa os três ministros mais fortes da Esplanada. Entre eles Henrique Meirelles, o xerife do cofre. E não se ouviu nas quase três horas de conversa um mísero pio sobre a flacidez da austeridade governamental.

Quer dizer: a valentia do ninho é uma estranha qualidade que desaparece sempre que as luzes se apagam.
Herculano
25/08/2016 19:50
O MUNDO MODERNO ESTÁ A PONTO DE PROVAR QUE O "BEM" É IDIOTA, por Luiz Felipe Pondé, para o jornal Folha de S. Paulo

"Você quer comer manteiga? Você quer um vestido bonito? Você quer viver deliciosamente? Você quer conhecer o mundo?"

O que vocês acham dessas propostas como forma de sedução, meninas?

Quem viu o excelente filme "A Bruxa", de Robert Eggers, sabe do que estou falando. O filme é um show do gênero terror para quem gosta de terror sofisticado e não desse lixo previsível que anda por aí, do qual até o Demônio (sim, com letra maiúscula) fica envergonhado.

A própria imagem da boca da jovem Tomasin (personagem principal do filme) melada de manteiga já pode nos dar a dimensão da consistência do Demônio neste filme: o que você colocaria na boca lambuzada de manteiga da jovem Tomasin? E a pergunta essencial: o que ela pediria para você colocar na boca lambuzada de manteiga dela?

Antes, um reparo: que nenhum inteligentinho imagine que estou "demonizando o sexo", tá? Normalmente inteligentinhos não entendem nada de sexo, e muito menos de mulher. Porque são "do bem".

Sim, Nelson Rodrigues dizia que teríamos saudade do canalha honesto um dia, eu digo que já estamos com saudade do Demônio honesto hoje em dia. O Demônio do filme "A Bruxa" é um Demônio honesto. Já explico por quê.

Conheço alguns satanistas por força do meu trabalho com pesquisa em religião. Todos que conheço são quase veganos. O máximo que pregam é o "combate" à Igreja Católica (coisa que qualquer criança no jardim da infância aprende nos últimos cem anos). Nem sabem o que foi o calvinismo (denominação protestante do filme). Os calvinistas eram gente de fibra, criaram os Estados Unidos. O mundo que legaremos para o futuro será um misto de praça de alimentação de shopping e gente tosca pedindo coisas de graça.

Nada como medir forças com o pecado e o Demônio (do tipo do filme) para criar músculos. Um Demônio honesto merece uma missa.

Os satanistas de hoje estão preocupados com o aquecimento global. Nada entendem do que um satanista decente entenderia. Você está se perguntando sobre o que um satanista decente entenderia? Preste atenção. Mas deixe de lado qualquer presunção de bondade que você tenha sobre si mesmo. Você quer mesmo conhecer o mundo?

Essas perguntas que abrem essa coluna são feitas pelo Demônio à jovem Tomasin na sequencia final do filme "A Bruxa". Ele pede a ela que assine seu livro (significando o pacto com ele), ao que ela responde, prontamente: "O que você tem para me oferecer em troca?". Aí, ele faz essas perguntas para ela. O que ele tem a oferecer para ela em troca é manteiga, beleza, delícia e o mundo inteiro.

Não vou contar mais nada. A pergunta dela para o Demônio indica que estamos diante de uma mulher sincera e de verdade.

O filme é construído a partir de textos do século 16. Textos de tribunais calvinistas (puritanos ingleses) em que manifestações do Demônio eram descritas. Almas superficiais veriam nisso apenas "patriarcalismo", "repressão", "abuso religioso", ou seja, tudo o que inteligentinhos veem em toda parte por conta de sua crassa pobreza de espírito.

A verdade é que o Demônio no filme é um especialista em natureza humana (sei que inteligentinhos ficam nervosos com essa termo, "natureza humana", mas quem liga para eles?). O Diabo é um humanista. Sempre foi. No filme, ele está preocupado em fazer Tomasin gozar. E o gozo, como bem sabia a psicanálise (não sabe mais), é "coisa de mulher que conversa com Deus e o Diabo".

A honestidade do Demônio está no fato dele saber que um pacto com ele significa o vício no gozo. E quem é viciado no gozo sabe que não há muita saída. Uma vez dentro da sua beleza e sua delícia ("Você quer um vestido bonito? Você quer uma vida deliciosa?"), fazemos qualquer negócio para permanecer gozando. Até morrer de gozar.

Outro dia, numa conversa, confessei que se fosse me dada apenas a possibilidade de ser um autor de livros de autoajuda, um palestrante motivacional ou um assassino profissional, eu escolheria esta última opção, por ser a mais sincera.

O mundo contemporâneo está a ponto de provar o que o Demônio nunca conseguiu fazê-lo: que o "bem" é idiota.
Herculano
25/08/2016 19:46
HORA EXTRA

Término do expediente público municipal às 17horas quinta-feira. Logo depois começa o bandeiraço do PT no trevo da Francisco Mastella com a Rodovia para Brusque. Sintomático
Herculano
25/08/2016 19:44
O REAJUSTE PREVISTO NO...DEFICIT, por Carlos Alberto Sardenberg, no jornal O Globo

A causa maior da crise está na destruição das finanças públicas: despesas crescendo mais do que a receita.

Indicadores da economia brasileira, nesta véspera do impeachment, podem ser divididos em três grupos:

- os que continuaram piorando, mas estão piorando menos;

- os de estabilidade (pararam de piorar no fundo do poço);

- os que mostram um começo de recuperação.

E há indicadores misturados. Considerem, por exemplo, os salários pagos no setor privado formal. Em maio, segundo a pesquisa Salariômetro, da Fipe-USP, a folha de salários nacional chegou a R$ 99,3 bilhões. É menor do que o número verificado um ano atrás, porém um pouco maior que a folha de abril.

Outro dado importante da mesma pesquisa. Em janeiro deste ano, nada menos que 68% dos ajustes salariais negociados ficaram abaixo da inflação ?" portanto, com perda real para os trabalhadores. Para junho, 37% dos ajustes perderam da inflação. É melhor, indica que a maior parte dos assalariados conseguiu repor sua renda nesse mês, mas continua ruim para boa parte dos trabalhadores com carteira assinada.

Mas, por qualquer lado que se verifique, há uma conclusão comum: a sociedade brasileira já está pagando um preço muito alto pela crise econômica causada pelos enormes erros dos governos Lula (no segundo mandato) e Dilma. A carga maior ficou para os trabalhadores do setor privado: o desemprego chega a 12 milhões de pessoas, e os salários reais caíram.

Não raro, houve queda dos rendimentos nominais. Segundo a mesma pesquisa da Fipe, entre janeiro e junho deste ano, 208 acordos coletivos tiveram redução de salários. Claramente, esses trabalhadores trocaram salário por emprego, entendendo a situação de dificuldade real das empresas, com queda de vendas e aumento de custos.

Pois este é um ponto a ressaltar. As empresas não constituem um grupo de vampiros querendo sugar o sangue dos trabalhadores e dos consumidores. As companhias evitam demitir e fazem esforços enormes para não aumentar preços neste momento de recessão.

Em vários setores, trabalhadores e patrões conseguiram colocar-se de acordo para ao menos amenizar as perdas.

Mas tem uma grande empresa chamada governo, cujos donos, os contribuintes, não comandam a sua gestão. Quem toma as decisões sobre essa grande companhia são deputados e senadores e dirigentes do Executivo.

Essa empresa está quebrada ?" e por ser a parte dominante da economia brasileira, sua crise se espalha por toda a sociedade. Para simplificar, a causa maior da crise brasileira está na destruição das finanças públicas: despesas crescendo mais do que a receita; estatais endividadas; bancos públicos com problemas de inadimplência; obras inacabadas e muito mais caras que o previsto; má gestão e corrupção; empresas público/privadas, como a Sete Brasil, espalhando prejuízos para o governo e setor privado.

Resumindo: essa companhia, no seu braço federal, vai fazer um déficit de R$ 170 bilhões neste ano e outro de R$ 139 bilhões em 2017.

Faz sentido essa companhia-governo conceder reajustes salariais para as categorias de trabalhadores mais bem remuneradas e com garantia de emprego?

Sim, sabemos o argumento dos dirigentes sindicais e dos políticos e gestores: esses reajustes do funcionalismo apenas repõem a inflação.

Apenas?

Uma companhia quebrada ?" e cuja situação prejudica toda a sociedade ?" tem que fazer um baita ajuste, com redução de seus gastos.

Dizem ainda: os novos gastos com a folha já estavam previstos no Orçamento. Mas o Orçamento é deficitário. Logo, estão nos dizendo: tudo bem reajustar os salários do funcionalismo, pois isso já está previsto no... déficit!

Tem mais. Essa companhia-governo pretende cobrar uma conta de parte de sua clientela, os aposentados e pensionistas do INSS. Aprovada uma reforma, esses clientes, todos do setor privado, que já pagam pela crise com salários menores e desemprego ?" terão benefícios menores e trabalharão mais anos para obter a aposentadoria.

Sim, a reforma da Previdência é uma necessidade. Sem ela, não há ajuste, o que seria ruim para toda a sociedade.

Por isso mesmo, é mais do que necessário, é justo, eticamente indispensável e politicamente obrigatório que se faça também reforma na administração pública, na gestão dessa companhia-governo. Inclusive para ao menos reduzir as distorções que separam elite e base do funcionalismo.

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