26/06/2017
ILHOTA EM CHAMAS I
O roto e o esfrangalhado. A Sucupira real supera a ficção de Dias Gomes. O ex-prefeito de Ilhota, o advogado Daniel Christian Bosi, PSD, foi preso na manhã de quinta-feira (na rede já circula a foto dele para identificação no presídio e que preferi o arquivo). Foi na operação "Terra Prometida", do Gaeco (um grupo de investigação com polícia especializada e Ministério Público) do litoral. Isso é já era notícia velha quando os políticos resolveram requentá-la à noite daquela quinta.
Esta, os jornais, portais (menos esta coluna), tevês e rádios não deram por preguiça ao bom jornalismo, medo ou conivência com os personagens. Foram mais uma vez, melancolicamente, superados pela realidade das redes sociais. O que aconteceu? À noite, o ex-prefeito Ademar Feliski, PMDB, o que verdadeiramente manda no atual, Érico de Oliveira – e isso fica claro mais uma vez no vídeo onde os dois estão abraçados e que pode ser assistido abaixo - reuniu “amigos” na sua churrasqueira. E com champagne, foguetes, petiscos, churrasco e discursos, comemorou a detenção provisória do adversário.
ILHOTA EM CHAMAS II
Mas, gato escaldado tem medo é de água fria. E ele nunca esquece o susto que isso produz. No discurso que fez, Felisky, relembrou o dia em que “recebeu” a “visita” do então delegado de Ilhota, o gasparense Paulo Norberto Koerich. Já faz tempo, mas a lembrança, parece recente. Hoje, Koerich, coincidentemente está no Gaeco de Blumenau e que abrange a Comarca de Gaspar, com jurisdição sobre Ilhota, a que investiga os atuais e ex-mandatários na “terra arrasada”.
Então, Koerich se tornou, desde àquele episódio, um pesadelo torturante para Felisky. Ele não esquece àquele acontecimento daquela manhã à porta da sua casa. De verdade, Felisky, teme à repetição, e por isso, vive se justificando junto aos seus e fantasiando sobre àquele fato. Felisky que escolhe os da sua “famiglia”, colocou Koerich entre os que não poderiam ter feito uma busca e apreensão de documentos na sua casa para virar manchete nos meios de comunicação e principalmente instrumentalizar e integrar inquéritos. Mágoa.
ILHOTA EM CHAMAS III
Os políticos vivem cercados de “amigos”, batizam todos como de uma “família”. E ai daqueles que não ofereçam rendição incondicional aos prazeres e projetos pessoais do chefe ou da família de poder, com as coisas públicas. Ora, Koerich só cumpriu um mandado expedido por autoridade judiciária competente. O que Felisky queria? Que Koerich, em nome de uma suposta amizade institucional (Felisky ex-prefeito, político influente e Koerich, um delegado) falhasse ou mostrasse incompetência como Felisky exige da imprensa livre? Koerich, naquela época fez o seu serviço e foi embora. Não fez nenhum juízo de valor. Entregou o que arrecadou ao juízo do caso, como determinava o mandado. Cumpriu a missão.
E por que escrevo isso? Por causa do discurso; da justificativa; e até, pelo tom jocoso ou depreciativo que Felisky usou na gravação para o seu antigo caso, mas assertivo para o atual de Daniel. Então perguntar, não ofende? O quê mesmo Felisky e uma dúzia de achegados estavam festejando? Era uma comemoração segundo ele próprio cunhou, da "família PMDB"? Família? Do PMDB? Isso parece coisa de máfia! Eu poderia escrever muito mais, inclusive de que as justificativas do ex-prefeito, são, na verdade, expressões de medo e vitória de Pirro. Mas, este vídeo explica melhor tudo isso e evita os desmentidos de sempre dos políticos envolvidos em Ilhota e Gaspar. Sim, nós temos ainda Odoricos Paraguaçus, o roto, o esfrangalhado, o sucessor e a cópia,...
OS TUCANOS DE BAIXA PLUMAGEM I
O vice-presidente do PSDB de Gaspar, comissionado na prefeitura tucana de Blumenau, Claudionor da Cruz Souza, na semana passada mandou ver no grupo do whatsapp do PSDB daqui, esta reflexão: “Pelo jeito, nossos problemas não estão só lá em cima, estão dentro de casa. Assim fica difícil de segurar!” Até aí tudo normal. Afinal, no início da análise, ele mandou bem.
Entretanto, Claudionor anexou um comentário desta coluna (Incoerência ambulante I, II e III, publicada aqui no portal dia 20 e que pode ser revisitada neste espaço), como se a coluna fosse “o problema” para os tucanos; ou como se ela, fosse tucana e assim, não tivesse se comportando bem aos interesses dos tucanos daqui. “Acho que o partido tem que se posicionar. Nada do que este colunista escreveu tem a ver com todo o esforço que dedicamos a fazer, o que é correto. Quem passa este tipo de informação distorcida e mal intencionada?”, perguntou na mensagem enviada aos seus.
OS TUCANOS DE BAIXA PLUMAGEM II
Primeiro: concordo com o Claudionor. Ele próprio, dá a perfeita pista ao desafio e ao mesmo tempo enuncia a correta reflexão: “os problemas não só lá em cima, estão dentro de casa [aqui em Gaspar]”. Segundo, também concordo com ele de que há um esforço, ou no mínimo uma tentativa, para mudar a imagem, a capacidade partido para torná-lo um protagonista político na vida política, social e administrativa da cidade. Terceiro: penso e não acho como ele, que o partido deve mesmo se posicionar, lavar as suas entranhas, pois só assim, ele vai se fortalecer mesmo que isso implique em perdas. Agora, acusar alguém especificamente de estar me dando informações distorcidas ou de ser “mal-intencionada” quando faz isso, aí já é tentar se livrar da culpa e do trabalho que lhe cabe; da expiação que tem de ser feita internamente e ao mesmo tempo colocar a solução no colo dos outros.
OS TUCANOS DE BAIXA PLUMAGEM III
Como eu não fico em cima do muro, e costumo receber pedradas dos que ficam em cima dele ou de um dos lados, então vamos por partes, como diria Jack, O Estripador. O que eu abordei, quase cem pessoas ouviram de viva voz, perceberam e concluíram igual ou diferente do que escrevi. Mais: não era um evento fechado, não havia segredos e eu não tenho obrigação de guardá-los daquilo que é público, mesmo que outros veículos e articulistas não se interessem pelo assunto. Ou o PSDB de Gaspar vai querer agora controlar e censurar quase cem pessoas num evento público dele, e delas, culpar as três que contatei e as consultei – sendo que uma delas, nunca foi filiada (e nem pretende) ao PSDB?
Outra, a vereadora-adolescente, Franciele Daiane Back, falou o que queria e devia falar; eu a apoio; e deve ser respeitada; estava num ambiente de ideias, poder, diálogo e aprendizado. Roupa suja se lava em casa, talvez não na sala de visitas entre convidados, mas aí será tema para outro comentário. Neste, reafirmo: o que foi dito por Franciele, todavia, não pode ser apagado, esquecido, dourado ou modificado. Há consequências. O meu comentário foi nesse sentido. Era só o que faltava: a Franciele, jornalista, fazer à pauta por ter ideias e eu ser censurado na reprodução, comentá-las, exatamente no contexto em que elas foram expostas!
OS TUCANOS DE BAIXA PLUMAGEM IV
Outra. Franciele, sem banquinho – para aumentar a sua altura - na tribuna da Câmara, naquela terça-feira, ou seja, três dias antes do que falou no “Café Tucano”, na Associação do Samae aos pares, aos convidados não filiados, a vereadores do PMDB e ao senador Dalírio Beber para quem dirigiu especificamente o seu ponto de vista, expressou a sua indignação de forma mais acentuada, clara e publicamente. A gravação da sessão do dia 13 está disponível no site da Câmara entre os frames 53’45” ao 56’30”.
Disse Franciele naquela terça à tarde e prenunciando o que diria no sábado da mesma semana, que havia gente do PSDB daqui se desfiliando por causa do apoio do partido a Michel Termer, PMDB; que a juventude do partido não era ouvida; que presidente nacional, Henrique Palermo, foi voz vencida...Pois é, realmente, como percebeu Claudionor, os problemas estão dentro do diretório e aparentemente, se são só esses, fáceis de serem resolvidos, pois a promoção do diálogo interno resolveria, esclareceria, contextualizaria e haveria um melhor entendimento do momento histórico brasileiro, mas conturbado.
TUCANOS DE BAIXA PLUMAGEM V
Mais. O novo diretório do PSDB de Gaspar é jovem (há históricos intrometidos lá como o Amadeu Mitterstein, Luiz Alberto Schmitt...), mas essa continuada insistência para esquecer ou até rotular ou desprezar os históricos – nos seus acertos e erros – pelos jovens, é algo sintomático e preocupante. Essa insistência, enfraquece o partido como um todo, ainda mais num momento delicado no qual está passando: possui um presidente nacional, senador mineiro Aécio Neves, impedido no mandato, licenciado de araque do partido, sangrando na mídia, PGR, PF e STF, eleitores, além de estar “semi-preso”.
Essa discussão ou escape como quer o Claudionor, perpetua o PSDB de Gaspar como dependente, fraco, de bengala e a reboque do PMDB com tem sido até aqui. Para onde Franciele quer voltar? Ao PMDB de Termer, do seu tutor Kleber Edson Wan Dall, dos vereadores peemedebistas de Gaspar? No PMDB de Gaspar há uma fila, há donos. E nenhum deles, por exemplo quer que Temer saia (ao menos discursam por aí e na Câmara de Franciele), mas aceitariam Franciele de volta. E aí? É ou não uma incoerência ambulante? Franciele ainda teria como opções o PP, o PSD, o PDT, o PT, o PCdoB, o PSTU, o PDT, o PSB, o PPS, o DEM, o PV. Qual lhe daria à janela dos seus respectivos ônibus?
OS TUCANOS DE BAIXA PLUMAGEM IV
Concordo, plenamente, mais uma vez com Claudionor, de que, o partido deve se posicionar. Mas, não é para mim ou a coluna, e sim para os seus dirigentes, seus eleitores e à sociedade dando mais transparência ao que faz e pretende. Afinal, o PSDB de Gaspar está, ou não no governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB? O que exigiu como meta de governo? Se está, o que está ganhando em troca desse apoio? Se não está, qual a razão do apoio sistemático da sua vereadora que nasceu no PMDB?
No governo Temer, o PSDB está dando apoio numa relação de troca futura. Se não apoiar o PMDB em seu fingimento de reformas, que é a verdadeira bandeira dos tucanos, o PSDB vai apoiar quem? O PT e a esquerda do atraso que meteram o Brasil e os brasileiros nesse atoleiro social, econômico e ético? Como se dá essa discussão interna de representatividade em Gaspar? O PSDB de Gaspar deve esclarecer também a razão pela qual, por exemplo, foi contra se fazer às sessões da Câmara à noite entre outras. Ou foi uma iniciativa isolada da vereadora? E a troco do que?
Por fim, o Claudionor e todos do partido sabem que não é esta coluna – até porque ela e nem o seu titular possuem filiações partidárias - que estimula a cizânia, a disputa de poderes absolutos internamente, o desprezo pelos históricos ou pessoas de cabelos brancos. São primeiramente os adversários – que no papel deles - não querem ver o PSDB ser um partido de verdade em Gaspar; depois alguns filiados magoados por uma coisa ou outra e que reputo natural num ambiente de ideias e interesses de poder; e por fim, nesta fase, um filiado oculto e bem próximo da vereadora adolescente, Luciano Coradini e que perdeu espaço no diretório. Então...
Pauteira. Estavam na imprensa todos calados, até esta coluna mostrar com números aos gasparenses que, a “nova” Reforma Administrativa proposta por Kleber Edson Wan Dall, PMDB e a de Luiz Calos Spengler Filho, PP, aumenta postos comissionados e principalmente, o custo da folha de pagamento, levando-a aos limites da irresponsabilidade fiscal.
Tirando coelhos da cartola. Agora, para amenizar, há gente afirmando pela imprensa – e ela avalizando tal bobagem - que este aumento de postos e custos é uma redução, compactação e melhoria para atender melhor o contribuinte.
Ou não sabem – os articuladores da “nova reforma” - fazer contas de somar e multiplicar, ou pensam que todos os gasparenses ainda não estão alfabetizados nos números. Que atestado, heim? Inacreditável! O que faz o patrocínio institucional e a proximidade do bafo do poder de plantão.
Outra. Esta “nova” reforma só está sendo embalada em mais um novo (este real) desgaste para o prefeito Kleber e o PMDB, porque o parceiro PP, com José Hilário Melato, o mais longevo dos vereadores e hoje presidente do Samae, trabalhou pela aprovação da “velha” reforma do PT de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps da Rosa, no sétimo ano de governo, dos oito da dupla.
Quem acordou? O suplente de vereador Paulo Fillippus, DEM, até as eleições de outubro do ano passado, então ativo fiscal nas redes sociais do Distrito do Belchior. Ele estava, segundo justificou, “atrapalhado” com problemas pessoais.
“Cinco meses esperando”, escreveu ele na sua rede social. E desabafou: “Enquanto vereadores – que votam com o prefeito de Gaspar – posam para fotos no facebook dizendo que seus pedidos foram atendidos, os meros contribuintes como nós aguardam há mais de cinco meses por coisas simples”, numa cutucada a vereadora do distrito, Franciele Daiane Back, PSDB, e que está na mesma coligação do suplente. E para isso citou como exemplo a Rua José Koser.
“Serei perseguido pelo PMDB agora, assim como fui pelo PT na gestão passada, ou teremos nossos pedidos atendidos independente de preferência partidária?”, perguntou Filippus. Ele criou um canal de contato para os amargurados de lá: falagasparense@gmail.com
Triste constatação com a sinceridade de um vereador. A Câmara de Gaspar só faz uma sessão ordinária por semana; ela dura em média uma hora e meia; algumas nem possuem deliberação. Instado a falar, ao final de uma delas, o vereador se desculpou pela presença silenciosa. Estava “cansado” e também, confessou, que “não se preparou para a sessão”, devido a outras atividades comunitárias que assumiu naquela semana. Eu, heim!
A caravana da cúpula do PMDB catarinense passou por Gaspar. Quem estava nesta cúpula, da qual o partido se orgulha e usa como espelho para a próxima campanha eleitoral? O piauiense, Paulo Afonso Evangelista Vieira, um dos governadores mais jovens que Santa Catarina já teve. Ele sucateou o estado com dívidas. Elas estão na Justiça e prestes a nos deixar insolventes.
Prometi uma coluna diária e curta. Não tem jeito. Os assuntos são tantos. Contudo, para encerrar mais duas notas. A primeira, sobre a ingratidão.
O vereador Wilson Lenfers, PSD, fez um discurso daqueles torturantemente lidos – ele não é o único nessa prática na atual legislatura (ainda escreverei sobre ela). Foi para agradecer, quase de joelhos ao prefeito Kleber e o secretário de Obras, que até fez uma reunião para isso. Eles fecharam de um buraco numa rua do Poço Grande.
Entretanto, até o Cruzeiro do Vale expor esse problema, ninguém tinha se mexido. O buraco só aumentava. E por meses.
A segunda. O governador Raimundo Colombo, PSD, em Blumenau, em campanha para Senador e só por isso, depois de sete anos, resolveu aparecer em Blumenau (e Gaspar) com mais frequência para dar entrevista, fotos e mídia, assinou um papelinho que, no papel, garante à recuperação da Rodovia Jorge Lacerda, da BR 101 até a ponte do Vale.
Esvazia um discurso e idas à Florianópolis de vereadores de Gaspar e Ilhota à assessores de deputados. Todavia, acende outro: o da cobrança de que o que está no papel se torne verdade. Acorda, Gaspar!
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