28/08/2017
O suplente de vereador Joaquim Araldi, PRP, - aquele que vai lutar contra as enchentes em Gaspar - e que entrou no lugar de Roberto Procópio de Souza, PDT, mostrou a que veio. O seu requerimento, o 57/2017, foi o seu cartão de apresentação. Causou um mal-estar danado na base de sustentação do governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP. Só falta de uma formiga, Kleber permitir que se faça um elefante.
Araldi solicitou cópia das documentações, estudos (Impacto de Vizinhança), alvarás ambientais de preparo do terreno, consultas de viabilidade, alvarás de construção e localização já emitidos ou ao tempo em que for solicitado ou protocolado, relativos à instalação da unidade comercial da Havan, na Rua Anfilóquio Nunes Pires (a que leva a Blumenau), no bairro Bela Vista.
Ai. Ai. Ai. Bem que escrevi aqui, e os meus leitores e leitores sabiam disso e alguns até torceram o nariz: aquele discurso sincero, claro e feito de realidades do empresário Luciano Hang e aquela euforia da administração pública de Gaspar teria reflexos. E teve. E o pior deles. Bingo. Um filme que já vi antes. E várias vezes.
É o da Gaspar do atraso por dois aspectos: um que quer colocar problema onde aparentemente não existe só para ter posição, para aparecer ou criar dificuldades para vender facilidades; e o outro que quer abafar o que deve ser transparente, quer desarmar antes do tempo a arma pela qual desmoralizará exatamente quem arquiteta tais espetáculos e confunde a cidade, os analfabetos, ignorantes, desinformados e principalmente alimenta os espertos.
Ou alguém, em sã consciência admite que o requerimento do Araldi saiu só da cabeça dele? E de que gente que atiçou o tapa, está escondendo a mão, aproveitando-se que o Araldi vai ficar só um mês na Câmara? Ele apenas colocou o bode na sala. Ingênuos!
É por isso, e por outras que esta coluna é a mais lida, acreditada e ao mesmo tempo, a mais odiada pelos políticos que trabalham no escurinho e os que estão no poder de plantão escondendo o jogo, quando coloco o dedo direto na ferida aberta.
O QUE ESTÁ ERRADO?
Vamos por partes. Primeiro Araldi está absolutamente certo. É o papel dele de líder comunitário e de vereador. Mas, a turminha que está por detrás dele tem um passado condenável. É contra patrão, é contra empresas bem administradas, é contra a geração de empregos que não sejam os das tetas, e principalmente, se não é contra, possui uma inveja do sucesso alheio, como o de Luciano (e outros do presente e do passado).
Gente que prefere destruir do que construir porque nunca construiu nada sozinho, em parceria, desafiando às intempéries e não possui, comprovadamente, condições para isso. Já testemunhei histórias semelhantes aqui em Gaspar. Esperava não testemunhá-las mais. Mas...
O vereador Francisco Solano Anhaia, PMDB, que já foi empregado da ex-Ceval, e já pertenceu a esse grupinho como filiado do PT, agora sentiu na própria pele o arranhão da águia (a que se disfarça de bonita para ser admirada). Foi, na minha avaliação, o mais lúcido discurso da sessão da terça-feira à tarde na Câmara sobre esse assunto.
Ele bem lembrou o caso da Procwork (que virou Capgemini) e que foi parar em Blumenau, gerando centenas de empregos e tributos. Neste caso específico, até a assessoria da Câmara contribuiu para tornar o Projeto de Lei inconstitucional para ferrar a cidade, a Bunge que a queria, fingindo que estava apontando um erro do Executivo de plantão da época. É certo que faltou diálogo entre os políticos, também. Anhaia, no discurso, enfileirou (o termo é esse mesmo) outros exemplos. Triste lembrança!
Segundo. Cabe ao prefeito Kleber evitar este debate público, onde o fio de cabelo vale mais que a cabeça; evitar desgastar a imagem da empresa que quer se instalar aqui e não pode ser culpada naquilo que a prefeitura faz; calar logo a boca de todos, na lata, com total transparência sobre o ato que avaliza.
Bota lá na Câmara, e o mais rápido possível, todos os documentos e fim de papo. Ou tem alguma coisa errada ou algo a esconder? Vai, agora, alimentar o discurso da oposição, dos criadores de dificuldades e dos demagogos como fez Adilson Luiz Schmitt no tempo da Procwork, por exemplo?
O QUE NÃO FIZERAM
O que o PT e o PDT fizeram quando juntos por oito anos na administração de Gaspar com Pedro Celso Zuchi? Correr com empresas, intimidar e humilhar possíveis investidores; desapropriar patrimônio alheio por vingança, criar insegurança aos investidores com seus exemplos; preferiam os fracos e os pequenos para ter sob relho, além de proteger o seu grupo seleto de privilegiados.
Araldi diz que é preciso, por exemplo, ouvir a comunidade? Está certo. Mas para que? Para esfolar a Havan naquilo que não se exige de outras no próprio bairro? “É preciso ver o projeto de acesso na Anfilóquio”, argumenta. Concordo também e plenamente. E o primeiro que deve estar preocupado com isso, deveria ser o próprio empreendedor. Ele, certamente, não vai querer que de tão ruim (ou perigoso) o acesso à loja dele, possa afastar clientes ao invés de atraí-los.
Essa gente que vive da política pequena não entende, e nunca entenderá, à lógica do empreendedor e do empreendedorismo. Talvez por isso, sejam políticos. Precisam de carniça. E quando não tem, inventam.
Essa gente que dá lições e exige dos outros, é a mesma que não é capaz de executar quando está no comando das suas coisas ou na gestão pública. Vou citar três exemplos (entre dezenas) ao Araldi e à sua turminha que quer ver o circo pegar fogo, e à que deveria ser bombeiro, mas está esquecendo de usar a água adequada para tal.
Exemplo um. Por que o PT quando criou a Arena Multiuso não fez um trevo na movimentada e até perigosa Hercílio Fides Zimmermann (até então a principal entrada da cidade pela BR-470)? Vergonhoso!
Exemplo dois. Por que não fez uma entrada decente à Arena Multiuso? Tudo improvisado, desde a forma de tomada daquele local, movido pela vingança contra um empresário. Assombroso!
Exemplo três. Quando se montou o loteamento das casinhas de plástico no Belchior Baixo, deixou-se todos de lá expostos, e até hoje, ao invés de se preocupar em protege-las do trânsito criminoso da BR 470. Então, quando se desapropriou aquela área, imprópria para loteamentos e num ato também de vingança, por que pelo menos não se prolongou a Rua Carlos Roberto Schramm para dar um acesso seguro aos moradores daquele loteamento? Impressionante. E a lista é enorme e o espaço reduzido.
O CAMINHO CERTO
O líder do governo de Kleber na Câmara, o advogado Francisco Hostins Júnior, PMDB, agiu certo na orientação à base e na justificativa que deu para tal. Temerário, foi o pedido de Silvio Cleffi, PSC, médico, para Araldi voltar atrás no seu requerimento, ainda mais sem uma justificativa plausível para isso. É o mesmo que pedir ao doente que volte ao estágio anterior a doença, ou do trauma, para que não se precise ser tratado. Ao final, com todos pisando em ovos, o requerimento foi aprovado por unanimidade.
Espera-se que a turma da prefeitura desmonte o acampamento da oposição com os documentos certos, óbvios e necessários. E sem argumentação e justificativas tortas. É assim que a administração de Kleber vai ajudar a Havan e o Luciano. É assim que ela vai ajudar Gaspar, sinalizando aos outros investidores e empreendedores que, finalmente, de olho no município, a transparência e a correção são as melhores armas contra os que possuem ou pior, criam dúvidas.
Por derradeiro. A Havan já inaugurou cem lojas em vários estados. A de Indaial está marcada pelo próprio Luciano para o dia sete de outubro. Já a de Gaspar pode fazer história...
Aliás, o atual governo ainda não descobriu o poder da transparência. Jovens (ou novos na política, como dizem), mas estão perfeitamente adaptados ao vício. Uma pena! Acorda, Gaspar!
A imprensa e articulistas catarinenses alguns deles longevos e bem conhecidos, só agora “descobriram” que o governo de Raimundo Colombo, PSD, falhou e está falido. Fazem manchetes e assustam o distinto público eleitor.
Mas, há quantos anos os leitores e leitoras desta coluna sabiam disso? Este, aliás, é o mal que causou a gaúcha RBS ao jornalismo e aos catarinenses e de que tanto lhes escrevo. Negociou, escondeu, tratou e monopolizou a informação. Impediu o debate, a opinião, a investigação, a transparência e a concorrência entre veículos, jornalistas e articulistas. No mesmo rastro está a Adjori. Ela negocia, centraliza e distribui notícias oficiais, como também “recursos” para o interior, além de inventar prêmios para os da diretoria.
Afinal, sou só eu que tenho informações privilegiadas? Não! Ao contrário. Todos os berbigões da Ilha sabiam e sabem delas. Nas mesas dos botecos e restaurantes sofisticados, todos debatem e temem. Nas repartições públicas temendo o futuro, muito mais. E a imprensa anã não sabia de nada? Poupe-nos.
Indícios haviam aos montes, em todos os lugares. Começou com a saída do governo do melhor amigo de Colombo, o executivo e professor Ubiratan Rezende. Colombo preferiu os políticos do que colocar a casa em ordem. Preferiu perder o amigo. E foi dar aulas nos Estados Unidos e assistir a ruina daquilo que se era previsível.
E no ano passado se estampou naquela desastrada proposta de renegociação da dívida com a União de que tudo estava em consumo e mestástase. Santa Catarina insistia em renegociar para “pagá-la” com juros simples, mas dos contribuintes, queria continuar cobrando as obrigações em juros compostos. E a imprensa, como entendida, dando razão ao governador no absurdo contábil, obrigacional e termos contratuais. E como esperto, aproveitou Colombo e seus secretários a onda para provarem e marquetear à “boa” saúde financeira do estado zombando dos capazes, dos corajosos e técnicos.
A palavra mágica era a de esconder tudo isso o que está pesando neste instante sobre as vidas e os bolsos dos catarinenses. Mais sacrifício, mais imposto e comprometimento futuro do desenvolvimento do estado, certamente. Jornalismo manco.
O rombo da Saúde é impressionante. Chegou-se ao ponto da secretaria da Fazenda pedir, vejam só, “doações” (um segundo imposto) aos pagadores de pesados impostos para cobrir necessidades básicas regionais. O mesmo jornalismo “cego” do passado é o que abre os olhos dos catarinenses e até mesmo do Ministério Público, o qual vive de denúncias, provas e evidências.
Já escrevi sobre isso várias vezes, antes mesmo da RBS se retirar daqui, depois dela arrasar o estado no seu jornalismo-negócio com os poderosos. Não vou me estender mais. Entretanto, vou deixar para reflexão desta segunda-feira, este artigo publicado pelo Moacir Pereira, na sua coluna do Diário Catarinense, agora sob a direção da NSC, um grupo de investidores que também não é catarinense. Todavia, neste primeiro momento, na demarcação de território, pelo menos, há uma sinalização editorial diferente.
Então. Esse problema que Moacir aborda sempre existiu, mas nunca foi esclarecido pelos veículos da RBS. E olha que este resultado foi construído, pelo menos, desde a gestão de Luiz Henrique da Silveira, PMDB. Ou seja, há 15 anos. Por que só agora, no mesmo veículo, mas com outro dono, ele é exposto? Sintomático!
E olha que a conta do desastre financeiro do ex-governador, o piauiense Paulo Afonso Evangelista Vieira, PMDB (o que atrasou o pagamento dos servidores em três meses), ainda não chegou. É bilionária e está prestes a se configurar em decisão judicial superior. A reconstrução do modelo vencedor de Santa Catarina será quase impossível. E a RBS SC tem, sim, parte ponderável de culpa nesse desastre institucional!
CRISE FINANCEIRA ATINGE GOVERNO DE SANTA CATARINA, por Moacir Pereira, no Diário Catarinense, de 23/08/2017
A crise financeira chegou pesada no governo de Santa Catarina. Durante reunião com o colegiado estadual, o secretário da Fazenda, Almir Gorges, apresentou um cenário dramático a revelar que as contas não fecham.
Além disso, depois de raspar o tacho com recursos dos fundos estaduais, o governo está lançando mão de outras fontes para manter os salários dos funcionários em dia e viabilizar as atividades consideradas essenciais.
Os secretários e dirigentes de órgãos públicos se queixam da falta de recursos. A resposta da Fazenda: "Não tem dinheiro".
O governo está canalizando mais de R$ 100 milhões do SCSaúde, reduzindo pela metade a alíquota de contribuição. Articula nos bastidores para transferir ao Tesouro mais de R$ 100 milhões do Porto de São Francisco do Sul, que está sendo incorporado pela SCPar.
Entre as previsões sombrias para 2018 está o pagamento de R$ 1,8 bi só de juros da dívida. A folha salarial deve ter crescimento vegetativo de mais R$ 600 milhões.
Uma das razões da crise, segundo relatos da Secretaria da Fazenda, está no crescimento da folha de pessoal. Entre 2010 e 2016, a inflação calculada pelo INPC foi de 48,9%, enquanto o aumento salarial atingiu a 108%. Este ano a folha custará R$ 10,3 bilhões. Se o reajuste tivesse sido pela inflação estaria em R$ 7 bilhões.
O governador Raimundo Colombo (PSD) convocou, mas não compareceu na reunião do colegiado. Lá esteve o vice, Eduardo Moreira (PMDB). Indagado, afirmou: "A crise chegou fortemente em Santa Catarina. É preciso adequar as despesas urgentemente porque a receita está adequada. Neste momento, não temos como fechar o orçamento de 2018. E a previsão para investimentos é zero".
Mesmo com pouco estudo, tem vereador de Gaspar que lê e entende esta coluna, sem que a assessora-professora a traduza. Ser vereador, ao contrário do que ele pensa e defende, não é um passaporte para a festas, mas para a temida exposição e cobrança pública. Acorda, Gaspar!
Ilhota em chamas I. Dei zebra. Foi revogado o processo licitatório 42/2017 no valor de R$734.144,410. Era para o registro de preços para aquisição de materiais hidráulicos para o serviço de manutenção e tratamento de água no sistema de abastecimento e tratamento de água para o Samae ilhota.
Ilhota em chamas II. A discussão pública da Lei de Diretrizes Orçamentárias (2018/21) e Lei do Orçamento Anual para 2018 foi transferida para hoje, segunda-feira, às 7 horas da noite Câmara Municipal llhota. É para dar mais gente por lá. Será?
Ilhota em chamas III. Já os editais para a compra de parquinhos e o para locações de impressoras, foram modificados mais uma vez. A forma como foram “construídos”, foi tema em colunas anteriores.
Ilhota em chamas IV. Já por outro lado, ninguém se apresentou no credenciamento para fornecer imagens, como Raio-X e Ultrassonografia
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