28/09/2017
MAIS IMPOSTOS I
A prefeitura de Gaspar está emprestando R$4 milhões do BNDES para aperfeiçoar a sua máquina de cobrar mais impostos dos gasparenses. É uma boa grana. Em síntese, este foi o espirito do Projeto de Lei 55 aprovado recentemente por unanimidade na Câmara, com recomendação, inclusive, da oposição. “Os municípios vêm enfrentando problemas de diversas ordens, pela não modernização de sua Administração Tributária; inibe o avanço da arrecadação e compromete a gestão pública, principalmente os investimentos nas áreas de saúde, educação, infraestrutura, etc”, escreveu o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, logo na abertura das justificativas do PL. Mais impostos, para manter a estrutura cara, velha e viciada, travestida de “modernização”. Basta relembrar: a “Reforma Administrativa” recém-aprovada ampliou em R$600 mil por ano à velho método da máquina de nomeados em comissão ou de confiança.
MAIS IMPOSTOS II
E o alvo desse “aperfeiçoamento”? É a preparação para aumentar a cobrança do IPTU, sob descontrole da ineficiente fiscalização, somado às facilidades dadas aos amigos do poder e ao crescimento (desordenado) da cidade. As ferramentas de controles são, segundo se argumenta, inadequadas. Assim, o Cadastro Imobiliário será informatizado e a sua atualização será mais rápida, para uma suposta tributação justa ou eficaz. Kleber foi ágil. E a primeira ação para ir atrás de mais dinheiro já ocorreu. Sem concorrência, devido a especialização, foi a contratação da Viageo Tecnolocia e Engenharia. Ela vai fazer a atualização do Sistema de Geoprocessamento Corporativo, Cadastro Técnico com Fornecimento de Imageamento Aéreo Urbano e Rural, Imageamento Terrestre, Módulos Adicionais; e Serviços Técnicos Especializados de Engenharia Cartográfica. Quanto vai custar isso? R$ 1.254.682,51, sem os possíveis aditivos.
MAIS IMPOSTOS III
Mas, o que adianta gastar esse dinheirão para aumentar os impostos de todos, se alguns continuarão a ter benefícios dos políticos no poder de plantão, zombando dos bons e pontuais pagadores? Foi isso, que aconteceu com mais um Refis feito pela prefeitura de Gaspar no início do ano por Kleber. E pior! Faltou transparência nesse processo. Quando esta coluna pediu a lista dos inadimplentes à prefeitura de Gaspar, ela negou e invocou a Lei para o sigilo deste tipo informação. Na verdade, disfarçou para proteger gente poderosa, correligionários, financiadores de campanha, mas caloteira com o município e os gasparenses. A mesma desculpa, por exemplo, não foi usada pelos órgãos da Fazenda Nacional. Assim, o Brasil inteiro soube à razão pela qual os Congressistas colocaram a faca no pescoço do Governo para pagar menos no que devem. Advogavam em causas próprias no Refis Federal. Aqui não é diferente. Cobra-se mais impostos, porque não se cobra de todos os caloteiros as penalidades da inadimplência como multas, juros, honorários e outras avenças. Sempre há um Refis amigo para os espertos e contumazes devedores, e que ainda ganham o silêncio de araque dos gestores públicos de plantão. Acorda, Gaspar!
A saúde Pública de Gaspar está um caos. Isto é um fato. O Hospital é o sugadouro sem fim de dinheiro público e que está faltando nos postinhos, policlínica e na farmácia básica para atender a população eleitora dos políticos no poder de plantão. Os leitores e leitoras deste espaço sempre souberam disso. A quem duvidar, é só se olhar os repasses feitos pela prefeitura para o Hospital sob intervenção e que a obriga a mante-lo.
O governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, se enterra porque resistiu logo que assumiu em tomar medidas amargas contra interesses corporativos de médicos e gestores do Hospital e da saúde Pública, num ambiente de grave crise e que não é só de Gaspar. E por se conduzir ao erro, já demitiu até a sua ex-secretária de Saúde, a técnica Dilene Jahn dos Santos e que resistiu aos políticos.
Estranhamente como isso, Kleber preferiu sacrificar os pobres, doentes, os fracos e reclamar da imprensa. Se a imprensa não fizer o seu papel, será humilhada pelos relatos, dos fatos e provas das redes sociais. Pior. Agora, os doentes vão esperar até quatro horas para serem atendidos no pronto-socorro do Hospital. É que foi implantado o Protocolo de Manchester, como comemorou na Câmara o médico e vereador Sílvio Cleffi, PSC, o que orquestra esse assunto.
Esse protocolo técnico de prioridades é marcado pela tal pulseirinha prometida por Kleber durante a campanha eleitoral. E por que o acúmulo no pronto-socorro do Hospital? Porque ele é usado intensivamente como ambulatório. E por que? Porque os postinhos e a policlínica não cumprem o seu papel. E porque parece que saúde Pública em Gaspar se resume ao Hospital. Ontem em plena manhã, o pronto-socorro estava socado de gente que que deveria estar sendo atendida nos postinhos, por exemplo. Desgastes!
Kleber e seu grupo caíram na armadilha deixada pelo PT, o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi e dos próprios interesses corporativos dos médicos. A cada dia fica mais difícil sair dela. Os custos financeiros e políticos aumentam. Zuchi e os seus não perderam o discurso. “Estão felizes”.
Estava na cara que o paciente é quem pagaria a conta quando Kleber fez uma comissão para discutir a saúde Pública com o diretor técnico do Hospital, um vereador da base que é médico do Hospital, com o líder do prefeito na Câmara e que não podia contrariar o vereador médico, que até colocou um amigo como novo administrador no Hospital.
E para piorar, no poder, todos se auto-enganam ao invés de discutirem realidades e soluções. O suplente de vereador Cleverson Ferreira dos Santos, PP, por exemplo, levou o seu filho ao pronto-socorro do Hospital numa noite dessas e segundo ele, foi imediatamente bem atendido. Registrou e agradeceu da tribuna da Câmara. Só não disse se submeteu ao Protocolo de Manchester. Acorda, Gaspar!
Demagogo. O sumido deputado estadual Ismael dos Santos, que apenas usa o PSD para ser político, sugeriu que a renda da Oktoberfest fosse para a Saúde de Blumenau e assim mitigar a crise de lá. O evangélico Ismael não fez a mesma sugestão quando o governo catarinense repassou as questionadas verbas para os encontros dos Gideões, em plena mais grave crise da saúde Pública estadual.
Na carne. O líder do PMDB na Câmara de Gaspar, Francisco Solano Anhaia, fez um desabafo- advertência: do jeito que está indo, em três não será suportável pagar o funcionalismo da máquina pública. Ele está certo. Todavia, errado e contraditório quando defendeu e aprovou a Reforma Administrativa e aumento de quadros próprios.
Atraso. Quem é contra tirar os caminhões pesados do Centro de Gaspar e eles usarem recém-inaugurada ponte do Vale? Os postos de combustíveis que querem vender óleo diesel para raros passantes. Cobrança da campanha eleitoral? Ai, ai, ai.
Finalmente. Vai ser no dia 26 de outubro (antes era dia 18), a concorrência para abertura e pavimentação da Rua Carlos Roberto Schramm (R$3,360 milhões). Ela dará acesso ao loteamento das casinhas de plástico, na Margem Esquerda, sem que os moradores de lá fiquem expostos aos perigos da BR 470, como está hoje.
Na mesma licitação de R$8,083 milhões, está a infraestrutura urbana do loteamento (pavimentação, calçadas, canalização pluvial em R$3,347 milhões) bem como esgotamento sanitário no valor de R$1,377 milhão. Tudo relegado por oito anos pelo PT e Pedro Celso Zuchi. As obras serão feitas em seis meses. Hum!
Ilhota em chamas. Dolce Vita. Deste domingo até o dia 28 de fevereiro do ano que vem, os funcionários públicos de Ilhota vão trabalhar apenas seis horas, mas vão ganhar como se tivessem lá oito horas.
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