Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

25/09/2017


GASPAR EFICIENTE. O NEPOTISMO POR AFINIDADE


“Eu quero mais que o pobre se exploda”, repetia o deputado Justo Veríssimo, personagem de Chico Anysio. Ele não está tão longe de nós como gostaríamos e seria necessário. Na coluna de segunda-feira, dia 18, no Trapiche, escrevi esta pequena nota. “No mesmo instante em que anuncia a continuidade do improviso do transporte coletivo em Gaspar, Barbara Soares foi nomeada comissionada como Diretora de Transporte Coletivo, da Secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa. Então.”

Não perceberam nada? Bárbara é irmã da namorada Nilberto, irmão do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB. E o currículo da moça? O que ela fez para mostrar que pode assumir um cargo de direção num ambiente tão conturbado como esse? Testa de ferro? Acerto com o PSD? Hum! Falta de alguém com competência específica no ambiente do poder de plantão? Afinal, isso importa mesmo nesta altura do campeonato?

Bárbara de origem do PSD foi apoiadora de primeira linha de Marcelo de Souza Brick, candidado a prefeito vencido nas últimas eleições por Kleber,. Antes desta  nomeação, a irmã já tinha sido ecolhida por presente, num ensaio de proximidade, Rainha do Festinver, também noticiado aqui enquanto outros escondiam. Representou a cidade. Ganhou cancha. E quando deu entrevista a um veículo de comunicação local, para promover o Festinver, Kleber para disfarçar, posou com uma das princesas. Ou seja, nada para comprometer esses laços familiares.

Bárbara, agora, vai cuidar de algo que já cheira mal e faz tempo. A Caturani – que não possui experiência nesse serviço - está fazendo provisoriamente o transporte coletivo de Gaspar. Tudo depois que a Viação do Vale, quase ao fim do contrato exercido de forma irregular, ter ido embora e ainda deverá reclamar uns trocados dos pesados impostos de todos os gasparenses. E por falta de interessados ou à busca de novos concorrentes pelos que estão no poder da prefeitura, a Caturani teve esse provisório ampliado no prazo. Enquanto isso, nos bastidores trabalha arduamente para que isso se prolongue muito mais.

A Caturani chegou até a bater ponto nas sessões da Câmara no primeiro semestre. Quer buscar benefícios legítimos, próprios ou especiais. Esta dificuldade do político Kleber, o religioso, o certinho, o comedido, o injustiçado por alguns críticos como eu, segundo reclama por aí, está no conciliar o discurso do novo com a prática antiga dos que estão no poder.

Causa embaraço a ele próprio esta contradição permanente, mas não cora ninguém que embalou o discurso de renovação da campanha. Tudo bem arquitetado. Ingênuos eleitores e eleitoras. E isso possui histórico. Foi anunciado. O eleitor e a eleitora sabiam, fingiram que não sabiam ou então deram a chance esperando que o passado fosse algo ultrapassado.

Kleber, ex-vereador, sem emprego depois de perder a eleição de 2012 para prefeito e na espera da campanha de 2016, pendurou-se numa teta da Agência de Desenvolvimento Regional do governo do Estado. E lá, vejam só, cuidava dos pensionistas e aposentados do IPESC da região.

Depois de eleito prefeito aqui, Kleber não deixou a parentada sem emprego: fez uma “reserva de vaga”. Colocou lá na AGR o irmão Nelson, engenheiro, que andou se atrapalhando com a empreiteira Torre Forte, declarada inidônea em processo movido pelo ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT; mais: a Torre deixou várias obras inacabadas e desistiu de outras depois de ser “cobrada” por Kleber para terminá-las. Alegou descumprimento do contrato parte do governo Federal.

Isto sem falar que, como agente público na AGR bem pago ou hoje como prefeito onde ganha mais de R$24 mil, Kleber mantinha filho em creche pública de Gaspar, enquanto déficit é superior a 850 e a sua administração diz não ter solução. O candidato tinha. Kleber e outros políticos no poder de plantão, tiram vagas de filhos de trabalhadores de salário mínimo e desempregados à procura de empregos. Ou seja, cumprir a promessa de campanha de resolver situação nesta área, até o momento, nada. Ou até há: uma de jerico.

A sua secretária de Educação, Zilma Monica Sansão Benvenutti, quer dar creche em meio período para todos os que estão matriculados na rede municipal. O que ela quer com isso? Sem construir, montar novas creches, ou comprar vagas em particulares, abrir as vagas fictícias que faltam aos que estão na fila, como se os pais, agora, fossem trabalhar apenas meio período também. Não era essa a promessa de Wan Dall na campanha. É só revisitar o que ele prometeu e protocolou na Justiça Eleitoral.

Eu, particularmente, tenho dúvidas se esta ideia menor tenha partido de uma educadora como a Zilma, mesmo que ela possua os piores defeitos. Isto deve ter vindo da cabeça de algum político “ilustrado”, pois o discurso está afinado. Segundo os assessores que rodeiam Kleber, o tempo o integral das crianças nas creches não está na lei. O discurso do Ministério Público, o que cuida da Moralidade Pública e o da Infância e Juventude, também já está afinado nesta matéria. Adivinha o que vai acontecer?

Ora se político no poder plantão, posando de bom mocinho, religioso, novo na política, possui capacidade para resolver como prioridade os problemas de emprego e status da sua família e seu entorno, por que ele não possui coragem e determinação para resolver os problemas sociais, saúde e educacionais da cidade? E perguntar não ofende: onde estão os vereadores nesta hora? Ano que vem é tempo de votação. É tempo de ajustar as contas. Ou não? “Eu quero mais que o pobre se exploda”. Acorda, Gaspar!

(reeditado em 28.09.2017)


CONTRA OUTRA

O ex-presidente da Assembleia, deputado Gelson Merísio, PSD, esteve em Blumenau neste final de semana. E lá desfiou a sua esperta ladainha. É contra a Agência de Desenvolvimento Regional e a favor de uma máquina administrativa mais enxuta. Excelente. Gelson está percorrendo o estado para se viabilizar candidato a governador e para isso, vem tratando os representantes da mídia como beócios e eles parecem aceitarem. Sobrou mais uma vez para eleitores e eleitoras tratados como analfabetos, ignorantes e desinformados.

Gelson é deputado desde 2010. Teve todo o tempo do mundo para mudar o que diz ser um problema grave na administração pública. Diz o óbvio. Todavia, não fez nada do que prega, nem como deputado governista, nem como presidente da Assembleia onde ajudou a ampliar o caos em que está metido o governo de Raimundo Colombo, do seu PSD. Aliás, foi Raimundo que iniciou esse papo maroto de que as então SDRs eram inúteis e ganhou mídia e adeptos. Foi aí que ele encontrou Luiz Henrique da Silveira, PMDB, o pai dessa excrecência administrativa, recebeu o apoio, viabilizou-se candidato vencedor e se calou sobre esse assunto.

Gelson faz o mesmo discurso. Está à procura de quem o viabilize candidato. E se não se viabilizar, ficará ao menos com o discurso e se sairá bem.


E veja para quem Gelson fez o discurso em Blumenau (assista o filmete que ele próprio colocou nas suas redes sociais)? Para os da região, inclusive os daqui de Gaspar, que vivem das tetas do governo por falta de opção, por vício, por incapacidade profissional e até por tradição.

Perguntem ao Marcelo de Souza Brick ou ao Paulo Wandalen, ex e atual presidente do PSD de Gaspar! Ora, ou deputado Gelson está enterrando a sua campanha pois essa gente não vai elegê-lo sabendo que perderá as tetas, ou vai acontecer o que sempre aconteceu: o discurso é só para enganar os eleitores e eleitoras, pois entre os políticos, está tudo combinado e distribuído, com os nossos pesados impostos. É preciso explicar mais?

TRAPICHE

Falar bem depois que a pessoa morre, é razoavelmente fácil. E de político, principalmente quando ele não foi um ideológico, renovador, mas um fiel seguidor das oportunidades apresentadas pelo jogo do poder aí não é fácil. Eu acompanhei a trajetória completa de Luiz Carlos Spengler, o Cuca, PP, e por razões óbvias.

Cuca foi um político de sorte; fez o simples e até surpreendeu, quando invocaram às suas limitações administrativas-gerenciais, como por exemplo, para dirigir o Samae, coisa que gente que se diz executiva e conhecedora do riscado não tem mostrado a mesma humildade, transparência e resultado que Cuca mostrou.

Cuca foi vereador por quatro mandatos, vice-prefeito e presidente do Samae (no governo de Adilson Luiz Schmitt), que reputo como ato político-administrativo mais marcante da sua carreira. Foi no Samae que Cuca se desvencilhou um pouco da imagem peculiar do político antigo de Gaspar e que ainda se perpetua em muitos (velhos e novos) que atuam na política, atrasam a cidade, sustentam esta coluna e a faz líder de leitura.

Cuca apostou em Carlos Adão Spengler Neto, seu filho e que morreu, para sucede-lo na sanha política e poder. Neto tinha a alma do político. Traído pelo destino, viu em seu outro filho, o agente de trânsito, Luiz Carlos Spengler Filho, o Lú, usar o seu legado, apesar de não o querer (nunca escondeu isso). Lu foi vereador e agora é vice-prefeito (como foi seu pai).

De uma família de políticos e candidatos, Cuca Spengler foi aquele que mais longe chegou nos cargos, poder, resultados e sucessão. Talvez, sob o esteio da personalidade forte da sua esposa, a ex-professora Rose (Maria Roseni Segata Spengler). Cuca saiu de cena prematuramente. Igualmente da vida. Trapaças da eternidade com os mortais. E assim se escreve a vida e a morte entre nós. Na morte somos todos iguais. Mas, uns deixam legados. Outros, nem lembranças.

Ausentes. O primeiro veículo a noticiar a morte de Luiz Carlos Spengler, foi o portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais acessado. Jornalismo e compromisso premiado com os leitores e leitoras. Estranho mesmo foi o silêncio dos sites da Câmara e prefeitura. Os funcionários são públicos e movidos, não pelos fatos, mas pelo horário sem compromisso.

Na coluna de quarta-feira, sob o título “Os abrigos dependem de caridade em Gaspar?”, mostrei duas coisas: que havia correntes nas redes sociais pedindo ajuda para manter os abrigos de vulneráveis aqui e que a prefeitura dizia estar em dia com os repasses aos mesmos.

Posteriormente, em "nota oficial", prefeitura reafirmou que ela estava com esses repasses em dia e elogiou a iniciativa comunitária em suplementar às deficiências que ela não consegue atender para os abrigos. Ou seja, está faltando dinheiro.

Kleber expõe a cada dia mais as fragilidades na área Assistência Social, Saúde e Educação.

Mudou. A prefeitura de Gaspar alterou exigências para atender demandas dos interessados e marcou para o dia quatro de outubro, dia de São Francisco de Assis, o pregão 67/2017 que vai escolher os fornecedores das lombadas eletrônicas.

Prefeitura está aliviada. Finalmente depois de muita enrolação jurídica tem agora a sua agência de publicidade, a Free Comunicações, de Blumenau, para criar uma imagem positiva. Vai precisar de milagre.

Ulalá. A prefeitura está cobrando de um servidor, a devolução de R$16.798,70. É referente a bolsa de estudos concedida o período de fevereiro de 2015 a fevereiro de 2017 e que se tornou irregular.

Ilhota em chamas I. No ar. A prefeitura vai licitar serviços para compra de passagens aéreas. Pretende gastar R$50 mil.

Ilhota em chamas II. Mais um para regularizar. No dia nove de outubro a prefeitura vai fazer a audiência pública para debater Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), do loteamento denominado Sant’Ana. A audiência será no Colégio Estadual Valério Gomes, na Rua José Geraldino Bittencourt, 3113 – Pedra de Amolar.

Para encerrar: quase dez meses depois de iniciar o governo, Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, realizaram o primeiro "seminário de planejamento". Blablablá do tal slogan de campanha, “Gaspar Eficiente”. Eficiente até agora, apenas as tetas públicas onde foi aprovada a tal Reforma Administrativa e que custara R$600 mil a mais por ano aos gasparenses.

 

Edição 1820

Comentários

Herculano
26/09/2017 20:04
EM CARTA, PALOCCI PEDE DESFILIAÇÃO DO PT: "SOMOS UM PARTIDO OU UMA SEITA GUIADA POR UMA PRETENSA DIVINDADE?"

Conteúdo do portal G1, por Marcelo Rocha e Samuel Nunes, da Rede Paranaense de Comunicação, Curitiba PR. O ex-ministro Antônio Palocci enviou nesta terça-feira (26), uma carta ao Partido dos Trabalhadores (PT), em que pede a desfiliação da legenda. No documento de quatro páginas, ele descreve os motivos pelos quais resolveu deixar o partido que ajudou a fundar. A carta é endereçada à presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann.

Na carta, Palocci diz que:

Defende um acordo de leniência na Lava Jato para o PT
As declarações dadas no depoimento a Moro "são fatos absolutamente verdadeiros", situações que presenciou, acompanhou ou coordenou, "normalmente junto ou a pedido do ex-presidente Lula"

Diz ter certeza que Lula irá confirmar tudo, "como chegou a fazer no 'mensalão'" em entrevista na França
Houve uma evolução e acúmulo de corrupções nos governos a partir do segundo mandato de Lula

Foi um choque ter visto "Lula sucumbir ao pior da política no melhor dos momentos de seu governo"

Que foi um erro eleger e reeleger um mau governo, que destruiu "cada conquista social e cada um dos avanços econômicos tão custosamente alcançados"

Que Lula encomendou sondas e propinas em uma reunião com Dilma e José Sérgio Gabrielli no Palácio da Alvorada, "na cena mais chocante que presenciei do desmonte moral da mais expressiva liderança popular que o país construiu em toda nossa história"

Que passou a ser alvo de "um tribunal inquisitorial dentro do próprio PT" ao falar a verdade
Questiona "até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do 'homem mais honesto do país'"

Questiona se "somos partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade?"

Que mesmo nos melhores anos do governo Lula "já se via a peçonha da corrupção se criando para depois tomar conta do cenário todo"

Palocci respondia a um processo aberto pelo diretório municipal de Ribeirão Preto, em São Paulo, em que era acusado de trair a fidelidade partidária. Ex-ministro dos governos Lula e Dilma, ele foi alvo de uma comissão de ética pelas declarações feitas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro, no dia 6 de setembro.

Na ocasião, ele disse que Lula mantinha um "pacto de sangue" com o empresário Emílio Odebrecht, o que incluía um pacote de R$ 300 milhões em propinas para o PT, além de agrados ao ex-presidente.

Na carta, Palocci faz uma série de críticas ao PT e ao ex-presidente Lula. O ex-ministro diz que estranhou o processo aberto contra ele, não pela condenação que já recebeu na Lava Jato, mas pelas declarações contra Lula. "Pensava ser normal que o partido procurasse saber as razões que levaram a tal condenação e minhas eventuais alegações. Mas nada recebi sobre isso", escreveu o ex-ministro.

Ele reafirma que todo o conteúdo do depoimento criticado pelo PT trata apenas da verdade dos fatos. O ex-ministro não entra em detalhes sobre o que sabe a respeito de ilegalidades, porque ainda negocia um acordo de delação com a Justiça. "De qualquer forma, quero adiantar sobre as informações prestadas em 06/09/2017 (compra do prédio para o Instituto Lula, doações da Odebrecht ao PT, ao Instituto Lula, reunião com Dilma e Gabrielli sobre as sondas e a campanha de 2010, entre outros) são fatos absolutamente verdadeiros", afirma.

Ele diz acreditar que, em breve, "o próprio Lula irá confirmar tudo isso, como chegou a fazer com o 'mensalão', quando, numa importante entrevista concedida na França, esclareceu que as eleições do Brasil eram todas realizadas sob a égide do caixa dois, e que era assim com todos os partidos".

Palocci diz que participou ativamente de todas as realizações do partido. "Sei dos erros e ilegalidades que cometi e assumi minhas responsabilidades. Mas não posso deixar de destacar o choque de ter visto Lula sucumbir ao pior da política, nos melhor dos momentos do seu governo", diz.

"Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do 'homem mais honesto do país' enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do Instituto (!!!) são atribuídos à Dona Marisa? Afinal, somos um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade?", questiona.

Críticas ao jeito de governar
Além das críticas a Lula, o ex-ministro também falou sobre as gestões petistas e atacou o modo com que o PT conduziu as decisões governamentais.

"Alguém já disse que quando a luta pelo poder se sobrepõe à luta pelas ideias, a corrupção prevalece.
Nada importava, nem mesmo o erro de eleger e reeleger um mau governo, que redobrou as apostas erradas, destruindo, uma a uma, cada conquista social e cada um dos avanços econômicos tão custosamente alcançados, sobrando poucas boas lembranças e desnudando toda uma rede de sustentação corrupta e alheia aos interesses do cidadão", disse em referência a Dilma.

Palocci diz que o PT acabou deixando uma herança ruim ao país. "Nós, que nascemos diferentes, que fizemos diferente, que sonhamos diferente, acabamos por legar ao país algo tão igual ao pior dos costumes políticos", afirmou.

Por fim, ele relembra a atuação política desde a fundação do PT e dos mandatos que recebeu. "Coordenei várias campanhas eleitorais, em vários níveis e pude acompanhar de perto a evolução de nosso poder e nossa deterioração moral. Assumo toda as minhas responsabilidades quanto a isso, mas lamento dizer que, nos acertos e nos erros, nos trabalhos honrados nos piores atos de ilicitudes nunca estive sozinho", diz.

Leniência partidária
Apesar das críticas, Palocci também fez sugestões ao PT. Ele diz acreditar que o melhor caminho para o partido é reconhecer os erros e buscar um acordo com as autoridades. "Há pouco mais de um ano, tive a oportunidade de expressar essa opinião de uma maneira informal a Lula e Rui Falcão, então presidente do PT, que naquela oportunidade transmitia uma proposta apresentada por João Vaccari, para que o PT buscasse um processo de leniência na Lava Jato", diz.

Ele diz que ainda acredita na proposta do PT, mas defende que o partido deva se rejuvenescer. "Depurar e rejuvenescer o partido será tarefa para nossos novos e jovens líderes. Minha geração talvez tenha errado mais do que acertado. Ela está esgotada. E é nossa obrigação abrir espaço a novas lideranças, reconhecendo nossas graves falhas e enfrentando a verdade. Sem isso, não haverá renovação", afirma.

O que Lula disse a respeito?
Quando Lula foi ouvido por Sérgio Moro, no dia 13 deste mês, ele afirmou que Palocci é mentiroso e inventou a história do "pacto de sangue" para agradar os responsáveis da Lava Jato com os benefícios de uma possível delação, ainda em análise. Para a defesa do ex-ministro, Lula é "dissimulado" e mudou de opinião após Palocci ter decidido "falar a verdade".
Herculano
26/09/2017 19:54
SUPREMO NEGA PRISÃO MAS AFASTA O SENADOR AÉCIO NEVES DO MANDATO E DETERMINA RECOLHIMENTO NOTURNO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Letícia Casado, da sucursal de Brasília. Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiram nesta terça-feira (26) que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) deve ser afastado do cargo e cumprir recolhimento domiciliar noturno.

No fim de julho, a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu novamente a prisão do parlamentar e seu afastamento do cargo, que já haviam sido negados pelo relator do caso, ministro Marco Aurélio.

A decisão foi tomada por 3 dos 5 ministros da primeira turma do tribunal: Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux. Já Marco Aurélio e Alexandre de Moraes votaram a favor de Aécio, para que ele mantivesse os benefícios do cargo.

Relator do caso, Marco Aurélio repetiu voto que havia proferido em junho, quando determinou o retorno de Aécio ao cargo. O tucano havia sido afastado por Edson Fachin, que era relator do processo. Moraes seguiu Marco Aurélio.

Barroso abriu divergência e votou pela imposição das medidas cautelares que haviam sido determinadas por Fachin no dia da deflagração da operação Patmos. Ele foi seguido por Rosa Weber. Último a votar, Fux decidiu o placar.

"O homem público, quando exerce função em nome do povo, precisa praticar atos de grandeza", afirmou Luiz Fux.

"Muito se elogia [Aécio] por ter saído da presidência do partido. Ele seria mais elogiado se tivesse se despedido ali do mandato. Se ele não teve esse gesto de grandeza, nós vamos auxiliá-lo a pedir uma licença para sair do Senado Federal, para que ele possa comprovar à sociedade a sua ausência de culpa nesse episódio que marcou demais a sua carreira política", completou Fux.

Os magistrados negaram o pedido de prisão preventiva feito pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Eles concordaram que Aécio não poderia ser preso porque a Constituição determina que parlamentar pode ser detido apenas em flagrante
Herculano
26/09/2017 17:59
OS RECIBOS FALSOS DO PT APRESENTADOS DE FORMA MANDRAQUE À JUSTIÇA, É O PERFEITO RETRATO DE UMA ORGANIZAÇÃO VOLTADA PARA PROVAR QUE SOMOS TODOS TOLOS, ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS
Herculano
26/09/2017 17:57
TRF LEVA PT A TOCAR BUMBO SOB TELHADO DE VIDRO, por Josias de Souza

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região deixou o Partido dos Trabalhadores desnorteado. A absolvição do coletor João Vaccari Neto foi recebida pela legenda como evidência de que o Judiciário reconhece uma arbitrariedade de Sergio Moro quando a vê. A confirmação da sentença condenatória de José Dirceu foi tratada pelo petismo como prova de que, na "perseguição" ao PT, a Justiça não é apenas cega. Sua balança é desregulada. E a espada, seletiva.

O PT, como se sabe, não enxerga vigaristas no espelho. Daí os foguetes por Vaccari, absolvido por falta de provas. Aliviado, o petismo pode continuar botando a culpa em alguém. Todos exultam de indignação moral nas redes sociais. A elevação da pena de Dirceu de 20 anos para 30 anos de cadeia foi decidida pelos mesmos magistrados do TRF. Mas o PT critica. Inconformado, pode continuar fazendo pose de vítima de alguém.

Presidente do PT, a investigada Gleisi Hoffmann teve de fazer contorcionismo semântico para comentar as decisões do tribunal que julga os recursos contra sentenças do juiz da Lava Jato: "A segunda absolvição do companheiro João Vaccari no TRF-4 mostra que o Judiciário pode, sim, corrigir as arbitrariedades da Vara de Curitiba. O PT confia que também serão reconhecidas as injustiças contra o companheiro José Dirceu, que tem nossa total solidariedade."

Gleisi puxou nas redes sociais uma corrente: #LiberdadeParaVaccari. Não houve quem se animasse a postar algo assim: #ReencarceramentoParaDirceu. Por um instante, Vaccari virou uma boia para o petismo. O diabo é que Dirceu foi mantido em cena como o PT que vai a pique. O personagem tem a solidariedade do partido não pela inocência, mas por ter resistido à ideia de expor todas as culpas numa delação. Virou um monumento de silente cinismo depois que Antonio Palocci abriu o bico.

Os escândalos tornaram o PT prisioneiro de uma fábula. Nela, justificativas improváveis são esgrimidas com uma fé inquebrantável no impossível. O TRF-4, com suas decisões, injeta perturbação ao universo paralelo do petismo. Ao celebrar a falta de provas contra Vaccari, lamentando o excesso probatório que devolverá Dirceu à cadeia, o PT deu uma lição de hipocrisia. O partido mostrou que consegue tocar bumbo sob seu imenso telhado de vidro.
Miguel José Teixeira
26/09/2017 15:34
Senhores,

Na mídia:

"Defesa de Lula apresentou a Moro recibos de aluguel com datas inexistentes"

Já, já, vão aparecer centenas de baús abarrotados de grana e que, segundo a corja vermelha, pertenciam à "Galega". . .
Herculano
26/09/2017 12:27
O GOLPE PARLAMENTAR

Conteúdo de O Antagonista. O golpe militar é uma fantasia; o golpe parlamentar, porém, está em andamento.

O Congresso Nacional, hoje, deve avacalhar ainda mais a democracia brasileira.

Além de aprovar um fundo eleitoral extorsivo e uma anistia criminosa, os parlamentares podem piorar o que já é péssimo.

A Folha de S. Paulo fez um quadro para explicar o que será votado logo mais. Se essas propostas passarem, é melhor boicotar as urnas.

Veja aqui:

"PRESTAÇÃO DE CONTAS
COMO É HOJE: A desaprovação das contas do partido implica a devolução aos cofres públicos da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20%
COMO FICARIA: Se a desaprovação atingir órgão partidário estadual ou municipal, os valores serão transferidos para a conta do próprio partido (para o órgão imediatamente superior). O projeto estabelece ainda que os "partidos não poderão sofrer qualquer outra sanção de devolução de valores ao erário"

NOVO FUNDO ELEITORAL
COMO É HOJE: não existe
COMO FICARIA: é criado mais um fundo para financiar as campanhas. Valor pode superar R$ 3 bilhões

DOAÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS A CANDIDATOS
COMO É HOJE: Não pode ultrapassar 10% da renda do ano anterior
COMO FICARIA: Pessoas físicas poderão doar para cada cargo em disputa até 10% de sua renda do ano anterior, limitada a 10 salários mínimos para cada cargo em disputa. Ou seja, em 2018 uma pessoa poderá, se tiver renda compatível a isso, doar até 50 salários mínimos, já que haverá cinco cargos em disputa

TETO DE GASTOS
COMO É HOJE: Em 2014, campanhas definiram seu gastos. A vencedora, Dilma Rousseff, declarou gasto de R$ 384 milhões, em valores atualizados para março de 2017
COMO FICARIA: Teto de R$ 95 milhões para candidato a presidente. Governadores, até 21 milhões, a depender do tamanho do Estado.

PESQUISAS ELEITORAIS
COMO É HOJE: Podem ser divulgadas até no dia da eleição. Institutos devem fornecer uma série de informações sobre o contratante e a pesquisa pelo menos cinco dias antes da publicação dos dados
COMO FICARIA: É vedada a divulgação de pesquisas eleitorais a partir do domingo anterior à data das eleições. Partidos ou o Ministério Público podem questionar na Justiça o registro de pesquisas de opinião que não se enquadrem na lei.

DEBATES ELEITORAIS
COMO É HOJE: emissoras são obrigadas a convidar candidatos de partidos com mais de 9 deputados
COMO FICARIA: emissoras são obrigadas a convidar candidatos de partidos com mais de 5 deputados

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA
COMO É HOJE: é preciso, para os candidatos, filiação mínima de seis meses
COMO FICA: filiação mínima de 1 ano"
Herculano
26/09/2017 12:26
"O PADRINHO ERA EMÍLIO"

Conteúdo de O Antagonista. Marcelo Odebrecht vai acabar mandando seu pai para a cadeia.

Ele disse em depoimento para a PF:

"Qualquer assunto diretamente ou indiretamente relacionado a Lula era alinhado com Emilio, com orientação deste, cuja interlocução com Lula no dia-a-dia era feita em geral por meio de Alexandrino de Alencar.

Qualquer tratativa com Lula, o padrinho era Emilio, mesmo que a tratativa fosse por algum intermediário de Lula."

Emilio Odebrecht sempre disse que os pagamentos de propina eram negociados por seu filho.

Como O Antagonista publicou algumas semanas atrás, a Lava Jato cogita rescindir o acordo com o padrinho de Lula.

"VAI SER TUDO ANULADO"

Quatro ministros do STF disseram a O Globo que depoimentos e provas da JBS podem ser anulados.

Anonimamente, eles se dispuseram até mesmo a atuar como advogados de defesa dos membros da ORCRIM, apontando brechas para enterrar os inquéritos.

Um desses ministros comemorou:

"Vai ser tudo anulado. Quem vai ter coragem de condenar? Como confiar nessa delação? Tudo tem um lado bom. Isso foi bom para botar um freio de arrumação no absurdo que estava sendo feito."
Herculano
26/09/2017 12:19
Só PARA LEMBRAR´A VOCÊ QUE BUSCA OPINõES SOBRE OS POLÍTICOS DE GASPAR, ILHOTA E SEUS AMIGOS. AMANHÃ, QUARTA-FEIRA, É DIA DE COLUNA INÉDITA OLHANDO A MARÉ
Herculano
26/09/2017 08:01
NO PSB, REBELO TEM TUDO PARA VIRAR VICE DO PSDB, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Ex-presidente da Câmara, o alagoano Aldo Rebelo abandona o PCdoB para se filiar ao PSB nesta terça (26). A estratégia do seu novo partido é atrair nomes de peso, de olho nas eleições de 2018: o PSB quer a vaga de vice na chapa tucana de presidente, encabeçada por Geraldo Alckmin. O vice-governador paulista Márcio França é entusiasta e um dos articuladores da filiação de Aldo Rebelo, às 14h, em Brasília.

OLHO NO NORDESTE
A disputa entre João Doria e Geraldo Alckmin pela candidatura tucana fortalece a necessidade de um vice nordestino e à esquerda do PSDB.

RESPALDO
O comunista Aldo Rebelo tem respaldo nos movimentos sociais e fez amigos e admiradores no meio militar, quando foi ministro da Defesa.

A HISTóRIA AJUDA
O pai de Aldo era vaqueiro de Teotônio Villela, na fazenda Boa Sorte, em Viçosa. O "menestrel das Alagoas" o estimava como a um filho.

SIMPATIA É QUASE AMOR
A opção pelo PSB certamente nasceu de sua forte amizade ao falecido governador Eduardo Campos (PE), que foi presidente do partido.

CONVOCAÇÃO DE MEIRELLES MOVIMENTA CPI DA JBS
Requerimento do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), que propõe a convocação do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), movimenta a CPI da JBS esta semana. Polêmica, a proposta tem chances modestas de aprovação, segundo importante membro da comissão. Meirelles presidiu o conselho de administração do grupo J&F, mas não pesa contra ele suspeita de envolvimento nas maracutaias de Joesley & cia.

BEM NA FOTO
Joesley pediu a Temer, na célebre gravação, para fazer gestões junto a Meirelles. Isso pode isentar o ministro de suspeitas em relação à JBS.

LULA NA PAUTA
Também a convocação do ex-presidente Lula, proposta pelo deputado João Gualberto (PSDB-BA), está pronta para ser votada na CPI.

QUEBRA DE SIGILO
Um "pacto de não-agressão" entre PT e PMDB pode não incluir a quebra de sigilo dos aportes bilionários do BNDES no grupo J&F/JBS.

CORTE ESPECIAL
Além dos 36 magistrados que receberam acima do teto constitucional, o Tribunal de Justiça de Roraima pagou mais que o teto a 18 funcionários. Em média, receberam R$40 mil ao mês, cada um deles.

MANDOU MAL
O governador de São Paulo perdeu outra chance de melhorar o sofrível desempenho no Nordeste: cancelou sua ida ao Fórum Nordeste, que reuniu no Recife líderes políticos e empresariais. Há alguns anos, ele tentou ficar conhecido na região apenas por "Geraldo". Não deu certo.

GENTIL CAVALHEIRO
Um grupo de turistas que no fim de semana quis conhecer o Tribunal Superior do Trabalho (TST) em Brasília, teve uma baita surpresa: foram ciceroneados pelo próprio presidente, ministro Ives Gandra Filho.

NÃO DÁ MAIS PARA SEGURAR
Sindicatos só divulgam dados financeiros da Previdência até 2015. É que, de 2016 para cá, já não dá para maquiar o déficit que negam com veemência, na pregação contra a reforma que, com certeza, vai reduzir aposentadorias nababescas de uma ou outra categoria "de Estado".

FICOU PARA DEPOIS
Funcionários da Chesf pressionaram o ministro Fernando Filho (Minas e Energia), durante o Fórum Nordeste, a não privatizar a estatal, como se isso dependesse dele. Ele prometeu receber o grupo depois.

SEM MARINA
O PSDB se aliou ao PSB na disputa vitoriosa pelo governo paulista, em 2014. A ideia é repetir a aliança em escala nacional. Mas sem Marina Silva, que herdou a vaga de Eduardo Campos, falecido em 2014.

SUBIU NO TELHADO
Deputados garantem que está marcada para esta terça (26) a conclusão da votação da reforma política. Mas não há acordo sobre qualquer matéria relevante. Só o "fundão" agrada a uma grande parte.

HIPOCRISIA DO ASFALTO
Delegado de Polícia Civil, jornalista e poeta, Miguel Lucena tem baixa tolerância ao fingimento, na guerra de traficantes em favelas cariocas: "É muita hipocrisia cheirar pó e depois pedir paz no Rio"

PERGUNTA NO FOGO CRUZADO
Em vez de "Fora Temer", que mandou o Exército à Rocinha, a turma bronzeada do Rock in Rio não deveria ter gritado "Fora Tráfico"?
vlad
26/09/2017 07:58
Governo liberou R$ 65 mi em emendas parlamentares no dia em que Temer sofreu segunda denúncia. Que estranha e feliz coincidência.
Herculano
26/09/2017 07:56
USO DE RóTULOS COMO DESQUALIFICAÇÃO É SINTOMA DE PREGUIÇA INTELECTUAL, por Joel Pinheiro da Fonseca, economista, no jornal Folha de S. Paulo

Os rótulos estão em alta; o pensamento, em baixa. Seja "esquerda", "direita", "liberal", "conservador", "progressista", todo mundo quer um cercadinho ideológico para chamar de seu. Nesse pacote, você ganha algumas opiniões prontas, palavras de ordem e inimigos determinados. Melhor de tudo: de agora em diante, para criticar alguma posição ou pessoa, não é preciso argumentar; basta atribuir a ela o rótulo contrário.

A tática não é nova. Cresci vendo opiniões serem automaticamente desqualificadas como "neoliberais". Agora o hábito se difundiu, e dá para desmerecer posicionamentos de todo o espectro político: petralha, reaça, extrema direita, extrema esquerda. Em vez de mostrar que ele produzirá efeitos ruins na sociedade, partimos do pressuposto de que sua fonte ideológica é maligna. E quanto mais nossos aliados acreditarem que estão em algum tipo de cruzada santa (pela civilização ocidental, pela liberdade, pelos direitos humanos, etc.), mais fácil é o trabalho.

O rótulo como manobra de desqualificação é um sintoma de nossa preguiça intelectual. O uso de rótulos em si, contudo, é uma necessidade do intelecto: não temos como lidar com todos os detalhes e pequenas variações que o mundo nos apresenta. Por isso agrupamos fenômenos similares sob um mesmo nome. A maneira como eu encaro os problemas da sociedade e suas soluções pode não ser idêntica à sua, mas se partilharmos de algumas premissas importantes e buscarmos soluções pelos mesmos caminhos, dá para nos agrupar na mesma classificação.

Ao fazê-lo, contudo, colocamos em andamento um processo que não é puramente intelectual, mas também social. Ao atribuir a nós mesmos um rótulo ideológico, passamos a nos ver como parte de um time ou tribo. E estamos cercados de tribos rivais. Se perdermos, nossa existência está em jogo. Nesta chave, o conteúdo específico das ideias torna-se irrelevante perto de seu papel como símbolos identitários, afirmações da nossa existência e de nosso poder. Ser contra ou a favor do Estado é equivalente a usar camisa vermelha ou verde-amarela na passeata; a preferir sertanejo ou MPB.

Quando o pensamento político se torna ferramenta para arregimentar seguidores, ele deixa de lado a função que esperamos dele: descobrir o melhor jeito de organizar a sociedade, buscando algo como um bem comum que vá além do interesse imediato de alguma tribo.

De Sócrates até hoje, o desafio da vida pública é encontrar um equilíbrio entre essas duas tendências. Pensar apenas no bem comum e na elaboração intelectual de propostas, sem estratégia ou pragmatismo, é se lançar na irrelevância; viver no mundo dos sonhos e ainda ser usado por oportunistas em busca de uma justificativa teórica para disfarçar seu projeto amoral de poder. Aderir, por outro lado, à lógica da guerra tribal irrestrita é contribuir para a degeneração da ordem política, caminhando em última análise para a tirania.

A politização do Brasil é uma oportunidade para vencer desafios históricos. Se nossos líderes a usarem apenas para promover a guerra fratricida e alimentar o fanatismo, ficaremos piores que antes; ainda pobres, só que mais divididos. É responsabilidade dos formadores de opinião procurar caminhos para a união.
Herculano
26/09/2017 07:52
TRISTE O PAÍS EM QUE, NO EMBATE COM MINISTÉRIO PÚBLICO, ALGUÉM COMO CUNHA POSSA ESTAR CERTO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Nesta segunda, ora vejam, o ex-deputado Eduardo Cunha resolveu tornar pública uma nota em que contesta as acusações do doleiro. Afirma:

"Repudio com veemência o conteúdo [ele se refere à delação]. [Trata-se] de mais uma delação sem provas, que visa a corroborar outras delações também sem provas, onde o delator relata fatos [de] que inclusive não participou e não tinha qualquer possibilidade de acesso a informações".

Para Cunha, as delações premiadas atingiram o "ponto máximo da desmoralização". Segundo diz, "basta concordar com qualquer coisa que a acusação encomendar para obter infinitos benefícios".

Como discordar? Querem um exemplo gritante? Até agora, nenhuma das acusações feitas por Sérgio Machado se confirmou. Ele segue como o segundo delator mais bem-aquinhoado pelo Ministério Público Federal - o primeiro é um grupo: a turma da JBS. Sua delação, no entanto, está se mostrando uma peça de ficção. Não obstante, o doutor conseguiu livrar integralmente a cara de dois filhos que participaram de suas falcatruas na Transpetro, e ele próprio pegou pouco mais de dois anos de prisão domiciliar. Bastou que dissesse o que o MPF queria ouvir. E ele disse.

Pois é, meus caros, triste o país em que alguém com a biografia de Eduardo Cunha está certo no embate com o ex-titular da PGR e, a rigor, com a Operação Lava Jato. As coisas não param por aí: dados que vieram a público da dita "delação monstruosa" do Mato Grosso ?" essa foi a classificação que lhe deu Luiz Fux, o relator no Supremo ?" evidenciam que, mais uma vez, o que se tem é um arranjo, um acerto de narrativas, sob a condução de membros do MPF, para causar o máximo de impacto na sociedade. Há aspectos formais dessa delação que são do arco da velha.

Não há dúvida de que há corrupção no Brasil e de que é preciso atuar com firmeza para debelá-la. Mas o MPF não pode, sob o pretexto de cassar e caçar bandidos, ignorar o arcabouço legal. O fato é que o ex-procurador geral e seus "menudos" da Força Tarefa buscavam e buscam a desmoralização da política, colocando-se, então, como um Poder Moderador, mas com poder de Polícia.

Consta que Cunha ainda quer fazer a delação. Por que não se acertou com a Força Tarefa ou com Janot? Teria coisas cabeludas a revelar, mas só um feixe de ação interessava aos valentes do MPF: acusar Temer, demonizar Temer, derrubar Temer.

E então veio o vale-tudo. Eis aí.
Herculano
26/09/2017 07:46
É POSSÍVEL FRAUDAR AS COTAS? por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Se você quer produzir confusão, uma receita infalível é criar um critério nebuloso para determinar quem terá acesso a um recurso comum e quem não terá. Se, além da barafunda, você quer gerar atritos, é só escolher um recurso que tenha alto valor monetário.

Bem, essa é uma descrição razoavelmente precisa da política de cotas raciais em universidades públicas quando aplicada a cursos como o de medicina, que, numa instituição privada, custariam algumas centenas de milhares de reais. Não surpreende, portanto, que se multipliquem os conflitos envolvendo, de um lado, o movimento negro, que busca aumentar a diversidade racial nos cursos de elite, e, de outro, alunos que teriam fraudado o sistema ao disputar a vaga como cotistas sem que tivessem "direito" ao benefício.

O problema de fundo aqui é que não existe uma definição de negro ou pardo que tenha base técnica (jurídica ou científica) e que satisfaça os pendores essencialistas do movimento negro. Trocando em miúdos, não sabemos dizer, com um mínimo de objetividade e replicabilidade, quem é negro. Basta lembrar o famoso caso dos gêmeos univitelinos que tentaram ingressar na UnB pelo sistema de cotas em 2007, mas só um deles foi aceito como negro "legítimo" pela comissão de vestibular.

O legislador, seguindo práticas do IBGE, estabeleceu como critério apenas a autodeclaração, que, por definição, não comporta possibilidade de fraude. Mas o STF, no julgamento da constitucionalidade das cotas, admitiu a utilização da heteroclassificação (os tais comitês raciais) sem, contudo, oferecer bases objetivas para que ela ocorresse ?"o que nos deixou no campo do vale-tudo.

Um modo de contornar a encrenca é trocar o nebuloso critério racial pela mais mensurável renda familiar. Como a principal faceta do racismo brasileiro é a segregação econômica, privilegiar o acesso dos mais pobres já implica beneficiar mais os negros.
Herculano
26/09/2017 07:42
TEMER CONTRARIA FAZENDA E TROCA BOLSA SONEGADOR POR ENTERRO DA 2ª DENÚNCIA, Josias de Souza

A segunda denúncia da Procuradoria contra Michel Temer, ora em tramitação na Câmara, tornou Brasília um pouco mais ilógica. Inverteram-se os papeis. O presidente da República já não tem apoiadores no Congresso. Os parlamentares governistas é que têm o presidente. Eles fazem gato-sapato de Temer. Nesta segunda-feira, arrancaram do presidente mais um mimo: o Bolsa Sonegador.

Às vésperas da votação da denúncia que deseja ver enterrada no plenário da Câmara, Temer cedeu às pressões dos parlamentares para modificar a medida provisória que instituiu a mais recente versão do Refis, como são chamados os programas de refinanciamento de dívidas com o fisco. A contragosto da equipe econômica do governo, o novo texto oferecerá condições açucaradas aos sonegadores: descontos de até 90% nos juros, 70% nas multas e 25% nos encargos financeiros.

Medidas provisórias, como se sabe, entram em vigor a partir de sua edição. Perdem a eficácia se o Congresso as rejeitar ou deixar de apreciar. A MP do Refis foi baixada por Temer com o propósito de render ao fisco uma coleta estimada em R$ 13 bilhões. Enviada ao Congresso, a proposta ganhou um relator providencial: o deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG), cujas empresas acumulam débitos tributários de R$ 67,8 milhões.

A perspectiva de arrecadação despencou na proporção direta das benesses que Cardoso Júnior ofereceu a si mesmo a aos demais sonegadores da República. Se a proposta do deputado prevalecesse, a previsão de receita seria de R$ 500 milhões, não de R$ 13 bilhões. O governo levou o pé à porta. Reeditou a MP. Muitos devedores agarraram-se à versão original e compareceram aos guichês do fisco para acertar suas dívidas.

O Ministério da Fazenda faz mistério sobre o montante arrecadado. Estima-se que entraram nos cofres do Tesouro algo como R$ 9 bilhões. As adesões ao programa podem ocorrer até a próxima sexta-feira (29). E o prazo de validade da MP do Refis vence no dia 11 de outubro. A equipe de Henrique Meirelles passou a considerar que não votar a medida no Congresso seria um fabuloso negócio, pois os acertos já firmados com devedores seriam mantidos.

Eis que sobreveio a nova denúncia em que a Procuradoria acusa Temer de organização criminosa e obstrução da Justiça. Aproveitando-se do fato de que passaram da condição de apoiadores para a de donos de Temer, os governistas atropelaram a equipe da Fazenda. O acerto foi costurado em reunião com os líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e no Congresso, André Moura (PSC-SE). A dupla esteve no Planalto na noite passada.

Participaram da articulação os ministros palacianos Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). Ambos têm interesse direto em adular os congressistas, pois foram incluídos na denúncia contra Temer como membros da "organização criminisa" do PMDB da Câmara. Pelo Ministério da Fazenda, testemunhou a rendição o secretário-executivo Eduardo Guardia.

Agora, os parlamentares correm para votar o Bolsa Sonegador antes de sexta-feira. Não faltam interessados. Há na Câmara 291 deputados pendurados na Receita Federal. Juntos, devem R$ 1 bilhão. No Senado, há 46 devedores. O espeto tributário dos senadores soma cerca de R$ 2 bilhões. Tudo isso sem mencionar os casos de parlamentares cujas campanhas foram financiadas por grandes sonegadores.

Lançado em sucessivas versões, o Refis tornou-se nos últimos 15 anos uma iniciativa injusta e burra. É injusta porque cria dois tipos de guichês na Receita. Num, quem deve paga suas dívidas. Noutro, quem sonega é premiado com descontos camaradas. A mágica é burra porque estimula bons pagadores a brincar de esconde-esconde com o fisco, só para entrar na fila do próximo Refis.
Herculano
26/09/2017 07:39
QUEM ACREDITOU NA ILUSÃO PóS-NACIONAL COMETEU UM ERRO PRIMÁRIO, por João Pereira Coutinho, sociólogo e escritor português

Leio e não acredito: são vários os intelectuais progressistas que defendem a independência da Catalunha. Bizarro. Eu julgava, na minha atroz ingenuidade, que o "nacionalismo" (palavra feia) era um dos venenos da história.

Aliás, a política do pós-Segunda Guerra Mundial, sobretudo na Europa, fez-se para evitar que o veneno voltasse a correr nas veias dos europeus - a União Europeia e o seu projeto federalista são apenas os melhores exemplos. Que se passa, camaradas?

Primeira hipótese: os progressistas, no caso de serem portugueses, não esquecem que são portugueses. E olham para a Catalunha como uma espécie de 1640, versão moderna: nesse ano, Portugal expulsava os espanhóis depois de 60 anos de domínio filipino. Hoje, os catalães procuram fazer o mesmo.

Segunda hipótese: há nacionalismos e nacionalismos. Os ingleses, quando votam a favor do brexit, são nacionalistas (maus). Os catalães, quando votam contra Madrid e os Bourbon, são nacionalistas (bons).

Confuso. Será que os camaradas não entendem que a natureza da luta é bastante semelhante? E que todos os povos têm direito a decidirem o seu futuro e a serem governados por si próprios?

É por isso que eu presto a minha homenagem à Catalunha (e aos ingleses, já agora). Não entro em detalhes "legais" sobre o referendo de 1º de outubro. Ele é "ilegal" face à constituição espanhola, que protege a unidade indissolúvel do país? Admito que sim.

Como também admito que a Catalunha acredita que terá mais vantagens econômicas fora de Espanha do que dentro (uma crença assaz questionável).

Mas o meu ponto é outro: o nacionalismo, entendido apenas como expressão soberana de uma cultura, de uma língua, de um território e de um passado, não tem nada de herético. E quem acreditou na ilusão de um mundo "pós-nacional" cometeu um erro primário.

Usei as palavras "ilusão" e "pós-nacional" porque elas surgem em ensaio que recomendo aos nacionalistas confusos e intermitentes. Intitula-se "The End of the Postnational Illusion" e foi escrito por Ghia Nodia no "Journal of Democracy".

O autor parte de um constatação: o nacionalismo voltou com o brexit e Donald Trump. Moral da história? A tribo dos "cientistas políticos" falhou ao espalhar a ideia "iluminista" de que o nacionalismo era apenas uma febre passageira, que rapidamente seria suplantada por uma governança global.

Historicamente, entende-se esse otimismo racionalista. No século 19, escreve Nodia, os movimentos nacionalistas ainda casavam bem com as consciências "liberais": se os "antigos regimes" oprimiam a autodeterminação dos "povos", a causa nacionalista era o melhor antídoto para enforcar o último rei com as entranhas do último papa (obrigado, Voltaire).

Foi no século 20, com o nazifascismo, que o "nacionalismo" ganhou má fama. Pouco importa que o nazifascismo tenha sido uma versão perversa do nacionalismo; e pouco importa que Hitler ou Mussolini tenham sido derrotados por nacionalistas como Churchill. A mancha ficou, e a política pós-1945, com a ONU ou a União Europeia, pretendeu construir uma "nova ordem" em que as nações seriam apenas relíquias do passado.

Sabemos que isso nunca aconteceu. No seu ensaio, Ghia Nodia relembra-nos de que, antes do brexit e de Trump, a segunda metade da centúria já tinha conhecido explosões nacionalistas que negavam a ilusão pós-nacional: os movimentos de libertação africanos contra o colonialismo e, claro, as reações nacionalistas contra o império soviético que triunfaram em 1989.

Mas seria possível acrescentar as "guerras civis" nos Bálcãs para entender não apenas que o nacionalismo estava vivo ?"mas, sobretudo e acima de tudo, que a pior forma de lidar com ele é negá-lo ou suprimi-lo. Que o comunismo o tenha tentado, não admira. Que os europeus federalistas queiram fazer o mesmo, deveria.

Não sei qual será o desfecho da crise política na Catalunha. Mas, se Mariano Rajoy, premiê espanhol, acredita que a questão fica resolvida com a prisão de independentistas, a ocupação policial da região, o controle das suas finanças - e, no limite, a suspensão do estatuto autonômico da Catalunha -, eu tremo.

E suspeito que a crise do referendo catalão só se resolve com a realização do referendo catalão.
Herculano
25/09/2017 16:57
FALTOU MÃO DE OBRA PARA LER A PEÇA ANTI-TEMER, por Josias de Souza

Por falta de mão de obra, a Câmara adiou novamente a leitura da denúncia contra Michel Temer e os ministros palacianos Moreira Franco e Eliseu Padilha. O regimento exige a presença de pelo menos 51 deputados dos 513 deputados. Havia 23 no prédio. Apenas nove deram as caras no plenário.

Foi o segundo adiamento. Na sexta-feira, dois deputados dividiam o ambiente com com as moscas. Um deles era Celso Jacob (PMDB-RJ). Presidiário, Jacob cumpre sua pena em regime semi-aberto. Durante o dia, dá expediente na Câmara. À noite, volta para a cadeia.

A plateia já sabe que a segunda denúncia da Procuradoria contra Temer terá o mesmo destino da primeira: a cova. Mas os holofotes que imprensa lança sobre o tema adicionam sofrimento ao tédio infinito que tomou de assalto (ops!) a plateia. Num país obrigado a conviver com 13 milhões de desempregados, é doloroso constatar que os deputados ganham horrores para se abster de trabalhar.

Pior: quando arregaçarem as mangas, entre terça e quarta-feira, será para arrancar do governo todas as vantagens que o dinheiro público for capaz de bancar em troca do salvo-conduto para que Temer e seus cúmplices continuem agindo sem o incômodo de uma investigação.
Sidnei Luis Reinert
25/09/2017 15:11
Príncipe organiza nova Constituição para o Brasil

Luiz Philippe de Orleans de Bragança palestrando

Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O movimento Avança Brasil vai apresentar, brevemente, para debate, uma proposta de nova Constituição para o Brasil. A Carta Magna está quase finalizado por uma equipe de livres pensadores e juristas, sob coordenação do cientista político Luiz Philippe de Orleans e Bragança ?" um dos herdeiros da Família Imperial brasileira tirada do poder pelo golpe de 15 de novembro de 1889. O anúncio foi feito ontem pelo Príncipe, durante a 22ª Edição da Jornada Maçônica do Estado de São Paulo, para um público de 300 maçons, no auditório da Unisantana. O evento teve a coordenação geral do professor José Renato dos Santos.
A base da nova Constituição é republicana e federalista. Ela prevê mecanismos de controle da sociedade sobre a máquina estatal e seus poderes. A intenção estratégica é propor uma Carta que institua pilares para um Estado garantidor da Liberdade exercida pelos cidadãos. O texto irá privilegiar o princípio da subsidiariedade ?" palavra difícil de pronunciar, mas que significa facilitar a solução de problemas e conflitos pela via do debate civil, e não pela custosa e demorada e judicialização.
Outro foco é fortalecer o poder local, nos municípios, comunidades ou distritos. O voto distrital entra na ordem do dia, com voto eletrônico, porém com conferência impressa do resultado. A nova Carta promoverá um choque de descentralização de poder. O plano é adotar princípios do "Ordo liberalismo" ?" segundo o qual a função do Estado é garantir a livre iniciativa, impedindo a concentração do poder estatal, no molde "socialista", "comunista" ou "capitalista de Estado".
Os fundamentos para a nova Constituição estão expostos no livro "Por que o Brasil é um País atrasado?" - que Luiz Philippe lança no próximo dia 5 de outubro, a partir das 19 horas, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, em São Paulo. Editado pela "Novo Conceito", com apenas 255 páginas, o livro explica, de forma didática e fácil de entender, soluções possíveis para problemas brasileiros. Luiz Phiippe ressalta: "A melhor arma contra o despotismo de governos e de interesses globalistas é a sociedade comandada por valores explícitos e coesos em pleno exercício de sua soberania e de seu modo de viver em seu território".
O Príncipe Luiz Phillipe defende que precisamos criar mecanismos de Democracia Direta de controle da sociedade sobre o Estado. Segundo ele, refletindo a visão do movimento Avança Brasil, a sociedade tem de agir localmente contra a excessiva interferência ilegítima do Estado que tem o monopólio da gestão da coisa pública, marginalizando a sociedade que vive super regulada. Por isso, Luiz Philippe prega: "Não precisamos de salvador da Pátria em pleno século 21. A nova Coisa Pública tem de ser gerenciada entre o corpo do Estado e a sociedade atuante".
Descendente de Dom Pedro I, II e Princesa Isabel, Luiz Philippe de Orleans e Bragança aposta tudo na Nova Constituição que o Avança Brasil oferecerá ao amplo debate: "O Brasil é uma idéia viva que deve ser defendida e protegida. O Brasil desenvolvido, confiante e soberano não pertence a governo algum e já está rompendo, por contra própria, com a velha política e os dogmas do século 20 que o amarraram na subserviência. Esse Brasil aguarda nossa resolução para entrarmos de vez para o século 21".
O esboço constitucional do Avança Brasil acolherá contribuições de grupos de estudos não só no mundo acadêmico tradicional, mas sobretudo de pesquisadores e livres pensadores nas Forças Armadas e no Judiciário. Também conta com material já elaborado por Thomas Korontai, para o Instituto Federalista, no livro "Uma nova Constituição para uma nova Federação", de 215 páginas, publicado em 2011. O mesmo acontece com conceitos elaborados por Antônio José Ribas Paiva, da União Nacionalista Democrática, na publicação "O Fio da Meada" ?" estudada nos meios militares. A juventude do MBL vem com tudo para debater a "Carta do Príncipe" (apesar do estranho acordo com o João Dória)... E quem mais estiver disposto a colaborar será bem vindo ao desafio de reinventar o Brasil...
Certamente, o debate político e econômico fugirá da viciada pobreza de idéias depois que o movimento Avança Brasil viralizar a Constituição concebida pela equipe coordenada por Luiz Philippe de Orleans e Bragança. Teremos a chance de promover a inédita "Intervenção Institucional" pela via democrática, com toda a legitimidade dada pela pressão direta popular. Os golpistas do Crime Institucionalizado terão bons motivos para mudar do Brasil para o quinto dos infernos...
Consertar o Brasil é fundamental para o equilíbrio de um mundo que caminha para guerras extremistas. Por isso, não temos mais tempo a perder... A Nova Constituição nos ajudará a formar um Núcleo Monolítico de Poder que permitirá à sociedade manter a integridade institucional usurpada pelo Crime.
Miguel José Teixeira
25/09/2017 13:33
Senhores,

Ranking Político

Entre os parlamentares Catarinenses sediados em Brasília, o que ocupa a melhor colocação é o Dep. Mauro Mariani.

Já a dupla PeTralha segura a lanterninha.

+ em: www.politicos.org.br

Herculano
25/09/2017 11:48
ROCINHA EM GUERRA E FORA TEMER NO ROCK IN RIO? MACONHA E Pó PõEM HK-47 NA MÃO DE TRAFICANTE. AH, SIM: PARECE QUE, EM CERTAS ÁREAS DA IMPRENSA DO RIO, FAVELA VOLTOU A SER CHAMADA DE "FAVELA", por Reinaldo Azevedo

Acabou neste domingo a sétima edição do Rock in Rio. Quem puxou o grito "Fora Temer" em algumas apresentações foram os artistas, não o público. A imprensa deu visibilidade para os protestos "arranjados", e o canal MultiShow, da Globosat, emprestava à coisa ares de quase revolução. Fica assim provado ser verdadeira a frase: há mesmo gente que não aprende nada nem esquece nada.

Quiseram as circunstâncias, que têm história, que o grande evento se realizasse ao mesmo tempo em que se dá a "guerra na Rocinha". Aqui e ali, leem-se tolices cuja síntese poderia ser esta: "Enquanto a moçada pulava no Rock in Rio, o Brasil real entrava em guerra na favela?" Por que é uma tolice? Porque as duas coisas fazem parte do Brasil real. Ou, se quiserem, os dois países são reais. Em um deles, articulam-se com eficiência iniciativa privada e Estado; no outro, faltou o Estado oficial, e a iniciativa privada foi capturada pelo Estado paralelo do crime.

"Fora Temer"? É mesmo? Vamos ver.

"Ozartistas", esse grupo que anseia ser, no Brasil, uma categoria de pensamento, leram as respectivas denúncias - a primeira e a segunda -, analisaram os indícios apresentados, procederam a um exame técnico e legal do material produzido pelo Ministério Público Federal? Bem, as minhas perguntas são meramente retóricas. Todos conhecemos a resposta. O "Fora Temer", nas circunstâncias dadas, seria um golpe. Como aquele sonhado pelo general Hamilton Mourão. Tanto ele como "ozartistas" creem em soluções radicais, rejeitam os instrumentos da democracia e do Estado de Direito e acham que, sob o império das leis que temos, não há solução. "Ozartistas", em suma, são o general sem uniforme. E o general é a versão "heavy metal" dos que rejeitam "tudo isso que está aí".

Enquanto gritavam o mantra, mera adesão inercial a uma agenda ideológica que desconhecem, o pau comia na Rocinha. Foi o "Dentro Temer" que autorizou a intervenção do Exército, o que permitiu, diga-se, a realização do Rock in Rio, onde se gritou "Fora Temer".

Até outro dia, note-se, "ozartistas" que ora vociferam boçalidades estavam inteiramente entregues à agenda de Sérgio Cabral. Ou não fui o único na grande imprensa, ao longo dos anos, a lastimar a política de segurança pública do agora ex-governador amaldiçoado?

Nunca "ozartistas" perguntaram para onde iam os traficantes que, em tese, fugiam das "comunidades", como se dizia em carioquês, ocupadas.

Nunca "ozartistas" perguntaram como era possível "pacificar" favelas sem prender os líderes do narcotráfico.

Nunca "ozartistas" perguntam como se operava a mágica de supostamente ocupar território do tráfico sem dar um tiro.

Ao contrário:, aquilo era considerado um milagre da "Cidade Maravilhosa", sob gestão estadual não menos "maravilhosa" de Cabral. Na campanha de 2010, Dilma prometeu levar o modelo de segurança do Rio para todo o Brasil.

Transcrevo um trecho do discurso daquela senhora:
"A gente considera que o resultado da política aqui, dessa parceria do governo federal com o governo estadual, aqui, com o governador Sérgio Cabral, ela construiu uma referência no que se refere (!!!) à? No que se refere basicamente à? estruturação de uma política de segurança através das Unidades de Polícia Pacificadora. É transformar territórios em guerra em territórios de paz (?) Em muitos estados, não transferiram os chefes do crime organizado para as penitenciárias de segurança máxima. Aqui foi transferido. Os daqui estão em Catanduvas, Campo Grande e Mossoró. Com isso, o que é que acontece? Você tira do presídio os líderes e os cabeças e impede que os presídios sejam transformados em plataformas do crime (?)"

Onde estava os que gritam, agora, "Fora Temer", enquanto o Exército, por vontade de Temer, garante a segurança possível no Rio? Bem, acho que estavam votando em Dilma. Não custa lembrar a adesão dos veículos de comunicação do grupo Globo à política cabralina, não? Um grupo de cariocas chegou a lançar um movimento para que José Mariano Beltrame, então secretário de Segurança, recebesse o Prêmio Nobel da Paz.

Por que lembrar isso tudo? Em nome da responsabilidade.

O "Fantástico", claro!, fez reportagens sobre o último dia do Rock in Rio. Uma delas tratava dos R$ 150 milhões que o governo federal deve investir no ano que vem num calendário de 100 eventos nas áreas de cultura, turismo, esporte e negócios. O conjunto deve atrair algo em torno de R$ 1 bilhão da iniciativa privada. O objetivo é aumentar o fluxo de turistas, aumentando emprego e renda. O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, estava presente ao encontro com empresários e políticos que tratou do assunto. Não teve fala sua no "Fantástico". O programa, aliás, também noticiou as ações do Exército na Rocinha e a tomada do "bunker" de um traficante. Os ministros Raul Jungmann (Defesa) e Moreira Franco (Secretaria Geral) foram citados. Nada de lhes dar a palavra. Mas, é claro, ganhou destaque o "Fora Temer" durante apresentação de uma banda brasileira.

Ah, sim: parece que, em certas áreas da imprensa do Rio, favela voltou a ser chamada de "favela". Como se sabe, naqueles doces anos cabralinos, em que as UPPs eram apresentadas como um milagre, e quase ninguém na imprensa ousava dizer o contrário, as ditas-cujas passaram a ter o epíteto de "comunidade". O termo "favela" passou a ser considerado politicamente incorreto. Não dá mais para esconder: aquela fantasia está desmoralizada, assim como o governo Cabral, e o Rio está na lona. Então a comunidade" voltou a ser "favela".

A propósito: queimar um baseado no Rock in Rio, cheirar uma carreira ou consumir uma "bala", gíria para o ecstasy, são ações que põem metralhadoras e fuzis HK-47 nas mãos dos bandidos da Rocinha, que aterrorizam também os trabalhadores da Rocinha, que não têm dinheiro para ir ao Rock in Rio gritar "Fora Temer".
Herculano
25/09/2017 11:37
O GOLPE CONTRA JOAQUIM BARBOSA

Conteúdo de O Antagonista. O Antagonista denunciou o golpe para barrar novas candidaturas em 2018 excluindo da disputa aqueles que não se estiverem filiados a um partido há pelo menos um ano.

O petista Vicente Cândido, nesta segunda-feira, explicou ao Estadão que a manobra pretende impedir a candidatura de procuradores e juízes:

"Não queremos permitir que o militar se filie no dia da convenção, que o procurador ou o juiz se filie três meses antes."

Carlos Ayres Britto, conselheiro de Marina Silva, defendeu a candidatura de Joaquim Barbosa para o Palácio do Planalto.

Ele disse ao Valor:

"Ele é um grande homem público, foi um grande ministro e, se as coisas afunilarem para o nome dele, estarei ali para apoiar, para estimular".

O PACTO PT-PMDB

A ORCRIM do PT e a ORCRIM do PMDB uniram-se novamente na CPI da JBS.

O Estadão fez um levantamento dos requerimentos aprovados até agora:

"Das 53 convocações ou convites aprovados, mais de 80% são referentes a pessoas ligadas à empresa ou à Procuradoria-Geral da República (?).

Os requerimentos ligados ao núcleo político, que poderiam levar os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além do ex-ministro Geddel Vieira Lima e o deputado cassado Eduardo Cunha a prestar esclarecimentos à CPI mista da JBS foram deixados de lado nesta fase e dificilmente serão aprovados enquanto o pacto de não agressão estiver valendo."

Carlos Marun admitiu o acordo com o PT.

Ele disse para a reportagem:

"Existe uma vontade de não fazer pirotecnia. A CPI não pode ser palco de confronto entre governo e oposição. Não é o lugar. A afinidade é nos objetivos da CPI, um desejo de todos os membros de que o trabalho avance."
Herculano
25/09/2017 11:34
NUNCA O GOVERNO EMPREGOU TANTO: 635 MIL PESSOAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

No quesito contingente de funcionários, o governo Michel Temer ainda é o maior da História. Segundo o Painel Estatístico de Pessoal (PEP), do Ministério do Planejamento, que calcula em tempo real o tamanho e os gastos da máquina pública brasileira, 635.000 pessoas trabalham para o governo, neste momento do País, e a maior remuneração paga no Executivo Federal é de R$ 29,1 mil. O menor salário é R$ 1,4 mil.

RECORDE HISTóRICO
O número de servidores do governo federal cresceu 0,5% entre 2014 e 2015 e 0,8% até 2016, que foi recorde. Em 2017 superou esse recorde.

DILMA, A FARRA
O maior inchaço de pessoal da História foi de 2013 para 2014. O governo Dilma contratou 27 mil pessoas só no ano da sua reeleição.

COMISSIONADOS
Só entre cargos e funções comissionadas DAS, o governo sustenta 22.342 boquinhas. Resta ao contribuinte o direito de pagar.

Só AUMENTA
O número de funcionários do governo federal só diminuiu de tamanho entre 1997 e 2001. Desde então, o Estado incha todos os anos.

MILITARES REPRESENTAM APENAS 2% DA PM DO RIO
A tropa de 950 militares emprestada pelas Forças Armadas para ajudar no enfrentamento de traficantes na favela da Rocinha, representa um aumento de cerca de 2,1% no total de policiais disponível em batalhões da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A PM do Rio tem efetivo de mais de 45 mil policiais à disposição na proteção aos fluminenses, mas só na região da capital, são 21,5 mil PMs protegendo a população.

MILITARES CONTINUAM
Celebrada há dois meses, a cooperação entre Forças Armadas e o Estado do Rio deve continuar até o fim do ano. E pode ser prorrogada.

SUPER SOLDADOS
O efetivo da PM do Rio de Janeiro é bem maior, mas muitos cariocas parecem confiar mais nos militares do Exército que estão nas ruas.

ALVO DE BANDIDOS
Dos 100 policiais militares mortos por bandidos no Rio até agosto, 59 estavam de folga e 20 eram inativos; 21 estavam em serviço.

PRIETO MANDOU BEM
O desembargador Fábio Prieto, do TRF-3, suspendeu as execuções de R$ 90 bilhões contra a União, movidas de má fé por centenas de prefeituras, relacionadas ao Fundo de Ensino Fundamental (Fundef), e ainda mandou investigar os prefeitos por crime de improbidade.

PENTE FINO NO BNDES
A CPMI da JBS volta a se reunir nestas terça e quarta para analisar 15 requerimentos de seus membros, incluindo a análise da quebra de sigilo de todos os empréstimos do BNDES ao grupo J&F/JBS.

AÉCIO NA BERLINDA
O Supremo Tribunal Federal analisa nesta terça (26) o recurso da Procuradoria Geral da República para prender o tucano Aécio Neves (MG), pelas acusações contidas na delação de Joesley & cúmplices.

REFORMA VIROU ESPUMA
Deputados federais juram que não passa desta terça-feira a conclusão da votação da reforma política. Lorota. É a terceira semana seguida em que a reforma é pautada, mas não há consenso para quase nada.

Só VEEM OS BILHÕES
Nem governo, nem oposição têm consenso em relação às mudanças propostas na reforma política, como a cláusula de desempenho dos partidos, ou o fim das coligações. Só o fundão bilionário tem apoio.

DE CAMAROTE
Como no fim do financiamento empresarial de campanhas, a extinção das coligações terá como cobaias candidatos a vereador e a prefeito. Deputados e senadores, que mudaram regras, assistirão de camarote.

DIZ QUE NÃO ESTOU
Opositores ?" e até aliados - reclamam do deputado Décio (PT-SC), líder da oposição no Congresso. Ninguém passa do chefe de gabinete. Procurado por telefone, não atende. E não responde a mensagens.

SEMPRE O FUNDO
A principal pauta prevista no Senado Federal nesta semana é a análise dos projetos de lei que tentam resolver o maior problema dos parlamentares: o financiamento de suas próprias campanhas em 2018.

PENSANDO BEM...
... Lula tem sorte de ser julgado por Moro. Se fosse Marcelo Brêtas, teria grande chance de fazer companhia permanente a Sérgio Cabral.
Herculano
25/09/2017 11:31
VOTAÇÃO DE DENÚNCIA SERÁ NOVA PEÇA DE TEATRO SO ROTEIRO PREVISÍVEL, por Leandro Colon, diretor de redação da sucursal de Brassília, do jornal Folha de S. Paulo

Se não der nenhuma zebra nas próximas semanas, a Câmara vai barrar, mais uma vez, uma denúncia da PGR contra Michel Temer.

Será uma nova peça de teatro com um roteiro batido e previsível. Assistiremos aos barracos barulhentos na Comissão de Constituição e Justiça. Deputados da base governista e da oposição trocarão insultos nas sessões e a turma do chamado centrão tentará, como de costume, vender caro o seu apoio ao presidente.

Passada a CCJ, as cenas de fisiologismo explícito vistas em plenário na primeira denúncia vão se repetir. Enquanto o centrão barganha de um lado, o Planalto abre, de outro, o balcão de emendas e cargos. E o PSDB, naquele tradicional vai-não vai, no fim entrega os votos a Temer.

O fato é que ninguém na Câmara - nem a oposição (sobretudo o PT, encalacrado na Lava Jato) - almeja derrubar o presidente. Os deputados querem só usar a peça feita pela PGR para mostrar que eles têm certo valor (e ponha "valor" nisso).

A fatura, aliás, desta vez sairá mais barata para o governo. Apesar da turbulência natural que causou, a nova acusação não passa de um catado de delações de todas as patentes e interpretações subjetivas e confusas, algumas embasadas por investigações ainda em andamento.

A tal bomba que se esperava com a delação do doleiro Lúcio Funaro virou - ao menos, por enquanto - um traque. O que se viu até aqui de sua colaboração é um amontoado de disse me disse e histórias já sabidas. É bem provável que grande parte do que ele contou seja verdade, simplesmente pelo fato de envolver figurinhas carimbadas de escândalos de desvios ?"mas daí transformar esses relatos em elementos probatórios para formular denúncia contra alguém a distância é gigantesca.

Esse jogo parece ganho para Temer. Apenas um fato novo e extremamente grave pode impedi-lo de concluir o mandato, ainda que o faça aos trancos e barrancos, sob uma popularidade pífia e vergonhosa
Herculano
25/09/2017 11:27
REALIDADE PARALELA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Cerca de 12 milhões de pessoas difundem notícias falsas no Brasil ?" as chamadas fake news ?", principalmente as de conteúdo político

O progresso tecnológico e a reorganização das sociedades em torno de uma grande rede global têm embaralhado os outrora bem delineados papéis de emissor e receptor como polos opostos no processo de comunicação. Em um ambiente de ininterrupta e multifacetada interação é difícil, hoje, estabelecer quem é quem nesse processo.

A porosidade dos conceitos de quem gera e de quem consome informação, no entanto, não é necessariamente ruim. Quanto mais vozes possam ser ouvidas, especialmente quando têm algo a dizer, e quanto mais amplo e democrático é o debate sobre as questões de interesse geral, melhor.

O problema começa quando a salutar liberdade que permite que qualquer um possa se fazer ouvir por meio das plataformas digitais não vem acompanhada pela correspondente responsabilidade na veiculação das informações. Pior, muitos se valem da frouxidão de controles no ambiente virtual não só para repassar informações falsas, mas também para produzi-las.

De acordo com um levantamento do Grupo de Pesquisas em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai) da Universidade de São Paulo (USP), cerca de 12 milhões de pessoas difundem notícias falsas no Brasil ?" as chamadas fake news ?", principalmente as de conteúdo político.

O número representa cerca de 6% da população brasileira, mas ao considerar que cada usuário das redes sociais tem, em média, 200 conexões, os autores do levantamento acreditam que quase todos os brasileiros tomam contato diariamente com notícias falsas por meio da internet. A conclusão dos analistas da USP é resultado de um trabalho de monitoramento de 500 páginas de conteúdo político falso ou distorcido realizado durante o mês de junho deste ano.

Especialistas de diversas áreas do conhecimento, das Ciências da Computação às Ciências Sociais, convergem no diagnóstico segundo o qual o meio digital ?" sobretudo as redes sociais ?" terá especial importância nos rumos das eleições de 2018. Alguns chegam a afirmar que as fake news tendem a ter mais repercussão do que as notícias produzidas e veiculadas por fontes sabidamente confiáveis.

"No atual momento, a polarização ideológica coincidiu com o consumo de notícias sobre política pelas redes sociais. Quanto mais manchetes se prestam a essa informação de combate, maior é a performance delas, poluindo o debate político", avalia o cientista político Pablo Ortellado, um dos coordenadores do Gpopai.

O estudo Robôs, redes sociais e política no Brasil, realizado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), destaca outro ponto igualmente preocupante para a saúde do debate político no País. Tem sido cada vez mais frequente o recurso a contas automatizadas nas redes sociais ?" os chamados robôs ?" para massificar postagens que manipulam e direcionam o debate político no ambiente virtual, dando ares de verdade a notícias falsas ou descontextualizadas e amplificando artificialmente a representatividade social que os emissores ou beneficiários dessas fake newsessencialmente não têm.

Por um meio sub-reptício, cria-se no seio da sociedade uma falsa sensação de apoio a um determinado candidato ou a uma determinada proposta.

O estudo mostrou que durante a eleição presidencial de 2014, vencida por uma estreitíssima margem de votos pela presidente cassada Dilma Rousseff, os tais robôs foram responsáveis ?" sozinhos ?" por cerca de 10% do engajamento no debate de conteúdo político nas redes.

Não é razoável afirmar que as redes sociais, isoladamente, tenham o poder de definir o resultado final de uma eleição, seja no Brasil ou em qualquer outro país, tão somente por servirem como plataforma livre para a propagação das fake news. Contudo, é inegável o papel que a tecnologia vem desempenhando na transformação das formas como se produz e se consome informação.

Em águas turvas, o jornalismo sério ganha mais importância como mediador do debate público, trazendo à luz tanto a informação confiável de interesse geral como desmascarando uma realidade paralela que apenas a alguns interessa difundir com fins obscuros.
Miguel José Teixeira
25/09/2017 11:27
Senhores,

Deu no Cláudio Humberto:

"Diz que não estou
Opositores ?" e até aliados ?" reclamam do deputado Décio (PT-SC), líder da oposição no Congresso. Ninguém passa do chefe de gabinete. Procurado por telefone, não atende. E não responde a mensagens."

Huuummm. . .preparando-se para a iniciativa privada!!!
Herculano
25/09/2017 11:26
da série: mas não foi isso que o PT e Luiz Inácio Lula da Silva fizeram com Paulo Maluf e o PP?

PRESIDENCIÁVEIS MIRAM LAVAJISTAS E FISIOLóGICOS, por Josias de Souza

Os primeiros movimentos da sucessão presidencial revelam que nada de mal acontece ao Brasil que não seja esplêndido perto do que está por vir. Diante da frustração da reforma política, os pretendentes ao Planalto se equipam para uma nova disputa regida por velhas regras. O principal trunfo da campanha continua sendo o tempo de propaganda na tevê e no rádio. Para obter vitrines eletrônicas espaçosas, os presidenciáveis se movem como grandes compositores ?"compõem com todo mundo. Cortejam longe dos refletores partidos fisiológicos e lavajatistas.

Geraldo Alckmin, João Doria e Henrique Meirelles flertam com legendas do chamado centrão, agrupamento que reúne o que há de mais arcaico na política nacional. Por exemplo: PP, PR, PTB, SD e PRB. Ciro Gomes, hoje no PDT, gostaria de arrastar para dentro de sua futura coligação o PT, cuja passagem pelo poder federal produziu o mensalão e o petrolão. O petismo leva o pé atrás. E aguarda por uma definição de Lula. Embora esteja mais perto da cadeia do que da urna, o pajé do PT ainda não liberou seu partido para empinar um Plano B.

Sócio do PT no surto de corrupção que mergulhou o Brasil numa crise moral sem precedentes, o PMDB paira sobre todas as pré-candidaturas como peça central no quebra-cabeça das coligações. Crivado de investigações, o partido de Michel Temer ambiciona comparecer à próxima sucessão com um candidato próprio. Como não dispõe de nomes, cogita fisgar alguém noutra legenda.

Uma ala do PMDB gostaria de atrair o neotucano Doria, que mede forças com Alckmin pela vaga de presidenciável do PSDB. Nessa equação, o DEM, parceiro tradicional do tucanato, trocaria Alckmin por Doria. Outra ala do partido de Michel Temer passou a cultivar a ideia de atrair Henrique Meirelles, hoje um pré-candidato do PSD. Mandachuva do partido do ministro da Fazenda, o colega de Esplanada Gilberto Kassab também deseja se entender como o PMDB. Mas prefere que, em vez de levar Meirelles, o parceiro tóxico indique um alguém para integar a chapa na condição de vice.

Mesmo com a Lava Jato a pino, partidos identificados com o suborno, o acorbertamento, o compadrio, o patrimonialismo e o fisiologismo percorrem os bastidores das negociações presidenciais como se nada tivesse sido descoberto sobre eles. Representam os valores mais tradicionais da política. E parecem decididos a perpetuá-los.
Herculano
25/09/2017 11:23
ESTATISMO AÉREO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Até junho, circulava pelo governo a ideia de privatizar a Infraero, estatal do setor aeroportuário. Autoridades da área econômica planejavam vender os 56 terminais da empresa e extingui-la até 2018.

Os aeroportos seriam licitados em seis blocos, com operações lucrativas e deficitárias em cada um deles. As vencedoras dos leilões, em um primeiro momento, absorveriam os funcionários atuais.

Entretanto a ideia foi bombardeada por aliados do Palácio do Planalto, em particular pelo PR do ministro dos Transportes, Maurício Quintella. Em audiências e depoimentos no Congresso, em agosto e setembro, o ministro reiterou que a privatização não está nos planos.

Como se aproxima o fim deste 2017 ?"e, a seguir, o ano eleitoral encurtará, na prática, a vida útil do presidente Michel Temer (PMDB)?", o fim da Infraero parece ter sido adiado "sine die".

Segundo o ministro, seriam concedidos à gestão privada alguns terminais, e o capital da empresa seria aberto. Já a pasta do Planejamento pretende avançar na desestatização, a começar por Congonhas, com o qual se pretende obter R$ 6 bilhões.

Há, decerto, questões estratégicas em qualquer setor da infraestrutura. É preciso, por exemplo, que o poder público mantenha agências de regulação e de planejamento da expansão da rede nacional de aeroportos.

Há que zelar, ademais, pelo provimento dos serviços em localidades nas quais não se observem perspectivas de lucro imediato, mas que mereçam o investimento por motivos socioeconômicos de outra natureza.

São tarefas cruciais, sem dúvida. Para que sejam levadas a cabo, no entanto, não é necessário que o Estado permaneça na atividade empresarial, na qual tem mostrado escandalosa ineficiência, quando não pendor à corrupção ?"ocioso mencionar os casos notórios de Petrobras, Eletrobras e Correios.

Os desmandos nessas companhias contribuíram de forma decisiva para levar o país a uma recessão de três anos e à ruína orçamentária. Tal histórico, porém, não intimida os defensores do estatismo; ao contrário.

A proposta de privatizar a Eletrobras, por exemplo, enfrenta oposição na esquerda, na corporação de funcionários e, não menos importante, na coalizão governista.

Não se faz segredo de que a gigante estatal e suas 38 subsidiárias compõem um manancial de cargos, verbas e influência a alimentar máquinas partidárias associadas ao Planalto.

Ao que parece, o que se pretende é basicamente manter o statu quo, no qual políticos demonstram poder onde não deveriam exercê-lo: no mundo das empresas, que deveria ser o da eficiência.

É motivo bastante para ao menos retomar os planos de privatização da Infraero, deixando-os prontos para o próximo governo.
Herculano
25/09/2017 11:16
HOSPITAL DE GASPAR ATENDE MAL? É IMPLICAÇÃO DOS DOENTES

O suplente de vereador de Gaspar, Cleverson Ferreira dos Santos, PP, relatou outro dia na sessão da Câmara onde está interino, que foi excepcionalmente muito bem atendido no Pronto Socorro do Hospital de Gaspar.

Até fez agradecimento e reverência ao outro vereador e médico, que está "cuidando da reestruturação da Saúde em Gaspar", Silvio Cleffi, PSC.

Resumindo. O pimpolho de Cleverson numa noite dessas, resolveu ficar doente. Sabe como é. Pai atencioso e de primeira viagem não teve ele nenhuma dúvida, como eu e você não teria: subiu o morro e foi ao pronto socorro que agora pelo Protocolo de Manchester, pode demorar até quatro horas para atender alguém que se acha doente de alguma coisa.

Mas o filho de Cleverson teve melhor sorte: foi na hora. E se não fosse filho de um suplente de vereador teria a mesma atenção? É por isso que as coisas não melhoram. Quem devia sofrer na pele as agruras para pedir melhorias, não sofre, não espera, não se submete aos protocolos que não conhece. Acorda, Gaspar!
Herculano
25/09/2017 11:05
BRASIL PRECISA ACABAR COM SEU SISTEMA DE CASTAS, por Fernando Canzian, no jornal Folha de S. Paulo

Em "Brasil: Uma Biografia", Lilia Schwarcz e Heloisa Starling resgatam como, recém-chegados ao Rio em 1808, membros da corte de d. João tomavam para si os melhores edifícios da cidade escrevendo com giz nas fachadas as letras "PR" (príncipe real) e, assim, desalojavam sumariamente os proprietários.

Enquanto a corte inchava à custa de novos impostos, a elite local era compensada com títulos e muitos cargos.

Na época de d. Pedro 2°, os "bacharéis" é que buscavam cargos públicos, "de preferência de fachada, que não requeressem empenho pessoal".

Com o tempo, o Estado brasileiro se converteu em regime republicano e democrático e se aperfeiçoou a ponto de limitar-se a ser quase uma só e imensa "folha de pagamentos", destinada especialmente a favorecer novas elites.

Atualmente, quase 70% das despesas do Tesouro são salários, aposentadorias e assistência social, valores que crescem sempre acima do PIB, estrangulando gastos em áreas-fim como saúde e educação.

Na base desses gastos e do deficit da Previdência estão as despesas da máquina pública, protegida em sua estabilidade e blindada contra ciclos econômicos de baixa que afetam o resto da sociedade.

Enquanto as aposentadorias no setor privado estão limitadas a R$ 5.531, as do Judiciário e Legislativo vão de R$ 18 mil a R$ 28,5 mil. Assim, o deficit com aposentadorias de 1 milhão de servidores públicos supera o de 33 milhões de aposentados privados.

Já entre os servidores da ativa no Executivo, quase um quarto ganha mais de R$ 13 mil, e 70%, acima de R$ 5.000. Na média do funcionalismo, os vencimentos são cerca de 60% maiores do que os pagos para a média dos trabalhadores no país, de R$ 2.100.

Historicamente, crises que deveriam ter sido pretexto para reformar essas distorções terminaram resolvidas com mais impostos ou pela chegada de outro ciclo de crescimento, como o que se ensaia agora, aprofundando o problema.

Em "Por que as Nações Fracassam", Daron Acemoglu e James Robinson identificam o insucesso de vários países com o que chamam de "elites extrativistas": castas preocupadas em existir com o objetivo maior de continuar existindo.

Foi assim no Brasil do passado, com repasses de tributos e tarifas comerciais a membros da casta de então, e tem tudo para continuar sendo.

Mas isso não é destino. Trata-se de corporativismo, com estabilidade no emprego e falta de metas.

Parte do problema vem finalmente sendo atacada com o projeto de lei do Senado 116/2017, que, por meio de sistema de avaliação por pontos, faculta demissões nas esferas federal, estadual e municipal por insuficiência na função.

O projeto sofre fortes pressões contrárias, e a sociedade deveria acordar para isso.
Herculano
25/09/2017 11:02
O leitor Leo, cedo nesta área de comentários e depois sou eu o crítico.

"ATÉ PARECE REPRISE DE NOVELA.MAIS UMA VEZ O POSTO DE SAÚDE DO BAIRRO FIGUEIRA ESTÁ SEM MÉDICO".

Volto. Em Gaspar, a Saúde Pública além de estar metida num caos, ela tem dono e ele faz gato e sapato para defender a corporação. Algum médico já foi punido? É só assistir as sessões da Câmara. Punidos só os pobres, doentes, fracos, eleitores enganados e pagadores de pesados impostos. Acorda, Gaspar!
Herculano
25/09/2017 10:55
A ÚNICA ALTERNATIVA, editorial do jornal O Globo

Combalida, a Eletrobras não consegue arcar com os investimentos em energia de que o país precisa

O sufoco fiscal em que se encontra o governo ?" o déficit primário continua acima dos 2% do PIB, desde a saída de Dilma Rousseff, responsável pela crise ?" é forte mola propulsora para levá-lo a programar a privatização da Eletrobras, bem como acelerar a licitação de concessões (estradas, aeroportos, por exemplo), entre outras medidas.

A questão é que não se trata apenas de uma oportunidade de o Tesouro obter, estima-se, algo entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões. Para efeito de comparação, a meta para este ano e o que vem é de déficits de R$ 159 bilhões. Uma ajuda nada desprezível. Até mais do que isso, privatizar a Eletrobras é essencial para preservar o setor elétrico e garantir os investimentos necessários a fim de garantir o fornecimento de energia que sustente o crescimento da economia, sem risco de apagões.

Também é fato que a barbeiragem cometida pela ainda presidente Dilma Rousseff, tida como competente conhecedora do sistema elétrico brasileiro, desestabilizou de tal forma a estatal que, por ironia, ajudou a inviabilizá-la de vez como estatal.

Ao baixar a Medida Provisória 579, em 2012, para reduzir na base do voluntarismo a tarifa de luz em 20% ?" com evidente objetivo político-eleitoral ?", o equilíbrio do sistema foi rompido. Com ideia fixa na "modicidade" tarifária ?" fez o mesmo no pedágio em estradas licitadas, e obras não foram feitas ?", o governo Dilma, por aquela MP, estabeleceu regras para antecipar a renovação de concessões ainda a vencer. O princípio era que usinas amortizadas poderiam cobrar tarifas mais baixas.

A filosofia intervencionista, porém, nunca consegue manejar com todas as variáveis. E assim, elétricas públicas de estados (Cesp, de São Paulo; Cemig, de Minas; Copel, do Paraná) não aceitaram as condições da MP, enquanto as estatais federais foram obrigadas a aderir ao novo regime. O autoritarismo é intrínseco ao dirigismo. Veio um longo período de seca, e desmontou de vez o sistema de Dilma.

Nem toda a energia passou a ser produzida sob a regras que queria o governo, que enquadrou as usinas incluídas nas novas regras num sistema de cotas, em que a energia era vendida a preços baixos. Sem considerar variações de custos das hidrelétricas, por exemplo. Um modelo típico do planeamento centralizado.

O longo período de seca na hidrologia desmontou o castelo de cartas, montado bem no estilo lulopetista. O parque de termelétricas, principalmente a gás e óleo, de custo mais elevado, foi acionado e pulverizou a "modicidade". Dilma continuou tentando, e o Tesouro foi convocado a subsidiar parte do aumento de custo. No fim, restou um tarifaço, para equilibrar o sistema no lado financeiro. Sem considerar rombos em empresas, com a volta dos "esqueletos".

Os estragos do dirigismo deixaram heranças, uma delas, a impossibilidade de uma Eletrobras combalida arcar com os investimentos em energia de que o país necessita. Vendê-la é a única alternativa sensata. Também para melhorar a gestão do setor e livrá-lo de delírios de poderosos de turno. Como aconteceu no lulopetismo.
Herculano
25/09/2017 10:54
IDIOTAS QUE CREEM NA SALVAÇÃO PELA TECNOLOGIA IGNORAM A ESSÊNCIA HUMANA, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

A fenomenologia científica da idiotia contemporânea ocupará muito tempo nos anais dos congressos de antropologia e etnopsiquiatria nos próximos mil anos. Isso se esses mil anos não forem tomados por esses tipos sofisticados de idiotas que dominam, em grande parte, o mundo "rico" atual.

Você não sabe o que é um idiota da tecnologia? Veja o filme "O Círculo", com Emma Watson e Tom Hanks. A personagem interpretada por ela é o exemplo típico de um idiota da tecnologia. O personagem interpretado por ele, o vilão, é mais saudável do que ela, a "santinha" da história.

Eis uma primeira característica desse tipo de comportamento: o idiota da tecnologia é alguém que vê o avanço da tecnologia como fato evidente de que o mundo será melhor e de que, retirando de circulação os poucos vilões (como o personagem do Hanks no filme em questão), o resto da humanidade (a maioria soberana) caminhará em direção a um futuro de "uso responsável" da ferramenta.

A ferramenta de redes sociais do filme é simples: todos veem todos o tempo todo. Como diz a personagem da Watson: "Every secret is a lie" (todo segredo é uma mentira).

Ao longo do filme, algo de terrível acontece com ela e um amigo seu, mas, diante do horror da destruição da privacidade, ela opta por comparar os riscos dessa ferramenta com aviões que raramente caem, mas que nem por isso deixamos de voar.

Nessa comparação reside a identidade do idiota da tecnologia. Ele é um incapaz de apreender que o ser humano, quando exposto a demasiada luz, dissolve. Torna-se um monstro. É na sombra que a alma sobrevive. Na ausência de informação plena. Numa certa tensão com a impossibilidade, com o fracasso. Só idiotas "creem" no sucesso como redenção do humano -ou quem nunca teve sucesso na vida.

Num dado momento, ao ser entrevistada para entrar no "Círculo", a empresa em questão, ela diz que o pior que pode acontecer à humanidade é "ter potencialidades não realizadas". Outro traço do idiota da tecnologia. Não entende que a realização da potencialidade absoluta é a "demonização" do humano. E que os inteligentinhos da tecnologia não me venham com seu mimimi. É um descrente que aqui vos escreve. Quem defende o humano pleno (o "pós-humano" como dizem por aí), ou o faz por ignorância ou por má-fé.

No filme, nossa idiota, após levar seu melhor amigo à morte por conta do assédio de um bando de pessoas, que como um enxame de abelhas o localizam e o acossam por meio de seus celulares e da ferramenta de localização do "Círculo", chega à conclusão de que eliminando o dono da empresa (o capitalista egoísta interpretado por Hanks) e abrindo a ferramenta para o mundo inteiro, todo o risco acabará.

Na última cena, todo mundo vê todo mundo no mundo todo, em tempo real. Quem não percebe a distopia nessa sequência é um idiota da tecnologia.

A ideia de transparência absoluta da vida é uma monstruosidade em que, infelizmente, muitos creem. A democracia plena.

O fato de que a falta de transparência pode levar à corrupção faz com que os idiotas da tecnologia achem que instalando a transparência plena (todos veem todos o tempo todo em tempo real) acontecerá a pureza absoluta no mundo.

Não. Levará a outro tipo de corrupção: aquela já descrita, ainda de forma "fascista", na obra "1984" de George Orwell. Não há tirano maior do que o controle de todos por todos. A soberania absoluta do "povo" sobre as pessoas é pior do que a tirania de Lênin ou Stálin. O maior fascismo é a democracia de todos contra o indivíduo. Não há onde se esconder.

Fiodor Dostoiévski (1821-1881), o maior profeta desse tipo de horror moderno (entre outros profetizados por ele), viu o sonho da "democracia das redes sociais plena" em 1851 no Hyde Park em Londres: o Palácio de Cristal, a casa do futuro (fato ao qual o autor alude em seu livro "Memórias do Subsolo").

Diante do delírio dos que viam nessa casa transparente a beleza das tecnologias do progresso, em que todos seriam "objetos da informação", Dostoiévski fez o diagnóstico que vale para esses idiotas das tecnologias da informação hoje: só o homem escondido no subsolo sobreviverá
Herculano
25/09/2017 10:44
JOEL REINERT, DA 89,7 FM ME LEMBRA: HOJE É O DIA DO RÁDIO. REGISTRADO

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