Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

12/08/2008

Bravata I

Na casa do ferreiro, geralmente o espeto é de pau. O presidente Luís Inácio Lula da Silva, do PT, dias atrás foi ao ex-sindicato em São Bernardo do Campo comemorar. No palanque e no velho estilo, provocou, esclareceu e incitou os companheiros e os eleitores brasileiros. Todos que estavam lá se deliciaram com o teatro ou bravata como um dia ele próprio definiu a encenação dele e do seu PT para se ganhar simpatia e votos a qualquer custo para se chegar ao poder. E tem gente que acredita, ri, aplaude e patrulha. E gente instruída. Imaginem os fracos, os ignorantes, os puxa sacos, os que mamam nessa teta e os partidários fanáticos. Acordem.

 Bravata II

Disse aos velhos e aos novos sindicalistas, aos trabalhadores de um modo geral, que era hora de encurralar os patrões e exigir aumentos, uma vez que as empresas têm lucrado muito nos últimos anos devido aos bons ventos da nossa situação econômica. Legal. Eu também aplaudo. Inclusive a cara de pau do presidente, agora garoto propaganda e palanqueiro de candidatos miúdos, sem idéias, projetos e planos sérios para governar as nossas cidades. Acordem eleitores.

 Bravata III

Então, na mesma toada e usando a sua própria lição, gostaria que o presidente Lula, como patrão dos aposentados, fizesse do seu discurso uma prática e aumentasse todas as aposentadorias dos esquecidos e desprezados trabalhadores que tanto fizeram pelo país e atualmente recebem uma miséria. O governo tem subido e inventado impostos de todos os tipos. Com isso e pela boa fase da economia brasileira, tem arrecadado, ou seja, lucrado como ninguém nos últimos anos. Portanto, não lhe custa nada também olhar para os velhinhos deste país. Afinal, eles comem, bebem, usam remédios (caros) e votam. Acordam eleitores.

 Mentira I

Na campanha política uma crença e uma prática do gênio da comunicação nazista, Joseph Goebbels, corre solta por ai entre candidatos e suas equipes para enganar e disputar votos dos eleitores desinformados: "Se uma mentira for repetida o suficiente número de vezes, as pessoas passarão a acreditar nela. Agora seus seguidores a superarão (contarão uma mentira maior ainda)". Aos que duvidam dessa máxima, a frase consta do diário de Joseph Goebbels, encontrado pelos aliados no bunker de Hitler. Cópias desse documento encontram-se no Museu do Holocausto em Jerusalém e na Biblioteca do Congresso Americano. Acordem eleitores.

Mentira II

A mentira é a essência da manipulação do comunicador com as massas doutrinadas, mansas, ignorantes ou desorganizadas. Essa ação de Goebbels, segundo os historiadores, foi inspirada numa prática de um inimigo. Ela é uma paráfrase de seu próprio texto "A Fábrica de Mentiras de Churchill", onde ele escreveu: "Os ingleses seguem o princípio de que, quando se mente, deve-se contar uma grande mentira e aferrar-se a ela. Eles mantêm suas mentiras, mesmo correndo o risco de parecerem ridículos". A opinião expressa tem origem num texto de Goebbels, que saiu em 12/1/ 1941 no jornal ?Die Zeit Ohne Beispiel".

 Nanicos I

Agora sabe-se por que alguns candidatos preferem os partidos nanicos. É que eles se assemelham nas idéias, na capacidade e no convencimento. Acorda Gaspar.

 Nanicos II

Tem candidato que promete construir um hospital novo para a cidade. Tudo bobagem. Falta do que fazer e dizer para aparecer. Se até agora ele não fez nada nem para reabrir o que está fechado, imaginem se terá capacidade para construir um novo. Só com este fato o candidato deixa claro que ele não respeita nem os que voluntariamente trabalham pela causa. Acorda Gaspar.

 Dividido

Enquanto uma pesquisa séria não sai por aqui, o município continua dividido. A cada pessoa ou líder que se encontra, a história se repete. Todos, dependendo da simpatia, têm a sensação que determinado candidato está crescendo e outro está perdendo espaço. Esta história eu conheço há muito anos. Aberta as urnas, só justificativas e muito chororô. Acorda Gaspar.

 Moda

Branco e azul é moda das camisas dos candidatos nas fotos dos santinhos. Ou é sugestão de marqueteiros? Se todos forem brancos e azuis, quem vai se destacar nesse mundo de contrastes? Ou são todos farinha do mesmo saco? Criatividade, comunicadores! Acordem.

 Futuro I

O futuro de Gaspar já começou a ser discutido nesta eleição: um carro-pipa. Claro. Sai mais barato e dá menos trabalho do que calçar ruas, do que reabrir um hospital, do que construir um Cefet; do que construir uma ponte, do que fazer um anel viário de contorno para nos livrar dos engarrafamentos diários; do que conceder incentivos para atrair mais investidores e empregos qualificados, do que dialogar etc. Acorda Gaspar

 Futuro II

Um carro pipa torna refém e por pouca coisa, o eleitor que é obrigado a conviver com a poeira e a humilhante dependência do político que tem ou manda no carro pipa. Melhor, dá polêmica barata e desvia a atenção na discussão dos verdadeiros problemas da nossa cidade. Infelizmente, este é o foco e a matreira estratégia usada por alguns candidatos. É assim que eles pensam sobre o futuro da cidade. É assim que eles constroem soluções: com disputas pequenas, poeira e lama, aliás, muita lama. Acorda Gaspar.

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