10/03/2015
INTOLERÂNCIA? I
Impressionante. Em Gaspar na administração do PT, o da ?Pátria Educadora?, operadores de máquinas e motoristas caminhões que servem à Secretaria de Obras têm muito mais consideração e valor do que professores da rede municipal. Beirando a intolerância, a bravata de oportunidade, a vingança proposital contra quem ouse discordar, questionar ou apontar falhas na gestão, o vereador Antônio Carlos Dalsochio, PT, cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, ex-funcionário da Petrobras, não se conteve. Na última sessão da Câmara exalou incontrolável prepotência. Chamou os professores de invejosos. Mandou-os procurar outro emprego se não estavam satisfeitos com o que ganham na prefeitura.
INTOLERÂNCIA? II
Tudo para desmoralizar e demonizar uma simples cobrança da professora (licenciada) e vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, DEM. Ela, de forma direta e corajosa, denunciou o abuso e escárnio. Apontou a fraude grosseira do jornal que a prefeitura montou e fez circular na rede de ensino para esvaziar o movimento reivindicatório dos servidores e que está em curso via Sintraspug. Ela apontou dados fantasiosos ou falsos da publicação sobre os vencimentos dos professores. Em discurso que não permitiu aparte, Dalsochio taxou de invejosos os professores que comparam os salários deles com os R$ 18 mil do prefeito, um dos mais altos do Vale do Itajaí.
INTOLERÂNCIA ? III
O vídeo da sessão foi parar na internet (acesse http://youtu.be/POQ8jeIUYc8). O PT acusou o golpe. Tanto que o prefeito Zuchi disse às lideranças que o questionaram, inclusive professores declaradamente petistas, que havia pedido para não mais entregar o jornal. Se o jornal estava correto como garantiu Dalsochio, por que tirá-lo de circulação? O fato revela em si como funciona a máquina petista de constranger, encurralar, errar e criar benefícios para os seus interesses eleitorais e de poder. Dois pesos e duas medidas. O mesmo PT que manda os professores procurarem outros empregos se não estiverem contentes com o que recebem, é o mesmo que fez um projeto de lei, defendeu-o com unhas e dentes, e o aprovou, apesar de ser minoria (tem quatro vereadores numa Câmara de 13) que tratou do aumento discriminatório e diferenciado para operadores de máquinas e motoristas de caminhões da secretaria de Obras. Lá, seu titular, Lovídio Carlos Bertoldi, PT, se ensaia candidato do grupo que governa com Zuchi. É a lei 3.619/2014.
INTOLERÂNCIA? IV
Incrível. E qual a argumentação para tal? De que os motoristas e operadores estavam com os vencimentos defasados em relação ao mercado e que se não desse este reajuste discriminatório, a prefeitura perderia esses funcionários tão importantes para o mercado (em plena recessão criada pela desgovernança do PT). Ou seja, gente esclarecida como os professores são estorvos e o vencimento defasado é um problema que cada um deve resolver por si só, sem o respeito do empregador e o olhar comparativo do mercado, como se argumentou para o caso dos motoristas e operadores de máquinas. Quer mais outro exemplo? Está na Câmara o PL 2/2015 do prefeito Pedro Celso Zuchi para dar aumento diferenciado aos motoristas de ambulâncias. E qual a justificativa? De que esses motoristas são muito importantes no que fazem. Ninguém discorda. Mas, e os professores não os são para merecerem esse respeito e qualificação? Nos discursos de Dalsochio e do PT, parece que não.
INTOLERÂNCIA? V
Como se vê, o PT, Dalsochio, o presidente do PT, o campeão de votos José Amarildo Rampelotti, o prefeito Zuchi, a vice, a ex-berçarista Mariluci Deschamps Rosa, possuem discursos incoerentes e de ocasião. Tudo para deseducar e desassistir quem precisa de conhecimento e ensino. Pelos discursos e atitudes discrepantes, preferem que todos sejam motoristas, operários, dependentes, submissos e ganhando merrecas, com aumentos salariais negociados com finalidades eleitorais e de cabresto. Acorda, Gaspar!
Esta é a moto da Juliana Pereira, moradora da Lagoa. O buraco na estrada causou o acidente e o estrago de um aro. Trinta minutos depois apareceu a Secretaria de Obras para tapá-lo.
TRAPICHE
O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, finalmente se conscientizou que o Ministério Público não é um aparelho sob a sua tutela, como faz com as demais instituições locais. É a segunda recuada em poucos dias. A primeira foi do nepotismo: Jackson José dos Santos saiu da Ditran, para a sua Marlene de Almeida continuar secretária da Educação.
Agora, depois de resistir, incluiu os monitores de Área Azul no concurso público. Ele queria contratá-los por emergência e temporariamente. Precisou o vereador Luiz Carlos Spengler Filho, PP, denunciá-lo no Ministério Público e no Tribunal de Contas para ele mudar de ideia e seguir a lei.
O ex-deputado João Alberto Pizzolatti Júnior, PP, diz em nota que ainda não sabe bem do que está sendo acusado e que por isso não pode discorrer nada em sua defesa. Vai esperar o acesso dos advogados aos autos que pede o inquérito no caso do petrolão para se pronunciar perante o Supremo Tribunal Federal. Só ele não sabe. O Brasil inteiro sabe desde sexta-feira e os leitores e leitoras da coluna mais acessada da internet sabem. Mais era só folhear os jornais e revistas, bem como entrar no portal do Supremo.
Sim. Pizzolatti sabe de tudo, tanto que virou secretário institucional de Roraima, tomou posse sem ir lá, tudo para obter o foro privilegiado, que comunicou ao juiz federal original do caso, Sérgio Moro, em Curitiba.
Pizzolatti é o padrinho político do presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP. E não é de hoje. Melato agora está incomodado com a lembrança dessa ligação. Ingrato.
Observação do leitor da coluna, Luiz César Henning, sobre a policlínica que vai ser inaugurada na semana que vem. ?Além de não cumprir sua finalidade, está irregular. Ainda não possui licença de funcionamento do Corpo de Bombeiros; é bonita por fora e velha por dentro, sem móveis novos, os mesmos móveis que já deveriam ser inutilizados do CAR e do Posto de Saúde, vão estar lá. Mesa e macas velhas e enferrujadas, móveis com cupim e tudo mais?.
Desafio. Para acabar com esse discurso de que tem gente ganhando bem e outros poucos na prefeitura de Gaspar, tanto entre os efetivos como entre os comissionados, por que não colocar os vencimentos de todos no Portal Transparência? Ou vão também esperar o Ministério Público exigir o óbvio?
Edição 1668
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