31/03/2015
SEM AUDIÊNCIA I
A programação oficial dos 81 anos de Gaspar foi de responsabilidade da prefeitura em executá-la. Bem aquém do projetado. Mal divulgada. Ela, na verdade, retrata o clima pesado do paço municipal. Houve fracassos que nem saíram do papel como o Festival de Food Trucks; inaugurações arranjadas onde faltou gente para bater palmas; inauguração de obras polêmicas pelo preço e os problemas que causaram antes mesmo de começarem, como o caso do CDI Dorvalina Fachini. Os organizadores não conseguiram comunicar, sensibilizar e atrair público. Inclusive para o desfile. Quer mais um exemplo? A foto da página diz tudo. A apresentação da Banda Municipal de Blumenau no Ginásio João dos Santos. Sobraram cadeiras. Faltaram ouvidos. Tinha mais gente no palco do que fora dele, incluindo o ?goiabão?, que os trouxe e os levou depois do vexame.
SEM AUDIÊNCIA II
E por que do fiasco? Para quem é do meio isso se dá em razão da desvalorização da cultura e dos agentes culturais populares. Em Gaspar, o único projeto sério de musicalização e formação de plateia para esse tipo de evento é visto como mendigo. Se houvesse dinâmica nesse setor de cultura, os próprios alunos de musicalização e instrumentos, somados aos seus familiares, lotariam o ginásio, para prestigiar a apresentação da banda. De verdade? Isso é o reflexo da penúria da Banda São Pedro, do Coral Santa Cecília... Se eles não entram no jogo político, só teríamos fotos e história. E olha que isso foi bandeira do então candidato Pedro Celso Zuchi, PT, nas campanhas de 2008 e 2012. Fez a promessa de criar uma lei municipal de incentivo à cultura. Nem um único Centro Cultural na cidade há. Teatro? Só o dos políticos. Acorda, Gaspar!
A CULPA DOS OUTROS I
O PT e a prefeitura de Gaspar reclamam de que as obras que foram ?inauguradas? para comemorar os 81 anos de emancipação não ganharam as manchetes dos jornais locais e regionais (?). Obras? Brincadeira. Ah, com a água no pescoço descobriram que os jornais são importantes? Milagre. Jornais só são mensurados quando ignoram a propaganda que se quer de graça ou quando apontam erros, dúvidas, incoerências e falácias? Hum!
A CULPA DOS OUTROS II
Pode combinar o seguinte? A melhor propaganda é a presença do público. Então se deve culpar o público, esse ingrato, inclusive o beneficiado pelas tais obras, ausente destas encenações (espetáculos mal arranjados e promovidos, de custo certo para todos os gasparenses). Culpar os outros é fácil. Até a Assessoria de Comunicação esteve ausente de atos e calendário oficiais. Se ela que é paga (por nós), é da máquina de moer verdades e realidade se omite por preguiça, por falta de agenda e compromisso, qual a razão de exigir dos outros a divulgação do que não é notícia nem na Assessoria?
A CULPA DOS OUTROS III
Está na hora dos políticos e gestores públicos compreenderem que a imprensa (e os jornais daqui) não foi feita para ficar de joelhos; mendigando reconhecimento da audiência e influência que realmente possui, bem como refém das mirradas verbas pública. Quanto mais sacaneiam e insistem na troca, o poder público mais fortalece o senso crítico, a credibilidade. E isso é bom para todos: os veículos buscam alternativas de sobrevivência, encorajam-se na independência; a sociedade tem um noticiário mais saudável, independente e crítico.
A CULPA DOS OUTROS IV
Em Gaspar, há uma escolha preferencial por analfabetos, ignorantes, desinformados. Eles são emprenhados pelos ouvidos naquelas entrevistas sem perguntas das rádios. Do que se reclama e se culpa, então? No ano que vem, abrem-se os cofres e as exigências heterodoxas para salvar o mundo e a pele da companheirada sem emprego, inundando propaganda oficial e paga contra a memória curta de todos, principalmente dos eleitores. Pois o ex-assessor do PT daqui e hoje prefeito de Brusque, Paulo Roberto Eccel, usou essa fórmula e está sendo cassado. Então!
TRAPICHE
Roberto Basei deixou o PSC. O presidente do diretório até sonhou ser candidato a deputado estadual.
Quem não acredita ou não quer o Anel de Contorno de Gaspar? O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. Na reunião da AMMVI que definiu as prioridades dos prefeitos junto ao governo do estado para o Médio Vale, nada se falou sobre o Contorno. Zuchi estava presente. Aplaudiu os pedidos dos outros. Hum!
No encontro da quinta-feira da semana passada feito na Câmara de Gaspar, Zuchi não foi. Mandou a vice, Mariluci Deschamps Rosa, PT. Líder que é líder e quer o melhor para a sua cidade não manda emissários sem voz. Ergue a sua em defesa da comunidade e seu futuro.
Outro ausente do mesmo balaio: o presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP. Como se vê, Executivo e Legislativo estão unidos. Estão de costas para a cidade. E por birra.
Quem também estava ausente? O prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, PSDB. Ele faz o jogo dos blumenauenses, apesar do Contorno beneficiar a vizinha. Napoleão defende que a ponte do Bela Vista vá para o SESI e que o dinheiro do governo do Estado para o Contorno seja usado para endireitar e duplicar a tortuosa e estreita Silvano Cândido da Silva para ser uma ligação expressa dos blumenauenses com a BR-470.
Aliás, o governador Raimundo Colombo, PSD, vê com simpatia essa ideia dos blumenauenses. Simplesmente porque lá essa ideia tem defensores unidos e de peso (inclusive na imprensa) e lá há mais votos do que aqui. Nem mais, nem menos.
Quem não veio entre os cinco deputados estaduais que estiveram aqui? Ismael dos Santos, PSD, o queridinho de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e Ana Paula de Lima, que manda no PT daqui. Então...
Quem defende novos projetos para o Anel, enrola, só quer adiar a obra, dar dinheiro público para empresas de projetos. A Iguatemi Engenharia já embolsou quase R$ 2 milhões por esse e que se ameaça nem sair do papel. Ou seja, não falta projeto, mas decisão.
A Acib, convidada, não veio. Ela é quem lidera o caso da troca das pontes e a nova via expressa para Blumenau. O presidente de fato da aparelhada Acig, José Eduardo de Souza, não apareceu. Incrível. O presidente da CDL, Valmir Castanha, deu o recado pelas entidades.
Quem foi convincente na reunião? Um cidadão, gasparense da gema, sem filiação partidária: Élcio de Souza. Gaspar precisa de mais Élcios de Souza. E de Andreias Symone Zimmermann Nagel, que organizou o evento, sob tempestades e boicotes. Acorda, Gaspar!
Edição 1674
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