Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

07/04/2015

DESAPROPRIAÇÕES I

Há duas semanas os gasparenses souberam que Pedro Celso Zuchi, PT, desapropriou por R$1,00, terras particulares para dar legalidade à meia-boca, com o dinheiro dos gasparenses, a um loteamento particular e clandestino. O caso é grave. Pode dar complicações sérias para o prefeito, incluindo a sua cassação por improbidade administrativa. Essa prática, todavia, a de beneficiar amigos e prejudicar quem não gravita, beneficia-se ou lhe puxa o saco, é antiga. E a lista é grande. Quase todos na cidade sabem desse jogo de dois pesos e duas medidas. É um processo de vingança e intimidação. É algo que beira o cinismo. E quem paga isso tudo? Os gasparenses nos seus impostos. Dinheiro que falta para o essencial e o prioritário. 

DESAPROPRIAÇÕES II

Zuchi desapropriou as terras da massa falida da Sulfabril para lá instalar o loteamento das casinhas de plástico. Local inapropriado. Fez ao preço que queria; não ao que valia. Nem quis conversa com os operários da empresa que precisam do dinheiro das verbas que a Sulfabril lhes deve. Resultado? O representante do Partido que se diz dos Trabalhadores prejudicou os trabalhadores da massa falida. Mais. Está prejudicando e por anos a fio, gente que ficou sem teto na catástrofe ambiental de 2008. Torna-a refém de manobras políticas eleitorais onde tudo por lá é precário. Por conta dessa falta de regularização, não se tem esgoto, drenagem pluvial, calçadas, ruas pavimentadas, áreas de lazer e nem número oficial nas casas. Faltou o mínimo: projeto e dinheiro oficial federal. Incrível. 

DESAPROPRIAÇÕES III

A outra é para satisfazer o falso discurso do pobre contra o rico. Para dar uma lição e humilhar a família Fritzche (que já foi dona da Sulfabril), desapropriou a preço de banana a Fazenda Juçara para transformá-la na ?Arena Multiuso?. A ideia da Arena é boa, mas feita sem planejamento. Tem endereço: os amigos. Outros precisam de malabarismos para dar utilidade comunitária àquela área. Discursos e entrevistas. A briga na Justiça por birra do PT e de Zuchi traz insegurança para todos. Tudo lá é incerto. A conta será alta. Quem vai pagar o verdadeiro preço daquela área? Os gasparenses com os pesados impostos e que faltam à saúde, educação, obras... Não será o PT, nem Zuchi, nem seus amigos ou a claque que o aplaude nestes devaneios. 

DESAPROPRIAÇÕES IV

Para se vingar da saída da sede da sede administrativa nacional Bunge daqui, Zuchi, orientado, fez o mesmo. Quando ela pôs à venda aquele portentoso prédio que era a sua sede, a prefeitura melou a comercialização. Fez uma declaração de utilidade pública para fins de desapropriação. E uma lei aprovada na Câmara autorizou a compra dele pelo município. Isso abortou a intenção imobiliária da Bunge de se desfazer do prédio. A prefeitura fez propaganda, discurso. Balela. Tudo bem tramado. Não comprou nada até hoje. Não tem condições. Não possui sequer as garantias para o negócio. E no fundo nunca teve intenção de compra. Apenas armou uma lição para o prejuízo da Bunge. Afinal, quem vai comprar um prédio que está com uma lei de compra a favor da prefeitura e traz insegurança jurídica ao comprador? Acorda, Gaspar!

 

fotopg7herculanoGG.jpgNesta reunião, os prefeitos do Médio Vale do Itajaí estão com os deputados que representam a região. Eles elencaram as obras ou ações prioritárias no âmbito da AMMVI. O Anel de Contorno passou batido. O povo de Gaspar, também. 

TRAPICHE

Valmir Castanha era o presidente da CDL. Nome novo e diferente. Já foi enquadrado e pulou fora. O presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP, ausente, da reunião que tratou do Anel de Contorno, quer que a entidade se retrate pelo que Valmir disse naquela reunião, quando ainda era presidente. 

Na Acig, o rolo é maior e pode parar na Justiça. O PT, via Ampe, aparelhou a entidade. Pôs lá José Eduardo de Souza como presidente. E sacou do Conselho ? agora diz que foi ?esquecimento? ou ?falha? da antiga diretoria ?, os ex-presidentes executivos. É assim que obriga o estatuto. Ele não foi cumprido. Esta história eu já contei aqui em ?O Estatuto Ferido?. E o pessoal do paço e do PT ficou exaltado. 

Pior. O ex-presidente da Acig, Samir Buhatem, um dos sacados do Conselho, resolveu se inteirar melhor do assunto. Pediu as atas e as listas de presenças das eleições de 2012 e 2014. Elas são públicas, pois a Acig é uma entidade pública. O presidente de fato, José Eduardo, pois de direito não pode ser até isso se regularizar, ordenou aos seus que nada fosse remetido a Samir. Então, pela falta de transparência, continuará sendo presidente de fato, sem poderes e a Acig, uma entidade fantasma, sujeita a intervenção. Uma mancha na sua história. Tudo para ter um dono partidário. 

E como os políticos no poder fazem para ter os empresários calados e prostrados? Inventam longas e despropositais fiscalizações. 

O vereador Giovano Borges, PSD, virou amiguinho do PT achando que levaria vantagens. E por conta disso ficou exposto no caso da drenagem da rua Amazonas, no Bela Vista. Não deve conhecer bem a tática do PT nestes: as vantagens, quando existem, já estão marcadas. 

Primeiro Giovano culpou a empreiteira Ramos, de Blumenau. Ela ganhou a licitação. Mas não pode fazer nada. A verba da emenda parlamentar de Décio Neri de Lima, PT, não chegou no tamanho e tempos prometidos. Depois, como paliativo e para abafar o caso em favor dos políticos e do PT de Gaspar, o próprio Giovano convenceu o pessoal do Bela Vista comprar uma motobomba; mais: sugeriu mudar o projeto e ligar a velha com a nova drenagem. Nada funcionou.  As inundações continuaram, e segundo ele, a qualquer ?mijadinha? [de São Pedro?]. 

Na última sessão da Câmara, Giovano, cansado, enganado e usado, resolveu, finalmente, tirar a máscara e trocar de lado: deixou de defender o PT e preferiu o seu povo, sofrido, afogado e sem esperanças. E foi fundo, como nunca se viu antes. 

?É falta de interesse. É uma grande enrolação. Chega de tapinhas nas costas. Será que é uma armação para queimar politicamente a gente [se referindo a ele e desacreditado, contra os representantes do PT, os verdadeiros embusteiros]? Será que a Ana Paula Lima [deputada e mulher de Décio Neri] sabe o quanto isso representa? As eleições  de 2016 e 2018 estão aí?, desabafou Giovano. O vereador Antônio Carlos Dalsóchio, cunhado de Pedro Celso Zuchi, PT, e o presidente do partido e líder da bancada petista na Câmara, José Amarildo Rampelotti, ficaram atônitos, nervosos e sem argumentos. Acorda, Gaspar! 

Edição 1675

Comentários

Herculano
09/04/2015 22:08
PRÊMIO MANDRAKE 2015

Manchete do portal Uol: PT avalia que Vaccari "passou pelo teste" da CPI da Petrobras.

Ou seja, o PT sabe que Vaccari está metido numa grande confusão e foi a CPI da Câmara enganar todo mundo. E como o mágico, ludibriou e fez a felicidade da plateia amigo.

Até ratos apareceram e desapareceram, como os coelhos e pombas das cartolas.
Herculano
09/04/2015 16:47
O QUE O GOVERNO SEM RUMO E UM CONGRESSO FEITO DE POLÍTICOS IRRESPONSÁVEIS ELEITOS POR NÓS ESTÁ FAZENDO PELA ECONOMIA O NOSSO FUTURO: FITCH REDUZ PERSPECTIVA DO BRASIL DE ESTÁVEL PARA NEGATIVA

Apesar disso, agência de classificação de risco manteve a classificação do rating brasileiro em "BBB", a penúltima nota de grau de investimento

A agência de classificação de risco Fitch revisou nesta quinta-feira a perspectiva do rating do Brasil para negativa, ante estável, citando a contínua fraqueza econômica no país, maior desequilíbrio macroeconômico e deterioração fiscal. A Fitch manteve a classificação do rating brasileiro em "BBB", a penúltima nota de grau de investimento, mas citou como riscos a dificuldade em consolidar o ajuste fiscal, o crescimento fraco contínuo, a confiança reduzida no governo e o crescente endividamento do governo.

"Embora o governo tenha iniciado um processo de ajuste macroeconômico para melhorar a credibilidade política e a confiança, persistem riscos relacionados à sua implementação efetiva e durabilidade, especialmente no contexto de um ambiente econômico e político desafiador", avaliou a Fitch.

A mudança da perspectiva do Brasil de neutra para negativa sinaliza que de doze a dezoito meses haverá uma decisão sobre a nota soberana do país, disse Shelly Shetty, diretora de rating soberano para a América Latina da Fitch, em entrevista à Agência Estado. "Alterações de rating podem acontecer antes, e alguns casos já ocorreram, mas não é comum", ponderou.
Juju do Gasparinho
09/04/2015 16:45
Prezado Herculano:

Ontem me lembrei do Luciano da Cunha.
Pensei, por onde andará este garoto?

"O bom filho a casa torna".
Herculano
09/04/2015 16:40
CADA VEZ MAIS PERTO

Conteúdo é da coluna Guarda-sol, publicada no Sol Diário, editado por Dagmara Spau. Fraude em licitação: Mandados de prisão foram cumpridos em Navegantes e Bombinhas

Os dois mandados de prisão expedidos pela Justiça a pedido do Ministério Público de Santa Catarina, que investiga suspeitas de fraude em licitação em Navegantes, foram cumpridos em locais diferentes. Um na própria cidade de Navegantes e outro em Bombinhas, onde estava um dos suspeitos.

Até 11h da manhã desta quinta-feira faltava cumprir apenas um mandado de busca e apreensão. Os demais já haviam sido concluídos.

A investigação foi tocada pelo promotor Diego Pinheiro, titular da 3ª Promotoria de Justiça de Navegantes - que é responsável por processos criminais e que envolvem moralidade administrativa.

Até agora o MPSC não divulgou os nomes dos presos, nem a licitação em que há suspeita de fraude. Segundo informações preliminares, as suspeitas incluem ainda associação criminosa e coação no curso da investigação
Herculano
09/04/2015 15:45
DISTO ELES ENTENDEM E DETESTAM CONCORRÊNCIA. EDUARDO CUNHA DETERMINA DEMISSÃO DE SEVIDOR QUE SOLTOU RATOS NA REUNIÃO DA CPI FEITA PARA OUVIR O TEATRO DO TESOUREIRO DO PT, JOÃO VACCARI NETO

O texto é de Márcio Falcão e Aguirre Talento, da sucursal de Brasília, para o jornal Folha de S. Paulo. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinou nesta quinta-feira (9) que sejam tomadas as providências necessárias para a exoneração do servidor da Casa que soltou uma caixa com cinco ratos provocando um tumulto no plenário da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras.

O funcionário foi identificado como Márcio Martins de Oliveira e está lotado no gabinete da segunda vice-presidência, controlada pelo deputado Giacobo (PR-PR). Ele é servidor comissionado, contratado por indicação política, ocupando a função de assistente de gabinete desde 9 de março e recebe salário mensal de R$ 2.300.

A assessoria do deputado Giacobo informou que ele não tinha conhecimento do fato e que não pode responder pelo atos de funcionários, e confirmou a exoneração.

Antes de ocupar este cargo, Oliveira foi secretário parlamentar do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), entre 12 de abril de 2014 e 8 de março de 2015. Ele já prestou depoimento no departamento de Polícia Legislativa. Acompanhado por seguranças, não falou com jornalistas.

A soltura dos ratos foi organizada por parlamentares de oposição para marcar a entrada do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para seu depoimento à CPI. Logo após a entrada de Vaccari, cercado por seu advogado e uma dezena de parlamentares petistas para demonstrar força e apoio interno, o servidor abriu uma caixa e soltou cinco ratos no plenário, irritando petistas.

O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), pediu que os envolvidos sejam identificados. "Infelizmente tivemos um procedimento infeliz, mas já tomamos as providências. Quero deixar bem claro que nada nos impedirá de dar prosseguimento à reunião. Tivemos procedimento infeliz e nós vamos seguir com a oitiva do senhor Vaccari."

Jorge Solla (PT-BA) acusou o deputado delegado Waldir (PSDB-GO) de ser o responsável pelos episódio. "Isso não pode passar despercebido. O deputado delegado deu a deixa para um comparsa soltar os ratos. Quero que isso conste na ata", disse o petista.

O tucano reagiu e eles bateram boca. "Acabei de ser acusado e quero que ele prove isso. Não estou armado aqui. Vou processar ele. Gostaria de estar com algema para prender bandidos aqui".

Os dois parlamentares trocaram gritos de "bandido é você".

O deputado Ricardo Izar (PSD-SP) solicitou para ficar com os animais. Segundo ele, foram soltos na CPI: dois esquilos da mongólia, dois ratos cinzas e um hamster.

'CIRCO'

Relator da CPI, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) reclamou do que chamou de "circo armado".

"Quero deixar aqui minha insatisfação com a ação encomendada que depõe contra o Parlamento. O circo armado mostra o nível que nos encontramos. Há aqueles que reclamam da aprovação do governo, mas as pesquisas mostram que a aprovação do Parlamento é ainda pior. Este circo armado que depõe contra o parlamento, que é essencial à democracia e ao debate."

Vaccari está sendo processado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal e é apontado por delatores do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras como arrecadador de propinas de empresas contratadas pela estatal.
sidnei luis reinert
09/04/2015 13:00
Bomba! Ex-gerente da Petrobras liga Lula à máfia do jogo do bicho

https://www.youtube.com/watch?v=SjAzJza3ZLY

Segundo o ex-gerente da Petrobras, Geovane de Moraes, a ligação de Lula com alguns chefões da máfia do jogo do bicho fez o orçamento de patrocínio de eventos da Petrobras saltar de 120 milhões para 1,2 bilhões a partir do governo de Lula, fazendo com que escolas de samba do Rio de Janeiro fossem patrocinadas de forma irregular.
sidnei luis reinert
09/04/2015 12:45
Brasil tragicômico

Reflexões do humorista Marcius Melhem, falando muito sério no programa "Marília Gabriela Entrevista, da GNT, domingo passado, 5 de abril:

"Um povo tão bacana e ao mesmo tempo com tanta coisa errada... Tanta coisa por fazer, tão atrasado. Estão lá atrás em diversas coisas fundamentais: saúde, educação, cidadania... Os lugares comuns que a gente aponta. E provavelmente nossos netos estarão aqui falando a mesma coisa. Temos uma classe política do pior nível possível, preocupada apenas com o seu próprio jogo de poder, sem ter um projeto para este País. Então é um País tragicômico. A gente tem muitas alegrias, geralmente as espontâneas que vêm do povo, ou as belezas naturais, que não dependem da gente".

"A nossa classe política, das pessoas que estão lá, você vê um extrato muito pequeno que realmente está ali tentando fazer alguma coisa de positivo, de construção de uma identidade desse País e de melhoria efetiva. O resto ali é puro jogo de poder. É gente criando crise ou abafando crise para sair bem dela, entendeu?"
luciano da cunha
09/04/2015 12:33
Brasil à vagas na profissão de assaltantes e ladrões.
Faz 2 meses que um cidadão de blumenau foi assaltado e roubado a sua moto.
No mesmo dia o assaltante foi capturado e 2 dias depois solto.
Detalhe a moto recuperada ainda não foi entregue ao dono pois aguarda pericia.o cidadão usa a moto no trabalho.
Ser bandido no Brasil é mais seguro e lucrativo do que ser honesto e trabalhador. O assaltante ainda esta solto.matéria da ric record no dia 09/04/15.
Herculano
09/04/2015 08:31
ALGUMAS PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A TERCEIRIZAÇÃO APROVADA NA CÂMARA E QUE AGORA VAI AO SENADO


1) Os direitos dos trabalhadores terceirizados são os mesmos dos empregados fixos da empresa contratante?

Os funcionários terceirizados devem ser contratados pela CLT, com direito à férias, INSS, FGTS, mas empresas podem não oferecem outros benefícios, como plano de saúde, por exemplo.

2) Quem responde pelos direitos do trabalhador terceirizado?

A empresa principal vai reter parte da receita para garantir pagamento de direitos trabalhistas, caso não sejam honrados pela terceirizadora. Ela também poderá responder à Justiça, de forma solidária, se não fiscalizar o recolhimento de tributos.

3) Ao fim de um contrato, que direitos o trabalhador terceirizado terá?

Todos os direitos previstos na CLT, como multa do fundo de garantia, pagamento proporcional de férias, 13º salário e outros benefícios devidos, que devem ser pagos pela terceirizadora.

4) Se a empresa romper o contrato com a terceirizadora, quem vai garantir nível de emprego dos terceirizados? Todos funcionários serão demitidos imediatamente?

Não há garantia contra demissão prevista em lei nesse caso. No entanto, o trabalhador poderá ser recontratado por uma nova empresa para prestar o mesmo serviço, se houver demanda.
Herculano
09/04/2015 08:29
PT RECORRE AO SUPREMO PARA ANULAR VOTAÇÃO

A bancada do PT recorreu ao STF para tentar anular a votação do projeto da terceirização na Câmara. O argumento é que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atropelou as regras regimentais ao levar o texto à votação.

Após a aprovação, o ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral) criticou o projeto, argumentando que ele abre espaço para a precarização das relações de trabalho.

Para a CNI, a aprovação é um passo importante para garantir segurança jurídica a milhares de empresas e 12 milhões de trabalhadores prestadores de serviços no país.
Herculano
09/04/2015 08:14
O RISCO DA RENÚNCIA DE FATO, por Vera Magalhães para o jornal Folha de S. Paulo

No domingo, de novo, centenas de milhares de pessoas prometem ir às ruas em todo o país para entoar o "fora, Dilma". As condições para o impeachment não estão configuradas, mas a presidente renuncia um pouco a cada dia a suas atribuições e prerrogativas.

Se de início Dilma Rousseff já havia investido Joaquim Levy de plenos poderes para levar a cabo o ajuste fiscal, implodindo toda a política econômica de seu primeiro mandato, agora assina uma procuração transferindo a seu vice, Michel Temer, a articulação política do governo.

Trata-se, nos dois casos, de uma delegação às cegas, sem nenhuma certeza de que os dois conseguirão "entregar" tanto o necessário superávit de 1,2% do PIB quanto a perdida governabilidade no Congresso.

Mas o dramático é que não resta à recém-reeleita presidente da República outra saída a não ser terceirizar sua autoridade a fundo perdido.

O mesmo se dá na escolha do ministro do Supremo Tribunal Federal na vaga aberta há inacreditáveis oito meses. Dilma não tem autonomia ou segurança para indicar o nome que ela julgue ter as credenciais para a mais alta corte do país.

A escolha seguirá um humilhante roteiro que inclui: 1) não ter relação com o PT; 2) agradar ao presidente do Senado, Renan Calheiros, 3) contemplar os demais ministros do STF, e 4) não causar guerra no STJ, tribunal de onde pode sair o "eleito" e onde ficarão ao menos seis preteridos.

É quase impossível preencher todos esses critérios, que só podem ser impostos a um presidente que caminha perigosamente para uma renúncia de fato, ainda que não de direito.

O maior medo do PT e do governo, hoje, é Dilma abdicar da Presidência sem que oposição, as ruas ou o PMDB precisem desencadear o impeachment. É urgente resgatar a autoridade pessoal da presidente e seu respaldo em ao menos alguns setores da sociedade, sem o que não há ajuste fiscal e articulação política que garantam o sucesso de seu mandato.
Herculano
09/04/2015 08:07
CAPITAL SOBE, TRABALHO DESCE, por Bernardo Mello Franco

A luta de classes pode não ser mais o único motor da história, como dizia um filósofo alemão no século 19. Mas voltou a mostrar a cara no Congresso, que prepara um "liberou geral" para a terceirização da mão de obra no país.

O conflito entre capital e trabalho raramente esteve tão às claras. Os empresários, que financiam as campanhas, fazem pressão para aprovar o projeto. Os sindicalistas, com as exceções de praxe, tentam fazer barulho diante da derrota anunciada.

Na terça-feira, as duas tropas receberam tratamentos desiguais na Câmara. O presidente da Fiesp percorreu gabinetes e cochichou nos ouvidos de deputados. Os militantes da CUT ficaram barrados do lado de fora, onde trocaram sopapos com a polícia e inalaram gás lacrimogêneo.

A mudança terá impacto sobre milhões de brasileiros, mas nenhum deles foi autorizado a acompanhar o debate de ontem nas galerias. O presidente Eduardo Cunha recusou apelos para adiar a votação. "Se precisar, ficaremos aqui até as três da manhã", anunciou, em tom imperial. Não precisou: a fatura foi liquidada pouco antes das 21h. A favor do lobby empresarial, é claro.

A terceirização pode elevar a produtividade de alguns setores, mas exercerá forte pressão para reduzir direitos e salários. Os trabalhadores, que já sofrem os efeitos da crise, deverão ser ainda mais sacrificados.

É uma ironia da história que a proposta seja aprovada em uma gestão do PT, que perdeu o controle do Congresso. Antes de assumir o poder, Fernando Henrique Cardoso prometeu acabar com a Era Vargas. Mexeu na Previdência, mas manteve as regras da CLT. As leis trabalhistas do velho Getúlio começam a ruir agora, em pleno governo Dilma Rousseff.

***
De um senador petista sobre a queda de Pepe Vargas, que é visto como amigo da presidente: "A Dilma não gosta de ninguém. Só do neto dela, o Gabrielzinho..."
Herculano
09/04/2015 08:04
ELES PASSARÃO E ANOSSA DEMOCRACIA PASSARINHO, por José Serra, PSDB, senador por São Paulo

Completam-se por estes dias 30 anos de regime democrático no Brasil. Não há dúvida de que o País avançou bastante no período. Temos muito mais liberdade e justiça. O progresso social foi acentuado, como demonstram os indicadores de educação, saúde e rendimentos dos mais pobres.

A superinflação, deflagrada pelo choque externo do começo dos anos 1980, com seus três ou quatro dígitos anuais, foi vencida a partir dos governos Itamar e FHC. Isso se deu com ampliação das conquistas democráticas, ao contrário do que se viu em 1964-1968. E destaque-se o papel fundamental da agricultura brasileira, que se tornou poderosa e altamente competitiva, em escala mundial. Temos, pois, razões para estar satisfeitos pelo caminho até aqui seguido. E nosso papel é cercar as margens de erro rumo ao futuro e evitar armadilhas.

Há, desde logo, um pesado déficit que coincide com a era democrática: o crescimento medíocre do conjunto da economia. Entre 1930 e 1980 crescemos a mais de 7% ao ano; de meados da década de 80 até 2014 essa taxa recuou, na média, a 3%. Mesmo deflacionando os números pelo crescimento da população, declinante no cotejo desses dois períodos, a degradação da performance econômica brasileira é evidente.

Tal degradação se deveu à desindustrialização prematura que atingiu o País, a ponto de a participação da indústria manufatureira no PIB voltar ao nível do imediato pós-guerra: em torno de 12%. Digo "prematura" porque não se trata de fenômeno parecido com o que se viu nos países desenvolvidos, com renda por habitante equivalente a quatro, cinco vezes a nossa. A dinâmica das economias emergentes bem-sucedidas, note-se, é outra: as que mais cresceram nas últimas décadas devem seu desempenho precisamente ao dinamismo do setor industrial.

Sem reindustrializar o Brasil não vamos obter vaga no segundo turno do campeonato das nações. Vivemos num país continental, com 200 milhões de habitantes e renda per capita ainda na casa dos US$ 12 mil/ano (paridade do poder de compra). Por melhor que seja a nossa condição de exportadores de produtos agrominerais, esse vetor nunca será capaz de puxar a produtividade do conjunto da economia, gerar os milhões de empregos de que necessitamos e turbinar as receitas tributárias para cobrir carências sociais e regionais. Não é uma questão de gosto, mas de fato. Aliás, a propósito da utopia da economia primário-exportadora como o principal fator do desenvolvimento brasileiro, vale ler o interessante artigo de Ilan Goldfajn publicado nesta página terça-feira: a tendência de longo prazo dos preços internacionais de alimentos é de lento e persistente declínio em termos reais.

Em parte, a desindustrialização prematura se deveu a uma combinação de quatro fatores, com pesos diferentes ao longo do tempo: 1) O mau entendimento das mudanças no mundo rumo a maior abertura comercial e ampla e irresistível liberdade para movimentos de capitais; 2) a superinflação e suas consequências; 3) as ideologias, à esquerda e à direita, que menosprezam políticas coerentes de desenvolvimento; e 4) o despreparo e pura inépcia do governo.

Um dos problemas mais graves que decorrem de políticas públicas deficientes se revela no custo Brasil, que expõe nossa baixa competitividade em relação à média dos parceiros comerciais. Os produtos manufaturados brasileiros são 25% mais caros do que poderiam ser não por ineficiência empresarial - nas condições dadas, há eficiência -, mas por causa das carências de infraestrutura, das despesas financeiras e de uma tributação aloprada. Para arremate dos males, subsistiu durante boa parte dessas três décadas a sobrevalorização cambial.

Há um custo que tem sido subestimado pelos analistas que é a conversão reacionária do PT. O que quer dizer? Explico: associado ao declínio econômico e aos fatores que o provocaram, assistimos, com a ascensão do partido ao poder, ao fortalecimento e ao infeliz aggiornamento do patrimonialismo, que tanto infelicitou a História brasileira. Ele se expressa de dois modos principais: 1) Com a formação de uma espécie de burguesia do capital estatal; e 2) com a submissão da máquina do Estado a instrumentos que servem à manipulação eleitoral e aos desvios de recursos públicos para partidos e indivíduos. Vejam o calvário da Petrobrás.

A crise de representatividade da democracia brasileira, cujo primeiro sinal foram as manifestações populares de meados de 2013, chegou ao seu ponto máximo neste semestre. Tudo de ruim veio junto, começando pela percepção generalizada do estelionato eleitoral.

Reeleita, Dilma não conta com um fator que costuma beneficiar um novo governante: o crédito de confiança. Como dispor dele, depois de quatro anos de tropeços que só agravaram a herança recebida do governo Lula-Dilma? Herança que, diga-se, já não era leve no início de 2011: real supervalorizado, déficit externo crescente, rigidez fiscal, investimentos industriais em declínio e subinvestimento na infraestrutura. E isso tudo se dava apesar da notável bonança externa, derivada do boom de preços de nossas commodities. Paradoxalmente, esses preços elevados serviram para desequilibrar ainda mais a economia brasileira.

O panorama hoje é especialmente perverso: queda da produção; inflação renitente, com viés para cima; déficit público em ascensão, caminhando para 8% do PIB; déficit externo idem, rumo aos 4,5% do PIB; juros siderais e desemprego como drama anunciado. A cereja amarga desse bolo maligno fica por conta do monitoramento feito pelas agências internacionais de risco. Os petistas já devem andar com saudades do FMI...

A má notícia é que atravessaremos, sim, dias difíceis. A boa notícia é que os críticos relevantes dessa governança capenga entendem que não há saída fora das regras da democracia, essa respeitável senhora de 30 anos.

Eventuais tentações autoritárias revelam-se, isso sim, é no discurso dos poderosos de turno. Mas, como diria o poeta Mário Quintana, também eles "passarão" e o regime democrático "passarinho". E ele canta bons amanhãs.
Herculano
09/04/2015 07:58
UMA OBRA SEM FIM

Depois de três anos em obras permanente, devido a erros de projeto num local de solo inadequado, a creche Durvalina Fachini, no bairro Sete, finalmente foi inaugurada.

Mas, recomeçaram mais uma.
Herculano
09/04/2015 07:56
PROPINA DA UTC PODE TER SIDO PARA O SETOR ELÉTRICO, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Pode ter sido feito a pessoas ligadas a empresas públicas do setor elétrico o pagamento de propina realizado pela empreiteira UTC, após a deflagração da Operação Lava Jato. O pagamento foi revelado pelo juiz Sérgio Moro, em informação ao Supremo Tribunal Federal, mas ele não especificou a área à qual o suborno foi destinado. A UTC participa de obra importante nessa área: a montagem da usina nuclear Angra 3.

Diga-me com quem anda
A montagem de Angra 3 é tocada por um consórcio que inclui enroladas na Lava Jato, como Camargo Corrêa, Odebrecht e UTC.

Faturamento bilionário
Só a primeira fase da usina nuclear de Angra 3 custou ao contribuinte R$ 2,9 bilhões. Incluindo as gorjetas milionárias, naturalmente.

Se gritar "pega ladrão"...
O esquema de corrupção nas estatais do setor elétrico "é muito maior" que o petrolão, segundo Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras.

Eletrolão, a missão
Sob delação premiada, Dalton Avancini e Eduardo Leite, da Camargo Corrêa, contaram parte da ladroagem nas estatais do setor elétrico.

CUT TERCEIRIZA MANIFESTAÇÃO EM BRASÍLIA A R$ 45
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) terceirizou o protesto contra o projeto de lei que amplia exatamente a possibilidade de terceirizar a mão de obra em empresas públicas e privadas. Para fazer número na manifestação de terça (7), a CUT pagou cachê de R$ 45, além de haver fornecido lanche, boné e camiseta (ou colete), com inscrição da entidade, para a pessoas pobres recrutadas na periferia de Brasília.

Recrutamento a laço
Só na região do Sol Nascente, a maior favela do DF, foram recrutadas 30 pessoas e levadas como gado à Esplanada dos Ministérios.

Testemunha
O taxista Wanderson Carvalho, que faz ponto no Anexo 4 da Câmara, testemunhou à rádio BandNews a ação dos manifestantes de aluguel.

Trinta moedas
Há em Brasília escritórios recrutando pobres diabos que empunham bandeiras e vestem camisetas em troca de trinta moedas dos pelegos.

Quem pagou, levou
A Operação Zelotes apurou que membros Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) procuravam contribuintes autuados oferecendo os "serviços" de redução das multas. Muitos fecharam negócio. E quem não pagou, como o Bradesco, perdeu de goleada (6x0) no Carf.

Aversão
Dilma ainda admite nomear Henrique Alves e até pensou colocá-lo na articulação, desde que não tivesse de lidar com ele. Depois mudou de ideia. Vira e mexe, ela lembra que "orçamento impositivo" foi ideia dele.

Temer foi plano de Lula
Lula é o mentor do plano que derrubou Pepe Vargas e entregou ao vice Michel Temer a articulação política do governo Dilma. Ele anda em pânico com as eleições municipais de 2016 e as presidenciais de 2018.

Mercadante, o encosto
Foi objetivo de Lula, sugerindo Michel Temer, tirar da articulação o trapalhão Aloizio Mercadante (Casa Civil), que afasta o governo do Congresso cada vez que abre a boca para falar ou tratar de política.

Grande assessor
Ex-secretário-geral da mesa diretora da Câmara, Mozart Viana tem boas relações com parlamentares, mas sua presença na articulação será, no máximo, como na assessoria a Michel Temer. "Conhecer deputado não é saber fazer política", lembra Hugo Motta (PMDB-PB).

Indicado de Lula
O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, voltou a ganhar força para ocupar a vaga de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal. Também negro, ele é o preferido de Lula.

Chega de vergonha
Humilhado por Dilma, que procurava substitutos sem que ele soubesse, o gaúcho Pepe Vargas nem pôde fazer malcriação: precisava de outro cargo, no governo, para não sair do vexame direto para a planície.

Terrorismo
A agressiva pelegada da CUT levou pânico aos servidores do gabinete do deputado Laércio Oliveira (SD), xingando-o e gritando palavras de ordem, por ele haver desarquivado o projeto da terceirização.

Façam suas apostas
O paciente vice-presidente Michel Temer ficará na articulação política do governo até o primeiro, o segundo ou o terceiro grito da Madame?
Herculano
09/04/2015 07:03
DILMA DIZ QUE PROPINAS DA PETROBRÁS NÃO IRRIGAM AS CONTAS DE SUA CAMPANHA, por Josias de Souza

Em entrevista à repórter Patricia Janiot, do canal em espanhol da tevê norte-americana CNN, Dilma Rousseff disse ter "certeza" de que o dinheiro desviado da Petrobras não chegou ao caixa do seu comitê de campanha. A emissora divulgou em seu site um trecho da conversa. Eis o que declarou Dilma ao ser indagada sobre a hipótese de uso de dinheiro sujo no financiamento das despesas do seu comitê:

"Se dinheiro de suborno chegar a alguém, essa pessoa tem que ser responsabilizada. É assim que tem que ser. Eu tenho absoluta certeza que a minha campanha não tem dinheiro de suborno. Isso não significa que eu me coloque acima de qualquer brasileiro, cidadão ou cidadã. Eles têm que prestar contas do que fazem. E eu prestei. Para quem? Para o Tribunal Superior Eleitoral. Entreguei todas as minhas contas de campanha. Elas foram auditadas e foram aprovadas."

Dilma foi citada em depoimentos de dois delatores da Lava Jato: o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleito Alberto Youssef. Mas o ministro Teori Zavascki, do STF, avalizou o entendimento do procurador-geral Rodrigo Janot, para quem não é possível abrir investigação contra a presidente. Primeiro porque não haveria indícios que justificassem o inquérito. Segundo porque as menções referem-se a fatos da campanha eleitoral de 2010, antes de Dilma ser empossada no primeiro mandato, em janeiro de 2011.

Segundo Janot, a Constituicão, no parágrafo 4º do artigo 86, anota que um presidente da República, no curso do mandato, não pode ser processado por atos não relacionados ao exercício das suas funções. O procurador-geral realçou que essa proibição para a abertura de investigação é uma imunidade temporária. Prevalece enquanto durar o mandato.

O delator Paulo Roberto contou que, em 2010, o doleiro Alberto Youssef lhe trouxe um pedido do petista Antonio Palocci, então coordenador da campanha presidencial de Dilma. Queria que fossem cedidos do caixa de petropropinas do PP, o Partido Progressista, R$ 2 milhões para a camanha de Dilma. Youssef foi autorizado a realizar o repasse. Ouvido, o doleiro negou que tivesse transferido o dinheiro.

Janot requereu ao ministro Teori que devolvesse à primeira instância do Judiciário esse pedaço do processo, para que seja apurada a conduta de Palocci. Foi atendido. Caberá ao juiz Sérgio Moro, que cuida da Lava Jato em Curitiba, perscrutar o suposto elo entre a roubalheira e a caixa registradora do comitê de Dilma-2010.

Dilma foi citada também em depoimento do doleiro Youssef. Ele afirmou que a presidência da Petrobras e o Palácio do Planalto sabiam do propinoduto que drenava verbas da estatal. Seus inquiridores perguntaram a quem se referia quando citava o Planalto. E o doleiro: Presidência da República, Casa Civil e Minas e Energia. Youssef foi aos nomes: Lula, Gilberto Carvalho, Ideli Salvatti, Gleisi Hoffman, Dilma Rousseff, Antonio Palocci, José Dirceu e Edison Lobão.

O procurador Rodrigo Janot avaliou que não há nessa declaração do delator Youssef indícios mínimos de que as autoridades citadas soubessem dos fatos. Na falta de evidências mais explícitas, achou que não seria o caso investigar.

De resto, a Operação Lava Jato alcançou tambem o atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção e lavagem de dinheiro, Vaccari foi convertido em réu pelo juiz paranaense Sérgio Moro, que converteu a denúncia dos procuradores em ação penal. O gestor das arcas do PT terá de responder à acusação de que recebeu propinas provenientes da Petrobras em nome do PT.

Vaccari e o partido não negam o recebimento de verbas de empresas pilhadas no cartel que fraudou licitações na Petrobras. Alegam, porém, que foram doações legais, devidamente informadas à Justiça Eleitoral. A Procuradoria sustenta que parte do dinheiro surrupiado da estatal petroleira foi lavado por meio de supostas doações de campanha. A despeito de tudo isso, Dilma disse à CNN ter "certeza" de que não passaram verbas de má origem pela caixa registradora do seu comitê.
Herculano
08/04/2015 21:46
PT, GOVERNO E SUA ARTICULAÇÃO POLÍTICA COM O VICE MICHEL TEMER PERDEM MAIS UMA PARA A CÂMARA E EDUARDO CUNHA. TEXTO FINAL DA LEI DA TERCEIRIZAÇÃO É APROVADO PELOS DEPUTADOS

As emendas e destaques para supressão de pontos do texto serão apresentadas até a próxima terça-feira.

Conteúdo do Correio Braziliense. A Câmara dos Deputados aprovou o texto principal do Projeto de Lei nº 4.330 de 2004, que amplia as possibilidades de contratação de mão de obra terceirizada no país. Na sessão, que terminou na noite desta quarta-feira (8/4), 334 deputados votaram a favor, 137 contra, e dois se abstiveram.

Atos contra projeto de terceirização ocorrem em várias capitais do país
As emendas e destaques para supressão de pontos do texto serão apresentadas até a próxima terça-feira (14/4). A votação desses pontos será feita na semana que vem. "O prazo permite que todos conheçam as emendas e apresentem os destaques corretos", disse o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Sobre a Lei
O projeto autoriza a terceirização para todas as áreas de empresas. Hoje, a Justiça do Trabalho limita a subcontratação a áreas-meio, como limpeza, segurança e serviços especializados que não tenham relação com o objeto de empresa. A terceirização de funcionários da área-fim é considerada ilegal pela Justiça do Trabalho.

O texto também regulamenta obrigações de empresas contratantes e terceirizadas; exige que a contratante fiscalize o pagamento de encargos trabalhistas pela terceirizada; e obriga as fornecedoras de mão de obra a serem especializadas em um segmento.
Herculano
08/04/2015 20:31
da série: desmoralizado e desmascarado, PT mostra a outra face o que discrimina e separa as pessoas para se manter vivo. Está agora na propaganda oficial e se tornou discurso oficial dos seus porta-vozes novos e históricos.

PAREM DE CHAMAR OS NORDESTINOS DE POBRES E BURROS, por Chico Vigilante

Caiu por terra esta semana um dos principais argumentos usados pela direita reacionária e desinformada deste país ? diariamente repetido como um mantra nas redes sociais ? de que os programas sociais dos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff só servem para estimular a natalidade e o desemprego, e que seus beneficiários são preguiçosos e ignorantes.

A última pesquisa do PNAD/IBGE aponta claramente que nos últimos anos a queda na taxa de natalidade dos 20% da população mais pobre foi maior que a do restante da população. E esse segmento é exatamente o de beneficiários em potencial de programas sociais.

Não há como negar. Basta saber ler e ter capacidade de análise, por menor que seja. Até mesmo o conservador jornal O Globo reconheceu o fato em manchete do último dia primeiro "Queda no número de filhos é maior entre beneficiários do Bolsa Família".

Então, basta! Chamar os nordestinos de pobres e burros é puro preconceito, aliada à mais pura mais fé.

Quantas vezes ouvimos por ai no Facebook ou em mesas de bares da elite brasileira frases do tipo: "esse povo prefere fazer mais filhos para receber mais bolsa escola do que arrumar emprego e trabalhar"; ou "é claro que não querem trabalhar, se trabalharem vão perder a boquinha do Bolsa Família, do Bolsa Escola, esses programas inventados pelo PT pra garantir os votos dos nordestinos sem cérebro".

Segundo os números coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e divulgados pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS), famílias que recebem o benefício do Bolsa Família tiveram menos filhos que a média brasileira entre os anos de 2003 e 2013.

Enquanto o número de crianças de até 14 anos caiu 10,7% no país, entre os 20% mais pobres do país - porcentagem que coincide com o público beneficiário do programa- a queda foi bem maior: 15,7%.

No Nordeste, onde os direitistas adoram afirmar que estão os votos de cabresto dos governos petistas, a mudança foi ainda mais significativa no período analisado: houve uma diminuição de 26,4% no número de filhos gerados entre a população mais carente.

Atribuir aos mais pobres um comportamento oportunista em relação à maternidade, como se essas mães fossem capazes de ter mais filhos em troca de dinheiro é pura hipocrisia.

Beneficiários do Bolsa Família recebem R$ 35 mensais por filho de até 15 anos. Nas famílias extremamente pobres, sem nenhuma renda, esse valor pode chegar até R$ 77.

Tenho certeza que essas pessoas, que se sentam nos restaurantes caros da cidade e entre um petisco e outro fazem este tipo de afirmação, sabem muito bem o que conseguem pagar com R$35,00 ou R$77,00, ou mesmo R$170,00 ( valor médio pago a uma família do Bolsa Família ).

Será que, honestamente, eles acreditam que uma mãe pode pagar todas as despesas de uma criança por mês, com o que eles gastam num almoço ou num jantar? Óbvio que não. Agem irresponsavelmente ou de má fé.

O Portal do Ministério do Desenvolvimento Social resume bem o fenômeno: em dez anos, o número médio de filhos nas famílias mais pobres do país caiu mais do que a média brasileira, o que prova que as mães do Bolsa Família não geram mais filhos somente para ganhar um benefício maior.

Ao analisarmos as tabelas publicadas a nova realidade fica bem clara. A redução de natalidade no Brasil geral foi de -10,7%; entre os 20% mais pobres do país foi de -15,7%; e entre os 20% mais pobres do Nordeste foi de -26,4%.

Mais cristalino é impossível. Nordestino não tem filho só pra se beneficiar de programas sociais. Nordestino pobre tem filho porque é um ser humano, tem inteligência e sentimentos como todo e qualquer brasileiro, seja ele do Norte, Sul, Leste ou Oeste.

Entre os motivos considerados pelo MDS para a queda da fecundidade estão o maior acesso à informação sobre os métodos contraceptivos e a sexualidade, além do aumento da escolaridade da mulher jovem, entre outros.

Parte da mesma teoria direitista, amplamente divulgada pela internet e meios de comunicação, de que os benefícios sociais estimulam a preguiça e que os beneficiários não trabalham, também não podem ser levadas a sério. Trata-se de completa imbecilidade.

Pesquisas mostram que adultos beneficiários participam tanto do mercado de trabalho quanto adultos não beneficiários. Em relação ao Bolsa Família especificamente, três em cada quatro adultos trabalham.

Recente pesquisa do Instituto Data Popular aponta que sete em cada 10 beneficiários do Bolsa Família moradores em favelas trabalham. Ou seja, o benefício médio pago às famílias, de R$ 170 mensais, serve para complementar e não substituir a renda do trabalho.

O Bolsa Família, além de dar mais autonomia às mulheres na decisão da maternidade, trouxe outros impactos positivos, como a diminuição de partos prematuros e queda da mortalidade de menores de cinco anos.

Os resultados foram atingidos graças ao acompanhamento pré-natal para gestantes e ao acompanhamento dos filhos nos postos de saúde, contrapartidas obrigatórias dos beneficiários.

Resumo da Ópera para os inimigos do Brasil de plantão: no lugar de criticar sem fundamentos o Bolsa Família, ou outro programa social, busquem fazer algo pelo bem do Brasil e dos brasileiros. Saiam às ruas para defender a reforma política e o fim do financiamento privado nas campanhas eleitorais; manifestem-se para que Gilmar Mendes tire da gaveta o projeto que lá colocou há mais de ano; lutem contra a precarização das leis trabalhistas em votação no Congresso Nacional. Fiquem atentos aos debates realmente importantes da política nacional. A democracia e a Nação agradecem.
Herculano
08/04/2015 20:23
IVANILDE BATE MAIS UMA VEZ A TENTATIVA E INTENÇÃO DO APARELHAMENTO DO PT DE GASPAR NO SINDICATO RURAL. ELA FOI REELEITA E ESTE ATO DEMONSTRA A FRAGILIDADE DO PT EM GASPAR

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gaspar, Sitrug, Ivanilde Rampelotti, foi reeleita para mais quatro anos à frente da entidade de defesa dos agricultores. Na votação que ocorreu durante toda a quarta-feira, dia 8, na sede da entidade, ela recebeu 244 dos 246 votos - um foi em branco e outro foi considerado nulo.

O PT escalou o secretário de Agricultura, Alfonso Bernardo Hostert, PRB, para desmoralizá-la, montar um candidato e uma chapa para apeá-la do sindicato. Não deu certo. Ele começou a dar entrevistas marcadas nas rádios de Gaspar. No fundo, piorou tudo e acabou se tornando o melhor cabo de Ivanilde. O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, ficou inconformado pela fraqueza e inabilidade do seu pessoal. Queria uma surra. Mas... a surra foi de Ivanilde. Ela trabalha ao invés de montar complôs. Acorda, Gaspar!
Herculano
08/04/2015 20:15
O VALOR DA IMPRENSA

O prefeito de Ilhota, Daniel Christian Bosi, PSD, está possesso. Está inconformado. Ele não conseguiu enquadrar, constranger e comprar o jornal Cruzeiro do Vale, que segundo ele, não é de Ilhota. E não é, mas se interessa por ela. E por isso, não conseguiu encobrir as jogadas que vem fazendo ou deixando de cumprir as promessas de campanha.

Qual a manchete que o portal do Cruzeiro estampa e o Ministério Público ficou de olhos bem abertos? "Após polêmica, Prefeitura de Ilhota cancela edital para aluguel de carros".

Mas, quem criou esta polêmica com a cidade? O jornal livre e sem rabo preso ou o prefeito que se achava livre para fazer o que daria na telha sem seguir a lei, o bom senso e o razoável diante da penúria por que passa a prefeitura de Ilhota?

E o que diz o texto e que se auto-explica? "A Prefeitura de Ilhota cancelou um edital de registro de preços para aluguel de veículos publicado no dia 25 de março. O pregão presencial 26/2015 tinha entrega das propostas prevista para a manhã desta quarta-feira, mas acabou sendo suspenso por decisão do prefeito Daniel Bosi, PSD".

Ou seja, Ilhota está em chamas. E a imprensa livre não é bombeiro
Herculano
08/04/2015 20:04
BOLSONARO ACUSA JEAN WYLLYS DE "HETEROFOBIA" EM AVIÃO

Conteúdo da revista Exame. O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) publicou um vídeo na internet em que diz ter sido "discriminado" pelo também deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ).

As imagens mostram o momento em que Bolsonaro entra num avião e avisa a Jean Wyllys que estará sentado ao seu lado durante o voo. Wyllys então se levanta e muda de assento. "Tô me sentindo discriminado. Imagine se fosse o contrário", diz Bolsonaro, com a câmera na mão.

O deputado Bolsonaro é conhecido por suas posições contrárias aos direitos dos homossexuais e está no extremo oposto político de seu colega Jean Wyllys.

No Facebook, Bolsonaro escreveu: "Surpreendentemente, em clara demonstração de intolerância, preconceito, discriminação e heterofobia, o deputado Jean Wyllys levantou-se e acomodou-se em outro assento".

"Se fosse eu quem tivesse praticado tal atitude, pelo PLC 122/2006 (Senado), que criminaliza a homofobia, estaria sujeito à pena de 1 a 3 anos de reclusão, além da perda do mandato e o fato seria noticiado pela maioria dos telejornais", continuou o deputado. Bolsonaro é contra a criminalização da homofobia.
Herculano
08/04/2015 19:56
DECADÊNCIA? TALVEZ! MAS O QUE FAZ UMA MINISTRA SER REBAIXADA E IR PARA UMA ESTATAL? A GASPARENSE HONORÁRA IDELI SALVATTI DEVE ASSUMIR PRESIDÊNCIA DOS CORREIOS, DIZEM FONTES. PARA LEMBRAR: OS CORREIOS SÃO UMA EMPRESA DECADENTE, BUROCRÁTICA, INEFICIENTE, APARELHADA E ENVOLVIDA PERMANENTEMENTE EM ESCÂNDALOS

Conteúdo do jornal Valor Econômico (join venture dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo), A presidente Dilma Rousseff convidou nesta terça-feira a ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, para assumir a presidência dos Correios.

Ela substituirá o atual presidente da instituição, Wagner Pinheiro, ligado ao PT. Dilma também convidou o ex-ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, para assumir o lugar de Ideli na pasta de Direitos Humanos. Os anúncios oficiais do Palácio do Planalto, formalizando as mudanças no primeiro e segundo escalão, são aguardados para esta quarta-feira.

Ideli é um quadro orgânico do PT, mas ela não assumirá os Correios por indicação do partido. Ela entra na cota pessoal da Dilma, assim como Pepe Vargas, que a presidente teve de substituir para entregar a articulação política ao PMDB, nomeando o vice-presidente Michel Temer para a função.

Durante a campanha, os Correios - estatal vinculada ao Ministério das Comunicações - foram alvo de denúncias de uso político. No mês passado, um relatório técnico do Tribunal de Contas da União (TCU) afirmou que a estatal não poderia ter remetido milhões de panfletos da campanha da então candidata à reeleição, Dilma Rousseff, sem chancela ou comprovante de postagem para São Paulo. O caso ainda não foi a julgamento no plenário da Corte.
Anônimo disse:
08/04/2015 19:27
Herculano, pelo que Roberto Kotcho escreveu - postado às 12:49hs. -
segue o mesmo pensamento de Lulla. DESESPERO!
João João Filho de João
08/04/2015 19:23
Sr. Herculano:

Dei boas risadas com o que postou Roberto Basei.
Que diga-se de passagem coco cheio de moscas.

A Polícia Militar calculou 400 pessoas e as centrais sindicais falam em 800 pessoas na multidão de LuLLa.
Minha dedução, a Polícia contou 2 pernas para cada pessoa.
As centrais sindicais 4 pernas para cada um.
Pra quem vive de quatro para o PT, tem que contar 4 patas para cada
um.

Aceitar ser candidata a prefeita por Gaspar, tem que estar desesperada
pra não ficar sem teta.
Juju do Gasparinho
08/04/2015 19:11
Prezado Herculano:

Pôxa! Só notícias alvissareiras.
As duas que mais me impressionaram:
Postado às 21:51hs. - Reinaldo Azevedo -
"Há um Brasil novo surgindo.
Lula e o PT não perceberam.
Lula e o PT perderam o bonde.
Lula e o PT foram superados pela história".
Lindo!!! É de arrepiar.

Outra, postado às 21:41hs. - Reynaldo Rocha -
"Não há necessidade de impeachment.
Dilma não governa mais o Brasil".
Brasil limpo é Brasil sem PT.

Viva o verde e amarelo. Fora vermelho do inferno.
sidnei luis reinert
08/04/2015 16:48
Presidente do PT expõe quem trabalha para o partido na internet e é pago com dinheiro público; veja:

Em participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, Rui Falcão, presidente do PT, expôs alguns dos blogueiros e jornalistas que trabalham para o PT na internet. O grupo ?Esgotosfera? publicou um vídeo expondo que tais pessoas são pagas com dinheiro público, o qual é oriundo de anúncios de estatais controladas pelo Governo Federal, o que caracteriza uma grave situação: o PT estaria pagando pessoas que defendem um partido, e não o país, com dinheiro de todos os brasileiros, inclusive para atacar opositores e ameaças ao seu projeto de poder. Assista:

https://www.youtube.com/watch?v=DwF07kwnjGQ
sidnei luis reinert
08/04/2015 16:06

De Ronaldo Caiado:

Seis senadores foram coagidos pelo governo federal a retirar a assinatura para a criação da CPI do BNDES. Fernando Ribeiro (PMDB-PA), Ivo Cassol (PP-RO), Omar Aziz (PSD-AM), Otto Alencar (PSD-BA), Rose de Freitas (PMDB-ES) e Zezé Perrela (PDT-MG). Estamos no momento com 22 assinaturas e precisamos de mais cinco. Estou solicitando novamente a lista e vou continuar a minha coleta em nome do povo brasileiro. Espero que o constrangimento que essa notícia colocou sobre o Senado possa ser revertido com a conscientização de meus colegas. Vamos fazer a nossa parte. Precisamos pressionar, convencer, exigir. Qualquer um aqui sabe por que que o governo faz tanta questão de impedir que a caixa preta do BNDES seja aberta. Está na hora de descobrir até onde vai esse poço sem fundo de corrupção no governo petista e essa CPI é o caminho. ?#?CPIdaBNDES? ?#?EuqueroCPIdoBNDES?
Herculano
08/04/2015 16:02
IDELI VAI SER CANDIDATA A PREFEITA DE GASPAR

o que parecia uma zomba feita pelo leitor, ex-funcionário público municipal em Gaspar ponde foi contador, e fundador do Sintraspug, Odir Barni, um peemedebista de quatro costados, está prestes a acontecer: a toda poderosa e feroz petista e gasparense honorária, ex-senadora e ministra de Relações Institucionais, e até daqui a pouco ministra de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, quem diria poderá parar em Gaspar.

E aqui ser candidata a prefeita depois de tantas promessas não cumpridas. É que ela está sendo despachada do ministério e para lá, está indo outro humilhado pela máquina petista, Pepe Vargas, que também nunca articulou nada.

Odir está de bem com a sua bola de cristal.
Roberto Basei
08/04/2015 14:07
As tecnologias e a ciência pelo mundo!

Nos USA uma pessoa nasceu sem pernas, mas o transformaram num maratonista!
No Japão uma pessoa nasceu sem os braços e o transformaram em campeão de Halterofilismo!
No Brasil uma mulher nasceu sem a cabeça, colocaram um coco no lugar e hoje ela é presidente!
Herculano
08/04/2015 13:13
PMDB DA CÂMARA PLENEJA NOVA DERROTA A DILMA APÓS TEMER IR PARA ARTICULAÇÃO

O texto é de Márcio Falcão, da sucursal de Brasília para o jornal Folha de S. Paulo. Um dia após a decisão da presidente Dilma Rousseff de transferir a articulação política do governo para o vice-presidente Michel Temer, a bancada do PMDB na Câmara iniciou nesta quarta-feira (8) uma movimentação para aplicar nova derrota ao governo, com a aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limita a 20 o número de ministérios.

O texto é de autoria do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e começou a ser discutida na manhã desta quarta na Comissão de Constituição e Justiça, principal colegiado da Casa.

Peemedebistas e aliados de Cunha, como o presidente da CCJ, Arthur Lira (PP-AL), ignoraram os apelos de petistas e do líder do governo, José Guimarães (PT-CE), para o adiamento da votação e as manobras regimentais que tentaram derrubar a análise do texto.

A votação, no entanto, foi suspensa porque o plenário da Casa começou a discutir o projeto que regulamenta a terceirização no país. Lira disse que a análise do texto pode ocorrer ainda na tarde de hoje.

Pelas regras da Câmara, as comissões não podem deliberar quando há votações no plenário.

Protagonista de disputas por mais espaços na Esplanada dos Ministérios, o PMDB passou a bancar desde 2013 a votação da proposta em meio a crises políticas com o Palácio do Planalto. Dos 38 ministérios (eram 39 até a extinção do Ministério de Relações Institucionais), o partido controla atualmente sete: Agricultura, Minas e Energia, Aviação, Turismo, Pesca, Portos e Secretaria de Assuntos Estratégicos.

Cunha e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), preferiam não ter um peemedebista no comando da articulação política para seguirem atuando com liberdade e autonomia em relação ao governo Dilma. Os dois não chegaram a ser consultados sobre a atribuição de Temer.

A mudança, avaliam peemedebistas, leva o partido para dentro da crise política e ainda coloca em risco o mote da independência, bandeira de Cunha na Câmara.
Herculano
08/04/2015 13:04
QUEM VAI PARA A RUA EM GASPAR?

Depois de programar e não ter coragem de usar a passeata do mês passado como propaganda para si e os seus, o PSD de Gaspar deixou a organização do Vem Prá Rua deste domingo.

Afinal, ó PSD com o seu inventor e presidente, e agora ministro, é a linha auxiliar da presidente Dilma Vana Rousseff, PT, o alvo das manifestações. Acorda, Gaspar!
Herculano
08/04/2015 13:00
PROVOCAÇÃO NA SEMANA EM QUE HÁ MOBILIZAÇÕES PARA SE IR ÀS RUAS CONTRA O GOVERNO, A CORRUPÇÃO E OSPOLÍTICOS NO PODER. DECLARAÇÃO DE ÓDIO E DISCRIMINAÇÃO MOVE A PROPAGANDA PARTIDÁRIA. PT ATRIBUI "ÓDIO" CONTRA A SIGLA A PRISÕES DE "GENTE IMPORTANTE".

Legenda veiculará a partir de hoje (em São Paulo ontem a noite já foi vista nas tevês) propaganda partidária na TV e no rádio. Partido dirá também que "ódio" existe por "não governar para poucos".

O conteúdo é do G1. O texto é de Filipe Matoso, da sucursal de Brasília.

Em duas propagandas partidárias no rádio e na TV, a serem veiculadas nesta terça-feira (7), o PT vai alegar que existe um "ódio" contra partido gerado pelo fato de, segundo a peça publicitária, o governo petista ter colocado "mais gente importante na cadeia por corrupção do que nos outros governos". As propagandas do PT foram divulgadas pelo partido nas redes sociais antes de irem ao ar no rádio e na TV.

Nas peças, de 30 segundos cada, o partido diz que "tem gente que vê motivos para odiar o PT". Além das prisões por corrupção, segundo a sigla, outro desses motivos é o fato de o PT governar "para todos" e não "apenas para uns poucos".

"Tem gente que vê motivos para odiar o PT. Afinal, o PT governa para todos e não apenas para uns poucos. Colocamos negros e pobres nas faculdades, nos aviões, na posse de seus direitos. Colocamos mais gente importante na cadeia por corrupção do que nos outros governos. Quem é contra tudo isso acha que pode nos odiar, mas nós temos motivos de sobra para seguir amando e lutando pelo Brasil e eles não vão nos impedir", dirá o partido.

Nos dois vídeos, a legenda destacará ainda que negros e pobres foram "colocados" pelo partido nas faculdades, nos aviões e 'na posse de seus direitos".

Diferentemente de outras propagandas, os vídeos que serão veiculados nesta terça não exibirão quadros históricos do partido, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, ou a presidente Dilma Rousseff.

Em uma das inserções, o partido dirá que ajudou a "reescrever" a história do Brasil e convidará os telespectadores a participar do congresso nacional que a legenda fará neste ano.

"Agora é hora de reescrever nossa história. Participe do 5º Congresso do PT. Vamos para as ruas discutir novas ideias", diz o partido.
Herculano
08/04/2015 12:49
LAMBANÇA LEVA DILMA A JOGAR A ÚLTIMA CARTADA, por Ricardo Kotcho, jornalista e ex-assessor de Luiz Inácio Lula da Silva

Agora vai ou racha, é tudo ou nada. De lambança em lambança, já no desespero, sem ter mais para onde correr, após ser rejeitada até por um Eliseu Padilha da vida, Dilma Rousseff entregou o comando político do governo ao seu vice Michel Temer, presidente do PMDB.

Duas semanas atrás, foi o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, quem anunciou a demissão de Cid Gomes, então ministro da Educação. Terça-feira, a substituição de ministros desceu na hierarquia. Sabem quem anunciou que Padilha não aceitaria o convite de Dilma para deixar a aviação civil e assumir a articulação política? Foi um tal de Leonardo Picciani, jovem líder do PMDB na Câmara, um dos bate-paus da bancada particular e suprapartidária que Cunha elegeu em outubro.

Quer dizer, virou zona, é fim de feira de um governo que está desmilinguindo antes mesmo de completar os primeiros 100 dias. Acabou a liturgia do poder que José Sarney tanto prezava para pelo menos disfarçar sua falta de poder. Dilma, mais uma vez, fez tudo errado ao tentar dar um jeito no seu Ministério Frankstein para tirar a articulação política das mãos do seu chegado Pepe Vargas (quem?) e entrega-la ao PMDB.

Como é que uma presidente da República pode se dar ao vexame de receber a recusa de um subordinado para trocar de ministério, ainda mais sabendo que ele atendeu a ordens de Eduardo Cunha, que é quem realmente manda no PMDB e na agenda política nacional? E ainda por cima mantê-lo no posto, jogando Pepe Vargas para um outro ministério?

E agora? Ninguém sabe. Só por um milagre o melífluo Michel Temer conseguirá domar o PMDB de Eduardo Cunha e Renan Calheiros, cada vez mais dispostos a botar fogo no navio desgovernado para cumprir as promessas feitas aos financiadores de suas campanhas.

Partido com o maior número de cadeiras no Congresso Nacional, o PMDB tem apenas 6 ministérios, com uma verba total de R$ 7 bilhões, enquanto o PT tem 14, movimentando orçamentos que chegam a R$ 50 bilhões.

É aí que está a razão do conflito entre o governo os dois principais partidos da sua base, o resto é firula. O PMDB, que não é um partido só, mas uma federação de interesses, só quer mais cargos e verbas, no momento em que acabou a farra do dinheiro fácil para alimentar os apetites de todos. O PT, por sua vez, isolado e sem rumo, não apoia o ajuste fiscal que prevê o corte de gastos sociais para reequilibrar as contas públicas.

Com a economia entregue a Joaquim Levy, e a articulação política, a Michel Temer, Dilma repartiu o poder presidencial e, daqui para a frente, vai ficar administrando a massa falida, sem ter o apoio de nenhum setor da sociedade organizada e dos movimentos sociais que lhe deram a vitória em outubro, enquanto a inflação dispara e o desemprego se multiplica na esteira da Operação Lava Jato.

O fracasso das manifestações promovidas pela CUT na terça-feira, com 400 gatos pingados saindo às ruas em São Paulo, mostra que a outrora aguerrida militância do PT e o "exército do Stédile" já não têm mais forças nem disposição para correr em seu socorro. Com seus agora 38 ministros, Dilma está cada vez mais só na estrada e já não tem mais coelhos para tirar da cartola. Michel Temer pode ter sido o último.
Herculano
08/04/2015 12:09
À Maria José

Quem será culpado se Gaspar perder as verbas federais para o Plano de Mobilidade, se a Câmara não conseguir aprovar no prazo que o Executivo quer?

O secretário de Planejamento, Soly Antunes Waltrick Filho e o prefeito Pedro Celso Zuchui, PT. Ninguém mais.

Um porque sabia do prazo e como homem de planejamento, não planejou nada. Poderia colocar este projeto com muito mais antecedência. Bastaria responsabilidade e consciência para tal. O outro, como chefe de quem não planejou o mantém neste local tão importante.
Maria José
08/04/2015 11:18
Herculano e se a reforma do Plano de Mobilidade não for aprovada no fim de Abril,ficaremos sem os recursos federais?E de quem é a responssabilidade?
Herculano
08/04/2015 07:20
O VEXAME DO CONVITE A PADILHA, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S.Paulo

Coisa jamais vista: um ministro é convidado para outra pasta e joga a presidente na frigideira

Para o governo, diante das manifestações de rua e da queda de sua popularidade, era necessário haver mais diálogo "de coração aberto". E assim foi convidado o ministro Eliseu Padilha. Dilma Rousseff em 2015, chamando-o para a pasta da coordenação política? Coisa nenhuma, Fernando Henrique Cardoso em 1997, nomeando-o para o Ministério dos Transportes. Atazanado pelas pesquisas de opinião e pela inevitável rebelião do PMDB no Congresso, o presidente agradou ao deputado Michel Temer e recompôs sua base parlamentar. Padilha assumiu dizendo que "qualquer suspeita de corrupção deve ser investigada a fundo".

Em 1997, FHC relutou durante três meses para nomear Padilha. Em 2015, num episódio inédito, foi ele quem relutou em fazer a troca. São comuns os casos em que uma pessoa é convidada para um ministério e recusa. A escolha recente de Luiz Carlos Trabuco para a Fazenda foi um exemplo disso. Em geral essas sondagens são mantidas em sigilo, e a recusa é educadamente dissimulada. No caso de Trabuco construiu-se meio vexame, pois ela foi pública. Com Padilha, articulou-se o vexame total. Um ministro da pasta inútil da Aviação Civil resistindo publicamente a trocar de cadeira foi coisa nunca vista. A ideia de que, mesmo assim, continue ministro, jamais foi imaginada. A doutora Dilma ficou numa posição vexatória. O desconforto cresce quando se sabe que Padilha iria para uma posição relevante. Faltou ao PMDB o respeito à regra de etiqueta enunciada pelo bandido Elias Maluco aos policiais que o capturaram: "Não esculacha".

Nas semanas seguintes à reeleição da doutora, o comissariado do Planalto teve a ideia de excluir o PMDB do centro de decisões do governo. Os 55 milhões de votos que ela recebera pareciam um cacife suficiente para aquilo que os petistas achavam que era uma manobra estratégica. Como todo o poder emana do povo, eles eram o povo e não haveria o que discutir. Arlindo Chinaglia seria o novo presidente da Câmara, o ajuste fiscal seria o salto para a marquetagem do novo patamar de progresso e, enfim, começaria o governo do PT. Era delírio e deu tudo errado, com quatro comissários batendo cabeça na coordenação política do governo. A ida de Padilha para essa cadeira fazia muito sentido. Seus cinco antecessores vieram do PT, e a entrega da posição a um cacique do PMDB mostrava um passo conciliador da doutora.

O PMDB está rebelado (até onde e para quê, só seus caciques sabem) e parece surfar a onda de impopularidade que emborcou o governo da doutora. Há aí uma curiosidade: ele se aproveita da insatisfação da rua, mas não a representa. Quem quiser testar essa hipótese pode sair no próximo domingo com uma faixa: "Viva Renan Calheiros" ou "Todo poder a Eduardo Cunha". Ambos estão na lista do procurador-geral Rodrigo Janot. Os marqueses do partido sabem disso e movem-se com a única finalidade de enfraquecer o governo. Para quê?

Olhado da rua, o PMDB não é parte da solução, mas do problema. Por pior que seja a agenda da doutora Dilma, é difícil encontrar alguém que prefira a de Renan Calheiros e Cunha, até porque não sabe qual seja.
Herculano
08/04/2015 07:18
O VEXAME DO CONVITE A PADILHA, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S.Paulo

Coisa jamais vista: um ministro é convidado para outra pasta e joga a presidente na frigideira

Para o governo, diante das manifestações de rua e da queda de sua popularidade, era necessário haver mais diálogo "de coração aberto". E assim foi convidado o ministro Eliseu Padilha. Dilma Rousseff em 2015, chamando-o para a pasta da coordenação política? Coisa nenhuma, Fernando Henrique Cardoso em 1997, nomeando-o para o Ministério dos Transportes. Atazanado pelas pesquisas de opinião e pela inevitável rebelião do PMDB no Congresso, o presidente agradou ao deputado Michel Temer e recompôs sua base parlamentar. Padilha assumiu dizendo que "qualquer suspeita de corrupção deve ser investigada a fundo".

Em 1997, FHC relutou durante três meses para nomear Padilha. Em 2015, num episódio inédito, foi ele quem relutou em fazer a troca. São comuns os casos em que uma pessoa é convidada para um ministério e recusa. A escolha recente de Luiz Carlos Trabuco para a Fazenda foi um exemplo disso. Em geral essas sondagens são mantidas em sigilo, e a recusa é educadamente dissimulada. No caso de Trabuco construiu-se meio vexame, pois ela foi pública. Com Padilha, articulou-se o vexame total. Um ministro da pasta inútil da Aviação Civil resistindo publicamente a trocar de cadeira foi coisa nunca vista. A ideia de que, mesmo assim, continue ministro, jamais foi imaginada. A doutora Dilma ficou numa posição vexatória. O desconforto cresce quando se sabe que Padilha iria para uma posição relevante. Faltou ao PMDB o respeito à regra de etiqueta enunciada pelo bandido Elias Maluco aos policiais que o capturaram: "Não esculacha".

Nas semanas seguintes à reeleição da doutora, o comissariado do Planalto teve a ideia de excluir o PMDB do centro de decisões do governo. Os 55 milhões de votos que ela recebera pareciam um cacife suficiente para aquilo que os petistas achavam que era uma manobra estratégica. Como todo o poder emana do povo, eles eram o povo e não haveria o que discutir. Arlindo Chinaglia seria o novo presidente da Câmara, o ajuste fiscal seria o salto para a marquetagem do novo patamar de progresso e, enfim, começaria o governo do PT. Era delírio e deu tudo errado, com quatro comissários batendo cabeça na coordenação política do governo. A ida de Padilha para essa cadeira fazia muito sentido. Seus cinco antecessores vieram do PT, e a entrega da posição a um cacique do PMDB mostrava um passo conciliador da doutora.

O PMDB está rebelado (até onde e para quê, só seus caciques sabem) e parece surfar a onda de impopularidade que emborcou o governo da doutora. Há aí uma curiosidade: ele se aproveita da insatisfação da rua, mas não a representa. Quem quiser testar essa hipótese pode sair no próximo domingo com uma faixa: "Viva Renan Calheiros" ou "Todo poder a Eduardo Cunha". Ambos estão na lista do procurador-geral Rodrigo Janot. Os marqueses do partido sabem disso e movem-se com a única finalidade de enfraquecer o governo. Para quê?

Olhado da rua, o PMDB não é parte da solução, mas do problema. Por pior que seja a agenda da doutora Dilma, é difícil encontrar alguém que prefira a de Renan Calheiros e Cunha, até porque não sabe qual seja.
Herculano
08/04/2015 07:13
O GOVERNO PROVISÓRIO DE UMA PRESIDENTE SEM TALENTO, por Ricardo Noblat para O Globo

Na Casa Branca, ontem, faltou energia. No Palácio do Planalto faltou juízo. O mínimo de juízo.

Seria imprudente dizer que foi o mais atrapalhado dos dias do governo Dilma. Afinal, o segundo governo dela está mal começando. E começando mal.

Em menos de 100 dias, Dilma trocou três vezes de ministro e extinguiu uma Secretaria com status de ministério.

O governo parece mais uma biruta de aeroporto que muda de direção ao sabor da força dos ventos.

Na última segunda-feira, o dia anoiteceu com a notícia de que Eliseu Padilha (PMDB-RS), ministro da Aviação Civil, havia sido convidado por Dilma para substituir Pepe Vargas (PT-RS) no ministério encarregado da articulação política do governo.

De fato, ao esbarrar em Padilha durante o almoço, Dilma o convidou para o lugar de Pepe. Padilha levou um susto.

Presidente não costuma convidar ninguém para o governo. Manda um emissário sondar a pessoa. Assim evita ouvir um não.

Padilha pediu tempo para pensar. Depois consultou Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, e Temer.

Foi dormir decidido a recusar o convite.

O Palácio do Planalto é um ninho de cobras venenosas, todas elas do PT. Por que se arriscar a ser picado por elas?

Quem convive de perto com Dilma sabe como é difícil lidar com seu temperamento explosivo. Ela confia em poucos. Centraliza o poder. E detesta a política e os políticos.

O ministério da coordenação política é o que registra o maior número de óbitos desde o início do governo Dilma.

Ontem, pela manhã, Padilha disse não a presidente. Alegou que é pai de um filho de poucos meses de vida. E que sua mulher vetara sua saída de um ministério para o outro.

Acostumada a humilhar seus subordinados, Dilma acabou humilhada por um deles.

Para que o estrago em sua imagem não fosse maior, só lhe restou improvisar outra vez: convidou Temer para assumir a articulação política do governo.

Joaquim Levy, ministro da Fazenda, é quem manda na Economia. Tenta corrigir os erros cometidos por seu antecessor no cargo, Guido Mantega, e por Dilma, que pensa que entende de Economia.

Caberá a Temer mandar na Política. Sobrará o quê para Dilma? Pouco sobraria se essa divisão de fato funcionasse. Mas, não.

Dilma fiscaliza de perto até o que Levy diz em palestras. Só faltaria agora ela armar o palanque para que Temer desse um show de habilidade política.

Se tal ocorresse, o presidencialismo como regime de governo daria ensejo na prática a um tipo de parlamentarismo à moda brasileira. Como peru.

A tese de que Dilma fez uma jogada de mestre jogando Temer, presidente do PMDB, contra Eduardo e Renan, pode interessar aos porta-vozes informais dela, mas não se sustenta na vida real.

Sozinho, Temer não manda no PMDB. Entre virar um pau mandado de Dilma e continuar influente no seu partido, preferirá o segundo caminho. Logo...

É só dar tempo ao tempo para conferir que foi mais uma jogada desastrada de uma presidente famosa por sua incompetência.

A culpa é de Lula que a inventou.

Desde que se convenceu do seu erro, Lula tenta sem sucesso reassumir o controle do avião.
Herculano
08/04/2015 07:09
APOSTA ARRISCADA, por Bernardo Mello Franco para o jornal Folha de S.Paulo

Pode ser que a aposta dê certo, e a entrega da articulação política a Michel Temer ajude a tirar Dilma Rousseff e seu governo do buraco. No entanto, a solução improvisada ontem pode se transformar em uma perigosa armadilha para a presidente e para seu vice.

De um lado, Temer assumirá a responsabilidade pelas negociações com um Congresso conflagrado, que vem submetendo o Planalto a sucessivas e humilhantes derrotas. O maior problema está no PMDB, convertido desde o início do ano em um foco de guerrilha contra o governo.

Os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, têm se comportado como líderes da oposição. Se os dois não suspenderem o motim, a autoridade do vice poderá ser gravemente comprometida. Ele perderá poder em seu partido, que já não controla há tempos, e começará a ser visto como sócio dos fracassos de Dilma.

Há outros desafios. Apesar de seu talento para a conciliação, Temer comandará um balcão esvaziado pela crise e pelo ajuste fiscal. Precisará de muita lábia para fechar acordos sem saciar todo o apetite dos parlamentares por cargos e verbas federais.

De quebra, terá que administrar a rivalidade com o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Isolado no PT e odiado pelo PMDB, o ministro está a um passo de se transformar em peça decorativa do palácio. Seu histórico e suas ambições sugerem que ele não vai se render sem lutar.

O arranjo de ontem também embute riscos consideráveis para Dilma. Por definição, todo vice se alimenta da expectativa de substituir o titular. Este é o principal atrativo do cargo, disputado a tapa antes de cada eleição. Nos últimos meses, isso passou a ser visto como uma possibilidade real diante do derretimento da popularidade da presidente.

Se conseguir pacificar o Congresso, Temer vai se transformar em um supervice. Assim, passará a lidar diariamente com a tentação de exercer o poder sem intermediários.
Herculano
08/04/2015 07:07
EM 24 HORAS, DILMA DESFILOU SUA NUDEZ POLÍTICA, por Josias de Souza

A rainha está politicamente nua. Coube ao PMDB puxar os últimos véus que disfarçavam essa nudez política de Dilma Rousseff. Tudo sucedeu no curto intervalo de 24 horas. Bastaram três atos.

Primeiro ato: Depois de passar semanas refugando os conselhos de Lula para que injetasse PMDB na coordenação política do seu governo, Dilma dobrou os joelhos. Sondou o peemedebista Eliseu Padilha sobre a hipótese de trocar o Ministério da Aviação Civil, onde se encontra, pela pasta das Relações Institucionais, que faz a ponte do Planalto com o Congresso. Espanto! Dilma, sempre tão autossuficiente, enxergou o PMDB.

Segundo ato: os caciques do PMDB informaram a Eliseu Padilha que ele não os representaria na coordenação política do governo. Renan Calheiros e Eduardo Cunha, dois espinhos nos sapatos de Dilma, esclareceram que continuariam espetando o governo. Sem suporte, Padilha refugou a oferta de Dilma. Estupefação! O PMDB recusando ministério e como macaco enjeitando banana.

Terceiro ato: Dilma insistiu para que o peemedebista Padilha assumisse a coordenação política. Em vão. Foi como se o rabo balançasse o cachorro. A essa altura, o antigo titular do posto, o petista Pepe Vargas, não havia sido apenas fritado. Virara carvão. Consumado o desnudamento político de Dilma, improvisou-se um tecido precário para recobrir suas debilidades. Informou-se que o vice-presidente Michel Temer, até ontem desprezado, fará as vezes de coordenador político. O único problema é que Dilma vestiu-se com um tecido que é completamente invisível para Renan e Cunha. Assombro!
Herculano
08/04/2015 07:04
da série: a imprensa oficial e a esquerda que aposta no governo do PT não sabem mais quem culpar por tantos desatinos e incoerências.

DE UM LADO A DIREITA HIDRÓFOBA , DO OUTRO A ESQUERDA DESMIOLADA, por Eduardo Guimarães

A construção da frase que intitula este texto não abrange toda a direita nem toda a esquerda, já que adjetiva uma e outra, o que sugere que existe direita que não é hidrófoba e esquerda que não é desmiolada. Porém, são uma e outra que preponderam hoje no cenário político.

O título ainda poderia conter um terceiro elemento: entre essa direita e essa esquerda, jaz, inerte, um zumbi político.

Há quase dois anos que o Brasil começou a "endireitar" a passos largos. Ao fim de junho de 2013, toda sorte de psicopatas de extrema direita infestava as ruas.

Neonazistas e fascistoides prontos e acabados caçavam qualquer desavisado que vestisse peça de roupa vermelha. Cânticos contra homossexuais ou "comunistas se faziam ouvir nas vozes esganiçadas de milhares".

Pouco mais de um ano depois, o Congresso Nacional, que nunca foi um exemplo de progressismo, converteu-se no paraíso dos fundamentalistas cristãos e dos reacionários de todas as cepas.

Para combinar com o novo perfil, a Casa do Povo e a Casa revisora da representação popular guindaram aos seus respectivos comandos dois renomados picaretas afinados com as taras dessa maioria parlamentar.

Aí começam os desatinos.

Só para ficar nos exemplos mais recentes, o Congresso está para aprovar a precarização extrema do trabalho, com a cada vez mais provável terceirização; o superlotado sistema carcerário está ameaçado de receber adolescentes ainda sem formação biológica completa; os brasileiros estão ameaçados de ver as taxas de juros explodirem com a proposta tucana de Banco Central independente, sob ameaça de Renan Calheiros e da maioria que a ultradireita se construiu no Congresso.

Em meio a esse avanço assustador da direita que promete, ainda, muito, muito, mas muito mais em prejuízo de mulheres, homossexuais, sem-terra, negros e indigentes, entre outros, esperava-se a formação de uma frente de esquerda para barrar esse avanço fascista. Vã esperança.

Na semana passada, artigo da suposta líder da esquerda que se diz "autêntica" se espalha pela internet com a "boa nova": está tudo bem, tudo "tranquilex". Não apenas não há avanço da direita como a esquerda estaria "crescendo".

A candidata do PSOL à Presidência no ano passado, Luciana Genro, escreve um artigo autista, absolutamente descolado da realidade, no qual comemora um punhado de votos a mais que seu partido obteve na disputa presidencial e o "descomunal" aumento da bancada psolista na Câmara dos Deputados, um aumento de 70% - ou seja, de 3 para 5 deputados.

A liderança psolista se gaba de ter previsto, na campanha eleitoral, que qualquer um que se elegesse presidente teria que fazer o ajuste fiscal, como se fosse necessária clarividência para prever que não haveria como deixar de ajustar as contas públicas.

Assisto a vídeo de uma "cientista política de esquerda" que nega todos os avanços obtidos pelo povo brasileiro ao longo dos últimos 12 anos. O PT nunca foi de esquerda, diz. E a ascensão social que pôs filhos de pobres e negros nas universidades, que deu casa própria a milhões, que elevou a massa salarial a níveis nunca vistos, que praticamente zerou o desemprego, foi tudo "esmola".

Não é miopia política, é cegueira.

Não vão derrubar Dilma, diz a esquerda desmiolada. E ela (Dilma) é igual a eles, o PT é igual ao PP de Bolsonaro ou aos fundamentalistas tucanos que se apavoram vendo uma netinha de cinco anos desenhar uma estrela vermelha, com medo de ela estar sendo seduzida pela propaganda "comunista".

Não vão derrubar Dilma, afirma Luciana. Mas, se derrubarem, paciência. Faz parte da vida derrubar governos legítimos, condenar sem provas, subverter a normalidade democrática, estraçalhar o Estado de Direito, moldar uma legislação penal fascista, jogar crianças em masmorras, entregar o Banco Central ao mercado financeiro internacional.

Nesse último quesito, diz a psolista, o BC já foi entregue aos banqueiros. É mesmo, Lu? Por que, então, eles votaram contra Dilma, ano passado?

Porque ela se recusou e se recusa a dar independência ao BC, entre outros motivos. Porque, no primeiro mandato, ela pôs os bancos públicos para liderarem queda nas taxas de juros; porque ela reduziu o preço da energia; porque ela usou dinheiro público para impedir o desemprego e o arrocho salarial, o que acabou desregulando as contas públicas devido à perenidade da crise internacional. Só por isso.

Mas Dilma e o PT não são de esquerda, não é, Lu?

No meio disso tudo, um governo e um partido em transe. Dilma Rousseff e o PT passaram quatro anos alheios aos avisos de que não podiam ficar inertes enquanto se construía o espetáculo reacionário ora em cartaz.

Agora sem Lula para dizer o que era preciso quase todo dia - como ele fazia quando governava -, o governo ficou sem voz e sem se contrapor aos ataques.

Isolados em seus gabinetes, presidente e seu partido deixaram os adversários dizerem o que queriam sem fazerem uma mísera contestação. E, assim, deixaram aliados e militantes favoráveis sem argumentos.

Cansados, militantes que poderiam dar combate ao avanço reacionário dizem hoje que se o governo e seu partido não se defendem, que se danem.

O que, aliás, é outro equívoco.

Pode ter certeza, leitor, de que se Dilma sair agora ou em 2019 ela será uma entre os que menos pagarão pelos desatinos legais que estão sendo perpetrados, com uma legislação fascista que promete, por exemplo, agravar o problema da violência e da criminalidade recrutando adolescentes para serem doutrinados pelo crime organizado dentro de nossas masmorras medievais ditas "prisões".

O que posso recomendar a você que, atônito, vier a ler estas linhas é que, se pretende continuar no Brasil, se não tiver meios e/ou planos de escapulir daqui, que comece a se perguntar não o que o seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer por seu país.

Não me leve a mal, leitor. Sei que você é um dos que menos têm culpa. Mas ficar inerte não vai adiantar. Sabe por que lhe faço tal recomendação? Porque a bomba que estão armando não vai estourar na mão de Dilma ou do PT, vai estourar na sua.
Herculano
08/04/2015 06:55
LAVA JATO NÃO INCOMODA DONOS DE EMPREITEIRAS, por Cláudio Humberto na coluna que publicou nesta quarta-feira nos jornais brasileiros

Na gigante Camargo Corrêa, dois executivos foram presos e agora usam tornozeleiras, mas ninguém menciona que a empreiteira tem três controladoras: as irmãs Rosana, Renata e Regina, herdeiras do fundador Sebastião Camargo, falecido em 1994. Por serem acionistas, podem ter sido beneficiadas por dividendos do petrolão. Mas, como elas, escapa a maioria dos donos de empresas do cartel da Petrobras.

Blindagem
Uma intrincada estrutura mantém as irmãs Camargo longe da empresa, onde são representadas pela holding Participações Morro Vermelho.

Domínio do fato
A Lei Anticorrupção, que Dilma só regulamentou depois do bafo na nuca dos protestos do dia 15, prevê punição para donos de empresas.

Só executivos
Executivos da OAS como Leo Pinheiro, outra enrolada no Petrolão, estão presos há meses. Mas não se fala nos donos da empresa.

Na lista da Forbes
Dono da OAS, Cesar Mata Pires não é citado na Lava Jato e sim na lista de bilionários da Forbes em 2014 pela fortuna pessoal de R$ 3,6 bi.

PP arma operação para blindar Ciro Nogueira
Reunião da executiva nacional do PP com os diretórios regionais, nesta terça-feira (7), serviu para afinar o partido quanto a eleição da presidência da sigla no próximo dia 14. Ficou acertada a recondução ao cargo do senador Ciro Nogueira (PI), enrolado no Petrolão. Caciques ligados ao senador venderam a ideia que tirar Ciro do comando soaria como admitir a culpa do parlamentar no Petrolão.

Os conspiradores
A bancada do sul e o deputado Paulo Maluf (SP) tramam contra a recondução. Querem Ciro e Mário Negromonte fora do comando.

Mágoa antiga
Ciro e Maluf estão em guerra desde que o senador interveio no diretório paulista e afastou o deputado da presidência do partido.

Delatores
Ciro Nogueira foi apontado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef como beneficiário do Petrolão.

#menomeiadilma
O ex-deputado Henrique Alves voltou a perambular nos corredores de Brasília, ontem, à procura de quem faça Dilma nomeá-lo ministro. Toparia até substituir Pepe Vargas na articulação política.

A vez do vice
Discreto, político experiente e respeitado pelos colegas, o vice Michel Temer foi "escanteado" por Dilma durante anos. Perdida, ela finalmente confiou a ele a articulação política do governo.

E contra o roubo, nada?
A oposição ironizou a manifestação bancada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). "Quero ver protesto contra a roubalheira na Petrobras", disse o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).

O xis da questão
Apenas sindicalistas protestaram ontem porque a eventual substituição de funcionários de empresas por outros, terceirizados, fará essa pelegada perder a receita lotérica da contribuição sindical. É só isso.

Gim na oposição
Em conversa com ex-colegas na presidência do Senado, há dias, o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) revelou-se desapontado com o governo Dilma. E recomendou aos governistas que se mudem para a oposição.

Rombo bilionário
A senadora Ana Amélia (PP-RS), que propôs a CPI dos fundos de pensão, recebeu estudo indicando que o déficit real do Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, será de mais de R$ 12 bilhões.

Só love
Carlos Gabas (Previdência) explicava a exigência de 2 anos de união estável para habilitar-se a pensão, quando citou casados com mulher nova. E brincou: "Não quero que pensem que somos contra o amor".

Boa nova
A presidente da Comissão Mista de Orçamento, Rose de Freitas (PMDB-ES), conseguiu do Ministério da Fazenda a garantia de que serão liberados R$ 523 milhões para concluir o aeroporto de Vitória - a última grande capital com aeroporto inacreditavelmente ruim.

Medo da rebordosa
O empresário José Lírio de Aguiar, de Brasília, já sabe por que o PT é contra reduzir a maioridade penal: "É que no final do governo Dilma, o PT completará 16 no poder e tem medo de punição exemplar".
Herculano
07/04/2015 21:51
MANIFESTAÇÃO CONVOCADA POR LULA DÁ COM OS BURROS N'ÁGUA. FALTOU GENTE, E SOBROU TRUCULÊNCIA. É A MORTE DO DEMIURGO; É A MORTE DO PARTIDO QUE SE QUERIA HEGEMÔNICO, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Lula deu com os burros n?água. De novo! Lula se tornou o anti-Midas do PT e da política. A maldição do lendário rei era transformar em ouro tudo aquilo em que tocava. O mau augúrio que acompanha o companheiro-chefe hoje é outro: tudo aquilo em que ele se mete dá errado, vira zerda. Na minha coluna da Folha de sexta, afirmei que o quase mítico chefe petista está morto. Eu me referia, obviamente, à morte não do homem, mas do demiurgo; não do político, mas daquele chefe que era capaz de encantar e de mesmerizar as multidões.

Um ex-presidente da República, comportando-se de forma notavelmente irresponsável, convocou seu partido a engrossar as manifestações desta terça, lideradas pela CUT, pelo MST e pelos ditos movimentos sociais contra o Projeto de Lei 4.330, que regulamenta as terceirizações. Lula chamou, Lula convocou, Lula se esgoelou, mas as ruas não compareceram. Em São Paulo, o protesto reuniu, segundo a Polícia Militar, 400 pessoas.

Em Brasília, os truculentos convocados pelo ex-poderoso chefão decidiram fazer um cerco ao Congresso e intimidar a democracia. Entraram em confronto com a Polícia Militar. Um dos manifestantes exibe, quem sabe com o orgulho, o rosto sujo de sangue. Eis Lula na parada.

Escrevi a respeito de sua tática ontem e hoje. O Babalorixá de Banânia quer que Dilma arrende seu governo para o PMDB - ao menos o PMDB que ele tem em mente -, que sele uma espécie de "pax" com o Congresso, e ele, Lula, quer se encarregar de criar uma suposta nova agenda que chama "progressista", com os sindicatos, outros partidos de esquerda e movimentos sociais.

Deu errado! Ninguém ouviu o chamado. Como de hábito, o que se viu foi um espetáculo de truculência em Brasília, que só reforça a necessidade de aprovar o Projeto de Lei 4.330. Os únicos que não gostam do seu conteúdo são os sindicalistas, muito especialmente aqueles ligados à CUT, que é, como todo mundo sabe, um dos braços operativos do PT.

Lula, é preciso deixar claro de novo, convocou uma manifestação que hostiliza o próprio governo Dilma. O homem chegou à conclusão de que a única saída para seu partido é se descolar das medidas do Planalto - especialmente as de caráter recessivo -, manter o clima da constante mobilização, mas sem derrubar a presidente. E, para tanto, ele contava com o PMDB: o aliado garantiria a estabilidade política, no limite do possível, para que ele, Lula, liderasse a instabilidade social e preparasse a sua candidatura a 2018.

Naufragou espetacularmente. Para o bem do Brasil. O Projeto de Lei 4.330 é um avanço e moderniza relações trabalhistas que hoje engessam a economia e suprimem empregos, em vez de garanti-los.

Lula, o demiurgo, o mito, reitero, está morto. Da mesma sorte, é defunto o partido que ousou um dia sonhar coma hegemonia política, de sorte que todas as outras legendas fossem seus satélites.

Há um Brasil novo surgindo. Lula e o PT não perceberam. Lula e o PT perderam o bonde. Lula e o PT foram superados pela história. Felizmente!
Herculano
07/04/2015 21:41
NÃO HÁ NECESSIDADE DE IMPEACHMENT. DILMA NÃO GOVERNA MAI O BRASIL, por Reynaldo Rocha

Como são tempos politicamente corretos, devemos tomar cuidados com as palavras. Sendo assim, jamais usaria a expressão "samba do crioulo doido" para qualificar os atos do governo federal. É melhor "samba do afrodescendente com diminuição da capacidade de entendimento derivado de estágio mental".

São apenas constatações. A mais evidente é que o verdadeiro presidente do Brasil é Eduardo Cunha. Sem atravessar fisicamente a Praça dos Três Poderes, trocou a cadeira de presidente da Câmara pela cadeira da co-presidente Dilma. Cunha e o PMDB fazem do governo o que, quando, como e com quem querem.

Nesta segunda-feira, Dilma anunciou, como um agrado ao PMDB, a transferência do ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, para a Secretaria de Relações Institucionais. Só esqueceu de pedir a benção do segundo chefe, Eduardo Cunha (o primeiro, obviamente, é Lula). Que vetou a mudança.

Só no governo Dilma um ministro se recusa a assumir um cargo mais relevante. Neste presidencialismo torto, ela conseguiu ter o desprezo até de um Congresso que jura apoiá-la.

Dilma deveria saber. Foi ela quem escolheu o PMDB (de Temer, Renan, Eduardo Cunha e Newton Cardoso, fora o resto). A cada dia, sofre nova humilhação. Para ela, não basta perder o poder. Faz questão de demonstrar que perdeu.

Nesta terça-feira, a CUT protestou na frente do prédio do Congresso, com o apoio do PT, contra a extinção de direitos trabalhistas - proposta pelo próprio governo -e, para compensar a desfeita, contra o impeachment. O descompasso é tamanho que o PT e a CUT tentam debitar na conta do PMDB o que é obra do Palácio do Planalto. O distanciamento do lulopetismo da realidade e a tentativa incessante de reescrever a história levam a este cenário que seria cômico se não fosse trágico.

Não há necessidade de impeachment. Dilma não governa mais o Brasil.
maria josè
07/04/2015 21:29
Gostaria de saber dos nossos vereadores Marcelo e Giovano do nosso Deputado Estadual Jean e do nosso Secretario da Saude João paulo ambos do PSD se eles teem algum compromisso com nosso Municipio.Pois o Governador Colombo tamben doPSD esteve hoje em Brasilia solicitando ao governo federal o repasce ao Estado das obras da ponte de Ilhota e da duplicação da BR 280.E Gaspar como Fica? Ponte do Vale,Anel de Contorno,Hospital,Delegacia,Corpo de Bombeiro,Policiais militares,Papel higienico nas Escolas Estaduais,etc... Com a palavra...........
Herculano
07/04/2015 20:44
NO DIA EM QUE A CUT SE LANÇOU COM MIRRADOS CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO DA MÃO DE OBRA, O PT TERCEIRIZOU A RELAÇÃO POLÍTICA DO GOVERNO PARA O PMDB - O GIGOLÔ - DEPOIS DO PARTDO DE LULA E DILMA FICAR DESMORALIZADO. NOVO GOVERNO? O JORNAL FOLHA DE S. PAULO FAZ ESTA CHAMADA PARA A EDIÇÃO DE AMANHÃ: DILMA PASSA ARTICULAÇÃO POLÍTICA PARA MICHEL TEMER

O texto é de Valdo Cruz e Mariana Haurbert da sucursal de Brasília e Bruno Boghossian da coluna Painel, em Brasilia. Diante da recusa de Eliseu Padilha (Aviação Civil) em aceitar o convite para assumir a Secretaria de Relações Institucionais, a presidente Dilma Rousseff decidiu transferir para o vice-presidente Michel Temer as atribuições da articulação política do governo.

O anúncio da decisão foi feito pela presidente aos líderes governistas em reunião nesta terça-feira (7) à tarde no Palácio do Planalto. A informação foi confirmada à Folha pelo líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (PT-AC).

Dilma anunciou ainda a saída do atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, uma escolha pessoal sua dentro do PT para comandar sua articulação política, mas que vinha sendo criticado pela base aliada e pelo ex-presidente Lula, que defendia sua troca.

Segundo a Folha apurou, a petista conversou sobre o assunto com Temer antes da reunião de líderes do governo na Câmara e Senado, que está acontecendo no Palácio do Planalto.

Um assessor presidencial disse à Folha que a fórmula reduziria o desgaste de uma recusa definitiva ao convite da parte do ministro peemedebista da Secretaria da Aviação Civil e cumpriria o objetivo de entregar para um nome do PMDB a articulação política do governo.

A dúvida é como ficará a Secretaria de Relações Institucionais, hoje sob comando do petista gaúcho Pepe Vargas. Ele, por sinal, estava demissionário desde que ficou sabendo, pela imprensa, que Dilma havia convidado Eliseu Padilha para seu lugar.

Pepe nem foi à reunião da presidente com os líderes governistas da Câmara e Senado, da qual não participou também o ministro Eliseu Padilha.

Segundo um assessor, Dilma pode extinguir a Secretaria de Relações Institucionais
sidnei luis reinert
07/04/2015 19:21

De Ronaldo Caiado:

É triste ver a tese de Lula prevalecer: o Democratas sendo extirpado pelo próprio partido. Por um placar de 21 x 4, ficou decidido que a sigla vai continuar as negociações com o partido trabalhista. Não terei como conviver com uma estrutura sem identidade doutrinária. Só dou conta de ser firme se eu acreditar numa tese. Como 26 deputados oriundos do PTB vão votar com o governo e 21 do Democratas serão oposição? Não dá pra eu participar e conviver com essa fusão. Não vou deixar de lado princípios e doutrina partidária. Vou lutar dentro do Democratas contra a fusão.
Vou fazer todo tipo de mobilização. Fazer uma consulta e uma pesquisa com os filiados. Decisão de cúpula não dá. A fusão é uma tese imediatista, que vai prejudicar a imagem dos políticos do Democratas. Esse critério está errado. Não podemos pensar como 12 anos atrás. A população não aceitará a perda de nossa coerência. É só ver quem migrou para o PSD, o quanto os políticos de lá perderam credibilidade.
O Democratas sofreu todo o tipo de mutilação, sobreviveu e agora é o único partido que pode colher os frutos pelas suas posições. O fato de ter que ficar explicando essa fusão já demonstra o quanto ela começou errado.
Roberto Basei
07/04/2015 18:51
Gaspar x House of Cards

Não tem nada a ver um com o outro, mas muito e articula por aqui, só que nada se lucra em se tratando de politica!
Herculano
07/04/2015 15:05
O BRASIL NOS TEMPOS DA CÓLERA, por Marco Antônio Villa, historiador, para o jornal O Globo

Não há paralelo na história republicana. O governo perdeu a legitimidade e mal completou três meses

Nunca na história recente do Brasil o interesse por política foi tão grande como agora. Fala-se de política em qualquer lugar e a qualquer hora. O chato é, neste momento, o brasileiro que não está nem aí para os rumos do nosso país. Esta sensação perpassa as classes sociais, as faixas etárias e as diversas regiões do país. É um sentimento nacional de ódio aos corruptos, ao seu partido e a suas lideranças, especialmente aquela que se apresentou durante anos como salvadora da pátria e, hoje, não tem coragem de caminhar, sem segurança, por uma simples rua de alguma cidade. Transformou-se em um espantalho. Só assusta - se assusta - algum passarinho desavisado.

Vivemos um impasse. E não há nenhum paralelo com qualquer momento da história republicana. O governo perdeu a legitimidade e mal completou três meses. E ainda faltam - impensáveis - 45 meses. Se as eleições fossem realizadas hoje, Dilma Rousseff sequer chegaria ao segundo turno. E o que fazer? É necessário encontrar uma saída para a greve crise que vivemos. Não cabe dar ouvidos aos covardes de plantão, aqueles que dizem que temos de tomar cuidado com a governabilidade, que não podemos colocar em risco a estabilidade econômica e que o enfrentamento aberto do projeto criminoso de poder é um perigo para a democracia. Devemos silenciar frente a tudo isso? Não, absolutamente não. Esta é a hora daqueles que têm compromisso com o Brasil. Protestar, ocupar as ruas é a tarefa que se coloca. É seguir a lição de Mário de Andrade. Não sejamos "espiões da vida, camuflados em técnicos da vida, espiando a multidão passar. Marchem com as multidões." E no dia 12 as ruas estarão tomadas por aqueles que não querem simplesmente espiar a vida, mas desejam mudar a vida.

O projeto criminoso de poder acabou transformando a corrupção em algo natural. E o volume fabuloso de denúncias que horroriza a nação é visto positivamente, pois as denúncias estariam sendo apuradas. É inacreditável: em uma manobra orwelliana, o petrolão é definido como uma ação saneadora do Estado, e não como o maior desvio de recursos de uma empresa pública na história da humanidade. Seus asseclas - supostos intelectuais - buscaram algum tipo de justificativa. Como se no Brasil houvesse uma cultura da corrupção, um fator de longa duração. Erro crasso: imaginam que os brasileiros são à sua imagem e semelhança. Não são. Eles é que são corruptos - e nem precisam sair do armário. Já assumiram e faz tempo.

Cabe ressaltar que o movimento da História é surpreendente e imprevisível. No início de junho de 1992, quando a CPMI sobre as atividades de Paulo César Farias - denunciadas por Pedro Collor, irmão do presidente - estava iniciando seus trabalhos, o senador Fernando Henrique Cardoso fez questão de declarar que "impeachment é como bomba atômica, existe para não ser usado." O deputado peemedebista Nélson Jobim foi enfático: "O Congresso não pode fazer uma CPI para investigar o presidente. Se vocês insistirem nisso, eu vou ao Supremo." Mais cordato, mas não menos conciliador, o senador Marco Maciel (PFL-PE) declarou que a "CPI não vai produzir sequelas, pois as acusações foram feitas sem provas." Líderes empresariais saíram em defesa do presidente. Emerson Kapaz, candidato a presidente da Fiesp, disse que as denúncias eram "uma grande irresponsabilidade. As pessoas precisam medir seus atos para não causar mais turbulência no Brasil, já tão afetado pela crise econômica." E até juristas criticaram Pedro. Um deles, Celso Bastos, declarou que o irmão do presidente era de "um egoísmo elevado à última potência" e que ele "nunca pensou nos interesses da nação." Quatro meses depois, Fernando Collor não era mais presidente do Brasil.

Hoje vivemos uma situação muito distinta em relação a 1992. Entre outros fatores, um é essencial: as ruas. Desta vez, são elas que estão impulsionando o Parlamento, e não o inverso, como naquele ano. O que ocorreu pelo Brasil, no dia 15 de março, é fato único na nossa história. Eu testemunhei dezenas de milhares de pessoas se manifestando em absoluta ordem na Avenida Paulista. Com indignação - e justa indignação - mas também com bom humor. Foi um reencontro com o Brasil. A auto-organização da sociedade civil é o novo, só não reconhece quem está comprometido com o projeto criminoso de poder - e são tantos que venderam suas consciências.

Esta será uma semana de muita tensão. E isto é bom para a democracia. Ruim é o silêncio ou o medo. As ruas voltaram a ser do povo, e não mais monopólio daqueles que têm ódio à democracia. Nós temos tudo para construir um grande país mas antes temos uma tarefa histórica: nos livrar dos corruptos. E sempre dentro da democracia, da lei e da ordem. São eles - e existem sim o nós e eles - que sempre desprezaram o Estado Democrático de Direito. Nunca é demais lembrar que o PT votou contra o texto final da Constituição.

Vivemos uma quadra histórica ímpar. Não é exagero que nós teremos muito a contar aos nossos filhos e netos. É aquele momento de decisão, de encruzilhada do destino nacional. Para onde vamos? Continuaremos a aceitar passivamente a destruição dos valores republicanos ou tomaremos uma atitude cívica, de acordo com bons momentos da nossa história?

Eles não passarão. E não passarão porque - paradoxalmente - uniram o Brasil contra eles. Ninguém aguenta mais. É hora de dar um passo adiante, de encurralar aqueles que transformaram o exercício de administração da coisa pública em negociata, em mercadoria. E deixar duas saídas: a renúncia ou o impeachment.
Herculano
07/04/2015 14:12
DILMA REÚNE LÍDERES PARA DISCUTIR COORDENAÇÃO POLÍTICA, por Tereza Cruvinel, ex-presidente da Empresa Brasileira de Notícias, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

O PMDB, mais uma vez, tripudiou sobre o governo Dilma com a recusa da coordenação política pelo ministro Eliseu Padilha. A manobra foi maquiavélica: o partido colocou na rua uma sondagem a Padilha como se fosse um convite e conseguiu impor mais um desgaste à presidente Dilma. Com isso, o atual ministro da SRI, Pepe Vargas, perdeu as condições de continuar na pasta, acham os principais líderes no Congresso. Dilma vai reunir-se com os líderes aliados no final da tarde para discutir novos rumos para a articulação política entre o Governo e o Congresso.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, está faturando a recusa de Padilha como mais uma vitória dele, que teria vetado a transferência do atual ministro da aviação civil para a SRI. A verdade é que Padilha concluiu que não teria instrumentos para garantir a fidelidade e os votos da maioria da bancada do PMDB, que hoje presta vassalagem a Cunha. Qualquer ministro da coordenação politica, seja de que partido for, não terá êxito se Dilma não lhe delegar autonomia para negociar com o Congresso. Isso pressupõe uma relação de confiança que ela teria com poucos políticos de sua base.

E muito menos com os peemedebistas, a partir do momento em que Eduardo Cunha passou a dominar o partido e a própria agenda da Câmara. Lula teve coordenadores políticos não petistas, como Aldo Rebelo, do PC do B, e Mares Guia e José Mucio, do PTB. No quadro atual, não é fácil encontrar nomes assim, com trânsito em toda a base. Um nome do PSD, por exemplo, seria trucidado pelo PMDB, que acusa o governo de ter fortalecido a sigla de Gilberto Kassab para lhe minar as forças.

Se hoje ainda Pepe Vargas pedir demissão, como se espera no Congresso que aconteça, Dilma poderá optar por um petista que tenha trânsito mais largo. Arlindo Chinaglia, um habilidoso articulador, deve ser descartado porque disputou com Eduardo Cunha a presidência da Câmara. Restam o líder José Guimarães, o deputado Ricardo Zarattini e Ricardo Berzoini, que teria de deixar a pasta de Comunicações. Foi durante sua curta passagem pela SRI, no primeiro mandato, que Dilma teve sua fase de melhor relacionamento com o Congresso.

Seja qual for a solução para o imbróglio da coordenação política, a pergunta que não cala continua no ar: o que quer o PMDB, que faz parte do governo mas dispensa a oposição em matéria de desgastar Dilma.
Pernilongo Irritante
07/04/2015 14:08
Achei o juiz federal Flávio Roberto de Souza (aquele que dirigiu o Porsche Cayenne de Eike Batista) parecido com o vereador Melato.
Será que são parentes?
Arara Palradora
07/04/2015 14:03
Querido, Blogueiro:

Postado às 09:51 hs.
O governador de Minas - Fernando Pimental - contesta as gestões anteriores, o que é esperado saindo do partido dos bandidos que falsificam dossiês e assassinam reputações. Portanto, novidade nenhuma.
Agora, vamos combinar, porque esse comedor de morcego não vai consertar aqueles dentes horrorosos?
#bocadevampiro

Diz que o mensaleiro João Paulo Cunha - PT, virou poeta.
Sei não, LuLLa não emplacou seu filme em épocas de vacas gordas,
imagine agora em época de vaca magra, atolada e com tuberculose.

Voeeeiii...!!!
Juju do Gasparinho
07/04/2015 13:43
Prezado Herculano:

Postado às 08:52hs. - Josias de Souza.
É que o Pepe Vargas é o bobo da corte (elle é motivo de chacota tanto da oposição como dos PaTetas que compõe o desgoverno).
A rainha louca confia nelle.
Eduardo Cunha não o tolera.
Resultado, PMDB descarta articular a Dilma.
Ponto para o PMDB e pra Eduardo Cunha.

Quanto a passeata do dia 12 próximo, minha amiga Bete (aquela que votou no Marcelo Brick, que por fora é laços e rendas e por dentro Deus me defenda), e eu vamos à Blumenau.
Padre Apócrifo
07/04/2015 13:29
Sr. Herculano:

A água que foi lavada e tirada a máscara que o vereador Giovano Borges tem usado ultimamente (e que caiu), pode ele doar para os dois velhos bobões, babões que fazem parte da camarilha na Câmara?
Quem sabe viram gente decente.
Herculano
07/04/2015 13:08
CONTRA A CORRUPÇÃO, A ALTERNÂNCIA DE PODER, por Ricardo Noblat para o jornal O Globo

Em setembro de 2012, um mês e pouco depois do início do julgamento do mensalão, até então o maior escândalo de corrupção da história do país, o ex-ministro da Justiça dos governos Lula, Márcio Thomaz Bastos, advogado de um dos 38 réus, comia uma banana em uma dependência reservada do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, quando ouviu a pergunta de um amigo: "O que houve para chegarmos até aqui?"

Thomaz Bastos parou de comer, temperou a garganta e respondeu em voz baixa sem olhar diretamente para o amigo: "Perdemos o controle da situação". Seguiu-se um longo silêncio antes que completasse: "Agora, só a alternância no poder poderá acabar com tudo isso". O amigo nada mais lhe perguntou. Ele voltou a comer a banana, uma fruta rica em potássio e que faz bem ao coração.

Saudades do mensalão! Movimentou uma ninharia se comparada com os valores desviados dos cofres da Petrobras. De resto, foi um escândalo que se limitou às fronteiras do Congresso e dos partidos. É verdade que a "sofisticada organização criminosa" que operou o mensalão ambicionava controlar o aparelho de Estado. Foi descoberta a tempo. Dos 38 réus, 24 foram condenados.

O número de envolvidos com a roubalheira da Petrobras chega a 50. Gira em torno de R$ 2 bilhões o dinheiro que serviu para financiar partidos e enriquecer políticos e diretores da Petrobras. O avanço das investigações da Operação Lava-Jatos reforça a cada dia que passa o sentimento de que a corrupção disseminou-se por toda parte com a cumplicidade dos governantes. E também com a decisiva ajuda de bancos e de empresas que sonegam impostos.

O PT dirá junto com a presidente Dilma Rousseff que a corrupção é uma velha senhora que nunca vai embora. Ocorre que nos últimos 12 anos, ela foi uma senhora que engordou alimentada pelo projeto do partido de não se afastar do poder. De evitar por todos os meios legítimos ou não a alternância no poder, única saída sugerida por Thomaz Bastos para a situação que atravessamos.

Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa, uma das 14 empreiteiras que pagaram propinas para fechar negócios com a Petrobras, confessou à Justiça que sua empresa fez a mesma coisa para executar obras na Ferrovia Norte-Sul, iniciada em 1987 ainda durante o governo José Sarney. Quando concluída, ela terá 4.155 km e cortará 10 Estados. Um banquete para apetites insaciáveis.

As principais empreiteiras do país formaram um cartel para operar trechos da ferrovia. Houve também superfaturamento de contratos com a doação legal e ilegal de dinheiro a partidos e políticos. Petrobras, Ferrovia Norte-Sul? O que mais? Ah, sim, a Usina de Belo Monte, no Sul do Pará, uma obra orçada em R$ 19 bilhões. Ali funcionou o mesmo modelo nefasto de atuação das empreiteiras.

Thomaz Bastos não era inocente a ponto de pensar que a alternância no poder fosse capaz por si só de pôr um fim à corrupção. O que ele quis dizer, segundo o amigo que o interrogou, foi que a alternância desmonta ou enfraquece esquemas de corrupção em pleno funcionamento. Até que outros venham a substitui-los, se vierem, levará muito tempo.

Nunca antes na história do país, os brasileiros deram tantos sinais de indignação com a roubalheira generalizada. Quem sabe não estamos às vésperas de mudanças de comportamento que afetarão certamente o que hoje se pratica à luz do dia, sem a mínima inibição, pudor ou receio, amparado na certeza de que ao fim e ao cabo a impunidade prevalecerá?
Herculano
07/04/2015 12:49
DELAÇÃO DE YOUSSEF É INVÁLIDA, AFIRMA EX-MINISTRO GILSON DIPP

Conteúdo de Consultor Jurídico. Texto de Felipe Luchete. Um parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal busca anular a delação premiada do doleiro Alberto Youssef, um dos protagonistas da operação "lava jato", e todas as provas produzidas a partir dos seus depoimentos. Quem assina é o ministro aposentado Gilson Dipp, que deixou em 2014 sua cadeira no Superior Tribunal de Justiça. Ele avalia que, quando um delator quebra as regras do acordo, como Youssef já fez uma vez, o Estado não pode confiar nele de novo, a ponto de aceitar uma nova colaboração.

O documento enviado ao STF chama a atenção por ter sido elaborado pelo idealizador das varas especializadas em lavagem de dinheiro no país. Ex-corregedor nacional de Justiça, Dipp presidiu uma comissão de juristas montada no Senado para elaborar anteprojeto de reforma do Código Penal e é autor do livro A Delação ou Colaboração Premiada - Uma análise do instituto pela interpretação da lei (Editora IDP).

O ministro aposentado escreveu o parecer a pedido do escritório Oliveira Lima, Hungria, Dallacqua e Furrier Advogados, que defende executivos da Galvão Engenharia.

Ele aponta que, em 2003, Youssef prometeu deixar atividades criminosas quando assinou sua primeira delação, no chamado caso Banestado. No ano passado, o juiz federal Sergio Fernando Moro considerou quebrado o acordo, pois o Ministério Público Federal disse que o doleiro continuava atuando na evasão de divisas e lavando dinheiro. Mesmo assim, sete dias depois, o próprio MPF deu uma segunda chance a Youssef, para receber informações sobre a "lava jato".

Dipp diz que os procuradores da República foram omissos ao ignorar o episódio no documento que oficializou a segunda oportunidade. "Não há, sequer, uma menção à quebra do acordo pela prática de crime posterior." A informação é importante porque o perfil do delator é um dos critérios que precisam ser levados em conta para a concessão do benefício, conforme o artigo 4º da Lei das Organizações Criminosas (12.850/2013).

"Resta evidenciado que o colaborador não preenche esse requisito, deduzido da própria sentença que o condena, que aferiu negativamente sua personalidade e antecedentes criminais", afirma o parecer. "A lei deu como pressuposto lógico a sinceridade da intenção das partes de comprometerem-se com os limites da colaboração sem reservas. Principalmente porque a instituição desse mecanismo processual tem enorme repercussão (...) sobre o regime de execução penal e terceiros interessados e/ou atingidos pelo acordo."

O ministro reconhece que a Lei das Organizações Criminosas não proíbe a segunda chance. Mas defende que outras normas com "parentesco" entre si impõem limites: a Lei Anticorrupção (12.846/2013), voltada para pessoas jurídicas, fixa que novos acordos de leniência só podem ser feitos num intervalo de três anos, mesmo prazo estabelecido pela Lei do Cade (12.529/2011). "A contemporaneidade das leis é evidente. E, assim, a inspiração legislativa não poderia ser diferente quanto à implementação da sanção ao acordante infiel", diz.

Youssef já havia virado delator em 2003, no caso Banestado, mas descumpriu o acordo.

Dipp conclui que a segunda delação premiada ?mostra-se imprestável por ausência de requisito objetivo - a credibilidade do colaborador - e requisito formal - omissão de informações importantes no termo do acordo", tornando "imprestáveis" todos os atos e provas que vieram a partir do que declarou Youssef.

Despacho ilegal
O acordo mais recente com o doleiro foi homologado em dezembro pelo ministro Teori Zavascki, do STF. Com base no parecer, a defesa do executivo Erton Medeiros Fonseca, diretor da Galvão Engenharia, quer agora que o despacho seja considerado ilegal. "Evidentemente, a homologação do acordo ofendeu o princípio constitucional do devido processo legal e produziu prova ilícita", alegam os advogados José Luis Oliveira Lima, Jaqueline Furrier, Rodrigo Dall?Acqua e Camila Torres Cesar.

A tese é defendida em pedido de Habeas Corpus apresentado ao presidente do Supremo, ministro Ricardo Lewandowski. Embora a corte costume rejeitar HCs contra ato de seus próprios membros, os advogados alegam que o Plenário nunca debateu o tema tendo como pano de fundo os autos envolvendo o reconhecimento de uma delação premiada. Também solicitam decisão liminar para a liberdade do cliente.

A defesa questiona ainda termos do acordo que liberaram o uso de bens a familiares de Alberto Youssef, como um imóvel para sua ex-mulher. Os advogados dizem que a medida é ilegal, já que o MPF relaciona o patrimônio do doleiro a desvios na Petrobras e nenhuma lei permite esse tipo de benefício patrimonial.

Erton Medeiros Fonseca está preso em caráter preventivo desde novembro de 2014, quando a "lava jato" teve como alvo representantes de grandes empreiteiras. Ele foi acusado de integrar um "clube" de empresas que fraudaria contratos da Petrobras. De acordo com a defesa, a denúncia baseia-se apenas nas palavras de delatores, como Youssef.
sidnei luis reinert
07/04/2015 12:38
Emparedado pelo PMDB e acuado pela impopularidade, PT arma golpe e acirra seus movimentos aparelhados


Edição do Alerta Total ? www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O Presidente do PT, Rui Falcão, voltou a deixar claro como seu partido tenta armar um golpe institucional. Falcão e seus urubus querem trocar a legitimidade de um Congresso eleito pela imposição de grupos aparelhados ideologicamente, como os tais "movimentos sociais" (apenas os controlados pelo PT e aliados, e não aqueles movimentos espontâneos que lhes passam fazer oposição legítima). A iniciativa conta com o respaldo total do líder máximo Luiz Inácio Lula da Silva. Por isso, o companheiro $talinácio convoca seus exércitos para engrossarem, hoje, as manifestações da CUT.

A cúpula nazicomunopetralha tem duas prioridades imediatas: a regulação dos meios de comunicação (forma mascarada de censura econômica para impor a posterior e seletiva censura política) e uma "reforma política" feita na base de plebiscitos (cujos temas e resultados possam ser manipulados pela fanática máquina stalinista-leninista do partido seita). Falcão deixou claro em recente entrevista à Folha de S. Paulo: ?Só vamos obter reforma política através de plebiscito com essas mobilizações. Só pelo Congresso, seja com a atual configuração, seja na futura, é praticamente impossível?.

Enquanto Lula arma seu golpe, o pandemônio (previsto pelo Eduardo Cunha) se instaura. Dilma Rousseff só não se torna mais impopular (com apenas 12% de aprovação) porque a estatística não permite. A população começa a sentir os efeitos macabros da crise econômica: carestia, inflação, desemprego, e dificuldades para pagar em dia caríssimos impostos e as tarifas de água, luz, telefone. Por isso, no domingão de 12 de abril, milhões saem novamente às ruas para protestar. O desgoverno e os políticos entram em tensão máxima. O cagaço deles tende a gerar atitudes e medidas desesperadas.

Nessa conjuntura, algumas perguntas se tornam fundamentais. Cada resposta correta gera vários flashes históricos: Que interpretações se podem tirar do fato de o PMDB usar o seu poder de pressão política para definir que uma CPI pode pedir a quebra dos sigilos telefônicos do Ministro da Justiça e do Procurador Geral da República? Que significado tal postura pode ter para a construção da democracia no Brasil?

Resposta: O jogo de poder começa a ficar interessante em favor do cidadão e da cidadania. Quando a máquina de triturar carne de Eduardo Cunha e Renan Calheiros, no comando da Câmara e do Senado, ameaça tirar aquela "blindagem" de supostos intocáveis, começa a valer a regra democrática de que a lei vale (ou deve valer) para todos, igualmente. Na democracia, pau que dá em Chico também dá em Francisco. No Brasil, a coisa ainda não funciona assim. Mas tudo começa a mudar...

Mais perguntas: Que saída tem o PT, em franca perda de hegemonia e aumento quase extremo da impopularidade presidencial, apesar do aparelhamento que fez da máquina estatal? No que pode redundar a tendência clara ao enfrentamento e ao radicalismo em uma conjuntura de impasse com alto risco de redundar em ruptura institucional?

Dilma parece desesperada, mas pode não estar. Sua tensão tem mais a ver com seu DNA stalinista, autoritário, que com a pressão que vem recebendo de todos os lados, do eleitor insatisfeito até o aliado mais inconfiável do PMDB. Dlima não pede socorro a José Sarney porque é uma ingênua. Ela faz isto porque sabe que o imortal maranhense tem condições de neutralizar a dupla Cunha-Renan. O problema é que o presidente do Senado é tido como "sócio" do Sarney - o que pode tornar tal aliança perigosíssima...

O PT aposta que consegue reunir suas supostas "forças populares" (movimentos sociais ideologicamente aparelhados e financiados por grandes esquemas de lavagem de dinheiro sob investigação do Ministério Público e da Justiça) para impor seu modelo político e econômico goela abaixo de todos. Se insistir nesta linha de confronto, a ruptura institucional pode acontecer mais rápido que o previsto. Eles apostam que vencem... Por isso, vêm com tudo para cima dos adversários e inimigos...

Outra grande dúvida: O Brasil segue no inevitável rumo do precipício, ou as mudanças necessárias têm efetivas chances de ocorrer, em breve?

Resposta: A conjuntura parece horrorosa... Fica pior ou menos ruim, dependendo de como os cidadãos fizerem a leitura da realidade. O tsunami de protestos indica clara insatisfação. Se a bronca ganhar foco em soluções objetivas, setoriais e seletivas, o governo e a classe política serão obrigadas a ceder, contra a própria vontade de deixar tudo como está.

Por isso, é preciso gritar: Acorda, oposição! Ou você se torna orgânica, ou vai ficar gritando no vazio, até o golpe nazicomunopetralha te forçar a um exílio em Miami (claro, para aqueles que têm muita grana para gastar).

A regra é clara: Quem não dá conta de gatinho não pode encarar um leão.
Herculano
07/04/2015 10:33
O QUE É FEITO DA REVISÃO DO PLANO DIRETOR FEITO PELA IGUATEMI E QUE CUSTOU UMA BABA À PREFEITURA DE GASPAR?

Esta revisão, obrigatória, não seguiu o rito determinado pelo Estatuto das Cidades. Os políticos que tramaram tudo nos bastidores por aqui, depois de testá-los e testemunharem as ações concretas do Ministério Público - o da Moralidade tocado por Chimelly Louise de Resenes Marcon e o do Meio Ambiente, comandado por Henrique da Rosa Ziesemer - resolveram bater em retirada estratégica.

Ao invés de levar o plano para a aprovação na Câmara, com modificações pontuais e que serviriam a interesses também pontuais, sem passar pela bateria de audiências, também obrigatória, tomaram outra estratégia.

A tal "revisão" está sendo aprovada de forma fatiada para não chamar a atenção e atender as pontualidades. Primeiro foi a expansão do perímetro urbano. Montaram audiências marotas, mal divulgadas, em que se relatam pouca audiência e a ausência total, em pelo menos uma delas, de gente que vai ser afetas.

Na Câmara, alguns vereadores, por medo das consequências e nem tanto pela dúvida de que algo possa estar errado, está pedindo explicações. O presidente do PT, e líder da bancada petista, José Amarildo Rampelotti, já "marcou" para o dia 14, próxima terça-feira, votação deste assunto.

E o que apareceu agora, para a sessão de hoje?

De Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento, Ofício nº 098/2015 - G - GAB, subscrito pelo Sr. Soly Waltrick Antunes Filho - Secretário, "... solicitar informações sobre o trâmite do Projeto de Lei Complementar nº 06/2014, que INSTITUI O PLANO DIRETOR DE TRANSPORTE E MOBILIDADE. (..) Neste sentido, necessitamos da aprovação do Plano supracitado o mais rápido possível, pois o prazo estabelecido na redação da lei supracitada é no final do mês de abril do corrente ano. Caso haja descumprimento desta legislação poderemos ter impedimentos na captação de recursos junto aos ministérios".

Ou seja, mais um assunto muito importante para a cidade, os cidadãos e cidadania, que se trama goela abaixo. Por que? Acorda, Gaspar!
Herculano
07/04/2015 10:09
INICIADO O 89º PROJETO DE TÚNEL, POR 6 MILHÕEZINHOS, por Carlos Tonet

Deu no Pancho que a secretaria estadual de Defesa Civil está pagando R$ 6 milhões prumas empreiteiras fazerem o projeto de mais um túnel em Blumenau.

Deve ser o 89º apenas nos últimos dez anos, sem contar o do Hitler e o dos presos.

O túnel vai unir a Toca da Onça à rua Silvano Cândido da Silva.

Vai ter quatro pistas.

A obra tem como objetivo acelerar as águas do rio nas enchentes.

Quando o rio passar de cinco metros, a água vai escorrer por ele, mas ninguém sabe se funcionaria, porque depende de outros canais.

O maior túnel da cidade de São Paulo é o Ayrton Senna.

Custou cerca de R$ 2 bilhões a preços de hoje, mas precisamos descontar uns R$ 700 milhões roubados pelo neopetista Paulo Maluf.

Vamos fechar por R$ 1,3 bilhão, então.

Se o Túnel da Toca da Onça vai custar R$ 1 ou 2 bilhões, não importa.

Sabemos que o Governo do Estado está literalmente inundando Blumenau e região com obras de grandíssimo porte.

As promessas estão rigorosamente em dia. Dinheiro não é problema.

O que importa é fazer logo o projeto de R$ 6 milhões que estão sobrando.
Herculano
07/04/2015 10:05
A INFLAÇÃO DO PT

Manchete do dia por aqui: em maio, tarifa de água aumenta 7, 68% em Gaspar. O reajuste se refere ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor, INPC, acumulado no período de março 2014 a fevereiro de 2015, de acordo com o Samae. é preciso explicar mais alguma coisa de como o governo está comendo o dinheiro dos mais fracos?
Herculano
07/04/2015 09:59
SINAIS DOS TEMPOS. EM DIA DE TRABALHO PARA ATRAPALHAR OS TRABALHADORES NO SEU IR E VIR CUT ESPERA REUNIR 10 MIL EM ATO EM SÃO PAULO

Em outros tempos este número seria de 100 mil no mínimo. Protesto promovido pela central sindical em março teve quatro vezes mais manifestantes na capital paulista. A maioria pagos para segurar bandeiras, bater palmas e gritar palavras de ordem

A entidade, que é contra a lei da terceirização, quer levar de 3.000 a 4.000 pessoas para a frente do Congresso

DE SÃO PAULO

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) cogita reunir cerca de 10 mil pessoas no protesto marcado para esta terça-feira (7) em São Paulo.

O total de manifestantes esperado é menor do que o calculado pelo Datafolha em 13 de março, quando cerca de 41 mil participaram de ato na capital paulista em defesa da Petrobras e da presidente Dilma.

A manifestação desta terça tem como pauta principal protestar contra a aprovação do PL 4.330, que regulamenta a terceirização em contratos de trabalho, e defender bandeiras como a democracia e a reforma política.

Para a CUT em São Paulo, por ser um ato com uma pauta mais específica do que o anterior, o número de participantes deve ser menor e mais restrito a militantes dos movimentos sindicais e sociais.

Em Brasília, contudo, a CUT espera que o protesto reúna mais manifestantes do que no mês passado. O projeto de lei sobre terceirização deve ser colocado em votação nesta terça na Câmara.

A central sindical acredita que levará para a frente do Congresso de 3.000 a 4.000 pessoas. Em março, o protesto reuniu, segundo a Polícia Militar, cerca de mil.

As manifestações desta terça estão programadas para São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Salvador, entre outras capitais. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e a UNE (União Nacional dos Estudantes) estão entre as entidades sociais que participam do protesto.
Herculano
07/04/2015 09:55
E O VEM PARA A RUA EM GASPAR?

Domingo é dia de gente decente ir para a rua e dizer que precisa de um governo sério.

No dia 15 de março, em torno de 1.500 gasparenses foram as ruas aqui para dar o recado.

Quem é que está se mobilizando para tal neste domingo?
Herculano
07/04/2015 09:51
UM FAZ OUTRO DESMANCHA. ESTA É A SINA DOS POLÍTICOS - SEJA QUAL FOR O PARTIDO - NA SUCESSÃO ADMINISTRATIVA. NINGUÉM CONSTROI. E QUEM PAGA A CONTA DA VINGANÇA SOMOS NÓS COM OS PESADOS IMPOSTOS E QUE FALTAM AO ESSENCIAL DA SAÚDE, EDUAÇÃO, SEGURANÇA, OBRAS DE INFRAESTRTURA... "CHOQUE DE GESTÃO" DE AÉCIO DEIXOU MINAS EM CRISE DIZ PIMENTEL

Governador petista reclama que recebeu deficit de R$ 7 bilhões e 500 obras paradas; PSDB contesta acusações. Nova gestão diz que precisa gastar R$ 120 mi por ano para manter o centro administrativo construído por Aécio, relata o repórter Paulo Peixoto, de Belo Horizonte, para o jornal Folha de S. Paulo

O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), atacou nesta segunda-feira (6) o "choque de gestão" idealizado pelo tucano Aécio Neves.

Pimentel disse que o Estado vive uma situação grave e que não teve "gestão". "A situação de Minas é crítica. Não é exagero de linguagem. A situação é muito grave. [...] Faltou gestão e faltou gerenciamento em Minas Gerais", disse em entrevista coletiva para relatar a auditoria da Controladoria-Geral do Estado nas contas da administração.

"Não estamos falando de uma gestão que ficou três, seis, oito meses. Estamos falando de gestão que vem de 12 anos e se autoproclamava a melhor do Brasil, quiçá uma das melhores do mundo."

As declarações do petista destoam da relação de cordialidade entre Pimentel e Aécio - eles foram aliados políticos em Minas até 2011.

Aécio governou Minas por duas gestões (2003-2010) e fez o sucessor, Antonio Anastasia (2011-14), hoje senador.

O PSDB respondeu que o PT tenta "desviar a atenção".

Pimentel atacou as "cinco centenas de obras paradas" e o "deficit de R$ 7 bilhões" que encontrou.

O centro administrativo do governo feito por Aécio também foi posto na berlinda: o novo governo disse que ele custou R$ 2 bilhões, e não R$ 1,2 bilhão. O governo disse que contratos suspeitos serão auditados.

Reportagem da Folha mostrou que a Controladoria investiga 806 convênios com prefeituras feitos às vésperas do fim do prazo legal eleitoral, mas que tiveram os empenhos cancelados após a eleição. O ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP) atribuiu o problema à não liberação de R$ 1 bilhão de um empréstimo (cujo valor total supera R$ 4,5 bilhões) concedido pelo Banco do Brasil.

O novo governo disse que o BB só não liberou o valor porque houve "má gestão" de uma parcela anterior - de R$ 600 milhões - desse mesmo empréstimo.

Em nota, o Banco do Brasil se limitou a dizer que sempre age de acordo com os contratos firmados.
Herculano
07/04/2015 08:52
JOSIAS DE SOUZA EXPLICA A MANCHETE DO DIA NOS GRANDES JORNAIS: DILMA DÁ AO PMDB BALCÃO SEM VERBAS E CARGOS

Em conversas que entraram pela madrugada desta terça-feira (7), o PMDB revelou-se dividido em relação à sondagem de Dilma Rousseff para que o partido assuma a pasta das Relações Institucionais, que cuida da coordenação política do governo. Ficou claro que a eventual transferência do peemedebista Eliseu Padilha do Ministério da Aviação Civil para o coração do Palácio do Planalto não fará do PMDB um aliado fiel ao governo. Muito longe disso.

No modelo de coalizão partidária que vigora no Brasil, articulação política virou um eufemismo para a troca de cargos e verbas por votos no Congresso. Aí começa o problema. Na expressão de um membro da Executiva do PMDB, a pasta das Relações Institucionais é, hoje, um "balcão vazio". Num governo de continuidade, não tem cargos a oferecer. Submetida aos rigores orçamentários impostos pelo ajuste fiscal, faltam-lhe também as verbas.

Sem essas duas matérias-primas, avaliam caciques do PMDB, ainda que fosse um gênio da articulação, Padilha não conseguiria pacificar o condomínio governista, que impõe sucessivas derrotas a Dilma no Congresso. Um correligionário aconselhou Padilha a refletir sobre sua própria experiência no governo antes de responder positivamente à sondagem de Dilma.

No comando do Ministério da Aviação Civil há três meses, Padilha não conseguiu nomear gestores de sua confiança para a Infraero, estatal que pende do organograma de sua pasta. Pois a mesma Dilma que o impediu de realizar as nomeações convida-o agora para gerenciar o balcão vazio, atrás do qual o petista Pepe Vargas, no momento um quase ex-ministro, virou a personificação do nada.

Presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros e Eduardo Cunha, no momento os principais algozes de Dilma no Legislativo, trataram de tomar distância da articulação. Se a presidente quiser levar adiante a ideia de transferir Padilha para o Planalto, diz a dupla, não deve contar com retribuições do PMDB.

A debilidade de Dilma no Congresso interessa a Renan e a Cunha. Donos da agenda do Legislativo, os dois servem rações semanais de constrangimento ao governo. Com isso, as crises política e econômica monopolizam as manchetes, sobrando menos espaço para o noticiário sobre os inquéritos abertos contra ambos no STF por suspeita de envolvimento no escândalo das propinas na Petrobras.

Noutro paradoxo que marca as relações do PMDB com o governo, os presidentes da Câmara e do Senado defendem a redução do número de ministérios de 39 para 20 e, simultaneamente, apadrinham nomes distintos para uma mesma pasta, a do Turismo. Cunha defende a nomeação de Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara. Renan prefere manter o atual ministro Vinicius Lage, seu apadrinhado. E Dilma sujeita-se ao contrassenso.

A transferência de Eliseu Padilha para o Planalto poderia facilitar a resolução desse impasse. Henrique Alves poderia substitui-lo na pasta da Aviação Civil. Ou poderia ser efetivado no Turismo se Vinicius, o chegado de Renan, não se importasse de trocar de ministério.

A principal conversa da noite ocorreu no Jaburu, o palácio que serve de residência para o vice-presidente Michel Temer. Amigo de Padilha, Temer gostaria de vê-lo à frente da articulação política. Mas ouve opiniões contrárias de outros amigos, que têm o mesmo apreço por Padilha. É o caso de Moreira Franco, ex-titular da Aviação. Ou de Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Lula e ex-vice-presidente da Caixa.

Moreira preside no momento a Fundação Ulysses Guimarães, braço acadêmico do PMDB. Dedica-se a organizar o partido para as eleições municipais de 2016, um pleito que é tratado pelo PMDB como antessala do lançamento de uma candidatura partidária às eleições presidenciais de 2018, longe do PT. Para uma legenda que rumina tais planos, a proximidade com Dilma, presidente aprovada por apenas 13% dos entrevistados do Datafolha, pode ser letal.

Outro amigo de Temer, Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Lula e ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal na primeira gestão de Dilma, vai direto ao ponto ao expor sua aversão à hipótese de transferência do amigo Padilha para o Planalto. Em conversa com um amigo, Geddel disse na noite passada que "chegou a hora de as máscaras caírem".

Geddel foi ao ponto: o PMDB tem de dizer quem está indicando quem. Se o partido estiver interessado em cargos a essa altura, deve parar de fazer "marola" no Congresso e arquivar o projeto presidencial de 2018. Sob pena de dar razão a Cid Gomes, que criticara os governistas que armam emboscadas para o governo sem "largar o osso". As conversas sobre a sondagem de Dilma prosseguem nesta terça-feira. A presidente conta com uma resposta rápida.
Herculano
07/04/2015 08:48
editada originalmente ontem as 15.13

UMA IDEIA DE MAIS DE 100 ANOS, VIRA PROPAGANDA E MANCHETE DO GOVERNO DO ESTADO EM BLUMENAU.

Esta nota publiquei ontem aqui e a repito, com muitos retoques.

Um canal extravasor da foz Rio Itajaí quanto um túnel para o Rio em Blumenau já foram sugeridos há cerca de 100 anos pelo engenheiro Adolf Odebrecht. Em entre as décadas de 1910 e 1920 ele fez estudos para o então Ministério da Viação e Obras Públicas.

O próprio Jica - a agência japonesa para avaliação e soluções de desastres naturais - depois das grandes enchentes por aqui de 1983 e 1984 sugeriu um canal extravasor a partir de Gaspar ao mar lá por Penha. A ideia não prosperou pelo custo, engenharia pesada, dúvidas dos seus resultados e impactos ambientais que causaria, inclusive na costa. A aqui mesmo em Gaspar se fez um movimento contra esta ideia técnica devido as perdas de terras que se teria de alguns famosos.

E o que apareceu agora?

Do nada, surgiu a notícia de que se está projetando a construção de um túnel extravasor hidroviário em Blumenau. A ideia está sendo avaliada pelo governo do Estado para amenizar as cheias do rio Itajaí-Açu na região de Blumenau (?). Ele teria 1,2 mil metros de extensão e ligaria a Rua das Missões, na altura da entrada para a Toca da Onça, à Rua Silvano Cândido da Silva, bairro Ponta Aguda, logo depois da ponte do Anel Viário Norte. Ele, em tempos de seca vai servir para o trânsito de carros. Uma otimização daquelas.

Mais do que a notícia. Em poucos dias deverá começar o estudo de viabilidade. A Iguatemi é que vai fazê-lo. E vai custar, inicialmente R$5,1 milhões. Aliás, a Iguatemi se especializou em fazer projetos sem execução efetiva: a revisão do Plano Diretor de Gaspar e o Anel de Contorno daqui, e para este o custo girou em torno de R$2 milhões e que o governo do estado pagou.

Leitores e leitoras, percebam: tudo se encaixa. O governo do estado, fraco, aqui com Raimundo Colombo, PSD, se prepara para a redenção político eleitoral. Ao menos terá uma ideia para a propaganda aos desinformados, aos de fé e aos que precisam de balão de ensaio para buscar votos. E R$5,1milhões de projeto deverão ser troco, pois a execução caberá a outros que terão que ter coragem verdadeira e dinheiro para concretizar ideias que perambulam por ai há mais de 100 anos e por ausência de corajosos.

A ideia não é ruim, e se e quando executada, poderá ajudar a Gaspar também, garantem os técnicos, que não falam da velocidade da água por aqui ao se eliminar as curvas do Centro de Blumenau.

Mas, para concluir e perceber como tudo se encaixa. Este túnel será também usado por veículos quando não houver enchentes. E será uma forma de escoar o trânsito do Centro e parte Note de Blumenau para a BR 470 na parte Sul. Este plano reforça a necessidade de endireitamento e duplicação da tortuosa e estreita Silvano Cândido da Silva, no Capim Volta.

É exatamente esta ideia que os blumenauenses defendem para micar o Anel de Contorno de Gaspar e levar o dinheiro dele para lá nesta duplicação da Silvano, levar também a ponte do Bela Vista para o Sesi e nos deixar aqui sem mobilidade, isolados, dependentes daPonte do Vale e da velha Hercílio Deecke. Na reunião da AMMVI, este assunto de Contorno de Gaspar passou bem longe, inclusive com o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, presente.

Na outra reunião feita aqui e que se promoveu para se esclarecer as dúvidas do Contorno, o secretário de Desenvolvimento Regional, Cássio Quadros, PSD, o que representa o governador Raimundo Colombo e se sobrevive numa entidade empregatícia de político sem votos, foi claro: não há verbas, é caro e não é prioritário este projeto. Não temos união e votos para sensibilizar os políticos matreiros.

Três conclusões:

1. Todos tramam contra Gaspar, inclusive os gasparenses com suas igrejinhas.
2. O governador Raimundo Colombo, como outros políticos, se inspirou no PT, e agora deu para fazer propaganda e projeto, mas execução deles, nada.
3. Se houver dinheiro e pressão, sairá esta do túnel hidroviário, a ponte em Blumenau e a duplicação da Silvano Cândido da Silva. O Contorno de Gaspar vai para o forno de esperanças. Talvez daqui a 100 anos, como a ideia resgatada do Túnel, ele seja ressuscitado, por um político que queira se salvar de um péssimo mandato. Acorda, Gaspar!
Herculano
07/04/2015 08:03
DILMA PAGARÁ R$ 49 MILHÕES A EMPRESA DE FESTAS, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A economia está em frangalhos, o governo aplica calote até em programas sociais, mas a presidente Dilma contratou por R$49 milhões a empresa "Shows Serviços de Festa", com o objetivo de tornar mais festivos os seus eventos. O caso guarda certa semelhança com o Baile da Ilha Fiscal, em 1889, quando a realeza se divertia na mais luxuosa festa da história do Império às vésperas da Proclamação da República.

É muito dinheiro
Os R$ 49 milhões da empresa de festas contratadas por Dilma seriam suficientes para construir 530 casas populares ao custo de R$ 93 mil.

Extravagância
Pago com verba reservada ao socorro a flagelados da seca no Ceará, o Baile da Ilha Fiscal foi marcado pelo excesso e pela extravagância.

Bolsa sem noção
O Baile da Ilha Fiscal consumiu 10% do orçamento do Rio de Janeiro. A empresa de festas, o equivalente a 1,4 milhão de bolsas família.

Calote no PAC
O governo gastou no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), até fevereiro, 31,8% do que foi gasto no mesmo período de 2014.

DILMA MAL ACREDITA QUE LAVA JATO NÃO PEGOU ALVES
Um mês após a "Lista de Janot" de citados na Lava Jato, Dilma pediu "mais informações" de órgãos de inteligência sobre o ex-deputado Henrique Alves, como se custasse a acreditar que ele não foi incluído. Até por detestá-lo, Dilma dizia que só o nomearia após ver a lista, o que ocorreu há um mês, em 6 de março. A boa notícia para ele é que Dilma ainda cogita nomeá-lo, cedendo à pressão de Eduardo Cunha.

Jogo duplo
Nervoso, Henrique Alves fala mal de Renan Calheiros nos bastidores, acusando o senador de "jogo duplo" para impedir sua nomeação.

Olho no Turismo
Alves pediu Integração, de orçamento 10 vezes maior, mas se contenta com Turismo. O atual ministro, Vinícius Lages, foi indicado por Renan.

Ameaça
Se Henrique Alves não virar ministro, Eduardo Cunha ameaça aprovar "pauta-bomba" de projetos que tornam inviável o ajuste na economia.

Falta de vergonha
Além de o governo promover o indecoroso acordão de leniência, os deputados petistas Vicente Cândido (SP) e Sibá Machado (AC) querem o financiamento de bancos públicos para empreiteiras que fraudaram licitações, superfaturaram contratos e subornaram agentes públicos.

Raposa no galinheiro
O Ministério do Trabalho nomeou Rodrigo Melo Nogueira para chefiar sua subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração. Ele aparece na lista de envolvidos na sétima fase da Operação Lava Jato.

#VemPraRua
O "Vem Pra Rua", movimento que organiza as manifestações contra Dilma, no próximo domingo, 12 de abril, estima que os protestos serão realizados em mais de 270 cidade brasileiras.

Conta outra
Os petistas acham que "não existe crise" porque esgotaram os chocolates de Páscoa de alto custo. Apressados, nem se deram conta de que as vendas no período tiveram pior resultado desde 2007.

Vão somando
O cafezinho do Salão Verde da Câmara está com os dias contados. Além de construir um shopping na Câmara, fazendo a obra saltar vários bilhões, Eduardo Cunha quer construir ali um novo gabinete.

Tratorzaço contra Dilma
Produtores rurais também se organizam para o protesto de 12 de abril. Montaram o "tratorzaço" convocando camponeses para protestar contra o governo, seja "a pé, a cavalo ou de trator".

Retífica CH
O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) não recebe auxílio-moradia, mas o ex-titular do mandato, Vital do Rêgo, agora ministro do TCU, ainda não entregou o apartamento funcional exclusivo de senadores.

Malandragem
A CUT, central sindical controlada pelo PT, convocou manifestação contra o projeto de reforma política do PMDB. Virou piada: marota, a CUT marcou o ato para dia da semana e no horário de trabalho.

Pergunta na Lava Jato
Se o governo for tão eficiente para "recuperar a Petrobras" como o foi para deixar que a surrupiassem, vai sobrar alguma coisa da empresa?
Herculano
07/04/2015 07:48
CNJ PELO AVESSO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Sugestão de Lewandowski pode esvaziar poderes do órgão de controle externo do Judiciário, que já deu mostras de sua importância

Em condições normais, não causaria maior comoção a notícia de que o Conselho Nacional de Justiça conhece nova ameaça a seu funcionamento. Durante quase dez anos de existência, e mesmo antes de ser criado, o CNJ enfrentou com sucesso a resistência de magistrados descontentes com o órgão de controle externo do Judiciário.

Há algo de insólito, contudo, na atual discussão sobre reduzir os poderes do conselho. A proposta, desta vez, parte de ninguém menos que o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal e do CNJ.

O risco está consolidado na minuta da nova Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), que Lewandowski apresentou aos colegas. Se por um deslize dos demais ministros o texto vier a ser encaminhado ao Congresso e aprovado sem alterações, o órgão de controle passará a controlar muito pouco.

Na sugestão mais bizarra, pela arrogância e pelo corporativismo, um magistrado só poderia ser interrogado por outro magistrado de instância equivalente ou superior. Dos 15 conselheiros, só 3 integram tribunais superiores e atuariam livremente; 6, por outro lado, não sendo juízes, teriam as mãos atadas em processos disciplinares.

As limitações não param por aí. No que depender de Lewandowski, a Justiça Eleitoral ficaria a salvo da ação correcional do CNJ, enquanto os regulamentos editados pelo órgão perderiam muito de sua força.

Além disso, o projeto do ministro reabre o debate sobre a autoridade do conselho para julgar a situação de juízes independentemente da atuação das corregedorias nas cortes estaduais --tema que o Supremo já decidiu a favor do CNJ.

Imaginava-se que discussões dessa natureza tivessem sido superadas pelo próprio dinamismo do órgão. Medidas moralizadoras, como o combate ao nepotismo e aos supersalários, demonstraram a importância do CNJ na frente disciplinar, ao passo que iniciativas como o estabelecimento de metas e os mutirões carcerários atestaram seu valor no planejamento.

Tais conquistas, todavia, podem ser postas a perder pelo ministro Ricardo Lewandowski. Além das modificações na Loman, ele criou dois conselhos consultivos para assessorar a presidência do CNJ. Um é formado por presidentes de associações de classe da magistratura; o outro, por presidentes de Tribunais de Justiça.

Eis o tamanho do retrocesso em curso: não só o órgão criado para fiscalizar os magistrados corre o risco de perder os poderes para tanto, mas também os magistrados podem ganhar poderes para fiscalizar esse mesmo órgão.

Dificilmente um líder sindical agiria com tanta desenvoltura.
Herculano
07/04/2015 07:42
"TIPO ALIADO" , por Francisco Jordão para o jornal Folha de S. Paulo"

No supermercado, na fila para pagar as compras da Páscoa, um senhor observa uma bandeja com os dizeres "tipo bacalhau" ao lado de antiga edição de uma revista que trazia na capa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). E comenta: "Cada um engole o peixe que merece".

Cunha é um "tipo aliado" que Dilma teve que engolir. Nem esperou a Páscoa passar para impor uma série de derrotas ao governo no Congresso, derrubar o ministro da Educação e definir a agenda do que deve ou não ser votado.

No Senado, o presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL), que também sabe encarnar como poucos o "tipo aliado", faz o mesmo.

Investigados no esquema de corrupção da Petrobras, Cunha e Renan se aproveitaram dos erros do governo, da rejeição recorde de Dilma, da articulação política capenga, da recessão econômica e da insatisfação das ruas para ganhar espaço.

O governo faz um esforço para aprovar as medidas do ajuste fiscal, mas Renan e Cunha, cada um a seu modo, têm outros interesses em mente que tiram da cartola a depender das circunstâncias.

Que tal discutir a autonomia do Banco Central, a redução no número de ministérios, a maioridade penal, o Estatuto da Família e até a quebra dos sigilos telefônicos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para saber o que (e se) andaram conversando sobre a Lava Jato.

E tudo acontece sob o olhar contemplativo do vice Michel Temer, que por sinal preside esse simulacro de partido aliado que é o PMDB. Temer sempre reclamou de ser preterido e não participar de discussões importantes. Pois o governo foi obrigado a chamá-lo mais do que depressa para o núcleo político. E Dilma, de cara feia, engoliu mais um "tipo". Para o bem e para o mal.

Resta a dúvida sobre qual tipo de governo surgirá depois da Páscoa.

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