24/04/2015
NUNCA ANTES EM GASPAR I
O ex-procurador geral do município de Gaspar, Mário Wilson da Cruz Mesquita, foi o todo protetor do prefeito Pedro Celso Zuchi; foi partidário ferrenho do PT no seu segundo mandato. Eu mesmo experimentei esta ferocidade. Ele fez de tudo para e pelo PT. Ficou cego, como ficam os fanáticos. Por isso, foi traído (e não foi por falta de avisos). Há semanas, o doutor Mesquita deu três lições aos petistas daqui: a primeira delas é de que a sensatez nos ensina a rever determinados conceitos, amizades (verdadeiras e as de interesses) e até dogmas; o segundo, é de que a vingança é tão deliciosa quanto perigosa, pois pode ser frágil e passageira; e a terceira é de que tudo é um jogo pelo e para o poder, infelizmente.
NUNCA ANTES EM GASPAR II
O professor e advogado Mário Mesquita reverteu o jogo de décadas, em duas tacadas: uma de mestre e outra de sorte, apesar do trabalho e conhecimento que dedicou para isto. Foram duas semanas históricas e de comemorações. Ambas levaram preocupações ao PT de Gaspar e principalmente ao de Blumenau, liderado por Décio Neri e Ana Paula de Lima. O PT de lá comanda o daqui há anos, com mão de ferro, tem ingestão em Brusque. O doutor Mesquita sabe demais de todos, ou pelo menos dizia saber...
NUNCA ANTES EM GASPAR III
Na primeira tacada, o doutor Mesquita conseguiu de volta o que teve descontado do seu salário como contribuição para sustentar o partido que defendeu com tanta garra. Se a decisão da Justiça daqui valer para o Brasil inteiro, muito companheiro vai engordar o bolso daquilo que o PT recebeu um dia. O que já anda complicado nas finanças do partido por conta de mensalões, petrolões e outros que virão, haverá mais penúria. A outra tacada foi tirar do cargo por improbidade administrativa, o ex-prefeito de Brusque, Paulo Roberto Eccel, PT, que já foi o procurador geral de Gaspar no primeiro mandato de Pedro Celso Zuchi, PT, foi deputado estadual e zombou (com outros daqui e promoveram aquela patética tentativa de moção na Câmara de Gaspar para enquadrar a Justiça brasileira neste caso) na intenção do doutor Mesquita quando ele aceitou o desafio.
NUNCA ANTES EM GASPAR IV
O doutor Mesquita, todavia, não fez o serviço completo e se recusa a tal. E a pergunta é: por quê? Ele sabe muito e mais do que ninguém sobre e contra os petistas de Gaspar e os que comandam o partido por aqui. O doutor Mesquita foi o coração e parte do cérebro do que o PT tramou e fez por aqui. O PT e os petistas daqui também sabem melhor do que ninguém, que o estrago que ele fez em Brusque, poderá fazê-lo em Gaspar. E é isto que o doutor Mesquita está devendo para a sociedade gasparense. Ou então, terá que vir a público e reafirmar que todos os petistas daqui são puros. Não há meio termo. Acorda, Gaspar!
Acessibilidade, segundo os nossos políticos, só nos discursos. O cadeirante Carlos Barbosa, que já teve o seu drama contado aqui, na quarta-feira ocupou a Tribuna Livre da Câmara. Um escárnio à cidadania. Para chegar lá teve que ser levado pelas escadas. Para discursar, teve que fazê-lo do corredor. Da Tribuna foi impossível acessar de cadeiras de rodas. O presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP, já havia dito que um ano de presidência é pouco para reverter este quadro de descaso. O líder da bancada petista, José Amarildo Rampelotti, disse que todas as novas obras do governo já contemplam a acessibilidade. Como se vê. Casa de ferreiro, o espeto é de pau.
A cara também.
A verba da ponte do Vale. Estão empenhados R$14,7 milhões no Ministério das Cidades. Todos sabem. O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, já anunciou nas rádios como se liberada estivesse. Eu escrevi que não. Empenho e liberação são coisas diferentes. Empenho é a tal burocracia, que o próprio Zuchi tanto culpa e reclama. Burocracia é dos políticos, do governo e principalmente do PT.
A verdade que ninguém disse em entrevista é que a presidente Dilma Vana Rousseff, PT, não liberou ainda estes recursos no Orçamento. Quando muito, com esforço, poderão vir uns R$5 milhões. Eles nem darão para pagar o que já está pendurado e é devido pela prefeitura de Gaspar a empreiteira mineira Artepa Martins.
Quem afirmou isto? O titular da verba e da liberação, o ministro das Cidades e presidente do PSD, amigo de Dilma, Gilberto Kassab. E quem ouviu isto de viva voz? Os vereadores Marcelo de Souza Brick e Giovano Borges, ambos do PSD, que foram dar um rolê por Brasília há dias. Só não se entende a razão pela qual não esclareceram aos gasparenses, de lá ou na chegada aqui, logo após a viagem.
Resumindo. A ponte foi licitada por aproximadamente R$42 milhões. Vieram R$19,5 milhões. A prefeitura prometeu os outros R$21,5 milhões num jogo arriscado. Agora, quer tampar o buraco dela. Deve R$9 milhões a empreiteira. Os R$14,7 milhões empenhados, mal dá para pagar a dívida. A Artepa já disse que quer receber e com juros. Mais: que a parada vai custar mais e caro. Precisa de aditivo. Ou seja. Mais um factoide para a população desinformada e para esconder as mazelas administrativas.
Não tem dinheiro para a ponte do Vale, da Saudade, a duplicação da BR 470, Saneamento, para a Saúde Pública como o Hospital de Gaspar, a Educação, Segurança etc e tal, mas o PT e a presidente Dilma Vana Rousseff arrumou dinheiro para triplicar o milionário Fundo Partidário, para a farra dos políticos. Vergonhoso mal uso dos nossos pesados impostos.
Em Gaspar tem gente querendo ser candidato a prefeito, mas não escolheu um partido para oficializar esta intenção. Ou seja, está tudo errado. Ou está blefando, ou está com medo do desafio. Só em Gaspar.
O vereador Marcelo de Souza Brick, PSD, faltou a terceira sessão seguida. Aliás, as ausências dos vereadores têm sido notadas na Câmara. Duas sessões seguidas que faltam três vereadores ao mesmo tempo.
Ilhota em chamas. A intenção era a de produzir um desmentido contundente e desmoralizar esta coluna, mas não deu. A secretária da administração, Tatiana Reichert e o gerente de compras Valmor Bertelli Júnior, afirmaram em carta que enviaram ao jornal Cruzeiro do Vale que a compra de 36 telhas de Eternit por mais de R$2 milhões tratou-se de um mero erro de digitação.
Pois. Isto retrata bem a situação de Ilhota. Os outros questionamentos, não desmentidos, e por temor do Ministério Público, viraram justificativas. Está publicada na íntegra na seção de cartas, para que o leitor e leitora possam analisar como os políticos e gestores tratam as coisas sérias que lhes são dadas para administrar.
Edição 1681
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