Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

08/05/2015

UM NOME I
Quando há quase três anos findaram as eleições em Gaspar, entre todos os 13 nomes eleitos para a Câmara de Gaspar, o da professora de um bairro isolado (e inexpressivo se comparado ao Santa Terezinha, Sete, Bela Vista, Barracão e Belchior), o da Lagoa, Andréia Symone Zimmermann Nagel, DEM, era apenas um nome. Era improvável o estrelato e brilho. Todavia, sorte, competência, persistência, oportunidade, personalidade forte com um discurso articulado e coerente a fez se sobressair na Câmara. Entretanto, este ?estrelato? a meteu numa encruzilhada da qual Andreia vai ter que tomar algumas decisões para não desaparecer. 

UM NOME II
A sorte veio no primeiro mês de mandato, com o incêndio da Boate Kiss, na gaúcha Santa Maria. Andreia quis saber como estavam os prédios públicos, especialmente as escolas diante das exigências do Corpo de Bombeiros para acidentes como aquele. Os gasparenses descobriram a miséria e a irresponsabilidade dos políticos e autoridades. A projeção de Andreia foi inevitável. Tornou-se conhecida no nome, nas ideias, nas atitudes e nas cobranças incisivas sem cores partidárias. Brigava pela cidadania, pela cidade, pelo que julgava ser ético. Sem ser um bicho político, ideológico, sindical, corporativo e partidário, surpreendeu.

UM NOME III 
Vieram outras cobranças que colocaram o PT e a administração de Pedro Celso Zuchi de cócoras. E a surpresa veio na Comissão de Gestão da Câmara. Ela foi feita pelos petistas para ser uma peça decorativa, tanto que não indicaram ninguém. Nela, Andreia, com a atuação firme de Luiz Carlos Spengler Filho, PP; e incisiva de Ivete Mafra Hammes, que fazia par com Marli Iracema Sontag, ambas do PMDB, não deu tréguas. Surpreenderam o prefeito Pedro Celso Zuchi, o articulador Doraci Vans, o cunhado Antônio Carlos Dalsochio, o campeão de votos, José Amarildo Rampelotti, que desdenharam e esperavam a docilidade mansa de Andreia.

UM NOME IV
Andreia fez mais na busca de soluções que o poder público não conseguiu responder. Foi atrás das alças de acesso do povo da Margem Esquerda à ponte do Vale; quer livrá-los do perigo de morte do trevo da BR 470; a cobertura dos ferros velhos para nos livrar da dengue; o Anel de Contorno que o PT daqui se desinteressou como uma necessidade da cidade; da acessibilidade que falta à própria Câmara, os CEP das ruas... Meio sem querer, Andreia se tornou referência aos excluídos, aos espertos e aproveitadores. Um perigo e que ela até hoje não os percebeu bem.

UM NOME V
Andreia era apenas um nome desconhecido. Entretanto, superou até quem prometia brilhar como Melato e Lú, ambos do PP; a experimentada Ivete e o embalado Ciro, os dois do PMDB; Rampelotti e Dalsóchio, do PT, além do fruto da marquetagem e mais votado, Marcelo de Souza Brick, PSD. Virou alvo. E como tal está exposta. Desprotegida. E parece não ter a real dimensão deste perigo num ambiente poluído que é a política partidária; principalmente o pesado e sujo jogo do poder.

UM NOME VI
O PT, o PMDB e o PSD já perceberam esta fragilidade. Quando Andreia era desconhecida, o PT a atraiu para um falso acordo. Quando viu que ela tinha luz, a traiu despudoradamente na promessa de fazê-la presidente da Câmara neste ano. Desqualifica-a e a persegue. Ameaçou-a despudoradamente até de cassação. Teme as suas ações, credibilidade e sua língua. Não a quer no jogo de sucessão, seja para qual partido ela tender ou articular. O PT e os demais partidos sabem que Andreia está num partido fraco, que continua sem estrutura, sem planos, inclusive o ?b?. Andreia não é mais uma desconhecida. Ela e o DEM não se deram conta disso ainda. Não basta a causa. É preciso partido e grupo heterogêneo que a ajude na representação de forças.

UM NOME VII
Andreia ainda está longe de ser uma possibilidade como candidata a prefeita, por exemplo. Inegável, entretanto, que ela criou uma importância no contexto político de Gaspar. E algumas decisões tendem de agora em diante passar por ela. Mas vai precisar de um partido estruturado e desse tal grupo heterogêneo de suporte. PT tratora. PMDB e PP de Melato tramam. PSD treme e dissimula a trama. Falta a Andreia à compreensão do jogo e atrair algumas peças fundamentais neste xadrez que tinha movimentos próprios, mas não contava com a intrusa Andreia Symone Zimmermann Nagel, a desconhecida. Acorda, Gaspar! 

A VERBA I
O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, voltou de Brasília. E o que ele anunciou a Gaspar? Que o empenho dos R$14,5 milhões para pagar a dívida da ponte do Vale a empreiteira mineira Artepa Martins realmente aconteceu. Isto, ele já tinha anunciado na rádio há quase um mês e sem precisar ir a Brasília. Para confirmar, um estafeta do deputado Décio Lima, PT, o padrinho de Gaspar, faria sem diárias para os gasparenses.

A VERBA II
Outra. Esta mesma notícia foi dada há 15 dias pelos vereadores Marcelo de Souza Brick e Giovano Borges, ambos do PSD, que também foram a Brasília e falaram pessoalmente com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Aliás, Kassab teria dito aos dois que quando houver a liberação, será no máximo de R$5 milhões.

O HOSPITAL DO PT
Este é o Hospital do PT para os gasparenses. O relato é de Lupércio Cunha, do Gasparinho, que já foi candidato a vereador pelo PP. Há semanas ele postou isto no seu Facebook, depois de passar pela experiência de levar a esposa ao Pronto Atendimento e lá testemunhou o descaso. ?Sinto vergonha de falar de Saúde em Gaspar, pois nem os idosos eles respeitam. Deixam em torno de sete horas esperando e não sendo atendidos. Isto é um absurdo!?

 fotopg9herculanoGG.jpgO Ministério Público cerca cada vez mais os loteamentos clandestinos e irregulares de Gaspar. Antes, eles eram declarados, mas não eram marcados. E a farra continuava. Gente ingênua, desinformada continuava sendo ludibriada. Para elas, prometiam regularização para o próximo mês. Atribuíam-se os problemas ao promotor e oficial do registro de Imóveis. Agora, os loteamentos estão sendo marcados. Informa-se por placas que eles estão com problemas. O da foto é do ?famoso? loteamento do Maisena (o ex-vereador, Dauro Osmar da Costa, PMDB) na Lagoa.

 

Edição 1685

Comentários

Pedrão 07
11/05/2015 17:53
Pedrão 7 ? É DE ARREPIAR

Entra dia, sai dia e o ?fantasma? da antiga secretária se manifesta tranquilamente pela Secretaria de Saúde. De tanto repetir, até eu, que não tenho nada que ver com isto. já estou com tédio. Mas é que o assunto é mesmo um ?saco?. O que estou dizendo pela milésima vez é que os Diretores e os pretensos diretores continuam seguindo a doutrina da Sra. Márcia que fez uma gestão infeliz, baseada em fofocas, ?panelinhas?, mentiras, intrigas e armações. À sua sala só adentravam os ?amigos da Rainha?, para fazer conchavos contra a própria equipe. Podre! Será que ela pensa que ninguém sabe das tramas que ?rolavam? com os seus preferidos? E não é difícil saber quem eram seus preferidos, basta lembrar do número de vezes que as senhoras (de novo) Aline e Bete e o senhor Arnaldo (isto mesmo, aquele que mandou todos os seus colegas de trabalho à m..... ) estavam ?deitados? na mesa da Sra. Cansian. Pois é, é para estas três figuras que ainda têm o ?fantasma? da ex-secretária como chefe. Se não, a Sra. Bete não trataria os funcionários da sua Diretoria como se fossem marionetes, toda hora mexendo nas equipes, deixando claro que a presença de alguns lhe incomodam profundamente. Claro que incomodam, pois estão bem perto vendo suas falcatruas, como por exemplo, prometer vantagens que não existem, entrar em salas onde não pode entrar, fazer ?favores? para subordinados e usuarios amigos, mexericar vergonhosamente com alguns subordinados sobre outros colegas, prometer horas extras exorbitantes a alguns Degradante! E sem papas na língua urra pelos corredores que este ou aquele servidor não servem para ela. Um exemplo ( de novo) são os funcionários concursados para o CAR que ela mantém a kilômetros de distância. Grande engano Sra. Bete, não é por aí. É A SRA. QUE NÃO SERVE PARA NÓS. Assim como a Sra. Aline, Diretora que não é Diretora, enfermeira que não se sabe se é enfermeira , ?ensaiando? há séculos uma chefia medíocre e obscura, infalível sim, mas em promover o corre-corre, as fofocas e pior o caos. Desesperador! Ainda por cima, conta com a ajuda pobre, quase infantil do Sr. Arnaldo, que já tem seu cargo extinto, mas continua pendurado na esperança de se tornar efetivo, claro, instruído pela Sra. Cansian, que o favoreceu pela criação de mais vagas no quadro. Puxa a calça pra cima e vai trabalhar, tem muitos lugares onde o Sr pode ao menos disfarçar um pouco....mas é vantajoso ter uma presença ?apagada?. Imagina que está seguro no seu ?caixote?, certo? Errado. Todos estão vendo. Sr. Cleones continua merecendo os parabéns, pois está extremamente atento a todos os relatos dos colegas que são perseguidos por estas chefias ?meia boca?...... não, não.....?boca nenhuma?. Sr. Cleones, continue a receber nossos parabéns, mas avalie, sonde, descubra, dê atenção à ?ponta?, não dê poder a ninguém sem antes conhecer pormenores de comportamentos e atitudes profissionais, porque estes 2 ou 3 imbecis, com a ajuda da Sra. Iceberg naufragaram a saúde do município.... não vai ser fácil reemergir. Comece atirando os ?ratos? ao mar. Estamos prontos para ajudar.
sidnei luis reinert
11/05/2015 14:28
Conheça quem está por trás do site golpista FachinSim

A historinha que os petistas tem nos contado sobre o indicado a ministro do STF Luiz Fachin diz que ele não seria ?partidário?. Aliás, o próprio tem lançado vídeos falando sobre sua ?serenidade?, ?moderação? e até, acreditem se quiser, liberalismo. Reinaldo Azevedo hoje mesmo já o desconstruiu em relação a toda essa conversa mole. Fachin é um sujeito barra-pesadíssima querendo enganar trouxas.

Eis que uma pesquisa no Whois, do Registro.BR mostra-nos o responsável pelo site FachinSim:
Renato Rojas? Hm, esse nome não me é estranho

Designer na Pepper Interativa com a função de (preste atenção) liderar a equipe de criação digital para redes sociais do PT/Dilma e da Agência PT de notícias? Por que eu não estou surpreso?

Como mostrei há algumas horas, o PT está usando o site para dar um golpe nos senadores. O objetivo é fingir a existência de um ?clamor popular? pela presença de Fachin no STF. Fato: ?Clamor popular por Fachin é meuzovo?.
saudades
11/05/2015 14:20
LHS era um grande homem, comandava a politica catarinense num todo e principalmente a de Gaspar! Sabe quem vai sentir muita saudades dele seus afiliados daqui e um partido que fica órfão de seu mestre maior um grande articulador um "mestre" na politica!
E falando em saudades sabem quem faz muita falta ao Bairro; Bela Vista o vereador Jorge da Churrascaria, pelo menos tinha mais informações e agora o povo daqui nem sabe se tem vereador!
Herculano
11/05/2015 13:10
CONTA AMARGA, por Aécio Neves em artigo publicado no jornal Folha e S. Paulo

A conta do populismo e da irresponsabilidade da gestão petista começa a chegar ao bolso dos brasileiros. E ela será bem alta, especialmente para os que menos têm.

Na contramão da economia global, que crescerá 3,5% este ano, o Brasil está no pequeno grupo de 16 entre 189 países que caminham para a recessão, segundo o FMI.

O PIB encolheu, o salário real teve a sua maior queda desde 2004, segundo o IBGE, e o desemprego encosta nos 8%, pelos dados da PNAD. A inflação acelerou, superando 8% em doze meses e em apenas quatro meses deste ano já superou 4,5%, a meta oficial para o ano.

Diante de tamanha deterioração, o governo promove uma das mais chocantes mutações já registradas em nossa história contemporânea, adotando uma política de arrocho que contraria tudo o que sempre pregou e havia prometido em campanha. A receita é rudimentar e injusta: aumento de tributos, elevação das tarifas públicas e corte de benefícios trabalhistas como o seguro-desemprego e o abono salarial.

Ao se recusar a fazer as reformas que o país demanda, ao inventar uma nova matriz econômica que desorganizou as contas públicas e ao impor uma política de crescimento baseada quase que estritamente no consumo, o governo colocou em risco inúmeras conquistas brasileiras. E, agora, chama a sociedade para pagar a conta de suas escolhas erradas.

Encorajado a consumir e se endividar, o cidadão caiu em uma cilada. Nada menos que 55,6 milhões de brasileiros estão sem condições de arcar com suas dívidas e os juros continuam subindo. Em conjunto, esta dívida chega a R$ 235 bilhões. O brasileiro está mais pobre, mais pessimista e se sentindo mais desprotegido.

A tendência é que este quadro se agrave, com a alta do desemprego. As famílias fazem o que podem --cortam despesas, criam alternativas como as compras em grupo no atacado e começam a sacar sua poupança.

Na contramão da população, o governo é incapaz de fazer qualquer gesto de alguma responsabilidade, como, por exemplo, reduzir a paquidérmica estrutura de Estado --ministérios em profusão e milhares de cargos que servem exclusivamente à garantia de apoio da sua base congressual, como assistimos agora nas votações do chamado ajuste fiscal.

O que ainda esperar do petismo? O pacote de maldades parece que está só no começo. Os investimentos sociais já desabaram e mesmo na área onde brilha o slogan "Pátria Educadora" o dinheiro secou, como é o caso do Fies.

E a emoldurar tudo isso temos uma presidente que não consegue se manifestar sequer em cadeias de rádio e TV e que demonstra receio em participar de eventos públicos, como agora, quando cancelou a agenda no Rio para comemorar os 70 anos da vitória dos aliados.

E são apenas cinco meses de governo.
Herculano
11/05/2015 13:07
"EFEITO MARTA": PT TERÁ NOVAS DESERÇÕES EM SP, por Josias de Souza.

Nas pegadas da senadora Marta Suplicy, várias lideranças petistas de municípios do interior de São Paulo se preparam para desertar do PT. Desejam disputar as prefeituras de suas respectivas cidades em 2016. E temem que o crescente índice de rejeição ao PT no Estado prejudique suas candidaturas. A exemplo de Marta, alguns desertores já negociam a transferência para o PSB.

Ouvido, o vice-governador de São Paulo, Márcio França, que preside o diretório paulista do PSB, confirmou que a legenda vem sendo procurada por petistas interessados em trocar de partido. "Nossa disposição é a de acolher", disse França. Ele estima que a migração de petistas para o PSB pode ultrapassar a marca de uma dezena.

Pela lei, os candidatos às eleições municipais do ano que vem precisam definir os seus destinos até setembro, um ano antes da disputa. Mas a tendência é que as mudanças ocorram até junho. Com isso, os candidatos a prefeito egressos do PT terão tempo para negociar, por exemplo, a formação de suas chapas de vereadores.

A própria Marta Suplicy, de olho na poltrona do prefeito paulistano Fernando Haddad, é aguardada no PSB, com tapete vermelho, para o mês de junho. Confirmando-se as outras filiações, a migração pode ganhar a forma de uma onda. Afora a capital, o fenômeno atinge o PT em cidades que abrigam de 80 mil a 150 mil habitantes.
Herculano
11/05/2015 12:24
A DESPEDIDA DE UM VISIONÁRIO, por Paulo Alceu

Inevitável: Qual o futuro do PMDB...Embora o momento seja de condolências e conforto à família a morte do senador Luiz Henrique da Silveira começa a provocar uma serie de conjecturas sobre o futuro do PMDB. Morreu um líder nato, que nos últimos anos passou a ser o termômetro e o ponto de equilibro do partido. De um PMDB que pelo tamanho e pelas interferências naturais produz movimentos muitas vezes destoantes de metas em gestação visando uma corrida ao poder.

Luiz Henrique dentro de um conhecimento singular e de um fôlego exemplar continha muitas vezes vôos sem a devida programação. Manobrava com astucia e competência de articulador as tendências internas evitando desta forma choques ou perdas desnecessárias. Não trabalhava na emoção, mas na razão passando um sentimento de proteção e como conseqüência produzia o reconhecimento dos companheiros, que mesmo contrariados sabiam que acima de projetos pessoais estava o partido e sua força dando tempo ao tempo.

No momento em que o senador, depois de 40 anos dedicados a política e a Santa Catarina sobe um andar para uma nova etapa em sua trajetória, deixa uma lacuna colocando consequentemente o partido em xeque. Até então era LHS que desempenhava com maestria o papel de magistrado. Chegava a insinuar que seria candidato ao governo em 2018 para evitar avanços de postulantes ao governo em momentos inadequados. E essa possibilidade, embora contestada silenciosamente nos bastidores, mantinha a sigla moderada e sem rompantes descontrolados, pois mesmo assim alguns saiam dos trilhos e produziam alguns estragos, que LHS logo contornava.

Respeitado não só pelo histórico que produziu nas urnas nas tantas vitorias, mas na habilidade de unir forças em torno de projetos que hoje são uma realidade. Raimundo Colombo no governo do Estado, pela segunda vez, tem a digital do alquimista Luiz Henrique da Silveira que criou uma poderosa aliança vislumbrando retirar da reta do poder adversários, e, com isso manter no comando em forma de rodízio os aliados por muitos anos.

Convencia com argumentos fortes e uma matemática eleitoral irreparável e hoje copiada por futuros postulantes de cargos majoritários. Reconheço que esse não é o momento mais adequado de lançar os olhos para o futuro, mas Luiz Henrique carregava uma força tão emblemática que assim que se despediu do nosso convívio perguntas carregadas de dúvidas passaram a dividir com mensagens de pesar e condolências o domingo e a segunda feira de luto.

O PMDB conta com vários nomes, várias lideranças, mas nenhuma delas com a capacidade de unificar opiniões e fortalecer com isso a sigla. Esse era o papel de LHS, que mesmo não se manifestando provocava decisões com base em suas convicções. Não existe nesse momento em herdeiro que absorva toda uma bagagem. Há sim divergências fortes e representativas que fogem das características do senador.

Abre um espaço para que Dário Berger e Mauro Mariani executem sem um obstáculo de respeito suas manobras partidárias. Do outro lado Eduardo Moreira, em desconforto com o governo, e Valdir Cobalchini buscando manter as rédeas do que poderá se tornar incontrolável. Além de Casildo Maldaner e Paulo Afonso como históricos e líderes. Mas não existe mais a figura presente, mesmo distante, daquele que fazia a diferença e evitava rupturas antecipadas. Mas ficaram seus ensinamentos que sendo bem aplicados servirão certamente de sustentação para o PMDB.

Agora caberá ao governador Raimundo Colombo, que tinha garantias e certas proteções com o senador Luiz Henrique, monitorar esse novo quadro que se forma na política catarinense com a despedida de um líder visionário. Fecha se uma era e é aberta uma nova etapa política em Santa Catarina, com o reconhecimento de tudo que foi construído pelo senador Luiz Henrique...
Herculano
11/05/2015 08:13
MEU REINO POR UM JUIZ, por Arnaldo Malheiros Filho, 64, advogado criminal, é presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Defesa do Direito de Defesa - IDDD - em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo

Nas monarquias, dar juízes que resolvessem os conflitos entre as pessoas ou entre as pessoas e o Estado era mero favor do soberano, "mercê", como se dizia na época. Com o surgimento da república, virou direito sagrado dos cidadãos.

Mas quem é o juiz? É a pessoa habilitada, sem qualquer envolvimento ou interesse na controvérsia que lhe é apresentada, apto a resolvê-la. Como ensina o jurista e ex-ministro do Supremo Eros Grau, "os três cânones primordiais da ética judicial são a neutralidade a independência e a imparcialidade".

Há mais de 20 anos nesta Folha, a venerável professora Ada Pellegrini Grinover provocava a questão com o artigo "Quem são esses juízes?" ("Cotidiano", seção Data Venia, 22/1/1995) e, num texto acessível ao público leigo, respondia.

Ela explicava que os então famosos juízes italianos Giovanni Falcone, Paolo Borsellino e Antonio Di Pietro não eram juízes, mas integrantes do Ministério Público.

Na Itália, a Promotoria e magistratura são a mesma carreira, por absurdo que isso seja, e todos usam o título de "juiz", ainda que seja acusador. Eles se dizem "juízes requerentes" e "juízes decidentes". Juiz de verdade nunca requer, quem o faz são promotores e advogados. Juiz requisita, manda.

"Por isso, não deve ser motivo de estranheza que os 'juízes' italianos pareçam se exceder no exercício de suas funções. Trata-se de inquisidores, trata-se de acusadores, perfeitamente situados no cargo que ocupam", escreveu a professora.

A mestra desde então advertia que nossa literatura vê, nesses promotores que usam o título de "juiz" o "magistrado emblemático, modelo para o juiz brasileiro".

Na revista "Veja" da última semana, o excelente jornalista André Petry informa que o juiz Sergio Moro tem um tripé constituído por prisão, delação e divulgação. (Aliás, depois disso, negar que as prisões são feitas para arrancar delações é tapar o Sol com peneira.)

O texto da revista diz ainda que a delação seria vista pelo magistrado como "a única forma de chegar aos mandantes de uma organização criminosa", como se fosse missão dele chegar a algo que não fosse a justiça do caso concreto!

A pergunta que devemos nos fazer é esta: que imparcialidade, que neutralidade podem ter esses juízes que comandam operações, participam de investigações, prendem antes do julgamento não porque a liberdade do investigado represente risco à sociedade ou ao processo, mas "para marcar a 'seriedade do crime' e mostrar [a quem?] que até 'em sistemas judiciais morosos' a Justiça pode funcionar"?

Ora, se já de saída se afirma que o crime é sério e prender demonstra que a Justiça funciona, que espaço resta para o julgamento? Nenhum. O investigado já sai condenado, como na inquisição (que se dizia santa), em que a pessoa era julgada por seu acusador.

O combate ao crime é típica atividade do Executivo, por meio da polícia e do Ministério Público, que é seu braço independente e autônomo. Essa atividade invariavelmente vai colidir com direitos individuais. É preciso alguém não envolvido para dizer ao investigado que a lei o obriga a submeter-se a isso, ou ao Estado que sua atuação está sendo abusiva. Tampouco se abre mão da necessidade dessa neutralidade e imparcialidade na hora da apreciação final da prova coletada.

E quando os juízes se tornam investigadores e acusadores, ficamos sem ter quem nos julgue, o que é gravíssimo. Voltando a citar Ada Grinover, "não se confunda a atuação eficiente do Ministério Público italiano com o efetivo e atento controle jurisdicional, a ser exercido por um juiz imparcial. Este, afinal, não está comprometido com a luta contra o crime: está comprometido exclusivamente com a justiça".

Por isso, se um reino eu tivesse, eu prontamente e de bom grado o trocaria por um juiz que fosse neutro, independente e imparcial.
Herculano
11/05/2015 08:03
QUALQUER SEMELHANÇA COM FATOS QUE VOCÊ CONHEÇA POR AQUI NÃO É MERA COINCIDÊNCIA. É UMA PRÁTICA, UM MANTRA, UMA CAUSA. ELA FRUTO DA INCOMPETÊNCIA, DA PROPAGANDA ENGANOSA A ANALFABETO, IGNORANTES, DESINFORMADOS E ASSISTIDOS, BEM COMO A GANA DE ESTAR E PERMANECER NO PODER SEM SABER BEM O PORQUÊ.

O PT É UM PARTIDO PROGRESSISTA, QUE SE DIZ DE ESQUERDA (MAS O QUE FEZ ATÉ AGORA FOI DESQUALIFICÁ-LA COLOCANDO UM RÓTULO DE CORRUPTA E LADRA). É UM PARTIDO QUE SE DIZ DOS POBRES, DAS MINORIAS, DOS DESPROTEGIDOS... VEJA A MANCHETE DE CAPA DESTA SEGUNDA-FEIRA DO JORNAL FOLHA DE S.PAULO. "CONSULTAS EM UNIDADES DE SAÚDE DA CAPITAL 21%".

Porta de entrada do SUS reduziu 1,5 mi de atendimentos no 2º ano de Haddad. Prefeitura e entidades citam falta de médicos nas AMAs 12 horas e trocam acusações por queda de recursos, como revela o texto da repórter Thais Bilenky

Saindo do centro de SP, fora do rush, um médico que trabalha na unidade de saúde Castro Alves, em Cidade Tiradentes, dirigirá mais de uma hora para atravessar a zona leste. Passará por favelas, ruas com esgoto a céu aberto e até um pasto com vacas. Ao chegar, não se sentirá seguro: queixas de assaltos ou agressões não são raras.

O roteiro ajuda a explicar por que não havia pediatra nesse posto em 91% dos dias do ano passado. Mais do que isso, reflete parte do problema por trás da redução de atendimentos básicos de saúde na cidade no ano passado.

O número de consultas nas AMAs 12 horas (unidades que prestam assistência médica ambulatorial, casos menos complexos) caiu 21% em 2014, no segundo ano de mandato de Fernando Haddad (PT) - foram 5,8 milhões, ante 7,3 milhões no ano anterior.

A principal explicação da prefeitura e de entidades é a falta de médicos, mas também há questionamentos sobre a redução de verbas.

Marca do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) na área da saúde, essas 98 AMAs funcionam das 7h às 19h, de segunda a sábado, e são administradas por convênios ou contratos da prefeitura com as chamadas organizações sociais de saúde (OSS).

Elas são uma porta de entrada do SUS e servem como "peneira", para desafogar os prontos-socorros, dispensando os casos mais simples - tendo função diferente das AMAs 24 horas, que atendem urgência e emergência.

O atendimento é voltado à atenção básica, assim como nas Unidades Básicas de Saúde municipais, que fazem consulta com hora marcada.

Mesmo nas UBSs a situação não é animadora. A quantidade de consultas em 2014 se manteve praticamente estável --elas variaram de 7,98 milhões para 7,99 milhões.

O próprio secretário da Saúde, José de Filippi Júnior, porém, aponta a precariedade. Diz que deveria haver 600 UBSs, mas existem 450. "Só que 200 delas não merecem esse nome. Deveriam se chamar CBS, casinhas básicas de saúde", afirma, referindo-se ao número insuficiente de consultórios e profissionais.

RECURSOS
Tanto a gestão Haddad como as entidades atribuem a queda de 1,5 milhão de consultas à falta de médicos - um problema histórico.

Mas há também um impasse recente entre as partes que pode ter agravado a situação.

As organizações sociais se queixam de atrasos e cortes de até 30% de recursos da prefeitura. Dizem que isso teve reflexo na captação de equipes.

Já a gestão Haddad alega que isso é motivado pelo não cumprimento de meta das organizações, que deixam de usar parte dos repasses ao não contratar médicos e, por isso, sofrem descontos. A prefeitura diz que, em 2014, mais de R$ 100 milhões não foram gastos por falta de contratação de equipes pelas entidades.

Nas eleições municipais, parte do PT defendeu a eliminação dessas parcerias na saúde, alegando que são custosas e com fiscalização frágil.

Mas Haddad prometeu mantê-las. Há alguns meses, ele reformulou os contratos com as OSS: antes, previam meta de atendimento, mas não uma equipe mínima; agora, é necessário atender também ao segundo requisito.

Essas AMAs deveriam ter equipe médica com dois clínicos, dois pediatras, um cirurgião geral ou ginecologista, enfermeiros e técnicos.

Na Castro Alves, pacientes saíam reclamando da falta de médicos na última quarta (6). "Nunca tem médico! Por que uns podem [ter acesso a tratamento de saúde] e outros não?", criticou a dona de casa Silvana Ferreira, 39.
Herculano
11/05/2015 07:51
O INSACIÁVEL APETITE POR CARGOS, por Valdo Cruz para o jornal Folha e S. Paulo

Para quem sonhou em acabar ou pelo menos reduzir ao máximo o velho jogo do fisiologismo político no primeiro mandato, ser obrigada a se entregar a ele no início do segundo deve ser muito frustrante para Dilma Rousseff.

Mas foi este o preço e o caminho necessário, o do "toma lá, dá cá", para a petista, sob comando do novo articulador político Michel Temer, conseguir sua primeira vitória na votação do essencial ajuste fiscal.

O pior, para a presidente, é que a conta vai sair mais cara caso queira continuar ganhando as próximas votações. Afinal, na semana passada, Temer só venceu a primeira batalha porque buscou e conquistou o apoio de 19 deputados da oposição. Sem eles, teria saído derrotado.

Faltaram votos governistas no balaio de Dilma, de gente ainda não saciada em seu apetite por cargos, que vai cobrar sua fatia nesta semana, quando entra em pauta a segunda medida do ajuste --a que restringe benefícios previdenciários.

A ordem na equipe de Temer é atender a todos. Cerca de 200 cargos - 50 federais e 150 estaduais--estarão sendo distribuídos nos próximos dias, num ritmo nunca visto na história do governo Dilma.

Entre eles, de 15 a 20 de diretorias de agências reguladoras. Postos que a presidente Dilma, em seus momentos de força e popularidade alta, fazia jogo duro para negociar com aliados. Preferia deixá-los vagos a entregá-los a políticos.

Só que a fragilidade atual da petista reduziu seu poder de barrar pedidos que, antes, dizia não aceitar nem sobre seu cadáver. Postura sempre criticada, com certa razão, pelos aliados. Afinal, num governo de coalizão, eles têm direito de ocupar espaços na administração.

O problema é que a turma do fisiologismo político tem um apetite insaciável por cargos e alguns os utilizam para fins nada republicanos. Aí está o escândalo da Petrobras como o pior dos exemplos, alertando que tudo tem limites.
Herculano
11/05/2015 07:49
OS PROTESTOS NO CASAMENTO CHIQUE

O relato é da colunista social do jornal Folha de S. Paulo, Mônica Bergamo, e que cobriu em São Paulo o casamento do cardiologista Roberto Kalil Filho e da endocrinologista Claudia Cozer (Sírio Libanês)

"Ladra, ladra", gritavam manifestantes que se reuniam na porta da festa, imaginando que Dilma poderia ouvir alguma coisa. "Tem só quatro pessoas lá fora protestando", dizia um dos seguranças da presidente. "Eu contei 20", reagiu Rosângela Lyra, da associação de lojistas dos Jardins e entusiasta das passeatas contra o PT.

A coluna perguntou ao ex-presidente o que pensava do panelaço contra o programa do PT -- Lula foi uma das estrelas da peça publicitária. "Olha, eu não vi, eu não ouvi o panelaço. Eu estava no meu escritório, lá [na região do Ipiranga] não teve panelaço, em São Bernardo foi fraco. Eu não vou ser contra as pessoas que protestam. Mas eu acho que a gente tem que prestar atenção também nas pessoas que não protestam."

Dilma foi embora pouco depois das 22h30, e perdeu a parte mais animada da festa: o show de Tiago Abravanel, que fez as pessoas dançarem até as 5h. Os noivos embarcaram no mesmo dia para a lua de mel em Capri, na Itália.
Herculano
11/05/2015 07:36
PMDB ACHA QUE MERCADANTE SABOTA MICHEL TEMER, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Parlamentares do PMDB ligados ao vice-presidente Michel Temer reclamam do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), que estaria "sabotando o trabalho" de Temer na articulação política. Nomeado por Dilma ?articulador-geral? do governo após o desempenho vexatório de Pepe Vargas nas Relações Institucionais, Temer é considerado a última esperança do governo para costurar apoio político no Congresso

Vexame
Indicado na cota do PT na Esplanada, Pepe Vargas não foi sequer recebido uma só vez pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Lula concorda
Os peemedebistas do Congresso não são os únicos insatisfeitos com Mercadante: o ex-presidente Lula engrossa o coro contra o ministro.

Mercadante é a crise
Lula já revelou a interlocutores e até à própria Dilma que a atuação de Mercadante é o motivo pela atual crise política do governo.

Por pouco
Deputados atribuíram a Mercadante, por exemplo, a dificuldade de costurar a aprovação da MP 665, que o governo quase perdeu.

"FORÇA TAREFA" DE MARQUETEIROS CRIA "NOVA DILMA"
O ministro Edinho Silva (Comunicação Social) deu a ordem às agências de propaganda a serviço do governo para bancar um esquema paralelo para atuar nas redes sociais e fornecer ideias de factóides para tentar salvar a imagem deteriorada da presidente Dilma. A "força tarefa" já começou a funcionar em dois andares (ou "pétalas") do Edifício Varig, um dos mais caros da região central de Brasília.

Você quem paga
A "frente de marqueteiros" já desenvolve campanhas, peças, vídeos e textos para a "nova Dilma". Nós pagamos a conta.

Exército de marqueteiros
Agências de comunicação como a Click/Isobar e Agência 3 colocaram à disposição espaços para a "força tarefa" de salvamento de Dilma.

Comunicação 3.0
Sites oficiais do governo, como o Portal Brasil, devem se concentrar em materiais específicos para internet, como vídeos curtos e "memes".

Impróprio para Dilma
Local predileto das férias de Dilma, a praia de São Tomé de Paripe (BA), onde fica a Base Naval de Aratu, foi declarada imprópria para banho... por contaminação por coliformes fecais.

Começo do fim da farra
O submundo da corrupção ficará indócil: projeto do senador Antonio Reguffe (PDT-DF) proíbe o BNDES de financiar governos estrangeiros e obras no exterior. Em 2013 e 2014, foram R$ 3 bilhões para Venezuela, outros R$ 3 bi para Angola e quase R$ 1 bilhão para Cuba.

Estou fora
Enrolada na Lava Jato, a Odebrecht se recusou a participar da construção do novo anexo da Câmara. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), então, abriu novo prazo para que construtoras encarem a empreitada.

Expresso das drogas
Postos de fronteira, a cargo do Ministério da Justiça, não têm pessoal e equipamentos. Bandidos levam carros roubados para a Bolívia (que os legaliza), pela fronteira escancarada, e retornam cocaína e crack.

Decorando o gabinete
Deputados federais de primeiro mandato estão investindo em reformas e decorações dos gabinetes. Presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB) dá uma geral em seu gabinete.

Cortes da discórdia
Os deputados e senadores do Espírito Santo se reúnem nesta segunda, no Palácio da Anchieta, com o governador Paulo Hartung. Estão revoltado com o corte de 20% no orçamento da área da Saúde.

Combate ao contrabando
Deputado Efraim Filho (DEM-PB) conseguiu as assinaturas de 220 congressistas para a Frente Parlamentar de Combate ao Contrabando e à Falsificação, que será lançada oficialmente na quinta (14).

Grude na boquinha
Carlos Lupi irritou senadores do PDT: prometeu deixar o governo em junho, deixando o Ministério do Trabalho, mas senadores já sabem que o ex-ministro não abre mão da boquinha. Eles já se articulam sozinhos.

Pensando bem...
... a saída do PDT do governo fará pouca diferença oficial: o partido tem um ministério, mas não integra a base aliada na Câmara e é quase oposição no Senado.
Herculano
11/05/2015 07:28
O FUURO ESTÁ EM GREVE, por Vinicius Mota

Dois efeitos do estrangulamento da macroeconomia e das finanças públicas deveriam preocupar os brasileiros que se frustram com o ritmo do desenvolvimento nacional. Parados estão os investimentos na infraestrutura. Parados estão professores em várias redes estaduais e municipais de ensino.

Nada concorre mais para perpetuar a desigualdade obscena no Brasil do que o fosso entre o ensino dos mais ricos, uma fatia pequena da população, e o oferecido à maioria das crianças e dos adolescentes. As greves nas redes públicas, onde estão matriculados mais de 80 em cada 100 alunos da creche até o fim do ensino médio, agravam o problema.

Filhos de pais das classes altas dispõem de um estoque de capital cultural e social, que se acumula ao longo das gerações, a dar-lhes grande vantagem na largada. Apenas na escola os menos favorecidos poderão receber a compensação pelo que o ambiente familiar não propicia.

Estender a permanência dos alunos da rede pública sob a tutela pedagógica é um modo evidente de a democracia exercer esse contrapeso. O ensino integral, com carga diária mínima de 7 horas, passou a avançar depressa nos últimos anos, mas ainda atinge apenas cerca de 15% dos matriculados no nível fundamental (6 a 14 anos) nas escolas do governo.

Na contramão dessa tendência estão as greves constantes e a elevada taxa de faltas de professores nas redes públicas. A fim de dar sequência ao ciclo de melhoras notáveis na educação brasileira após a democratização, é preciso que governantes e líderes sindicais amadureçam.

Greves e absenteísmo devem ser sobretudo prevenidos mediante negociações adultas, pactos de longo prazo e responsabilização nos dois lados do balcão. Continua barato demais, para políticos e sindicalistas, prejudicar o futuro de dezenas de milhões de brasileiros.
Roberto Sombrio
10/05/2015 22:34
Oi, Herculano.

Uma centelha de luz no futuro deste país conturbado.

Andréia tem caráter.

Roberto Sombrio
10/05/2015 22:23
Oi, Herculano

O livro de Mujica, ex-presidente do Uruguai, é a prova para colocar esse bandido do Lula na cadeia. No entanto, se temos uma oposição que, em uma festa de casamento, se senta a mesa e come do mesmo prato com esses merdas não podemos mais esperar nada para o futuro. Só nós, povo brasileiro, podemos virar essa página horrenda que vem corroendo o futuro do Brasil.

A história política do Brasil chegou ao fim.

Vivi minha juventude na ditadura e não conheço nenhum trabalhador honesto que tenha tido problemas com os militares.
Tudo que conteceu na época, foi para evitar o sucesso do projeto que esses vagabundos da turma do Lula sonham desde a revolução cubana, tomar o Brasil de assalto. Isso é uma doença igual a sonhada por Hitler e a única solução é paredão com todos para que deixem nossos filhos e netos em paz. Quando o PT e seus integrantes desaparecerem, a data deve ser lembrada todos os anos assim como o mundo lembra o fim da segunda guerra mundial. É uma época negra da história do Brasil que não pode ser esquecida para que nunca se repita no futuro desta nação.

A coisa está ficando tão desvirtuada, estão impondo idéias tão absurdas, que o povo está achando normal que um bandido preso depois de assassinar seu filho tenha direito a uma pensão.

Vejo o Brasil apodrecendo e todos assistindo enquanto se empanturram com pipoca e pizza, como se fosse um filme de ficção.

O problema na atual história da política brasileira é que Dilma tem um rabo de ouro e são todos vendidos.

Isso sim, CHEGA!
Roberto Pereira
10/05/2015 21:51
PERDEMOS UM GRANDE LÍDER E UM FRATERNO AMIGO

Sempre tive ele como referência política e de grande liderança. Assim, que assumi a presidência do PMDB, sempre que precisei, pude contar com o seu apoio, seus conselhos e seu esforço em favor de Gaspar.
Ele foi o maior incentivador da candidatura do Kleber Wan-Dall a prefeito de Gaspar em 2012, nos incentivou e encorajou!
Vou sempre lembrar de seus conselhos, sua fala mansa conciliadora e seus discursos sempre fundamentados em passagens históricas ou referências de grandes pensadores.
Essas fotos são de 2012, nas eleições municipais, a qual tive a honra, a responsabilidade e o prazer de poder discursar ao seu lado e muito aprender!

Descanse em paz velho guerreiro, manteremos seu legado e sua história! Manteremos acessa a chama do velho MDB de guerra.
Junte-se aos grandes estadistas do Brasil Ulysses Guimarães e Tancredo Neves!
Meus sinceros sentimentos à sua esposa Dona Ivete, seus filhos e netos!
#LHS #Luto #Tristeza #SantaCatarina #MDB

Roberto Pereira
Ex-presidente PMDB
Herculano
10/05/2015 20:26
EM QUEDA, por Lauro Jardim, de Veja

Vem caindo a fatia da Petrobras no total de petróleo produzido no Brasil.

Em janeiro de 2014, por exemplo, a estatal foi responsável por 89,3% da produção. As outras 42 empresas responderam por 10,7%.

Em março deste ano, a Petrobras produziu 83,5% do total e as outras empresas 16,5% - o maior volume que elas alcançaram historicamente.
Herculano
10/05/2015 20:18
CAIU A FICHA. LULA DIZ QUE ESTÁ "MEIO DIFÍCIL" SAIR NA RUA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Após o protesto contra Lula e Dilma em uma cerimônia de casamento em São Paulo, ontem (09.05), no qual eram convidados, o ex-Presidente admitiu que está difícil "enfrentar" os manifestantes.

Durante um embarque no aeroporto do Rio de Janeiro, um sindicalista, aconselhou Lula que ele não deveria andar sozinho em público, por conta das manifestações contra o PT.

O ex-Presidente concordou e disse que estava "meio difícil" sair na rua.
Herculano
10/05/2015 20:10
UM NOME

A vereadora (e professora licenciada) Andreia Symone Zimmermann Nagel, DEM, compartilhou o comentário da coluna no Facebook dela.

Estes são alguns comentários da rede de amigos dela.

Cíntya Pacher
exemplo que devia ser seguido por muitos políticos! Como disse a reportagem do jornal: competência, persistência, oportunidade e personalidade forte! Se o partido é pequeno, a MULHER é GIGANTE!!! Parabéns pelo seu trabalho!!!

Dulce Amorim
Vai a frente luta pra Gaspar Andrea

Democratas Santa Catarina
Uma análise da análise, com a citação, apenas, de dois ditados populares: "Quem sabe faz a hora". E "é impossível tapar a luz com peneiras". Parabéns e em frente!

Viviane Luiz Wilbert
Parabéns ! Admiro muito o seu empenho.

Sirlei Miranda
parabéns amiga, estamos sempre juntos te apoiando e aplaudindo tua competência e vitória, pois quem ganha sempre e a população de Gaspar.

Leonida Nistler
Parabéns por tudo que tem realizado e o que ainda vai fazer. Você tem luz própria, munca ira desaparecer, pois o povo vê as conquistas e seu esforço para com todas as comunidades.

Carlos Eduardo Junkes
Só discordo de uma colocação do Sr Herculano. Porque Andréia está longe de ser candidata á prefeita? Ela já demonstrou que tem competência, é a única vereadora(or), que realmente está desempenhando o papel de vereadora. Muitos edis estão só fazendo o jogo, conchavos com o poder municipal, pra receber algumas migalhas. Votam no interesse do governo pra receber depois um afago. Tem vereador que vota num projeto de lei, sem ter conhecimento no que está votando. A Vereadora Andréia teve a coragem de questionar as obras que estão sendo feitas. Esse é o verdadeiro trabalho dos vereadores, FISCALIZAR a administração. Verificar se o dinheiro do povo está sendo bem administrado. Continue assim Andréia, sabes que podes contar com o povo gasparense. Parabéns.

Rúbia Hostins
Parabéns Andreia!!! Precisamos de exemplos de honestidade e persistencia, como vc.

Renato Da Costa Brambilla
Exemplo.. É isso ai.. Parabéns.

Carmen Riebe
Parabéns vereadora ..

Grácia Marcelo Prade
você é um exemplo a ser seguido e discordo quando o Sr. Herculano coloca sobre você está longe de ser Prefeita, pelo contrário.

Lorivani Maria Machado
Parabéns Andréia Nagel é pessoas assim que precisamos. E porque não a futura PREFEITA!!!!!

Luziane Yndiara da Silva
Ainda não a conheço pessoalmente mas já te admiro pelo seu trabalho e competência ! Parabéns

Kátia Cristina De Souza
Essa sim é uma grande vereadora. Acredito no seu trabalho. Tens meu apoio sempre. Parabéns.

Marco Aurelio Cruz Souza
estamos juntos sempre. Trabalhei contigo e acredito em seus ideais de educadora. É a única forma de mudarmos o cenário que nossa cidade, e país se encontram. Juntos somos mais fortes.

Rogerio Alves de Andrade
Exemplo a ser seguido !

Lu Modas
Parabéns Vereadora Andreia nome Forte agora Nossa cidade merece uma prefeita que batalha e luta pelo seu povo com garra e honestidade. Estamos juntos.

Marilene C. Nagel
Brilhante Andréia!!! Quem conhece sua trajetória, não só política, já apostava neste desempenho sublime. Você incorpora com a alma e coração tudo o que faz. Não é sorte, isso é trabalho, empenho, dedicação, criatividade e frieza, afinal conseguir sobreviver e se sobressair neste mundo político, sendo mulher e novata, é incrível. Luz e paz no seu caminho! E muito chinelo e perna para bater que 2016 está chegando! Somos Andréia

Rosa Alves
Que bom amiga continua assim.....Boa Sorte..beijos

Igor Souza
A senhora pode não ter um grande partido, mas acredito que isso não a desmerece. O bom candidato, tem que ter história de vida e ideias para repartir. E isso já provou que tem.
Campanha sem partido e com pouco dinheiro é ruim, concordo. Mas não se faz, sem um bom candidato.
Portanto, não se deixe intimidar por esses coronéis, donos de partidos e politicagem ultrapassada.
Mostra que o povo quer e precisa de gente que pense além do seu próprio interesse pessoal. Ter o "poder" nas mãos de um partido, onde não terá autonomia de governo só vai atrapalhar.
Pensa que alívio poder montar sua equipe de governo, e, não ter o rabo preso com gente desinformada, desqualificada, corrupta, preguiçosa?
Acredite no seu potencial. Fazia tempo que não conhecia alguém de punho firme e ideia novas.
Parabéns. Meu voto será seu em 2016.

João Maria Pereira de Souza

Meu caro Herculano
Gostaria de externar aqui minha satisfação em relação a vereadora Andréia, que para min foi a grande surpresa nesta legislatura, está dando um banho, firme, focada, destemida, corajosa. Em meu nome gostaria de cumprimenta-la pelo dia das mães, pois ninguém melhor do que ela para representa-las neste dia 10 de maio, parabéns vereadora Andréia e todas as mães de Gaspar, seu futuro politico será brilhante, parabéns.

Lélo Welligton
é isso ai, acredito no seu carater e inteligência! não se venda aos urubus!!! faça sempre, independente de a quem doer

Maria Do Socorro Cavalcante
competência não se compra. Você está no caminho certo.
tudo tem seu tempo. O tempo de Deus não é o teu tempo, mas quando for, ele estará do teu lado e te dará forças para superar todos os obstáculos. Boa sorte!
Herculano
10/05/2015 19:02
CURIOSIDADE

Luiz Henrique da Silveira, senador, nasceu em Blumenau e fez carreira política a partir de Joinville. Paulo Bauer, senador, nasceu em Blumenau e fez carreira política a partir de Jaraguá do Sul. Dalírio José Beber, nasceu em Massaranduba (que já pertenceu a Blumenau e fica a meio caminho de Jaraguá do Sul, m direção a Joinville). Foi um técnico da AMMVI que acabou fazendo política partidária por acaso e sempre nos bastidores. Quando se testou no voto, não chegou a prefeitura de Blumenau.
Herculano
10/05/2015 18:56
A BALANÇA

Santa Catarina tinha dois senadores do PMDB: Luiz Henrique da Silveira e Dário Berger. Com a morte de LHS, o PSDB passa a ter dois dos três representantes catarinenses: Paulo Bauer e Dalírio Beber
Herculano
10/05/2015 18:54
O LAMENTO OFICIAL

O senador Paulo Bauer (PSDB) lamenta com pesar o falecimento de seu amigo pessoal e colega de Senado Luiz Henrique da Silveira. Sua vida pública dedicada à defesa e valorização da democracia e seus exemplos de dedicação em favor dos catarinenses e dos brasileiros será lembrada para sempre.

Como seu amigo pessoal, ex-secretário de Estado da Educação de seu governo e parceiro de campanhas e política, o senador Bauer apresenta seus sentimentos aos familiares pedindo a Deus que conforte a todos.
Herculano
10/05/2015 18:20
SETE DIAS DE LUTO EM SANTA CATARINA

Fonte: secretaria de Comunicação do Estado de Santa Catarina. "O Governo do Estado de Santa Catarina decretou luto oficial de sete dias em razão do falecimento do ex-governador do Estado e atual senador da República, Luiz Henrique da Silveira, neste domingo, dia 10 de maio.

O governador João Raimundo Colombo manifestou profundo pesar pela morte do político catarinense. 'Ainda estou chocado. Um fato triste e lastimável para Santa Catarina. Conversei com o senador na noite de sábado, por volta das 23h. Luiz Henrique me ligou. Estava bem. Falamos sobre diversos assuntos. Estou profundamente comovido. A presidente Dilma Rousseff me ligou para manifestar seu pesar e sua solidariedade com os catarinenses. Luiz Henrique era um grande homem. Um dos maiores e melhores homens que eu conheci na vida. Luiz Henrique era mais do que um amigo, um irmão, um confidente', disse o governador.

O decreto será publicado no Diário Oficial do Estado nesta segunda-feira.
João João Filho de João
10/05/2015 17:34
Sr. Herculano:

O panelaço da Dilma está bombando. Até no Polibio:

"Dilma toma vaia e panelaço no casamento do médico de Lula.

A presidente Dilma Rousseff e Lula foram alvos de vaias e panelaços neste sábado a tarde, quando compareceram ao restaurante Leopolldo, em São Paulo, para o casamento do cardiologista Roberto Kalil. Dilma foi madrinha da união do médico com a endocrinologista Claudia Cozer. No altar, estava acompanhada do secretário da Saúde de São Paulo, David Uip. Também foram padrinhos o ex-presidente Lula, acompanhado de Marisa Letícia".

E quanto a morte de LHS, quem sabe sem as amarras Colombo consegue governar.
Herculano
10/05/2015 16:48
O ARTICULADOR SEM SUCESSOR

Se o PMDB de Santa Catarina é o que é, poderia agradecer a Luiz Henrique da Silveira. Com todos os defeitos que ele tinha, sempre foi um aglutinador para preservar o poder.

O PMDB corre um sério risco de ficar fraco e ser um coadjuvante. Luiz Henrique não possui sucessor, e talvez seja um dos seus grandes defeitos.

A marca mais clara de que ao PMDB catarinense lhe falte um líder, foi a infeliz declaração do presidente do partido e vice-governador Eduardo Pinho Moreira, de que não mandaria nada no governo de Raimundo Colombo, PSD, onde notoriamente, o PMDB manda mais do que o próprio Colombo e por isso, faz um governo pífio.

Luiz Henrique, dedicou-se a semana passada a costurar uma saída para a desastrosa declaração dada por Moreira, como revelou o ex-secretário de Luiz Henrique, Derly Anunciação, oriundo da RBS. E deve-se a gestão de Luiz Henrique de unir os distantes, inoportunos e incompetentes, a criação das tais secretaria de Desenvolvimento Regionais, um cabideiro de políticos sem votos.
Herculano
10/05/2015 16:27
POEIRA

O jornalismo do Jornal de Santa Catarina, de Blumenau, mais uma vez comendo poeira na morte do senador Luiz Henrique da Silveira. Se fosse um senador do Rio Grande do Sul, tudo já estaria explicado aos seus leitores.
Herculano
10/05/2015 16:24
DALIRIO JOSÉ BEBER É O NOVO SENADOR DE SANTA CATARINA

Com a morte de Luiz Henrique da Silveira, o presidente do PSDB, Dalírio José Beber, de Blumenau, será senador como primeiro suplente. Antônio Marcos Cavazoni, é o segundo suplente.
Herculano
10/05/2015 16:18
LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA: TRAJETÓRIA ÚNICA NA POLÍTICA CATARINENSE, por Moacir Pereira

Principal liderança política do Estado, Luiz Henrique da Silveira morre aos 75 anos de idade. Natural de Blumenau, vive infância e adolescência em Florianópolis e fez carreira política em Joinville, onde exerceu mandatos de prefeito e conquistou as principais votações em vários mandatos de deputado estadual e deputado federal.

Foi deputado estadual à Assembleia Legislativa de Santa Catarina na 7ª legislatura (1971 - 1975), como suplente convocado. Elegeu-se deputado federal por Santa Catarina na 45ª legislatura (1975 - 1979) e na 50ª legislatura (1995 - 1999). Atuou como presidente nacional do PMDB. Começou a carreira com prefeito de Joinville.

Foi governador de Santa Catarina por dois mandatos: o primeiro de 1 de janeiro de 2003 a 9 de abril de 2006, quando renunciou para se dedicar à reeleição. Reeleito, o segundo mandato iniciou em 1 de janeiro de 2007, e perdurou até 25 de março de 2010, quando renunciou para ser candidato a senador.

Iniciou sua militância na política estudantil na Universidade Federal de Santa Catarina, onde se formou em direito. Foi professor de História Geral do Colégio Coração de Jesus, em Florianópolis. Em 1966 mudou-se para Joinville, onde montou banca de advocacia e ministrou aulas de língua portuguesa e história geral no Colégio Bom Jesus e de Direito Público e Privado na atual Univille. Assumiu o Ministério da Ciência e Tecnologia entre 1987 e 1988, durante o governo José Sarney. Em 1971 foi eleito presidente do Diretório Municipal do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de Joinville. Exerceu a presidência do Diretório Nacional do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) entre 1993 e 1996.

Primeiro governador reeleito da história do estado de Santa Catarina, conseguiu a marca histórica em 29 de outubro de[2006 com 52,7% dos votos válidos, tendo sido derrotado em 108 municípios, destacando-se as principais cidades como Blumenau,São José, Itajaí, Jaraguá do Sul, Palhoça e Tubarão. Renunciou ao cargo em 25 de março de 2010 em favor de Leonel Pavanp ara concorrer ao Senado Federal do Brasil nas Eleições gerais no Brasil em 2010.
Seu governo foi marcado pela criação de trinta secretarias de Desenvolvimento Regional em diversas regiões do estado, ato muitas vezes criticado devido à possibilidade de criação de cargos comissionados, onerando os cofres públicos.

No início do ano disputou a presidência do Senado com Renan Calheiros.
Herculano
10/05/2015 16:08
MORRE O BLUMENAUENSE QUE FOI PREFEITO DE JOINVILLE, DEPUTADO FEDERAL, GOVERNADOR E AGORA SENADOR PELO PMDB, LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA

O Senador Luiz Henrique da Silveira, de 75 anos, passou mal no início da tarde deste domingo e morreu em um hospital de Joinville. Ele estava em casa, no bairro Boa Vista, quando teria sentido falta de ar ao subir as escadas.

A morte foi confirmada oficialmente às 16 horas.

Uma ambulância do Samu fez o primeiro atendimento e levou o político para o Hospital da Unimed. Ele teria sofrido duas paradas cardíacas. O velório vai ocorrer no Centreventos Cau Hansen Joinville, a casa que ele criou para ser a casa do Balé Bolshoi no Brasil
Arara Palradora
10/05/2015 14:26
Querido, Blogueiro!

O bairro Lagoa deve estar orgulhoso da sua representante - Vereadora
Andrea. Coitado do bairro populoso, com tantos problemas, elege uma barata-tonta que vê a vida passar atraves de nhém... nhém...nhém...

Voeeeiii...!!!

Casinha de Plástico
10/05/2015 14:17
Sr. Herculano:

Trabalho numa firma com banco de horas.
Tirei folga e fui na prefeitura resolver uma pendência.
Como tinha muita gente na fila dos guiches o rapaz que distribui as senhas me disse para ir na mesa atras falar com Teodoro.
A cada pergunta que eu fazia ele ia para outra sala para trazer a resposta. Mais parecia um pião na cadeira. PURA INCOMPETÊNCIA!
Dali fui no PROCON, me atendeu um Pedrobó que mesmo mostrando uma cobrança indevida na nota fiscal da OI, disse ser procedimento correto da operadora porque no final os valores não oneravam.
Perguntei se ele ligaria para cancelar. Ele disse que não. PURA INCOMPETÊNCIA!
Tem um Cleber que falam muito dele que é PURA INCOMPETÊNCIA!

ESSE É O JEITO DO PT GOVERNAR.
UM BOSTA EM CADA LUGAR.
Roberto Sombrio
10/05/2015 14:02
Oi, Herculano.

A Ponte do Vale continua ali, inerte, igual as pirânides do Egito e ambas não servem para nada.
As pirâmides ainda atraem turistas em busca da história de uma grande civilização.
A Ponte do Vale não atrae turistas, mas lembra a quem passa por ali o fracasso de uma administração que sempre se achou perfeita. Pedro Celso Zuchi recebeu o diploma de prefeito, mas falta o de gestor, de cidadão, de pessoa ilibada.
Pernilongo Irritante
10/05/2015 13:50
A Dilma tem um novo apelido.

"Menina Maluquinha".

É que a panela não sai mais da cabeça dela.

KKKKKKKK...
Rá...Rá...Rá...
Quá...Quá...Quá...

Que alegria, quanta felicidade, está pagando por tudo que plantou.


Mariazinha
10/05/2015 13:45
Seu Herculano:

O que foi postado às 12:47hs por Josias de Souza, também recebeu
atenção no Estadão:

"Chá de panela no casamento de Kalil.
Houve chá de panela no casamento do cardiologista Roberto Kalil.
Cerca de 30 manifestantes deram as boas vindas aos convidados, dona Dilma inclusa, com uma cantiga maviosa vindo de porradas em panelas.
Eles nunca mais vão ter sossego, a não ser que deixem de existir".

É o inferno astral da Madame Satã.
Bem Feito, quiz ganhar as eleições roubando? Toma panelaço!

Bye, bye!
Herculano
10/05/2015 12:56
BATIZADO CATÓLICO E ATEU PARA ATENDER A IDEOLOGIA DA REVOLUÇÃO COMUNISTA, RAUL CASTRO PRESIDENTE DA DITADURA CUBANA DIZ AO PAPA FRANCISCO QUE PODERÁ VOLTAR A SER UM FIEL

O conteúdo é da Agência Reuters - O presidente de Cuba, Raúl Castro, agradeceu ao papa Francisco neste domingo (10) por intermediar a aproximação entre Havana e Washington e disse ter ficado tão impressionado com o pontífice que poderia voltar à Igreja, apesar de ser comunista.

Aos 83 anos, o irmão mais novo do líder revolucionário cubano Fidel Castro falou com o papa durante quase uma hora - um encontro excepcionalmente longo para uma reunião papal - durante uma visita que o Vaticano disse ser estritamente privada e não uma visita de Estado.

Audiências papais aos domingos são extremamente raras. O papa Francisco abriu uma exceção quando Castro perguntou se ele poderia parar em Roma em seu caminho de volta de Moscou para agradecer ao pontífice pela mediação do Vaticano entre os Estados Unidos e Cuba, segundo autoridades cubanas.

Ao sair da reunião, Castro disse a repórteres ter agradecido ao papa pela intervenção do Vaticano que levou à retomada histórica em dezembro das relações diplomáticas entre os ex-adversários depois de mais de meio século de antagonismo.

Mais tarde, em uma entrevista à imprensa com o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, Castro disse que saiu do encontro com o papa "realmente impressionado com sua sabedoria e sua modéstia".

Francisco, que deve visitar Cuba e os Estados Unidos em setembro, é membro da ordem religiosa jesuíta. Castro brincou dizendo que "até mesmo eu sou um jesuíta, em certo sentido", já que ele foi educado por jesuítas antes da revolução.

"Quando o papa for a Cuba em setembro, eu prometo ir a todas as suas missas e ficarei feliz em fazê-lo", disse ele, acrescentando que lê todos os discursos do primeiro papa da América Latina, que faz da defesa dos pobres uma prioridade de seu papado.

"Eu disse ao primeiro-ministro que se o papa continuar a falar como ele fala, mais cedo ou mais tarde eu vou começar a rezar novamente e retornar à Igreja Católica, e eu não estou brincando", disse ele.

Ambos os irmãos Castro foram batizados como católicos.
Herculano
10/05/2015 12:47
PANELAS FAZEM DE DILMA RAINHA MÁ DE CONTO REAL, por Josias de Souza

Dilma Rousseff abandonou a clandestinidade do palácio residencial neste sábado. Foi a São Paulo para desempenhar, ao lado de Lula, o papel de madrinha do casamento de seu cardiologista, Roberto Kalil, com a endocrinologista Claudia Cozer. Foi recepcionada com um panelaço. Chamaram-na de "ladra".

Ninguém falou ainda, talvez por pena. Mas a supergerente virou uma personagem de carne e osso, como qualquer político tradicional, suspeita de tudo o que todos costumam suspeitar nessa tribo. Reeleita para o inferno, Dilma virou rainha má de um conto real.

Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho para saber se existe no reino uma beleza maior do que a sua. No enredo de Dilma, a pergunta seria outra: "Diga, espelho meu, por que me perseguem as penelas? Não há nessa joça de reino nenhuma figura política mais feia do que eu?"

O espelho do Alvorada não é franco e direto como um espelho de castelo de conto de fada. Em Brasília, o espelho tentaria mudar de assunto. Enalteceria os efeitos da dieta Ravena sobre a silhueta da presidente, elogiaria o corajoso apoio ao arrocho do Levy e o generoso compartilhamento de poder com o Temer.

Mas há momentos em que mesmo um espelho bajulador como o do Alvorada tem de se render à realidade: "Sim, existe no reino gente mais feia do que a rainha. Personagens que sempre estiveram tão em evidência que é espantoso que não tenham tomado mais cuidado com as impressões digitais. Seus nomes: Renan Calheiros e Eduardo Cunha."

No conto de fada, você sabe, a rainha má mandou chamar um lenhador e ordenou que levasse Branca de Neve para a floresta. Deveria matá-la, livrar-se do corpo e retornar ao castelo para receber a recompensa. No enredo do Palácio da Alvorada, a rainha Dilma costuma chamar Lula, o ex-metalúrgico. Aconselha-se amiúde com ele. Não ordena, recebe ordens.

Num ponto, o conto de fada e o conto real coincidem. Num, o lenhador poupa Branca de Neve. Noutro, o ex-metalúrgico convence a rainha má a ser boazinha com Renan e Cunha, aturando-lhes todos os desaforos.

No mais, os dois enredos são muito diferentes. A começar pela quantidade de anões - no conto de fada, sete; no real, perdeu-se a conta. O lenhador é um protagonista anônimo. Só entra na trama para fazer a escolha certa. O ex-metalúrgico não sai do palco. E fez uma opção preferencial pelo erro.

A rainha do conto de fada serve a maçã envenenada para a bela, que é salva pelo beijo do príncipe. A rainha do conto real serve jantares no Alvorada para os feios. O mau dessa confraternização com o mal é que a plateia passa a não distinguir quem é quem.

Renan e Cunha estavam no mesmo casamento que fez Dilma abandonar a clandestinidade do Alvorada. Mas só a rainha má foi gongada pelas panelas. Os feios da República passaram incólumes. Dilma ainda tem três anos e meio de conto pela frente. Em tese, poderia se recuperar. O problema é que ética e coerência são como virgindade. Perdeu, já era. Não costumam dar segunda safra.
Herculano
10/05/2015 09:42
A GREVE DOS PROFESSORES, editorial do jornal Gazeta do Povo, de Curitiba

Ao ter cruzado os braços sem pauta definida, sindicato desafia a Justiça e coloca ambições políticas à frente do bom senso e do direito dos alunos

Quase duas semanas depois de a Justiça ter considerado ilegal a greve dos professores da rede estadual e das universidades estaduais, determinando multas para os sindicatos em caso de descumprimento, os docentes continuam parados. Os mais prejudicados têm sido os alunos dos últimos anos do ensino fundamental e aqueles do ensino médio, especialmente os que prestam vestibular e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no fim deste ano. Eles já estão há 40 dias sem aula, somando os dois períodos de paralisação, e o conteúdo fica ameaçado por não haver garantia de que a reposição será suficiente.

Segundo o sindicato, a greve atual é apenas a continuação daquela paralisação iniciada em fevereiro e que durou 29 dias, adiando o início do ano letivo. Naquela ocasião, a Justiça também interveio, determinando o retorno ao trabalho dos professores. No início de março, a APP-Sindicato, que representa os docentes, e o governo entraram em um acordo que permitiu o início das aulas, mas o "estado de greve" foi mantido, significando que a paralisação poderia ser retomada no futuro.

Em março, o governo se comprometeu com 17 itens da pauta dos professores, que tratavam de temas como progressão de carreira, pagamento de atrasados e da rescisão de temporários, tamanho de turmas e contratação de aprovados em concursos. O item 2 da carta dizia que "durante este mês de março, o governo promoverá um amplo debate, com a participação do Fórum de Servidores Públicos, da APP-Sindicato e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Após esgotado o processo de análise, inclusive com a participação de representantes dos poderes Judiciário, Legislativo, Tribunal de Contas e do Ministério Público do Paraná, a melhor proposta [de reforma da Paranaprevidência] será encaminhada à Assembleia Legislativa". Foi justamente a suposta quebra desse item a alegação da APP-Sindicato para retomar a paralisação, em 25 de abril.

Mas houve, sim, reuniões para discutir o projeto, inclusive com a participação da APP. A carta-compromisso previa debate, mas não forçava o governo a acatar todas as sugestões do sindicato dos professores. Eles podem ter ficado insatisfeitos com o resultado final (o projeto de lei enviado à Assembleia), mas jamais poderiam ter alegado que o governo não cumpriu sua parte do acordo. Os professores cruzaram os braços sem ter uma pauta real; precisavam encontrar algo novo para justificar a paralisação.

O pretexto foi a data-base da categoria, em 1.º de maio. A pauta salarial não estava entre os 17 itens da carta-compromisso. Mesmo assim, a APP-Sindicato a incluiu nesta segunda etapa da paralisação, que ganhou força e apoio popular depois da violência desmedida da Polícia Militar contra os grevistas em 29 de abril. Aceitemos, por um momento, a afirmação do próprio sindicato de que a atual greve nada mais é que a continuação da mobilização anterior. Se é assim, incluir novas reivindicações em acréscimo àquelas que já tinham sido objeto de negociação anteriormente chega a ser um ato de má-fé. E, se recusarmos o argumento dos professores e considerarmos a greve atual não uma continuação da anterior, mas uma nova paralisação, como de fato parece ser, trata-se de uma "greve preventiva" deflagrada em abril, antes mesmo da data-base, o que também é uma demonstração de má-fé.

Não se questiona aqui o direito dos professores a reivindicar melhores salários ? embora seja preciso lembrar que eles foram contemplados com 60% de aumento nos últimos quatro anos, contra os 27% dados aos outros servidores estaduais no mesmo período. Mas a forma como essa demanda foi introduzida na pauta de negociações entre governo e sindicato, aproveitando uma confluência entre a votação do novo projeto da Paranaprevidência e a aproximação da data-base dos professores para misturar as duas causas, é um oportunismo que não condiz com a honradez excepcional que a sociedade espera de seus professores.

O direito de greve é uma garantia constitucional, mas não pode ser abusado - e a Justiça, como vimos, se pronunciou pela ilegalidade da paralisação dos professores. O que parece não ter sido colocado na balança é o direito dos jovens e adolescentes a ter 200 dias de aula. A nova secretária de Estado da Educação, Ana Seres Comin, espera que os docentes retomem o trabalho na próxima segunda-feira, dia 11. Cabe aos professores decidir se o bom senso prevalecerá sobre o desafio ao Poder Judiciário e as ambições políticas de uma entidade sindical que vê na greve o meio ideal para seguir desgastando um já combalido governador.
Herculano
10/05/2015 09:40
CHEGOU A VEZ DOS EMPRESÁRIOS, por Ilmar Franco para o jornal O Globo

Após ter desagradado aos trabalhadores (MPs 664 e 665), o governo agora comprara briga com o setor empresarial. Mais uma vez, aqueles contra a medida vão acusar o Planalto de ser contra os trabalhadores e estimular desemprego. Em duas semanas, a Câmara vota o projeto da desoneração da folha de pagamentos. Foi implementada para dar competitividade às empresas do país em relação às do exterior, para preservar os empregos nacionais.

A nova batalha

Os empresários acusam o governo de mascarar o seu verdadeiro objetivo: aumentar os impostos. Quando a folha foi desonerada, a contrapartida das empresas foi pagar impostos de 1% e 2% sobre o faturamento. Agora, o governo, em clima de ajuste, quer aumentar essas alíquotas para 2,5% e 4,5%. Os empresários assustam o governo Dilma dizendo que haverá demissões acima das decorrentes da crise. Mais uma vez, nesse caso, segmentos do movimento sindical vão defender o emprego e acusar o governo de ser contra os trabalhadores. Empresários e suas entidades estão em campo e iniciaram conversas com o relator, o líder do PMDB, Leonardo Picciani.


"Vamos mobilizar os empresários. A desoneração foi criada para dar competitividade à indústria no exterior. Depois, o governo abriu para outros setores". Robson Andrade, Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Herculano
10/05/2015 09:38
DECISÃO DO STF ATRAPALHA FACHIN, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Ao contrário do que alegam os apoiadores do jurista Luiz Edson Fachin à vaga de Joaquim Barbosa no supremo tribunal Federal, a proibição de procuradores exercerem a advocacia privada concomitantemente com a função de procurador do estado não é inconstitucional.

O supremo tribunal Federal, em decisão da Segunda Turma, sob a presidência da Ministra Cármen Lúcia, por unanimidade, decidiu que cada estado pode definir os limites de atuação de seus procuradores, de acordo com o voto do relator, Ministro Gilmar Mendes, em agravo regimental em Recurso Extraordinário, em outubro de 2013.

A ação foi impetrada por procuradores do Rio Grande do Sul cuja Constituição, à exemplo da do Paraná, proíbe essa atividade de advocacia privada. A situação dos procuradores do estado do Rio Grande do Sul é idêntica aos do Paraná, e o Supremo chancelou a validade da proibição da advocacia contida na Constituição Estadual.

É um precedente delicado e preocupante para Fachin, e dá força ao estudo da Consultoria Legislativa do Senado, assinado pelo assessor jurídico João Trindade Cavalcante Filho, que afirma que ele não poderia ter exercido a função de procurador do estado do Rio Grande do Sul (e não promotor, como escrevi, por um lapso, na coluna de ontem duas vezes) e advogar privadamente.

Na ação, a agravante alega que ao vedar a advocacia fora das atribuições institucionais, a Constituição do Estado do Rio Grande do Sul e a legislação estadual estariam em dissonância com a Constituição Federal. O Ministro Gilmar Mendes entendeu, e foi apoiado unanimemente pela 2º Turma, que as constituições estaduais não estão sujeitas à orientação expressa da Constituição Federal sobre o tema em questão.

Confira-se o que disposto no texto da Constituição de 1988 sobre o assunto: Art. 132. Os procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.

A Constituição Federal, em nenhuma passagem, proíbe o exercício da advocacia pelos procuradores dos estados, sendo matéria de competência dos entes da Federação. O Ministro do STF Luís Roberto Barroso exerceu a advocacia cumulativamente com o cargo de procurador do estado do Rio de Janeiro, já que a legislação estadual não proíbe.

Já Luiz Edson Fachin foi nomeado em 1990 procurador do estado do Paraná sob a égide da Constituição daquele estado, promulgada no dia 5 de outubro de 1989, que em seu artigo 125, § 3º, inciso I, assevera, § 3°, "É vedado aos procuradores do Estado: I - exercer advocacia fora das funções institucionais". O artigo 33 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias estabeleceu uma exceção: "O disposto no art. 125, § 3°, I, desta Constituição não se aplica aos atuais procuradores do Estado".

Os apoiadores de Fachin alegam que quando ele prestou concurso e foi aprovado, não existia essa proibição constitucional, que só veio a aparecer depois. Essa "expectativa de direito" seria suficiente para dar-lhe esse direito, de que muitos juristas discordam.

Por outro lado, como ainda não havia sido empossado procurador na promulgação da Constituição, não pode ser enquadrado na exceção à regra. Sua posição, como se vê, fica a cada dia mais frágil, tendo que fazer malabarismos jurídicos para provar que não infringiu a lei.

Mesmo que no meio jurídico seja incontestável que Fachin tem, além de "notório saber", "reputação ilibada", e esse imbróglio pareça apenas um discussão teórica sem importância, os senadores, porém, que farão uma análise política de sua nomeação, a suas posições ideológicas muitos podem acrescentar essa infringência da lei para barrá-lo na sabatina.
Herculano
10/05/2015 09:35
A REVOLUÇÃO ATRAVÉS DAS TOGAS, por Percival Puggina para o jornal Zero Hora, da RBS Porto Alegre

Só não vê quem não quer: um STF onde não existam liberais nem conservadores, onde todos, num grau ou noutro, sejam progressistas ou marxistas, selecionados a dedo pelo mesmo partido, é uma revolução através das togas. Dispensa luta armada ou desarmada, dispensa Gramsci, movimentos sociais, patrulhamento. Bastam 11 homens e seus votos. E tudo fica parecendo Estado de direito.

A bússola das decisões normativas sobre a vida nacional, sobre os grandes temas, está saindo do Congresso, onde opera a representação proporcional da opinião pública. Aquela história dos três poderes, este faz a lei, aquele executa e aquele outro julga - lembra-se disso? - vai para as brumas do passado. Há mais de três décadas, estão sendo transferidas para o Judiciário deliberações que vão do acessório ao essencial, do mais trivial ao mais relevante. Já escrevi muito sobre tal anomalia e percebo que a migração prossegue, através dos anos, com determinação e constância.

A judicialização da política, braços dados com o ativismo judicial, causa imensas preocupações cívicas. Opera uma revolução silenciosa. Não usa barracas de campanha, não cava trincheiras e não precisa de arsenais. Ataca a partir de luxuosos gabinetes. Reúne-se em associações e congressos de magistrados militantes. Seu material bélico está contido em meia dúzia de princípios constitucionais que disparam para onde a ideologia aponta.

O QG dessa conspiração sofreu uma derrota, terça-feira, com a aprovação da PEC que postergou para os 75 anos a aposentadoria compulsória dos magistrados. Mas isso não resolve o problema diante do mal que atacou o caráter republicano da nossa democracia - o instituto da reeleição -, cortando o movimento pendular do poder. Se o Congresso, e especialmente o Senado, não reagir, se for aprovada a inacreditável indicação do Dr. Fachin (que até o Lula teria achado "basista" demais), se aprofundará o abismo entre o pluralismo como inequívoco princípio constitucional e a composição do STF.

É algo de que, aparentemente, ninguém se deu conta. Pluralismo é pluralismo. Dispensa interpretação. É um severo princípio impresso no preâmbulo da Constituição. Como pode ele ser desconsiderado quando se trata de indicar membros para a mais alta corte do Poder Judiciário (isso para não falar nos demais tribunais superiores)? É admissível que os membros desse elevado poder expressem o ideário e os interesses de uma mesma corrente política? O que a Presidência da República vem fazendo e o Senado aprovando é uma revolução branca, via totalitarismo Judiciário. Toleraremos, aqui, o que já aconteceu na Venezuela?
Herculano
10/05/2015 09:33
A CARTA DO EU-NÃO-SABIA SAI DO BARALHO, por Elio Gasperi para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Com a inevitável lembrança do Holocausto, acabaram as comemorações dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Numa trapaça do tempo, fica a impressão de que, em 1945, confrontado com a barbárie, o mundo reagiu com repulsa geral. Noutra, em 2015, acredita-se que, hoje, coisas daquele tipo são inimagináveis. Infelizmente, as duas suposições são falsas.

Milhares de judeus que saíram dos campos de concentração foram recebidos como intrusos quando tentaram voltar às suas casas na Europa Oriental. Quando Heda Margolius, ex-prisioneira de Auschwitz, regressou a Praga, sua vizinha perguntou-lhe: ?Por que você voltou?? Em Cracóvia, houve um pogrom em agosto de 1945. Nos 18 meses posteriores ao fim da guerra, mataram-se mais judeus na Polônia, na Hungria e na Tchecoslováquia do que nos dez anos anteriores ao início do conflito.

O mundo só começou a encarar o Holocausto a partir dos anos 60, depois que o primeiro-ministro israelense David Ben-Gurion, numa centelha de genialidade, mandou que Adolf Eichmann, capturado em Buenos Aires, fosse levado para um julgamento público em Tel Aviv. O gerente da Solução Final foi enforcado em 1962.

A segunda trapaça do tempo é a de que aquilo foi coisa de outra época. O ódio e a violência racial e religiosa continuam aí, expostos no cotidiano do século XXI. O Estado Islâmico, que se assenhoreou de parte do território do Iraque e da Síria, tem os ingredientes da superioridade nazista, com uma diferença: ele mata muçulmanos xiitas, judeus e cristãos.

Faz isso ostensivamente e coloca filmes na rede. Um deles, "Clanging of the swords 4" ("O barulho das espadas"), com pouco mais de uma hora de duração. Coisa de profissionais, produzida há um ano. Barra pesadíssima.

Os nazistas não propagavam o que faziam. Pelas suas leis e pelos seus discursos, podia-se supor, mas não se podia ver. O Estado Islâmico usa a selvageria como instrumento de propaganda. Algo como coproduções de Heinrich Himmler, comandante da Solução Final, e de Joseph Goebbels, marqueteiro do regime. Na década de 30, havia quem tivesse uma ponta de compreensão para com os nazistas.
Afinal, opunham-se aos comunistas. Hoje, esse engano pode ser alimentado, em ponto menor, pela oposição do Estado Islâmico aos Estados Unidos e a Israel. Se há uma diferença entre 2015 e 1945, ela está no fato de que agora saiu do baralho a carta do eu-não-sabia. Só não sabe quem não quer, porque os fatos estão aí, mostrados pelo próprio Estado Islâmico.
Herculano
10/05/2015 09:32
A COMÉDIA DA SETE BRASIL, por Elio Gasperi para os jornais O Globo e Folha de S.Paulo

Depondo na CPI da Petrobras, o doutor Luiz Eduardo Carneiro, presidente da Sete Brasil, informou que auditores externos não encontraram irregularidades nos contratos da empresa para a fabricação de navios e sondas para a Petrobras. Um negócio de US$ 27 bilhões. Segundo ele, Pedro Barusco e João Carlos Ferraz, que presidiu a Sete até sua chegada, em 2014, não foram "bons" executivos.

Pode-se dizer que Eike Batista, com quem Carneiro trabalhou, não foi um bom executivo porque vendeu nuvens. O caso de Barusco e Ferraz, e da própria origem da Sete, é bem outro. Barusco já confessou ter recebido US$ 100 milhões em propinas.

Enquanto Carneiro falava em Brasília, Ferraz continuava negociando sua colaboração com a Viúva. Além de informações valiosas, poderá devolver algum dinheiro, quantia muito menor que a de Barusco. A essa altura, Barusco e Ferraz ajudam, Carneiro atrapalha.

O doutor assumiu a presidência da Sete há um ano. Se ele acha que faltaram à empresa "bons" executivos, de duas uma: ou não sabe onde está ou sabe e acha que pode dizer o que bem entende.

CHAPA

Pelo menos um tucano assegura que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, do PMDB, ofereceu ao PSDB a vice-presidência numa chapa encabeçada por ele. Falta combinar com Geraldo Alckmin e Aécio Neves, prováveis candidatos do PSDB.

VENENO

Um parlamentar recolheu notas de dólar com a efígie de Lula jogadas sobre o plenário da Câmara para distribuí-las, como lembrancinhas, a pedintes e flanelinhas e eleitores de Dilma.

USINA DE ENCRENCAS

Quando o PT pode achar que sua situação melhorou, inventa uma nova encrenca. O presidente do diretório paulista, comissário Emídio Souza, quer ir à Justiça para apreender os cartazes de "Procurados", com retratos de Lula e da doutora Dilma.

Grande ideia. Quem tiver uma impressora poderá fabricar seus cartazes, assim como quem tem uma panela consegue fazer barulho.

FACHIN

Ninguém pode prever o comportamento do Senado na apreciação do nome do advogado Luiz Fachin para o Supremo Tribunal. Certamente, há "çábios" do Planalto acreditando que ganham a parada, assim como em janeiro acreditavam que derrotariam a candidatura de Eduardo Cunha à presidência da Câmara. Há uma diferença entre as duas situações: contra Eduardo Cunha já não havia linha de recuo. No caso de Fachin, tanto ele como o governo podem desistir da indicação.

O ATRASO DA CVM

A Comissão de Valores Mobiliários, instituição destinada a proteger os investidores, resolveu investigar a conduta do Conselho Administrativo da Petrobras. Com cinco anos de atraso, viu fumaça em suas decisões.
Tudo bem, mas a CVM poderia se perguntar por que fez sete acordos com o diretor financeiro da empresa durante o petrocomissariado. Ao longo de seis anos, o doutor pagou R$ 1,75 milhão para que não se falasse mais dos motivos que haviam levado a CVM a investigar sua conduta.

É possível que a CVM tenha sido a única xerife do mercado a fazer tantos acordos desse tipo com um diretor financeiro de uma empresa do tamanho da Petrobras. Deu no que deu.

REGISTRO

Os integrantes do Conselho de Administração da Petrobras tinham motivos para achar que suas reuniões fossem gravadas. Os conselheiros estranhos à empresa não sabiam que estavam sendo filmados. Pode-se entender que os vídeos tenham sido apagados, mas o banco de dados da empresa deve saber quem fez o serviço e quando.

TERCEIRO TOMBO

Às 14h de 29 de abril, hora de Tóquio, três empresas do grupo Ishikawajima informaram ao mercado que separaram o equivalente a R$ 207 milhões para cobrir seu prejuízo no estaleiro Atlântico.

Pobre Ishikawajima. É o terceiro tombo que toma por se meter nos projetos megalomaníacos de criação de polos navais dos governos de Pindorama. Todo brasileiro com mais de 60 anos já pagou três. O primeiro com Juscelino Kubitschek. O segundo durante a ditadura e o terceiro com Nosso Guia. A Ishikawajima entrou em todos.

Nas superproduções do petropetismo, construiu-se uma piada. Os japoneses venderam ao Brasil uma refinaria que não refina e o Brasil vendeu-lhe um estaleiro que não produz.
Herculano
10/05/2015 09:24
OMUNDO DOS FUNDOS, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo.

O Senado ganhou uma oportunidade para mexer num vespeiro que interessa diretamente a milhões de brasileiros. É a CPI dos Fundos de Pensão, que deverá ser instalada nos próximos dias.

A comissão foi criada para investigar prejuízos em instituições que cuidam da aposentadoria dos servidores de estatais. Estão na mira gigantes como a Petros, da Petrobras, o Postalis, dos Correios, e a Funcef, da Caixa Econômica Federal.

Os fundos reúnem 557 mil servidores aposentados e 2,7 milhões na ativa. É gente que reservou parte dos salários para garantir um futuro tranquilo e agora teme perder o que aplicou devido a decisões estranhas e negócios esquisitos.

Só o Postalis acumula rombo de R$ 5,6 bilhões. No mês passado, os poupadores foram avisados de que teriam que pagar uma contribuição extra superior a um quarto do salário para tapar o buraco. O fundo é controlado por dirigentes indicados por políticos do PT e do PMDB.

Na Petros, que tem 128 mil participantes e mais de R$ 66 bilhões de patrimônio, as perdas no ano passado foram estimadas em R$ 6,2 bilhões. E-mails interceptados pela Polícia Federal indicam que João Vaccari, o ex-tesoureiro do PT, influía na administração do bolo.

"O loteamento político e sindical dos fundos foi selvagem. Isso está na origem de muitos investimentos temerários", diz o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), um dos autores do pedido de criação da nova CPI.

Em abril, o governo pressionou senadores a retirar assinaturas de outro requerimento, o que adiou o início das investigações. Agora o Planalto cochilou, e a comissão terá que ser instalada nesta semana.

Há muita coisa a se investigar no mundo dos fundos, que tem atraído pouca atenção dos órgãos de controle. Um dos caminhos será ouvir quem acompanhou os negócios de dentro. Entre conselheiros e servidores, muita gente pode ser convencida a contar o que sabe.
Herculano
10/05/2015 09:22
QUAL A PRINCIPAL MANCHETE DE CAPA DESTE DOMINGO DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO? AJUSTE FISCAL TRAVA VITRINES DO GOVERNO

E PRECISAVA SE MAIS CLARO? POIS O PREFEITO FDE GASPAR, PEDRO CELSO ZUCHI, PT, AINDA INSISTE EM IR A BRASÍLIA - GASTANDO TEMPO DELE E PARECENDO QUE NÃO HÁ COISA MAIS IMPORTANTE PARA ELE FAZER POR AQUI, COM POLPUDAS DIÁRIAS PAGAS PELOS GASPARENSES - SÓ PARA VER - REPITO, SÓ PARA VER COM OS SEUS PRÓPRIOS OLHOS - SE O EMPENHO DE UMA PEQUENA VERBA - QUE NÃO VAI NEM PARA PAGAR O QUE SE DEVE À EMPREITEIRA - DA PONTE DO VALE REALMENTE FOI EMPENHADO.

ORA SE ESTÁ FALTANDO DINHEIRO ATÉ PARA A VITRINE E PRIORIDADES NA ÁREA DA SÁUDE POR EXEMPLO - VEJA A REPORTAGEM ABAIXO E O COMENTÁRIO DE ELIANE CANTANHÊDE NA SEQUÊNCIA, VAI FALTAR VERBA PARA O PERIFÉRICO. SIM PARA O GOVERNO FEDERAL DO PT E OUTROS, COMO O PMDB E PP, ESTA PONTE É PERIFÉRICA, DE UMA CIDADE PERIFÉRICA, QUE A USARAM PARA NOS ENGANAR, DISCURSAR E DAR ENTREVISTAS FALSAS EM BUSCA DE VOTOS FÁCEIS COMO SE TODOS AQUI FOSSEM ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS, MANSOS, MEDROSOS E DEPENDENTES DESTA GENTE MANIPULADORA

Programas de educação e casa própria são cortados, enquanto despesas obrigatórias seguem crescendo. Apesar do aperto, despesas totais no 1º tri recuaram 0,8% em relação ao mesmo período de 2014, relatam Isabel Versiani, Gustavo Patu e Flávia Foreque, todos da sucursal de Brasília.

No esforço de reduzir os gastos públicos e cumprir a meta fiscal do ano, o governo federal tem congelado repasses a programas prioritários e suspendido o pagamento de obras e subsídios.

Ao mesmo tempo, despesas obrigatórias, que reúnem gastos com pessoal, Previdência e benefícios sociais e respondem pela maior fatia do orçamento, continuam a crescer.

Um dos exemplos mais ruidosos do ajuste de despesas ocorreu no Fies, programa de financiamento ao ensino superior. Neste semestre, o número de contratos novos autorizados, 252 mil, foi pouco mais da metade do liberado no mesmo período de 2014.

A justificativa é que os recursos disponíveis para os novos financiamentos, R$ 2,5 bilhões, esgotaram-se. Ainda não há previsão se haverá uma segunda edição do programa no segundo semestre - em anos anteriores, o sistema para acesso ao Fies federal permanecia aberto ao longo de todo o período.

Sem um corte definido no orçamento original, o MEC também adiou por duas vezes o início das aulas do Pronatec, programa para qualificação técnica e profissional e uma das principais vitrines da presidente Dilma Rousseff na educação.

MINHA CASA

O programa de financiamento habitacional Minha Casa, Minha Vida é outro afetado. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, o setor tem hoje cerca de R$ 1,2 bilhão a receber do governo por projetos do programa. Parte desse total está atrasada em até 45 dias, segundo a entidade.

O Ministério das Cidades argumenta que os desembolsos, na casa dos R$ 5,5 bilhões no ano, são semelhantes aos do ano passado.

Já o Planejamento admite atrasos e diz que tem trabalhado para reduzir o prazo dos repasses.

Além dos problemas de fluxo de caixa, as empresas dizem sofrer também com a dificuldade de planejamento diante da indefinição orçamentária para o ano.

FUTURO INCERTO

"Não sabemos como será o futuro porque não sabemos se existirão novas contratações", afirmou o presidente da câmara de construção, José Carlos Martins.

Segundo ele, as construtoras estão em compasso de espera pela edição do decreto que vai determinar o bloqueio orçamentário para o ano e definir o volume total de recursos que os ministérios terão até dezembro.

O corte, que deve ser anunciado em duas semanas, terá de ser suficiente para viabilizar o cumprimento da meta de poupar R$ 66,3 bilhões no ano. No primeiro trimestre, período sazonalmente favorável ao caixa dos governos, a economia acumulada pelo setor público foi de R$ 19 bilhões, pior resultado em seis anos.

DEFESA

O Ministério da Defesa sofreu uma das maiores reduções em gastos administrativos e investimentos da Esplanada nos primeiros três meses do ano - as despesas caíram à metade na comparação com 2014.

A Embraer tem reclamado publicamente de atrasos em repasses do governo neste ano para o desenvolvimento de projetos conjuntos para jatos militares. Procurado pela reportagem, o ministério não quis comentar.

Empreiteiras também têm apontado atrasos de meses nos pagamentos de obras públicas tocadas pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). A dívida estimada pela Aneor (Associação Nacional de Empreiteiras de Obras Públicas) é de R$ 1,8 bilhão.

ECONOMIA POUCA

Apesar dos cortes generalizados em programas federais, as despesas totais no primeiro trimestre ficaram apenas 0,8% abaixo das realizadas no mesmo período do ano passado.

A queda nos gastos é contida pelo crescimento das despesas que não podem ser bloqueadas, principalmente as previdenciárias. O pagamento do seguro-desemprego apresentou pequeno recuo depois que o governo endureceu regras de acesso ao benefício.

No total, o governo contava com uma economia de R$ 11 bilhões neste ano com as mudanças no seguro-desemprego, pensão por morte e outros benefícios sociais, mas alterações introduzidas nos projetos pelo Congresso já diminuíram essa redução potencial.
Herculano
10/05/2015 09:10
AJUSTE OU DESMANCHE?, por Eliane Cantanhede para o jornal O Estado de S.Paulo

A aprovação da primeira fase do ajuste fiscal foi uma vitória do governo e dá um certo alívio para Dilma Rousseff, mas ainda falta passar pelo Senado e não se pode esquecer que esse ajuste é parte do desmanche de todo o primeiro mandato da presidente. Basta repassar as prioridades entre 2011 e 2014 para confirmar que não sobrou pedra sobre pedra.

Uma por uma, Dilma vem abandonando aquelas ideias que tirava da própria cabeça - não raro passando por cima da área técnica e da perplexidade do mercado - e anunciava com pompa e circunstância. Com o abandono e o desmanche, viram sucatas.

Nem o modelo de exploração do pré-sal resiste à realidade, apesar de Dilma ter feito carreira na área de energia e de ter ocupado, inclusive, o Ministério de Minas e Energia. Depois de tanta badalação, tanta aula com PowerPoint, tanta picardia contra o modelo tucano, o governo volta atrás, falando em deixar o sistema de partilha de lado para recuperar o de concessões, acabando com a obrigatoriedade de a combalida Petrobrás participar de todos os blocos.

Até o Pronatec, um dos carros-chefe dos debates, dos programas de TV e do dia a dia da campanha da reeleição, está devagar. Com a crise na economia, dissimulada no limite da irresponsabilidade, Dilma só conseguiu pagar os subsídios das entidades privadas até outubro, mês da eleição. Depois disso, atrasos, confusão, incerteza.

Outro que embalava o marketing dilmista era o Fies. Sem desprezar os objetivos corretos e as boas intenções, também encheu as burras de universidades de desempenho sofrível e brindou estudantes pobres com diplomas capazes de embelezar paredes, mas de serventia duvidosa para lhes garantir empregos em suas áreas. Em 2014, havia 4,4 milhões de bolsistas, com financiamento de R$ 13,4 bilhões para escolas privadas ? boas ou arapucas. Sem dinheiro, muitos dos bolsistas e das escolas estão a ver navios.

E o financiamento da casa própria? É bem verdade que Dilma ainda viaja pelo País - quando não corre o risco de panelaços -, entregando milhares de unidades do Minha Casa Minha Vida, como fará na próxima terça-feira, no Rio. Mas, com o pior resultado da caderneta de poupança em 20 anos (20 anos!), lá se foi o crédito para moradia. A Caixa Econômica Federal limitou o financiamento de imóveis usados à metade do valor total e acaba de anunciar aumento dos juros da compra de casas.

Dilma estufou o peito num pronunciamento em cadeia de rádio e televisão porque tinha decidido na marra a redução da conta de luz para residências e empresas. Patrões, empregados e eleitores em geral bem sabem o que aconteceu depois da eleição. Ou melhor: o que vem acontecendo todo mês, quando a conta bate à porta e arromba o bolso.

Num outro pronunciamento oficial, a presidente se vangloriou da redução dos juros como nunca antes neste país e ainda estendeu um dedo ameaçador para os bancos privados, ordenando que eles fizessem o mesmo. E, afinal, onde foram parar os juros?

A venda de carros caiu 25,2%, no pior abril em oito anos. Mais de 250 lojas foram fechadas. Mais de 12 mil trabalhadores do setor foram para o olho da rua. E a indústria em geral? A produção industrial caiu 5,9% no primeiro trimestre de 2015. É mole?

O desastre afeta outro indicador importante, que ajudou muito o trabalho dos marqueteiros e foi importante para segurar o discurso e os votos da reeleição: o emprego. No entanto, segundo os dados oficiais, o desemprego já subiu para 7,9% no primeiro trimestre. Sabe-se lá onde isso vai parar.

Então, é ótimo que o ajuste fiscal comece a ser aprovado no Congresso e que novas perspectivas se abram para o País, mas não se pode esquecer que isso tudo é parte do desmanche que derrubou a popularidade de Dilma de quase 80% no início de 2013 para 13% em 2015. E agora, com o desmanche do primeiro mandato, a grande pergunta é: para construir o que no lugar?
Herculano
10/05/2015 09:07
SOLTOS, por Marcos Rolim, de Zero Hora, RBS Porto Alegre

O argumento fundamental da decisão da segunda turma do STF pela soltura de nove executivos de empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato que estavam em prisão preventiva foi o princípio da presunção de inocência. Os réus, entretanto, foram encaminhados à prisão domiciliar, receberam ordem de não conversar entre si, foram submetidos ao uso de tornozeleiras eletrônicas e tiveram passaportes apreendidos. Presume-se, portanto, que há o risco de que prejudiquem a instrução criminal e de que possam fugir do país. Neste caso, estamos diante de duas das exceções à regra da liberdade processual. Ou seja, as circunstâncias que poderiam justificar as medidas restritivas contra os acusados são aquelas que autorizam a prisão cautelar. Então, por que soltá-los?

No Brasil, há especial sensibilidade aos direitos dos poderosos. Proporcional ao desprezo pelos direitos dos mais pobres, acrescente-se. A prisão preventiva dos empresários poderia ser interpretada como constrangimento para estimular delações? Talvez. O que admitiria a dúvida: há constrangimentos legítimos no Estado de Direito? Imagino que sim. Aliás, possivelmente, a ausência da disposição de constranger réus poderosos estimule, e muito, a corrupção no Brasil. Não por acaso, Paulo Maluf só foi condenado definitivamente por tribunais no exterior. Por aqui não há sentença com trânsito em julgado contra ele. Ao invés de constrangimentos, Maluf é bajulado a cada eleição. Não se trata de caso isolado. Isolado foi o julgamento do "mensalão". A regra sempre foi, e segue sendo, dispensar às pessoas "diferenciadas" toda a compreensão. Uma inclinação quase natural entre aqueles que Raymundo Faoro descreveu como "patronato político". No âmbito judicial, esta marca estimula a criatividade jurídica e, diante de prova robusta, desconstitui a ação penal ou simplesmente obstaculiza o julgamento. Alguém dirá que o fenômeno é decorrência dos labirintos de legislação permissiva. Não é. O fato é que a decisão judicial é sempre uma decisão fundada em uma sensibilidade moral, aquilo que Obama chamou de "empatia judicial" (judicial empathy), diferente da ideia do magistrado como um "aplicador da lei", um "árbitro" (umpire), síntese positivista preferida pelos republicanos. É tema relevante, portanto, na seleção dos magistrados, a natureza de suas sensibilidades morais. Sem as virtudes requeridas pela função - como a coragem necessária para contrariar interesses poderosos - saber jurídico e garantias como a vitaliciedade são imprestáveis.
Não estou seguro quanto aos fundamentos empregados na decisão. Para os que atuam na defesa dos empreiteiros, ela garantiu direito elementar e motivos para comemoração. Para o Brasil, talvez tenha garantido a vitória do cinismo.
Herculano
10/05/2015 09:03
BOMBANDO

A vereadora (e professora licenciada) Andréia Symone Zimmermann Nagel, DEM, me telefona para falar sobre o meu comentário. Concorda e discorda. Normal. Fala que seus velhos e novos simpatizantes, também se dividem. Normal.

Então resolveu colocar a coluna publicada na edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale na sua página do Facebook. Normal. O que não é normal? Os acessos. Ou seja, ela está em alta pelo que faz e principalmente pelo que os outros não fazem, e pior não podem fazer pela falta de iniciativa ou de credibilidade. A vereadora da Lagoa se tornou a vereadora de Gaspar, bastou trabalhar e ser coerente. Simples.
Herculano
10/05/2015 08:57
O PTB CONTRA O GOVERNO DILMA, por Ilmar Franco em O Globo

O governo enfrentará parada mais dura na próxima semana, na votação da MP 664, que muda o auxílio-doença e a pensão por morte. Os aposentados são contra, e já há desfalques anunciados. Um deles é o PTB, que na 665 deu 12 votos ao Planalto. Agora votará contra. O líder Jovair Arantes diz que, para a sigla, esses direitos são cláusulas pétreas desde a fusão (2006) com o Partido dos Aposentados da Nação (PAN).

A mobilização dos velhinhos
A Força Sindical, desta vez com o reforço de entidades de aposentados, vai voltar a protestar contra o governo Dilma na próxima semana. Estará em votação a MP 664. Os líderes já estão sendo pressionados, nas redes sociais, a trabalhar contra sua aprovação. Circula panfleto eletrônico com a foto de todos eles acompanhada da frase: "O destino de milhões de aposentados nas mãos dos líderes" Os velhinhos são conclamados por entidades nacionais: "Façam sua parte, usem as redes sociais, liguem, enviem cartas e e-mails, e exijam que eles votem contra" Integrantes das siglas de oposição que votaram a favor da MP 665 pretendem manter o apoio ao ajuste fiscal.
Herculano
10/05/2015 08:55
PDT MARCA REUNIÃO PARA DEIXAR BASE GOVERNISTA, coluna de Cláudio Humberto que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

O PDT trabalha na base governista sob "aviso prévio" e deve deixar o time dos aliados nas próximas semanas. O recado foi dado na traição de 13 dos 17 deputados que votaram contra a MP 665, do ajuste fiscal que corta direitos trabalhistas, de autoria do Executivo. Os pedetistas não escondem a insatisfação com o governo. Devem bater o martelo no próximo dia 12 em reunião do diretório nacional, no Rio de Janeiro.

LARGUE O OSSO
Após a traição, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, foi avisado que Dilma procura um substituto para ministro Manoel Dias (Trabalho).

SETE VIDAS
Dias já balançou no cargo no fim de abril, quando Lupi disse que ?o PT roubou demais?. Lula mandou Dilma engolir o sapo e desculpar Lupi.

A ORIGEM
A rebelião começou no Senado, encabeçada por Cristovam Buarque (DF), que cobra de Lupi o rompimento com o governo Dilma.

ADEUS
Carlos Lupi resistiu à saída por causa das boquinhas no Ministério do Trabalho, feudo pedetista. Voto vencido, teve de voltar atrás.

CUNHA INSISTE EM CONSTRUIR SHOPPING NA CÂMARA
Esse Eduardo Cunha tem coragem de beijar cobra na boca. Insiste no novo anexo da Câmara, com um shopping, que tem tudo para virar operação policial. Como as maiores empreiteiras não apareceram, até porque a Operação Lava Jato as forçou a perder a ousadia, Cunha chegou até a prorrogar o prazo para empresas concorrerem à licitação da obra. Além do novo anexo, Cunha anunciou liberação de verba de R$ 85 milhões para a compra de 70 apartamentos para os deputados

PRAZO PARA COMPRA
Eduardo Cunha disse a líderes da Câmara que quer concluir a compra dos novos apartamento antes do fim do mandato na Presidência.

PROMESSA
A compra dos apartamentos faz parte das promessa de campanha de Cunha. As excelências adoram mordomias de apartamentos funcionais.

CIFRAS VULTUOSAS
No afã de agradar seus pares, Cunha já prometeu a construção de um novo anexo, que custará R$ 1 bilhão aos cofres públicos.

PROVAS DA LADROAGEM
Deputados desembarcam na sexta (16) em Londres para ouvir o ex-diretor da SBM Offshore Jonathan David Taylor. Ele prometeu entregar documentos que comprovam corrupção em contratos na Petrobras.

FUNDAÇÃO EDUARDO CAMPOS
Na fusão do PSB com o PPS, a bancada socialista de Pernambuco estuda mudar o nome da Fundação João Mangabeira por Fundação Eduardo Campos. Proposta tem apoio da maioria da executiva do PSB.

PLANO SIGILOSO
Michel Temer tem um novo argumento para acalmar sua turma: disse a correligionários que a queda de braço Renan Calheiros x Eduardo Cunha atrapalha eventual candidatura própria presidencial em 2018.

QUEM MANDOU APARELHAR?
Residente há quinze anos no mesmo endereço em Brasília, um leitor não recebeu uma encomenda por Sedex sob uma curiosa alegação do carteiro: "desconhecido no endereço". A encomenda, enviada do exterior, voltou ao remetente. Às custas dos combalidos Correios, claro.

INSATISFAÇÃO É GERAL
É tão ruim a avaliação da gestão do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), com 60,9% de desaprovação, que mais de vinte nomes são citados pelos eleitores para substituí-lo, segundo pesquisa do Instituto Paraná. Pior é a rejeição à Câmara Municipal: 73,3%.

EMBROMATION
O líder do PT, Sibá Machado (AC), é um coitado. Ele anunciava apoio do PT ao ajuste quando o deputado José Guimarães (PT-CE) se irritou e mandou-lhe um bilhete: "Para de embromação". Ele obedeceu.

CORRERIA
A Força Sindical botou a CUT para correr, no Dia do Trabalho, afixando cartazes de petistas favoráveis ao arrocho de Levy. "Eles saíram correndo para arrancar", diverte-se o deputado Paulinho da Força.
Herculano
10/05/2015 08:35
DINHEIRO DO TRABALHADOR, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Dos jogos de poder da baixa política às vezes surgem oportunidades para fazer avançar o debate a respeito de temas importantes. É assim com a proposta de aumentar a correção dos saldos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), patrocinada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados.

Ao acolher uma ideia que beneficia os trabalhadores, Cunha tenta reduzir o desgaste sofrido pela defesa da ampliação da terceirização da mão de obra. O projeto sugere a correção pela taxa da poupança (6,17% ao ano + Taxa Referencial) para depósitos a partir de 2016. Hoje, o ajuste é de 3% + TR.

O rendimento atual é lesivo, insuficiente até para repor a inflação. O ideal seria adotar, ainda que gradualmente e apenas para novos aportes, um percentual próximo dos parâmetros de mercado.

Reformas ainda mais amplas são necessárias. Criado em 1966 como alternativa à regra que tornava o trabalhador estável após dez anos de empresa, o fundo é abastecido pelos empregadores, que fazem depósitos obrigatórios de 8% dos salários pagos. O saldo permanece em contas individuais, e os critérios de resgate são restritivos.

O FGTS é um dos muitos mecanismos de poupança forçada criados a fim de dirigir recursos a investimentos de longo prazo. Por lei, atendem-se habitação popular, saneamento e infraestrutura.

Não se pode ignorar que faltam fontes privadas para esses setores, mas é preciso haver mais transparência e decisão com base em retornos para os titulares.

Ao longo do tempo, a remuneração mais alta faria os saldos crescerem mais depressa, permitindo aumentar os aportes nos setores de interesse público e compensando, em certa medida, o custo mais elevado dos financiamentos.

Também é preciso rever a estrutura de gestão, hoje conduzida por um conselho curador de inspiração classista, num desenho que talvez não seja o mais indicado para garantir o interesse dos cotistas. Tome-se como exemplo recente a tentativa do governo de usar recursos do FGTS para aportes no BNDES.

Outra mudança é ampliar o direito de escolha do trabalhador para investir. Deve haver abertura para optar entre várias instituições.

O resultado seria um sistema mais transparente, justo e alinhado ao interesse do dono do dinheiro - o trabalhador.
Herculano
10/05/2015 08:24
PARA SEMPRE, por Carlos Drummond de Andrade, em "Lição de Coisas"

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Herculano
10/05/2015 08:20
DÊ ALEGRIA À MAMÃE. FIQUE EM CASA, por Carlos Brickmann

Escolha suas companhias. Neste Dia das Mães, antes de sair de casa, lembre-se de que 15 mil presos foram legalmente libertados, só no Estado de São Paulo, para participar das comemorações. Como estavam há tempos na prisão, não têm dinheiro para passear ou comprar presentes, nem conhecem os locais onde a turma se reúne (ainda bem!) Alguns não têm sequer a mãe cujo dia festejam. Sem dinheiro, sem ter para onde ir, muitos sem local para dormir, sem agentes especializados que lhes deem assistência, que é que se espera? Que se ressocializem sozinhos? Ou que façam o que normalmente acontece, cometer novos crimes?

Boa parte do pessoal indultado para o bom propósito de homenagear as mães não chega a ter a intenção de voltar: em média, 5% dos indultados para datas especiais não retornam para cumprir o restante da pena. A Polícia corre riscos para capturá-los, faz inquérito, a Justiça os processa e condena, o contribuinte paga sua estada na prisão, e, porque há uma data bonita, o cidadão ganha férias da cadeia. Dúvida pertinente: se o cavalheiro pode ser libertado em datas específicas, sem acompanhamento adequado, por que fica preso o resto do tempo? Se é preciso que fique preso, por questão de segurança e recuperação, por que as férias?

Convença a mamãe a ficar em casa, que as ruas estão mais perigosas nesses dias. Ficando em casa, economiza-se a conta do restaurante (e do estacionamento caríssimo), e até dá para experimentar alguma receita especial, caprichada. Não é ótimo fazer com que as panelas, às vezes, retornem à sua função precípua?

RETRATO DA PARADEIRA
Frase de um comerciante carioca sobre o baixo movimento das lojas, citada pelo colunista Aziz Ahmed, de O Povo: "Dia das Mães? Parece o Dia da Sogra!"

PODE PIORAR 1
No palanque da CUT, em 1º de Maio, Lula não tinha a seu lado sequer um líder expressivo do PT, ou de partidos aliados. Nem Aloízio Mercadante estava lá para tirar aquela foto por cima do ombro. Nenhum ministro, nem dos que subiram na política graças a Lula. Algum poste eleito por Lula? Ninguém. Nem mesmo o prefeito paulistano Fernando Haddad foi prestigiar seu inventor. Isso quando estão apenas as investigações do Petrolão em marcha.

E depois?

PODE PIORAR 2
O senador Ronaldo Caiado, do DEM goiano, protocolou o pedido de CPI do BNDES. Sua frase: "É preciso descobrir por que os delatores da Lava-Jato disseram que o Petrolão seria café pequeno diante do esquema montado no BNDES".

OK, sabe-se que Val Marchiori, que participou do programa Mulheres Ricas, usou parte de uma linha de crédito do BNDES, com juros de 4% ao ano, para comprar um carro Porsche Cayenne - uma beleza, por sinal.

Mas isso também é café pequeno. O quente é descobrir como funciona o financiamento do BNDES a empreendimentos de firmas brasileiras em países como Guiné Equatorial e Cuba. O BNDES não dá informações. E boa parte dessas firmas está no Petrolão.

PODE PIORAR 3
A senadora Ana Amélia Lemos, do PP gaúcho, e o senador Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB paulista, protocolaram o pedido de CPI dos Fundos de Pensão. Fala-se de coisas quentes - por exemplo, de fundos que aplicaram o dinheiro da poupança de seus associados em títulos da Venezuela. É muita vontade de perder dinheiro, desde que seja dos outros. E um dos fundos, o Postalis, do Correio, está cobrando dos associados um extra para cobrir seus prejuízos.

Tanto a CPI do BNDES como a dos Fundos de Pensão já haviam sido apresentadas e o Governo conseguira suspendê-las, convencendo parlamentares a retirar a assinatura. Desta vez, não deu: os esforços do Governo foram em vão. Em cinco dias os partidos deverão indicar seus representantes em ambas as CPIs.

PODE PIORAR 4
O presidente do partido Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força, pediu a convocação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para ser ouvido na CPI da Petrobras. Paulinho quer que o procurador esclareça os critérios para abertura de inquéritos na Operação Lava-Jato. E disse que é preciso saber como ocorrem vazamentos seletivos de informações, que atingem alguns dos investigados.

Segundo Paulinho, o Ministério Público contratou para isso duas grandes empresas de assessoria de imprensa, sem concorrência, por R$ 500 mil.

PODE PIORAR 5
Acredite: o deputado federal Jair Bolsonaro, do PP fluminense, quer trocar de partido para ser candidato à Presidência da República em 2018. Uma das propostas que recebeu é do PRTB. Bolsonaro sairia para a Presidência com o chefe do PRTB, Levy Fidelix, de vice.

Aerotrem e bala, já que o trem-bala não sai.

COMO PIOROU
Informa Lauro Jardim (http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/) que um dirigente do PT conseguiu explicar por que o partido e o governo não se entendem. Disse o petista: "O problema é que o PT diz que está pagando pelos erros do governo. E o governo diz que está pagando pelos erros do PT".

Completa Lauro Jardim, com precisão: "Parece ser um típico caso em que os dois lados têm razão".
João Maria Pereira de Souza
09/05/2015 20:44
Meu caro Herculano

Gostaria de externar aqui minha satisfação em relação a vereadora Andréia, que para min foi a grande surpresa nesta legislatura, está dando um banho, firme, focada, destemida, corajosa. Em meu nome gostaria de cumprimenta-la pelo dia das mães, pois ninguém melhor do que ela para representa-las neste dia 10 de maio, parabéns vereadora Andréia e todas as mães de Gaspar, seu futuro politico será brilhante, parabéns.
Herculano
09/05/2015 19:50
TEATRO DE SOMBRAS, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo para o jornal Folha de S.Paulo

João Pedro Stédile, líder do MST e chefe do "exército de Lula", definiu Joaquim Levy como um "infiltrado" da elite malvada no governo de Dilma Rousseff. O deputado Rodrigo Maia, uma liderança do DEM, concorda com o diagnóstico e, em nome dele, votou pela aprovação do ajuste fiscal. "Eu quis garantir um voto de confiança ao ministro da Fazenda", que "tem muita convergência com um partido como o nosso, que tem uma linha mais liberal na economia", explicou à Folha. Maia e Stédile leem a Bíblia noite e dia - apenas com a diferença de que, onde um lê branco, o outro lê negro. Nessa convergência de fundo encontra-se a chave para decifrar o teatro de sombras da crise do lulopetismo.

Sob pressão dilacerante do PMDB, a bancada do PT fechou questão em torno da aprovação do ajuste fiscal. Ainda assim, não votou unida: nove deputados ausentaram-se da sessão e um declarou-se contrário. Se a oposição não se dividisse, a soma das traições petistas às outras previsíveis defecções na base governista provocaria a derrota da MP 665. Levy agradeceu publicamente aos deputados pelo resultado. O certo seria dirigir o gesto especificamente aos 16 oposicionistas (do DEM, do PSB e do SD) que, votando com o governo, asseguraram o esquálido triunfo. Mas, para tudo ficar certo mesmo, o agradecimento deveria partir de Lula: Maia e os seus cumprem uma função de prestidigitação política que Stédile já não é capaz de cumprir.

Nossos liberais experimentam uma atração irresistível pela malemolência do capitalismo de Estado à moda petista. Guilherme Afif e Kátia Abreu, ministros da copa e cozinha, conectam o governo Dilma a setores cruciais do empresariado. O ministro-despachante Gilberto Kassab opera como terceirizado do Planalto no balcão de negócios da criação de partidos. No centro do palco, o primeiro-ministro informal Levy resgata um mínimo vital de credibilidade à economia, evitando o naufrágio da presidente. Contudo, a narrativa política do lulopetismo, bem mais precioso entre todos, pende de uma corda esgarçada que teria se rompido sem a intervenção de Maia et caterva.

Dilma girou a política econômica, mas nunca renunciou à doutrina que produziu o fracasso de seu primeiro mandato. Os intelectuais do PT, que abdicaram da honestidade acadêmica, descrevem a reviravolta de Dilma 2 como um fruto da maldade infinita do "mercado", não como a consequência de um fiasco anunciado. No seu programa de propaganda política, o PT entoou a marcha marcial da defesa dos direitos trabalhistas. Comandada pelo partido, a CUT convocou um protesto tardio contra a MP aprovada pelos próprios petistas. O diretor do teatro de sombras chama-se Lula, que monta o palanque de sua candidatura com as tábuas do ilusionismo. O ex-presidente planeja emergir como restaurador de uma idade de ouro desperdiçada por sua sucessora. Mas não pode fazê-lo sem o auxílio providencial da oposição.

Stédile, um boneco iluminado, só parece emitir sons: quem fala, de fato, é Lula. O mito da "infiltração" de Levy confere o último fiapo de verossimilhança à narrativa pela qual o lulopetismo representa o Povo, numa batalha épica contra a Elite. Nos tempos de FHC, o "arrocho" era obra dos tucanos. Nos tempos de Dilma, a "austeridade" deve ser exibida como obra de Levy. Às vésperas da votação da MP 665, o PMDB subiu metade da cortina que cobre os bastidores do palco, deixando entrever a maquinaria oculta. A outra metade, que dependia da oposição, permaneceu imóvel. Maia fez o serviço de Stédile.

"O Brasil iria quebrar hoje", garantiu Maia, refugiando-se no patriotismo de araque para justificar seu ato de camuflagem. O Brasil, claro, não quebraria. A derrota do ajuste estilhaçaria, isso sim, um encanto que nos imobiliza. Sem as luzes, as sombras e os bonecos, teríamos que sair do teatro e encarar a realidade.
Herculano
09/05/2015 19:46
A PERGUNTA DE COSTA, por André Singer, ex portavoz do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo

Conforme previsto aqui, o corte de Mãos de Tesoura no seguro-desemprego passou raspando na Câmara. Ponto para o Mordomo. Agora é rezar para que a Rainha tenha a sabedoria, e a força, de moderar a profundidade da recessão em que mergulhamos. Dedos cruzados.

O próximo assunto a ser colocado em pauta pelo Menino Maluquinho da Casa do Povo deve ser a reforma política. O Senado já aprovou o voto distrital para a eleição de vereadores em cidades com mais de 200 mil habitantes no ano que vem. O PT, de acordo com o site da revista "Época" (2/5), avalia que a lista fechada não passa e pensa em aderir ao distrital misto, defendido pelo PSDB. O Mordomo, como se sabe, apoia o distritão.

Há convergência, portanto, para alterar o princípio que hoje rege o sistema eleitoral brasileiro, que é o da proporcionalidade, para o majoritário. No primeiro busca-se representar o máximo de pontos de vista existentes na sociedade. O segundo procura a formação de maiorias, em prejuízo da pluralidade.

Mudar será um erro. Nenhuma regra é perfeita, há sempre efeitos colaterais. No caso do Brasil, passados quase trinta anos da Constituição de 1988, existem partidos demais no Legislativo (32). Em compensação, temos a importante vantagem de que nenhuma corrente de opinião relevante está fora da instituição. Da extrema-esquerda à extrema-direita, todas têm cadeira no Parlamento, o que fortalece a democracia.

Ao introduzir o princípio majoritário, a consequência será reduzir o número de partidos de maneira artificial. Haverá um fortalecimento instantâneo do PT, do PSDB e do PMDB, ao qual terão que aderir, de maneira obrigatória, as forças minoritárias, para não ficarem fora do jogo do poder, pois em cada distrito, só participa quem tem chance de obter maioria.

Alguma redução do número de partidos seria boa, pois chegamos a uma fragmentação excessiva. Mas isso pode ser feito por meio de cláusula de barreira bem calculada, que preserve certo número de agremiações, além das três grandes, ainda que organizadas em federações.

Melhor do que abrir mão de uma proporcionalidade benfazeja seria concentrar esforços em dar uma resposta efetiva à inquietante pergunta de Paulo Roberto Costa perante a CPI da Petrobras na última terça-feira: "Por que uma empresa vai doar R$ 20 milhões para uma campanha se ela não tiver algum motivo na frente para cobrar isso?".

Se a reforma proibir o financiamento empresarial das eleições, como, aliás, pretendia o STF, não fosse o ministro Gilmar Mendes sentar em cima do processo, será um avanço considerável. Caso nada se faça nesse sentido, a simples e eloquente indagação de Costa vai ressoar como um eco monstruoso toda vez que se falar de reforma política no Brasil.
Herculano
09/05/2015 19:34
NOVOS DESAFIOS, por Renato Andrade para o jornal Folha de S. Paulo

O ministro Manoel Dias (Trabalho) está prestes a entrar no rol daqueles que estão em busca de "novos desafios", um eufemismo usado pela turma que perde emprego e precisa voltar a gastar sapato para encontrar nova ocupação.

Correligionários do ministro do PDT vão alegar que a saída de Dias do governo --para muitos, uma mera questão de tempo - é resultado das pressões de líderes de outros partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff e de assessores presidenciais. Mas o comportamento de deputados da oposição é que pode ter sido a pedra fundamental para sacramentar a futura despedida.

A forma como se faz política no Brasil merece diversas críticas, mas alguns critérios adotados são relativamente fáceis de ser explicados.

Partidos montam uma aliança para ganhar o direito de comandar o país. Após a confirmação da vitória nas urnas, a administração do governo eleito é organizada entre as legendas que se esforçaram para emplacar o novo inquilino do Planalto.

Fechada a distribuição de tarefas (cargos, na verdade) entre os aliados, o chefe da tropa espera que, nas votações e disputas no Congresso, seus escolhidos para postos-chave tenham a mínima capacidade de arrancar de partidários o apoio necessário para a aprovação de medidas defendidas pelo comando central.

Dois critérios são sempre citados durante as discussões sobre a formação de gabinetes presidenciais. O futuro ministro precisa ter representatividade política - o que significa controlar sua bancada-- ou notabilidade na área em que for comandar.

Pelo resultado registrado na votação da última quarta-feira (6), Dias deixou claro que sua representatividade entre os pedetistas é nula.

Como defender a manutenção de um ministro que conseguiu a proeza de ter toda a bancada contra o governo, enquanto o DEM, inimigo visceral dos petistas, garantiu oito votos de apoio ao pacote de Dilma?
Herculano
09/05/2015 19:26
da série como colocar os seus próprios rótulos nos outros, que condenaram por criar, usar e propagar estes rótulos. As mentiras que se repetem e não conseguem se tornar uma verdade.

A REPÚBLICA DOS PATETAS, por Lelê Teles

Eram três os patetas, Moe, Larry e Curly.

Isso lá nos Esteites. Por aqui, Jô Soares anuncia, para horror das velhas meninas, que no Brasil, quais Gremlins, os patetas se multiplicaram em progressão aritmética. Temos uma verdadeira República de Patetas, disse o ex-gordo.

Aécio, napoleônico, seria o presidente dessa patética república. Uma nação paralela, que vive os simulacros da mídia velha como se fossem a realidade.

Acometido por delírios e alucinações, o neto de Tancredo tenta se livrar do destino do avô, aquele que foi sem nunca ter sido.

Por isso, o jovem Neves já avisou que ele é o verdadeiro presidente, o legítimo. Como se estivesse em um sanatório, tomou posse, botou faixa presidencial e passou a fazer discursos enfurecidos contra a "outra" presidenta, a leviana.

Obstinado e obcecado por arrancá-la do palácio à força e lá se aboletar, olhos vidrados; essa é a cachaça dele.

A população dessa republiqueta, essa patota, é formada por homens de bens, que se auto intitulam homens de bem. Uma malta de sonegadores de impostos que bravateiam contra a corrupção dos outros e se calam ao verem professores sendo torturados em praça pública.

Os patetas andam sempre em bando por ruas e avenidas, vestidos como jogadores de futebol, xingando os mais inomináveis palavrões enquanto rezam o terço e cantam o hino brasileiro, tudo ao mesmo tempo.

Quando há pronunciamentos oficiais da chefe do Estado real, os democráticos patetas debruçam-se sobre suas varandas gourmet e dão colheradas no fundo das caçarolas.

Depois de muito bater panela, madame se senta e vê a novela. Aliviada, cumpridora do cívico dever.

Os mais notáveis representantes dessa republiqueta é um adolescente de ascendência asiática de nome Kim, um roqueiro decadente de barba encanecida, uma jornalista justiceira, uma piriguete da alta sociedade, um mauricinho mentiroso, um comediante sem graça, um deputado-pastor gay e homofóbico, um batman de araque e um bombadão de cérebro anabolizado.

Patético, o Pequeno Kim mostra a bunda flácida enquanto caminha até Brasília para... para quê mesmo? Ah, para pedir o impedimento da presidenta.

Os Revoltados Online se converteram numa fajuta igreja eletrônica, estão sempre a pedir grana a seus fiéis, os Retardados Online, dizem que é para pagar trios elétricos e carros de som, eles apreciam a arte de fazer barulho.

O licantropo roqueiro escreveu as bases filosóficas que doutrinam a patetada, o livro chama-se Manifesto do Nada na Terra do Nunca, uma joia.

Perturbado e contraditório, o encanecido roqueiro atira pedras nas empresas públicas com a mão direita e com a mão esquerda pede patrocínio a estas mesmas estatais, para os seus shows cada vez mais vazios.

A socialite piriguete vai à Miami e mostra, com exclusividade, a nova loja da Barbie, toda vestida de rosa, como uma bonequinha. Tudo que é fútil lhe é útil.

Pululam musas loiras a despir-se em avenidas no que eles chamam de protestos, exibindo silicones, botoxes, lipos e cartazes: "vai pra Cuba, vai pra Venezuela, vai pra União Soviética... vem pra rua".

Na República dos Patetas, a mídia faz o jogo sujo de mentir, omitir e entreter os midiotas. Ninguém se importa, os patetas odeiam a realidade. Só acreditam no próprio delírio. Nada é levado à sério.

A jornalista que ontem, sisuda, era âncora do jornal mas patético da TV, hoje faz pole dance pelas manhãs no mesmo canal, sorridente.

É xingar palavrão e rezar o terço.

Nunca contradiga um pateta, isso pode lhe custar algumas patadas. Eles são como o cachorro do Beto Richa, rangem os dentes e mordem qualquer um que queria lhes revelar a realidade.

Palavra da salvação.
Herculano
09/05/2015 19:16
PSDB EXIBE RESSENTIMENTO NA TV, FALTA PROJETO, por Josias de Souza

Em "Grande Sertão: Veredas", Guimarães Rosa, com sua linguagem peculiar, ensinou: "?a gente carece de fingir às vezes que raiva tem, mas raiva mesma nunca se deve tolerar de ter. Porque quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a ideia e o sentir da gente: o que isso era falta de soberania, e farta bobice, o fato é."

O PSDB começa a exibir neste domingo (10) seu pacote semestral de propaganda partidária. Primeiro, vão ao ar pequenos "aperitivos" de 30 segundos. Em 19 de maio, será servido o prato de resistência: um programa de 10 minutos, em rede nacional de rádio e tevê, no horário nobre. Considerando-se a peça inaugural, disponível acima, o tucanato tornou-se prisioneiro dos seus ódios. Tem tanta raiva do petismo que se deixa governar pelo inimigo.

Há na propaganda tucana apenas ressentimento. Faltou projeto. Mantida essa toada, o PSDB corre o risco de desperdiçar o seu próprio tempo. De quebra, atiçará a impaciência da plateia. O diretor se chama Guillermo Raffo. Mas bem poderia ser chamado de João Santana. Repete contra o PT a mesma marquetagem do medo usada contra o PSDB na campanha presidencial de 2014.

No comercial do PSDB, uma família sob a chuva é surpreendida pela mão invisível do Estado, que lhe puxa o guardachuva, enquanto o locutor enumera: "Economia parando. Preços subindo. Desemprego aumentando. E justo agora, quando você mais precisa, o governo aumenta os impostos, a luz, os juros, a gasolina e quer cortar o seguro-desemprego. Quando você mais precisa, o governo quer que você pague a conta dos erros que ele cometeu. Chega! PSDB, oposição a favor do Brasil."

Como vingança, o comercial é fabuloso. O pedaço do eleitorado que que vota em tucano terá orgasmos de satisfação. Como estratégia política, a peça contém o que Guimarães Rosa definiria como "farta bobice". O brasileiro que tenta enxergar uma réstia de sonho no fim do pesadelo em que se converteu o segundo mandato de Dilma não precisa que lhe digam o óbvio. Ele sente o drama no bolso. Sobra-lhe mês no fim do salário. Raiva esse cidadão já tem. O que ele procura é alternativa.

Continua boiando na atmosfera de 2015 o mesmo sentimento de mudança que levou Aécio Neves a roçar em Dilma Rousseff no segundo turno de 2014. A marquetagem de João Santana, por enganosa, virou caso de Procon. A imitação tucana é, por ora, a reiteração de um erro. Torcer o braço de madame não resolve o problema. O PSDB precisa informar o que faria de diferente se um bicudo como Aécio estivesse encarregado tocar o expediente.
Herculano
09/05/2015 19:01
CLIMA DE BARATA VOA, por Eliane Cantanhede para o jornal O Estado de S. Paulo

O clima no poder é de barata voa, cada um tentando se "descolar" do outro e se esfalfando para salvar a própria pele. Aliás, esse é o verbo da moda em Brasília: todo mundo tenta se "descolar" de todo mundo.

O PT se "descola" da presidente Dilma Rousseff e se agarra ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de fugir de um pronunciamento pela TV no Primeiro de Maio, Dia do Trabalho, a presidente foi empurrada para fora da propaganda do seu próprio partido, terça-feira à noite. E a grande estrela foi, ou era para ser, Lula. O que é muito estranho.

Afinal, Dilma já bateu no fundo do poço, com seus míseros 13% de aprovação, e nem fazendo muito esforço para errar será capaz de cair mais ainda. Já Lula está em pleno processo de queda. Já perdeu 21 pontos, segundo as últimas pesquisas, e muito possivelmente continua deslizando ladeira abaixo junto com o governo que patrocinou e o partido que criou.

O PT, portanto, parece viver aquela clássica situação: se ficar, o bicho Dilma come; se correr, o bicho Lula pega. Ponha Dilma ou ponha Lula na TV, a sangria e os panelaços continuam.

Se o PT tenta se "descolar" de Dilma, a recíproca é verdadeira. Foi o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, - do PT, frise-se - quem declarou a repórteres que é "um erro" misturar cotidianamente o governo ao partido e que não cabe ao governo, mas ao partido, responder sobre o último panelaço (o de terça, durante o programa petista).

Entre a presidente e o PT, Lula fica com uma terceira entidade: ele mesmo. Tenta se "descolar" das lambanças do PT e dos erros abundantes da sucessora, mas precisa do PT, tanto quanto o PT precisa dele, e não pode bater de frente com Dilma nem com um governo que ele critica há tempos, de manhã, à tarde e à noite. Afinal, o partido é ele, e Dilma só virou o que virou por sua culpa, sua máxima culpa.

O resultado de tanto cola-descola é que o programa de TV do PT ficou sem pé nem cabeça, Lula decidiu satanizar a terceirização da mão de obra e Dilma saiu da tela para virar espectadora, enquanto o PMDB chamou o PT às falas, cobrando que suas bancadas assumissem as restrições trabalhistas e previdenciárias determinadas pela presidente. Ou seja: o PMDB obrigou o partido do governo a se comportar como partido do governo.

E, afinal, contra quem e contra o quê foram os panelaços? Será que o 8 de Março foi só contra Dilma? Será que o da terça-feira, durante o programa do PT, foi só contra o PT? E será que nenhum dos dois foi contra Lula? Ou será que os panelaços passados, presentes e futuros foram, são e serão contra Dilma, Lula e o PT?

Por mais que Lula tente se "descolar" de Dilma, Dilma tente se "descolar" do PT e o PT tente se "descolar" de Dilma, eles estão todos colados, senão para sempre, seguramente hoje, nestes tempos de crise. E não há remédio para esse trio de siameses, a não ser uma cirurgia radical, como a que Marta Suplicy fez e outros estão na fila para fazer.

É nesse clima que o velho PT de guerra passa por situações nunca antes imaginadas, como manifestações históricas, panelaços, buzinaços e o circo no plenário na votação do ajuste fiscal, com a oposição batendo panela e as galerias jogando dólares falsos com as caras de Lula, Dilma e Vaccari. O petista Weliton Prado, que votou contra, corre o risco de virar herói.

Se Lula acha que radicalizar contra a terceirização será suficiente para reverter o clima e reaproximar o PT das bases, dos sindicatos, das massas e da opinião pública em geral, pode estar tremendamente enganado. Pois, se algo realmente se descolou de algo, foi o PT que se descolou da maioria do eleitorado brasileiro.

Fachin. É inacreditável que Dilma tenha levado nove meses para indicar o novo ministro do Supremo e tenha escolhido um procurador que atuava simultaneamente como advogado. É inconstitucional e o STF é justamente o garantidor da Constituição.
Paulo Roberto
09/05/2015 17:56
Quem é este Juarez Mosert?

Um petista ladrão e corrupto. Ele acha que todos os outros são que ele e o partido dele. E ainda é covarde. além de se esconder em pseudônimo para ataca outros que pensam diferente e tem seu nome exposto, tem vergonha de assumir aquilo que já defendeu e mamou: o PT

Qual é mesmo o passado negro e nefasto que o tal de Juarez está a criticar? Negro, nefasto, criminoso e ladrão de verdade é o atual momento da vida brasileira e dos brasileiros. Lula e seus 40 ladrões anunciavam que o PFL, os Bornhausens e os demos deveriam ser exterminados porque eram de direita, conservadores, brancos, do sul(apesar da fortaleza que tinham no Nordeste a custa da ignorância e cabresto dos pobres - ou seja nada é diferente do que o PT faz hoje), de elite...

Hoje se sabe que este discurso é da baboseira de ignorantes, criminosos e gente que vive a custa do dinheiro público que deveria estar a serviço do povo e não de uns poucos espertos como Lula e sua catrefa. Era um discurso só para enganar os trouxas, ou os analfabetos e ignorantes, insistentemente assim apresentados pelo colunista Herculanus, como o tal do Juarez resolveu desprezar.

Na verdade, Lula e seus hoje milhares de ladrões, faziam isto de caso pensado para poderem roubar sozinhos; argumentavam que a esquerda era a melhor coisa, era o céu. Na verdade - uma esquerda de merda e não a verdadeira - nos colocar no buraco, no inferno, no fundo do poço, à base da incompetência administrativa, corrupção endêmica no aparelho estatal, da mentira nos discursos e roubalheira desenfreada em todos os cantos do governo.

Vergonha. E essa gente - representada por juareses da vida - acha que o pior ainda são os outros. Vão se catar e respeitar minimamente os que pensam diferente de vocês. Totalitários. Imbecis. Vade retro...
Mariazinha
09/05/2015 15:10
Seu Herculano:

Marco Aurélio de Melo disse para a revista Veja que o MENSALÃO DO LULLA PODE SER REABERTO.

Eleitores do PT estão aprendendo que votar no PT tem preço e não é barato!

Dilma fugindo das vaias.
O único lugar onde não seria molestada é na Papuda.
Lá ela estaria entre os seus.

Bye, bye!

Pernilongo Irritante
09/05/2015 14:43
Os petistas são como cachorro de rua, você diz não, eles voltam.
Mesmo sabendo que o problema era o PT, Lula foi à tv se achando o bom, levou panelaço.
O Zuchi foi à Brasília mesmo sabendo que não há dinheiro para a ponte, voltou sem nenhum.
João João Filho de João
09/05/2015 14:30
Sr. Herculano:

"Vaccari chama Tarso como testemunha de defesa. Gaúcho avisa que não sabe nada sobre o Petrolão".

Postado por Polibio Braga.

Preso em Curitiba no âmbito do escândalo de corrupção na Petrobrás, o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto incluiu Tarso Genro no rol das suas testemunhas de defesa. Via nota, Tarso avisou que não sabe de nada sobre o envolvimento de Vaccari Neto nos crimes do Petrolão.

Esta resposta deve ter sido dada num raro momento de modéstia.
Faltou acrescenta, nunca te vi... não te conheço...
Arara Palradora
09/05/2015 14:14
Querido, Blogueiro!

Postado às 08:01hs - Claudio Humberto
Bem que a Malulenga poderia seguir os passos da vice presidente guatemalteca (Roxana Baldetti) e puxar o carro.
Tem o benefício de sair da pressão dos holofotes, além das vaias.

#VazaMamulenga

Voeeeiii...!!!
Juju do Gasparinho
09/05/2015 14:06
Prezado Herculano:

Assino em baixo pelo que foi postado pelo Marketeiro.
Meu voto será dela em 2.016 (pode contar também com o voto da minha amiga Bete - aquela que foi ludibriada pelo boyzinho Marcelinho).












Eleitor pensativo
09/05/2015 10:52


Se partido político salva alguma campanha, em Gaspar, não vai precisar nem de outros candidatos:

PT - o que acha que tem hegemonia, que nunca vai sair do poder.

PSDB - não tem nem candidato, nem um nome, nem mesmo representação no legislativo, mas está na onda "Aécio" e se considera por isso, imbatível.

PSD - Partido do "governador"

PMDB - aquele que não importa "como" mas não quer sair do poder nunca.

Já estamos parados no tempo a 20 anos.

Depois não adianta reclamar!!!!
Lucas
09/05/2015 10:01
Lucas

Já escutei de alguns que ela seria viável como "vice".
E os "caras" não ficam nem vermelho. Fazer papel de coadjuvante, para esses desavergonhados?
Herculano
09/05/2015 09:58
LHS ATUA COMO BOMBEIRO PARA EVITAR CRISE ENTRE PMDB E PSD, DIZ DERLY, por Cláudio Prisco Paraíso

Ex-secretário Derly Anunciação acaba de postar em seu blog uma nota informando que visitou Luiz Henrique da Silveira em Itapema. Segundo ele, o senador está conversando com lideranças de PMDB e PSD "no sentido de sanar desencontros." Derly também diz que, de acordo com LHS, "não existe crise."

"Conversei pela manhã com o Senador Luiz Henrique em Itapema, onde se recupera de uma fratura na tíbia. Conhecedor de vários momentos nacionais, mesmo reconhecendo as dificuldades do momento, visualiza com otimismo soluções para o nosso país. Quanto a questão política do governo do estado, afirma que não existe crise entre PMDB e PSD. Questões pontuais serão facilmente ultrapassadas. Articulador e muito bem informado, tem conversado com várias lideranças no sentido de sanar desencontros e serenar os ânimos."
Marketeiro
09/05/2015 08:44
Para Vereadora Andréia Nagel

A senhora pode não ter um grande partido, mas acredito que isso não a desmerece. O bom candidato, tem que ter história de vida e ideias para repartir. E isso já provou que tem.
Campanha sem partido e com pouco dinheiro é ruim, concordo. Mas não se faz, sem um bom candidato.
Portanto, não se deixe intimidar por esses coronéis, donos de partidos e politicagem ultrapassada.
Mostra que o povo quer e precisa de gente que pense além do seu próprio interesse pessoal. Ter o "poder" nas mãos de um partido, onde não terá autonomia de governo só vai atrapalhar.
Pensa que alívio poder montar sua equipe de governo, e, não ter o rabo preso com gente desinformada, desqualificada, corrupta, preguiçosa?
Acredite no seu potencial. Fazia tempo que não conhecia alguém de punho firme e ideia novas.
Parabéns. Meu voto será seu em 2016.
Herculano
09/05/2015 08:01
PROGRAMA NA TV AZEDA RELAÇÃO ENTRE LULA E DILMA, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O programa do PT, veiculado semana passada na televisão, azedou outra vez a relação de Dilma com Lula. Ela descobriu só na última hora que o PT, com aval de Lula, decidira barrá-la no programa para evitar "panelaço". Ela explodiu em palavrões, até porque havia se preparado para gravar sua participação, mas após o panelaço (o maior até agora) que se seguiu ao programa, Dilma substituiu a irritação por sorrisos.

Abraço de afogados
Dilma nunca acreditou que o desgaste é só dela, como Lula e o PT acreditavam, mas de todos os petistas. O último panelaço provou isso.

Rejeição é coletiva
O PT barrou Dilma no programa da TV certo de que sua reprovação de 87% garantia o panelaço, como se o partido nada tivesse com isso.

Corpo mole
A difícil aprovação da MP do ajuste piorou relação de Dilma com Lula. Ela o acusa de não ajudar em nada, e até de dificultar a aprovação.

Bombeiros
O desastre não foi maior, na votação da MP do ajuste, porque Michel Temer apagou o fogo e Eduardo Cunha ajudou, até para se credenciar.

Calote na França, pode. Na Odebrecht, jamais
Enquanto o governo Dilma aplicava na França um calote de R$ 435 milhões em 2014, deixando de pagar os helicópteros adquiridos em 2008, a empreiteira Odebrecht recebe seus pagamentos rigorosamente em dia. A empresa levou R$ 1,13 bilhão no ano passado pelas obras do estaleiro destinado a construir o primeiro submarino nuclear, decorrente de outro curioso acordo fechado com a França.

2015 vem com tudo
Apesar de todos os escândalos, a Odebrecht segue feliz: nos primeiros três meses deste ano já levou mais R$ 39,5 milhões do governo Dilma.

Seis ou meia dúzia?
O governo admite que não cumpriu obrigações com a França em 2014, mas nega o calote. "São restos a pagar de 2015". Simples assim!

Eleições 2016
Um ministro próximo a Dilma diz que Lula quer aproximar o PT de movimentos sociais já "prevendo a tragédia nas municipais de 2016".

Dizer o quê?
Questionado sobre a revelação do ex-presidente uruguaio José Mujica da confissão de Lula sobre o Mensalão, como "única forma de governar o Brasil", o Instituto Lula se finge de morto: "Não cabe falar nada".

Contra a família?
O indicado à vaga para o Supremo Tribunal Federal, Luiz Fachin, brincou com a crítica de que é contra a família. Casado há 37 anos, ele diz: "Não deixem minha mulher ler as críticas. Vai que ela desiste".

Sem pressa
A Receita liberou consulta a um lote de restituições que caíram na malha fina desde 2008. Curiosamente, com taxa Selic alta, deixar a grana com o leão foi o melhor investimento do período.

Dor de cabeça
Diante da crise energética, a Câmara criou a Frente Parlamentar Pela Valorização do Setor Sucroenergético, presidida por Sérgio Souza (PMDB-PR). O governo ficou incomodado. Sinal de que nasceu forte.

Rindo de quê?
Investigado na Lava Jato, o ex-deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) perambulava pelo Congresso esta semana quando foi recebido às gargalhadas pelo amigão José Mentor (PT-SP), ex-réu do mensalão.

HSBC latino
Paulo Maia foi nomeado para comandar o banco HSBC na América Latina, e não no Brasil. O atual CEO do banco inglês no Brasil, André Brandão, ganha novo chefe, mas permanecerá no cargo.

Que país é este?
Assustaram autoridades da Aviação Civil as condições de trabalho de controladores no aeroporto de Vitória, sem local de descanso, além de gambiarras para solucionar problemas nas instalações elétricas.

Brutalidade tucana
Tucanos no Congresso fingem que nem tomaram conhecimento da brutalidade da polícia do governo de Beto Richa (PSDB), no Paraná, contra sindicalistas e professores.

Pensando bem...
... com José Mujica admitindo conversas com Lula sobre o mensalão, logo petistas acusarão o ex-presidente uruguaio de ser "coxinha".
Herculano
09/05/2015 07:53
COMO FUNCIONAM A MÁQUINA E O TERRORISMO DO PODER. ISTO ACONTECE COM TODOS OS PARTIDOS. SÓ QUE O PT JUROU QUE SERIA DIFERENTE. MENTIU. DISSIMULOU CRIMINOSAMENTE. JUROU APENAS PARA CONQUISTAR CORAÇÕES, MENTES E VOTOS PARA UNICAMENTE CHEGAR AO PODER. E LÁ SE REVELOU O PIOR DE TODOS. E CONTINUAR A ENGANAR OS ANALFABETOS, DESINFORMADOS, DEPENDENTES E ACUANDO OS QUE OUSAM QUESTIONÁ-LO OU DISCORDAR DELE OU PRECISAM DA MÁQUINA ESTATAL

ESTA É A MANCHETE DE CAPA DESTE SÁBADO DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO: EMPREITEIRO DIZ QUE DOOU A DILMA POR TEMER REPRESÁLIAS

Dono da UTC afirmou a procuradores que as doações eram ligadas à Petrobras .Ricardo Pessoa negocia acordo para reduzir sua pena e promete detalhar repasses feitos para o PT desde 2006, como revelam os repórteres Flávio Ferreira, enviado especial a Curitiba, com Estelita Hass Carazzai

O empresário Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, disse a procuradores da Operação Lava Jato que doou R$ 7,5 milhões à campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff por temer prejuízos em seus negócios na Petrobras se não ajudasse o PT.

Segundo Pessoa, a contribuição da empresa foi tratada diretamente com o tesoureiro da campanha de Dilma, o atual ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva.

Preso desde novembro do ano passado e hoje em regime de prisão domiciliar, o empresário negocia desde janeiro com o Ministério Público Federal um acordo para colaborar com as investigações em troca de uma pena reduzida.

Nos contatos com os procuradores e no documento em que indicou as revelações que está disposto a fazer caso feche o acordo, Pessoa descreveu de forma vaga sua conversa com Edinho, mas afirmou que havia vinculação entre as doações eleitorais e seus negócios na Petrobras.

O empreiteiro contou ter se reunido com Edinho a pedido do então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, apontado como o principal operador do partido no esquema de corrupção descoberto na Petrobras e hoje preso em Curitiba.

As doações à campanha de Dilma foram feitas legalmente. Segundo os registros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foram três: duas em agosto e outra em outubro de 2014, dias antes do segundo turno da eleição.

Se Pessoa fechar o acordo de delação premiada com os procuradores, ele terá então que fornecer provas e detalhar suas denúncias em depoimentos ao Ministério Público e à Polícia Federal.

Em janeiro, Pessoa já havia indicado sua disposição de falar sobre a campanha de Dilma Rousseff em documento escrito na cadeia e publicado pela revista "Veja". "Edinho Silva está preocupadíssimo", escreveu o empresário.

CAIXA DOIS
Pessoa também afirmou aos procuradores que fez contribuições clandestinas para a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, em 2006, e a do prefeito petista de São Paulo, Fernando Haddad, em 2012.

O empreiteiro disse que deu R$ 2,4 milhões à campanha de Lula, via caixa dois. O dinheiro teria sido trazido do exterior por um fornecedor de um consórcio formado pela UTC com as empresas Queiroz Galvão e Iesa e entregue em espécie no comitê petista.
juarez mosert
08/05/2015 22:22
Herculanus

O cara que defende o o Ronaldo Kaiado, Dep Bolsunaruscyem k ter vergonha na cara. K o pt e o petismo é uma bosta tds nós sabemos mas voltar a um passado negro e nefasto é demais. Ainda mais vindo de um antipetista que acredita no tal OP como foi o caso da turma da rua reinerte do belchior central. Tenho k rir. CIDENEUY?????
Herculano
08/05/2015 20:25
LULA DISSE A MUJICA, EX-PRESIDENTE DO URUGUAI, QUE O MENSALÃO FOI A ÚNICA FORMA QUE HAVIA DE GOVERNAR O BRASIL, por Ricardo Noblat, de O Globo

Surgiu uma testemunha preciosa de que Lula sabia da existência do mensalão, o pagamento de propina para que deputados votassem na Câmara como ele queria. E que se valeu do mensalão para governar.

Em livro lançado esta semana sobre o seu governo de cinco anos, José Mujica, o popular ex-presidente do Uruguai, revela a confissão que ouviu de Lula em Brasília, no início de 2010.

Segundo Cristina Tardáguila, repórter de O Globo, Lula disse a Mujica:

- Neste mundo tive que lidar com muitas coisas imorais, chantagens.

Para logo emendar:

- Essa [referindo-se ao mensalão] era a única forma de governar o Brasil.

O ex-vice-presidente uruguaio Danilo Astori, que viajara a Brasília com Mujica, também ouviu a confissão de Lula.

O livro tem como título "Uma ovelha negra no poder". Foi escrito pelos jornalistas uruguaios Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, que convivem com Mujica há 17 anos.

- Quando ele assumiu a Presidência, no dia 1º de março de 2010, começamos a fazer registros oficiais da Presidência e combinamos que só publicaríamos esse material depois que ele deixasse o cargo. Todas as conversas estão gravadas - adianta Danza.

- Lula não é um corrupto como (Fernando) Collor de Mello e outros ex-presidentes brasileiros - comentou Mujica com os jornalistas em uma das cem horas de entrevistas que lhes concedeu. "Mas viveu esse episódio (do mensalão) com angústia e um pouco de culpa".

Mujica e Lula eram tão próximos que o uruguaio "soube que Dilma seria a candidata (à Presidência) muito antes que isso se tornasse público", registra o livro. E também que, depois, Lula apoiaria sua reeleição.

- (Mujica) entendeu perfeitamente essa jogada - escreveram os jornalistas. "Lula preferia ser o poder nas sombras e, depois do mensalão, não ficar exposto demais".
Herculano
08/05/2015 20:08
ARTICULAÇÃO PARA FACHIN, por Lauro Jardim, de Veja.

A pedido do governo, Blairo Maggi tem trabalhado com afinco entre os senadores ruralistas pela aprovação de Luiz Edson Fachin para o STF. Há dias, Maggi tenta fazer a cabeça de Waldemir Moka.

Está quase lá.

A propósito, senadores que, em tese, deveriam se encrespar só de ouvir o nome de Luiz Edson Fachin, devido à sua defesa da reforma agrária, vêm cedendo aos poucos. Eunício Oliveira, que já teve fazenda ocupada pelo MST, também tem ajudado.

Nada como conseguir indicar o presidente do Banco do Nordeste
Herculano
08/05/2015 19:47
JUSTIÇA DÁ PRAZO DE CINCO DIAS PARA VACCARI EXPLICAR DEPÓSITOS

Conteúdo do jornal Folha de S.Paulo. O juiz Sergio Moro, responsável por processo da Operação Lava Jato na Justiça Federal no Paraná, estabeleceu prazo de cinco dias para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto explicar os depósitos de R$ 583.400 feitos na conta de sua mulher.

O montante foi transferido em diferentes operações, em dinheiro, entre os anos de 2008 e 2014 para a conta em nome de Giselda Rouse Lima. Segundo Moro, o dinheiro, "aparentemente", não tem origem comprovada.

O magistrado se pronunciou após o ex-tesoureiro pleitear a revogação de sua prisão preventiva. Vaccari está detido desde o dia 15 do mês passado.

Como a Folha revelou em março, a força-tarefa da Lava Jato apura se duas operações de recebimento e envio de R$ 400 mil em 2008 e 2009, usando a conta de Giselda, tiveram relação com o suposto pagamento de propina por parte da Toshiba no esquema de corrupção da Petrobras.

Vaccari, porém, argumentou na ocasião que as transações envolvendo os R$ 400 mil foram referentes a um empréstimo que ele fez a um amigo, o empresário João Cláudio Mente, para a compra de um imóvel.
Herculano
08/05/2015 19:39
SENTINDO O GOSTINHO DA CADEIRA QUE IRÁ OCUPAR EM 2017

O deputado Aldo Schneider, PMDB, assumiu interinamente na tarde desta sexta-feira (8) a Presidência da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. O ato de transmissão do cargo aconteceu no gabinete do Deputado e atual Presidente Gelson Merisio,PSD

Motivo da transmissão foi a viagem do deputado Gelson Merísio para o Estados Unidos. No dia 15 de maio o Merisio retorna de viagem e reassume o comando da casa legislativa Catarinense. Aldo serão presidente da Assembleia daqui a dois anos, no acerto feito de rodízio na mesa diretora.
Herculano
08/05/2015 17:40
SÁBADO NA BOCA MALDITA, por Fernando Gabeira, para o Estado de S. Paulo

Alguns dias em Curitiba, onde visitei a Boca Maldita. É um lugar tradicional, um café com grupos de aposentados, de modo geral, discutindo política. Um ônibus de turistas passa diante da calçada, sinal de que a Boca é conhecida além-fronteiras.

Eles falam sem censura e ouvi muitas críticas ao Supremo Tribunal por ter libertado os empreiteiros, impondo uma derrota à Operação Lava Jato, que também ocorre em Curitiba.

Um dias depois de falar com eles, leio que a Polícia Federal (PF) revelou gravações que indicam um grau de amizade entre o ministro Dias Toffoli e empresário da OAS chamado Leo Pinheiro. O resultado do julgamento foi 3 a 2 e o voto de Toffoli, portanto, decisivo.

É bom que a PF divulgue o que sabe. Mas essas coisas são um pouco como casamento, é preciso anunciar antes que o padre declare os noivos marido e mulher. Se os vínculos afetivos de Toffoli com o diretor da OAS tivessem sido revelados antes do julgamento, ele sofreria pressão para se declarar impedido. Outro juiz poderia ter votado pela libertação. Mas aí é um jogo limpo. Perder de 3 a 2 pelo voto de um juiz amigo do preso é um perder com um gol roubado.

As revelações sucedem-se num ritmo tão rápido que deixam pouco tempo para pensar na saída. Uma delas aponta uma triangulação BNDES, Lula e Odebrecht em projetos no exterior. Lula prometia a obra, o BNDES financiava e a Odebrecht realizava.

O tema deve ser discutido no Congresso, onde se prepara uma CPI do BNDES. Mas já repercutiu no exterior.

Lula sentiu o golpe com a divulgação do inquérito no Ministério Público. Respondeu afirmando que os jornalistas das duas revistas semanais não tinham, juntos, 10% de sua honestidade. Medir a honestidade com porcentagens não é uma imagem feliz num momento em que elas invadem o noticiário do escândalo como indicativos da corrupção: 3% para o PT, 1% para o PP.

Como previ num artigo, ia sobrar até para o marqueteiro. E eis que João Santana terá de explicar o repatriamento de US$ 16 milhões ganhos na campanha eleitoral de Angola. Campanha cara.

A Operação Lava Jato acionou uma série de outras inquietações, uma delas com o próprio BNDES. Qual o papel que o banco teve no governo, que empresas fortaleceu com seus empréstimos e que vínculos elas têm com o partido dominante? Essa demanda de transparência às vezes é vista como hostilidade pelo PT, como se fosse parte de uma campanha para liquidá-lo.

Outro dia, vi no Roda Viva Demétrio Magnoli lembrar que o PT faz parte da História do Brasil e, portanto, não acabaria. Mas este pertencer à História do Brasil não dá garantias de eternidade. O Partido Comunista da Itália era um pedaço da História do país, era até certo orgulho internacional por sua visão singular do comunismo. Acabou.

O que vai definir o futuro do PT não é apenas inserção na História, mas resposta sincera a algumas questões presentes. Se a administração petista na Petrobrás deu um prejuízo maior do que o terremoto no Nepal, não é possível ignorar esse feito histórico.

O que o escândalo da Petrobrás iluminou não foi apenas a corrupção, mas a incompetência que dava à empresa um prejuízo de R$ 726 mil por hora, segundo cálculo do repórter José Casado. Durante seis anos e seis meses, uma perda de R$ 17,4 milhões por dia.

Tive a oportunidade de visitar Bolonha sob a administração comunista. Era uma atração internacional. Os comunistas fizeram-se confiáveis para governar. A experiência terminou em 1999, mas deixou sementes, como o estímulo à pequena e à média empresas.

As duas acusações que pesam sobre o PT, corrupção e incompetência, são difíceis de superar. Reconhecê-las é uma tarefa que parece distante, a julgar pela maneira como o partido se move na crise.

Inspirado pela Boca Maldita, penso que seria necessário um vínculo melhor entre o movimento de rua e o Congresso. E seria preciso também que alguns deputados independentes se unissem, buscassem o contato e tentassem levar algumas ideias ao lado do impeachment. Uma delas poderia ser usada no contexto do ajuste fiscal: a máquina do governo o que é, o que gasta e onde se pode racionalizá-la? Os cargos de confiança são 40 mil? Por que não reduzi-los por lei?

Vivemos duas agendas: uma é a da transparência, iniciada pela Operação Lava Jato, mas que acaba jogando luz também em outras caixas-pretas, como BNDES, estatais, fundos de pensão, enfim, todo o universo econômico sob a influência do PT.

O desejo da sociedade é que a apuração seja concluída e os culpados, punidos. Mas isso leva tempo.

Estamos também no meio de uma crise econômica, perdendo poder aquisitivo e empregos. A política de austeridade do governo certamente é um desses pontos em que as crises se entrelaçam. Ela terá o esforço da sociedade, mas qual o peso do governo?

Outro dia o Ministério da Saúde publicou edital convocando Helder Barbalho porque não conseguia encontrá-lo. Ele é ministro da Pesca e trabalha num prédio vizinho. O Ministério da Saúde não sabia da existência de Barbalho. Poderia ter sido salvo pelo Google. Pelo menos lançou um pedido de socorro: salvem a gigantesca máquina da sua irracionalidade!

Em 2013 as pessoas saíram às ruas porque estavam insatisfeitas com os serviços do governo. Em 2015 as manifestações focam em Dilma Rousseff e no PT. Os serviços públicos não melhoram, o PT e Dilma continuam agarrados ao poder.

O que fazer nesse período? É necessário um pequeno roteiro aberto a alterações, produzidas pelo avanço da transparência e pela possibilidade do impeachment.

Pelo que vi em Curitiba, com cem feridos na praça, a política de austeridade será um momento delicado: muitas variáveis em jogo. Mas é o nosso cenário imediato. É nele que serão plantadas as sementes do futuro.
sidnei luis reinert
08/05/2015 16:55

De Ronaldo Caiado:

Aprovamos a vinda ao Senado do ministro Arthur Chioro (Saúde), seu antecessor Alexandre Padilha e servidores envolvidos na fraude do Mais Médicos. Tentaram esconder financiamento ao regime cubano e a vinda de agentes estrangeiros disfarçados de médicos em reunião que teve seu áudio divulgado pela TV Bandeirantes. Também vou cobrar de Chioro o motivo por não ter usado sequer um centavo dos R$ 13,760 milhões destinados a Coordenação Nacional da Vigilância, Prevenção e Controle da Dengue para 2015.
sidnei luis reinert
08/05/2015 16:49
Caiado vai convidar Mujica a falar no Senado sobre confissão de Lula no Mensalão

08 de maio de 2015
17221897120_d7a3c431be_zO líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado (GO), vai ingressar com um requerimento de convite ao ex-presidente uruguaio, José Mujica, para colher mais informações sobre a confissão de Lula no seu envolvimento no Mensalão.

O documento que vai ser apresentado à Comissão de Relações Exteriores da Casa cita trecho de um livro-reportagem em que Mujica narra um encontro que teve com Lula em 2010, onde o ex-presidente brasileiro afirmou que esse esquema de corrupção ?era a única forma de governar o Brasil?. A revelação do trecho é fruto de uma reportagem do jornal O Globo desta sexta-feira (08/05)

?A acusação é muito séria, até porque é a própria esquerda brasileira que trata Mujica como uma espécie de mártir e coloca sua índole acima de qualquer suspeita. Se ele diz que o ex-presidente Lula, não só confirmou ter conhecimento sobre o Mensalão, como admitiu que era a sua única forma de governar o país, isso coloca em xeque toda a tese que o inocentou do esquema?, defende Caiado.

O convite se estende ao ex-vice presidente do país, Danilo Astori, que, segundo Mujica, estava na sala e também ouviu a confissão do petista. Para o democrata, o elo entre os escândalos do Petrolão e do BNDES com o Mensalão pode estar na figura do ex-presidente que não chegou a ser atingido pelo julgamento no Supremo Tribunal Federal.

?As investigações do Mensalão pararam justamente quando estava a centímetros de chegar em Lula. É preciso acabar com essa barreira imaginária de proteção ao Palácio do Planalto. A Lava Jato não pode cair no mesmo erro de isentar Dilma e Lula?, defendeu
sidnei luis reinert
08/05/2015 12:41
Parecer no Senado que acusa Fachin de ter violado ordenamento legal pode barrar indicação dele para o STF


Edição do Alerta Total ? www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Pela primeira vez na história nunca antes vista deste País, o Senado tem grandes chances de vetar a indicação do jurista paranaense Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal. Depois da "Bengalada", que adiou a aposentadoria de ministros de 70 para 75 anos de idade, enfiada goela abaixo do desgoverno, o risco de "bola preta" para Fachin se torna concreto, ainda mais depois de uma "nota técnica" do Senado que complica a vida do indicado por Dilma Rousseff para a vaga deixada pelo herói nacional Joaquim Barbosa.

O consultor legislativo João Trindade Cavalcante Filho deixou a turma do desgoverno muito pt da vida, ao apontar que Fachin violou o ordenamento legal" ao ter exercido a advocacia em mesmo tempo em que ocupou o cargo de procurador do Estado do Paraná. Na tese do consultor, elaborada a pedido do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Luiz Fachin realizou concurso público em 1985, mas tomou posse apenas em 1990 e, portanto, após edição da Constituição Estadual de 1989 que proibiu que procuradores exercessem a advocacia.

João Trindade ferrou Fachin: "Com base em tudo o que expusemos, pode-se concluir que, tendo o sr. Luiz Edson Fachin tomado posse após janeiro de 1990, quando já se encontravam em vigor as proibições de advogar constantes tanto da Constituição do Paraná quanto da Lei Complementar nº 51, de 1990, a atuação no âmbito da advocacia privada, concomitantemente com o exercício do cargo de procurador do Estado, viola, prima facie, o ordenamento legal".

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que era governador do Paraná quando Fachin foi nomeado para o cargo de procurador, tenta defender que o exercício da advocacia estava amparado por uma lei estadual de 1985. O tucano se apresenta como um dos "padrinhos" da indicação de Fachin para o STF. Ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que o governo está "absolutamente confiante" na aprovação do nome de Fachin... A briga promete ser feia, terça-feira que vem, no Senado.

Fachin pode até passar, como é tradição. Mas a tendência é que, na sabatina com senadores, apanhe mais que o Toffoli nas redes sociais...
Herculano
08/05/2015 08:20
O PT, QUASE NA OPOSIÇÃO por Vinicius Torres Freire para o jornal Folha de S. Paulo

Votação do ajuste fiscal amplia poderes dos vários PMDBs e diminui ainda mais Dilma e seu partido

A CÂMARA APROVOU, a muito custo, a primeira parte dos pacotes de arrocho de gastos e aumento de impostos - ficou mais difícil conseguir seguro-desemprego. Parece agora mais provável que passe o resto do plano Levy, ainda que talhado, aparado e atrasado, o que deve reduzir em um terço o total de dinheiro que o governo esperava arrecadar neste ano.

Dilma Rousseff e o PT saíram politicamente arrochados do episódio, um ajuste que evidenciou o corte do orçamento de poder da presidente e de seu partido, que de resto saíram ainda mais estranhados da refrega. Considere-se.

Primeiro, o primeiro pacote do dito ajuste fiscal passou na Câmara só porque parte da oposição cedeu alguns votos, 19 votos. Caso 13 oposicionistas de DEM, PSB, PV ou SD mudassem de ideia, a coisa desandava.

Segundo, o PMDB demonstrou que pode mandar não apenas em parte do governo mas que também manda no PT. Decidiu que apenas aprovaria o primeiro dos pacotes do Ministério da Fazenda caso o PT "fechasse questão", determinasse o comportamento da bancada. Está certo que, dos 64 deputados, do PT, 10 ainda se recusaram a aprovar o primeiro aperto do arrocho. Mas a regra do PMDB era clara: se o PT não dançasse conforme a música do governo, ninguém mais iria ao baile.

Aliás, diga-se de passagem e abstraída a mumunha política do momento, o PMDB fazia uma exigência óbvia e razoável. Se o partido da presidente quer debandar, eles que são vermelhos que se entendam.

Terceiro, a coordenação da vitória, ainda que parcial e precária, foi de Michel Temer, PMDB, vice-presidente, assessorado pelos outros ministros do partido. Enquanto esteve sob o comando nominal do PT, a articulação política do governo Dilma 2 produziu apenas derrota e caos. Ou seja, o PMDB assumiu de fato e, sob certo aspecto, por mérito mais uma parte do poder de governo.

Temer, portanto, pelo menos começou a arrumar a bagunça parlamentar criada pelos petistas entre o final de 2014 e o primeiro trimestre deste ano. Negocia o subministério (os cargos de segundo escalão). Eduardo Cunha, PMDB, presidente da Câmara, define boa parte da agenda parlamentar. Renan Calheiros, PMDB, determina a, por assim dizer, contra-agenda, ao mesmo tempo em que azucrina Dilma Rousseff.

Em suma, Cunha, Calheiros e Temer lideram sublegendas do PMDB, todos os três calculando a seu modo como caminhar sobre as ruínas do governo petista até 2018, sem tropeços que atrapalhem projetos de poder presidencial, plano inédito no partido em quase 30 anos, oportunidade proporcionada pelo PT, saudações. Cunha seria o candidato do PMDB-Oposicionista A, Calheiros poderia inventar José Serra, ora PSDB, como candidato do PMDB-Oposicionista B, e Temer seria o nome do PMDB-Governista.

O que resta do PT, evidenciado nos discursos de Lula e no programa que o partido levou à TV, exime-se de defender o programa básico ou restante de Dilma 2. Tal programa, como se sabe, por ora limita-se ao arrocho para evitar a ruína e ao desmanche da política econômica de Dilma 1, plano elaborado, implementado e governado até politicamente por Joaquim Levy, ministro da Fazenda.

Não é de admirar que o PT esteja à beira de ir para a oposição a si mesmo.
Herculano
08/05/2015 08:17
SINDROME DO PÂNICO DA VAIA, por Bernardo Mello Franco para o jornal Folha de S. Paulo.

O cancelamento da ida ao Monumento dos Pracinhas, no Rio, é mais um sintoma do mal que abate a presidente Dilma Rousseff: a síndrome do pânico da vaia.

Dilma viajaria nesta sexta para participar da comemoração dos 70 anos do fim da Segunda Guerra no front europeu. Desistiu há dois dias, com medo de novos protestos.

Apesar do forte esquema de isolamento planejado pelo Exército, assessores alegaram que a presidente enfrentaria uma plateia hostil no Rio. Soou como tentativa de jogar a culpa pela impopularidade da chefe no colo dos nonagenários da FEB.

Para que Dilma não passasse o vexame de ignorar a data histórica, o governo improvisou uma cerimônia no Planalto. Serão convidados militares da ativa, que terão que aplaudi-la, e um ou outro ex-combatente. O povo e as panelas ficarão de fora.

A nova operação antivaia só evidencia a fragilidade da presidente. Apesar do esforço para dizer que o pior da crise passou, sua equipe continua a fazer o possível para evitar qualquer contato com as ruas.

Foi por isso que Dilma cancelou o pronunciamento do Dia do Trabalho, escapou do programa do PT e cortou as aparições públicas. Ela não faz uma viagem oficial há dez dias.

A estratégia de manter a presidente reclusa não elimina todos os constrangimentos. Na quarta, horas depois do último panelaço, ela tentava aparentar normalidade em um ato com agricultores no palácio.

Em determinado momento, o locutor anunciou a assinatura de um termo técnico do Programa Nacional de Controle de Moscas das Frutas. Quem prestava atenção em Dilma notou suas expressões de enfado.

Ao fim da solenidade, a presidente deu uma curta entrevista. Os repórteres pediram uma palavra sobre sua derrota mais recente no Congresso, a aprovação da PEC da Bengala. "Eu não estou escutando, eu estou encerrando. Um beijo para todas vocês", respondeu Dilma, antes de virar as costas em direção ao gabinete.
Herculano
08/05/2015 08:15
CERIMONIAL MUDA EVENTO PARA BLINDAR A PRESIDENTE

Festa foi transferida do Rio para o Planalto para impedir vaias a Dilma. Assessores avaliam que a petista estaria exposta no Monumento dos Pracinhas, local aberto no Flamengo, por Marina Dias, da sucursal de Brasília para o jornal Folha de S. Paulo

O Palácio do Planalto encontrou uma saída dupla para blindar a presidente Dilma Rousseff de possíveis protestos e vaias durante as celebrações dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, nesta sexta-feira (8).

Primeiro, cancelou a ida da presidente ao Rio de Janeiro, onde a petista participaria de um evento em local aberto, no Monumento dos Pracinhas, no Flamengo. Em seguida, organizou um evento de última hora no interior do próprio Palácio do Planalto, às 15h desta sexta, para as celebrações militares.

Dessa forma, a presidente não estará vulnerável a nenhum tipo de protesto.

Em área aberta, avaliam assessores palacianos, Dilma estaria sujeita a vaias e outros tipos de manifestações contrárias que não poderiam ser evitadas pela segurança.

A versão oficial do governo é a de que a viagem ao Rio foi cancelada para "adequamento de agenda", inclusive com uma nova reunião sobre o pacote de concessões que Dilma pretende lançar ainda no mês de maio. Segundo a Folha apurou, os investimentos devem chegar a mais de R$ 100 bilhões.

Assessores têm evitado expor a presidente em eventos públicos e em pronunciamento em rede nacional.

Fato inédito desde 2011, quando assumiu o primeiro mandado, Dilma deixou de fazer o tradicional pronunciamento de 1º de Maio em cadeia nacional de rádio e TV. Optou por três vídeos divulgados nas redes sociais. A ideia é repetir esse padrão em outras datas comemorativas.

Quatro dias depois, Dilma deixou de participar do programa nacional de rádio e TV do PT. Ela só foi mostrada em duas rápidas ocasiões, sem dar qualquer declaração.
Herculano
08/05/2015 07:56
da série engana que eu gosto, ou como se move a propaganda engana do governo e poder que conhecem, promovem e querem esconder esta tal corrupção endêmica, ou por que vai se criar leis que cortem o barato dessa gente?

DILMA DEVE TIRAR URGÊNCIA DE PROJETOS ANTICORRUPÇÃO PRONTOS PARA VOTAÇÃO, por Josias de Souza

Em 19 de março, Dilma Rousseff enviou à Câmara um pacote de providências anticorrupção. O embrulho continha dois projetos de lei, uma proposta de emenda constitucional e um par de pedidos de tramitação em regime de urgência para dois projetos que já estavam na Câmara. Ambos estão prontos para ser votados. Se não forem apreciados na semana que vem, trancarão a pauta. Em vez de cobrar uma deliberação, o Planalto cogita retirar os pedidos de urgência.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, já foi informado sobre a novidade. Repassou-a a alguns líderes partidários. Disse ter conversado com o ministro Aloisio Mercadante (Casa Civil). Confirmando-se a intenção do Planalto, os dois projetos que Dilma queria apressar deixarão de ser prioritários, retornando às gavetas. Um (5586/05) tipifica o crime de enriquecimento ilícito de servidores e agentes públicos, inclusive políticos. Outro (2902/11) prevê a perda antecipada de bens provenientes de corrupção.

O pretexto para a meia-volta é a mudança de prioridades do governo, que agora tem mais pressa em aprovar as medidas do seu pacote fiscal do que as providências do embrulho anticorrupção. Seja como for, será preciso explicar a lógica da decisão à plateia. Prometido desde a campanha, o pacote ético de Dilma foi enviado à Câmara quatro dias depois das manifestações de 15 de março, que levaram às ruas de todo pais perto de 2 milhões de pessoas. O asfalto voltou para casa, mas a corrupção continua nas manchetes. Combatê-la nunca foi tão urgente.

Os projetos que recebem o selo da "urgência constitucional" precisam ser votados em até 45 dias. Do contrário, passam a trancar a pauta de votações da Câmara. Excetuando-se as medidas provisórias, nada pode ser votado antes das matérias que carregam o selo da urgência. No caso dos dois projetos que Dilma tachou de urgentes, a votação deveria ter ocorrido até 4 de maio.

Nesta quinta-feira, a Câmara concluiu a votação da primeira medida provisória do pacote fiscal de Dilma. A pauta da próxima semana está apinhada. Além da segunda MP do ajuste fiscal, há outras duas. Na sequência, viriam os dois projetos anticorrupção. Depois deles, uma proposta que o Planalto gostaria de votar o quanto antes.

Trata-se do projeto de lei 863/15, que reduz a desoneração da folha de pagamentos de 56 setores da economia. Essas mudanças também haviam sido enviadas ao Congresso na forma de medida provisória. Mas Renan Calheiros, o presidente do Senado, devolveu a MP ao Planalto. Que teve de reenviá-la na forma de projeto de lei com pedido de urgência.

Nesta quinta, Eduardo Cunha disse que seria necessário um "verdadeiro milagre'' para conseguir votar todas as medidas provisórias. Para não deixar tudo as mãos de Deus, o Planalto passou a cogitar a retirada do pedido de urgência do projetos anticorrupção. O pacote ético de Dilma incluiu outras proposições para as quais não foi requerida a urgência. Ninguém fala mais no assunto. Aos poucos, consolida-se na plateia a impressão de que a preocupação de Dilma com a corrupção é cenográfica.
Herculano
08/05/2015 07:50
SEM AJUTES, O BRASIL IRIA FALIR, SE JUSTIFICA LÍDER DO DEM - UM PARTIDO MARCADO PARA MORRER PELO INTOLERANTE PT POR SER SIMPLEMENTE DE OPOSIÇÃO E CONSERVADOR - AO JUSTIFICAR O VOTO NO PACOTE DE DILMA

Ex-presidente do DEM - um dos principais partidos de oposição - e crítico contumaz da gestão do PT, o deputado Rodrigo Maia (RJ) disse ter votado a favor do ajuste fiscal de Dilma Rousseff porque, para ele, o país iria falir caso a medida fosse rejeitada.

"O Brasil iria quebrar hoje", disse. Ele afirma que quis garantir votos de confiança ao vice-presidente Michel Temer (PMDB) e ao ministro Joaquim Levy (Fazenda). Ambos, defende Maia, comandam a nação atualmente.

Oito dos 22 deputados do DEM votaram pelo ajuste, apesar da ferrenha oposição. O apoio se deu após negociação com Temer e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).
Herculano
08/05/2015 07:45
A PRINCIPAL MANCHETE DE CAPA DESTA SEXTA-FEIRA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO RATIFICA BEM O CARÁTER DE UM PARTIDO E UM GOVERNO: A CONTUMAZ DISSIMULAÇÃO, A MENTIRA E O JOGO CONTRA UMA NAÇÃO E SEU FUTURO. POR ISSO, SÓ SÃO A FAVOR DA IMPRENSA LIVRE E INVESTIGATIVA, O MINISTÉRIO PÚBLICO, A POLÍCIA FEDERAL E A JUSTIÇA SE ELAS EXPOREM OS ADVERSÁROS. E ALEGAM NÃO SABER A RAZÃO PELA QUAL A MAIORIA ESCLARECIDA ESTÁ FARTA E ENOJADA DE TANTAS SACANAGENS COM O NOSSO DINHERO DOS PESADOS IMPOSTOS QUE FALTA À SAÚDE PÚBLICA, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA, OBRAS....

MANTEGA TENTOU ESCONDER PERDA DA PETROBRAS

Gravação de reunião do conselho mostra que então ministro da Fazenda travou batalha com Graça Foster. Divulgação de perdas de R$ 88,6 bi no patrimônio irritou Dilma; ex-ministro afirma que publicação dos dados é o que importa, revelam os repórteres da sucursal de Brasília Andréia Sadi, Rubens Valente com Raquel Landim, de São Paulo

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega tentou impedir a divulgação de um cálculo encomendado pela própria Petrobras que indicava perdas de R$ 88,6 bilhões no patrimônio da estatal.

A Folha teve acesso ao áudio da reunião do conselho da estatal realizada no dia 27 de janeiro deste ano. Mantega, que presidia o conselho de administração, diz que o cálculo, feito pela consultoria Deloitte e pelo banco BNP Paribas, era uma "temeridade" e confrontou-se com a então presidente da empresa, Graça Foster.

A executiva defendia que o mercado fosse informado, o que acabou ocorrendo.

A atitude de Graça desagradou à presidente Dilma Rousseff e ela perdeu o cargo oito dias depois, sendo substituída por Aldemir Bendine, ex-presidente do BB.

"Acho uma temeridade divulgar esse número. Vai afetar o nosso rating, custo financeiro, a solidez da empresa por algo de que não temos certeza. Cria a possibilidade de que a Petrobras tenha um endividamento muito maior em relação a seu patrimônio", diz o ministro no áudio.

Durante essa reunião, que durou oito horas, Graça pediu a divulgação do número e contou com o apoio dos representantes dos acionistas minoritários. A então presidente da Petrobras estava preocupada em ser responsabilizada por omitir informações do mercado.

"E se a CVM me pergunta sobre esses números? Se existe, por que não divulgaram? Quem está escondendo esse número? De quem é a responsabilidade? Da diretoria ou do conselho?", diz Graça, ressaltando que tinha receio de vazamentos, porque "mais de cem pessoas tiveram acesso".

Em resposta a Graça, Mantega diz que a empresa "faz vários relatórios e nem todos são revelados".

Ele afirma ainda que "o que discutimos aqui está sob regra de sigilo. Somos todos pessoas responsáveis. [O número apurado pela consultoria] não deveria vazar".

A proposta da diretoria da Petrobras na época não era reconhecer os R$ 88,6 bilhões em perdas no balanço da empresa, mas informar o cálculo em uma nota explicativa.

Quando finalmente divulgou seu balanço, três semanas atrás, a estatal desprezou esse valor e admitiu ter perdido R$ 44,6 bilhões em patrimônio, principalmente pela má gestão e pela corrupção na construção de refinarias.

COMPERJ DE FORA
Durante a reunião, técnicos da Petrobras esclarecem que, na avaliação da Deloitte, a explosão de gastos na construção do Comperj foi tão grande que seu valor estava negativo em US$ 2,5 bilhões. "Não há valor de mercado. Se continuar a investir, vai afundar mais alguma coisa [perder dinheiro]", diz o técnico.

Na discussão com Mantega, Graça revela outro motivo para divulgar os números. No dia seguinte à realização do encontro, a Petrobras corria o risco de que 27 credores pedissem a antecipação do vencimento de US$ 19,3 bilhões em dívidas, porque a estatal não conseguia divulgar o balanço, uma obrigação estabelecida em contrato.

"Temos que negociar com esses credores. Pode ter chinês batendo na nossa porta cobrando todo tipo de coisa. Agora, quanto mais informação você mostra, mais chance tem de ser bem-sucedido."

BATALHA
A gravação mostra que o debate foi inflamado. Mantega teve o apoio do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, da ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior e do professor da FGV Sérgio Quintela.

Já Graça contou com o aval dos representantes dos acionistas minoritários, Mauro Cunha e José Monforte, e do representante dos funcionários, Silvio Sinedino.

"Se não divulgarmos os dados, estaremos mentindo. Estamos vendo uma mudança de 180 graus no que foi discutido dois dias atrás, o que reflete mais uma vez a interferência do acionista controlador da companhia [o governo]", disse Cunha.

A ata da reunião, à qual a Folha também teve acesso, reflete o embate que ocorreu no áudio. No documento está escrito que Mantega "pontuou seu entendimento de que o valor justo dos ativos mostra-se inadequado".

Ao fim do encontro, Mantega acaba concordando com a publicação do cálculo. Nos bastidores da reunião, o governo tomou conhecimento de que os representantes dos acionistas minoritários pretendiam protocolar o número na CVM caso ele não fosse divulgado.

Foi só nesse momento, às 22h, que Mantega permitiu que o cálculo fosse divulgado. Na ata, apenas Quintella registrou formalmente sua posição contrária a divulgação.

Procurado, o ex-ministro informou que "o que importa é que, sob sua presidência, o conselho divulgou os dados e que discussões internas fazem parte do processo de decisão da companhia".
Herculano
08/05/2015 07:34
GOVERNO OFERECE MINISTÉRIO DO TRABALHO AO PMDB, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Desesperado pela aprovação do ajuste fiscal do ministro Joaquim Levy (Fazenda), o governo prometeu o Ministério do Trabalho, ainda ocupado por Manoel Dias (PDT), aos deputados peemedebistas. O porta-voz da oferta foi o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), em reunião a portas fechadas. Dilma decidiu defenestrar o apadrinhado de Carlos Lupi, que acusou o PT de "roubar demais".

Página virada
Dilma prometeu entregar outros cargos de segundo escalão ocupados pelo PDT. Ela avalia que o apoio dos pedetistas não fará falta.

Passou sufoco
Dilma resolveu ceder novo ministério ao PMDB quando o pacote corria risco na Câmara. Foi aprovado por margem apertada: 252 x 227.

Conta outra...
Deputados do PMDB ironizam a oferta. "Nem Michel Temer conseguiu destravar as nomeações, quem dirá o Guimarães", disse um vice-líder.

Saindo na frente
Conhecido pelo apetite por cargos, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) resolveu pôr o pacote em votação a todo custo. Para agradar Dilma.

Com empresas na Lava Jato, BTG quer o HSBC
O banco BTG quer comprar o HSBC por variados motivos, principalmente para se recuperar da perda de reputação depois que três empresas do seu grupo foram envolvidas na Operação Lava Jato: Sete Brasil, Petro África e Estre Ambiental. Analistas de Brasília lembram que poucos setores, entre eles o financeiro, continuarão aptos a participar do financiamento de campanha eleitoral em 2016 e 2018.

Tutti buona gente
O BTG contratou para dirigir a Sete Brasil ninguém menos que Pedro Barusco, corrupto confesso que foi gerente da Petrobras.

Acareação
Luiz Guimarães pode ser acareado com Barusco, seu antecessor na Sete Brasil, por negar à CPI propina já confessada pelo ex-gerente.

Banqueiro na CPI
A CPI da Petrobras, que tem subrelatoria sobre o tema, deve convocar o dono do BTG, André Esteves, para explicar seus negócios na África.

Fazendo vergonha
O chanceler Mauro Vieira recebeu a caricatura de autoridade chamada "Defensor do Povo da Venezuela", mas recusou audiência às mulheres dos presos políticos do regime de Nicolás Maduro. Que vexame.

Objetivo claro
Apesar da pose sorridente com Renan Calheiros, ontem, Eduardo Cunha não esconde a aliados, inclusive de Alagoas, que um dos seus maiores objetivos é neutralizar o poder do senador. Está conseguindo.

Prestígio abalado
A situação do DEM no Congresso anda tão difícil que emenda proposta pelo partido à MP 665, para melhorar a situação dos trabalhadores, teve rejeição maior (259 votos) que a própria medida provisória (252).

Tristeza na China
O governo chinês continua sua cruzada implacável anticorrupção nas estatais do setor petrolífero. Deve ser triste viver num país onde as empresas estatais são geridas por ladrões. Esses chineses...

Miss Câmara
No dia de ebulição na Câmara, com a discussão da MP 665, a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), pedia votos em sua página no Facebook para um concurso que vai eleger a mais bela do Congresso.

Robalinho no MP
O procurador no DF José Robalinho assume a presidência da ANPR, a Associação Nacional dos Procuradores da República, na quinta (14), em substituição a Alexandre Camanho, que deixa o cargo após dois mandatos, elegendo seu atual vice e emplacando um terço da diretoria.

Cutucando o chefe
O Jornal do Senado publicou na capa da edição de 5 de maio uma foto de Renan Calheiros ao lado do presidiário André Vargas (ex-PT-PR), sócio do doleiro Alberto Youssef. Renan ficou uma arara.

Apertou no bolso
Deputados não correm mais o risco de ver descontos do salário por ausência nas votações. Nesta quinta, eles esvaziaram a CPI da Petrobras e saíram correndo para marcar presença no plenário.

Pensando bem...
...a cordialidade entre Renan Calheiros e Eduardo Cunha, ontem, foi tão sincera quanto uma troca de gentilezas entre palestinos e judeus.
Herculano
08/05/2015 07:25
O PRAZER DA POLÍTICA. OU: AINDA FACHIN, por Reinaldo Azevedo para o jornal Folha de S. Paulo

Os presidentes da Câmara e do Senado dizem que a PEC da Bengala não foi retaliação. Que pena!

Fui acusado por alguns bocós de ter dado início a uma campanha "reacionária" (claro!) contra a indicação do advogado Luiz Edson Fachin para o Supremo. Espero, sim, que a maioria dos senadores tenha a responsabilidade de recusar o seu nome. Expus aqui e em toda parte os motivos, ainda que eu me congratule com Dilma: a indicação ajudou a aprovar a PEC 457, a mal chamada "PEC da Bengala".

A presidente definiu um perfil para as cinco indicações que ainda faria se ficar no poder até 2018, e os deputados formaram seu juízo. "Não foi retaliação", dizem os respectivos presidentes da Câmara e do Senado. Que pena! Prefiro pensar que sim. Torna o jogo mais inteligente. É o prazer da política.

É preciso debater o que pensa Fachin. Cadê? Quando foi que começamos a substituir o debate por "likes" e "memes"? A ficar dependentes de bandidos para nos dividir ou nos juntar? A trocar a política pela polícia? A cultivar um ódio displicente pelas convicções? O que foi feito, em suma, do prazer da política, especialmente na imprensa, ou no pouco que dela restou imune àquela inflexão militante das redes (anti)sociais?

Raramente saio por aí acusando fulano ou beltrano de ter cometido crimes. Não porque eu seja bonzinho, mas porque sou de outra enfermaria. As esquerdas me detestam não porque eu as considere bandidas, mas porque eu as considero erradas. E mais erradas quanto mais fiéis a seus propósitos: um psolista pode ser menos larápio do que um petista, mas será sempre mais estúpido. Importa-me menos a agressão dessa gente ao Código Penal do que à civilização - e ambas têm de ser recusadas.

Eu me ocupo mais dos ladrões de lógica do que dos ladrões de dinheiro público - e respeito, sim, quem se dedica ao nobre mister da investigação. Mas há um problema quando já não conseguimos mais nos excitar sem o auxílio de um BO ou de uma investigação da PF ou do MP. Vibrar com esse tipo de coisa não revela uma boa alma, acreditem.

Acho, é evidente!, que alguém que continuou na advocacia privada quando era procurador do Estado não pode ser ministro do Supremo. É o caso de Fachin. Mas o Senado não deve recusá-lo principalmente por isso, senão porque é um militante em favor de valores que afrontam a Constituição. Que os esquerdistas tenham a coragem, ora bolas!, de defender a indicação de um legítimo adversário da propriedade privada e da organização da família como a conhecemos.

Esquerdistas me acusarem de reacionário por revelar o pensamento do candidato sugere que apontei um defeito que queriam esconder. Ora, mas eles não defendem o doutor justamente em razão dos predicados que repudio? Ocorre que essa turma quer xingar e calar vozes contrárias, não debater.

Só a falta de clareza, a disposição de enganar o eleitor ou o compadrio mesquinho podem levar senadores da oposição a referendar o nome de Fachin. Não! Eu nada sei contra a sua honra pessoal. Eu não preciso de ficha policial para me opor a uma indicação ao Supremo.

Homens desonestos podem ter ideias honestas. Homens honestos podem ter ideias desonestas. Os senadores não estão escolhendo os respectivos maridos de suas filhas, mas uma forma de entender o ordenamento social e jurídico. Quando as esquerdas fizerem a revolução, que Fachin seja ministro, ora! Enquanto não, não.

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