08/05/2015
UM NOME I
Quando há quase três anos findaram as eleições em Gaspar, entre todos os 13 nomes eleitos para a Câmara de Gaspar, o da professora de um bairro isolado (e inexpressivo se comparado ao Santa Terezinha, Sete, Bela Vista, Barracão e Belchior), o da Lagoa, Andréia Symone Zimmermann Nagel, DEM, era apenas um nome. Era improvável o estrelato e brilho. Todavia, sorte, competência, persistência, oportunidade, personalidade forte com um discurso articulado e coerente a fez se sobressair na Câmara. Entretanto, este ?estrelato? a meteu numa encruzilhada da qual Andreia vai ter que tomar algumas decisões para não desaparecer.
UM NOME II
A sorte veio no primeiro mês de mandato, com o incêndio da Boate Kiss, na gaúcha Santa Maria. Andreia quis saber como estavam os prédios públicos, especialmente as escolas diante das exigências do Corpo de Bombeiros para acidentes como aquele. Os gasparenses descobriram a miséria e a irresponsabilidade dos políticos e autoridades. A projeção de Andreia foi inevitável. Tornou-se conhecida no nome, nas ideias, nas atitudes e nas cobranças incisivas sem cores partidárias. Brigava pela cidadania, pela cidade, pelo que julgava ser ético. Sem ser um bicho político, ideológico, sindical, corporativo e partidário, surpreendeu.
UM NOME III
Vieram outras cobranças que colocaram o PT e a administração de Pedro Celso Zuchi de cócoras. E a surpresa veio na Comissão de Gestão da Câmara. Ela foi feita pelos petistas para ser uma peça decorativa, tanto que não indicaram ninguém. Nela, Andreia, com a atuação firme de Luiz Carlos Spengler Filho, PP; e incisiva de Ivete Mafra Hammes, que fazia par com Marli Iracema Sontag, ambas do PMDB, não deu tréguas. Surpreenderam o prefeito Pedro Celso Zuchi, o articulador Doraci Vans, o cunhado Antônio Carlos Dalsochio, o campeão de votos, José Amarildo Rampelotti, que desdenharam e esperavam a docilidade mansa de Andreia.
UM NOME IV
Andreia fez mais na busca de soluções que o poder público não conseguiu responder. Foi atrás das alças de acesso do povo da Margem Esquerda à ponte do Vale; quer livrá-los do perigo de morte do trevo da BR 470; a cobertura dos ferros velhos para nos livrar da dengue; o Anel de Contorno que o PT daqui se desinteressou como uma necessidade da cidade; da acessibilidade que falta à própria Câmara, os CEP das ruas... Meio sem querer, Andreia se tornou referência aos excluídos, aos espertos e aproveitadores. Um perigo e que ela até hoje não os percebeu bem.
UM NOME V
Andreia era apenas um nome desconhecido. Entretanto, superou até quem prometia brilhar como Melato e Lú, ambos do PP; a experimentada Ivete e o embalado Ciro, os dois do PMDB; Rampelotti e Dalsóchio, do PT, além do fruto da marquetagem e mais votado, Marcelo de Souza Brick, PSD. Virou alvo. E como tal está exposta. Desprotegida. E parece não ter a real dimensão deste perigo num ambiente poluído que é a política partidária; principalmente o pesado e sujo jogo do poder.
UM NOME VI
O PT, o PMDB e o PSD já perceberam esta fragilidade. Quando Andreia era desconhecida, o PT a atraiu para um falso acordo. Quando viu que ela tinha luz, a traiu despudoradamente na promessa de fazê-la presidente da Câmara neste ano. Desqualifica-a e a persegue. Ameaçou-a despudoradamente até de cassação. Teme as suas ações, credibilidade e sua língua. Não a quer no jogo de sucessão, seja para qual partido ela tender ou articular. O PT e os demais partidos sabem que Andreia está num partido fraco, que continua sem estrutura, sem planos, inclusive o ?b?. Andreia não é mais uma desconhecida. Ela e o DEM não se deram conta disso ainda. Não basta a causa. É preciso partido e grupo heterogêneo que a ajude na representação de forças.
UM NOME VII
Andreia ainda está longe de ser uma possibilidade como candidata a prefeita, por exemplo. Inegável, entretanto, que ela criou uma importância no contexto político de Gaspar. E algumas decisões tendem de agora em diante passar por ela. Mas vai precisar de um partido estruturado e desse tal grupo heterogêneo de suporte. PT tratora. PMDB e PP de Melato tramam. PSD treme e dissimula a trama. Falta a Andreia à compreensão do jogo e atrair algumas peças fundamentais neste xadrez que tinha movimentos próprios, mas não contava com a intrusa Andreia Symone Zimmermann Nagel, a desconhecida. Acorda, Gaspar!
A VERBA I
O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, voltou de Brasília. E o que ele anunciou a Gaspar? Que o empenho dos R$14,5 milhões para pagar a dívida da ponte do Vale a empreiteira mineira Artepa Martins realmente aconteceu. Isto, ele já tinha anunciado na rádio há quase um mês e sem precisar ir a Brasília. Para confirmar, um estafeta do deputado Décio Lima, PT, o padrinho de Gaspar, faria sem diárias para os gasparenses.
A VERBA II
Outra. Esta mesma notícia foi dada há 15 dias pelos vereadores Marcelo de Souza Brick e Giovano Borges, ambos do PSD, que também foram a Brasília e falaram pessoalmente com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Aliás, Kassab teria dito aos dois que quando houver a liberação, será no máximo de R$5 milhões.
O HOSPITAL DO PT
Este é o Hospital do PT para os gasparenses. O relato é de Lupércio Cunha, do Gasparinho, que já foi candidato a vereador pelo PP. Há semanas ele postou isto no seu Facebook, depois de passar pela experiência de levar a esposa ao Pronto Atendimento e lá testemunhou o descaso. ?Sinto vergonha de falar de Saúde em Gaspar, pois nem os idosos eles respeitam. Deixam em torno de sete horas esperando e não sendo atendidos. Isto é um absurdo!?
O Ministério Público cerca cada vez mais os loteamentos clandestinos e irregulares de Gaspar. Antes, eles eram declarados, mas não eram marcados. E a farra continuava. Gente ingênua, desinformada continuava sendo ludibriada. Para elas, prometiam regularização para o próximo mês. Atribuíam-se os problemas ao promotor e oficial do registro de Imóveis. Agora, os loteamentos estão sendo marcados. Informa-se por placas que eles estão com problemas. O da foto é do ?famoso? loteamento do Maisena (o ex-vereador, Dauro Osmar da Costa, PMDB) na Lagoa.
Edição 1685
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