15/05/2015
VIDAS EM PERIGO I
A catástrofe ambiental severa de novembro de 2008 ainda está viva nas nossas mentes. Blumenau, na topografia acidentada, preferiu trocar os conchavos e os votos fáceis por uma legislação clara e restritiva. Executivo e os vereadores de lá compreenderam essa necessidade para a proteção da vida. Em Gaspar, os vereadores começaram a brincar com coisa séria, com o futuro e vidas.
VIDAS EM PERIGO II
O PT contratou a Iguatemi ? a fazedora de projetos ? para revisar o Plano Diretor. Isso foi lá em 2011. Começou com R$ 300 mil (e teve cinco aditivos para esticar prazos e ajustar custos). Nada de audiências como determina o Estatuto das Cidades para os cidadãos discutirem o que se deve e o que se quer alterar. Apareceu, há dois anos, um monstrinho. O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, e seu grupo, recuaram. E começaram, silenciosamente e entre poucos, a fatiar a aprovação daquilo que se questionou como um todo. Acabaram de aprovar o aumento do Perímetro Urbano, para atender um loteador amigo, secundariamente à revisão do Plano Diretor e arrecadar mais com o IPTU. O Plano de Mobilidade Urbana, cheio de erros, começou a ser analisado a toque de caixa na Câmara. É para não perder os recursos federais. Aliás, o tal Plano está voltando ao Executivo para o ?conserto?. Quem deveria entender e ?consertar? era a comunidade que vai usufruir da mobilidade.
VIDAS EM PERIGO III
Voltemos. O que apareceu na terça-feira na Câmara de Vereadores? O requerimento 182/2015 do vereador Jaime Kirchner, PMDB, representante do Belchior. O que ele quer? A alteração no Projeto de Lei Complementar 05/2014, que Institui a Lei de Parcelamento do Solo Urbano. Isso deveria estar na tal revisão do Plano Diretor. Kirchner quer mudar o artigo 5º, no item III, ?Em terrenos com declividade igual ou superior a 30%?. Kirchner, que não é engenheiro, quer 45%.
VIDAS EM PERIGO IV
O deretor Jaime é aparentemente uma pessoa esclarecida. Sabe o que é desmatar, cavar e se pendurar em morros, cuja geologia por aqui é instável. Se não bastasse, falta gente especializada para análise e fiscalização. No que ele se baseou para este pedido que cria perigo e é um retrocesso? Não se sabe bem, pois se trata de algo muito técnico, sério e complicado. No caso da declividade, o respaldo impeditivo está no Código Florestal e no mapa de uso do solo de Gaspar. É preciso esclarecer sob pena de criar ambiente para desastres e exposição de vidas.
VIDAS EM PERIGO V
O vereador Jaime quer ainda que no Art. 63, ?Terraplanagens, movimentação de terra, cortes e outros serviços que impliquem na mudança do perfil topográfico dos terrenos apenas poderão ser autorizados se acompanhados de projeto ou anteprojeto urbanístico e/ ou arquitetônico do que se pretende construir no local?, seja alterado para ?Terraplanagens, movimentação de terra, cortes e outros serviços que impliquem na mudança do perfil topográfico dos terrenos poderão ser executados com autorização do Órgão Ambiental do município?.
VIDAS EM PERIGO VI
Nesse caso específico, o Crea estará interessado. Ele perderá a sua principal fonte de arrecadação que é a ART - Anotação de Responsabilidade Técnica - da elaboração do projeto topográfico e da execução dos serviços, além é claro da fiscalização do exercício de atividade e/ou função. Não pode um Departamento e ou Secretaria deixar de exigir um trabalho técnico sem a respectiva ART.
TRAPICHE
Alguns me cobram o meu quase silêncio sobre esse rumoroso caso do Grupo de Danças de Gaspar. Esse assunto é manchete em todos os veículos daqui. Eu seria repetitivo de algo que está claro para toda a cidade e desde o início: trata-se de uma vingança do PT e do governo de Pedro Celso Zuchi a quem não é amigo, faz sucesso e não se humilhou por algo que tem direito.
Na reunião feita na terça-feira no Conselho Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente ? CMDCA -, levou-se a prova de tal ato. Novamente, o presidente do PT e vereador José Amarildo Rampelotti, ficou exposto. Lá apareceu uma gravação sua de discurso na Câmara onde insinuava a retaliação. A língua é o chicote do dono. Mais uma vez.
Fervura. A extensa pauta da reunião do CMDCA, providencialmente se reduziu a dois: a eleição (ou indicação?) do presidente e o caso do pessoal do Grupo de Dança.
Caberia a um não governamental ocupar a presidência do CMDCA. A prefeitura jogou e fez do servidor público Jorge Dalarosa presidente. Ele entrou como um ?não governamental? por ser da Associação dos Bombeiros Comunitários. É assim que se disfarça o aparelhamento.
Ilhota em chamas. O povo do Baú ficou sem balsa mais uma vez para a travessia do Rio Itajaí Açú. E o Baú tem uma representante forte no governo de Daniel Christian Bosi, PSD: Tatiana Reichert, que já foi crítica feroz deste tipo de isolamento.
Ilhota em Chamas. Poucos entenderam o discurso da vereadora Alyne Cristina Debrassi da Silva, PSD, na última sessão. O prefeito Daniel, a que sempre defendeu ferrenhamente, como partidária e líder, virou alvo. Ela pareceu uma fervorosa oposicionista. Hum!
Não só os carros alugados pela prefeitura de Gaspar que não pagam IPVA aqui, mas parte da frota dos ônibus urbanos da Viação do Vale, uma permissão municipal.
Depois de tomar o Hospital, o PT e a prefeitura estão de olhos compridos no estacionamento que é explorado por particular. O requerimento 80/2015 assinado pelos vereadores Antônio Carlos Dalsochio, (cunhado de Zuchi), Daniel Fernandes dos Reis, Hamilton Graf (o que fez a campanha para a tomada do Hospital) e José Amarildo Rampelotti (presidente do partido), pediram ao Hospital informações sobre o estacionamento explorado pelo Águia Park.
Eles querem saber: quanto é arrecadado mensalmente? Qual a porcentagem (ou valor fixo) repassada para o Hospital, até quando é válido. Vamos lá. Quem administra o Hospital? O pessoal do PT. Há duas semanas eles estiveram na Câmara choramingando. Não estão dando conta do recado. Por que os vereadores não fizeram essas perguntas lá, de viva-voz, para o seu próprio pessoal? Ai, ai, ai.
O PT de Gaspar entende muito de estacionamento dos outros. Quanto é para planejar e oferecer esse benefício à comunidade, a preocupação é zero. O vereador Luiz Carlos Spengler Filho, PP, quer saber da prefeitura: no projeto de construção da Policlínica foram previstos espaços para estacionamento de veículos? Ele é destinado aos funcionários ou às pessoas que utilizam Policlínica? Acorda, Gaspar!
Edição 1687
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