22/05/2015
REGISTRO DO JÚRI I
Há uma semana, Gaspar conheceu uma outra face do promotor Henrique da Rosa Ziesemer e que é pouco divulgada por aqui. Ele, com a promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon, cuidam, respectivamente, dos assuntos relativos ao meio ambiente e à moralidade pública que abrem espaço na coluna por meu especial interesse. Então a cidade toma conhecimento desses atos em busca e defesa da cidadania. Mas eles também atuam de forma contundente e eficaz no tribunal júri com a mesma desenvoltura como agem contra os erros dos políticos e agentes públicos.
REGISTRO DO JÚRI II
O crime contra a vida em si, os dramas humanos e as prisões ganham as manchetes dos veículos de comunicação não só aqui. Em Gaspar esses crimes devido às graves questões sociais, tráfico, migração e à falta de políticas bem como ações públicas estruturadas e continuadas, são meio comuns, infelizmente. Todavia, o julgamento e penalização pública dos criminosos passam despercebidos na mesma imprensa que registra a manchete do crime.
REGISTRO DO JÚRI III
E isso acontece por questões de hábitos, ajustamento financeiro que impede ampliar equipes, porque não há a chamada pauta ativa e também porque não é estimulada pelas partes, incluindo o próprio Ministério Público. Os casos só voltam às manchetes por sorte e principalmente quando os advogados dos réus ou quando auxiliam a promotoria, por interesses, fazem a promoção de suas teses para a ?propaganda? profissional e o sucesso dessas teses no tribunal do júri numa tentativa de criar clima favorável ou desfavorável aos jurados. O saudoso Acácio Bernardes era um hábil nessa arte de pautar a imprensa.
REGISTRO DO JÚRI IV
Volto ao caso específico do promotor Henrique e com o qual abri a coluna. Um júri de quatro mulheres e três homens aceitou as teses do promotor e condenou Joílson Bento de Arruda ao cumprimento da pena de 24 anos e 6 meses sem direito de recorrer em liberdade. Ele assassinou Antônio Emílio dos Santos. A sentença foi proferida pelo juiz colaborador José Adilson e a defesa foi feita por um defensor nomeado Dimian Elder Rosini, que para esse trabalho, que exige capacitação técnica específica, tempo extraordinário, não é fácil, ganhou a vergonhosa quantia de R$ 1.730 do Estado.
REGISTRO DO JÚRI V
A denúncia, segundo o promotor Henrique, foi cem por cento procedente. Homicídio duplamente qualificado, e tentativa de homicídio duplamente qualificada, com convencimento pleno do júri. Mas muito desse resultado deve-se à carreira e experiência do promotor em 11 anos de Ministério Público em comarcas como São José (como substituto), Quilombo, Fraiburgo, Içara, Curitibanos, e agora Gaspar. ?Há júris todos os meses. Seria interessante que se noticiasse mais para que a sociedade soubesse o resultado dos casos de crimes contra a vida?, observa-me Henrique.
TRAPICHE
A coluna de hoje trata de assuntos que aparentemente podem estar envelhecidos. Faltou espaço no seu tempo. Vamos a mais um deles. Mas eles continuam atuais. O Dia das Mães, como outras datas, deixou de ser comemorado nas escolas municipais. É opcional. O PT daqui, orientado, na lavagem ideológica que faz, assim estimulou. As nossas crianças não tinham mais mães. Mas em nome de uma minoria, a maioria passou a ter apenas ?cuidadoras?. A polêmica rodou o município, religioso e conservador.
Pego na hipocrisia ? muito comum e do tipo, faça o que eu digo, não faça o que eu faço -, denunciada aqui, o ex-secretário da Educação, Neivaldo Silva, PT, que se diz religioso e defensor do modelo tradicional de família, teve a sua tese enfraquecida e desmascarada. Desejou para os outros o que não pratica e também não acredita. Nivaldo, como pai e não como secretário que pedia para esquecerem o Dia das Mães nas escolas do município, foi à comemoração do Dia das Mães na escola da sua filha, uma particular, é claro. Como pai, viveu uma emoção que impediu aos outros.
Quem entrou em cena? A professora (licenciada no município) e vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSD. Ela foi ouvir pais e professores sobre o tema nas nossas escolas e CDIs municipais ?Acredito que o que gerou essa discussão é o fato de que nós temos escolas e CDIs municipais, particulares, estaduais e domiciliares que têm práticas diferentes dentro do nosso município e isso acaba confundindo as famílias que não entendem esse comportamento diferenciado?.
Comportamento diferenciado? Desculpas. Falta de coragem para encarar e discutir o caso de frente com a sociedade e a comunidade escolar. A maioria dos problemas pedagógicos hoje em dia está no distanciamento da escola e dos professores dos pais e do seu entorno. E essas datas, de alguma forma, queiram ou não e ao contrário do que defendem os progressistas, são formas de aproximação da instituição escola, seus problemas e docentes com quem pode gerar, entender e construir soluções partilhadas: os pais e a comunidade do entorno.
Trata-se de imposição de conceitos, crenças, ideologia, preconceitos e um sistema pedagógico que amplia as distâncias entre pessoas, entre os diferentes e diminui substancialmente a compreensão dessas divergências. Estabelece-se na imposição (próprio de quem governa hoje Gaspar, e inspirado por uma franquia nacional que se esfacela em dúvidas morais e falcatruas éticas) em vez de estimular o diálogo.
Troca-se o convívio pelo individualismo. Vergonhosa lavagem cerebral. Obscurantismo facilmente explicável por Platão em ?O Mito da Caverna?. Compromete-se o futuro de gente que deveria ter a compreensão dessa grandeza: as diferenças entre nós. O Conselho segue as diretrizes da secretaria municipal ao não possuir nenhuma normativa sobre o tema, deixando a decisão para as escolas trabalharem a relação entre a instituição e a comunidade. Ou seja, finge-se omissão, quando na verdade há uma clara imposição!
O PT está de barbas de molho. Os amigos também. Primeiro cancelou-se foi o Boi no Rolete. Alegou-se que era muita comida e despesa. Ué, hoje não é? E não será no ano que vem ano de eleições?
Na quarta-feira foi o Costelaço do GTG Coração do Vale. Também sem boca livre, para convidados, muito bem organizado, sem discursos, sem a presença dos políticos do poder. Ausentes o prefeito Pedro Celso Zuchi e sua vice, Mariluci Deschamps Rosa. Eles prometeram, mas não entregaram um galpão para a Arena Multiuso. Ficará para o ano que vem, ano de eleições.
Nas conversas, a aposta entre os próprios amigos: o PT daqui corre sério o risco de não fazer o próximo prefeito e ter diminuída a bancada de vereadores à metade. O papo deve continuar nesse final de semana durante as atrações do Rodeio e que a chuva teima em encharcar a arena.
Edição 1689
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