02/06/2015
NOTÍCIA VELHA
O prefeito de Gaspar, Pedro Celso Zuchi, PT, tem um fascínio por um roteiro. Mês sim, outro também, ele vai a Brasília. Às vezes aqui em Gaspar só se sabe que ele está lá, quando volta e de mãos vazias ou nada a declarar. No início de maio, Zuchi foi lá para ver se o empenho da verba atrasada da ponte do Vale, na promessa de liberação feita aqui por Ideli Salvatti, Décio Neri e Ana Paula Lima, entre outros, há mais de um ano como ato de campanha eleitoral, estava de fato empenhada. Estava. Como mentira é um hábito, nada como conferir a verdade dos outros como fez um dia São Tomé. Um estafeta de deputado de lá de Brasília teria feito isso sem custos para nós. Zuchi, com atraso, constatou o que dois vereadores ? Marcelo de Souza Brick e Giovano Borges, ambos do PSD ? já tinham vistos com os olhos deles em outra passeada que também fizeram pela Capital Federal.
VERBA VELHA
O que fez Zuchi na semana passada? Foi a Brasília, pela segunda vez num mesmo mês. Foi protestar contra o governo do PT, que tanto defende e aplaude. Com outros prefeitos foi a uma Marcha contra Dilma. Não é piada, não. O que esses políticos fazem por um passeio! E como a cobrança por aqui começou a ficar séria, o que fez o prefeito de Gaspar? De lá, ?anunciou? a ?liberação? de R$ 5,2 milhões dos R$ 14,7 milhões que estão empenhados para pagar o que está no prego. Essa notícia é velha. Já foi dada aqui na coluna há duas semanas. E na própria Câmara por Marcelo e Giovano. Eles ouviram isso da boca do próprio ministro das Cidades, Gilberto Kassab, PSD, com quem Zuchi não teve a chance de se encontrar na primeira ida a Brasília. O cunhado de Zuchi e líder do governo, Antônio Carlos Dalsochio e o presidente do PT, José Amarildo Rampelotti, também ouviram (está gravado) dos pares do PSD. Meu Deus!
PROMESSA VELHA
Para criar um factoide na imprensa que não faz perguntas óbvias e se aliviar com eleitores, bem como justificar a sua ida a Brasília para nada, Zuchi e sua assessoria foram mais longe. Plantaram que em julho recomeçam as obras para terminar a ponte do Vale. Fizeram manchete. A mesma que foi feita há quase dois anos. Tudo estava liberado e a presidente Dilma vinha aqui inaugurá-la no ano passado. Os R$ 5,2 milhões, se e quando liberados, vão direto para a Artepa Martins, que desarmou o canteiro de obras há mais de um ano. Dos outros R$ 9,5 milhões nada se sabe; nada se fala. Eles também são para pagar o que se deve. Nada para o novo.
CONTA VELHA
Para terminar de verdade a ponte do Vale e sem as alças que salvarão os moradores da Margem Esquerda, vai se precisar de dinheiro novo. E não é pouco. Ela foi orçada em R$ 42,5 milhões há quase quatros. Vieram somente R$ 19,5 milhões (outros quase R$ 22 milhões eram obrigação da prefeitura). E nessa história tem aditivos, inflação, prejuízos pela parada... Sobre isso nada se disse. E se nada se disse e se arrumou, a empreiteira não vai reativar o seu canteiro de obras. Julho está ai. E a coluna para não polemizar, apenas relatar e constatar. Por isso, já iniciou a contagem regressiva a favor de Gaspar e do Vale do Itajaí. Julho recomeçam as obras da ponte do Vale. É só conferir.
Ilhota em chamas. Tá ruim mesmo. Um carro da Secretaria de Saúde de Ilhota foi apreendido na sexta-feira em Gaspar pela Ditran. Estava com o para-brisa quebrado. E o agente (Silva) que o apreendeu e o guinchou (foto) viu no carro um botijão de gás e uma compra de supermercado. Ao questionar o motorista, este apontou uma dentista como a dona da encomenda feita especialmente aqui em Gaspar. Isso é ou não é um desvio da função pública administrativa? Hum!
TRAPICHE
Para alguns leitores e leitoras passo a impressão de que sou anti-PT. Falso. Sou contra a falta de competência, compromisso, transparência do agente, gestor e político na administração pública. Nada mais. Ele usa o nosso dinheiro e nos deve prestar contas e resultados comuns.
O PT é poder aqui. Então ele é alvo. Está exposto. Simples. E mais exposto porque prometeu ser exemplo e diferente. E é diferente, mas para o pior. Vamos recordar? Quando comecei a escrever, Adilson no PMDB e depois no PSB, era o alvo nos seus erros. Estava no poder. Estava exposto. O PT usufruiu e aplaudiu. Hoje finge não ter memória.
Na coluna de sexta-feira mencionei que o PSD está ensaiando. Quer iludir com planos feitos por gente competente. De que adianta planos se não há quem os conduza? Perguntei. O PT disfarçou e comemorou. Bobinho. O PMDB também, mas vive temeroso dos meus argumentos. O PSDB se viu livre, e preferiu queixar-se da nota em que mostrei um partido estadualmente esfacelado. Quanto ao PSD, nem preciso comentar. Pau puro.
A mesma pergunta continua. Quem o PSD de Gaspar vai escolher para ser competente a favor da cidade, cidadãos, cidadãs e o futuro de Gaspar? Os exemplos não são bons. E Ilhota, onde o pessoal daqui pousou, tem sido o pior possível. Toda a semana chove problemas. Para quem não consegue deixar uma balsa funcionando para unir o município, qualquer sonho é um pesadelo.
A promotora da Moralidade Pública da Comarca de Gaspar, Chimelly Louise de Resenes Marcon, acaba de ingressar na Justiça com mais uma (repito: mais uma ) Ação Civil Pública por Improbidade Administrativa. São 34 páginas de nitroglicerina pura e novamente com pedido de indisponibilidade dos bens do pessoal de Ilhota.
E quem está envolvido novamente? O prefeito Daniel Christian Bosi; o ex-secretário de administração, o ainda secretário de Assistência Social, Fernando Neves e presidente do PSD de Gaspar (ele coordenou a campanha de Bosi); o ex-secretário de Transportes e Obras, Antônio Carlos (Toninho) Russi, a procuradora-geral do município, Marli Ziecker Bento, além do empresário Jader José Alves e sua empresa.
O que eles fizeram de tão grave e que provocou o inquérito e a ação? A licitação, a aquisição de tubos de concreto para serviços e reparos em diversas ruas e a adjudicação da mesma data, para a Jader José Alves ME., mediante pagamento de R$ 52.941,50.
Espertos ou ingênuos, apesar de serem suficientemente técnicos e experimentados? Não cumpriram o que determina a Lei das Licitações. A doutora Chimelly foi no âmago, e síntese do problema. Antes reuniu as provas das investigações num inquérito rico em detalhes.
Segundo ela, houve ?ausência de qualquer comprovação do caráter emergencial da aquisição, o que demandaria a deflagração de certame público; e na flagrante e completa simulação de procedimento de dispensa para aquisição de bens, cuja compra já havia sido acertada diretamente entre o particular e os gestores públicos?.
Então. Por que o PSD de Gaspar acha que eu devo me silenciar? Acorda, Gaspar!
Edição 1692
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