08/08/2018
SABE-SE BEM O QUE ELE FAZ COM A IMPRENSA QUE A QUER COMO A SUA EXTENSÃO DE SEUS ERROS PARA NÃO MACULAR À ERRÁTICA PROPAGANDA GOVERNAMENTAL E POLÍTICA
Não é de hoje que os vereadores da Câmara de Gaspar, especialmente os da oposição, são feitos de bobos pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e sua equipe. É um jogo.
Isso é proposital. Logo KLeber que se diz um político novo, tendo ainda sido vereador e até presidente da própria Câmara de Gaspar. Trata-se de uma vingança boba, para um erro de gestão política onde a oposição foi competente, e a situação soberba, incapaz e preguiçosa contra ela mesma.
Os vereadores pedem informações - sobre qualquer assunto -, e para os mais "espinhosos" digamos assim, a prefeitura cozinha as respostas e quando as dá, são imprecisas, superficiais e alguns fatos ou dados “esquecidos”. Essas respostas demoram para chegarem aos vereadores autores dos pedidos. E quando elas chegam, num jogo calculado pela esperteza, ou proposital cansaço de quem as espera, ou marcação de território político, elas não suprem os questionamentos. Vergonhoso!
Isso é sério. É repetitivo, e até já rendeu uma ida de alguns dos vereadores - entre eles Roberto Procópio de Souza, PDT -, à Justiça para enquadrar o prefeito Kleber, além deles ameaçarem outras tantas vezes. Foi notícia estadual. Rendeu até a vinda ao vivo da NSC TV de Blumenau a Gaspar para tratar desse assunto num link ao vivo direto da Câmara durante o programa Jornal do Almoço. Algo execpecional.
A prefeitura sentiu o golpe e reclamou do estardalhaço. Na avaliação dela foi um exagero. Entretanto, apesar da queixa, não se corrigiu até hoje. Continuou provocando, e na mesma tecla. Vítima, então não é. É arrogância, apesar da exposição que parece não perceber, ainda mais em época de campanha eleitoral, quando os danos são mais pronunciados e utilizados pelos adversários. Resumindo: não há ingênuos!
E tudo porque o poder de plantão foi incapaz na eficiência – uma marca que propaga de gestão- de governar e neste caso de se relacionar com a Câmara. Errou, se errou, no elementar: o de preservar à estreita maioria da sua base no Legislativo para lhe garantir a governabilidade mínima. E agora, em minoria, está exposto. A nova e recente majoritária oposição, com a faca e o queixo na mão que só Kleber lhe permitiu, faz e exerce apenas o seu papel.
EM MINORIA NA CÂMARA, KLEBER E OS SEUS AINDA NÃO PERCEBERAM QUE A MÚSICA QUE TOCA É OUTRA. IMPRESSIONANTE!
Voltemos. São vários os exemplos de desprezo, enrolação e desrespeito por parte da prefeitura aos vereadores. Todavia, ficarei restrito a um deles; mais recente requerimento, o 128. Ele tenta esclarecer um anterior e precariamente respondido.
A Saúde de Gaspar estava um caos. E para colocá-la sob mínimo controle depois de dois secretários – um técnico, que rifaram por ele ser exatamente um técnico e a escolha de substituto identificado com o grupo político de plantão, que fez o que os políticos queriam e com isso enterrou de vez o governo de Kleber nessa área – o prefeito deslocou o articulador do seu governo, o advogado Carlos Roberto Pereira, MDB, para lá.
Os vereadores da agora majoritária oposição e liderados por Silvio Cleffi, PSC, – médico, funcionário público na área de saúde, que se bandeou para oposição e para isso ganhou os votos do PT, PDT e PSD para ser presidente da Câmara e derrotou a candidata de Kleber-, passaram a questionar os defeitos, dúvidas e procedimentos.
Para a oposição, quer ela apenas “conhecer” o que se faz de errado na área da Saúde municipal e com isso, segundo os vereadores, “melhorar as ações governamentais nessa área”. Exercem, alegam os vereadores, apenas à prerrogativa da fiscalização inerente ao Legislativo sobre o Executivo.
E aí, sem muito a dizer, ou até por birra, a secretaria de Saúde e o prefeito Kleber passaram a esconder o jogo, cozinhar o galo, e dar informações imprecisas ou pela metade. Com essa “técnica” manjada, evitam os questionamentos judiciais – como já foram – e ao mesmo tempo, não atendem e cansam os vereadores interpelantes.
O que aconteceu na semana passada? Mais um requerimento dos vereadores Cícero Giovane Amaro e Wilson Luiz Lenfers, ambos do PSD; Mariluci Deschamps Rosa e dos suplentes Antônio Carlos Dalsochio e João Pedro Sansão, todos do PT; bem como de Roberto Procópio de Souza, PDT e Silvio Cleffi, PSC. E o que eles queriam? Esclarecimentos o que já se pedido, mas não se foi claro nas respostas por parte da prefeitura aos vereadores e aos gasparenses.
Sim, afinal, não são os vereadores os fiscais que o povo elegeu para em nome deles, olhar o que se faz na prefeitura de Gaspar? E o desrespeito, começa aí. Afinal, quem paga essa gente toda – prefeitura e Câmara -, senão os gasparenses?
UM REQUERIMENTO PARA ESCLARECER OUTRO REQUERIMENTO INOMPLETO NAS RESPOSTAS
Reparem só, o que diz o documento sobre as respostas do requerimento 68/2018:
“os quesitos 5, 6, 7, 8 e 9 do referido requerimento foram respondidos de forma totalmente omissa, através de evasivas no sentido de que as informações deveriam ser requeridas diretamente ao Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”.
“Ora, as respostas até poderiam ser aceitas, não fosse a vigência do Decreto nº 8.111/2018, firmado pelo Excelentíssimo Senhor Prefeito, que prorroga e regulamenta a intervenção municipal no citado nosocômio, o qual dispõe expressamente que cabe à Comissão interventora [composta de agentes do Executivo Municipal e subordinada, em última análise, ao Chefe de referido Poder] a prática de todo e qualquer ato inerente à administração do hospital [artigo 6º, caput e parágrafos]”.
“No mais, pontua-se que as repostas ao restante dos quesitos também não foram suficientes para esclarecer as situações questionadas”.
“Diante disso, esclarecendo que novas respostas evasivas obrigarão o Poder Legislativo à tomada das medidas legais cabíveis, reiteram as perguntas contidas no requerimento nº 68/2018, quais sejam”:
1- Cópia do livro ponto ou outra forma de registro entre 16/04/2018 à 15/05/2018 do médico José Dantas [aquele que estava suspenso pelo Conselho Regional de Medicina, mas foi pego pela reportagem da NSC TV de Blumenau e o Jornal de Santa Catarina, também de Blumenau, na diretoria técnica e clinicando no Hospital na prática de anestesista e estava em pleno exercício da regulação da secretaria de Saúde].
2- Os serviços realizados pelo referido médico na regulação do município foram apontados?
3- Em caso positivo, quantas e quais regulações foram realizadas pelo médico supracitado durante este período. Encaminhe-se documentos comprobatórios.
4- Em caso negativo, quais foram os critérios utilizados pela Secretaria de Saúde para priorizar: Consultas, Exames ou Cirurgias durante este período de 30 dias.
5- Como Diretor Técnico do hospital, a despeito de existir documentação que comprove a mudança da Diretora Técnica, o referido médico permaneceu trabalhando durante este período liberando exames ou qualquer outra atividade do hospital? Caso afirmativo, encaminhe-se todas as documentações comprobatórias ou relatórios que foram formulados destas ações.
6- Em caso negativo, demonstrar de forma cabal, através de Documentações, Livro Ponto ou outra forma de registro, a presença do médico substituto diariamente no hospital durante estes 30 dias, e comprovação que este realmente substituiu-o na referida função.
7- O médico José Alberto Dantas participou de alguma atividade médica no hospital durante este período?
8- Em caso afirmativo, ele participou, por exemplo, de quantas e quais cirurgias como médico anestesista durante este período?
9- Em caso negativo, quem foram os médicos anestesistas que atuaram durante este período, encaminhando relatório das referidas cirurgias, assinadas pelo cirurgião e médico anestesista no momento em que assistia as cirurgias. Encaminhar relatório de todas as cirurgias neste período.
10- Houve solicitação de parecer do CRM, por parte da Secretaria de Saúde, a respeito do médico José Alberto Dantas reassumir o cargo de Diretor Técnico do hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro?
A COMUNICAÇÃO DAS MUDANÇAS PARA O PÚBLICO ERRADO
Volto. Como se vê, a transparência de tudo isso está comprometida pelos jogos dos gestores públicos, e com algo vital e até sagrado para o ser humano: à prática médica orientada por critérios fora dos padrões técnicos, e até éticos, mas sustentados por esquemas políticos.
A comunicação estratégica da prefeitura de Gaspar é algo que beira ao surrealismo. Emprega fazedores de press releases como se isso bastasse, ou se contrata empresa de propaganda especializada para fazer anúncios fantasiosos. Nem um outro, nem outro se encaixam numa estratégia de sensibilização e resultados. São clichês, antigos, e não tratam do essencial, a transparência.
A prefeitura de Gaspar – com a troca de secretário e processos de gestão - diz que vem revertendo e alcançando resultados positivos na então combalida área de saúde.
Muito bem. Entretanto, até aqui, ela não está conseguindo comunicar isso ao distinto público, o usuário, o pobre, o doente, o que está na fila e que deveria ser o foco dessa comunicação. Basta esse assunto bater nas redes sociais, que as pancadas de queixas são enormes e recheadas de exemplos que ampliam o problema.
A prefeitura reclama e diz que há exageros. Mas a prefeitura, a sua área de saúde, a de comunicação e a agência de propaganda, parecem que nunca ouviram falar em percepção. E a maioria foca a comunicação para gente que não usa o sistema: veículos de comunicação, políticos da situação e até adversários, amigos do poder...
Por conta da teimosia, ignorância, jogos e até economia orçamentária dos gestores públicos, criou-se, naturalmente, e não é de hoje e deste governo, para os doentes a percepção de que a saúde pública em Gaspar não funciona. É algo local. É algo ampliado pelo caos estadual e nacional.
O que ia mal, piorou. E piorou na percepção dos usuários e doentes porque havia a promessa de campanha eleitoral de todos os candidatos e do eleito, de se colocar tudo ao nível satisfatório para os cidadãos. Havia uma esperança. E a promessa não se concretizou. Simples assim! Isso é difícil de entender, compreender e a partir dar soluções, inclusive na comunicação?
Resultado. Estão gastando muito mais dinheiro dos gasparenses –e daquilo que supostamente mal economizaram e erraram tentanto colocar à casa minimamente em ordem. E vão gastar muito mais, se continuarem a esconder o jogo, perseguirem gente que denuncia as falhas do serviço – e que na verdade ajuda apontando fragilidades -, se não se estabelecer prioridades para os gargalos e mudanças; uma estratégia para lidar com a escassez de recursos; e se a comunicação continuar pífia, antiga, sonegando o mínimo e o básico da essencial transparência neste ambiente de crise.
Quando essa gente teimosa que está no poder em Gaspar e prometeu mudar a gestão, vai entender isso? Como dizia o político mineiro Tancredo de Almeida Neves, PSD, quando a esperteza é demais, ela come o dono. E não há pior coisa para um político, do que alimentar o seu erro com desculpas ou reafirmação de que é ele quem manda, mesmo que para isso precise se reafirmar no erro que lhe prejudica.
No fundo, a prefeitura e secretaria de Saúde de Gaspar estão alimentando o discurso da oposição. Tem uma solução, não compartilha e se desgasta no enfretamento político para sinalizar que é ela quem manda no pedaço. Quem mesmo orienta esse pessoal da prefeitura de Gaspar? Acorda, Gaspar!
Na segunda-feira, escrevi aqui: O Ministério Público e o juizado que cuida da Infância e Adolescência na Comarca de Gaspar precisam ficar atentos. O poder político de plantão está espalhando que o fechamento e a reabertura da Casa Lar Sementes do Amanhã, com o enfraquecimento proposital e troca da Ong GAIAA que a administrava, foi tramado todo ele no Fórum e que a prefeitura só seguiu um script. Ai, ai, ai.
Diferente da prefeitura de Gaspar, tanto o MP e o Tribunal de Justiça agiram rápido e esclareceram a questão levantada na coluna e que ela ouviu direta e pessoalmente no sábado do círculo do poder “Ao juízo da comarca de Gaspar, coube a missão de decidir sobre o processo de transição e rescisão do convênio entre a Prefeitura Municipal e a ONG Grupo de Apoio à Infância e Adolescência Abrigada (GAIAA), cujos termos foram devidamente ratificados pelo Ministério Público”. Ou seja, apenas decidir e ratificar o que foi apresentado pela prefeirura.
Tanto o MP e o Tribunal de Justiça por suas assessorias de imprensa asseguraram que “não houve, de forma alguma, qualquer tipo de 'trama’ entre os poderes públicos para destituir a referida ONG do comando da instituição dedicada ao acolhimento de crianças e adolescentes em situação de risco”, até porque, segundo a Justiça e o MP foi o GAIA quem pediu para sair da Casa Lar.
Dois pontos para encerrar essa questão. Primeiro: a Ong GAIAA assegura que foi levada a desistir da gestão da Casa Lar Sementes do Amanhã, devido aos desgastes de relacionamentos para quem ela prestava os serviços.
Segundo: também ficou claro, mais uma vez, que os políticos de Gaspar terceirizam as obrigações exclusivas das suas decisões – ou responsabilidades - quando elas são desgastantes do ponto de vista de resultado, com repercussões políticas ou comunitárias.
E como políticos, eles não se sustentam nas suas argumentações e desculpas. São logo, desmascarados. Acorda, Gaspar!
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