16/12/2019
Foto oficial da primeira reunião da CPI, da esquerda para a direita, todos com semblantes fechados: os vereadores Cicero Giovane Amaro, PSD, Dionísio Luiz Bertoldi, PT, Francisco Hostins Júnior, MDB e Roberto Procópio de Souza, PDT, além do procurador da Câmara, Marcos Alexandre Klitzke
Não vou ser repetitivo, mas aqui no artigo de sexta-feira, dia cinco de dezembro e feito especialmente para coluna “Olhando a Maré” da edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o título estendido dele já dava conta como a Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI – criada para apurar as supostas irregularidades nas obras de drenagem e recuperação da Rua Frei Solano - há 13 meses sem conclusão para um trecho de 1.400 metros - teria dificuldades: “bem orientado, Kleber vai passar por uma prova de fogo. Esta CPI da rua Frei Solano é um trágico retrato da falta de transparência somada à arrogância, vingança e autossuficiência dos que o influenciam”.
Bingo! Não é à toa que ela é líder de leitura e credibilidade.
A prova de fogo já começou para o governo. Ele, rapidamente entendeu o recado dos vereadores que foram atrás daquilo que o próprio prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, que já foi vereador e presidente da Câmara; o seu vice, Luiz Carlos Spengler Filho, que já foi vereador; e o prefeito de fato, presidente do MDB local, ex-coordenador da campanha, advogado e atual secretário da Fazenda e Gestão Pública, Carlos Roberto Pereira, duvidavam que os vereadores da oposição fossem capazes: pedir uma CPI.
Os membros do governo trucaram e perderam!
Agora, não querem mais trucar e estão em franca recuperação daquilo que perderam na falta de transparência e naquilo que blefaram. O jogo, tardiamente devido aos desgastes, virou sério para eles. E por que? Porque se Kleber – e os seus - não jogar bem orientado no tapetão, vai perder. As provas trabalham contra o governo. E quanto mais prolongar esse jogo, ele chega perto das eleições de outubro do ano que vem. E o que já está ruim como sinalizam as pesquisas internas do grupo no poder de plantão, poderá piorar mais e complicar à reeleição.
AS PRIMEIRAS DERROTAS DOS AUTORES DA CPI
A primeira derrota no jogo regimental, lícito, de quem pediu a CPI, veio antes mesmo dela ser oficializada. Foi quando da constituição imediata do blocão MDB, PP, PDT e PSDB, feito às pressas e unicamente para a proteção do governo Kleber na CPI e sob a liderança de Franciele Daine Back. Os que pediram a CPI tinham até então a maioria das quatro vagas titulares: três a um. Com o blocão, duas para cada lado.
A segunda derrota no jogo regimental, lícito, de quem pediu a CPI veio logo na primeira reunião da CPI na terça-feira passada. E ela passou despercebida da imprensa local que prefeito este título: “vereador Dionísio é eleito presidente da CPI da Rua Frei Solano”. Houve empate na obrigatória busca – ou escolha da presidência da CPI. Era uma isca bem armada do governo contra a dita oposição neste jogo de gato e rato, feito para dificultar os trabalhos da CPI.
E por que se pode considerar uma derrota para os autores da CPI? Com o empate, o mais velho “levou” de graça a presidência: Dionísio Carlos Bertoldi, PT. E presidente não vota. Então, a situação na CPI com os vereadores Francisco Hostins Júnior, MDB, e Roberto Procópio de Souza, PDT, os dois advogados, ficou em vantagem de dois a um para travar os pedidos de documentos, investigações, depoimentos, audiências e até o relatório do relator Cícero Giovane Amaro, PSD.
Quem não deve não teme? No jogo político, todas as circunstâncias são temíveis e por isso devem ser evitadas. Bem orientado, Kleber está em vantagem na CPI. E esta orientação lícita, usa o regimento e no tapetão trabalha contra a transparência, exatamente o que pretendia a CPI. A oposição quer fazer desse limão uma limonada, mas vai que tirar que aprender a tirar sumo de bagaço e pedir ajuda aos universitários. A máquina de Kleber está azeitada neste assunto para nada vir a público.
CONSEQUÊNCIAS FAZ A SOCIEDADE GANHAR COM A CPI
A primeira delas é que o governo Kleber saiu do pedestal de arrogância, provocação e vingança e teve que vir para o chão e buscar um plano para lhe proteger naquilo que se tem dúvidas e ele não esclareceu.
A segunda é que a secretaria de Obras e Serviços Urbanos, que passou três anos sem prestar contas das suas atividades, emergencialmente na sexta-feira, dia 13, fez uma exposição das atividades da pasta. E o foco? As obras da Rua Frei Solano. Fez a mesma coisa nesta segunda-feira na rádio 89 FM ao Paulo Flores. Admitiu que para colocar o asfalto desse final de semana, tiveram que refazer obras da primeira empreiteira, pivô para correr com a segunda empreiteira. Está gravado.
A terceira é que, depois desses revezes que lhes relatei, a oposição que ensaiava uma nova CPI para protocolo na sexta-feira e esta sim, com investigações concluídas, resolveu frear, recompor-se e dar foco a da Frei Solano. Ficou para o ano que vem.
A quarta é que o governo escalou os seus para irem as rádios e dizer que a CPI é parte do jogo político sujo da oposição para dificultar a reeleição de Kleber. Esse discurso é manjado e surrado – para um lado e para o outro – e as eleições de outubro do ano passado provaram isso.
Aliás, o líder do governo na Câmara, Francisco Solano Anhaia, MDB e que veio do PT, foi um dos que apareceu nas entrevistas. E ele reconhece, como deixou claro no discurso de contestação feito na terça-feira na Câmara à CPI, de que o eleitor está de saco cheio dessas enrolações.
“Um deputado Federal sem expressão se elegeu presidente da República”, disse ele se referindo ao episódio Jair Messias Bolsonaro, sem partido, sobre a repulsa do povo à politicalha. E Anhaia está certo na leitura. Ele só esqueceu de perceber que faz parte do enredo (PT, MDB, PSDB, PDT, PP, esquerda do atraso e Centrão) que foi sacado do poder por “um deputado sem expressão”.
A quinta e para finalizar essa história de politicalha: o uso regimental lícito contra a CPI para vencê-la no tapetão não é mostra que a politicalha é um exercício sem limites?
Outra. É ou não politicalha, a acusação de forma desmedida que se fez contra o médico, funcionário público municipal e vereador, Silvio Cleffi, PSC, por meios oficiais – seja nos discursos na própria Câmara, nas reuniões de grupos e texto no próprio sistema Tasy do Hospital de Gaspar – de que ele estaria retendo de forma proposital Projeto de Lei que daria à liberação de recursos do 13º salário dos funcionários da Casa de Saúde em perpétuo socorro?
Pegou mal. Ainda bem que o pessoal Kleber recuou dessa tática baixa de politicalha. E só fez isso, depois da repercussão negativa na cidade contra o governo depois que esta coluna revelou a trama da segunda-feira passada em “a vingança é uma marca cada vez mais clara no governo do prefeito Kleber. Para diminuir o impacto da CPI da Frei Solano na Câmara, o MDB e seus aliados investiram contra o vereador Silvio Cleffi, PSC, com fatos absolutamente falsos”.
Entenderam a razão para qual serve a imprensa livre? E é por esta e outras que os do poder de plantão a tem como perigosa. Ou seja, com a CPI a sociedade está ganhando e os políticos entendendo que precisam dar explicações. Acorda, Gaspar!
Entre orações e cânticos de louvores, Kleber prestou contas para os obreiros e líderes da sua igreja. E isto gerou desconforto e terá revanche.
Já começou uma guerra de bastidores e invisível à imprensa, mas que terá consequências fundamentais nas eleições de outubro do ano que vem. Quer um pequeno exemplo do que aconteceu na semana passada?
Um convite, normal, comum, ingênuo, circulou no Facebook da Igreja Assembleia de Deus de Gaspar. Ele prometia a palavra do pastor e deputado estadual, Ismael dos Santos, PSD, e tinha a seguinte pauta: “Reunião Geral - obreiros, líderes, cooperadores; TODOS que exercem cargos na Igreja não podem faltar”. A “convocação” foi para segunda-feira, dia nove, às 19h30min.
E lá foram quase todos, incluindo os comissionados da Igreja que estão empregados na prefeitura. E lá estava o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, obreiro dessa denominação pentecostal. O que ele fez? Comício e prestação de contas do governo onde é o prefeito da cidade. “É uma obrigação do gestor público dar transparência dos seus atos e é isto que estou fazendo hoje aqui”, justificou Kleber ao abrir a apresentação que segundo ele, será feito em outros templos e igrejas.
“A noite não foi simplesmente uma reunião já que a Presença de Deus foi notória com a palavra ministrada pelo pastor deputado Ismael dos Santos e os louvores entoados pelo mesmo e Emerson Flores”, concluiu uma postagem nos Instagran.
Normal. Nada foi escondido, apesar de no convite não estar dito que haveria esta apresentação. É tão normal, que tudo está documentado em fotos nas redes sociais abertas da Igreja. E cada sociedade religiosa tem a liberdade de pregar, usar e fraquear o Templo dela como bem entender. Essa é a minha opinião.
Entretanto, este acontecimento é sinalizador. Ele mostra dois desdobramentos: que Kleber está em campanha junto ao seu próprio rebanho e que o rebanho está tentado fugir do seu obreiro e do seu pastor protetor.
Ao menos foi isso que ficou claro nas postagens que circularam nas redes sociais e principalmente nos aplicativos de mensagens depois do evento. E por que? Ninguém deve desconhecer que o novo mundo eleitor conservador no Brasil passa essencialmente pelas igrejas pentecostais de todas as denominações. Elas garantiram à eleição de Jair Messias Bolsonaro, sem partido. Foram delas, o movimento mudanças de comportamento do eleitorado em outubro do ano passado se contrapondo a Igreja Católica notoriamente de viés de esquerda, e berço que embalou o PT por suas pastorais, Conselhos e eclesiais de base coordenadas pela CNBB.
A PRIMEIRA DISPUTA DE KLEBER JÁ COMEÇOU E SERÁ NOS TEMPLOS
Em Gaspar, as igrejas evangélicas são guetos políticos. E política é poder, é negócio, é proteção, é emprego. Kleber se elegeu com esses guetos aliado ao natural desgaste dos oito anos de mandatos consecutivos de Pedro Celso Zuchi, mas principalmente pela má imagem nacional do PT que se iniciava em 2017 fustigado pela ladroagem descoberta na Operação Lava Jato, que levou mais tarde, o fundador do partido, presidente de honra, sindicalista e ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à prisão após condenação em segunda instância, e do cárcere, ter comando da campanha do poste Fernando Haddad, derrotado por Bolsonaro.
Agora, Kleber virou vidraça. Está num partido vidraça, o MDB. Numa coligação vidraça com MDB, PP, PDT, PSDB. Está em guerra com um irmão de templo, Silvio Cleffi, PSC. Mais: há duas semanas foi para a rua a candidatura do sindicalista, ex-servidor municipal, filiado ao PSL, Sérgio Luiz Batista de Almeida, tão evangélico, de mesma denominação, quanto Kleber. Muito mais: é notório que os partidos conservadores ainda insipientes por aqui, por falta de liderança, tendem a provocar rupturas como aconteceu em outubro do ano passado.
Então para encerrar e concluir este artigo: os “irmãos” de Gaspar estão divididos nos seus templos e denominações evangélicas pentecostais.
E por causa disso, alguns acham que Templo não é lugar de políticalha, outros que não é lugar de prestação de contas de prefeito. Agora, é tarde. Resta orar.
Neste ambiente vai sair melhor quem pregar melhor fora do Templo. Porque dentro dele, já há um dono. E o tema da Igreja Assembleia de Deus daqui para o ano que vem, é “Avançando em Comunidade”. Nada é mera coincidência, afinal o novo lema marqueteiro do governo de Kleber para substituir a eficiência que não pegou pela obviedade, é “Avança Gaspar”.
O primeiro fato é histórico, cidadão, transparente e civilizatório. Foi a primeira eleição de presidente e da mesa diretora com voto aberto, às claras. E para ser marcante na clareza: faltou luz devido à forte trovoada – deve ser a “comemoração” divina de São Pedro, padroeiro da cidade. Por consequência, a transmissão pela internet – o auditório ampliado da sociedade - foi interrompida restringiu esse gesto histórico a poucas testemunhas.
O segundo fato é político: o MDB fez escaramuças, mas decidiu não esticar a corda e medir forças com Ciro. Percebeu que poderia causar um racha no partido. Ao final, fingiu marchar unido. Ciro está no MDB, é MDB, mas dizendo-se que o seu partido é Gaspar. No fundo, Ciro é o próprio partido. O MDB hoje precisa mais de Ciro do que Ciro do MDB. E o MDB de Gaspar sabe disso e não é de hoje.
O terceiro fato é estratégico: o governo de Kleber Edson Wan Dall errou a mão quando quis impor a mais jovem vereadora já eleita por aqui, Franciele Daiane Back, do PSDB e que nem estava embarcado naquela época no governo como está hoje, para a presidência em 2018. E depois dessa “imposição” nunca mais acertou mão. Repetiu o erro em 2019 com Roberto Procópio de Souza, PDT. Apesar do aprendizado, ensaiou o vexame para 2020. Como o voto aberto mostrariam cicatrizes, prudente e na última hora recuou.
O quarto fato é o resultado de toda essa errática: o governo que quis se meter onde não é o seu parque de diversões, foi até engolido pela suposta proporcionalidade da representatividade dos partidos ou blocos partidários na eleição da mesa da Câmara de Gaspar a que tinha direito. Valeu a vontade dos vereadores no voto. E a nova mesa diretora ficou exclusivamente com a oposição: Cícero Giovani Amaro, PSD, ficou com a vice; Silvio Cleffi, PSC, continuará na primeira secretaria; e o atual vice-presidente, Dionísio Luiz Bertoldi, PT, será o segundo secretário.
O resultado, na verdade, expressa a minoria contra a maioria, todas as duas bem coesas dependentes do voto minerva do presidente Ciro.
A única coisa inexplicável e fora do contexto na eleição histórica foi a ausência do suplente de vereador José Ademir de Moura, supostamente agora no PP - era do PDC até terça-feira à tarde da semana retrasada quando se constituiu o blocão governista - MDB, PP, PDT e PSDB - para enfrentar a CPI da Rua Frei Solano. Moura também não veio na terça-feira passada.
Moura está no lugar do mais longevo dos vereadores José Hilário Melato, PP, atualmente presidente do Samae. Melato é um dos alvos principais da CPI da Frei Solano, pois é a autarquia, pelo novo modelo criado às pressas e na marra com desgastes na Câmara pelo poder de plantão, a responsável pela drenagem no município e os erros da Frei Solano.
Foi Melato ao não assinar o acordo de rodízio da presidência da Câmara do bloco governista lá em 2017 quem provocou a primeira cisão na bancada de apoio do governo e permitiu que Silvio Cleffi, PSC, fosse eleito - no final de 2017 para a legislatura de 2018 - presidente da Câmara com os votos da oposição e Kleber ficasse em minoria no Legislativo. No acordo que se fez em 2017 e não se assinou, Melato queria a presidência em 2020.
É a terceira vez que Ciro ocupa a presidência da Casa Legislativa no atual mandato. Em 2017, com apoio do MDB e Kleber foi indicado pela experiência e para não se arrumar encrenca logo de cara com o poder de plantão que o achava - e continua achando – Ciro muito espaçoso onde o governo Kleber quer mandar, desmandar, vingar-se e ser absoluto.
E a decisão tomada neste momento pelo não enfrentamento a Ciro durante a eleição da Câmara - apesar das escaramuças e recados de terror plantados durante os dois últimos dias antecedentes ao pleito - revela que o poder de plantão optou por não ampliar um desgaste de imagem que lhe vem colando algumas de suas atitudes e se revelando danosas nas pesquisas internas do partido. Vai que Ciro se tornaria uma vítima e um concorrente de peso - não fisicamente, que é - mas politicamente, para outubro do ano que vem.
O não enfrentamento do poder de plantão às pretensões de Ciro em se reeleger - mesmo sendo Ciro do partido que governa a cidade - deixa Ciro, por enquanto, apenas na condição de ser um candidato viável e carregador de votos para a legenda à reeleição a vereador, supostamente dentro do time do poder de plantão e não como um adversário. Ciro presidente, é um aliado nas manobras regimentais do pessoal de Kleber contra a CPI da Rua Frei Solano.
E por que? É legalista e dá valor ao corpo técnico da Câmara. E neste campo, o da legislação e uso do regimento interno, como mostrei na abertura da coluna, o pessoal de Kleber está vencendo de braçadas.
E para encerrar. Há muitos detalhes que foram percebidos ou interpretados durante a eleição da quinta-feira passada.
O que mais chamou atenção, foi a viuvez, à mágoa e o protesto de Roberto Procópio de Souza, PDT. Dos 12 votos possíveis, Ciro recebeu 11, incluindo o dele próprio.
Procópio votou nele mesmo. E olha que Procópio já foi o principal articulador da oposição na Câmara e responsável pela eleição de Silvio Cleffi contra Kleber.
Procópio fez da sua liderança oposicionista a Kleber, um trampolim para estar atualmente no governo de Kleber. E quando deixou a oposição da Câmara no “meio da viagem” - em 2018 -, ele se tornou o candidato de Kleber à presidência da Câmara. Ciro venceu-a, supostamente – porque era tudo em segredo -, com os votos dele Ciro e da oposição, e vejam bem: no pulo do gato ensinado e praticado pelo próprio Procópio.
Agora, Procópio defende Kleber na CPI e enfrenta seus ex-aliados que nos erros que sempre apontou no governo Kleber. Política é uma coisa viva. Inclusive para os eleitores. Acorda, Gaspar!
Não adianta. E depois o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, diz que está sendo perseguido pela oposição e até, vejam só, por esta coluna. É que ela não esconde o que os outros filtram.
Os moradores da Rua Vidal Flávio Dias, no Belchior Baixo, não aguentam a poeira naquele caminho de fuga da BR 470 e numa região onde se constituiu um importante polo industrial e logístico em Gaspar que ampliou em muito a arrecadação de impostos. Tanto que o governo prometeu em 2017 asfaltar aquele trecho e os empresários, prometeram ajudar o governo em parte das despesas.
Numa birra com a oposição e para desgastar o ex-superintendente do Distrito do Belchior, Rui Carlos Deschamps, PT, que liderava o processo com os empresários, Kleber voltou atrás. Prejudicou os empresários e muito mais os moradores daquela região.
Cansados de promessas e de tanto pedir, mesmo ao novo superintendente do Distrito, Anderson Reinert, indicado pela vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, um deles deu exemplo de desprendimento, criatividade e solução simples, a um problema, aparentemente muito mais simples: o de molhar a rua para mitigar a poeira pelo menos.
Alaerto Amorim, inventou e montou uma engenhoca movida por seu micro-trator agrícola e ao seu custo e tempo, foi molhar a parte de barro Rua Vidal Flávio Dias que o pessoal de Kleber não consegue fazer, mesmo sob protesto e pedidos sucessivos, diga-se, a seu favor, dos vereadores do Distrito, Franciele e Rui.
Então quem é mesmo o inimigo da imagem de eficiência, prefeito estadista e que avança de Kleber? Se não for ele mesmo, é a equipe que escolheu e banca contra ele próprio. Alaerto provou isso. A coluna apenas registra tudo o que se espalha nas redes sociais e que causa danos espantosos à imagem de Kleber. Acorda, Gaspar!
Novo ramo de negócios em Gaspar: emprestador de pinheiros de Natal ricamente enfeitados para autoridades, levados em pick-up por puxa-sacos que renegam as leis de trânsito sobre segurança.
Ao arquivo. Projeto de Decreto Legislativo do suplente de vereador João Pedro Sansão, PT, que em 2018 criava para os estudantes a certificação da Câmara pela participação deles em “atividades” da Casa, não passou pelas comissões e foi rejeitado. Ilegal e inconstitucional afirmou ao final o relator geral da matéria, Roberto Procópio de Souza, PDT.
Só na terça-feira da semana passada e a poucas horas da votação do polêmico Projeto de Lei 88/2019 que remanejava verbas no Orçamento de Gaspar e destinava quase R$2 milhões a Saúde, é que o secretário de Saúde, o dentista José Carlos de Carvalho Júnior, por ofício, explicou ao relator geral da matéria, o médico e vereador Silvio Cleffi, PSC, que parte desses recursos se destinaria a cobrir demanda do 13º dos funcionários do Hospital de Gaspar. Teve 45 dias para fazer isso.
A pergunta que fica é: por que esta explicação não veio na exposição de motivos do referido PL? Por que se criou, antes, uma polêmica difamatória contra o vereador médico, trabalhador do Hospital, que nada sabia antecipadamente da destinação dos recursos em matéria tão complexa e que requeria urgência?
O líder do MDB, Francisco Hostins Júnior, que foi escalado na sessão anterior para levantar a polêmica e com ela abafar a repercussão da instalação da CPI sobre as supostas irregularidades nas obras da Rua Frei Solano, depois do PL aprovado na terça-feira da semana passada, citou poucos e simples exemplos, onde a Câmara, unida, correu contra os prazos para aprovar projetos a favor da cidade.
Ele está certo. Mas, nestes raros casos, houve comunicação e negociação antecipadas. E no PL 88, um proposital silêncio arapuca.
Silvio Cleffi diz agora que vai à Justiça cobrar indenização por danos morais no circo montado pelo governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, dentro do Hospital sob intervenção municipal. Reúne provas de que tudo foi intencional para culpá-lo no suposto atraso da aprovação do PL e do 13º dos funcionários do Hospital.
O líder do prefeito Kleber, na Câmara, Francisco Solano Anhaia, MDB, está inconformado com a intenção de Cleffi. Acha que o vereador vai onerar ainda mais o Hospital que está com a sua situação precarizada. Pode até ser, mas o governo Kleber não pensou nisso antes quando saiu por aí se reunindo com funcionários, passando informações erradas e discursando intencionalmente para atingir o vereador na sua imagem e com isso deixa-lo acuado no próprio local de trabalho?
Cleffi foi duro com a administração do Hospital. “Ela é desprezível, precária e não possui plano B. E se não houvesse a aprovação do PL por qualquer motivo legal, os funcionários ficariam sem o 13º?”, perguntou ele.
Para Cleffi os que estão na prefeitura acham que os vereadores estão na Câmara para fazer papel de bobo e por isso, não devem exercer à obrigação constitucional de analisar os projetos, pedir e ter explicações. “Eu não sou decoração de lugar nenhum”, desabafou o vereador Cleffi.
Uma boa ação I. Por iniciativa da atual mesa diretora da Câmara de Gaspar serão eliminados, quando vagarem em virtude de aposentadoria, exoneração, demissão ou falecimento de seus ocupantes, os cargos efetivos de Auxiliar de Secretaria I, Auxiliar de Serviços do Legislativo e Motorista. O foco é contratar pessoas técnicas. Essas vagas extintas vão ser terceirizadas.
Pode ser uma pegadinha I. Espera-se que em outra legislatura nada disso seja revogado por outra mesa diretora, que a terceirização não seja indicação política, e que nem no ano que vem, seja essa extinção usada de pretexto para criar mais assessorias parlamentares aos vereadores que se ensaia nos bastidores. No ambiente político e público, nada que aparenta ser bom, é ao fim, de verdade.
Uma boa ação II. Por iniciativa da secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa, do prefeito de fato Carlos Roberto Pereira, a prefeitura conseguiu da Câmara a portabilidade de R$30 milhões de empréstimos usados para diversas obras. Os recursos estavam autorizados para serem contratados na Caixa Econômica, no tal Finisa. Agora, vão ao Banco do Brasil, no Programa Eficiência Municipal. Estima-se uma economia de R$7 milhões dos impostos dos gasparenses, em dez anos com juros nesta operação de troca de instituição financeira.
Pode ser uma pegadinha II. É preciso ficar de olho se isto não implica no aumento do teto dos empréstimos já autorizados pela Câmara e que anda em torno de R$140 milhões. E por este total – R$140 milhões -, com o simples exercício desta portabilidade aprovada, mostra que há mais oportunidades no mercado para operações semelhantes, ainda mais, com garantias reais. Afinal, os juros da taxa Selic caíram para 4,5%. Muitos dos empréstimos que Gaspar tomou, os juros se baseavam em Selic ao dobro anual da atual.
Se a moda pega. A cidade do Rio de Janeiro, governada pelo bispo pentecostal da Igreja Universal, Marcelo Crivella, PR, aprovado por apenas 8% da população, segundo o Datafolha, está numa crise sem tamanho na área da Saúde.
A Câmara de lá – como a daqui – repassou parte do duodécimo para a Saúde. Diante do caos – e principalmente da falta de transparência - ameaça reaver o que repassou para a Saúde. Lá Crivella culpa o Grupo Globo pela divulgação do caos. Como aqui: quer tudo escondido e quase está. O dia que se revelar, vai assustar. Acorda, Gaspar!
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