30/10/2018
A presidente do Sintraspug, Lucimara Rozanski Silva quer que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, indenize os servidores por suposto assédio moral
Não fixa valor e deixa isso para o juiz do caso
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Gaspar – Sintraspug -, Lucimara Rozanski Silva, prometeu e cumpriu. Se vai dar certo, aí são outros quinhentos. Ao menos sinalizou que as orquestrações do executivo sobre os servidores possuem alguns limites no exercício da autoridade sobre eles.
Lucimara foi à Justiça e enquadrou o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, por supostos danos morais aos servidores comissionados e os efetivos que estão em cargos de confiança e por isso, são gratificados. A Ação está na 2ª Vara da Comarca de Gaspar. O juiz da causa é Lenoar Bendini Madalena. Os advogados do Sintraspug são de Blumenau e pertencem ao escritório Krieger, Ramos, Moreira, Ribas e Klock. O Município de Gaspar e o prefeito já foram citados eletronicamente pela Justiça.
O que aconteceu? É que no dia 28 de setembro à noite, vendo que o seu plano de trocar o Vale Alimentação pago em pecúnia e incorporado aos vencimentos dos servidores pelo sistema de cartão, caminhava para a polêmica e para ser desfigurado na Câmara pelo projeto de lei 22/2018, ilegal e inconstitucional, de autoria do funcionário público (Samae) e vereador de oposição, Cicero Giovane Amaro, PSD, Kleber resolveu manobrar e inventar, na última hora, um tal “Prêmio Assiduidade”, para com ele e esta “invenção” mal explicada, trocar a pecúnia (dinheiro) do Vale Alimentação.
E por que Kleber fez isso? Orientado por gente que se acha esperta, ele tentava barrar o desgaste que estava tendo, e que iria piorar, no debate dessa matéria na Câmara, entre os servidores e na imprensa - a que não estava alinhada com a prefeitura e o poder de plantão para ficar calada. O desgaste, supostamente, para os que orquestraram a manobra do tal “Prêmio Assiduidade”, prejudicaria a imagem dos políticos na busca de votos para seus candidatos às vésperas das eleições. É que o PL 22 rolava na Câmara desde julho e “providencialmente” foi para a finalização e debate público às vésperas das eleições.
Não há santos nessa história toda. Coisas do jogo jogado dos políticos e da politicagem.
Esta coluna foi a primeira a publicar os fatos, incluindo o áudio intimidatório e de constrangimento do prefeito Kleber em sua conta do aplicativo de mensagens whatsapp. Foi um ato fora de qualquer propósito, mesmo que as “ordens” tenham inicialmente atingido uma pequena parcela de funcionários diferenciados na prefeitura e líderes partidários externamente.
Entretanto, são exatamente estes que estão em posição privilegiada de chefia, de mando ou de liderança no serviço público municipal e no mando político da coligação de poder. Resumindo, a fala do prefeito Kleber foi intencional para o constrangimento e o resultado em cadeia de comando política e de gestão.
E questionado no dia seguinte depois que o fato se tornou um “hit” nas redes sociais e aplicativos de mensagens, o próprio Kleber, e está gravado, confirmou o propósito, afirmando que os comissionados deveriam trabalhar pelo governo e ele estava na verdade, apenas cobrando o óbvio deles. O recuo foi se dando gradativamente à medida que se foi avaliando o estrado do que se tentava consertar.
ORDEM UNIDA. UMA ORAÇÃO QUE NÃO DEU CERTO
Naquela ordem gravada e espalhada para um grupo de 150 escolhidos, multiplicou-se em milhares, Kleber disse o seguinte:
“Pessoal, preste atenção: se até meia-noite não tiver compartilhamento de cada um dos senhores e das senhoras desse vídeo e comentários defendendo positivo (sic) na postagem, amanhã vou tomar providências, certo? Compartilhem, liguem, falem um com o outro aí, resolvam esse negócio, eu quero compartilhado cada um dos senhores. Amanhã vou tomar nota disso aqui com o pessoal da comunicação, certo? E fiquem atentos para responder os comentários que for. Tem que cumprimentar e parabenizar a decisão do governo, que vai atender à reivindicação do servidor, vai continuar pagando os R$430,00 em dinheiro, certo? E ao mesmo tempo fazendo economia pro Município de Gaspar. Preciso de vocês, agora.”
Segundo afirmaram os advogados na peça que mandaram para a Justiça:
“Ao que se vê, o Prefeito fez nada menos que ameaçar os servidores públicos mais próximos a ele de que quem não compartilhasse e publicamente aplaudisse a medida tomada pelo Prefeito, poderia vir a perder o seu cargo [“amanhã vou tomar providências”.]
Na prefeitura de Gaspar dá-se como certo de que esse assunto não vai prosperar na Justiça. Pode até não ir adiante aqui na Comarca como perturbadoramente anunciam alguns que instalados no paço municipal se acham acima do razoável diante da lei e da ética.
Entretanto, coincidentemente depois dos resultados pífios nas eleições para o grupo no poder de plantão, estão sendo formatadas e anunciadas “mudanças” aos atuais comissionados, exatamente por eles não terem sido “eficazes” na cabala de votos nas últimas eleições, não terem segurado bandeiras, não terem feito panfletagem nas ruas centrais para os múltiplos candidatos para os quais os do poder de plantão lotearam Gaspar, assunto que já foi também mote para várias colunas aqui.
CHOCANDO O OVO DA SERPENTE
O que parece ser uma simples punição ou limpeza, poderá ser igualmente um grande problema.
Alguns comissionados estão só esperando a dança das cadeiras, para então se integrarem como testemunhas voluntárias desta Ação do Sindicato. E pelo fato muito simples: alguns deles já foram contatados por agentes políticos do poder de plantão, trazendo a má possível notícia e as razões do expurgo. Outros, estão sendo aterrorizados – e tem perdido o sono - por informações indiretas plantadas nas repartições e aplicativos de mensagens.
Caminho para o final. Este episódio da mensagem de própria voz do prefeito Kleber para criar um fato falso nas redes sociais a favor de si próprio e da administração, com comentários favoráveis por encomenda em algo que muitos “comentaristas” não sabiam direito do que se tratava, é emblemático. Ele revela à falta de estratégia do governo de Kleber Edson Wan Dall e Luiz Carlos Spenlger Filho, este do PP, e do prefeito de fato, o secretário de Saúde, Carlos Roberto Pereira, presidente licenciado do MDB de Gaspar, para o resultado que prometeram na campanha aos munícipes: eficiência, mudanças e inovação.
Primeiro não tinha de fato um plano de governo. Segundo, perdeu-se na centralização da Reforma Administrativa que transformou a secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa no centro de tudo, enquanto a Saúde Pública ficava cada vez mais doente ao rejeitar a técnica que se nomeou. Terceiro, e para complicar, Kleber perdeu a frágil e malfeita maioria na Câmara; ficou refém dos oposicionistas.
Quarto. Em dois anos de governo, Kleber não produziu ainda uma marca de resultado para ele e para a cidade. Ao contrário pipocam dúvidas e algumas, fruto da falta de transparência essencial ao administrador público. Negou-se a ser um governo técnico. Estabeleceu-se no empregocídio instrumentalizando os cargos comissionados e os de confiança com uma legião de supostos cabos eleitorais – ou de agradecimento à sua eleição – mas que nas deste outubro se mostrou ineficaz. E para complicar, como mostra a ordem que deu e a Ação que responde, pouco adiantou o chicote.
E por que esses cabos foram ineficazes para o prefeito Kleber, o vice Luiz Carlos, o Pereira, o PT, o PSD, o PSDB – estes três partidos, no exemplo, fora do governo Kleber? Porque se praticou a velha política e que estava sendo derrotada nas urnas. Os governantes de Gaspar, jovens na idade, velhos nas práticas política, cheios de interesses, foram incapazes de se unirem em projetos comuns, não perceberam que o mundo dos eleitores já é, em tese, outro.
E em quinto lugar: como acontece com a Saúde, Educação, Assistência Social, Obras, Samae onde se preferiu curiosos ao invés dos técnicos, para se estabelecer nos jogos políticos, religiosos, pessoais, familiares, amizade, na área Comunicação do governo nada foi diferente.
Ela é uma fábrica de press release e mau conteúdo e uso das redes sociais onde tudo é personalizado e nada é institucionalizado em nome de produtos e resultados de um projeto prometido. Até a boa ideia – e já escrevi sobre isso - do “Avança Gaspar” está banalizado, exatamente por temer que pouco dele será possível iniciar, ou sequer completar no atual governo, que se começar, está atrasado.
Esse áudio assustador que se questiona na Justiça, é a prova de como a imagem do governo está desconectada do ambiente de exigências de mudanças dos pagadores de pesados impostos sobre os governantes e gestores públicos; de como estão deixando exposto Kleber. Parece até, que querem enterrá-lo. Mas, se esta é a intenção, o buraco será o mesmo para todos que estão no governo. Se não refundar o governo e não reconstruir, logo, a imagem de Kleber, tudo estará perdido e para todos. Mas, este é tema para outra coluna. Acorda, Gaspar!0
Transparência é tudo. É assim que se enfrenta a oposição politiqueira ou se respeita a oposição responsável.
Contudo, em Gaspar em primeiro lugar o Executivo tem um desrespeito incomum com o Legislativo, que na verdade, é em tese, a voz e o fiscal dos cidadãos e cidadãs pagadores de pesados impostos.
Os requerimentos dos vereadores – principalmente os de oposição - agora para serem respondidos pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, têm que antes passar pela decisão da Justiça pela ameaça ou à força dos tais Mandado de Segurança.Incrível!
Toda sessão da Câmara é a mesma queixa e ladainha. Deprimente! O que a prefeitura de Gaspar está escondendo dos gasparenses? Ou é apenas birra com um Poder, legítimo e que deve ser respeitado, onde ela perdeu a maioria exatamente por incapacidade de fazer política e se estabelecer no diálogo sobre as divergências?
Mistério em Gaspar. Ninguém consegue responder, apesar das obras estarem aos olhos vistos e aparentemente avançar sobre o Ribeirão Gasparinho, na Avenida das Comunidades. Inconformado o vereador Cícero Giovani Amaro, PSD, quer informações e documentos sobre a terraplanagem, drenagem pluvial, enrocamento e de recuperação de área degradada das autorizações municipais n°080/2018 e PRAD 014/2018.
Ele quer saber quem é o responsável pela contratação; qual a finalidade dela; quem é o proprietário do terreno; se há aprovação municipal para construção de Obra Civil no local, qual.
Cícero quer saber da prefeitura se a autorização ambiental da referida obra observou a determinação do Código Ambiental Brasileiro quanto ao afastamento mínimo de 30 metros da calha de ribeirões e córregos de água para realização de obra civil.
Mais: se o município de Gaspar, através da Superintendência de Meio Ambiente, tem realmente competência para emitir a referida Licença Ambiental; e quem é o servidor público municipal responsável pela fiscalização dessas obras. Hum!
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