Só a continuada falta de planejamento da prefeitura de Gaspar deixa a ferida das obras de drenagens expostas na Frei Solano - Jornal Cruzeiro do Vale

Só a continuada falta de planejamento da prefeitura de Gaspar deixa a ferida das obras de drenagens expostas na Frei Solano

29/04/2019

Vereador poderá pedir uma perícia técnica de engenharia independente para confrontar o que a prefeitura diz ter feito nas obras da Rua Frei Solano e encerrar o debate político

Ao mesmo tempo em prefeitura tenta culpar vereadores, a imprensa – a que não está sob pagamento de verbas oficiais, naturalmente - e até, vejam só, moradores do Gasparinho que cobram transparência na execução das obras de drenagem da Rua Frei Solano, no Gasparinho, pelo Samae e a secretaria de Obras e Serviços Urbanos, a prefeitura não consegue asfaltar aquela via pública e deixa-la livre para os moradores e comerciantes.

E este atraso que expõe uma ferida operacional da prefeitura e inferniza os moradores e causa prejuízos elevados aos comerciantes da rua, tem a ver com os questionamentos dos vereadores da oposição, como falsamente tentam induzir os técnicos, engenheiros da prefeitura e os vereadores que servem a Kleber Edson Wan Dall, MDB, nos discursos, debates e entrevistas que fazem sobre o assunto.

É o mesmo jogo dissimulado que o governo fez para o início e o atraso das obras. Em palanque, discursos e entrevista se afirmava que os vereadores da oposição ao atual governo é quem tinham a culpa de tal atraso, pois discutiam, queriam mais informações e não aprovavam o Projeto de Lei que passou a obrigação de se fazer a drenagem em Gaspar da secretaria de Obras para o Samae.

Kleber teve dois anos para fazer resolver este assunto e só tomou a decisão às vésperas do período de enxurradas para assim forçar a aprovação do assunto na Câmara, onde, no ano passo, não tinha maioria assegurada. Fez um jogo arriscado. Como se prova agora, nem projeto seus engenheiros conseguiram fazer da obra. Até a licitação, quanto mais se mexe nela, mais se prova que possui problemas graves.

“ESTOU PERGUNTANDO, NÃO DIFAMANDO. E A PREFEITURA ESCONDENDO AS RESPOSTAS”

“Agora se fazem de vítimas e o engenheiro Ricardo [Duarte] diz que estou lhe difamando”, rebateu com ironia e fortemente na sessão de terça-feira, o vereador petista Dionísio Luiz Bertoldi, que é da região do Gasparinho e está atrás deas respostas, mas que não as consegue da prefeitura, da secretaria e do Samae. O engenheiro foi a uma reunião-comício montada pela prefeitura no auditório da prefeitura na segunda-feira.

Nela, com a ausência dos vereadores da oposição que primeiro querem as respostas pedidas nos seus requerimentos e até aqui sonegadas pela prefeitura, o engenheiro Ricardo Duarte tentou explicar o que desde o dia cinco de fevereiro não conseguiu responder oficialmente nos requerimentos pedidos pelo vereador Dionísio, e que parte das respostas só chegou incompleta há duas semanas por, à força, por mandado judicial.

“Uma coisa não tem nada a ver com a outra”, enfatizou Bertoldi. “Eu pergunto e a prefeitura responde. Ou os vereadores não podem mais fazer isso?”, questionou Bertoldi ao acusar o engenheiro de mentir e jogar a população contra os vereadores, “como fez a prefeitura até agora”, enfatizou. “Os moradores e comerciantes estão comendo pó por causa de outro erro da prefeitura, e não porque estamos questionando as dúvidas técnicas das obras”.

A manchete da bagunça que se tornou a Rua Frei Solano e que retrata o atual governo, está relacionada unicamente à tardia licitação para o asfaltamento dela. As dúvidas de engenharia já foram enterradas com barro que cobriu a obra, e é nisto que aposta Kleber para se esquecer o assunto. Ou são erros na burocracia gerenciada pela secretaria da Fazenda e da Gestão Administrativa, que ainda vai render. Das obras físicas, restam fotos e vídeos que provam os erros operacionais, ou se esperar a próxima enxurrada forte no verão que vem para se certificar da eficácia da obra.

FALTA DE PLANEJAMENTO

A licitação do asfalto, vejam só, está sendo realizada somente agora, quando a drenagem – mesmo malfeita e com dúvidas – já está pronta. Isto é falha clara de planejamento, uma marca do atual governo, que se diz eficiente.

Aliás, está obra nasceu torta. A própria secretaria de Planejamento Territorial a repassou para a Obras e Serviços Urbanos, que a compartilhou com o Samae, depois que a Câmara deu o sinal verde para isso. Nos bastidores da secretaria de Planejamento, os engenheiros de lá falam que não quiseram assumir as falhas que se apontam hoje. Ou seja, havia previsão de problemas que o governo Kleber resolveu peitar.

Quando foi se fazer a drenagem, o prefeito, os seus técnicos e os vereadores da base sabiam que era preciso recolocar a pavimentação da rua. Então, uma obra estava ligada a outra: tirar os paralelepípedos, buracos, assentamento da tubulação, fechamento dos buracos, compactação da vala e o asfaltamento. Simples assim, mas que o planejamento e a engenharia da prefeitura e do Samae não entenderam dessa forma, e preferiram complicar.

As duas deviam ter licitações em paralelo. Uma foi aos trancos e barrancos. A outra, ficou para trás. E agora, quem está pagando com sacrifícios são os moradores e com prejuízos, dezenas de comerciantes da rua, aos quais a prefeitura escalou outros para tentá-los acalmar.

A falta de planejamento da prefeitura de Gaspar é uma marca de governo que “avança” só na propaganda oficial como é a tal “eficiência” que saiu do cardápio de marketing político para analfabetos, ignorantes e desinformados. Nesta e muitas outras obras.

UMA PERÍCIA ESPECIALIZADA PARA ESCLARECER AS DÚVIDAS E FINALIZAR O DEBATE

Bertoldi também rebateu a argumentação do líder do governo na Câmara, Francisco Solano Anhaia, MDB, de que o vereador, leigo em obras, está combatendo um engenheiro que conhece do assunto e que para isso deveria contratar uma perícia, mas de forma particular, com o dinheiro do vereador, para esclarecer os fatos.

Bertoldi está exatamente atrás dessa perícia e quer que a Câmara a contrate. E parece ser esse o temor da prefeitura, que quer ver o vereador gastando do bolso dele para puni-lo ou para inviabilizar a busca de tal arbitragem técnica. Primeiro é um direito do vereador pedir uma perícia técnico em tudo que viu e se diz. Segundo, ela precisa de aprovação da Câmara. E tendo aprovação da Câmara, é a Câmara que a banca. Terceiro, exatamente por ser técnica e isenta, com efeitos públicos, essa perícia teria que ser contratada oficialmente pela Câmara. Uma perícia particular pode até ajudar na denúncia, mas corre um sério risco de não servir para um processo oficial. E é isso, que está prensado o vereador líder do governo, segundo os técnicos da própria Câmara.

O petista Bertoldi foi contundente sobre o direito dele como vereador de questionar o que julga estar errado: “basta esclarecer, responder os requerimentos. E quem está escondendo as respostas é o governo. E se está escondendo é porque tem coisa para esconder. E a Rua está esburacada não porque eu pedi informações, mas porque a prefeitura não fez a licitação para asfaltar a rua no tempo certo. E agora joga a culpa nos outros. Eu não vou aceitar”. Acorda, Gaspar!

Depois da reação extrema no movimento para isolar politicamente a ex-presidente e vereadora, os tucano de Gaspar acabam de lhe oferecer uma vaga consolo na executiva e no diretório que sonegaram na eleição

Da esquerda para a direita: Jorge, Claudionor e Franciele

A história já é conhecida dos leitores e leitoras da coluna. E para quem quiser revive-la é só ir à coluna do dia primeiro de abril: “Outra vez o MDB de Gaspar fez do PSDB seu puxadinho para manobra-lo e enfraquece-lo e ameaça a reeleição da vereadora Franciele”.

Lá contei como o PSDB de Gaspar sob o comando da vereadora Franciele Daiane Back e do vice-presidente Claudionor Cruz e Sousa, foram à forra, manobraram e apearam pelo voto da presidência do diretório, ex-vereadora e ex-candidata tucana a prefeito, Andreia Symone Zimmermann Nagel, que não concorreu à reeleição.

Mais do que isso, isolaram-na completamente sem dar cargo nenhum tanto no diretório como na Executiva. Foi barba, cabelo e bigode. Houve comemoração. Andreia era a resistência para que o partido não desse apoio ao MDB de Kleber Edson Wan Dall e Carlos Roberto Pereira, o prefeito de fato e atual presidente do MDB de Gaspar. Franciele, à revelia do partido está com Kleber, antes mesmo da posse do prefeito.

Andreia sabia do movimento e pouco fez para resistir, até porque foi informada que o presidente seria o seu vice, Claudionor. E aceitava isso como normal. Surpreendente, das sombras o eleito foi Jorge Luiz Prucino Pereira, diretor geral de gestão de convênios do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e que até então não tinha participação ativa no PSDB.

Jorge é ligado às igrejas pentecostais, é genro do sindicalista Sérgio Luiz Batista de Almeida, e que recentemente deixou o PSDB e foi formar a comissão provisória do PSL gasparense. Sérgio no passado, quando o PSDB era o puxadinho do MDB, foi vice da candidata a prefeito derrotada, Ivete Mafra Hammes, MDB.

O GATO SUBIU NO TELHADO

Esta eleição no diretório do PSDB de Gaspar, pela disputa de poder, foi eivada de dúvidas: o registro da chapa não foi feito no tempo regimental, o quórum da votação foi aquém do que determina os estatutos e os eleitores, não foram devidamente identificados como legalmente aptos para tal.

Como, as duas manobras – a eleição de um elo com o poder de plantão na prefeitura e as irregularidades no pleito - se tornaram públicas, e a notícia chegou aos caciques do PSDB de Blumenau e Florianópolis, houve água no chope das comemorações dos vencedores. Então eles resolveram dar um passo atrás.

Jorge decidiu “consertar” o que está torto e estava sob dúvidas. Resolveu procurar os derrotados, principalmente os históricos do partido, para validar a sua eleição. E a chapa vencedora foi enxertada com os “esquecidos”, inclusive com o nome de Andreia, que originalmente não constava dela. E na Executiva, ela se tornou delegada estadual ao lado de Amadeu Mitterstein, um histórico, que disse ter se surpreendido com as manobras feitas por Franciele, Claudionor e Jorge.

Ou seja, depois urdir o expurgo da então presidente do PSDB de Gaspar da Executiva e até da nova nominata do Diretório; depois de ter causado um mal estar interno, o novo presidente do partido a incluiu nas atas oficiais, sem o conhecimento prévio de Andreia. Na tentativa de colocar panos quentes, o atual presidente, tenta provar por viva-voz e exibindo escritos contraditórios nos aplicativos de mensagens, que não houve essa omissão e que tudo foi fruto de mal-entendidos. Andreia rebate. Pensa que Jorge, diante da repercussão partidária regional, tenta apenas consertar um erro em que é parte dele ou foi induzido a executá-lo.

Resumindo: os tucanos estão trocando bicadas e penas. Andreia acredita que a manobra é maior do que simplesmente tirá-la da presidência e da influência do partido em Gaspar, mas isolá-la no partido para que não venha ser candidata a vereadora, ou impedi-la de sair do PSDB para eventualmente disputar a vaga por um outro.

Franciele coloca as penas no mesmo ninho da esquerda do atraso e fica exposta nas redes sociais

Uma simples moção de “repúdio” aprovada na terça-feira, publicada no jornal e que ganhou destaque no portal Cruzeiro do Vale – o mais antigo, acessado e atualizado de Gaspar e Ilhota - e foi parar nas redes sociais, onde nesse território livre, trouxe uma repercussão acima do normal, todavia, sinalizadora.

Nela, os internautas cobraram a participação da mais jovem vereadora de Gaspar, Franciele Daiane Back, PSDB, nesse tipo de “repúdio” ao lado do PT e do PDT, representantes da esquerda do atraso, defensores de governos como Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff. Para se medir o ponto fora da curva da tucana, nem o MDB de Gaspar, com quem está aliada, se meteu nesta dividida. E olha que o MDB no plano nacional, por conveniência e “negócios”, já foi aliado do PT.

A moção era contra o decreto 9759/2019 do presidente Jair Messias Bolsonaro, PSL. Pelo decreto, foram extintos os tais conselhos, quase todos criados na era petista para o emprego de companheiros, mas principalmente para a arregimentação e instrumentalização ideológica da esquerda do atraso no governo e na sociedade, sob a falsa bandeira da defesa das minorias, da participação e mobilização popular. Tudo para difundir e sustentar as teses progressistas.

Imediatamente após a circulação da notícia a indignação se estabeleceu nas redes sociais. Os questionamentos mostraram que a população está cansada de pagar tantos impostos por penduricalhos que empregam políticos desempregados e seus cabos eleitorais, por amarras quase vitalícias do empreguismo e pela instrumentalização ideológica de poder.

Para contextualizar. O que sustentou a moção de repúdio aprovada por todos os vereadores, mas de autoria de Franciele, Roberto Procópio de Souza, PDT, Dionísio Luiz Bertoldi, Mariluci Deschamps Rosa e Rui Carlos Deschamps, todos do PT, estes sim, obrigados a este tipo de reação?

ORGANISMOS FUNDAMENTAIS PARA A SOCIEDADE OU INSTRUMENTALIZAÇÃO IDEOLÓGICA?

Que o tal decreto de Bolsonaro estava se extinguindo “organismos fundamentais para a sociedade brasileira como o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade), o Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de LGBT (CNCD/LGBT), o Conselho Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil (Conaeti), o dos Direitos do Idoso (CNDI), o de Transparência Pública e Combate à Corrupção (CTPCC), o Conselho Nacional de Segurança Pública (Conasp), o de Relações do Trabalho, o de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO), a Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), a da Biodiversidade (Conabio), o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI)”.

Entenderam? Para os vereadores gasparenses, a “medida é um desrespeito ao modelo constitucional de formulação e implementação de políticas públicas, que demanda participação e fiscalização popular. De acordo com o decreto, além de conselhos, serão encerrados comitês, comissões, grupos, juntas, equipes, mesas, fóruns, salas e qualquer outra denominação dada a colegiados que não tenham sido criados por lei”.

O que professoralmente ensinaram os vereadores de Gaspar na “moção de repúdio” que aprovaram, segundo o próprio texto justificativo? “Entendemos que os conselhos e órgãos são importantes canais de participação social em políticas públicas e que a medida não apresenta justificativa, apresentando-se de forma superficial e ideológica, sem apresentar dados, números, muito menos critérios para uma efetiva avaliação do funcionamento dos conselhos. É função destes órgãos integrar a sociedade civil nas discussões do governo promovendo a participação e fiscalização popular”.

O GOVERNO MUDOU PARA NADA MUDAR?

Primeiro o governo é outro. Segundo, a proposta dele era a de mudar esse tipo de participação popular E ele está mudando. Se isso vai dar certo ou errado, é algo que precisa antes ser feito para depois ser avaliado. Nem mais, nem menos. Terceiro: é muita pretensão dos que perderam o poder, querer perpetuar as políticas de governo ou da ideologia que sustentou a governabilidade passada. Estranho mesmo, é Franciele, uma jornalista formada, onde a maioria das escolas que se fecham por falta de interessados num mercado que se diminui e porque se tornaram madrassas da esquerda do atraso, estar na defesa de um modelo rejeitado nas urnas e que quando candidata, também dizia ser contra. Dizia, porque nas atitudes e discursos, a incoerência abunda e já registrei isso aqui várias vezes. Seus eleitores, também sinalizaram isso nos comentários.

Na maioria deles, os internautas pediram para primeiro os vereadores se concentrarem nos problemas de Gaspar e que são muitos. “Sério isso? Não cuidam nem do próprio trabalho e querem dar pitaco no governo federal. Alguém avisa que tem muito o que fazer pelo município, saúde, educação, segurança pública, infraestrura e muito mais”. Um outro comentário bem local e prático: “repudiem os bairros que estão sem ponto de ônibus e as crianças estão ficando na chuva, vide Bunge, Pocinho...”

Franciele ficou refém do PT de Gaspar, porque ela tem uma bandeira de luta comum local com Mariluci Deschamps Rosa, que é o Conselho da Mulher, e trabalha pela prevenção da violência contra a mulher, tanto que no dia 16 de maio, ambas farão uma audiência pública e que vai tratar da formação da Rede de Atendimento à Mulher. Ter uma causa e entrar numa roubada ideológica, como esta da moção em que coloca o aparelhamento ideológico no mesmo saco, são coisas diferentes. Franciele não percebeu, mas seus eleitores, atentos, sim.

TRAPICHE

Quem quiser compreender como funciona um partido político e a forma mafiosa dos políticos num partido latino-americano, deveriam assistir “O Candidato. A história de um assassinato”, na Netflix.

A série é didática e de fácil compreensão. Ela mostra o drama de Luiz Donaldo Solosio. Ele quis interromper o grande esquema do PRI que lhe fez candidato a presidente do México. Mal sabia que era prisioneiro de um mecanismo de poder e corrupção dos que sobreviviam à sombra do poder e do partido por décadas.

Nada disso difere por aqui em Gaspar, Ilhota ou Santa Catarina, onde o “mecanismo” que envolvem os poderosos faz, manipula e usa candidatos para seus interesses e resultados de poder e fortuna.

Picuinhas. Essa dá a real dimensão da falta de respeito da prefeitura com os vereadores que não são do seu bloco. Sílvio PSC, médico, evangélico, morador do Bela Vista, cria e que já foi da base de Kleber Edson Wan Dall, MDB, pediu números sobre as obras de asfaltamento da Rua Anfilóquio Nunes Pires.

No requerimento, Silvio tratou a via pública municipal, como Rodovia Jorge Lacerda, que era essa denominação antes da sua municipalização. Antes da resposta, o próprio líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB, desdenhou o questionamento de Cleffi, exemplificando que ele nem pedir informações direito ao governo municipal fazia.

Sabe qual a resposta do governo? Que não estava fazendo nenhum asfaltamento da Rodovia Jorge Lacerda, e que isso era de competência do governo do estado, a quem o vereador deveria dirigir os seus questionamentos. Ou seja, guerra é guerra para não se esclarecer nada que é feito com dinheiro público.

Faltou competência. Ao rebater o governo de Kleber de que se gastou outros R$2,5 milhões para reparar a ponte do Vale, o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, que é irmão do ex-secretário de Obras do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, Lovídio Carlos Bertoldi, todos do PT, foi duro ao líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB.

“Dinheiro de Brasília tinha para a obra, tanto que o governo Kleber devolveu a verba que estava aqui para a ponte. Então faltou competência do governo para dialogar e negociar com Brasília e não gastar o dinheiro dos gasparenses”.

Não aprendeu. Para o funcionário público [Samae] e vereador Cicero Giovane Amaro, PSD, o líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB, deve pedir para sair da função, ao invés de se sentir ofendido com os questionamentos dos vereadores. “Não aprendeu nada com o Francisco Hostins Júnior que percorria os gabinetes para dialogar e tentar acordos”.

Eu tenho sido um crítico da forma amadora e desrespeitosa – com a notícia - como atua a superintendência de Comunicação da prefeitura de Gaspar. Um desperdício de dinheiro público. Veja este exemplo abaixo: no site, o press release diz que a prefeitura assinou a resolução XX/2019. Se a fonte oficial é assim...

 

Comentários

Miguel José Teixeira
02/05/2019 14:00
Senhores,

Parafraseando o Geraldo Vandré, "prá não dizer que não falei da entrevista do presidiário lula"

Presidiários, quando muito, devem se dirigir aos carcereiros e não à imprensa e consequentemente ao contribuinte.

Mais, o reeducando lula deve, primeiramente, recuperar seu direito de Cidadão e aí sim, poderá dirigir-se à sociedade.

No mais, foi uma bananada típica de republiquetas de bananas!!!
Herculano
02/05/2019 12:22
VIROU LITIGIOSO O DIVóRCIO ENTRE O PSB NACIONAL E DE SC, por Upiara Boschi, no jornal Diário Catarinense, da NSC Florianópolis SC

O litígio entre o grupo que ainda comanda o PSB estadual e a cúpula nacional da sigla socialista agora é oficial e judicializado. Na manhã desta terça-feira (30), dirigentes e lideranças catarinenses foram surpreendidos com a notícia de que o partido havia ingressado com duas petições no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) requisitando os mandatos dos deputados estaduais Bruno Souza e Nazareno Martins por desfiliação da legenda sem justa causa.

O imbróglio tem origem no desconforto no grupo liderado pelo ex-deputado federal Paulo Bornhausen aqui no Estado com a volta do PSB às origens de esquerda - antes do movimento ao centro ensaiado por Eduardo Campos, morto em 2014, um ano depois de filiar os catarinenses. Em 11 de abril, Bornhausen anunciou a saída da sigla e uma espécie de acordo em que o PSB estadual teria o diretório dissolvido pelo presidente local Ronaldo Freire para que interventores nacionais pudessem assumir o partido - os mandatos seriam discutidos pontualmente.

O divórcio amigável ficou apenas nas intenções. Os donos de mandato mostraram receio de seguir Bornhausen, suplentes abriram o olho para a possibilidade de assumir vagas, ex-candidatos e lideranças periféricas viram a chance de tomar os rumos da sigla. Diante do impasse, a citada autodissolução não havia sido realizada até a noite desta terça-feira.

Nesse meio tempo, a direção nacional soube que Bruno Souza e Nazareno Martins estariam desfiliados no sistema da Justiça Eleitoral com data retroativa a fevereiro. Acertado com os suplentes Claiton Salvaro e Patrício Destro, ambos ex-deputados, foram ao TRE-SC pedir o mandato. Ainda na terça-feira, o PSB-SC correu para avisar que a desfiliação de Martins teria sido um erro burocrático e que não teria validade.

O caso de Bruno Souza é mais complexo. Defensor ardoroso das teses liberais, ele sempre enfrentou a contradição da filiação a um partido com a alcunha socialista. Ainda em fevereiro, menos de um mês de mandato na Alesc, pediu a Freire a desfiliação. Segundo o presidente estadual, o ato só teria sido oficializado após a juventude nacional do PSB ter pedido a expulsão do deputado após a brincadeira de primeiro de abril em que simulou apresentar projeto dando à data o título de "dia em que o socialismo deu certo". O divórcio do PSB deve seguir no litigioso e com vários capítulos pela frente. O destino do mandato de Bruno será uma das principais tramas.
Herculano
02/05/2019 12:02
INCRÍVEL

O deputado estadual Ivan Naatz, PV, de Blumenau, já está na lista dos mais faltosos na Alesc: oito vezes no trimestre

Ao ser questionado, diz que é devido à representação para o qual é designado para representar a Assembleia. E citou como exemplo a Festa do Maracujá, em Araquari.

Primeiro, a representação não é imposta pela mesa diretora da Alesc e pode ser recusado pelo deputado. Segundo, na maioria das vezes, esta representação é pedida pelos parlamentares e há até fila, principalmente quando o acontecimento se dá no reduto do deputado (status, citação, discurso, ampliação de contatos políticos etc).Terceiro: Araquari não é a base do deputado, mas Blumenau e os municípios periféricos, incluindo a Gaspar
Herculano
02/05/2019 11:54
LULA LÁ, FALANDO COMO PRISIONEIRO, por Roberto Macedo, economista, no jornal O Estado de S. Paulo

Faltou autocrítica, foi presunçoso e a entrevista nada acrescenta

A entrevista do ex-presidente Lula, na prisão onde se encontra, atrai interesse porque ele permanece como uma importante figura política do País, capaz de influenciar eleições, o comportamento do PT e as multidões que ainda o têm como ídolo. Esperava que na prisão refletisse também sobre os seus erros, mas depois de ler a entrevista, conforme publicada pela Folha de S.Paulo, a sensação que ficou foi a de que ele não mudou nada.

Lula insiste na sua inocência no processo que o levou à cadeia, relacionado a um apartamento no Guarujá, e noutro em que já foi condenado em primeira instância, relativo a um sítio em Atibaia, ambos no Estado de são Paulo. Lula diz que não lhe pertencem esses imóveis, que receberam melhorias custeadas por empreiteiros a serviço do governo.

Sobre o sítio: "... se eu cometi o erro de ir num sítio em que alguém pediu e a Odebrecht reformou, vamos discutir a questão ética". E noutro trecho: "Eu desafio os empresários a dizerem quem é que me deu cinco centavos". Não sou advogado, mas entendo que a questão de benefícios indevidos independe da propriedade do local a que se destinaram, e também de um pedido. O artigo 317 do Código Penal, que se aplica a funções públicas, tipifica o crime de "solicitar ou (grifo meu) receber, para si ou para outrem (idem), direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem". Acho que as melhorias tinham Lula como objetivo.

Ele foi condenado pelo juiz Sergio Moro e a pena de 9 anos e 6 meses de prisão foi ampliada pelo TRF-4 para 12 anos e 1 mês. Mais recentemente, no STJ, caiu para 8 anos e 10 meses, bem próxima da condenação inicial, que, assim, se sustentou. Não dá para acreditar que os juízes dessas três instâncias tenham integrado um complô para condenar Lula sem provas, como alegam ele e muitos que o apoiam.

Aceitar a condenação e pedir perdão exigiria grande dose de autocrítica, mas ele não demonstra interesse em fazê-la nem nesse nem noutros assuntos. Perguntado quanto a isso, saiu-se pela tangente. E quando foi afirmativo causou espanto, em lugar de convencer. Disse ele: "Quando falam em autocrítica, (...) tive um erro grave. Eu poderia ter feito a regulamentação dos meios de comunicação". Como de hábito, em trechos da entrevista criticou a imprensa, apontando nela um viés contra ele. Imagine-se que regulamentação viria. E sobre a corrupção: "Combater a corrupção é uma marca do PT"(!).

Interessei-me também pela forma como abordou questões econômicas. Orgulha-se do que fez no governo, mas não é preciso ser filósofo para saber que um governante é ele e as circunstâncias. Elas lhe foram muito favoráveis, em particular no seu primeiro mandato. Destaque-se o impulso que veio das exportações, em particular as destinadas à China, que trouxeram grande avanço ao agronegócio e à mineração no Brasil, e tiveram um grande papel no acúmulo de reservas de moeda estrangeira pelo País, afastando crises cambiais que tantos danos nos trouxeram no passado. Nossa vizinha Argentina está de novo afundando numa dessas crises. Só faltava uma crise cambial para complicar ainda mais o péssimo estado da economia brasileira.

Aliás, deveríamos homenagear o Partido Comunista Chinês, até com um monumento em Brasília, pois foi o partido político que mais fez pelo Brasil neste século, numa avaliação que alcança todos os nossos.

Lula não aproveitou o seu período de bonança econômica e fiscal para também dar força ao investimento público. Sempre falou mais do consumo que do investimento, e não me lembro de tê-lo ouvido falar de poupança. É esta, se bem investida, a base da prosperidade pessoal, familiar, empresarial e nacional.

Na entrevista só encontrei uma referência a Dilma Rousseff, escolhida por Lula como sua sucessora: "Acontece que o impeachment da Dilma, o golpe, não fecharia com o Lula em liberdade". É muita pretensão afirmar isso. Dilma foi sua criatura maior, mas do lado negativo. Estimo que o prejuízo que causou ao Brasil, medido pelas perdas do PIB relativamente ao produto potencial brasileiro, já esteja totalizando algo perto de R$ 1 trilhão.

Na reforma previdenciária, Lula fica apenas num discurso simplista, no seu estilo de comício: "Um país que não gera emprego, não gera salário, não gera consumo, não gera renda, quer pegar do aposentado e do velhinho R$ 1 trilhão?". De fato, o País está frágil no emprego, mas continua gerando salários, consumo e renda, ainda que em baixa velocidade. Velhinho? Muita gente se aposenta na faixa dos 50 anos. Quanto aos aposentados, ele deveria distinguir os atuais dos futuros. E apontar proposta de solução realmente eficaz para o imenso déficit previdenciário. Este é uma das razões dos problemas que aponta ao usar mal o verbo gerar, pois de fato gera enorme desconfiança quanto ao futuro da dívida pública. E prejudica as decisões de investir e consumir de empresários e consumidores.

Há algo, entretanto, em que estamos de acordo: "O que não pode é esse país estar governado por esse bando de maluco". De fato, no atual governo há quem se comporte como maluco. E mesmo os demais são prejudicados por uma estranha mistura de olavistas, bolsonaristas, filhotes do papai, parlamentares inexperientes, falastrões, etc.

Mesmo se Lula ou outros petistas imaginam reassumir a Presidência da República, é preciso lembrar que hoje as circunstâncias são diferentes, tanto externa como internamente, e são muito piores do que as que Lula enfrentou ao chegar ao Poder. Ele & Cia. fariam melhor se voltassem a cabeça para repensar o Brasil e propor um programa de governo capaz de retirá-lo do buraco em que eles próprios o colocaram. Quanto a isso, a entrevista nada acrescenta, pois fica somente no velho discurso lulopetista.
Herculano
02/05/2019 08:46
RADICALISMO TENDE A AFASTAR O CONGRESSO DO PRESIDENTE, editorial do jornal Valor Econômico

O presidente Jair Bolsonaro e os ministros mais alinhados ideologicamente a ele aceleraram seu programa de ação, contra políticas que, durante um bom tempo, receberam o aval do Congresso e da Justiça. Bolsonaro se elegeu com uma plataforma conservadora, sem, explicitá-la, com exceção de alguns planos para a área econômica. Sua eleição, porém, não lhe dá carta branca para fazer o que quiser. O aparato legal e o Legislativo tendem a constrangê-lo e daí surgirão confrontos normais em uma democracia, cujos resultados podem lhe ser bastante desfavoráveis. A ofensiva contra o ambiente, desarmamento e a educação, entre outros, põe em risco suas principais metas na economia, a começar da reforma da previdência, embora o presidente e seus acólitos acreditem que não.

Bolsonaro age como se tivesse apoio maciço no Congresso, quando a verdade é o contrário: nem seu partido sustenta integralmente suas propostas. A rejeição ao jogo parlamentar impede a formação de uma base governista firme, o que deveria torná-lo mais prudente, mas não é o que está acontecendo. O presidente, na companhia de seus filhos, tornou-se foco de instabilidade no próprio governo - não se sabe se e quando isso será revertido. As pesquisas indicam que os eleitores que lhe deram o benefício da dúvida e/ou o sufragaram para se livrar de mais uma administração petista o estão abandonando. Bolsonaro parece confundir a admiração da franja radical de seguidores nas redes sociais com a sociedade em geral. Seu estilo agressivo agrada só a seus fãs, entre os quais muitos não defendem a democracia.

Após levar a Petrobras a perder R$ 32 bilhões de seu valor, o presidente voltou suas atenções para o Banco do Brasil. Primeiro, fez o que não podia, ao pedir o cancelamento de propaganda do banco que ressaltava a diversidade e a demissão do diretor de marketing. O novo secretário da Secom, Fabio Wajngarten, que conta com a simpatia de filhos do presidente, moveu seus peões para que toda a publicidade oficial, daí para frente, incluindo a das estatais, passasse pelo crivo da Presidência. Foi lembrado pelo ministro da Secretaria de Governo, Santos Cruz, de que isso fere a lei. O Ministério Público em seguida pediu ao TCU que avaliasse a atitude de Bolsonaro. O lembrete de Santos Cruz de que existem leis a serem cumpridas bastou para que emergisse "nova guerra" entre os protegidos de Carlos Bolsonaro e os militares.

Para agradecer os produtores rurais, na abertura do Agrishow, Bolsonaro pediu ao presidente do BB que baixe os juros para a agricultura, o que fez as ações do banco caírem por algum tempo. Fez mais, listando uma série de ações para enquadrar os órgãos ambientais a seus desejos e defendeu o "excludente de ilicitude" no caso de reação armada dos fazendeiros na defesa de suas propriedades. Para ele, a violência rural virou atributo exclusivo do MST, mas ela é provocada principalmente por grileiros de terras, madeireiras ilegais, expropriações à bala, trabalho escravo, que inexistem no mundo bicolor do presidente.

Seu filho, o senador Flavio, propôs projeto de lei que elimina a necessidade de reserva legal. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, faz uma devassa na ICMBio e no Ibama, enquanto Bolsonaro ralha contra fiscais desse órgão que inutilizaram instrumentos usados para o desmatamento ilegal. O Ministério da Agricultura, mais discreto, quer eliminar a lista de peixes ameaçados de extinção, supostamente em defesa dos pescadores.

Entre a inação de Vélez Rodríguez e o ativismo de seu substituto, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, não se andou um passo à frente na resolução dos grandes e graves problemas educacionais do país. O ministro estreou com o comportamento de um bedel de escola para adolescentes travessos. Corta verbas para universidades federais que protagonizarem "balbúrdias". Weintraub e Bolsonaro concordam que o estudo de ciências humanas não merece dinheiro público ou, como disse o ministro, confirmando uma temerária estreiteza de horizontes, quem quiser estudar filosofia "que o faça com o próprio dinheiro".

Essa agenda radical prejudica o trabalho importante que a área econômica do governo tenta fazer e tende a ampliar reações contrárias no Congresso. Perdendo apoio popular, Bolsonaro verá o Congresso virar rapidamente as costas a ele e seus projetos. O radicalismo do presidente não lhe fará bem, muito menos ao país.
Herculano
02/05/2019 08:27
PT NÃO QUER ABRIR A CAIXA-PRETA DOS PARTIDOS, editorial de O Globo

É imperativa a fiscalização do uso dos recursos públicos que sustentam as legendas

O Partido dos Trabalhadores tenta impedir regras mais rígidas de fiscalização das contas dos partidos políticos.

No fim de março, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado aprovou, em caráter terminativo, um projeto (PLS 429/2017) que obriga os partidos a cumprirem normas de transparência com objetivo de reduzir o espaço para crimes de corrupção.

O texto prevê que, obrigatoriamente, devem ser adotados mecanismos "de integridade, controle, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades", além de "códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes, inclusive estendidas a terceiros", para prevenir desvios e fraudes. Dirigentes seriam responsáveis pela governança do caixa partidário, quase integralmente abastecido por recursos públicos. As punições foram reforçadas.

A cúpula do PT, porém, não gostou e resolveu se insurgir. Manobrou com alguns outros partidos e conseguiu reiniciar a tramitação do projeto na comissão do Senado, onde já havia sido aprovado por unanimidade. Impediu sua remessa à Câmara e apresentou substitutivo, desidratando o texto original. Tenta suprimir até punição em casos de desvio de dinheiro público repassado aos partidos.

As mudanças na matriz de financiamento partidário levaram a um aumento exponencial (364%) no volume de dinheiro transferido do orçamento para o caixa dos partidos. Em 2014, foram repassados R$ 560 milhões. No ano passado as transferências ultrapassaram R$ 2,6 bilhões. Desse total, R$ 1,7 bilhão foram classificados como fundo de campanha?" criação do PT em combinação com o MDB.

Nunca antes as cúpulas partidárias receberam tanto dinheiro público ?" e o PT aí se destaca como beneficiário da maior fatia, proporcional à bancada. Também, nunca esses dirigentes políticos gastaram tanto com tão pouca transparência e fiscalização.

A tesouraria dos partidos é uma caixa-preta, legitimada por um sistema de fiscalização construído por eles mesmos para ser exatamente o que é hoje, ineficaz e inoperante.

Na última terça-feira, a Justiça Eleitoral encerrou a análise das contas apresentadas em 2013, ou seja, há seis anos. A partir da próxima semana, vai examinar as polêmicas contas da eleição de 2014.

Com uma história marcada por escândalos de corrupção, no caso mensalão e na Petrobras, os dirigentes do PT demonstram temor ao controle público do seu caixa. Têm o direito de agir conforme suas convicções, mas não podem conspirar nos bastidores do Legislativo para impedir o avanço da sociedade na supervisão do dinheiro dos seus impostos.

É imperativa a fiscalização do uso dos recursos públicos que sustentam os partidos, com severa punição aos dirigentes irresponsáveis ou corruptos. A obstrução petista é, no mínimo, pouco inteligente.
Herculano
02/05/2019 08:17
RUDO OU NADA, por Daniela Lima, na Coluna Painel, no jornal Folha de S. Paulo

Os 27 governadores decidiram que vão atuar em uníssono contra a articulação de parte dos deputados de desatrelar o funcionalismo de estados e municípios das novas regras de aposentadoria que constam da reforma da Previdência. Até gestores de partidos da oposição teriam concordado em endossar o movimento.

Tudo ou nada 2?
O recado dos governadores será transmitido ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em reunião semana que vem, dia 8.
Herculano
02/05/2019 08:13
INSURREIÇÃO E MITO, por Willian Waack, no jornal O Estado de S. Paulo

Fatores abrangentes tornam difícil a ação comandada pelos EUA para derrubar Maduro

Qualquer que seja o resultado do que está acontecendo na Venezuela, o "golpe de mão" (como se dizia antigamente) contra a ditadura chavista lançado na terça-feira por Guaidó inicialmente carecia de todos os elementos clássicos de ações semelhantes bem-sucedidas, a saber: surpresa, força e velocidade.

A oposição e governos que a apoiam diretamente (como Estados Unidos e Brasil, mas não só) vem "telegrafando" há semanas que pretendem explorar dissidências dentro do aparato militar para derrubar o tirano Nicolás Maduro. Para uma quartelada dar certo esse esforço talvez devesse ter sido mais discreto.

"Golpe de mão" tentado a pedaços desanda em situações de impasse nas quais o controle da hierarquia militar aliado a grupos paramilitares ganha tempo para o ditador a ser desalojado ?" seria um bom retrato do que acontecia até o 1.º de Maio nas ruas de Caracas. O que leva à questão no fundo essencial, a da força entendida na acepção primordial.

A oposição até aqui não dispõe de tropas para enfrentar tropas. Onde a oposição (e os governos diretamente envolvidos em apoiá-la) julga ter encontrado "força" para um assalto frontal ao regime bem entrincheirado, como aconteceu no dia 30 de abril?

As evidências sugerem que é na convicção da viabilidade de uma insurreição popular alimentada pela miséria e penúria impostas a milhões de pessoas pelo regime chavista, e deflagrada pela "faísca" acendida por lideranças políticas com uma mensagem de esperança no futuro. Ironicamente, isso parece a leitura de panfletos marxistas sobre a Revolução de Outubro, que propagaram durante décadas o triunfo de uma insurreição que nunca ocorreu. Pelo jeito, o mito do grande levante popular é irresistível.

Mitos desse tipo talvez passem longe do staff de gente como Mike Pompeo, o secretário de Estado americano que é egresso de West Point e dirigiu a CIA ?" cujo mais recente triunfo em manipular personagens empenhados na derrubada de um regime nacionalista-populista num país grande data de 1953 no Irã (o golpe contra Mossadegh). Supõe-se também "frieza" na conduta de um diplomata profissional como John Bolton, assessor de segurança nacional de Trump e especialista em batalhas verbais na ONU e debates na TV.

Ocorre que, no fundo, o problema para a ação montada pela Casa Branca para derrubar Maduro vem de questões estratégicas mais amplas, como a dificuldade (exacerbada por Trump) de se contrapor a Rússia e China, e a profunda desconfiança em relação à política externa americana por parte de aliados tradicionais de vários tipos, como europeus ou a Turquia ("mérito" de Trump). A julgar pelo que disse a própria Casa Branca, Maduro confia muito em Vladimir Putin e teme bem menos do que se imaginava as ameaças de embargos e até ação militar de Trump.

A Venezuela transformada em componente delicado de um jogo geopolítico de grande abrangência internacional é testemunho da falta de liderança de Trump (Kennedy e Kruchev se entenderam por cima da cabeça de Fidel Castro em 1962). Agravada, nesse caso específico, pelo fato de atores regionais de relevância, como o Brasil, terem perdido exatamente essa relevância frente a vizinhos turbulentos.

Nesse sentido, é eloquente o contraste entre, de um lado, os "profissionais" com experiência em crises internacionais, como os generais que integram o governo Jair Bolsonaro. E, de outro, o voluntarismo de amadores das áreas de política externa e ideológicas à volta do presidente. Os "profissionais" têm pouco apreço por soluções improvisadas por motivação político-eleitoral, baseadas em duvidosa análise da realidade dos fatos e relação de forças. Não se empolgam com Guaidó. Os amadores adotam parábolas marxistas sobre História.
Herculano
02/05/2019 08:01
da série: a cabeça do político é feita de sacanagens contra os que lhes pagam e os elegem, tudo para ele permanecer no poder. O sindicalista pelego,travestido de político, com o dinheiro do trabalhador via imposto sindical e Fundo partidário, o deputado Federal Paulinho da Força, Solidariedade paulista, é contra a Reforma da Previdência só porque ela pode favorecer a reeleição do presidente Jair Messias Bolsonaro, PSL. Ou seja, Paulinho do tal Centrão - feito de partidos bandidos - reconhece com isso que a Reforma é boa para o país e os brasileiros, e por consequência, o presidente poderá ser reconhecido pelo eleitor na urna se ele vier pedir a reeleição. E por ser boa, cortar privilégios de políticos e funcionários públicos de altos salários pagos pelos que nem empregados estão, precisa ser derrotada, impondo-se sacrifícios aos cidadãos eleitores e pagadores de pesados impostos, os quais sustentam essa farra política de interesses. Vergonha.

A APROVAÇÃO DA PREVIDÊNCIA GARANTE A REELEIÇÃO DE BOLSONARO? por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Reforma pode impulsionar economia, mas está longe de assegurar segundo mandato

O deputado Paulinho da Força (SD) disse algo está na cabeça de outros parlamentares. Em ato do 1º de maio, ele afirmou que o Congresso quer desidratar a reforma da Previdência porque acha que a aprovação de um texto potente vai encher o cofre do governo e "garantir de cara" a reeleição de Bolsonaro.

Líderes partidários foram a público para dizer que a ideia era mentira, doidice, loucura. "Acho que o Paulinho se entusiasmou", declarou Wellington Roberto (PR).

Não existe nenhum acordo formal nesse sentido, mas alguns deputados acreditam, sim, que a reforma dará ao presidente um cheque em branco que se traduzirá em força política. Apertar o torniquete seria uma maneira de restringir a bolada que cairia nas mãos de Bolsonaro.

No limite, a lógica se assemelha ao método de Eduardo Cunha, que liderou o centrão para aprovar uma pauta-bomba que sangraria o caixa já detonado do governo Dilma e desgastaria ainda mais a presidente.

A aprovação da reforma, contudo, estará longe de garantir a reeleição de Bolsonaro. Ao lançar o alerta, Paulinho disse que um projeto levemente enxugado colocaria R$ 80 bilhões por ano no caixa do governo até o fim de 2022, mas os dados do Ministério da Economia apontam que o alívio nas contas não chegaria a metade disso, nos primeiros anos.

Se o texto passar pelo Congresso como está (o que é impossível), a poupança em 2020 será de R$ 16 bilhões. O valor daria uma folga apenas modesta aos ínfimos R$ 100 bilhões que o governo terá no Orçamento do ano que vem para investimentos e custeio da máquina pública.

O cenário é mais complexo. Em abril, perguntaram a Rodrigo Maia se o Congresso temia que Bolsonaro ficasse forte demais. O presidente da Câmara minimizou a preocupação: "Se ele aprovar a reforma, o Brasil crescer, gerar empregos e recuperar a capacidade de investimento, merece ser reeleito. Por que não?". O novo governo ainda precisa cumprir muitas outras etapas antes de pensar em um segundo mandato.
Herculano
02/05/2019 07:49
STF DESCOBRE PLANO PARA METRALHAR MINISTROS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta quinta-feira nos jornais brasileiros

O inquérito que investiga ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) descobriu na "deep web" mensagens de criminosos combinando "metralhar" ministros no desembarque do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Nessa rede marginal à internet, de difícil rastreamento, os criminosos avaliaram que é frágil a segurança no desembarque do aeroporto. Os bandidos, agora sob investigação, seriam ligados aos terroristas do atentado que em março provocou dez mortes em Suzano.

MATANÇA NO AEROPORTO
Os criminosos planejavam invadir a área do desembarque e "abrir fogo" contra ministros, mesmo correndo o risco de atingir outras pessoas.

INQUÉRITO SE FORTALECE
Com essa descoberta, não há previsão de encerramento do inquérito aberto pelo ministro Dias Toffoli e conduzido por Alexandre de Moraes.

AGENDA GANHA SIGILO
A trama levou Toffoli a alterar ordem da antecessora Cármen Lúcia, de divulgação transparente do destino dos ministros, horários, voos etc.

TUDO AINDA SOB SIGILO
A descoberta da trama na deep web, sob sigilo, foi citada pelo ministro Alexandre de Moraes, há dias, em Lisboa. Mas ele não deu detalhes.

IDEC: COBRAR PARA MARCAR ASSENTO É VENDA CASADA
É "venda casada", proibida pelo Código de Defesa do Consumidor, a cobrança para marcação de assento, a mais recente forma de exploração das empresas aéreas garantida, é claro, pelos seus amigos da Anac, lamentável "agencia reguladora" de aviação civil. A tese de que se trata de "venda casada" é de Igor Britto, responsável pela área jurídica do Idec, o Instituto Brasileira de Defesa do Consumidor.

EXPLORAÇÃO NA GOL
A Gol exige entre R$15 e R$30 para cada assento escolhido, exceto se a marcação for feita no check-in com o que restar de disponibilidade.

EXPLORAÇÃO NA AZUL
Já a Azul, só não cobra entre R$15 e R$20 pela escolha do assento caso o cliente faça a marcação nas últimas 48 horas antes do vôo.

EXPLORAÇÃO NA LATAM
A Latam só não explora com taxas entre R$20 e R$30 por assento para "clientes-fidelidade" de certas categorias e tarifas mais cara.

ESFORÇO CONCENTRADO
Não convide Rodrigo Maia para jantar. Ele até aparece, mas só beberá água, recusará canapés e, na hora de servir a comida, irá embora para não cair em tentação. É seu esforço concentrado para emagrecer.

LADEIRA ABAIXO
Fontes próximas ao presidente encarregado da Venezuela, Juan Guaidó, confirmam que ainda não houve deserções entre os altos militares da Venezuela. Foram "numerosas" nas baixas batentes.

PODE ISSO?
Auditoria do Tribunal de Contas da União identificou 15 estatais que receberam R$18,5 bilhões do Tesouro de 2013 a 2017 para equilibrar contas, mesmo sendo "não dependentes". O problema é ainda maior porque as empresas pagaram participação de lucros a dirigentes.

LOROTA SE ESVAI
A repercussão da entrevista de Lula foi quase nula. Poucos ainda acreditam na lorota de "perseguição" de um País cuja justiça autorizou a presepada. Na Europa, só um veículo relevante. Nos EUA, nem isso.

CóDIGO DE DOIS GUMES
O PSDB vai lançar um código de ética que prevê filiados citados em esquemas de corrupção devam antecipar-se acionando o Conselho de Ética. Se não o fizer, a filiação será suspensa.

VALORES INVERTIDOS
Após blindados da ditadura venezuelana atropelarem manifestantes, nas ruas de Caracas, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, foi às redes sociais defender... o fim do embargo econômico ao país.

QUANTO CUSTA A PREVIDÊNCIA
Relatório da Instituição Fiscal Independente do Senado, que monitora propostas com impacto fiscal, a despesa da Previdência, somados todos regimes (RGPS, RPPS), alcançou R$876 bilhões em 2017.

DÉFICIT Só CRESCE
O déficit total da Seguridade Social como um todo, em 2018, foi de R$280,6 bilhões, ou 4,1% do PIB do Brasil, diz relatório da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado sobre a PEC da Previdência.

PENSANDO BEM...
...no Congresso o feriado foi da "Semana do Trabalho".
Herculano
02/05/2019 07:29
DITADOR NO LABIRINTO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Maduro e Putin não têm solução para a crise humanitária que assola o país

Regimes autoritários não são incompatíveis com a estabilidade política. Desde que a oligarquia no poder distribua com regularidade o bônus econômico entre os grupos cruciais para a sua sustentação, podem atravessar gerações sem enfrentar crises ameaçadoras.

O chavismo, que há 20 anos domina a Venezuela, já cruzou a fronteira para a turbulência. Não consegue agraciar a camarilha que o apoia sem dilapidar a fonte da riqueza nacional. O país empobrece, fome e epidemias flagelam a população, faltam luz e abastecimento nas cidades, milhares de desalentados fogem para nações vizinhas.

O ditador Nicolás Maduro é instado a aumentar a dose do arbítrio. Persegue, prende e proscreve dissidentes. Promove reviravoltas nas regras de acesso ao poder político para proteger-se da derrota.

Como a insatisfação social cresce, adversários se aproveitam dos flancos abertos. Juan Guaidó, o deputado que lidera a oposição como presidente interino autodeclarado, pela segunda vez tentou arregimentar apoio estratégico para depor Maduro. Falhou de novo.

Não se concretizou a costura, crucial para destituir o ditador, com o comando das Forças Armadas. Como na tentativa de levar ajuda humanitária estrangeira à Venezuela, em fevereiro, os generais que são os fiadores do regime não mudaram de lado, o que denota no mínimo precipitação opositora.

Note-se, porém, a dificuldade de Maduro em deslanchar uma nova rodada de expurgos em larga escala contra adversários. Não prendeu Guaidó quando este retornou ao país, mesmo com o arremedo de Justiça da ditadura a permiti-lo.

Hesita em tomar ações parecidas agora. Poderia, por exemplo, tentar fechar a Assembleia Nacional, que faz sombra às instituições de fancaria do chavismo.

Há, decerto, custos implícitos numa escalada de violência institucional. Se a elite do generalato não associar-se à jogada, à qual aparentemente resiste, o veneno volta-se contra o ditador. A intersecção de pressões externas também conta.

Um consórcio de líderes autocratas encabeçado pelo russo Vladimir Putin age para segurar Maduro. Não espanta mais, infelizmente, que o PT tenha se associado a essa liga de escroques, cuja última preocupação é com a democracia e a estabilidade na América do Sul.

De seu lado, o governo brasileiro parece ter contido os seus grupos inconsequentes e consolidado diretriz de não intervenção, na melhor linhagem do Itamaraty. Associa-se a outras nações com larga tradição democrática a reclamar uma transição pacífica de volta ao Estado de Direito na Venezuela.

Esses países têm algo a oferecer para remediar a depressão econômica e mitigar o mergulho rumo à miséria na Venezuela. Maduro e Putin significam mais do mesmo.
Servidor desmotivado
01/05/2019 21:28
Hoje é 1 de maio, dia do trabalhador. Porém, parece não o ser. Ou se perdeu os motivos de comemorá-lo? É o que vejo, pelo menos, no serviço público de Gaspar (mais específico no Samae). O "deretor" Melato, não fez nenhum gesto ou palavras para parabenizar ou felicitar seus colaboradores pelo seu dia. Vergonhoso isso! Pra quem se diz expert em administração de empresa, esqueceu-se que uma empresa só vai bem se tiver empregados satisfeitos, reconhecidos e principalmente respeitados? É tudo o que na sua gestão não acontece, pelo contrário, você tenta nos derrubar tirando nossos direitos, nos colocando uns contra os outros com esse time de fofoqueiros e puxa sacos (comissionados). Você é um falso, na frente se faz de bom moço mas ataca pelas costas. Não assume sua responsabilidade, joga-a no colo do primeiro que tiver mais perto de você. Mais tenha uma certeza, você e os seus logo logo deixarão de mamar na teto do Samae. só lhe peço uma coisa, não destrua tudo o que nós construímos.
Herculano
01/05/2019 10:56
MP DA LIBERDADE ECONôMICA POTENCIALIZA AS REFORMAS, editorial do jornal O Globo

País tem chance de sair da péssima colocação em rankings mundiais sobre o ambiente de negócios

Já se sabe que a reforma da Previdência é essencial para a reorganização das contas públicas, a fim de que não continuem a fechar com déficits crescentes. Mas não resolve tudo. Dá as bases necessárias para que o governo possa implementar outras reformas e programas com impacto direto na vida de empresas e pessoas. Não é pouco, e é preciso melhorar o ambiente de negócios na microeconomia, para a população ser beneficiada de forma mais rápida pela estabilização estrutural da economia.

Algumas ações não dependem da aprovação da reforma, embora sem ela nada ficará de pé durante muito tempo. Ontem, por exemplo, foi assinada a medida provisória da Liberdade Econômica, para facilitar a abertura e o funcionamento de empresas, em que existe um pântano burocrático que atravanca a geração de empregos e de renda.

Neste universo, o Brasil é mal classificado no ranking "Doing Business", feito pelo Banco Mundial, para que se compare a qualidade do ambiente de negócios entre 190 países.

O Brasil aparece no pouco honroso 109º lugar, muito aquém do que se poderia prever para uma das dez maiores economias do mundo ?" posição que não será mantida durante muito tempo, sem reformas e mudanças.

Neste ranking, liderado por Nova Zelândia, Dinamarca e Cingapura, o Brasil tem logo acima dele, em situação melhor ?" ou menos ruim ?" Papua-Nova Guiné, Namíbia e Lesoto.

No ponto específico da abertura de empresa, questão envolta em densa burocracia, o país aparece no 140º lugar.

Para reverter este cenário, a MP isenta de qualquer exigência de licenças e alvarás atividades consideradas de baixo risco, independentemente do tamanho da empresa.

Cada prefeitura definirá os conceitos de "baixo risco" e "alto risco". Na entrevista concedida na assinatura da MP, o secretário de Desburocratização, do Ministério da Economia, Paulo Uebel, deu exemplos de atividades de baixo risco: sapateiros, alfaiates/costureiras, loja de roupas. A empresa será criada sem exigências, já com o alvará. A fiscalização municipal entrará em um segundo momento.

São, ainda, reduzidas exigências para o lançamento de ações por pequenas e médias empresas, facilitando o acesso a uma fonte de financiamento mais barata que banco.

Outro dispositivo bem-vindo: contratos entre empresas não podem ser alterados pela Justiça. Importa da reforma trabalhista a livre negociação entre as partes. O Congresso precisa aprovar a MP.
Herculano
01/05/2019 10:54
POR QUE BOLSONARO É O "DILMO" DA ECONOMIA, por Luan Sperandio, no site da Gazeta do Povo, Curitiba PR

Inexperiência, inabilidade de diálogo com o legislativo e gênio forte. Essas características não demoraram muito para render a Jair Bolsonaro, nos corredores do Congresso, o apelido de "Dilmo", em referência à ex-presidente da República Dilma Rousseff. Além desses fatores, porém, há semelhanças ideológicas perceptíveis entre a raiz do pensamento econômico de ambos os últimos presidentes eleitos do país.

Nesta segunda-feira (29), Bolsonaro pediu publicamente para o presidente do Banco do Brasil Rubem Novaes "olhar para seu patriotismo" e abaixar os juros da estatal. Embora o porta-voz da presidência, Otávio Rêgo Barros, tenha afirmado que o governo não intervirá na definição dos juros praticados pelos bancos estatais, o episódio fez as ações do banco, que operavam em alta, despencarem 1,8% na Bovespa. O episódio lembrou a medida de Dilma em 2012.

Naquela ocasião, a presidente fez um pronunciamento televisionado afirmando que "os bancos não podem continuar cobrando os mesmo juros para empresas e para o consumidor enquanto a taxa básica Selic cai, a economia se mantém estável, e a maioria esmagadora dos brasileiros honra com presteza e honestidade os seus compromissos".

A taxa de juros da economia (taxa Selic) vinha em um ciclo de queda, sem haver justificativas para tal política, o que levantou suspeitas em relação a uma possível intervenção por parte do governo no Banco Central. Ficou evidente a utilização de bancos públicos pelo governo, corroendo sua credibilidade frente ao mercado, comprometendo ainda mais a atividade econômica daquele período.

Mesmo que o governo Bolsonaro ?" acertadamente ?" não tome nenhuma atitude nesse sentido, a forma de pensar do presidente e sua incompreensão de como se forma o sistema de preços, tal como a de Dilma, foram escancaradas. Sua equipe econômica, em contrapartida, parece protestar diante de pretensões como essa, e, ao menos por enquanto, bloqueá-las ?" ainda que em parte.

Quando o presidente ordenou, no início de abril, ao presidente da Petrobras Roberto Castello Branco que revogasse o reajuste do diesel, horas depois de a medida ser anunciada, as ações da empresa caíram mais de 9%. A queda representou uma perda de R$ 32,4 bilhões em seu valor de mercado ?" com o patamar anterior ainda não recuperado. O combustível acabou por sofrer reajuste após o episódio, mas com valores menores que os anunciados inicialmente, evidenciando a interferência da presidência da República.

Vale lembrar que, em outubro de 2017, preocupado com o preço dos combustíveis, Bolsonaro afirmou que antes de privatizar a Petrobrás, por exemplo, seria preciso "pensar 200 vezes" ?" mesmo em um cenário em que um dos motivos principais para os preços serem altos é, justamente, a ausência de concorrência no refino do petróleo, além de que o controle estatal permite que a empresa não se sujeite à lógica de mercado.

Apesar do discurso de não interferência nas estatais, procedeu-se, em substância ?" não em grau ou finalidade ?" da mesma forma que Dilma, que utilizou exaustivamente a Petrobras para represamento de preços a fim de maquiar a inflação. Vale ressaltar que, conforme admitido pela própria corporação em seu balanço, o prejuízo causado pela corrupção foi de R$ 6,4 bilhões de reais. Alguns peritos, todavia, calculam que os danos podem chegar a R$ 42 bilhões. De qualquer forma, o rombo motivado pelo controle de valores dos combustíveis foi calculado em R$ 55 bilhões até 2014. Assim, por pior que tenha sido a corrupção, o represamento de preços da estatal foi ainda mais destrutivo para a empresa de capital misto.

Comércio exterior e estatais
A despeito da alíquota alfandegária brasileira ser a maior entre os países emergentes e desenvolvidos, as restrições de Jair Bolsonaro ao comércio internacional livre são outro ponto que o aproximam de Dilma.

Em fevereiro, o anúncio pela equipe econômica de acabar com a "tarifa antidumping" do leite, que pretendia reduzir a barreira alfandegária de 42,8% para 28%, foi vetado pela presidência.

Ao longo de 7 mandatos como deputado federal, Jair Bolsonaro sempre tendeu à atuação do Estado como empresário, principalmente quando se tratando de exploração mineral. Caso emblemático foram suas críticas à privatização da Vale do Rio Doce, quando em entrevista afirmou que FHC deveria ser "fuzilado" pelo feito.

Quando seu nome começou a ser cogitado para a presidência, suas falas a respeito de maior participação estatal e de protecionismo na exploração do nióbio e do grafeno tornaram-se populares.

Previdência
Ao longo da carreira parlamentar, ele fez 67 discursos contrários a reformar a Previdência. Mesmo hoje, com uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) referente ao ajuste, elaborada pela equipe econômica e anunciada pelo próprio governo, admite que não gostaria de fazê-la. A falta de protagonismo em sua atuação em defesa da proposta foi alvo de muitas críticas.

Mesmo um dos maiores acertos do governo até então ?" a apresentação do projeto sobre independência do Banco Central ?" se opõe ao pensamento histórico do presidente. O ponto central do projeto é que, sem o risco de ingerência política, o Bacen terá mais credibilidade e isso garantirá a estabilidade na economia.

Contudo, no nem tão distante mês de fevereiro de 2016, o então deputado defendeu, em entrevista concedida ao Valor Econômico, sua oposição à autonomia do Banco Central:

"Daí eles decidem a taxa de juros de acordo com os interesses dos colegas do mercado financeiro? Então é melhor o pessoal do Banco Central governar o país como se uma junta fosse".

Bolsonaro argumentava que as pessoas no Bacen "não são independentes", assim como as das agências reguladoras: "São escolhas políticas". Um discurso muito semelhante ao de Dilma durante a campanha de 2014, quando criticou Marina Silva por defender autonomia do Banco Central. Na ocasião, a candidata petista disse que Marina estaria "entregando o Banco Central aos banqueiros" para eles definirem as taxas de juros.

Nacional-desenvolvimentismo
Apesar do atual viés liberalizante, Bolsonaro ainda flerta com seu passado intervencionista. O discurso pró-mercado adotado, mesmo com a chancela de Paulo Guedes, demonstrou em parte e, até agora, ser de conveniência eleitoral, não de convicções ideológicas. O maior espaço de seu coração sempre esteve o nacional-desenvolvimentismo.

O discurso que sedimentou a eleição e o início de governo de Jair Bolsonaro foi a representação negativa do petismo. Apresentou-se como um liberal economicamente e um conservador nos costumes porque a percepção do petismo se deu em um contexto de postura estatista economicamente e progressista nos costumes.

Essa autoimagem é contraditória, na medida em que suas intenções e ações colidem com o discurso liberal apregoado. Também é incoerente com a própria história de Bolsonaro, que defendeu o legado do nacional desenvolvimentismo da ditadura militar.

Como afirma a Teoria da Ferradura, ao contrário de serem extremos opostos de um espectro político linear e contínuo, Bolsonaro e Dilma acabam se aproximando.
Herculano
01/05/2019 10:51
SEM REFORMA, SOBRA O ATOLEIRO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O governo continua preso no atoleiro das contas públicas. Há cada vez menos verbas até para a operação da máquina pública no dia a dia

Com dinheiro curto, orçamento engessado, investimentos comprimidos e gastos sem freio na Previdência, o setor governo continua preso no atoleiro das contas públicas, com déficit total de R$ 81,14 bilhões no primeiro trimestre, soma equivalente a 4,64% do Produto Interno Bruto (PIB). Com o rombo previdenciário funcionando como um buraco negro, têm sobrado cada vez menos verbas para investimentos em obras e até para a operação da máquina pública no dia a dia. O saldo negativo total inclui os juros vencidos.

Sem perspectiva de resultados melhores nos próximos meses, a equipe econômica do governo central batalha agora para fechar o ano com um déficit primário (sem juros) de R$ 139 bilhões. Essa é meta original definida no Orçamento, mas o pessoal do Ministério da Economia chegou a mencionar, em alguns momentos, a esperança de um resultado melhor, talvez próximo do obtido no ano passado, quando o déficit das contas primárias foi contido em R$ 120,2 bilhões, bem abaixo da meta de R$ 159 bilhões.

Enquanto a economia derrapa e a arrecadação fraqueja, o governo central arranja-se como pode, com R$ 30 bilhões de gastos congelados e cortes nas chamadas despesas discricionárias. Mas esse nome é enganoso, porque o grupo das discricionárias inclui despesas essenciais, como o pagamento de bolsas de estudo, as subvenções ao programa Minha Casa, Minha Vida e investimentos em educação e saúde.

O maior desajuste é o do governo central, formado por Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central (BC). O governo central teve déficit primário de R$ 20,40 bilhões em março, de R$ 5,40 bilhões no primeiro trimestre e de R$ 113,576 bilhões em 12 meses. O saldo contabilizado no trimestre inicial de 2019 foi atenuado por um superávit em janeiro.

Mas nem todo o resultado primário do governo central tem ficado no vermelho. Apesar dos gastos crescentes e da receita em recuperação muito lenta, o Tesouro tem sido superavitário, chegando a acumular um saldo positivo de R$ 84,28 bilhões em 12 meses.

Esse resultado foi engolido, como vem ocorrendo há anos, pelo buraco do INSS, um déficit de R$ 197,37 bilhões. Governos de Estados e municípios e empresas estatais tiveram em conjunto resultado positivo. Tudo somado, o setor público chegou ao fim de 12 meses com déficit primário de R$ 99,31 bilhões. Adicionados os juros, chega-se ao resultado geral do setor público, também conhecido como nominal: um déficit de R$ 483,77 bilhões, equivalente a 6,98% do PIB. Esta é uma das piores proporções do mundo.

Os gastos com juros poderiam ser menores se fosse possível cortar a taxa básica, de forma sustentável, para menos de 6,50%, o nível atual. Não se resolve esse tipo de problema, no entanto, com voluntarismo, especialmente porque a decisão de continuar financiando o governo brasileiro depende, afinal, do mercado.

A confiança do mercado será maior quando o setor público for capaz de operar com menor desequilíbrio financeiro. A aprovação de uma boa reforma da Previdência, com economia significativa nos próximos dez anos, é condição essencial para isso. Ainda faltarão outras providências. O País precisa de um orçamento mais flexível e de uma reforma tributária, mas a mudança das aposentadorias é a tarefa mais urgente.

Enquanto se discutem medidas para a recuperação das finanças governamentais, a dívida pública se torna mais pesada. Em março, a dívida bruta do governo geral ?" da União, dos Estados e dos municípios ?" atingiu o valor de R$ 5,41 trilhões, soma correspondente a 78,4% do PIB, com aumento de 0,9 ponto porcentual em relação ao nível de fevereiro.

Essa dívida é calculada pelo critério de Brasília, sem inclusão de papéis do Tesouro sob controle do BC. Pelo critério do Fundo Monetário Internacional (FMI), a dívida bruta do governo geral brasileiro já passa dos 80% do PIB e avança rapidamente para os 90%.

Esses números, muito ruins por qualquer dos critérios, são acompanhados por investidores e analistas no País e no exterior e podem afetar o movimento de capitais para dentro ou para fora do Brasil. Um surto de pessimismo pode ser desastroso.
Herculano
01/05/2019 07:11
HOJE É DIA DO TRABALHO

HOJE É DIA DO TRADICIONAL TORNEIO COMEMORATIVO DE 1º DE MAIO DO CLUBE ATLÉTICO TUPI, DE GASPAR
Herculano
01/05/2019 05:33
MAIA SONHA GOVERNAR O PAÍS ATÉ COMO PREMIÊ, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta quarta-feira nos jornais brasileiros

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não disputará a prefeitura do Rio em 2020, tampouco o governo do Estado, em 2022. Mas seu projeto é "uma disputa majoritária". Adoraria governar o Brasil. Acha-se em plenas condições e politicamente maduro para concorrer à presidência da República, mas admite suas limitações. Ainda que seja projeto distante, gostaria de ajudar a viabilizar a mudança do sistema de governo para uma espécie de presidencial-parlamentarismo.

CHEFE DE ESTADO
Rodrigo Maia imagina o Brasil em um sistema onde o chefe de Estado teria funções ampliadas, como no modelo francês, mas não governaria.

MODELO FRANCÊS
No modelo sonhado por Maia, o presidente seria o responsável pelas áreas de Defesa e Relações Exteriores, por exemplo. E só.

CHEFE DE GOVERNO
Se depender de Maia, a gestão do País seria entregue a um primeiro-ministro convencional ou presidente de governo, como na Espanha.

SENADO É O PLANO C
Se tudo der errado em suas pretensões políticas, Rodrigo Maia tem dito a amigos que na pior hipótese tentaria uma vaga no Senado.

DF: PESQUISA MOSTRA QUE 43,4% APROVAM IBANEIS
Levantamento no Distrito Federal entre os dias 22 e 26 de abril revela que a gestão do governador Ibaneis Rocha (MDB) tem 43,4% de aprovação, enquanto 50,6% a desaprovam. Porém, quando solicitados a qualificar o governo, a avaliação positiva dos entrevistados soma 59,7%: é ?"tima para 3,4% do total, enquanto 20,8% avaliam como Boa a administração de Ibaneis Rocha e 25,5% consideram-na Regular.

CALCANHAR DE AQUILES
A pesquisa indicou também que para 66,9% da população a Saúde deveria merecer do atual governo de Brasília a principal prioridade.

SEGUNDO BEM DISTANTE
Saúde é algo central para a população do DF que a área em segundo lugar na lista de preocupações é Segurança, com apenas 9,4%.

OUTRAS PREOCUPAÇÕES
Educação (7,5%) e desemprego (3,6%) e transporte (1.9%) estão entre as preocupações, no DF, na pesquisa que entrevistou 1.542 eleitores.

DEU CERTO
Toda a movimentação de Juan Guaidó na Venezuela, nesta terça (30), parece ter sido organizada para libertar o líder político Leopoldo López, antes que ele fosse assassinado pela ditadura de Nicolás Maduro.

SENTENÇA ACHADA NA RUA
O ministro Luís Roberto Barroso incomodou de modo particular os colegas quando, em Nova York, elogiou o clamor mais que qualquer outro valor, ao afirmar que faltam confiança e credibilidade ao STF porque o povo "não concorda" com decisões dos ministros.

NÃO FAZEM NEM O BÁSICO
Está desatualizado desde 4 de abril o documento da Secretaria Geral da Câmara que mostra o "ritmo de trabalho" a Rodrigo Maia. Os servidores ganham muito, mas prevalece o corpo mole.

FELIZES COM O CHEFE
Apesar do que dizem as ONGs, que perderam poder e dinheiro com as mudanças, os servidores da Funai estão satisfeitos com a atuação do novo presidente, general Franklimberg Ribeiro de Freitas. Dizem que ele tem mostrado serviço e conhecimento técnico da área.

OLHA A CARTA
A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) parou no tempo, ignorando as novas tecnologias. Pediu ressarcimento de R$4.494,09 com gastos de serviços postais. Deve ser a troca de cartas com o presidiário Lula.

SAUDADE DAS BOQUINHAS
Petistas reclamam e chamam o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) de "anti-ministro". Eles estão inconformados é com a extinção de cargos, boquinhas antes ocupadas pela companheirada.

QUE VERGONHA
Em Itapipoca, uma multidão acompanhou o cortejo fúnebre de um traficante que, além de vender drogas, assaltava bancos. Seu apoio era decisivo na eleição para prefeito. Que Estado é esse?! Ceará, Brasil.

DEVERIA EXTINGUIR
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região vai leiloar carros oficiais usados pelos desembargadores. São sete Ford Focus, pretos, 2006. Poderia aproveitar e dar o exemplo, extinguindo a absurda mordomia.

PERGUNTA NAS FEDERAIS
Neste Dia do Trabalho, vai ter greve de filósofos e sociólogos?
Herculano
01/05/2019 05:26
PARA ENTENDER A MISÉRIA DA VENEZUELA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Preço do ovo, salário e petróleo contam um pouco da vida impossível no vizinho

A vida cotidiana parece impossível na Venezuela. Parece inviável até quando a gente compara a dureza dos vizinhos à situação terrível das famílias muito pobres no Brasil, que recebem em média R$ 186 por mês do Bolsa Família e pagam R$ 2,50 pelo quilo do arroz mais barato. Pode ser pior.

Uma dúzia de ovos em Caracas sai por 6.400 bolívares. Um quilo de arroz, por 8.000 bolívares. O salário mínimo, mais o bônus alimentação, é de 65 mil bolívares, US$ 12,50, pelo câmbio oficial. Um frango custa uns 25 mil bolívares. Uma banana (uma unidade), 1.200 bolívares. Mais da metade dos trabalhadores do setor formal ganha um salário mínimo, mas as estatísticas são precárias.

É difícil entender a economia de um país em que a inflação em março era de 1.623.656% ao ano. Baixou um pouco. Havia chegado a 2.688.670%, em janeiro.

No auge do horror, a inflação brasileira foi a 6.821% ao ano, em 1990. Diferença de milhares para milhões, favor prestar atenção.

A inflação é calculada pela Assembleia Nacional, pois faz muitos anos ninguém acredita nas mentiras do governo (quando os números existem). É preciso recorrer a estimativas privadas ou a instituições internacionais para saber algo tão básico quanto o valor da produção nacional, o PIB.

Os números da ONU (Cepal) e do FMI divergem um pouco, mas desde 2013 a economia encolheu pelo menos 45%. O PIB do Brasil, que vive uma depressão, diminuiu 4,2% no mesmo período. Nos chutes para este ano, a recessão venezuelana deve ser de 10% a 25%.

Em uma década, a produção de veículos caiu uns 95%. Sim, quase tudo se foi, quase não se fabricam carros por lá, como quase mais nada. O que havia de indústria foi arruinado por desordem extrema e por importações, facilitadas pela demagogia do dólar barato e pagas pelo petróleo caro - enquanto durou.

As importações totais do país caíram 85% desde 2012. O país não tem dólares suficientes para comprar produtos no exterior, dá calotes na dívida e se vira com refinanciamentos e empréstimos de russos e chineses. Nos chutes informados do FMI, a taxa de desemprego seria de 35%.

O país começou a entrar em colapso no ano da morte de Hugo Chávez, em 2013. Na média dos últimos 20 anos, cerca de 90% do valor das exportações veio do petróleo (mais de 95%, nesta década).

O preço do barril baixou muito a partir de 2014, o que explodiu de vez a economia, é verdade.

No entanto: 1) Quase todos os países da América Latina vivem de commodities. Mesmo levando em conta a importância excessiva do petróleo, a Venezuela se desgraçou mais que os vizinhos; 2) O governo gastava como se o preço do barril fosse ficar alto para sempre. Quem tem renda variável e despesa permanentemente alta, um dia quebra; 3) O governo destruiu a PDVSA, a petroleira estatal; 4) Não há nada parecido com política econômica na Venezuela faz mais de dez anos; 5) A produção de petróleo caiu pela metade desde 2013.

O déficit do governo começou a explodir nesta década. Nas contas do FMI, anda pela casa de 30% do PIB (no pior desta crise desesperadora, chegou a 11% no Brasil). O governo paga as contas com emissão de dinheiro (digital, pois nem imprimir notas consegue: falta moeda na praça).

Sim, o boicote americano piorou a situação, o que nem de longe explica o desastre. A reconstrução, se e quando vier, vai depender de anos de tutela e de empréstimos externos de muitas dezenas de bilhões de dólares.
Herculano
01/05/2019 05:18
QUEM GANHA, QUEM PERDE, por Carlos Brickmann

Guaidó, apoiado por Brasil, Estados Unidos e todos os países próximos, ou Maduro, apoiado por Cuba, Rússia e Bolívia? Para os venezuelanos, neste momento, tanto faz: se Maduro continua, mantém sua política maluca, que conseguiu a façanha de transformar um dos maiores produtores mundiais de petróleo num país onde falta tudo; se Guaidó o derruba, mesmo que melhore dramaticamente o desempenho do Governo, levará bom tempo para reerguer a economia, e nesse tempo terá de enfrentar a desconfiança da população, na qual despertou esperanças que em curto prazo não serão satisfeitas.

E o confronto, quem ganha? Este colunista não se atreve a fazer qualquer previsão: se Maduro se manteve até agora no poder, apesar da calamitosa administração, é porque tem apoiadores fiéis; se Guaidó está solto, embora se tenha proclamado presidente da República, é porque tem apoio suficiente para que Maduro não consiga prendê-lo. A qualquer momento pode ocorrer um desfecho (ou não); não adiantaria sequer consultar uma lista de chefes militares, porque, conforme evolui a situação, muda a posição de cada chefe. Em 1964, o presidente João Goulart tinha a lealdade pétrea do general Amaury Kruel, seu amigo de longa data; e foi Kruel, em decisão de última hora, quem derrubou seu Governo (a notícia era tão improvável que os jornais a confirmaram várias vezes antes de publicá-la). Quem se diz aliado nem sempre o é.

Na Venezuela, é melhor esperar mais para errar menos.

UM DIA DE SOSSEGO

O fim de semana marcou, no Brasil, um raro momento de trégua entre os aliados do presidente Bolsonaro. Embora Rodrigo Maia tenha falado mal do 02 e 03 ?" chamou Eduardo 03 de deslumbrado e Carlos 02 de radical - ele e Bolsonaro estão de bem. Segundo Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, "daqui para a frente é vida nova, os dois reabriram um canal direto". Bolsonaro disse que respeita Maia, os dois almoçaram juntos no sábado, e o presidente, além de chamar a conversa de "maravilhosa", garantiu que está namorando o presidente da Câmara. Com o namoro, a reforma da Previdência se acelera.

OS FILHOS DO CAPITÃO

Eduardo e Carlos, criticados por Rodrigo Maia, tuitaram louvores à reforma, sem ataques. Ambos pensam em afastar o general Santos Cruz do Governo, mas isso até agora não gerou crise. Por enquanto, o clima é de paz.

O CAMINHO DAS PEDRAS

Quanto mais se acelerar a reforma melhor é para o Governo. O peculiar ritmo de andamento dos projetos na Câmara exige alguém experiente e com poder, como Rodrigo Maia, para buscar os atalhos. Um exemplo: a partir de ontem, começa a correr o prazo de 40 sessões da Câmara para a entrega do relatório da comissão especial. Mas ontem não é ontem: é terça que vem, dia 7, porque, graças ao Dia do Trabalho, a primeira sessão da Câmara ocorre só naquele dia. Seria possível, mesmo assim, votar a reforma da Previdência até 15 de julho, antes do recesso do meio do ano, mas junho é um mês ruim: um grande número de parlamentares volta para seus Estados para participar das festas juninas. Se a reforma ficar para depois das férias, vai levar mais uns dois meses - e se aproximar das festas de fim de ano, quando para tudo.

É MAS NÃO É

Normalmente não daria para votar nada antes do finzinho do ano. Mas, se os parlamentares acharem que vale a pena ficar com Bolsonaro, aí é possível.

Problema na exportação

Na Apex, Agência de Promoção das Exportações, o terceiro diretor de Gestão Corporativa do Governo Bolsonaro acaba de cair. O primeiro durou nove dias, e saiu por não ser fluente em inglês; o segundo, embaixador com experiência na área, caiu não se sabe bem por que, mas dizem que não se entendia com Letícia Catelani, diretora de Negócios e bolsonarista de primeira hora. O terceiro é próximo de Leda e do chanceler Ernesto Araújo, e saiu não se sabe o motivo. O próximo deve ser Sérgio Segóvia, um contra-almirante, que ao que se saiba não tem experiência em comércio exterior.

EXEMPLO DE CIMA

O país enfrentava um gigantesco buraco nas contas públicas? O Supremo se deu um bom aumento, que repercute em todo o funcionalismo. O Supremo vem sendo criticado? Pois abriu concorrência para banquetes de luxo, com medalhões de lagosta na manteiga queimada, vinhos com tipo seleto de uva, envelhecidos em barris de carvalho francês ou americano, que tenham ganho ao menos quatro prêmios internacionais, espumantes também premiados e elaborados pelo método "champenois"; o mesmo desenvolvido há uns três séculos pelo abade D. Pérignon. Método Charmat, outra possibilidade? Nem pensar! E pratos como arroz de pato, moqueca de camarão, baiana ou capixaba, pato assado, salada Waldorf com camarão, tudo de bom. Preço máximo, R$ 1,1 milhão, conforme o número de banquetes ofertado pelo STF.

Exemplo? E quem está disposto a dar um exemplo de economia?
Herculano
01/05/2019 05:04
BOLSONARO INCENTIVA A FORMAÇÃO DE UM GOVERNO DE PUXA-SACOS, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Auxiliares escancaram ideias bizarras para agradar e enterram critérios técnicos

Nenhum governante quer ter uma equipe que trabalha na contramão das diretrizes estabelecidas por sua gestão. Se um ministro não quiser seguir a linha determinada pelo presidente, por exemplo, pode tentar convencer o chefe a mudar de rumo ou, então, voltar para casa.

Jair Bolsonaro deixou essa orientação clara para seus subordinados. Depois de demitir um diretor do Banco do Brasil por causa de uma propaganda que tinha atores negros, ele passou o recado: "Quem indica e nomeou o presidente do banco? Sou eu? Não preciso falar mais nada".

O presidente quer assessores afinados com suas visões. É normal que ele busque se livrar de dissidentes, mas o objetivo final é outro. Bolsonaro se move para eliminar focos de moderação e limpar terreno para suas ideias mais radicais.

Na prática, o governo estimula a formação de um time de puxa-sacos. Nesse programa de incentivo à bajulação, pouco importam critérios técnicos ou avaliações sobre os projetos de um ministério. O importante é dizer "sim" para o chefe.

"Eu não sou armamentista? Então, ministro meu ou é armamentista ou fica em silêncio. É a regra do jogo. Tá ok? Mais alguma coisa?", afirmou Bolsonaro no sábado (27).

Em primeiro plano, o núcleo extremista do governo quer evitar as marolas provocadas por declarações públicas como as do vice-presidente Hamilton Mourão. O objetivo secundário é neutralizar e constranger personagens, principalmente entre os militares, que trabalham para bloquear os planos desse grupo.

Ganham espaço, como consequência, um ministro da Educação que pratica asfixia financeira em universidades consideradas críticas ao governo e um presidente de banco como Rubem Novaes, que acusa a esquerda de valorizar minorias e tratar "o cidadão normal como exceção".

Os dois podem disputar a plaquinha de funcionário do mês. Além de escancararem posições bizarras para agradar ao presidente, mostram que não têm a menor preocupação com políticas públicas sérias.
Miguel José Teixeira
30/04/2019 15:54
Senhores,

Da série "CUmunistinha adora uma boquinha":

"Contra cortes de verbas de universidades, PSOL pede para PGR apurar crime de improbidade no MEC".

Chega de Universidades Públicas aparelhadas pela corja vermelha: a escória das escórias!
Miguel José Teixeira
30/04/2019 11:03
Senhores,

Não existe almoço grátis. . .

Já que o foco é o ensino superior gratuito, bem qu os "otoridades" poderiam acelerar os projetos de lei que instituem o exercício social da profissão, para graduados em Universidades Públicas.

Na mídia:

"MEC mira universidades por 'balbúrdia' e corta 30% de verba da UnB"

- Segundo Weintraub, universidades têm permitido que aconteçam em suas instalações eventos políticos, manifestações partidárias ou festas inadequadas ao ambiente universitário. "A universidade deve estar com sobra de dinheiro para fazer bagunça e evento ridículo", disse. Ele deu exemplos do que considera bagunça: "Sem-terra dentro do câmpus, gente pelada dentro do câmpus"."

O Ministro não citou as Universidades Públicas que distribuíram títulos de doutores honoris causa à semianalfabetos. . .

Herculano
30/04/2019 10:30
POR UM CHOQUE DE CONEXÃO! (SEM EMAIL-BOMBA), por Fernão Lara Mesquita, no jornal O Estado de S. Paulo

Carlos solto na rede é o buraco da fechadura do banheiro da família do presidente escancarado

O Brasil Oficial precisa de um "choque de conexão". Tem de ser radicalmente plugado ao Brasil Real. Hoje este só existe em véspera de eleição. Está excluído de tudo para além do momento em que deposita o voto na urna. "As reformas" são uma novela sem fim a que o País assiste à distância há gerações. "Desta vez vai!" Mas o roteiro é exclusivo do grupo da privilegiatura momentaneamente investido do Poder Executivo, vivendo o papel para ele inédito de pagador e não apenas de gerador de contas, mais os seus interlocutores únicos: o resto da privilegiatura. Pelo País Real, feito touro de arena, entra no picadeiro sozinho, para ser desmontado, o ministro da Economia da vez. No final, todos "cedem", docemente constrangidos, a seus próprios interesses porque a condição de "governo" é temporária, os empregos e as aposentadorias públicas é que são para sempre.

Não é que esteja faltando convencer alguém. Não há mais o que discutir. Não há mais o que argumentar. Todo mundo está convencido não só da iniquidade criminosa da situação como, a esta altura, da iminência do desastre, mas Miami e Lisboa são logo ali.

Falta entrar nesse debate quem tem tido o sangue chupado. Quem vai ter de continuar aqui. O Brasil sonha esquerda x direita, mas acordado é nobreza x plebeu. "Velha política" é a de político sem patrão, intocável. "Nova política" só quando todo mundo souber quem pôs cada um deles onde está e eles passarem a ter medo que os seus eleitores os tirem de lá todo santo dia; só quando formos nós a dar a última palavra sobre as leis que aceitamos acatar. Esperar que uma nova política nasça de mais regulamentos baixados pela velha é ilusão de noiva.

Estão aí as Forças Armadas para não nos deixarem mentir. O orçamento delas já era uma miniatura do orçamento do Brasil. ¾ do dinheiro vai pra salário. R$ 81,1 bi de 107,7 bi. O gasto com reservistas é maior que com militares da ativa porque, como no resto do serviço público, os aposentados, sempre precoces, são remunerados pelo provento máximo. Nas FAs eles custam, por enquanto, R$ 46,2 bi por ano contra contribuições previdenciárias de R$ 2,4 bi. O resto paga o favelão nacional que não se aposenta nunca. O que sobra para investimento em equipamentos de defesa, que é a parte que nos cabe nesse latifúndio, é o mesmo que sobra para investimento em infraestrutura, educação, saúde e segurança públicas na União, nos Estados e nos municípios. Estão orçados para este ano R$ 9,8 bi, 16% menos que em 2018, número que irá de menos em menos até o amargo fim empurrado pelas fórmulas de "reajustes" automáticos que a privilegiatura ativa ou aposentada se atribui como "direito adquirido", se nada mudar muito nesse meio tempo.

E já sabemos que vai mudar, só que para pior. Como toda a discussão se dá exclusivamente entre eles e com base exclusivamente nos parâmetros deles, não será corrigida a pornográfica defasagem para cima do salário inicial de R$ 18 mil do ascensorista do Congresso em relação à realidade do favelão nacional. Será, sim, corrigida a defasagem para baixo do salário do general em relação ao dos ascensoristas do Congresso.

A "alternativa militar" na sua vez no poder após 34 anos de ostracismo resolveu o seu, portanto. Tomou distância do Brasil plebeu e está agora pau a pau com a privilegiatura.

E o desemprego? A economia paralisada? A guerra civil que mais mata no mundo? Quem?! Como?! Onde?! A gente do poder tem mais o que fazer. Mas se valer olhar pelo buraco da fechadura do banheiro, é bom lembrar, nem o papa resiste. Carlos Bolsonaro solto na rede é o buraco da fechadura do banheiro da família do presidente da República escancarado. Anda sempre à beira de um ataque de nervos. O dedo puxa o gatilho antes da participação do cérebro. Com ele tudo logo vira um enredo "família Bórgia". Na equipe, no palácio, no Brasil, no mundo, tudo é uma só e mesma conspiração. Com o filósofo esotérico esbravejando por cima, essa "noia" toda ganha um endosso "teórico". E então, dia sim, dia não, o ratinho que sai de um buraquinho vira um ratazão, vira um tigre-leão.

Nos albores da internet ganhou enorme notoriedade o "email-bomba". O cara chegava em casa vindo do boteco e começava a "desabafar por escrito" no computador. Vomitava tudo de mais azedo que tinha atravessado na garganta desde priscas eras, como fazia antes de si para si. Só que no final, "uósh", lá ia o bomba para o computador de alguém, onde ficava gravado para todo o sempre para ser lido, relido e cem vezes amargado. E de lá vinha outro do mesmo calibre, vazado naqueles termos que nos sobem à veneta na hora da raiva, mas que se repetidos em voz alta não passariam na polícia do bom senso.

As regras de convivência, a cerimônia e o mínimo de polidez exigidos no trato social, até pelos indivíduos mais toscos, foram moídos pela internet, onde o "convívio" se dá entre solidões. Você, o semianalfabeto, o "noiado", todo mundo conversa na rede sozinho no seu canto, trancado no banheiro, sem ouvir o que ele próprio está dizendo, sem ver a reação das pessoas, sem o concurso do tom de voz, da expressão do rosto, do gestual, enfim, que dá a cor e o peso ao que é dito e ouvido, sem esclarecer os mal-entendidos. O que passa de um computador para outro nessas discussões é o texto sem contexto nem revisão. Despido. Árido. De pedra.

O resultado é a guerra. Mundial e de todos contra todos, cada vez mais. Babel. Coisa de Exu.

Isso arrebentou tantas amizades, tantas empresas e tantas famílias que um dos primeiros aplicativos que fez sucesso na lojinha da Apple foi um que procurava sinais de excesso de substâncias intoxicantes no texto dos emails digitados após o anoitecer (erros de grafia, palavrões, etc.) e aplicava um bom questionário ao seu autor, buscando aferir o grau de consciência crítica que lhe restava antes de liberálo para envio.

Sumiu. E pelo que está pintando, vai levar 5 gerações para o 03 entender a importância fundamental dos ritos do poder. O diabo é que o Brasil não tem nem mais 5 minutos pra perder.
Herculano
30/04/2019 10:27
DESEMPREGO É REFLEXO DA ECONOMIA ANÊMICA, por João Borges, na Globonews

A economia brasileira continua em estado de perigosa anemia. Os dados sobre o desemprego, divulgados nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é apenas mais um dos indicadores de que o primeiro trimestre foi de estagnação. E não há sinais de melhora neste início de de segundo trimestre.

Resumo da situação: desemprego elevado, alta capacidade ociosa na indústria, comércio frio, baixo investimento, índices de consumidores em queda, empresários sem ânimo.

A pesquisa Focus, do Banco Central, realizada semanalmente junto a cerca de 100 instituições financeiras e consultorias, é um bom termômetro: ela já registra 9 semanas consecutivas de revisão para baixo do crescimento do PIB esperado para este ano. Agora, em apenas 1,7%.

Uma reação da atividade econômica está na dependência de ações combinadas no campo político e econômico. E nesse aspecto, a agenda se arrasta. O atraso na tramitação da reforma da Previdência gera incertezas quanto ao tempo em que ela será votada e o real impacto do que finalmente vier a ser aprovado.

Enquanto não se aprovam as mudanças na Previdência para estancar (não eliminar) um déficit que mantém a expansão da dívida pública na direção do insustentável, outros passos da agenda econômica ficam travados. É o caso, por exemplo, das mudanças que estão sendo pensadas na área tributária.

O que poderia ser feito no curto prazo para injetar um pouco de energia no sistema econômico? Talvez uma corajosa redução da taxa de juros do Banco Central.

Mas talvez o Banco Central não esteja disposto a assumir riscos.

Sendo a mais atenta e aparelhada instituição de análise da economia, o Banco Central sabe, como tantos outros que avaliam o cenário, que se a reforma da Previdência desandar, o que vem por aí é pressão sobre o dólar e pressão inflacionária.

Nesse ambiente, alguém pode sonhar com redução significativa do desemprego?
Herculano
30/04/2019 10:24
ENQUANTO BOLSONARO NÃO ENTENDER QUE O SUCESSO DELE É A GERAÇÃO DE EMPREGOS SOLAPADOS PELO PETISMO E DILMA VANA ROUSSEFF, O GOVERNO DELE NÃO VAI DESLANCHAR E CORRE SÉRIOS RISCOS DE NÃO DAR CERTO. AO INVÉS DE CUIDAR DE CRIAR PICUINHAS, DEVIA SE INTERESSAR MAIS PELO ESSENCIAL DAS REFORMAS E SE TORNAR UM MARCO HISTóRICO NA RETOMADA DO DESENVOLVIMENTO ECONôMICO

MANCHETE DESTA TERÇA-FEIRA

Desemprego sobe para 12,7% em março e atinge 13,4 milhões de brasileiros

Segundo o IBGE, número de subutilizados atingiu o recorde de 28,3 milhões de pessoas.

Conteúdo do portal G!. Apuração e texto de Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, de São Paulo e Rio de Janeiro

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,7% no trimestre encerrado em março, atingindo 13,4 milhões de pessoas, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se da maior taxa de desemprego desde o trimestre terminado em maio de 2018, quando a taxa também ficou em 12,7%, reforçando a leitura de perda de dinamismo e recuperação mais lenta da economia neste começo de ano.

A taxa ficou 1,1 ponto percentual acima da registrada no 4º trimestre, quando o desemprego estava em 11,6% da força de trabalho. Frente a um ano antes, porém, o índice está 0,4 ponto percentual menor. No 1º trimestre do ano passado, a taxa estava em 13,1%.

O resultado apurado para os três primeiros meses de 2019 ficou ligeiramente abaixo do esperado pelo mercado. Média das previsões de 25 consultorias e instituições financeiras consultados pelo Valor Data apontava para uma taxa de 12,8% no primeiro trimestre deste ano.

Segundo o IBGE, a alta do desemprego no 1º trimestre representa a entrada de 1,2 milhão de pessoas na população desocupada na comparação com o trimestre encerrado em dezembro.

No trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desemprego verificada pelo IBGE foi de 12,4%, atingindo 13,1 milhões de brasileiros.

A maior taxa de desemprego já registrada no país foi a do trimestre terminado em março de 2017 (13,7%). Já a mínima foi alcançada em dezembro de 2013, quando ficou em 6,2%.

A população ocupada no país somou 91,9 milhões de pessoas, queda de 0,9% (meno 873 mil pessoas) em relação ao trimestre de outubro a dezembro.

De acordo com o gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, a queda na ocupação já era esperada, devido a um movimento sazonal recorrente. "Sempre na passagem do 4º trimestre do ano para o primeiro trimestre há a dispensa de trabalhadores temporários que foram contratados para os eventos de final de ano", afirmou.

O IBGE apontou também que a população fora da força de trabalho alcançou 65,3 milhões de pessoas, ficando estável frente ao trimestre encerrado em dezembro e crescendo 1% (mais 649 mil pessoas) na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.

28,3 milhões de subutilizados, número recorde
Segundo o IBGE, a taxa de subutilização da força de trabalho atingiu 25% no trimestre encerrado em março, a maior já registrada pela série histórica iniciada em 2012, com alta de 1,2 p.p. em relação ao trimestre anterior (23,8%).

A população subutilizada também atingiu o número recorde de 28,3 milhões, com alta de 5,6% (1,5 milhão de pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 3% (mais 819 mil pessoas) na comparação anual.

O grupo de trabalhadores subutilizados reúne os desempregados, aqueles que estão subocupados (menos de 40 horas semanais trabalhadas), os desalentados (que desistiram de procurar emprego) e os que poderiam estar ocupados, mas não trabalham por motivos diversos.


O número de pessoas desalentadas subiu 3,9% (180 mil pessoas a mais) em relação ao trimestre anterior, atingindo 4,8 milhões de brasileiros. Já o contingente de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas se manteve estável em 6,8 milhões.

Cai número de empregados formal e também sem carteira
Os números do IBGE mostram que houve queda tanto no emprego formal como no informal.

O número de empregados com carteira assinada caiu 0,1% na comparação com o trimestre encerrado em dezembro, reunindo 32,9 milhões de pessoas, em meio à fraqueza da economia neste começo de ano.

Economia brasileira fechou 43 mil empregos formais em março

Já o número de empregados sem carteira assinada (11,1 milhões) caiu -3,2% em relação ao trimestre anterior (menos 365 mil pessoas).

A categoria dos trabalhadores por conta própria ficou estável na comparação com o trimestre anterior, reunindo 23,8 milhões. Em 1 ano, entretanto, houve crescimento de 3,8%, ou um acréscimo de 879 mil pessoas nessa condição.

O número de trabalhadores domésticos para 6,1 milhões, queda de 2,4% (menos 149 pessoas) na comparação com o trimestre anterior.

Rendimento
O rendimento médio real habitual (R$ 2.179) cresceu 1% frente ao trimestre anterior e avançou 1,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. A massa de rendimento real habitual (R$ 205,4 bilhões) ficou estável contra o trimestre anterior e cresceu 3,3% em relação ao mesmo trimestre de 2018.
Herculano
30/04/2019 10:13
UM EXEMPLO DE GESTÃO DA ESQUERDA DO ATRASO

De João Borges, no twitter:

Venezuela: produção de petróleo cai para 400 mil barris. Era de 3 milhões no início do chavismo. Detonaram a estatal de petróleo, a PDVSA
Herculano
30/04/2019 08:47
A COMUNICAÇÃO DA PREFEITURA DE GASPAR É UMA MÁQUINA DE MANIPULAÇÃO INFANTIL NUM MUNDO ANTENADO, LIVRE E DIGITAL. ESTÁ NUMA BOLHA.

Na edição impressa do dia 19 de abril, portanto há mais de dez dias, considerando a apuração da informação, a coluna Chumbo, do editor Gilberto Schmitt, informou que o superintendente da Ditran, Luciano Amaro Brandt, estava de saída.

Na mesma nota, Gilberto acentuava que consultada, a prefeitura por intermédio da sua assessoria "especializada", negou a saída e disse que tudo estava normal.

Nesta coluna de segunda-feira dia 22, ou seja, há mais de uma semana, considerando a apuração, desmenti a prefeitura e a assessoria de comunicação, a que nem press releases completos consegue produzir.

1. Gilberto estava certo. Brandt sairia. Dei até a data quando Brandt não seria mais superintendente da Ditran: dois de maio.

2. A prefeitura de Gapspar sabia disso, os funcionários da Ditran sabiam, a cidade inteira sabia.

3. Mais, há uma semana apontei quem substituiria o Brandt: Salésio Antônio da Conceição, que não entende nada do assunto e não consegue ficar de pé em nenhuma indicação política do governo de Kleber Edson Wan Dall,MDB.

4. Como os meus esclarecimentos pegaram mal no governo e na cidade, preventivamente, a prefeitura agora está dizendo que ele será provisório. Ou seja, estão tirando do cargo de Diretor de Transporte Coletivo, um ambiente que não funciona, para torná-lo superintendente da Ditran, provisoriamente? É ou não um "curinga" que se encaixa em qualquer jogo de cartas montados no gabinete de Kleber?

4. A prefeitura sabia também da escolha de Salésio, o pessoal da Ditran também, porque a cidade inteira sabia disso via rede sociais e aplicativos de mensagens dos envolvidos. Não era necessário um exercício espetacular algum de jornalismo. Estava na cara de todos.

5. O que aconteceu ontem, que lavou a alma mais do Gilberto, a minha e do jornal Cruzeiro do Vale e desmoralizou os políticos e seus discursos e manobras para esconder o que deveria ser público?

Um comunicado confirmou tudo o que informamos aos leitores e leitoras com antecipação e que foi desmentido pelo poder de plantão e suas assessorias bem pagas com o dinheiro dos pesados impostos dos gasparenses. Vergonhoso. Transparência, zero!

Falta agora ao prefeito Kleber dizer para a cidade a razão pela qual tratou de tirar Brandt de lá, se ele era tão eficiente.

AQUI A NOTA OFICIAL DA PREFEITURA DE GASPAR. ELA DÁ O ATESTADO DE IDONEIDADE À NOTÍCIA DADA PELO CRUZEIRO E DESMENTIDA PELA ASSESSORIA, JULGUEM TUDO ISSO. É O RETRATO DE UM GOVERNO QUE SE DIZ QUE É EFICIENTE, QUE AVANÇA E AGORA, VEJAM Só, QUE É EMPREENDEDOR

A Superintendência de Trânsito comunica que: devido a questões pessoais, o servidor Luciano Brandt não é mais o superintendente da Ditran. Brandt solicitou o seu desligamento e já a partir do dia dois de maio retoma as suas atividades como agente de trânsito. De forma interina, o servidor Salésio Antonio da Conceição irá assumir as funções até que haja a definição do substituto.

A administração municipal agradece o apoio e comprometimento do servidor durante o período que esteve a frente da superintendência e deseja sucesso no retorno às suas atividades.
Herculano
30/04/2019 08:20
FRANCAMENTE, por Ana Carla Abrão, no jornal O Estado de S. Paulo

Empresas gozarão de um benefício fiscal com base em imposto que nunca foi pago

Na última semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) se arvorou a fazer política pública. Ao determinar que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de empresas que comprem insumos produzidos na Zona Franca de Manaus seja reconhecido como crédito tributário, o STF ampliou uma política pública cuja eficácia é amplamente questionável e cujos custos, já grandes, passarão a ser ainda maiores. Define-se assim uma nova política de isenção fiscal que nos custará a todos, segundo estudos da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, R$ 49,7 bilhões pelos próximos cinco anos, além de outras distorções distributivas ainda a serem conhecidas.

A decisão do STF, embora tomada a partir do julgamento de recursos judiciais impetrados pela União, vem em defesa de questões que vão além de sua competência constitucional. Os votos favoráveis à decisão avançam com base em análises econômicas de proteção do emprego na região e do impacto sobre o desmatamento da Amazônia. Por trás dessas análises, estudos esporádicos, com conclusões cuja robustez os ministros certamente não têm como julgar. Daí a importância de se criar a sistemática formal de avaliação de políticas públicas no Brasil.

Políticas públicas podem atuar tanto pelo lado da receita quanto pelo lado da despesa. Pela receita, o sistema tributário de maneira geral, os tratamentos fiscais diferenciados, sejam eles isenções, alíquotas diferenciadas ou simplificadas ou a definição de alíquotas de impostos para cada faixa de renda, são todos exemplos de políticas públicas. Tarifas de importação, fixação de preços e regulação de bens e serviços públicos também são políticas públicas. Todas elas têm impacto direto ou indireto na economia e na disponibilidade de recursos dos entes federados e da sua capacidade de atender às demandas da população.

Pelo lado da despesa, todo dispêndio público também é uma escolha de política pública. Desde as vinculações constitucionais que determinam gastos em áreas definidas como prioritárias, programas sociais como o Bolsa Família e tantos outros, a divisão do orçamentos entre as diversas áreas e órgãos do governo, são todas decisões de política pública. Da mesma forma, escolhas ligadas à gestão como a destinação final dos recursos ou onde priorizar os gastos de investimento, cada vez mais reduzidos, tudo é política pública.

Ou seja, decisões de política pública são tomadas diariamente pelos nossos governantes e legisladores por meio da proposição e/ou aprovação de leis. Mas quase nenhuma dessas decisões é previamente avaliada, seguidamente monitorada e eventualmente revista, ajustada ou descontinuada em razão de sua baixa efetividade. Somos profícuos e criativos em desenhar, propor e aprovar novas e ousadas políticas públicas. Mas somos parcimoniosos em interrompê-las quando não estão dando certo. E somos muitas vezes ignorantes em relação aos seus reais impactos - antes e depois de implantadas. Falta investir tempo avaliando e redesenhando o que aí está e não funciona. Afinal, recursos são escassos e carências são infinitas, o que por si só já justifica uma postura mais austera em relação às nossas políticas. Falta, como condição precedente para a aprovação e implantação de novas e a continuidade de velhas políticas públicas, ser guiado por uma avaliação criteriosa ?" e não somente pelas por pressões de grupos de interesse ou políticos.

Mas é no campo das isenções fiscais que nos tornamos campeões em desenhar políticas públicas igualmente inovadoras e desastrosas para o País. Conforme relatório apresentado pelo TCU, só em 2017 foram R$ 354 bilhões em isenções fiscais cujo resultado não é, na melhor das hipóteses, aquele que seria o esperado. Na pior, foram um dos motores do processo de desequilíbrio fiscal que nos empurrou para esses últimos duros anos de recessão, desemprego e baixa produtividade.

Mas mesmo campeões, ainda conseguimos inovar. Empresas gozarão de um benefício fiscal com base em um imposto que nunca foi pago. Define-se assim uma nova política de isenção fiscal que nos custará a todos, segundo estudos da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, R$ 49,7 bilhões pelos próximos cinco anos, além de outras distorções distributivas.

Os custos estão claros. Os benefícios ?" e se esses justificam os custos ?" ninguém sabe, ninguém viu. Nem verá. Francamente, não precisamos de mais uma instância fazendo política pública sem avaliação ?" ainda mais, má política pública.
Herculano
30/04/2019 08:18
É HORA DE AVALIAR A REAL EFICÁCIA DOS SUBSÍDIOS À ZONA FRANCA, editorial de O Globo

Modelo é insustentável no longo prazo, pela dependência crescente de dinheiro público

Raríssimas são as iniciativas de políticas públicas no Brasil que atravessam incólume os mandatos de dois governos. O caso da Zona Franca de Manaus é singular. Ela recebeu garantia constitucional de existência até o ano de 2073, quando completará 116 anos de vida custeada por todos os brasileiros.

Trata-se de uma escolha política, à princípio justificável por objetivos como o desenvolvimento da Amazônia em bases alternativas ao extrativismo de alto risco para o bioma e a floresta, dos quais a Ciência ainda conhece muito pouco.

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal decidiu destinar mais recursos à Zona Franca de Manaus via renúncia fiscal.

Ela já custa ao país cerca de R$ 24 bilhões anuais. O STF resolveu adicionar outros R$ 16 bilhões por ano em incentivo (via crédito de IPI) às 600 empresas da área, cujas atividades abrangem desde a produção de refrigerantes até eletroeletrônicos.

Essa despesa deve superar R$ 50 bilhões nos próximos cinco anos. Mas poderá duplicar se as empresas obtiverem em tribunais direito a créditos tributários sobre as compras dos últimos cinco anos.

Além de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados, as empresas de Manaus têm um cardápio de outros benefícios fiscais, como alíquotas tributárias diferenciadas (PIS e Cofins), restituição de 90,25% de ICMS, desconto de 75% no Imposto de Renda, redução de imposto na importação de insumos, descontos de IPTU sobre terrenos e imóveis adquiridos por doações ou isenções locais.

O argumento dominante no STF foi o mesmo que se esgrime desde 1957, sobre a necessidade de desenvolvimento com proteção ao patrimônio amazônico. Em contraste, alertou a minoria vencida no Supremo, essa política tende a desestimular a industrialização integrada e a expansão da oferta de empregos qualificados, de melhor remuneração.

O fato relevante é que, depois de 62 anos, o modelo de Manaus precisa de completa reavaliação. Ele é insustentável no longo prazo, pela dependência crescente de dinheiro público para garantir poder de competição a negócios privados lá instalados.

O caso de Manaus deveria ser exemplo de mudança na concessão de subsídios estatais, obrigando-se à submissão a padrões rígidos de eficácia na multiplicação do emprego e da renda local, em comparação com os custos para a sociedade.

O lobby regional conseguiu prorrogar a Zona Franca de Manaus na Constituição pelos próximos 54 anos. Quem vai pagar essa conta tem o direito de cobrar resultados.
Miguel José Teixeira
30/04/2019 08:03
Senhores,

Xiii. . .o presidiário lula, com dedo em riste, de sua confortável cela em Curitchiba, coaxará: "tão vendo como é perseguição política. . .

Projeto exige origem lícita de recursos para pagar advogado em ação de improbidade

- O Projeto de Lei 1065/19 estabelece que, em processos judiciais relativos à improbidade administrativa, lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública e o sistema financeiro nacional, o réu deverá comprovar a origem lícita dos recursos utilizados no pagamento dos honorários advocatícios. O texto tramita na Câmara dos Deputados.

+ em: https://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/ADMINISTRACAO-PUBLICA/575600-PROJETO-EXIGE-ORIGEM-LICITA-DE-RECURSOS-PARA-PAGAR-ADVOGADO-EM-ACAO-DE-IMPROBIDADE.html?utm_campaign=boletim&utm_source=agencia&utm_medium=email
Herculano
30/04/2019 07:59
DECISÃO POLÍTICA DO TCU TENTA INVIABILIZAR O DF, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), que parecem detestar a cidade, nem sequer respeitaram o prazo de recurso e determinaram nesta segunda (29) que o governo do DF recolha R$55 milhões, já a partir de abril (R$715 milhões em 13 meses), de Imposto de Renda do Fundo Constitucional destinado a policiais e bombeiros. A suspeita é que se trata de articulação política para inviabilizar o governo atual no DF.

O COMEÇO DO CAOS
A decisão do TCU retira recursos que o DF não suportará, em razão da limitação tributária. Isso deve gerar cancelamento de serviços públicos.

OLHA QUEM VOTOU
Votaram contra Brasília os ministros do TCU Aroldo Cedraz, Benjamin Zymler, Bruno Dantas, Vital do Rêgo e Walton Alencar, o relator.

PRIMEIROS A SE QUEIXAR
Ministros que asfixiam o DF logo se queixarão da precarização da saúde ou da segurança pública, que os protege e à toda a população.

RECURSO AO SUPREMO
O governador Ibaneis Rocha diz que a medida parte de pressuposto errado, que contraia decisão do próprio TCU. Ele vai recorrer ao STF.

BARROSO IRRITA COLEGAS FALANDO MAL DO STF EM NY
No retorno do exterior, o ministro Luís Roberto Barroso encontra clima pesado no Supremo Tribunal Federal (STF), em razão de declarações suas na Universidade de Columbia, em Nova York. As críticas ao Brasil e sua atitude de falar mal do STF no exterior irritou colegas. Um dos mais agastados, inclusive por suas críticas à Segunda Turma do STF, é o decano Celso de Mello, que não escondeu o inconformismo em conversa com outros colegas. Um deles, que segredou essa irritação, ponderou: "Que falar mal? Que tenha a altivez de fazê-lo no Brasil".

OBSTÁCULO
Barroso insinuou concordar ou pelo menos não divergiu da "percepção" de que STF "é um obstáculo na luta contra a corrupção no Brasil".

RAIVA DA LAVA JATO
Também indignou a afirmação de que ministros do STF têm "mais raiva" de procuradores "do que de criminosos que saquearam o País".

INCONFORMISMO
Barroso disse que o Brasil vive "momento sombrio", sugerindo algum inconformismo com a eleição democrática de Jair Bolsonaro em 2018.

PIMENTEL NO PODER
O ex-governador Fernando Pimentel (PT) retoma o poder, ao menos na Light: a pupila Ana Marta Veloso, sua ex-aluna na UFMG, com quem construiu grande intimidade, deve ser nomeada pelo ingênuo Romeu Zema (Novo) presidente da elétrica que tem a Cemig como acionista.

PT AINDA NO COMANDO
Servidores que eram perseguidos no Inmetro por não serem petistas estão desapontados: esse órgão federal continua "aparelhado" pelo PT. Mesmo com a demissão do ex-presidente, filiado ao PCdoB.

ME INCLUA FORA DESSA
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, passou boa parte da noite de sexta (26) recebendo mensagens sobre "entrevista" a um site, que jura não haver concedido, criticando filhos de Bolsonaro. Com paciência, ele respondeu cada uma delas negando ter feito as declarações.

ENFORCADÃO DO 'TRABALHO'
Deputados de primeira viagem ficaram injuriados. Ao se apresentarem para o trabalho, nesta segunda (29), descobriram que as sessões foram suspensas de última hora e transferidas para a próxima semana.

LAMENTÁVEL
Luiz Lima (PSL-RJ) foi um dos poucos deputados a comparecerem ao trabalho, nesta segunda. Como apenas apenas 51 deles deram o ar da graça, deixou de ser atendida a presença mínima de 10% da Casa.

ROUBO NA EMBAIXADA
Faz sucesso o artigo do diplomata Miguel Gustavo de Paiva Torres, no site Diário do Poder, contando a recepção na embaixada do Brasil no Chile, em meados dos anos 1980, ao final da qual deputados do MDB encheram os bolsos de charutos do embaixador e pratarias da casa.

MALANDROS EM TODO LUGAR
A malandragem não é restrita ao parlamento. Em Brasília, funcionários da estatal do metrô cogitam entrar em greve no dia 2. Como o dia 3 cai na sexta, a folga estará garantida de quarta (1º) a domingo.

IDADE DA PEDRA EM LISBOA
Na Universidade de Lisboa, placa em uma caixa com pedras sugere que sejam atiradas nos "brazucas". A explicação da xenofobia: "'zucas' são mais inteligentes e estão a ganhar espaço dos portugueses". Depois disseram que era "brincadeira" e sumiram com a caixa.

PENSANDO BEM...
...cada fake news desmascarada é a negação da imprensa democrática.
Herculano
30/04/2019 07:50
O QUE É O BOLSONARISMO?, por Carlos Andreazza, editor de livros, no jornal O Globo

Em matéria de objetivo, o bolsonarismo em nada difere do lulopetismo: permanência no poder e controle do Estado

Essa pergunta se tornou frequente desde que me lancei a uma série de artigos em que tento radiografar a força antipolítica que preside o Brasil. A resposta não é banal, embora facilitada pelo estudo da ascensão do que se pode chamar de nacionalpopulismo mundo afora. Está claro, a propósito, que o sumo bolsonarista deriva mais da cepa populista corrente na Europa, notadamente a húngara, do que da singularidade do que exprime Donald Trump, em favor de quem sempre haverá a rede de proteção democrática americana.

O bolsonarismo tem fortuna própria e invulgares recursos de espraiamento. Não pode ser analisado, por exemplo, sem a compreensão da maneira decisiva como a Lava-Jato - por meio de seu subproduto político-eleitoral, o lava-jatismo - ofereceu carne para a campanha, de tessitura bolsonarista, que criminalizou a atividade política, donde se explica o modo como a fé anticorrupção foi equipada partidariamente, isto a ponto de haver sido apropriada pelo novo governo, na estampa de Moro.

O bolsonarismo tem meios e códigos próprios. Como desdobramento do desprezo pela democracia representativa, despreza a instância partidária - descartada como base por meio da qual se aglutinar e financiar, ao contrário da relação entre PT e lulopetismo. A forma bolsonarista de lidar com o PSL é eloquente. O partido consiste numa estrutura para fins meramente utilitários, esvaziado da mais mínima chance de ter caráter e identidade, condição fundamental para futuro despejo. Em matéria de objetivo, porém, o bolsonarismo em nada difere daquele do lulopetismo: permanência no poder e controle do Estado.

Referi-me ao bolsonarismo como força antipolítica que preside o país. Esse motor dirigente não é, contudo, o presidente; mas a mentalidade, a gramática discricionária, que influencia - sem outra comparável - Jair Bolsonaro. O bolsonarismo não é, pois, o governo Bolsonaro, cindido em grupos precariamente arranjados, mas aquilo que o condiciona e detém. Um sistema antidemocrático e anti-intelectual, de índole reacionária e têmpera para a revolução, que se funda em rara capacidade de mapear, acolher e manipular ressentimentos, e que opera sob o combustível da campanha permanente - do conflito constante ?" em prol de um projeto autoritário de poder, de vocação autocrática, cujo êxito depende da depredação progressiva das instituições republicanas sem, entretanto, prescindir do gatilho legitimador eleitoral.

O bolsonarismo precisa tanto do ímpeto para a fratura, para a desqualificação de símbolos de independência institucional, quanto do voto, ícone da normalidade democrática e mecanismo revigorante para a imagem do líder populista. Sua essência é interventora, centralizadora e intimidadora. Trata-se de um complexo para a ruptura, talvez mais uma orientação discursiva incendiária do que um desejo real de incêndio ?" algo de norte incontrolável, diga-se, como mostra a lista histórica de revolucionários enforcados pela própria revolução.

A revolta dos caminhoneiros, de maio de 2018, ilustra essa efusão pelo caos. O bolsonarismo é a revolta dos caminhoneiros, levante que soube distinguir e que encampou com engenho, e por meio do qual testou hipóteses sobre até onde se poderia esticar a corda da pressão popular em rede e instrumentalizá-la contra o establishment. Aquela mobilização criminosa, evento pré-eleitoral, foi destacado componente na cesta de insatisfações e falências que resultaria na eleição de Bolsonaro.

Forja de crises e de inimigos, força iliberal, à margem de qualquer política pública, que atua desde dentro da máquina estatal para localizar e explorar qualquer projeção de instabilidade onde carcomer o equilíbrio institucional, o bolsonarismo, também uma linguagem, está no comando, espaço ocupado a partir da campanha, e é o agente condicionador do governo, daí por que jamais se deveria esperar ?" sob tal conformação ?" que Bolsonaro pudesse encarnar a urgente pacificação política nacional.

Insisto, no entanto, em que não se deve observar o que está em curso com os olhos engessados do século XX, como se estivéssemos diante de uma marcha ditatorial que suprimirá liberdades e fechará o Congresso. O bolsonarismo avança para comprimir, e sempre precisará do que comprimir, de resto porque promove a insólita limpeza que aparelha para desaparelhar. Este é seu modus operandi: como o cupim, mina as bases, corrói os pilares, mas sem desarmar a carcaça. Precisa do aparato democrático em modo de segurança, em versão econômica, tão somente funcional, para emparedar e subordinar tudo quanto possa ser apregoado como musculatura autônoma e ameaçadora.

Para dar corpo à mentalidade e figura às práticas: Carlos Bolsonaro é mais bolsonarista do que Jair Bolsonaro; Eduardo Bolsonaro, idem ?" e é a ação deste filho, respaldada pela guerrilha daquele, que será lastreada pelo bolsonarismo.
Herculano
30/04/2019 07:48
AGENDA ANTIEDUCAÇÃO, por Joel Pinheiro da Fonseca, economista e mestre em filosofia pela USP, no jornal Folha de S. Paulo

O grande projeto de Weintraub é a guerra ideológica, com total apoio do presidente

O ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez foi tirado do cargo depois de três meses nos quais o ministério simplesmente parou, atolado em intrigas e ressentimentos. Comparada à conduta do atual ocupante do cargo - Abraham Weintraub -, a simples inoperância de Vélez talvez deixe saudades.

Weintraub parece ser mais capaz de agir; devemos ver um MEC mais atuante. Mas ele também indica direções nocivas para a educação brasileira. O grande projeto de Weintraub para a educação é a guerra ideológica. E está decidido a levá-la adiante, com total apoio do presidente.

Um vídeo foi compartilhado pelo presidente da República. Nele, uma aluna de um cursinho privado filma uma conversa com sua professora durante a aula. Não dá para saber direito o que aconteceu. Sabemos que, em um momento, a professora chama Olavo de Carvalho de "anta". De resto, ficamos apenas com as palavras da aluna, acusando a professora de ter gasto 25 minutos da aula do cursinho com uma fala política. Não sabemos o que teria motivado a professora a iniciar essa fala.

Nada ali foi inocente. A estudante, Tamires de Paula, é militante política de direita e se intitula "Secretária-Geral PSL Itapeva". Será que esse showzinho online é preparativo para uma candidatura em 2020? Em breve saberemos. À parte a evidente intenção política de Tamires, contudo, é fato que, se um professor de cursinho gastasse tempo precioso da aula em falas que em nada me ajudassem no Enem, eu também poderia me irritar.

Um professor que tira pedaços relevantes da aula para fazer discurso político sem nenhuma relação com a matéria é um problema? Sem dúvida. Não é nem de longe o grande mal da educação brasileira, mas uma prática a ser corrigida assim como tantas outras (chegar atrasado, pegar no pé de algum aluno, não preparar as aulas etc.). E essa correção se dá, antes de tudo, internamente: conversando com o professor e, se necessário, com a direção. Da maneira feita por Tamires, e incentivada pelo presidente da República, incentiva apenas a caça às bruxas e o fim da confiança dentro da sala de aula. O aluno se transforma em ameaça ao professor.

Essa histeria é nociva para a cultura brasileira, e o clima policialesco que se cria com alunos filmando professores com o intuito de fritá-los perante o tribunal das redes sociais - sempre movido por paixões e não por uma justa apreciação do incidente - coloca os professores no lugar de inimigos da nação. É o espírito dos tempos. Nas redes sociais, expor um mal-feito -especialmente quando acompanhado de condenações sonoras e indignadas?" gera fama. Está dada, portanto, a simbiose socialmente danosa entre ambição pessoal e indignação pública.

O ministro Weintraub defendeu o direito de alunos filmarem as salas de aula, reforçando a prática. Você fala ou faz coisas terríveis na sala de jantar de sua casa? Provavelmente não. Mesmo assim, você não gostaria que um familiar filmasse cada refeição e transmitisse supostas gafes para milhões de pessoas, que se sentiriam no direito de te julgar mesmo sem nenhum contexto.

A educação no Brasil está sob ataque, e os professores (especialmente das ciências humanas) foram eleitos pelo atual governo como antagonistas a serem hostilizados sempre que possível, embora sejam peças fundamentais para consertar o sistema educacional. Que a educação jamais seria prioridade deste governo já sabíamos. Mas não deixa de surpreender vê-la não apenas negligenciada, como também perseguida.
Herculano
30/04/2019 07:43
O CENTRO SE ARMA, Merval Pereira, no jornal O Globo

Lula e Bolsonaro alimentam-se um do outro, e o terceiro turno da eleição está em plena vigência. É nesse ambiente tóxico que a centro-direita tenta se organizar

A busca de alternativas à polarização política não terminou com as eleições, muito ao contrário. Esmagado pela disputa ideológica entre Bolsonaro e o PT, o centro político procura uma saída para o impasse instalado, já que o presidente e seus seguidores continuam a alimentar essa radicalização a fim de manter viva a chama do eleitorado de extrema-direita que forma o núcleo duro de apoio ao governo, cuja popularidade vem perdendo substância.

O PT, no outro extremo, continua empenhado na mesma luta ideológica de sempre, sem admitir seus erros nem fazer uma necessária, mas impossível, autocrítica. A única saída do PT parece ser "fugir para a frente", fazer de Lula uma vítima de conspiração. Uma vitória do partido seria (será?) sua absolvição política.

As pesquisas atestam uma queda de popularidade de Bolsonaro justamente por dedicar-se mais a cevar seu nicho eleitoral do que a ampliar sua atuação para atender aos demais cidadãos que votaram nele por diversas outras razões que não apenas a visão moralista tosca e a guerra ideológica incessante.

Lula e Bolsonaro alimentam-se um do outro, e o terceiro turno da eleição do ano passado está em plena vigência. É nesse ambiente tóxico que a centro-direita tenta se organizar, sem dar chance a que Lula ou Bolsonaro se aproveitem de seus erros para continuarem sua disputa particular. Dois populistas em busca da perpetuação no poder.

Os movimentos de aproximação do novo PSDB sob o comando do governador de São Paulo João Doria, e o DEM se tornaram evidentes pela escolha do relator da reforma da Previdência, com os tucanos ganhando um posto chave na questão mais central da política hoje, uma decisão que coube ao presidente da Câmara Rodrigo Maia, do DEM.

Ao mesmo tempo, na convenção do DEM em São Paulo, o governador Doria foi aclamado como candidato a presidente. As conversas entre PSDB e DEM têm a participação também do PSD de Kassab, para se fundirem um único partido, ou para trabalharem em conjunto na direção da centro-direita e se opor aos radicalismos de esquerda e de direita.

O Centrão ganhou a presidência da Comissão, e terá o poder de controlar o tempo da tramitação, mais rápida se seus pleitos forem atendidos pelo governo, mais lenta se houver resistência a eles. Ganhará importância política se seus membros entenderem que os pleitos não podem ser fisiológicos como geralmente foram no passado.

O cientista político Carlos Pereira, da Fundação Getulio Vargas do Rio, especialista na análise do quadro partidário brasileiro e sua interação com o Executivo, já há algum tempo vem tentando identificar qual o papel que o PSDB poderia vir a ocupar em um governo Bolsonaro. Especialmente porque, com as derrotas sucessivas à presidência, vem perdendo paulatinamente a capacidade de exercer a função de protagonista no jogo majoritário.

A sua hipótese é que o PSDB poderia exercer o papel de legislador mediano, algo semelhante ao que o PMDB exerceu nos governos FHC, Lula e Dilma. Sem repetir os erros. A distribuição ideológica dos partidos na Câmara dos Deputados que emergiu das ultimas eleições revela, segundo Carlos Pereira, que PSDB e PSD passaram a ocupar exatamente esse mediano.

Como os partidos maiores (PT e PSL) estão distantes do mediano, analisa Carlos Pereira, o PSDB teria o perfil ideal e mais confiável para os outros partidos para evitar um relatório extremado, tanto para à esquerda como para a direita.

Acho, diz ele, que faz completo sentido o PSDB, PSD e DEM tentarem se fundir em uma nova alternativa de centro-direita. São partidos ideologicamente hoje muito próximos, depois que as lideranças tucanas mais identificadas com a centro-esquerda perderam a influência, avalia Carlos Pereira.

Tudo, no entanto, parte da premissa de que os políticos entenderam que indicar nomes para a administração não pode significar mais querer "aquela diretoria da Petrobras que fura poço". E que o Executivo entenda que governar num modelo de coalizão pressupõe repartir o Poder com o Legislativo.
Herculano
30/04/2019 07:41
COM 120 DIAS, BOLSONARO AINDA NÃO ENTENDEU O CARGO QUE OCUPA, por Rainer Bragon, no jornal Folha de S. Paulo

Não é possível cobrar resultados ainda; um mínimo de compostura, sim

Jair Bolsonaro completa 120 dias de governo. Um tempo curtíssimo para qualquer cobrança de resultados ?"menos de 10% do mandato?", mas suficiente para a constatação do misto de despreparo com condutas equivocadas que ganhou abrigo no Palácio do Planalto.

Cem por cento das fichas foram apostadas em uma reforma propagandeada como a chegada à Atlântida e em um pacote de mudanças legislativas bancado pela Lava Jato. Contente com que os adultos cuidem disso, o presidente junta-se aos amiguinhos alucinados e vai brincar na sua Disneylândia particular.

Lá, nesse mundo fantástico de gurus improváveis e vilões imaginários, penas voam para todo lado, a toda hora, em um desabrochar de sentimentos inspirados na rainha Vitória ou na rainha Maria.

Seria muito engraçado, e às vezes é mesmo, não fosse o inconveniente de que ali se ruminam ideias que mais parecem saídas de um parque de diversões mal-assombrado.

Como o estímulo à homofobia e ao turismo sexual, prática que sobrevive em vários casos da asquerosa exploração de meninas do Norte e Nordeste. Turismo gay não, mas gringo de boa cepa vir pra cá catar mulher, aí o presidente curte ?"até porque no seu particular mundo neandertal mulheres não fazem turismo.

No comercial do Banco do Brasil tirado do ar, jovens, a maioria negros, alguns tatuados, dançam e tiram selfies sob uma narração feminina de sotaque nordestino. Se todos fossem homens brancos heterossexuais e o narrador tivesse sotaque paranaense, estaria ok?

Nesta segunda o presidente defendeu que "cidadãos de bem" que assassinem invasores de terras ?"mulheres e crianças geralmente integram esses movimentos?" não sejam punidos. Uma outra declaração afetou ações do Banco do Brasil. Horas depois auxiliares disseram que era só brincadeira. O tempo ainda não permite cobrar resultados, mas é mais do que suficiente para que o presidente saia do playground e tenha um mínimo de compostura.
Miguel José Teixeira
29/04/2019 17:56
Senhores,

?" mardade, sô! Querem transferir o presidiário lula para lá. . . "trabaiá e istudá, nem pensá, lulalá. . .

"Primeira e única unidade prisional no Brasil a ser construída e gerenciada por Parceria Público Privada (PPP), o complexo penitenciário de Ribeirão das Neves (MG) é um exemplo do potencial desse modelo econômico.
. . .
O Complexo Penitenciário Público-Privado (CPPP) tem 66 mil metros quadrados, 2.164 presos ?" com capacidadade para 3.800 ?" e 800 colaboradores. O projeto prevê 5 unidades, das quais três estão já em funcionamento. Cada uma conta com celas, escola, centro de saúde e galpões de trabalho, entre outras facilidades.". . .

+ em: https://cbic.org.br/en_US/primeira-prisao-publico-privada-do-brasil-sera-tema-de-painel-do-enic/


Herculano
29/04/2019 11:51
da série: está cada vez mais claro e para seus aliados, que o governo Bolsonaro arruma encrenca onde ela não existe. Estar em permanente confusão, parece ser uma prática.

JANAÍNA" TENHO PENA DO MOURÃO, COITADO"

Conteúdo de O Antagonista. Janaina Paschoal, em entrevista para o Valor, falou sobre os ataques de Olavo de Carvalho ao general Hamilton Mourão:

"Quando ele insufla os seguidores dele, gera instabilidade. Ele já fez isso comigo várias vezes. É o jeito deles agir. Quando pedi o impeachment de Dilma, fui atacada pela esquerda, mas os ataques do Olavo foram muito mais duros. Estava isolada, agredida pela esquerda e comecei a ser metralhada por ele e pelos seguidores dele. Quando o presidente me convidou para ser vice, foi igual. Essas pessoas não queriam que eu fosse a vice e pediram Mourão. O presidente escolheu quem eles pediram. Agora estão atacando o homem. Dá para entender? Em vários momentos eles erraram. Provavelmente estão errados com relação a Mourão. Estão criando uma conspiração onde não há. Falam com todas as letras que Mourão quer derrubar Bolsonaro. Não existe isso. A vida toda Olavo elogiou os militares e agora critica.

O jornal perguntou se ela se arrependia de não ter aceitado a vaga de vice-presidente. Ela respondeu:

"Não. Quem estaria no inferno que está o Mourão seria eu. Acha que eles estariam felizes comigo? Tenho certeza de que não. Então graças a Deus. Não poderia abrir a minha boca que iam achar que eu queria derrubar Bolsonaro. Tenho pena do Mourão, coitado."
Herculano
29/04/2019 11:21
A PARALISIA DO INVESTIMENTO, por Sérgio Lamucci, no jornal Valor Econômico

Dúvidas sobre Previdência e demanda fraca travam decisões

O investimento segue travado, mesmo depois de passadas as eleições presidenciais e da queda de mais de 30% no auge da crise. Com a demanda anêmica e as incertezas em relação à aprovação da reforma da Previdência, o setor privado investe muito pouco, ainda mais num cenário em que grande parte das empresas tem enorme capacidade ociosa. O setor público contribui ainda menos, dada a péssima situação fiscal do governo federal e de muitos Estados e municípios.

Sem o investimento ganhar fôlego, o PIB crescerá a um ritmo fraco também em 2019 - não por acaso, aumentam as apostas numa expansão de 1,5% ou menos neste ano. Do lado da demanda, o consumo das famílias, os gastos do governo e as exportações não puxarão a atividade, e o país deverá ter mais um ano perdido em termos de crescimento e redução do desemprego.

O anúncio de investimentos desacelerou significativamente depois da greve dos caminhoneiros, em maio do ano passado, como aponta o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato. Levantamento do banco com base em projetos anunciados na imprensa mostra uma queda mais forte exatamente a partir de junho de 2018. De julho de 2017 a maio do ano passado, a média de projetos divulgados foi de 109 por mês. De junho de 2018 a março deste ano, ficou em 56.

No segundo semestre de 2018, as incertezas relacionadas às eleições seguraram o investimento. Hoje, as dúvidas quanto à reforma da Previdência, fundamental para garantir a sustentabilidade das contas públicas no longo prazo, mantêm o setor privado em compasso de espera.

Como pano de fundo, uma demanda muito fraca e uma grande ociosidade na economia. Honorato cita a sondagem industrial de março da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em que houve um salto das empresas apontando a "demanda interna insuficiente" como um dos maiores obstáculos. No quarto trimestre de 2018, esse era um dos principais problemas para 31,1% das companhias; no primeiro trimestre deste ano, o número pulou para 37,5%.

A ociosidade é enorme. O nível de utilização de capacidade instalada da indústria de transformação ficou em 74,4% em abril, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). É um número muito abaixo da média registrada desde 2001, de 80%.

Segundo Honorato, as dúvidas quanto à Previdência afetam mais diretamente um grupo de grandes empresas globais, muitas de capital de aberto, que esperam uma definição sobre o futuro das contas públicas para tomar decisões de investimento. "Há dois canais de transmissão aí", diz Honorato. Se a reforma não passar, a tendência é de haver uma desorganização do ambiente econômico, o que leva as empresas a esperar antes de investir. O outro é o risco de que haja um aumento de impostos no futuro se não houver a mudança do sistema de aposentadorias, gerando dúvidas sobre a rentabilidade dos investimentos.

No caso de empresas de médio e pequeno porte, de capital fechado, o efeito das incertezas sobre a Previdência é diferente, afirma Honorato. Ele se dá porque a indefinição quanto ao sistema de aposentadorias impede mais estímulos para a demanda por parte do próprio Banco Central (BC), por exemplo. Isso poderia contribuir para reduzir mais o custo de capital. É um efeito indireto. Esse empresário só vai investir mais quando perceber a perspectiva de crescimento mais forte da demanda. É obviamente um fator crucial também para as empresas de maior porte, mas uma perspectiva clara de aprovação da reforma da Previdência poderia deflagrar decisões de investimento das companhias maiores, que anteveriam um cenário melhor para a economia, avalia Honorato. Ele espera que a proposta passe em primeira votação na Câmara dos Deputados em julho ou agosto, com aprovação final pelo Senado ainda neste ano.

No primeiro trimestre, a economia foi mal. O Bradesco estima que o PIB tenha recuado 0,1% em relação ao trimestre anterior, feito o ajuste sazonal. Nessa base de comparação, a previsão é que o investimento tenha recuado 0,6%. Por enquanto, Honorato projeta um crescimento do PIB de 1,9% em 2019, número que eventualmente pode ser reduzido. Pelo que indica a pesquisa empresarial do banco, o segundo trimestre se encaminha para uma alta de 0,5%, melhor do que no primeiro, mas que, se confirmada, torna difícil um avanço no ano perto de 2%.

A demora na tramitação e a aprovação de uma versão pouco robusta da reforma da Previdência podem retardar ainda mais a recuperação da formação bruta de capital fixo (FBCF, medida do que se investe em máquinas e equipamentos, construção civil e inovação). Entre o terceiro trimestre de 2013 e o quarto trimestre de 2016, a FBCF caiu 31,6%.

Em recuperações cíclicas que se seguiram a recessões anteriores, o investimento costumava liderar a retomada. Depois de uma queda superior a 30%, não seria absurdo esperar um aumento da FBCF em torno de dois dígitos num primeiro momento. Nos oito trimestres seguintes ao fim da recessão, porém, a FBCF só cresceu 6%. Para Honorato, o problema não é falta de financiamento - a queda dos empréstimos do BNDES já foi mais do que suplantada pelas emissões no mercado de capitais, segundo ele.

Com demanda fraca e o setor público sem espaço para investir, uma opção seria cortar mais os juros, em 6,5% ao ano desde março de 2018. Honorato acredita que a redução da Selic é tema para o segundo semestre. Até lá, deverá ficar claro para o BC que o repique recente dos preços é transitório, como ele e a grande maioria dos analistas avaliam. Se a atividade continuar fraca, a inflação e o câmbio ficarem comportados e a reforma da Previdência estiver bem encaminhada, o BC poderá então baixar mais os juros. Nesse quadro, não seria necessário esperar a aprovação final pelo Senado, diz ele.

Se não for possível estimular a demanda pela redução dos juros, Honorato vê como outras possibilidades promover outras reformas, como a tributária, e intensificar privatizações e concessões de infraestrutura. Hoje, essa agendas estão em segundo plano pela prioridade dada à mudança na Previdência.

Nesse quadro, é fundamental o governo se concentrar na articulação dessa reforma no Congresso, tentando aprovar o mais rapidamente possível uma versão robusta da proposta. A falta de coordenação política da administração de Jair Bolsonaro já cobra o seu preço em termos de crescimento, por adiar a retomada do investimento e dificultar a adoção de outras medidas para estimular a demanda, como novos cortes dos juros.
Herculano
29/04/2019 11:18
NEYMAR INVOLUIU NO PSG E SE TORNOU ADOLESCENTE REBELDE QUE ESMURRA TORCEDORES, por Mathias Alencastro, pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento e doutor em ciência política pela Universidade de Oxford (Inglaterra).

Aos 26, jogador optou pelo conforto de um campeonato organizado para admirá-lo

O jogo inaugural de Neymar no Paris Saint Germain, contra o pacato Guingamp, deu logo a entender que o campeonato francês seria pequeno demais para ele.

Transferido do Barcelona, onde não suportava jogar à sombra de Lionel Messi, Neymar chegou ao PSG com a promessa de levar o clube para outro patamar.

Naquela altura, a transformação em curso do time parisiense interessava muito além do gramado. O PSG era a vitrine do Qatar, e os donos do país-sede da próxima Copa do Mundo esperavam repetir o sucesso dos seus homólogos dos Emirados Árabes Unidos com o britânico Manchester City.

Surgiu um problema, no entanto, que pode ser resumido a quase seis séculos de formação urbana.

Desde Luis 13, a França estruturou-se em torno da sua capital política e cultural, a dominante Paris. Na Inglaterra, pelo contrário, prosperaram diferentes polos, da portuária Liverpool à industrial Manchester, passando pela financista Londres.

Como consequência desse processo histórico, o campeonato inglês tem grandes jogos quase todos os fins de semana, enquanto o francês se resume ao clássico entre PSG e Marselha. Acostumado com times erráticos e desorganizados, o PSG dá um espetáculo de inexperiência quando disputa a Liga dos Campeões europeia.

Neymar tem a sua cota de responsabilidade. À imagem de outros astros, ele vem provando, pelo seu comportamento individualista, que os jogadores são os principais agentes da desmoralização do futebol.

Poucas semanas depois de gravar um vídeo para Jair Bolsonaro, o astro enviou o progenitor para tratar dos seus problemas com a Receita no Palácio do Planalto.

Cristiano Ronaldo também pediu proteção ao presidente de Portugal. Numa violação da regra protocolar, as suas condecorações nacionais foram mantidas, apesar de ter sido condenado por evasão fiscal na Espanha.

Depois de ouvir a sentença, o atual jogador da Juventus saiu do tribunal com o sorriso triunfante, numa lamentável apologia da sonegação.

Os dois jogadores partilham a obsessão pelo dinheiro, as fofocas e os holofotes, mas diferem substancialmente na abordagem do projeto esportivo.

Aos 27 anos, Cristiano Ronaldo encarou uma mudança para um Real Madrid em plena reconstrução. Evoluiu e se tornou um líder. Aos 26, Neymar optou pelo conforto de um campeonato organizado para admirá-lo. Involuiu e se tornou um adolescente rebelde, que xinga juízes e esmurra torcedores.

As coisas devem piorar daqui para a frente. Humilhado na final da Copa da França pelo Rennes, discreto rival do Guingamp na região da Bretanha, o PSG corre o risco de ser abandonado pelos qataris, cada vez mais criticados na França dos coletes amarelos e da revolta contra Paris e os seus super-ricos.

Mas Neymar e os brasileiros em geral não precisam se preocupar. Até a próxima Copa do Mundo, ele continuará recebendo milhões para ser o porta-bandeira de um reino qatari que tem a metade do tamanho de Sergipe.

Quanto aos brasileiros, eles ainda têm três anos para armar um novo time. E encontrar um ídolo que mereça esse nome.
Herculano
29/04/2019 11:10
O PODER BRIGA COM A SOMBRA, por Fernando Gabeira, no jornal O Globo

Não importa o que aconteça com Mourão, um governo tão estreito como o de Bolsonaro certamente terá novas tensões internas

O governo deu um passo na reforma da Previdência, mas continua no clima de barraco eletrônico, com grupos internos se atacando.

Não entro em detalhes, nem me interesso por personagens. Persigo um quadro um pouco maior.

Nele, a primeira ideia que surge dessas incessantes brigas é a ausência da oposição, ocupando ampla e seriamente o seu espaço. Na falta dela, o governo não tem com quem brigar e resolve brigar consigo próprio.

A cena agora revela mais abertamente uma tensão entre presidente e vice. É uma dupla singular para quem observa o recente período democrático. Na última viagem a Brasília, o fotógrafo Orlando Brito me mostrou a imagem da posse de Fernando Henrique Cardoso. No carro aberto, o vice Marco Maciel levantava a mão, de olho na altura da mão de Fernando Henrique. Ele não queria que acidentalmente seu braço estivesse mais elevado.

Marco Maciel era rigoroso na interpretação do papel do vice. Entre Temer e Dilma, houve um período em que a relação esquentou, terminando com aquela carta em tom de bolero: você não se importa comigo, sou apenas um vice decorativo.

Era, na verdade, uma carta de despedida. Temer já se preparava para substituir Dilma.

No caso Bolsonaro-Mourão, teoricamente tinham tudo para se complementar. Poderiam ter até combinado uma divisão de trabalho: Bolsonaro falaria para seus adeptos; Mourão faria a ponte com os setores que, por pura rejeição ao PT, votaram sem concordar com tudo.

Mas a política não se faz apenas com teorias. Ela é mediada por nossas paixões humanas. Sem combinar suas posições, agindo desorganizadamente, acabaram caindo na armadilha de sempre: até que ponto o vice pode ser protagonista?

No princípio da campanha, Mourão parecia tão ou mais conservador que Bolsonaro. Com o tempo, foi abrandando seu discurso, voltado para o mercado financeiro, a imprensa, a diplomacia.

Até que ponto Mourão quis apenas manter a amplitude da frente que elegeu Bolsonaro, até que ponto seu protagonismo é a maneira de se diferenciar dele, mostrar-se como uma alternativa?

Isso dá margem para tantas nuances interpretativas que prefiro avançar um pouco na tese inicial. Não importa o que aconteça com Mourão, um governo tão estreito como o de Bolsonaro certamente terá novas tensões internas, sobretudo pela ausência de uma forte oposição. Um efeito colateral dos confrontos entre alas do governo é o tiroteio contra as Forcas Armadas. O que se diz sobre os militares em posts e lives da direita, não se dizia nem nos panfletos da extrema esquerda no tempo da Guerra Fria.

Não me importo com textos que tentam interpretar o golpe de 64 como algo realizado pelos civis, muito menos com a afirmação de que os militares destruíram os políticos de direita.

O mundo da internet é recheado de interpretações, eletrizado por teorias conspiratórias. Por que perder tempo em desfazê-las?

As coisas mudam de figura quando os ataques às Forcas Armadas são postados na conta do próprio presidente da República.

É algo tão grave, em termos políticos, como a postagem do golden shower. Não creio que Bolsonaro compartilhe realmente da tese de que as Forcas Armadas no Brasil são uma nulidade. Todo os que viajam pelo Brasil podem testemunhar a ação positiva do Exército. Se quiser reduzir o aprendizado a duas situações, basta ir à fronteira com a Venezuela, ou mesmo às cidades mais secas do Nordeste, onde o Exército organiza o abastecimento de água.

Quem gosta de ler também pode ter acesso às obras que militares têm publicado. Outro dia, resenhei o livro do coronel Alessandro Visacro sobre "A guerra na era da informação". Acabo de receber o livro "Direito internacional humanitário", do coronel Carlos Frederico Cinelli. Um estudo sobre a ética em conflitos armados.

As Forcas Armadas não divagam sobre filosofia ou política, mas cuidam de temas ligados à sua atividade principal.

Quem escolheu um general como vice foi o próprio Bolsonaro. Tem de arcar com sua escolha. Se quiser trocar de vice, que o faça em 2022, se for candidato.

A comparação das fotos de posse de Fernando Henrique e Bolsonaro é sintomática. No carro de FH, Marco Maciel obcecado em ser discreto; no carro de Bolsonaro, a ausência. Em seu lugar, Carlos Bolsonaro, protegendo o pai.

O protagonismo de Mourão foi suprimido no ritual. Naquele momento, o drama, como dizia o poeta Drummond, já se precipitava sem máscaras. Era só olhar.
Herculano
29/04/2019 11:08
O MOTORISTA DO BRASIL, por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

Bolsonaro dirige o país como ele e sua família conduzem os próprios carros

"Decisão nossa: não teremos mais nenhuma nova lombada eletrônica no Brasil", declarou o presidente Jair Bolsonaro no dia 7 de março. Segundo ele, "é quase impossível viajar sem receber uma multa".

Na visão do chefe da República, o problema não é o motorista imprudente, mas o suposto excesso de vigilância com objetivo de dar lucro a quem explora o setor.

Dias depois daquela declaração, o governo anunciou o envio ao Congresso de projeto para aumentar de 20 para 40 pontos o limite exigido para a suspensão da carteira de habilitação, em um período de 12 meses.

Bolsonaro já tentou, sem sucesso, emplacar uma proposta parecida quando era deputado. Além de diminuir o rigor da punição, ele pretende aumentar o prazo de renovação da CNH de cinco para dez anos.

Reportagem publicada pela Folha neste domingo (28) mostrou que a família do presidente está longe de ser um exemplo de boa conduta no trânsito. Tem de tudo nos prontuários: avanço no farol vermelho, excesso de velocidade, estacionar em local proibido, falar ao telefone durante a viagem e falta de licenciamento.

A primeira-dama, Michelle, e Flávio Bolsonaro, senador e filho do presidente, estouraram o limite de 20 pontos. O Detran-RJ alega que ainda não abriu processo para suspender a carteira da mulher do presidente por causa de um inacreditável passivo de 697 mil ações do tipo.

Em cinco anos, Bolsonaro cometeu seis infrações, duas delas "gravíssimas". O presidente, segundo os registros do Rio, trafegou em uma faixa exclusiva para ônibus, em Niterói.

Bajulado com motoristas e carros oficiais, Bolsonaro nem precisa dirigir mais. Mesmo assim, conseguiu a proeza de cometer uma infração ao dar uma escapada de moto no Guarujá no feriado de Páscoa.

A Folha mostrou que caiu o número de mortes onde há radares. Bolsonaro não está nem aí. Age com
argumentos e teorias que muitas vezes não fazem sentido. Dirige o país como ele e sua família conduzem os próprios carros.
Herculano
29/04/2019 11:04
DF: APROVAÇÃO DE BOLSONARO SUPERA VOTAÇÃO: 57%, por Claudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Levantamento do Paraná Pesquisas encomendado pelo site Diário do Poder indica que na capital do Brasil 57,3% dos eleitores aprovam o governo Jair Bolsonaro (PSL), contra 35,9% que o desaprovam. Isso mostra que a aprovação do presidente no Distrito Federal aumentou 2,2 pontos em relação a sua eleição de 2018, quando obteve 55,1% dos votos. Sua desaprovação é hoje 8,9 pontos menor que a votação obtida pelo candidato do PT Fernando Haddad (PT), no DF: 44,8%.

AVALIAÇÃO EM ALTA
O governo Bolsonaro é ótimo para 12,8% do DF e bom para 26,1%, superando avaliações péssimas e ruins, 11% e 16,4%, respectivamente.

VOZ DA EXPERIÊNCIA
O presidente obteve o seu melhor resultado entre quem tem 60 anos ou mais: 59,7%. O menor é entre quem tem 45 e 59 anos com 53,5%.

SURPRESA
Notoriamente mais bem avaliado entre o público masculino com 61,2%, Bolsonaro subiu entre as mulheres e a aprovação feminina é de 53,9%.

METODOLOGIA
O Paraná Pesquisas ouviu 1.542 eleitores entre os dias 22 e 26 de abril no Distrito Federal. A margem de erro é de 2,5% para mais ou menos.

PROCURADOR PEDE QUE TCU ANULE ELEIÇÃO NA CNC
O procurador do Ministério Público de Contas da União, Júlio Marcelo de Oliveira, apresentou parecer pedindo ao Tribunal de Contas da União (TCU) que anule a eleição para a diretoria da Confederação Nacional do Comércio (CNC), ocorrida em setembro do ano passado. O empresário José Roberto Tadros foi eleito presidente após quase 40 anos de mando de Antonio Oliveira Santos. O procurador mandou ainda que a CNC se adeque a princípios de moralidade, isonomia etc.

IMóVEIS À BEIRA-MAR
Júlio Marcelo criticou a decisão de nova diretoria de gastar R$24,5 milhões em dois imóveis para hospedar diretores no Rio de Janeiro.

A FIRMA É RICA
A CNC é uma das entidades mais ambicionadas, com orçamento anual superior a R$10 bilhões. E com R$1,2 bilhão, limpos, em caixa.

SEM JURISPRUDÊNCIA
A CNC nega as irregularidades e afirma que o TCU não pode intervir em sindicatos, o que levou o ministro Bruno Dantas a arquivar uma ação sobre o caso. Adicionalmente, promete fazer representação contra o procurador Júlio Marcelo junto ao MP de Contas por atuar de "forma criminosa".

MINEIRO INVISÍVEL
Ex-quase presidente eleito em 2014, Aécio Neves (PSDB-MG) votou 38 vezes no plenário da Câmara e só fez um único discurso. Exerce, como poucos, a habilidade de sumir quando se vê enrolado em escândalos.

GURUBU FAZ SUCESSO
Alguns dos militares que trabalham no Palácio do Planalto somente se referem ao polemista Olavo de Carvalho como "Gurubu", Acham a maior graça. Mas é apenas nome de uma árvore usada em carpintaria.

PORTA DE SAÍDA
O ministro Osmar Terra (Cidadania) tem sido citado para disputar pelo MDB a prefeitura de Porto Alegre, em 2020. Bem avaliado como deputado, revelou-se gestor aplicado e eficiente como ministro.

DUAS DÉCADAS DE FRAUDES
O presidente do INSS, Renato Vieira, confirmou que há 3 milhões de processos com indícios de fraude no órgão, mas o INSS só consegue analisar 150 mil por ano. Nesse ritmo, o pente fino só acaba em 2040.

PAI DOS BURROS
Na CPI de Brumadinho, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) adotou o bordão: "O depoente teve uma atitude zânia". E emenda: "Você sabe o que é zânia?" Algum gaiato respondeu: "Consulta o dicionário".

ASSIM NÃO DÁ
O partido Cidadania indicou o deputado Alex Manente (SP) para a comissão especial da reforma da Previdência na Câmara. "Previdência que custa mais que saúde, segurança e educação juntas", diz Manente.

ESFORÇO ÚNICO
A estridente deputada Erika Kokay (PT-DF) faz silêncio constrangedor sobre sua condição de ré, na Justiça Federal, acusada de ter um "Queiroz" para chamar de seu. O indivíduo tomava parte do salário da assessoria para depositar na conta da deputada. Esses petistas?

VITóRIAS DOS AUTISTAS
A Câmara aprovou dois projetos de Célio Studart (PV-CE) sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA): um dá prioridade à tramitação de processos judiciais, o outro cria a carteira de identificação dos autistas.

PENSANDO BEM...
...se feriado segunda ou sexta engorda o fim de semana de todos, quando cai na quarta, como na próxima, garante uma semana de folga para os políticos.
Herculano
29/04/2019 10:57
A GARGALHADA, por Luiz Felipe Pondé, ensaísta e filósofo no jornal Folha de S. Paulo

No Brasil, direita e esquerda parecem pastar como jumentos na grama da guerra fria

Sempre que tenho o prazer de ir ao leste europeu, ouço a mesma resposta quando conto que no Brasil a maior parte dos jovens "informados" e da classe culta em geral são simpáticos a regimes socialistas ou comunistas: uma gargalhada seguida de espanto. "Mas, eles não sabem o que aconteceu aqui nos países comunistas durante décadas?", me perguntam.

Claro que esta adesão ao socialismo e comunismo como tara intelectual não é um pecado brasileiro. Por todo o ocidente, inteligentinhos brincam de socialistas e comunistas. Diante da violência e miséria que viveram, os habitantes dos países que padeceram sob o regime comunista de fato, só podem dar uma gargalhada como esta.

Arriscaria dizer que só agora começamos a ter a chance de tentar entender, em algum grau, nossa história política desde a guerra fria. O trágico período da ditadura(que nenhum inteligentinho de direita venha dizer que não houve ditadura no Brasil) foi seguido por outro período em que, ao invés de termos uma elite cultural que olhou para o país de uma forma um pouco mais realista (um filósofo diria, "empírica"), tivemos uma elite cultural monolítica que continuou presa a geopolítica da guerra fria. A polarização política no Brasil hoje é anacrônica. Direita e esquerda parecem pastar como jumentos na grama da guerra fria.

Se Bolsonaro e seus seguidores são uma espécie de cadelas hidrófobas que saíram do quarto escuro quase 30 anos depois (a imagem é inspirada em Nelson Rodrigues), nostálgicos de uma ditadura, a elite culta ativa nos "aparelhos culturais e educacionais" pós-ditadura se encastelaram numa narrativa atávica, presa a um "profetismo" marxista (e derivados) que logo estará na lata de lixo da historiografia.

Ao invés de propor uma análise mais complexa e ampla da política, grande parte de nós preferimos transformar as universidades, a mídia, a arte e a cultura em espaços de disputa política baixa, a serviço de interesses de classe, assim como se vê hoje em dia uma parte do poder judiciário fazer a mesma coisa: que se dane o país, contanto que seus privilégios de uma República das Bananas continuem a funcionar.

A historia do pensamento político é essencial para pensarmos qualquer política. A obviedade da afirmação acima é proposital. Referências existem por toda parte, cito aqui apenas uma delas: "On Politics" do professor Alan Ryan, que ensinou teoria política nas universidades de Oxford e Princeton, da editora W.W. Norton & Company.

O debate sobre como fazer a vida em sociedade um pouco menos ruim (porque é disso que se trata a política), desde a Grécia, tem alguns marcadores essenciais. Vou dar apenas dois exemplos importantes.

Um deles é a busca de "regimes mistos", como buscava Aristóteles em Atenas e Cícero em Roma, ambos na antiguidade, e "Os Federalistas" (James Madison, John Jay e Alexander Hamilton) nos EUA, no final do século 18. "Misto" aqui significa um regime que integre minimante uma "aristocracia" (não de sangue) competente a agentes que representem o "povo", a maioria, de forma razoável. A busca dessa integração institucional visa evitar a ganância dos poderosos e o ressentimento dos mais pobres.

Política é o campo em que conflitos auto-justificados se organizam institucionalmente a fim de que esses conflitos não destruam a sociedade. Esta tradição atinge seu apogeu justamente nos Federalistas, com a criação de mecanismos práticos e institucionais de pesos e contrapesos que limitem o poder de todo mundo que tem alguma forma de poder.

Outro marcador essencial é o debate acerca da natureza humana (não vou debater com os inteligentinhos o conceito de natureza humana aqui). De um lado, Santo Agostinho, na antiguidade tardia, para quem o pecado faz de nós seres interesseiros que a qualquer hora podem destruir tudo para realizar seus desejos mais mesquinhos e que, portanto, necessitam de uma ordem mínima que os mantenham sob cuidado e atenção. David Hume, cético, já no século 18, pensava que seria uma máxima política justa supor que todo homem pode a qualquer hora agir como um patife, e por isso mesmo, se faz necessário confiar desconfiando, em bom português.

Do lado oposto, a tradição, grosso modo, iluminista, de Rousseau a Marx (e derivados) para quem os homens são vítimas históricas que um dia, libertos da opressão, serão anjos políticos.

Você também está ouvindo a gargalhada de Aristóteles, Cícero, Santo Agostinho, Federalistas e David Hume?

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