TRANSFERIRAM A SESSÃO DA CÂMARA DE GASPAR DA TARDE PARA A NOITE, MAS NÃO ADEQUARAM O SEU FUNCIONAMENTO PARA O NOVO HORÁRIO. - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

TRANSFERIRAM A SESSÃO DA CÂMARA DE GASPAR DA TARDE PARA A NOITE, MAS NÃO ADEQUARAM O SEU FUNCIONAMENTO PARA O NOVO HORÁRIO. - Por Herculano Domício

25/06/2018


Da esquerda para a direita, os vereadores: Francisco Solano Anhaia, MDB; Roberto Procópio de Souza, PDT e o presidente da Câmara, Silvio Cleffi, PSC.

OS SERVIDORES ESTÃO RINDO À TOA. PREPARAM-SE PARA IR À JUSTIÇA GANHAR AS HORAS EXTRAS E OUTRAS VANTAGENS

É sempre assim: quando os políticos gerenciam as suas coisas com os pesados impostos do povo e não com o que está no bolso deles próprios, dinheiro tirado para aquilo que deveria estar sendo aplicado na saúde pública, educação como mais creches, assistência social e obras, há notório desperdício, descontrole e irresponsabilidade administrativa.

Pior mesmo, é quando se verifica que isso acontece com os que foram eleitos pelo povo para fiscalizar os entes públicos. Casa de ferreiro, o espeto é de pau.

E um requerimento do vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, que está na Câmara para ser votado na sessão noturna de amanhã retrata bem esta situação claramente. Ele lava a minha alma mais uma vez. Ou seja, apesar de repetitivo, não se trata de falta de assunto e nem uma implicação minha, como os incomodados sempre justificam nos seus discursos para me constranger, desmoralizar e até humilhar.

Antes, porém, um parêntesis necessário.

Os vereadores de Gaspar – não os desta legislatura - mudaram o horário das sessões ordinárias. Elas sempre foram à noite e até já se teve duas por semana, com quatro ou cinco servidores a auxiliarem os trabalhos dos edis. E por que essas sessões eram à noite? Porque os vereadores eram trabalhadores comuns ou donos de negócios, verdadeiros representantes da sociedade, do povo, líderes em seus ambientes ou regiões e por isso, não ganhavam nada para serem vereadores. Então de dia trabalhavam e tocavam os seus negócios, e de noite, ajudavam a cidade como vereadores.

Esse era o tal verdadeiro espírito comunitário.

Hoje tudo mudou. Ser político é profissão, virou carreira e até um negócio. Pior de tudo: não querem ser cobrados naquilo para a qual foram eleitos e ganham subsídios e diárias para exercer.

Vejam só. Tem até gente que eleita diz que é sacrifício o que faz, mas não larga o osso. Há os que reclamam de que ganham pouco e vive tentando driblar o eleitor atento para aumentar as vantagens para si. Outros até, reclamam e se queixam dos críticos. Reconhecem, todavia, que muitas vezes até dá vergonha de ser político como o próprio vereador Evandro Carlos Andrietti, MDB, pronunciou em 26.05 e 21.06 deste ano, mas quer continuar político e no cargo, afrontar leis, como se o exercício fosse o de beneficiar uns e prejudicar outros.

Tem político ou indicado por ele que é gestor, mas não possui título, preparação e nem sequer tem conhecimento ou experiência de administração. Há até os que nem profissão definida tiveram alguma vez na vida e por isso, mentem descaradamente nos currículos que apresentaram nas últimas eleições. Enganaram à cidade e os cidadãos se deram por satisfeitos e os escolheram ou saíram na defesa deles.

E por que os novos e velhos políticos se sentiram à vontade para fazer isso com os gasparenses? Porque os eleitores foram omissos ou coniventes por algum suposto interesse ou descomprometimento futuro. Resultado: queriam ser ou estão sendo governados ou fiscalizados por gente pior na condição de gestor ou fiscal do que os próprios eleitores. Incrível! E para encontrar cargos, vantagens e espaços no ambiente político e público, esses políticos exibem os votos que receberam dos gasparenses como ativos para pleitear empregos públicos (pagos pelo povo), facilidades, indicações...

Enfim, os vereadores de Gaspar de ontem resolveram fazer uma única sessão à tarde hoje, o que já era duas a noite. A “nova” é de apenas de duas horas e meia (e esses dias atrás por conta disso, até o líder do governo ficou sem horário para defender o prefeito) além de inchar à Câmara com assessores efetivos e comissionados: hoje são 29. Entretanto, quer-se muito mais assessores e se espera o cochilo dos gasparenses para voltar com a matéria polêmica patrocinada pelo presidente da Casa Silvio Cleffi, PSC, bem como com os seus apoiadores PT, PDT e PSD para se ter um caríssimo “procurador geral” comissionado...

A transferência da sessão da noite para a tarde foi uma manobra unicamente construída foi para isolar o público dos políticos e suas manhas ou manobras durante as sessões.

Nesta legislatura, a volta da sessão noturna, a qual tem se mostrado muito mais produtiva em debate, duração e participação popular no plenário, apesar da disponibilidade das sessões na internet ao vivo, ou em gravações, oportunidade que não se tinha antigamente e exigia a presença para acompanhá-la

Essa mudança, contudo, só foi “pedida”, não exatamente para atender o povo, o eleitor, o cidadão. E sim, para ajeitar um impedimento e birra política entre o presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, o licenciado José Hilário Melato, PP, - o que originou todos os erros administrativos no inchamento da Câmara - e seu funcionário na autarquia, e opositor ao governo de plantão, Cícero Giovani Amaro, PSD.

Tanto que a proposta foi rejeitada no ano passado quando Cleffi dava à maioria para a base governamental de Kleber Edson Wan Dall, MDB.

É que eram “incompatíveis” os horários de serviço e de vereador de Cícero. E ele teve que fazer uma opção pelo ganho e a função. Como Silvio pulou de galho e como o PSD lhe deu a presidência da Câmara, inclusive com o voto de Cícero, o tema voltou à pauta e foi aprovado neste ano. Agora, com a sessão à noite, Cicero pode acumular a Câmara e o seu Samae.

A COISA MAL FEITA PARA O POVO PAGAR

Fechado o parêntesis, voltemos ao tema da coluna.

Essa manobra de transferir a sessão da tarde para a noite foi malfeita do ponto de vista legal administrativo. Ponto final. Coisa de político. Olhou-se o benefício político e o pessoal de um vereador. Ela parece repetir um erro antigo e nada foi apreendido com ele.

Refiro-me à contratação e concursos na Câmara. Eles se revelaram desastrosos contra o bolso dos gasparenses. O ex-presidente Ciro André Quintino, MDB, “corrigiu”, pelo caminho mais curto e favorável aos servidores o que foi armado ou malfeito pelo ex-presidente Melato – o que se diz ser um executivo -, como ele próprio explicou em discurso para justificar o seu ato, o que se diz ser um executivo.

Pela manobra de Ciro, quem era obrigado a trabalhar 40h por semana na Câmara, passou a cumprir apenas 30 horas. E quem foi contratado por 30h, passou a ganhar salários compatíveis aos de 40 horas na tal isonomia. Esse vício de origem, vejam só, não foi analisado no momento da formulação do último concurso da Câmara por técnicos que se dizem expert e habilitados para tal. Parece até um erro proposital de tão primário à uma assessoria da Câmara que se diz qualificada.

Agora, está prestes a estourar mais uma bolha de vantagens que vai ampliar os gastos da Câmara com seus funcionários.

Apesar das advertências dos técnicos da Câmara, o relator desse projeto de troca de horários das sessões ordinárias na Casa, Roberto Procópio de Souza, PDT, que é advogado, ou seja, não é nenhum neófito na matéria, resolveu ignorá-las. Inexplicável.

Com isso, está se formando um novo passivo que será pago com dinheiro de todos os gasparenses. E com a anuência do presidente Silvio, o que “fiscaliza” a Saúde Pública e o Hospital em nome da corporação médica, mas não consegue enxergar às vulnerabilidades no seu próprio ambiente de autoridade, autonomia e gestão.

É isso que explicita o requerimento de Anhaia que vai ser votado amanhã. Então vejamos o que ele denuncia e quer ver esclarecido e resolvido.

1 - A Mesa Diretora já tomou providências em relação ao horário de alimentação/descanso que os servidores efetivos e comissionados têm direito às terças-feiras, tendo em vista que, com a alteração horário da sessão ordinária, os referidos servidores laboram mais de 06h? Caso afirmativa a resposta, apresentar as medidas tomadas, juntando, inclusive, documentos que comprovem.  Caso negativa a resposta, justificar o motivo pelo qual ainda nenhuma medida foi tomada.    

2 - A Mesa Diretora já tomou providências em relação às horas extraordinárias que excederem às 2h permitidas, tendo em vista que a Lei nº 1.305/1991, em seu artigo 84, dispõe que o servidor poderá realizar no máximo 2h extras por dia? Caso afirmativa a resposta, apresentar as medidas tomadas, juntando, inclusive, documentos que comprovem. Caso negativa a resposta, justificar o motivo pelo qual ainda nenhuma medida foi tomada.    

3 - A Mesa Diretora já tomou providências quanto ao estabelecimento de banco de horas para os servidores comissionados? Caso afirmativa a resposta, apresentar as medidas tomadas, juntando, inclusive, documentos que comprovem. Caso negativa a resposta, justificar o motivo pelo qual ainda nenhuma medida foi tomada.    

4 - A Mesa Diretora já decidiu se irá implantar o cartão ponto para os servidores comissionados? Caso já tenha decidido pela instalação, informar quando pretende instalar. Caso ainda não tenha decidido ou tenha decidido pela não implantação, justificar as razões e motivos da decisão.

5-  O Relator Geral do Projeto de Resolução (que alterou o horário das sessões ordinárias), Vereador Roberto Procópio, o qual também é Vice-Presidente desta Casa de Leis, informou à Mesa Diretora que, no resumo original feito pelo Analista Legislativo do respectivo Projeto de Resolução constavam observações importantes sobre os direitos dos servidores que deveriam ser respeitados com a mudança do horário, assim como do aumento de despesas e as devidas observações que deveriam ser feitas em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal? Anexo, segue cópia integral do rascunho original do parecer elaborado pelo Analista Legislativo responsável pela devida análise técnica.

Volto: Meu Deus! Compensação de horas, mudanças de horários, nem o relator Procópio, nem o presidente Silvio, nem o vereador Anhaia tocaram no assunto, nem como tênue tema a ser discutido.

Aliás, isso é palavrão no ambiente público que propagandeia à eficiência e esculacha os dicionários e as boas práticas de administração pública. Afinal, o dinheiro que gastam não é dos vereadores. E a mera menção de cartão de ponto aos comissionados já virou um movimento de ira entre eles: comissionados e vereadores.

Afinal, o que estão querendo esconder e quem querem beneficiar? Não basta o caso de José Carlos Spengler, afilhado político de Melato e “assessor” do suplente José Ademir de Moura, PSC, que ao invés de estar no gabinete em Gaspar trabalhando como os demais, resolveu passear por três semanas na Terra Santa e Roma? Denunciado, uma boa parcela resolveu correu para colocar panos quentes e forjar legalidade ao caso? Acorda, Gaspar!

MEMÓRIA

Esta é do leitor da coluna Odir Barni, funcionário público de Gaspar aposentado e fundador do Sintrapug. Ele possui, reconhecidamente uma memória privilegiada e é um contador de muitas histórias de Gaspar.

COMÍCIO NO BAIRRO BELA VISTA EM 1982 - salão da Igreja

Discursando, eu, Odir Barni; Dario Beduschi, coordenador de campanha; Maurício Hostins, candidato a vereador do bairro; Dr.Valmor Beduschi Jr, candidato a prefeito e Antônio Dionísio Sabel, candidato a vice.

Convém lembrar que o Bairro Bela Vista, cresceu muito em função de estar, praticamente a Blumenau. Os discursos e as promessas foram muitas, mas os grandes problemas, especialmente de saneamento ainda persistem. Associação Moradores Bela Vista - Ambevi comandada pelo amigo Pedro José Garcia, vai muito bem, quem sabe um dia será Distrito.

Volto. Nesta eleição, Tarcísio Deschamps e Luiz Carlos Spengler, do então PDS sucessor da Arena, hoje PP, e ambos falecidos, venceram a eleição com 6.825 votos dos gasparenses.

TRAPICHE

Por outro lado, um exemplo diferente do da Câmara. A marca da volta do delegado Paulo Norberto Koerich a Gaspar: ele compôs com o exíguo quadro que possui à disposição. Alguns setores – como por exemplo o de informações ao público e o de Jogos e Diversões - que estavam atendendo das 14h às 19h voltaram ao horário comercial das 8h às 12h e das 14h as 18h.

A terceirização da alimentação nas creches e escolas municipais em Gaspar sob tiroteio. Depois de preservar os empregos duplos de merendeiras e serventes sem função, a oposição (PT, PDT e PSD) voltou à carga: agora, diz que a quantidade de comida que a empresa oferece é menor que a fome das crianças. Ai, ai, ai.

A vereadora Mariluci Deschamps Rosa e seu PT, insistem na mentira para torná-la uma verdade, como na tática do estrategista de comunicação nazista, Joseph Goebels. Eles insistem para analfabetos, ignorantes, desinformados e medrosos de que o MDB fechou o Hospital de Gaspar e o PT o abriu.

Quem fechou o Hospital foi o Conselho – que nada tinha a ver com a prefeitura - e a pedido dos médicos. O Conselho porque não tinha mais condições financeiras para sobreviver, tanto que hoje o Hospital só está aberto pela intervenção marota do PT que injeta nela uma fortuna que prejudica o funcionamento dos postinhos, sem saber quem é o verdadeiro dono do Hospital. Se sabe, mas se esconde. O Hospital foi fechado porque a corporação médica, insaciável, via tantos problemas de infraestrutura e segurança sanitária que o deixava inviável para continuar aberto.

Refeito e revitalizado o prédio físico numa ação orquestrada pela Acig de Samir Buhatem e o apadrinhamento da Bunge Alimentos, por seu então presidente, o gasparense de origem no Belchior, Sérgio Roberto Waldrich, o PT e Pedro Celso Zuchi, o enganaram. Juraram que se o Hospital abrisse antes da hora, dariam sustentabilidade econômica. Waldrich caiu na lábia do PT e de Zuchi.

O governo petista não deu à prometida sustentabilidade econômica. Tanto que o PT, Zuchi e sua gente, incluindo a vice prefeitura Mariluci, sempre “acharam” que ali se roubava o que a prefeitura destinava de verba pública e preferiram decretar a intervenção, ampliar sem fim as dívidas, empregar os seus, abrir um crédito de R$10 milhões de compras sem licitação e não apontar até hoje os supostos ladrões do hospital, justificativa da intervenção.

Escrevo isso porque sou parte do processo de revitalização do Hospital. Era o vice-presidente da comissão e não concordei com o golpe final do PT. E deixei de ir lá naquela farsa de inauguração e abertura. O resultado está ai à vista de todos, infelizmente. Era óbvio. Estava escrito. E assim foi e está sendo. Acorda, Gaspar!

Comentários

Herculano
26/06/2018 21:15
AMANHÁ É DIA DE JOGO DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL

AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, ATUALIZADO E ACESSADO DE GASPAR E ILHOTA
Herculano
26/06/2018 21:15
A SALA DA SEGUNDA TURMA DO STF VIROU PORTA DE SAÍDA DA CADEIA, por Augusto Nunes, de Veja

Disfarçados de juízes, Gilmar, Lewandowski e Toffoli agem como cúmplices de bandidos de estimação

A libertação do delinquente José Dirceu, condenado em segunda instância a 30 anos e 9 meses de prisão, escancarou a verdade inverossímil: a sala ocupada pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal transformou-se numa gigantesca porta de saída da cadeia.

Essa bofetada na cara do país que presta foi desferida a seis mãos por Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. Nenhuma surpresa. Gilmar inaugurou e comanda a primeira usina de habeas corpus do planeta. Lewandowski ganhou uma toga por ser filho de uma vizinha de Marisa Letícia. Toffoli é uma alma subalterna a serviço de Dirceu.

Disfarçados de juízes, os três agem como cúmplices de bandidos de estimação - e enxergam no povo brasileiro um bando de otários que só explodem de indignação quando a seleção vai mal numa Copa do Mundo. É hora de mostrar aos semideuses de araque que a paciência dos honestos acabou.
Herculano
26/06/2018 21:13
NO CONGRESSO, CARGA CONTRA O SUPREMO

Conteúdo do BR18. Texto de Marcelo Moraes. A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) reagiu hoje às polêmicas decisões tomadas pela Segunda Turma do Supremo. Ela defendeu que o Congresso aprove a proposta que fixa em dez anos o mandato para os ministros do Supremo, interrompendo o que ela chama de "vitaliciedade no cargo".

"No momento em que as recentes decisões do STF enfraquecem a Operação Lava Jato, alguns ministros da Suprema Corte são tratados como popstars. Defendo a PEC, da qual sou relatora, que acaba com a vitaliciedade do cargo, estabelecendo mandato de dez anos", afirmou, hoje, no plenário do Senado.
Herculano
26/06/2018 21:13
da série: o que essa gente tem a esconder? Ou não tem nada a mostrar, a não ser distribuir fuzis e balas?

ECONOMISTA DE ALCKMIN PROVOCA BOLSONARO E PAULO GUEDES
SALVAR

Conteúdo de O Antagonista. Coordenador do programa econômico de Geraldo Alckmin, Persio Arida voltou suas baterias contra Paulo Guedes, o economista responsável pelo programa de Jair Bolsonaro, e ao próprio pré-candidato do PSL, em debate promovido pelo Valor.

Arida classificou como "lamentável" a opção de Guedes de não comparecer.

"Que o Bolsonaro fuja dos debates sobre segurança, eu entendo, ele não entende nada sobre segurança. Mas lamento a ausência do Paulo Guedes. Alguém que julga que o Brasil deu errado porque os liberais nunca estiveram lá (no poder) poderia apresentar suas propostas, sabedorias".
Odir Barni
26/06/2018 20:14
CORREÇÃO SOBRE AS ELEIÇÕES DE 1992 PARA VEREADOR E PREFEITO EM GASPAR.

Caro, Herculano:

Em primeiro lugar agradeço por publicar a foto e fazer referência a minha memória. Para tirar algumas dúvidas, quero ratificar o que disse meu amigo, Mario Pera, sobre as eleições de 1992 no município de Gaspar. Procuro sempre comentar sobre assuntos que conheço e gosto, talvez por um erro de datilografia postei como se fosse em 1982. Na verdade, este comício foi nas eleições nas eleições de 1992, onde o prefeito eleito foi, Luiz Fernando Poli/Evaristo Schramm.Mesmo sendo da corrente peemedebista, nesta eleição , a pedido do então prefeito Francisco Hostins eu me filiei ao PDC com a certeza que seríamos parceiros do PMDB; como a proposta não foi aceita optamos por apoiar, Valmor Beduschi Jr. do PTB. Por incrível que pareça nossa coligação nanica, mas com um número grande de candidatos e com boa média de votos, elegeu 5 vereadores: João Carlos da Silva(Cassinho), Celso Rangel, Andreone Santos Cordeiro, Mário Pera , Jacó Francisco Goedert e Ivo Carlos Duarte. Nesta eleição disputaram o cargo majoritário: Luiz Fernando Poli(PFL) Bernardo Leonardo Spengler(PMDB),Valmor Beduschi Jr. (PTB), Olavo Pereira (PDS)e Silvio Rangel Figueiredo (PDT).
Miguel José Teixeira
26/06/2018 16:04
Senhores,

Da série " o STF faz coisas que nem Jesus acredita":

Acabaram de soltar o maldito "zédirceu", ladrão do povo brasileiro. . .
Observador
26/06/2018 13:29
Caro Leo, você tem toda razão quanto ao uso do cartão ponto, ele deveria ser obrigatório para todos inclusive secretários, porém mesmo sendo obrigatório os chefes vivem abonando as faltas dos amigos.
Outra coisa, quando você diz que que se não for ilegal é imoral, você está certo em partes, porque é sim ILEGAL e também IMORAL, tanto que o prejuízo causado por esse secretário ao municipio é de mais de 10 mil reais, onde o mesmo recebeu nem ao mesmo trabalhar.
Mas em Gaspar é assim, os vereadores que poderiam abrir uma CPI para apurar estão usando isso como moeda de troca com o Governo, ou seja tudo da mesma laia, situação e oposição não valem o que recebem para prestar um serviço digno ao povo.
Anilson Guerreiro Neto
26/06/2018 12:12
Sr. Herculano;

Perfeita a matéria, mas só ressaltando que a mudança de horário, foi aprovada por unanimidade.
Portanto todos aprovaram a mudanças, inclusive o autor do requerimento, Sr. Chico Ananhia e ninguém se preocupou com as graves consequências do feito. O povo que se lasque.
Miguel José Teixeira
26/06/2018 11:21
Senhores,

Da série "a prisão faz coisas que nem Jesus acredita":

Na mídia:

"Lula diz que não é pombo-correio para usar tornozeleira eletrônica"

Alguém aí já viu um pombo-correio usando tornozeleira eletrônica???

Informações para o tal frei betto, por favor!
LEO
26/06/2018 09:53
sobre o requerimento de um vereador,que pede para a mesa diretora da câmara.sobre a instalação de cartão ponto para comissionados da câmara.na minha opinião todos na câmara de vereadores deveriam bater cartão ponto.porque tem vereador que critica,mais o seu assessor pouco esta na câmara.é só ir as 13;30 hs na câmara e ver quantos servidores estão trabalhando.sendo que o horário de atendimento é das 13 hs até as 19 hs. acho que já deveria ver também na prefeitura , para que todos registrem cartão ponto. até os secretários municipais.para não ter mais problemas como já vimos a pouco tempo.de gente trabalhando em dois empregos.no mesmo horário.que se não era ilegal,mais com certeza era imoral.
Herculano
26/06/2018 08:42
APóS JANELA PARTIDÁRIA, MAIA QUER REVER DISTRIBUIÇÃO DE CARGOS

Conteúdo da Coluna do Estadão (Andreza Matais), no jornal Estado de S. Paulo. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tenta costurar um acordo para redistribuir o número de assessores na Casa e beneficiar partidos que cresceram com o troca-troca partidário. De acordo com o projeto, siglas que perderam deputados sofrerão redução de cargos. Essas vagas vão migrar para as agremiações que ganharam nomes. Se aprovada a redistribuição, a liderança do PP passa de 85 cargos para 116 e a do DEM, de 66 para 85. O PROS e o PSL, do presidenciável Jair Bolsonaro, de 25 para 37 cada um, e o Podemos sobe de 37 para 55.

Quem perde.
A votação da proposta enfrenta resistência, já que legendas que tiveram bancadas reduzidas veem seus cargos minguarem. O MDB, do presidente Michel Temer, por exemplo, cai de 116 para 85, ou seja, 31 a menos.

Basta quórum.
Maia levou o tema para a reunião de líderes na semana passada, mas não conseguiu pautá-lo. Para a aprovação, é necessária apenas maioria simples dos presentes.

Apoiamento.
A proposta, assinada pelos sete membros da Mesa Diretora da Câmara, não prevê a criação de cargos e aumento de despesa para a Casa.

Tá na mesa.
Líderes de DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade conhecem, em almoço em Brasília hoje, os resultados da pesquisa qualitativa do Instituto GPP para medir o potencial dos pré-candidatos ao Planalto.

Cenários.
Em uma das simulações, o apresentador José Datena (DEM) é colocado como vice em eventual chapa com Rodrigo Maia. Nesse cenário, eles ultrapassam o adversário Geraldo Alckmin (PSDB).

Sinais trocados.
A deputados, o presidente Michel Temer tece elogios ao ex-ministro Henrique Meirelles e defende ser importante para o fortalecimento do MDB lançá-lo na disputa ao Planalto. Na quinta passada, Temer jantou com Aécio Neves e Rodrigo Maia para falar sobre a possibilidade de união do Centro.

Na riqueza e na pobreza.
Ao conversar com Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel, Temer quis saber da reeleição dele na Bahia. O deputado e Geddel são investigados pelo bunker de R$ 51 milhões.

Eu já sabia.
A decisão da Segunda Turma do STF de absolver a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, em uma ação penal da Lava Jato não surpreendeu Curitiba. Quem trabalha nas investigações concorda que o caso carecia de "prova de corroboração suficiente das declarações dos delatores".

No escaninho.
Mas a aposta é de que a petista não escapa de outro processo em que é investigada: o chamado caso Consist. A prova documental seria mais robusta, segundo envolvidos nas investigações da Lava Jato em Curitiba.

CLICK.
Na inauguração de uma arena no Ceará, o governador Camilo Santana (PT) passou a bola e Eunício Oliveira (MDB) fez o gol. Os dois vão se aliar para as eleições. No plano nacional seus partidos são adversários.

Em pauta.
O STF analisa hoje o habeas corpus do deputado estadual Fernando Capez para trancar a ação penal que sofre no TJ-SP no escândalo das merendas. Entre os julgadores, está Dias Toffoli, que há pouco tempo tinha como auxiliar Rodrigo Capez, irmão do político.

Com a palavra.
A assessoria do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado informa que a delação dele resultou em quase uma dezena de procedimentos instaurados perante o STF e inquéritos policiais em Curitiba. O acordo foi firmado com a PGR.

PRONTO, FALEI!

"Não é o discurso que eles gostam de ouvir? Paciência. Tem tanta coisa que eu não gosto de ouvir e deixo para lá", DO PRESIDENTE NACIONAL DO PDT, CARLOS LUPI, sobre o mercado não gostar das propostas de Ciro Gomes.
Mário Pera
26/06/2018 08:37
A foto histórica de Odir parece ser de 1992, quando Valmor Beduschi foi candidato a prefeito com Antônio Ssbel de você. Ali está também o popular Cassinho q se elegeu vereador pelo Bela Vista. Já que Mauricio Hostins não fora candidato a vereador em 1982, seu tio Francisco Hostins era candidato e se elegeu vereador e depois se candidatando a prefeito em 1988. Apenas alguns reparos.
Herculano
26/06/2018 08:35
PLANOS DE SAÚDE JÁ 'EXPULSARAM' QUASE 3 MILHõES. por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Quase 3 milhões de brasileiros já foram "expulsos" de planos de saúde pela incapacidade de suportar as mensalidades e os reajustes quase criminosos. Entre abril de 2017 e abril deste ano, planos encolheram para 47,3 milhões de clientes, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Eram 50,4 milhões em 2014. Isso decorre do "plano de recuperação", cartelizado e perverso, baseado na relação abusiva com a clientela e lastreado em resoluções camaradas da ANS.

LICENÇA PARA EXPLORAR
O "plano de recuperação" suprime planos individuais, cujos valores são fixados pelo órgão regulador, e mantém apenas os "corporativos".

RAPOSA DÁ O PREÇO
Nos planos corporativos ou coletivos, valores são definidos pela própria operadora, sem qualquer controle, nos valores que bem entender.

'NEGOCIAÇÃO' MANDRAKE
Oficialmente, reajuste dos planos coletivos são "negociados entre as partes". Mentira: é a "negociação" entre o pescoço e a navalha.

MANDA QUEM PODE
Os planos de saúde faturaram R$178 bilhões somente em 2017. Com tanto dinheiro e poder, têm também o lobby mais influente.

STF DECIDE SE PõE O BRASIL NO CAMINHO DO ATRASO
O Supremo Tribunal Federal (STF) pode ter esta semana um encontro marcado com o atraso: o julgamento de uma ação da Confederação dos Servidores contra dispositivo da reforma trabalhista que tornaram facultativa a contribuição sindical, antes obrigatória. Graças a essa cobrança abusiva, que deixou muitos pelegos ricos, o Brasil soma hoje cerca de 97% de todos os sindicados

REFORMA BOTOU ORDEM
A reforma trabalhista pôs ordem, eliminando o pagamento obrigatório, até como força de privilegiar sindicatos realmente representativos.

DINHEIRO FÁCIL
O "bolo" anual de R$3,5 bilhões a ser dividido entre entidades sindicais fez surgir o fenômeno da proliferação desse rentável negócio.

SAFADEZA RENTÁVEL
Sindicatos ficaram valorizados e aí começou outra safadeza: a venda de registros sindicais. Só no governo Dilma, a PF fez duas operações.

E A VÍTIMA É AUTORIDADE...
Assaltado em Alagoas na sexta, o nº 2 do Ministério da Segurança, Flávio Basílio, viu como a coisa está feia no Estado: só nesta segunda (25), quatro dias depois, a polícia começou a apurar o caso.

CAIXA TERÁ 'PORTA-VOZ'
Mais uma "boquinha" está em gestação na Caixa: a criação do cargo de "diretor porta-voz". Muito bem remunerado, é claro, e uma porção de assessorias para preencher, porque ninguém é de ferro

AÇÃO BILIONÁRIA, VÁRIOS ADVOGADOS
Ex-presidente da OAB, Cezar Britto diz que há outros advogados, como ele, que receberão honorários da indenização de R$15 bilhões que a Petrobras foi condenada a pagar pelo Tribunal Superior do Trabalho. Ele disse que são 19 mil ações e não 59 mil, como divulgou a estatal.

OBJETIVO É SEU BOLSO
Está pronto para ser votado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Projeto que aumenta em 700% as taxas dos já milionários cartórios de Brasília. O projeto é de origem do TJ do Distrito Federal.

ESTRANHOS NÚMEROS
Boletim da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde deste mês divulgou que 2016 foi recorde em acidentes de transporte relacionados ao trabalho: 18.706. Em 2007 não passou de 2.798.

DINHEIRO NO ESPAÇO
A defesa do contrato com a americana Viasat para operar o satélite brasileiro de R$2,8 bilhões rendeu críticas ácidas a Jarbas Valente, presidente da Telebrás, do deputado Henrique Fontana (PT-RS).

'DUO' VIROU QUARTETO
O presidente da Câmara não põe para votar o projeto que revoga a cobrança abusiva de malas alegando que é preciso, antes, "acabar o duopólio". Há muito tempo usando jatinhos da FAB, Rodrigo Maia não percebeu que o Brasil tem quatro empresas na aviação comercial, hoje.

TRABALHO POR IMPOSTOS
A Associação Comercial de São Paulo estima que 2016 e 2017 foram os anos em que mais dias foram trabalhados pelo brasileiro para pagar impostos ao governo: 153. Em 2010 eram até 148 dias. Bons tempos.

PENSANDO BEM...
...após o jogo de ontem, quando o juiz estava determinado a prejudicar a seleção de Portugal, o tal "árbitro de vídeo" precisa subir no telhado.
Herculano
26/06/2018 08:25
REPARO NECESSÁRIO. TODAVIA, ALEGAR DESCONHECIMENTO NÃO É BEM ASSIM...

Recebo de Ana Carolini Deschamps, advogada,ativa e qualificada assessora parlamentar do vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, a seguinte observação referente a análise tema desta coluna:


"O Chico [Anhaia] não estava por dentro das implicações que a mudança de horário iria trazer aos servidores.Só ficou sabendo depois que o projeto foi aprovado e daí começaram os questionamentos pelos efetivos.E daí veio a informação do analista que o rascunho original do Projeto foi alterado. Ninguém foi avisado".

Volto e pontuo.

1. Se o vereador não estava por dentro das implicações, era obrigação mínima dele ir atrás disso, ainda mais quando se sabe da sua obstinação e eficiência para esses casos. Errou.

2. O vereador já trabalhou numa grande empresa, a Ceval, é empreendedor e como poucos, por isso, conhece bem como na área trabalhista privada, mudanças desse tipo produzem reflexos e implicações em direitos que devem ser preservados ou ampliados quando se estende a jornada de trabalho de um grupo de trabalhadores.

3. O vereador, por conta disso e da sua lida há muito com o ambiente da gestão pública, até porque já demonstrou em discurso que ouvi na Câmara, não é nenhum neófito no que tange aos "imexíveis" benefícios, privilégios e cada vez mais ampliáveis do caro funcionalismo público. Tanto que o vereador participou no ano passado da votação da matéria que baixou de 40h para 30h a carga semanal de trabalho dos servidores da Câmara e preservou para todos os vencimentos como se estivessem trabalhando lá 40h por semana, sem contar os inúmeros feriadões pagos concedidos pela mesa diretora e que por sugestão do próprio Anhaia, se negou a revê-los.

4. Então o vereador deveria ter desconfiado e exigido uma ação clara e a luz da lei, vindo de quem nunca teve experiência de gestão administrativa. Antes tarde, do que nunca à ação de Anhaia, a exigência que faz para a correção, expondo a fragilidade mesa diretora na condução dentro da lei, gestora da Câmara. Acorda, Gaspar!
Herculano
26/06/2018 08:04
da série: o Brasil é mesmo um caso de polícia, onde o policialesco é o lixo da dramatização daquilo que não se resolve. É uma amostra da falência dos partidos em produzirem líderes e candidatos viáveis, com propostas sérias. Oportunismo puro.

DATENA É TRATADO PELO DEM COMO UM NOVO HUCK, por Josias de Souza

Decidido a convencer o apresentador José Luiz Datena a trocar seu programa dominical na TV Bandeirantes pela urna eletrônica, o DEM realiza a toque de caixa uma pesquisa qualitativa. Deseja testar a receptividade eleitoral do personagem. Um dirigente do partido disse ao blog na noite desta segunda-feira:

1) Na avaliação do partido, Datena pode desempenhar na campanha de 2018 o papel de "outsider" que Luciano Huck recusou.

2) Em conversas preliminares, o DEM informou a Datena que a candidatura ao Senado por São Paulo não é sua única opção. A legenda se dispõe a lançá-lo até mesmo como uma alternativa presidencial.
Herculano
26/06/2018 07:59
da série: a maioria dos candidatos a presidente da República não conhece o que fala em tema relevante para todos ou então, produz eles próprios fake news para alimentar a patrulha fanática, ou nos tratam como sempre como eternos analfabetos, ignorantes ou desinformados. Inacreditável

OS DADOS DE SEGURANÇA PÚBLICA QUE OS PRESIDENCIÁVEIS DESCONHECEM

A Lupa [agência de checagem de notícias] identificou frases equivocadas sobre segurança pública e violência durante sabatina

Conteúdo do jornal Folha de S.Paulo. Texto de Leandro Resende. No início de junho, 11 presidenciáveis foram sabatinados pelo jornal Correio Braziliense. Em parceria com o Instituto Sou da Paz, a Lupa identificou frases equivocadas sobre segurança pública e violência:

"Reduzimos [o número de assassinatos] para 3.503 no ano passado" Geraldo Alckmin (PSDB)
VERDADEIRO, MAS?Dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo mostram que, em 2017, realmente houve uma redução no número de homicídios no estado de São Paulo. Mas o dado mencionado por Alckmin diz respeito apenas aos casos de homicídios dolosos. Não estão incluídos nele os latrocínios, os casos de lesão corporal seguida de morte, nem as mortes em decorrência da ação das polícias Militar e Civil. Se somadas essas ocorrências, o total de mortes violentas intencionais registradas em SP em 2017 sobe para 4.834 casos ?"38% acima do total mencionado por Alckmin na sabatina. Procurado, o pré-candidato do PSDB disse que realmente falava apenas dos homicídios, razão pela qual não foi impreciso nem errou.


"O Brasil tem (...) a capacidade de investigar 8 em cada 100 homicídios" Ciro Gomes (PDT)
INSUSTENTÁVEL?O Ministério da Segurança Pública informa que não há dados sobre homicídios investigados em todo o país. O número mencionado por Ciro consta em um artigo que foi publicado pelo Fórum de Segurança Pública em 2013 e que diz respeito ao percentual de homicídios esclarecidos apenas no estado do RJ no ano de 1992. A pesquisa mais recente foi publicada em 2017 pelo Sou da Paz, mas também não trouxe uma média nacional, uma vez que o instituto buscou informações em todas as unidades da federação, mas apenas seis estados responderam: Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Pará. Procurado, Ciro Gomes não respondeu.

"Qual é o número médio de elucidação de casos de homicídios? 8%" Manuela D'Ávila (PC do B)
INSUSTENTÁVEL?Assim como Ciro, Manuela D'Ávila cometeu a mesma imprecisão ao falar sobre elucidação de casos de homicídios no Brasil. A pesquisa que o Sou da Paz publicou em 2017 apresenta uma média de 20,7% de homicídios esclarecidos nos seis estados que responderam ao estudo. Procurada, Manuela D'Ávila não respondeu.

"A portaria de 2010 do Ministério da Justiça ?"que se aplica (...) aos integrantes das Forças Armadas em GLO?" [estabelece] que, por exemplo, você não pode dar tiro de advertência" Jair Bolsonaro (PSL)
FALSO?A portaria a que Bolsonaro se refere foi publicada em 31 de dezembro de 2010 e "estabelece diretrizes sobre o uso da força pelos agentes de Segurança Pública", especificamente as polícias Federal e Rodoviária Federal, o Departamento Penitenciário Nacional e a Força Nacional de Segurança Pública. Considera os disparos de advertência inaceitáveis. Nela não há, no entanto, referência às Forças Armadas nem à situação específica de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A assessoria informou que Bolsonaro não comentaria.

"80% dos assassinatos são protagonizados por 20% dos bandidos que [os estados] prendem e soltam" Flavio Rocha (PRB)
INSUSTENTÁVEL?Segundo o Instituto Sou da Paz, não há dados públicos que sustentem a afirmação de Rocha já que "a maior parte dos assassinatos [cometidos no Brasil] não é esclarecida". Não há qualquer relação oficialmente estabelecida entre o cometimento desse crime e o fato de o autor ser ou não egresso do sistema penal. Procurado, Flavio Rocha não respondeu.

"O IBGE tentou fazer um censo penitenciário (...) e não conseguiu. [Foi] Proibido [de] fazer o censo" Paulo Rabello de Castro (PSC)
FALSO?O IBGE nega que tenha tentado fazer um "censo penitenciário". Em nota, diz que, "[na atual gestão], não sofreu qualquer interferência externa na realização de suas atividades" e que "não tem conhecimento sobre a ocorrência de fatos desta natureza em gestões anteriores". Há no país pelo menos três dados que indicam que o Brasil tem mais de meio milhão de pessoas presas. O Infopen, divulgado pelo Ministério da Justiça em dezembro de 2017, mostra que, em junho de 2016, havia 726 mil detentos no Brasil - 292.450 deles sem condenação. O levantamento do Conselho Nacional do Ministério Público, publicado em 2017, indica que eram 557.310 presos em 2016. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mantém o Geopresídios, sistema de monitoramento dos presídios em tempo real. Em 19 de junho de 2018, a plataforma mostrava 684.234 presos, quase 250 mil deles provisórios. Procurado, Paulo Rabello de Castro disse, em nota, que "propôs que o IBGE realizasse o Censo Penitenciário e que a proposta não foi aceita". "A Justiça resolveu realizar com metodologia própria", afirmou.

Nota da Redação: As sabatinas de Marina Silva (Rede), Álvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB), Rodrigo Maia (DEM) e Guilherme Afif Domingos (PSD) no Correio Braziliense não foram checadas porque ou os pré-candidatos não falaram de segurança pública ou apenas fizeram promessas - o que não pode ser checado, segundo a metodologia da Lupa.
Herculano
26/06/2018 07:51
MILLER FINALMENTE DENUNCIADO POR TRAMOIA QUE LEVOU O PAÍS À LONA E QUE CONDUZIU O PROCESSO POLÍTICO A UM IMPASSE QUE NOS TEM CUSTADO CARO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

O Ministério Público Federal finalmente denunciou o ex-procurador Marcello Miller, os delatores da JBS Joesley Batista e Francisco de Assis, e a advogada Esther Flesch sob acusação de corrupção. Fernanda Tórtima, indiciada na semana passada pela Polícia Federal, está fora da denúncia. Não deixa de ser estranho. Dadas as afinidades pessoais, era ela a pessoa que atuava para a JBS e que era mais próxima do então procurador. Nas conversas gravadas involuntariamente por Joesley dando conta da lambança, ela era personagem onipresente.

Segundo o MPF, em denúncia apresentada à 15ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, uma fatura de R$ 700 mil aponta a remuneração de Miller por sua dupla militância: lotado na Procuradoria Geral da República, o homem atuava ao mesmo tempo para atender ao interesses dos delatores e da JBS

Para o procurador Frederico Paiva, em denúncia apresentada à Justiça Federal de Brasília, Miller foi "o estrategista dos acordos de colaboração", orientando delatores a "obter os benefícios da imunidade, ajudando a redigir anexos, prestando aconselhamentos jurídicos e encontrando-se diversas vezes com seus corruptores". Ele escreve ainda sobre Miller: "Era a pessoa certa para, valendo-se do cargo, orientar juridicamente a interlocução entre corruptores e seus colegas de PGR e minutar documentos, inclusive porque tinha livre acesso aos membros integrantes da Lava Jato e poderia interferir, pela sua experiência no assunto e pela respeitabilidade até então existente entre seus pares, nas decisões adotadas em relação a acordos de colaboração".

Observem: quando lemos que Miller "era a pessoa certa para, valendo-se do cargo, orientar juridicamente a interlocução entre corruptores e seus colegas de PGR", estamos lendo que toda operação foi ilegal. Tratei do assunto num post de ontem. É evidente que o que se chama de "provas", colhidas num ambiente assim, são ilegais, segundo dispõe o correto Inciso LVI da Constituição.

Mesmo ilegais, no entanto, serão usadas em juízo por determinação do Supremo. Os que gostam de comparar o sistema judicial brasileiro com o dos EUA devem saber que, naquele país, um vício formal pode fazer desmoronar uma causa. Constatada a ilegalidade, extingue-se, em regra, o processo.

Parte considerável das dificuldades que o país enfrenta hoje, inclusive na política, se deve às falcatruas agora apontadas na denúncia.

E, no entanto, aconteceu o que com Rodrigo Janot? Nada. Vai acontecer o quê? Nada. É curioso: um politico pode ir para o patíbulo por suspeita de caixa dois em campanha. Já um procurador-geral e um ministro do STF podem conduzir o país ao caos que ainda posarão para as fotografias cheios de razão
Herculano
26/06/2018 07:33
da série: a esperteza da defesa do ex-presidente Lula é impressionante e não possui limites usando apenas as brechas do código processual penal que mostra claramente ser falho para quem possui bons advogados e dinheiro. Impressionante. Uma aula de lei mal feita

FACHIN ROMPE CERCO E MANTÉM LULA EM CURITIBA, por Andrei Meireles, em Os Divergentes

A queda de braço para livrar Lula da cadeia continua esquentando os bastidores do STF. A alternativa de uma prisão domiciliar antes do recesso de julho, aposta de última hora da equipe de Sepúlveda Pertence, parecia ter sido sepultada na sexta-feira com a rejeição, pura e simples, de qualquer reconsideração por Edson Fachin, relator da Lava Jato. Desde domingo, no entanto, um zunzunzum especula sobre a possibilidade da Segunda Turma do STF recorrer a alguma brecha legal para reverter a decisão de Fachin e abrir caminho para Lula cumprir a pena em São Bernardo.

Nessa segunda-feira, a defesa de Lula voltou a cobrar de Fachin que, mesmo não estando em pauta, coloque o pedido de votação do recurso para libertar o ex-presidente na reunião dessa terça-feira da Segunda Turma- a última antes do recesso.

Advogados de defesa de Lula, Cristiano Zanin, Sepúlveda Pertence e José Roberto Batocchio. Foto Orlando Brito
Em sua atual composição, a Segunda Turma é o único dos colegiados supremos que tem como posição majoritária a interpretação de que as penas não devem ser cumpridas a partir da condenação em segunda instância. Há expectativa entre advogados criminalistas, tal o grau de tensão interna, que em algum momento a maioria ali rompa com a jurisprudência em vigor. Isso preocupa a juízes e procuradores que temem retrocessos na Lava Jato.

Mesmo que pareça absurdo uma turma desrespeitar uma decisão do plenário do Supremo, Fachin prefere não correr risco. Toda vez que tentam encurrala-lo, pula a turma e passa a bola para o pleno. Foi o que fez na noite dessa segunda-feira. Usou seu poder de relator e transferiu para o plenário o julgamento do pedido de reconsideração da prisão de Lula e do memorial que pede prisão domiciliar.

A bola agora está com a ministra Cármen Lúcia.

Pelos capítulos precedentes dessa novela no STF, Lula pode se conformar em passar, pelo menos, o inverno em Curitiba.
Herculano
26/06/2018 07:28
da série: como os governantes trabalham contra os cidadãos contribuintes que os sustentam na sua incompetência e pagam os absurdos privilégios criados no funcionalismo público. Tudo dentro da lei, feita pelos deputados e senadores, nossos representantes bem pagos que nos levam à falência. O caso tema dessa coluna, mostra bem como começa essa farra em todas as esferas, como Câmara de vereadores de Gaspar.

CAUSA CONTRA O ERÁRIO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Pleitos trabalhistas ameaçam os cofres de Serpro e Petrobras, empresas do Tesouro Nacional

Duas estatais federais, de dimensões incomparáveis entre si, forneceram exemplos recentes e escandalosos de como podem ser disfuncionais o Estado e as práticas trabalhistas nacionais.

Vinculado ao Ministério da Fazenda, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) acaba de fechar dois acordos pelos quais pagará R$ 326 milhões em indenizações a funcionários. Tanto a cifra como as causas assombram.

O montante equivale a nada menos que 43% do patrimônio líquido da empresa, ou a mais que o dobro do lucro contabilizado em 2017 - de R$ 123 milhões, após prejuízo de R$ 162 milhões no ano anterior.

Tamanho rombo beneficia um contingente minúsculo de funcionários. No processo mais volumoso, R$ 246 milhões serão pagos a 511 reclamantes, numa média de R$ 481 mil por pessoa.

Nos longínquos anos 1980, o grupo foi cedido à Fazenda, o que lhe deu a oportunidade de pleitear na Justiça equiparação de salários com os técnicos do Tesouro Nacional. O caso demonstra de modo eloquente a dificuldade de movimentar pessoal num serviço público repartido entre as diferentes carreiras, cada qual com seu feudo.

No acordo mais disparatado, o Serpro pagará R$ 80 milhões a não mais que dez empregados demitidos em 1989. Afora os valores exorbitantes, aqui se nota o alcance injustificável da estabilidade no emprego, de fato e de direito, dos funcionários da máquina estatal.

Os números mudam de patamar, entretanto, quando se trata da maior empresa do país. Por 13 votos a 12, o Tribunal Superior do Trabalho impôs à Petrobras derrota em ação que soma R$ 15 bilhões em valores retroativos, mais R$ 2 bilhões em desembolsos anuais daqui em diante. Cabe recurso da decisão.

Chama a atenção, no episódio, que as entidades sindicais questionem um acordo coletivo firmado em 2007 ?"cujos termos, portanto, obtiveram a concordância dos representantes dos funcionários.

Acertou-se, na época, equalizar salários de empregados de mesmo nível e localidade. Em 2012, porém, os petroleiros passaram a reivindicar novos adicionais para aqueles que trabalham em situações de risco ou em período noturno.

O placar apertado do julgamento indica a complexidade do caso. Ainda assim, soam reveladoras as palavras do presidente da corte, Brito Pereira, que desempatou a questão: "As questões econômicas são discutidas em outro fórum, não na Justiça do Trabalho".

Esta não raro arbitra como se fossem infinitos os recursos do poder público - e como se direitos e privilégios obtidos pelas corporações não implicassem custos para a sociedade. Mal se percebe o conflito, aliás, quando magistrados, empregadores e empregados estão, todos, à sombra do Estado.
Herculano
26/06/2018 07:11
A LÍNGUA É O CHICOTE DO DONO

"PSL de Jair Bolsonaro e PCdoB de Manuela D'Ávila se unem para eleger prefeito em Minas Gerais". Descoberto, Bolsonaristas impuseram uma diarreia às redes sociais aos que propagaram, questionaram e compararam, mesmo com o TRE MG confirmando oficialmente a tal coligação e à farta exibição de material de propaganda (que poderia até ser falso) para classificar tudo isso como fake news.

Vergonhoso esse fanatismo que assola e assombra o país diante de fatos incontestáveis. Coisa de ditadores, autoritários, censores
Herculano
26/06/2018 07:05
A METAMORFOSE DE LULA INFORMA: CADEIA FAZ MILAGRE, por Augusto Nunes, na Veja.

Se Lula melhorou tanto em dois meses e meio, por que a insistência em abreviar a temporada na gaiola?

No dia 4 de junho, depois de um encontro de 75 minutos com Lula, Frei Betto deixou a cadeia em Curitiba com informações reconfortantes para os devotos do ex-presidente engaiolado em 7 de abril. Segundo o visitante, Lula está bastante animado, mais magro e bem penteado, cuida do físico com exercícios numa esteira, anda escrevendo cartas para meio mundo e virou leitor voraz de jornais e livros.

Não é pouca coisa. Mas não é tudo, avisam outras melhoras notáveis no plano espiritual. Por exemplo: Lula não perde por motivo nenhum a missa das seis da tarde transmitida pela TV Aparecida e agora recorre com frequência bem maior a orações que até recentemente nem tentava decorar. Antes de se despedirem, contou Frei Betto, os dois rezaram juntos.

Neste 22 de junho, o relato de Frei Betto foi corroborado pelo ex-presidente uruguaio Jose Mujica, que encontrou um Lula "com alguns quilos a menos, lendo muito e preocupado com o futuro do Brasil". Somados, os depoimentos informam que cadeia faz milagre.

No caso de Lula, fez um obeso desgrenhado aprender a domar o cabelo e a gula. Fez um analfabeto funcional, inimigo feroz de leituras e letras, aprender a escrever cartas e devorar mais de 20 livros em algumas semanas. Fez um católico que só aparecia na igreja em campanhas eleitorais posar de fiel fervoroso. Fora o resto.

Se os visitantes não mentiram, por que essa insistência em tirar Lula da gaiola? Em apenas dois meses e meio, ocorreram mudanças de espantar um Gabriel Garcia Márquez. Pelo andar da carruagem, daqui a dez anos o chefe da seita certamente estará pronto para ser premiado com o Nobel de Literatura, canonizado e promovido a santo padroeiro dos presidiários
Herculano
26/06/2018 06:59
Trump, Maduro, Direitos Humanos e Fanatismo, por Victor Oliveira Victor Oliveira, mestrando em Instituições, Organizações e Trabalho (DEP-UFSCar)

Semana passada, chocaram o mundo imagens de crianças presas em jaulas nos EUA. O procedimento era parte da política de tolerância zero do Presidente Donald Trump com imigrantes ilegais. Sem os documentos necessários, esses imigrantes iam presos, enquanto seus filhos eram levados para centros de detenção para crianças e adolescentes. Após pressão intensa da comunidade internacional e defensores dos Direitos Humanos, Trump voltou atrás e decidiu que as famílias de imigrantes ilegais não seriam mais separadas.

Mais perto do Brasil, a Venezuela segue sob o regime chavista, agora comandado por Nicolás Maduro. Em relatório divulgado na sexta-feira, 22, a ONU afirmou que o Estado de Direito praticamente inexiste na Venezuela, denunciando repressão dos opositores, que incluem execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias e a tortura com agressões sexuais, simulações de execução e descargas elétricas. O relatório foi confeccionado a partir de entrevistas feitas à distância, pois o governo Maduro impediu a visita de integrantes da ONU no país.

Pessoas comprometidas com os princípios democráticos rechaçam os ocorridos nos EUA e Venezuela, entretanto faz-se necessário frisar que, no país norte-americano, o sistema de contrapesos da democracia funciona e garante controle e publicidade de políticas tão sinistras. Já na Venezuela, há total opacidade, com as instituições solapadas pelo regime chavista e sem cumprirem seus papéis democráticos, servindo como linha auxiliar do governo.

No entanto, há pessoas comprometidas, não com a democracia, mas com uma determinada ideologia. São fanáticos, capazes de apontar ferozmente as violações aos Direitos Humanos de um, mas ignorarem as violações do outro. Podem dizer que a política de imigração de Trump é parte de um programa maior, que visa expandir o crescimento da economia americana (mesmo com base em um inflacionismo), e aqueles que apontam a gravidade das imagens das crianças nada mais são que oposicionistas tentando sabotar o governo. Já na Venezuela, o importante seria a garantia da soberania nacional, em detrimento das investidas dos EUA sobre as reservas de petróleo do país. O excesso de força é necessário, para manter a "oposição fascista" fora do poder. Ignoram, por exemplo, que cada 64% dos venezuelanos perderam, em média, 11 kg nos últimos anos, com cerca de 90% da população vivendo na pobreza e o salário valendo menos de 5 reais.

Os fanáticos ideológicos fazem vistas grossas para quaisquer violações de direitos humanos e descompromisso com princípios democráticos de seus protegidos no poder. E, trata-se de um mal ambidestro, com romantização dos antigos regimes soviéticos, elogios à ditadura cubana e agora defesa do regime chavista na Venezuela indo até a defesa do governo Pinochet no Chile, da Ditadura Militar no Brasil e agora a diminuição de atos condenáveis por parte do governo Trump. Para essas pessoas, democracia significa ter alguém alinhado à sua ideologia no poder. Mesmo que isso implique em falência institucional, supressão de liberdades individuais e carestia da população, sobretudo mais pobre. Nesse caso, a culpa não é do governante (visto como bem-intencionado) mas dos "inimigos externos", usados para justificar todas as desumanidades possíveis.
Herculano
26/06/2018 06:53
FACHIN MANDA LULA PARA O PLENO

Conteúdo do BR 18. O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, resolveu submeter ao plenário do STF um agravo regimental da defesa doe Lula insistindo para que a Segunda Turma analisasse um recurso para libertar o ex-presidente. Esse novo recurso foi apresentado na segunda, para que Fachin reconsiderasse sua decisão de julgar prejudicado o pedido de soltura do petista.

O agravo só deverá ser analisado pelo plenário em agosto, porque Fachin abriu prazo de 15 dias para manifestação da Procuradoria-Geral da República.
Herculano
26/06/2018 06:46
DORIA NÃO AMEAÇA, MAS ALIADOS FAREJAM PODER LONGE DE ALCKMIN, por Bruno Bobhossian, no jornal Folha de S. Paulo

Em trama vazia para trocar candidato, políticos desgastados evidenciam atoleiro

Michel Temer (MDB), o presidente mais impopular em 30 anos, desdenha da candidatura de Geraldo Alckmin ao Planalto. Aécio Neves (PSDB), réu no STF, alimenta questionamentos sobre as chances do colega tucano. Rodrigo Maia (DEM), com 1% nas pesquisas, acha improvável uma vitória do ex-governador.

O trio se reuniu na última quinta-feira (21) para discutir a enrascada em que o establishment político está metido - e, principalmente, remoer o desempenho pífio de Alckmin na disputa presidencial até aqui.

O tucano era o candidato natural da corporação PSDB-DEM-MDB, mas seus 7% de intenções de voto transformaram-no em saco de pancadas até entre personagens desgastados. Temer e Aécio foram moídos pela delação da JBS. Maia retém ascendência sobre um grupo considerável de partidos, mas fracassou na aventura de concorrer ao Planalto.

A candidatura de Alckmin é encarada com tanto ceticismo no círculo da política tradicional que, vez por outra, ressurge a ideia de substituí-lo pelo ex-prefeito João Doria como presidenciável. O encontro de quinta, na casa de Maia, só tangenciou o assunto, e não chegou a lugar algum.

Fosse a trinca reunida ali mais influente, poderia ter sido uma reedição do famoso jantar no restaurante Massimo, em São Paulo, que quase enterrou a primeira candidatura de Alckmin ao Planalto, em 2006.

Na ocasião, caciques do PSDB saíram de um evento com o então governador paulista e disseram que iam dormir. Acabaram bebendo vinho nos Jardins e quase entregaram a José Serra a opção de ser o candidato do partido a presidente.

Desta vez, Alckmin só não vai às urnas se não quiser. Ele é o principal comandante do PSDB, Doria não tem força interna para derrubá-lo e partidos aliados dificilmente induziriam um motim dentro do tucanato.
Ainda assim, o ex-governador tem motivos para ficar apreensivo. É sempre um mau sinal quando animais políticos, movidos por um feroz instinto de sobrevivência, começam a farejar poder em outras manadas.
Herculano
25/06/2018 11:16
ELEIÇÃO NO TO SINALIZA CONSOLIDAÇÃO DO "NÃO VOTO", por Josias de Souza

Nas eleições presidenciais simuladas, chamadas tecnicamente de pesquisas de opinião, o não voto registra ótimo desempenho, somando algo como um terço do eleitorado. Em agosto do ano passado, a eleição do governo-tampão do Amazonas indicou que a aversão à política não decorre um quadro estatístico mal-interpretado. Entre os amazonenses, a abstenção, os votos brancos e nulos somaram 43% do eleitorado. O resultado das urnas do Tocantins, abertas neste domingo, aponta para uma consolidação do fenômeno. Com 52%, o não voto prevaleceu na disputa pela poltrona de governador.

No Amazonas, o cacique Amazonino Mendes, hoje na tribo do PDT, tornou-se governador pela quarta vez com 782.933 votos. Uma marca bem inferior à quantidade de títulos eleitorais que preferiram ficar em casa ou desperdiçar o voto: 1.016.635 eleitores. No Tocantins, o governador interino Mauro Carlesse, do nanico PHS, foi efetivado no cargo por pouco mais de mais de 368 mil eleitores. Ali, a turma do não votos juntou mais de 520 mil eleitores com o nariz retorcido.

Não são negligenciáveis as chances de a experiência se repetir em outubro, quando a sucessão presidencial evoluirá da simulação das pesquisas para o teste independente das urnas. A menos que algum partido consiga criar o presidenciável perfeito a partir de um processo de fusão a frio, a hipótese de o não voto virar uma vedete também na temporada eleitoral de 2018 é assustadoramente real. Disso pode resultar a escolha de um novo presidente com baixa legitimidade.

Se os resultados do Tocantins e do Amazonas indicam alguma coisa é que o eleitorado brasileiro começa a evoluir da indignação para o sonambulismo. Se esse processo for levado às últimas consequências, o que parece um protesto tende a se converter em omissão. Além de acomodar outro presidente precário no Planalto, as estruturas mais carcomidas e tradicionais da política elegerão o rebotalho para o Congresso, para os governos estaduais e para as assembleias legislativas.

Como se sabe, um progresso que produza desenvolvimento equânime e distribuição igualitária dos resultados não costuma cair do céu, por benemerência da oligarquia política e empresarial. No limite, as eleições existem para que o povo dê uma lição nos seus pseudo-representantes. Se não acordarem, os sonâmbulos desperdiçarão mais uma oportunidade de educar na marra os aproveitadores. Uma pena
Herculano
25/06/2018 11:11
CIRO GOMES LEILOA A ESTABILIDADE

Conteúdo de O Antagonista. Ciro Gomes disse à Americas Quarterly que vai nacionalizar os campos de petróleo adquiridos para exploração por empresas estrangeiras mediante leilão, como publicamos ontem.

Ciro está leiloando a estabilidade econômica antes mesmo de a campanha começar.
Herculano
25/06/2018 11:07
da série: a verdade da ladroeira, incompetência e sacanagem como os pesados impostos dos brasileiros que desmonta o discurso da seita petista em qualquer ambiente

ESQUELETOS FóSSEIS, por Míriam Leitão, no jornal O Globo

A conta de R$ 17 bilhões que a Petrobras foi condenada a pagar a 51 mil funcionários ativos e aposentados é mais um esqueleto deixado pela gestão petista. A quantia é uma enormidade. Para se ter a ideia, toda a receita estimada pelo estado do Espírito Santo este ano é de R$ 16,8 bilhões. É equivalente a 23 vezes o Orçamento do Ministério da Cultura, antes dos cortes impostos pelo governo.

O acordo foi feito pela Petrobras quando ela era presidida por José Sérgio Gabrielli e tinha um sindicalista na diretoria de Recursos Humanos. Foi considerado muito generoso na época e os dois lados comemoraram os resultados da Remuneração Mínima de Nível e Regime. Os jornais dos sindicatos explicaram como se calculava o piso e era exatamente como a empresa estava executando. E ao contrário do que foi dito por alguns ministros do TST, não trata o trabalhador em área de risco da mesma forma que o do escritório. Há diferenças de pisos. O acordo coletivo foi confirmado em 2009 e só virou um problema três anos depois de assinado, quando os sindicatos perceberam que o texto continha brechas que permitiriam outro entendimento. E, obviamente, passaram a requerer mais. Esse é o papel dos representantes sindicais.

A empresa deveria ter analisado o problema, redigido um bom acordo, feito o balanço dos riscos de maneira mais acurada ao longo dos últimos anos. O comitê que decide sobre provisionamento inclui as áreas jurídica, contábil e de conformidades e riscos. Esse comitê avaliou que não era provável que a empresa perdesse a ação. Era apenas "possível". Assim recomendou que a estatal não fizesse a provisão. E ela deveria ter feito, tanto que perdeu a ação no TST.

A Petrobras vai recorrer e diz que tem esperança de conseguir inverter o resultado. Continua confiando na vitória apesar de o presidente do TST, ministro Brito Pereira, ter lembrado que o tribunal é a última instância em questões trabalhistas e avisado que a sentença terá que ser cumprida tão logo o acórdão seja publicado. Resta à Petrobras recorrer ao próprio TST, mas que argumentos levariam os ministros a mudar o entendimento? A empresa poderá recorrer ao STF, se houver uma questão constitucional envolvida.

Essa quantia despenca sobre a companhia quando ela se esforçava para reduzir os custos e resolver conflitos e passivos que haviam ficado das gestões anteriores do governo do PT. A empresa foi atingida pela corrupção que provocou entre outros problemas ações no exterior contra a companhia e que já custou um enorme volume de recursos para serem resolvidos. Teve também que suportar o ônus de investimentos decididos por razões políticas e que foram abandonados por serem inviáveis. Tudo teve que ser lançado a prejuízo. Aguentou por anos o custo do subsídio aos preços dos combustíveis. E agora, se for confirmada a derrota nessa ação bilionária, terá que pagar o preço de um acordo mal feito, mal redigido e mal executado. São muitos os esqueletos que ficaram da gestão petista na estatal e eles ainda não foram todos equacionados.

Os erros cometidos na administração do governo passado custaram no mínimo US$ 80 bilhões. Metade disso foi o custo de ser obrigada a vender combustível com preço controlado muito abaixo da paridade internacional. No Comperj, foram investidos US$ 13 bilhões sem retorno. O custo de Abreu e Lima que não será recuperado é calculado em US$ 10 bilhões. As duas refinarias premium que foram lançadas a prejuízo representaram US$ 1,5 bi. Tem ainda o que foi lançado como perdas por corrupção de R$ 6,2 bilhões. A compra de Pasadena representou uma perda de US$ 800 milhões a US$ 1 bilhão. Na compra da refinaria Okinawa no Japão foram queimados outros US$ 400 milhões. Esses são apenas alguns dos esqueletos deixados na companhia. Bilhões em passivos tributários têm sido equacionados. Essa ação trabalhista é mais um desses esqueletos.

Apesar de a Petrobras não precisar desembolsar os recursos imediatamente, a avaliação de especialistas é de que isso cria uma insegurança jurídica para novas ações trabalhistas contra a companhia. No entanto, a empresa permanecia ontem confiante de que conseguirá provar que cumpriu exatamente o que foi negociado na ação coletiva.
Herculano
25/06/2018 11:05
O PIOR QUE MORO PODE FAZER PELA LAVA JATO É IGNORAR SEUS CRÍTICOS, por Ricardo Balthazar, no jornal Folha de S. Paulo

Juiz sempre revela incômodo quando alguém questiona sua atuação

Em audiência na semana passada, o juiz Sergio Moro ficou contrariado quando um homem afirmou ter sido intimidado por procuradores da Lava Jato há dois anos. "Essas perguntas, dando voltas, não estamos chegando a lugar nenhum", disse o juiz, interrompendo o advogado que interrogava a testemunha.

Irmão do caseiro de um sítio de Atibaia que era frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi reformado por empreiteiras, o homem foi surpreendido em casa por quatro procuradores em abril de 2016. Queriam saber dos donos do sítio e avisaram ao irmão do caseiro que teria problemas se descobrissem mais tarde que estava mentindo.

O Conselho Nacional do Ministério Público Federal examinou o episódio e concluiu meses depois que os procuradores agiram dentro da lei.

Semanas após o arquivamento do caso, policiais e procuradores apareceram na porta de outro irmão do caseiro em busca de sua mulher, que trabalhara no sítio. Mesmo sem mandado judicial, levaram-na até a propriedade com o filho do casal e fizeram perguntas por uma hora.

Moro ficou desconfiado ao ouvir o relato. Perguntou à testemunha se fora orientada por advogados e por que nunca falou do assunto antes. Em seguida, deu cinco dias para a Polícia Federal e o Ministério Público explicarem o que aconteceu.

O juiz considera o apoio da opinião pública essencial para a Lava Jato, e sempre revela incômodo quando alguém questiona sua atuação e a dos procuradores à frente das investigações. O pior que poderia fazer pela operação, no entanto, seria empurrar episódios como o da semana passada para baixo do tapete.

Num depoimento em 2015, quando o doleiro Alberto Youssef sugeriu que se esclarecesse uma contradição entre ele e outro delator, recomendaram que esquecesse o assunto. "Quanto mais mexe, pior fica", disse um procurador. "Bosta seca: mexeu, fede", concordou um advogado. Passados três anos, pelo menos dois políticos implicados no lance já se livraram das acusações sofridas.
Herculano
25/06/2018 11:01
E O ESTADO DE DIREITO, GILMAR?

Conteúdo de O Antagonista. Cadê Gilmar Mendes que não clama pela manutenção do Estado de Direito num país que tem 144 mil mandados de prisão sem cumprimento?

Ou o Estado de Direito só vale para soltar criminosos?
Herculano
25/06/2018 10:57
ÁLCOOL LIVRE, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Possibilidade de venda direta de etanol da usina para os postos favorece o consumidor

Foi correta a decisão do Senado de permitir a venda direta de etanol dos produtores para os postos de combustível no varejo. Ao eliminar a intermediação obrigatória por parte de uma distribuidora, a medida visa aumentar a concorrência na comercialização e reduzir preços para o consumidor.

Em tese, a mudança pode abrir caminho para que tal procedimento alcance mais de 40 mil estabelecimentos ?"o álcool anidro, adicionado à gasolina, continuará passando pelos intermediários, que dispõem de condições técnicas para realizar essa mistura.

Entretanto apenas uma minoria das unidades varejistas deve se valer da nova possibilidade, dado que boa parte do mercado é ocupada pelos postos com bandeira, vinculados a redes que tem contratos com grandes distribuidoras.

Ainda que o efeito prático possa se revelar menor que o esperado, a alteração legislativa dá uma opção a mais aos varejistas.

Os argumentos contrários à maior liberdade de negociação ?"empregados por representantes dos intermediários e mesmo por algumas grandes usinas e redes de postos?" soam pouco convincentes.

Entre eles está a afirmação de que haverá perda de eficiência e aumento dos preços ao consumidor, já que apenas as distribuidoras contariam escala suficiente para reduzir custos logísticos e assegurar padronização do produto.

O projeto votado pelos parlamentes, afinal, não acaba com a atuação dessas empresas; simplesmente permite a relação direta entre produtor e varejista.

Mostra-se razoável esperar que essa opção vá ser usada apenas quando fizer sentido econômico para as partes, caso em que a produção se localiza perto dos pontos de venda. Para distâncias e volumes maiores, a distribuidora continuará a ser usada.

Por sua vez, a objeção de que a nova modalidade de venda direta ocasionará perda de receita tributária ?"estimada em R$ 2,2 bilhões ao ano?" somente revela a ineficiência do sistema atual.

A obrigatoriedade de um intermediário na cadeia de fornecimento gera duas vendas (no lugar de uma) e, consequentemente, dupla incidência de impostos.

As eventuais dificuldades operacionais, incluindo a fiscalização dos recolhimentos ao fisco, parecem superáveis. Não servem como argumentos para justificar a permanência de regras que, em última análise, oneram o consumidor.
Herculano
25/06/2018 10:54
AÇÃO TRABALHISTA FAZ 1º BILIONÁRIO 'DE ESQUERDA', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Advogado que patrocinou a ação em que a Petrobras foi condenada a pagar R$15 bilhões a funcionários, Cezar Britto deve faturar de 10% a 30% da bolada, a título de "honorários", conforme estipula a Ordem dos Advogados do Brasil, que ele presidiu. Britto é crítico da modernização da legislação trabalhista. Compreende-se: em poucos meses, a reforma reduziu à metade as ações trabalhistas que estão na origem de muitas fortunas no País. O advogado não retornou as nossas ligações.

UMA DECISÃO TOP 10
Um dos primeiros bilionários "de esquerda" no mundo, Britto pode faturar até R$4,5 bilhões, assumindo 10º lugar entre os mais ricos.

MAIS QUE OS AMERICANOS
Só esta ação trabalhista subtrai da Petrobras mais que os R$12 bilhões da indenização judicial aos investidores da estatal, nos Estados Unidos.

VAI SOBRAR PARA NóS
A derrota da Petrobras no TST pode levar ao aumento de alíquotas de impostos, retirar os R$15 bilhões dos bolsos dos brasileiros.

NÃO HÁ QUEM AGUENTE
Quando tomou conhecimento da decisão do TST, um ministro da área econômica não se conteve: "Eles ainda vão quebrar a Petrobras".

DERROTAS DA DEFESA DE LULA JÁ INCOMODAM O PT
Dirigentes do PT já se queixam da impressionante coleção de derrotas da defesa de Lula, à qual se somou a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), há dias, que negou o encaminhamento de recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo suspensão da prisão do ex-presidente. O julgamento estava marcado para esta terça (26), mas, como esta coluna antecipou, poderia nem mesmo ocorrer.

ESTRATÉGIA QUESTIONADA
A cúpula petista já não tem esperança de ver o líder fora da cadeia, e questionam a estratégia adotada pela defesa.

PALANQUE NÃO É TRIBUNAL
Petistas criticam os advogados de Lula, acusando-os de fazer "defesa política", pelos jornais, quando deveriam ter priorizado os autos.

CONFIANÇA DO CLIENTE
A quem o visita, Lula tem dito que confia na defesa, especialmente no compadre e advogado Roberto Teixeira, sogro de Cristiano Zanin.

PRIMEIRO DE UMA SÉRIE
A delação "do fim do mundo" de Antônio Palocci é a primeira desde a decisão do STF, semana passada, que autorizou a Polícia Federal a estabelecer esse tipo de acordo. Ganha a verdade.

NOME AOS BOIS
O Senado pode votar nesta semana o projeto que obriga a divulgação dos nomes dos beneficiados por renúncias fiscais. A ideia é incluir uma emenda para limitar a publicação a empresas e excluir pessoas físicas.

PREJUÍZO TRILIONÁRIO
Isenções fiscais da Lei 13.586 para petrolíferas estrangeiras farão o Brasil perder mais de R$1 trilhão em arrecadação, diz a senadora Fátima Bezerra (RN) com base em estudos que encomendou.

TRISTE HISTóRIA SE REPETE
Os "abrigos" de Donald Trump para confinar imigrantes lembram os campos de concentração que americanos chamavam de "internment", no início da II Guerra. Após o ataque nipônico a Pearl Habor, foram ali aprisionados 120 mil japoneses, a maioria nascida nos Estados Unidos.

DISCURSO E AÇÃO
Lula definiu do cárcere que o PT vai manter seu nome como candidato a presidente, mas apenas no discurso. Após o fim do prazo para registrar candidaturas o candidato petista será Fernando Haddad.

NOVO TREM-BALA
Políticos mineiros agora querem desenvolver um "veículo-cápsula" para levar cargas dentro de um tubo. Apesar de estimarem R$26 milhões de investimentos, metade públicos, não há prazo para concluir o projeto.

ESTRUTURA, TEM
O Brasil fracassa há três anos na vacinação contra gripe, mas tem uma estrutura que impressiona. São mais de 36 mil salas no País administrando vacinas, soros e imunoglobulinas. Tudo de graça.

COLAPSO LOGÍSTICO
Estudo da Fundação Dom Cabral chegou a conclusão preocupante sobre a logística de cargas no Brasil. Com crescimento da demanda previsto de 40% até 2035, sem investimentos, haverá colapso no setor.

PENSANDO BEM...
...esta semana só não vai acabar mais cedo no Congresso porque tem jogo da Seleção.
Herculano
25/06/2018 10:47
É CURIOSOS QUE SEJAM OS MAIS INSTRUÍDOS E OS MAIS ENDINHEIRADOS A CAIR NA CONVERSA DE BOLSONARO. É O BEBÊ DE ROSEMERY DA DUPLA MORO-DALLANHOL, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Não é curioso que os mais sensíveis à pregação bolsonarista sejam os mais endinheirados e com curso universitário? São duas condições estruturais que, em tese ao menos, permitem ao vivente lidar com mais informações. E mais complexas também. Deixaram-se encantar pela resposta que Jair Bolsonaro (PSL) tem para o país? Mas qual? Armar a população? Distribuir fuzis no campo? Incentivar o que ele chama de combate ao politicamente correto, traduzido, no seu caso, pela apologia da ofensa, da incivilidade, da grosseria?

Que resposta objetiva deu o pré-candidato até agora para atrair parcela considerável dos eleitores mais informados? Nenhuma! Ele poderia, dado que terá tempo exíguo na propaganda de rádio e TV, usar os debates promovidos pelos meios de comunicação para apresentar a sua agenda e, assim, convencer as pessoas. Mas, ora vejam, ele tomou a decisão de não participar dos debates no primeiro turno. E de tal sorte estupefaciente que não sei se manterá. Essa escolha, no entanto, é um emblema desses dias: para que possam convencer, as ideias de Bolsonaro - ou o que quer que sejam as coisas que diz - não podem ser expostas ao contraditório.

Elas são o fruto mais vistoso da Lava Jato. Bolsonaro é o rebento que nasceu do cruzamento de Sérgio Moro com Deltan Dallagnol. É o casamento perfeito do ódio à democracia com o ódio ao Estado liberal, em que nenhum Poder é absoluto. E é claro que isso tem consequências.

Gilson Finkelsztain é presidente da B3, que é sinônimo de Bolsa de Valores no Brasil. Surgiu da fusão da Bolsa de Valores, Mercadorias & Futuros de São Paulo com a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP). A B3, assim, concentra no país as negociações de ações e derivativos, que cabia à BM&FBovespa) e as operações com títulos de renda fixa, de que a Cetip era líder. Finkelsztain concede uma entrevista à Folha desta segunda em que diz, com a autoridade de quem acompanha cada detalhe do mercado de captais no país, o que tenho repetido incessantemente: as turbulências verificadas, no país, no mercado financeiro, são, antes de mais nada, de natureza política.

Indagado sobre as razões da turbulência, afirma:
"Discutimos isso internamente, e a nossa conclusão foi que o cenário internacional está, sim, impactando todos os emergentes, mas, aqui, o mercado está nervoso muito mais por causa da indefinição do processo político. Eu diria que entre 60% e 70% do nervosismo estão ligados às eleições. Ainda não sabemos quem são os candidatos, e não há nenhum comprometimento dos nomes possíveis com uma agenda mínima para o mercado de capitais. Buscar esse comprometimento será nossa bandeira."

Mas há candidatos de comprometendo com essa tal agenda mínima? Ele responde:

"Estamos iniciando as conversas com os pré-candidatos agora. Em setembro, faremos um congresso com a Anbima (associação dos participantes do mercado) e esperamos ter nele um painel com os escolhidos para ministros da Fazenda pelos candidatos. Entregaremos a eles uma agenda mínima para o desenvolvimento do mercado. Nunca tivemos um momento tão propício para isso aqui, com juros nas mínimas históricas, inflação baixa e retomada do crescimento. Eu diria que os astros se alinharam, não fosse o cenário eleitoral desafiador, que eleva a preocupação com o lado fiscal."

Notaram? Finkelsztain dá relevo àquele que, curiosamente, é um cenário inédito no país: juros na mínima histórica - tanto os nominais como os reais, destaco eu -, inflação baixa (e bem abaixo do centro da meta estabelecido pelo Banco Central) e retomada do crescimento, ainda que os números, para este ano, estejam em declínio em relação a expectativa que se tinha na virada de 2017 para 2018. O fato é que o país saiu da recessão.

Assim, meus caros, para onde se deslocam as atenções? Justamente para o cenário político. É ele a mãe das incertezas.

A entrevista do presidente da B3, Gilson Finkelsztain à Folha, em que aponta que a razão principal da turbulência no mercado, no Brasil, é interna e está ligada ao cenário eleitoral - e a análise que vem agora é minha, não dele - aponta para o surrealismo que tomou conta da política no Brasil. Na exata medida em que nos tornamos todos reféns de um moralismo abstrato e tirânico, que demonizou a própria política, tornamo-nos incapazes, como país, de reconhecer as consequências virtuosas de medidas que foram adotadas pelo governo que aí está, apesar de tudo, e que contaram, na maioria das vezes, com apoio do Congresso que aí está, apesar de tudo.

Na minha coluna de sexta, na Folha, apontei que as sucessivas tentativas de derrubar o governo de Michel Temer acabaram, ora vejam, golpeando justamente a agenda do tal "centro" político. Percebam: as candidaturas á esquerda, por óbvio, acham que nada do que está aí presta. E isso inclui as razões que nos conduziram às taxas de inflação e de juros historicamente baixas. E os candidatos anti-esquerdistas? Estes, como se nota, ignoram essa realidade porque temem ser identificados com um governo que, segundo o Datafolha, é rejeitado por 87% da população. Já escrevi aqui dezenas de vezes e repito. Essa rejeição não está ancorada em nenhum fator objetivo. Não há critério possível que possa fazer esta gestão pior, por exemplo, do que aquela que a antecedeu: a de Dilma Rousseff.

Ocorre que, cotidianamente, somos bombardeados pela pregação segundo a qual a política se limita a um palco de safadezas, e os políticos não passa, pois, de safados que querem nos roubar. Aqui e ali, incluindo os programas de entretenimento na televisão, ouvimos referências aos ladrões de Brasília - assim, no plural e sem distinções. Essa generalização - um preconceito fácil, não de uma avaliação crítica e criteriosa - tem, por óbvio, desdobramentos políticos, que alimentam a instabilidade.

O bebê de Rosemary tem causas muito claras!
Herculano
25/06/2018 10:36
EXPECTATIVAS DE VIDA, por Drauzio Varella, médico cancerologista, para o jornal Folha de S. Paulo

Assistência médica à população que envelhece envolverá custos insuportáveis

Os brasileiros vivem cada vez mais. Quem nasceu em 1940 tinha expectativa de viver em média 45,5 anos. Entre os que vieram ao mundo em 2016, a média será de 75,8 anos. Se tiverem a sorte de nascer em Santa Catarina, a expectativa aumenta para 79,1; no azar do Maranhão, cai para 70,6.

De 1940 para cá, o ganho médio de 30 anos na duração da vida ocorreu principalmente graças ao saneamento básico, à melhora da nutrição, às vacinas e aos antibióticos, avanços que reduziram as mortes por doenças infecto-parasitárias e fizeram a taxa de mortalidade infantil recuar de 146 em cada mil nascimentos, em 1940, para 13, nos dias atuais.

Futuros aumentos da longevidade serão bem menos expressivos, uma vez que exigirão intervenções complexas para reduzir a mortalidade por ataques cardíacos, derrames cerebrais, diabetes, câncer e infecções por bactérias resistentes, combater o fumo, as epidemias de sedentarismo e obesidade e encontrar soluções para transtornos psiquiátricos e as demências da velhice.

A assistência médica à população que envelhece ?"e envelhece mal?" envolverá custos que a economia brasileira será incapaz de suportar. Não há alternativa: ou evitamos que os mais velhos fiquem doentes ou não haverá dinheiro que chegue.

Veja o exemplo dos Estados Unidos, o país que mais investe em descoberta de drogas, equipamentos, modernização de hospitais e tecnologia médica. O investimento americano em saúde é campeão mundial: 17,1 % do PIB.

Como o PIB deles é de US$ 19 trilhões (quase R$ 67 trilhões), faça a conta: dá aproximadamente US$ 3,2 trilhões (cerca de R$ 11,9 trilhões), ou seja, destinam à saúde 60% mais do que o nosso PIB inteiro (equivalente a US$ 2 trilhões, ou R$ 7,5 trilhões).

Tanto dinheiro para resultados medíocres. A expectativa de vida dos americanos é de 78,7 anos, a mais baixa dos países industrializados. Em Santa Catarina é mais alta. Na classificação geral de longevidade, o americano médio ocupa a 31ª colocação, embora gaste US$ 9.400/ano.

Os Estados Unidos oferecem ao mundo a oportunidade de entender que o foco das políticas públicas de saúde deve estar centrado na prevenção. Custa os olhos da cara tratar das doenças degenerativas crônicas responsáveis pelas taxas de mortalidade atuais.

Uma análise conjunta de 15 estudos (metanálise) com mais de 500 mil participantes de vários países desenvolvidos, seguidos durante 13 anos, revelou que 60% das mortes prematuras poderiam ser atribuídas a estilos de vida insalubres: cigarro, consumo excessivo de álcool, sedentarismo, dietas pobres e obesidade.

Essa metanálise demonstrou que, em países como Japão, Noruega, Alemanha, Canadá, Dinamarca e Reino Unido, as expectativas de vida poderiam aumentar de 7,4 a 17,9 anos, caso a população adotasse hábitos mais saudáveis.

Neste ano, a revista Circulation publicou o estudo mais completo sobre a influência do estilo de vida na longevidade dos americanos. Foram colhidos dados periódicos sobre cinco práticas ligadas ao estilo de vida: fumo, dieta, índice de massa corpórea (IMC = peso/altura x altura), prática de atividade física e consumo de álcool, de 79 mil mulheres acompanhadas durante 34 anos e de 44 mil homens acompanhados por 27 anos (números arredondados).

Os participantes foram classificados na categoria de baixo risco, quando: nunca fumaram; mantiveram o IMC na faixa entre 18,5 e 24,9; praticavam pelo menos 30 min/dia de exercícios de intensidade moderada ou vigorosa (andar rápido ou correr); bebiam álcool com moderação (mulheres: de 5 a 15 g/dia; homens: de 5 a 30 g/dia); estavam entre os 40% dos que se alimentavam da forma mais próxima de uma dieta com ênfase em vegetais (Alternate Healthy Eating Index).

Os autores estimaram a expectativa de vida das mulheres e homens que chegaram aos 50 anos, com estilos de vida sem nenhum desses fatores de baixo risco, isto é, foram sedentários, fumantes, com excesso de peso, consumiram mais álcool e dietas menos saudáveis. Concluíram que a expectativa média das mulheres desse grupo foi a de viver mais 29 anos, e a dos homens mais 25,5.

No extremo oposto, naquele dos que chegaram aos 50 anos respeitando os cinco fatores de baixo risco citados, essas expectativas aumentaram para mais 43 e 37 anos respectivamente.

Portanto, prezado leitor, adotando um estilo de vida de baixo risco você viverá em média até os 87 anos. E você, querida leitora, poderá chegar aos 93. Não está bom?

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