25/06/2018
OS SERVIDORES ESTÃO RINDO À TOA. PREPARAM-SE PARA IR À JUSTIÇA GANHAR AS HORAS EXTRAS E OUTRAS VANTAGENS
É sempre assim: quando os políticos gerenciam as suas coisas com os pesados impostos do povo e não com o que está no bolso deles próprios, dinheiro tirado para aquilo que deveria estar sendo aplicado na saúde pública, educação como mais creches, assistência social e obras, há notório desperdício, descontrole e irresponsabilidade administrativa.
Pior mesmo, é quando se verifica que isso acontece com os que foram eleitos pelo povo para fiscalizar os entes públicos. Casa de ferreiro, o espeto é de pau.
E um requerimento do vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, que está na Câmara para ser votado na sessão noturna de amanhã retrata bem esta situação claramente. Ele lava a minha alma mais uma vez. Ou seja, apesar de repetitivo, não se trata de falta de assunto e nem uma implicação minha, como os incomodados sempre justificam nos seus discursos para me constranger, desmoralizar e até humilhar.
Antes, porém, um parêntesis necessário.
Os vereadores de Gaspar – não os desta legislatura - mudaram o horário das sessões ordinárias. Elas sempre foram à noite e até já se teve duas por semana, com quatro ou cinco servidores a auxiliarem os trabalhos dos edis. E por que essas sessões eram à noite? Porque os vereadores eram trabalhadores comuns ou donos de negócios, verdadeiros representantes da sociedade, do povo, líderes em seus ambientes ou regiões e por isso, não ganhavam nada para serem vereadores. Então de dia trabalhavam e tocavam os seus negócios, e de noite, ajudavam a cidade como vereadores.
Esse era o tal verdadeiro espírito comunitário.
Hoje tudo mudou. Ser político é profissão, virou carreira e até um negócio. Pior de tudo: não querem ser cobrados naquilo para a qual foram eleitos e ganham subsídios e diárias para exercer.
Vejam só. Tem até gente que eleita diz que é sacrifício o que faz, mas não larga o osso. Há os que reclamam de que ganham pouco e vive tentando driblar o eleitor atento para aumentar as vantagens para si. Outros até, reclamam e se queixam dos críticos. Reconhecem, todavia, que muitas vezes até dá vergonha de ser político como o próprio vereador Evandro Carlos Andrietti, MDB, pronunciou em 26.05 e 21.06 deste ano, mas quer continuar político e no cargo, afrontar leis, como se o exercício fosse o de beneficiar uns e prejudicar outros.
Tem político ou indicado por ele que é gestor, mas não possui título, preparação e nem sequer tem conhecimento ou experiência de administração. Há até os que nem profissão definida tiveram alguma vez na vida e por isso, mentem descaradamente nos currículos que apresentaram nas últimas eleições. Enganaram à cidade e os cidadãos se deram por satisfeitos e os escolheram ou saíram na defesa deles.
E por que os novos e velhos políticos se sentiram à vontade para fazer isso com os gasparenses? Porque os eleitores foram omissos ou coniventes por algum suposto interesse ou descomprometimento futuro. Resultado: queriam ser ou estão sendo governados ou fiscalizados por gente pior na condição de gestor ou fiscal do que os próprios eleitores. Incrível! E para encontrar cargos, vantagens e espaços no ambiente político e público, esses políticos exibem os votos que receberam dos gasparenses como ativos para pleitear empregos públicos (pagos pelo povo), facilidades, indicações...
Enfim, os vereadores de Gaspar de ontem resolveram fazer uma única sessão à tarde hoje, o que já era duas a noite. A “nova” é de apenas de duas horas e meia (e esses dias atrás por conta disso, até o líder do governo ficou sem horário para defender o prefeito) além de inchar à Câmara com assessores efetivos e comissionados: hoje são 29. Entretanto, quer-se muito mais assessores e se espera o cochilo dos gasparenses para voltar com a matéria polêmica patrocinada pelo presidente da Casa Silvio Cleffi, PSC, bem como com os seus apoiadores PT, PDT e PSD para se ter um caríssimo “procurador geral” comissionado...
A transferência da sessão da noite para a tarde foi uma manobra unicamente construída foi para isolar o público dos políticos e suas manhas ou manobras durante as sessões.
Nesta legislatura, a volta da sessão noturna, a qual tem se mostrado muito mais produtiva em debate, duração e participação popular no plenário, apesar da disponibilidade das sessões na internet ao vivo, ou em gravações, oportunidade que não se tinha antigamente e exigia a presença para acompanhá-la
Essa mudança, contudo, só foi “pedida”, não exatamente para atender o povo, o eleitor, o cidadão. E sim, para ajeitar um impedimento e birra política entre o presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, o licenciado José Hilário Melato, PP, - o que originou todos os erros administrativos no inchamento da Câmara - e seu funcionário na autarquia, e opositor ao governo de plantão, Cícero Giovani Amaro, PSD.
Tanto que a proposta foi rejeitada no ano passado quando Cleffi dava à maioria para a base governamental de Kleber Edson Wan Dall, MDB.
É que eram “incompatíveis” os horários de serviço e de vereador de Cícero. E ele teve que fazer uma opção pelo ganho e a função. Como Silvio pulou de galho e como o PSD lhe deu a presidência da Câmara, inclusive com o voto de Cícero, o tema voltou à pauta e foi aprovado neste ano. Agora, com a sessão à noite, Cicero pode acumular a Câmara e o seu Samae.
A COISA MAL FEITA PARA O POVO PAGAR
Fechado o parêntesis, voltemos ao tema da coluna.
Essa manobra de transferir a sessão da tarde para a noite foi malfeita do ponto de vista legal administrativo. Ponto final. Coisa de político. Olhou-se o benefício político e o pessoal de um vereador. Ela parece repetir um erro antigo e nada foi apreendido com ele.
Refiro-me à contratação e concursos na Câmara. Eles se revelaram desastrosos contra o bolso dos gasparenses. O ex-presidente Ciro André Quintino, MDB, “corrigiu”, pelo caminho mais curto e favorável aos servidores o que foi armado ou malfeito pelo ex-presidente Melato – o que se diz ser um executivo -, como ele próprio explicou em discurso para justificar o seu ato, o que se diz ser um executivo.
Pela manobra de Ciro, quem era obrigado a trabalhar 40h por semana na Câmara, passou a cumprir apenas 30 horas. E quem foi contratado por 30h, passou a ganhar salários compatíveis aos de 40 horas na tal isonomia. Esse vício de origem, vejam só, não foi analisado no momento da formulação do último concurso da Câmara por técnicos que se dizem expert e habilitados para tal. Parece até um erro proposital de tão primário à uma assessoria da Câmara que se diz qualificada.
Agora, está prestes a estourar mais uma bolha de vantagens que vai ampliar os gastos da Câmara com seus funcionários.
Apesar das advertências dos técnicos da Câmara, o relator desse projeto de troca de horários das sessões ordinárias na Casa, Roberto Procópio de Souza, PDT, que é advogado, ou seja, não é nenhum neófito na matéria, resolveu ignorá-las. Inexplicável.
Com isso, está se formando um novo passivo que será pago com dinheiro de todos os gasparenses. E com a anuência do presidente Silvio, o que “fiscaliza” a Saúde Pública e o Hospital em nome da corporação médica, mas não consegue enxergar às vulnerabilidades no seu próprio ambiente de autoridade, autonomia e gestão.
É isso que explicita o requerimento de Anhaia que vai ser votado amanhã. Então vejamos o que ele denuncia e quer ver esclarecido e resolvido.
1 - A Mesa Diretora já tomou providências em relação ao horário de alimentação/descanso que os servidores efetivos e comissionados têm direito às terças-feiras, tendo em vista que, com a alteração horário da sessão ordinária, os referidos servidores laboram mais de 06h? Caso afirmativa a resposta, apresentar as medidas tomadas, juntando, inclusive, documentos que comprovem. Caso negativa a resposta, justificar o motivo pelo qual ainda nenhuma medida foi tomada.
2 - A Mesa Diretora já tomou providências em relação às horas extraordinárias que excederem às 2h permitidas, tendo em vista que a Lei nº 1.305/1991, em seu artigo 84, dispõe que o servidor poderá realizar no máximo 2h extras por dia? Caso afirmativa a resposta, apresentar as medidas tomadas, juntando, inclusive, documentos que comprovem. Caso negativa a resposta, justificar o motivo pelo qual ainda nenhuma medida foi tomada.
3 - A Mesa Diretora já tomou providências quanto ao estabelecimento de banco de horas para os servidores comissionados? Caso afirmativa a resposta, apresentar as medidas tomadas, juntando, inclusive, documentos que comprovem. Caso negativa a resposta, justificar o motivo pelo qual ainda nenhuma medida foi tomada.
4 - A Mesa Diretora já decidiu se irá implantar o cartão ponto para os servidores comissionados? Caso já tenha decidido pela instalação, informar quando pretende instalar. Caso ainda não tenha decidido ou tenha decidido pela não implantação, justificar as razões e motivos da decisão.
5- O Relator Geral do Projeto de Resolução (que alterou o horário das sessões ordinárias), Vereador Roberto Procópio, o qual também é Vice-Presidente desta Casa de Leis, informou à Mesa Diretora que, no resumo original feito pelo Analista Legislativo do respectivo Projeto de Resolução constavam observações importantes sobre os direitos dos servidores que deveriam ser respeitados com a mudança do horário, assim como do aumento de despesas e as devidas observações que deveriam ser feitas em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal? Anexo, segue cópia integral do rascunho original do parecer elaborado pelo Analista Legislativo responsável pela devida análise técnica.
Volto: Meu Deus! Compensação de horas, mudanças de horários, nem o relator Procópio, nem o presidente Silvio, nem o vereador Anhaia tocaram no assunto, nem como tênue tema a ser discutido.
Aliás, isso é palavrão no ambiente público que propagandeia à eficiência e esculacha os dicionários e as boas práticas de administração pública. Afinal, o dinheiro que gastam não é dos vereadores. E a mera menção de cartão de ponto aos comissionados já virou um movimento de ira entre eles: comissionados e vereadores.
Afinal, o que estão querendo esconder e quem querem beneficiar? Não basta o caso de José Carlos Spengler, afilhado político de Melato e “assessor” do suplente José Ademir de Moura, PSC, que ao invés de estar no gabinete em Gaspar trabalhando como os demais, resolveu passear por três semanas na Terra Santa e Roma? Denunciado, uma boa parcela resolveu correu para colocar panos quentes e forjar legalidade ao caso? Acorda, Gaspar!
Esta é do leitor da coluna Odir Barni, funcionário público de Gaspar aposentado e fundador do Sintrapug. Ele possui, reconhecidamente uma memória privilegiada e é um contador de muitas histórias de Gaspar.
COMÍCIO NO BAIRRO BELA VISTA EM 1982 - salão da Igreja
Discursando, eu, Odir Barni; Dario Beduschi, coordenador de campanha; Maurício Hostins, candidato a vereador do bairro; Dr.Valmor Beduschi Jr, candidato a prefeito e Antônio Dionísio Sabel, candidato a vice.
Convém lembrar que o Bairro Bela Vista, cresceu muito em função de estar, praticamente a Blumenau. Os discursos e as promessas foram muitas, mas os grandes problemas, especialmente de saneamento ainda persistem. Associação Moradores Bela Vista - Ambevi comandada pelo amigo Pedro José Garcia, vai muito bem, quem sabe um dia será Distrito.
Volto. Nesta eleição, Tarcísio Deschamps e Luiz Carlos Spengler, do então PDS sucessor da Arena, hoje PP, e ambos falecidos, venceram a eleição com 6.825 votos dos gasparenses.
TRAPICHE
Por outro lado, um exemplo diferente do da Câmara. A marca da volta do delegado Paulo Norberto Koerich a Gaspar: ele compôs com o exíguo quadro que possui à disposição. Alguns setores – como por exemplo o de informações ao público e o de Jogos e Diversões - que estavam atendendo das 14h às 19h voltaram ao horário comercial das 8h às 12h e das 14h as 18h.
A terceirização da alimentação nas creches e escolas municipais em Gaspar sob tiroteio. Depois de preservar os empregos duplos de merendeiras e serventes sem função, a oposição (PT, PDT e PSD) voltou à carga: agora, diz que a quantidade de comida que a empresa oferece é menor que a fome das crianças. Ai, ai, ai.
A vereadora Mariluci Deschamps Rosa e seu PT, insistem na mentira para torná-la uma verdade, como na tática do estrategista de comunicação nazista, Joseph Goebels. Eles insistem para analfabetos, ignorantes, desinformados e medrosos de que o MDB fechou o Hospital de Gaspar e o PT o abriu.
Quem fechou o Hospital foi o Conselho – que nada tinha a ver com a prefeitura - e a pedido dos médicos. O Conselho porque não tinha mais condições financeiras para sobreviver, tanto que hoje o Hospital só está aberto pela intervenção marota do PT que injeta nela uma fortuna que prejudica o funcionamento dos postinhos, sem saber quem é o verdadeiro dono do Hospital. Se sabe, mas se esconde. O Hospital foi fechado porque a corporação médica, insaciável, via tantos problemas de infraestrutura e segurança sanitária que o deixava inviável para continuar aberto.
Refeito e revitalizado o prédio físico numa ação orquestrada pela Acig de Samir Buhatem e o apadrinhamento da Bunge Alimentos, por seu então presidente, o gasparense de origem no Belchior, Sérgio Roberto Waldrich, o PT e Pedro Celso Zuchi, o enganaram. Juraram que se o Hospital abrisse antes da hora, dariam sustentabilidade econômica. Waldrich caiu na lábia do PT e de Zuchi.
O governo petista não deu à prometida sustentabilidade econômica. Tanto que o PT, Zuchi e sua gente, incluindo a vice prefeitura Mariluci, sempre “acharam” que ali se roubava o que a prefeitura destinava de verba pública e preferiram decretar a intervenção, ampliar sem fim as dívidas, empregar os seus, abrir um crédito de R$10 milhões de compras sem licitação e não apontar até hoje os supostos ladrões do hospital, justificativa da intervenção.
Escrevo isso porque sou parte do processo de revitalização do Hospital. Era o vice-presidente da comissão e não concordei com o golpe final do PT. E deixei de ir lá naquela farsa de inauguração e abertura. O resultado está ai à vista de todos, infelizmente. Era óbvio. Estava escrito. E assim foi e está sendo. Acorda, Gaspar!
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